68
DISCIPLINA DE TÉCNICAS LABORATORIAIS MICOSES SUBCUTÂNEAS Acadêmicos Camila Cé de Souza Camila Floriani Daiane Martins Kaike Misuno

MICOSES SUBCUTANEAS

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: MICOSES SUBCUTANEAS

DISCIPLINA DE TÉCNICAS

LABORATORIAIS

MICOSES SUBCUTÂNEAS

AcadêmicosCamila Cé de Souza

Camila FlorianiDaiane MartinsKaike Misuno

Page 2: MICOSES SUBCUTANEAS

INTRODUÇÃO Podem ser introduzidas de forma traumática

através da pele. Podem envolver camadas mais profundas da derme, do tecido subcutâneo e do osso, mas não costumam se disseminar para órgãos distantes.

O curso clínico mostra-se crônico e insidioso. Os agentes causais são, muitas vezes, de

baixo potencial patogênico e são comumente isolados do solo, da madeira e de vegetação em decomposição, o que justifica a comum exposição de forma ocupacional ou relacionada a atividades diárias.

Page 3: MICOSES SUBCUTANEAS
Page 4: MICOSES SUBCUTANEAS

ESPOROTRICOSEConsiderações Gerais

Agente: Sporothrix schenckii

Infecção fúngica granulomatosa crônica ou subaguda;

É um fungo dimórfico e saprófita;

Page 5: MICOSES SUBCUTANEAS

Epidemiologia

Distribuição geográfica universal; Regiões tropicais e subtropicais; Endêmica na América do Sul – Brasil; Frequência maior em indivíduos do sexo

Masculino; Infecção de caráter ocupacional, como: Jardinagem, agricultura, mineração;

Page 6: MICOSES SUBCUTANEAS

Manifestações Clínicas Aquisição: através de

traumatismos com material contaminado ou inalação de conídios;

Apresenta-se sob duas formas:Cutânea: cutânea linfática,

localizada e disseminada;Extracutânea: pulmão,

articulações, meninges e outros;

Page 7: MICOSES SUBCUTANEAS

Cutânea: Mais comum e é classificada

em três formas:Linfocutânea:

Mais comum; Formação de pápula rósea,

indurada, pústula ou nódulo no local da inoculação;

Aumenta em tamanho e numero acompanhando o trajeto linfático e posteriormente, se necrosa.

Page 8: MICOSES SUBCUTANEAS

Cutânea localizada: A lesão é única, não acompanhada de nodulos

no trajeto linfático, não existindo o aspecto esporotricoide;

Tipo de lesão: Pápulas que pustulizam e

ulceram; Placas achatadas; Lesões eritemato escamosas.

Page 9: MICOSES SUBCUTANEAS

Cutânea disseminada Corresponde a esporotricose pulmonar primária e

sistemica, sendo muito rara. Inoculacao através da pele e dissemina-se via

hematogênica; Surgem lesões subcutaneas que se ulceram.

Page 10: MICOSES SUBCUTANEAS

Extra cutânea: É ocasional e pode ocorrer envolvendo

qualquer tecido ou órgão, como junções, ossos, tendões, pulmão, etc.

Geralmente não se encontra a lesão, sendo a forma de contaminação via inoculação direta ou inalação do fungo.

São raras e de difícil diagnóstico;

Page 11: MICOSES SUBCUTANEAS
Page 12: MICOSES SUBCUTANEAS

Diagnóstico Laboratorial

Exame direto: Pouco valor de diagnóstico; KOH 10%-40%;

Cultura: Método de escolha para diagnóstico; Ágar Saboraund dextrose ou suplementado; Jovem: branca; Velha: preta. Exame microscópico da colônia à 25-30°C, são

observados conídios ovalados que se implantam em conidióforos.

Page 13: MICOSES SUBCUTANEAS

Colônia Jovem

Page 14: MICOSES SUBCUTANEAS

Imunológico: Teste intradérmico com esporotriquina

preparada a partir de filtrado de culturas de fase miceliana ou leveduriforme do S. Sckenckii.

Consiste na injecao de 0,1ml do Ag e leitura em 48h.

Tem valor epidemiológico, terapêutico e diagnóstico.

Page 15: MICOSES SUBCUTANEAS
Page 16: MICOSES SUBCUTANEAS

Tratamento É o mais simples dentre as micoses

subcutâneas; Iodeto de Potássio; Anfotericina B; Termoterapia;

Page 17: MICOSES SUBCUTANEAS

CROMOBLASTOMICOSEConsiderações Gerais

Família Dematiaceae (produzem pigmentos)

Agentes etiológicos mais comuns:

Phialophora verrucosa;

Fonsecaea pedrosoi;

F. compacta;

Cladosporium carrioni;

Rhinocladiella aquaspersas;

Saprófitas;

Page 18: MICOSES SUBCUTANEAS

Epidemiologia

Habitam o solo em todo o mundo, mas a doença ocorre com maior frequência em climas tropicais e subtropicais;

O homem é o mais atingido, devido a sua maior exposição;

Contaminação ocorre por traumatismos e as lesões se desenvolvem no local da inoculação.

Page 19: MICOSES SUBCUTANEAS

Manifestações Clínicas

Penetra por traumatismo; Formação de nódulos cutâneos verrucosos; Desenvolvimento lento; Evoluem para estruturas papilomatosas e ulceradas; Hiperplasia do tecido, 1 a 3 cm acima da superfície da

pele; Mais comum nos membros inferiores, seguido de mãos,

nádegas, etc.

Page 20: MICOSES SUBCUTANEAS
Page 21: MICOSES SUBCUTANEAS

Diagnóstico

Exame Direto Colhido diretamente da lesão, dos microabscessos

ou dos pontos negros. KOH 10-40%. Histológico corado com hematoxilina-eosina; Os fungos se apresentam como estruturas globosas,

algumas septadas em um ou dois planos;

Page 22: MICOSES SUBCUTANEAS

Cultura Feito em Ágar Saboraund dextrose com

cloranfenicol ou gentamicina; Crescimento lento: 20-30 dias; Aspecto de colônia:

Escura;Filamentosa;

Não permite a diferenciação do gênero e espécie;

Microscopia: Observar a esporulação (reprodução) do

fungo;Há um predomínio de cada esporulação para

cada gênero e/ou espécie;

Page 23: MICOSES SUBCUTANEAS

Rhinocladiella spp;

Cladosporium spp.

Page 24: MICOSES SUBCUTANEAS

Microscopia:

Page 25: MICOSES SUBCUTANEAS

Tratamento

É um problema, pois as medicações nem sempre atuam em todos os casos;

Quando o acesso é fácil e a lesao naoi é extensa, a retirada cirurgica é utilizada, podendo ocorrer recidivas;

Anfotericina B; Cetoconazol; Itraconazol; Terbinafina; 5-fluorocitosina.

Page 26: MICOSES SUBCUTANEAS

MICETOMAS Síndrome Clínica de evolução crônica

podendo levar o indivíduo à invalidez parcial ou total e até mesmo a óbito.

Predominante em homens adultos lavradores.

A penetração ocorre por traumatismo por vegetal.

Page 27: MICOSES SUBCUTANEAS

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Aumento de volume da região ou órgão

afetado (TUMEFAÇÃO) Fístulas que drenam material

seropurulento Presença de grãos (aglomerado de

microorganismos) Doença relatada pela 1ª vez por Gill

(1842) na região de Madura (Índia)

Page 28: MICOSES SUBCUTANEAS
Page 29: MICOSES SUBCUTANEAS

Micetoma é classificado de acordo com o agente etiológico:

actinomicóticos ou actinomicose e maduromicóticos ou maduromicose. O primeiro grupo, estão os micetomas produzidos por bactérias, os actinomicetos. No segundo estão os micetomas provocados por fungos verdadeiros, ou eumicetos.

Ainda os micetomas actinomicóticos (de origem bacteriana) podem ser divididos em dois grupos, segundo a origem endógena ou exógena do agente:

- Actinomicose, de origem endógena, provocada por actinomicetos anaeróbicos

- Nocardiose, de origem exógena, provocada por actinomicetos.

Page 30: MICOSES SUBCUTANEAS

DIAGNÓSTICO O diagnóstico laboratorial dos

micetomas é baseado na observação dos grãos, que drenam espontaneamente das lesões, ou que são extraídos através de punção ou biopsia.

Cultura : ágar sangue, BHI, Sabourad 37ºC

Provas bioquímicas

Page 31: MICOSES SUBCUTANEAS

ACTINOMYCES ISRAELLI

Page 32: MICOSES SUBCUTANEAS

Material biológico: pus, escarro Coleta com Swab ou punção em lesões

fechadas Material deve ser lavado pelo menos três

vezes para descontaminação Exame direto do grão com KOH ou

coloração com Gram e Kinyoun (álcool-ácido resistente):

Filamentos finos – Gram positivos com estruturas em forma de clava na periferia dos grãos

Page 33: MICOSES SUBCUTANEAS

TRATAMENTO 1º passo : Identificar o agente etiológico Actinomicose: Associação de duas drogas:

estreptomicina + dapsona – Período mínimo de nove meses

Eumicetomas: Respondem de forma menos eficiente a terapêutica – Drogas mais utilizadas:

Anfotericina B, Miconazol e cetoconazol – Tratamento mínimo de seis meses. Podem ser utilizados processos cirúrgicos

Page 34: MICOSES SUBCUTANEAS

FEO-HIFOMICOSE Feohifomicose é um termo adotado para

designar infecções cutâneas ou sistêmicas onde os fungos se desenvolvem nos tecidos do hospedeiro na forma de hifas septadas, pseudo-hifas, ou leveduras negras. A feohifomicose é considerada uma infecção do tipo oportunista, uma vez que se apresenta em pacientes imunodeprimidos portadores de doenças como diabetes mellitus, câncer, AIDS e em indivíduos transplantados.

A enfermidade é rara, cosmopolita, e geralmente afeta populações rurais das regiões tropicais das Américas Central e do Sul.

Page 35: MICOSES SUBCUTANEAS

DIAGNOSTICO O exame físico: fácies cushingóide e

edema de membros inferiores.

Page 36: MICOSES SUBCUTANEAS

O exame direto da lesão (KOH) : hifas demáceas

Page 37: MICOSES SUBCUTANEAS

Crescimento de colônia: rápido, cinza-escura, com superfície aveludada no meio de cultura, também característico de fungo filamentoso demáceo.

Page 38: MICOSES SUBCUTANEAS

DOENÇA DE JORGE LOBO

Page 39: MICOSES SUBCUTANEAS

Também conhecida como lobomicose é uma infecção fúngica profunda, crônica, granulomatosa, causada pela implantação traumática do fungo Lacazia loboi (Paracoccidioides loboi) nos tecidos cutâneo e subcutâneo.

Page 40: MICOSES SUBCUTANEAS

TRANSMISSÃO Processo inicia-se pela inoculação do

fungo (traumatismo), induz uma resposta inflamatória crônica que pode estender-se por continuidade, autoinoculação (ato de se coçar) ou via linfática.

Page 41: MICOSES SUBCUTANEAS

MANIFESTAÇÕES CLÍNICASLesões crônicas na pele – aspecto :• Queloidais• Nodulares• Ulceradas e • Verrucosas.

• Mais freqüente nos membros inferiores, superiores e pavilhão auricular.

Page 42: MICOSES SUBCUTANEAS

Pavilhão auricular – nódulos, deformidade e lesões recidivantes pós-cirurgia.

Page 43: MICOSES SUBCUTANEAS

Nódulos queloidianos coalescentes

Page 44: MICOSES SUBCUTANEAS

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA LOBOMICOSE

Page 45: MICOSES SUBCUTANEAS

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL É realizado através dos exames

micológico direto e histopatológico. A pesquisa direta é feita em material

obtido de lesões cutâneas por escarificação, raspagem, curetagem ou uso da fita gomada.

Page 46: MICOSES SUBCUTANEAS

MICROSCOPIA Micológico direto:

células leveduriformes globosas

Isoladas e em gemulação (KOH-DMSO- 400x)

Page 47: MICOSES SUBCUTANEAS

TRATAMENTO Cirúrgico reparadora Clofazimina (Ação anti-inflamatória).

Page 48: MICOSES SUBCUTANEAS

ZIGOMICOSE

Page 49: MICOSES SUBCUTANEAS

São infecções causadas por fungos pertencentes à classe dos Zygomycetes.

Esses organismos são saprofíticos, vivendo no solo, água e nos vegetais em decomposição.

Page 50: MICOSES SUBCUTANEAS

TRANSMISSÃO A infecção resulta da inalação dos

esporos associadas ao pó, com subseqüente implantação desses agentes na mucosa nasal.

Page 51: MICOSES SUBCUTANEAS

CLASSIFICAÇÃO

Mucormicose, também conhecida apenas como zigomicose;

Entomoftoromicose, cujos agentes etiológicos pertencem às ordens dos Mucorales e Entomophtorales, respectivamente.

Page 52: MICOSES SUBCUTANEAS

Mucormicose

Page 53: MICOSES SUBCUTANEAS

Entomoftoromicose

Page 54: MICOSES SUBCUTANEAS

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Paciente apresenta tosse, febre (>

38°C), dispnéia, produção de escarro, perda de peso, hemoptise e/ou dor torácica.

Rouquidão, hemoptise, alargamento do mediastino e falta de ar.

Os zigomicetos têm marcado tropismo vascular, ocasionando trombose e necrose isquêmica. 

Page 55: MICOSES SUBCUTANEAS

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL KOH, observam-se hifas largas, não

septadas, irregulares.

Cultura; Meio Sabouraud – Não usar meio com cicloeximida pois impede o crescimento do fungo.

Page 56: MICOSES SUBCUTANEAS

Zigomicose por

Rhizopus oryzae. Exame direto do material biopsiado do palato, constatando hifas cenocílicas e ramificadas de contorno irregular.

Page 57: MICOSES SUBCUTANEAS
Page 58: MICOSES SUBCUTANEAS

Rhizopus oryzae

Page 59: MICOSES SUBCUTANEAS

TRATAMENTO O tratamento de eleição é a anfotericina B (1, 0 a 1,5 mg/kg). A dose total desse fármaco não esta definida, oscilando entre 2,0 a 4,0 g.

Page 60: MICOSES SUBCUTANEAS

HIALOHIFOMICOSE Produzida por fungos saprófitas, que

apresentam hifas septadas hialinas. Seus principais agentes etiológicos pertencem aos gêneros Aspergillus, Fusarium, Penicillium, Pseudoalescheria e Paecilomyces.

O agente infeccioso mais freqüente é o Aspergillus spp. e, com isso, muitas vezes a aspergilose é considerada entidade à parte.

Page 61: MICOSES SUBCUTANEAS

Como a contaminação é por via respiratória, os pulmões e as vias respiratórias superiores são os pontos mais atingidos.

Provocam doença pulmonar intersticial disseminada brônquica ou atingem cavidades e levam a outras patologias, como tuberculose e abscessos, formando uma massa denominada bola fúngica. É este o quadro típico da aspergilose pulmonar.

Page 62: MICOSES SUBCUTANEAS

De maneira geral, as hialo-hifomicoses podem causar processos inflamatórios os mais diversos, como endocardite, lesões cutâneas, osteoarticulares, pulmonares e oculares, processos septicêmicos, abscessos cerebrais.

Page 63: MICOSES SUBCUTANEAS

ASPECTOS CLÍNICOS PECULIARES À ASPERGILOSE:

Aspergilose alérgica: acomete indivíduos alérgicos que, em contato com o fungo, desenvolvem bronquite.

Aspergilose crônica: é observada nos seios paranasais.

Aspergiloma intracavitário: em portadores de outras patologias, como a tuberculose, o fungo coloniza as cavidades. Aspergillus fumigatus é o agente mais comumente responsável por esta colonização.

Page 64: MICOSES SUBCUTANEAS

Aspergilose associada à necrose tecidual: caracteriza-se por um tipo de broncopneumonia necrosante e hemorrágica. Surgem tromboses vasculares e formam-se cavidades com material necrótico liquefeito. Pode acometer poucos lóbulos pulmonares ou pode haver o envolvimento de extensas áreas ou mesmo de lóbulos inteiros, em ambos os pulmões. Alguns vasos, situados no meio ou na periferia das lesões, podem apresentar tromboses e, em conseqüência da agressão das hifas ao endotélio, com freqüência ocorrem infartos pulmonares, às vezes extensos e letais.

Page 65: MICOSES SUBCUTANEAS

Aspergilose disseminada: o fungo pode ser encontrado em múltiplos órgãos, onde provoca abscessos. Pode ainda haver formação de granulomas de hipersensibilidade típicos. Pulmões, cérebro, rins, fígado, esôfago, tireóide e pele são os órgãos mais acometidos nessas disseminações.

Page 66: MICOSES SUBCUTANEAS

Diagnóstico MATERIAL: Pulmonar: Escarro, lavado ou aspirado brônquico. Qualquer um

deles deve ser recolhido em frasco estéril.

Material proveniente de biópsia: Deve ser colocado em frasco estéril com soro fisiológico (mais ou menos 3mL)

Sangue: Após coleta com seringa, deve ser colocado em frasco para hemocultura. Recomenda-se colher três amostras. Enviar o mais rápido possível ao laboratório.

Lesões oculares: A coleta desse material é de grande importância e deve ser realizada pelo oftalmologista, com auxílio de um biomicroscópio. É necessário remover o excesso da secreção existente com gaze umedecida em soro fisiológico estéril. A amostra é obtida após anestesia local, fazendo-se um raspado vigoroso da base e das bordas da úlcera, com uma espátula de platina. Colocar o raspado diretamente no meio da cultura fornecido pelo laboratório, fazendo, com auxílio da espátula, vários cortes na superfície do meio, com formato em “c”. Entregar ao laboratório o mais rápido possível.

Page 67: MICOSES SUBCUTANEAS

EXAME DIRETO: Observam-se hifas hialinas septadas e eventualmente cabeças conidiais.

CULTURA: O crescimento é rápido e permite a identificação do fungo.

Page 68: MICOSES SUBCUTANEAS