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Meu Amor por Carolina

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“Meu Amor por Carolina” nos apresenta uma forma descomplicada de amar que pode inspirar outros casais a escreverem sua própria história com final feliz. Verdade mesmo é que trata-se de um amor pra lá de sério, desses que o cinema já não acredita, que a literatura não apresenta mais; desses que a gente só vê na vida real.

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Copyright © 2010 por Feliciano de Medeiros Barbosa NetoRevisão: Alina Rafaella Macedo Ribeiro MontenegroProjeto Gráfico: Feliciano de Medeiros Barbosa NetoCapa: Feliciano de Medeiros Barbosa Neto

Proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por quaisquer meios, sem permissão por escrito do autor, a não ser em citações breves e com indicação de fonte.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIPBiblioteca Nilo Peçanha - IFPB

82-94B238m Barbosa Neto, Feliciano de Medeiros. Meu amor por Carolina / Feliciano de Medeiros Barbosa Neto._ João Pessoa, PB: [s.n], 2010. 80p.

1. Literatura brasileira. 2. Gênero literário – crônicas.

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É geralmente aqui nesse espaço que os autores gravam algumas palavras a respeito de si. Mencionam sua formação acadêmica, atividade profissional, cor preferida e outros detalhes. Nada contra, sério, mas é que eu sou um pouco apegado à contextualização das coisas e, considerando o contexto que envolve esta obra peculiar, a única informação pertinente sobre mim é:

Feliciano Neto é um cara apaixonado!

Sobre o Autor

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Essa será a dedicatóriamais previsível que você já leu.

À minha esposa amada; Carolina.

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Agradeço ao meu avô e ao meu pai, dois homens de verdade, que me inspiraram a almejar o amor, fazendo com que eu seguisse seus passos.

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Esqueçam os rótulos machistas que muitos tentam impor e escolham amar de verdade.

Leiam a respeito de um amor verdadeiro e não se contentem com menos.

“Aos Leitores”

“Às leitoras”

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Sumário

Prefácios

Não é uma história de amor

Ele está por aqui já faz tempo

Ele é cheiroso

Ele é cheio de defeitos, mas bem difícil de quebrar

Ele é ecologicamente correto

Ele tem uma poupança

Ele corre da kriptonita

Ele acorda de madrugada

Ele se diverte

Ele não gosta de lavar a louça

Ele gosta de aprender

Ele gosta de aparecer

Ele tem DNA

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Prefácio

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Conheço o amor de Neto por Carolina há pouco mais de 3 anos e é certeza afirmar que trata-se de um sentimento extremamente divertido. Sério: até nas oportunidades que tive de jogar as mágoas na mesa e resolver os problemas mais chatos, Neto e Carol sabem muito bem como levar as coisas de um jeito bem humorado. Eu definitivamente consigo imaginá-los fazendo piada enquanto brigam, mas como eu não sou onisciente, não vou arriscar que isso seja totalmente verdade. Verdade mesmo é que trata-se de um amor pra lá de sério, desses que o cinema já não acredita, que a literatura não apresenta mais; desses que a gente só vê na vida real.

Ricardo Oliveira

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Prefácio

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Duas pessoas apaixonadas, muita criatividade, um relacionamento baseado na Rocha e uma decisão firme de conjugar o verbo amar da maneira mais simples, prática e verdadeira. Essa história tinha que virar um livro! “Meu Amor por Carolina” nos apresenta uma forma descomplicada de amar que pode inspirar outros casais a escreverem sua própria história com final feliz.

Vívian L. Wanderley

17Prefácios

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Coloquei uma jujuba de morango na boca e o que senti não chega nem perto do gosto de um morango fresco colhido nas plantações da Califórnia. Calma... tenho um ponto a defender. Prometo! É que o sabor do morango deveria ser o personagem principal da minha experiência com a jujuba e, em seu lugar, encontrei apenas uma vaga referência a existência do fruto. A jujuba ainda estava docinha, macia, mas isso não muda o fato que não tinha gosto de morango de verdade.

Quando pegamos uma história de amor para ler, observamos vários personagens: os principais, os coadjuvantes, os que morrem logo no começo e os que aparecem no final – somente para morrer. O amor nesse tipo de história é o contexto, a motivação dos sujeitos, o tempero das brigas, enfim, ele está presente, mas não é personagem.

Meu Amor por Carolina é o personagem principal desse livro. Em torno dele as idéias irão se desenvolver; é sobre ele que as ilustrações irão falar; e ele será o final de todos os argumentos aqui apresentados. Por isso, não posso chamar essa obra de uma história de amor. Essa é “A história do amor.”

21Não é uma história de amor

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Que fique bem claro: eu acredito em Deus. Logo, não dá para acreditar em Deus e limitar o seu potencial. Até quem crê só um pouquinho nEle vai concordar que faz muito mais sentido um Deus onipresente, onipotente e onisciente. Menos do que isso deixamos de falar em Deus e passamos a nos referir a um tipo de ser super poderoso que está acima de tudo e de todos, mas seres super poderosos sempre têm um ponto fraco, Deus não.

Para ficar menos complicado vamos nos concentrar na onisciência, um atributo ambíguo. Não sabemos se morremos de inveja ou se agradecemos pelo fato dEle nos deixar escolher nossos próprios caminhos. Mas, pense comigo: um ser que sabe de tudo também não sabe o que vou escolher? Qual o próximo passo que irei dar? Ihh, compliquei.

Quando o Meu Amor por Carolina chegou parecia familiar. Foi como um “dèja vú” de sensações que nunca senti, apesar de parecer que sim. Pode soar meio bizarro, mas foi como no dia em que o médico tirou o tampão do meu nariz depois da cirurgia a qual fui submetido a fim de corrigir um desvio de septo. Claro que eu já havia

25Ele está por aqui já faz tempo

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respirado antes, só que não daquele jeito. Naquele momento mágico (quase desmaiei) a forma com que eu passei a respirar se mostrava a mais correta e saudável – à maneira que eu sempre deveria ter respirado. Simplesmente voltar aquele estado fanho e obstruído não fazia mais sentido.

Desde o “haja luz” já havia o Meu Amor por Carolina, ele estava apenas esperando para aparecer. Por isso, não posso ter inveja da onisciência de Deus que guardou por tantos milênios esse amor e o fez chegar na hora certa, exatamente no momento em que meu coração estava forte o suficiente para arrancar o que sobrava de mim e dar lugar ao Meu Amor por Carolina.

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É incrível como nossos cinco sentidos se complementam. Imagine que você vai a um restaurante que acabou de inaugurar e tente recriar algumas sensações das quais descreverei a seguir.

Primeiro você olha para a fachada, dá uma sacada no ambiente, na iluminação, nas pessoas entrando. Nessa hora a sua visão é a principal personagem da sua percepção, visto que a audição ainda está comprometida com os barulhos do ambiente externo. Ok, nada que você viu te escandalizou e, então, decide entrar. A visão ainda está lá, analisando todos os milímetros quadrados do lugar, as cores, a iluminação e as pessoas, mas agora ela tem outra aliada que ajuda a confirmar seus pré-julgamentos, a audição – que percebe a música ambiente e as conversas. Este sentido combinado com a visão trará uma percepção aconchegante do lugar, resultado da análise feita pela mente.

O segundo aliado é o olfato que percebe as nuances de aromas no ar, uma mistura entre a aromaterapia, que o dono do estabelecimento decidiu aplicar na ventilação central, e o cheiro das refeições as quais seus olhos julgaram apetitosas.

29Ele é cheiroso

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A partir do instante no qual o olfato entra em cena, ele trabalha com a visão para acordar o paladar. Mesmo antes das papilas gustativas entrarem em ação, a boca já começa a salivar por simples expectativa.

Ao sentar-se suas mãos correm pela toalha de mesa e pela capa laminada do cardápio até que você decida escolher o que vai comer. A refeição chega, então seus sentidos ficam como uma torcida organizada nos segundos que antecedem o gol – a primeira garfada. Agora sim... a visão da comida, a música ambiente, o cheiro gostoso do molho, o gosto e a textura que sua língua sentem, temos um veredicto.

Fique à vontade se você precisa de uma pausa para comer alguma coisa neste momento. O meu ponto aqui é o seguinte: todas as fases representadas na ilustração poderiam ser percebidas negativamente por algum dos sentidos e mudar sua percepção do restaurante. Uma coisa, porém, é certa. Mesmo se a visão do lugar não agradasse muito, ainda assim você entraria para não perder a viagem. A música poderia ser ruim e o cantor desafinado,

30 31Meu Amor por Carolina Ele é cheiroso

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mas pelo menos as piadas teriam mais combustível. Entretanto, o cheiro forte, azedo e repugnante do lugar, o afastariam para longe, sem chances de apelos. Ninguém senta para comer em um lugar que fede.

Há uma razão pela qual chamamos os cheiros de essências, eles têm o poder de traduzir as coisas. Quando a percepção é positiva, as coisas tornam-se atraentes. Sei de várias pessoas que não gostam de café, por exemplo. Elas dizem que provaram a bebida apenas porque foram atraídas pelo aroma.

Meu Amor por Carolina é cheiroso, ele exala um aroma que atrai as pessoas e as leva a procurar algo parecido para seus corações, ou até mesmo a perguntar se isso tudo é de verdade ou vai ter gosto amargo no final igual ao café. Eu diria que a cada dia Meu Amor por Carolina fica mais apurado. Ele passa por fazes amargas, mas é só mudar o “blend”, acrescentar um pouco de chocolate ou canela e tudo fica gostoso outra vez. Entretanto, o aroma é diferente, ele não desaparece. À medida que proponho manter a

30 31Meu Amor por Carolina Ele é cheiroso

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qualidade da mistura, o Meu Amor por Carolina só fica mais cheiroso. Quem quiser a receita é só observar, chegar perto e até perguntar. Provar é proibido. O gosto é só para o meu paladar.

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Lembra quando eu disse que arranquei uma parte de mim para encaixar no peito o Meu Amor por Carolina? Ele é parte de mim agora e querer que uma parte de um todo defeituoso seja perfeita é bobagem.

O que seria o perfeito, então? Eu disse que acredito em Deus e se fosse definir perfeição, Ele seria a única resposta plausível. Sei que muitos não acreditam nEle pelo simples fato de não conseguir explicar sua existência em um mundo tão cheio de defeitos, mas é aí que mora o perigo. Como alguém imperfeito, cercado de coisas imperfeitas, que fala uma língua imperfeita e cujo computador acabou de travar pode ter a pretensão de querer explicar a perfeição? Nós simplesmente não a conhecemos e a única alternativa para acreditar na sua existência é a fé.

Eu me atrevo a dizer que a fé na perfeição mantém o homem ativo em todas as áreas da vida. Pense nos filmes de ficção científica de décadas atrás: roupas malucas e carros voadores por todos os lugares, comunicadores portáteis, videofones, robôs e comidas desidratadas. Muitas dessas supostas coisas

35Ele é cheio de defeitos, mas bem difícil de quebrar

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perfeitas já foram inventadas e até melhoradas, comparadas as suas versões cinematográficas. Paramos por ai? Não. Apenas descobrimos que elas ainda podem ser aperfeiçoadas.

Meu Amor por Carolina não saiu de um filme, apesar de, às vezes, me fazer sentir leve como em uma caminhada na lua. Ele é imperfeito, mas sem as lacunas deixadas pelas imperfeições essa caminhada seria chata e eu não sentiria o gostinho bom ao conseguir fazer algo melhor do que ontem. O que mantém Meu Amor por Carolina firme é a fé que tenho nele; é a satisfação que sinto quando o vejo ficar mais forte.

A atitude é o que conta aqui. Ainda estaríamos vivendo ao relento se a humanidade olhasse as dificuldades e perdesse a fé na perfeição, mas quando a atitude diante do defeito é diferente, só pensamos em consertar, em construir, em superar. Meu Amor por Carolina existe em um mundo tão imperfeito que o próprio conceito de perfeição é limitado ao conceito de aperfeiçoamento e uma coisa que é constantemente aperfeiçoada não se despedaça facilmente.

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Há quem enxergue todos esses últimos desastres da natureza como uma resposta do planeta aos maus tratos causados pela humanidade. Há até quem diga que a data marcada da paciência dele acabar é 2012, como se o planeta estivesse juntando numa lista negra todo o plástico enterrado, todos os pneus boiando nos rios, todas as latinhas de refrigerantes nas ruas, todas as árvores e animais mortos de forma irresponsável para, na hora certa, jogar tudo em nossa cara com um tapa catastrófico que causaria nosso fim. Eu nada sei a respeito desse senso de vingança da Terra, já conosco – os homens – a conversa muda.

Somos fascinados por vingança. Ela nos motiva, nos domina e até nos diverte. Assistimos ao jogo de futebol e vibramos com o contra-ataque. Jogamos videogame e não aceitamos o game over. Até sentados em frente à televisão mudamos de canal imediatamente quando acontece algo que não nos agradou, deixando o programa “agressor” sem a nossa preciosa audiência.

Vingança, revide, troco, devolver na mesma moeda, chame do que quiser. Meu Amor por Carolina

39Ele é ecologicamente correto

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não é assim. Mesmo a poluição sendo inevitável e a vontade de revidar sendo bem real, as coisas leves são sempre absorvidas e viram fertilizante, garantindo a capacidade produtiva da terra. Até aqueles materiais pesados ou radioativos que aparecem ao longo da história são devidamente removidos do ambiente, custe o que custar. Manter a natureza do Meu Amor por Carolina em equilíbrio não é fácil, é preciso arregaçar as mangas e trabalhar duro, mas, no final, o jardim que se planta é daqueles deslumbrantes, que te oferecem frutos doces, sombra e te cercam de vida.

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Mesmo para aqueles que não gostam de quadrinhos vou citar algo que julgo pertinente, quem sabe até desapontador. Batman e Robin se separaram – ao menos aquele Robin original. O universo das revistas em quadrinhos dá muitas voltas e, entre crises de identidade e catástrofes de universos paralelos, salvo engano, esse já é o terceiro camarada que assume o uniforme de Robin, além do lugar ao lado do “morcegão”. Não pense que estou atendo-me aos detalhes, apenas quero levantar uma questão e instigá-lo a pensar. Porque as pessoas se separam?

Imagine uma equipe bem sucedida. Pode ser de super-heróis, time de futebol, enfim, o que você quiser. Agora pense em uma que se desfez (use o mesmo critério livre de seleção). Sem se deter aos detalhes, tente encontrar uma razão para o sucesso ou fracasso dessas equipes. Sejam quais forem as respostas, sinto-me confortável o suficiente para afirmar que a raiz, tanto do problema quanto do sucesso, é a mesma: confiança.

Agora que sabemos do que vamos falar, não podemos cometer o erro de pensar na confiança como um sentimento ou fator que acontece como

43Ele tem uma poupança

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mágica. Ela está sempre acompanhada de um verbo: depositar. Como todo verbo indica uma ação, concluímos que confiar é uma atitude, um passo, uma escolha. A confiança depositada em nós tem a capacidade de nos fazer ir mais longe e superar dificuldades. É como um super poder que ganhamos. O oposto nos deixa para baixo, nos acorrenta as circunstâncias e nos faz regredir ao ponto de nos fazer desistir.

Meu Amor por Carolina me leva a fazer depósitos de confiança todos os dias, porque ele só consegue existir de forma não platônica quando há em seu contexto um senso de equipe. O legal da confiança é que ela também funciona como uma poupança, quanto mais você deposita, mais você recebe de volta e todo mundo sabe que poupança só é um bom negócio se for a longo prazo. No começo o bolso vai doer, vai ser difícil manter esse hábito, mas ao longo dos anos, os resultados vão te deixando seguro, cercado de estabilidade, é quando o depósito vira uma boa rotina. Meu Amor por Carolina não fica refém da insegurança, os depósitos são feitos diariamente e os lucros dessa aplicação rendem muito bem.

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Vou aproveitar o mundo dos super-heróis pra chegar ao próximo ponto. Todo herói tem um lado fraco, no caso do Super-Homem, a kriptonita. Não recordo de uma cena, nem nos quadrinhos, nem nos filmes no qual o homem de aço corra com toda sua super velocidade em direção a um quilo da substância nociva. Simplesmente, porque ele sabe o que acontece caso chegue perto da pedrinha e ninguém, em sã consciência, escolhe se estrepar, certo?!

Os milhões de lares desfeitos por aí respondem a pergunta cuja resposta deveria ser óbvia. É como se existisse no mundo uma verdadeira cruzada pela kriptonita perdida. Nós procuramos por ela, olhamos por ela, chegamos perto dela, tocamos nela e levamos ela para dentro de casa. Metáforas engraçadinhas à parte, falo aqui dos homens mesmo. Esse conceito de “macho man”, que a sociedade prega nas entrelinhas do seu cotidiano e da sua cultura de massa, só nos faz confundir um problema sério como algo normal, que acontece todo dia com todo mundo.

Meu Amor por Carolina tem sua kriptonita,

47Ele corre da kriptonita

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mas ele também tem um senso de auto-preservação muito grande que o leva a desviar do cativante brilho verde e, se preciso for, até correr dele. Quando o brilho está hipnotizante, ele desenvolve em mim uma miopia voluntária, mas se algo me parece apetitoso, ele me faz entrar de regime e, se tudo isso vem em minha direção como uma locomotiva desgovernada, ele me dá pernas para correr ainda mais rápido.

Você achou isso patético? Melhor ter cuidado, pois é sintoma de quem está muito perto do perigo. Correr de algo que sei que vai me fazer mal não faz de mim um covarde e, sim, demonstra minha determinação de sobrevivência. Inclusive, correr exercita. As pernas ficam mais fortes, o peso “extra” some e as corridas ficam mais rápidas e eficientes.

Meu Amor por Carolina me faz correr, mas não de medo, ao contrário, de coragem. Ele me faz ir em busca de desafios, porque no fim de uma corrida sempre há um prêmio e os ganhadores, apesar do percurso difícil, sempre são lembrados por suas conquistas.

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Dizem que amor de mãe muda as mulheres, elas ficam mais sensíveis em relação aos filhos, viram feras quando alguém os machuca, entre outras características que todo mundo que tem mãe pode listar. Eu também já ouvi que o sono das mães fica mais leve para que elas possam acordar imediatamente durante a noite ao menor choro ou tossidinha dos seus filhotes adormecidos. Isso me soa familiar.

Tenho a impressão que quando o Meu Amor por Carolina chegou também me presenteou com habilidades especiais. Eu não ando em paredes ou saio voando por aí, mas passei a me sentir forte. Porém, essa força nova que toma conta de mim tem um propósito.

Agora, minha função, independente de qual seja a minha profissão, é cuidar, proteger, encorajar ou até mesmo empurrar. Isso me enche o peito, tanto de responsabilidade quanto de orgulho. Mas essa nova identidade tem que ser abraçada e, pra isso acontecer, tenho que – inevitavelmente – deixar de pensar em mim mesmo numa proporção bem grande. É como se eu deixasse de ser um projeto de homem e passasse a obedecer à risca o projeto do

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homem (isso mesmo, ser homem não é ser macho, isso até cachorro consegue ser). Algumas vezes, durante a madrugada, Meu Amor por Carolina me faz acordar, mas isso é bem diferente do que acordar assustado com um pesadelo, esse é um despertar proposital. Meu Amor por Carolina me faz pensar no futuro, sonhar com sono, porque quem sonha com sono, sonha melhor do que quem sonha acordado. Esses sonhos que tenho nesses minutos escuros viram ingredientes que temperam meu vigor e são traduzidos em metas e objetivos.

Meu Amor por Carolina me motiva a superar as dificuldades e me faz sentir invencível. Nessas horas minhas motivações erradas são deletadas e substituídas por novas. É também nesses momentos que as peças do quebra-cabeça diário são mais facilmente encaixadas e as soluções ficam mais nítidas. Muitas pessoas estão perdidas na vida, sem saber o que fazer. Eu não estou entre elas, porque o Meu Amor por Carolina me acorda de madrugada e me faz lembrar que a minha vida tem um propósito.

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Há estudos científicos os quais comprovam que o sorriso, ou até mesmo a gargalhada, faz um bem enorme para a saúde. Quem se cerca dessas sensações vive melhor e até mais. O senso de humor é uma característica inata ao ser humano. Aquelas risadinhas infames das hienas são pura fantasia de Hollywood. No entanto, sobra capacidade de sermos bem humorados e cada vez mais nos faltam os motivos. Será mesmo?

Pense bem, talvez isso seja uma simples questão de educação, de treinamento mesmo. Os grandes comediantes de “stand up comedy” são pessoas que sempre enxergam as situações cotidianas por um prisma que a maioria das outras não consegue. Afinal, ninguém pagaria ingresso para os seus shows se todo mundo tivesse a mesma visão que eles. Penso nesse argumento como prova de que motivos para rir não faltam. Porém, a dificuldade nunca foi essa. Ser bem humorado é muito diferente de ser feliz.

Felicidade é quando a alma continua sorrindo mesmo quando os olhos estão chorando. Faço questão de frisar que este não é um livro de

55Ele se diverte

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auto-ajuda. Felicidade é um estado contínuo, é um lugar difícil de alcançar. Leva tempo, treinamento, esforço, é um processo de descoberta. As pessoas realmente felizes descobriram que felicidade não é sentimento, é um fruto que não se colhe nas circunstâncias, é um fruto do Espírito. Eu disse que acreditava em Deus, lembra?

Meu Amor por Carolina me faz rir à toa e procurar as coisinhas engraçadas no cotidiano. Ele me leva a planejar sustinhos do tipo “buuh” nos cantos da parede, a liderar perseguições de cócegas pela cozinha. Enfim, Meu Amor por Carolina me faz feliz.

Essa felicidade ajudou-me a perceber que o Meu Amor por Carolina é daquele tipo que faz respirar fundo. É um amor que mesmo estando no meio de um vendaval, mesmo cercado de problemas, mesmo faltando motivos para sorrir, ainda está lá, marcando presença e dizendo que tudo vai ficar bem.

Apesar do Meu Amor por Carolina não ser o motor gerador da verdadeira felicidade, foi quando

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ele chegou que o caminho árduo até ela passou a valer mais a pena. Eu posso dizer sem medo que a minha motivação de levantar o braço, às vezes cansado, para colher o fruto da felicidade, é o Meu Amor por Carolina.

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É difícil acreditar, mas existem pessoas que realmente gostam de lavar a louça. Elas percebem esse momento como uma oportunidade terapêutica. A espuma entre os dedos e a água escorrendo pelas mãos já foram até usadas em campanha de detergente pela mídia. Enfim, meus perdões aos metrossexuais, mas essa prática doméstica é chata. Não consigo ver nada de atraente a respeito disso. No entanto, tomar um xarope amargo quando está com tosse traduz em apenas segundos de desconforto e faz um bem enorme ao longo prazo.

O Meu Amor por Carolina me faz ver que a colher do xarope amargo é algo necessário. Mesmo sem tomar o remédio posso até levar a bronquite adiante sem me preocupar e, depois, sentir-me melhor. Entretanto, o pigarrinho chato vai sempre marcar presença e aparecer nos momentos mais inconvenientes.

Relacionamentos humanos são como pulmões frágeis, suscetíveis a adquirir essas doenças tropicais. Quando ignoradas podem transformar-se em pneumonias fatais. Porém, tudo seria resolvido se o “pirralho mau criado” aceitasse a colher do

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xarope amargo de vez em quando ou se lavasse umas panelas, por exemplo.

Um pulmão bem cuidado tem muito mais capacidade respiratória do que um pulmão com bronquite, ou seja, mais fôlego. Com mais fôlego corremos maiores distâncias e conseguimos ser mais criativos (por causa do cérebro bem oxigenado). Às vezes até conseguimos uma pausa do mundo real quando, ao prender a respiração, mergulhamos em um ambiente refrescante e azul como o oceano. Sei que abri uma janela de metáforas, mas lembre-se: estamos falando de relacionamento.

Confesso que ainda perco algumas brigas para o “pirralho mau criado”, mas é o Meu Amor por Carolina que me mantém em cheque. É ele quem me faz segurar a colher, tanto do xarope, quanto a que está suja na pia. E quando acontecem as brigas, é o Meu Amor por Carolina que me diz no canto da orelha uma expressão bem pertinente do nordeste brasileiro: “crie vergonha seu cabra!”.

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Temos uma idéia errada dos professores, principalmente enquanto ainda estamos sentados nas nossas carteiras confortáveis e nos preocupamos apenas em acertar a peteca na cabeça do “nerd” da primeira fila.

É tão mais fácil olhar através da nossa perspectiva e julgar que somos os culpados, que nós temos que nos matar de estudar e que somente nós temos que nos esforçar para cumprir as responsabilidades e aguentar as cobranças que são colocadas sobre nossos ombros. Grande engano.

Outra utopia, na qual teimamos em acreditar, é que um dia vamos parar de estudar. Talvez este não seja o verbo adequado, eu mesmo conheço vários indivíduos que são completamente contra essa prática. O verbo que se encaixaria melhor no contexto seria aprender.

A informação sempre foi um produto com prazo de validade curto. No passado ela até durava mais um pouquinho, mas nos dias de hoje, um momento de distração pode te levar a ingerir informação estragada. Temos que ficar ligados

65Ele gosta de aprender

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e atentos. Recentemente troquei de lado, virei professor, e só assim pude provar que esse negócio de aprender não apenas é contínuo como também vai ficando pior. Eu já fui um daqueles alunos bobinhos de peteca na mão que julgava o trabalho do professor fácil, hoje vejo de perto o trabalho que esse profissional tem nas mãos. Desta forma, posso afirmar – mesmo em tom ambíguo – que a principal função do educador não é ensinar, é continuar aprendendo.

Meu Amor por Carolina gosta de aprender e, se ele tem alguma coisa para ensinar, que seja isso. Assim como todo ser vivo precisa ser alimentado para continuar em pé, Meu Amor por Carolina precisa aprender a ser melhor para continuar sendo relevante. Sim, é possível que o amor fique melhor, é só prestar atenção nas coisas certas. Já ouvi dizer que o bom aluno aprende com os erros dos outros, nesse caso, isso pode lhe atrasar um pouco. Pense comigo: se o Meu Amor por Carolina ficasse dependendo dos tropeços dos outros para aprender alguma coisa, tudo que ele iria aprender é onde não deve pisar e, cá pra nós, o mundo é bem grande e as possibilidades de caminhos também. Ao invés

66 67Meu Amor por Carolina Ele gosta de aprender

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disso, a partir do momento em que ele prestasse atenção em quem tem acertado, não só aprenderia os locais onde moram os perigos, mas como traçar uma rota segura.

É importante ressaltar sobre a cultura da independência ou morte, que geralmente fabrica independentes mortos. Quando ouço alguém dizer que não se arrepende de nada na vida fico bastante preocupado. Arrepender-se é mudar de caminho e todo mundo bate a cara em um paredão às vezes. Permanecer com a cara lá é pura estupidez. Meu amor por Carolina tem que aprender muito, mas aprender com quem está acertando, porque quem acerta, mesmo que já tenha tropeçado, aprendeu a levantar.

66 67Meu Amor por Carolina Ele gosta de aprender

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Uma vez, assisti um comercial americano de um produto bem interessante. Era um aparelhinho que ajudava a encontrar o controle remoto da televisão. O produto era bem simples, um pequeno dispositivo sonoro colado no controle remoto e um botão, que o acionava, colado na parede. Quando alguém perdia o controle, era só acionar o botão que o objeto praticamente anunciava seu paradeiro. O comercial era meio tosco, mas o conceito defendido me chamou a atenção.

Adianta ter algo e não saber em que local está? É o mesmo que esquecer para sempre a senha da poupança. O valor real das coisas, inclusive do dinheiro, não está no seu potencial e, sim, no uso. Ao perdermos o controle remoto, nossa primeira reação é revirar a casa inteira. Quando não conseguimos encontrá-lo ficamos com raiva e frustrados. Mesmo depois de procurar muito, se ainda sim não o encontrarmos, compraremos um novo. Nesse ponto não adianta mais bipar, o controle velho já não serve mais. Que valor teria todo o Meu Amor por Carolina se ficasse escondido pelos cantos? Todo amor precisa aparecer para ter o seu valor percebido.

71Ele gosta de aparecer

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Outra coisa que também costumamos perder constantemente são as chaves, pequenos objetos cujo valor é incalculável, afinal de contas sem elas não conseguimos abrir portas. Meu Amor por Carolina tem uma função parecida. Ele tem capacidade de abrir portas por vezes traduzidas em sorrisos, em abraços. Entretanto, esse amor também tem a capacidade de abrir a porta da alma. O mais curioso disso tudo é que, com o mínimo de disciplina, podemos evitar esses desaparecimentos repentinos, basta apenas lembrar que coisas importantes devem estar sempre visíveis.

Meu Amor por Carolina fica pendurado em meu pescoço como uma melancia. Pode até parecer ridículo para muitos, mas não para quem realmente importa, e a doçura desse amor supera o peso inerente ao seu tamanho. O Meu Amor por Carolina aparece e, assim, demonstra seu valor.

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Fulaninho é a cara do pai; tal pai tal filho; cara de um focinho do outro; filho de peixe peixinho é. Essas são apenas algumas expressões populares que descrevem o fator de influência que a genética tem nas nossas vidas. A bíblia diz que fomos feitos a imagem e semelhança de Deus, portanto, acredito que está implícita a lógica de que também vamos criar seres à nossa imagem e semelhança quando nos reproduzirmos.

Quero me deter um pouco nessa palavrinha: semelhança. Quando definimos algo como semelhante a outro estamos querendo dizer que eles são muito parecidos, mas não iguais. Mesmo que toda a humanidade estivesse reproduzindo cópias iguais de si mesmos, provavelmente, não teríamos chegado muito longe; igual é igual, sem nenhuma diferença, uma cópia exata do original, uma ovelha Dolly.

O potencial que reside na semelhança é algo imensurável, por isso estamos cada vez mais inteligentes, cada vez mais fortes, cada vez mais capazes de realizar coisas antes julgadas impossíveis. É exatamente pelo poder da semelhança que todos os recordes registrados serão batidos

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um dia. Quando Deus diz que nos criou à sua imagem e semelhança, Ele quis nos dar a chance de crescer, de melhorar, de repetir o que já é bom e consertar o que deu errado. É claro que, nesse caso, fomos colocados bem no final da fila. Ninguém consegue se igualar ao potencial de Deus, mas suas semelhanças, seus traços genéticos, estão em nós. Somos criativos e inteligentes, capazes de coisas que nenhum outro ser vivo consegue. Amar é uma delas.

Meu Amor por Carolina tem esse DNA, ele vem de uma fonte perfeita de amor, uma fonte que serve de referencial para o seu aperfeiçoamento constante. É dessa fonte que vem o desejo de continuar, de ser melhor e de bater os recordes. Essa fonte é o referencial, é a bússola que guia o Meu Amor por Carolina no caminho certo. Essa fonte é o amor de Deus.

Não adianta acreditar em algo que não se vive. Toda fé sem frutos é morta. Quando eu digo que acredito em Deus, entenda-se que eu vivo guiado por esta afirmação. Meu Amor por Carolina é grande, é daqueles que te leva a escrever um

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livro, mas não se compara ao tamanho do amor que vem da fonte, um amor que te enche tanto a ponto de te fazer amar. É bom saber que ela nunca vai secar. Logo, nem o Meu Amor por Carolina.

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“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz

inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente

do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais acaba...”

I Coríntios 13: 4-8

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