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Ano 01 | Número 03 | Junho 2012 | R$ 8,00 MANAUS Enchente amazônica Raphael Alves Literatura Milton Hatoum Copa 2014 Dicas para voluntários PREFEITURÁVEIS Eduardo Braga Vanessa Grazziotin Pauderney Avelino Amazonino Mendes Francisco Praciano Hissa Abrahão Serafim Corrêa Rebecca Garcia Marcos Rotta Arthur Neto José Melo

Metrópole Manaus #03

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Revista produzida pela Fronth2 - Comunicação, na cidade de Manaus, sobre entretenimento, economia, politica, cultura, saúde, esporte, tecnologia e muito mais.

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Ano 01 | Número 03 | Junho 2012 | R$ 8,00

MANAUS

Enchente amazônicaRaphael Alves

MANAUSMETRÓPOLEMETRÓPOLEMETRÓPOLE

Ano 01 | Número 03 | Junho 2012 |

METRÓPOLEAno 01 | Número 03 | Junho 2012 |

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LiteraturaMilton Hatoum

Copa 2014Dicas para voluntários

PREFEITURÁVEIS

Eduardo Braga

Vanessa Grazziotin

Pauderney Avelino

Amazonino Mendes

Francisco Praciano

Hissa Abrahão

Serafi m Corrêa

Rebecca Garcia

Marcos Rotta

Arthur Neto

José Melo

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METRÓPOLE MANAUS- ANO 1 Nº 3Junho 2012

Diretor/EditorLuiz Hely Pereira [email protected]

RedaçãoColaboradores: Iram Alfaia, Wander-Lãan Vaz e Gerson Severo Dantas

Fotogra� aHerick [email protected] [email protected]

DesignEduardo [email protected]

ComercialBenilza Belé[email protected]

Contato - [email protected]

(092) 3642-6422

Produção

H2 Comunicação Ltda.Rua 7, casa 8 - Conjunto Castelo Branco, Parque Dez - Manaus- AM.CEP - 69055 - 250Fone (92) 3642 - 6422 e 3877 - 5403e-mail: [email protected]

Textos assinados não refl etem necessariamente a opinião da Revista.

METRÓPOLE MANAUS | junho de 2012 | 3

DIVERSÃO E ARTE | 10

PREFEITURÁVEIS | 12

FUNDAÇÃO NOKIA | 24

ABRH | 27

MILTON HATOUM | 28

DIRETO DE BRASÍLIA | 30

RETRATOS DA CHEIA | 31

COPA 2014 | 06Voluntários: alma da Copa do Mundo

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METRÓPOLE MANAUS apresenta nesta edição uma matéria especial sobre eleições 2012 para a Prefeitura de Manaus. Como contribuição à cida-dania, o jornalista Gérson Severo Dantas faz uma panorâmica sobre os últimos 30 anos da política no Amazonas e traça o perfil dos principais prefeiturá-veis que podem se candidatar no próximo pleito.

Sobre a Copa 2014, o leitor vai encontrar dicas e informações sobre como participar do maior evento esportivo do planeta como voluntário, em diferentes áreas de atuação. Serão milhares de vo-luntários a serem selecionados pela internet, com a supervisão direta da Fifa. É a oportunidade de interagir com organizadores, atletas, jornalistas e torcedores, ampliando a rede de relacionamentos e vivenciando uma experiência única, que vai entrar para a história do país.

Na área de educação e formação de recursos

humanos para atender a crescente demando do mercado, esta edição traz informações sobre inves-timentos em ampliação da Fundação Nokia de En-sino e a perspectiva do 12º Congresso Amazônico de Gestão de Pessoas, organizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos no Amazonas.

O momento atual do escritor amazonense Mil-ton Hatoum, que tem sua obra cada vez mais pres-tigiada no mundo inteiro, ganha destaque para a cultura local. E, elegendo Manaus como centro das atenções, o olhar do jovem fotógrafo amazonense Raphael Alves revela em preto e branco impactos socioambietais da maior enchente dos últimos 100 anos no Amazonas.

Boa leitura.

Manaus no centro das atenções

Contato: [email protected] | Fone: (92) 3642-6422

| EDITORIAL

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Voluntários: alma da Copa do Mundo

| COPA 2014

Muito além dos grandes investimentos que são feitos num evento da grandiosidade de uma copa do mundo, há uma grande de-

manda por pessoas para atuar voluntariamente nas mais diversas atividades. São milhares de candidatos para uma vaga de voluntário, atraídos pelos mais di-versos motivos, pessoais e profi ssionais. Para a Copa do Mundo de 2014, a previsão do Comitê Organiza-dor Local (COL) é que mais de 80 mil pessoas, de todo o mundo, façam inscrições para obter uma oportuni-dade de participar.

Carga horária de 10 horas, durante 20 dias e au-sência de remuneração são características que pode-riam soar como quesitos negativos, mas a maioria dos que se candidatam estão em busca de experiências e possibilidades que este tipo de evento pode agregar às suas carreiras e pessoalmente também, a exemplo do contato com diferentes culturas e possibilidade de ampliar a rede de relacionamentos, inclusive interna-cional.

Os voluntários têm acesso a ensaios, treinamen-tos específi cos, treinos de reconhecimento de campo, zonas restritas de estádios e a atletas, por exemplo, além de vivenciar de perto as ações de organização de um dos maiores eventos esportivos do planeta.

Para a Copa das Confederações, em 2013, se-rão selecionados oito mil voluntários. Para a Copa do Mundo 2014, serão 18 mil, numa média de 1,5 mil para cada uma das 12 cidades-sede, atuando em frentes de trabalho como transporte, mídia, se-gurança, atendimento a turistas, saúde, serviço de idiomas, dentre outras.

Para se ter uma ideia comparativa do tamanho desse contingente, na África do Sul foram seis mil voluntários na Copa das Confederações 2009 e 15 mil na Copa do Mundo 2010.

Processo seletivoAs inscrições iniciam na segunda quinzena de

junho próximo, e só poderão ser feitas on line, no site ofi cial da Fifa (fi fa.com). Podem inscrever-se brasileiros e estrangeiros, com idade acima de 18 anos. No site, o candidato preencherá um formulá-rio com informações pessoais e profi ssionais bási-cas, experiências anteriores em eventos esportivos, participação em programas de voluntariado, habili-dades linguísticas, categoria de habilitação e a área em que pretende atuar.

O processo seletivo envolverá várias etapas, umas presenciais e outras on line (virtual). Dentre

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as etapas, estão a inscrição no site, entrevistas e treinamentos. Um importante critério de sele-ção será a verifi cação de ante-cedentes criminais de todos os inscritos.

A partir da divulgação dos selecionados, que será feita no site da Fifa, todos receberão treinamento de acordo com a área de atuação e procedimen-tos durante o evento.

O trabalhoO trabalho voluntário está

basicamente centrado em auxiliar nas diversas ati-vidades, gerais e específi cas, que o evento exige, dentre elas, credenciamentos; protocolo; venda de tíquetes; logística; serviços de idiomas, médicos e de auxílio ao turista; hospitalidade; atendimento a outros voluntários; recepção em aeroportos e ho-téis; suporte a todas as ações.

Pessoas que já atuaram como voluntários em eventos esportivos internacionais recomendam que um bom desempenho depende de chegar no horário, não faltar e ter capacidade para resolver problemas rapidamente e com discrição.

Apesar de não haver remune-ração para o trabalho voluntário, as pessoas selecionadas receberão uniformes, materiais e auxílio para deslocamento dentro da sede e alimentação quando estiverem em atividade.

SeminárioNo dia 4 de maio, foi realizado

em Manaus o 1º Seminário de Vo-luntariado da Copa do Mundo Fifa Brasil 2014, com representantes das 12 cidades-sede e do Ministério do Esporte, além das presenças do

diretor executivo de operações e competições do COL, Ricardo Trade, e do gerente de voluntários, Rodrigo Hermida.

O seminário teve por objetivo principal escla-recer as dúvidas quanto ao funcionamento do programa de voluntários para a Copa do Mundo 2014 e da Copa das Confederações 2013, como inscrições, números projetados, processo de sele-ção, requisitos para participar e iniciativas de in-clusão.

Se você quer ser um voluntário, leia a seguir al-gumas importantes dicas para tornar-se um deles.

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Quantidade de voluntários na Copa das Confederações e na Copa do MundoEstão previstos 8 mil voluntários para trabalharem na Copa das Confederações e 18 mil na Copa do Mundo, nas ações diretamente ligadas ao evento e aos estádios.

Faixa etáriaIdade mínima de 18 anos. Não há limite máximo de idade.

InscriçãoAs inscrições serão feitas apenas no site ofi cial da Fifa (fi fa.com), a partir de junho de 2012. Depois, é só acompanhar a divulgação dos selecionados, no próprio site.

Portadores de necessidades especiais podem ser vo-luntários e terão iguais oportunidades.

Envio de currículosAs inscrições serão on line. Não adianta enviar cur-rículos.

Processo seletivoEtapas presenciais e on line. Inscrição no site; entre-vistas geral e específi ca.

Acompanhamento do processoTodas as informações fi carão disponíveis no site (fi fa.com) e também na página de cadastro do voluntá-rio.

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Confi dencialidade das informaçõesAs informações dos candidatos serão mantidas con-fi denciais e sob a responsabilidade do COL. Também serão realizadas verifi cações de antecedentes crimi-nais de todos os candidatos.

Escolha da área de atuaçãoOs candidatos poderão informar suas áreas de pre-ferência, porém, durante o processo de seleção, o perfi l individual será verifi cado, assim como as habi-lidades de cada um. É importante que todos saibam que cada vaga requer conhecimentos, habilidades e uma determinada disponibilidade de tempo e, para a oferta de oportunidades, tais informações serão cruzadas para alcançar o melhor resultado possível.

Sem remuneraçãoNão existe remuneração para o trabalho voluntário. O Comitê Organizador da Fifa fornecerá uniformes, auxilio para deslocamento até o local de trabalho (dentro da sede) e alimentação durante o período em que estiver atuando como voluntário.

Disponibilidade de tempo e horário de trabalhoO voluntário deverá ter, pelo menos, 20 dias corridos de disponibilidade durante o evento. O turno de tra-balho diário será de 10 horas.

Habilidades de voluntáriosAlgumas funções possuem requisitos específi cos,

por isso requerem conhecimentos e habilidades específi cas. Assim, serão divididos em especialistas (imprensa, serviço médico e de idiomas, por exem-plo) e generalistas, que estarão mais focados no atendimento ao público.

Quem não mora nas cidades-sedesA inscrição online pode ser feita de qualquer local. O importante é ter consciência de que será preciso estar disponível para o trabalho no período determi-nado e na cidade na qual o voluntário for alocado.

Presença nos jogosVoluntários não terão direito a assentos nos está-dios. Muitos poderão trabalhar em áreas com visibi-lidade para o campo, mas estarão lá a trabalho.

Inglês não é obrigatórioNem todas as atividades necessitam do domínio de outros idiomas. Em algumas funções, no entanto, dominar o inglês é essencial.

Quem mora no exterior e os estrangeirosPodem cadastrar-se no site. Antes do processo sele-tivo, todos os candidatos receberão informações de como serão feitos os contatos.

Contato com o Programa de VoluntáriosPodem ser enviados e-mails para: [email protected]

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| VARIEDADES

LITERATURA

O livro do BoniJosé Bonifácio de Oliveira

Sobrinho, o Boni, de 77 anos de idade, é um homem de comuni-cação, atuando na área de publi-cidade, rádio e TV. Gostando-se ou não, é um dos personagens mais importantes do meio.

Chegou à Rede Globo em 1967 e saiu em 1998, no auge do faturamento e da lide-rança. E ninguém constrói uma carreira das mais bem sucedidas sem conquistar inimizades. Mas também sem vivenciar histórias hilárias e polêmicas do mundo do entretenimento pela TV.

Artistas, diretores, atores, pessoal de bastidores são personagens na biografia de Boni, que revela sua versão de histórias há muito retratadas em outras obras.

Programa Mania de LerO Governo do Amazonas, por meio da Secretaria

de Cultura, lançou os editais do Programa Mania de Ler 2012, voltados ao incentivo à leitura, obras literárias inéditas e textos de dramaturgia, com a concessão de prêmios. As inscrições irão até 29 de junho.

O concurso Antíthenes Pinto premiará cinco obras inéditas, nos gêneros romance, poesia, contos e crônicas, literatura juvenil e literatura infantil. Serão cinco mil reais para cada obra selecionada.

Para incentivo à leitura, o concurso Professor João Crisóstomo de Oliveira abrange três categorias: biblio-tecas comunitárias; escolas comunitárias; e sociedade. Cada projeto selecionado receberá também cinco mil reais.

O concurso de dramaturgia Álvaro Braga premiará dois textos para teatro – um de comédia e um de drama, com premiação de 10 mil reais para cada um.

Os editais e fichas de inscrição estão disponíveis no site www.culturamazonas.am.gov.br. A documentação exigida deverá ser entregue na Secretaria de Cultura, no Setor de Protocolo, na Av. 7 de Setembro, 1546, anexo Palácio Rio Negro, CEP 69005-141, Manaus, Amazonas, de segunda à sexta-feira, das 8 às 13 horas.

MÚSICA

Miguel Zamba & a nata do sambaEste é o título de mais

um CD de samba produ-zido em Manaus.

O sambista Miguel Zamba, há muito tempo na estrada, compôs (com alguns parceiros) todas as faixas do disco e também o produziu, mostrando que é possível, sim, realizar um trabalho de qualidade e conseguir divulgá-lo, inclusive em outras cidades brasileiras.

Vale a pena conferir mais um trabalho de um artista local, à venda nas lojas Bemol e na Disco Laser.

Junior RodriguesConsiderado atualmen-

te como a maior expressão do samba em Manaus, o can-tor Junior Rodrigues trabalha agora em seu terceiro CD, que deverá ser lançado no fim do próximo mês de agosto. O tema é “Todos os santos”.

CINEMANa estrada (On the road)

estreia nacionalmente em 15 de julho.

O filme é dirigido pelo cineas-ta brasileiro Walter Salles e conta a história da transformação do escritor Sal Paradise depois de conhecer um jovem libertário, chamado Dean Moriarty, casado com uma mulher de 16 nos de idade. Os dois amigos cruzam os Estados Unidos numa incrível aventura sem limites.

O filme é baseado no livro de Jack Keouac, publicado em 1957, que influenciou a juventude, principalmente norteamericana, nos conturbados anos da década de 1960.

Diversão e Arte| Wander-Lãan Vaz.

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Eleição multifacetadaO cenário eleitoral para a Prefeitura de Manaus 2012

Gerson Severo DantasEspecial para Metrópole Manaus

A eleição para prefeito de Manaus deste ano promete ter múltiplas faces, como a dispu-ta de velhos rivais, novas caras no tabuleiro

e o famoso “poste” que tem padrinho bom de voto. O certo é que a um mês das convenções partidárias e a cinco da eleição em outubro, o quadro sucessó-rio ainda está em evolução e tudo que é hoje visto como sólido pode muito bem se desmanchar no ar.

Para começar, o titular da cadeira, Amazonino Mendes (PDT), reiteradas vezes disse nos últimos seis meses que não será candidato à reeleição. No princípio de maio disse que estava esgotado, do-ente, e que se não fosse para o estaleiro, morreria. Foram palavras proferidas por ele no mesmo dia em que lançou um programa de franco apelo eleitoral, o S.O.S Enchente, que distribuirá aos fl agelados da

cheia do rio Negro, entre outros mimos, um cartão com R$ 600,00 embarcados. Pra se ter ideia do ne-gócio, o total que será investido pela prefeitura no socorro às vítimas da enchente alcançará a robusta cifra de R$ 16 milhões. No mesmo dia do anúncio feito por Amazonino, o Ministério da Integração Nacional liberou míseros R$ 7 milhões para todo o Estado do Amazonas. Em maio também Amazonino baixou um decreto desapropriando nove terrenos onde serão construídas creches. Serão as primeiras das mil prometidas na campanha de 2008. Talvez Amazonino esteja doente e efetivamente não quei-ra ou não possa ser candidato, isso, contudo, não o está impedindo de agir como candidato à reeleição.

Politicamente o prefeito mostrou a intenção de entrar no páreo quando tomou para si o comando

| CAPA - PREFEITURÁVEIS

Eleição multifacetada

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Amazonino Mendes (PDT) Serafim Corrêa (PSB) Arthur Neto (PSDB)

do PDT, partido que tem um belíssimo tempo na propaganda eleitoral gratuita de rádio e televisão. Seria insano o PDT jogar no lixo a história de qua-dros como o ex-senador Jeff erson Praia, Marlídice Peres, viúva do ex-senador Jeff erson Peres, e o vere-ador Mário Frota, para agora não ter um candidato a prefeito. Para fechar a movimentação do prefei-to, é de unha e carne o relacionamento dele com o governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD). Para Omar, cujo mandato se encerra em 2014, a reelei-ção de Amazonino seria um bom negócio, pois em 2016, apenas dois anos após sair do governo, uma excelente vaga estaria aberta para ele e sem concor-rentes de peso pela frente.

No outro lado dessa disputa entre velhos rivais, o ex-prefeito Serafi m Corrêa (PSB) já está em cam-panha. Desde a derrota, ao lado do senador Alfre-do Nascimento (PR), para Omar Aziz, na eleição de 2010, Serafi m anunciou a candidatura a prefeito. Ele costuma dizer que essa será a “negra” contra Amazonino, que o venceu em 2008 após perder em 2004. O ex-prefeito tem apostado numa chapa puro-sangue, com o deputado estadual Marcelo Ra-mos, jovem liderança do PSB, na condição de candi-dato a vice-prefeito. É difícil manter essa disposição e neste mês Serafi m participou de um almoço com

Omar Aziz e a convite do próprio governador. O re-pasto não signifi ca nada, mas pode signifi car tudo, pois quando políticos se encontram, só conversam sobre política e eleição. De público ambos negam qualquer articulação, mas os bastidores fervem com a possibilidade de Aziz apoiar o ex-adversário. Não por acaso diversas forças políticas que orbitam a “es-trela” de Omar fecharam-se em copas quando ques-tionados sobre o encontro.

Quem também pode dar o ar de sua graça nes-sa disputa entre velhos rivais é o ex-senador Arthur Virgílio Neto (PSDB). Em princípio o tucano estava determinado a conquistar no tapetão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o mandato que perdeu nas urnas para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), mas o processo está se arrastando mais do que o previsto e uma nova eleição recolocaria o tucano no jogo político. Em outubro do ano passado, por exemplo, Arthur chegou a fechar uma parceria com Serafi m, mas com uma segunda rodada de con-versas nesse ano quando ele voltasse de Lisboa, onde estava cumprindo missão como diplomata de carreira que é. Essa segunda rodada não houve até hoje e o que se comenta é que Arthur tem um eleitorado cativo forte o sufi ciente para, num qua-dro específi co, o levar, no mínimo, ao segundo turno

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Eduardo Braga (PMDB) Francisco Praciano (PT) Rebecca Garcia (PP)

da eleição municipal. Mas que quadro específico é esse? A análise leva em conta que Amazonino tem muita rejeição, que a administração dele é mal ava-liada. Outra: Serafim sofre dos mesmos males em função da gestão dele ser recente e igualmente mal avaliada. O único quadro com força suficiente para batê-lo chama-se Eduardo Braga (PMDB), o senador que, ao aceitar o posto de líder do governo da presi-denta Dilma Rousseff no Senado, praticamente saiu do jogo sucessório municipal. Nesse cenário, Arthur vislumbra a chance de ele próprio ganhar a disputa pela cadeira no Paço Municipal que já ocupou entre 1989 e 1992.

Fechando o time da velha guarda da política amazonense está o senador Eduardo Braga (PMDB). A posição dele neste momento do jogo sucessório municipal é curiosa. As pesquisas realizadas até o momento indicam uma vitória fácil dele e já no pri-meiro turno, o que seria algo inédito nas eleições da capital amazonense.

O senador, contudo, isola-se dessa disputa, diz que Manaus precisa de um prefeito jovem e capaz de enfrentar com saúde e vigor os graves problemas

e desafios que a cidade tem. Não se pode dizer que Braga é um velho com seus 50 anos e que não tenha vigor para repetir a bem avaliada passagem dele pela prefeitura entre 1993 e 1996 e pelo Governo do Estado (2003-2009). Mas, assumir a liderança do governo Dilma Roussef no Senado em abril e dar no pé três meses depois para entrar na briga pela Pre-feitura de Manaus é algo que pode trazer estragos à biografia dele.

Pensando nessas coisas e também mirando num eventual retorno ao Governo do Estado em 2014, Braga vem desde o ano passado incensando nomes de outros políticos para a disputa, entre esses o do deputado estadual Marcos Rotta (PMDB) e da depu-tada federal Rebecca Garcia (PP). Ultimamente tam-bém inseriu o nome do deputado federal Pauderney Avelino (DEM), mas um apoio a esse oposicionista soaria muito mal dentro do governo petista que ele lidera no Senado.

De concreto mesmo, Braga tem a disposição o nome de Rotta, pois Rebecca foi vítima de grampos telefônicos no ano passado e esse expediente pode-rá ser retomado neste ano.

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A turma novaCom os medalhões da política amazonense vi-

vendo dúvidas e incertezas sobre a eleição de ou-tubro, uma turma mais nova vem chegando em busca de espaço na briga pela Prefeitura de Manaus. Alguns são políticos experientes, com vários man-datos legislativos, outros são novidades mesmo, até na idade.

Dentre os novos “experientes” estão os deputa-dos federais Pauderney Avelino (DEM) e Francisco Praciano (PT). Na turma dos novos em idade temos no tabuleiro nomes como o da deputada federal Rebecca Garcia (PP), o deputado estadual Marcos Rotta (PMDB), o vereador Hissa Abrahão (PPS) e o ex-vereador Paulo De´Carli (PSDB).

Pauderney Avelino já disse que será candidato, mas sofre com a falta de um arco de alianças que lhe garanta tempo de televisão e espaço para dar o recado de oposição. Para fechar uma aliança com o DEM são poucos os partidos disponíveis no momen-to. Principal aliado dos Democratas em nível nacio-nal, o PSDB e PPS têm candidatos na agulha. Entre os tucanos, se o ex-senador Arthur Virgílio Neto não entrar na disputa, os ex-veredores Paulo De´Carli e Plínio Valério são candidatos a candidato. No PPS,

Hissa Abrahão é nome certo na cédula eletrônica. Para sair numa chapa puro-sangue, Pauderney teria até de convencer os candidatos a vereador do parti-do, que fora de uma coligação terão menos chances de alcançar coeficiente eleitoral e conquistar uma vaga na Câmara Municipal de Manaus. De qualquer maneira, para o Democrata, sair sozinho serve para turbinar a recandidatura dele a deputado federal em 2014. Não perderá nada com isso.

O deputado federal Francisco Praciano (PT) en-frenta adversários dentro do próprio partido para poder sair candidato a prefeito de Manaus. Ex-ve-reador em Manaus e o mais votado na eleição para deputado federal em 2010, desde lá Praciano costu-ra para conseguir apoio dentro do PT para a tese da candidatura própria. Até o momento a corrente dele é minoritária.

A corrente favorita no enfrentamento interno petista é dirigida pelo presidente do Diretório Muni-cipal, o sindicalista Waldemir Santana, patrono das indicações de Vital Rego e Valtair Cruz para cargos no primeiro escalão da administração do prefeito Amazonino Mendes. Santana defende abertamente o apoio petista à reeleição de Amazonino. O encon-

Pauderney Avelino (DEM) Marcos Rotta (PMDB) Hissa Abrahão (PPS)

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tro petista que defi nirá se o partido sai com candida-tura própria acontece no início de junho.

O problema da deputada federal Rebecca Garcia (PP) está no jogo sujo da campanha. Ela foi vítima de um grampo telefônico “tóxico” no ano passado e desde lá seu nome perdeu força no jogo sucessório. Com dois mandatos em Brasília, ela tem a vantagem de ser a candidata num momento em que as mu-lheres estão nos mais altos postos da administração públicas. No entanto, o jogo sujo atrapalha a com-posição de alianças que poderiam turbinar uma can-didatura feminina em Manaus.

Já o deputado Marcos Rotta é o “poste” em bus-ca de um padrinho bom de votos. Uma candidatura dele só se viabilizaria se o senador Eduardo Braga re-almente o empinasse. Rotta tem difi culdades até na

Assembleia Legislativa, onde o desejo dele de presi-dir a Casa é sempre ultrapassado por outro colega, como ocorreu com Ricardo Nicolau.

Hissa Abrahão ganhou destaque na eleição para o governo do estado em 2010. Um pleito que se avi-zinhava polarizado entre Omar Aziz e Alfredo Nas-cimento, terminou com o vereador obtendo quase 10% dos votos válidos e amealhando um capital eleitoral fortíssimo que lhe permitiu vencer uma luta de braço com um político mais experiente dentro do próprio partido, o deputado estadual Luiz Castro. Com o PPS pacifi cado em torno do nome dele, His-sa caminha em busca de alianças que viabilizem um bom tempo de televisão.

No jogo da sucessão municipal existem ao me-nos dois nomes que exercem a função de coringa dos grandes “players” da política amazonense. Tra-ta-se da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) e do vice-governador José Melo (PRTB).

Vanessa é candidata a cargo majoritário há tem-pos, é o principal quadro do PCdoB no Amazonas e ainda busca uma vitória defi nitiva em Manaus. A prefeitura já esteve na alça de mira dela uma vez, em 2004, mas uma campanha viral mostrou que no primeiro ano do governo Lula ela votou por um re-ajuste menor do salário mínimo. “Votei com respon-sabilidade do momento, mas depois todos viram a valorização do salário mínimo e a melhor distribui-ção de renda da história do Brasil. Foi um sacrifício de momento que trouxe benefícios ao longo dos anos”, diz Vanessa, lembrando que pagou o preço por manter-se fi el ao petista.

Na confi guração atual, Vanessa trabalha para ter o apoio do governador Omar Aziz e ainda o do senador Eduardo Braga. Com os dois ela fez parte da coligação que venceu em 2010. Com Omar as chances de coligação são melhores, pois o gover-

nador começou a carreira política exatamente pelo PCdoB e na administração dele o partido dirige duas pastas estratégicas, a Secretaria de Produçao Rural (Sepror), com Eron Bezerra, e a de Esportes, Juventude e Lazer (Sejel), com Alessandra Campe-lo. Já uma composição com Eduardo Braga parece mais difícil no momento em função dos nomes que o senador já colocou no tabuleiro: Rebecca, Rotta e Pauderney. Se Vanessa conseguir o apoio de Omar e Braga terá praticamente selado o destino da eleição e se não cometer erros assume a prefeitura. Só erros crassos, como os cometidos por Amazonino Men-des em 2004 poderão lhe tirar a vitória. Naquele ano, apoiado pelo então governador Eduardo Braga e pelo então prefeito Luiz Alberto Carijó, Amazoni-no viu a vitória de Serafi m Corrêa.

A atuação de José Melo no quadro sucessório em Manaus é a mais discreta possível, não faz ma-rola, não diz que é candidato, não negocia com partidos. Ele é a esfi nge do momento, dizem os ad-versários. Mas Melo é exatamente o candidato do “mar tranquilo”: É aliado de Omar Aziz, de Braga e de Amazonino. Não cultiva inimizades com os pos-

Os coringas do pleito

| CAPA - PREFEITURÁVEIS

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síveis adversários. Como vice-governador tem fo-cado a atuação no interior, daí que em Manaus só colhe louros.

Embora seja o candidato do consenso e da amizade, José Melo é um nome difícil de carregar numa eleição. Na urna mesmo só venceu uma para

deputado federal e na outra conquistou vaga na As-sembleia Legislativa com muita difi culdade. Numa eventual candidatura precisará de uma boa roupa-gem do marketing político para vencer e oferecer uma fi gura diferente da que até hoje se apresentou ao eleitorado.

Vanessa Graziotin (PCdoB) José Melo (PMDB)

Desafi os para o próximo prefeitoO próximo prefeito de Manaus terá grandes de-

safi os a vencer em quatro anos de mandato. Para ter sucesso, precisará resolver problemas complexos como trânsito, transporte coletivo, organizar a cida-de para a Copa de 2014 e ainda estabelecer parâme-tros éticos novos a partir das leis de transparência pública.

Mas nem tudo é problema, o Orçamento da cidade, por exemplo, deve bater neste ano em ro-bustos R$ 3 bilhões, sendo dois terços disso receita própria da prefeitura. Para se ter ideia do tamanho dessa conta, o Governo do Estado trabalha com um orçamento de R$ 11 bilhões. Portanto, Manaus sozi-nha tem quase um terço do orçamento usado para os 61 municípios do Amazonas. Fora isso, e por con-ta de ser cidade-sede da Copa do Mundo, a prefeitu-ra deverá forrar seus cofres com verbas advindas do Governo Federal, como o fi nanciamento para a obra do Bus Rapid Transport, o famoso BRT. A licitação para a construção do novo sistema foi fechada em abril e prevê investimento de quase R$ 300 milhões,

a maior parte fi nanciada por bancos ofi ciais. Na eco-nomia também está previsto um incremento na ar-recadação dos impostos em função da construção de novos hotéis e do reforço no setor de turismo. “A previsão é de que entre muito dinheiro na cida-de, sobretudo com um aumento na arrecadação do Imposto Sobre Serviços”, explica o economista Célio Laredo. “Ao lado disso a Zona Franca prorrogada traz sempre a possibilidade de novos negócios na cida-de e o incremento do parque industrial, o que acaba refl etindo nas fi nanças da prefeitura”, completa.

O próximo prefeito terá ainda de abrir as contas da administração e se expor à fi scalização dos ór-gãos da sociedade civil, além, é claro, dos órgãos de controle, como os Tribunais de Contas e o Ministério Público. A novidade que o eleito em outubro expe-rimentará é a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação, que passou a valer em 16 de maio deste ano. Agora, qualquer cidadão, qualquer entidade, tem direito de pedir da administração pública qual-quer documento que queira. Se não puder emitir na

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A cultura dos candidatos postese seus padrinhos fortes

hora a cópia deste documento, o ente público tem prazo máximo de 10 dias para fazê-lo. “A implemen-tação da Lei de Acesso à Informação é um grande ganho para a sociedade, principalmente para os movimentos populares”, diz o ativista social Alexan-dre Simões.

Para o Instituto Amazonense de Cidadania (IACI), uma das mais ativas organizações da sociedade civil, a entrada em vigor da nova lei vai permitir uma fi sca-lização mais efetiva dos recursos públicos. Hamilton Leão, do IACI, diz que a nova lei é importantíssima para dar transparência no uso dos recursos públicos. “Muitas vezes só temos acesso a documentos públi-cos pedindo ao Ministério Público, de outra forma não temos. Agora será diferente”, afi rma o ativista.

No campo do trabalho “braçal”, o futuro prefei-to de Manaus terá também de enfrentar a popula-ção em campos que vão da ocupação dos espaços públicos ao reordenamento do centro da cidade. Não é mais possível conviver com uma cidade cujas calçadas foram eleitas as piores do Brasil, lembrou

o arquiteto e urbanista Roberto Moita em um semi-nário recente. Para ele, a administração da cidade entrou num processo de “coitadização” de camelôs e fl anelinhas, o que não condiz com o tamanho e a importância da cidade e com os transtornos que eles causam. “É preciso ter uma solução, ter coragem para enfrentar o problema de frente”, diz.

Ao que tudo indica o eleito também terá de to-car a reforma do Plano Diretor Urbano de Manaus, pois o projeto que vinha sendo costurado na atual administração chegou este mês à Câmara Munici-pal e difi cilmente será votado até o fi m do ano. Esse novo plano vem atualizar o de 2002 e adequar a cidade aos desafi os que ela enfrenta hoje, quando está próximo de ultrapassar a barreira dos 2 milhões de habitantes. “Temos problemas complexos que precisam de soluções igualmente complexas, não devemos pensar que tem solução fácil para o trân-sito, transporte coletivo, qualidade de vida, saúde e educação numa cidade cujo planejamento não exis-te”, afi rma o arquiteto Francisco Bezerra.

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As eleições brasileiras, vez por outra, fi cam mar-cadas pela vitória de candidatos absolutamente desconhecidos, mas que tiveram padrinhos fortes. Esse tipo de candidato foi batizado pelo ex-senador baiano Antônio Carlos Magalhães , o “Toninho Mal-vadeza”, de “poste”.

O tipo fi cou conhecido em 1982, quando 40 dias antes das eleições para o governo da Bahia o can-didato de ACM, Cleriston Andrade, morreu em um acidente. Quando questionado sobre o que iria fazer diante do “risco” de perder a eleição para a oposição, ACM saiu com essa: “Se quiser, meu fi lho, elejo até um poste”. Paulo Maluf, então prefeito de São Paulo, trabalhou e conseguiu eleger o poste Celso Pitta seu sucessor. Em Manaus, Amazonino e Eduardo Braga se juntaram e elegeram o então poste Alfredo Nas-cimento prefeito em 1996. O poste mais conhecido

e poderoso, contudo, é a presidente Dilma Rousseff , que foi embalada na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010.

Na Manaus da eleição de 2012 os padrinhos mais fortes são o governador Omar Aziz, o senador Eduardo Braga e até mesmo a primeira dama Nejmi Aziz, hoje um fenômeno de popularidade em Ma-naus. Qualquer poste que tenha o apoio deles entra na eleição com pinta de vencedor.

Os postes que buscam o apoio destes padrinhos poderosos são muitos, mas o principal é o deputa-do estadual Marcos Rotta (PMDB). Outro com cara de poste nessa eleição é o vereador Hissa Abrahão (PPS), o preferido para receber o apoio do prefeito Amazonino Mendes se ele cumprir a promessa de não sair candidato à reeleição.

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Decisão no primeiro ou no segundo turno?Desde 1988, quando foi instituído o segundo

turno nas localidades com mais de 200 mil eleitores, a eleição em Manaus e a eleição para o Governo do Amazonas têm seguido rumos diferentes. Na capi-tal sempre há segundo turno ao passo que para o governo a eleição se defi ne pela via rápida.

Em 1992, quando estava em jogo a Prefeitura de Manaus, Amazonino Mendes, então senador, teve de enfrentar e vencer um duro segundo turno contra o ex-deputado federal José Dutra, apoiado pelo governador e o prefeito da época, Gilberto Mestrinho e Arthur Neto, respectivamente. Dois anos depois, deixando Eduardo Braga na prefeitu-ra, Amazonino foi eleito governador do estado pela segunda vez derrotando no primeiro turno o então deputado estadual Nonato Oliveira.

No embate seguinte pela prefeitura, em 1996, Alfredo Nascimento levou a melhor sobre Serafi m Corrêa, numa eleição apertadíssima que se resolveu no segundo turno. Em 1998, quando Amazonino foi em busca da reeleição para governo – a novidade daquele pleito – Eduardo Braga e Serafi m compuse-ram a única chapa adversária. O resultado também se defi niu no primeiro turno.

Com Braga e Serafi m em lados opostos em 2000, o então prefeito Alfredo Nascimento venceu a eleição na segunda rodada do escrutínio, pois a soma de votos dos antigos aliados na eleição de 98 empurrou a eleição para o segundo turno.

Já ungido “candidato do sistema” - recurso se-mântico inventado por Amazonino para poder lan-çar e apoiar um ex-adversário à sua sucessão - Edu-ardo Braga bateu Gilberto Mestrinho no primeiro turno da eleição de 2002 e fi nalmente alcançou o governo do estado.

Na eleição para a Prefeitura de Manaus de 2004 além do segundo turno, uma característica da cida-de, houve uma novidade: o candidato que virou o primeiro turno em segundo lugar acabou virando a eleição. Naquele ano Amazonino buscava voltar ao Paço Municipal pela terceira vez e contava com o apoio de Braga e do prefeito de então, Luiz Alberto Carijó. Não foi sufi ciente, pois Serafi m Corrêa che-gou ao segundo turno, virou o jogo e levou a pre-feitura pra casa.

A história das eleições para o governo voltou a

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se repetir em 2006, quando Braga buscou a reelei-ção e venceu a disputa contra Amazonino por aper-tada margem de votos. Candidatos nanicos quase empurraram a eleição para o segundo turno, mas a escrita manteve-se e o governador foi novamente escolhido pela via rápida.

Em 2008, Serafi m partiu em busca da reelei-ção, enfrentava candidatos duríssimos: Amazonino Mendes e Omar Aziz. Tudo indicava um segundo turno entre Amazonino e Omar, mas na arrancada fi nal Serafi m entrou em segundo lugar na rodada fi nal do pleito. Não adiantou e pela primeira vez um prefeito que buscou reeleição em Manaus foi rejei-tado e Amazonino conseguiu sua terceira coroa de prefeito da capital.

Para repetir o ciclo, Omar Aziz, que havia perdi-do uma eleição quase certa dois anos antes e já no posto de governador, pois Braga desincompatibili-zou-se para concorrer ao Senado, entrou fi rme na briga para permanecer no cargo e derrotou com alguma facilidade o senador Alfredo Nascimento.

Para o cientista social Francisco Amaral, esse quadro mostra que o eleitor da capital é mais pre-cavido, prefere pensar mais e refl etir sobre as pro-postas antes de dar o veredito nas urnas. “No inte-rior, no rincão do estado, a velha política ainda faz a diferença e há o voto de cabresto, daí que a eleição para governo se resolve logo”, explica.

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Quem é quem no jogo da eleição

Serafi m Corrêa (PSB)

65 anos, natural de Manaus, Economista e Advogado

Auditor fi scal da Receita Federal do Brasil. Integrou o Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, foi professor na Escola de Administração Fazendária, presidiu o Conselho Regional de Economia. Na vida pública foi ve-reador em Manaus (1989-1992), secretário de Economia e Finanças na administração do prefeito Arthur Neto (1989-1992). Foi prefeito de Manaus entre 2005 e 2008. É consi-derado um dos maiores conhecedores do modelo Zona

Amazonino Mendes (PDT)

73 anos, natural de Eirunepé, Advogado

Começou a carreira como advogado tributarista no escritório de Mendonça Júnior. Foi empresário da construção civil, dono da extinta construtora Arca, Em 1983 entrou para a administração pública como prefeito de Manaus indicado pelo então governador Gilberto Mestrinho, fi cou no posto até 1986. Foi governador do Amazonas em três oportunidades: 1987-1990; 1995-1998 e 1999-2002. Foi ainda senador da República entre 1991 e 1992.

O atual prefeito Amazonino Mendes (PDT) é um dos quadros mais experimentados da política amazonense, tendo cumprido três mandatos no Governo do Estado e três na Prefeitura de Manaus. Começou a carreira política pelas mãos de Gilberto Mestrinho e deu sequência ao grupo político dele formando quadros como Eduardo Braga, Alfredo Nascimento e Omar Aziz, políticos com quem hoje tem relações pouco amistosas. Com Braga formou a chapa que ganhou a prefeitura de Manaus em 1992. Ao sair para disputar o Governo do Estado em 1994, Braga fi cou no Paço Municipal e foi o principal cabo eleitoral de Amazonino, que tinha como vice na chapa Alfredo Nascimento. Na eleição municipal de 1996, Amazonino indicou Alfredo como candidato a prefeito e incumbiu Braga de torná-lo um candidato viável. Alfredo bateu Serafi m Corrêa por margem mínima de votos.

Nessa segunda passagem pelo governo Amazonino criou o programa Terceiro Ciclo, que incentivava ativi-dade econômicas novas em municípios do interior. Não deu muito certo. O que marcou mesmo essa gestão foi o esforço empreendido por ele e o então presidente Fer-

nando Henrique Cardoso para a aprovação da emenda que permitia a reeleição de detentores de cargos execu-tivos. Nessa luta Amazonino entrou numa das maiores polêmicas da vida pública dele. Um grampo telefônico mostrou conversas entre dois deputados federais con-versando sobre uma suposta proposta de Amazonino para comprar os votos deles favoráveis à emenda. Os dois foram cassados, mas a emenda foi aprovada.

Neste novo cenário, Amazonino imediatamente se tornou candidato à reeleição e isso o afastou de Braga, que estava na fi la para ser governador em 1998. Os dois bateram chapa pela primeira vez naquela eleição. Amazonino venceu por margem pequena, quase toda oriunda de votos saídos do interior. Na capital deu Braga. Contrariado, Amazonino foi festejar a vitória em Manacapuru, onde tinha colhido mais de 10 mil votos de diferença sobre o adversário. Deste terceiro mandato, Amazonino tirou da cartola apenas um coelho: A criação da Universidade do Estado do Amazonas em 2001, qua-se no fi m da administração dele.

Na fase fi nal do mandato disse que seu candidato seria um “sistema” criado por ele e que qualquer um poderia administrar. Quando todos esperavam que o candidato do sistema fosse o então prefeito de Manaus Alfredo Nascimento, Amazonino apresentou exatamente aquele com quem estava brigado desde 1998: Braga. Quatro anos depois, e com uma derrota para Serafi m Corrêa na disputa pela prefeitura de Manaus de 2004, Amazonino e Braga voltaram a se encontrar na urna eletrônica e dessa vez deu Braga.

Franca, sendo autor de livros sobre o assunto. Com o pluripartidrismo, fundou em Manaus o Partido

Socialista Brasileiro ao lado de fi guras como o ex-senador Arthur Virgílio Neto (PSDB). Em 1988, com Arthur na pre-feitura, Serafi m deixou a Câmara Municipal para ser se-cretário de Economia e Finanças, cargo que ocupou por pouco tempo e abriu uma fi ssura na relação com Arthur.

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Arthur Neto (PSDB)

67 anos, natural de Manaus, Diplomata

Egresso do instituto Rio Branco, responsável pela for-mação dos diplomatas brasileiros, Arthur Neto ocupou poucos postos nas embaixadas brasileiras em função da carreira política que começou no MDB. Em 1978 candida-tou-se pela primeira vez e fi cou com a suplência de Má-rio Frota. Em 1982, na coligação que recolocou Gilberto Mestrinho no Palácio Rio Negro, conseguiu eleger-se de-putado federal. Quatro anos depois rompeu com Mes-trinho, fundou o Muda Amazonas e liderou a oposição contra a candidatura ofi cial de Amazonino Mendes. Data dessa época disputa fi gadal entre os dois. Em 1988, bateu Mestrinho e elegeu-se prefeito de Manaus pela coligação Muda Amazonas, que à época reuniu Frota, Serafi m Cor-

rêa e o PCdoB. Ao fi nal do mandato reatou com Mestrinho e embalou a candidatura de José Dutra a prefeito contra Amazonino. Essa foi a única experiência de Arthur com mandatos no Executivo.

A partir de 1994 iniciou uma bem sucedida carreira no Legislativo nacional, tendo sido eleito deputado federal em 94, reeleito em 1998 e nesse intervalo foi Ministro--Chefe da Casa Civil do Governo Fernando Henrique Cardoso. Em 2002 elegeu-se senador e nos oito anos se-guintes foi o líder da oposição ao governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva. Derrotado na eleição de 2010, voltou aos quadros do Itamaraty e cumpre missão na Embaixada Brasileira de Lisboa, Portugal.

Eduardo Braga (PMDB)

52 anos, natural de Belém (PA),Engenheiro Elétrico

Eduardo Braga entrou na política elegendo-se vereador pelo PDS, o partido que apoiava a ditadura militar, e cum-priu mandato na Câmara entre 1983 e 1986, período no qual Amazonino era prefeito de Manaus. Já em 1986 conquistou uma cadeira na Assembleia Legislativa, com Amazonino indo para o Governo do Estado. Na ALE foi relator da Consti-tuição do Estado em 1989 e, já defi nitivamente no grupo do atual prefeito, tornou-se deputado federal, de onde saiu em 1992 para ser vice-prefeito de Amazonino.

A trajetória comum consolidou-se na eleição para pre-feito em 1996, quando ambos embalaram a candidatura de Alfredo Nascimento. Dois anos depois entraram em choque quando Amazonino buscou a reeleição para o Governo do Estado e Braga fez uma curva à esquerda na trajetória dele

fi liando-se ao PPS, o antigo PCB, e juntando aliados como Serafi m Corrêa, o PT e o PCdoB. Braga perdeu, mas saiu lide-rando a oposição e com encontro marcado com Alfredo em 2000. Perdeu de novo.

Em 2002 fez um movimento de retorno ao ninho de Amazonino e conquistou o governo do Estado, de onde saiu no ano passado para assumir um mandato de senador. Em Brasília Braga é o líder do governo Dilma Rousseff no Sena-do e desconversa sobre a saída deste posto para disputar a prefeitura de Manaus, cargo para o qual é apontado como favorito pela última pesquisa de intenção de votos divulga-da em meados de maio. “O prefeito tem que ser um político novo”, resume.

Vanessa Grazziotin (PCdoB)

50 anos, natural de Videira (SC), Farmacêutica

A senadora Vanessa Grazziottin começou a carreira como professora em escolas públicas, mas desde a uni-versidade militava no movimento estudantil pelo PCdoB. Foi vereadora em Manaus de 1989 a 1998, cumprindo três mandatos seguidos. Em 1998, na coligação de opo-sição que deu suporte a Eduardo Braga (contra Amazo-nino Mendes), elegeu-se deputada federal. Em Brasília fez oposição ao governo tucano de Fernando Henrique Cardoso e apoiou os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2004 disputou a eleição para a Prefeitura de Ma-naus, mas fi cou em terceiro lugar, atrás de Serafi m Corrêa e Amazonino Mendes. Naquela eleição pagou o preço

por ter apoiado no Congresso Nacional uma proposta de aumento do salário mínimo inferior ao que pediam os movimentos sociais, fato largamente usado por seus adversários, principalmente Amazonino. Se no plano na-cional, a atuação de Vanessa foi de apoio a Lula, no plano estadual ela sempre esteve com Eduardo Braga e levou o PCdoB para o governo dele. A retribuição veio na eleição de 2010, quando Braga a ajudou a se eleger senadora der-rotando Arthur Neto, um dos líderes da oposição a Lula. No Senado integra a CPI do bicheiro Carlinhos Cachoeira e fi gura na lista dos 100 parlamentares mais infl uentes do Congresso.

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Rebecca Garcia (PP)

39 anos, natural de Manaus,Economista

Rebecca Garcia construiu boa parte da carreira dela nas empresas da família em Manaus. Foi, por exemplo, diretora geral da Rádio e Televisão Rio Negro, afi liada da Bandeiran-tes. Foi diretora-presidente do extinto Jornal O Estado do Amazonas. No início da década passada enveredou pelo ter-ceiro setor trabalhando na organização não-governamental Centro de Assistência ao Desenvolvimento da Mulher Maria Bonita. No Partido Progressista, comandado pelo pai, o em-presário, ex-deputado federal e ex-vice-governador Francis-

co Garcia, abriu sua carreira política conquistando direto uma vaga de deputada federal. Foi reeleita em 2010 com uma das maiores votações e desde lá é postulante ao car-go de prefeita de Manaus. Atualmente é vista como uma das possíveis indicações de Eduardo Braga, caso este de-sista de sair candidato. Na última pesquisa de intenção de votos divulgada em meados de maio, Rebecca é favorita no cenário que não traz o nome do senador.

José Melo (PMDB)

66 anos, natural de Manaus, Economista

Formado em Economia, José Melo começou a carreira dando aulas em escolas públicas. É deste período que traz o epíteto de Professor José Melo com o qual transitou pela Delegacia Regional do Ministério da Educação, Universida-de Federal do Amazonas, Secretarias Municipal de Educa-ção (Semed) e Estadual de Educação (Seduc), todos cargos ocupados por indicação de Amazonino Mendes. Foi ainda duas vezes eleito deputado federal e uma deputado esta-dual, mas sempre pediu licença para ocupar os postos mais diferentes em governos de Amazonino, como a chefi a do

Marcos Rotta (PMDB)

45 anos, natural de Cianorte (PR),Marketing & Varejo

O deputado estadual começou a carreira em 1989 na TV Tarobá, de Cascavel (PR). Dois anos depois foi ser apresenta-dor de telejornal na TV Timon, em São Luís (MA). Passados mais dois anos veio para Manaus ser apresentador do pro-grama eleitoral do candidato a prefeito Amazonino Mendes, que venceu a eleição de 1992. Após o período da campanha, Rotta fi cou fazendo trabalhos esporádicos na área de comu-nicação institucional e optou por fi car morando em Manaus. Em 1996 aliou-se ao hoje governador Omar Aziz e junto com ele criou e apresentou o programa “Exija Seus Direitos”, que

Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazo-nas (Idam) ou a Sociedade de Portos e Hidrovias do Esta-do (SNPH). Em 2002 Amazonino lhe prometeu a vaga de vice na chapa de Eduardo Braga, mas no dia da convenção “deu-lhe” uma pernada e avalizou o nome de Omar Aziz. José Melo engoliu o caso em seco e entrou no governo de Braga na Secretaria de Governo. Deste posto saiu para ser vice-governador de Omar Aziz. Se há alguém que pode costurar o apoio de Amazonino, Braga e Omar, este al-guém é José Melo.

surgiu na esteira do Código de Defesa do Consumidor. O sucesso do programa embalou a carreira política de Rot-ta, que em 1998 elegeu-se pela primeira vez deputado estadual. Sempre ao lado de Amazonino, Eduardo Braga e Omar, Marcos Rotta seguidamente reelegeu-se para o posto de deputado. Atualmente é vice-presidente da As-sembleia Legislativa e seu nome é o mais comentado nos bastidores para receber o eventual apoio de Eduardo Bra-ga, caso este efetivamente desista de uma candidatura a prefeito de Manaus.

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Francisco Praciano (PT)

60 anos, natural de Itapipoca (CE),Economista e Analista de Sistemas

Praciano foi muito tempo executivo de empresas do Polo Industrial de Manaus e levou para a política a busca por parâmetros empresariais. Abandonou um cargo de gerente da Phillips da Amazônia, então a maior empresa do PIM, para ser candidato a vereador em Manaus pelo PDT. Ficou na suplência de Miquéias Fernandes, que pos-teriormente se elegeu deputado estadual e abriu vaga para Praciano. Na Câmara notabilizou-se por denunciar escândalos de ressarcimentos de despesas médicas que

culminou com a cassação do ex-presidente da Casa, Ce-sar Bonfi m. Curiosamente Bonfi m foi cassado após con-quistar a reeleição em 1992, o que Praciano não conse-guiu. Voltou a CMM pelo PT em 1996 e cumpriu seguidos mandatos, ora pelo PT, ora pelo PDT e ora pelo PV. Desde 2007 cumpre mandato de deputado federal. Em 2010 se elegeu com a maior votação para o cargo. No PT perten-ce à corrente que advoga a necessidade de lançar candi-datura própria, mas essa corrente é minoritária.

Pauderney Avelino (DEM)

58 anos, natural de Eirunepé, Engenheiro Civil

Pauderney começou a carreira na construtora mon-tada em parceria com o irmão gêmeo dele, Pauderley. O negócio deu origem à construtora Capital, hoje Capital/Rossi, uma das maiores do mercado local. Na política foi deputado federal por quatro mandatos, de 1990 a 2006, se destacando na defesa da população e da economia do Amazonas e sempre orbitando o grupo político de Ama-zonino Mendes. Em 2006, contudo, rompeu com o antigo aliado, tomou a presidência do PFL, nome de então do Democratas, e foi candidato ao Senado, tendo perdido

a vaga para Alfredo Nascimento. Em 2008 formou uma aliança estranha à carreira dele, com Arthur Neto e Sera-fi m Corrêa. Serafi m tentava a reeleição naquele ano, mas perdeu para Amazonino. Depois de quatro anos longe da política, Pauderney reconquistou um mandato em Brasília numa aliança com o grupo do governador Omar Aziz. É o único parlamentar amazonense de oposição e é de olho nesse segmento que ele pretende ser candidato a prefeito.

Hissa Abrahão (PPS)

30 anos, natural de Manaus, Economista

Hissa Abrahão é micro-empresário, professor univer-sitário e apresentador de TV. Membro do Conselho Re-gional de Economia, cumpre o primeiro mandato de ve-reador em Manaus. Membro da atual Executiva Estadual do Partido Popular Socialista, é ouvidor geral da Câmara Municipal de Manaus, onde oscila entre a independência em relação à administração de Amazonino Mendes e o apoio explícito em certas matérias, o que lhe traz a pecha

de “esperto” e de possível candidato de Amazonino no caso deste manter a promessa de não sair candidato. O nome de Hissa ganhou relevo em 2010 quando disputou pelo PPS a eleição para o Governo do Estado e amealhou 138.281 votos, exatos 9,7% no estado. Na capital o de-sempenho dele foi ainda melhor, tendo conquistado o voto de 14% dos eleitores manauaras.

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| FNE

Fundação Nokia: expansão para ensino de excelência

Classificada pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como a oitava melhor escola técnica do Brasil e melhor da região norte, a

Fundação Nokia de Ensino (FNE) recebeu este ano investimentos na ordem de R$ 40 milhões, recur-sos da Lei de Informática, da Nokia do Brasil e da própria Fundação, para ampliar sua estrutura física. Os investimentos possibilitarão o aumento do nú-mero de vagas oferecidas e a melhoria na formação dos alunos, que estudam em período integral, prin-cipalmente tendo em vista a grande demanda do mercado por profissionais com formação técnica em nível médio para atender às áreas de tecnologia.

Hoje, a FNE constitui-se um dois mais importan-

tes projetos de responsabilidade social da Nokia no mundo, promovendo ensino de excelência em nível técnico, o que garante o futuro de centenas de jo-vens amazonenses, por meio da educação.

Breve históricoA história da Fundação Nokia de Ensino tem iní-

cio em 1986, quando é instituído o Centro Estadual de Ensino Profissionalizante (Cepi), um projeto da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Su-frama). Um ano depois, a empresa Sharp assume a instituição, que passa a se chamar Fundação Matias Machline, em prédio cedido pelo estado.

Em 2001, a Nokia torna-se a mantenedora da

Integrantes da Diretoria da FNE, Fabíola Bazi, Eliane Martins, Marcos Castro, Ana Rita Arruda; diretor da Nokia Manaus, Paul Evans; vice-presidente da Nokia Mundial, Miklas Savander; e o presidente da Nokia Brasil Almir Narcizo: 40 milhões para ampliar as ações educacionais

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instituição, que passa a se chamar Fundação Nokia de Ensino (FNE) e dá uma nova guinada em seu sis-tema de funcionamento, tornando-se uma das me-lhores instituições de ensino do país, demonstrada por meio do desempenho de seus alunos em com-petições nacionais de conhecimento e nas avalia-ções promovidas pelo Ministério da Educação, por exemplo.

Em 2005, a FNE é classificada como sendo a me-lhor escola do estado do Amazonas, pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No ano seguinte, mantém o mesmo desempenho, de acordo com o mesmo exame. Em 2007, o Enem a classifica como a melhor escola técnica da Região Norte, demons-trando que sua filosofia de ensino evolui constante-mente, de maneira sólida e sustentável.

EstruturaPara um ensino de alto nível, a FNE conta com

instalações de elevado padrão. São salas de aula equipadas com multimídia, laboratórios para todos os cursos, biblioteca, acesso à internet, restaurante e complexo para a prática de esportes.

Atualmente, conta com um laboratório de física, um de química/biologia, três de eletrônica, três de informática, um de eletrônica e um de mecatrônica, que serão reformados e ampliados a partir do pro-jeto de expansão da escola.

ExpansãoEm março deste ano, foi anunciado um grande

projeto de expansão da Fundação Nokia de Ensino, que demandará investimento de 40 milhões de re-ais. Será um novo campus, com 14 mil metros qua-drados de área construída e o aumento de 130% em oferta de vagas, que passará a atender cerca de 3.500 alunos.

O novo prédio utilizará alternativas que privi-legiam a sustentabilidade, a exemplo da energia solar, reaproveitamento de água e total integração com a natureza, organizado em dois blocos parale-los, destinados à escola técnica e ao ensino médio, além do bloco para a área administrativa. Também serão construídas passarelas entre os blocos, que em alguns trechos chegarão à altura das copas das árvores, o que favorece a educação ambiental.

Executivos apresentam maquete da expansão da FNE

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O novo projeto também inclui refeitório com ca-pacidade para 400 alunos, piscina semiolímpica co-berta, laboratórios do parque fabril e auditório para 400 lugares, com vista para a floresta preservada. A previsão é que a obra esteja concluída em outubro de 2013, sem interromper as atividades normais da escola. “Entre o ensino médio técnico, pós-médio técnico e curso de formação continuada ao traba-lhador, a FNE terá 1.600 novas vagas a oferecer to-dos os anos. O ensino médio passará a ter 600 vagas anuais, sendo 70% delas destinadas a alunos prove-nientes de escolas da rede pública de ensino”, diz a diretora executiva da instituição, Fabíola Bazi.

Portfólio atual de cursos- Eletrônica- Mecatrônica- Informática- Telecomunicações- Automação industrial- Eletroeletrônica- Qualidade- Fabricação Mecânica- Núcleo de Mecânica- Manutenção e suporte em informática

Novos cursos- Mecânica- Eletromecânica- Eletrotécnica- Informática para internet- Jogos digitais- Sistemas de comutação- Sistemas de transmissão- Comércio exterior- Logística

| FNE

Os laboratórios possibilitarão atender aos dez cursos que fazem parte do portfólio da instituição, sendo que a expansão possibilitará a inclusão de mais nove cursos. “Temos orgulho em formar pro-fissionais que hoje estão em algumas das melhores empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus e estudando nas mais importantes instituições de en-sino do país”, disse o presidente da Nokia do Brasil, Almir Narcizo, na ocasião do anúncio da expansão da FNE.

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Ao longo do ano, a Associação Brasileira de Recursos Humanos - Secção Amazonas (ABRH-AM) promove uma série de even-

tos, que têm como objetivo levar informações, disseminar conhecimento, fomentar o desenvol-vimento de redes de relacionamento e buscar no-vas soluções na área de recursos humanos.

Um dos mais importantes é o Congresso Ama-zônico de Gestão de Pessoas, que acontecerá no próximo mês de setembro em sua 12ª versão. O tema será “Liderança sustentável: pessoas e re-sultados diferenciados”, quando serão discutidas e apresentadas soluções para potencializar a for-mação de talentos na liderança. No encontro, que conta com a participação de mais de 800 pesso-as, profissionais brasileiros de renome em gestão de pessoas estarão presentes como palestrantes, compartilhando suas experiências.

A ABRH-AM) iniciou suas atividades em maio de 2000, e hoje já conta com quase seis mil asso-ciados, profissionais ligados à gestão de pessoas em organizações públicas, privadas e do terceiro setor.

De acordo com a presidente, Elaine Jinkings, a entidade apóia-se em quatro eixos: representati-vidade, visibilidade, sustentabilidade e associati-vidade, para alcançar seus objetivos estratégicos.

Jinkings também informa que a Associação está aberta à participação de profissionais, mes-mo que não sejam especialistas na área de RH, mas desejem desenvolver-se e aprender mais so-bre gestão de pessoas.

Para o congresso, as inscrições podem ser feitas pelo site “abrham.com.br” ou na sede da ABRH-AM, que fica na avenida Dublin, 1040, sala 18, Barra Center II, Campos Elíseos, em Manaus.

ABRH-AM prepara 12º Congresso

| ABRH-AM

Diretoria da ABRH-AM:ações potencializam gestão de pessoas

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outubro de 2011 | 28

Apontado como o escritor brasileiro mais co-nhecido no exterior, em pesquisa realizada pelo Itaú Cultural em 2011, o amazonense

Milton Hatoum anuncia novas publicações para este ano e para 2013.

No segundo semestre de 2012 sairá a reedição do livro de ensaios “Crônica de duas cidades – Ma-naus e Belém”, que escreveu em parceria com o fi -lósofo e crítico literário paraense Benedito Nunes, anteriormente publicado pela Secretaria de Cultu-ra do Estado do Pará, em 2006. Também está pre-visto um livro reunindo suas crônicas publicadas mensalmente no Caderno 2 do jornal O Estado de São Paulo, periódico do qual é colunista há vários anos. O escritor está atualmente trabalhando em seu quinto romance, que deverá ser publicado no próximo ano, trazendo novamente como cenário a região amazônica.

Milton Hatoum também terá uma de suas obras de fi cção adaptada para a televisão. Há cinco anos, ele negociou os direitos autorais do livro “Dois ir-

Uma obra globalMilton Hatoum

| CULTURA

mãos” com a TV Globo, que deverá ir ao ar em for-ma de minissérie de oito capítulos, dirigida pelo ci-neasta Luiz Fernando Carvalho, também diretor do longa-metragem Lavoura Arcaica e da minissérie Hoje é dia de Maria. “No acordo com a Globo está previsto que a adaptação seja dirigida pelo Luiz Fernando, pois tenho grande respeito e admiração pelo trabalho desse profi ssional”, confessou o es-critor. Hatoum também informou que o roteiro da minissérie já está pronto e que este contrato com a emissora de televisão encerrará em julho de 2013.

Milton Hatoum nasceu em Manaus, em 1952. Mora em São Paulo desde 1998, mas já residiu an-teriormente na Espanha, na França e nos Estados Unidos. No período de 1984 a 1999, foi professor de literatura francesa na Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Também foi professor visitante da Universidade da Califórnia e escritor residente nas universidades americanas de Yale, Stanford e Califórnia.

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Obras

Em 1989, Milton Hatoum lançou “Relato de um certo oriente”, que conquistou o prêmio Jabuti de melhor romance. Em seguida veio “Dois irmãos”, publicado em 2000, que levou o terceiro lugar do Jabuti, além da indicação para o prêmio Impac-Du-blin e de ser eleito o melhor romance brasileiro no período de 1990 a 2005, de acordo com pesquisa realizada pelos jornais Correio Brasiliense e O Esta-do de Minas.

Em 2005, é publicado o seu terceiro romance, “Cinzas do norte”, que conquista cinco importantes prêmios literários – Portugal Telecom; Grande Prê-mio da Crítica – APCA; Jabuti 2006 de melhor ro-mance; Livro do Ano da CBL; e Bravo! de Literatura.

“Órfãos do Eldorado”, o mais recente romance do autor, saiu em 2008, e conquistou o segundo lu-gar no prêmio Jabuti, categoria romance, daquele ano. A obra passa a fazer parte da coleção “Myths”, da editora escocesa Canongate.

Além dos romances, Milton Hatoum também já publicou livros de contos, escreve crônicas e en-saios para diversas publicações brasileiras e estran-geiras, e já publicou obras infanto-juvenis. Sua obra já foi traduzida em 12 línguas e publicada em 14 países.

Milton Hatoum considerou positiva a iniciativa de promover a primeira Bienal do Livro do Amazo-nas, e diz que o estado, que possui o menor índice de leitores do país, precisa também de bibliotecas dotadas de obras de qualidade, em todos os mu-nicípios. “Apóio tudo o que gira em torno do livro, principalmente no estado onde nasci”, disse Ha-toum.

Romances

• Relato de um certo oriente• Dois irmãos• Cinzas do norte• Órfãos do Eldorado

Contos

• A cidade ilhada• Torn• Você tem medo de quê?• Varandas de Eva

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Livros do escritor amazonense Milton Hatoum são traduzidos para vários idiomas

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Xeque-mate A deputada federal Rebecca Garcia (PP) é nome

cada vez mais forte entre os prefeituráveis que dis-putam o apoio do senador Eduardo Braga (PMDB) e Omar Aziz (PMN) para se viabilizar na disputa. Ini-cialmente lançada por Braga, Rebecca agora traba-lha estrategicamente para ser indicada por Omar, o que seria um xeque-mate nas pretensões de con-correntes como Marcos Rotta (PMDB) e Pauderney Avelino (DEM).

Eleições 2012 Há quem aposte que a confi guração do quadro

eleitoral na disputa em Manaus só tenha uma de-fi nição momentos antes das convenções eleitorais. Em 2002, por exemplo, o candidato à vice na cha-pa de Braga ao governo estadual era o atual vice--governador José Melo, que chegou a levar seus familiares e muitas faixas à convenção no Olímpico Clube. Porém, no apagar das luzes, foi Omar Aziz o escolhido.

Copa em ManausEmbora a Fifa classifi que a Arena da Amazônia

na situação de “médio risco”, quanto a possibilidade da obra não ser concluída a tempo, o ministro do Es-porte, Aldo Rebelo, diz que Manaus não “corre risco” de fi car fora da Copa do Mundo. Questionado pela mídia nacional sobre a distância desta sede, Rebelo foi irônico: “Na Copa do Brasil o Palmeiras sai para jogar no Ceará e o time de Curitiba joga no Pará. O avião torna esse problema muito menor”.

Homem-bombaO ex-presidente do Dnit, Luiz Antonio Pagot,

tem potencial para causar um furacão em Brasília caso resolva contar tudo que sabe à CPI do Cacho-eira. Ele teria informações sobre arrecadação de

campanha para o PR e as ações do deputado fede-ral do partido Valdemar da Costa Neto (SP) a fi m de benefi ciar a Delta nos contratos com o Ministério dos Transportes.

Homem-bomba IPor falar em Pagot, ele ainda é réu numa ação

por improbidade administrativa na 5.ª Vara da Jus-tiça Federal em Brasília desde 2008. O Ministério Público Federal pede ressarcimento de R$ 500 mil entre 1995 a 2002 por ele ter acumulado o cargo de secretário parlamentar no Senado e superinten-dente da Hermasa Navegação, que possui sede no Amazonas.

Tragédia da GolAlém dos parentes das vítimas, a Câmara dos

Deputados também exigiu dos EUA punição dos pilotos norte-americanos do jato Legacy que se chocou com o avião da Gol matando 154 na fl oresta amazônica, em 29 de setembro 2006. O voo 1907 saiu de Manaus rumo a Brasília. A Comissão de Re-lações Exteriores daquela Casa realizou audiência pública no último dia 23 de maio cobrando expli-cações das autoridades daquele país. Após conde-nação pela Justiça brasileira, Joseph Lepore e Jean Paladino continuam trabalhando.

CCCA Conta de Consumo de Combustível (CCC),

descontada na tarifa paga por todos os brasileiros para gerar energia no Norte do país, representou R$ 5,85 bilhões no ano passado. Só com a interligação da capital amazonense ao Linhão Tucuruí-Macapá--Manaus, obra prevista para ser concluída entre 2013 e 2014, o governo calcula que essa conta caia em R$ 2 bilhões.

Iram Alfaia

Direto de Brasília

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O midiático AlfredoDepois de deixar o Ministério dos Transportes

bombardeado por denúncias, Alfredo Nascimen-to bem que se esforçou para ficar fora do foco da imprensa. Durou pouco tempo. Como senador, ele teve que se explicar sobre o relatório da CGU que constatou diversas irregularidades na sua adminis-tração. Agora, o ex-ministro volta à cena após no-mear para seu gabinete Mauro Fatureto e Estevam Pedrosa. Os dois, que ocupavam altos cargos no ministério, engrossavam a lista dos 15 servidores afastados por causa das denúncias de corrupção. Por enquanto, o assunto está restrito à mídia bra-siliense.

Bom de lábiaO ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves

(PMDB), discorria com desenvoltura sobre o plano da sua pasta numa reunião da bancada amazonen-se no Congresso. Atentos e agradecidos pela pre-sença do ministro, os parlamentares o aplaudiram no final da exposição. Foi a deixa: “agora eu preciso da ajuda de vocês”, disse o ministro, ao comprome-ter a maioria deles com emendas individuais ao Orçamento para construção de postos do INSS no Estado.

Eleições 2012É dada como certa a candidatura do senador

Eduardo Braga (PMDB) à Prefeitura de Manaus no próximo ano, tendo a deputada federal Rebecca Garcia (PP) como vice. Somente a nomeação do senador para o cargo de ministro, na pretendida reforma que a presidente Dilma Rousseff fará em fe-vereiro, pode mudar essa trajetória. Até lá, Eduardo evita falar abertamente sobre o assunto.

Bolsa VerdeResponsável por resguardar a fronteira, o Exérci-

to também atuará na identificação dos beneficiários do Bolsa Verde lançado em Manaus pela presidente Dilma. O programa integra o Plano Brasil Sem Misé-ria e vai beneficiar 3.500 famílias de extrativistas na Amazônia Legal, com pagamento trimestral de R$ 300,00. A participação dos militares foi uma deter-minação da própria presidente.

DesmatamentoSatélites do Instituto Nacional de Pesquisas Es-

paciais (Inpe) atestam que o desmatamento avan-ça em áreas protegidas na floresta amazônica. Até mesmo em áreas indígenas a situação é preocupan-te, a exemplo da região do Alto Rio Negro onde já foram desmatados uma área de 857,7 km².

Bacalhau da AmazôniaO secretário de produção rural do Estado, o ex-

deputado Eron Bezerra, contribuiu para ampliar os jargões usados em Brasília. Para justificar qualquer procedimento que demanda tempo é recorrente a frase “Bacalhau não é peixe, é um processo”, usa-da principalmente por dirigentes e militantes do PCdoB. O contexto é o processamento feito no pira-rucu, na fábrica construída em Maraã-Am.

CaboclitudeOs amazonenses em Brasília reorganizam a As-

sociação de Amazonenses e Amigos Residentes em Brasília (AMAARB). Recentemente promoveram de-bate sobre o Código Florestal e manifestações cul-turais no Cruzeiro, reduto carioca em Brasília. Mais de 100 pessoas participaram. A turma já articula o V Jantar Amazônico para o dia 6 de dezembro.

O midiático AlfredoDepois de deixar o Ministério dos Transportes

bombardeado por denúncias, Alfredo Nascimen-to bem que se esforçou para ficar fora do foco da imprensa. Durou pouco tempo. Como senador, ele teve que se explicar sobre o relatório da CGU que constatou diversas irregularidades na sua adminis-tração. Agora, o ex-ministro volta à cena após no-mear para seu gabinete Mauro Fatureto e Estevam Pedrosa. Os dois, que ocupavam altos cargos no ministério, engrossavam a lista dos 15 servidores afastados por causa das denúncias de corrupção. Por enquanto, o assunto está restrito à mídia bra-siliense.

Bom de lábiaO ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves

(PMDB), discorria com desenvoltura sobre o plano da sua pasta numa reunião da bancada amazonen-se no Congresso. Atentos e agradecidos pela pre-sença do ministro, os parlamentares o aplaudiram no final da exposição. Foi a deixa: “agora eu preciso da ajuda de vocês”, disse o ministro, ao comprome-ter a maioria deles com emendas individuais ao Orçamento para construção de postos do INSS no Estado.

Eleições 2012É dada como certa a candidatura do senador

Eduardo Braga (PMDB) à Prefeitura de Manaus no próximo ano, tendo a deputada federal Rebecca Garcia (PP) como vice. Somente a nomeação do senador para o cargo de ministro, na pretendida reforma que a presidente Dilma Rousseff fará em fe-vereiro, pode mudar essa trajetória. Até lá, Eduardo evita falar abertamente sobre o assunto.

Bolsa VerdeResponsável por resguardar a fronteira, o Exérci-

to também atuará na identificação dos beneficiários do Bolsa Verde lançado em Manaus pela presidente Dilma. O programa integra o Plano Brasil Sem Misé-ria e vai beneficiar 3.500 famílias de extrativistas na Amazônia Legal, com pagamento trimestral de R$ 300,00. A participação dos militares foi uma deter-minação da própria presidente.

DesmatamentoSatélites do Instituto Nacional de Pesquisas Es-

paciais (Inpe) atestam que o desmatamento avan-ça em áreas protegidas na floresta amazônica. Até mesmo em áreas indígenas a situação é preocupan-te, a exemplo da região do Alto Rio Negro onde já foram desmatados uma área de 857,7 km².

Bacalhau da AmazôniaO secretário de produção rural do Estado, o ex-

deputado Eron Bezerra, contribuiu para ampliar os jargões usados em Brasília. Para justificar qualquer procedimento que demanda tempo é recorrente a frase “Bacalhau não é peixe, é um processo”, usa-da principalmente por dirigentes e militantes do PCdoB. O contexto é o processamento feito no pira-rucu, na fábrica construída em Maraã-Am.

CaboclitudeOs amazonenses em Brasília reorganizam a As-

sociação de Amazonenses e Amigos Residentes em Brasília (AMAARB). Recentemente promoveram de-bate sobre o Código Florestal e manifestações cul-turais no Cruzeiro, reduto carioca em Brasília. Mais de 100 pessoas participaram. A turma já articula o V Jantar Amazônico para o dia 6 de dezembro.

Raphael Alves é fotógrafo profissional com 12 anos de atuação. É formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), onde sua paixão pelas imagens ficou mais intensa.

Já atuou nos principais jornais de Manaus e atualmente trabalha como fotógrafo no Tribunal de Justiça do Amazonas e faz mestrado em Fotojornalismo e Fotodocumentarismo, pela Universidade de Arte de Londres. É pós-graduado em fotografia pela Universidade de Londrina (SC) e em artes visuais pelo Senac.

Raphael vem documentando a cheia recorde dos rios da Amazônia, a maior dos últimos 100 anos, com o rio Negro ultrapassando a cota de 29,9m. Nas fotos, P&B, aparecem a realidade imposta pela subida das águas na Região Metropolitana de Manaus e contrastes que a natureza proporciona ao olhar diferenciado do fotógrafo jovem e criativo, com técnica apurada e aguçada sensibiidade estética.

Retratos da cheia...

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Iranduba Janauarí R. Frei josé dos Inocentes | Centro

R. Frei josé dos Inocentes | Centro

R. Frei josé dos Inocentes | Centro

Betânia

Betânia

R. Barão de São Domingos | Centro

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Cacau Pirêra

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Av. Eduardo Ribeiro | Centro

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Cacau Pirêra

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Cacau Pirêra

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Cacau Pirêra

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METRÓPOLE MANAUS | junho de 2012 | 37

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