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  BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS MÉTODOS PARA O CONFORTO TÉRMICO E ACÚSTICO EM HABITAÇÕES DE CONTÊINERES  Londrina 2014 

Métodos Para o Conforto Térmico e Acústico Em Habitações de Contêineres

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conforto termico

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  • BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS

    MTODOS PARA O CONFORTO TRMICO E ACSTICO EM HABITAES DE CONTINERES

    Londrina

    2014

  • BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS

    MTODOS PARA O CONFORTO TRMICO E ACSTICO EM HABITAES DE CONTINERES

    Dissertao apresentada ao Curso de especializao em Projeto Arquitetnico: Composio e Tecnologia do Espao Construdo da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial obteno do ttulo de Especialista. Orientadora: Prof. Dra Ana Virginia C. de Faria Sampaio.

    Londrina 2014

  • BRUNO EDUARDO MAZETTO DOMINGOS

    MTODOS PARA O CONFORTO TRMICO E ACSTICO EM HABITAES DE CONTINERES

    Dissertao apresentada ao Curso de especializao em Projeto Arquitetnico: Composio e Tecnologia do Espao Construdo da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial obteno do ttulo de Especialista.

    BANCA EXAMINADORA

    ____________________________________ Orientador: Prof. Dr.

    Universidade Estadual de Londrina - UEL

    ____________________________________ Prof. Dr. Componente da Banca

    Universidade Estadual de Londrina - UEL

    ____________________________________ Prof. Dr. Componente da Banca

    Universidade Estadual de Londrina - UEL

    Londrina, _____de ___________de 2014.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo P minha esposa pelo apoio, incentivo, pacincia e ajuda

    em todas as horas.

    minha orientadora pelo incentivo e discusses sobre o tema.

    Aos colegas de trabalho pelo apoio e as tarde de discusses.

    Aos professores e colegas de Curso, por compartilharem as

    experincias e incentivar a pesquisas.

    A todos que contribuiram de alguma maneira para a realizao do

    trabalho e a Deus por toda minha vida.

  • DOMINGOS, Bruno Eduardo Mazetto.Mtodos para o conforto trmico e acstico em habitaes de contineres, 2014. Monografia (Crso de Ps-Graduao em Projeto Arquitetnico: Composio e Tecnologia do Espao Construido) Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2014.

    RESUMO

    Atualmente h um interesse crescente no uso de contineres na construo civil com foco em habitaes residenciais. Estes "cones da globalizao" so relativamente baratos, estruturalmente slidos e de abundante fornecimento. Embora, na sua forma bruta, os recipientes sejam escuras caixas sem janelas, eles podem ser elementos modulares altamente personalizveis de maior estrutura. Este trabalho buscar analisar as caractersticas fsicas de um continer, os tipos de contineres e as obras que podem ser realizadas com eles. Por fim, destacado o tratamento para obter o conforto trmico e acstico, tornando-os, assim, habitveis. Palavras-chave: Arquitetura. Conteiner. Habitao. Conforto trmico. Conforto Acstico.

  • DOMINGOS, Bruno Eduardo Mazetto.Mtodos para o conforto trmico e acstico em habitaes de contineres, 2014. Monografia (Crso de Ps-Graduao em Projeto Arquitetnico: Composio e Tecnologia do Espao Construido) Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2014.

    ABSTRACT

    Currently there is a growing interest in the use of container in construction focusing on residential dwellings. These "icons of globalization" are relatively inexpensive, structurally sound and in abundant supply. Although in its raw form, the containers without windows are dark boxes, they can be highly customizable modular elements larger structure. This work seek to analyze the physical characteristics of a container, container types and the works that can be carried with them. Finally, the treatment is highlighted for thermal and acoustic comfort, making them thus habitable. Keywords: Architecture. Container. Housing. Thermal comfort. Acoustic comfort.

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 01 Malcom Purcel Mclean, criador do continer ........................................ 15

    Figura 02 Mclean e sua empresa de frete por caminhes..................................... 15

    Figura 03 SS Ideal X ............................................................................................. 16

    Figura 04 Continer fechado com portas nos fundos ............................................ 19

    Figura 05 Continer fechado com portas nas laterais ........................................... 20

    Figura 06 Casa Foz Design A casa Continer ........................................................ 24

    Figura 07 Mapa do clima brasileiro ....................................................................... 29

    Figura 08 Desempenho trmico do continer ........................................................ 35

    Figura 09 Ganhos e Perdas de calor do continer ................................................ 36

    Figura 10 Esquema de isolamento trmico do container no vero 01 ................... 36

    Figura 11 Esquema de isolamento trmico do container no vero 02 ................... 37

    Figura 12 Esquemas de aquecimento e resfriamento de contineres. .................. 37

    Figura 13 Esquema de isolamento trmico do container no inverno 01 ................ 38

    Figura 14 Esquema de isolamento trmico do container no inverno 02 ................ 38

    Figura 15 Piso de cortia ....................................................................................... 39

    Figura 16 Argila Expandida ................................................................................... 40

    Figura 17 Manta de fibra de polister. .................................................................. 41

    Figura 18 Telhado verde ....................................................................................... 42

    Figura 19 Ecotelhado sistema alveolar ................................................................. 42

    Figura 20 Manta de fibra cermica. .......................................................................... 43

    Figura 21 L de rocha. ............................................................................................ 44

    Figura 22 L de vidro .............................................................................................. 45

    Figura 23 Esquemas de gesso acartonado com manta de l de pet ............................ 46

    Figura 24 Tinta isolante trmica. .............................................................................. 47

    Figura 25 Pelcula solar .......................................................................................... 48

    Figura 26 Vidro proteo solar ................................................................................. 48

    Figura 27 Casa El-Tiemblo .................................................................................... 50

    Figura 28 Casa El-Tiemblo - Sacada .................................................................... 51

    Figura 29 Casa El-Tiemblo Cozinha/Sala ........................................................... 51

    Figura 30 Casa El-Tiemblo - Cozinha ................................................................... 52

    Figura 31 Casa El-Tiemblo Sala de Estar .......................................................... 52

  • Figura 32 Casa El-Tiemblo Fachada ..................................................................... 52

    Figura 33 Casa El-Tiemblo Quarto Casal ........................................................... 53

    Figura 34 Casa El-Tiemblo Planta Baixa ............................................................ 53

    Figura 35 Casa El-Tiemblo Planta Pav. Superior ............................................... 53

    Figura 36 43rd st Residence + Building Lab Office - Fundos ................................ 54

    Figura 37 43rd st Residence + Building Lab Office Fachada Frontal ................. 54

    Figura 38 43rd st Residence + Building Lab Office Construo 01 .................... 55

    Figura 39 43rd st Residence + Building Lab Office Construo 02 .................... 55

    Figura 40 43rd st Residence + Building Lab Office Sala de Estar ...................... 56

    Figura 41 43rd st Residence + Building Lab Office Execuo Esquadrias ......... 56

    Figura 42 43rd st Residence + Building Lab Office Isolamento Externo ............. 57

    Figura 43 43rd st Residence + Building Lab Office Sistema de Aquecimento do

    piso ........................................................................................................................... 57

    Figura 44 43rd st Residence + Building Lab Office Sala de Jantar .................... 58

    Figura 45 43rd st Residence + Building Lab Office Quarto ................................ 58

    Figura 46 43rd st Residence + Building Lab Office Home Office ....................... 59

    Figura 47 43rd st Residence + Building Lab Office Planta Baixa ....................... 59

    Figura 48 Port-a-Bach Deck de Madeira 01 ............................................................ 60

    Figura 49 Port-a-Bach Deck de Madeira 02 ............................................................ 60

    Figura 50 Port-a-Bach Cama Suspensa ................................................................. 61

    Figura 51 Port-a-Bach Quarto ............................................................................... 61

    Figura 52 Port-a-Bach Banheiro ............................................................................ 61

    Figura 53 Casa Domicela Conteiner HC 40 01 ................................................. 62

    Figura 54 Casa Domicela Conteiner HC 40 02 ................................................. 62

    Figura 55 Casa Domicela Conteiner HC 40 Sala/Cozinha ............................. 63

    Figura 56 Casa Domicela Conteiner HC 40 Sala/Quarto................................ 63

    Figura 57 Casa Danilo Corbas .............................................................................. 64

    Figura 58 Casa Danilo Corbas - Construo ......................................................... 64

    Figura 59 Casa Danilo Corbas Sala de Estar ..................................................... 65

    Figura 60 Casa Danilo Corbas Sala de Jantar ................................................... 65

    Figura 61 Casa Danilo Corbas Sala de Jantar e Cozinha .................................. 66

    Figura 62 Casa Danilo Corbas Esquema da Planta Baixa ................................. 66

    Figura 63 Casa Danilo Corbas Esquema Pav. Superior .................................... 67

    Figura 64 Casa Danilo Corbas Perspectiva 01 ................................................... 67

  • Figura 65 Casa Danilo Corbas Perspectiva 02 ................................................... 68

    Figura 66 Casa Danilo Corbas Noturna 01......................................................... 69

    Figura 67 Casa Danilo Corbas Noturna 02......................................................... 69

  • [Digite texto]

    SUMRIO

    1 INTRODUO ..........................................................................................

    2 O Continer .............................................................................................

    2.1 HISTRIA DO CONTINER ............................................................................

    2.2 COMPOSIO DO CONTINER ........................................................................

    2.3 TIPOS DE CONTINERES DIMENSES E PADRES .......................................

    2.3.1 MATERIAL DE CONSTRUO .........................................................................

    2.3.2 CAPACIDADE DE CARGA ...............................................................................

    3 Sustentabilidade .....................................................................................

    3.1 CONTINER E O MEIO-AMBIENTE ....................................................................

    4 Arquitetura de Continer .......................................................................

    4.1 CONTINER COMO ELEMENTO CONSTRUTIVO ................................................

    4.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CONSTRUO EM CONTINER .....................

    5 Conforto Trmico e Acstico para Habitaes em Continer

    no Brasil ....................................................................................................

    5.1 CLIMAS DO BRASIL ......................................................................................

    5.2 DEFINIES DE CONFORTO TRMICO ............................................................

    5.3 DEFINIES DE CONFORTO ACSTICO ...........................................................

    5.4 TCNICAS E SOLUES PARA O CONFORTO TRMICO/ACSTICO

    EM CONTINERES ........................................................................................

    5.4.1 Pisos, Paredes, Esquadrias e Coberturas ................................................

    6 Obras ........................................................................................................

    6.1 Casa Continer 01 ....................................................................................

    6.2 Casa Continer 02 ....................................................................................

    6.3 Casa Continer 03 ....................................................................................

    7 Consideraes Finais ............................................................................

    8 Referncias Bibliogrficas ....................................................................

  • 12

    1 INTRODUO

    A conscincia ambiental que a sociedade est adquirindo nos faz

    repensar novas formas de construo. Este trabalho tem como tema a reutilizao

    de contineres na habitao, com foco nos mtodos para se obter o conforto trmico

    e acsticos necessrios.

    Uma das principais adaptaes de um container para a arquitetura

    inclui o tratamento de isolamento, incorporando as questes trmica e acstica, o

    corte para portas e janelas para garantir iluminao e ventilao adequada do

    espao interior e os revestimentos internos, que incluem o piso e as paredes.

    Aqueles que escolhem morar em tais residncias so pessoas que do preferncia a

    produtos sustentveis e que tambm buscam economizar. Desta forma, neste

    trabalho buscamos ressaltar as vantagens e desvantagens de se morar em uma

    habitao em continer.

    Para a elaborao deste estudo, foi utilizada um metodologia de

    pesquisa bibliogrfica com enfoque em vrios aspectos passiveis de se obter o

    conforto trmico e acstico em habitaes de continer. A estruturao deste

    trabalho se dar em duas partes:

    Objeto de estudo: Levantamento da histria do continer, desde

    quando deixa de ser apenas uma caixa de transporte e passa a se tornar uma

    habitao sustentvel. Sero vistas as caractersticas fsicas do continer,

    apontando suas vantagens e desvantagens para torna-lo habitvel, tendo como foco

    de estudo apontar e analisar os principais materiais e mtodos utilizados para obter

    o conforto trmico e acstico neste tipo de construo.

    Estudo de correlatos: seleo de projetos que de alguma forma

  • 13

    utilizam os mtodos apresentados para obter o conforto trmico e acstico de uma

    maneira eficiente e ecologicamente correta.

    Por fim, demonstraremos que ao considerar o clima e o meio

    ambiente em que este tipo de habitao inserido, preciso refletir sobre sua

    viabilidade para a realidade atual do local. Assim, possvel alcanar conforto

    trmico e acstico para que o local seja habitvel da melhor maneira.

  • 14

    2 O CONTINER

    O continer , primordialmente, uma caixa, construda em ao,

    alumnio ou fibra, criada para o transporte de mercadorias e suficientemente forte

    para resistir ao uso constante. Possui uma padronizao Internacional, o ISO

    (International Standards Organization), que abrange todos os elementos envolvidos

    no processo de carga e descarga e logsticas. Segundo Slawik (Container Atlas,

    2010), os contineres foram originalmente concebidas como recipientes de cargas,

    mas tambm so usados como mdulos espaciais na arquitetura. A palavra remete

    a "contain" que vem do latim "continere" e significa manter unidas, para cercar, para

    armazenar. Um continer um recipiente que envolve um volume til de espao e,

    portanto, define o limite espacial entre interior e exterior.

    2.1 Histria do container

    Com a revoluo industrial, em meados do sculo XVIII houve o

    desencadeamento e desenvolvimento da engenharia e do sistema naval, principal

    meio de transporte de mercadorias e cargas neste perodo. Com a evoluo das

    embarcaes os cascos dos navios passaram a ser produzidos em ferro e ao, a

    quantidade peso do transporte deixou de ser um problema. A principal limitante do

    transporte de produtos passou a ser o espao.

    Devido grande variedade de dimenses e volumes de mercadorias

    manufaturadas o antigo sistema de embalagens, os tonis, que ocupava muito

    espao no navio, foi substitudo por outros tipos de embalagens. Com isso, todo o

    sistema mundial de transporte comeou a sofrer as consequncias desta

    diversificao, aliada a falta de uma unidade padro de medida, ocasionando

    enormes perdas, deterioraes e desvios de mercadorias o que afetava diretamente

    nos custos e no processo de operaes de carga e descargas nos portos.

    Segundo Slawik (2010), o empresrio americano Malcom Purcell

    Mclean (figura 01), dono de uma rede de frete por caminhes (figura 02),

    considerado o pai do atual modelo de logstica de transporte de cargas, idealizou o

    continer intermodal e o processo de transporte em 1937 enquanto aguardava

    impacientemente os estivadores descarregarem sua carga de algodo do caminho

    para o navio. O empresrio refletia sobre a facilidade de um operador levar apenas a

  • 15

    montagem do caminho inteiro e, em seguida, para o local de envio, somente

    coloc-lo em outro caminho ou trem de carga.

    Figura 01 Malcom Purcel Mclean, criador do continer

    Fonte: http://premiershippingcontainers.com.au/, Acessado em 02 fev. 2014.

    Figura 02 Mclean e sua empresa de frete por caminhes

    Fonte: http://premiershippingcontainers.com.au/. Acessado em 02 de fev. 2014.

    McLean trabalhou durante duas dcadas at conseguir colocar sua

    ideia em prtica. Foi ento que em abril de 1956, de acordo com Slawik (2010), o

    navio Ideal X, (figura 03) adaptado por Mclean, fez a primeira viagem, de forma

    experimental, partindo do Porto de Newark, em Nova Jersey, com destino ao Porto

  • 16

    de Houston, no Texas, carregando 58 contineres. A partir de ento, o continer se

    popularizou e comeou a revolucionar o transporte de mercadorias. Nesse momento

    o comrcio mundial assumiu propores inimaginveis uma vez que sua ideia

    revolucionria propiciou carregar ou descarregar navios inteiros em at 24 horas,

    quando o comum eram alguns dias. Com isto os custos de carregamento de carga

    foram reduzidos em mais de 90%.

    Figura 03 SS Ideal X

    Fonte: http://premiershippingcontainers.com.au/ - modificado pelo autor (2014)

    Atualmente, o continer o recipiente mais utilizado para transportar

    mercadorias. Estima-se que existam cerca de 20 milhes de contineres em

    atividade, que representam 95% de toda movimentao de produtos do comrcio

    mundial. Desta maneira, nota-se que os contineres no s revolucionaram o

    sistema de transporte, mas se tornaram uma das mais importantes ferramentas para

    a globalizao.

    2.2 Composio dos Contineres dimenses e padres

    Segundo o Artigo 4 do Decreto n 80.145 de Agosto de 1977:

    O container um recipiente construdo de material resistente, destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurana, inviolabilidade e rapidez, dotado de dispositivo de segurana aduaneira e devendo atender s condies tcnicas e de segurana previstas pela legislao nacional e pelas convenes internacionais ratificadas pelo Brasil.

    Este decreto segue as especificaes da padronizao internacional de

    acordo com o ISO (International Standards Organization), que passa por

    atualizaes em intervalos regulares para se ajustar as condies tcnicas e

    logsticas, envolvendo toda a cadeia modal de transporte.

  • 17

    Tal sistema de padronizao confere aos contineres uma forma racional e modular

    de encaixe facilitando o transporte martimo, virio, ferrovirio e estocagem.

    No Brasil as normas e leis que tem como base o sistema ISO, e que

    regem as leis do continer so:

    NBR ISO n 668: Contineres Sries 1 Classificao,

    Dimenso e Capacidade.

    NBR ISO n 1161 1984: Dispositivos de Canto

    Especificaes.

    NBR ISO n 1496- -1 1990: Contineres gerais para propsitos

    gerais.

    NBR ISO n 5973: Tipos de Contineres - Classificao.

    NBR ISO n 5978: Padronizao.

    NBR ISO n 5979: Terminologia.

    NBR ISO n 6346 1995: Cdigos, Identificao e Marcao.

    NBR ISO 9762:1997 - Veculo rodovirio de carga - Terminologia

    Segundo o sistema de padronizao internacional, todos os

    contineres devem ser produzidos com dimensionamento referente ao sistema de

    unidades imperial de ps e polegadas (1 p = 0.30479 metros). Alm disso, a largura

    de todos os contineres limitada em funo do transporte rodovirio (2.438

    metros).

    Com base nas dimenses padronizadas, existe uma variedade

    de tipos de containers que so definidas pela norma ISO 830. Os vrios tipos foram

    desenvolvidos com base na sua sustentabilidade para cada carga em questo, de

    modo que diferentes tipos de mercadorias (peas e materiais, granel, cargas

    perecveis, pesados, volumosos ou lquidos) possam ser transportadas de maneira

    uniforme e segura.

  • 18

    2.3 Tipos de Contineres dimenses e padres

    Estudos realizados pela ISO aprovaram somente os contineres de 10',

    20', 30', 40' e 45 de comprimento, com altura de 4', 8' e 8'6" e com largura de 8'.

    Com isso, essas medidas tornaram-se padro, alm dos tipos de engate externo e

    seus pontos exatos de localizao, local de fixao dos painis com caracteres

    informativos e de identificao, modos de manuseio, modos de transporte, buracos -

    quando houver - para garfos de empilhadeiras, manuteno, terminologia,

    segurana etc.

    Tabela 01: Dimenses de contineres

    Fonte: NBR ISO n 668 (1984)

    Ao todo so 10 tipos de contineres aprovados, segundo o padro ISO,

    onde todos devem respeitar as medidas referidas em qualquer caso, podendo ser

    divididos nos seguintes tipos:

    a) Para cargas em geral, fracionadas:

    Containers fechados com porta nos fundos;

    Containers fechados com portas laterais;

    Containers sem teto e com porta nos fundos;

  • 19

    Containers com teto de lona removvel e porta nos fundos;

    Containers de altura, com teto de lona removvel e porta nos

    fundos;

    Containers de altura, abertos no teto, com porta nos fundos.

    b) Para cargas lquidas ou slidas a granel:

    Contineres-tanque.

    c) Para cargas congeladas:

    Contineres-frigorficos.

    d) Para cargas refrigeradas:

    Contineres isotrmicos.

    e) Para cargas vivas:

    Continer-bandeja.

    Desses, detalharemos somente os contineres de 20 e 40 com portas

    nos fundos e portas laterais (mencionados na letra a) por serem os mais comumente

    utilizados na arquitetura.

    Figura 04 - Continer fechado com portas nos fundos

    Fonte: http://www.containersfirst.com.au. Acessado em 02 de fev. 2014.

  • 20

    Figura 05 - Continer fechado com portas nas laterais

    Fonte: http://www.containersfirst.com.au. Acessado em 02 de fev. 2014.

    2.3.1 Material de construo

    Os containers esto sujeitos a condies extremas de clima, produtos

    qumicos e adversidades fsicas durante sua utilizao. Durante sua vida til so

    feitos inmeros carregamentos e descarregamentos de diversos produtos, so

    empilhados, iados e transportados por trens, caminhes e navios, alm de ficar

    exposta a maresia, chuva, sol, neve entre outros. Por isso, as propriedades dos

    materiais empregados na construo de um container so essenciais para garantir

    durabilidade e integridade da carga. Hoje em dia, o principal material utilizado o

    ao Corten, uma liga de ao muito resistente corroso e a tenso.

    A principal caracterstica desse metal que sua superfcie no tratada

    oxida e protege o restante da corroso. Mas se essas camadas oxidadas forem

    caindo, o desempenho estrutural do container pode ser afetado. Para resolver esse

    problema, os containers so revestidos com uma camada tripla de tinta base epxi

    resistente corroso. Assim, pequenos danos a essa pintura so compensados com

    a caracterstica de oxidao do ao Corten.

    A estrutura principal composta por diversos tipos de perfis em ao

    soldados e a menos que o container precise transportar cargas especiais, no h a

  • 21

    necessidade de maiores clculos estruturais, pois a construo desse esqueleto

    formado padronizada. As paredes so compostas por chapas trapezoidais de ao

    de 3 mm soldadas por todo o permetro da estrutura e essas chapas atuam como

    travas que estabilizam e reforam a estrutura.

    2.3.2 Capacidade de carga

    A mxima carga suportada por um container determinada

    normalmente pelo seu volume e no pelo seu peso, pois apenas alguns tipos de

    carga apresentam densidade suficiente para atingir esse limite de peso para o

    volume de um continer. Por essa razo, inclusive, no h tanta diferena de peso

    carregado entre seus diferentes tamanhos.

    O que limita o carregamento em peso so os cantos de encaixes, pois

    so eles que suportam todo o peso do container, so os pontos em que toda a

    estrutura descarrega as foras e onde direcionado o peso de outros containers

    quando empilhados.

    Tabela 02: Capacidade de carga.

    Fonte: NBR ISO n 668 (1990)

  • 22

    3 SUSTENTABILIDADE

    A arquitetura de container tem vantagens significativas em comparao

    com os mtodos de construo convencionais do ponto de vista ambiental. Como os

    contineres so inerentemente recipientes desmontveis e remontveis, possvel

    reutilizar os mdulos uma vez a vida do edifcio de servios tenha acabado. O

    edifcio pode ser desmontado em unidades espaciais autnomas e individuais. A

    modularidade tambm significa que o sistema pode ser ampliado.

    3.1 Continer e o meio-ambiente

    Devido ao curto tempo que se leva para construir um edifcio de

    continer, possvel reagir de forma mais rpida e flexvel crescente exigncias

    espaciais e mudanas de planejamento de projeto. Alm disso, existe a

    possibilidade de ampliao de uma maneira facilitada, onde possvel anexar um ou

    mais mdulos ao projeto existente.

    Sendo assim, todo ao do continer pode ser reciclado e reutilizado

    como matria-prima, quantas vezes for necessrio, ao contrrio por exemplo, do

    concreto. O investidor pode at mesmo recuperar uma pequena parte do custo do

    investimento com a venda do ao reciclado. Dependendo do projeto, um continer

    pode conter entre 0,5 e 4,0 toneladas de ao, que podem ser vendidos ao preo de

    sucata para o ferro-velho.

    De um ponto de vista ambiental, este um sistema de construo

    muito sustentvel com grande potencial de desenvolvimento. Sendo um sistema

    modular, com base em componentes da construo, todos as partes so unidas de

    tal maneira que eles possam ser separadas, removidas com um mnimo de esforo,

    podendo ser reutilizadas de diferentes maneiras, ou recicladas

  • 23

    4 ARQUITETURA DE CONTINER

    No Brasil, ainda no comum a utilizao de contineres para a

    construo de casas, todavia, a procura pelo material est em crescimento. Para se

    ter uma ideia, nos ltimos dois anos o preo dos contineres reciclados subiu de R$

    3 mil para R$ 6 mil segundo pesquisas de empresas do seguimento.

    Os contineres so usados para o transporte durante dez ou 15 anos.

    Us-los na construo de casa uma forma de reaproveitar este material, que alm

    de ser mais sustentvel, mais econmico. Construes com continer duram at

    90 anos e custam muito menos do que os materiais usados tradicionalmente para

    levantar uma casa.

    4.1 Continer como elemento construtivo

    De acordo com Slawik (2010), primeiramente, o container foi utilizado

    diferentemente como depsitos e locais de armazenamento pessoal, sem alteraes

    em sua forma, estrutura e fechamento. Apenas tempos depois o container foi

    pensado como lugar para se viver e trabalhar e comeou a ser convertido

    apropriadamente.

    Como esse trabalho de converso pode aumentar em muito o custo da

    construo, principalmente por necessitar de equipamentos e mo de obra

    especializados, local com boa infraestrutura e materiais de tratamento acstico,

    trmico e de rudo, construes em container normalmente so utilizadas para

    edificaes temporrias ou emergenciais como abrigos, escritrios para canteiro de

    obras e residncias temporrias emergenciais para locais atingidos por inundaes,

    furaces, terremotos e outros tipos de desastres.

    Alm do uso de containers de transporte de produtos, o autor explica

    que h os containers prprios para construo. Para isso, seus perfis so modulados

    de forma a assegurar o seu transporte e o fechamento feito por painis de

    vedao e aberturas. So containers novos e feitos em larga escala e como

    sistemas fechados, que normalmente no so compatveis com a padronizao ISO.

    A principal justificativa para a construo de edificaes com

    contineres sua utilizao como uma estrutura pr-fabricada. possvel aproveitar

    o mximo sua capacidade para serem utilizados como meio de transporte, seus

  • 24

    componentes so feitos em um ambiente industrial (mo de obra e ferramentas

    especializadas) e em srie, e a parte de montagem em loco quase instantnea,

    ganhando em tempo e com um mximo de controle de qualidade.

    Uma das caractersticas do container para ser usado como edificao

    referente suas dimenses, principalmente a altura interna que compatvel para

    uma pessoa viver ou trabalhar. Mesmo com algumas dimenses que possam limitar

    seu layout interno, modularmente, em conjunto, os containers conseguem oferecer

    inmeros arranjos espaciais que resolvem o problema. Alm disso, o uso de

    containers pode ser utilizado pelo que ele representa, pois um elemento que por si

    s carrega significados e pode remeter a lembranas e situaes de seu uso

    original.

    O uso de containers se mostra mais presente em construes

    temporrias, devido ao sua capacidade de transporte rpido e seu uso flexvel.

    Infelizmente, uma das caractersticas de construes temporrias que dada

    pouca importncia para qualidade arquitetnica e de conforto. Isso reflete uma

    imagem negativa para construes desse tipo. Mas obras de alto padro so

    possveis utilizando containers, com a utilizao de materiais de qualidade e

    pensadas de forma adequada ao lugar e o objetivo da obra.

    Figura 06 Casa Foz Design A casa Continer.

    Fonte: http://www.casafozdesign.com.br. Acessado em 15 de fev. 2014

  • 25

    4.2 Vantagens e desvantagens da construo em continer

    As adaptaes de um container para a arquitetura incluem o tratamento

    de isolamento, incorporando as questes trmica e acstica, o corte para portas e

    janelas para garantir iluminao e ventilao adequada do espao interior e os

    revestimentos internos, que incluem o piso e as paredes. Quem procura morar em

    tais residncias so pessoas que do preferncia por produtos sustentveis e que

    tambm buscam economizar. Desta maneira vale ressaltar as vantagens e

    desvantagens de uma construo em continer.

    4.2.1 Vantagens das construes em continer

    A principal vantagem a econmica, visto que h uma diferena de

    aproximadamente 35% no custo total da residncia, desde a fundao da casa at o

    revestimento externo. Alm disso, os contineres apresentam uma estrutura muito

    forte, pois so projetados para resistir s diversas intempries e suportar grandes

    cargas.

    Para a arquitetura, a utilizao de contineres bastante interessante,

    pois permite modularidade e grande flexibilidade, dado que as dimenses so

    padronizadas e as peas so facilmente encaixveis entre si o que facilita a

    construo e/ou montagem, permitindo diversas configuraes. Outro fator relevante

    a agilidade na construo, visto que uma casa com estrutura de continer leva

    geralmente entre 60 a 90 dias para ficar pronta.

    Outra vantagem bastante importante para a atualidade mundial a

    questo da reutilizao de materiais nobres descartveis (os prprios containers) o

    que proporciona economia de recursos naturais que no foram utilizados na

    construo da casa: areia, tijolo, cimento, gua, ferro etc. Isso gera uma obra mais

    limpa, com reduo de entulho e de outros materiais.

    Quanto ao manuseio, os contineres so relativamente leves e, com

    isso, podem ser facilmente transportados para qualquer lugar. Soma-se ainda, a

    facildade de serem facilmente levantados sobre estacas acima do nvel do solo, o

    que extremamente til principalmente em reas com risco de inundao ou com

    dificuldades para aterrar/ fazer piso. Isso leva a mais uma vantagem que o respeito

  • 26

    ao perfil do terreno: mais economia e rapidez na terraplanagem. Dependendo do

    terreno e do projeto, em apenas um dia, os servios de terraplanagem e limpeza do

    terreno so totalmente executados.

    Outra vantagem em relao ao terreno a questo da

    impermeabilizao mxima de 15% do terreno que preserva o solo e lenol fretico:

    o projeto respeita ao mximo o relevo natural do terreno, evitando interferncias no

    solo e no lenol fretico. Mais de 85% do terreno fica permevel, contribuindo para

    absoro da gua das chuvas. Sobre isso, ainda h a possibilidade de reuso de

    gua da chuva, visto que os projetos podem captar gua da chuva pelo telhado,

    deix-la armazenada e filtrada em reservatrio prprio, para uso na irrigao do

    jardim, limpeza externa, lavagem de carro e mquina de lavar roupa.

    Para a ventilao e conforto trmico, os contineres tambm podem

    ser trabalhados com ventilao cruzada e uso de l de PET. A ventilao cruzada

    feita com janelas e aberturas de maneira que seja possvel evitar o uso de ar

    condicionado (um dos grandes consumidores de energia eltrica) por causa das

    correntes de vente criadas. A l de PET serve como isolamento trmico e feita

    base de garrafas PET recicladas.

    4.2.2 Desvantagens de construes em continer.

    Uma desvantagem o fato de o container ser fabricado em ao, que

    um bom condutor de calor e pssimo isolante acstico. Isso exige acabamentos e

    revestimentos para garantir o conforto do usurio.

    Por ser um material cujo manuseio e corte exigem mo-de-obra

    especializada, isso poderia encarecer os custos, porm, o custo total da obra

    continua sendo inferior a uma obra tradicional. Alm disso, necessrio

    equipamento especializado, como empilhadeiras e guindastes, para transportar,

    movimentar e auxiliar na montagem.

    O uso de estrutura metlica em residncia no muito comum, o que

    pode dificultar na obteno do aval de construo em alguns pases. Alm disso,

    ainda h inexistncia de legislao e normas que regulem o uso de container para

    esse fim.

    Existe uma possibilidade de contaminao tanto com relao a

    manuteno e produo do container, como tambm em relao carga que

  • 27

    transportava anteriormente. Por isso, necessrio exigir do vendedor um documento

    que certifique que o container adquirido nunca transportou produtos txicos ou

    prejudiciais sade e ainda assim recebeu tratamento adequado para poder ser

    reutilizado em construes.

  • 28

    5 CONFORTO TRMICO E ACSTICO PARA HABITAES EM CONTINER NO

    BRASIL.

    Segundo Slawik (2010), as construes em continer esto se

    tornando cada vez mais comuns com o passar dos anos. Principalmente em pases

    com tradio porturia, como Estado Unidos e alguns da Europa. Esses objetos

    acabam sendo descartados em no mximo 10 anos de uso, e ficam esquecidos nos

    portos. Porem eles tem se mostrado como uma opo vivel barata, rpida e eficaz

    para o mercado da construo.

    No Brasil, ainda h uma certa dificuldade de aceitar o novo, pois se

    preza muito a tradio, aparncia e status. Porm, com os devidos cuidados e um

    bom projeto, as diferenas entre uma casa feita no sistema tradicional de alvenaria

    de blocos cermicos, pouco difere de uma residncia em continer.

    Para o acabamento externo de uma habitao em continer,

    necessrio lixar e pintar com tinta anti-corrosiva todo o volume, protegendo-o, assim

    das intemperes. Acima disso, o sistema permite a utilizao de qualquer

    acabamento, desde ripas de madeira a placas cimenticas, as quais, por sua vez,

    aceitam todos os tipos de pinturas e texturas acrlicas. Assim como o revestimento

    externo, a parte interna de uma habitao de continer aceita todos os tipos de

    acabamento, tendo como base o sistema steel-frame.

    De acordo com Slawik (2010), pelo fato de o continer ser,

    basicamente, uma caixa metlica, necessrio um bom projeto de conforto trmico

    e acstico para torn-lo habitvel, alm de ser necessrio prever aberturas pontuais

    nas laterais e uma ventilao cruzada nas aberturas da frente e atrs. Une-se a isso

    a utilizao de um material termicamente confortvel entre o revestimento e a placa

    metlica. Outro aspecto importante apontado pelo autor a elaborao de um

    estudo do entorno e do clima do local onde o continer ser implantado. Neste

    estudo, as caractersticas de cada clima e microclima, envolvendo ventos

    predominantes e chuvas caractersticas so diretrizes fundamentais para elaborar

    um bom projeto. A seguir iremos apresentar um breve resumo das caractersticas

    climticas do Brasil.

  • 29

    5.1 Climas do Brasil

    De acordo com o IBGE, o Brasil possui uma grande variedade de climas,

    devido ao seu territrio extenso (8,5 milhes de km2), diversidade de formas de

    relevo, altitude e dinmica das correntes e massas de ar. Cerca de 90% do

    territrio brasileiro est localizado entre os trpicos de Cncer e Capricrnio, motivo

    pelo qual usamos o termo "pas tropical". Atravessado na regio norte pela Linha do

    Equador e ao sul pelo Trpico de Capricrnio, a maior parte do Brasil situa-se em

    zonas de latitudes baixas, nas quais prevalecem os climas quentes e midos, com

    temperaturas mdias em torno de 20 C.

    Figura 07 Mapa do clima brasileiro

    Fonte: http://www.ibge.gov.br. Acessado em 16 de fev. 2014.

    Sabe-se que as massas de ar que interferem mais diretamente no Brasil so

    a equatorial (continental e atlntica), a tropical (continental e atlntica) e a polar

    atlntica. Dessa forma, no pas existem climas supermidos quentes, provenientes

    das massas equatoriais, como o caso de grande parte da regio Amaznica, at

    climas semi-ridos muito fortes, prprios do serto nordestino. Os principais climas

    brasileiros so:

    Subtropical;

    Semi-rido;

    Equatorial mido;

  • 30

    Equatorial semi-mido;

    Tropical;

    Tropical de altitude.

    O clima subtropical encontrado em regies que possuem grande

    variao de temperatura entre vero e inverno, no possuem uma estao seca e as

    chuvas so bem distribudas durante o ano. um clima comum nas reas a sul do

    Trpico de Capricrnio e a norte do Trpico de Cncer, com temperaturas mdias

    anuais nunca superiores a 20C e a temperatura mnima do ms mais frio nunca

    menor que 0C.

    O clima semi-rido, presente nas regies Nordeste e Sudeste, apresenta

    longos perodos secos e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano.

    As temperaturas so altas o ano todo, em torno de 26 C e a vegetao tpica desse

    tipo de clima a caatinga.

    O clima equatorial, predominante no complexo regional Amaznico, mais

    mido apresenta temperaturas altas o ano todo. As mdias pluviomtricas so altas,

    sendo as chuvas bem distribudas nos 12 meses, e a estao seca curta. Aliando

    esses fatores ao fenmeno da evapotranspirao, garante-se a umidade constante

    na regio.

    O clima equatorial semi-mido est presente em uma pequena poro do

    pas, e tambm quente, mas menos chuvoso. Isso ocorre devido ao relevo

    acidentado do planalto residual norte-amaznico e s correntes de ar que levam as

    massas equatoriais para o sul entre os meses de setembro a novembro. Este tipo de

    clima diferencia-se do equatorial mido por essa mdia pluviomtrica mais baixa e

    pela presena de duas estaes definidas: a chuvosa, com maior durao, e a seca.

    O clima tropical est presente na maior parte do territrio brasileiro e tem

    como caracterstica as altas temperaturas, as temperaturas mdias de 18 C ou

    superiores so registradas em todos os meses do ano. O clima tropical apresenta

    uma clara distino entre a temporada seca (inverno) e a chuvosa (vero). O ndice

    pluviomtrico mais elevado nas reas litorneas.

    O clima tropical de altitude predominante nas partes altas do Planalto

    Atlntico do Sudeste, estendendo-se pelo centro de So Paulo, centro-sul de Minas

    Gerais e pelas regies serranas do Rio de Janeiro e Esprito Santo e apresenta

    mdias de temperaturas mais baixas que o clima tropical, entre 15 e 22 C. As

  • 31

    chuvas se concentram no vero, e o ndice de pluviosidade influenciado pela

    proximidade do oceano.

    Em relao as caractersticas de cada regio do Brasil, o IBGE define:

    Na Regio Norte existe o clima equatorial, quente e com mdias de

    temperatura entre 24 e 26C. Na foz do rio Amazonas, no litoral do Par e no setor

    ocidental da regio, o total pluviomtrico anual geralmente excede os 3.000 mm. De

    Roraima at o leste do Par as chuvas ocorrem com menor frequncia, ficando em

    torno de 1.500 a 1.700mm anuais. O perodo chuvoso da regio ocorre nos meses

    de vero/outono, com exceo de Roraima e parte do Amazonas, onde as chuvas

    ocorrem mais no inverno.

    A Regio Nordeste uma regio de caracterizao climtica complexa. O

    clima equatorial mido est presente em uma pequena parte do estado do

    Maranho, na divisa com o Par; o clima litorneo mido ocorre no litoral da Bahia

    ao do Rio Grande do Norte; o clima tropical est presente nos estados da Bahia,

    Cear, Maranho e Piau; e o clima tropical semi-rido ocorre em todo o serto

    nordestino. Quanto ao regime trmico, na regio nordeste as temperaturas so

    elevadas, com mdias anuais entre 20 e 28C, sendo que j foram registradas

    mximas em torno de 40C no Piau e no sul do Maranho. Os meses de inverno

    apresentam mnimas entre 12 e 16C no litoral, e inferiores nos planaltos, sendo

    que j foi registrado 1C na Chapada da Diamantina. As chuvas so fonte de

    preocupao na regio, variando de 2.000 mm at valores inferiores a 500mm

    anuais. A precipitao mdia anual inferior a 1.000mm. Alm disso, no serto

    nordestino o perodo chuvoso normalmente dura apenas dois meses no ano,

    podendo eventualmente at no existir, causando as secas.

    O clima da regio Centro-Oeste tropical semi-mido, com frequentes

    chuvas de vero. Nos extremos norte e sul da regio, a temperatura mdia anual

    de 22 C e nas chapadas varia de 20 a 22 C. Na primavera/vero, so comuns

    temperaturas elevadas, sendo que a mdia do ms mais quente varia de 24 a 26

    C. A mdia das mximas do ms mais quente oscila entre 30 e 36 C. No inverno,

    em virtude da invaso polar, comum a ocorrncia de temperaturas mais baixas. No

    ms mais frio, a temperatura mdia oscila entre 15 e 24C, enquanto a mdia das

    mnimas fica entre 8 a 18C. A pluviosidade mdia de 2.000 a 3.000 mm anuais

    ao norte de Mato Grosso, enquanto no Pantanal mato-grossense de 1.250 mm.

    Apesar disso, a regio centro-oeste bem provida de chuvas, sendo que mais de

  • 32

    70% do total de chuvas ocorrem de novembro a maro, o que torna o inverno

    bastante seco.

    Na Regio Sudeste prevalece o clima tropical. No litoral, predomina o clima

    tropical atlntico e, nos planaltos, o tropical de altitude, com geadas ocasionais.

    Existe ainda uma grande diversificao no que diz respeito temperatura. No limite

    de So Paulo e Paran, a temperatura mdia anual situa-se entre 20 C, enquanto

    ao norte de Minas Gerais a mdia 24 C, e nas reas mais elevadas das serras do

    Espinhao, Mantiqueira e do Mar, a mdia pode ser inferior a 18 C, devido ao efeito

    conjugado da latitude com a frequncia das correntes polares. No vero, so

    comuns mdias das mximas de 30 a 32 C. No inverno, a mdia das temperaturas

    mnimas varia de 6 a 20 C, com mnimas absolutas de -4 a 8 C. Em relao

    pluviosidade, a altura anual da precipitao nessas reas superior a 1.500 mm,

    chegando a 2.340 mm no alto do Itatiaia e 3.600 mm na serra do Mar, em So

    Paulo. Os menores ndices pluviomtricos anuais so registrados nos vales dos rios

    Jequitinhonha e Doce, em torno de 900 mm.

    A Regio Sul tem predominncia de clima subtropical, responsvel pelas

    temperaturas mais baixas do Brasil. Na regio central do Paran e no planalto

    serrano de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, o inverno costuma registrar

    temperaturas abaixo de zero, com o surgimento de geada e at de neve em alguns

    municpios. A temperatura mdia anual situa-se entre 14 e 22 C, sendo que nos

    locais com altitudes acima de 1.100 m, cai para aproximadamente 10 C. A mdia

    das mximas mantm-se em torno de 24 a 27 C nas superfcies mais elevadas do

    planalto e, nas reas mais baixas, entre 30 e 32 C. No inverno, a temperatura

    mdia oscila entre 10 e 15 C na maior parte da regio. A mdia das mximas

    tambm baixa, em torno de 20 a 24 C nos grandes vales e no litoral, e 16 a 20 C

    no planalto. A mdia das mnimas varia de 6 a 12 C, sendo comum o termmetro

    atingir temperaturas prximas de 0 C at ndices negativos, devido invaso das

    massas polares. Em relao pluviosidade, a mdia anual oscila entre 1.250 e

    2.000 mm, exceto no litoral do Paran e oeste de Santa Catarina, onde os valores

    so superiores a 2.000 mm, e no norte do Paran, com valores inferiores a 1.250

    mm.

  • 33

    5.2 Definies de conforto trmico

    Segundo a ASHRAE Standard 55 (Norma 55 da Sociedade Americana

    dos Engenheiros de Aquecimento, Refrigerao e Ar-Condicionado - American

    Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers), Conforto Trmico

    definido como:

    Um estado ou condio de sentir satisfao com relao ao ambiente trmico em que a pessoa se encontra. Se o resultado das trocas de calor a que o corpo da pessoa se encontra submetido for nulo, e a temperatura da pele e suor estiverem dentro alguns limites aceitveis, possvel dizer que a pessoa sente Conforto Trmico.

    Em outras palavras, o conforto trmico pode ser definido pela sensao

    de bem estar, relacionada temperatura ambiente e umidade. Isto envolve equilibrar

    o calor produzido pelo corpo com o calor perdido para o meio ambiente circundante.

    De acordo com Olygay (1973) a temperatura interna do corpo humano

    mantm-se constante. E para isso, o corpo obrigado a dissipar todo o calor que

    gera. O equilbrio da temperatura corprea depende de 7 variveis ou parmetros,

    sendo que 3 deles dependem apenas do prprio indivduo e so metabolismo,

    temperatura da pele e vestimentas que o indivduo usa. As quatro variveis restantes

    dependem do ambiente em que o indivduo est, ou seja, do ambiente que envolve o

    seu corpo. Estas variveis so temperatura do ar, umidade relativa, temperatura

    radiante mdia (temperatura na superfcie dos elementos no local envolvente) e

    velocidade do ar.

    5.3 Definies de conforto acstico

    De acordo com a NBR 10152: nveis de rudo para conforto acstico, pode-se

    dizer que existe conforto acstico existe quando o ambiente proporciona boa

    inteligibilidade da fala (ou clareza musical) e ausncia de sons indesejveis no

    ambiente, criando uma sensao de paz e bem-estar. Dependendo do caso, o

    conforto acstico pode depender de uma boa absoro sonora, de um eficiente

    isolamento acstico, ou de ambos simultaneamente.

    Os materiais construtivos e de acabamento, a moblia e at mesmo as

    pessoas presentes exercem influncia significativa sobre a acstica de um ambiente.

    O forro o elemento que mais contribui para a qualidade da acstica em reas

  • 34

    internas e sua finalidade absorver os sons e eliminar a reverberao (eco). A

    aplicao de um forro acstico altera favoravelmente a absoro dos sons areos,

    propiciando uma considervel melhora interna e mais conforto aos usurios.

    No entanto, no possvel dizer que a simples instalao de um forro

    absorvedor acstico ser o suficiente para resolver por completo problemas de

    reverberao. O forro isoladamente no impede a transmisso de sons provenientes

    de ambientes vizinhos, que passam atravs de paredes, vos de piso ou teto, dutos

    de ar condicionado ou de ventilao e at mesmo pela estrutura da construo, no

    caso de vibraes causadas por mquinas em geral. Nessas situaes necessrio

    adotar conjuntamente solues de isolamento acstico, que so barreiras capazes

    de impedir ou reduzir a transmisso direta do som da fonte at o receptor. As

    solues variam conforme o tipo de rudo e a forma de transmisso.

    De acordo com a NBR 10152, a seguinte tabela estabelece os nveis

    de rudos medidos em decibis (dBA).

    Tabela 03: Nveis de rudos medidos em decibis (dBA)

    Fonte: NBR 10152 (1990)

  • 35

    5.4 Tcnicas para o conforto trmico/acstico em container

    De acordo com Garrido (2011), os contineres so estruturas pesadas,

    mas com pouca espessura de matria que separa o ambiente interno do externo.

    Isso leva a um ganho excessivo de calor durante o dia e uma perda muito rpida

    quando no h radiao do sol incidindo sobre ele a noite ou em dias nublados.

    Figura 08: Desempenho trmico do continer

    Fonte: GARRIDO (2011)

    Segundo o autor, o tratamento trmico com materiais isolantes e o tratamento

    acstico so muito importantes na construo de edificaes em container. A

    instalao pode ser feita diretamente ou nos painis, quando o fechamento do

    container for substitudo. Teoricamente, os containers so compatveis com qualquer

    sistema e material de isolamento e tratamento trmico e acstico, mas preciso

    considerar que espessuras muito grandes de material isolante podem diminuir o

    espao interno. A seguir alguns esquemas do comportamento trmico de um

    continer com o ambiente externo:

  • 36

    Figura 09 Ganhos e Perdas de calor do continer

    Fonte: GARRIDO (2011)

    Figura 10 Esquema de isolamento trmico do container no vero 01

    Fonte: GARRIDO (2011)

  • 37

    Figura 11 Esquema de isolamento trmico do container no vero 02

    Fonte: GARRIDO (2011)

    Figura 12 Esquemas de aquecimento e resfriamento de contineres.

    Fonte: GARRIDO (2011)

  • 38

    Figura 13 Esquema de isolamento trmico do container no inverno 01

    Fonte: GARRIDO (2011)

    Figura 14 Esquema de isolamento trmico do container no inverno 02

    Fonte: GARRIDO (2011)

  • 39

    Garrido (2011) destaca que os containers precisam de cuidados quanto

    proteo do fogo, pois mesmo o ao no sendo um propagador, bom condutor

    trmico e pode perder resistncia se submetido a altas temperatura. Portanto, deve-

    se tomar medidas como revestimento em gesso interno, para que a construo fique

    dentro de limites de incndio definido pelas normas vigentes de cada regio. A

    seguir apresentaremos algumas solues para se obter o conforto trmico/acstico

    em contineres.

    5.4.1 Pisos, paredes, esquadrias e coberturas

    Piso de cortia: As folhas de cortia so populares como material de

    isolamento, uma vez que utilizam as propriedades naturais da cortia com o melhor

    proveito. A cortia oferece um desempenho de isolamento superior e tem ampla

    aplicao em diversos aspectos da indstria da construo. As folhas de isolamento

    de cortia so utilizadas como isolamento de revestimento externo e podem ser

    integradas tanto em sistemas de parede como em sistemas de telhado.

    Figura 15 Piso de cortia

    Fonte: http:www.corkdobrasil.com.br. Acessado em 20 de fev. 2014.

  • 40

    Os pisos de cortia abafam o som ao contrrio dos pisos de madeira,

    que amplificam o som. As propriedades de isolamento acstico da cortia tornam-na

    ideal para o revestimento de andares superiores, pois ajuda a amortecer o rudo de

    pessoas que andam no andar de cima.

    Argila expandida: Agregado leve e com formas arredondadas, a Argila

    Expandida pode ser utilizada em coberturas de habitaes de continer. Por possuir

    micro porosidade fechada, possibilita uma elevada capacidade de isolamento

    trmico e acstico, o que melhora consideravelmente o conforto e o bem estar onde

    ela utilizada.

    Sua aplicao como isolante trmico e acstico feita espalhando o

    material sobre a laje em uma espessura de 5 a 10 cm, dependendo do isolamento

    que deseja. A Argila Expandida pode ser empregada solta ou sob a forma de

    concreto isolante sobre a superfcie.

    Figura 16 Argila Expandida

    Fonte: http:www.minasit.com.br. Acessado em 20 de fev. 2014.

    Segundo o Laboratrio de Eficincia Energtica em Edificaes, a Argila

    Expandida, alm da propriedade trmica e acstica, um material de alta

    resistncia; apresenta inrcia qumica; possui estabilidade dimensional e resistncia

    ao fogo.

  • 41

    Manta de fibra de polister: Composto por fibras recicladas

    fabricadas a partir de garrafas PET, com espessura mdia de 8mm, tem como

    principal funo o isolamento acstico de superfcies. Pode ser aplicada entre a

    chapa do continer e o piso, garante alta eficincia na absoro das vibraes

    produzidas pelo rudo de impacto em pisos por ser altamente resiliente/elstica.

    Atende o nvel de desempenho superior da norma NBR 15575-3 com isolamento

    L'nT,w 49 dB.

    A marca mais conhecida no mercado atualmente a Ecosilenzio.

    Figura 17 Manta de fibra de polister.

    Fonte: www.ecosilenzio.com.br/. Acessado em 20 de fev. 2014.

    Telhado verde - Sistema Alveolar Ecotelhado: O telhado verde,

    telhado vivo, telhado ecolgico, biocobertura ou outros nomes que se apresentam,

    uma espcie de jardim suspenso. Com uma tima relao custo-benefcio, esse tipo

    de telhado incorpora vegetao ornamental cobertura de casas, edifcios,

    quiosques ou lajes. A finalidade da vegetao proporcionar o conforto trmico no

  • 42

    interior dos ambientes abaixo de si pela evaporao e transpirao. Tambm

    possvel aumentar o conforto acstico pela massa, alm de eliminar a reflexo dos

    raios de sol e diminuir o aquecimento em prdios vizinhos. Outros benefcios so:

    aumentar a gerao de oxignio (fotossntese); reter a gua da chuva; e

    proporcionar biodiversidade em reas urbanas.

    O sistema Alveolar Ecotelhado composto pelos seguintes itens:

    1 Membrana Anti-razes Ecotelhado (PEAD 200 micras);

    2 Membrana Alveolar Ecotelhado (2 cm) - Retem gua e por baixo forma

    canais drenantes;

    3 Membrana de Reteno de Nutrientes Ecotelhado;

    4 Substrato Leve Ecotelhado (1 cm ou mais). Cada 10 litros/m

    correspondem a 1 cm de altura.

    5 Vegetao

    Figura 18 Telhado verde

    Fonte: www.ecotelhado.com.br. Acessado em 21 de fev. 2014.

    Figura 19 Ecotelhado sistema alveolar

    Fonte: www.ecotelhado.com.br. Acessado em 21 de fev. 2014.

  • 43

    Quanto ao isolamento trmico: No vero, o teto verde pode diminuir em

    90% a transmisso de calor pelo telhado. O mesmo ocorre no inverno, onde

    possvel observar uma diferena na temperatura de mais de 10C entre o interior e o

    exterior. Isso se d devido ao colcho de ar entre a vegetao, massa trmica da

    camada de terra, reflexo dos raios infravermelhos pelas plantas e at liberao

    de calorias pelas plantas ao condensar o orvalho da manh. Alm disso, h um

    aumento da eficincia energtica nos edifcios pelas suas propriedades isolantes,

    reduzindo assim os custos de aquecimento e refrigerao sem necessitar de

    isolamento trmico (roofmate).

    A respeito do isolamento acstico: Apesar da vegetao de um teto-

    grama absorver apenas 2 a 3dB, uma camada de terra mida de 12cm de espessura

    reduz a transferncia de som em 40dB, atuando como barreira acstica.

    Fibra cermica: Fornecidas nas formas de flocos, mantas, painis,

    mdulos, placas, tecidos, cordas e coatings, as fibras cermicas so fabricadas a

    partir da eletrofuso de alumina com slica (fibra cermica). um produto muito leve,

    e totalmente isento de amianto, podendo ser usada em diversos locais de difcil

    acesso, alm de apresentar excepcional resistncia mecnica e ter grande

    capacidade de isolamento trmico possvel trabalhar sob temperatura de at

    1.260C e mantem-se estabilidade qumica e trmica. Apresenta boa resistncia

    trao, corroso e no sofre ataque de produtos qumicos e apresenta baixa

    condutibilidade trmica e baixssimo armazenamento de calor.

    Figura 20 Manta de Fibra Cermica

    Fonte: www.unifrax.com.br. Acessado em 20 de Mar. 2014.

  • 44

    L de rocha: Apresentada em forma de placa ou manta, a l de rocha

    provm de fibras minerais de rocha vulcnica, rochas baslticas especiais e outros

    minerais que aquecidos cerca de 1500C so transformados em filamentos que,

    aglomerados com solues de resinas orgnicas, permitem a fabricao de produtos

    leves e flexveis at muito rgidos, dependendo do grau de compactao. Alm de

    no reter gua, uma vez que possui uma estrutura no capilar, as alteraes perante

    eventuais condensaes so nulas. Somada aos excelentes nveis de isolamento

    trmico e acstico, a l de rocha um material incombustvel, incuo e perene.

    Fabricada em todo o mundo, a l de rocha devido a suas

    caractersticas termo acsticas atende os mercados da construo civil, industrial e

    automotivo entre outros. Garante conforto ambiental, segurana e aumento no

    rendimento de equipamentos industriais, gera economia de energia com aumento de

    produtividade.

    Figura 21 L de Rocha.

    Fonte: www.diviacorn.com.br. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    L de vidro: Mundialmente reconhecida como um dos melhores

    isolantes trmicos, a l de vidro um dos produtos de melhor desempenho no

    tratamento acstico de ambiente graas ao seu timo coeficiente de absoro

    acstica e caracterizada por baixa condutibilidade trmica e elevado ndice de

    absoro acstica. Sua aplicao, portanto, indicada para forros ou na confeco

  • 45

    de paredes duplas, no processo construtivo conhecido como massa-mola-massa,

    que substitui as paredes pesadas e dificulta a transmisso dos sons graas a sua

    descontinuidade e a grande elasticidade.

    Em geral a l de vidro, utilizada na construo civil e em indstrias para

    aplicao em coberturas, forros, telhas metlicas, divisrias, paredes, dutos de ar

    condicionado, equipamentos industriais, tanques, tubulaes, estufas e

    aquecedores, dentre outras. A l de vidro est disponvel em vrios formatos: feltro

    de l de vidro, manta de l de vidro, painel de l de vidro, calha de l de vidro, flocos

    e forro de l de vidro. Tambm pode ser fornecida com algumas opes de

    revestimento: l de vidro ensacada, l de vidro com vu, l de vidro com papel kraft

    aluminizado, entre outros.

    Figura 22 L de vidro.

    Fonte: www.isar.com.br. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    L de Pet ISOSOFT: Feita a partir de matria prima reciclada

    (garrafas pet), uma alternativa adequada para o isolamento trmico e acstico de

    pisos, paredes, coberturas e telhados. O ISOSOFT uma l de pet de excelente

    performance que pode substituir a l de vidro e a l de rocha, contribuindo para a

    aprovao de construes ecologicamente corretas, que almejam o selo Leed de

    Sustentabilidade (reconhecido internacionalmente pelo Green Building). O ISOSOFT

    oferece tima proteo contra rudos e melhora a sensao trmica dos ambientes,

    pois adequa-se aos mais exigentes projetos arquitetnicos. fabricado em diversas

    densidades e dimenses.

  • 46

    Figura 23 Esquemas de Gesso Acartonado com Manta de L de Pet

    Fonte: http://www.casafozdesign.com.br. Acessado em 21 de Mar. 2014.

    A L de Pet cria uma barreira passagem do calor. Quando colocada

    na subcobertura de telhados e fachadas de edifcios e galpes, melhora o conforto

    trmico, reduzindo o consumo de energia com os condicionadores de ar. Tambm

    pode ser usada em sistemas acsticos para coberturas, fachadas e paredes atravs

    de sanduches de telhas e a combinao de ls de diferentes densidades e

    espessuras ou para paredes secas tipo drywall e revestimento de dutos de ar

    condicionado.

    Tinta isolante trmica: Indicada principalmente para atenuar o calor, a

    tinta isolante trmica um revestimento elastomrico base de gua que incorpora

    em sua formulao polmeros acrlicos combinados com microesferas de cermica.

    Essa tinta utilizada para a impermeabilizao de lajes, telhados, caixas d'gua,

    paredes, galpes, depsitos etc. O poder de isolamento trmico das microesferas de

    cermica proporciona excelente performance ao produto, pois diminui o calor

    causado pela incidncia da radiao solar e reduz em at 65% o calor absorvido

    pelas chapas metlicas e telhados.

    Outras vantagens da tinta isolante trmica: Reduz os custos de

    manuteno dos telhados com a eliminao do choque trmico:

  • 47

    aquecimento/dilatao - esfriamento/contrao; Elimina as goteiras com o

    tratamento dos parafusos de fixao e eventuais trincas; Prolonga a vida til das

    chapas metlicas, formando uma barreira, no permitindo o contato com o ar

    atmosfrico; Isolante Trmico: reflete at 60% da radiao solar. Impermeabilizante:

    revestimento elastomrico que acompanha a movimentao das chapas metlicas

    formando uma camada monoltica de emborrachamento; Isolante Acstico: reduz o

    barulho da chuva em at 60%. 100% Acrlico: composto com polmeros acrlicos

    especiais, no trinca, no descasca e no envelhece; Resistente aos raios UV:

    100% acrlico, no contm plsticos que envelhecem, permanecendo flexvel

    durante todo o tempo; Pode ser lavada sem alteraes de suas propriedades;

    Tempo de secagem: 3 horas a 21 C - 50% de umidade relativa; Tempo de cura: 3

    dias.

    Figura 24 Tinta Isolante Trmica

    Fonte: http://www.sustpro.com/. Acessado em 21 de Mar. 2014.

    Pelculas para vidros 3M Prestige: Pelcula transparente que utiliza

    nanotecnologia no metalizada para criar refletividade inferior do vidro, o que d

    mais transparncia e proporciona mais proteo ao calor. Este filme espectro

    seletivo rejeita at 97% da luz infravermelha solar que produz calor e 99,9% dos

    raios UV, mantendo o ambiente fresco, confortvel e protegido.

  • 48

    Figura 25 Pelcula Solar

    Fonte: www.binnosfilm.com.br. Acessado em 21 de Mar. 2014.

    Vidros de Proteo Solar: Com a funo principal de filtrar os raios

    solares, os vidros de proteo solar diminuem a entrada de calor para o interior do

    ambiente entre 30 e 70%. A temperatura mantem-se sempre agradvel e o espao

    muito mais confortvel, sem afetar a luz natural recebida, o que tambm garante

    economia, tanto com a reduo do uso da iluminao artificial, como tambm com o

    uso do ar condicionado. Alm disso, o vidro promove a interao das pessoas com o

    meio externo e, quando laminado, atua como barreira impedindo a entrada dos raios

    ultravioletas (UV) em quase 100% durante todo o dia e assim capaz de evitar o

    desbotamento de mveis, tecidos e pisos e proteger as pessoas dos danos

    causados pele.

    Figura 26 Vidro proteo solar

    Fonte: www.binnosfilm.com.br. Acessado em 21 de Mar. 2014.

  • 49

    O vidro de proteo solar recebe esta caracterstica j na linha de produo e,

    por isso, tem alta resistncia e no trata-se apenas de uma pelcula aplicada aps a

    instalao do vidro. Em residncias, qualquer tipo de janela pode receber um vidro

    de proteo solar, seja instalando um nova ou substituindo somente o vidro da atual.

  • 50

    6 OBRAS

    6.1 Casa El-Tiemblo

    Arquiteto(s): James & Mau Arquitectura; Localizao: El Tiemblo, vila,

    Espanha; rea do Projeto: 190,00m; Ano do projeto: 2010.

    Projetada pelo estdio James & Mau Arquitectura e construda

    por Infiniski, a Casa El Tiamblo Localizada em El Tiemblo, na provncia de vila,

    na Espanha, o projeto possui cerca de 190 metros quadrados e foi construda em

    seis meses, com um oramento de 140 mil Euros. A casa foi feita de quatro

    containers de 40 ps que no foram escondidos em seu exterior. As paredes

    internas receberam tratamento trmico/acstico com placas de madeira OSB e l de

    rocha e para a cobertura foi composto um telhado verde que ajudou no conforto

    trmico.

    Figura 27 Casa El-Tiemblo

    Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.

  • 51

    Figura 28 Casa El-Tiemblo - Sacada

    Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.

    Figura 29 - Casa El-Tiemblo Cozinha/Sala

    Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.

  • 52

    Figura 30 Casa El-Tiemblo - Cozinha.

    Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.

    Figura 31 Casa El-Tiemblo Sala de Estar.

    Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.

    Figura 32 Casa El-Tiemblo - Fachada

    Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.

  • 53

    Figura 33 Casa El-Tiemblo Quarto casal

    Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.

    Figura 34 Casa El-Tiemblo Planta baixa.

    Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar.2014.

    Figura 35 Casa El-Tiemblo Pavimento Superior.

    Fonte: http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Mar. 2014.

    6.2 43rd St Residence + Building Lab Office

  • 54

    Arquiteto(s): Stephen Shoup Building Lab; Localizao: Oakland,

    Califrnia, USA; rea do Projeto: 120,00m; Ano do projeto: 2010.

    Stephen Schoup, designer e proprietrio da empresa Building Lab Inc,

    projetou seu novo escritrio para que este fosse ampliado de maneira mais

    sustentvel e concluiu que a utilizao de containers, em forma de L, seria uma

    tima forma de incorporar muitos dos materiais que sobraram e suprimentos que

    tinha ao seu redor.

    Figura 36 43rd St Residence + Building Lab Office - Fundos.

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    O novo escritrio criou um equilbrio entre a casa de estilo armazm e

    o ptio no meio. No interior, o espao de trabalho aquecido com pisos hidrulicos,

    ou seja, um sistema de gua quente solar no telhado faz com que ela passe por uma

    tubulao no piso e o aquea, fazendo o mesmo com o ambiente.

    Figura 37 43rd St Residence + Building Lab Office Fachada Frontal.

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    Figura 38 43rd St Residence + Building Lab Office Construo 01

  • 55

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    Figura 39 43rd St Residence + Building Lab Office Construo 02

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    O piso foi executado com placas de cortia que ajudam no isolamento

    trmico. As faces externas do continer foi revestidas com placas cimentcias, e

    recheio com placas de fibra de celulose, conhecidas como Homasote.

    Figura 40 43rd St Residence + Building Lab Office Sala De Estar.

  • 56

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    Figura 41 43rd St Residence + Building Lab Office Execuo da Esquadria.

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    Figura 42 43rd St Residence + Building Lab Office Isolamento Externo.

  • 57

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    Figura 43 43rd St Residence + Building Lab Office Sistema de Aquecimento do

    Piso.

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    Figura 44 43rd St Residence + Building Lab Office Sala De Jantar.

  • 58

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    Figura 45 43rd St Residence + Building Lab Office Quarto.

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    Figura 46 43rd St Residence + Building Lab Office Home Office.

  • 59

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    Figura 47 43rd St Residence + Building Lab Office Planta Baixa.

    Fonte: http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Mar. 2014.

    6.3 Port-a-Bach

  • 60

    Arquiteto(s): Atelierworkshop; Localizao: Hangzhou, China; rea do

    Projeto: Aprox. 15 m; Ano do projeto: 2010.

    Desenhado pelos neozelandeses Cecille Bonifait e William Giesen de

    oficina Atelier, o Port-o-Bach (a palavra Bach um termo Kiwi coloquial

    originalmente derivada de "Batchelor Pad" e frequentemente associada com casas

    de frias e casas de praia) um lar porttil feito de contineres recondicionados. A

    casa do recipiente facilmente transportvel e pode ser usada para situaes de

    catstrofe, suas paredes tm a capacidade de se dobrar para ficar aberta e permitir

    maior incidncia de luz com a criao de uma varanda. As portas de contineres

    podem at mesmo abrir e apoiar uma cama e o recipiente pode ser dobrado quando

    precisar ser protegido para armazenamento ou transporte.

    Figura 48 Port-a-Bach Deck de madeira 01

    Fonte: http://www. atelierworkshop.com. Acessado em 13 de Mar. 2014.

    Figura 49 Port-a-Bach Deck de madeira 02

    Fonte: http://www. atelierworkshop.com. Acessado em 13 de Mar. 2014.

    A casa no ocupa muito espao e requer apenas 40 m de terreno

    plano e seis bases de concreto para servir como fundaes.

  • 61

    Figura 50 Port-a-Bach Cama suspensa.

    Figura 51 Port-a-Bach Quarto.

    Fonte: http://www. atelierworkshop.com. Acessado em 13 de Mar. 2014.

    Figura 52 Port-a-Bach Banheiro.

    Fonte: http://www. atelierworkshop.com. Acessado em 13 de Mar. 2014.

    6.4 Casa Domicela

  • 62

    Arquiteto(s): Danilo Corbas; Localizao: Balsa Nova, Paran; rea do

    Projeto: 30m; Ano do projeto: 2012.

    A cidade de Balsa Nova (PR), a 50 km de Curitiba, foi o lugar escolhido

    pela professora de ioga Domicela Stanczyk para montar sua casa feita de continer.

    A professora teve a ideia durante uma viagem, quando passava por uma estrada

    entre as cidades de Las Vegas e San Francisco, nos Estados Unidos, onde

    encontrada uma maior quantidade de casas desse tipo.

    Figura 53 Casa Domicela Continer HC 40 01

    Fonte: http://www.superinformado.com.br/brasil-mundo/casa-de-conteiner. Acessado em 14 de Mar.

    2014.

    A residncia de Domicela tem 30 m e foi feita a partir de um nico

    continer martimo de 40 ps. Segundo ela, a casa custou R$ 65 mil, incluindo as

    moblias de sala, cozinha, quartos e banheiros, e levou 60 dias para ser erguida.

    Figura 54 Casa Domicela Continer HC 40 02.

    Fonte: http://www.superinformado.com.br/brasil-mundo/casa-de-conteiner. Acessado em 14 de Mar.

    2014.

    Figura 55 Casa Domicela Sala/Cozinha

  • 63

    Fonte: http://www.superinformado.com.br/brasil-mundo/casa-de-conteiner. Acessado em 14 de Mar.

    2014.

    Figura 56 Casa Domicela Continer HC 40 Sala/Quarto.

    Fonte: http://www.superinformado.com.br/brasil-mundo/casa-de-conteiner

    O empresrio Shemuel Shoel, do grupo IRS, conta que cerca de 70%

    da casa montada dentro da empresa e 30% no terreno do cliente. Ele conta que os

    contineres so transportados por caminho e as instalaes ficam ocultas em

    paredes de dry-wall ou outros materiais de revestimento.

    A construo de uma residncia varia de R$ 1.100 e R$ 3.000 por metro

    quadrado e o projeto arquitetnico custa, em mdia, R$ 65 por m. Por no ser

    necessrio fazer fundaes do mesmo tipo das casas de alvenaria, essas moradias

    custam de 20% a 30% menos que uma casa de tijolos e cimento.

    6.5 Casa do Arquiteto Danilo Corbas

  • 64

    Arquiteto(s): Danilo Corbas; Localizao: Cotia, So Paulo; rea do

    Projeto: 196m; Ano do projeto: 2012.

    Uma residncia sustentvel pode ser, sim, descolada, esttica e

    confortvel como o projeto do arquiteto Danilo Corbas. A moradia do prprio

    arquiteto, com 196 metros quadrados, foi estruturada com quatro contineres

    martimos reaproveitados.

    Figura 57 Casa Danilo Corbas

    Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/continer-sustentavel. Acessado em 14 de

    Mar. 2014.

    Alm da rea social, com sala de estar, jantar e cozinha gourmet

    integradas, a residncia conta com escritrio, trs quartos, trs banheiros, rea de

    servio, garagem e varandas.

    Figura 58 Casa Danilo Corbas Construo

    Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/continer-sustentavel. Acessado em 14 de

    Mar. 2014.

    Figura 59 Casa Danilo Corbas Sala de Estar

  • 65

    Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/continer-sustentavel. Acessado em 14 de

    Mar. 2014.

    Figura 60 Casa Danilo Corbas Sala de Jantar.

    Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/continer-sustentavel. Acessado em 14 de

    Mar. 2014.

    Figura 61 Casa Danilo Corbas Sala de Jantar e Cozinha

  • 66

    Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/continer-sustentavel. Acessado em 14 de

    Mar. 2014.

    Figura 62 Casa Danilo Corbas Esquema da Planta Baixa

    Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/continer-sustentavel. Acessado em 14 de

    Mar. 2014.

    Os quatro contineres formam a estrutura da casa, sendo dois

    dispostos no pavimento inferior e outros, perpendicularmente sobre os primeiros,

    formando o pavimento superior. Segundo o arquiteto, o objetivo era reciclar materiais

    e evitar a utilizao de areia, tijolo, cimento, gua e ferro para a estrutura para maior

  • 67

    limpeza. O projeto previa uma terraplanagem suave do terreno, utilizando sistema de

    compensao entre corte e aterro, para manter um nico plat quase em sua cota

    original. Os servios de terraplanagem e limpeza do terreno foram executados em

    um dia.

    Para a fundao da casa, foram utilizadas sapatas isoladas nas

    extremidades dos contineres e sob as colunas de reforo, colocadas para aguentar

    os contineres superiores. De acordo com Corbas, pelo peso da construo, de 18 t

    (4,5 t por continer), no foi necessria a colocao de ferragens nas sapatas.

    Figura 63 Casa Danilo Corbas Esquema Pavimento Superior

    Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/continer-sustentavel. Acessado em 14 de

    Mar. 2014.

    Figura 64 Casa Danilo Corbas Perspectiva 01

    Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/continer-sustentavel. Acessado em 14 de

    Mar. 2014.

    Figura 65 Casa Danilo Corbas Perspectiva 02

  • 68

    Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/continer-sustentavel. Acessado em 14 de

    Mar. 2014.

    O isolamento termo acstico do continer formado por chapas de ao

    foi um dos quesitos que exigiu maior ateno do projetista. A l PET e o drywall

    foram empregados para o isolamento das paredes, enquanto no teto foram utilizadas

    telhas trmicas com uma camada de poliuretano, juntamente com l mineral

    basltica.

    Para deixar a casa mais sustentvel, foram utilizados sistemas como o

    de reuso de gua pluvial, ventilao cruzada nos ambientes, telhado verde, telhas

    brancas, iluminao em LED, sistema de aquecimento solar e uso de salamandra

    para aquecimento. A iluminao tambm sustentvel: o vo formado entre os dois

    contineres inferiores foi fechado com vidro, alm de janelas basculantes, instaladas

    por toda a casa que permitem luz natural.

    Figura 66 Casa Danilo Corbas Noturna 01

  • 69

    Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/continer-sustentavel. Acessado em 14 de

    Mar. 2014.

    Figura 67 Casa Danilo Corbas Noturna 02

    Fonte: http://g1.globo.com/platb/jornalhoje/2012/05/17/continer-sustentavel. Acessado em 14 de

    Mar. 2014.

    7 CONSIDERAES FINAIS

  • 70

    Novas formas de construo tm sido exigidas para atender a

    conscincia ambiental cada vez maior da sociedade. Existe um interesse crescente

    no uso de contineres na construo civil para habitaes residenciais exatamente

    por essa razo, visto que esse tipo de estrutura permite maior reaproveitamento de

    materiais e tcnicas mais sustentveis.

    Os contineres so relativamente baratos, estruturalmente slidos e de

    abundante fornecimento. Apesar de os recipientes serem escuras caixas sem

    janelas, eles podem ser elementos modulares altamente personalizveis de maior

    estrutura depois de trabalhos na arquitetura.

    As vantagens da construo em container so incontestveis: a obra

    chega quase pronta ao terreno, j revestida, necessrio apenas conectar os

    containers e lig-los s redes de luz e gua. Em zonas de difcil acesso, uma obra

    rpida que no requer tanto trnsito de veculos ideal, e com a utilizao desse

    material possvel se construir uma casa em at 3 semanas. O uso de continer

    tambm ecologicamente correto. O aproveitamento de material nobre descartado

    gera economia de recursos naturais que seriam utilizados na obra, como areia, tijolo,

    cimentos, gua, ferro e etc. A arquitetura de container tem vantagens significativas

    em comparao com os mtodos de construo convencionais do ponto de vista

    ambiental, existe a possibilidade de reutilizao e reciclagem dos mdulos alm de

    um grande potencial de desenvolvimento.

    A principal vantagem a econmica, visto que h uma diferena de

    aproximadamente 35% no custo total da residncia, desde a fundao da casa at o

    revestimento externo. Alm disso, os contineres apresentam uma estrutura muito

    forte, pois so projetados para resistir s diversas intempries e suportar grandes

    cargas.

    Atualmente, existem contineres prprios para construo. Para isso,

    cada caixa modulada de forma a assegurar o seu transporte e o fechamento feito

    por painis de vedao e aberturas. So containers novos e feitos em larga escala e

    como sistemas fechados, que normalmente no so compatveis com a

    padronizao ISO. Uma das caractersticas do container para ser usado como

    edificao referente suas dimenses, principalmente a altura interna que

    compatvel para uma pessoa viver ou trabalhar.

  • 71

    A principal justificativa para a construo de edificaes com

    contineres sua utilizao como uma estrutura pr-fabricada. possvel aproveitar

    ao mximo sua capacidade para serem utilizados como meio de transporte, seus

    componentes so feitos em um ambiente industrial (mo de obra e ferramentas

    especializadas) e em srie, e a parte de montagem em loco quase instantnea,

    ganhando em tempo e com um mximo de controle de qualidade.

    Para a arquitetura, a utilizao de contineres bastante interessante,

    pois permite modularidade e grande flexibilidade, dado que as dimenses so

    padronizadas e as peas so facilmente encaixveis entre si o que facilita a

    construo e/ou montagem, permitindo diversas configuraes. Outro fator relevante

    a agilidade na construo, visto que uma casa com estrutura de continer leva

    geralmente entre 60 a 90 dias para ficar pronta.

    Quanto ao manuseio, os contineres so relativamente leves e, com

    isso, podem ser facilmente transportados para qualquer lugar. Soma-se ainda, a

    facildade de serem facilmente levantados sobre estacas acima do nvel do solo, o

    que extremamente til principalmente em reas com risco de inundao ou com

    dificuldades para aterrar/ fazer piso. Dependendo do terreno e do projeto, em

    apenas um dia, os servios de terraplanagem e limpeza do terreno so totalmente

    executados como observado na casa de Daniel Corbas.

    Outra vantagem em relao ao terreno a questo da

    impermeabilizao visto que mais de 85% do terreno fica permevel,

    contribuindo para absoro da gua das chuvas. Assim, existe a possibilidade de

    reuso de gua da chuva, visto que os projetos podem captar gua da chuva pelo

    telhado, deix-la armazenada e filtrada em reservatrio prprio, para uso na

    irrigao do jardim, limpeza externa, lavagem de carro e mquina de lavar roupa.

    Para a ventilao e conforto trmico, os contineres tambm podem

    ser trabalhados com ventilao cruzada e uso de l de PET. A ventilao cruzada

    feita com janelas e aberturas de maneira que seja possvel evitar o uso de ar

    condicionado (um dos grandes consumidores de energia eltrica) por causa das

    correntes de vente criadas. A l de PET serve como isolamento trmico e feita

    base de garrafas PET recicladas.

    Para o acabamento externo de uma habitao em continer,

    necessrio lixar e pintar com tinta anti-corrosiva todo o volume, protegendo-o, assim

    das intemperes. Acima disso, o sistema permite a utilizao de qualquer

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    acabamento, desde ripas de madeira a placas cimenticas, as quais, por sua vez,

    aceitam todos os tipos de pinturas e texturas acrlicas. Assim como o revestimento

    externo, a parte interna de uma habitao de continer aceita todos os tipos de

    acabamento, tendo como base o sistema steel-frame.

    Por fim, apesar de todas as vantagens, pelo fato de o continer ser,

    basicamente, uma caixa metlica, necessrio um bom projeto de conforto trmico

    e acstico para torn-lo habitvel, alm de ser necessrio prever as questes de

    ventilao. Une-se a isso a necessidade de utilizao de um material termicamente

    confortvel entre o revestimento e a placa metlica. Outro aspecto importante a

    elaborao de um estudo do entorno e do clima do local com base nas informaes

    apresentadas com base nos dados do IBGE para o local onde o continer ser

    implantado. Neste estudo, as caractersticas de cada clima e microclima, envolvendo

    ventos predominantes e chuvas caractersticas so diretrizes fundamentais para

    elaborar um bom projeto.

    Sendo assim o continer, quando bem utilizado, resolve problemas do

    seu acmulo em portos e depsitos, pode dar solues de habitao e consegue ter

    uma resposta rpida a situaes emergenciais. Como qualquer sistema construtivo,

    preciso avaliar seu custo benefcio em relao a outras possibilidades e possvel

    afirmar que, ainda que sejam necessrias intervenes para conforto trmico e

    acstico, consideraes sobre o clima e o terreno, as obras realizadas com

    contineres so, em mdia, de 20% a 35% mais econmicas do que as tradicionais

    de alvenaria. Soma-se a isso, as tcnicas sustentveis e de reaproveitamento que

    podem ser aplicadas nos projetos, o que trar, alm de benefcios para o mundo,

    economia futura quanto a energia, utilizao de gua, etc.

    No Brasil, ainda h uma certa dificuldade de aceitar o novo, pois a

    tradio, aparncia e status so muito valorizados. Porm, com os devidos cuidados

    e um bom projeto, as diferenas entre uma casa feita no sistema tradicional de

    alvenaria de blocos cermicos, pouco difere de uma residncia em continer e,

    atualmente, possvel afirmar que esse tipo de construo est ganhando outros

    olhares, com mais valor e interesse.

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    REFERNCIAS

    Livros:

    GARRIDO, Louis De. Sustentainable Architecture Containers. Ed. Morisa, 2011.

    HELBERS, Jill. Prefab Modern. Ed. Glitterati Incorporated, New York, 2004. MLLER, Mary. S.; CORNELSEN, Julce S. Normas e padres para teses, dissertaes e monografias. 6 ed. Atual. Londrina: Eduel, 2007.

    OLGYAY, Victor, OLGYAY, Aladar. Design with Climate: Bioclimatic Approach to

    Architectural Regionalism, 1973.

    SLAWIK, BERGMANN, BUCHMEIER, TINNEY. Container Atlas, a Practical Guide to Container Architecture. Ed. Gestalten, Berlin, 2010. Normas: NBR 10152: Nveis de Rudos para conforto acstico. Rio de Janeiro, 1987 NBR 15575-2013. Norma de Desempenho. NBR 15220-2003 - Conforto Trmico. NBR ISO n 668: Contineres Sries 1 Classificao, Dimenso e Capacidade. NBR ISO n 1161 1984: Dispositivos de Canto Especificaes. NBR ISO n 5973: Tipos de Contineres - Classificao. NBR ISO n 5978: Padronizao. NBR ISO n 5979: Terminologia. NBR ISO n 6346 1995: Cdigos, Identificao e Marcao. NBR ISO n 1496-1 1990: Contineres gerais para propsitos gerais.

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    Sites: 43rd St Residence + Building Lab Office. http://www.buildinglab.com. Acessado em 20 de Maro, 2014. Argila Expandida. http:www.minasit.com.br. Acessado em 20 de Fevereiro, 2014. Casa de Container. http://www.superinformado.com.br/brasil-mundo/casa-de-conteiner. Acessado em 18 de Maro, 2014. Casa El-Tiemblo. http://www.jamesandmau.com/. Acessado em 10 de Maro, 2014. Continer sustentvel. http://g1.globo.com/platb/jornal hoje/2012/05/17/continer-sustentavel/ Acessado em 18 de Maro, 2014. Dados Climticos do Brasil. http://www.ibge.gov.br. Acessado em 16 de Fevereiro, 2014. Dimenses do Container. http://www.containersfirst.com.au. Acessado em 02 de Fevereiro, 2014. Histria do Container.