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Maria é um portento da graça, criada pela mão do Imenso, que mostra seu esplendor cheio de dons ao olhar compassivo o meu desterro. Maria é um mistério que arrebata quem transcende sobre o terreno e penetra, com luz do Infinito, o fruto portentoso do seu seio. É arrulho de Deus minha Mãe boa, jardim claustral de inéditos ungüentos, perfume que penetra e embelece a imensa imensidade do universo. É recreio de Deus quando se assoma desde a sua eternidade em luz de céu, porque encontra seu gozo em suas entranhas, no silêncio oculto do seu peito. É Maria simples como pomba, que esconde, no arrulho do seu vôo, aquele Sancta Sanctorum do Deus vivo, que não cabe na abóbada do céu. Mistério de mistérios é Maria!, milagre de milagres do Imenso! MÃE TRINIDAD DE LA SANTA MADRE IGLESIA SÁNCHEZ MORENO Fundadora de A Obra da Igreja

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Maria é um portentoda graça,

criada pela mão do Imenso,que mostra seu esplendor cheio de donsao olhar compassivo o meu desterro.

Maria é um mistério que arrebataquem transcende sobre o terrenoe penetra, com luz do Infinito,o fruto portentoso do seu seio.

É arrulho de Deus minha Mãe boa,jardim claustral de inéditos ungüentos,perfume que penetra e embelecea imensa imensidade do universo.

É recreio de Deus quando se assomadesde a sua eternidade em luz de céu,porque encontra seu gozo em suas entranhas,no silêncio oculto do seu peito.

É Maria simples como pomba,que esconde, no arrulho do seu vôo,aquele Sancta Sanctorum do Deus vivo,que não cabe na abóbada do céu.

Mistério de mistérios é Maria!,milagre de milagres do Imenso!

MÃE TRINIDAD DE LA SANTA MADRE IGLESIASÁNCHEZ MORENO

Fundadora de A Obra da Igreja

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13-12-1974

MARIAÉ UM PORTENTO

DA GRAÇA

Ó majestade soberana do imenso Poder…!Realidade plena de exuberante plenitude…!Plenitude infinita em posse do Ser…! Magnitudesubjugante da eterna Emanação, que, em hálitode vida, surge do seio fecundo do fecundo Paiem incontida Palavra de explicativa perfeição…!

Como poderá a língua humana dizer algo doinfinito Ser em seu ser, no modo coeterno deser-se quanto é e na posse abrangida da suaplena perfeição…?

Ó plenitudes incontidas de inesgotáveis ma-nanciais em fluentes infinitas de Divindade…! Óteclares de inéditos concertos, em melodias dedoces conversações dentro da profundidade coe-terna do imenso Poder…! Ó poderio potente,que te faz ter em Ti, meu infinito Ser, a potên-cia potencial de poder-te ser tudo, pela força po-derosa do teu inesgotável poder…!

Eu necessito decifrar, de algum modo, algodo que tenho inscrito em meu pobre entendi-

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Imprimatur: Joaquín Iniesta Calvo-ZataráinVigário GeralMadrid, 29-9-2004

2ª EDIÇÃO

Separata de livros inéditos da Mãe Trinidad de la SantaMadre Iglesia Sánchez Moreno e dos livros publicados:

«LA IGLESIA Y SU MISTERIO»«FRUTOS DE ORACIÓN»«VIVENCIAS DEL ALMA»

© 2004 EDITORIAL ECO DE LA IGLESIA.1ª Edição espanhola: abril 2000

A OBRA DA IGREJAROMA - 00149 MADRID - 28006Via Vigna due Torri, 90 C/ Velázquez, 88Tel. 06.551.46.44 Tel. 91.435.41.45

E-mail: [email protected]

www.clerus.org Santa Sé: Congregação para o Clero(Librería - Espiritualidad)

ISBN: 978-84-86724-64-1Depósito legal: M. 48.251-2007

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corporando-a à doação do seu amor em mani-festação da esplendidez da sua glória.

Todas as criaturas são, no pensamento deDeus, realização do seu plano dentro do con-certo harmonioso da criação; sendo cada umadelas uma nota vibrante que, unida a todas asdemais, expressa, de alguma maneira, o Con-certo sonoro das eternas perfeições que Deus seé por si mesmo, em sua única e simplicíssimaperfeição; perfeição que é cantada pelo Verboem infinitude por infinitudes de melodias de ser.

Que concerto, o da eternidade, de inéditascanções numa só Voz, saída das entranhas ge-radoras do Pai, com o arrulho amorosamenteconsubstancial do Espírito Santo em Beijo deAmor…! E Maria é, em todo seu ser, a criação-Mãe, que expressa, em soletrar silencioso, oconcerto infinito de Deus no romance amoro-so do seu ser eterno para com o homem.

Ó, se minha alma pudesse hoje romper emexpressão com o Verbo, e plasmar de algumamaneira a riqueza inefável da alma de NossaSenhora toda Branca da Encarnação…! Se eupudesse ser Verbo, ainda que fosse um instan-te, que expressasse, em meu dizer, o pensa-mento do Pai derramando-se em doação sobreNossa Senhora, em comunicação de todos seusinfinitos atributos…! Se eu pudesse decifrar oarrulho amoroso do Espírito Santo em recreiode Esposo sobre a Virgem Branca…!

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mento com relação àquele que se É, em seu sere em seu atuar sobre a alma de Nossa Senhoratoda Branca da Encarnação. Mas, como expres-sar o Ser por meio de modos e maneiras quenão são adaptáveis ao modo infinito do Ser-seem seu ser? E não só o Ser em seu ser-se, mas,nem ainda sequer, em seu atuar para fora emderramamento de misericórdia e amor…!

O atuar de Deus é tão perfeito como Ele mes-mo; pelo que a manifestação da sua esplendi-dez faz transcender a alma que a saboreia atéo mesmo peito do Altíssimo, onde bebe a cau-dais nos jorros sapienciais da sua inexaurívelsabedoria; sabedoria que, na doação esplendo-rosa do seu poder, diz-se aos homens, atravésde Nossa Senhora, com coração de Mãe e amorde Espírito Santo.

Maria é um portento do poder de Deus. AVirgem é intrinsecamente ‘Nossa Senhora daEncarnação’, pois para a Encarnação Deus acriou, fazendo d’Ela um prodígio da graça emmanifestação radiante do Onipotente.

Quando o Ser infinito determinou, num der-ramamento de misericórdia, dar-se ao homem,nesse mesmo instante sem tempo da eternida-de, concebeu Maria, na sua sabedoria eterna,para a realização do mistério da Encarnação, in-

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derramou sobre o homem num novo atributopara manifestação da sua glória, no desborda-mento das três divinas Pessoas com coraçãocompassivo de Pai!

E à Maria, que é o meio por onde a Miseri-córdia divina se dá a nós, podia-se de algumamaneira chamar-lhe: Manifestação dessa mesmaMisericórdia e doação dela com coração de Mãee amor de Espírito Santo.

Minha alma, acostumada a viver os mistériosde Deus em sabedoria saborosa de profunda pe-netração, em amor candente de Espírito Santo,sente-se hoje como impossibilitada para expres-sar, sem a profanar com minhas rudes e toscaspalavras, a delicadeza sagrada do portento queé Nossa Senhora toda Branca da Encarnação.

Parece que o arrulho misterioso do EspíritoSanto, e o Beijo sapiencial da sua Boca em pe-netração de sabedoria envolvendo a Virgem,não me deixa dizer, com palavras criadas, oconcerto infinito de amor e derramamento como qual Deus operou-se, com a fineza do seupasso, na alma de Maria.

É tanta necessidade de adorar, de guardar si-lêncio e contemplar atônita que, roubada pelorespeito, sinto medo de expressar o inexprimí-vel, diante do que concebo do derramamento

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Mas, não sei! E minha língua profana o mis-tério silente que, em adoração, intuo e penetrojunto ao Sancta Sanctorum da virgindade deMaria, no instante-instante de realizar-se n’Ela,por Ela e através d’Ela, a doação infinita do in-finito Ser, em misericórdia sobre o homem.

Todos os atributos divinos Deus se os é em si,por si e para si; mas, há um na perfeição do Serincriado que, apesar de ser-se-o Deus em si e porsi, não o é para si, e é o atributo da misericórdia;já que este é o derramamento do Poder Infinitoem manifestação amorosa sobre a miséria.

Deus não pode ser para si misericórdia, por-que a misericórdia implica derramamento deamor sobre a miséria; pelo que a misericórdiasurgiu no seio do Eterno Ser-se o dia que a cria-tura, criada para possuí-lo, disse-lhe: «Não teservirei»1. E já Deus se é Misericórdia, porqueo Amor infinito deu-se ao homem na esplen-didez magnífica do seu desbordamento.

E é por Maria e n’Ela por quem a Miseri-córdia, em Beijo de amor, pega a criatura afun-dada na sua miséria, para colocá-la em seu pei-to e beijá-la com o amor infinito do EspíritoSanto.

Bem-aventurada culpa que fez com que Deusse desse tão magnificamente para fora, que se

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1 Jr 2, 20.

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da tua infinita sabedoria, tanto…!, que, na me-dida em que foi Mãe do teu unigênito Filho,nessa mesma medida Tu a penetraste de tualuz, no derramamento da tua paternidade, parachamá-la: minha Filha…! E assim como o Filhochamou Maria: minha Mãe!, desde o instante daEncarnação Deus realizou n’Ela um portento degraça tão maravilhoso, tanto, tanto!, tão pleno,que, nessa mesma medida, ainda que de dis-tinta maneira, foi Filha do Pai e Esposa do Espí-rito Santo.

Porque, se foi Mãe do Verbo infinito Encar-nado, foi porque o Esposo divino, beijando asua virgindade, a fez tão fecunda, que a fezromper em Maternidade divina. Mas, se o Beijodo Espírito Santo deu à Nossa Senhora da En-carnação tal fecundidade que a fez Mãe deDeus, foi porque a infinita sabedoria do Pai,num desbordamento do seu amor eterno, pos-suiu-a tanto, tanto!, em penetração intuitiva desaboreamento amoroso, que deu-lhe o seu mes-mo Olhar, e deu-a na medida em que o Verbo,por sua filiação, foi Filho de Maria e em que oEspírito Santo, por seu Beijo amoroso, fecun-dou-a fazendo-a Mãe do mesmo Deus Encar-nado.

As três divinas Pessoas, quando manifestam-se para fora, sempre atuam em conjunto, cadauma segundo o seu modo pessoal, mas na doa-ção amorosa da sua única e eterna vontade.

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das três divinas Pessoas no momento da Encar-nação, envolvendo com a brisa do seu passoaquele mistério inefável de plena virgindaderompendo em Maternidade divina.

Está o Espírito Santo envolvendo Maria comos requebros de amor do Esposo mais enamo-rado, em comunicação de todos os seus infini-tos atributos. Está querendo-a…, está adornan-do-a…, está embelezando-a…, tanto, tanto,tanto…!, que se está plasmando n’Ela em Beijode amor e recreio de Esposo. Tão secretamen-te…!, tão maravilhosamente…!, que, nesse ins-tante-instante prefixado por Deus desde toda aeternidade, o mesmo Espírito Santo vai beijarNossa Senhora toda Virgem tão divinamentecom um beijo de fecundidade, que a vai fazerromper em Maternidade divina. Tão divina…!,que o Verbo do Pai, o Unigênito consubstan-cial do Incriado, vai chamar a criatura com ple-no direito: minha Mãe…!, com a mesma pleni-tude que a Virgem Branca vai chamar: meuFilho…! o Unigênito do Pai, Encarnado.

Ó mistério de desbordante misericórdia…!Esplendor de Deus que se manifesta sobre acriatura…! Infinita sabedoria sapiencial do pen-samento de Deus, que é capaz de realizar o ir-realizável, pelo poder de sua glória, em mani-festação de misericórdia…!

Ó sapiência do Pai, que, envolvendo a almade Nossa Senhora, a saturaste tão plenamente

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poder da graça que sobre Ela derramara-se,pôde chamar Deus: meu Filho! Dando-se-lhe oPai eterno em tal plenitude de sabedoria e comtal vivência dos mistérios divinos, que, afunda-da no profundo de Deus, intuía desbordante-mente no que o Ser se é em si.

E isto foi tão abundantemente comunicado àNossa Senhora, que, como à filha muito ama-da e predileta, o mesmo Pai deu-lhe como he-rança, durante toda a sua vida, a penetração sa-borosíssima, em desfrute de intimidade e gozo,do mistério do seu ser e do seu atuar.

Adorante diante do mistério da Encarnaçãoe da atuação das três divinas Pessoas derra-mando-se sobre Maria, cada uma no seu modopessoal, e diante do conjunto harmônico destederramamento que lhe faz poder chamar oVerbo: meu Filho!, ao mesmo tempo que cha-ma: Pai! a Deus, e meu Esposo! o Espírito Santo,minha alma, transcendida e anonadada, pedeao Pai que me penetre da sua sabedoria paraque eu saiba, na medida do saboreamento daminha pequenez, algo do transcendente misté-rio da Encarnação. E pede ao Espírito Santoque, unindo-me a Ele, deixe-me beijar com seuamor infinito esse instante-instante no qual oVerbo do Pai rompe no seio de Maria como Pa-lavra, numa expressão tão carinhosa, tão real,tão doce e tão misericordiosa para com o ho-mem, que lhe diz: minha Mãe…!

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A vontade do Pai é expressada pelo Verbo,mediante o amor do Espírito Santo, no seiotodo branco da Virgem, que rompe em Mãepelo mistério da Encarnação.

Maria é um portento da graça, tão inimagi-nável para nossa mente, que só na eternidadeseremos capazes de expressar a sua riqueza in-calculável, aderindo-nos à canção do Verbo,pelo impulso do Espírito Santo e na claridadeda luz do Pai.

Nunca poderá a língua do homem nem se-quer chegar a balbuciar as riquezas insuspeita-das da Mãe de Deus, porque não é dado à cria-tura sobre a terra podê-las compreender, namagnificência esplendorosa da sua plenitude.

A Maternidade divina de Maria é tão grandecomo grande é seu desposório com o EspíritoSanto, Esposo da sua fecunda virgindade, e co-mo grande é a sua filiação com relação ao Pai,na penetração desfrutadora da sua infinita sa-bedoria.

E assim como o Espírito Santo, ao beijá-la noarrulho do seu amor, na carícia da sua brisa,no abraço do seu poder e na fecundidade doseu Beijo, a fez amor do seu infinito amor, emparticipação da sua caridade em doação deEsposo, assim o Verbo, ao chamá-la: Mãe!, a feztão Palavra, tanto!, que a Virgem, como ex-pressão da realidade que era e que vivia pelo

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misericórdia de Deus tão transcendentemente,que vai romper chamando a criatura, com ple-no direito: minha Mãe…!

E como superabundância desta mesma Pala-vra que o Verbo está pronunciando no seio deMaria, vai ficar constituída a Senhora –pela von-tade do Pai, o Beijo infinito do Espírito Santoe a Palavra do Verbo, em manifestação do que-rer de Deus– em: Mãe universal de todos oshomens.

Maria, porque és Mãe de Deus Filho, Filhade Deus Pai e Esposa do Espírito Santo, na me-dida sem medida que o portento da graça rea-lizou em Ti, eu hoje, com pleno direito, cha-mo-te também: minha Mãe!

Eu to quero dizer na minha medida, unindo-me ao Verbo com o máximo carinho que pos-sa para que te saiba de ternura de filiação noimpulso e o amor do Espírito Santo; cumprin-do assim, na minha vida, a vontade do Pai, que,ao criar-me, já concebeu-me como filha tuapara, através da tua Maternidade divina, dar-se-me Ele com o matiz, modo e estilo que querpôr em teus filhos.

Nossa Senhora toda Branca da Encarnação,dá-me o Pai com coração de Mãe, adentra-meem sua sabedoria e penetra-me com sua luz:com essa da qual Tu estavas tão maravilhosa-mente possuída, que te fazia saber, em saberes

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Ó Verbo infinito!, deixa-me, em tua Palavrae contigo, dizer: minha Mãe! à Maria; e chamar:Pai eterno, meu Pai! a Deus. Deixa-me que,com Maria, eu possa chamar: Meu Espírito San-to! ao meu Esposo infinito. E que assim, desdeo seio de Maria e por Ela, anonadada sob a pe-quenez da minha miséria –já que foi-me dadocontemplar, em penetração adorante, o misté-rio da Encarnação–, poder responder com Elaà infinita Santidade derramando-se sobre minhaMãe Imaculada em Trindade de Pessoas sob aatuação pessoal de cada uma delas.

Silêncio…! Que está o Espírito Santo beijan-do a alma de Nossa Senhora toda Virgem tãodivinamente…, tão fecundamente…, que estáfazendo-a romper em Maternidade divina.

Silêncio…! Que o Espírito Santo, impulsiona-do pela vontade do Pai, no momento prefixa-do no seu plano eterno para realizar a En-carnação, está abrindo o seio do mesmo Pai, noimpulso do seu amor, para pegar o Verbo e co-locá-lo no seio de Nossa Senhora.

Silêncio…! Que está o Verbo rompendo emPalavra de uma maneira tão maravilhosa, tan-to…!, que, como Palavra infinita do Pai e emmanifestação da sua vontade amorosa sobre ohomem, pelo impulso do Espírito Santo, vai pro-nunciar-se no derramamento infinito da eterna

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6-4-1976

«O ESPÍRITO SANTOVIRÁ SOBRE TI…»

«O Espírito Santo virá sobre Ti, e o poder doAltíssimo vai te cobrir com a sua sombra; porisso o Santo que nascer será chamado Filho deDeus»1.

«O Espírito Santo virá sobre Ti…» no ímpe-to da sua força, para pousar-se, como Esposoem sua amada, em doces ternuras de amor;para beijar-te, ó Virgem Branca!, com ternos ar-rulhos de carícia infinita, na profundeza pro-funda da tua alma, onde, em expressão sagra-da, exalas, em doce respirar, um só clamor:Deus…! Só Deus…!

Senhora da Encarnação…: Só Deus…! Esposado Amor Formoso…: Só Deus…!, num vaziotão total de tudo o que não é Ele e numa ade-são tão profunda àquele que se É, que toda Tués a Virgem: a Virgem Branca repleta e satura-da de Divindade; a Virgem possuída só peloExcelso; a Virgem aderida à Virgindade eternano ato imutável da sua infinita santidade; a Vir-

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de penetração desfrutadora, o mistério de Deusem si e no derramamento da sua misericórdiapara nós!

Dá-me, Maria, Virgem Branca da Encarnação,que, ainda que não tenha podido dizer-te nemexpressar-te na opressão sapiencial que tenhodo teu mistério, saiba pelo menos com o Verbochamar-te: minha Mãe!, com a ternura, o cari-nho e o amor com que a minha alma se abra-sa nas chamas candentes do Espírito Santo;cumprindo a vontade do Pai que, iluminandoa minha mente, fez-me capaz de saborear, demaneira ultrapassante, o mistério de misericór-dia e amor que, através de Ti e por Ti, Ele quisderramar sobre o homem com coração de Mãe,canção de Verbo e amor de Espírito Santo.

Maria é um portento da graça, só conhecido,gozado, desfrutado e saboreado pela alma-Igreja que, transcendendo as coisas de cá, é le-vada pelo Espírito Santo ao recôndito profun-do do seio imaculado de Nossa Senhora todaBranca da Encarnação.

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1 Lc 1, 35.

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cial do mesmo Espírito Santo, que, ao beijá-la,impregna-a de divindade, envolve-a com o seuarrulho amoroso, acaricia-a com a sua ternurainfinita, engalana-a com a plenitude dos seusdons, fazendo-a romper em frutos gozosos so-bejantes de paz, como divinal Consorte, nofogo do seu amor.

O Esposo eterno quer fecundar a Virgemnum mistério de tão profunda fecundidade, na-quele ponto-ponto onde a sua virgindade ima-culada vive com Deus só em solidão sagradade íntimos e impetuosos amores, que, ao bei-já-la, estremece-a na sua suavidade silenciosa esonora tão maravilhosamente, tanto, tanto, tan-to!, que no «Beijo da sua Boca», em «amoresmelhores do que o vinho»2, fecunda-a tão divi-namente, que, nesse mesmo instante, a Se-nhora, a Virgem, a Rainha, já é Mãe, cobertapela sombra do Altíssimo, sob o amparo da for-taleza do Pai e introduzida no seu seio, sus-tentada pela mesma Divindade, cuja «mão es-querda está sobre sua cabeça, e com a direitaa abraça»3 para que possa resistir ao ímpeto in-finito do Amor.

É o Espírito Santo quem, impulsionando oVerbo do seio do Pai ao seio de Nossa Senhora,no mesmo instante e num só impulso, ao bei-já-la em beijo de divindade, a faz romper em

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gem no senhorio majestoso da posse daqueleque se É.

O senhorio da Rainha do Céu está no domí-nio de tudo, na liberdade absoluta e na posse,cheia em cada instante da sua virgindade peloúnico Esposo, que, em plenitude, satura-a, eno-brece-a, embelece-a e engalana-a.

É santa a Senhora porque o Santificador di-vino santifica-a ao estar pousado sobre Ela emdoces colóquios de amor, repletando-a com to-dos os seus dons e frutos, num enchimento degraça tão desbordante, que só é conhecida esaboreada no recôndito profundo da sua almaimaculada.

É Branca a Virgem porque o esplendor da suavirgindade é tão inimaginavelmente resplande-cente, que os fulgores do sol do meio-dia ficameclipsados pela claridade imaculada da suaalma; a qual, subjugada e enobrecida pela pos-se de Deus que a circunda, a faz cintilar nasclaridades da mesma Divindade, saturando-acom auréolas cintilantes de gloriosa brancura.

O Espírito Santo, com a agudeza da sua in-finita sabedoria e a ternura inédita da sua sa-borosa doçura, penetra agudamente, em can-dente beijo de amor, as entranhas virginais daalma de Nossa Senhora. E Esta, sempre em es-pera, sente-se divinizar com o toque substan-

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2 Ct 1, 2. 3 Ct 2, 6.

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Virgindade imaculada e fecunda que, rom-pendo em maternidade por obra do EspíritoSanto, envolvendo o mistério que na Senhorarealiza-se, dá-lhe a dignidade excelsa de poderchamar, com pleno direito, o Filho de Deus:meu Filho…!

E é seu porque é o fruto do beijo do EspíritoSanto na sua alma de Virgem; beijo tão plenoque, abrangendo todo o plano de Deus sobreMaria, plasmou na sua alma de Virgem-Mãe talimensidade de matizes, que nele ia encerradatambém, apertada e agudamente introduzida naalma de Nossa Senhora, a universalidade da suaMaternidade divina.

A Virgem, além de ser Mãe do mesmo Deuscom pleno direito, na extensão desta mesmamaternidade, é Mãe de todos e de cada um doshomens, os quais, em conjunto e individual-mente, são, na profundeza do seu espírito, fru-to do beijo infinitamente amoroso do EspíritoSanto no mesmo momento da Encarnação.

E Maria é a Mãe do Cristo Total –Cabeça emembros– por obra do Espírito Santo, que, naunião da sua caridade, na força da sua onipo-tência, fez com que o Filho do Pai fosse o Filhode Maria, e que, no Filho de Maria, todos e cadaum de nós passássemos a ser filhos de Deus efilhos da Virgem-Mãe.

Maternidade universal de Maria…! Mãe daIgreja pela plenitude do Beijo do Espírito Santo

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Maternidade divina. E, por isso, «o que d’Elanascerá será Santo e será chamado Filho deDeus».

O mistério da Encarnação, realizado por obrae graça do Espírito Santo, faz que a VirgemBranca da Encarnação seja toda Mãe, com opoderio da Realeza infinita e no senhorio quelhe dá a posse de quem tudo é, de quem tudopode, e de quem n’Ela tudo realiza pelo im-pulso infinito do seu amor eterno.

E nesse mesmo instante velado no qual aVirgem, sendo Virgem, sente-se Mãe, saturadacom a sabedoria infinita de quem a abrasa, pe-netra saboreavelmente, na claridade resplande-cente da luz do Novo Dia, no mistério que seestá realizando n’Ela, envolvido e coberto pelasombra do Onipotente e realizado pelo beijodivino do Espírito Santo. Mistério inefável daunião da natureza divina e da natureza huma-na na pessoa do Verbo, que, tomando carne noseio de Nossa Senhora, a faz ser Mãe do AmorFormoso, a Mãe da Misericórdia Encarnada!

Maternidade divina de Maria, que Ela cons-cientemente conhece no momento que se rea-liza, e que, no sim de todo seu ser adorante,em resposta total, fica selada na ocultação si-lenciosa do Sancta Sanctorum da sua virgin-dade imaculada…!

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do Esposo amanteque pousou em seu seio…!

Amador de amores,eu hoje rompo em requebrose em ternuras tantaspelo que compreendo,que, ultrapassada,uma com o Verboe assim com meus filhosenvolta em teu peito,todos te dizemoscom doces acentos:Virgem toda formosa,ardente luzeiro,«EU» te amamos tanto,de um modo tão terno,que ao chamar-te Mãe,voamos ao Céu!

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que, num romance de amor infinito, a fez rom-per em Maternidade divina!

Portento divinodo Poder eterno…;sublime romance,secreto mistério…;abismal profundezaque encerro no meu peitoe que eu conheçoporque, transcendendo,entrei naquele diade inédito anelo,quando Deus beijaracom tanto silêncioa Virgem-Mãeem sua ocultação,que o Pai sapientede poder excelsodeu-lhe como Filhoo seu mesmo Verbo,Palavra canorado Pai, em seu peito!

Mistério de vidaalheio a este solo,realizado por Deusde um modo tão belo,que Mãe é a Virgempelo beijo eterno

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9-12-1962

ADVENTO DE MARIA

Advento de Maria…! A Senhora sente estreme-cer-se nas suas entranhas o Filho da sua virginalmaternidade. É o mesmo Verbo da Vida, a quemEla está dando a sua carne e o seu sangue, me-diante os quais se está formando esse corpo per-feitíssimo do Unigênito do Pai, Encarnado.

A Virgem, por obra do Espírito Santo, sente-se Mãe e sabe-se Virgem…!

Ó Advento de Maria…! A Menina, feita umapor transformação com o Altíssimo, sente-o nassuas entranhas…, percebe-o profundo em seuseio… e experimenta que chega o momento dedar à luz a Luz Encarnada.

Toda Ela, estremecida pelo amor eterno doEspírito Santo, vive para dentro numa intimi-dade ininterrupta de amor, de adoração.

Há uma grande identidade entre seu Filho ea Virgem. O coração de Jesus é carne do cora-ção de Maria. E Jesus vive do viver da sua Mãe,respira pelo seu respirar, recebendo a sua vidahumana da vida que a Ela lhe dera quanto acriou.

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Maria foi criada para ser Mãe de Deus, sendoisenta do pecado original e tendo em si a ple-nitude da graça e de todos os dons do EspíritoSanto, que, como Mãe de Deus correspondiam-lhe, pela redenção antecipada do seu mesmoFilho, a quem Ela dera a vida humana.

Maria, desde o princípio da sua vida até ofim, possuía todos os dons e os carismas, todaa ciência que todos os santos juntos tenhampodido ter. Ela, pela luz do Espírito Santo, tevesempre conhecimento íntimo da grandeza dasua alma, sabendo-se isenta de pecado e cheiade toda graça; pelo qual, penetrando na ver-dade as grandes maravilhas que o Amor reali-zou n’Ela, entoa esse Magnificat no qual nosmanifesta como toda a sua «alma engrandeceo Senhor»2.

Não é somente que a Virgem rompesse emlouvores ao Infinito quando cantou o seuMagnificat de ação de graças, mas que estecântico foi também a manifestação externa doque Ela, iluminada pelos dons do EspíritoSanto, penetrava de sua alma a respeito do pla-no de Deus para com Ela, e do que era seu es-pírito diante da adorável Trindade; e assim vêque toda a sua alma é um louvor à glória daSantidade eterna. Sua «alma engrandece oSenhor» porque toda Ela é uma manifestação

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A Senhora, internada para dentro, espera…Toda Ela é um grito de: «Vem, Jesus!». Vem domeu seio aos meus braços; vem!, que toda Eu,exercendo meu sacerdócio, necessito ter-te emminhas mãos para oferecer-te ao Pai, vivendomeu Per Ipsum, et cum Ipso, et in Ipso para asua glória.

A Senhora vive em intimidade com o Verbodo Pai e seu Verbo. Seus amores estão ocultospor um grande mistério. Ela se sente feliz comseu Deus e seu Filho em seu seio, em silênciosaboroso de alegria incompreensível; vive paraEle e Ele para Ela. Pode ter maior felicidadepara a alma da Virgem, que é Mãe, e da Mãeque, por Virgem, se sabe fecundada pela mes-ma Vida?

Ó fecundidade de Maria…! Mistério incom-preensível de maternidade o da Senhora, mis-tério que se perde no silêncio, e que Ela bemo sabe, o saboreia e o vive.

Advento de Maria…! A Senhora sabe que onascimento de Jesus aproxima-se. E, ainda quea sua vida para dentro a faz viver numa gran-de intimidade de amor e comunicação com oVerbo Encarnado, experimenta uma grande ne-cessidade de dá-lo à luz para que «a Luz bri-lhe nas trevas»1.

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1 Cf. Jo 1, 5. 2 Lc 1, 46.

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ceu-a, tanto, tanto, tanto!, que a fez capaz deser Mãe do mesmo Deus.

Maria…! A mente humana perde-se diante daconsideração do teu mistério, já que não há gra-ça que possa comparar-se à tua maternidade,nem criatura que possa alcançar a grandeza in-compreensível que o Amor infinito realizou emTi.

Toda minha alma proclama-te ditosa, ó bem-aventurada Virgem Maria. Todo meu ser «exul-ta em Deus meu Salvador», «porque o Todo-po-deroso fez grandes coisas em Ti»5. Sentindo-mefilha pequenina que te ama com todo seu ser,meu espírito gloria-se em ver-te tão enaltecida,tão Mãe, tão Virgem, tão Senhora…, tanto, tan-to, tanto!, que és a admiração de todos os bem-aventurados, porque Tu e só Tu fostes capaz dealbergar em teu seio Aquele, diante do qual, acorte celestial, anonadada, adora num: Santo!eterno de transcendência infinita.

Maria penetrava em sua alma, sabia as com-placências de Deus sobre Ela; pelo qual, cheiade gozo, era um Magnificat perene à Santidadeinfinita e ao Amor eterno.

Ó…! A Senhora era estranha a todos e a tudo.Que seria para Ela que, iluminada pelos dons

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canora, alegre, ditosa e santa dessa virgindadeeterna do Intocável, que, diante das grandezasque fez na alma da Senhora, é engrandecido eglorificado n’Ela e por Ela.

A Virgem é toda um júbilo para o Amor eter-no. Por isso, todo o seu ser, ao saber-se glori-ficadora de Deus, é «transportado de gozo emDeus seu Salvador»3, participando dessa bem-aventurança eterna que faz à alma que vive forade sim saborear os bens prometidos àquelesque em verdade são glória de Deus.

«O espírito» da Senhora «exulta de gozo emDeus seu Salvador», já que, pondo Este seusolhos «na humildade de sua serva», fará quetodas as gerações proclamem-na bem-aventu-rada porque o Senhor, o Onipotente, fez n’Elagrandes coisas.

O Magnificat de Maria é todo ele um louvordo Infinito. A Virgem, voltada completamentepara o Criador, canta as excelências do Eterno,ao entoar as grandes maravilhas que a Sabe-doria Infinita realizou n’Ela, fazendo ressaltarque foi tudo «porque olhou para a humildadede sua serva»4.

Maria penetra nestas «grandes coisas» que oInfinito realizou n’Ela, e vê que a Onipotênciadivina, derramando-se sobre o seu ser, enalte-

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3 Cf. Lc 1, 47. 4 Lc 1, 48. 5 Cf. Lc 1, 49.

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didos, Maria os tem em grau quase infinito. Porisso, convém que contemplemos a Senhoracomo uma criação à parte, feita para ser Mãe deDeus, co-redentora com Cristo e Mãe de toda aIgreja, porque Ela, não só é Mãe da Cabeça daIgreja, mas do Cristo Total, Cabeça e membros.

Não conhecemos Maria…! Por isso, no-laimaginamos em sua vida, caminhando, de sur-presa em surpresa, diante das realidades divi-nas que n’Ela se realizavam. Eu me ajusto, emtudo, ao que diga a minha Santa Mãe Igreja,porque sou mais Igreja do que alma; mas, comosou pequena e necessito cantar as glórias daminha Mãe, quero entoar hoje este cântico àminha Virgem Imaculada, porque exige-mo oamor de filha pequenina que tenho por Ela.

Advento de Maria…! Mãe, és tão formosa, tãoMãe, tão co-redentora, tão Jesus, que o teu vi-ver era o palpitar da alma do teu Filho. Maria,és a mais alta morada do Altíssimo.

A Virgem sabe que é a esperança do seuPovo, mediante a qual a Luz virá às trevas paraque brilhe na noite.

Maria ama Jesus com todo o seu ser, comtoda a sua alma e com todas as suas forças.

Maria mora em Deus e Deus mora em Mariatão maravilhosamente, que não só é templo

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do Espírito Santo, penetrava as almas, cada umana sua verdade, o quadro do gênero humano,do qual Ela se sentia Mãe com pleno direito, jáque fora criada para co-redimi-lo mediante aredenção do seu mesmo Filho? Que necessida-de a da sua alma de dar a todos seus filhos oFilho divino que levava em seu seio…!

A Senhora conhecia as Sagradas Escrituras e,penetrando o seu significado, esperava ansiosae enamorada Aquele que era a Glória de Israele o Salvador do seu Povo. Ela sabia que oEmanuel deveria nascer de uma virgem, e Elasabia ser essa Virgem e sentia-se Mãe. Por isso,que mistério é o Advento de Maria!

Sabemos que, aos santos, quando chegam àunião com Deus, o Amor vai descobrindo-lhesos segredos recônditos do mistério divino. Omistério da Trindade se lhes faz familiar, pene-tram na Encarnação, todas as coisas se lhes vãodescobrindo na sua verdade, pelo qual vêem,às vezes, o recôndito das almas. Muitos delesestão animados pelo espírito de profecia, dis-cernimento de espíritos e outras graças inume-ráveis que o Espírito infinito vai concedendo àssuas almas fiéis. E todos, nas altas cimas da per-feição, abrasam-se em amor a Deus e aos ho-mens, sendo o centro da sua vida o glorificara Deus e o dá-lo aos demais.

Todos estes dons em plenitude, e outros inu-meráveis que a nenhuma criatura foram conce-

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to de: «Vem Jesus!», do meu seio às minhasmãos, para a salvação de todos e cada um doshomens.

Toda a tua alma, que vivia do amor puro,que não sabia de egoísmos, que estava criadapara dar-nos Deus, ardia em necessidade terrí-vel de que «saltasse» teu Filho do teu seio paratuas mãos, para no-lo entregar em doação deamor, como amostra suprema de maternidade,a todos nós.

Advento de Maria…! Mãe…! Tu tinhas o Ver-bo da Vida em teu seio para Ti, para amá-loTu e para amar-te Ele. Tu vivias feliz naquelaintimidade e comunicação com o Verbo infini-to na tua entranha. Mas, participando da von-tade divina, esquecida de Ti, ardias em ânsiasterríveis de que esse Verbo, que «saltara» doseio do Pai ao teu seio, «saltasse» do teu seioaos homens para no-lo entregar como Hóstiaque, oferecida por Ti ao Pai, fosse nossa sal-vação e santificação.

O Advento de Maria era uma necessidade in-saciável de dar-nos o Infinito. A Virgem era umamanifestação de Deus ansiando ardentementemostrar ao mundo aquele Filho oculto em seuseio.

Maria não vivia seu segredo só para Ela; nãovivia a sua alegria gozando-a para si. Ela go-

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vivo e morada do Altíssimo, naquele mundomanchado pelo pecado, não só é Ela a únicaaurora naqueles tempos de confusão e trevas,sendo a sua alma templo do Deus infinito emorada da Trindade, mas que Deus mora n’Ela,em seu seio, sendo este mistério tão terrível,que a carne de Deus é sua carne e sua carneé carne para Deus.

Ó Mãe, Maria, Senhora…! Que alegria tãogrande! Tu foste criada pela Trindade para serMãe do Deus altíssimo, do Deus Encarnado, vi-vendo do seu viver, e para captar as batidas ín-timas da sua alma em tua alma. De Ti sim quese pode dizer que não tens mais movimentosque os da alma do teu Cristo.

Que desejos como infinitos mover-te-iampara dentro, para estar-te em intimidade com oVerbo Encarnado em teu seio…! Como estre-mecer-se-ia todo o teu ser diante da roçadurasensível do Filho que em teu seio morava…!Como a sua batida far-te-ia saltar de júbilo dian-te da Luz que Tu encerravas em teu seio para,em dia vizinho, comunicá-la a todas as almascomo Mãe da Igreja…!

Tu almejavas também cada uma das almascom todas as tuas forças. Que seria para Ti, quesabias a grandeza de cada uma e o destino parao qual foram criadas, o vê-las em pecado!; fa-zendo-te viver sempre esta vista como num gri-

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tar a tua grandeza, porque a imensa maioria dasalmas não te conhecem nem te amam na ver-dade. Cantam-se os teus amores, as tuas gran-dezas, mas, penetra-se cálida e intimamente nes-se mistério da tua alma santíssima…?

Ó Advento de Maria…!, no qual, apesar deter a Senhora o Verbo da Vida Encarnado emseu seio, sendo para Ela «um cacho de alfenaflorido»7, necessitava, por exigência de amorpuro e universal, deixar esses amores na inti-midade do seu seio e, esquecida de si, dá-lo anós do seu seio para a nossa salvação. Viver deMaria desconhecido…!

Jesus ardia em ânsias infinitas de dar-se a nós:«Devo receber um batismo, e como estou an-sioso até que isto se cumpra»8. E Maria, viven-do do viver de Cristo e participando dos seusmesmos sentimentos, como Co-redentora do gê-nero humano, ansiosa de dar a Deus o máximo,também clamava numa dilaceração generosa deamor e doação total: meu Filho, com um batis-mo de sangue tens que ser batizado, e, comotrago prensado meu coração até que não o vejacumprido…! O Teu viver é o meu viver, e osteus sentimentos os meus, de tal maneira queEu também estou na prensa, na necessidade ter-rível de ver-te pendurado entre o céu e a terraem crucificação ignominiosa, para que realize-

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zava, sim, com seu Filho em seu seio; tinha-o,adorava-o, amava-o, mas necessitava ardente-mente mostrá-lo diante de todos os povos!, poissabia que Ela era o meio do qual Deus se ser-vira para no-lo dar.

E, portanto, conhecedora da vontade divina,felicíssima e ditosíssima de morar no seio deDeus e de que Deus morasse no seu seio, abra-sava-se em urgências indizíveis por dar-nos oseu Verbo. Necessitava que seu Verbo fossenosso! E Ela, como boa Mãe, pedia: Vem, Jesus!;vem do meu seio às minhas mãos, para dar-teem comida e em bebida a todas as almas. VemTu, Glória de Israel, promessa e esperança domeu Povo, para que ilumines todos os homenscom «o conhecimento de Iahweh» enchendo-os de Ti «como as águas enchem o mar»!6.

Advento de Maria…! A Senhora espera, emesperança certa como a morte, o dia no qual seuseio dar-nos-á o Verbo da Vida, e então, comoSacerdote, possa, entre o céu e a terra, dar aDeus toda honra e glória e dar aos homensDeus.

Maria! Maria…!, como quereria expressar oque minha alma de Ti sente…! Todo meu serexperimenta desejos de chorar, porque nãopode dizer a tua canção, porque não pode can-

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6 Is 11, 9. 7 Ct 1, 14. 8 Lc 12, 50.

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21-7-1982

UMA VIRGEM COMO UM ANJO

Meu modelo era uma menina, como um anjo.Ainda recordo aquele encontroem que Deus quis ensinar-mecomo tinha que fazê-lo!

Uma menina…! Era a Virgem…?Quem poderia, senão, sê-lo?Era tão pura…!, tão branca…!,tão virginal…!, que não acertoa expressar em minhas maneiraso que a minha alma aprenderaaquele dia num momento.

Que saudade há na minha vida…!Com que ilusão o recordo,qual beijo do Infinitoque se imprimira no meu peito…!

E, apesar de que passaramtantos anos, tanto tempo,Deus ma gravou em minha profundeza,para que fosse meu exemplo.

De minha alma enamoradaesse era seu modelo!:

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se o grande mistério da Redenção, para que se-jas oferecido ao Pai como Vítima de expiaçãoe glorificação máxima à sua Santidade infinita.Filho, toda minha alma, dilacerada e destroça-da de dor, acesa de amor por Ti, abraça-te, ado-ra-te, entrega-se a Ti para o teu descanso, ofe-rece-te calor de lar.

Alma querida, vive do viver de Maria, pro-cura neste Advento entrar dentro de ti para vi-ver do mistério de Deus na tua alma.

Meu filho, para dentro! Mas não para que fi-ques em ti, não; tu hás de viver para dentropara fazer-te conforme a esse mistério que serealiza em tua alma, para que faça-se em ticomo uma encarnação do Verbo, e seja teu ad-vento, como o de Maria, necessidade ardentede dar Deus às almas.

Que em Natal tenhas vivido tão profunda-mente este Advento, que possas fazer «saltar»o mesmo Deus da tua alma para os homens.

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para que eu a imitasseenquanto vivesse no tempo.

Que modelo há na minha alma…!A decifrá-lo não acerto.

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Uma menina jovenzinha,como um anjo dos céus,que cruzava entre os homens,brilhante como um luzeiro,como uma rosa acendidacaída do firmamento;tão simples como Deusquando se dá em alimento.

Hoje eu quero que os meusconheçam meu pensamentosobre o seu modo de atuarao consagrar-se ao Eterno,imitando aquela Meninaque me mostrara o Deus bom:

Como uma açucena brancaque caíra neste solo,cheia de rica fragrância,doce jardim do Imenso,silenciosa, recolhida,vivendo sempre para dentro,sendo só do Esposo,sua delícia e seu recreio…!

Que recordo há na minha vida…!Já sempre presente tenhoaquele dia luminosoque Deus mostrou-me o modelode uma virgem consagrada,

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16-1-1973

MEU MODELO

Um modelo incomparável…!eu o vi;e em centelhas de purezacontemplei,com um porte tão simples,que rouboumeu olhar subjugadoem seu pudor.

Era Ela, a Senhora,em simplicidade,que, qual Menina delicada,me mostrouo modelo que, em seu porte,descobri.

Era Virgem e era Menina enamorada,que mostrava, na sua purezasobejante de esplendor,o rubor de uma donzelacativadapela brisa carinhosado Amor.

Era Ela, foi Mariasem duvidar,

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MARIA NOS PLANOS DE DEUS

Do livro «Frutos de oración »(«Frutos de oração »)

667. A grandeza de Maria vem-lhe da sua Ma-ternidade divina; e, ao ser Mãe de Cristo, que éa Cabeça do Corpo Místico, o é também de to-dos e de cada um dos seus membros. (18-4-69)

668. Se a Virgem, por ser Mãe de Cristo e n’Elede todos os homens, não tivesse cooperadopara a realização da vontade divina, o planoeterno sobre a Igreja e o mundo não teria sidocumprido segundo o desejo de complacênciade Deus. (14-11-59)

669. Nossa Senhora foi criada e introduzida noplano divino para ser Mãe de Jesus e estar jun-to a Ele; por isso Deus concedeu-lhe um co-nhecimento tão grande do seu próprio Filho,que se aderiu a Ele em união tão una, que a suavontade ficou roubada pelo Infinito. (9-1-65)

670. Na medida em que o Verbo se dá àVirgem, se dá o Pai e o Espírito Santo, cada umdo seu modo pessoal, para a realização do pla-no divino. (7-12-74)

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que me disse, no modelo do seu porte,simplicidade.

Desde então fui buscandoimitar,ao longo dos meus dias,seu candor,que roubou, quando era menina,minha atenção,ao saber que era o modeloque devia imitar eu.

Era Menina, era Virgem,mais simples que uma flor.E esse era meu modelo,não duvido;

o Senhor mo mostrou,quando os anos primeirosdo meu dom.

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675. A Encarnação é o beijo de Deus no seiode Maria, mediante o qual «o Verbo se fez car-ne»1. (27-3-62)

568. A Encarnação é o romance de amor deDeus pelo homem que se escreveu nas entra-nhas de Maria. (12-9-63)

30. Quando fez-se o encontro de Jesus e Mariana Encarnação, a Senhora, ao sentir-se Mãe deDeus, anonadada sob o peso do Amor infinitoque tão maravilhosamente atuava e morava n’Ela,só pôde exclamar em adoração: meu Deus…!meu Filho…! (19-11-62)

31. Maria, a criatura adorante, escuta atônitaque Deus a chama: Mãe! E Ela, silenciada emseu mistério, reponde-lhe: Filho…! (27-4-62)

676. Só a Senhora, por um milagre do Amorinfinito, foi capaz de ser Virgem, e, sem deixarde sê-lo, Esposa do Espírito Santo; e, como fru-to da sua virgindade, Mãe. (24-12-76)

677. Tem algo na terra maior que o amor, maisresplandecente que a virgindade, mais formo-so que a maternidade…? Em Maria dá-se tudonum mesmo tempo no grau máximo de per-feição, tendo-o, mantendo-o, e sendo a con-

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671. No céu todos os coros angélicos, atô-nitos, adoram silentes, com o rosto no chão…O Pai, impulsionado pelo amor do EspíritoSanto, no Verbo, cria… Maria é concebidasem pecado original… A Virgem só é de Deus!(8-12-59)

672. A Senhora chega àquele grau de divini-zação que, na mente divina, estava determina-do para realizar-se o grande Mistério… Ado-rante, para dentro, espera; o Amor impulsiona,e o Pai, sem tirá-lo do seu seio divino, lança oVerbo no seio da Virgem. Deus já é homempara que o homem se faça Deus… Ó mistériode silêncio indizível…! (15-12-62)

673. Silêncio…!, adoração…!, que o Pai estásoletrando no seio de Maria a sua divina Palavracom tal eficácia, que, pela ação do EspíritoSanto, a Virgem é Mãe. (25-3-61)

674. Mãe, tanto, tanto te meteste em Deus,que, num descuido amoroso d’Ele, roubaste seuVerbo, trouxeste-o para a terra e presenteaste-o à Igreja. (25-3-61)

29. Maria, em oração, clama pelo Messias;Deus, comprazido, escuta; o Pai envia; o Amorimpulsiona; o Verbo da Vida encarna-se… AVirgem já é Mãe! (8-12-59)

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1 Jo 1, 14.

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onde Deus te chama: «minha Mãe», para queTu lhe respondas: «meu Filho»… Que doce rea-lidade! (7-12-74)

681. Queres conhecer e receber Cristo? Vai àMaria, pois, através da sua Maternidade divina,Deus se disse em Palavra amorosa aos homens.(17-12-76)

682. Ó Maternidade divina da Mulher, que fezda terra o Paraíso de Deus, o Povo glorioso doAltíssimo! Ó Maternidade de Maria pela qual aIgreja ficou feita mãe de todos os homens, e pelaqual, toda virgindade consagrada fecundou-setanto, que dá à luz Cristo nas almas! (28-4-69)

❃ ❃ ❃

683. Maria recebe Deus em silêncio, guarda-oem silêncio, e comunica-o em silêncio. (2-2-71)

684. Que amor tão sublime e formoso encer-rava a Senhora no seu peito, oculto, envolvidoe selado pelo silêncio do mistério do Ser! Mas,Ela, que bem o sabia em sapiencial sabedoriade virginal amor! (25-3-62)

685. Não há segredo como o de Maria, por-que n’Ela encerra-se o grande mistério da En-carnação. (2-2-71)

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tenção desta tríplice realidade, que lhe faz sera Virgem Esposa do Espírito Santo que, pelobeijo do seu Consorte infinito, rompe em Mater-nidade divina. (24-12-76)

33. Na medida em que Deus toma Maria parasi, cada uma das divinas Pessoas realiza-o noseu modo pessoal: o Pai chama-a minha Filha;o Verbo, minha Mãe, e o Espírito Santo, minhaEsposa muito amada… Mistério entre Deus ea Senhora toda Virgem, toda Mãe, toda Rai-nha, toda Branca…! Minha Mãe, quanto te amo!(7-12-74)

678. Quanto gozou Maria pelo derramamentode Deus sobre Ela, que fez possível que fossetudo sem nada perder! Sendo possuída, beija-da e fecundada só pelo Amor infinito que, fa-zendo-a romper em Maternidade divina, dá-lhedireito de chamar o Filho de Deus, Filho dassuas entranhas virginais. (24-12-76)

679. Sublime maternidade a da Virgem, que afaz ter em seu seio o Verbo da Vida encarna-do, podendo alimentar o Filho de Deus, enchê-lo de beijos e apertá-lo contra o seu coração!(24-12-76)

680. Mãe, és como a branca Hóstia, que en-volves e ocultas o Verbo da Vida feito homempor amor. Adoremos o mistério do teu seio,

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692. A Virgem é o meio pelo qual o Pai diz asua Palavra à Igreja, o Espírito Santo lha en-trega, e o Verbo pode morrer crucificado porela. (14-11-59)

693. Maria é a Mãe da Igreja, porque lhe dá aPalavra da vida, sendo a Ela a quem lhe foi ditapelo Pai para que, com coração de mãe, des-se-a à minha Igreja. Palavra que eu tenho querecolher em minha alma para viver meu ser deIgreja e cantar, desde seu seio, a minha can-ção. (21-3-59)

694. O seio de Maria é ânfora preciosa reple-ta de Divindade, capaz de vitalizar todos os ho-mens em plenitude. (28-4-69)

695. Nossa Senhora, desde a Encarnação, aoser Mãe de Jesus, é Mãe de todos os homens,sendo a sua missão dar-nos a vida divina, pe-gando-a da Cabeça e distribuindo-a por todosos membros. Por isso, Mãe da Igreja. (4-12-64)

696. Maria tem em si toda a vida da Igrejana sua fonte, porque é a Mãe do Cristo Total.(29-9-63)

697. Cristo tem em si o Pai e o Espírito Santoe, como membros do seu Corpo Místico, todosos homens; esta reunião de Deus com o ho-mem é verificada no seio da Virgem; por isso,é a Mãe de todos os filhos de Deus, os quais,

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686. A Virgem guarda no silêncio o segredoda sua Maternidade divina, porque o silêncio éo que guarda o segredo dos grandes mistérios.(2-2-71)

687. Que segredo na alma da Senhora que,sendo Virgem, sente-se Mãe! (27-4-62)

688. Senhora, Tu guardavas tudo no teu pro-fundo mistério e, afundada no abismo doInfinito, vivias numa adoração perene do Deusque, Encarnado, ocultava-se no teu seio; assimviveste o teu Advento. (30-4-62)

689. Que gozo em tua alma, Maria, que, abis-mada em Deus, contemplas silente como Elegera, em teu seio, a sua eterna Palavra de amorpara, por meio de Ti, dá-la à Igreja! (15-12-59)

690. José quer adivinhar no silêncio de Mariao mistério que ele suspeita; mas, a Senhora es-pera a hora de Deus no heroísmo do seu si-lêncio. (28-4-62)

❃ ❃ ❃

691. Quis o Amor dar uma Mãe à sua Igrejasanta, e para dar-lha segundo o seu coraçãoanelava, primeiro a fez para Ele, a fim de podê-la entregar depois à Igreja. (14-11-59)

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702. Como o Sacerdócio de Cristo, desde o mo-mento da Encarnação, foi recopilador de todosos tempos, doador de vida para todos os ho-mens e perpetuado durante todos os séculos,assim a maternidade de Maria, desde o mo-mento da Encarnação, na plenitude deste mis-tério, encerra, pela inserção de todos os homensem Cristo, a possibilidade abrangedora de con-ter, sob o influxo da sua maternidade, todos ostempos com todos os homens em cada um dosmomentos das suas vidas. (25-10-74)

703. Pela Igreja e através da Liturgia, se nosfaz visível, percebível e, ainda mais, presente ereal, o mistério da vida, morte e ressurreiçãode Cristo, no compêndio apertado e comuni-cado da maternidade de Maria; pelo que a ir-radiação desta maternidade dá-se-nos e perpe-tua-se-nos no seio da Igreja e, através daLiturgia, pela contenção plena do mistério daEncarnação. (25-10-74)

704. Em Belém, no Calvário e na sua gloriosaAssunção ao céu, manifesta-se a grandeza deNossa Senhora, que lhe vem pelo mistério daEncarnação na plenitude do Sacerdócio deCristo. (25-10-74)

705. A brilhantez da grandeza de Maria faz res-plandecer o verdadeiro rosto da Igreja; portan-to, a Ela há de ir aquele que queira encher-se

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n’Ela, recebem a sua inserção em Cristo e adoação da vida divina. (19-9-66)

698. Quando a Virgem dá a sua carne ao Ver-bo, no momento mesmo da Encarnação, estáincorporando-me ao seu Filho, está enxertan-do-me n’Ele, e está dando-me à luz para a vidadivina. Portanto, está gerando-me para Deus;por isso, Mãe da Igreja e minha Mãe. E, na me-dida em que eu dou a vida divina às almas,gero-as para Deus. (30-4-67)

699. Maria é a Mulher, e no seu ventre é ge-rada a Igreja, porque n’Ela o Verbo do Pai sefaz homem, e o homem fica unido com Deuspela sua inserção em Cristo. (28-4-69)

700. Imaginemos, por um lado, a Trindade vi-vendo sua vida; por outro lado a humanidade;no meio Maria. Uma das três divinas Pessoas–o Verbo–, vem ao seio da Virgem e une-se auma humanidade, trazendo consigo o Pai e oEspírito Santo. Esta humanidade enxerta em si,misteriosamente, todos os homens. E, assim, naMãe de Deus, começa a realização do grandemistério da Igreja. (12-1-67)

701. O parto da Virgem é tão fecundo, que dáà luz toda a Igreja, Cabeça e membros, porquea sua função é divinizar todos os homens como Filho infinito que tem em seu seio. (28-4-69)

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710. Senhora, estás envolvida com a brancurainfinita da Virgindade eterna e engolfada nassuas impetuosas chamas que te inclinam sobreos pequenos com gesto de Mãe acariciadora!(27-3-62)

711. Com quanto gosto descansa-se na Vir-gem…! Ela é Mãe dos desamparados, dos quesofrem; pois, sendo a Mãe do Amor Formoso, édoadora de amor com ternura maternal. (16-6-75)

712. Senhora, irrompe já com os sóis que teenvolvem, desde a Igreja ao mundo, e sê nos-sa salvação, porque perecemos…! Não nos de-sampares…! «Esses vossos olhos misericordio-sos a nós volvei»2 e mostra-nos Jesus! (16-6-75)

❃ ❃ ❃

720. Sinto-me derreter de amor pela Virgem,ao chamá-la Nossa Senhora do Espírito Santo;pois vejo que tudo o que n’Ela se realiza, épelo Beijo amoroso, em arrulho secreto e si-lente, do Espírito Santo em passo sagrado deEsposo. (19-12-74)

721. Que idílio mais sagrado o da alma daVirgem, em doces e ternos colóquios de amor,guardados, venerados e custodiados, no mais

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da sabedoria divina, na ânfora preciosa onde amesma Sabedoria encarnou-se, para manifestar-se, em resplendores de santidade, pela rompenteinfinita da sua explicativa Palavra. (25-10-74)

706. Quanto amor devemos ter pela Virgem…!Por Ela têm que romper no seio da Igreja os sóisdo Espírito Santo, para dissipar as densas névoasque envolvem a nova Jerusalém. A Virgem équem nos deu e nos dá Jesus, e, por Ele e comEle, o Pai e o Espírito Santo, o qual é luz de in-finitos resplendores que, pela Senhora, quer ir-romper no seio da Igreja com os fulgores da suainfinita sabedoria amorosa. (16-6-75)

707. Maria é a Rainha dos Apóstolos, porqueo mais apóstolo é o que mais tem a Palavra in-finita, e ninguém tem a Palavra que sai do seiodo Pai, abrasada no amor do Espírito Santo,como Maria; por isso, a Mãe da Igreja é aRainha dos Apóstolos. (21-3-59)

708. Que amor tão imenso tenho pela Vir-gem…! Diante da sua lembrança, sinto ânsiasterríveis de chorar, em agradecimento, ternurae amor. Como gosto de chamá-la: Mãe!, uma emil vezes! (8-8-70)

709. A medida da maternidade está na doaçãoda vida. E Maria, que me dá o mesmo Infinito,que classe de Mãe é…!? (24-12-63)

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2 «Salve, Rainha».

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15-10-1972

MARIA CRUZOU O ABISMO

«Assumpta est Maria»1 que sobe aos céus,triunfante e gloriosa, com passo seguro e ma-jestoso. É branca a sua alma, sem nada que aimpeça de voar para as Mansões do Reino deDeus.

A Virgem não tinha nenhuma tendência, nemapetência, nem torcedura, nem inclinação quea atraísse para a terra. Maria viveu como assuntadurante todo o seu peregrinar, concluindo a suaassunção no abraço do encontro do Infinito.

A Virgem passou pela vida com a agilidadede um raio, sem se pousar pela lama da terra,sem nem sequer empoeirar a sua alma imacu-lada, sem sentir em si as concupiscências queforam conseqüência da ruptura do plano deDeus.

Pelo que, ao chegar às fronteiras da eterni-dade, seu corpo, unido à sua alma em uniãoperfeita de abraço indescritível, e sem mais in-clinação que a de esta, totalmente tomada, pos-

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profundo, secreto e silente do seu coração…!(24-12-76)

722. Em Nossa Senhora dá-se um romance deamor tão formoso, que seu Consorte é o mes-mo Espírito Santo, o qual, ao beijá-la com obeijo da sua boca, faz romper a Virgem emMaternidade divina. (24-12-76)

723. Nossa Senhora foi a mais amada, a maisVirgem e a mais Mãe. (24-12-76)

724. Maria, Esposa do Espírito Santo, que for-mosa és na delicadeza da tua virgindade ma-ternal! Porque foste Virgem, Mãe; e porque fos-te Mãe de Deus, Virgem no arrulho doce doamor infinito do Espírito Santo…! (22-12-74)

725. À maior virgindade, maior fecundidadesobrenatural; por isso, que virgindade seria a deMaria, quando o fruto desta é o mesmo VerboEncarnado e, por Ele, todas as almas! (15-12-62)

726. Espírito Santo, eu quero amar Maria como amor que a Ti por Ela te abrasa… O Pai eo Filho também em Ti descansam ao amá-la;eu só assim posso descansar: amando-a na tuaternura, carinho e delicadeza. (19-12-74)

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1 Liturgia das Horas, 15 de Agosto.

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asas grandes de águia, com as quais a nossa almapudesse franquear o abismo insondável que opecado abriu entre o Criador e a criatura.

E o plano primitivo de Deus de levar para sio homem, em corpo e alma, no final do seuperegrinar, realiza-se em Maria, tão perfeita-mente, que é levada para a eternidade em cor-po e alma, para receber o prêmio que a suaMaternidade divina merecia diante da vontadede Deus cumprida sobre Ela em todos e emcada um dos momentos da sua vida.

A alma de Maria, sempre com suas asas esten-didas, é a expressão perfeita do cumprimento davontade de Deus sobre os homens; pelo qual,ao terminar o desterro, leva consigo o seu cor-po, sem ter que experimentar a carga que estesupõe para a totalidade do gênero humano.

O corpo de Maria estava, podíamos dizer, tãodivinizado em todas as suas tendências, as suasapetências, as suas sensações, as suas inclina-ções, tanto!, que era todo asas, e asas grandes deáguia imperial!, preparadas com a fortaleza deDeus para passar airosamente da terra ao céu.

Que impressionante é contemplar Maria sen-do levada para a eternidade…!

Que maravilhoso vê-la ascender silenciosa eamorosamente numa Assunção de suavidade,de agilidade, de levantamento e de glória…!

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suída e saturada por Deus, foi levado por elapara a eternidade naquele dia glorioso para aSenhora do termo da sua peregrinação. A suaalma atraiu, levantando-o consigo, o corpo, eo fez atravessar o abismo insondável que o pe-cado abrira entre Deus e o homem, sem sentirnem o mais ligeiro impedimento.

Era tão suave a Assunção da Virgem, tão se-gura, tão como divina, que as conseqüênciasdo pecado que nos proporcionou a morte nãoforam experimentadas por Ela nesse momentoglorioso.

Não tinha nada que deixar a Senhora todaBranca da Encarnação; não tinha nenhuma coi-sa que a inclinasse para a terra; não tinha, nemno seu corpo, nem na sua alma, mais apetên-cia que uma contínua e amorosa ascensão paraa Luz.

Deus criou o homem para que o possuísse,colocou-o no caminho da vida para ascendê-lopara Ele o dia em que terminasse a peregrina-ção do desterro, onde gozaria eternamente dasua posse.

O homem separa-se do plano divino e abreuma vala tão profunda como a morte que o se-para para sempre do infinito Bem. Mas, pelo mis-tério da Encarnação, pela nossa inserção emCristo e pela nossa adesão a Ele, Deus deu-nos

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encher plenamente todos e cada um dos pla-nos de Deus em sua primitiva vontade antes dopecado original; e era também uma assimilaçãoperfeita do plano da redenção, que, como con-seqüência do pecado, o Amor infinito realizoupara o homem.

Cristo com a sua morte e ressurreição enter-rou o pecado e ressuscitou-nos para uma vidanova.

Maria é a nova Mulher que, assimilando osfrutos da redenção e não tendo que sofrer asconseqüências dos seus próprios pecados, é ca-paz de ser a manifestação do pensamento aca-bado de Deus n’Ela, que a faz remontar-se porcima das conseqüências do pecado e subir aocéu com o fruto de toda a redenção de Cristosobre Ela…

Que ascensão a da Virgem Branca! É assump-ta Maria, porque é fonte repleta de Divindade,manancial saturado de vida infinita e cumpri-mento perfeito da vontade de Deus desde oprincípio dos tempos até o final.

Maria contém em si a dupla graça de ser con-cebida sem pecado original, pelos méritos ante-cipados da redenção de Cristo, e de receber essamesma redenção como remanso de maternida-de em tal assimilação, que é capaz de dar aDeus, nela, por ela e através dela, a possibili-dade de saturar todos os homens de Divindade.

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Que momento tão inesquecível…! Que miste-rioso, que secreto e que sublime…!

Ascende Maria…! Ascende entre as clarida-des do Sol eterno, sob o amparo e o carinhodo Espírito Santo, protegida pelo abraço do Pai,e impulsionada e atraída para o céu pela vozdo Verbo…

Como poderá o pensamento do homem, tor-cido e obscurecido pelos seus próprios peca-dos, compreender o mistério de Maria em to-dos e em cada um dos passos da sua vida…?!Como poderá a mente, ofuscada pela soberba,descobrir, penetrar e intuir no lago tranqüilo,possuído pela Divindade, da alma de NossaSenhora toda Branca da Encarnação…?!

À Maria, como todos os mistérios de Deus,é preciso estudá-la à luz do Espírito Santo, sobos seus dons e impregnados em seus frutos.

E como o homem que nunca soube de Espí-rito Santo poderá possuir a sua luz, saberá pen-sar com os seus dons e gozará dos seus frutos?!

Ó desvario da mente humana! que, porquenão discorre sob a luz de Deus e não tem osmodos sobrenaturais para ver, humaniza e des-virtua, tornando não sobrenatural, todo o divi-no ao querê-lo descobrir com o seu torcidopensamento…

Maria subiu ao céu em corpo e alma, por-que n’Ela davam-se os dons necessários para

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Ela tinha umas grandes asas de águia imperialque a ascendiam constantemente para as Man-sões eternas e infinitas do gozo de Deus.

Penetrada pela luz do Excelso, eu contem-plei Maria ascendendo no impulso do Amor in-finito, no abraço desse mesmo Amor, na sua-vidade da sua carícia, no ímpeto do seu arrulho,embalada e envolta pela ocultação velada doSancta Sanctorum da infinita Trindade…

Subia Maria aos céus…, subia…! E que As-sunção…! Só a adoração, o silêncio, o respeitoe o amor, foram o modo simples, desbordantee esmagador, com que a minha alma, ultrapas-sada, soube responder, na minha pobreza, àque-le espetáculo esplendoroso da Assunção aoscéus de Nossa Senhora toda Branca da Encar-nação.

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Que faria, portanto, o corpo da Virgem entreos homens sofrendo as conseqüências do pe-cado? Do pecado que Cristo redimira, peloqual, e mediante a mesma redenção, fizera res-surgir um homem glorioso!

Maria subiu ao céu em corpo e alma, por-que foi criada sem pecado original, e porque aredenção de Cristo a fez a Mulher nova, me-diante a qual, pela Encarnação do Verbo, todossomos levantados para a eternidade, assim co-mo por Eva todos fomos arrastados ao pecado;por Eva abriu-se o abismo entre Deus e os ho-mens; e é pela nova Eva, prometida já no Pa-raíso terrestre, pela qual a todos os que que-remos aderir ao Homem Novo e à nova Mulhernos serão dadas asas imensas de águia para,atrás d’Ela, por nossa inserção em Cristo, pas-sar as fronteiras da eternidade.

Mistério de profundidade secreta é a apre-sentação da vida de Maria diante dos homens…!Mistério somente conhecido pelo amor, mani-festado aos pequeninos e vivido pelos simplessob a luz, os dons e os frutos do Espírito Santo,o qual envolve a Senhora sob o seu amparo,cobre-a sob as suas asas e abrasa-a no seu fogopara que os olhos do homem carnal não a pro-fanem ao tentarem descobrir a sua riqueza…!

Maria foi levada à eternidade em corpo ealma, com a rapidez de um raio, porque toda

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25-5-1974

APARECE A SENHORA

Quando acossam os problemas da vida, aparece refulgente, na minha mente, a Senhora,como luz no meu caminho,como tocha numa noite aterrorizadora.

E minha ânsia busca n’Elaas conquistas das glórias do Imenso,pois é Mãe acolhedora,que protege com a força poderosa do Eterno.

Confiança são minhas preces, e em seus zelos palpitantes de carícias maternaisvou deixando quanto tenho,e descanso descansada com os frutos

do seu peito.

É Senhora com imenso poderio, que, qual Mãe co-redentora, sendo Virgem,arrebata os amores do Deus vivo.

Minha conquista está nos braços de Maria, porque Ela me abriga, quando imploro em petição de silêncio clamoroso.

Hoje minha alma está aflitapela ferida palpitante da Igreja;

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e olhei para a Senhora, que me disse com nobreza:Não te aflijam os projetos que caducamcom os homens deste solo,teu recurso está na Altura;com as pregas do meu manto eu o envolvo.

Sou a Mãe que consigo em virginal poderioquanto quero do Deus vivo,pois Senhora Ele me fez dos céus,em seu infinito desígnio.

Confia, não titubeies, tuas coisas eu as consigo.

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NOTA:

Peço veementemente que tudo o que é ex-presso através dos meus escritos, por crê-lovontade de Deus e por fidelidade a quanto omesmo Deus me confiou, quando na traduçãopara outras línguas não se entenda bem ou sedeseje esclarecimento, recorra-se à autenticida-de de quanto ditado por mim no texto espa-nhol; já que pude comprovar que algumas ex-pressões nas traduções não são as mais aptaspara exprimir o meu pensamento.

A autora:

Trinidad de la Santa Madre Iglesia