31
ARTUR JORGE MELQUIADES GOMES PROPOSTA DE INTERVENÇÃO HOSPITALAR PARA AVALIAR A CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS APÓS INTERNAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) NO MUNICÍPIO DE ARIQUEMES/RO PORTO VELHO/R0

Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

ARTUR JORGE MELQUIADES GOMES

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO HOSPITALAR PARA AVALIAR A CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS APÓS INTERNAÇÃO EM

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) NO MUNICÍPIO DE ARIQUEMES/RO

PORTO VELHO/R02018

Page 2: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

ARTUR JORGE MELQUIADES GOMES

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO HOSPITALAR PARA AVALIAR A CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS APÓS INTERNAÇÃO EM

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) NO MUNICÍPIO DE ARIQUEMES/RO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Terapia Intensiva em Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva IBRATI, como requisito avaliativo para obtenção do título de Mestre em Terapia Intensiva.

Orientadora: Profª Drª Elieth Afonso de Mesquita

PORTO VELHO/RO 2018

Page 3: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

RESUMO

Atualmente o conceito de Qualidade de Vida (QV) está mais expandido e tem recebido atenção em várias áreas do conhecimento, abrangendo uma série de aspectos, como o bem estar pela independência funcional das atividades diárias. Alguns fatores podem diminuir ou levar à perda dessa autonomia funcional, como doenças crônicas, processos patológicos agudos, traumáticos ou cirúrgicos. O processo de hospitalização em uma UTI, geralmente, é acompanhado por declínio funcional e da QV do paciente. Este estudo teve como objetivo propor instrumentos que possam viabilizar uma proposta de intervenção hospitalar que contemple a avaliação da funcionalidade e qualidade de vida do idoso que recebeu tratamento em UTI, para este fim foi realizado uma revisão sistemática com caráter de pesquisa descritiva/qualitativa associado ao método observacional. O estudo observacional foi realizado em sete Unidades de Saúde, sendo trê em Porto Velho e quatro em Ariquemes. Os dados descritos indicaram que a sobrevida dos idosos é afetada por diferentes fatores prognósticos representados por variáveis demográficas, clínicas, relacionadas ao tipo de internação e à rede de serviços de saúde, indicando que há um declínio da QV do paciente após internação e que, esta é potencializada pela idade avançada (≥ 75 anos) e pela dependência na capacidade funcional. Durante o período de observação foi verificado a falta de adesão às ações que amparam a saúde do idoso, devido a ausência de uma equipe multidisciplinar específica para acompanhamento pós UTI e verificação da capacidade funcional domiciliar dos pacientes. Dessa forma, se torna necessária a formação de uma equipe que seja capacitada ao acompanhamento domiciliar, da saúde do idoso, após internação, disponibilizando instrumentos capaz de mensurar sua capacidade funcional e proporcionando todo o suporte para melhoria de sua QV, conforme dispõe a Lei que ampara esses cidadãos que tanto contribuiram com o País.

Palavras- chave: Idoso; Qualidade de Vida; Capacidade funcional

Page 4: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

ABSTRACT

Currently the concept of quality of life (QOL) is more expanded and has received attention in several areas of knowledge, covering a number of aspects, such as the welfare for the functional independence of the daily activities. Some factors may reduce or lead to loss of this functional autonomy, as chronic diseases, acute pathological processes, traumatic or surgical. The process of hospitalization in an ICU, it's usually accompanied by functional decline and QOL of the patient. This study aimed to propose instruments that can make a proposal for hospital intervention involving the assessment of the functionality and quality of life of the elderly being treated in the ICU, for this purpose was held a review systematic research with qualitative/descriptive associated with the observational method. The observational study was conducted in seven health units, and three in Porto Velho and Ariquemes four. The described data indicated that the elderly survival is affected by different prognostic factors represented by demographic variables, clinics, inpatient and type related to the network of health services, indicating that there is a decline of QOL of patient after hospitalization and that this is increased by the age (≥ 75 years) and by dependency on functional capacity. During the period of observation was verified the lack of adherence to actions that support the health of the elderly, due to the absence of a multidisciplinary team dedicated to follow up post ICU and verification of the functional capacity of patients home. Thus, it becomes necessary to the formation of a team to be able follow up at home, health of the elderly after hospitalization, providing instruments capable of measuring your functional capacity and providing full support for improving your QV, as has the law bolsters these citizens who have contributed so much to the country.

Key words: elderly; Quality of life; Functional capacity

Page 5: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, envelhecer é um direito social, com obrigação do Estado de

permitir que seja um processo saudável, em condições de dignidade e garantido

por políticas públicas. O conceito de Qualidade de Vida tem recebido atenção

cada vez maior em várias áreas do conhecimento, sendo relacionado ao estado

emocional e ao bem-estar pessoal e social, abrangendo a capacidade funcional, o

nível sócio-econômico, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o

próprio estado de saúde, o estilo de vida, a satisfação com atividades diárias e o

ambiente em que se vive. Potanto, equivale a uma série de fatores que, em

conjunto, corroboram para uma melhor ou pior Qualidade de Vida no indivíduo,

em especial o idoso (VECCHIA, 2005).

A Política Estadual de Saúde do Idoso, tem por objetivo garantir a Atenção

Integral à Saúde das pessoas com idade ≥ 60 anos, promovendo a manutenção

da capacidade funcional e da autonomia, contribuindo para um envelhecimento

ativo e saudável. Esta construção social inclui, ainda, os idosos frágeis, que

apresentam prejuízo funcional, seja por incapacidade ou perda de autonomia,

doenças degenerativas ou internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A

repercussão quanto a experiência na vida do idoso após a alta hospitalar tem

sido muito discutida nos últimos anos, pois não basta saber quantos sobrevivem

após a vivência numa UTI, é preciso conhecer como estes pacientes têm

sobrevivido. Sendo assim, há um interesse crescente da avaliação sobre a

qualidade e a funcionalidade de vida do paciente que tenha recebido alta da UTI.

Diante do aumento na expectativa de vida e do número de idosos no Brasil

e no mundo, nas buscas para atender às necessidades dessa parte da população

com qualidade vida e dignidade humana, sabendo que a saúde física

naturalmente vai sendo debilitada e cada vez mais precisa-se de assistência a

saúde, a questão que norteia este estudo é: Após internação numa Unidade de

Terapia intensiva, a qualidade de vida do idoso pode ser influenciada pelo

processo vivenciado?

Buscando respostas para a questão norteadora, o método proposto foi a

pesquisa descritiva, na qual foi realizada um levantamento bibliográfico, sendo

que o caráter qualitativo permitiu avaliar as observações realizadas durante a

internação de pacientes e relatos dos mesmos após internação, sem o intúito de

5

Page 6: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

mensurar. A observação sistemática, que assumiu a forma de levantamento,

surgiu a partir da familiaridade do pesquisador com o tema pesquisado, fato que

permitiu o desenvolvimento de um extenso trabalho de levantamento de dados,

bibliográfico e observações, o que permitiu gerar registros possibilitando a

obtenção de informações sobre resultados, processos e impactos.

Devido as observações referente a saúde negligênciada dos idosos no

Brasil, o presente autor acredita que a elaboração deste estudo possui relevância

significativa, haja vista a necessidade de estudos que levante questionamentos,

críticas, elabore e apontem contribuições para a Qualidade de Vida de idosos,

podendo o profissional da saúde exercer seu papel, também, de cidadão.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo GeralApresentar instrumentos que possam viabilizar uma proposta de interveção

hospitalar que contemple a avaliação da funcionalidade e qualidade de vida do

idoso após internação em UTI

2.2 Objetivos específicos

2.2.1 Relacionar as implicações que interferem na Qualidade de Vida do

idoso, causadas pela internação na unidade de terapia intensiva.

2.2.2 Sugerir medidas de apoio ao idoso que possam contribuir para a

melhoria de sua qualidade de vida pós internação.

6

Page 7: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo

com idade igual ou maior que 60 anos, porém essa idade mínima pode variar

segundo as condições de cada país e suas políticas públicas de saúde. Cabendo

colocar que o envelhecimento é um processo biológico associado ao declínio das

capacidades físicas, psicológicas e comportamentais, muitas vezes independente

de um marco cronológico.

Um fenômeno que vem se destacando, nas últimas décadas, é o

crescimento da população mais idosa, considerada acima de 80 anos, que traz

como conseqüência alterações na própria composição etária dentro do grupo de

idosos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem apontado que

a população idosa no Brasil supera a média mundial, estando em torno de 14,3%

(BRASIL, 2016).

O investimento na QV tem permitido observar pessoas na faixa de 60 anos

em pleno vigor físico e mental. Fato que tem elevado a estatística da população

idosa no mundo, onde 11% apresentam idade de 80 anos ou mais, sendo uma

faixa etária que mais cresce. De acordo com a Organização das Nações Unidas,

estima-se que em 2050, 19% dos idosos terão 80 ou mais anos (ONU, 1999 apud

PY; PACHECO; SÁ; GOLDMAN, 2006).

Segundo publicado pela Organização Pan-Americana da

Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) nos últimos 45 anos a

população das Américas ganhou 16 anos de vida a mais, elevando a expectativa

de vida para 75 anos, quase cinco anos à mais do que a média mundial. No

entanto, as doenças emergentes e não-transmissíveis, que causam quatro de

cada cinco mortes a cada ano, são os principais desafios em uma das regiões

mais desiguais do mundo (HEALTH IN THE AMERICAS, 2017).

O controle da natalidade e as campanhas de promoção à qualidade de vida

do idoso, está permitindo o aumento da população de idosos no Brasil, estudos

do IBGE (BRASIL, 2017) relataram projeções dos próximos 10 anos, partindo da

tendência de crescimento populacional a partir dos 10 anos anteriores, conforme

pode ser verificado na figura 1.

7

Page 8: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

Figura 1: Aumento do número de idosos nos últimos 10 anos no Brasil e perspectivas para os próximos 10 anos.

Fonte: Próprio autor

Devido a melhor qualidade de vida (QV) nos países desenvolvidos,

caracterizado pela boa condição de saneamento, nutrição, ambiente de trabalho,

moradia e higiene pessoal, a Organização das Nações Unidas classifica como

idosos, nos países desenvolvidos, aqueles a partir de 65 anos de idade, enquanto

que para os países em desenvolvimento, esta faixa etária é mais abrangente, a

partir dos 60 anos de idade (NAGAPPAN; PARKIN, 2003).

3.1 Política Nacional do idoso

Diante da prospecção, no que se refere ao envelhecimento da população, o

Estado brasileiro precisa se preparar para atender à demanda desse segmento,

principalmente nos setores previdenciário, de saúde, assistência social,

segurança pública, habitação e lazer. As assembléias das Nações Unidas sobre o

envelhecimento (1982 e 2002) foram fundamentais para influenciar as legislações

de vários países, inclusive o Brasil, fato verificado no art. 230 da Constituição

Federal de 1988 (BASIL. CF/1988) que inovou ao exigir a efetiva proteção à

pessoa idosa por parte do Estado, da sociedade e da família.

Em 1994 foi promulgada, no Brasil, a Lei nº. 8842/94, que estabelece a

Política Nacional do Idoso. Esta lei tem por finalidade garantir direitos sociais que

assegurem a promoção da autonomia, integração e participação efetiva do idoso

na sociedade. Embora considerada como uma lei moderna e ágil, a Política

Nacional do Idoso ainda precisa ser colocada em prática em sua totalidade para

que, realmente, possa vir a melhorar a Qualidade de Vida do idoso (SIMSON;

8

Page 9: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

NERI; CACHIONE, 2006). A partir dessa lei foi criado o Conselho Nacional do

Idoso; a Lei nº 10.741/2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, além da

Portaria nº 2.528/2006, que aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

e, juntas, estas medidas pontuam ações que têm de ser desenvolvidas,

relacionadas à saúde, alimentação, habitação e outras necessidades sociais do

idoso (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

A independência e autonomia, pelo maior tempo possível, são metas a

serem alcançadas na atenção à saúde da pessoa idosa. Entende-se, portanto,

que a capacidade funcional é o novo paradigma de saúde, proposto por esta

Portaria (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

3.2 Qualidade de Vida (QV)

A finalidade da lei nº. 8842/94 é assegurar os direitos sociais do idoso,

criando condições para promover sua autonomia, integração e participação

efetiva na sociedade (art. 1º ), proporcinando qualidade de vida (QV) ao idoso.

A expressão “Qualidade de Vida” desenvolveu-se, após a Segunda Guerra

Mundial, associada ao desenvolvimento econômico e tecnológico dos países e

sua repercussão nas condições de vida das populações. Portanto, essa

expressão foi introduzida na sociedade contemporânea com uma conotação

político-social e ligadas à busca de indicadores capazes de apreender o bem-

estar social. Com o passar do tempo o conceito foi ampliado, integrando as áreas

da saúde, educação, moradia, transporte, lazer, trabalho, crescimento individual,

segurança e diminuição da morbimortalidade infantil.

Atualmente o conceito de Qualidade de Vida (QV) está bem mais

expandido e tem recebido atenção cada vez maior em várias áreas do

conhecimento, abrangendo uma série de aspectos como a capacidade funcional,

o nível sócio-econômico, o estado emocional, a interação social, a atividade

intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os

valores em geral, a satisfação com atividades diárias e o ambiente em que se

vive. Desta forma, verifica-se que este conceito não está associado apenas ao

aspecto saúde, mas a uma série de fatores que, em conjunto, corroboram para

uma melhor ou pior QV no indivíduo, em especial o idoso (VECCHIA, 2005).

9

Page 10: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

A preocupação com o conceito “Qualidade de Vida” refere-se a um

movimento interno das ciências humanas e biológicas no sentido de valorizar

parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, a diminuição da mortalidade

ou o aumento da expectativa de vida, conforme considerações do grupo de

estudo sobre Qualidade de Vida relacionada à saúde, da OMS (Organização

Mundial da Saúde). Para o grupo, conhecido como WHOQOL Group (World

Health Organization Quality of Life Group), Qualidade de Vida é definida como

uma percepção individual da posição do indivíduo na vida, no contexto de sua

cultura e sistema de valores nos quais ele está inserido e em relação aos seus

objetivos, o que pode ser afetado de forma complexa pela saúde física e estado

psicológico, levando a alterar seu nível de independência, relações sociais e

relações com as características do meio ambiente do indivíduo (THE WHOQOL

GROUP, 1994 Apud AMARAL, 2010).

3.3 Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS)

Quando o conceito de QV é empregado referindo-se aos cuidados de

saúde, designa-se “qualidade de vida relacionada à saúde”, o qual abrange o

nível de bem-estar e satisfação na vida de um indivíduo e como, a partir da

perspectiva de paciente, ele é afetado pela doença, acidentes e tratamentos

(TERENAN, ZANEI e WHITAKER, 2012), o que pode levar a uma alteração na

independência funcional de um paciente.

A independência funcional é traduzida como a capacidade que um

indivíduo tem de desempenhar suas atividades de vida diária (AVD). Essa

autonomia para realização de tarefas torna viável uma pessoa viver sozinho em

seu domicilio. Alguns fatores podem diminuir e/ou até mesmo levar à perda dessa

autonomia funcional, como doenças crônicas, processos patológicos agudos,

traumáticos ou cirúrgicos (CURZEl, JUNIOR e RIEDER, 2013 ).

O processo de hospitalização em uma UTI, geralmente, é acompanhado

por declínio funcional e da QV do paciente, o qual é submetido a uma série de

tratamentos e cuidados, envolvendo riscos de sequelas em longo prazo (ELLIOTT

et al, 2013). Sugere-se que fatores como patologias neurológicas, uso de

ventilação mecânica (VM) prolongada, quantidade de medicamentos utilizados,

presença de comorbidades e realização de procedimentos cirúrgicos podem

10

Page 11: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

contribuir para este comprometimento (WIETHAN, SOARES e SOUZA, 2017).

A qualidade de vida relacionada à saúde – QVRS foi inicialmente

mensurada para avaliar a dimensão e o impacto das doenças crônicas, devido

não ser possível curá-las, era preciso considerar o ponto de vista do paciente

sobre sua própria saúde. Portanto, foi atribuído à duração da vida quando

modificada pela percepção de limitações físicas, psicológicas, funções sociais e

oportunidades influenciadas pela doença, tratamento e outros agravos, tornando-

se o principal indicador para a pesquisa avaliativa sobre o resultado das

intervenções (ORLANDO; MIQUELIN, 2008).

Especificamente para os idosos, escalas de avaliação da capacidade

funcional foram desenvolvidas, a qual ainda contribuem para a avaliação da

qualidade de suas vidas. Dentre as escalas criadas para estas avaliações

destacam-se, o Índice de Katz (Atividades Básicas da Vida Diária – AVD) e a

Escala de Lawton (Atividades Instrumentais da Vida Diária – AIVD) que objetiva

conhecer a capacidade funcional em idosos, tornado-se um importante

instrumento para um levantamento de avaliação do modo de vida do paciente.

O ìndice de Katz, índex de Independência nas Atividades Básicas de Vida

Diária, é a escala mais usada e a mais citada, pois avalia atividades que estão

relacionadas à capacidade de autocuidado, pontuando questões específicas

(alimentar-se, banhar-se, vestir-se, mobilizar-se, deambular, ir ao banheiro,

manter controle sobre suas necessidades fisiológicas), mensurando a capacidade

do idoso em desempenhar suas atividades cotidianas de forma independente

(DUARTE, ANDRADE e LEBRÃO, 2007).

A Escala de Lawton, que avalia as atividades mais complexas,

relacionadas à capacidade de um indivíduo levar uma vida independente dentro

da comunidade, como utilizar meios de transporte, manipular medicamentos,

realizar tarefas domésticas leves e pesadas, preparar refeições e cuidar das

próprias finanças (BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).

11

Page 12: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

4. METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão sistemática a partir de estudos primários com

caráter de pesquisa descritiva e qualitativa, no qual visa descrever as

características das ações envolvidas em Unidades de Saúde e relacioná-las sem

o intuito de manipulá-las, porém de propor intervenções. Envolve o uso de

técnicas de coleta de dados como observação sistemática, a qual assume a

forma de levantamento.

O método da observação direta baseia-se na atuação de observador,

próprio pesquisador, o qual trabalha na área e tem familiaridade com o tema

abordado, obtendo informações sobre resultados, processos e impactos

relacionados a qualidade de vida do paciente duranrte e pós internação na UTI.

Figura 2: Fluxograma da metodologia do estudo

Fonte: Próprio autor

4.1 Local do estudoO estudo foi realizado em Porto Velho/RO e Ariquemes/RO (quadro 1),

cidades localizadas na Região norte do País, possui um clima equatorial quente

úmido com 2 estações ao ano (chuvoso e seco). Porto Velho apresenta uma

população estimada em 519.436 habitantes, sendo que desde 2008, devido a

12

Page 13: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

construção de duas usinas hidrelétricas, vem ocorrendo um significativo

crescimento demográfico, impactando o atendimento à saúde nas unidades

existentes (IBGE, 2017).

O Municiípio de Ariquemes, localizado a 203Km de Porto Velho, possui

uma população estimada de 105.896 habitantes (IBGE, 2016), baixa qualidade

de vida dos idosos com atividades rurais.

Quadro 1: Unidades hospitalares que atenderam ao estudoCIDADE PORTO VELHO ARIQUEMES

UNIDADES DE SAÚDE

Hospital Tiradentes Centro de Conveniência Idade Viva

Clínica Mais Saúde Entidade Filantrópica Lar Fraterno

Hospital Santa Marcelina Lar do Idosos Bom Samaritano

Unidade Básica de Saúde PACS Rural

Fonte: Próprio autor

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A diminuição das taxas de natalidade e o aumento da expectativa de vida

geram, consequentemente, a elevação do número de idosos no Brasil. De acordo

com estimativas elaboradas e divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2018), o número de idosos deverá aumentar ainda mais nos

próximos 30 anos. Por volta de 2050, haverá, no Brasil, 73 idosos para cada 100

crianças, invertendo a pirâmide etária.

Com o envelhecimento da população, o número de pessoas idosas

admitidas na UTI tem aumentado, pois o processo de envelhecimento normal,

também conhecido como senescência, em combinação com comorbidades

sistêmicas, fatores ambientais e epigenéticos pode reduzir as reservas fisiológicas

e a capacidade de resistir a um estressor agudo. Assim, a população idosa frágil e

com funções físicas e cognitivas prejudicadas fica altamente vulnerável e pode

desenvolver deficiências até mesmo após uma doença menos grave (THEDORE

et al, 2012).

13

Page 14: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

5.1 As implicações que interferem na Qualidade de Vida do idoso, causadas pela internação na UTI.

Estudos realizados a partir dos dados coletados de 457 idosos internados

em UTI, em Natal/RN, demonstraram que a sobrevida dos idosos é afetada por

diferentes fatores prognósticos representados por variáveis demográficas,

clínicas, referentes ao tipo de internação e à rede de serviços de saúde

(BONFADA et al, 2017).

Sacanella e colaboradores (2011), acompanharam 112 idosos que tinham

autonomia em atividades instrumentais de vida diária (AIVD), sem

comprometimento cognitivo antes da entrada na UTI. Em suas análises foi

demonstrado a redução significativa nas AIVDs, nos 12 meses subsequentes à

internação em UTI, comparando com a situação pré-UTI. Estes dados foram de

encontro aos de Conti e colaboradores (2012), dos quais foram verificados que os

pacientes idosos pioraram seu estado funcional durante a sua permanência na

UTI e, apesar de melhorarem após a alta hospitalar, não conseguiram voltar aos

níveis pré-UTI, mesmo após longos períodos de acompanhamento.

Concordâncias também foram verificadas nos estudos de Dietrick (2016) e

Ferrante e colaboradores (2015), onde não foi demonstrado diferença na

capacidade funcional de indivíduos idosos (60 a 79 anos) quando comparado aos

idosos mais velhos (≥ 80 anos) nos primeiros seis meses após a alta da UTI;

porém todos apresentaram grande perda da capacidade funcional em relação aos

dados anteriores à internação, sendo que, o estado funcional pré-UTI influencia

significativamente a trajetória funcional pós-UTI.

Portanto, durante o levantamento desse estudo, foi verificado que os

principais fatores associados à interferência da QV do idoso estão relacionados à

própria idade avançada, perda da capacidade funcional, glicemia elevada e

necessidade de ventilação mecânica invasiva na admissão da UTI. Os idosos

mais velhos apresentaram maior declínio funcional e menor nível de atividade

física, o que refletiu em maior necessidade de cuidados neste grupo, pois são

mais propensos a desenvolverem deficiência permanente e disfunção de órgãos,

não recuperarem o nível funcional da linha de base e, ainda, enfrentam maior

risco de mortalidade (DIETRICH, 2017).

14

Page 15: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

Quanto ao aumento da morbidade e/ou mortalidade associados ao pós

internação em UTIs, encontram-se o tempo de permanência na UTI, a gravidade

da doença, as comorbidades prévias, o motivo de internação, o ambiente

hospitalar, necessidade de suporte ventilatório invasivo e a situação financeira.

Estes fatos implicam em processos destrutivos, adicionados as razões que

resultaram no desenvolvimento da doença crítica, que procedem em déficites

fisicos e cognitivos por muitos anos, principalmente nos idosos mais velhos

(PINTADO et al, 2015; BRUMMEL el al, 2015).No entanto, para caracterizar implicações que interferem na QV do idoso

após internação em UTI, foi necessário organizar um método de análise de

conteúdo dos artigos relacionados para construção das categorias acerca do

assunto.

Quadro 2: Percepções de Qualidade de Vida de idosos durante e após internação na UTI (revisão bibliográfica)

QUALIDADE DE VIDA

PERCEPÇÃO DE QV DURANTE INTERNAÇÃO

INFLUÊNCIA NA QV APÓS INTERNAÇÃO NA UTI

POSITIVA

- Acompanhamento pós operatório; Relação interpessoal; acompanamento multiprofissional (AMARAL, 2010)

- Proporcionou um momento para reflexão

- O alívio de uma situação aguda (ORLANDO & MIQUELIN, 2008);

- interagir com o paciente e com a sua família (MACÊDO, 2006).

NEGATIVA

- Memórias de perdas (RUIPÉREZ & LORENTE, 2000)

- Morte atrelada ao consciente (PY & OLIVEIRA, 2006)

Desequilíbrio global irreparável; Pode gerar sofrimento e ansiedade; Perde de sua individualidade (SILVA; GONÇALVES, 2010)

Fonte: Póprio autor

As observações realizadas, neste estudo (quadro 3), vão de encontro aos estudos

pontuados no quadro 2, porém com algumas descrições não comentadas em trabalhos

anteriores, como os delírios após internação, os quais relatam ter vistos parentes que já

morreram, animais subindo pela parede e mexendo nos quadros e relógios. Esses

delírios, geralmente, começam a partir da terceira semana de internação, quando o

paciente começa a relatar perseguição de médicos, maus tratos pela equipe de

enfermagem e reclamação quanto a comida, que pode está envenenada. Este estado do

paciente continuam após a alta. No período pós internação ainda foi observado um

15

Page 16: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

quadro de depressão e demência, levando o idoso à uma apatia extrema e reduzindo

significativamente suas capacidades funcionais em atividades diárias.

Quadro 3: Percepções de Qualidade de Vida de idosos durante e após internação na UTI (Observação sistemática)

QUALIDADE DE VIDA

PERCEPÇÃO DE QV DURANTE INTERNAÇÃO

INFLUÊNCIA NA QV APÓS INTERNAÇÃO NA UTI

POSITIVA

- Acompanhamento pós operatório;

- Cuidados da equipe de enfermagem e visitação médica periódica

- Mudanças de hábitos para melhorar a QV;

- Esperança de melhoras e acompanhamento familiar;

NEGATIVA

- Medicações combinadas

- Curtos intervalos da medicação, o que não permite o descanso contínuo do paciente;

- Infecção hospitalar em período mais prolongado de internação

- Ausência de monitoramento domiciliar;

- Delírios pós internação;

- Perda da capacidade funcional

- Depressão

- Demência

Fonte: Póprio autor

Pode-se observar que o impacto do estado funcional prévio à internação na

UTI no desfecho funcional pós-alta da UTI é de grande relevância e que o

desenvolvimento do conceito de Qualidade de Vida poderá resultar em mudanças

importantes nas ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação em

saúde, conduzindo modelos de atendimento eminentemente biomédicos, que

negligenciam aspectos sócio-econômicos, psicológicos e culturais, a novos

paradigmas no processo saúde-doença.

5.2 Medidas de apoio ao idoso que possam contribuir para a melhoria de sua qualidade de vida

Segundo o vice-presidente do Conselho Nacional da Pessoa Idosa

(CNDPI), as profissões ligadas aos cuidados com os idosos são as profissões do

futuro, pois o Brasil conquistou a vitória de aumentar a longevidade da sua

população. Portanto, é preciso um amplo programa educacional, para que todos

tenham noções básicas sobre o processo de envelhecimento, valorizando e

respeitando a pessoa idosa, conforme perconiza o artigo 3, § 1º do Estatuto do

16

Page 17: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

Idoso (BRASIL, 2003), embora não se tem observado o cumprimento dessa lei,

nem na educação, na acessabilidade e nem na saúde.

Ainda amparados pelo artigo 3, do Estatuto do Idoso, no inciso V, onde

propõe que: “o atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do

atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de

manutenção da própria sobrevivência”.

O País se coloca diante de outro desafio, o de aumentar a oferta de

políticas públicas que garantam que a população idosa envelheça de forma ativa,

diante da atual configuração social, muitos idosos passam a ficar sem companhia

em casa e sem receber os cuidados necessários, conversar ou contar com o

apoio da família para desenvolver atividades, dessa forma, foi proposto um

modelo de instituições de acolhimento de idosos, o qual se caracteriza como um

centro de convivência, onde idosos que têm autonomia praticam atividades

recreativas e aprendem novos ofícios, e os chamados centros-dia, que em geral

recebem pessoas que precisam receber algum tipo de atendimento terapêutico.

Tal opção é ideal para idosos que não têm companhia e também para os

membros de famílias que precisam ou desejam trabalhar fora de casa, mas têm

responsabilidades com os mais velhos.

Ainda cabe ao Sistema Único de Saúde (SUS) assegurar atenção

integrada à saúde do idoso, conforme preconiza o artigo 15:

É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos (Lei 10.741/2003 art. 15) .

Sendo assim, baseado no inciso IV, artigo 15, da referida lei, este estudo

propõe – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que

dele necessitar, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições

públicas e/ou filantrópicas e eventualmente conveniadas com o Poder Público,

nos meios urbano e rural.

A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, Portaria GM 2528 de 19 de

outubro de 2006, define que a atenção à saúde dessa população terá como porta

de entrada a atenção Básica/ Estratégia de Saúde da Família, bem como a Rede

17

Page 18: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

de Atenção Psicossocial (CAPS) e a Rede de Urgências e Emergências (UPAS e

Pronto Atendimentos).

Durante os atendimentos nas Unidads de saúde deve-se verificar a

capacidade funcional do idoso, bem como o acompanhamento familiar. Sabendo-

se que a capacidade funcional de um idoso, normalmente ocorre na realização de

atividades mais básicas, sendo a alimentação a última capacidade a ser perdida

(figura 3). Essa capacidade funcional pode ser mensurada pelo índice de Katz

(quadro 4).

Figura 3:Escalonamento de autonomia social e independência de atividades diárias, no âmbito individual.

Fonte: Adaptado de SESAU/SP, 2015

Sendo assim, este estudo sugere a utilização do índice de katz para

avaliação da independência nas atividades diárias, durante o acompanhamento

pós tratamento na UTI, sendo este um instrumento de fácil interpretação e tem

uma característica preditora de necessidades cuidados/assistência, pois quanto

pior o desempenho desse índice, maior a necessidade de cuidados.

Dentre as várias classificações adotadas na literatura para os resultados do

índex de Katz, por questões didáticas e científicas, optou-se, nesta proposta de

intervenção, pelo index modificado por Katz e Akpom (1976), no qual é

apresentada uma escala de 0-6 sendo que as capacitações são diretamente

proporcionais às pontuações.

18

Page 19: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

Quadro 4: Capacitações funcionais avaliadas em 3 escalas (independente, dependente parcial e dependente total)

ÍNDEX DE INDEPENDÊNCIA NAS ATIVIDADES BÁSICAS DE VIDA DIÁRIAESCALA DE KATZ

INDEPENDÊNCIA DEPENDÊNCIA PARCIAL DEPENDÊNCIA

Banho – banho de leito, banheira ou chuveiro

Não recebe assistência Recebe assistência no banho somente para uma parte do corpo

Recebe assistência no banho em mais de uma parte do corpo

Vestir – pega roupa no armário e veste, incluindo roupas íntimas, roupas externas, fechos e cintos

Pega as roupas e se veste sem assistência

Pega as roupas e se veste sem assistência, com exceções

Recebe assistência para pegar as roupas ou para vestir-se

Ir ao banho – Dirigi-se ao banheiro para urinar ou evacuar: faz sua higiene e se veste após as eliminações

Vai ao banheiro, higieniza-se e se veste após as eliminações sem assistência, pode utilizar objetos de apoio, porém esvaziando por si mesmo

Recebe assistência para ir ao banheiro ou para higienizar-se ou para vestir-se após as eliminações ou para usar urinol ou comadre à noite.

Não vai ao banheiro para urinar ou evacuar

Transferência

Deita-se e levanta-se da cama ou da cadeira sem assistência (mesmo com objetos de apoio)

Deita-se e levanta-se da cama ou da cadeira com auxílio

Não sai da cama

Continência

Tem controle sobre as funções de urinar e evacuar

Tem “acidentes” ocasionais (perdas urinárias ou fecais)

Supervisão para controlar urina e fezes, utiliza cateterismo ou é incontinente

Alimentação

alimenta-se sem assistência Alimenta-se sem assistência, com exceções

Recebe assistência para se alimentar ou é alimentado parcial ou totalmente por sonda

A avaliação é de acordo com o índice de dependência: Nenhuma dependência das funções (0); dependência em uma função (1); dependência em duas funções (2); dependência em três funções (3); dependência em quatro funções (4) dependencia em cinco funções (5); dependência em seis funções (6). Fonte: Próprio autor.

Durante o período de observação direta, nos últimos 5 anos, foi verificado

que há poucos especialistas em tratamento e acompanhamento da saúde idosos,

pois uma equipe multidisciplinar deve contemplar todo o tratamento clínico,

acompanhamento à saúde domiciliar, acompanhamento psico-social,

fisioterapêuta, etc. Mas no que se refere especificamente ao contato imediato,

enfermeiros e geriatras, além da ausência de profissionais ainda há desvio de

atividades dos mesmos. Fato este, que mais uma vez, vem divergir do que rege o

Estatatuto do Idoso, em seu artigo 3, inciso  VI, onde dispõe sobre a: “capacitação e

reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na

19

Page 20: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

prestação de serviços aos idosos”. Sendo assim, os profissionais existentes nesta

área, devem ser capacitados para melhor atendimento ao idoso e não expandir

suas atividades as demais áreas de atuação e negligenciar o atendimento

específico, à não ser em situações emergenciais.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o aumento da longevidade, é essencial que as Secretarias de saúde

busquem atender o que preconiza a lei que ampara os idosos, constituindo

equipes multidisciplinares que busquem a promoção da saúde e a prevenção de

doenças, além de intervenções terapêuticas que possam minimizar os fatores

que interferem na capacidade funcional, proporcionando uma maior autonomia e

qualidade de vida a este cidadãos.

O ìndex de Independência das Atividades Diárias (AVD) é um instrumento

muito utilizado para avaliação da capacidade funcional na literatura

gerantológica, tanto em nível nacional quanto internacional, o qual pode ser

aplicado como forma de intervenção à saúde do idoso e promover um

acompanhamento domiciliar, possibilitando assim convergir a longievidade

populacional, que é tendência, à qualidade de vida do idoso.

20

Page 21: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, MHSP. Qualidade de vida do idoso pós-alta da UTI: reflexões para enfermagem. Dissertação apresentada à banca examinadora do Programa de Pós-graduação em Enfermagem – Nível Mestrado, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO, como requisito para obtenção do grau de Mestre em Enfermagem. 2010.

BONFADA, D; SANTOS, MM; LIMA, KC; GARCIA-ALTÉS, A. Análise de sobrevida de idosos internados em Unidades de Terapia Intensiva. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., 20(2): 198-206. 2017.

BRASIL. MS. Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, p.192, 2007.

BRASIL. IBGE. Estimativa populacional. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2016. https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2016/estimativa_dou.shtm. Consultado em 10.06.2018.

BRASIL. IBGE. 2016. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2013-agencia-de-noticias/releases/18263-pnad-2016-populacao-idosa-cresce-16-0-frente-a-2012-e-chega-a-29-6-milhoes.html. Consultado 06.06.2018.

BRASIL. IBGE. 2017. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/20980-numero-de-idosos-cresce-18-em-5-anos-e-ultrapassa-30-milhoes-em-2017.html. Consultado em 30.05.2018.

BRASIL. Estatuto do Idoso. LEI N o   10.741/2003. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/l10.741.htm. Consultado em 30.05.2018.

BRUMMEl, NE; BALAS, MC; MORANDI A, FERRANTE, LE; GILL, TM; ELY, EW. Understanding and reducing disability in older adults following critical illness. Crit Care Med. 43(6):1265–75. 2015.

CURZEL J, JUNIOR LAF, RIEDER MDM. Avaliação da independência funcional após alta da unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva; 25(2):93-8. 2013

DUARTE, YAO; ANDRADE, CL; LEBRÃO, ML. O índex de Katz na avaliação da duncionalidade de idosos. Ver Esc de Enfermagem USP, 41(2):317-25. 2007.

DIETRICH, C. Capacidade funcional dos idosos após a alta da UTI: coorte prospectiva. Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, como requisito para a obtenção do título de Mestre. 2016.

21

Page 22: Microsoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp ...  · Web viewMicrosoft Word - modelo para dissertacoes e Teses pgbioexp final.docx

ELLIOTT D, DENEHY L, BERNEY S, ALISON JA. Assessing physical function and activity for survivors of a critical illness: a review of instruments. Aust Crit Care. 24(3):155-66. 2011.

MACÊDO, K. N. F.; SILVA, G. R. F.; ARAÚJO, T. L.; GALVÃO, M. T. G. Aplicação da teoria interpessoal de Peplau com puérpera adolescente. Investigación y Educación em Enfermería. v. 24, n. 1, p. 78-85, mar. 2006.

SIMSON, O. R. M. V.; NERI, A. L.; CACHIONI, M. (orgs.). As múltiplas faces da velhice no Brasil. 2. ed. Campinas, SP: 250 p. Alínea, 2006.

SILVA, A. L.; GONÇALVES, L. H. T. (orgs.). Cuidado à pessoa idosa: estudos no contexto luso-brasileiro. Porto Alegre: Sulina, 272 p. 2010.

NAGAPPAN, R.; PARKIN, G. Geriatric Critical Care. Critical Care Clinical. v. 19, n. 2, p. 253-70, 2003.

ORLANDO, JMC. & MIQUELIN, L. UTIs Contemporâneas. 761 p. São Paulo: Atheneu, 2008.

PINTADO MC, VILLA P, LUJÁN J, TRASCASA M, MOLINA R, GONZÁLEZ-GARCÍA N, DE PABLO, R. Mortality and functional status at one-year of follow-up in elderly patients with prolonged ICU stay. Med Intensiva. 40(5):289-97. 2016.

PY, L.; PACHECO, JL.; SÁ, JLM.; GOLDMAN, SN. Tempo de Envelhecer: Percursos e dimensões psicossociais. 2. ed. Holambra, SP340 p. 2006.

RUIPÉREZ, I.; LLORENTE, P. Guias práticos de enfermagem: Geriatria. Tradução de Maria Teresa Ramalhal Teixeira. McGraw-Hill, 392 p. 2000.

TERENAN NP, ZANEI SSV, WHITAKER IY. Qualidade de vida prévia à internação em unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 24(4):341-6. 2012.

THEODORE, JW; COLIN, RC;, HANNAH, W. and JEREMY, MK. The Population Burden of Long-Term Survivorship after Severe Sepsis Among Older Americans. Am Geriatr Soc. 60(6): 1070–1077. 2012.

VECCHIA, RD; RUIZ, T; BOCCHI, SCM  e  CORRENTE, JE. Qualidade de vida na terceira idade: um conceito subjetivo. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 8, n. 3, p. 246-252, set. 2005.

WIETHAN, JRV; SOARES, JC; SOUZA, JA. Avaliação da funcionalidade e qualidade de vida em pacientes críticos: série de casos. Acta Fisiatr. 24(1):7-12. 2017.

22