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1 1. Neve no Japão Microbuda na Neve 2. A Pérsia de que Somos Herdeiros 3. Olhando a Neve 4. Microbuda 5. Patrulheira 6. Limpeza e Independência 7. Semelhança de Yuki 8. Dessemelhança de Yuki 9. Peculiaridades 10. Jóia de 2,5 kg Vitória, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009. José Augusto Gava.

Microbuda na Neve

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Yuki é um aprendizado de 2,5 kg e meio, tendo feito 6 anos dias 12/10

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1. Neve no Japão

Microbuda na Neve

2. A Pérsia de que Somos Herdeiros

3. Olhando a Neve 4. Microbuda 5. Patrulheira

6. Limpeza e Independência 7. Semelhança de Yuki

8. Dessemelhança de Yuki 9. Peculiaridades

10. Jóia de 2,5 kg

Vitória, sexta-feira, 30 de janeiro de 2009. José Augusto Gava.

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Capítulo 1 Neve no Japão

A mãe da Olívia veio do Japão, o pai ficou lá;

aqui a mãe veio viver no Espírito Santo, onde comprou terras em Linhares – quando a Olívia veio para Vitória para estudar e conheceu a Clara, pois eram de idades aproximadas. Em certo momento constituíram uma república com rapazes e a seguir ela casou. Enquanto isso, as duas compraram de sociedade uma gatinha persa, a que a Olívia (que fala fluentemente o japonês e depois de casada foi trabalhar no país, voltando faz um ano) chamou de Yuki, Neve em japonês.

FOTOGRAFANDO A NEVE

Os gatos persas não vêm do Japão, vem da Pérsia (que antes foi Irã e depois voltou a ser Irã, existindo há vários milhares de anos como cultura humana).

PÉRSIA E GATOS PERSAS PÉRSIA GATOS PERSAS

Veja que carinha invocada.

Ei-lo em família. Existindo na atualidade a Yuki é um exemplar da

raça dela, que vem da espécie dos gatos. A Yuki vem de tantos éons quanto nós e Silas, o

cachorro labrador Pink nose de Gabriel; ela vem dos mesmos 3,8 bilhões de anos da Vida geral, vem das amebas, como todos nós, Amebadão e Amebeva lá nos primórdios. Veio derivando na árvore da evolução.

A árvore da evolução não é mais nossa do que é dela, é tanto dela quanto nossa: nós é que somos ditadores e tiranos neste mundo emprestado.

O FUNIL QUE NOS TROUXE AQUI (muitos ficaram pelo caminho, mas a espécie das gatas e a espécie dos

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cães, como bioinstrumentos respectivamente das mulheres e dos homens se associaram aos humanos e prosperaram): a Natureza FECHA para frente. Todos os que estão aqui são vencedores. SE não continuarem vencedores serão fechados.

A sala de aula é só para vencedores; nem está

garantido que a espécie humana vá passar de ano.

Capítulo 2 A Pérsia de que Somos Herdeiros

Não somos herdeiros só do Ocidente, somos

herdeiros de todo o mundo: cada lugarzinho deu sua contribuição no tempo e no espaço.

• quantitativo-quantitativas; AS CONTRIBUIÇÕES

• quantitativo-qualitativas (o primeiro é dominante);

• qualitativo-quantitativos; • qualitativo-qualitativos (de 75 a 100 % de

garantia de esmero). Se você olhar bem, cada lugarzinho fez a sua

oferta na Igreja da Comunhão. DE PÉRSIA (restauremos a identidade humana)

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Pérsia Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O vocábulo Pérsia (do latim Persia, este do grego Περσίς ou Persís — ver Etimologia,

abaixo) é, oficialmente, um sinônimo para o Irã,[1][2] embora esta última seja a forma pela qual a Pérsia pós-1935 é mais conhecida no Ocidente.

No uso corrente, o termo Pérsia costuma ser reservado para referir-se ao Império Persa em uma ou mais de suas diversas fases históricas (século VII a.C.–1935 d.C.), fundado originalmente por um grupo étnico (os persas) a partir da cidade de Anshan, no que é

hoje a província de Fars, no Irã, e governado por dinastias sucessivas (persas ou estrangeiras) que controlavam o Planalto Iraniano e os territórios adjacentes.

Os correlatos adjetivo, substantivo e gentílico persa podem referir-se, dentre outros sentidos, a:

• (adj.) de ou pertencente ao Irã ou à antiga Pérsia; (s.m.) o natural ou habitante do Irã ou da antiga Pérsia;

• (adj.) de ou pertencente ao grupo étnico persa; • (s.m.) a língua persa, seja o persa antigo, o persa médio (pálavi), ou, ainda, o

persa moderno (farsi).

Pelo menos desde

Etimologia

600 a.C., o termo Persis era usado pelos gregos para referirem-se à Pérsia/Irã. Persis provém do persa Pars ou Parsa – o nome do clã principal de Ciro e que também deu o nome da região onde habitavam os persas (correspondente, hoje, à

moderna província iraniana de Fars). O latim emprestou o termo do grego, transformando-o em Persia, forma adotada pelas diversas línguas européias.

O termo Pérsia foi, até 1935, o nome "oficial" pelo qual o mundo conhecia o Irã, mas o povo persa usava, para referir-se à sua própria nação, desde o período Sassânida, o

termo "Iran", que significa “terra dos arianos”, derivado de Aryanam, forma encontrada em textos persas antigos. No período aquemênida, os persas usavam o termo Parsa. Em 1935, o Xá Reza Pahlavi solicitou formalmente que a comunidade internacional

passasse a empregar o nome nativo do país, Iran (Irã ou Irão, em português). Em 1959, o Xá Mohammad Reza Pahlavi anunciou que tanto Pérsia como Irã eram formas

corretas de referir-se ao seu país.

Economia da Pérsia

O persas praticavam a agricultura, a pecuária, o artesanato, a metalurgia e a mineração de metais e de pedras muito preciosas. Também eram muito bons no comércio,

construíam estradas de pedras, para facilitar o transporte, trocas e como correio o cavalo. Eram bons também em economia monetária.

Cidades históricas

• Abher

• Antioquia • Arbela • Arya • Bactra

• Behistun • Borazjan

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• Dakyanus • Dariush Kabir

• Ecbátana (depois, Hamadã) • Ergili

• Ghulaman • Hierápolis • Hircânia • Istakhr • Jinjan

• Kandahar • Margiana • Merv

• Pasárgada • Persépolis • Samária • Samosata • Sárdis • Sidon • Susa • Tarso • Teerã

• Tureng Tepe • Zohak

Se os persas tivessem se interessado pela filosofia, em vez dos gregos, teríamos fundo cultural persa, pois eles também são arianos e poderiam perfeitamente ter substituído os helênicos. Não fosse pelos gregos terem resistido às invasões persas, estaríamos hoje embasando nossa evolução nos pensamentos iranianos.

A Yuki é uma iraniana entre nós.

Capítulo 3 Olhando a Neve

O NOME QUE ESCOLHERAM PARA REPRESENTAR A GATA (nome que a Olívia sugeriu e a Clara acatou): a neve é bonita para quem está lá e tem de valorizar, mas na realidade é uma enchente que leva três ou quatro meses para escoar.

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Como a neve de lá, a neve de cá é macia; mas,

diferentemente daquela, é quente. GLORIOSA NEVE QUENTE (vários tipos: a parentada)

Foram favorecidos os de nariz achatado,

rostos como os humanos.

A Yuki é mais parecida com essa (e eu já fui parecido com o gordo de trás, exceto

que ele não tem barba)

O porte altivo é esse mesmo, pé levíssimo

ante-pé levíssimo, parece que flutua (quem disse que levitação não existe?)

Ela tem cara de enfezada, mas os bebês dela morreram e foi retirado seu útero.

A Yuki, ao contrário do que o nome diz, não é branca como a neve, é malhada.

Capítulo 4 Microbuda

Em certo momento, vendo-a assim pensativa, com o

olhar paradinho fazendo-a parecer em meditação, chamei-a de “microbuda”, o que me levou a pensar o que você lerá aqui.

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BUDA (o príncipe Sidarta Gautama, depois iluminado como Buda num cérebro humano, e do lado um cérebro pequeno de gato persa)

Buda

Tamanhos relativos.

Cérebro parecido com o de Sidarta.

Cérebros relativos.

Microbuda.

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Tamanho do Cérebro Como você já pode ter imaginado, os animais maiores têm cérebros maiores.

Porém, isto não significa que animais com cérebros maiores são mais inteligentes que animais com cérebros menores. Por exemplo, um cérebro

maior é necessário para controlar os músculos maiores que os animais maiores possuem.

Um cérebro maior também é necessário para processar a grande quantidade de informações sensoriais que um animal maior necessita, e isto, não tem nada

à ver com inteligência. Peso do Cérebro (gramas) Espécie

6,000 Elefante

1,300-1,400 Humano Adulto

97 Macaco (Rhesus)

72 Cachorro

30 Gato

10 Coelho

2.2 Coruja Durante a evolução, as áreas do cérebro que mais sofreram mudanças são os hemisférios cerebrais (áreas em vermelho na figura ao lado): Os animais que evoluíram mais recentemente tem uma área maior do cérebro dedicada ao

córtex cerebral. Nos animais "superiores" (especialmente os mamíferos), a superfície do córtex

começa à apresentar dobras, que são chamadas de circunvoluções. Estas dobras protuberantes são chamadas de giros, enquanto que os "vales" entre

elas são chamadas de giros. O córtex dos animais adquiriu esta forma, pois ela permite um aumento muito

grande na área cortical, sem a necessidade de um aumento exagerado no tamanho da caixa craniana (o que dificultaria muito o parto).

O córtex cerebral é dividido em 4 lobos, e está envolvido na maior parte das nossas funções mentais mais complexas como o raciocínio, a linguagem, e a

consciência.

(Ilustração respeita a escala entre os cérebros)

O Córtex Sensorial Primário

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Algumas áreas do córtex cerebral nos lobos parietais estão envolvidas com o processamento de informações relacionadas com o tato. Uma destas áreas é o

Córtex Sensorial Primário, que fica localizado atrás do sulco central. Os neurônios do Córtex Sensorial são ativados quando a pele é tocada. O corpo

porém não é representado de maneira fiel em relação à área de pele. Um mapa da representação do copo no córtex sensorial foi feita pelo Dr. Wilder Penfield,

um neurocirurgião, na década de 1950. Após estimular com um eletrodo o córtex de pacientes que estavam sendo submetidos à cirurgias para melhorar sintomas de epilepsia, o Dr, Penfield perguntava ao paciente o que ele estava

sentindo. Ao observar as diferentes regiões do cérebro que faziam com que o paciente

sentissem diversas partes do corpo, o Dr. Penfield desenhou um mapa da relação entre áreas do cérebro e do corpo. Como pode ser visto na figura ao lado, mesmo que o tronco seja a maior região do corpo, a sua representação

no cérebro é pequena. O contrário acontece com a face e com as mãos, que ocupam uma parte considerável do córtex sensorial. Isto acontece porque temos uma grande

densidade de receptores táteis nestas regiões e uma pequena densidade no tronco, o que causa estas distorções na representação cortical. Este mapa

distorcido é chamado de homúnculo ("homem pequeno). Espécies diferentes têm representações corticais diferentes dependendo da importância que cada região do corpo adquire. Nos primatas e humanos, as

mãos, pés e a face são muito importantes e ocupam grandes áreas do córtex sensorial, nos roedores, o focinho, e especialmente os "bigodinhos" tem uma representação grande, devido à importância destas áreas no reconhecimento

do ambiente. Não se trata só de quantos bilhões de células

cerebrais ou neurônios há em cada um, mas da quantidade de ligações ou portas entre um neurônio e outro; além disso o enovelamento da massa encefálica também faz sentido.

NEURÔNIOS E AXÔNIOS (sem falar nas sinapses, os pontos de ligação): neurônios são os centros de processamento de dados (CPD), axônios são as fibras óticas ou conexões em linha.

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Ninguém comparou o número de células em potências

de 10 (ou ordens de grandeza) entre os vários indivíduos da Natureza na Terra, nem muito menos a quantidade de

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possíveis ligações que tais cérebros pode fazer por segundo.

Quantas vezes o cérebro humano é quantitativa (número de neurônios) ou qualitativamente (NLPS, número de ligações por segundo) o da gata? Zilhões, porisso mesmo muito mais apto a posicionar-se para perceber a grande criação do universo por i (ELI, Elea, ELE/Ela, Deus-Natureza) – seguramente Sidarta Gautama tinha esse cérebro privilegiado, essa mente superpotente que pôde afinar-se para sintonizar o esquema da CRIAÇÃO/EVOLUÇÃO, mas um gato talvez não possua a massa crítica, quer dizer, a condição mínima de percepção. Daí o “microbuda”: se não pode ser um Buda pode ser um microbuda, um pequeníssimo Buda.

Talvez os seres pré-humanos, pré-racionais, sem língua não possam acumular o bastante para ver racional-intuitivamente o grande esquema das coisas, mas quem sabe poderão sintonizar o estado-de-i, o todo do metaverso, mesmo sem conhecer os alcances da racionalidade.

Como dizer que não? Como dizer taxativamente que não? Talvez os fungos, as plantas, os animais e os

primatas ainda continuem no Paraíso, ao passo que nós saímos, segundo as lendas. Nem você nem eu podemos garantir que a percepção de Yuki não atinja a totalidade de i, menos por capacidade dela do que como favor direto de i – quem sabe se, em razão do “pecado original” (do mito bíblico) não fomos impedidos por i de vê-lo em toda a sua plenitude e em suas variações não-finitas.

A AFINAÇÃO DE BUDA (é rara, só um em 100 bilhões de seres humanos; e foi rara em cada um dos diferentes iluminados, apenas uma dúzia nos mesmos bilhões) – ele, como Pitágoras, ouvia a “música das esferas”.

Toda a humanidade está apoiada nuns poucos iluminados.

E essas pessoas únicas possuem uma altíssima e singular afinação com o não-finito de

Deus-Natureza, construindo pontes para nós, os demais, os desafinados.

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Capítulo 5 Patrulheira

Antes de ser barbaramente machucada a Yuki saía

patrulhando pelas redondezas os passarinhos e os insetos, como penso que era a obrigação desse bioinstrumento feminino nas cavernas de antigamente, para o que foram selecionadas (caçar ratos, cobras, baratas, insetos em geral e pássaros que poderiam atacar e agredir as crianças).

No começo da vida comum ela ficava no apartamento-república, depois veio com a Clara morar de novo conosco em outro apartamento e era o pânico quando, independentemente de nossa vontade, ela descia para a rua. Na casa ela começou a se aventurar pelas redondezas, a brigar com uma gata negra daqui e a namorar, do que ficou grávida, mãe solteira do que seriam três filhotinhos, dois nascidos mortos e um morto no útero, que depois foi extirpado.

Depois da falha da gravidez a Yuki ficou brava à bessa e nenhum passarinho se aventurava aqui: matou vários que invadiram a casa ou o terreno da casa. Trazia-os como oferta à mãe, Clara, depositando-os na porta do quarto, para nosso grande constrangimento, que evidentemente não queríamos isso. E também ratos e baratas não se aventuravam.

Ficou violenta, nossa pequena dama. Mas deitava de costas e esticava pernas e braços,

totalmente esparramada. Ou deitava sobre as patas como os leões fazem

TANTO SILAS QUANTO YUKI SE DEITAM ASSIM

Quanto a olhávamos assim quietinha parecia que

ela estava meditando, com a cabeça paradinha e os olhos semicerrados. Parecia em profunda calma, quase na posição do lótus. Que paz! Que tranqüilidade extraordinária!

Afora esses momentos, ela patrulhava.

Como todos os felinos, o gato é um grande dorminhoco. Ele dorme em

média 16 horas por dia, divididos em vários períodos. Seu sono

GATOS DORMEM

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geralmente é leve, o gato dorme com uma orelha (em pé) e permanece

atento ao menor ruído. As vezes este primeiro sono é seguido de um

sono profundo, durante o qual o gato relaxa completamente. Geralmente

ativo à noite, o gato terá maior tendência a dormir durante o dia.

Por que os gatos dormem tanto?

Os cientistas ainda não conseguiram desvendar totalmente por que

esses felinos passam pelo menos a metade do dia dormindo. Uma das

hipóteses levantadas é o fato de os gatos serem, por natureza,

caçadores. Assim, instintivamente, eles poupariam o máximo de energia

para o momento de uma eventual caçada, mesmo que isso seja pouco

provável na vida dos animais domesticados. Estudos revelam que os

gatos alternam momentos de sono leve (cerca de 70% do tempo) com

períodos de sono profundo, quando podem ser observados movimentos

rápidos dos olhos - sigla REM, em inglês. Esse movimento, também

presente no sono humano, é um indicativo de que os bichanos podem

ter atividades oníricas, ou seja, sonhos. A maior parte dos especialistas

acredita em tal hipótese e o fato de os gatos mexerem as patas e as

unhas, agitarem as orelhas e fazerem estranhos ruídos na fase de sono

REM seria evidência desses sonhos.

Outra curiosidade a respeito do descanso do animal é o estado de

atenção conservado por ele. Mesmo dormindo, o bichano acorda

rapidamente ao primeiro sinal de perigo. Talvez por isso, ao contrário

de nós, os gatos não apaguem por longos períodos. Eles dormem

curtos intervalos ao longo do dia, podendo totalizar em alguns casos

mais de 16 horas de olhos fechados. Na média, porém, o descanso fica

em 12 horas diárias. Parece muito, mas num ranking de sonecas,

elaborado pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, o

gato só aparece na 18a posição. Confira quem são os reis do cochilo

no quadro ao lado.

Nem tão soneca assim

O bichano tem fama, mas não está entre os primeiros no ranking dos

dorminhocos

Morcego-marrom (Eptesicus fuscus) 19,9 horas

Tatu-canastra (Priodontes giganteus) 18,1 horas

Gambá americano (Didelphis virginiana) 18 horas

Cobra píton (Phyton sp.) 18 horas

Macaco-da-noite (Aotus trivirgatus) 17 horas

Bebê humano 16 horas Tigre (Panthera tigris) 15,8 horas

Musaranho-da-árvore (Tupaia glis) 15,8 horas

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Esquilo (Sciurus vulgaris) 14,9 horas

Sapo-do-oeste (Bufo boreas) 14,6 horas Nas horas em que não dormia Yuki patrulhava. E nas hora que dormia em casa, de fora os

pássaros e ratos e insetos sabiam que existia uma defensora na região.

Capítulo 6 Limpeza e Independência

Gatos são muito asseados: eles se lambem

constantemente. Com isso juntam pêlo em seus estômagos ou onde for e depois os cospem como “bolas de pelos”.

HÁBITOS DOS GATOS

Artigos

(na realidade, no modelo da caverna para a expansão dos sapiens, MCES, os gatos são meros atores coadjuvantes: as gatas é que estão no centro do palco)

13/01/2008

"As 10 coisas que os gatos não gostam"

1 - Utilizar bandeja sanitária com areia acumulada de fezes e urina. A limpeza é essencial para evitar o contato com parasitoses e protozoários.

Recomendo também aos proprietário que sempre utilize luvas para efetuar a limpeza.

2 - Utensílios como coleiras, roupas e laços podem ocasionar uma grande

hipersensibilidade no animal, efetuando queda de pêlo local.

3 - Ingerir água parada. O felino por instinto possui o hábito de beber água corrente. Indico aos proprietários terem uma fonte pequena e com água

filtrada para garantir que o gato esteja bebendo a quantidade necessária de líquido ao dia.

4 - Odores fortes como de alguns produtos de limpeza, sabão em pó e

perfumes podem levar o gato a intensas crises respiratórias.

5 - Ficar no colo na posição sentado, com o dorso voltado para baixo, esta postura retira o animal da posição de defesa e equilíbrio em caso de queda.

6 - Escovação dos pêlos com rasqueadeiras, pois elas são mutio duras. O

animal sente dor e pode ocasionar lesão na derme retirando toda a oleosidade de proteção da pelagem. A indicação adequada seria pente fino

semanalmente.

7 - Mudanças bruscas de hábitos alimentares. Este fato é considerado de

HÁBITOS FELINOS - Saiba as 10 coisas que os gatos não gostam Dra. Rachel Borges Ribeiro

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maior importância, pois os gatos não podem ficar sem comer por 48 horas e podem chegar a apresentar um quadro de Lipidose Hepática.

8 - Serem banhados com água fria, pois a pelagem dupla de algumas raças de

gatos conserva a temperatura em sua derme um pouco mais elevada em determinadas épocas do ano, por isso recomenda-se o banho com água morna e produtos hipoalergênicos, escolhendo quando necessário o Pet Shop, onde

no momento do banho o GATO não tenha estresse nem contato com os outros animais.

9 - Não manter o animal preso em ambientes pequenos. A necessidade de o

felino se exercitar está relacionada ao seu metabolismo.

10 - O gato não costuma dormir muitas horas seguidas na parte da noite, pois possui hábitos noturnos como alimentação, entre outros.

E-mail : [email protected]

PULO DO GATO - Edição 43 - Janeiro/Fevereiro- página 16

www.revistapulodogato.com.br Gatos e seus hábitos divertidos

Por Gabiru | Em 24/01/2009

Recém chegado, o Maizena ainda era pequenino

Eu tenho dois gatos em casa, o Maizena e o Macarrão. Eles foram adotados em situações diferentes. O primeiro eu peguei no Centro de Controle de Zoonoses de São

Paulo, a famosa Carrocinha. O segundo foi em uma feira de adoção, pois a dona patroa estava encantada com o bichinho, que já tinha se mostrado no veterinário, quando foi

castrado. Qualquer proprietário de gato sabe que os felinos têm suas manias engraçadas, estranhas e, por vezes, inacreditáveis. O Maizena gosta de carinho, mas não é de qualquer tipo de carinho: tem de ser abraçado à dona patroa e só no horário

que ele achar bom. Quando chega a hora, ele para na frente dela, mia de um jeito engraçado, e se delicia com as carícias. Subitamente, se cansa e sai andando pela casa,

até que volta a seu local de origem, a televisão.

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Alguém chamou?

Já o gordo do Macarrão prefere se deitar encostado nas coisas. Ele usa tudo o que tem pela frente como travesseiro: chinelo, bolsa, cadeira e, pasmem, até mesmo

travesseiros. O gordo é, também, um oferecido, pois se deita no chão, barriga pra cima igual cachorro, a qualquer pessoa que pareça querer fazer carinho.

Eles, em geral de madrugada, naquelas noites em que você mais precisa descansar, resolvem brincar e se pegam de porrada. Saem até rolando pela casa. Claro, de vez em quando, um monta no outro e dá uma bela duma mordida na pança, o que provoca um grito que deve acordar os vizinhos num raio de 12,46km. Nessas horas eu me lembro que deveria usar protetor auricular para dormir, mas, em geral, já é tarde (madrugada,

pra ser mais preciso). Por outro lado, de vez em quando eles demostram algum tipo de carinho

Chega mais, mermão

mútuo felino de difícil explicação. Se abraçam, se lambem (e fica tudo melado, nojentão, mas eles não parecem muito preocupados com isso…), cheiram partes

fedorentas do corpo e, viva!, dormem. Quando isso acontece, é uma festa (silenciosa) aqui em casa, com direito à máquina fotográfica, celular com flash embutido e tudo o

que parecer importante para registrar o momento. Dono de gato deveria ter direito a desconto permanente em loja que vende máquina digital. Nas de revelação, então, deveria ter algo parecido com o Clube do Whisky. Tanto é que, vira e mexe, aparece um vídeo ou uma foto divertida de um animal de

quatro patos que mia de noite.

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Há 3.000 anos o gato convive com o homem. Entre a domesticação e os dias de hoje, muita coisa mudou. O gato tem habitado um espaço muito mais próximo do homem do que jamais vivenciara, pela primeira vez sendo

totalmente dependente dele.

Mas ele também continua convivendo com outros gatos e se comporta como tal, exibindo comportamentos naturais da espécie, muitas vezes padrões que entram em conflito com a

domesticação.

Assim, recebemos desde queixas simples, em que determinado comportamento aceitável começa a sair do controle e causar queixas ao dono – por exemplo, brincadeiras inocentes de mordiscar se tornam ataques repentinos –, ou quando a brincadeira acaba em sujeira e destruição, até casos em que hábitos e atitudes inaceitáveis do animal passam a atormentar o companheiro humano – tais como urinar com freqüência em locais inadequados, miar

incessantemente ou atacar de maneira feroz um ou mais indivíduos da família.

Para tentar resolver essas queixas, o veterinário que trata de comportamento animal precisa conhecer com detalhes o gato e seu dono, e se aprofundar na interação do paciente

com o ambiente e com outros animais. Desse modo, a partir do histórico do animal, o veterinário é capaz de levantar possíveis causas para determinados padrões de

comportamento e explicar ao proprietário qual a origem natural de tal comportamento.

O clínico de comportamento costuma atuar com modificações no ambiente, na relação do gato com seus companheiros, humanos ou não, e no comportamento do próprio animal.

Acima de tudo, é preciso comprometimento e retorno, por parte do dono, de modo que ele comece a prestar mais atenção no animal e esteja disposto a aprender a interagir de outras maneiras com ele. Fisiologia, etologia, neurofarmacologia, patologia, medicina ocidental e medicina tradicional chinesa se combinam na procura, na discussão e no entendimento das possíveis causas do problema relacionado à queixa, e no contínuo

processo terapêutico.

É importante que o companheiro humano do gato perceba mudanças sutis de comportamento, que podem indicar o início de um problema médico ou comportamental.

Por vezes, miados incomuns, isolamento ou apatia, por exemplo, podem ser sinais de doenças que vêm se instalando, embora ainda não tenham se manifestado clinicamente no

animal.

Objetiva-se, com esse trabalho, propor alternativas que reduzam a incidência ou amenizem a ocorrência de comportamentos inadequados em gatos que convivem com pessoas. Além

disso, acreditamos que informação e orientação são fundamentais para a prevenção de problemas de origem comportamental.

Promover bem-estar adequado a animais e pessoas que convivem com eles é a nossa

filosofia.

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Vida em grupo

O gato não pode ser considerado um animal solitário, pois é perfeitamente

capaz de conviver em grupo. Não há uma hierarquia social definida dentro de grupo.

Mas há indivíduos mais afins e menos afins entre si. Comer e dormir juntos é um indício de que o grupo vai bem.

Quantos são muitos?

A grande flexibilidade de adaptação dos gatos permite que eles convivam

em grandes grupos. É o caso de abrigos, lares onde há muitos gatos e gatis de criação.

Comportamento felino Vida em grupo

Interações social Vida solitária

O gato e o ambiente Queixas

Urinar/defecar Destruir

Agressividade Relacionamento

Tópicos especiais Adoção

Fogos de fim-de-ano Vida no apartamento

Vida livre Vida semi-domiciliada

Crianças e gatos Gatos de colo, gatos de muro

Gatolices História de uma gata

Isabela

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Pergunte à Doutora Dr. Gato responde

Acupuntura Links

Poesia Doação/adoção

Sites recomendados Currículo

Dra Clarissa Niciporciukas Comportamento Canino

Assim como o hábito não faz o monge (é o monge que faz o hábito, apontando o dominante), os hábitos não fazem a Yuki, pois ela é um ser independente (e bota independência nisso!), cheia de repentes e opiniões próprias.

Dizer que os animais têm comportamentos repetitivos é só parte da verdade, eles inventam, inventam o tempo todo diante do ambiente. Claro, o leque de decisões deles é mais limitado, mas são inteligentes, quer dizer, capazes de inventar novas ações diante de novas exigências.

Capítulo 7 Semelhança de Yuki

Yuki tem semelhanças com outros gatos: no geral é

parecida. Mas tem dessemelhanças também: no particular é única, não há outra igual em todo o multiverso, o conjunto de universos, nem em nenhum lugar deste universo.

OS PARENTES DE YUKI PRISIONEIROS DA HUMANIDADE (algumas pessoas são boas e tratam delas e deles com carinho e desvelo; a essas temos de agradecer)

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O gatil 7-Apr-2007

São mais de dez anos no ramo na grande Porto Alegre e o gatil Katzenhaus diferencia-se por zelar pela saúde permanente dos reprodutores e filhotes.

Todos reprodutores e filhotes estão livres de PKD e são feitos exames periódicos para

as principais doenças que afetam as raças. Também são feitas todas as vacinações regulares.

A alimentação é balanceada da melhor qualidade e o ambiente é bem cuidado. Sempre que possível os gatos estão soltos ao ar livre do campo, para que mantenham sempre

uma ótima saúde física e emocional. Todos os filhotes possuem pedigree fornecido pelo Clube Gaúcho do Gato, filhado ao

TICA-EUA.

o Escolha e compre o Escreva ou telefone (0800 virtual)

o O gatil Categorias

o Eventos o Filhotes

o Reprodutores Arquivos

o March 2009 o November 2008 o October 2008

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o February 2008 o January 2008

o November 2007 o October 2007 o August 2007 o July 2007 o June 2007 o May 2007 o April 2007

o December 1969 Info

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o RSS o Comments RSS

Links úteis o Clube Gaucho do Gato o Filiado ao TICA - EUA

Como você e eu, a Yuki tem parentes, mas ela foi separada do pai e da mãe logo jovem, logo depois de nascida, e agora a família dela somos nós. Não tem voz humana e sendo assim devemos emprestar-lhe a nossa, como estou fazendo aqui. Não tem Congresso, como nenhum dos outros animais, primatas, plantas e fungos, porisso devemos dar-lhe voz nas casas de representação. Não tem amparo quando fica doente ou triste, então devemos dar-lhe nossos cuidados e companhia. Não há família para ela se não lhe dermos a nossa.

Ela só é semelhante no sentido de que quando a vemos remetemos sua figura à categoria geral dos “gatos”. Contudo, tendo sido retirada de sua vida natural para ser forçadamente colocada na nossa vida artificial-racional ela comporta diferenças notáveis.

Capítulo 8 Dessemelhança de Yuki

Yuki é única de dois modos: 1) Absolutamente, porque nunca existiu, não

existe e não existirá outra absolutamente igual nem no espaço nem no tempo, dadas as diferenças mínimas necessárias e suficientes;

2) Relativamente, pois mesmo semelhante a outros gatos - especialmente os persas -, particularmente as gatas persas de mesmo porte, ela está em nossa família, que se situa em determinada cidade, bairro, rua.

Depois que esse agrupamento eletromagnético se dissolver enquanto vida especial, NUNCA haverá outra Yuki e mesmo se ela for duplicada na engenharia genética seria uma réplica genética sem as oportunidades que foram apresentadas só a ela, com suas decisões incorporadas.

Então, certo dia, essa diferentíssima Yuki foi covardemente atingida (não sabemos por quem) e chegou em casa com o braço direito quebrado, parecendo que ia morrer, estrebuchando horrivelmente nas minhas mãos. Talvez um espírito ruim tenha feito tal maldade de bicicleta, com pedra ou dando chute – não sabemos. Em todo caso decidi mudar daqui, porque a vizinhança não é boa.

O ser humano é venenoso 50 % cada um e 50 % todos, e a Yuki sofreu nas mãos de um de nós, essa criatura única no mundo.

Capítulo 9 Peculiaridades

E tem as coisas que Yuki fez.

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Por exemplo, para afiar as garras ela unhou dezenas de revistas, talvez centenas. Depois ficamos satisfeitos por termos comprado a poltrona - que, antes dela e de Silas, era nova - porque nela ela pode afiar as unhas: é a manicure resistente dela. O pano é grosso e não cede fácil, de forma que não há danos.

Se uma pessoa adotasse (talvez devêssemos justamente ter esse cuidado) um diário para cada animal do qual tivesse a guarda, certamente acumularia peculiaridades, distinções maravilhosas que poderiam ser contadas e compartilhadas. São muitas as da Yuki, mas não vale a pena expor porque parece corujice.

Capítulo 10 Jóia de 2,5 kg

A Yuki pesa uns 2,5 quilogramas. É pouco; perante um humano de 50 ou 75 ou 100 kg

apenas 1/20 ou 1/30 ou 1/40. Nesse peso pequeno há um desenho funcional, algo que tem espírito, que tem independência, que tem identidade própria (não devida a ninguém, fora i, Deus-Natureza).

A Yuki é uma jóia, um diamante de 2,5 kg. Mais valiosa que um diamenta físico-químico a Yuki não é para ser vendida nem comprada – você pode gostar de um diamante, mas não pode amá-lo, porque ele não responde. Amor é privilégio dos seres, dos vivos, de quem responde: é biunívoco, é bilateral, não é coisa inerte.

PARA VER O PRECIOSO EM YUKI É VER ALÉM DO MAIOR DOS DIAMANTES DE CARBONO

Tenho olhado repetidamente Yuki e Silas com meus

novos conhcimentos advindos do Modelo Pirâmide construído a partir de 1992: tendo atingido certo patamar posso ver que são ele e ela ofertas, veículos de i Deus-Natureza para compreendermos e nos transportarmos além. A Vida toda é esse veículo. Como dizem os budistas, pequenos e grandes veículos.

A Vida é um palco de onde podemos olhar i Deus-Natureza e em vez de ficarmos fazendo piruetas como

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macacos exibidos podemos amar, podemos compreender, podemos ultrapassar nossas incapacidades.

O PALCO DA VIDA (i Deus-Natureza está olhando os atores e atrizes; e nem sempre os melhores são os humanos, embora sejam os mais favorecidos)

A Terra como palco para

numerosíssimas apresentações.

O olho de Deus não está distante, está em

si, junto de cada campartícula fundamental.

Com toda nossa falsa grandeza temos exercido o terror com nossos amigos de todo tipo. Veja a cartilha Quem me Mastiga? Guia de Libertação.

Talvez ainda haja tempo de aprendermos a presença dessas queridíssimas criaturas.

Vitória, quinta-feira, 09 de abril de 2009. José Augusto Gava.

ANEXOS Capítulo 1

PAGANDO EM ESPÉCIE

Egyptian Mau

(a humanidade recebeu muitos prêmios de Mamãe Natureza e Papai Deus; e nem porisso agradece)

O Egyptian Mau é uma raça fascinante, não só pela sua aparência e

temperamento, mas também por sua história.

Mau em Egípcio quer dizer “gato”.

Essa raça é documentada desde o antigo Egito. Alguns estudiosos

acreditam que a raça descende de uma espécie de gato selvagem

africano, domesticado pelos egípicios.

O seu papel na religião, mitologia e na vida do Egito, demonstra o quanto

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são queridos. Eram adorados como sagrados, tidos como animais de

estimação, protegidos pela lei e mumificados pelos seus donos quando

morriam.

A raça chegou à América do Norte em 1956, através de uma princesa

russa exilada.

É a única raça de gato doméstico que possui manchas naturais.

É extremamente inteligente, apegado e dedicado à sua família humana.

São calmos e costumam expressar alegria vocalizando melodiosamente e

abanando sua cauda rapidamente.

Seu corpo é elegante, com manchas distribuidas de forma aleatória. Seus

olhos são verdes e expressivos, as linhas na sua máscara lhe dão um ar

preocupado. Sua corrida é graciosa como o de um Guepardo.

Seu pelo pode ter 5 cores: prata, bronze, esfumaçado, preto e azul.

Quarta-feira, 1 de Abril de 2009

Origem do gato doméstico

Assim como sucede com o cão, também não se sabe como se procedeu

exactamente a domesticação do gato pelo Homem. Pensa-se que a

primeira tentativa de integrar os gatos na comunidade humana sucedeu

no Antigo Egipto, já que é a primeira vez que se encontram pinturas,

gravuras e textos que o sugerem.

Estes devem ter derivado de uma adaptação do gato selvagem africano,

que possui menores dimensões e é menos agressivo que os restantes

congéneres locais. Inicialmente, os Egípcios utilizavam estes felinos

como caçadores de ratos e, apesar de viverem com os humanos,

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mantiveram sempre um espírito selvagem, sendo que, apesar de tudo,

estes veneravam os gatos considerando-os animais sagrados. A Deusa

Bastet (também chamada de Ubasti ou Bast), que pode ser representada

por uma mulher com cabeça de gato ou mesmo por um gato, personifica

esta admiração que os habitantes das margens do Nilo sentiam por estes

animais, sendo símbolo da fertilidade, considerada protectora das

mulheres grávidas e Ser responsável pelos eclipses solares.

Já no Velho Continente a vida dos gatos foi bastante mais atribulada.

Gatos perdidos ou embarcados propositadamente em navios rapidamente

se espalharam e povoaram toda a Europa. Numa época em que a

agricultura era a base da sociedade, os ratos que eram responsáveis pela

destruição das colheitas eram odiados, desta forma a presença de gatos

que matavam os pequenos seres indesejáveis era mais que bem-vinda.

No entanto, na Idade Média tudo mudou. Numa época de crenças e

superstições, os gatos, tidos como filhos do diabo eram queimados em

fogueiras tal como acontecia às bruxas. Mais tarde quando este período

de desconfiança passou, os gatos tomaram novamente o lugar de

caçadores de ratos, no entanto devido à sua postura eloquente e ao facto

de serem muito “fofinhos” passaram a ser usados pelas damas em

eventos sociais.À semelhança do que aconteceu ao cão, também o gato

foi sujeito a uma selecção artificial que levou ao aparecimento de

centenas de espécies diferentes quer em dimensões, quer em

temperamento que “inundaram” as nossas casa de boa disposição,

encanto e bolinhas de pêlo. Hoje em dia é, ao lado do cão, o animal

preferido para servir de companhia ao ser humano como animal de

estimação, essencialmente devido à sua personalidade forte e cariz

amigável, e à diversidade de padrões e personalidades associados a este

pequeno felino.

Text by Ricardo Silva

Raças de Gatos Domésticos

- Abissínio

- American Short Hair - Balinês

- Bengal - Birmanês ou Sagrado da Birmânia

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- British Short Hair - Bobtail Japones

- Chartreux

- Cornish Rex - Devon Rex

- Egyptian Mau

- Exótico

- Maine Coon

- Manx

- Oriental - Pêlo Curto Brasileiro

- Persa

- Russian Blue

- Scottish Fold

- Siamês

- Sphynx

- Turkish-Angora

Raças de Gatos

Abissínio

Exótico

Angorá Turco

Gato-do-

mato Abissínio

Azul da Rússia

Gato da Ilha

de Man -

Manx

Bengali

Korat

Birmanês

MaineCoon

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Persa

Ele é simplesmente um charme, sinônimo de glamour e beleza, quem não

se deslumbra e se derrete em elogios ao ver um gato persa? E o melhor,

é que esta espécie possui um dos melhores temperamentos entre os

gatos: plácido, calmo, fleumático, sedentário, sociável, pacífico, nunca

agressivo, carinhoso e muito afetuoso. Quem decide ter um animal de

estimação sempre cria a expectativa de estabelecer um "relacionamento"

com seu pet mas nem sempre os gatos correspondem à esta expectativa.

Mais um ponto a favor do persa. Ele manifesta grande ligação com seu

dono e convive facilmente com crianças e cães, isto mesmo, ele pode ter

uma boa convivência com o chamado "inimigo". Em relação aos

estranhos mostra-se mais distante.

É um animal que se satisfaz perfeitamente com uma vida em apartamento

e suporta bem a solidão, sem que isso lhe cause problemas. Seus miados

são raros e discretos, não é o máximo da elegância? Mas se ele

proporciona paz ao ambiente também exige o mesmo, para o seu

equilíbrio, precisa de uma vida tranqüila. Conheça os detalhes físicos

deste gato que poderia ser chamado de "Rei", por sua conduta elegante e

estilo glamoroso.

ASPECTO GERAL: Tamanho médio a grande. Tipo brevilíneo, de corpo

maciço. Os membros são curtos e a pelagem é muito comprida. Porte

aristocrático e majestoso. O peso varia entre 3,5 a 7 kg.

CABEÇ Redonda, maciça, abobadada. Crânio muito largo e redondo,

testa arredondada. Bochechas redondas e cheias. Maçãs fortes e

proeminentes. Nariz curto, largo, às vezes ligeiramente revirado e

preferivelmente na altura dos olhos. Focinho curto e largo. Queixo forte,

cheio, bem desenvolvido. Mandíbulas largas e fortes. ORELHAS:

Pequenas, arredondadas na ponta, muito espaçadas. Não muito abertas

na base, bem peludas no interior.

OLHOS: Grandes, redondos, bem abertos, espaçados. A cor intensa e

profunda corresponde à da sua pelagem: ouro a cobre para todas as

cores; verde no Chinchilla, Silver e Golden; azul nos colourpoint

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(himalaia); odd yed (um olho cobre e outro azul) em alguns brancos.

PESCOÇO: Curto, forte, bem musculoso e com um lindo colar de pêlos

ao redor dele.

CORPO: De médio a grande, maciço, potente, gola larga, peito profundo,

ombros e ancas da mesma largura. Dorso largo e curto. Abdômen curto e

maciço. Musculatura firme e bem desenvolvida.

PATAS: Curtas, fortes, paralelas. Ossatura potente, musculatura bem

desenvolvida. Pés largos, redondos e fortes. Longos tufos de pêlos entre

os dedos.

Cauda Curta, proporcional ao corpo, muito guarnecida de longos pêlos,

formando um penacho.

PELAGEM: A pelagem é de uma grande fineza, com um pêlo e um

subpêlo alongados. Densa, sedosa e longa em todo o corpo (em média

10cm e até 20 cm de colar). Todas as cores são reconhecidas.

foto: Gatil Golden Tulip texto: Gatil Dimaili A ÁRVORE EM QUE YUKI SUBIU

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Evolução Molecular - árvores filogenéticas O que é uma árvore | Árvore real e inferida | Diferenças entre

árvores | Associações históricas

O que é uma árvore

Na figura acima é demonstrada uma típica árvore filogenética usada

para reconstituição da história evolutiva. As OTUs (unidades taxonômicas) podem ser espécies (estudos inter-específicos) ou

populações (estudos intra-específicos). Estas OTUs (OTU 1, OTU 2, OTU 3, OTU 4, OTU 5 e OTU 6) são geralmente o objeto de estudo e na maior parte correspondem a organismos existentes entre os quais

se queira estabelecer as relações filogenéticas. Assim tenta-se encontrar os nós (OTUs internas) representados acima pelos n1, n2,

n3, n4 e n5 que podem ser considerados como os possíveis ancestrais comuns e geralmente estão extintos. Por exemplo n5

representaria o nó que conecta todas as OTUs (1 a 6), então pode ser referido como o ancestral comum destas espécies ou populações,

ou a raíz. O tamanho dos ramos é proporcional à divergência entre os nós e as

OTUs, que também é correspondente a uma escala temporal. Maiores ramos representam grau de divergência maior (Por ex: número de diferenças numa sequência de um gene) que por fim

corresponde a um tempo maior de separação. No exemplo acima a OTU 6 é divergente de n5 por 7 diferenças. Assumindo que as diferenças se acumulam igualmente em todas

OTUs, então OTU 5 se separa da OTU 6 por 14 (7 + 7) diferenças. Para se calcular exatamente a relação número de diferenças e

tempo, necessita-se saber qual a taxa com que as diferenças se acumulam (taxa de mutação).

Ex: imagine que a taxa de mutação seja o acúmulo de 1 diferença a cada 100.000 anos, então 700.000 anos separam as OTU 1-6 de n5, ou seja, o ancestral comum de todas OTUs analisadas (n5) existiu há

aproximadamente 700 mil anos. Árvore real e inferida

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Imagine que nós realmente conhecêssemos a história de

ancestralidade comum das espécies viventes, ou seja a história real que está representada acima em negro. Na verdade a história real

não é conhecida mas pode ser simulada e/ou ser inferida a partir de dados de variabilidade com auxílio de métodos de reconstrução de árvores filogenéticas. No caso acima, estamos tentando inferir a

história real de espécies (ou populações), utilizando-se de dados de variabilidade genética do gene BETA. Neste caso a história dos

táxons 1, 2, 3 e 4 é reconstituída a partir da análise das sequências do gene (beta1, 2, 3 e 4), onde há uma coincidência dos tempos e

separações ocorridas no passado representado pelas separações I, II e III, onde estariam os nós representando possíveis ancestrais. No entanto nem sempre se obtém uma árvore inferida idêntica à

árvore real (ver abaixo). Inconsistências entre árvores inferidas e árvores reais das

espécies

Algumas vezes a árvore filogenética inferida a partir de dados de variabilidade (morfologia, genes, etc...) pode não corresponder à

história real. No caso acima por exemplo, na árvore real os táxons a

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e b tem um ancestral comum recente em uma cladogênese separada dos táxons c e d. A árvore gênica (com dados de variabilidade

genética) inferida, conta uma história diferente, nos indicando que b teria um ancestral recente com c e d, e a teria se separado bem

anteriormente. Então o estudo de poucos dados de variabilidade pode levar a

conclusões erradas sobre a história real das espécies. Para tentar minimizar o erro nas interpretações filogenéticas e chegar próximo a

árvore filogenética verdadeira busca-se estudar uma grande quantidade de caracteres ou genes nas mesmas espécies.

Associações históricas

Na figura acima estão representadas três tipos de associações

históricas comumentemente estudadas em evolução. Nas reconstruções filogenéticas (visto acimas) estamos interessados em deduzir a história real dos organismos utilizando a história dos

genes (figura 1a) que podem ser correspondentes ou não. Outros exemplos de associações históricas acontecem em processos coevolutivos, tal como no parasitismo (figura 1b). Alguns estudos

tentar correlacionar por exemplo a história evolutiva dos parasitas e correlacioná-la com a história evolutivas dos hospedeiros. Por

exemplo entre espécies de carrapatos e bovídeos (boi, búfalo, etc.). Esta correlação também pode não ser muito coerente e mais

complexa que a mostrada na figura 1a. A associação histórica observada entre distribuição de espécies pelas

distintas áreas no globo terrestre é estudada pela Biogeografia (figura 1c). Este é o tipo de relação mais complexa mas ainda assim podem ser reconhecidos alguns padrões de distribuição de espécies bem correlacionados com geografia, movimento de separação dos

continentes, etc. Um exemplo é a existência de primatas na África e América do Sul.

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Evolução Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Árvore filogênica

Evolução, no ramo da biologia, é a mudança das características hereditárias de uma população de uma geração para outra. Este processo faz com que as populações de organismos mudem ao longo do tempo. Características hereditárias são a expressão

génica de genes que são passados aos descendentes durante a reprodução. Mutações em genes podem produzir características novas ou alterar características que já existiam, resultando no aparecimento de diferenças hereditárias entre organismos. Estas novas

características também podem surgir da transferência de genes entre populações, como resultado de migração, ou entre espécies, resultante de transferência horizontal de

genes. A evolução ocorre quando estas diferenças hereditárias tornam-se mais comuns ou raras numa população, quer de maneira não-aleatória através de selecção natural ou

aleatoriamente através de deriva genética. A selecção natural é um processo pelo qual características hereditárias que contribuem para a sobrevivência e reprodução se tornam mais comuns numa população, enquanto

que características prejudiciais tornam-se mais raras. Isto ocorre porque indivíduos com características vantajosas tem mais sucesso na reprodução, de modo que mais

indivíduos na próxima geração herdam estas características[1][2]. Ao longo de muitas gerações, adaptações ocorrem através de uma combinação de mudanças sucessivas,

pequenas e aleatórias nas características, e selecção natural dos variantes mais adequadas ao seu ambiente[3]. Em contraste, a deriva genética produz mudanças

aleatórias na frequência das características numa população. A deriva genética surge do papel que o acaso joga na probabilidade de um determinado indivíduo sobreviver e

reproduzir-se. Uma espécie pode ser definida como um grupo de organismos que se podem reproduzir uns com os outros e produzir descendência fértil. No entanto, quando uma espécie está separada em várias populações que não se podem cruzar, mecanismos como mutações,

deriva genética e a selecção de características novas, provocam a acumulação de diferenças ao longo de gerações e a emergência de novas espécies[4]. As semelhanças

entre organismos sugere que todas as espécies conhecidas descenderam de um ancestral comum (ou pool genético ancestral) através deste processo de divergência gradual[1].

Estudos do registro fóssil e da diversidade dos seres vivos convenceram os cientistas a partir de meados do século dezanove que as espécies mudam ao longo do tempo[5][6].

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Contudo, o mecanismo que levou a estas mudanças permaneceu pouco claro até à publicação do livro de Charles Darwin, A Origem das Espécies, detalhando a teoria de evolução por selecção natural[7]. O trabalho de Darwin levou rapidamente à aceitação

da evolução pela comunidade científica[8][9][10][11]. Na década de 1930, a selecção natural Darwiniana, foi combinada com a hereditariedade mendeliana para formar a

síntese evolutiva moderna[12], em que foi feita a ligação entre as unidades de evolução (genes) e o mecanismo de evolução (selecção natural). Esta teoria com um grande

poder preditivo e explanatório tornou-se o pilar central da biologia moderna, oferecendo uma explicação unificadora para toda a diversidade da vida na

Terra[9][10][13]. Hereditariedade

Estrutura do DNA. As bases estão no centro, rodeadas por cadeias de uma pentose

ligada a um grupo fosfato dispostas numa dupla hélice. A herança em organismos ocorre por meio de caracteres discretos – características

particulares de um organismo. Em seres humanos, por exemplo, a cor dos olhos é uma característica herdada dos pais[14]. As características herdadas são controladas por

genes e o conjunto de todos os genes no genoma de um organismo é o seu genótipo[15]

O conjunto das características observáveis que compõem a estrutura e o comportamento de um organismo é denominado o seu

.

fenótipo. Estas características surgem da interação do genótipo com o ambiente[16]. Desta forma, não são todos os

aspectos de um organismo que são herdados. O bronzeamento da pele resulta da interação entre o genótipo de uma pessoa e a luz do sol; assim, um bronzeado não é

hereditário. No entanto, as pessoas têm diferentes respostas à radiação solar, resultantes de diferenças no seu genótipo; um exemplo extremo são os indivíduos com a

característica hereditária do albinismo, que não se bronzeiam e são altamente sensíveis a queimaduras de sol, devido à inexistência do pigmento melanina na pele[17].

Os genes são regiões nas moléculas de ácido desoxirribonucleico (DNA) que contêm informação genética[15]. O DNA é uma molécula comprida com quatro tipos de bases

ligadas umas às outras. Genes diferentes apresentam uma sequência diferente de bases; é a sequência destas bases que codifica a informação genética. Dentro das células, as

longas cadeias de DNA estão associadas com proteínas formando estruturas chamadas cromossomas. Um local específico dentro de um cromossoma é conhecido como locus. Uma vez que normalmente existem duas cópias do mesmo cromossoma no genoma, os locus correspondentes em cada um destes (cuja sequência de DNA pode ser igual ou diferente) são denominados alelos. As sequências de DNA podem mudar através de mutações, produzindo novos alelos. Se uma mutação ocorrer dentro de um gene, o

novo alelo pode afectar a característica que o gene controla, alterando o fenótipo de um organismo. No entanto, enquanto que esta simples correspondência entre alelo e uma

característica funciona em alguns casos, a maioria das características são mais complexas e são controladas por múltiplos genes que interagem uns com os

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outros[18][19].

Como o Variação

fenótipo de um indivíduo resulta da interação de seu genótipo com o ambiente, a variação nos fenótipos de uma população reflete, em certa medida, a variação nos genótipos dos indivíduos[19]. A síntese evolutiva moderna define evolução como a

mudança nas frequências gênicas ao longo do tempo, ou seja, a flutuação na frequência de um ou mais alelos, se tornando mais ou menos prevalecente relativamente a outras

formas do mesmo gene. Forças evolutivas atuam direcionando essa mudança de diferentes formas. A variação em determinado locus desaparece quando algum alelo se fixa na população, ou seja, quando um mesmo alelo passa a estar presente em todos os

indivíduos[20]. A origem de toda a variação genética são mutações no material genético. Essa variação pode ser reorganizada por meio da reprodução sexuada, e distribuída entre populações por meio de migração. A variação também pode vir de trocas de genes entre espécies

diferentes, como por exemplo na transferência horizontal de genes em bactérias, e hibridização, principalmente em plantas[21]. Apesar da constante introdução de variação

por meio desses processos, a maior parte do genoma de uma espécie é idêntica em todos os indivíduos[22]. No entanto, até mesmo relativamente poucas mudanças no genótipo podem levar a mudanças dramáticas no fenótipo: chimpanzés e humanos

possuem apenas cerca de 5% de diferença em seu genoma[23]. Mutação

Duplicação de parte de um cromossomo

A variação genética se origina de mutações aleatórias que ocorrem no genoma dos organismos. Mutações são mudanças na sequência dos nucleotídeos do genoma de uma

célula, sendo causadas por radiação, vírus, transposons e substâncias químicas mutagênicas, assim como erros que ocorrem durante a meiose ou replicação do

DNA[24][25][26]. Esses agentes produzem diversos tipos de mudança nas sequências de DNA, que podem ser sem efeito, podem alterar o produto de um gene, ou alterar o

quanto um gene é produzido. Estudos com a mosca-das-frutas, Drosophila melanogaster, apontam que cerca de 70% das mutações são deletérias (prejudiciais),

sendo as restantes neutras (sem efeito) ou com pequeno efeito benéfico[27]. Devido aos efeitos danosos das mutações sobre o funcionamento das células, os organismos

desenvolveram ao longo do tempo evolutivo mecanismos responsáveis pelo reparo do DNA para remover mutações[24]. Assim, a taxa ótima de mutação é resultado do

balanço entre as demandas conflitantes de reduzir danos a curto prazo, como risco de câncer, e aumentar os benefícios a longo prazo de mutações vantajosas[28].

Grandes porções de DNA também podem ser duplicadas, fenômeno que funciona como fonte de material para a evolução de novos genes, sendo estimado que dezenas a

centenas de genes são duplicados nos genomas de animais a cada milhão de anos[29]. A grande maioria dos genes pertence a famílias de genes homólogos, que partilham um ancestral comum, de forma semelhante ao que ocorre com linhagens de espécies[30].

Novos genes podem ser produzidos tanto por duplicação e mutação de um gene

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ancestral como por recombinação de partes de genes diferentes para formar novas combinações com funções distintas[31][32]. Por exemplo, quatro dos genes utilizados no

olho humano para a produção de estruturas responsáveis pela percepção de luz, derivam de um ancestral comum, sendo que três desses genes atuam na visão em cores

e um na visão noturna[33]. Uma vantagem na duplicação de genes (ou mesmo de genomas inteiros por poliploidia) é que sobreposição ou redundância funcional em vários genes pode permitir que alelos que seriam deletérios sem essa redundância

sejam mantidos na população, aumentando assim a diversidade genética[34]. Mudanças em número de cromossomos também podem envolver a quebra e rearranjo

de DNA entre cromossomos. Por exemplo, no gênero Homo, dois cromossomos se fundiram, formando o cromossomo 2 humano. Essa fusão não ocorreu na linhagem dos

outros grandes primatas (orangotango, chimpanzé, e gorila), e eles mantêm esses cromossomos separados[35]. O papel mais importante desse tipo de rearranjo dos

cromossomos na evolução pode ser o de acelerar a divergência de uma população em novas espécies, por meio de uma redução na chance de cruzamento entre as

populações, preservando as diferenças genéticas entre elas[36]. Sequências de DNA que têm a capacidade de se mover pelo genoma, como

transposons, constituem uma fração significativa do material genético de plantas e animais, e podem ter sido importantes na evolução de genomas[37]. Por exemplo, mais de um milhão de cópias de um padrão denominado sequência Alu estão presentes no genoma humano, e tem sido demonstrado que essas sequências podem desempenhar

um papel da regulação da expressão gênica[38]. Outro efeito dessas sequências de DNA é que, ao se moverem dentro do genoma, elas podem mudar ou deletar genes

existentes, gerando assim diversidade genética[39].

Em organismos de Recombinação

reprodução assexuada, os genes são herdados todos juntos, ou ligados, dado que eles não podem se misturar com genes de outros organismos durante

a reprodução. Por outro lado, a prole de organismos sexuados contêm uma mistura aleatória dos cromossomos de seus pais, produzida por meio da segregação

independente durante a meiose. No processo relacionado de recombinação gênica, organismos sexuados também podem trocar DNA entre cromossomos homólogos[40].

Esses processos de embaralhamento podem permitir que mesmo alelos próximos numa cadeia de DNA segreguem independentemente. No entanto, como ocorre cerca de um

evento de recombinação para cada milhão de pares de bases em humanos, genes próximos num cromossomo geralmente não são separados, e tendem a ser herdados juntos[41]. Essa tendência é medida encontrando-se com qual frequência dois alelos

ocorrem juntos, medida chamada de desequilíbrio de ligação. Um conjunto de alelos que geralmente é herdado em grupo é chamado de haplótipo, e essa co-herança pode

indicar que o locus está sob seleção positiva (veja abaixo)[42]. A recombinação em organismos sexuados ajuda a remover mutações deletérias e manter mutações benéficas[43]. Consequentemente, quando alelos não podem ser

separados por recombinação - como no cromossomo Y humano, que passa intacto de pais para filhos - mutações deletérias se acumulam [44][45]. Além disso, a recombinação pode produzir indivíduos com combinações de genes novas e vantajosas. Esses efeitos positivos da recombinação são balanceados pelo fato de que esse processo pode causar mutações e separar combinações benéficas de genes[43]. A taxa ótima de recombinação para uma espécie é, portanto, o resultado do balanço entre essas demandas conflitantes.

A transferência horizontal de genes é um processo pelo qual um organismo transfere material genético para outra célula que não a sua

Transferência horizontal de genes

prole, em contraste à transferência

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vertical em que um organismo recebe material genético de seu ancestral. A maior parte do pensamento em genética tem se focado na transferência vertical, mas recentemente a

transferência horizontal tem recebido maior atenção. Genética populacional

Traça (Biston betularia) branca Variante preta da traça De um ponto de vista genético, evolução é uma mudança de uma geração para a outra nas frequências de alelos de uma população que compartilha um conjunto de genes[46].

Uma população é um grupo de indivíduos pertencentes a determinada espécie e que ocupa um espaço delimitado. Por exemplo, todas as mariposas da mesma espécie que vivem numa floresta isolada representam uma população. Um determinado gene nessa população pode ter diversas formas alternativas, que respondem por variações entre os fenótipos dos organismos. Um exemplo pode ser um gene para coloração em mariposas que tenha dois alelos: preto e branco. O conjunto de todos os genes presentes em todos os organismos de uma determinada população é conhecido como pool gênico, sendo

que no pool gênico cada alelo ocorre várias vezes. A fração de genes dentro desse conjunto que é um alelo em particular é uma quantidade denominada frequência

alélica, ou frequência gênica. A evolução ocorre quando há mudanças nas frequências de alelos de uma população de organismos intercruzantes. Por exemplo, quando o alelo

para a cor preta se torna mais comum numa população de mariposas. Para entender os mecanismos que fazem com que uma população evolua, é útil

considerar quais as condições necessárias para que a população não evolua. Segundo o princípio de Hardy-Weinberg, as frequências de alelos numa população

suficientemente grande irá se manter constante apenas se as únicas forças atuando na população forem a recombinação aleatória dos alelos na formação dos gametas e a

combinação aleatória dos alelos nessas células sexuais durante a fecundação[47]. Uma população em que as frequências dos alelos é constante não está evoluindo: a

população está em Equilíbrio de Hardy-Weinberg[48].

Há três mecanismos básicos de mudanças evolutivas: Mecanismos

selecção natural, deriva genética e fluxo génico. A selecção natural favorece genes que melhoram a capacidade para a sobrevivência e reprodução. A deriva genética é mudança aleatória na frequência de

alelos, causada pela amostragem aleatória dos genes de uma geração durante a reprodução, e o fluxo génico é a transferência de genes entre (e dentro de) populações.

A importância relativa da selecção natural e deriva genética numa população varia conforme a intensidade da selecção e do efectivo populacional, que é o número de indivíduos capazes de se reproduzir[49]. A seleção natural costuma predominar em

grandes populações. A predominância de derivação genética em pequenas populações é capaz até mesmo de levar a fixação de suaves mutações deletérias[50]. Como resultado,

mudanças no tamanho da população podem influenciar dramaticamente o rumo da evolução. Os efeitos de gargalo, onde a população encolhe temporariamente e portanto

perde variação genética, resultam numa população mais uniforme[20]. Efeitos de gargalo surgem também de alterações no fluxo génico tais como uma diminuição da

migração, expansões para outros habitats ou subdivisão populacional[49].

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Selecção natural

Selecção natural de uma população para coloração escura.

Selecção natural é o processo pelo qual mutações genéticas que melhoram a reprodução tornam-se, ou permanecem, mais comuns em gerações sucessivas de uma

população. Este mecanismo tem sido muitas vezes chamado de "auto-evidente" porque segue forçosamente a partir de três simples factos:

• Variação hereditária existe em populações de organismos. • Os organismos produzem mais descendentes do que podem sobreviver.

• Estes descendentes tem capacidade variável para sobreviver e reproduzirem-se. Estas condições geram competição entre organismos para a sua sobrevivência e

reprodução. Por isso, organismos com características que lhes trazem alguma vantagem sobre os seus competidores transmitem estas características vantajosas, enquanto que características que não conferem nenhuma vantagem não são passadas para a geração

seguinte. O conceito central da selecção natural é a aptidão evolutiva de um organismo. Isto

mede a contribuição genética de um organismo para a geração seguinte. Contudo, não é o mesmo que o número total de descendentes: a aptidão mede a proporção de gerações

subsequentes que carregam os genes de um organismo[51]. Por consequência, se um alelo aumenta a aptidão mais do que outros alelos do mesmo gene, então em cada geração esse alelo tornar-se-á mais comum dentro da população. Diz-se que estas

características são "seleccionadas a favor" ou "positivamente". Exemplos de características que podem aumentar a aptidão são sobrevivência melhorada e aumento

da fecundidade. Pelo contrário, aptidão mais baixa causada por ter um alelo menos beneficial resulta na diminuição da frequência deste alelo; são "seleccionados contra"

ou "negativamente"[2]. É importante notar que a aptidão de um alelo não é uma característica fixa. Se o ambiente muda, características que previamente eram neutras

ou prejudiciais podem tornar-se benéficas ou vice-versa[1]. Selecção natural dentro de uma população, de uma característica que pode variar dentro

de uma gama de valores, tal como a altura, pode ser categorizada em três tipos diferentes. A primeira é selecção direccional, que é um desvio do valor médio de uma característica ao longo do tempo - por exemplo, certos organismos que vão lentamente ficando mais altos de geração para geração[52]. A segunda é selecção disruptiva, que é a

selecção a favor de valores extremos das características e resulta frequentemente em que dois valores diferentes se tornem mais comuns, com selecção contra valores

médios. Isto aconteceria quando quer indivíduos altos ou baixos têm certa vantagem, mas não os que têm altura média. Por último, existe selecção estabilizadora em que há selecção contra valores extremos das características em ambos os lados do espectro, o

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que causa uma diminuição da variância à volta do valor médio[53]. Isto provocaria, usando o mesmo exemplo, que os organismos se fossem tornando todos da mesma

altura. Um caso especial de selecção natural é selecção sexual, que é selecção sobre qualquer

característica que aumente o sucesso reprodutor, incrementando a capacidade de atracção de um organismo a potenciais parceiros[54]. As características que evoluíram através de selecção sexual são particularmente proeminentes em machos de algumas espécies animais, apesar de algumas características como hastes muito elaboradas,

chamamentos ou cores vivas poderem atrair predadores, diminuindo por isso a sobrevivência desses machos[55]. Esta desvantagem é compensada pelo maior sucesso

reprodutivo em machos que apresentam estas características seleccionadas sexualmente[56].

Uma área de pesquisa activa actualmente refere-se à unidade de selecção, com propostas de que a selecção natural actua no nível dos genes, células, indivíduos, populações ou mesmo espécies[57][58]. Nenhum destes modelos são mutuamente

exclusivos e a selecção pode actuar em vários níveis simultaneamente[59]. Abaixo do nível do indivíduo, genes chamados transposões tentam copiar-se a si próprios ao longo do genoma[60]. Selecção acima do nível do indivíduo, tal como selecção de grupo, pode

permitir a evolução de cooperação, como discutido mais abaixo[61]. Deriva genética

Simulação de deriva genética de 20 alelos numa população de 10 (em cima) e 100 (em

baixo) indivíduos. A deriva é mais rápida na população pequena. Deriva genética é a mudança na frequência alélica de uma geração para a outra que

acontece porque os alelos nos descendentes são amostras aleatórias dos presentes nos progenitores[20]. Em termos matemáticos, os alelos estão sujeitos a erros de

amostragem. Como resultado disto, quando forças selectivas estão ausentes ou são relativamente fracas, frequências alélicas tendem a "andar à deriva" para cima ou para

baixo ao acaso (numa caminhada aleatória). Esta deriva termina quando um alelo eventualmente fique fixado, quer por desaparecer da população, ou por substituir

completamente todos os outros alelos. A deriva genética pode assim eliminar alguns alelos de uma população meramente devido ao acaso, e duas populações separadas que começaram com a mesma estrutura genética podem divergir para duas populações com

um conjunto diferente de alelos[62]. O tempo necessário para que um alelo se fixe por deriva genética depende do tamanho

da população, com a fixação acontecendo mais rapidamente em populações mais pequenas[63]. A medida mais importante para este caso é o efectivo populacional, que foi definido por Sewall Wright como o número teórico que representa o número de

indivíduos reprodutores que exibem o mesmo grau de consanguinidade.

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Apesar da selecção natural ser responsável pela adaptação, a importância relativas das duas forças, selecção natural e deriva genética, como motores de mudança evolutiva em geral, é uma área de pesquisa actual em biologia evolutiva[64]. Estas investigações

foram despoletadas pela teoria neutral da evolução molecular, que propôs que a maioria das mudanças evolutivas resultam da fixação de mutações neutrais que não têm efeitos

imediatos na aptidão de um organismo[65]. Daí que, neste modelo, a maioria das mudanças genética resulte da constante pressão mutacional e deriva genética[66].

Fluxo génico Fluxo génico é a troca de genes entre populações, que são normalmente da mesma

espécie[67]. Exemplos de fluxo génico entre espécies incluem a migração seguido de cruzamento de organismos, ou a troca de pólen. A transferência de genes entre espécies

inclui a formação de híbridos e transferência lateral de genes.

Leões machos deixam o bando onde nasceram e tomam conta de outro bando para

acasalarem. Isto resulta em fluxo génico entre bandos. Migração para dentro ou para fora de uma população pode mudar as frequências alélicas. Imigração pode adicionar material genético novo para o pool genético já estabelecido de uma população. Por outro lado, emigração pode remover material

genético. Barreiras à reprodução são necessárias para que as populações se tornem em novas espécies, sendo que o fluxo génico pode travar este processo, espalhando as

diferenças genéticas entre as populações. Fluxo génico é impedido por barreiras como cadeias montanhosas, oceanos ou desertos ou mesmo por estruturas artificiais como a

Grande Muralha da China, que tem prejudicado o fluxo de genes de plantas[68]. Dependendo de quanto é que duas espécies divergiram desde o seu ancestral comum

mais recente, pode ainda ser possível que produzam descendência, tais como é exemplificado pelo cruzamento entre cavalos e burros, produzindo mulas[69]. Tais híbridos são geralmente inférteis, devido à impossibilidade dos dois conjuntos de

cromossomas se emparelharem durante a meiose. Neste caso, espécies próximas são capazes de se cruzar regularmente, mas os híbridos serão seleccionados contra e as

espécies permanecerão separadas. Contudo, híbridos viáveis podem formar-se ocasionalmente e mesmo formar novas espécies. Estas novas espécies podem ter

propriedades intermédias entre as espécies parentais ou possuir fenótipos totalmente novos[70]. A importância da hibridização no processo de criação de novas espécies de animais não é clara, apesar de haverem alguns casos conhecidos em muitos tipos de

animais[71], sendo a espécie Hyla versicolor um exemplo particularmente bem estudado[72].

No entanto, a hibridação é um importante meio de especiação em plantas, uma vez que a poliploidia (ter mais do que duas cópias de cada cromossoma) é tolerada em plantas

mais prontamente do que em animais[73][74]. A poliploidia é importante em híbridos porque permite a reprodução, com cada um dos conjuntos de cromossomas capaz de

emparelhar com um par idêntico durante a meiose[75]. Os poliplóides também têm mais diversidade genética, o que permite que evitem depressão de consanguinidade em

populações pequenas[76]. A transferência génica horizontal é a transferência de material genético de um

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organismo para outro que não é seu descendente. Isto é mais comum em bactérias[77]. Em medicina, isto contribui para a disseminação de resistência a antibióticos, porque

assim que uma bactéria adquire genes de resistência eles podem-se transferir rapidamente para outras espécies[78]. Também é possível que tenha ocorrido

transferência horizontal de genes de bactérias para eucariontes como a levedura Saccharomyces cerevisiae e para o escaravelho Callosobruchus chinensis, por

exemplo[79][80]. Os vírus também podem transportar DNA entre organismos, permitindo a transferência de genes mesmo entre domínios[81]. A transferência de genes também ocorreu entre os ancestrais das células eucarióticas e procariontes, durante a aquisição

do cloroplasto e da mitocôndria[82].

A evolução influencia cada aspecto da estrutura e comportamento dos organismos. O mais proeminente é o conjunto de adaptações físicas e comportamentais que resultam

do processo de

Consequências

seleção natural. Essas adaptações aumentam a aptidão por contribuírem com atividades como busca por alimento, defesa contra predadores ou atração de

parceiros sexuais. Outro resultado possível da seleção é o surgimento de cooperação entre organismos, evidenciada geralmente no auxílio a organismos aparentados, ou em

interações mutualísticas ou simbióticas. A longo prazo, a evolução produz novas espécies, por meio da divisão de populações ancestrais entre novos grupos que se

tornam incapazes de intercruzarem. Essas consequências da evolução são comummente divididas entre macroevolução, que

é a evolução que ocorre acima do nível de espécies, e trata de fenómenos como a especiação, e microevolução, que trata das mudanças evolutivas que ocorrem dentro de uma espécie, como a adaptação a um ambiente específico por determinada população.

Em geral, macroevolução é o resultado de longos períodos de microevolução[83]. Assim, a distinção entre micro e macroevolução não é absoluta, havendo apenas uma

diferença de tempo entre os dois processos[84]. No entanto, na macroevolução, as características de toda a espécie é que são consideradas. Por exemplo, uma grande

quantidade de variação entre indivíduos permite que uma espécie se adapte rapidamente a novos habitats, diminuindo as possibilidade de se tornar extinta,

enquanto que uma grande área de distribuição aumenta a possibilidade de especiação, por fazer com que seja mais provável que parte da população fique isolada. Neste

sentido, microevolução e macroevolução podem por vezes estar separadas[4]. Um problema conceptual muito comum é acreditar-se que a evolução é progressiva,

mas a seleção natural não tem um objetivo final, e não produz necessariamente organismos mais complexos[85]. Apesar de espécies complexas terem evoluído, isso ocorre como consequência indireta do aumento no número total de organismos, e

formas de vida simples continuam sendo mais comuns[86]. Por exemplo, a esmagadora maioria das espécies constitui-se de procariotos microscópicos, que são responsáveis

por cerca de metade da biomassa do planeta, apesar de seu pequeno tamanho[87], e compõem uma grande parte da biodiversidade na Terra[88]. Assim, organismos simples

continuam sendo a forma de vida dominante no planeta, sendo que a formas de vida mais complexas parecem mais diversas apenas porque são mais evidentes para nós[89].

Adaptações são estruturas ou comportamentos que melhoram uma função específica dos organismos, aumentando sua chance de sobreviver e reproduzir

Adaptação

[7]. Elas são produzidas por uma combinação da produção contínua de pequenas mudanças

aleatórias nas características (mutações), e da selecção natural das variantes melhor ajustadas ao seu ambiente[90]. Esse processo pode causar tanto o ganho de uma nova

propriedade, como a perda de uma propriedade ancestral. Um exemplo que demonstra

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esses dois tipos de mudança é a adaptação bacteriana a antibióticos. Mutações que causam resistência a antibióticos podem modificar o alvo da droga ou remover os transportadores que permitem que a droga entre na célula[91]. No entanto, muitas

características que parecem ser simples adaptações podem ser exaptações: estruturas que originalmente surgiram como adaptações para desempenhar determinada função,

mas que durante o processo evolutivo, coincidentemente se tornaram úteis no desempenho de uma outra função[4]. Um exemplo é o lagarto africano Holaspis guentheri, que desenvolveu uma cabeça extremamente fina para se esconder em

pequenas cavidades, como pode ser percebido ao olhar-se para espécies aparentadas. No entanto, nessa espécie a cabeça se tornou tão fina que auxilia o animal a planar

quando saltando entre árvores - uma exaptação[61].

Esqueleto de uma baleia, a e b correspondem aos ossos das barbatanas, que se

adaptaram de ossos dos membros anteriores: enquanto c indica os ossos dos membros posteriores vestigiais[92].

Uma adaptação ocorre pela modificação gradual de estruturas existentes. Estruturas com organização interna semelhante podem ter funções muito diferentes em

organismos aparentados. Isso é resultado de uma única estrutura ancestral que se adaptou para funcionar de formas diferentes em cada linhagem. Os ossos nas asas de morcegos, por exemplo, são estruturalmente similares tanto com as mãos humanas como com as barbatanas de focas, devido à descendência dessas estruturas de uma ancestral comum que também tinha cinco dedos na extremidade de cada membro

anterior. Outras características anatômicas únicas, como ossos no pulso do panda, que formam um falso "polegar", indicam que a linhagem evolutiva de um organismo pode

limitar que tipo de adaptação é possível[93]. Durante a adaptação, algumas estruturas podem perder a sua função e se tornarem

estruturas vestigiais[94]. Essas estruturas podem ter pouca ou nenhuma função numa espécie, apesar de terem uma função clara em espécies ancestrais ou relacionadas. Exemplos incluem os remanescentes não funcionais de olhos em alguns peixes de

cavernas[95], asas em aves incapazes de voar[96] e a presença de ossos do quadril em baleias e cobras[97]. Exemplos de estruturas vestigiais em humanos incluem o dente do

siso[98], o cóccix[94] e o apêndice vermiforme[94]

Uma área de pesquisa atual em .

biologia do desenvolvimento evolutiva é a base desenvolvimental de adaptações e exaptações[99]. Essa linha de pesquisa busca

compreender a origem e evolução de desenvolvimento embrionário e como modificações nos processos do desenvolvimento produzem novas características[100]. Esses estudos têm demonstrado que a evolução pode alterar o desenvolvimento para

criar novas estruturas, como as estruturas embrionárias que formam ossos da mandíbula em outros animais formando parte do ouvido médio em mamíferos[101]. É também possível que estruturas perdidas ao longo da evolução reapareçam devido a

mudanças em genes do desenvolvimento, como uma mutação em galinhas que faz com que os embriões produzam dentes similares aos de crocodilos[102].

Interações entre organismos podem produzir tanto conflito como cooperação. Quando a Co-evolução

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interação ocorre entre pares de espécies, como um patógeno e um hospedeiro, ou um predador e uma presa, essas espécies podem desenvolver séries de adaptações

combinadas. Nesses casos, a evolução de uma espécie causa adaptações numa outra. Essas mudanças na segunda espécie, por sua vez, causam novas adaptações na

primeira. Esse ciclo de seleção e resposta é chamado de co-evolução[103]. Um exemplo é a produção de tetrodotoxina numa espécie de salamandra (Taricha granulosa) e a evolução de resistência à tetrodotoxina em seu predador, uma serpente (Thamnophis

sirtalis). Nesse par de presa e predador, uma corrida armamentista evolutiva produziu altos níveis de toxina na salamandra e correspendentemente altos níveis de resistência

na cobra[104].

No entanto, nem todas as interações entre espécies envolvem conflitoCooperação

[105]. Muitos casos de interações mutuamente benéficas evoluiram. Por exemplo, existe uma cooperação

extrema entre plantas e micorrizas que crescem sobre as raízes, auxiliando na absorção de nutrientes do solo[106]. Essa é uma interação recíproca, já que as plantas provêm à micorriza açúcares da fotossíntese. Nesse caso o fungo geralmente cresce dentro das

células da planta, permitindo a troca de nutrientes, enquanto envia sinais que reprimem o sistema imunitário da planta[107].

A cooperação também evoluiu entre organismos da mesma espécie. Um caso extremo é a eussocialidade, que pode ser observada em insetos sociais, como abelhas, cupins e

formigas, onde insetos estéreis alimentam e defendem um pequeno número de organismos da colônia que são capazes de se reproduzir. Numa escala ainda menor, as células somáticas que formam o corpo de um animal são limitadas em sua capacidade de se reproduzir para que se mantenha a estabilidade no organismo e permita que um pequeno número de células germinativas produza prole. Nesse caso, células somáticas respondem a sinais específicos que as instruem a crescer ou destruir a si próprias. Se as

células ignoram esses sinais e tentam se multiplicar de forma desordenada, seu crescimento descontrolado causa câncer[24]

Imagina-se que esses exemplos de cooperação dentro de uma espécie evoluíram pelo processo de

.

seleção de parentesco, que consiste em um organismo agir de forma a aumentar a probabilidade de parentes produzirem prole[108]. Essa atividade é

selecionada porque se o indivíduo que ajuda possui alelos que promovem a atividade de ajudar, é provável que seus parentes também possuam esses alelos e, assim, esses alelos são passados adiante[109]. Outros processos que podem promover a cooperação incluem seleção de grupo, onde a cooperação fornece benefícios para um grupo de

organismos[110]. Especiação

Os quatro mecanismos de especiação.

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Especiação é o processo pelo qual uma espécie diverge, produzindo duas ou mais espécies descendentes[111]. Eventos de especiação foram observados diversas vezes,

tanto em condições controladas de laboratório como na natureza[112]. Em organismos de reprodução sexuada, a especiação resulta do isolamento reprodutivo seguido por

divergência entre as linhagens. Há quatro tipos de mecanismos de especiação, sendo a especiação alopátrica considerada a mais comum em animais. Esse tipo de especiação ocorre quando populações são isoladas geograficamente, por fragmentação de habitat

ou migração, por exemplo. Como as forças evolutivas passam a atuar independentemente nas populações isoladas, a separação vai, eventualmente, produzir

organismos incapazes de se intercruzarem[113]. O segundo mecanismo de especiação a ser considerado é a especiação peripátrica, que ocorre quando pequenas populações de organismos são isoladas num novo ambiente. Ela difere da especiação alopátrica pelo fato de as populações isoladas serem muito

menores do que a população parental. Nesse caso, o efeito fundador causa uma especiação rápida tanto pela deriva genética oriunda do efeito fundador como pela

rápida ação da seleção natural sobre um conjunto de genes pequeno[114]. O terceiro macanismo de especiação é a especiação parapátrica. Ela é similar à

especiação peripátrica na medida em que uma população pequena ocupa um novo habitat, mas difere porque não há separação física entre essas populações. O que ocorre

é que a especiação resulta da evolução de mecanismos que reduzem o fluxo gênico entre as duas populações[111]. Geralmente isso ocorre quando há alguma mudança

drástica no ambiente da espécie parental. Um exemplo é a gramínea Anthoxanthum odoratum, que pode passar por especiação parapátrica em resposta a poluição

localizada de metais de minas[115]. Neste caso, plantas com resistência a altos níveis de metais no solo evoluem. A seleção contra cruzamentos com a população parental

sensível a metais produz uma mudança no tempo de floração das plantas resistentes, causando isolamento reprodutivo. A seleção contra híbridos entre as duas populações

pode causar o que é chamado de reforço, que é a evolução de características que promovem o cruzamento dentro de determinada espécie, assim como deslocamento de

caráter, que ocorre quando duas espécies se tornam mais distintas em aparência[116].

O Isolamento geográfico dos Tentilhões de Darwin das Ilhas Galápagos produziram

mais de uma dúzia de espécies. Finalmente, quando há especiação simpátrica, espécies divergem sem uma barreira geográfica entre elas ou mudanças drásticas no ambiente. Esse tipo de especiação é considerado raro, já que uma pequena quantidade de fluxo gênico pode remover as

diferenças genéticas entre partes de uma população[117]. Em geral, a especiação simpátrica em animais exige a evolução tanto de diferenças genéticas como de

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acasalamento preferencial, para permitir que o isolamento reprodutivo evolua[118]. Um tipo de evolução simpátrica envolve o cruzamento entre duas espécies aparentadas,

produzindo uma nova espécie híbrida. Esse tipo de especiação não é comum em animais, já que híbridos são comumente inviáveis ou estéreis, porque não há

pareamento entre os cromossomos homólogos de cada progenitor durante a meiose. Ela é mais comum em plantas, porque plantas frequentemente dobram o número de

cromossomos, formando poliplóides. Isso permite o pareamento de cada cromossomo com seu homólogo durante a meiose, já que os cromossomos de cada progenitor já se

apresentam em pares[119]. Um exemplo desse tipo de especiação ocorreu quando as espécies Arabidopsis thaliana e Arabidopsis arenosa se hibridizaram para formar a

nova espécie Arabidopsis suecica[120]. Isso ocorreu há cerca de 20.000 anos atrás [121] e o processo de especiação foi reproduzido em laboratório, permitindo o estudo dos

mecanismos genéticos envolvidos no processo[122]. De fato, eventos de poliploidização numa espécie podem ser uma causa comum de isolamento reprodutivo, já que metade

dos cromossomos duplicados não irá parear quando ocorrer cruzamento com organismos sem essa duplicação[74].

Eventos de especiação são importantes na teoria do equilíbrio pontuado, que explica a existência do padrão observado no registro fóssil de "explosões" de evolução entre

longos períodos de estase, em que as espécies se mantém relativamente sem mudanças[123]. Nessa teoria, a especiação e a rápida evolução são relacionadas, com

seleção natural e deriva genética atuando mais fortemente em organismos especiando em novos habitats ou com pequeno tamanho populacional. Como resultado, os períodos de estase no registro fóssil correspondem à população parental, e os

organismos passando por especiação e rápida evolução são encontrados em pequenas populações geograficamente restritas., sendo raramente preservados como fósseis[124].

Barreiras reprodutivas ao cruzamento podem ser classificadas em pré-zigóticas ou pós-zigóticas

Barreiras ao cruzamento entre espécies

[48]. A distinção entre as duas é definida se a barreira previne a formação de prole antes ou depois da fertilização do óvulo.

Barreiras pré-zigóticas são aquelas que impedem a cópula entre as espécies, ou então impedem a fertilização do óvulo caso a espécie tente cruzar

Barreiras que previnem a fertilização

[125]. Alguns exemplos são:

Diferentes espécies de vaga-lumes não reconhecem os sinais de outras espécies, e

consequentemente, não cruzam. • Isolamento temporal – Ocorre quando espécies copulam em tempos

diferentes. Populações de duas espécies americanas de gambá (Spilogale gracilis e Spilogale putorius) têm distribuições sobrepostas, mas se mantêm como espécies separadas porque a primeira acasala no verão e a segunda no

inverno[48].

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• Isolamento comportamental – Sinais que estimulam uma resposta sexual podem ser suficientemente diferentes para impedir o acasalamento. O brilho

rítmico dos vaga-lumes é específico de cada espécie e portanto funciona como barreira pré-zigótica[126].

• Isolamento mecânico – Diferenças anatômicas em estruturas reprodutivas podem impedir o cruzamento. Isso é verdade especialmente em plantas que

desenvolveram estruturas específicas adaptadas a alguns polinizadores. Morcegos que se alimentam de néctar procuram por flores guiados por seu sistema de ecolocalização. Assim, plantas que dependem desses morcegos

como polinizadores evoluíram flores acusticamente conspícuas, que auxiliam na sua detecção[127].

• Isolamento gamético – Os gâmetas das duas espécies são quimicamente incompatíveis, impedindo a fertilização. O reconhecimento de gâmetas pode ser baseado em moléculas específicas na superfície do óvulo, que se ligam apenas a

moléculas complementares no espermatozóide[48]. • Isolamento geográfico/de habitat – Geográfico: As duas espécies estão separadas por barreiras físicas de larga escala, como uma montanha, um corpo de água ou barreiras físicas construídas por humanos. Essas barreiras impedem o fluxo gênico entre os grupos isolados. Isso é ilustrado pela divergência entre

espécies de plantas em lados opostos da muralha da China[128]. Habitat: As duas espécies preferem habitats diferentes, mesmo vivendo, em geral, na mesma área, e assim são incapazes de se encontrar. Por exemplo, moscas do gênero

Rhagoletis têm como planta hospedeira original a espécie Crataegus monogyna. Quando macieiras foram introduzidas em seu habitat, mais de 300 anos atrás,

algumas moscas passaram a utilizar essa planta. Estudos mostram que, hoje em dia, moscas têm uma preferência genética pela planta em que são encontradas, e a cópula ocorre na planta. Assim, mesmo sendo encontradas nas mesmas áreas, seu isolamento ecológico é suficiente, e divergência genética ocorreu[48]. Assim,

esse é também um caso de especiação simpátrica. Barreiras atuando após a fertilização

A mula é o híbrido de uma égua com um burro, e é geralmente infértil.

Barreiras pós-zigóticas são aquelas que ocorrem após a fertilização, geralmente resultando na formação de um zigoto híbrido que é infértil ou inviável. Isso geralmente é resultado de incompatibilidade nos cromossomos do zigoto. Um zigoto é um óvulo fertilizado antes de se dividir, ou o organismo que se origina desse óvulo fertilizado.

Inviável significa incapaz de chegar à idade adulta[125]. Exemplos incluem:

• Viabilidade do híbrido reduzida – Ocorre desenvolvimento incompleto e morte da prole[129].

• Fertilidade do híbrido reduzida – Mesmo que duas espécies diferentes acasalem, a prole produzida pode ser infértil. Cruzamentos entre espécies no gênero do cavalo (Equus), tendem a produzir proles viáveis mas inférteis. Por

exemplo, cruzamentos de zebra x cavalo e zebra x burro produzem organismos estéreis. O cruzamento de cavalo x burro produz mulas estéreis. Muito

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raramente, uma mula fêmea pode ser fértil[130]. • Degeneração do Híbrido – Alguns híbridos são férteis por uma única geração,

se tornando então estéreis ou inviáveis[131]. . Extinção

Um esqueleto de Tarbosaurus. Todos os dinossauros, com exceção das aves, se

extinguiram no evento de extinção em massa entre o Cretáceo e o Terciário Extinção é o desaparecimento de toda uma espécie. A extinção não é um evento

incomum, já que espécies normalmente surgem por especiação e desaparecem por extinção[132]. De fato, quase todas as espécies de planta e animal que já existiram hoje estão extintas[133]. Essas extinções aconteceram continuamente durante toda a história

da vida, apesar de haver picos nas taxas de extermínio em eventos de extinção em massa[134]. A extinção entre o Cretáceo e o Terciário (Extinção K-T), na qual os

dinossauros desapareceram, é a mais conhecida. No entanto, um evento anterior, a extinção do Permiano-Triássico, foi ainda mais severa, levando cerca de 96% das

espécies então existentes ao extermínio[134]. A extinção do Holoceno é um processo de desaparecimento de espécies em massa ocorrendo atualmente, em decorrência da expansão da espécie humana pelo globo nos últimos milhares de anos. Taxas de

extinção atuais são de 100 a 1000 vezes maiores do que as taxas normais, e até 30% das espécies pode estar extinta até o meio deste século[135]. Atividades humanas são hoje a principal causa da extinção em massa atual[136] e o aquecimento global pode

acelerar ainda mais essa extinção no futuro[137]. O papel da extinção na evolução depende do tipo de extinção que é considerada. As

causas das baixas taxas de evolução, que atuam continuamente e são responsáveis pela maior parte das extinções, não são bem conhecidas, e podem ser o resultado da

competição entre as espécies por recursos compartilhados[12]. Se a competição de outras espécies pode alterar a chance de determinada espécie sobreviver, isso poderia produzir seleção natural no nível de espécies, em contraposição à que ocorre no nível de organismos[57]. As extinções em massa intermitentes também são importantes, mas

ao invés de agir como força seletiva, elas reduzem drasticamente a diversidade, de forma não específica, promovendo picos de radiação adaptativa e especiação nas

espécies sobreviventes[134]. História evolutiva da vida

A origem da Origem da vida

vida é o precursor necessário para a evolução biológica, mas perceber que a evolução ocorreu depois de os organismos aparecerem pela primeira vez, e investigar como isto acontece, não depende na compreensão exacta de como a vida começou[138].

O consenso científico actual é de que a bioquímica complexa que constitui a vida provém de reacções químicas mais simples, mas que não é claro como ocorreu esta

transição[139]. Não há muitas certezas sobre os primeiros desenvolvimentos da vida, a estrutura dos primeiros seres vivos, ou a identidade ou natureza do último ancestral

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comum ou do pool genético ancestral[140][141]. Como consequência, não há consenso científico sobre como a vida surgiu. Algumas propostas incluem moléculas capazes de

auto-replicação, como o RNA[142] e a construção de células simples[143]. Origem comum

Os hominídeos são descendentes de um ancestral comum.

Todos os seres vivos da Terra descendem de um ancestral comum ou de um pool genético ancestral[144]. As espécies actuais são um estádio no processo de evolução, e a sua diversidade resulta de uma longa série de eventos de especiação e extinção[145]. A origem comum dos seres vivos foi inicialmente deduzida a partir de quatro simples

factos sobre seres vivos: Primeiro, eles têm distribuições geográficas que não podem ser explicadas por adaptações locais. Segundo, a diversidade da vida não é uma série de organismos completamente únicos, mas os seres vivos têm semelhanças morfológicas. Terceiro, características vestigiais com nenhuma utilidade evidente são parecidas com

características ancestrais funcionais e finalmente, que organismos podem ser classificados usando estas semelhanças numa hierarquia de grupos aninhados uns nos

outros[7]. Espécies passadas também deixaram registos da sua história evolutiva. Fósseis, juntamente com a anatomia comparada de seres vivos existentes actualmente,

constituem o registo morfológico ou anatómico[146]. Comparando as anatomias de espécies modernas e extintas, paleontólogos podem inferir as linhagens dessas

espécies. Contudo, esta metodologia tem maior sucesso em organismos com partes duras, tais como conchas, ossos ou dentes. Além disso, como os procariontes como bactérias e archaea partilham uma série limitada de morfologias comuns, os seus

fósseis não fornecem informação sobre a sua ascendência. Mais recentemente, evidências de origem comum provieram do estudo de semelhanças

bioquímicas entre organismos. Por exemplo, todas as células vivas usam os mesmos ácidos nucleicos e aminoácidos[147]. O desenvolvimento da genética molecular revelou

o registo da evolução deixado nos genomas dos seres vivos: datando quando as espécies divergiram através do relógio molecular produzido pelas mutações[148]. Por

exemplo, comparações entre sequências de DNA revelaram a estreita semelhança genética entre humanos e chimpanzés e revelou quando existiu um ancestral comum às

duas espécies[149]. Evolução da vida

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Árvore evolutiva mostrando a divergência das espécies actuais a partir do seu ancestral comum no centro[150]. Os três domínios estão coloridos de amarelo (bactéria), azul

(archaea) e vermelho (Eucarioto). Apesar da incerteza sobre como a vida começou, é claro que os procariontes foram os primeiros seres vivos a habitar a Terra[151], há aproximadamente 3-4 mil milhões de anos[152]. Não ocorreram nenhumas mudanças óbvias em morfologia ou organização

celular nestes organismos durante os próximos milhares de milhão de anos[153]. A próxima grande inovação na evolução foram os eucariontes. Estes surgiram a partir

de bactérias antigas terem sido rodeadas por antecessores de células eucarióticas, numa associação cooperativa chamada de endossimbiose[154][155]. A bactéria encapsulada e a célula hospedeira sofreram evolução, com a bactéria a evoluir em mitocôndrias ou em

hidrogenossomas[156]. Uma segunda captura de seres semelhantes a cianobactérias levou à formação de cloroplastos em algas e plantas[157].

A história da vida foi a história de procariontes, archae e eucariontes unicelulares até há cerca de um milhar de milhão de anos atrás quando seres multicelulares começaram a aparecer nos oceanos durante o período Ediacarano[151][158]. A evolução de organismos

multicelulares ocorreu múltiplas vezes, de forma independente, em organismos tão diversos como esponjas, algas castanhas, cianobactérias, mycetozoa e

mixobactérias[159]

Depois do aparecimento dos primeiros seres multicelulares, ocorreu um notável diversificação biológica num período de 10 milhões de anos, num evento chamado

.

explosão cambriana. Durante este evento, evoluiram a maior parte dos tipos de animais modernos, assim como linhagens únicas que se extinguiram entretanto[160]. Têm sido

propostos vários "detonadores" para esta explosão, incluindo a acumulação de oxigénio na atmosfera resultante da fotossíntese[161]. Há cerca de 500 milhões de anos, plantas e fungos colonizaram a terra, e foram logo seguidos por artrópodes e outros animais[162]. Os anfíbios apareceram pela primeira vez há cerca de 300 milhões de anos, seguidos pelos primeiros amniotas, os mamíferos há volta de 200 milhões de anos e as aves há

cerca de 100 milhões de anos (ambos a partir de linhagens semelhantes a répteis. Contudo, apesar da evolução destes grandes animais, seres vivos mais pequenos

semelhantes aos que evoluíram cedo no processo, continuam a ser bem sucedidos e a dominar a Terra, formando a maioria da biomassa e das espécies procariontes[88].

História do pensamento evolutivo

Charles Darwin com 51 anos, logo após ter publicado A Origem das Espécies.

Ideias evolutivas como origem comum e de transmutação de espécies existiram pelo menos desde o século VI a.C., quando foram examinadas pelo filósofo grego

Anaximandro de Mileto[163]. Outros que consideraram estas ideias incluem o filósofo grego Empédocles, o filósofo-poeta romano Lucrécio, o biólogo árabe Al-Jahiz[164], o

filósofo persa Ibn Miskawayh, e o filósofo oriental Zhuang Zi[165]

À medida que o conhecimento biológico aumentou no século XVIII, ideias evolutivas .

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foram propostas por alguns filósofos como Pierre Louis Maupertuis em 1745, Erasmus Darwin em 1796[166], e Georges-Louis Leclerc (conde de Buffon) entre 1749 e

1778[167]. As ideias do biólogo Jean-Baptiste Lamarck acerca da transmutação das espécies teve grande influência. Charles Darwin formulou a sua ideia de selecção

natural em 1838 e ainda estava desenvolvendo a sua teoria em 1858 quando Alfred Russel Wallace lhe enviou uma teoria semelhante, e ambas foram apresentadas na

Linnean Society of London em dois artigos separados[168]. No final de 1859, a publicação de A Origem das Espécies por Charles Darwin, explicava a selecção natural em detalhe e apresentava provas que levaram a uma aceitação cada vez mais geral da

ocorrência da evolução.

O debate sobre os mecanismos da evolução continuaram, e Darwin não foi capaz de explicar a fonte das variações hereditárias sobre as quais a selecção natural actuaria.

Tal como Lamarck, ele pensava que os progenitores passavam à descendência as adaptações adquiridas durante a sua vida[169], uma teoria subsequentemente nomeada

de Lamarckismo[170]. Na década de 1880, as experiências de August Weismann indicaram que as mudanças pelo uso e desuso não eram hereditárias, e o Lamarckismo entrou gradualmente em descrédito[171][172]. Mais importante do que isso, Darwin não

consegui explicar como características passam de geração para geração. Em 1865, Gregor Mendel descobriu que as características eram herdadas de uma maneira

previsível[173]. Quando o trabalho de Mendel foi redescoberto em 1900, a discórdia sobre a taxa de evolução prevista pelos primeiros geneticistas e biometristas levou a

uma ruptura entre os modelos de evolução de Mendel e de Darwin. Esta contradição só foi reconciliada nos anos 30 por biólogos como Ronald Fisher. O resultado final foi a combinação da evolução por selecção natural e hereditariedade mendeliana, a síntese evolutiva moderna[174]. Na década de 1940, a identificação do

DNA como o material genético por Oswald Avery e colegas, e a subsequente publicação da estrutura do DNA por James Watson e Francis Crick em 1953,

demonstraram o fundamento físico da hereditariedade. Desde então, a genética e biologia molecular tornaram-se partes integrais da biologia evolutiva e revolucionaram

o campo da filogenia[12]

Na sua história inicial, a biologia evolutiva atraiu primariamente cientistas vindos de campos tradicionais de disciplinas orientadas para a taxonomia, cujo treino em

organismos particulares os levava a estudar questões gerais em evolução. Assim que a biologia evolutiva se expandiu como disciplina académica, particularmente depois do

desenvolvimento da síntese evolutiva moderna, começou a atrair cientistas de um leque mais alargado das ciências biológicas

.

[12]. Actualmente, o estudo da biologia evolutiva envolve cientistas de campos tão diversos como bioquímica, ecologia, genética e

fisiologia, e conceitos evolutivos são usados em disciplinas ainda mais distantes como psicologia, medicina, filosofia e ciência dos computadores.

Perspectivas sociais e culturais

Caricatura de Charles Darwin como um macaco, reflectindo a reacção cultural contra a

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evolução. Mesmo antes da publicação d'A Origem das Espécies, a ideia que a vida evolui era

fonte de debate. A evolução ainda é um conceito contencioso em algumas secções da sociedade fora da comunidade científica. O debate tem-se centrado nas implicações

filosóficas, sociais e religiosas da evolução, não na ciência em si; a proposta de que a evolução biológica ocorre através do mecanismo de selecção natural é padrão na

literatura científica[175]

Apesar de .

muitas religiões terem reconciliado as suas crenças com a evolução através de vários conceitos de evolução teísta, há muitos criacionistas que acreditam que a

evolução é contraditória com as histórias de criação encontradas nas respectivas religiões[176]. Tal como Darwin reconheceu desde cedo, o aspecto mais controverso do pensamento evolutivo é a sua implicação para a origem dos seres humanos. Em alguns países, notavelmente os Estados Unidos, as tensões entre os ensinamentos científicos e religiosos têm alimentado a controvérsia da criação vs. evolução, um conflito religioso que foca na política e no ensino da evolução nas escolas públicas[177]. Apesar de outros campos da ciência como cosmologia[178] e ciências da Terra[179]

A evolução tem sido usada para posições filosóficas que propõe

também entrarem em conflito com a interpretação literal de muitos textos religiosos, muitos crentes

religiosos opõem-se à biologia evolutiva. discriminação e o

racismo. Por exemplo, as ideias eugénicas de Francis Galton foram desenvolvidas para argumentar que o pool genético humano podia ser melhorado através de políticas de cruzamentos selectivos, incluindo incentivos para aqueles considerados como "bom

stock" para se reproduzirem, e esterilização compulsória, testes pré-natais, controlo da natalidade e inclusive homicídio dos considerados "mau stock"[180]. Um outro exemplo de uma extensão da teoria evolutiva que é reconhecida actualmente como indevida é o "Darwinismo social", um termo dado à teoria Malthusiana dos Whig, desenvolvida por

Herbert Spencer em ideias de "sobrevivência do mais apto" no comércio e nas sociedades humanas em geral, e por outros que reclamavam que a desigualdade social,

racismo e imperialismo eram justificados[181]. Contudo, cientistas e filósofos contemporâneos consideram que estas ideias não são nem mandatadas pela teoria

evolutiva nem sustentadas por quaisquer dados[182][183].

Uma grande aplicação tecnológica da evolução é a Aplicações na tecnologia

selecção artificial, que é a selecção intencional de certas características em populações de seres vivos. Os seres humanos

têm usado a selecção artificial há milhares de anos na domesticação de plantas e animais[184]. Mais recentemente, tal selecção tornou-se uma parte vital da engenharia genética, com o uso de marcadores selecionáveis tais com a resistência a antibióticos

para manipular DNA na biologia molecular. Como a evolução é capaz de produzir processos e redes altamente optimizados, tem

muitas aplicações em ciência dos computadores. Aqui, simulações de evolução usando algoritmos genéticos e vida artificial foram iniciadas com o trabalho de Nils Aall

Barricelli na década de 1960, e depois estendidas por Alex Fraser, que publicou uma série de artigos sobre simulação de evolução artificial[185]. A evolução artificial tornou-se um método de optimização largamente reconhecido como resultado do trabalho de

Ingo Rechenberg na década de 1960 e 70, que usou estratégias evolutivas para resolver problemas de engenharia complexos[186]. Algoritmos genéticos em particular tornaram-se populares pelos escritos de John Holland[187]. À medida que o interesse académico cresceu, o aumento dramático no poder computacional permitiu aplicações práticas. Algoritmos evolutivos são agora usados para resolver problemas multi-dimensionais mais eficientemente do que por software produzido por programadores humanos, e

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também para optimizar o desenho de sistemas[188].

• Ver também

Altruísmo • Antropogênese • Árvore evolutiva

• Atavismo • Disgenia • Eugenia

• Evidência da evolução • Evolução convergente

• Evolução da vida

• Evolução da Mente • Linha do tempo da evolução

• Fluxo dos genes • Gradualismo

• História da Biologia • Macroevolução • Selecção sexual • Sociobiologia • Primatologia

• Teoria da endossimbiose Em português

• Projeto Evoluindo - O mais completo site em português sobre evolução • Darwin Magazine - Site com o foco de abordar temas polêmicos

• Evolução dos Seres Vivos - Site didático feito por alunos Em inglês

• The Talk Origins • Understanding Evolution - Site de cunho didático • Evolution Resources From the National Academies

• Evo Wiki - Wiki sobre biologia evolutiva • Evolution - PSB

• Evolution na New Scientist • Internacional Journal of Organic Evolution

• How Evolution Works • Obras completas de Charles Darwin disponíveis de graça (em inglês)

• Evolution for Beginners

• (

Leitura adicional Leitura introdutória

em inglês) Almost Like a Whale: The Origin of Species Updated. (American title: Darwin's Ghost). New York: Ballantine Books, 2001. ISBN 0-

345-42277-5 • (em inglês) O Gene Egoísta. Oxford University Press, 2006. ISBN

0199291152 • (em inglês) Evolution. Oxfordshire: Oxford University Press, 2003. ISBN

0-192-80251-8 • (em inglês) A Vida é Bela. Lisboa: Gradiva, 1995. ISBN 972-662-394-6 • (em inglês) Endless Forms Most Beautiful. New York: W.W. Norton,

2005. ISBN 0-393-06016-0 • (em inglês) The Top 10 Myths about Evolution. Prometheus Books, 2007.

ISBN 978-1-59102-479-8 • (em inglês) The Theory of Evolution: Canto Edition. Cambridge

University Press, 1993. ISBN 0-521-45128-0 • (em inglês)The Modern Synthesis - students.washington.edu - Coleção

para download de diversos textos clássicos e obras fundamentais sobre Evolução dos Seres Vivos

História do pensamento evolutivo • (em inglês) Evolution: The Remarkable History of a Scientific Theory.

New York: Modern Library, 2004. ISBN 0-679-64288-9

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• (em inglês) Evolution: The Triumph of an Idea. London: HarperCollins, 2001. ISBN 0-060-19906-7 Leitura avançada

• (em português) Evolução. Artmed, 2006. ISBN 8536306351 • (em inglês) The Structure of Evolutionary Theory. Cambridge: Belknap

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possíveis; veja M Midgley. The Myths we Live By. Routledge, 2004. 62 p. ISBN 978-0415340779

183. ↑ Allhoff F (2003). "Evolutionary ethics from Darwin to Moore". History and philosophy of the life sciences 25 (1): 51–79. PMID 15293515.

184. ↑ Doebley JF, Gaut BS, Smith BD (2006). "The molecular genetics of crop domestication". Cell 127 (7): 1309-21. PMID 17190597.

185. ↑ Fraser AS (1958). "Monte Carlo analyses of genetic models". Nature 181 (4603): 208–9. PMID 13504138.

186. ↑ Ingo Rechenberg. Evolutionsstrategie - Optimierung technischer Systeme nach Prinzipien der biologischen Evolution (PhD thesis). Fromman-

Holzboog, 1973. 187. ↑ John H. Holland. Adaptation in Natural and Artificial Systems.

University of Michigan Press, 1975. ISBN 0262581116 188. ↑ Jamshidi M (2003). "Tools for intelligent control: fuzzy controllers,

neural networks and genetic algorithms". Philosophical transactions. Series A, Mathematical, physical, and engineering sciences 361 (1809): 1781–808.

PMID 12952685. Capítulo 7

Curiosidades Felinas

· Homens e gatos possuem a mesma região do cérebro responsável pelas emoções. · O cérebro do gato é mais similar ao do homem do que ao do cão.

· O gato possui mais ossos do que os humanos. Enquanto o homem possui 206, os gatos possuem 245 ossos.

· Os gatos possuem 30 vértebras, 5 a mais que os humanos. · Gatos possuem 32 músculos que controlam suas orelhas. Ele pode girar suas

orelhas, independentemente, a quase 180 graus, e 10 vezes mais rápido do que o melhor cão de guarda.

· A audição dos gatos é muito mais sensível do que a dos homens e cães. Seus ouvidos afunilados, canalizam e amplificam os sons como um megafone.

· Os gatos ouvem até 65 khz (kilohertz), enquanto que os homens ouvem até 20 khz. · Em proporção ao corpo, os gatos são os mamíferos que possuem os maiores olhos.

·Um gato enxerga 6 vezes melhor do que um humano à noite, porque necessita de 1/6 da quantidade de luz necessária ao homem para enxergar.

· Recentes estudos revelaram que os gatos podem ver o amarelo, azul e o verde. Ainda não se sabe ao certo, se conseguem ver o vermelho, provavelmente essa cor é

vista como cinza ou preto..

· O campo de visão de um gato é de 185 graus.

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. Os gatos sacrificaram os detalhes e as cores pela capacidade de enxergar com pouquíssima luz. Eles não conseguem enxergar pequenos detalhes, vêem o mundo

desfocado. . Por serem muito sensíveis à luz, os olhos dos gatos possuem pupilas verticais.

Quando totalmente abertas, ocupam uma área proporcionalmente maior do que a pupila do homem.

. No fundo do olho, os gatos tem uma camada de células denominadas "tapetum lucidum". A luz, após absorção, é refletida por essas células de volta para a retina, para que seus receptores tenham uma segunda chance de captá-la. Isso aumenta a

eficiência dos receptores da retina em cerca de 40%. · Gatos de olhos azuis e brancos de pelagem, são geralmente surdos.

· Leva cerca de 2 semanas para o filhote ouvir bem e seus olhos abrem em média com 7 dias.

· O gato possui aproximadamente 60 a 80 milhões de células olfatórias. O homem possui entre 5 a 20 milhões.

· Os gatos possuem um órgão olfatório especial no céu da boca, chamado: Orgão de Jacobson. É um analisador de odores e é por isso que as vezes vemos os gatos abrir a

boca estranhamente (riso sardônico), quando sente odores fortes. · O gato possui um total de 24 bigodes, agrupados de 4 em 4. Seus bigodes são usados

para medir distâncias. · Gatos têm 30 dentes, enquanto os cães possuem 42. Os dentes de leite são

substituídos pelos permanentes, por volta dos 7 meses de idade. · Os gatos andam na ponta dos dedos.

. As patas do gato possuem receptores muito sensíveis que levam informações, na velocidade da corrente elétrica, até o cérebro: exploram coisas novas, sentem os

alimentos, a velocidade do que passa sobre elas. · O gato doméstico pode correr a uma velocidade de 50 km/h

· Quase 10% dos ossos dos gatos se encontra na cauda, e esta é responsável pela manutenção do seu equilíbrio.

· O gato doméstico é a única espécie que consegue manter a sua cauda ereta enquanto anda. A cauda também é demonstrativo do estado de humor do gato.

· Quando o gato está assustado, seu pêlo se eriça por todo o corpo. Quando ele vai atacar, o pêlo se eriça somente numa estreita faixa sobre a coluna vertebral.

. Gatos esfregam o rosto em objetos e pessoas para marcar com o seu cheiro, como uma assinatura. O odor é deixado por glândulas, que possuem na parte anterior do

rosto. . Fêmeas esfregam o corpo em machos que querem e também, de uma forma geral, todos se esfregam naqueles que sabem serem maiores e mais fortes, mas não quer

dizer que o considerem superiores. É uma deferência e um pedido de amizade.

· O Maicis, o primitivo ancestral dos gatos, era uma pequena criatura que vivia em árvores há 45/50 milhões de anos.

· O Maine Coon é a única raça natural de gatos da América. · Existem cerca de 100 raças de gatos.

· Gatos respondem mais facilmente a nomes terminados com som "i". · O gato treme quando sente muita dor.

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· O ronronar nem sempre é por alegria e prazer. Alguns gatos ronronam alto quando estão muito assustados ou com dor.

. Gatos selvagens miam muito menos do que os domésticos. Isso se deve ao fato dos gatos aprenderem que miando chamam a atenção do homem para suas necessidades.

· Os gatos são muito limpos e passam cerca de 30% de sua vida se limpando. · Quando se lavam, os gatos perdem quase tanto líquido quanto perdem na urina.

· Gatos adultos e sadios passam 15% de sua vida em sono profundo. Em sono leve por 50% de sua vida, o que deixa apenas 35% do tempo no estado acordado. Mas passam do estado de sono profunda para acordado e alerta, mais rápido do que

qualquer espécie.

· Um gato é capaz de pular 5 vezes a sua altura. . O gato sempre cai de pé, desde que o tempo de queda seja suficiente, para que ele

gire seu corpo e se defenda da queda, amortecendo o impacto.

· A expectativa de vida de um gato de rua (sem dono) é de cerca de 3 anos. Um gato com dono e dentro de casa, pode chegar a 16 anos. Uma fêmea chamada "Ma",

viveu por 34 anos, sendo o gato que viveu mais tempo, que se tenha registro, até hoje. . Para calcular a idade do seu gato, considere que o primeiro ano de vida equivale à

15 anos humanos. Adicione 4 (anos) a cada ano a mais de vida que ele tiver. · Napoleão Bonaparte, Dwight Eisenhower e Hitler, detestavam gatos.

·Winston Churchill, Abraham Lincoln, Florence Nightingale, Robert E. Lee, Sir Isaac Newton, Mark Twain, compositores como Ravel e Chopin , Buddha,

Mohammed, Jules Verne, Ernest Hemingway, Henry David Thoreau, Monet, Renoir. Scarlatti and Liszt, Camille Saint-Saens, Albert Schweitzer, adoravam gatos.

Como não levar cão por gato - ou gato por lebre

Mães corujas são todas iguais, mas cada uma sempre tem sua gracinha predileta. Para umas é o bebê contar até três; para outras, é ele já empilhar cubinhos, ou beber água sozinho. E eu confesso que fiquei boba de ver que minha bebéia de um ano e meio já sabia a diferença entre Au-aus e Miaus,

pouco importa se o bichinho estava na rua, na televisão, desenhado lindamente num livrinho infantil ou garranchado de qualquer jeito por pais

pouco dotados para as artes. Au-au é Au-au, Miau é Miau e pronto. Pode parecer tolo, e certamente vem de uma mãe coruja, eu sei, mas não

faça pouco das habilidades classificatórias do meu (ou do seu) bebê. Explique rápido: qual é a diferença entre um gato e um cachorro? (Não, eu quero dizer

além de um fazer Miau e o outro, Au-au). O tamanho? A forma do corpo? A

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posição das orelhas? O focinho pontudo? Não é tão simples assim. E no entanto, o cérebro rapidinho aprende quem é quem.

Foi para investigar como o cérebro separa cães e gatos que o americano David Freedman e seus colegas treinaram dois macacos para diferenciar

"caninidade" e "felinidade". Não que haja algo urgente em determinar como o cérebro separa gatos e cachorros. É que isso é apenas um exemplo fácil de

categorização, uma tarefa essencial para o relacionamento com o mundo, e que realizamos o tempo todo sem perceber. Categorizar é classificar como "parecidos" objetos diferentes, como bananas e maçãs, e identificar como "diferentes" objetos parecidos, como maçãs e bolas de bilhar. Bananas e

maçãs são alimentos; bolas de bilhar, não. O que é muito importante na hora de decidir o que levar à boca (agora explique isso para um bebê de um ano!).

O interessante sobre cães e gatos é que, além de serem classes que nós separamos facilmente, dá para usar um desses programinhas de computador

para combinar imagens de um gato, tigre, ou hiena com um doberman, pastor ou terrier em várias proporções e criar mais de duzentos gachorros e cãgatos com diferentes graus de "pureza". A idéia era ensinar os macacos a classificar tudo o que é mais gato do que cachorro como "felinos" e vice-

versa, e investigar como os neurônios no cérebro reagem. Ou mais exatamente, determinar se existem no cérebro neurônios cuja atividade corresponde à decisão do macaco entre "isto é um felino" ou "isto é um

cachorro". Macacos que participam de experimentos são sempre nascidos em cativeiro, e esses nunca haviam visto nada parecido com gatos ou cachorros (embora seja

prática comum hospedar todos os animais de laboratório no mesmo mini-zoológico nas universidades). Mas mesmo esses macacos rapidamente

aprenderam que os animais com pelo menos 60% de gato, hiena ou tigre eram "felinos", e os que tinham pelo menos 60% de doberman, pastor ou terrier eram "cachorros". Para comunicar a decisão, era só usar uma alavanca:

segurá-la se dois "gachorros" pertencessem a categorias diferentes, soltá-la se pertencessem à mesma categoria. Quem acertasse ganhava um prêmio: um

gole de suco de fruta. E se existem neurônios que decidem entre cães e gatos, onde eles estariam?

Outros pesquisadores já haviam localizado neurônios em uma região do cérebro na altura das orelhas que parecem reconhecer a identidade de certos objetos, mas neurônios categorizadores devem estar um degrau acima, uma

vez que precisam tratar vários objetos diferentes da mesma maneira. Há outra região no cérebro, mais à frente, que convenientemente recolhe sinais desses neurônios-identificadores-de-objetos, e foi lá que a equipe de David Freedman foi pescar neurônios. Se em algum lugar do cérebro há neurônios

"categorizadores", havia grandes chances de ser por ali. E de fato eles estão lá. De 395 neurônios testados inserindo um minúsculo eletrodo de metal no cérebro para ouvir a atividade dos neurônios, 82 - ou um em cada cinco neurônios - respondiam muito mais para "felinos" do que "caninos", ou vice-versa. Metade preferia felinos; a outra metade preferia cachorros. O mais importante era que a diferença ficava aparente muito antes do animal precisar indicar sua decisão, como se esses neurônios já

fossem decidindo a categoria da imagem assim que ela aparece. Para determinar se novas categorias podem ser aprendidas, os pesquisadores

mudaram a tarefa de "gatos/cachorros" para três novas categorias

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absolutamente arbitrárias: "gatos ou dobermans", "hienas ou pastores", e "tigres ou terriers". Testando neurônios nos mesmos pontos dessa região

frontal do cérebro (já que é praticamente impossível voltar exatamente nos mesmos neurônios), Freedman e sua equipe viram que quando o animal já

havia aprendido as novas categorias, os neurônios agora não mais se dividiam entre preferir "felinos" ou "caninos" como antes, e sim gatos ou hienas ou

tigres, e dobermans ou pastores ou terriers. Tudo indica que esses neurônios na região frontal do cérebro definem a qual

categoria pertence um objeto. E mais importante ainda, mudam suas propriedades para criar novas categorias. O curioso é um em cada cinco

neurônios nessa região diferenciar entre "gato" e "cachorro". É muito neurônio para apenas duas categorias! Parece até uma insensatez ter tantos neurônios dedicados a uma classificação tão trivial. O que sobraria então para outras

classificações, se essa região do cérebro for a única encarregada da categorização?

A resposta mais simples, mas que por enquanto é especulação, é que cada neurônio tem sua preferência em mais de uma categoria ao mesmo tempo.

Para ver se é o caso, será preciso fazer experimentos semelhantes analisando a resposta de cada neurônio para várias categorizações diferentes. Algo como "Felino e/ou Comestível e/ou Sobe-em-árvores", ou "Macaco-muito-maior-do-

que-eu e/ou Dá-dor-de-barriga e/ou Serve-para-tirar-formigas-do-formigueiro", no caso dos macacos. Ou no caso dos nossos pequenos anjinhos, "Au-au e/ou Aqui-eu-posso-desenhar e/ou Mamãe-vai-brigar-se-eu-botar-na-

boca"... (SHH)onte: Freedman DJ, Riesenhuber M, Poggio T, Miller EK (2001). Categorical

representation of visual stimuli in the primate prefrontal cortex. Science 291, 312-315.

Capítulo 9

Felinos Peculiares November 28th, 2006

- elurofilia . [De elur(o)- + -filia.] S. f. Psiq. 1. Afinidade patológica por gatos; eluromania. [F. impr.: ailurofilia.]

Já que agora sei o nome do mal que me aflinge, segue abaixo alguns bichanos bem peculiares que foram pescados por aí na Internet.

TRAÇOS ESPECIAIS DOS FELINOS

Hercules, o maior felino

Parece algo pré-histórico ou criação da mente fantástica de um RPGista de D&D. Mas Hercules existe sim, e é de carne e osso -

como prova quando abre sua boca gigantesca para rugir e devorar

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humanos menores. Parte leão, parte tigre, o chamam de “liger” - o que me soa bem

justo - em referência a esse cruzamento, onde ele é o maior felino de todas as espécies. Em um dia apenas devora quase 100kg de carne,

geralmente de vaca, galinha ou prisioneiros de guerra.

Com apenas três anos de idade, Hercules já pesa meia tonelada. Ele é o resultado acidental de dois felinos enormes que vivem perto no Instituto de Felinos, em Miami, Florida. “Um liger não é algo que nós planejamos ter”, disse Dr. Bhagavan Antle, do proprietário do

instituto.

“Nós temos leões e tigres que vivem juntos em grandes cercados e no início nós não tivemos nenhuma idéia como a um leão

conseguiu copular com a tigre fêmea, já que no ambiente selvagem é virtualmente impossível que leões e tigres acoplem-se. São inimigos e provavelmente iriam matar um ao outro, mas a maioria de leões estão na África e a maioria dos tigres na Ásia. Não se preocupe,

ainda ouviremos falar muito deste gatinho: ele não parou de crescer. Speedy, o auto-gato

Speedy se tornou famoso em Lancaster, Pensylvania. Era um pobre

gatinho de rua com um problema torto na coluna e que pela bondade de um veterinário anônimo, teve acoplado em si um par de rodas. Não há muito o que dizer sobre ele, salve que ele é fofinho e tem

rodinhas. Gatos meio-cachorros

Como diria Vex, o alpha male do Agreste, só percebemos o quanto o Brasil está na merda quando gatas começam a pular a cerca.

Especialistas em genética da Universidade de Passo Fundo (RS) foram, na tarde deste sábado (11), conferir o caso da gata que teria dado à luz a três filhotes com características de cachorro. Agora eles serão filhotes renegados de uma raça inédita, assim como o Blade. O sangue dos filhotes foi colhido para exames no departamento de

genética da universidade.

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A dona do animal disse que nasceram seis filhotes. Os três com

características de gato morreram, restando apenas os parecidos com cachorro. Um veterinário da cidade afirma que a possibilidade do cruzamento entre gato e cachorro é mínima, mas pode acontecer.

Mr. Peebles, o menor gato do mundo

Ele vive em Illionois, tem apenas 2 anos de idade e pesa somente 1,2 kg, sendo agraciado com o título de menor gato doméstico do

mundo. Ele é o incrível Mister Peebles, o sonho de qualquer gatófilo - quem não gostaria de ter um gatinho que, mesmo depois de grande, continua parecendo filhote? O animalzinho vive atualmente com um doutor na clínica veterinária de Good Shepherd, Pekin (em Illinois,

não na China). Ele explica que Mr. Peebles tem um defeito genético. De fato, chineses não falam muito. Cinco Dedos, o gato de duas línguas

“Cinco Dedos” é o nome do gato de duas línguas. Declaro que

pessoas imbecis deveriam ser privadas de batizar qualquer coisa, desde chinelos-de-dedo até gatos de duas línguas.

Sassy, o mais pesado

Sassy, um gato de nome abiscoitado, nasceu em Virgina e se mudou para o Canada em 1991 juntamente com seu dono. Ele começou a

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ganhar peso além do normal, mesmo sendo alimentado com ração felina diet. Em 1999, ele atingiu a marca dos 16kg. Em 2001, Sassy estava com 18kg, perdendo aproximadamente 4kg imediatamente

antes de morrer. Fato curioso é, o Guiness Book viu-se obrigado a eliminar a categoria

“Gato mais Gordinho do Mundo”, pois uma onda feérica de retardados yankees saíram por entupir os respectivos felinos,

matando-os de congestão, apenas para que um pouco de fama os pegasse na soleira da porta enquanto rolavam escadinha abaixo seus

animais de estimação. Gatos Savannah, a aristocracia felina

O gato Savannah é uma raça híbrida norte-americana que é o fruto da mistura de um felino selvagem nativo das savanas africanas, o Serval Africano( Leptailurus serval), com gatos domésticos de pelo

curto das raças Bengal, Siamês e também gatos sem raça definida. É como quando você era criança e resolveu fazer gelatina por conta

própria; então você resolveu inovar, e jogou dentro da bacia o pó de gelatina vermelha, verde, azul, amarela, Neston, 3 frasquinhos de

Yakult e um cubinho de Caldo Knorr sabor picanha.

O desenvolvimento da raça teve início nos anos 80 pela gatófila Judy Frank dos EUA, que, como muitos norte-americanos, possuía alguns exemplares de Serval Africano como bichos de estimação, bem como

mereciam apanhar de vara verde por aprisionar um bicho desses.

Apesar de bastante rara, a raça é aceita pela The International Cat

Association (TICA), tem cerca de 20 criadores e uma entidade fundada para divulgá-la, a Simba, sediada em Georgetown, no

Texas. Segundo o presidente da Simba, a raça não tende a ultrapassar 200 exemplares devido, sobretudo, às dificuldades

impostas pela reprodução interespécies.

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Nem sempre as ninhadas vingam, a fêmea tem a gravidez interrompida e a maior parte dos filhotes machos nasce estéril. Além

do Savannah, existem mais duas raças híbridas registradas pela TICA, que são o Chausie e o Bengali. Apesar das raças híbridas

possuírem muitos traços dos gatos selvagens, seu temperamento é dócil como de um cachorro, inclusive podendo alcançar o tamanho de

um de porte médio. Seu preço pode alcançar a casa dos 3 mil dólares.

Little Nicky, a cópia carbono

O primeiro gato clonado comercialmente, chamado de Little Nicky, foi vendido para uma socialite desocupada do Texas que havia perdido

um gato que vivera a seu lado por 17 anos, e resolveu então expurgar a sacra imutabilidade das leis da natureza. O novo

animalzinho foi reconstruído a partir do DNA do gato morto, e gerou um imenso debate ético a respeito da tecnologia de clonagem e

acerca de como seria a aparência do gatinho recém-clonado se parte do seu DNA fosse substituido pelo material genético de um sapo-boi africano. A clonagem foi atacada inclusive por ativitas dos direitos

dos animais, que afirmam que novas maneiras de produção de felinos não são necessárias, já que milhares de gatos são mortos

anualmente.

Recentemente, a baixa procura pelo serviço fez com que a empresa Genetic Savings & Clone derrubasse o valor de US$ 50 mil para US$ 32 mil. Repetindo, um gatinho clonado custaria mais de R$ 100 mil

reais, sendo que ele nem se lembraria de você. Mesmo assim não foi suficiente para que a empresa recebesse novas encomendas. Em sua secretária eletrônica, a empresa diz que não está mais em serviço e indica os serviços da texana ViaGen, que congela o material genético

de animais.

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A ViaGen confirmou o fechamento e disse que a empresa restituiu seus clientes. O site da Genetic Savings & Clone ainda está no ar

oferecendo os serviços e anunciando que a clonagem de cachorros está sob desenvolvimento.

"É fácil entender por que os gatos despertam sentimentos de antipatia nas pessoas. Um gato se mostra sempre bonito; sugestionando idéias de luxo,

limpeza, e prazeres voluptuosos." (Charles Baudelaire)

O primeiro ancestral do nosso querido gato doméstico,o miacis viveu

aproximadamente há 40 milhões de anos, era um animal com características muito diferentes em relação à classe atual dos felinos. Acredita-se que ele vivia em arvores para se proteger dos predadores. Na evolução da espécie o Dinicts,

foi o que começou a ter traços semelhantes aos felinos de hoje, isso aproximadamente há 10 milhões de anos. Estão presentes na sociedade, como

animais domésticos, desde cerca de 9 mil anos atrás. Nesse tempo, foram perseguidos, adorados como deuses, serviram de utilidade pública, ou

simplesmente amados por uma família. Há dois mil anos, o gato era tido como animal sagrado no Antigo Egito. Bastet, a deusa da felicidade e da fertilidade, era geralmente representada por uma mulher com uma cabeça de gato, bem como o seu animal-totem, que igualmente era considerado um deus. Além de Bastet, Rá

e Osíris, também deuses egípcios, ocasionalmente eram representados por figuras de felinos. Os egípcios apreciavam de tal maneira seus gatos que sua

exportação era expressamente proibida; mas os mercadores jônicos entregaram-se a um lucrativo contrabando que permitiu ao gato caseiro alcançar primeiro a Ásia Menor e depois Europa. Na Índia o gato foi, domesticado na mesma época que no Egito. A China já conhecia o gato-caseiro mil anos antes de nossa era, o

Japão um pouco mais tarde. A Idade Média foi, de um modo geral, hostil aos gatos, que eram associados às

feitiçarias e considerados criaturas diabólicas. Nesse período eles passaram a ser perseguidos pelos fanáticos religiosos, os mesmos que os acolheram durante

muito tempo: os cristãos. Era visto como um animal do diabo, pricipalmente os de cor preta e também por causa da sua ligação com Bastet, deusa da fertilidade e Fréia, a deusa do amor. Milhares de gatos foram queimados em praça pública, juntamente com mulheres acusadas de bruxaria. Somente após o final da Idade Média os gatos puderam desfrutar as suas sete vidas da maneira que sempre quiseram: instalados confortavelmente nas casas dos humanos, com comida à vontade e várias regalias. É desta época que parte a maioria das superstições,

das quais algumas chegaram aos nossos dias. Em diversas culturas da Antiguidade, em especial nas culturas orientais, o gato era considerado um

guardião das almas dos mortos, detentor dos mistérios da vida e da morte, um condutor que as levava até o outro lado. Sob esta perspectiva, o gato era

adorado como divindade, e reverenciado como animal de grande poder místico. "O gato imortal existe, em algum mundo intermediário entre a vida e a morte, observando e esperando, passivo até o momento em que o espírito humano se

torna livre. Então, e somente então, ele irá liderar a alma até seu repouso final."

Na mente de muitas pessoas, o gato ainda é um animal misterioso, quase sagrado, de uma visão além do normal e uma percepção aguçada.Diz-se mesmo que teria poderes paranormais, que saberia muito mais dos segredos da vida do

(The Mythology Of Cats, Gerald & Loretta Hausman).

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que nós. Qualquer pessoa que tenha tido a chance de conviver com um gato percebe facilmente que boa parte dessas características parece mesmo ser

verdadeira. Os gatos realmente parecem ter uma percepção extrasensorial, uma visão diferenciada, além do normal. Quase sempre dão a impressão de

pertencerem a uma esfera superior, a um nível mais elevado de consciência. Os gatos parecem saber exatamente como nos sentimos, mesmo que não externemos nenhuma reação diferente. Estão sempre por perto quando

precisamos, mesmo sem serem chamados. E compreendem perfeitamente o que dizemos. Perceba como o gato o encara enquanto você fala com ele. Olhe dentro

dos seus olhos, você verá neles a chama da inteligência. Perceberá a compreensão latente em seu olhar profundo e penetrante. Por sua espiritualidade

intrínseca, os gatos foram usados como forma de proteção contra energias negativas e como vetores de cura. Os celtas diziam que os gatos, assim como

demais animais domésticos, eram a reencarnação de parentes já falecidos, ancestrais que reeencarnavam nessas formas de vida para aconselhar. Nessa corrente de pensamento, o gato era considerado o animal mais apropriado,

justamente por sua percepção aguçada. Animal enigmático, considerado sagrado ou maldito por diferentes civilizações ou em diferentes épocas, a fascinação que produz a sua contemplação tem algo de

esotérico e misterioso. Este pequeno representante da família dos felídeos, esteve unido à história do homem com um carisma totalmente diferente ao do

cão. Ao contrário deste, o gato não perdeu a sua identidade de animal semiselvagem, a sua independência e o seu absoluto desprezo a tudo o que não satisfaça o seu instinto. O cão abandonado sofre mais por falta de afeto que por

carência de alimentos ou de lar; o gato além de não necessitar do dono, se aproxima ao homem para aproveitar o que o seu anfitrião pode oferecer-lhe:

comida, calor, carinho, etc. A beleza do gato, além das suas qualidades de felino, se encontra no seu comportamento libertário. Jamais será dominado, se ele não

quiser, pelo capricho do seu dono; só se aproximará para se esfregar no seu cuidador quando ele quiser e não para exteriorizar afeto, mas por pura

voluptuosidade. É capaz de viver à margem do lar e completamente autosuficiente no que se refere à alimentação num meio rural ou urbano primário

e, inclusive, nas grandes metrópoles é capaz de sobreviver de restos, de desperdícios e da caça de pardais e de outras avezinhas. As diferentes raças de

gatos são devidas à seleção artificial, realizada pelo homem, mas é curioso comprovar que não são tão polimorfas nem diversificadas como as do cão nem,

com certeza, tão numerosas como as deste. O comportamento do gato é inerente à espécie e não se determina conforme as raças, ao contrário do que acontece com o cão. Apesar do homem ter 15 vezes o tamanho do gato, este tem mais

ossos no seu corpo, tem 230 ossos, enquanto o homem tem 206. Muitos estão localizados na cauda, que quando levantada, mostra orgulho e contentamento no gato. Quando estendida e reta, mostra que está espreitando a caça. Enrolada diz que o gato está espantado ou aflito, e quando sacudida de um lado para o outro,

pode indicar que ele está zangado. O gato possui movimentos cadenciados porque suas patas são densamente peludas, o que parece ser seu cotovelo, quando ele se move, é seu calcanhar, pois o gato é digitígrado, que significa andar ou correr na ponta dos dedos e com o calcanhar para cima. O número normal de dedos nas patas dianteiras é cinco (sendo que um é o polegar), e

quatro dedos nas patas traseiras. Muitos gatos são polidáctilos, isto é, têm mais dedos que o normal, usualmente 6 na pata dianteira; mas existem outras variações. As pernas posteriores são mais compridas e mais fortes que as

dianteiras, o que lhes permite saltar com grande habilidade. Diferentemente de muitos outros animais que movimentam as pernas dianteiras e traseiras do lado oposto ao mesmo tempo, o gato movimenta sua perna traseira e dianteira de um

mesmo lado e depois as do outro. A principal arma defensiva são suas garras. Elas podem estender-se para pular e

brigar, ou retrair-se para andar silenciosamente ou quando ele estiver

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descansando. O ato de estender e contrair as garras repetidamente é chamado "amassador" e muitas vezes é acompanhado do ato de ronronar. Todas as garras dos dedos dos gatinhos apontam para um direção, por isso é que a única forma de um gato poder descer de uma árvore é de costas. isso explica porque muitos

gatos não conseguem descer de árvores e têm que ser socorridos. Os gatos usam seus dentes para agarrar, segurar e cortar alimentos. Ele corta e rasga seu

alimento ao invés de esmagar e triturar. A língua do gato é áspera (devido às glândulas e papilas presentes) e é usada como uma espécie de colher para beber

líquidos, além de ter dupla função: com ela o gato se penteia e escova, mantendo-se limpo. O olho é seu traço mais marcante, muitas vezes comentados

por sua deslumbrante beleza. Eles são tão grandes, que os olhos do homem, para propositalmente serem do mesmo tamanho, deveriam ter vinte centímetros

de largura. O seu sentido mais aguçado é a visão. Através dos seus olhos, um gato pode enxergar à noite ou a níveis muito baixos de luz. Ele pode distinguir os graus de claridade muito melhor que o homem e prefere lugares quase escuros.

Entretanto, ele não distingue cores e as vê como vários tons de cinza, dependendo da claridade. Ele enxerga somente as mudanças de luz. Assim, se

nada se move onde ele está olhando, ele nada vê. por essa razão, o gato movimenta seus olhos muito levemente, fazendo a cena mover-se e se tornar visível. Como caçador que é, o gato gosta da perseguição e captura das presas

mais comuns: passarinhos, roedores, lagartixas, etc.; embora adaptado perfeitamente à vida diurna, seus hábitos são preferentemente crepusculares ou noturnos, enquanto durante as horas do dia, dorme e observa hieraticamente o mundo que o rodeia. Um gato que goze de semiliberdade pode, por mais bem

tratado que esteja, abandonar o lar do seu proprietário e instalar-se no do vizinho se lá é alimentado e não fustigado. Estas peculiaridades do gato o tornam

querido ou desprezado pelo homem, mas sempre respeitado pela sua eficácia como controlador roedores indesejáveis. O gato, sempre com a sua idiossincrasia

controvertida e o seu magnetismo particular, constitui um dos mais atrativos animais domésticos.

Durante séculos, no mundo inteiro os gato conseguiram sobreviver ao fogo e a água (milhares foram mortos em fogueiras e rios). Mas apesar da perseguição,

sobreviveram, perpetuado a espécie. Talvez por este motivo se diga que os gatos têm sete, ou nove vidas. Não há sem sombra de dúvida nenhum animal tão

martirizado em todos os tempos. Nos tempos modernos continuam envoltos em lendas, crendices e preconceitos. Embora descendentes de protagonistas de uma história de amor e ódio tenha hoje mais mais aliados, que inimigos. Há mais de 20 anos, a escritora Lygia Fagundes Telles ama os gatos, a ponto de fazer essa declaração em seu livro A Disciplina do amor. O gato sempre exerceu fascínio sobre as pessoas. O clássico poema de T.S Eliot, O nome dos Gatos, inspirou o musical Cats, encenado anos a fio, na Broadway, com lotação sempre esgotada.

Aliás, T.S Eliot escreveu um livro inteiro de poema sobre gatos. Thomas Gray escreveu uma poema imortalizando uma gata chamada Selima. Victor Hugo tinha um diário no qual escrevia ternamente a seus gatos. E Pablo Neruda não sairia impune, também escreveu sobre eles. O gato também era o animal favorito de

Edgar Allan Poe e Stephen King. Também serviram de inspiração para o cartunista Jim Davis, que criou o personagem Garfield, um gato gordo,

preguiçoso e cínico, com uma personalidade forte. As tiras em quadrinhos que começaram a ser publicadas em 1978, hoje aparecem diariamente em 2.400

jornais de todo o mundo. O próprio Jim passou sua infância com mais ou menos 25 gatos, apesar da asma. Mas o Garfield, não é o único gato famoso dos

desenhos, quem não conhece os gatos — Felix (Pat Sullivan), o Gato risonho (Alice no País das Maravilhas), Lúcifer (gato da Cinderela - Walt Disney), Si e Ao

(Gatos da Dama e o Vagabundo - Walt Disney), Frajola (Frajola e o Piu-Piu - Warner Bros), Tom (Tom e Jerry - Warner Bros). Na literatura infantil temos as histórias: "O Gato de botas" e a "Gata Borralheira", do francês Charles Perrault;

"Os músicos de Bremem", dos irmãos Grimm. Inteligentes, ariscos, curiosos;

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talvez parte desse fascínio venha do fato de que o gato conserva muito dos instintos selvagens, também fascinam seus admiradores pelos gestos sinuosos,

pelo ar indiferente de quem nunca atende quando é chamado, mas ganham carinho ao se tornar irrestíveis quando assim desejam. A lista dos seus

apaixonados inclui muitos nomes famosos como os intelectuais Voltaire, La Fontaine, que enfatizava a astúcia do gato, em suas fábulas. O poeta romântico

inglês, Lord Byron, defendia todas as virtudes do gato. Os nomes políticos: a rainha Vitória, Abraham Lincoln, Mussolini entre muitos outros. Quanto aos artistas, temos Manet, Rodin, Ravel e Picasso. Leonardo da Vinci adorava

desenhar gatos correndo, lutando, lavando-se ou repousando. Os pintores como Auguste Renoir, Fernando Botero, Andy Warhol e o brasileiro Aldemir Martins

transformaram-no em obras de arte. O escritor Charles Dickens, o físico Albert Einstein, o ator Robert De Niro, a atriz Sofia Loren. Os escritores Colette, Mark

Twain, Honoré Balzac, Victor Hugo, Raymond Chandler, Jean Colteau, eram admiradores confessos. O escritor Charles Perrault que criou o celebre "Gato de Botas", não foi o único, o escritor Edgar Alan Poe fez do gato o tema de alguns

dos seus melhores contos. O cardeal Richelieu, ministro da monarquia francesa no século XVII, era tão

devotado a seus 14 gatos que lhes deixou parte de sua herança em testamento. O escritor americano Ernest Heminqway gostava tanto de seus gatos que partilhava a mesa com eles. Chegou a ter 40 gatos de uma vez. Ilustres

brasileiros como o físico Mário Schenberg teve vários gatos; a psiquiatra Nise da Silveira usou-os como co-terapeutas e o escritor João Guimarães Rosa adorava seus felinos. Muitas personalidades famosas o detestavam, mas sem dúvida a

lista dos seus admiradores é bem mais extensa. Em todas as épocas, escritores, poetas, pintores, músicos, têm utilizado seus talentos para venerar seus gatos. Será de algum conforto para os criticados possuidores de animais domésticos,

hoje freqüentemente acusados de perturbarem o ambiente com seus animais, o fato de que os "antianimais domésticos" morrem mais cedo que eles. Há duas

razões para isto. Em primeiro lugar, é sabido que amigável contato físico com os gatos reduz bastante o stress aos seus companheiros humanos. A relação entre humanos e gatos é tocante, no pleno sentido da palavra. O gato roça-se pelo corpo do dono e este acaricia o pêlo do gato. Se tais donos de gatos fossem

levados para um laboratório a fim de fazerem teste às suas reações fisiológicas, verificaria-se que os sistemas dos seus corpos se tornariam nitidamente mais

calmos, quando começassem a acariciar os seus gatos. A tensão baixa e o corpo descontrai-se. Estas formas de terapia foi provada na prática num grande número de casos agudos, quando doentes mentais melhoravam de forma

notável, depois de serem deixados na companhia de gatos domésticos. Todos sentimos uma espécie de libertação através de um simples e honesto

relacionamento com o gato. Esta é a segunda razão do benéfico impacto do gato nos humanos. Não se trata, apenas, de uma questão de "tocar", por mais

importante que ela seja. É também uma questão de relação psicológica ligada as complexidades, traições e contradições das relações humanas.Todos nós somos feridos por certas relações, de tempos a tempos, alguns agudamente outros de formas mais ligeira. Quem tiver severos traumas mentais, terá dificuldade em

resolve-los. Para estes uma ligação com um gato pode provocar grandes recompensas, devolvendo-lhes a fé nas relações humanas, destruindo as

suspeitas e o cinismo e sarando as antigas feridas. Um estudo especial feito nos E.U.A, revelou recentemente que para aqueles a quem o stress provocou

perturbações cardíacas, a posse de um gato pode constituir, literalmente a diferença entre a vida e a morte, reduzindo a tensão arterial acalmando o

cansado coração. Estudou-se cientificamente que um dos primeiros métodos para diminuir a tensão arterial, numa pessoa que sofre de hipertensão, é a presença

de uma animal domestico. O fato é que o gato, assim como o restante dos animais, parece estar em um patamar muito mais elevado que o nosso. Sua

compreensão a respeito da vida é muito mais ampla e fundamental que a nossa.

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Seu respeito ao ciclo natural é imensamente maior. Sua espiritualidade e ligação direta com a energia criadora do universo é muito mais desenvolvida que a

nossa. Eles verdadeiramente conhecem a face de Deus. Realmente vivem a vida como deve ser vivida. São inigualavelmente superiores.

_____________________________________ Editado por Maria Luna para Luna e Amigos

Fonte: How to look after your cat, Purina, 1998 - www.intercat.com.br

Comportamento: Maternidade Felina "Desde o cio,

fecundação e parto até o nascimento e cuidados do

recém nascido" O companheirismo e a

solidariedade os unem "A observação da vida felina me fez entender que, mais que os

homens, os gatos são extremamente solidários uns

com os outros" O seu gato precisa arranhar "Mas existem no mercado produtos específicos para solucionar este problema"

Variedades: O gato na filatelia "Quem é o maior colecionador brasileiro"

Pequeno dicionário felino "Divirta-se conhecendo um pouco mais a linguagem dos gatos"

Histórias e peculiaridades felinas "Fique por dentro da cultura animal"

Criação e criadores: Preparação de gatos para exposição "Passo-a-passo dos cuidados e procedimentos para o momento mais

importante da vida de um gato show, e de seu dono"

Minutos de saúde: Depressão e Estresse "Olhar atento sobre o comportamento de seu gato pode ajudar a diagnosticar o problema"

APKD "Uma doença que age às escondidas" A micose no gato "Os cuidados que devem ser dispensados ao

homem e ao felino" Como evitar a cesária nos gatos de raça "A opinião de vários

profissionais sobre um tema polêmico e que preocupa proprietários e criadores de gatos de raça"

Nutrição Felina "Com uma nutrição adequada, seu gato vive mais e melhor"

Felino selvagem:

Edição 1 - Persa "A raça mais criada em todo o mundo, em

detalhes"

O gato do Mato "Muito procurado pelos caçadores, são animais em extinção,e imprevisíveis quando

Raças: O Persa e suas características "Uma das raças mais desejadas do

mundo"

Artistas: Gatos "serpentinos" "O artista carioca Ricardo Siccuro ganhou

o mundo com o "Serpentinato "" O porte e o traço refinados e cheios de

estilo "Os diferentes gatos pintados por Tutu Lucat podem ser vistos em

Ilhabela e em São Paulo"

Vet responde: Tire suas dúvidas "Marisa responde"

História do leitor: Seção de cartas "Descobrir a Pulo do Gato - Uma

deliciosa surpresa para nos leitores"

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domesticados"

Contos e crônicas: A história de um Gato ciumento "O amor incondicional e ardente de Rambo"

Personalidades: Um gato chamado Gatinho "O novo livro de

Ferreira Gullar, em homenagem ao seu gato" Claudio Cavalcanti, vereador em defesa dos animais "As mil e uma faces do artista que agora irá trabalhar em prol de nossos amigos

mais necessitados" MArvas Mahals "Mentora do site allpets.com, o maior site para pets do planeta, Marva Mahals ainda tem tempo para se dedicar aos seus

gatos"

Genética e ciência:

Os gatos serão os primeiros "Avanços ou medicina estão transformando o sonho ou pesadelo da clonagem de

animais de estimação em realidade" A descoberta de Edward "Os Florais de Bach mudando o tratamento

dos animais" SÍTIO DE CRIAÇÃO DOS GATOS E DAS GATAS

SEXTA-FEIRA, 28 DE SETEMBRO DE 2007 Raças de Gatos

Aqui estão as várias raças de gatos que existem:

(é a Terra)

- Abíssinio - Americano de Pêlo Curto

- Angorá - Azul Russo

- Balinês - Bengali

- Bobtail Japonês - Bosques da Noruega

- Burmilla - Chartreux - Chinchila

- Cornish Rex - Creme Inglês de Pêlo Curto

- Curl Americano - Devon Rex

- Esfinge - Europeu Comum

- Exótico de Pêlo Curto - Gato Rafeiro

- Havana - Inglês de Pêlo Curto

- Javanês - Korat

- Maine Coon - Manx

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- Mau Egípcio

- - Norueguês da Floresta

Pêlo Curto Brasileiro - Persa

- Preto Inglês De Pêlo Curto - Ragdoll

- Sagrado da Birmânia - Siamês - Somali

- Scottish Fold - Tonquinês

Raças - Tonquinês

Origem: América do Norte

Data de Origem: 1930 Evolução da Raça: Cruzamento de Siamês com Burmês

Classificação: Pêlo Curto Tamanho: Médio

Fonte: Arca de Noé

Raças - Scottish Fold

Origem: Escócia

Esperança de Vida: 12 - 14 anos Classificação: Pêlo Curto

Peso: 2 - 6Kg Tamanho: Médio

Nos animais de pêlo curto, o manto tem um comprimento uniforme, denso, sedoso, macio e com uma textura leve, que pode variar de acordo com as

regiões onde vive e com o clima em que está inserido. Nos animais de pêlo longo, o manto é mais denso na face e no corpo, sendo também aceite uma pelagem mais curta nas pernas e face. A cauda tem a forma de pluma, com

Tipo de Pêlo

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tufos de pêlo nos dedos e nas orelhas. Temperamento

É um animal muito dócil e a companhia ideal para pessoas de todas as idades. Geralmente convive muito bem com outros animais de estimação, incluindo

cães. Adaptam-se a vida familiar de uma forma muito fácil. É um gato elegante, que dificilmente passa sem ser percebido, já que a sua aparência é

totalmente fora do comum. Muitas pessoas apelidam o Scottish Fold de “ursinho de peluche”, ou “Coruja”, justamente pelo formato incomum das

suas orelhas.

No surgimento da raça, quando quase ninguém conhecia a raça e as suas origens, pensava-se que a forma da sua orelha poderia provocar infecções, ou

mesmo que os animais poderiam ficar surdos. Felizmente, todas essas suspeitas acabaram por tornar-se infundadas. A sobrevivência desta raça só foi possível graças ao cruzamento com gatos Pêlo-Curto Americanos e Pêlo-

Curto Ingleses.

Os Scottish Fold envelhecem de uma maneira muito suave, podendo viver até 19 anos, sendo que alguns gatos de exposição, passaram mais de 10 anos nas

lides de competição. História

A particularidade desta raça, assim como nos Curl Americanos, é que têm as orelhas dobradas sobre o crânio, o que dá aos gatos um charme e uma beleza

únicos.

William Ross, um pastor da zona de Coupar Angus, na Escócia descobriu em 1951 uma gata, de nome Susie, em uma fazenda próxima, que tinha as orelhas curvadas sobre a cabeça. Ross pediu para ficar com uma das crias, uma gata

branca de pêlo curto que foi chamada de Snooks. A partir daí, Ross usou Snooks para dar origem a esta raça que tantos corações conquistou na

América e em todo o mundo, o Scottish Fold.

Os gatos desta raça podem ter as orelhas dobradas ou orelhas normais. Os animais que têm a orelha dobrada são portadores de um gene dominante

incompleto, resultado de uma mutação genética espontânea. As crias nascem com as orelhas normais e só depois de três a quatro semanas é que elas

adquirem a curvatura, ou não.

Só os animais com as orelhas dobradas é que podem participar de competições, por isso e como nem todas as crias têm essa característica, às

vezes é difícil para os criadores atender à procura de gatos desta raça. Recentemente, Norton, um Scottish Fold esteve nas páginas da People’s

Magazine, quando o seu dono, Peter Gathiers, escreveu dois livros sobre as viagens que fez com seu gato pela Europa( “O gato que foi para Paris”, e “O

gato no estrangeiro”).

O Scottish Fold apresenta uma estrutura óssea mediana, com um dorso arredondado e volumoso, cabeça bem formada e redonda, com queixo e

mandíbulas fortes, nariz curto com ligeiro “stop”, e pescoço forte e

Descrição

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musculoso. Os olhos são bem grandes, redondos e abertos com uma expressão doce, e geralmente da cor da pelagem. As orelhas do Scottish Fold são sua maior peculiaridade, de maneira que apresentam-se dobradas para a

frente e para baixo, como um “boné” . As patas são curtas e robustas, com coxas musculosas e a cauda, em forma de pluma nos animais de pêlo longo

deve ser flexível e ter, no mínimo, dois terços do comprimento do corpo.

Variantes

Branco, Azul, Vermelho, Preto, Creme, Chinchila Prateado, Chinchila Dourado, Prateado Fumado, Dourado Fumado, Chinchila Vermelho, Fumado Vermelho, Black Smoke, Blue Smoke, Cameo Smoke, Classic Tabby, Mackerel

Tabby, Spotted Tabby, Ticked Tabby, Patched Tabby, Silver Tabby, Blue Silver Tabby, Blue Silver Patched Tabby, Blue Silver, Red Tabby, Brown

Tabby, Blue Tabby, Cream Tabby, Cameo Tabby, Tartaruga, Calico, Dilute Calico, Azul-Creme e Bicolor

Fonte: Arca de Noé

Raças - Somali

Origem: Canadá / EUA

Esperança de Vida: 12 - 14 anos Classificação: Pêlo Semi-Longo

Peso: 3 - 5Kg Tamanho: Médio

Alimentação: Exigente

Tipo de Pêlo Os Somali têm um pêlo médio, relativamente longo, mas curto nos ombros;

sedoso, com uma textura fina, suave ao toque e quanto mais denso for o pêlo, melhor. O subpêlo deve ser claro com malhas cor de chocolate para produzir

um efeito de prata com tons de pêssego.

Os gatos Somali são animais inteligentes, muito ágeis e com muito vigor, brincalhões, amigos, bem humorados e extremamente sociáveis, apesar de não serem tão extrovertidos como os Abissínios. Os Somalis não gostam de passar muito tempo dentro de casa, mas quando estão em contacto com a

família, comunicam-se muito bem com as pessoas, fazendo-o de uma forma muito suave e agradável.

Tem rompantes de energia, gostando de brincar com bolas e brinquedos e

Temperamento

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saltar como um macaco. Algumas vezes seguram brinquedos ou a própria comida como se fossem um macaquinho. Alguns animais têm a capacidade de

abrir torneiras, tudo com o intuito de brincar com a água, uma das suas distracções favoritas.

História O Somali pode ser visto como um Abissínio de pêlo longo, originado de um inesperada introdução de um gene recessivo de um gato Abissínio. O que

continua a ser um mistério, é como o gene foi introduzido nesse gato. Depois da 2ª Guerra Mundial, dizia-se que havia apenas uma dúzia de exemplares de gatos Abissínios, e as ninhadas destes gatos (muitas de origem e procedência

desconhecida) foram cruzadas com gatos de Inglaterra e de outras regiões.

Esta mistura de “ingredientes desconhecidos” pode explicar em parte a introdução do gene de pêlo longo nos Abissínios. Se um animal tiver o gene de pêlo curto como dominante, só irão nascer filhotes de pêlo curto, a única

excepção é feita quando os dois animais cruzados tiverem o gene de pelo longo como dominante; neste caso, a cria pode ser de pêlo longo ou pêlo

curto.

O primeiro caso de Abissínios com o pêlo longo aconteceu com animais canadianos, americanos, australianos e neozelandeses. Estes primeiros

Somalis “primitivos” a princípio foram totalmente discriminados pelos seus criadores, que tinham vergonha de mostrarem as crias de pêlo longo. A

situação só mudou quando alguns criadores pensaram em aperfeiçoar a nova linhagem de Abissínios de pêlo longo até poderem ser considerados uma

nova raça, os Somalis.

Evelyn Mague foi uma das pioneiras na criação de Abissínios de pêlo longo nos Estados Unidos, o que a transformou também numa das precursoras da criação de Somalis. Foi Evelyn quem baptizou a raça com o nome de Somali,

já que a Somália é um país vizinho da antiga Abissínia.

Ate serem aceites na Cat’s Fanciers Association (CFA), em 1979, os criadores de Somalis foram criticados e ridicularizados em exposições e por outros

criadores já que todos achavam que os gatos não passavam de uma anomalia genética e nunca poderia ser considerado uma raça. Hoje em dia, a raça está difundida em quase todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos e na

Austrália, mas também na Europa e no Japão. Descrição

O Somali tem um corpo médio, elegante, com bom desenvolvimento muscular, com boas proporções, sendo um pouco maior em tamanho do que o Abissínio e com ossos mais largos do que o Siamês. A cabeça é moderada, cuneiforme, com um nariz médio de cor rosada e um queixo arredondado; orelhas grandes, com tufos, afastadas e pontiagudas, parecendo estarem

sempre alerta; olhos grandes e expressivos cor de avelã, âmbar ou verdes, com pálpebras escuras, dando a impressão de usar “óculos” que rodeiam seus olhos amendoados. A cauda do Somali é comprida, grossa na base, afunilada e bastante peluda, com forma de escova, parecendo uma raposa. Os animais

desta raça tem pernas compridas e esguias, proporcionais ao corpo, com mãos pequenas e ovais, com almofadas rosadas e tufos entre os dedos.

Variantes

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Ruddy ou Vulgar(manto castanho dourado com malhas castanho escuras ou pretas); Sorrel ou Ruivo (manto mais acobreado com malhas cor de

chocolate); e o Sorrel Prateado (manto cor de canela e o subpêlo de cor mais suave)

Fonte: Arca de Noé

Raças - Siamês

Origem: Sião, actual Tailândia

Esperança de Vida: Mais de 15 anos Classificação: Pêlo Curto

Peso: 2 - 5Kg Tamanho: Médio

Alimentação: Exigente Tosquia: Necessita de cuidados com o pêlo

Tipo de Pêlo

Curto e de textura fina com um aspecto lustroso, as extremidades possuem sombras acinzentadas.

Temperamento É o gato doméstico mais extrovertido de todos, extremamente inteligente e

apegado ao dono. É também um animal vivaz, exuberante, bastante amável e arisco.

Introdução De constituição física esbelta, com um temperamento ao mesmo tempo

majestoso e ternurento, o Siamês é sem dúvida um dos gatos mais atraentes e populares do mundo. A Biblioteca Nacional de Banguecoque, possui uma

colecção de manuscritos que datam do século XIV, nos quais é descrito um gato de tipo Siamês, chamado "vichien mas". Os Siameses foram introduzidos na Inglaterra em finais do século XIX, surgindo logo de seguida nos Estados Unidos. Não foi só o temperamento incomum que o tornou tão popular. Os Ingleses, responsáveis pelo apuramento da raça, ficaram encantados com o contraste belíssimo das suas cores, e com o corpo marfim e as extremidades em castanho escuro quase preto. A variante original dava pelo nome de Seal

Point, sendo um pouco diferente do Siamês actual, com a cabeça, olhos e corpo arredondados.

Descrição Corpo de tamanho médio, de aspecto atlético; cabeça triangular, comprida e

estreita com nariz comprido; orelhas grandes e ponteagudas; olhos amendoados de cor azul safira; patas finas e longas; cauda comprida e esguia.

Podem-se considerar quatro variantes clássicas: Seal Point, Blue Point, Variantes

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Chocolate Point e Lilac Point; mais recentemente surgiu o Red Point, de extremidades avermelhadas, resultado do cruzamento entre Siameses e gatos

de rua com Pêlo vermelha. Observações

Dado o seu carácter de grande extrovertido exige muita atenção dos seus donos.

Fonte: Arca de Noé

Raças - Sagrado da Birmânia

Origem: Birmânia / França

Data de Origem: Século XV Esperança de Vida: 12 anos

Classificação: Pêlo Semi-Longo Peso: 4 - 8Kg

Tamanho: Grande Tosquia: Necessita de cuidados com o pêlo

História

Esta raça, com prováveis origens ancestrais apenas conheceu algum crescimento no mundo ocidental no final da primeira metade do século XX.

Na verdade, o estalão que o descreve hoje é resultado de uma atenção primordial dos criadores e possivelmente estará um pouco longe do original

que descrevem as lendas budistas. Temperamento

Social por excelência, estabelece rapidamente um bom relacionamento quer com o Homem quer com alguns animais.

Descrição A cabeça é arredondada em que o nariz não sobressai pelo tamanho mas sim

pela ponta mais escura que o restante. As orelhas são médias com pontas arredondadas. Os olhos são redondos de cor azul-safira. As pernas são

grossas e as patas grandes, redondas e com pêlo de tamanha médio e bastante solto. A cauda é felpuda e comprida.

Este gato colorpoint tem umas características luvas e botas brancas. O

Sagrado da Birmânia existe em seal, azul, chocolate, lilás, vermelho, creme em colorpoint, tabby, tortie ou torbie. Recentemente apareceram noutras

cores como silver, smoke, cinnamon, fawn, caramelo, entre outros, que ainda não foram aprovados pelo stardard.

Variantes Existem algumas variantes desta raça, no entanto não existe grande consenso

relativamente à descrição pormenorizada de cada variante. Fonte: Arca de Noé

Raças - Ragdoll

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Origem: EUA

Esperança de Vida: 10 - 12 anos Classificação: Pêlo Semi-Longo

Peso: 4 - 9Kg Tamanho: Médio

Alimentação: Médio Tosquia: Necessita de cuidados com o pêlo

Tipo de Pêlo

Comprido, cheio e denso, bastante sedoso, espalhando-se por todo o dorso do animal, sendo que o pêlo na cabeça é curto e na cauda é mais longo.

Dependendo do tipo de clima, pode apresentar um manto mais curto. Temperamento

É um gato bastante tolerante aos caprichos e fraquezas dos outros, dedicando-se com muita alegria aos seus donos. Dá-se muito bem com

crianças, idosos e até mesmo com outros cães. Os Ragdolls são fiéis a ponto de irem receber os seus donos à porta de casa, acompanhá-los pela casa durante o tempo que for necessário e até dormir com eles. É um animal

muito amoroso, que mostra-se muito cuidadoso até ao arranhar as pessoas.

Apesar de tanta energia, são considerados gatos de chão, isto é, não costumam sair a saltar a todo o momento, sendo que depois de adultos são

animais muito calmos, muito próprios para apartamentos, por exemplo. Muitas vezes são considerados os animais ideais para pessoas ocupadas, já

que o Ragdoll toma o seu próprio banho de língua regularmente e para tratar do seu pêlo basta um pente de aço, uma vez que seu pêlo emaranha-se menos do que é vulgar em outros gatos. Como o pêlo adapta-se ao clima, convém ter

atenção à uma maior queda de pêlo durante o Verão.

A raça teve início nos anos 60, na Califórnia, graças aos esforços da criadora Ann Baker. Ela criou Josephine, uma fêmea de pêlo longo branco, muito amorosa que tinha marcas muito características dos Siameses e de outros

gatos de pêlo longo como os Persas, e cruzou-os com animais Birmaneses até que conseguiu o resultado que queria. A raça é muito rara fora dos Estados Unidos, onde só foi reconhecida em 1965. Na Grã-Bretanha só foi aceite nas

exposições há bem pouco tempo.

O Ragdoll, que em português significa “boneca de trapos”, tem um físico imponente, mas quando lhe pegamos ao colo seus músculos se descontraem, tornando-se fraco, mole e frágil como uma boneca de pano, vindo daí o seu

nome. Outra fama dos animais desta raça é a de que seriam mais resistentes à

História

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dor, já que os Ragdolls originais nasceram depois de sua mãe, Josephine, ter sido ferida num acidente de automóvel e ficado dois dias ferida, até ser recolhida a assistida para sobreviver com sucesso. Mas segundo alguns

criadores, o limite de resistência de dor dos Ragdolls são parecidos com o de outras raças, e pensar de maneira diferente parece ser muito arriscado.

Descrição O animal ideal tem uma tamanho médio, com tendência a grande, com um dorso largo, comprido e sólido, com ossos fortes. É um dos maiores gatos

domésticos de que se tem notícia em termos de peso. As fêmeas podem ser um pouco menores do que os machos. O corpo é firme e musculoso, mas sem ser gordo, com um peito largo e os quartos traseiros bem robustos; o manto é relativamente longo, sendo que na cauda o pêlo é mais comprido, em forma

de pluma.

A cabeça é larga, com a forma de um triângulo equilátero, onde todos os lados são iguais quando medidos desde a parte de fora da base das orelhas, até o

fim do harmonioso focinho, que tem os molares salientes e a ponta do nariz castanha escura. Quando levantamos o pêlo da cabeça suavemente, podemos ver a estrutura óssea do gato. O crânio entre as orelhas é achatado, com um pescoço longo e musculatura firme e queixo redondo e cheio. O Ragdoll tem olhos azuis muito vivos e ovais, afastados um do outro e levemente rasgados,

mas o mesmo tempo bem abertos; orelhas médias e arredondadas nas pontas.

As pernas do Ragdoll são de comprimento médio, têm estrutura óssea mais

leve, apresentando pernas anteriores um pouco mais curtas do que as posteriores. As patas são bem fortes, grandes e redondas, com almofadinhas castanhas escuras ou pretas. As crias nascem totalmente brancas ou creme, e

a coloração do pêlo só começa a surgir depois do quarto ou quinto dia de vida, mas a cor do pêlo só vai tornar-se definitiva a partir dos dois anos de

vida e só vai atingir seu tamanho máximo aos quatro anos de idade. Variantes

Bicolor (cor suave; peito, barriga e pernas brancas; ponta do focinho, orelhas e cauda escuras); Colourpoint (cor suave, com as pontas mais escuras);

Mitted (peito e queixo brancos; patas dianteiras “enluvadas”); Cores: Seal-Point, Chocolate-Point, Blue-Point, e Lilac-Point.

Fonte: Arca de Noé

Raças - Preto Inglês De Pêlo Curto

Origem: Grã-Bretanha

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Esperança de Vida: 9 - 15 anos Classificação: Pêlo Curto

Peso: 4 - 8Kg Tamanho: Grande

Tipo de Pêlo

Curto e denso, de cor negra-azeviche até à raiz. Temperamento

Bem-humorado e muito inteligente, adapta-se bem à vida em casa. História

Símbolo do azar, o gato preto têm sido alvo de medo, superstição e veneração ao longo da história. Apesar deste tipo de crenças, esta raça, dona de uma

beleza singular, é dócil e companheira, não possuindo nada que justifique as três batidas na madeira com os nós dos dedos. Foi uma das primeiras raças a

ser exibida no Palácio de Cristal de Londres, no final do século XIX, sendo utilizados para a sua criação selectiva, os melhores exemplos de gatos vadios

Ingleses.

Descrição Corpo forte , corpulento e musculoso; cabeça redonda e larga, com orelhas de tamanho médio e arredondadas nas pontas; olhos grandes, redondos, cor-de-

laranja vivo ou cobre; patas curtas e bem proporcionadas; cauda curta e grossa.

Variantes

Não existem variantes.

Observações Para manter a pêlo bonita e viva , escove-a duas vezes por semana, com uma

escova macia; os banhos podem ser dados a cada dois meses.

Fonte: Arca de Noé

Raças - Persa

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Origem: Grã-Bretanha Classifiação: Pêlo Longo

Peso: 3 - 7Kg Tamanho: Pequeno

História

Uma das raças, senão a raça mais popular do mundo, o Persa é o nome vulgarmente dado à maior parte dos gatos de aspecto exótico de pêlo

comprido. Nos Estados Unidos estes gatos são classificados oficialmente de Persas, sendo as suas cores consideradas variantes. Na Inglaterra dão pelo

nome de Longhairs e considera-se que cada cor corresponde a uma raça diferente (como por exemplo o Chinchila). É provável que os gatos de pêlo comprido se tenham originalmente desenvolvido em países de clima frio

como a Rússia, onde os rigores do tempo obrigaram ao desenvolvimento de uma pelagem longa. Pensa-se que os primeiros exemplares a chegar à Europa tenham vindo da Turquia no século XVI, e também da Pérsia, tendo resultado

do cruzamento das duas raças o Persa actual. A sua popularidade é enorme, ultrapassando largamente em número de registos todas as restantes raças.

Temperamento Embora com características próprias de cada variante os Persas são em geral

animais afectuosos e bastante apegados aos donos. Descrição

Corpo forte e arredondado; cabeça redonda e maciça, com nariz pequeno; orelhas pequenas de pontas arredondadas; olhos grandes e redondos, de cor condizente com a Pêlo; patas curtas e grossas; cauda curta mas proporcional

ao corpo. Tipo de Pêlo

Existem vários gatos de pêlo comprido que não são do tipo Persa (ex: o Maine Coon e o Angorá), possuindo um pêlo menos felpudo do que estes, corpo

mais magro e o rosto mais estreito. A pelagem soa Persas é extraordinariamente densa, macia e sedosa. Os pêlos longos e espessos, mas

não lanudoss, necessitam de cuidados diários. Variantes

São reconhecidas todas as cores e todas as divisões da categoria tradicional tais como o sólido, Tortie, Silver, Tabby e Partcolor.

Fonte: Arca de Noé

Raças - Pêlo Curto Brasileiro

Origem: Brasil

Esperança de Vida: 10 - 15 anos

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Classificação: Pêlo Curto Tamanho: Médio

Capítulo 10 A YUKI É PECULIAR NISSO (seus gatos e gatas, seus

cachorros e cadelas, seus filhos e filhas, tudo que chegou perto de você para você olhar é assim peculiar – procure

OLHAR atenta/mente)

A boca pequeníssima do gato...

... e língua menor ainda.

Felin’olhos.

Jogando na defesa.

Tudo isso junto faz a “gatice” ou

“gatidade”, sei lá. Domingo, Março 12, 2006

Prontos-Socorros a Gatos Vítimas de Asfixia

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Quando os incêndios ocorrem, para além das pessoas os animais também

podem ser vítimas de ferimentos, queimaduras e asfixia. No entanto poucos são aqueles que lhes sabem prestar prontos socorros, mesmo quando sabem fazê-

lo a humanos.

Por isso e porque os animais também merecem ser socorridos nestas alturas de aflição, transcrevemos aqui um excerto do livro "Manual Completo de

Tratamento de Gatos," escrito pelo médico veterinário Andrew Edney e publicado em Portugal pela Livros e Livros. Se clicarem em qualquer uma das imagens poderão ver uma versão maior dessa página, com ilustrações úteis

para uma melhor compreensão. "Reanimação

A actuação pronta numa situação de emergência, como um acidente de viação (...) pode salvar a vida ao seu gato. Felizmente estas situações são raras, mas

em geral são inesperadas e pode não haver tempo para recorrer a um veterinário. Se um gato estiver inconsciente e não der sinais de respiração nem de ritmo cardíaco, peça a alguém que telefone ao veterinário para que este o

aconselhe enquanto você tenta reanimar o animal.

A reanimação pode ser feita seguindo as instruções da página seguinte (ou as instruções do veterinário) para que um animal tenha as melhores hipóteses de

recuperação. Um gato pode sofrer uma paragem cardíaco-respiratória na sequência de um afogamento, de um choque eléctrico ou de um

envenenamento (ou na sequência de inalar fumo num incêndio, acrescentamos nós.) Para que o gato sobreviva, terá de recomeçar a respirar e o seu coração

terá de recomeçar a bater dentro de poucos minutos.

Respiração Artificial

1) Tire a coleira ao gato. Deite o gato de lado na posição de recuperação (de lado com a cabeça tombada.) Abra-lhe a boca e certifique-se que a passagem

de ar se processa normalmente. (Se tiver sido vítima de afogamento*) abra-lhe a boca e liberte-lhe as vias respiratórias de qualquer líquido.

2) Se o gato deixou de respirar mas o coração continua a bater, inicie a

respiração artifical. Com uma toalha, puxe-lhe a língua para a frente para libertar a garganta. Isso pode estimular a respiração, permitindo que o gato

recupere os sentidos.

3) Se o gato se mantiver inconsciente, ponha-lhe as mãos no tórax e exerça uma ligeira pressão. Desse modo, o ar sairá dos pulmões, permitindo que estes se encham de ar limpo. Repita a operação de cinco em cinco segundos até que

o gato recomece a respirar.

Massagem Cardíaca

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Se um gato estiver inconsciente e não houver indícios de respiração nem de actividade cardíaca, poderá tentar-se a estimulação directa do coração. Coloque os dedos no tórax do animal, na zona do cotovelo, e exerça uma pressão leve

mas firme. Repita a operação cinco ou seis vezes com intervalos de um segundo. Alterne com a respiração artificial até ao máximo de dez minutos.

Depois disso, não é provável que o processo resulte.

Reanimação Boca-A-Boca

1) Se a cavidade torácica tiver sido afectada, é provável que os pulmões não voltem a encher-se automaticamente e você terá de insuflá-los. Apoie o corpo do gato inconsciente e mantenha-o na posição vertical, com a boca fechada.

2) Insufle ar pelas narinas do gato durante dois a três segundos para lhe

encher os pulmões. O movimento do tórax será bem visível. Faça um intervalo de dois segundos e depois repita a operação.

3) Prossiga a reanimação até que o gato comece a respirar sozinho. Um

método alternativo implica insuflar ar ao mesmo tempo no nariz e na boca aberta do gato.

Atenção

Os métodos de reanimação aqui referidos só devem ser tentados se o gato

estiver inconsciente e não reagir aos estímulos normais. Não faça demasiada força para não ferir o gato.

*Afogamento

1) A maioria dos gatos detesta aproximar-se demasiado de água, mas os

acidentes acontecem -- por exemplo, um gatinho pode caír a um lago ou a uma piscina.

2) Tire o gato da água e enxugue-o rapidamente com uma toalha. Se o gato estiver imóvel, retire-lhe a água dos pulmões. Segure no gato de cabeça para baixo, agarrando-o firmemente pelas patas traseiras acima das articulações da

canela. Agarre bem o gato para que ele não escorregue.

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3) Sacuda o corpo do gato com força (mas não com violência) para baixo para retirar a água dos pulmões. Se o gato continuar a a não dar sinais de respirar,

deve dar início à operação de reanimação. Transporte o gato para um ambiente quente o mais depressa possível.

Um novo olhar sobre o gato Com seu ar enigmático, ele já foi associado a deuses e demônios ao longo da

história. Hoje, após milênios de convivência com o homem, o bichano é o animal de estimação mais adaptado à vida moderna e um aliado considerável

na hora de cuidarmos da nossa saúde PAOLA BELLO

Dona Luiza*, 65 anos, ficou viúva neste ano. Para piorar, não podia contar com o apoio dos

filhos, que viviam distantes dela, física e afetivamente. Por conta disso, além de tremores nas mãos, passou a ter problemas estomacais, enxaquecas e dores musculares. Mesmo nesse

estado, ela teve disposição para recolher um gato que fora atropelado na rua onde mora. O que era apenas um ato de solidariedade acabou virando

uma estratégia que, em vez de uma vida, pode estar salvando duas.

Entre as idas e vindas ao veterinário, ela e o gatinho vira-lata começaram a participar de sessões de zooterapia. Nelas, percebeu que, ao assumir a

responsabilidade de manter o animal vivo e bem cuidado, dona Luiza exigia saúde e bem-estar de si mesma. Em conseqüência, conseguiu purgar a perda do marido e

resgatou o relacionamento com os filhos.

Casos como esse entram para a contabilidade que está ajudando os felinos a atenuar o estigma de interesseiros e anti-sociais. Com isso, ganham mais espaço nos lares.

No Brasil, eles são um para cada 12 habitantes - há um cachorro para cada 6 brasileiros. Entretanto, veterinários, zooterapeutas e o mercado de alimentos para animais apostam na tendência de o gato se tornar o animal do futuro. Pudera, as

famílias estão se tornando menos numerosas, os lares estão cada vez menores, e as pessoas estão passando muito menos tempo em casa. Se há um bicho que consegue

se adaptar bem a esse quadro, é o gato, que vem dividindo o ambiente com os humanos há muito tempo.

Toma lá, dá cá Apesar do temperamento de caçador solitário, o gato aprecia a proximidade com os humanos. E, claro, sabe que vai sobrar comida nesse açougue

em Marrocos

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Quando o homem começou a procurar um local para chamar de lar, lá estava o gato. Logo que desenvolveu a agricultura - entre 10.000 e 12.000 a.C. -, deixou de ser

nômade e começou a estreitar os laços de amizade com os felinos. E tudo teve início como uma troca de favores: o homem passou a armazenar alimento; com a

estocagem de grãos, vieram os roedores, que, por sua vez, atraíram os gatos. O mais antigo fóssil que comprova essa amizade é de 9.500 a.C. Descoberta em 2004, a

ossada de um gato selvagem dividia a tumba com a de um humano. O achado derruba a tese de que os egípcios teriam sido os pioneiros na domesticação dos felinos, em aproximadamente 2000 a.C., já que o fóssil foi encontrado na ilha

mediterrânea de Chipre.

Pelo tamanho da ossada, o primeiro amigo felino não devia ter mais de 8 meses de vida, o que indica que teria sido morto para acompanhar a dona após a morte.

Porém, o indício mais forte da amizade consiste no fato de que, nenhum gato, de espécie alguma, é nativo da ilha de Chipre. Para a existência desse fóssil, a hipótese

mais provável é a de que os próprios moradores da ilha viajaram cerca de 70 quilômetros, até a Turquia, onde adquiriram o animal e o levaram para a vila.

"Pesquisando os componentes genéticos de gatos selvagens da Europa, da Ásia, da África e do Oriente Médio, concluímos que realmente a domesticação começou na

ilha de Chipre, com gatos provenientes do Crescente Fértil [região entre os rios Nilo, Tigre e Eufrates, onde iniciou a agricultura]", afirma Stephen O'Brien, chefe

do laboratório de diversidade genômica no Instituto Nacional do Câncer, em Maryland, EUA.

De deuses a demônios Séculos de convivência - e o ar enigmático dos felinos - fizeram com que, além de

aliados, os gatos passassem a ser considerados um canal para diálogos com o divino. "No Antigo Egito, acreditava-se que eles tinham propriedades espirituais e que eram capazes de se comunicar com divindades", diz Elaine Evans, professora

da Universidade do Tennessee e curadora do museu McClung (no campus da universidade, em Knoxville), que desde 2001 abriga uma exposição de gatos

mumificados.

No início, os egípcios cultuavam os leões. O gato selvagem, que mais parecia um leão em miniatura, começou a ser introduzido na mitologia. Assim, os deuses passaram a

ganhar atributos e temperamentos ainda ligados aos leões, mas adaptados ao comportamento dos bichanos. "O gato representa a civilização, relação feita a partir da

agricultura. Também representa o Sol, por ficar bastante tempo deitado na areia se bronzeando. Essas características foram atribuídas ao deus-sol Rê, metade homem,

metade gato", afirma Antonio Brancaglion Jr., egiptólogo e professor no Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Quem mandou? A Inquisição condenou os gatos à morte. A Europa pagou caro por isso, pois, proliferando à vontade, os ratos disseminaram a "peste negra"

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Com a popularização dos rituais fúnebres envolvendo a mumificação, os gatos passaram a acompanhar seus donos até a eternidade. A mais antiga múmia de gato

conhecida data de 1.500 a.C. Apenas na cidade de Beni-Hassan, na margem leste do rio Nilo, mais de 300 mil múmias felinas foram encontradas. Também há registros de cemitérios gigantescos nos arredores do Cairo, com mais de 4 milhões de gatos

mumificados.

Essa aura de adoração não ficou enterrada nas tumbas egípcias. Séculos depois, nas comunidades gregas e romanas, eram comuns imagens e cultos às deusas Háthor e Bastet. Baseados nessas duas divindades, os gregos também transferiram ao gato alguns atributos de Afrodite, a deusa do amor e do prazer sexual, e associaram a

agilidade e a rapidez dos bichanos para a fuga a Ártemis, a deusa da caça. Da mesma forma, os romanos associaram a feminilidade felina à deusa Diana, da caça e da fecundidade, e relacionavam o bichano à deusa Vênus, da sensualidade e das

emoções maternas.

Já na era cristã, a Inquisição veio para pôr um fim na paz entre humanos, gatos e divindades. "O bichano só começou a ser visto de forma negativa a partir do

cristianismo, na Idade Média. Essa ligação maligna foi feita justamente porque era um animal atribuído aos deuses pagãos. Com a Inquisição, tudo que não era da

religião católica era do mal e deveria ser queimado na fogueira", afirma Brancaglion. Profissões que tinham qualquer ligação com o gato também foram

condenadas. As parteiras, por exemplo, usavam a deusa Bastet como símbolo e, por isso, foram tachadas de bruxas. No século 13, a perseguição foi ainda maior. Com a promulgação de bulas nas quais condenava os gatos, especialmente os de cor preta, associado ao satanismo, o papa Gregório IX determinou a exterminação de centenas

de felinos.

A humanidade pagou caro por esse destempero da Inquisição. Com a redução da população felina, os ratos tomaram conta do pedaço. Falta de saneamento,

condições precárias de higiene e tráfego de navios infestados de roedores ajudaram a deixar o século 14 marcado na Europa pela pandemia da peste bubônica.

Transmitida através da picada de pulgas infectadas por ratos doentes, a "peste negra" dizimou cerca de um terço da população européia.

Se sob o catolicismo os gatos conheciam dias de cão, na cultura islâmica há relatos de que a vida de Maomé teria sido salva por seu felino de estimação. "Conta-se que o profeta estava em casa, e, sem que ele percebesse, uma cobra se aproximou para

atacá-lo. Seu gato conseguiu matá-la antes do bote. Também fala-se que o profeta o teria acariciado na cabeça e o abençoado, e que, por isso, a partir daquele dia, os

gatos começaram a cair sempre em pé", diz Brancaglion.

A amizade felina também influenciou a cultura nipônica. No Japão, o gato Maneki-Neko (aquele das boas-vindas, com uma das patinhas levantada) é símbolo de boa

sorte. Reza a lenda que, há muitos anos, esse gato estava parado na frente do templo de Gotoku-ji. Ao ver um senhor feudal, teria acenado e atraído o homem para

dentro, livrando-o de um raio que cairia logo depois. A partir desse dia, Maneki-Neko passou a ser considerado a encarnação da deusa da misericórdia.

O SWING DO BICHANO Linguagem corporal dá dica do que se passa no coração e na mente do

animal

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1>>>Balançar a cauda - Ao fazer isso, um gato não está demonstrando alegria. Muito pelo contrário. Significa que está incomodado com alguma

coisa ou pronto para o ataque 2>>>Massagear - O gato pressiona superfícies e movimenta as patas. Em geral, demonstra satisfação e contentamento. Filhotes fazem isso enquanto

mamam 3>>>Rolar - Indica tanto que o gato não tem a intenção de atacar quanto que está submisso, embora a submissão felina indique mais afeição que

obediência 4>>>Esfregar-se - Expressa afeição e demarcação de território. O contato quase direto com a pele faz com que o cheiro do bichano fique impregnado

onde quer que ele se esfregue 5>>>Movimentar orelhas - A posição dos órgãos indica a vontade de

participar das situações. Altas e viradas na direção do que está acontecendo, indicam interesse. Baixas e viradas para o lado oposto do movimento ou

som demonstram indiferença 6>>>Miar - Há dezenas de miados. Variam de acordo com a situação e a

intenção. Os mais longos e crescentes costumam indicar felicidade, os mais agudos e estridentes podem ser sinal de uma briga com outro gato

7>>>Ronronar - Quando afagados, os gatos ronronam para demonstrar deleite e reciprocidade

8>>>Morder - Serve para demonstrar afeto, agredir ou brincar. A que indica afeto costuma ser a mais delicada e ocorre enquanto o gato recebe

carinho ou sente prazer com a companhia

Os mutantes Os gatos não contam apenas com aspectos etéreos como justificativa para terem virado um dos animais de estimação mais comuns no mundo. A ciência também tem seu papel. As mutações genéticas favoreceram o aumento na aceitação do

bichano. Por meio de reproduções monitoradas, novas raças são desenvolvidas. "Há gatos como os da raça sphynx, que não possuem pêlos. Essa mutação foi mantida

intencionalmente e virou uma opção para pessoas alérgicas", diz a médica veterinária Maria de Fátima Martins, professora na USP e especialista em

zooterapia.

As mutações têm se mostrado eficazes na hora de mudar a forma, mas ficam

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devendo quanto ao conteúdo. Para Nicholas Dodman, especialista em comportamento animal e autor do livro "The Cat Who Cried for Help" ("O Gato que Gritou por Socorro", ainda sem tradução para o português), apesar de todo o

histórico de convívio, nenhuma raça foi totalmente domesticada. "A razão pela qual os gatos nos toleram é que eles são criados por humanos desde pequenos. O período crítico de socialização é entre duas e sete semanas, fase na qual são moldados por nós. Gatos que viveram esse período sem contato com humanos nunca se sentirão

confortáveis na presença de pessoas."

Já para a professora primária Kathy Hoopmann, autora de uma série de livros sobre comportamento infantil, a amizade com os gatos é possível, mas exige cuidados.

Em seu livro "All Cats Have Asperger Syndrome" ("Todos os Gatos Têm Síndrome de Asperger", sem tradução para o português), ela compara os bichos a portadores da síndrome, caracterizada pela dificuldade no convívio social, mas sem afetar a

parte cognitiva. "Pessoas com Asperger têm problemas em quatro áreas principais: comunicação, interação social e emocional, sentidos sensoriais e adaptação a

mudanças. Os gatos dividem os mesmos traços. Não são animais sociáveis, tendem a escolher 'amigos' com cuidado."

MÁQUINA MORTÍFERA Visão, audição e olfato aguçam o instinto fatal dos bichanos: trucidar

presas

ORELHAS>>>As orelhas dos gatos são instrumentos de audição e de equilíbrio. Enquanto humanos possuem seis músculos auriculares, os gatos têm 30, o que permite que movam as orelhas de forma independente. Isso

facilita a identificação das fontes sonoras ÓRGÃO DE JACOBSON>>>Como outros mamíferos e a maioria dos

anfíbios, os gatos possuem órgão vomeronasal, ou de Jacobson. Ele auxilia na percepção de odores e feromônios. Como o órgão fica no céu da boca, o

gato contrai nariz e lábios para aspirar com mais intensidade

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OLHOS>>>Adeptos de hábitos noturnos, os felinos possuem visão privilegiada. Não enxergam em escuridão total, mas vêem perfeitamente em ambientes com até um sexto da luz necessária para a visão humana. Isso se deve a uma membrana localizada atrás da retina. Ela age como um espelho

e aumenta a reflexão da luz dentro do olho, ampliando a capacidade de visão

CAUDA>>>Cerca de 10% dos ossos dos gatos estão nela. Observa-se em alguns felinos, como o guepardo, que a posição da cauda favorece

movimentos durante as caçadas. Tanto para ganhar velocidade (quando alinhada ao corpo, diminuindo a resistência do ar), quanto no equilíbrio

(esticada para o lado oposto ao de uma curva), a cauda favorece a manutenção do equilíbrio sem perda de velocidade

NARIZ>>>Enquanto humanos têm cerca de cinco milhões de células receptoras, os gatos contam com 19 milhões. Associado à visão e à audição,

o olfato é uma importante arma para identificar presas e inimigos a distâncias consideráveis

BOCA>>>Carnívoros, os gatos possuem dentes desenvolvidos para matar e comer as presas. Os caninos são bem maiores que os demais, e os molares são pontiagudos, para destroçar a carne em pedaços fáceis de engolir. Na fase adulta, o gato possui 30 dentes permanentes. A língua é bem mais

áspera e menos úmida que a de um cão. Essa característica ajuda a desprender com mais facilidade a carne dos ossos das presas

BIGODES>>>Gatos possuem alguns pêlos diferenciados, mais longos e espessos, chamados de vibrissae ou pêlos táteis. Esses "bigodes" estão localizados na face, nas sobrancelhas e atrás das patas dianteiras. São

compostos por material inerte e não contêm nervos, mas possuem células receptoras associadas a eles. São diferenciados dos outros pêlos do animal principalmente por possuírem cápsulas sangüíneas ligadas aos folículos, próximos à base de nascimento. Por serem extremamente sensíveis, esses

pêlos auxiliam tanto na identificação de alguma presa quanto na percepção de espaço e direção

UNHAS>>>Para eles, a principal utilidade das unhas é a defesa. Além de utilizá-las para um ataque ou caçada, os felinos desenvolveram, ao longo da

evolução, a capacidade de retraí-las. Essa característica evita que se desgastem com o caminhar e ajuda a mantê-las sempre afiadas

Mesmo com essas peculiaridades, a amizade entre humanos e felinos é totalmente possível. Quando feita gradativamente, respeitando os limites dados pelo animal, a aproximação pode fazer dos gatos bichos dóceis e sociáveis. Uma forma fácil de

interação é a observação da linguagem corporal. "Esfregar a cabeça, por exemplo, é um sinal de afeto, do mesmo modo que o piscar enquanto olha para alguém. Miados

mais curtos são sons de felicidade, enquanto que pupilas dilatadas indicam medo. Se um gato estiver com os pêlos arrepiados e com a cauda ereta, indica medo e

potencial agressão", diz Dodman.

Segundo Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal e autor de livros

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com dicas de comportamento e adestramento, é importante lembrar que gatos são bichos de comportamento peculiar. "Há pessoas que levam um gato pra casa e

esperam que ele se comporte como um cachorro, que não suba nos lugares e que obedeça a todas as ordens", afirma. No livro "Os Segregos dos Gatos" (recém-

lançado pela Editora Globo), Rossi decifra algumas características específicas dos felinos. "O gato não obedece a uma ordem simplesmente por obedecer. Ele precisa

confiar na pessoa e ter uma recompensa pela obediência. Enquanto os cães possuem predisposição natural para receber ordens, já que evoluíram de bandos em que a

hierarquia era fundamental, gatos sempre foram caçadores solitários, nunca dependeram do grupo para sobreviver." Rossi também reforça a importância da educação do animal sem violência. "Cachorros são capazes de tolerar a agressão

enquanto são adestrados e ainda assim continuam amando seus donos. Gatos, não."

A paciência com os hábitos felinos podem trazer recompensas para o dono. A primeira delas seria para a saúde. Segundo Dodman, os gatos ajudam a aliviar alterações negativas de humor em um nível equiparado apenas à companhia

humana. Também auxiliam a diminuir a pressão arterial e o colesterol.

"ELES NÃO SÃO ANTIPÁTICOS, MAS INSTINTIVOS" Para Alexandre Rossi, autor de "Os Segredos dos Gatos", obsessão

pelo controle do território faz com que muitos pensem que os bichanos são egoístas e que se importam mais com a casa do que com os donos De um lado, os gatos são considerados auto-suficientes a ponto de ignorar seus donos. Por outro, há quem defenda que eles são carinhosos como os cães. Para mostrar quem tem razão nessa história, Alexandre Rossi está lançando o livro "Os Segredos dos Gatos" (Editora Globo). Especialista em psicologia animal e autor de best sellers sobre cães, ele escreveu uma

obra que, além de assuntos como características físicas e comportamentais e cuidados com alimentação e higiene, traz dicas sobre adestramento.

Galileu: O perfil do dono de animal de estimação vem mudando. Como os gatos têm acompanhado isso?

Alexandre Rossi: O gato é considerado o animal do futuro. Ele é capaz de se adaptar com muito mais facilidade à vida moderna. Hoje temos famílias

pequenas, casas e apartamentos menores, e passamos grande parte do tempo fora do nosso lar. O cachorro sente muito a solidão; o felino, não. A

pessoa pode trabalhar o dia todo, viajar no fim de semana, e o gato não sente tanto. Geralmente as pessoas que gostam mais de bichanos são as

que querem um animal mais independente, que não seja tão grudado como o cachorro. Além disso, ele inspira mais liberdade, mais elegância e mais

naturalidade justamente por não ser um animal tão domesticado.

Galileu: Há quem diga que os gatos só se aproximam das pessoas por interesse.

Rossi: Eu discordo. Há pessoas que acham que o gato se importa muito mais com a casa onde ele vive do que com os donos. Isso ocorre porque

ele é obcecado por ter controle do território e, enquanto isso não acontece, ele fica incapaz de demonstrar afeição e carinho. Não há nada de antipatia,

mas de instinto. No ambiente natural, o gato é predador, mas também é presa. Mesmo em casa, ele tem de saber pra onde ele pode fugir se

acontecer algum problema e quais são as ameaças ao redor. Enquanto ele

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não domina o território, qualquer um que tentar impedi-lo de alguma ação poderá ter uma resposta agressiva.

Galileu: O que uma pessoa precisa saber antes de levar um gato para casa?

Rossi: Primeiro, que o gato é um animal que explora os ambientes tridimensionalmente. Ele sempre vai subir na pia, na geladeira, no

microondas, e é importante que ele tenha esse acesso. Não adianta ter um gato e querer limitá-lo ao chão, como se fosse um cachorro. Muitos

também pulam janelas, o que obriga o dono a colocar telas. Também é importante lembrar que alguns são bastante barulhentos durante o cio. A gata siamesa é a que mia mais alto nesse período. E é necessário também

saber se a pessoa que pretende ter o gato não tem alguma reação alérgica à proteína que existe na saliva dele.

Galileu: Como no caso dos cães, há diferenças de comportamento entre as raças?

Rossi: O comportamento e a estrutura do gato não são tão variados quanto os dos cães. O siamês, por exemplo, costuma ser mais agitado e

barulhento, enquanto o persa é mais tranqüilo e silencioso. Geralmente, os mais ativos acabam, por tentativa e erro, descobrindo e aprendendo mais

coisas. Por isso, são considerados mais inteligentes.

Galileu: Quais são os principais desafios na hora de educar um gato? Rossi: O gato é mais difícil de ser treinado, acima de tudo, porque ele deve ser educado em um ambiente que conheça. Você não pode pegar um gato e

levar pra um lugar onde haja um treinador. Enquanto ele não estiver adaptado ao ambiente, não vai prestar atenção nas pessoas. Também é

difícil porque carinhos e brinquedos não costumam ser boas recompensas para o gato; o petisco é mais usado, mas ele demora mais para comer, o que não permite tantas repetições de exercícios de treinamentos quanto

com cachorros.

O gato não consegue ser educado com reforços negativos. Com cachorros, há reforços como colocar um enforcador e apertar o traseiro pra ele sentar.

Se isso for feito com o gato, ele vai passar a não gostar da pessoa que o treina. Por outro lado, por meio do reforço positivo, o gato vai se

aproximando, se tornando cada vez mais sociável. O cachorro ainda tolera a agressão porque depende muito do ser humano e é capaz de, mesmo

assim, continuar amando o dono. O gato, não.

CONCORRA Quer saber mais sobre como lidar com os bichanos que você

tem - ou planeja ter - em casa? Então, participe do nosso concurso cultural e responda à pergunta: "O gato pode ser o

melhor amigo do homem? Por quê?" em cinco linhas e concorra a um exemplar do livro "Os Segredos dos Gatos"

(Ed. Globo). O texto deve ser enviado até o dia 31 de julho para o e-mail [email protected], com a frase "Promoção Cultural Galileu -

Gatos" escrita no campo "assunto" do e-mail. Veja o regulamento completo em www.galileu.globo.com

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Na alegria e na tristeza Introduzida no Brasil entre o final da década de 1940 e

início da década de 1950 no tratamento de pacientes com esquizofrenia, a zooterapia, ou terapia assistida por

animais, teve como seu primeiro colaborador o gato. Hoje, vários outros animais foram incluídos na prática. "O gato é

mais sutil, mais reservado. De uma maneira geral, ele mede mais as conseqüências e respeita mais os limites

dados pela pessoa. E isso influencia muito nas terapias", afirma psicóloga e veterinária Hannelore Fuchs.

Trabalhando com zooterapia há 15 anos, em São Paulo, ela coleciona casos bem-sucedidos. Uma vez por mês,

Hannelore e a gata Frida visitam uma escola de educação especial em São Paulo. Com crianças, o foco do trabalho e

dos estudos está ligado à cognição, à conduta e ao desenvolvimento físico e motor. Há casos de crianças com

dificuldade em abrir as mãos que desenvolveram ou retomaram esse controle devido ao esforço feito para poder

acariciar um gato.

Desde 1999, a professora Maria de Fátima estuda a interação entre homem e animais. "Com a zooterapia, observamos que essa interação melhora o ambiente

social, a qualidade de vida do ser humano e, conseqüentemente, do animal." Segundo ela, o gato na zooterapia funciona como uma ponte entre paciente e

terapeuta. No consultório de Hannelore, os animais ficam soltos e transitam entre uma consulta e outra. "Dependendo da afeição do paciente pelo gato, ele começa a

fazer parte da consulta", diz a psicóloga

Assim, casos como o de dona Luiza, a mulher do começo desta reportagem, estão se tornando cada vez mais comuns em asilos e entre idosos abandonados. "Para eles, o gato vira um desafio positivo", afirma Hannelore. "Gerenciam a rotina do animal,

sentem-se responsáveis pela vida do bicho. Isso faz com que o idoso deixe um pouco o papel de ser cuidado e passe a ser o 'cuidador'. Por meio do convívio com o

gato, a vida do idoso passa a ter uma motivação maior."

* A entrevistada pediu para não ser identificada

VÁ FUNDO >>>Para ler

•"All Cats Have Asperger Syndrome", Kathy Hoopmann. Jessica Kingsley Publishers. 2006

•"The Cat Bible: Everything Your Cat Expects You to Know", Tracie Hotchner. Gotham Books. 2007

•"Entenda o Seu Gato", Bruce Fogle. Editora Globo. 2007 •"Gatos: a Emoção de Lidar", Nise da Silveira. Léo

Christiano Editorial. 1998 •"Os Segredos dos Gatos", Alexandre Rossi e Paula

Itikawa. Editora Globo. 2008

BALAIO DE GATOS À noite, todos podem ser pardos, mas diferença é o que não falta entre os

Zooterapia: Cuidar de um bichano vira um desafio positivo para

idosos. A manutenção do animal é uma

motivação para esticar a própria vida

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bichanos. Descubra aquele que tem a sua cara

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