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Escola Superior de Desporto de Rio Maior
1º Ano – Desporto, Variante da Gestão das Organizações Desportivas Introdução à Gestão do Desporto
2007
Discentes:
Nº 25111, André Mandeiro Nº 26060, Diogo Tavares
Nº 26051, Nadir Ibrahim Orientador: Pedro Raposo
Escola Superior de Desporto de Rio Maior
Título do trabalho
2
Índice
ÍNDICE ......................................................................................................................... 2
OBJECTIVOS............................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3
1. CINCO COMPONENTES DA ORGANIZAÇÃO – ABORDAGEM TEÓRICA ........... 5 1.1 APROFUNDAMENTO DA DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO DA COMPONENTE “VÉRTICE ESTRATÉGICO” ................ 6 1.2 APROFUNDAMENTO DA DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO DA COMPONENTE “PESSOAL DE APOIO” ...................... 7
2. UM CASO REAL À LUZ DAS CINCO COMPONENTES ORGANIZACIONAIS ....... 9 2.1 BREVES REFERÊNCIAS SOBRE A ORGANIZAÇÃO ....................................................................................... 9
2.2.1 O vértice Estratégico ............................................................................................................... 10 2.2.2 A Linha Hierárquica ................................................................................................................ 10 2.2.3 O Centro Operacional ............................................................................................................. 11 2.2.4 A Tecnoestrutura ...................................................................................................................... 11 2.2.5 O Pessoal de Apoio .................................................................................................................. 11
3. A ORGANIZAÇÃO À LUZ DAS METÁFORAS ORGANIZACIONAIS .................... 13
4. UM ACTO DE GESTÃO PRESENCIADO .............................................................. 15
CONCLUSÃO/ANÁLISE CRÍTICA ............................................................................. 16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 18
Índice de Figuras
FIGURA 1 – AS CINCO COMPONENTES BÁSICAS DA ORGANIZAÇÃO ....................................................................... 8
Título do trabalho
3
Objectivos
Com este trabalho é proposto o estabelecimento de uma comparação entre
uma Organização Desportiva – ginásio MaxiGym – e a matéria abordada nas aulas de
Introdução à Gestão do Desporto.
A execução do mesmo baseia-se em recolher informações estruturais sobre a
organização a ser estudada, estabelecendo à posteriori uma analogia com “As cinco
Componentes Básicas da Organização” segundo Henry Mintzberg, nomeadamente: o
Vértice Estratégico, a Linha Hierárquica, o Centro Operacional, a Tecnoestrutura e o
Pessoal de Apoio.
É ainda proposto o aprofundamento do estudo de duas componentes básicas
da organização, nomeadamente o Vértice Estratégico e o Pessoal de Apoio.
Pretende-se ainda estabelecer, de certo modo, e com um objectivo
comparativo, o relacionamento entre a estrutura em estudo e as Metáforas
Organizacionais, segundo Morgan (“Organização como máquina”, “Organização como
Organismo”, “Organização como Cérebro”, “Organização como Cultura” e
“Organização como Sistema Político”).
Posto isto, a finalidade deste estudo é, não só discriminar cada departamento
da empresa incluído nesta componente, mas também analisar qual o contributo e
quais as responsabilidades de cada departamento para o bom funcionamento global
da organização.
Introdução
Na actualidade, cada vez mais nos deparamos com um crescente número de
organizações que têm por finalidade a produção de serviços e bens na área do
desporto. Resultante deste crescimento formaram-se organizações com diferentes
complexidades e por isso, com objectivos e componentes organizacionais distintas.
Tendo em vista uma compreensão eficaz das estruturas organizacionais, Henry
Mintzberg, na sua obra “Estrutura e Dinâmica das Organizações” apresentou um
modelo estrutural para as organizações, dividindo estas nas suas componentes
fundamentais: Vértice Estratégico, Linha Hierárquica, Centro Operacional, Pessoal de
Apoio e Tecnoestrutura. Esta abordagem sugerida por Mintzberg tornou mais facilitada
a compreensão do funcionamento de uma organização.
Posto isto, achamos pertinente neste trabalho realizar uma abordagem destas
Cinco componentes, realizando uma comparação com um caso real demonstrando,
Título do trabalho
4
efectivamente, que não se trata apenas de um conjunto de teorias criadas pelo autor,
mas sim, a existência de correspondência das mesmas na realidade organizacional.
Deste modo, optamos por realizar primeiramente uma abordagem teórica das 5
componentes básicas da organização à luz da teoria de Mintzberg sobre a matéria em
causa. É pois necessário a existência inicial de conceitos teóricos de modo a servirem
de base para uma posterior comparação com a realidade organizacional, o que
acontecerá mais à frente neste trabalho.
De seguida e ainda em contexto teórico, cumprimos mais um dos objectivos
propostos para a realização deste trabalho, aprofundando duas das cinco
componentes da organização, nomeadamente, o Vértice Estratégico e o Pessoal de
Apoio.
Realizada a vertente teórica do trabalho irá ser realizado o enquadramento no
caso prático ao qual debruçamos o nosso estudo. Assim, iremos realizar um
levantamento de informações sobre o ginásio de modo a que haja um prévio
conhecimento do seu historial e da sua maneira de gerir a actividade desportiva que
lhe compete.
Logo de seguida, irá então ser feita uma analogia e uma correspondência entre
as Cinco componentes segundo Mintzberg e a realidade da organização desportiva
em estudo. Aqui, será referenciado cada um dos departamentos pertencentes ao
ginásio, bem como, a utilidade de cada um para os objectivos gerais da organização.
Numa outra vertente deste trabalho, será realizada uma comparação do ginásio
MaxiGym com as formas de ver as organizações segundo Morgan – as Metáforas
Organizacionais: Organização como Máquina, Organização como Organismo,
Organização como Cérebro, Organização como Cultura e Organização como Sistema
Político.
Por fim e mais a título de curiosidade, não descartando o interesse de tal facto
para o trabalho, irá ser relatada uma ocorrência verificada em contexto organizacional,
aquando do nosso deslocamento ao local para a recolha de informações de modo a
sustentar a realização do trabalho em causa.
Título do trabalho
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1. Cinco componentes da Organização – Abordagem Teórica
Consoante o crescimento de determinada organização, esta ao tornar-se
progressivamente mais complexa, necessita de um quadro de indivíduos que
garantam o pleno funcionamento da mesma, permitindo que, desta forma, os
objectivos previamente traçados pela organização sejam efectivamente alcançados.
Há, portanto, a criação de uma hierarquia de autoridade ao nível da organização.
Para uma compreensão correcta e facilitada das diversas componentes que
uma organização pode, de facto, apresentar, Henry Mintzberg sugere Cinco
componentes básicas que permitem uma estruturação exemplificativa (através de uma
disposição piramidal – ver fig.1) do quadro de trabalhadores que contribuem de forma
directa ou indirecta para um objectivo comum – objectivo organizacional. Estamos pois
a falar das componentes: Centro Operacional, Vértice Estratégico, Linha Hierárquica,
Tecnoestrutura e Pessoal de Apoio.
Realizando uma abordagem de forma mais particular a cada uma das
componentes podemos referenciar o facto de na base da pirâmide encontrarmos o
Centro Operacional. Esta componente alberga os operacionais que desempenham o
trabalho básico de determinada organização, baseando a sua actividade,
essencialmente, na recepção de inputs, na conversão destes, criando os outputs. No
fundo, esta componente apresenta-se bastante associada à produção de produtos
e/ou serviços.
Acima do Centro Operacional temos as componentes de ordem administrativa:
Vértice Estratégico e Linha Hierárquica. Em relação à primeira, nesta encontram-se os
gestores responsáveis pela coordenação máxima do desempenho da organização,
bem como, os seus assistentes pessoais que apresentam um papel importante no
apoio prestado aos mesmos. É nesta componente, e através dos indivíduos que a
compõem, que os objectivos organizacionais são deliberadamente traçados e
definidos, tendo em conta a realidade em que a organização em causa se insere.
Na Linha Hierárquica encontramos outro tipo de gestores, encarregados
principalmente por realizar uma ligação entre o Vértice Estratégico e o Centro
Operacional. Esta ligação baseia-se na transmissão de informação desde entidades
administrativas (Vértice Estratégico) para os responsáveis pela produção de bens e
serviços dessa mesma organização (Centro Operacional) e vice-versa – informação
ascendente e descendente. Deste modo, podemos também destacar o papel crucial
que estes gestores apresentam na monitorização dos processos de produção da
Título do trabalho
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organização, permitindo assim, que haja um maior e melhor controlo sobre o alcance
ou não dos objectivos previamente estabelecidos pela organização em causa.
Outra componente não menos importante que as anteriormente abordadas é a
Tecnoestrutura. Esta situa-se à esquerda da Linha Hierárquica e é composta por
analistas com funções ao nível da estandardização do trabalho realizado pelo pessoal
do Centro Operacional. Assim, estes analistas estabelecem a melhor forma, aos olhos
da organização e da sua componente administrativa, de garantir o sucesso da
organização, estabelecendo o “caminho a percorrer” pelos operacionais, caminho esse
que será alvo de monitorização por parte das entidades constituintes da Linha
Hierárquica. Nesta componente podemos então destacar, a título de exemplo, os
Contabilistas da organização.
Por fim, temos o Pessoal de Apoio. Como o próprio nome indica estamos na
presença de um conjunto de entidades que apoiam de forma indirecta o
funcionamento do Centro Operacional, não se apresentando contudo ligado ao fluxo
de trabalho desta componente. Esta componente situa-se à direita da Linha
Hierárquica podendo conter na mesma, por exemplo, a cantina, o departamento de
relações laborais, a recepção, entre outros.
1.1 Aprofundamento da dinâmica de funcionamento da componente
“Vértice Estratégico”
No Vértice Estratégico encontramos o quadro de membros com
responsabilidades máximas ao nível global da organização, como sendo, os
administradores, os directores-gerais, entre outros. Nesta secção estão também
incluídos todos os funcionários que apoiam directamente os quadros de chefia da
organização. Estamos, por exemplo, a falar de assistentes, secretárias.
A grande função do Vértice Estratégico prende-se com a garantia do
cumprimento eficaz da missão organizacional. Outras funções são, correntemente,
associadas a esta componente destacando-se, por exemplo, a escolha do mecanismo
de coordenação do desempenho organizacional. Em relação a este, é vulgar encontrar
organizações que apostam na supervisão directa, ou seja, um controlo directo das
actividades organizacionais. Isto porque, este mecanismo de coordenação já deu
provas, em várias organizações, da sua importância ao nível de evitar de atritos dentro
da organização, levando a que esta funcione como uma unidade integrada.
Por outro lado, outro conjunto de deveres associados ao Vértice Estratégico diz
respeito às relações da organização com o ambiente exterior. Algumas destas relações
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estão patentes quando há uma informação das pessoas influentes no ambiente, sobre
as actividades proporcionadas pela organização, estabelecendo-se desta forma uma
relação entre a organização e o seu meio envolvente.
Por fim, outro conjunto de deveres que não pode ser esquecido por parte das
entidades que compõem o Vértice Estratégico é o desenvolvimento da estratégia da
organização. Esta apresenta-se bastante dependente do conhecimento que os quadros
executivos apresentam do ambiente exterior com o qual a organização tem condições
para estabelecer relações. Estas estratégias são criadas de modo a fazerem face aos
problemas suscitados pelo ambiente. Convém ainda realçar que esta estratégia não é
estática havendo, portanto, um constante ajustamento da mesma às eventuais
mudanças que possam ser verificadas tanto em ambiente exterior como em ambiente
organizacional.
De forma geral e em jeito de conclusão podemos referir que o Vértice
Estratégico tem uma perspectiva de conjunto mais vasta e consequentemente uma
visão mais abstracta da organização. A título de curiosidade podemos ainda referir que
o ajustamento mútuo é o mecanismo de coordenação preferido entre as entidades
desta componente.
1.2 Aprofundamento da dinâmica de funcionamento da componente
“Pessoal de Apoio”
Esta componente baseia-se num conjunto de unidades especializadas que,
embora se apresentem fora do fluxo de trabalho operacional, prestam um apoio deveras
importante à organização.
Para uma abordagem compreensiva desta componente torna-se importante a
exemplificação de algumas destas unidades. Por exemplo: uma cantina dentro de uma
organização presta um apoio à mesma (ainda que de forma indirecta), na medida em
que, permite às entidades executivas estabelecer, por exemplo, horários de almoço
para os seus funcionários, controlando de forma mais eficaz o tempo levado a cabo
pelos indivíduos para comerem as suas refeições. Para além disso, através da
existência desta unidade de apoio é permitido também o controlo, por parte dos
executivos, da qualidade nutritiva das refeições que são servidas aos seus funcionários,
garantindo desta forma que através de refeições nutritivas o trabalho ao nível da
organização possa sair beneficiado.
Ora, se todas as unidades de apoio de uma organização prestarem um
contributo semelhante (no seu devido contexto) ao do exemplo anteriormente referido,
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as probabilidades da existência de um melhor funcionamento a nível organizacional
são bastante altas.
Figura 1 – As Cinco Componentes Básicas da Organização
Título do trabalho
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2. Um caso real à luz das Cinco componentes organizacionais
Após o estudo teórico das cinco componentes básicas de uma Organização,
segundo Mintzberg, o nosso grupo procedeu à realização de uma entrevista a um
gestor de um ginásio, de forma a poder-se estabelecer uma comparação da estrutura
do ginásio em causa, com as cinco componentes organizacionais.
O gestor do ginásio, José Pintassilgo1 foi primeiramente mostrar-nos as
instalações do MaxiGym2 e de seguida levou-nos para uma das mesas do bar onde
procedemos à entrevista, num ambiente agradável e informal.
Para um melhor enquadramento do tipo de estrutura e dimensão da organização
que estamos a estudar, será pertinente referir que esta tem cerca de 1000 m2 e
emprega 23 pessoas.
2.1 Breves Referências sobre a Organização
A ideia de constituir este ginásio surgiu à 14 anos, em que um grupo de amigos
(cinco) decidiu “montar” o seu próprio ginásio. Abriram um espaço com cerca de 180 m2
e tinham 4 empregados. Ao longo dos anos mudaram mais duas vezes de espaço e
foram aumentando o número de empregados. Desde à 3 anos estão num espaço com
cerca de 1000 m2 e empregam as referidas 23 pessoas.
Apesar dos inúmeros currículos que recebem, quando esta organização
pretende contratar alguém, ou opta por contratar alguém já conhecido pelos quadros
executivos ou pede referências a professores no activo, ou então contrata praticantes
que tenham a formação pretendida. Esta nunca recorre a estabelecimentos de Ensino
Superior, justificando tal facto com o argumento de que devido a esta organização ser
de pequena dimensão, as pessoas licenciadas não encararem este emprego como algo
que preenche a sua carga laboral totalmente, mas sim que preenche um carga parcial e
não é isso que a organização procura.
As estratégias do ginásio para conseguir captar novos praticantes baseiam-se
em: publicidade na rádio e jornais, através de permutas; acções de rua, como
espectáculos de dança gratuitos junto da população em espaços como praças e jardins
e finalmente a procura em atingir o máximo de qualidade oferecida de modo a que os
seus praticantes passem a palavra a outras pessoas como certificado de qualidade dos
1 José Pintassilgo é um nome fictício, com vista a respeitar a privacidade da pessoa em causa;
2 MaxiGym é o ginásio a ser estudado e foi-nos facultada a permissão de colocar o nome do ginásio no
nosso trabalho;
Título do trabalho
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serviços. A organização dá especial ênfase a este último método, referindo que apesar
de ser um método de divulgação lento é o que conduz a melhores resultados.
A estratégia que a organização utiliza como método para manter os seus
utentes, é prestar cada vez mais melhores serviços a um baixo custo. Para além disto o
ginásio oferece brindes a pessoas que cumpram um ano de permanência no mesmo e a
cada ano que passa vão oferecendo novos brindes. Por exemplo, a quem permaneça
no mesmo 1 ano é oferecido um equipamento desportivo, sendo ainda sorteado entre
os utentes que frequentam a organização à mais de um ano e meio, 3 viagens ao Brasil.
O gestor desta organização refere outros pontos importantes como o facto de
haver uma elevada procura nas aulas de grupo, uma vez que se trata também de um
ponto de socialização; refere que a existência de personal trainers em ginásios de
pequenas dimensões não compensa; faz referência à constante necessidade de
“reciclar” os seus professores, serviços e locais de prática desportiva e por último faz
referência ao facto de que cada vez mais se notar uma maior necessidade de oferecer
mais serviços, melhores ambientes e melhores condições a mais baixo custo.
2.2.1 O vértice Estratégico
Neste sector do ginásio, através da informação que nos foi dada a conhecer,
apenas podemos enquadrar seis pessoas, os cinco proprietários do ginásio, bem como
uma assistente executiva – secretária.
Uma das pessoas pertencentes a este sector é o Sr. José Pintassilgo, que
apesar de não ser o único dono do ginásio, era este a única pessoa que estava “à
frente” do mesmo, ou seja, era só ele que tinha a função de gerir. Este sector reveste-se
de grande relevância para o bom funcionamento da organização, já que, é através
deste que as estratégias são delineadas e os objectivos organizacionais são
previamente deliberados e traçados.
2.2.2 A Linha Hierárquica
Ao analisarmos este sector deparámo-nos com o facto de que, apenas abrangia
uma pessoa, muito provavelmente devido à circunstância do ginásio em causa ser
relativamente de pequena dimensão.
A pessoa que se encontra nesta componente é o Sr. José Pintassilgo, o mesmo do
Vértice Estratégico. Isto acontece uma vez que este, para além de ser proprietário gere
a organização, supervisionando e comunicando directamente com cada departamento
Título do trabalho
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desta mesma organização. Assim sendo, foi-nos transmitida a ideia de que dentro do
ginásio todas as pessoas empregadas no mesmo comunicavam entre si, incluindo o
gestor, mas que no final as decisões eram tomadas pelo Sr. Pintassilgo, agindo em
conformidade com as suas convicções, tal como as convicções dos indivíduos
empregados.
2.2.3 O Centro Operacional
Esta é a componente que interage de uma forma directa com os clientes do
MaxiGym.
Este sector compreende 8 professores de diferentes modalidades, exemplo
desses professores são: a professora de cycling, o professor de musculação, a
professora de step, a professora de aeróbica, o professor de bodycombat, entre outros.
Esta organização privilegia um bom serviço neste sector, uma vez que a excelência
advinda dos seus serviços vai procurar uma melhoria na satisfação do cliente, tal como
uma maior procura destes mesmos préstimos.
2.2.4 A Tecnoestrutura
Nesta secção foi-nos possível “encontrar” três outros trabalhadores. Um
contabilista e uma advogada que trabalhavam para esta organização, ainda que em
part-time, e ainda uma responsável pelo departamento de marketing e publicidade da
organização.
Algumas das funções destas pessoas são: actualizar constantemente a situação
organizacional, delinear estratégias de trabalho, combater eventuais contratempos a
nível jurídico, encontrar formas de captar novos clientes, entre outros.
2.2.5 O Pessoal de Apoio
Este sector, apesar de conter uma certa “independência” e de as pessoas a ele
pertencentes não contactarem de uma forma directa com os utentes do ginásio, tem
uma importância crucial no desenvolvimento do mesmo.
Nesta organização encontrámos onze pessoas pertencentes a este
departamento. São elas: quatro empregadas de limpeza, uma pessoa que trabalhava no
bar, duas recepcionistas a trabalhar por turnos, um estafeta, um paramédico em part-
time e ainda dois técnicos de manutenção de instalações e equipamentos.
Título do trabalho
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A importância deste sector é nítida, na medida em que se não houver uma
limpeza constante dos espaços estes ficam sujos; se não existir bar os utentes vão
procurar este mesmo serviço fora da organização; se não existirem recepcionistas os
clientes ou potenciais clientes não poderão adquirir eventuais informações necessárias;
se não existir um estafeta a comunicação com bancos, correio etc. não poderá ser
efectuada de uma forma rápida e eficaz; se não existir um paramédico o serviço de
auxílio ao cliente fica empobrecido e ainda se não existirem técnicos de manutenção, os
espaços e equipamentos danificados não poderão ser reparados rapidamente. A não
existência deste tipo de serviços leva a uma insatisfação por parte dos clientes, o que
se vai reflectir à posteriori na organização, fazendo com que esta perca qualidades e
ganhe ao invés vulnerabilidades.
Torna-se então pertinente referir que este sector é de elevada importância, uma
vez que, vai apoiar a organização de uma forma insubstituível e a inexistência deste tipo
de departamentos leva a uma deficiente actividade por parte da organização.
Título do trabalho
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3. A Organização à luz das Metáforas Organizacionais
As Metáforas Organizacionais, segundo Morgan são: Organização como
Máquina, Organização como Organismo, Organização como Cérebro, Organização
como Cultura e Organização como Sistema Político.
Decorrente do conhecimento adquirido através do estudo da organização
desportiva à qual nos propusemos abordar, pudemos concluir que, com base nas
formas de olhar as organizações segundo Morgan (Metáforas), esta enquadra-se
preferencialmente num tipo de organização vista como Organismo. Trata-se, portanto,
de uma organização que adquire os seus recursos através da sua adaptação ao meio
envolvente, apresentando-se bastante dependente dessa para que consiga garantir a
sua sobrevivência no meio em que a mesma se insere. No fundo, apresenta-se como
sendo uma organização que baseia a sua evolução em necessidades ocasionais,
nomeadamente, ao nível dos indivíduos, dos grupos e da organização em si, que
através da constante procura de soluções para os problemas, consegue quase que de
forma natural experimentar variados períodos de evolução organizacional, evolução
essa que acaba por se reflectir nos produtos e serviços que esta mesma organização
tem para oferecer à comunidade.
Ora, pudemos chegar a esta conclusão, já que, através das informações
fornecidas pelo gestor, ficámos a saber, a título de exemplo, que o ginásio MaxiGym
apresenta uma tabela de preços para os seus clientes adaptada às possibilidades
actuais da sociedade. Ou seja, na organização há uma consciência da realidade
monetária dos seus clientes, muito devido à crise económica vivida em Portugal,
optando deste modo por praticar um conjunto de preços que permitem o não
afastamento dos indivíduos do ginásio. Assim, optam por garantir a existência de
clientes, ainda que, os proveitos ao nível da organização não se apresentem a curto
prazo, mas sim, num futuro mais longínquo. Este é um exemplo da adaptação da
organização ao seu meio envolvente. Outro exemplo prende-se com o facto de, por
exemplo, ao serem apresentados um conjunto de preços aliciantes para a o população
em geral, vai haver como que uma divulgação de “boca em boca” desta característica
positiva da organização. Deste modo, a organização aposta numa estratégia em que a
divulgação do seu “bom-nome” na região favorece a sua subsistência e evolução, na
medida em que vai proporcionar a maior angariação de clientes, bem como, um
aumento do prestígio da organização. Estamos pois na presença de um conjunto de
soluções de problemas que permitem ou não, que possa haver, de facto, uma evolução
ao nível geral da organização.
Título do trabalho
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Como tal, verifica-se que existe uma grande intimidade entre o ginásio e a
metáfora organizacional “Organização como Organismo”. No entanto, torna-se
importante salientar o facto de não ser possível realizar uma abordagem a determinada
organização apoiada em apenas uma metáfora. É evidente que pode haver uma maior
identificação com determinada visão mas todas as outras formas de ver a organização
são importantes já que completam a abordagem organizacional, isto porque, para além
de completar a maneira como esta é vista, permite um conhecimento mais
fundamentado e cuidado da mesma. Estamos pois a falar de outro tipo de metáfora –
“Organização como Amálgama”.
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4. Um acto de Gestão Presenciado
Aquando da nossa deslocação para a realização da entrevista ao Gestor do
complexo desportivo em estudo, deparámo-nos com um acontecimento que desde
logo nos pareceu importante e interessante para o enriquecimento do trabalho a que,
deste modo, nos propomos realizar.
A situação presenciada pode ser descrita da seguinte forma: enquanto
aguardávamos pela recepção do gestor, junto à zona da recepção do ginásio,
verificamos a entrada do mesmo, seguido da entrada de um professor de uma
determinada modalidade. Estes começaram a discutir por motivos desconhecidos, no
entanto, foi-nos transmitida a ideia de que se tratava de um desentendimento
provocado por uma eventual conduta incorrecta por parte do professor, em
circunstâncias anteriores também elas desconhecidas, que deixou o gestor
profundamente insatisfeito. Desde logo mostrou a sua insatisfação em relação ao
eventual acontecimento, já que este poderia colocar em causa o interesse e o bem-
estar do seu ginásio. Posto isto, adverteu-o verbalmente, acabando mesmo por
comunicar-lhe que o melhor, tendo em vista a salvaguarda dos interesses da
organização, seria dispensar os seus serviços. E assim foi…
O relevante de toda esta situação é que, de facto, assistimos efectivamente a
um acto pleno de gestão, ainda que, de uma forma e numa altura em que não
estávamos nada à espera. A verdade é que, através de uma posterior análise ao que
tínhamos presenciado, podemos concluir que tal incidente poderia contribuir para
exemplificar o trabalho que um gestor apresenta ao nível organizacional. Ora, se é dito
que uma das principais funções dos gestores se baseia na resolução de problemas,
aqui está! Nada mais poderia ser tão explícito e exemplificativo de tal facto.
Título do trabalho
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Conclusão/Análise Crítica
Resultante da realização do trabalho sugerido no âmbito da disciplina de
Introdução à Gestão do Desporto (IGD), bem como, de toda a sua envolvente, desde a
recolha de dados/informações até à escrita da última palavra contida no mesmo,
podemos concluir, de maneira geral, que este trabalho foi-nos bastante proveitoso na
medida em que nos permitiu o consolidamento de conceitos já anteriormente
abordados nas aulas de IGD, como também, o enriquecimento de conhecimentos na
área da gestão desportiva resultantes, principalmente, da abordagem do caso prático.
Desta maneira, foi-nos permitido verificar a correspondência entre as teorias
abordadas sobre a matéria em estudo e a realidade das organizações desportivas. Há,
de facto, correspondência e simplificação da abordagem organizacional.
Foi-nos ainda possível concluir a importância que cada uma das Cinco
componentes apresenta para um funcionamento eficaz e correcto da organização,
uma vez que, no decorrer do trabalho fomos “dissecando” cada uma delas,
apresentando e abordando as partes que as compõe, retirando assim conclusões
sobre a sua importância e contributo.
Com base no conhecimento teórico que fomos adquirindo e com base na
análise do caso prático estudado, à medida que íamos “construindo” o nosso trabalho,
começámos a ter a opiniões convergentes e divergentes sobre os métodos de gestão
utilizados pelo gestor do ginásio em causa. O ponto de convergência de maior relevo é
o facto desta organização dar uma elevada importância ao sector Pessoal de Apoio.
Na nossa opinião esta componente é bastante importante, uma vez que nos dias que
decorrem os clientes/utentes que recorrem a este tipo de organização têm em especial
atenção, factores considerados fundamentais, como o nível de limpeza das
instalações, o bom funcionamento dos materiais, e até mesmo o grau de simpatia dos
recepcionistas e empregados. Neste ponto, os métodos utilizados pelo gestor do
ginásio vão de encontro aos métodos que do nosso ponto de vista são correctos e
benevolentes para o bom funcionamento da organização.
Ao invés desta perspectiva convergente existe outro ponto em que há uma
relativa discórdia sobre os métodos utilizados. No que respeita à componente Centro
Operacional o gestor do ginásio deixa ao critério dos trabalhadores a marcação de
aulas de determinadas modalidades, indo este horário ao encontro das possibilidades
dos professores e não dos clientes. No nosso ponto de vista, o correcto seria fazer a
marcação de aulas segundo as possibilidades da generalidade dos utentes.
Título do trabalho
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Na nossa opinião, se fosse realizado um inquérito com vista à recolha de
informação sobre a preferência dos clientes no que respeita à hora das aulas
realizadas, haveria pois uma melhor deliberação na escolha das horas para a prática
de determinadas aulas e consequentemente uma maior afluência às mesmas.
Concluímos ainda que, a organização desportiva em estudo apresenta uma
analogia mais acentuada com a Metáfora Orgânica, ainda que, a abordagem da
mesma regindo-se única e exclusivamente pela abordagem desta metáfora estaria
incompleta e mal fundamentada. Assim, todas as outras maneiras de olhar a
organização são necessárias para uma compreensão eficaz e correcta da mesma, já
que, ainda que não seja directamente perceptível, cada uma delas, através da sua
maneira de abordar uma organização, apresentam um contributo que vai
complementar a maneira de abordar a organização em estudo.
Título do trabalho
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Referências Bibliográficas
• Mintzberg, H. (2004). Estrutura e Dinâmica das Organizações. Publicações Dom
Quixote – pp. 37-53;
• Apontamentos de aula;
• Informações recolhidas em entrevista ao gestor da organização em estudo.