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Em 1972, Michael passava por todos os conflitos naturais da adolescência: o despertar sexual, as espinhas, a mudança de voz. Como sempre acontece, são os outros que fazem o inferno e criam o “problema” antes de ele existir.
Mesmo tendo se tornado um símbolo sexual, desejado pelas garotas de sua idade, Michael as tratava como fãs e, no convívio pessoal, continuava a ser extremamente tímido. Parece que toda sua libido se extravasava no palco, e na vida real sobrava apenas um rapaz doce e quase assexuado.
Começa a especulação sexual e a saída da Motown
CapítulO 6
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MicHAEL JAcKsON
A imprensa passou a especular sobre uma possível homossexualidade de
Michael, tanto que ele teve de começar a responder questões sobre o assunto. O
constrangimento do astro era enorme: ele considerava sua vida romântica algo
privado e nunca entendeu por que as pessoas o consideravam homossexual.
Uma das capas de revista da época estampou a seguinte manchete com a foto
de Michael: “Eu não sou gay. Eu gosto de garotas”. Ao ouvir tais rumores sobre
o fi lho, a reação de Katherine foi enfática: “Isso é contra nossa religião, é contra
Deus. A Bíblia condena isso”.
Certa vez, em 1984, um homem loiro e alto abordou Michael oferecendo
sexo. O astro perguntou a ele: “Quando foi a última vez que você leu a Bíblia?
Ali existem informações importantes sobre a homossexualidade”. O homem
reagiu dizendo que, se ele fosse uma moça, Michael não o rejeitaria. Michael
então deixou claro que não faria sexo com ele de modo algum, nem mesmo se
ele fosse uma garota, pois a Bíblia também condenava esse tipo de
comportamento libertino.
O mais provável é que Michael, mesmo que se descobrisse homossexual,
não se permitiria ter relações com homens: sua educação religiosa era
extremamente puritana e, durante muito tempo, acreditou que a pederastia era
um pecado que condenava o homem ao inferno.
Pelo menos até 1984, Michael costumava sair disfarçado e bater de porta
em porta, duas vezes por semana, para divulgar a palavra de Deus. No entanto,
descontente pela intromissão dos patriarcas da igreja em sua vida, o astro
rompeu com os Testemunhas de Jeová em 1987. Sua mãe fi cou inconsolável. De
acordo com os devotos, rejeitar por vontade própria a única organização de
Deus na Terra é um pecado imperdoável.
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Iniciação sexual
A irmã mais velha de Michael, Rebbie, conta que aos 15 anos, um parente (ela não
revelou quem) decidiu que já era hora de o astro perder a virgindade. Essa pessoa
contratou duas prostitutas e as trancou num quarto com Michael. Se elas chegaram ou não
a fazer sexo com o astro, Rebbie não revelou.
Dizem que, após esse fato, Michael costumava procurar prostitutas, não em
busca de sexo, mas sim para conversar.
Saindo da Motown
Houve uma época que Michael passou a não se sentir mais estimulado como artista
pelo material que a Motown escolhia. Ele gostaria de escrever e cantar suas próprias
músicas, mas o contrato o proibia de ter tal liberdade. Ao mesmo tempo, Joe se desentendia
cada vez mais com Berry Gordy.
Em busca de mais liberdade para produzir suas músicas, em 1975, o
Jackson 5 saiu da Motown e assinou contrato com a Epic. Como resultado do
processo judicial, tiveram de mudar o nome para “The Jacksons”.
A saída da Motown, porém, não foi tranquila. Houve algo que abalou
muito Michael: a saída de Jermanie do grupo. Jermanie, casado com a fi lha de
Berry Gordy, decidiu que continuaria na Motown. Nem mesmo Joe conseguiu
forçar o fi lho a seguir com o grupo para a nova gravadora. Jermaine sempre
fez o que sua consciência lhe dizia. Michael, mesmo muito triste, respeitou
sua decisão.
O primeiro álbum do The Jacksons pelo selo Epic foi lancado dois anos
depois, em 1977. Michael foi o principal compositor do grupo, escrevendo
hits como “Shake Your Body (Down To The Ground)”, “This Place Hotel” e
“Can You Feel It?”
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Mais tarde, outra situação afastaria ainda mais Michael do grupo: em 1983,
Don King passou a empresariar os Jackson e Michael teve com ele sucessivos
desentendimentos.
amores platônicos
O primeiro encontro romântico de Michael demorou a acontecer devido a sua timidez.
A garota que conquistou seu coração era a atriz-mirim Tatum O’Neal. Na época, Michael
tinha 19 anos e Tatum, 13.
O relacionamento não passou de longas conversas ao telefone e de um
encontro na mansão de Hugh Hefner, o editor da revista Playboy. Eles
assistiram a um vídeo e depois foram para a banheira com trajes de banho.
Nada de físico aconteceu entre eles, portanto o romance não teria passado de
um envolvimento platônico — é o que garante a própria Tatum. Michael, na
época, confi denciou a um amigo: “Ela é uma boneca sagrada para mim”. Mais
tarde, o astro disse que, excetuando a paixão igualmente platônica que sentiu
por Diana Ross, Tatum foi seu primeiro amor.
Outro amor platônico de Michael foi Brooke Shields. Embora tenha
parecido que eles chegaram a fi car noivos, Brooke disse que o anel que Michael
havia lhe dado era um “anel de amizade” e que o astro e ela partilhavam um
amor fraterno.
De acordo com J. Randy Taraborrelli, um dos autores mais respeitados
quando o assunto é Michael Jackson, o astro teria se relacionado sexualmente
pela primeira vez apenas com Lisa Marie Presley. Taraborrelli acrescenta que a
relação entre os dois era, ao contrário do que costumam dizer, extremamente
sexuada.
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The Wiz
Em 1978, Michael coestrelou The Wiz, no papel do espantalho, com sua antiga amiga
Diana Ross, que fazia o papel de Dorothy. As canções do fi lme foram arranjadas e produzidas
por Quincy Jones, que fi cou encantado com o profi ssionalismo e o talento de Michael.
Essa foi uma das épocas mais felizes da vida do astro. Anos mais tarde, Rob
Cohen disse: “Ele não tinha nada do Michael Jackson esquisito de hoje. Ele,
LaToya, eu e alguns outros que também trabalhavam no fi lme íamos a clubes
dançar todas as noites. Ele não tinha medo de sair. Estava empolgado como um
garotinho num parque de diversões”.
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