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MEU BOTECO Laura Pessoa Gonçalves Garcia

Meu Boteco

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Projeto de Conlusão em Design

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Page 1: Meu Boteco

MEUBOTECOLaura Pessoa Gonçalves Garcia

Page 2: Meu Boteco

PROJETO DE CONCLUSÃO DE CURSO EM DESIGN - 2012

Laura Pessoa Gonçalves GarciaOrientador: Prof. Dr. Cláudio Roberto y GoyaUNESP - BAURUFaculdade de Arquitetura Artes e Comunicação

Page 3: Meu Boteco

ÍNDICE

PORQUÊ

3 _O Eu

4 _Bauru + Rio

5 _Boteco Botica Botequim

7 _Comida de boteco: a delicia dos sabores e as boas companhias

9 _Do boteco nascem as grandes parcerias, histórias e a cultura brasileira.

11 _O Zicartola

14 _Maravilhoso Vagabundo-Cartola

15 _A Garota de Ipanema

16 _Joseph Joseph

DESENVOLVIMENTO

18 _Objetivos

19 _Público Alvo

23 _Juntando Tudo

25 _O “Meu Boteco”

35 _Detalhamento Técnico

41 _Execução de Protótipo

46 _Conclusão

47 _Agradecimento

48 _Bibliografia

ÍNDICE

PORQUÊ

3 _O Eu

4 _Bauru + Rio

5 _Boteco Botica Botequim

7 _Comida de boteco: a delícia dos sabores e as boas companhias

9 _Do boteco nascem as grandes parcerias, histórias e a cultura brasileira.

11 _O Zicartola

14 _Maravilhoso Vagabundo-Cartola

15 _A Garota de Ipanema

16 _Joseph Joseph

DESENVOLVIMENTO

18 _Objetivos

19 _Público Alvo

23 _Juntando Tudo

25 _O “Meu Boteco”

35 _Detalhamento Técnico

41 _Execução de Protótipo

46 _Conclusão

47 _Agradecimentos

48 _Bibliografia

Page 4: Meu Boteco

PORQUÊ

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O EU

Durante a procura de um tema para meu PCC, percebi que não adianta tentarmos fugir de nossas raízes, do que nos fundamenta, pois sempre acabamos voltando naturalmente ao que somos em nossa essência.

Muitos temas vieram e foram antes de eu encontrar o que realmente me deixou satisfeita. Instalações, grandes conceitos, pesquisas que me fizessem mostrar um projeto teórico muito bem fundamentado e por aí em diante, mas nada disto dizia alguma coisa sobre mim.

Cheguei à conclusão de que o importante era, junto com um trabalho bem feito, eu me retratar e mostrar aquilo que fez parte de mim durante todo o período da universidade, e foi aí que o trabalho começou a fluir. As ralações humanas que mantive durante este período me marcaram muito, foi uma época em que eu senti que estava conhecendo pessoas que me completavam, me entendiam e com quem eu conseguia conversar em uma mesma linguagem.

Os encontros com estas pessoas nos mais diversos ambientes, nas repúblicas e bares, além da sala de aula, faziam com que grandes ideias e discussões surgissem e essa simplicidade e brilhantismo destes convívios me fascinavam. Isso me motivou a procurar meu tema do PCC nessas relações, da onde eu aprendi tanto.

Outro ponto importante é tudo que nossa família nos traz e nos ensina, e uma das principais coisas que marca minha família é o gosto pela cultura brasileira, pela música e pelos costumes. As viagens sempre regadas à música e cantorias que só acabavam quando não tínhamos mais voz. Sempre cercada de grandes músicos e pessoas que eu admirava e com quem eu aprendi tanto sobre a música brasileira.

E, por fim, a minha mudança para o Rio de Janeiro, onde mais do que nunca consegui vivenciar esta cultura brasileira tão forte e presente nas pessoas e nos lugares e que, naturalmente, sem saber, já fazia parte de mim.

O EU

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Observando as minhas vivências, entre a vida universitária na cidade pequena e a vida em um grande centro urbano, percebi as diferenças de costume social que caracterizam cada um destes ambientes.

Na cidade interiorana, universitária, se observa o costume do convívio social das pessoas no interior das casas, ao passo que, nos grandes centros, esta convivência social se dá em ambientes externos, como por exemplo, nos bares, onde as pessoas se encontram para conversar, contar sobre a vida, trocar ideias, enfim, se confraternizar. Desta forma, o conceito que busquei para o meu projeto reúne estas duas faces da convivência social, ao que dei o nome de “móvel bar”, o qual alia o conforto e bem estar do ambiente doméstico e o conceito de encontro, confraternização e simplicidade característicos dos “botecos”

É trazer o boteco para dentro de casa.

BAURU + RIO

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Page 7: Meu Boteco

BOTECOBOTICABOTEQUIMA palavra boteco vem do grego apothéke, depósito. O “boteco” é diminutivo de “botequim”, que, por sua vez, tem a sua origem na palavra “botica”, armazém onde se vendia de tudo um pouco no começo do século passado. Os clientes iam para as boticas, faziam compras e aproveitavam para colocar a conversa em dia, com o tempo, os proprietários das boticas começaram a servir aos fregueses aperitivos junto com uma bebida. Como muitos bares naquela época não eram tidos como locais para “homens de família”, as boticas eram uma alternativa e logo se transformaram em um ponto de encontro, aonde os fregueses iam mesmo quando não precisavam abastecer suas despensas. O lugar era tão pequeno que muitos fregueses eram obrigados a comer do lado de fora.

Esse tipo de estabelecimento, não foi inventado no Brasil. Uma das atrações da Espanha, por exemplo, são as casas de tapas, onde os clientes se reúnem no balcão e consomem fartas porções de presunto cru, camarões, queijos e torradas, muitas vezes acompanhados de sangria. Na Inglaterra, serve-se a comida de pub (pub grub). Na França, há os bistrôs, que oferecem o prato do dia (plat du jour) junto com uma taça de vinho. E, é claro, tem os cafés, espalhados em cada esquina e transformados em uma verdadeira instituição da cidade.

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_cultura de boteco

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COMIDA DE BOTECO: A DELICIA DOS SABORES E AS BOAS COMPANHIASO botequim é o lar do bem-estar no Brasil e em muitos outros países. A comida servida ali, junto com a companhia agradável, é um prato cheio para a alma, faz bem para qualquer um. Ninguém vai para um boteco somente para comer ou só para beber, as pessoas vão para encontrar os amigos, bater papo, pois a graça do boteco é justamente o fato de misturar comida, bebida e sociabilidade. É uma comida de raiz, ela nasce dentro da nossa casa e vai para a rua, diferentemente da culinária de restaurante, que comemos na rua e tentamos imitar em casa.

Muito além da comida, a grande atração do bar são as relações humanas. Todos são iguais ali dentro.

Dos bons tira-gostos, com preços acessíveis, ao atendimento informal sem que o profissionalismo seja comprometido, estes estabelecimentos muitas vezes são gerenciados em família, com o proprietário sempre ali. O ambiente é sempre descontraído, bem integrado com a vizinhança e repleto de gente feliz. Os botecos do Brasil estão aí para provar que é possível comer bem sem complicação.

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_diversos pratos típicos de botequins

Como exemplo disto existe o concurso Comida di Buteco, que desde 2000 vem crescendo e conquistando cada vez mais o público brasileiro. Apaixonado por culinária de raiz, Eduardo Maya criou o projeto em Belo Horizonte para estimular a culinária de boteco, hoje o concurso já existe em milhares de cidades pelo país e somente neste ano cerca de 400 botecos participaram do evento.

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DO BOTECO NASCEM AS GRANDES PARCERIAS,HISTÓRIAS E A CULTURA BRASILEIRA.No Brasil os botecos estão sempre lotados, as mesas se esparramam pelas calçadas e aos poucos os grupos vão aumentando até virar um grande encontro de pessoas desconhecidas, pois brasileiro é botequeiro por excelência. No boteco não há raça, sexo ou religião, e quem se importa com diferenças, quando há a inspiração do encontro? Saber aproveitar a vida com alegria é uma característica cultural muito marcante, sem necessidade de motivo especial para curtir. Alguns trocados para a cerveja, uma caixa de fósforos para marcar o ritmo e está armado o clima de festa. Não há convidados, e sim achegados que vão se juntando, afinal o encontro é destinado à lavagem da alma, que se desprende do cotidiano estressante de trabalho e de responsabilidades. É nesse universo descompromissado e longe da seriedade do dia a dia que o brasileiro esquece, ainda que de momento, seus conflitos e problemas, e relaxa sem grandes preocupações. É neste espaço, que ele discute política, futebol, música e outros temas. É na hora da descontração que surge esta cultura tão marcante do nosso país.

Bar que se preze não se envergonha de ser também chamado de boteco ou botequim, tem é que guardar

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_encontros e parcerias

>>certas características menos formais, pois sem as quais sofre sério risco de se tornar um lugar irremediavelmente chato e cercado de restrições por todos os lados. Por exemplo, não pode ser proibido cantar e tocar violão nas mesas, porque seria a mesma coisa que impedir que se reze em igrejas ou que se jogue bola nos gramados de futebol. Bar não deveria acolher os lamurientos, os bêbados inconvenientes nem os eternos desamados, mas sem eles, convenhamos, os bares andariam mais vazios, pois a clientela de um bar sério é toda ela constituída com segmentos díspares da sociedade, dos cornos aos comi-quietos, dos que falam aos berros ou dos que parecem estar à beira de um confessionário. Bar ideal tem que ter os componentes físicos e espirituais que o consagraram, por exemplo,

o “Zicartola”: samba, comida caseira e bebida farta.”

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O ZICARTOLACartola e sua esposa Zica fundaram na década de 60 o bar Zicartola no centro do Rio de Janeiro, que foi um pólo irradiador do samba e onde surgiram vários talentos. Somente aos 65 anos, o sambista conseguiu gravar seu primeiro disco. Seus dois primeiros LPs gravados por Marcus Pereira são marcos da música brasileira e obrigatórios na discoteca de qualquer um que goste samba. É autor de sambas imortais como O Mundo é um Moinho, As Rosas não Falam e Autonomia.

Zicartola (acrônimo de Zica e Cartola) foi um bar aberto na cidade do Rio de Janeiro pelo compositor e sambista Angenor de Oliveira, o Cartola, e sua mulher Euzébia Silva do Nascimento, a Dona Zica. Foi ponto de encontro de sambistas de destaque na cultura brasileira, como Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Ismael Silva e Aracy de Almeida, e grandes nomes da bossa nova, como Carlos Lyra e Nara Leão. Também foi palco do lançamento de Paulinho da Viola.

O estabelecimento funcionava no segundo nível de um sobrado de três andares localizado na Rua da Carioca, onde também moravam, no terceiro pavimento, Cartola e Zica. Em seus primeiros meses, o Zicartola apenas servia refeições e ao fim da tarde, sambistas encerravam o dia de trabalho ao som de batucadas. Com o crescimento das escolas de samba na década de 1960, os antigos compositores, que perderam espaço com este fenômeno, passaram a buscar refúgio no bar. Zé Keti e o poeta Hermínio Bello de Carvalho criaram no Zicartola a “Ordem do Cartola Dourada”, um reconhecimento aos grandes nomes da música brasileira. Os homenageados tinham seus rostos representados em quadros colocados nas paredes do restaurante. Tom Jobim, Dorival Caymmi, Elizeth Cardoso e Ciro Monteiro foram algumas dessas personalidades.

O compositor Paulinho da Viola, na época desconhecido, foi revelado no bar. Com seu sucesso, o jornalista Sérgio

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Cabral, também frequentador da casa, escreveu sobre Paulo César em sua coluna no Jornal do Brasil, o apelido “Paulinho da Viola” foi dado pelo jornalista, que definiu que “Paulo César” não era nome de sambista.

Com o início do regime militar no Brasil, em 1964, o Zicartola foi local de reuniões entre pessoas contrárias ao regime. O sobrado foi palco de lançamentos de livros de autores como Viriato Corrêa e discursos contra os militares, além disso, também havia a defesa cultural da música brasileira, que segundo os que lá se reuniam, estava ameaçada pela canção estrangeira, sobretudo a americana.

Vinte meses após sua abertura, o Zicartola foi fechado em maio de 1965. Por não saberem administrar o empreendimento, o casal passou o sobrado para Jackson do Pandeiro, que tentou fazer um restaurante parecido, com a diferença de que ofereceria forró e comida nordestina, mas não obteve sucesso, assim local foi fechado em pouco tempo.

Em 2011, o Zicartola foi lembrado no desfile da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, que homenageou o compositor Nelson Cavaquinho no carnaval do Rio de Janeiro. Além de ser citado na letra do samba-enredo da escola, o Zicartola também foi representado em um carro alegórico.

Cartola comandava o lado musical e Dona Zica ficava com a cozinha.

Assim era o Zicartola em 1963, o bar que apresentou o samba a toda uma geração de classe média, permitindo que músicos geniais fossem conhecidos e gravassem pela primeira vez.

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_ zica + cartola = zicartola

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MARAVILHOSO VAGABUNDOCARTOLA

“Meu maravilhoso vagabundotransformou a esquina em seu gabinetee ainda por cima colocou um lembreteé favor não chegar sem ser anunciado

Meu maravilhoso vagabundoque do copo de bar fez a sua canetae dos bolsos da calça a sua gavetapra guardar o projeto a ser apreciado

Meu maravilhoso vagabundoque aprecia o projeto sem reuniãotudo é bem presidido por um violãoque é o voto preciso pra fazer um samba

Meu maravilhoso vagabundovai de volta pra casa sem ter motoristapassa pelo portão nem precisa revistacai direto na cama e me diz assimSou maravilhoso vagabundopois acordo pro mundo sem som de clarim”

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A GAROTA DE IPANEMAOutro marco cultural nascido de um boteco foi a música Garota de Ipanema, originalmente composta em 1962. Vinícius de Moraes e Tom Jobim fizeram a música inspirados numa moça que passava em frente ao Bar Veloso em Ipanema. Tom e Vinícius estavam frequentemente presentes no bar, que possuía pequenas mesas na calçada.

A Garota de Ipanema, morava na rua Montenegro número 22 e somente dois anos e meio depois, ficou sabendo que era a inspiração da canção.

Desde 1963 Garota de Ipanema é uma das canções mais famosas da bossa nova e MPB.

E de mais um boteco nasce mais um pedaço da cultura brasileira.

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JOSEPH JOSEPHUma das referências estéticas e funcionais que levei em consideração para a criação deste projeto, foi a Joseph Joseph.

Os irmãos gêmeos Richard e Antony Joseph criaram em 2003 uma das marcas de acessórios de cozinha que mais atraem as pessoas. Transformaram a cozinha em um ambiente divertido, onde os acessórios podem ficar expostos, pois acabam sendo tanto funcionais como ícones de decoração.

Especializando-se em utensílios de cozinha contemporâneos, Joseph Joseph é agora reconhecida internacionalmente por produzir itens com estilo único e tecnicamente inovadores e tornou-se uma das companhias que apresentou um dos crescimentos mais rápidos nessa área nos últimos anos.

Os irmãos conseguiram transformar a cozinha em um espaço criativo e divertido.

_utensílios de cozinha JOSEPH JOSEPH

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DESENVOLVIMENTO

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OBJETIVOSTenho como objetivo neste projeto trazer o bar para dentro do apartamento, o que era muito comum antigamente, visto que as casas e apartamentos tinham grandes espaços para receber visitas. Com a mudança dos espaços grandes para kitchenettes, apartamentos pequenos e espaços funcionais, que aconteceu no decorrer do tempo, perdeu-se o costume de se fazer bar em apartamento.

Os bares ocupavam grande parte das áreas de convivência, projetados junto com a arquitetura das casas, quase nunca um móvel que se pudesse comprar em uma loja.

Meu objetivo é projetar um “móvel bar” voltado para o público jovem, um móvel contemporâneo e funcional, que não ocupe muito espaço e que supra as necessidades deste público-alvo, além de ser um objeto de decoração para quem esta montando seu primeiro apartamento ou deixando seu velho mais bonito.

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PÚBLICOALVO

O início do desenvolvimento do projeto se deu com os seguintes questionamentos:

- O que é preciso fazer para que as pessoas queiram ter em suas habitações um “móvel bar”?

- Quais são as vantagens e desvantagens de se adquirir um móvel deste tipo?

Para responder a estas questões, desenvolvi um questionário para entender o que pensa este público-alvo.

O questionário foi feito para pessoas entre os 20 e 30 anos, idade em que estamos saindo da universidade, montando nosso espaço e criando responsabilidades. É quando já somos, em grande parte, responsáveis pela nossa vida e temos boa parte das opiniões formadas.

As perguntas criadas foram:

1. Nome

2. Idade

3. Estudante ou formado(a) ?

4. Gosta de sentar em botecos?

5. Com que frequência costuma ir a bares?

6. O que bebe e come?

7. Gostaria de ter um bar em sua casa?

8. Tem um bar em sua casa?

9. Se tem, existe alguma coisa nele que te encomoda?

10. Se não gostaria de ter, por que?

11. Gosta de se reunir com os amigos em sua casa?

12. O que não poderia faltar em seu bar?

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As respostas foram muito satisfatórias e ajudaram bastante a entender o que se passa na cabeça das pessoas para quem eu estou criando. Em geral, a mesma quantidade de homens e mulheres confirmaram o gosto por sentar em um boteco, quanto à frequência, a maioria vai ao bar de uma a duas vezes por semana e em torno de 90% gostam de receber os amigos em casa. O que me interessava bastante nas respostas eram os 10% que afirmaram não gostar de receber amigos em casa, pois seria aí que eu conseguiria diferenciar meu projeto em relação ao que já existe e tentar achar soluções viáveis. Os motivos citados neste quesito foram, apartamento pequeno, morar com os pais, levar amigos para casa gera muita bagunça, gostar de conhecer lugares novos e problemas com os vizinhos.

Os principais pontos que eu gostaria de tentar resolver em meu projeto são a falta de espaço e a desorganização. Outro tópico enfatizado no questionário foram as perguntas relacionadas ao que as pessoas consomem e o que não pode faltar no bar, quanto à objetos e utensílios. Estes dois pontos são muito importantes para que eu desenvolva o espaço necessário dentro do móvel para cada objeto ou conjunto, de modo que o faça funcional e criativo.

As bebidas citadas em maior quantidade foram cerveja e destilados, logo após, respectivamente, vieram o vinho, drinks, refrigerante e suco. As comidas mencionadas em sua maioria foram porções quentes e frias e logo em seguida poucos comentários sobre refeições. Os acessórios que apareceram nas respostas foram, respectivamente, copos de cerveja, cadeira/assento, cooler/frigobar, acessórios de drinks, decoração, mesa, descanso de copo, display para garrafas e tábua.

Com esta pesquisa eu consegui diagnosticar o que havia de errado com os bares que encontramos por aí. A falta de espaço gera o principal desconforto em adquirir um móvel deste para quem está montando seu primeiro apartamento, pois o que vemos nesta área de bares para residência, geralmente é muito grande em relação ao modo de vida em lugares compactos que temos hoje em dia, ou projetado junto com a arquitetura da casa. E a maioria dos móveis com função de bar que vemos para vender, desenvolvidos para espaços pequenos, é focado muito em funcionalidade e pouco em estética, ou vice-versa.

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utensílios de bar: cumbucas pegador taça mix tábua mexedores abridor vinho

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utensílios de bar: abridor socador copo americano peneira /coador balde jarra frigobar

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JUNTANDO TUDOEste é o momento de estudar qual “cara” meu móvel terá e fazer os primeiros esboços, a partir dos conceitos, público-alvo, problemas e soluções e o que é necessário existir em um “móvel bar”. Para começar a desenhar levei alguns pontos importantes dos botecos tradicionais em consideração.

Simplicidade é uma característica fundamental para retratar este tipo de estabelecimento, pois um boteco nada mais é do que um espaço pequeno, com balcão e algumas mesas, que na maioria das vezes ocupam as calçadas. Então em meu móvel seguirei uma linha simples, básica, sem deixar de ser interessante.

Junto com a simplicidade de composição, estes lugares costumam ser entulhados por conta do espaço pequeno, e a solução para esta questão geralmente costuma aparecer no empilhamento criativo, como caixotes que viram bancos e juntando mais de um se tornam mesas. Muitas coisas presas na parede, tanto utensílios quanto decoração. O próprio balcão tem funções de depósito e display de produtos ao mesmo tempo, além de ser também o caixa de pagamento. Nos apartamentos não é muito diferente, a organização das coisas ali dentro têm que ser muito bem pensada, não pode faltar espaço para nada e ao mesmo tempo tem que haver praticidade.O Boteco tem por peculiaridade, ser um ponto de encontro descontraído, com música de todos os tipos e gostos e muitas vezes tumultuados. Quando recebemos os amigos em casa, as características são muito similares, diferentes tipos de pessoas com diferentes gostos para música, um lugar que todos se sentem a vontade e, conforme o espaço e o número de convidados, acaba se tornando tumultuado. Assim, meu projeto necessitará de uma solução boa para não ser mais um móvel que atrapalha a locomoção das pessoas e não traz benefícios.

As características mais visíveis nos bares são os azulejos revestindo as bancadas e paredes, a decoração colorida com objetos que muitas vezes o dono leva de sua própria casa, a lousa na entrada divulgando os pratos do dia, o balcão como principal ponto do boteco e a toalha xadrez nas mesas, para os mais tradicionais.

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_Sketches

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O “MEU BOTECO”Após muitos esboços e estudos de formas, cores e composições o Meu Boteco tomou forma.

Optei por escolher os módulos como forma geral, pois são o meio mais simples de adaptar-se a um espaço pequeno e remete às características como, “empilhamento e entulhamento” dos botecos. O móvel tem oito módulos diferentes, cada um para um objetivo específico. A idéia é que cada objeto tenha seu lugar, evitando a desorganização citada na pesquisa de opiniões. A composição dos módulos pode ser feita de quatro maneiras diferentes como mostradas nas imagens a seguir, para facilitar o aloucamento do mesmo em diferentes ambientes e situações.

Outra característica que achei de extrema importância executar foi o espelhamento dos módulos, ou seja, tudo que existe na frente, como portas e gavetas, se repete atrás, o móvel pode ser usado de ambos os lados, não existe frente e verso, pois muitas vezes as pessoas querem pegar algo que está no fundo do armário ou gaveta e não conseguem, ou têm que tirar tudo que se situa na frente.

Vamos agora às funções de cada módulo. O primeiro é um armário maior para objetos como balde de gelo, tábua e jarra. O segundo é um display de garrafas com um lado fechado, em madeira e os outros três em acrílico, com porta de correr. O terceiro se destina aos copos, é um módulo vazado, sem porta, com as medidas necessárias para todo tipo de copo. O quarto é também um módulo vazado, destinado às taças, que ficam penduradas. O quinto é um armário pequeno para objetos menores como copo de cachaça. O sexto módulo é uma gaveta com um tamanho bom para suportar todos os utensílios menores como abridores, mexedores, socadores, etc. O sétimo módulo é uma gaveta de cumbucas, que também pode ser retirada e utilizada como bandeja de aperitivos, onde as cumbucas ficam encaixadas. O oitavo módulo tem o formato de um caixote, aberto na parte da frente, fechado

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atras e com as laterais ripadas, se destina ao frigobar ou cooler, mas quando não é utilizado para colocar o frigobar, pode ser usado com o fundo fechado virado para frente pois este lado é pintado com tinta de lousa.

Além dos módulos, existe uma bancada que pode ser fechada para não ocupar espaço, esta bancada tem aproximadamente as medidas de uma mesa de bar, 70cm X 70cm e a altura da bancada é de 74cm, altura média de uma mesa comum.

Os sete módulos se encaixam perfeitamente dentro do oitavo módulo, o “caixote”, facilitando o transporte.

Para trazer algumas características do boteco, criei pontos decorativos que se tornam também funcionais. Na lateral de dois módulos foi aplicada manta magnética, pintada com uma camada de tinta de lousa por cima, o que não prejudica a função do imã. O intuito é que as pessoas possam escrever no móvel com giz de lousa e fixar objetos como abridores, utensílios metálicos e imãs em geral, facilitando a organização do espaço, e possibilitando a estilização pelo dono do móvel. Em relação às cores, optei pelos tons de verde, trazendo assim a referência do Zicartola e sua coloração da Escola de Samba Mangueira, onde Cartola deu seus primeiros passos como músico.

Desenvolvi também apoio de copo em E.V.A texturizado com manta de imã colada por trás, com o objetivo de fixa-los em uma das superfícies magnéticas e formar um painel quadriculado remetendo aos azulejos e toalhas de mesa xadrez.

O material utilizado para a construção dos módulos foi o MDF revestido com Fórmica, visando a sustentabilidade do projeto, além de a Fórmica ser indicada para bancadas e móveis que entram em contato com água, bebidas e etc.

O pé da bancada seria fabricado com tubo metálico quadrado, em forma de quadro, com dobradiças conectando à bancada.

As medidas gerais do móvel montado com a bancada aberta, são 1,60m de altura, 1,30m de largura e 70cm de profundidade. O móvel com a bancada fechada, tem 70cm de largura, e o mesmo com todos os módulos dentro do “caixote”, pronto para transporte, tem 74cm de altura, 60cm de profundidade e 70cm de largura.

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RENDERS

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O material utilizado para a construção dos módulos foi o MDF revestido com Fórmica, visando a sustentabilidade do projeto, além de a Fórmica ser um material indicado para bancadas e móveis que entram em contato com água, bebidas e etc.

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PRAZER, “MEU BOTECO”

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A bancada é conectada no “caixote” por dobradiças.Assim ela pode fechar,ocupando menosespaço se necessário.

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O móvel permitediferentes composições,podendo assim ser utilizado em todo tipo de espaço e da maneira que o usuário se sintir mais a vontade.

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Os porta coposforam feitos em E.V.A texturizado com manta de imã colada por traz. E a lateral de um dos módulos possui tinta magnética.

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Todos os módulos se encaixam dento do “caixote” para facilitar o transporte e a proteção dos mesmos.

O verso do caixote é fechado e revestido com tinta de lousa, podendo ter outro tipo de utilidade para quem não pussui frigobar.

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Uma das gavetas possui cumbuca de aperitivos e a própria gaveta pode ser utilizada como bandeja.

O bar possui encaixes com conectores em forma de pecinhas quadradas entre cada módulo, permitindo ser montado de diversas maneiras

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DETALHAMENTO TÉCNICO

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Módulo 1

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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCTMódulo 3: Display de garafas

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Módulo 2: taças

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Módulo 4: Armário pequeno

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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCTMódulo 5: copos

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Módulo 6: Gaveta de cumbucas

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Módulo 7: Gaveta

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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCTMódulo 8: Frigobar

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Módulo 8: Frigobar

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EXECUÇÃOPROTÓTIPO

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CONCLUSÃOAs relações que mantemos durante nossa vida são de extrema importância para nosso desenvolvimento pessoal e foi a partir delas que consegui fazer meu PCC. Pensar em questões sociais, culturais e pessoais são tão importante quanto a funcionalidade e estética para desenhar um bar, pois a grande atração do bar são as relações humanas.

A pesquisa da cultura brasileira é um ponto que sempre me atraiu muito, e foi uma alegria enorme conseguir juntar o design, a música e a cultura em meu projeto. Tenho certeza que este será o início de um ciclo em minha vida, pois durante o desenvolvimento do meu PCC percebi que estou conseguindo dar uma linha às minhas criações.

A minha mudança para o Rio de Janeiro, onde mais do que nunca consegui vivenciar esta cultura brasileira tão forte e presente nas pessoas e nos lugares, fez toda a diferença em meu trabalho, pois consegui viver tudo o que estava pesquisando. E junto com a alegria de vivenciar esta cultura de perto, veio o desenvolvimento pessoal, de conseguir conciliar o TCC junto com as preocupações do dia-a-dia de uma pessoa que deixou a vida universitária em Bauru. Foi um aprendizado enorme que com certeza sei que servirá em muitas fases de minha vida daqui em diante.

E por final, saber aproveitar a vida com alegria é uma das características culturais mais marcantes que temos, e espero ter conseguido passar isto em meu trabalho. Pois com alguns trocados para a cerveja e uma caixa de fósforos para marcar o ritmo, está armado o clima de festa.

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AGRADECIMENTOPrimeiramente gostaria de agradecer aos meus pais, que são a principal inspiração em tudo que faço, em tudo que penso, por terem me criado com tanto carinho e dedicação e também por terem contribuído com ideias e soluções para meu trabalho que foram de extrema importância. Aos meus irmãos que mesmo longe são parte de mim e sempre serão.

Muito obrigada Goya, uma pessoa excepcional que fez toda a diferença durante o período da universidade com seus ensinamentos e sua dedicação aos alunos.

Gostaria de agradecer muito à todos os amigos de Bauru, que foram um dos principais motivos deste TCC. Entre eles um agradecimento especial à Gi, TchuTchu, Vitor, Duracel, Banana, Plural, Netinho, marge e Ana.

Muito obrigada Thanile por me ajudar com os corres do TCC, como marcar datas e entregar resumos.

Obrigada Marina Marchan por tirar as fotos do meu protótipo.

E um agradecimento mais o que especial ao meu namorado Eduardo, que me ajudou com o relatório e que sempre esteve me motivando a fazer o TCC mesmo nas horas que eu não tinha mais forças e principalmente por estar ao meu lado sempre.

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BIBLIOGRAFIA_ CASTRO, Ruy. Chega de Saudade. Companhia de Bolso.

_ BARROS DE CASTRO, Maurício. Zicartola . Rio de Janeiro: Relume Dumara, 2004.

_ CASTRO, Ruy. Rio Bossa Nova: Um roteiro lítero musical. Rio de Janeiro: Casa das Palavras, 2006.

_ LEFTERI, Chris. Como Se Faz: 82 técnicas de fabricação para design de produtos. Tradução: Marlcelo A. L. Alves. São Paulo: Editora Blucher, 2009.

_L. PHILLIPS, Peter. Briefing: A gestão do projeto de design. Editora Blucher .

_BROWN, Tim. Design Thinking: Uma metodologia poderosa para detectar o fim dasvelhas ideias. Editora Campus.

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OBRIGADO.

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UNESP - BAURUFaculdade de Arquitetura Artes e Comunicação