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Alunas: Monique Campos e Ana Carolina Ferreira CEFET – Bacharelado em Zootecnia Microbiologi a Mel d o

Microbiologia Do Mel

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Page 1: Microbiologia Do Mel

Alunas: Monique Campos e Ana Carolina FerreiraCEFET – Bacharelado em Zootecnia

Microbiologia

Meldo

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Introdução histórica

No Brasil, a apicultura foi introduzida pelos jesuítas no século XIX.

A Apis mellifera, ou abelha européia, foi trazida nesta época e logo se espalhou pelo país.

Em 1956, a Apis mellifera adansonii, ou abelha africana, foi trazida para estudo. Causaram uma revolução na apicultura brasileira. São grandes produtoras de mel, de hábitos ativos porém agressivas e enxameadoras.

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Apis mellifera

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Apis mellifera adansonii

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A apicultura que antes tinha uma função extrativista e predatória, passou a ser migratória, onde sua principal função é a polinização seguida da produção de mel, cera, própolis e geléia real.

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Biologia da Abelha

As abelhas encontradas no Brasil são originárias da mistura das raças européias e africana.

É um inseto organizado socialmente e dividido em 3 castas: zangão, rainha e operárias.

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Diferença entre as castas:

- Zangão: é haplóide e fruto de partenogênese, sua função é a reprodução.

- Rainha: é diplóide, se diferencia das operárias porque recebe geléia real por toda sua vida larvária, o que permite o desenvolvimento de seu aparelho reprodutor.

- Operárias: são diplóides porém só recebem a geléia real até o 3º dia de sua vida larvária.

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As funções das operárias estão relacionadas com seu tempo de vida. Elas levam 21 dias para nascer.

Dias Funções

Do nasc. ao 3º dia Faxineiras

Do 4º ao 14º dia Nutrizes

Do 15º ao 21º dia Engenheiras

Do 21º ao fim de sua vida Campeiras

A rainha leva 16 dias para nascer, em torno do 5º dia faz seus ovos de reconhecimento, no 9º dia realiza seu vôo nupcial.

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Microbiota Intestinal

A população microbiana digestória da abelha se encontra principalmente no intestino. Ela é selecionada devido a ingestão de mel e geléia real, que possuem fatores antimicrobianos.

As abelhas e algumas cepas bacterianas mantêm uma simbiose. Essas bactérias fornecem vitaminas indispensáveis ao seu metabolismo.

Algumas bactérias participam do processo de maturação do mel.

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As principais espécies são:

Pseudomonas insolita, P.neritica, P. aleuritidis.

Bacillus polymyxa, B. macerans, B. brevis, B. pulvifaciens, B. cirulans, B. pantothenticus, B. subtilis, B. firmus, B. alvei, B. laterosporus, B. coagulans, B. cereus, B. pumilis e B. licheniformis.

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Produtos das Abelhas

Mel: produto açucarado feito a partir do néctar e de outros exsudatos* sacarínicos. Fica armazenado nas células dos favos para maturação. Dependendo do tratamento ele pode se tornar fluido, espesso ou cristalino. Possui ainda outras substâncias como grãos de pólen, pigmentos, compostos aromáticos, hormônios, vitaminas, álcoois, etc.

*líquido produzido por inflamações

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Possui propriedades energéticas e bactericidas. Por exemplo: o germe transmissor da febre tifóide morreu em 40 horas (de exposição ao mel). Bacilos de tifo morreram em menos de 24 horas, em transmissores de bronco pneumonia e infecções não resistiram por mais de 4 dias.

Age também contra Salmonellas, Staphilococcus aureus, Micrococcus flavus, Baccilus creus e outras bactérias.

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O néctar coletado é mesclado com saliva contendo secreções que contribuem com enzimas para a elaboração do mel.

Começa a maturação do néctar e perda de água por duas formas:

- Passando de uma mandíbula para outra, reduzindo de 40 a 50% esse teor hídrico.

- Através da evaporação ele perde mais 20% desse teor. Os alvéolos são então fechados por uma película chamada opérculo.

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Redução de microorganismos:- O néctar recebe uma carga enzimática

das glândulas faringeanas e uma microbiana.

- A formação de ácidos orgânicos diminuem o pH auxiliando na maturação do mel.

- Bactérias do gênero Glunobacter transformam glicose em ácido glucônico, liberando peróxido de hidrogênio denominado inibina.

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Após o processo de maturação e selagem, o mel está pronto, com um pH entre 3,5 e 6,9 (que é um fator de proteção contra a degradação microbiana).

Outro fator de conservação do mel é a concentração de açúcares que gera altos gradientes osmóticos.

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Importância do teor de umidade

As leveduras osmofílicas são responsáveis pela fermentação do mel, ele possui um alto gradiente osmótico, absorvendo umidade da atmosfera. Portanto em regiões muito úmidas ou na época das águas a possibilidade de fermentação é maior. Ele é considerado:

- Seguro tendo até 17,6% de umidade- Crítico de 17,7 até 19% de umidade- Inseguro acima de 19,1% de umidade

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Acondicionamento

Podem apresentar-se a "granel" (tambores de 300kg) ou fracionados.

Deverão ser acondicionados em embalagens bromatologicamente aptas, adequadas para as condições previstas de armazenamento e que confiram uma proteção adequada contra a contaminação. O mel em favos e o mel com pedaços de favo só devem ser acondicionados em embalagens destinadas ao consumidor final (fracionado).

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Higiene

A manipulação do mel deve ser a mais higiênica possível, pois apesar de seus fatores de conservação contra a degradação microbiana, sabe-se que pode ser veículo de muitos microorganismos potencialmente patogênicos, alem da existência de leveduras osmofilicas. Assim a higiene do pessoal e equipamentos é de suma importância na manipulação da qualidade do mel.

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Bactérias patogênicas

É possível a presença da bactéria Clostridium Botulinium. A toxina costuma ser ingerida por animais sendo grande o número de mortes no rebanho bovino.

Botulismo é uma neuroparalisia causada pela ação de uma toxina de natureza protéica.

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Pasteurização do Mel

É feita com o aquecimento a 78ªC durante 5 a 7 minutos e um rápido resfriamento. Este choque térmico é capaz de matar bactérias, não destruir a inibina além de não formar hidroximetil furfurol (substância que indica quando o mel está velho).

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Outros Produtos

Própolis: substância seladora da colméia a base de resinas coletadas pelas abelhas de certas árvores. Dentro da colméia é utilizado para fechamento de frestas, impermeabilizações, mumificação, etc. Possui qualidades bactericidas e bacteriostáticas não muito bem conhecidas.

Cera: produzido através de transformações bioquímicas do mel nas glândulas cerígenas das operárias. Utilização na indústria de cosméticos.

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Geléia Real: elaborada nas glândulas hipofaringeanas das operárias nutrizes, a partir de mel, água e pólen. Alimento protéico, com vitaminas B, riboflavina, vários ácidos e compostos antimicrobianos.

Pólen: alimento protéico das abelhas, é armazenado e utilizado na produção de geléia real.

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Principais doenças das abelhas

Acariose: É provocada por um pequeno carrapato que, alojando-se na traquéia das abelhas, obstrui-lhes a respiração provocando sua morte. Devido a isso as abelhas não podem voar e se arrastam no chão.

Paralisia: O agente é desconhecido, pode ser um vírus. Elas apresentam o abdome inchado, mal voam, as fezes amareladas, o corpo todo treme e parece engordurado e as asas fazem movimentos lentos.

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Podridão européia da cria: causada pelo Bacillus alvei, que também ataca as larvas.

Cria ensacada: causada por vírus.

Nosemose: causada por protozoário intestinal, atinge as abelhas adultas, matando-as.

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Medidas profiláticas

As medidas indicadas para todos os casos são água limpa e potável para as abelhas, utilização de desinfetantes, evitar umidade nas colméias, desinfecção de utensílios e equipamentos, observação constante das colméias. Quanto aos antibióticos deve-se dar preferência aqueles que não deixam resíduos no mel.

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Importância Zootécnica

A apicultura brasileira é, atualmente, uma das mais importantes do mundo em termos quantitativos e qualitativos, no que se refere à produção de mel.

É uma atividade com grandes efeitos benéficos na fixação do homem no campo, por envolver famílias inteiras no seu trabalho despontando também como uma das atividades econômicas mais rentáveis do País. Todos os seus produtos, como o mel, a geléia real, o pólen e a cera têm forte procura no mercado.

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Curiosidades

Na Alemanha e na Itália, já foram identificados defensores agrícolas que acabaram matando inúmeros enxames de abelhas e causando grandes prejuízos na apicultura daquelas regiões.

Jennifer Eddy, um médico da Universidade de Wisconsin, que ajudou seis pacientes diabéticos a evitar a amputação, lançou um ensaio clínico para promover o uso da terapia com mel. As terapias com mel são utilizadas para tratar úlceras na Nova Zelândia e como uma forma alternativa de medicina na Europa, mas foram menosprezadas nos EUA.

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Fontes

Microbiologia do Mel – Rogério Lacaz Ruiz & Marcelo A. Máximo Ribeiro

http://www.zootecniabrasil.com.brAFP / Portal G1