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Microbiologia Clínica

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Microboligia

Professor Huita do Couto Matozo

Page 3: Microbiologia Clínica

Desinfecção e Esterilização

ESTERILIZAÇÃO: Processo que visa a destruição total de todas as

formas de vida de um material ou ambiente, através de métodos

físicos ou químicos.

DESINFECÇÃO: Consiste na destruição, remoção ou redução dos

microrganismos presentes num material inanimado. Visa eliminar a

potencialidade infecciosa do objeto, superfície ou local.

ASSEPSIA: Procedimentos que visam evitar o retorno da

contaminação a um objeto, superfície ou local.

ANTI-SEPSSIA: Desinfecção de tecidos vivos, como pele e

mucosas. Pode ser feita, por exemplo, através do Clorexidine a

0,12% para anti-sepsia intra bucal.

LIMPEZA: Remoção de sujidades que indispensavelmente

antecede os procedimentos de desinfecção ou esterilização.

Page 4: Microbiologia Clínica

Desinfecção e Esterilização *- Formas vegetativas **- Bacilos álcool-ácido resistentes; ***- Ativos contra esporos

Agente Espectro de ação* Uso Modo de ação Tempo de exposição

Desvantagens

Álcoois (70-80%) Gram-positivas Gram-negativas BAAR**

Antissépticos Desinfectantes

Desnaturação protéica dissolução de lipídeos

Curto (10-15 min) Pouco ativo contra esporos

Fenóis Gram-positivas Gram-negativas BAAR

Desinfectantes Desnaturação protéica

Efeito imediato Fenol puro é corrosivo e de odor desagradável

Compostos Quaternários de amônio

Gram-positivas Gram-negativas

Antissépticos Sanitizantes Desinfectantes (instrumentos cirúrgicos)

Alteração da membrana celular bacteriana

Curto (10-30 min) Não age sobre BAAR e esporos

Cloro Gram-positivas Gram-negativas BAAR

Tratamento da água

Inativação enzimática agente oxidante

Efeito imediato Odor irritante pouco ativo contra esporos

Iodo Gram-positivas Gram-negativas BAAR

Antissépticos Desinfectantes

Inativação enzimática

Efeito imediato Odor irritante pouco ativo contra esporos

Iodóforos Gram-positivas Gram-negativas BAAR

Antissépticos Desinfectantes

Inativação enzimática

Efeito imediato Pouco ativo contra esporos

Aldeídos*** Gram-positivas Gram-negativas BAAR

Desinfectantes (instrumentos e superfícies)

Desnaturação protéica agente alquilante

Curto (formas vegetativas) Prolongado (esporos)

Tempo de exposição longo

Metais pesados Gram-positivas Gram-negativas

Antissépticos Inativação enzimática

Só agem enquanto em contato

Não atuam sobre BAAR e esporos

Fonte: Trabulsi, L.R., Microbiologia. Livraria Atheneu, R.J., 1991.

Page 5: Microbiologia Clínica

Meios de cultura

Estado físico em sólidos, quando contém agentes

solidificantes, principalmente ágar (cerca de 1 a 2,0 %);

semi-sólidos, quando a quantidade de ágar e ou gelatina é

de 0,075 a 0,5 %, dando uma consistência intermediária, de

modo a permitir o crescimento de microrganismos em

tensões variadas de oxigênio ou a verificação da motilidade

e também para conservação de culturas; e líquidos, sem

agentes solidificantes, apresentando-se como um caldo,

utilizados para ativação das culturas, repiques de

microrganismos, provas bioquímicas, dentre outros.

Page 6: Microbiologia Clínica

Classificação dos meios de

cultura Os meios de cultura podem ainda ser classificados quanto a

procedência dos constituintes em naturais ou complexos,

quando usa ingredientes com composição química não

definida, tais como extratos de vegetais (malte, tomate, amido

de tubérculos, peptona de soja, etc.) de animais (carne,

cérebro, fígado, caseína, etc.) e de microrganismos (levedura)

e artificiais, sintéticos ou ainda quimicamente definidos

quando a composição química é conhecida (usados para

trabalhos de pesquisa) e seus componentes servem para

suprir as exigências nutritivas dos microrganismos, em fontes

de carbono, nitrogênio, vitaminas, energia, sais minerais,

dentre outros, quando então são conhecidas as necessidades

nutricionais específicas.

Page 7: Microbiologia Clínica

Classificação química dos

meios de cultura Básicos são aqueles que permitem o crescimento bacteriano,

sem satisfazer contudo nenhuma exigência em especial (Ex.

caldo e ágar simples).

Especiais quando cumprem com as exigências vitais de

determinados microrganismos, como meio de infusão de

cérebro e coração, ágar suco de tomate, ágar sangue, meio de

Loeffler (com soro bovino), ágar chocolate (agar simples

fundido, adicionado de sangue e aquecido a 80°C), Meio de

Tarozzi (com fragmento de fígado - para anaeróbios), Meio de

Lowenstein, meios Shahidi Ferguson Perfringens (SFP),

Triptose Sulfito Ciclosserina (TSC) , Baird-Parker (com gema

de ovo) (meios ricos ou meios enriquecidos com as

substâncias citadas), etc.

Page 8: Microbiologia Clínica

Aplicações dos meios de

cultura bacteriológica ou micológica

Meios de pré-enriquecimento - são aqueles que permitem a

dessensibilização de microrganismos injuriados, i.e., para

amostras que sofreram algum tipo de tratamento (térmico ou

químico). Ex. Água peptonada, caldo lactosado (isolamento de

salmonelas de leite em pó).

Meios de Enriquecimento - quando proporcionam nutrientes

adequados ao crescimento de microrganismos presentes

usualmente em baixos números ou de crescimento lento, bem

como microrganismos exigentes e fastidiosos. Esses meios têm a

propriedade de estimular o crescimento de determinados

microrganismos, mas existem alguns que também podem inibir o

crescimento de outros. Ex. Caldo Tetrationato e Selenito-Cistina

para cultivo de Salmonelas (líquidos), Caldo Tioglicolato para

Clostridium perfringens.

Page 9: Microbiologia Clínica

Aplicações dos meios de

cultura bacteriológica ou micológica

Diferenciais - quando contém substâncias que permitem

estabelecer diferenças entre microrganismos muito parecidos,

tais como meio de Teague ou Eosina Azul de Metileno

(diferencial para coliformes), Ágar MacConkey para a

diferenciação de enterobactérias, Ágar sangue, agar Baird-

Parker para isolamento e diferenciação de cocos Gram

positivos (sólidos).

Page 10: Microbiologia Clínica

Aplicações dos meios de

cultura bacteriológica ou micológica

Seletivos - os que contém substâncias que inibem o

desenvolvimento de determinados grupos de microrganismos,

permitindo o crescimento de outros. Exemplo: meios com

telurito de potássio (para isolamento de Corynebacterium

diphtheriae), ágar Salmonella-Shigella (SS) e ágar MacConkey,

meios com sais biliares e verde brilhante para isolamento

seletivo de Salmonella, meios com 7,5% de cloreto de sódio,

meio Baird-Parker, para isolamento de Staphylococcus aureus,

meios com antibióticos para isolamento de diversos

microrganismos (TSC, SFP, , meio de Blaser, meio de Skirrow,

etc.). A maioria deles é também diferencial, permitindo

diferenciar as colônias (sólidos) dos microrganismos.

Page 11: Microbiologia Clínica

Aplicações dos meios de

cultura bacteriológica ou micológica

Meios de triagem - meios que avaliam determinadas

atividades metabólicas permitindo caracterização e

identificação perfunctória ou presuntiva de muitos

microrganismos (ágar tríplice açúcar e ferro, meio Instituto

Adolfo Lutz, uréia, etc.);

Identificação - prestam-se para a realização de provas

bioquímicas e verificação de funções fisiológicas de

organismos submetidos a identificação (meios

Oxidação/Fermentação, Ágar Citrato, Caldo nitrato, meio semi-

sólido, caldo triptofano, meio de Sulfito Indol Motilidade, etc.;

Dosagem - empregados nas determinações de vitaminas,

antibióticos e aminoácidos;

Page 12: Microbiologia Clínica

Aplicações dos meios de

cultura bacteriológica ou micológica

Meios de triagem - meios que avaliam determinadas

atividades metabólicas permitindo caracterização e

identificação perfunctória ou presuntiva de muitos

microrganismos (ágar tríplice açúcar e ferro, meio Instituto

Adolfo Lutz, uréia, etc.);

Identificação - prestam-se para a realização de provas

bioquímicas e verificação de funções fisiológicas de

organismos submetidos a identificação (meios

Oxidação/Fermentação, Ágar Citrato, Caldo nitrato, meio semi-

sólido, caldo triptofano, meio de Sulfito Indol Motilidade, etc.;

Dosagem - empregados nas determinações de vitaminas,

antibióticos e aminoácidos;

Page 13: Microbiologia Clínica

Aplicações dos meios de

cultura bacteriológica ou micológica

Contagem - empregados para a determinação quantitativa da

população microbiana (Agar de Contagem em Placas, TSC,

Agar Batata Dextrose, Ágar Baird-Parker, etc.);

Estocagem ou manutenção - utilizados para conservação de

microrganismos no laboratório, i.e. garantem a viabilidade de

microrganismos (Ágar Sabouraud, Meios com leite, Ágar suco

de tomate, Ágar sangue, Ágar Simples, meio semi-sólido, etc.).

Page 14: Microbiologia Clínica

Agar ou caldo simples E

xtr

ato

de c

arn

e ....

........ 0

,3 g

Pep

ton

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..................... 1,0

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....

........ 0

,5 g

Águ

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..

....

........ 1

00

,0 m

L

Extrato de carne - Fonte de carbono orgânico,

nitrogênio, vitaminas e sais minerais e, nesse

caso de energia

Peptona – proteína semi-digerida que serve

como fonte de nitrogênio

Cloreto de sódio - aumenta a pressão

osmótica e mantém a isotonia do meio

Ágar-ágar - Sulfato de ácido poligalacturônico

extraído de várias espécies de algas do

gênero Gellidum e outras algas afins. Tem

como função solidificar os meios e não é

metabolizado por bactérias de interesse

clínico.

Page 15: Microbiologia Clínica

Agar ou caldo simples

1. A adição de extrato de levedura (0,5%) e glicose (0,5 a 1,0

%) ao caldo simples enriquece o meio fornecendo vitamina B,

fonte adicional de nitrogênio e carbono, e pode até permitir o

crescimento de alguns microrganismos exigentes.

2. Os meios de cultura após esterilização devem ser

incubados em condições ambientais (temperatura e

atmosfera) adequadas para verificação da esterilidade (Prova

da esterilidade).

3. A estocagem dos meios de cultura esterilizados e esfriados

deve ser feita acondicionando-os invertidos, em sacos

plásticos fechados, para reduzir a desidratação dos mesmos,

colocando-os em refrigeração por, no máximo 15 dias.

Page 16: Microbiologia Clínica

Meio de cultura

Page 17: Microbiologia Clínica

Microscópio

Em 1591, aos holandeses Hans Janssen e seu filho Zacarias,

fabricantes de óculos deram inicio ao primeiro microscópio

utilizando duas lentes de vidro montadas nas extremidades de um

tubo. O holandês Antonie Van Leewenhoek construiu microscópios

de apenas uma lente, pequena e quase esférica, entre duas placas

de cobre, aperfeiçoando o instrumento. Com essas descobertas,

Robert Hooke desenvolveu um aparelho com duas lentes ajustadas

nas extremidades de um tubo de metal.

Page 18: Microbiologia Clínica

Microscópio

Page 19: Microbiologia Clínica

Microscópio

Verificar a voltagem e ligar o equipamento à rede

elétrica

Acender a lâmpada do sistema de iluminação

Abrir totalmente o diafragma e colocar o sistema

condensador - diafragma na posição mais elevada,

pois é a que permite melhor iluminação.

Page 20: Microbiologia Clínica

Movimentar o revólver, colocando em

posição a objetiva de menor aumento (4X)

Colocar a lâmina na platina, com a

preparação para cima, fixando-a à platina

Movimentar o charriot, fazendo com que o

esfregaço fique em baixo da objetiva.

Microscópio

Page 21: Microbiologia Clínica

Ajustar o foco com o botão micrométrico

A objetiva de 100 x é chamada de imersão.

Movimentar o revólver de forma que a objetiva

de 100 x fique a meia distância da posição de

encaixe. Colocar uma gota do óleo de imersão

sobre a preparação.

Movimentar o revólver de forma que a objetiva

de 100 x encaixe corretamente. Ajustar o foco

com o botão micrométrico

Microscópio

Page 22: Microbiologia Clínica

Finalizado a observação microscópica, desligar a lâmpada, girar o

revólver de forma a encaixar a objetiva de 4 x, baixar a platina, retirar

a lâmina e enxugar a objetiva de 100 x com papel fino (NÃO

ESFREGAR A LENTE)

Microscópio

Page 23: Microbiologia Clínica

Câmara de NeuBauer

Urina em câmara de Neubauer- Numerosos leucócitos

Page 24: Microbiologia Clínica

Câmara de NeuBauer

Observando-se ao

microscópio,

percebe-se que

existem três tipos

de quadrantes

denominados A, B

e C, que juntos

formam um

quadrado maior.

Page 25: Microbiologia Clínica

Câmara de NeuBauer

Como o quadrante A tem 0,1 mm3 de volume, ao

serem contados os esporos nos 4 quadrantes, tem-se

o número de esporos em um volume de suspensão

igual a 0,1 mm3 x 4 = 0,4 mm3 (=0,0004 cm3). Logo o

no médio de esporos (no observado ÷ 4) está contido

em um volume igual a 0,0004 cm3 ÷ 4 = 0,0001 cm3.

Para se obter o número estimado de esporos/ml faz-se

o seguinte cálculo:

N° médio de microorganismo dos campos

A ______________ 0,0001 cm3

x microorganismo ______________1 cm3

(n° médio de esporos contados nos campos A) x 104

Page 26: Microbiologia Clínica

No quadrante B - contar o número de esporos observados em 3 sub-

quadrantes (b) de B, dois do canto e um central.

Como o quadrante B (com 0,1 mm3 de volume) é dividido em 20 sub-

quadrantes, ao serem contados os esporos nos 3 sub-quadrantes (b),

tem-se o número de esporos em um volume de suspensão igual a 0,005

mm3 x 3 = 0,015 mm3 (= 0,000015 cm3). Logo em 1 sub-quadrante (b)

temos o no médio de esporos (no observado ÷ 3) em um volume de

0,000015 cm3 ÷ 3 = 0,000005 cm3. Para se obter o número estimado de

esporos em B, com um volume 20 vezes maior que b, devemos

considerar que temos 20 vezes mais esporos contidos em um volume de

0,000005 cm3 x 20 = 0,0001 cm3. Para se obter o número estimado de

esporos/ml faz-se o seguinte cálculo:

no médio de microorganismo em b x 20 ---------- 0,0001 cm3

x esporos ---------- 1 cm3

Logo, o número de esporos/mL é igual a:

(no médio de esporos contados em b) x (2,0 x 105)

Câmara de NeuBauer

Page 27: Microbiologia Clínica

No quadrante C - contar o número de esporos em 5 sub-quadrantes (c)

de C, os 4 dos cantos e o sub-quadrante central.

Cálculos:

Como o quadrante C (com 0,1 mm3 de volume) é dividido em 25 sub-

quadrantes, ao serem contados os esporos nos 5 sub-quadrantes (c),

tem-se o número de esporos em um volume de suspensão igual a 0,004

mm3 x 5 = 0,02 mm3 (= 0,00002 cm3). Logo em 1 sub-quadrante (c)

temos o no médio de esporos (no observado ÷ 5) em um volume de

0,00002 cm3 ÷ 5 = 0,000004 cm3. Para se obter o número estimado de

esporos em C, que tem um volume 25 vezes maior que c, devemos

considerar que temos 25 vezes mais esporos contidos em um volume de

0,000004 cm3 x 25 = 0,0001 cm3. Para se obter o número estimado de

esporos/ml faz-se o seguinte cálculo:

no médio de esporos em c x 25 ---------- 0,0001 cm3

x esporos ---------- 1 cm3 (= 1 ml)

Logo, o número de esporos/ml é igual a:

(no médio de esporos contados em c) x (2,5 x 105)

Câmara de NeuBauer

Page 28: Microbiologia Clínica

Água

A importância do controle de qualidade da água por meio de

análises periódicas é tão grande que a lei nº 3.718 de

19/01/83 institui sua obrigatoriedade. Segundo a lei, é encargo

do responsável pelo local de consumo providenciar os

atestados de potabilidade da água. Análises periódicas irão

garantir a sanidade da água proveniente da rede hidráulica,

poço ou fonte, indicando o momento exato de realizar a

lavagem das caixas d'água.

Page 29: Microbiologia Clínica

Técnicas de semeadura

Meio Líquido Meio semi-sólido

Meio sólido (ágar inclinado)

Meio sólido (Placa de Petri – técnica do esgotamento)

Page 30: Microbiologia Clínica

Método de difusão

SWAB

Com um swab de algodão com a suspensão bacteriana. Remova o excesso de

umidade girando o swab contra a parede do tubo.

A suspensão sobre a superfície estéril de uma placa contendo ágar Muller-Hinton,

utilizando sucessivamente três direções para obter um inóculo uniformemente

espalhado sobre toda a superfície do ágar

Distribuir cinco discos de antibiótico, sendo cada um de um antimicrobiano

diferente, sobre a superfície do ágar inoculado, seguindo o esquema abaixo. Deixe

uma distância de aproximadamente 1 cm entre a borda da placa e o disco.

Page 31: Microbiologia Clínica

Análises dos resultados

Através da análise dos resultados poderemos classificar os

microrganismos testados em: “resistente”, “intermediário”,

“moderadamente sensível”, e “sensível”, dependendo da

formação ou não de halo inibitório e também de seu diâmetro

Page 32: Microbiologia Clínica

Análises dos resultados

No caso de formação de um halo inibitório, este deve ter seu

diâmetro medido, e a medida encontrada deve ser comparada com

tabelas padronizadas. De modo geral, estas tabelas determinam

medidas de diâmetro, e dessa forma a medida encontrada em cada

caso pode então ser enquadrada em uma das quatro categorias

supracitadas.

Antimicrobiano Código [µg]

Halos de Inibição (mm)

Resistente Intermediário Moderada

mente sensível

Sensível

Bacitracina BAC 10 < 8 12 - > 13

Cefotaxima CTX 30 < 14 - 22 > 23

Gentamicina GEN 10 < 12 14 - > 15

Tetraciclina TET 30 < 14 18 - > 19

Vancomicina VAN 30 < 9 11 - > 12

Se para um determinado microrganismo, utilizando-se o antimicrobiano Gentamicina, foi medido o diâmetro de um halo de

inibição e constatou-se que este era de 16 mm, tal microrganismo deve ser classificado como sensível para a Gentamicina.

Entretanto se o diâmetro do halo fosse de 13 mm o microrganismo seria classificado como intermediário a Gentamicina. No

caso de não formação de um halo de inibição, o microrganismo seria considerado resistente.

Page 33: Microbiologia Clínica

Diluição e Contagem de Microorganismos

30 -300

UFC* = (nº de colônias) x 10** x (diluição utilizada para contagem)

* UFC significa Unidade Formadora de Colônia, uma vez que a contagem feita é referente às colônias e não às células presentes.

** 10 é um fator de correção.

Se são contadas 105 colônias em uma placa onde foi feita diluição de 10-2 , o

cálculo final será: UFC= 105 x 10 x 102 = 1,05 x 105 UFC/mL

Page 34: Microbiologia Clínica

Algumas orientações importantes para o

preparo de alguns exames

Amostra Exame Preparo

Sangue Colesterol e

triglicérides,

Glicose, PSA,

TSH.

Jejum de 8 a 12 horas dependendo do exame a ser realizado.

Não consumi bebida alcoólica por 48 a72 horas antes do exame.

Evitar o consumo do cigarro no dia do exame.

Urina 24 horas Desprezar a primeira urina da manha e marcar à hora.Colher

toda a urina das próximas 24 horas ate o dia seguinte no mesmo

horário que foi desprezada a primeira urina.Não se pode perder

nenhuma urina neste período(o laboratório fornecerá o frasco

para coleta.)

Fezes Pesquisa de

sangue oculto

nas fezes

A dieta deve ser seguida durante três dias antes do exame. Não

comer carne vermelha e seus derivados (presunto, apresentado,

salsicha, nabo, rabanete, beterraba, brócolis, couve flor. Evitar

os medicamentos AAS, aspirina, anti-flamatorio não esteróides,

vitamina C, sulfato ferroso, anti coagulante. Não ter realizado

tratamento dentário ate 7 dias antes do exame.não colher as

fezes durante o período menstrual.

Page 35: Microbiologia Clínica

Alguns tubos coletores a Vácuo (anticoagulante)

SORO: (tampa vermelha): sem anti-coagulante. Principal

uso: bioquímica no estudo de colesterol total e frações.

EDTA (Tampa Roxa): atua em nível do

íon cálcio (seqüestrador). Principal uso:

Hematologia.

CITRATO DE SÓDIO (Tampa

Azul): captação dos íons cálcio

Principal uso: estudos da

coagulação

FLUORETO DE SÓDIO com EDTA

(Tampa Cinza): captação dos íons

Cálcio, e inibição da glicose. Principal

uso: glicemia.

HEPARINA (tampa verde): é

um anticoagulante natural.

Atua interferindo na conversão

principal uso: de protombina

em trombina.

Page 36: Microbiologia Clínica

Alguns materiais para coleta de sangue

A

dapta

dor

de

agulh

a a

vácuo

Agulhas a vácuo Tubos para coletas

Page 37: Microbiologia Clínica

Exame parasitológico de Fezes (PEF)

Quando o médico solicita o EPF (Exame Parasitólogico de

Fezes), ele está interessado em pesquisar a presença de

vermes parasitas no nosso organismo, principalmente

crianças. É utilizado para identificação de diversas

infestações parasitárias, ovos ou larvas de helmintos e de

cistos de protozoários.Isso é importante, pois, em casos de

contaminação grave, outros exames como o hemograma

pode se alterar.

Page 38: Microbiologia Clínica

Exame parasitológico de Fezes (PEF)

As parasitoses intestinais são doenças típicas de

países e áreas pobres com precárias condições de

saneamento básico

Giardia lamblia

Protozoários que não precisam de

tratamento:

Entamoeba gengivais, Entamoeba

hartmanni, Entamoeba coli, Entamoeba

polecki, Endolimax nana Iodamoeba

bütschlii, Entamoeba dispar, Entamoeba

moshkovskii, Trichomonas hominis,

Chilomastix mesnili

Page 39: Microbiologia Clínica

Exame Parasitológico de Fezes (EPF)

Giardia lamblia - Giardíase: A infecção é por fezes e água,

através da boca. Os sintomas mais comuns são diarréia,

dor abdominal, perda de peso. Muito comum é crianças e

pacientes com imunidade baixa.

Entamoeba histolytica - Amebíase: A infecção é por água e

alimento contaminados com fezes. Os sintomas mais

comuns são diarréia leve e disenteria e abscesso

amebiano. Pode ser assintomática em indivíduos ou

populações.

Strongyloides stercoralis - Estrongiloidíase: A infecção é por

contaminação fecal do solo (larvas), entrando pela pele

geralmente pela pele, geralmente dos pés (larvas). Causa

dor irradiada do estômago, diarréia, urticária linear. Os

vermes podem bloquear o intestino e ductos biliares e

pancreáticos.

Schistosoma mansoni - Esquistossomose: A infecção é

através de água contaminada contendo larvas de

hospedeiros caramujos. Causa disenteria, fibrose das

paredes intestinal ou da bexiga, fibrose hepática, hematúria.

Page 40: Microbiologia Clínica

Exame Parasitológico de Fezes (EPF)

Trichuris trichiura: A infecção é por contaminação fecal do

solo (ovos), entrando pela pele geralmente pela boca.

Sintomas são diarréia, dor abdominal, anemia e perda de

peso. Pode produzir disenteria, apendicite aguda ou prolapso

retal em crianças.

Enterobius vermicularis (Oxiúros): A infecção é através de ovos

em fômites contaminados (ânus-dedo-boca), entrando pela boca.

Os sintomas são pruridos perianais (coceira muito forte no anus

e proximidades). Quando a infestação é alta, podem-se observar

a olho nu, os vermes na entrada do ânus.

Hymenolepis nana: A infecção é por ovos contaminando o

meio ambiente, entrando pela boca. Causa diarréia,

desconforto abdominal em infestações massivas em

crianças. Pode ser assintomático.

Taenia saginata e Taenia solium (solitária) - Teníase: A

infecção é através de carne de gado (saginata) e porco

(soluim) crua ou inadequadamente cozida. Causa desconforto

abdominal, apendicite aguda. Partes do verme (proglotes)

podem ser expelidas nas fezes.

Page 41: Microbiologia Clínica

Exame urina

O famoso exame de urina, um dos procedimentos laboratoriais mais

comuns, é empregado para avaliar e identificar problemas nos rins e

no aparelho urinário. É claro que existem vários tipos, hoje vou

explicar apenas o exame mais comumente realizado: Exame de

Rotina da Urina, também conhecido como EAS (Elementos Anormais

e Sedimento).

Na Coleta é preciso que a urina seja colhida desprezando-se a parte

inicial. Esse procedimento ajuda a eliminar resíduos e bactérias

eventualmente presentes na urina, o que poderia dar um “falso-

resultado” de infecção.

Page 42: Microbiologia Clínica

Exame urina – Análise física

Na análise física é verificado a cor, que poderá variar entre a

coloração amarela ou amarela clara, neste momento o laboratorista

observa o aspecto (límpido ou turvo) e odores anormais, um cheiro

fétido indica infecções.

A presença de sangue na urina dá uma cor de laranja a vermelha, é

um sinal de várias doenças dos rins e do trato urinário e merece

muita atenção.

Medicamentos podem conferir coloração verde, azul ou laranja

escuro. É por isso que os laboratórios sempre perguntam se você

está usando medicamento.

Urina turva: pode ser por presença de bactérias, ou descamações de

células em excesso do trato urinário. Pode indicar infecção.

Page 43: Microbiologia Clínica

Exame urina – Análise bioquímica

pH: Avaliação de cristalúria e de distúrbios renais que causam

incapacidade renal de secretar ou reabsorver ácidos ou bases.

Valores altos podem indicar presença de cálculos renais, infecção

das vias urinárias, especialmente por microrganismos que utilizam

uréia. As drogas e medicamentos podem elevar o pH urinário.

Valores baixos indicam perda de potássio, dieta rica em proteínas,

infecção das vias urinárias por Escherichia coli, diarréias severas. O

uso de anestésicos, assim como medicamentos podem diminuir o pH

urinário.

DENSIDADE: avalia a capacidade do rim de concentrar a urina.

Densidade baixa indica uso excessivo de líquidos por via intravenosa,

insuficiência renal crônica, hipotermia, aumento da pressão

intracraniana, diabetes e hipertensão. Densidade alta mostra

desidratação, diarréia, vômitos, febre, diabetes mellitus,

glomerulonefrite, insuficiência cardíaca congestiva, etc.

PROTEÍNA: Ausentes na urina normal. Presentes em diversas

doenças renais e diabetes.

Page 44: Microbiologia Clínica

Exame urina – Análise bioquímica

•GLICOSE: Ausente na urina normal. Presente em pacientes

diabéticos e casos de glicosúria renal.

* CETONAS (Corpos Cetônicos): Presentes em pacientes diabéticos

ou após jejum prolongado.

* HEMOGLOBINA (sangue): Ausente na urina normal. Presente nas

hemorragias de qualquer causa que atingem o sistema urinário

(Infecções urinárias, cálculo renal etc). É normal que a mulher

menstruada apresente hemoglobina na urina por contaminação.

* BILIRRUBINA: É a substância resultante do metabolismo da

hemoglobina e que dá à urina coloração muito amarela. Valores altos

indicam doenças hepáticas e biliares, neoplasias hepáticas ou do

trato biliar. Lembrando que os Bebês recém-nascidos possuem

valores altos de bilirrubina.

*UROBILINOGÊNIO: Também é substância resultante do

metabolismo da hemoglobina. Valores anormais indicam doenças no

fígado, distúrbios hemolíticos ou porfirinúria.

Page 45: Microbiologia Clínica

Exame urina – Sedimentos

Nesta etapa o sedimento concentrado da urina é analisado no microscópio,

à procura de elementos anormais. Urinas anormais podem conter os

seguintes elementos:

*LEUCÓCITOS (glóbulos brancos): Indica processos inflamatórios e

infecciosos do sistema urinário.

*HEMÁCIAS (glóbulos vermelhos): Sua presença pode ser percebida nas 3

fases da análise e indica lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas

dos rins ou vias urinárias.

*CÉLULAS EPITELIAIS: Sua presença em quantidade elevada é anormal.

*CRISTAIS: Presença normal e tem ligação com a dieta do paciente.

Cristais de oxalato de cálcio são normais no uso de algumas verduras na

alimentação, mas valores muito altos podem indicar pedra nos rins.

*PARASITAS: Aparecem em casos como infecção por Cândida ou

protozoários (Trichomonas vaginalis).

*ESPERMATOZÓIDES: No homem, é normal que apareçam por

contaminação e nas mulheres que tiveram relação sexual recente.

Geralmente, os laboratórios ignoram sua presença no exame.

*CILINDROS: Cilindros hialinos em pequena quantidade é normal,

principalmente após o exercício físico.

Page 46: Microbiologia Clínica

Teste de gravidez Tira de teste BHCG

Gonadotrofina coriônica humana

(HCG) é um hormônio de

glicoproteína produzido na

gravidez que é feito pelo

embrião logo após a concepção

e mais tarde pelo

sinciciotrofoblasto (parte da

placenta)

Negativo: Ocorre a formação de uma linha colorida na posição

controle e ausência de linha colorida na posição teste

Positivo: ocorre a formação de uma linha colorida na posição de

teste e outra linha colorida na posição de controle. A linha indica

que existe uma concentração de HCG igual ou maior que 25

mUI/mL

Page 47: Microbiologia Clínica

Esfregaço sanguíneo

O esfregaço de sangue é usado para fazer uma diferenciação entre os leucócitos, isto

é, fazer uma contagem do número de neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinócitos e

basófilos. Chegando-se a uma porcentagem de cada célula encontrada.

Page 48: Microbiologia Clínica

Esfregaço sanguíneo

Em três recipientes, contendo cada um

respectivamente: fixador incolor, lugol

vermelho para corar plaquetas, lugol roxo.

Adiciona se a placa no 1º recipiente por duas

vezes em seguida no 2º recipiente por duas

vezes ou mais. Por ultimo no 3º recipiente,

por varias vezes. Lava se com água e deixa

secar. Apos secas, estas são analisadas no

microscópio e a contagem das células são

feitas em um aparelho o leucotron.

Page 49: Microbiologia Clínica

Hemograma COUTER T_890

Quando a contagem é baseada

no tamanho das células, o

aparelho as diferencia por 3 tipos:

células pequenas (linfócitos),

células médias (neutrófilos,

eosinófilos e basófilos) e células

grandes (monócitos).

As siglas são as seguintes:

•WBC=leucócitos (valor total )

•RBC=hemácias (glóbulos vermelhos valor total )

•HGB=hemoglobina (proteína presente nas hemácias)

•HCT=hematocritos (porcentagem da massa de

hemácia em relação ao volume sanguíneo)

•PLT=plaquetas (fabricado pela medula óssea )

Page 50: Microbiologia Clínica

Resultados do hemograma

Page 51: Microbiologia Clínica

Contador automático de células

Contador Automático de Células Sanguíneas, para determinação de 7

parâmetros hematológicos (RBC, WBC, HCT, HGB, VCM, HCM e CHCM).

* Determinação da Hemoglobina por colorimetria.

* Método de detecção por condutividade.

* Manômetro de esfera flutuante.

* Rubi sintético com orifício de contagem de 100 µm.

* Tempo de contagem de aproximadamente 13 segundos.

* Auto-diagnóstico operacional microprocessado.

* Teclado de policarbonato com múltiplas programações.

* Impressora de impacto com 24 colunas.

Parâmetros determinados:

* RBC - Eritrócitos.

* WBC - Leucócitos.

* HCT - Hematócrito.

* HGB - Hemoglobina.

* VCM - Volume Corpuscular Médio.

* HCM - Hemoglobina Corpuscular Média.

* CHCM - Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média.

Page 52: Microbiologia Clínica

Contador de Células

VCM Volume Corpuscular Médio . HCM Hemoglobina Corpuscular Média. CHCM concentração de hemoglobina corpuscular média

Page 53: Microbiologia Clínica

Referências AVERSI-FERREIRA; T. A. Biologia: Celular e Molecular. Editora

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FERNANDES, J. Química Analítica Qualitativa: Cursos Técnicos e

Profissionalizante do 2º Grau, Curso de Química Industrial e Curso

Superior de Química. Hemus Editora Ltda, Sao Paulo, 1982

FERNANDES, J. Química Analítica Quantitativa: Cursos Técnicos e

Profissionalizante do 2º Grau,Curso de Química Industrial e Curso

Superior de Química. Hemus Editora Ltda, Sao Paulo, 1982

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KOLTZ, J. C. TREICHEL, P. JR. Quimica e reacoes quimica. Tradutor

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LEHNINGER, A. NELSON. D. L. COX, M. M. The Foundations of

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Técnico Supervisionado de Conclusão do Curso Técnico de Química-

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MG, 2010.