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MIGRANTE NO MERCADO DE TRABALHO RURAL E URBANO:
UMA ABORDAGEM REGIONAL
Paulo Victor Maciel da Costa1
Silvana Nunes de Queiroz2
RESUMO
As transformações institucionais, econômicas e sociais verificadas a partir dos anos
1980, afetaram significativamente, de forma distinta, a distribuição espacial da
população brasileira, sendo constatadas alterações na dinâmica migratória rural e
urbana e na inserção ocupacional desse grupo populacional, em algumas das
grandes regiões do país, em períodos recentes. Dessa forma, o presente artigo tem
como principal objetivo analisar a inserção do migrante no mercado de trabalho rural
e urbano, nas cinco grandes regiões do Brasil, nos anos de 1995, 2005 e 2015.
Acrescenta-se que a problemática é de grande relevância para o meio acadêmico
quanto para a esfera governamental na elaboração de políticas públicas. Para
atender os objetivos propostos, os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) de 1995, 2005 e 2015, é a principal fonte de informação. Os
principais resultados apontam significativa concentração das melhores ocupações e
rendimentos nos espaços urbanos das regiões mais desenvolvidas do país (Centro-
Oeste e Sudeste), enquanto a maior taxa de ocupação encontra-se na região Norte,
contudo, apresenta expressiva informalidade. Já a região Nordeste é a que reúne os
piores resultados com relação ao desemprego, informalidade e rendimentos.
Palavras-chave: Migração. Trabalho. Rural. Urbano. Grandes Regiões.
1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Demografia (PPGDem/UFRN). E-mail: [email protected]. 2 Professora do Departamento de Economia da URCA e do Programa de Pós-Graduação em Demografia da UFRN (PPGDem/UFRN). E-mail: [email protected].
1. INTRODUÇÃO
Devido à crise internacional de 1929, com a nítida consolidação da indústria
doméstica e a unificação do capital e do trabalho, reduziu-se significativamente o
fluxo migratório internacional e intensificou-se a migração interna no Brasil. Assim, o
governo brasileiro passou a investir na mobilização interna da população, tendo
como destaque o fluxo migratório rural-rural, promovido pela expansão das fronteiras
agrícolas, e o fluxo rural-urbano, impulsionado pelos novos padrões de urbanização
articulados pelo processo de industrialização na região Sudeste (CANO, 1975;
AYDOS, 2010).
Com o expressivo crescimento da economia brasileira, a partir dos anos 1950
até o final da década de 1970, ‘puxado’ notadamente pelo setor industrial, a
urbanização cresceu significativamente, em contrapartida, aumentou os
desequilíbrios estruturais entre as cinco grandes regiões do país. A esse respeito,
cabe ressaltar que, na década de 1970, aproximadamente 80% da produção
industrial brasileira concentrava-se na região Sudeste, sendo o estado de São Paulo
responsável por mais da metade dessa produção (PATARRA, 2003; QUEIROZ,
2013).
Nesse contexto, a região Nordeste registrava as suas maiores perdas
populacionais para as regiões Sul e Sudeste do país, em especial para o estado de
São Paulo. Com efeito, a maior evasão de emigrantes rurais no território nacional
pertence ao Nordeste desde 1950 (CAMARANO, 1997). Contudo, a partir da década
de 1980, com a recessão econômica que assolou o país, o Nordeste, por um lado,
teve o seu fluxo emigratório reduzido e, por outro lado, passou a receber maior
volume de imigrantes, principalmente retornados (QUEIROZ 2003; 2013).
Assim, a compreensão do movimento migratório, bem como a inserção do
migrante no mercado de trabalho é de fundamental importância para a elaboração
de políticas públicas específicas, que possibilitem um melhor aproveitamento destes
espaços, bem como homogeneização econômica e social no rural e no urbano
brasileiro.
Nesse contexto, este artigo tem como principal objetivo analisar a inserção do
migrante no mercado de trabalho rural e urbano, nas cinco grandes regiões do
Brasil, nos anos de 1995, 2005 e 2015. No intuito de identificar como o migrante
encontra-se inserido no mundo do trabalho, serão analisadas as variáveis de
condição de atividade, posição na ocupação, situação ocupacional, ocupação por
setor de atividade e faixas de rendimento em salário mínimo, referindo-se ao fluxo
migratório inter-regional.
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
2.1 Recorte Geográfico
O Brasil localiza-se na América do Sul e faz fronteira com quase todos os
países deste continente, com exceção apenas do Equador e Chile. Além disso, é
composto por 27 estados, incluindo o Distrito Federal, os quais formam as 5 grandes
regiões (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Figura 1: Mapa de localização do Brasil, segundo grandes regiões e UF’s Fonte: Elaboração própria, a partir das malhas territoriais do IBGE (2015) e das malhas culturais da Natural Earth Vector, versão 4.0.0 (2017).
2.3 Definições Adotadas
A definição de urbano e rural adotada no estudo é baseada nos critérios
utilizados pelo IBGE (2016), que considera como situação de domicílio urbana “[...]
as áreas correspondentes às cidades (sedes municipais), às vilas (sedes distritais)
ou às áreas urbanas isoladas. A situação rural abrange toda a área situada fora
desses limites. Este critério também é utilizado na classificação da população
urbana e rural”.
Migrante inter-regional – indivíduo (natural ou não natural) da área em
estudo (grandes regiões), com cinco anos ou mais de idade que, na data de
referência do Censo Demográfico, residia em uma região, mas em uma data fixa
(exatamente cinco anos antes do recenseamento) morava em outra região.
3. INSERÇÃO OCUPACIONAL DOS IMIGRANTES
Antes de analisar a inserção ocupacional dos migrantes no mercado de
trabalho na região de destino, por situação do domicílio, é válido ressaltar algumas
das fases pelas quais passou o mercado de trabalho brasileiro, iniciando, nos 1990,
decênio caracterizado pela expressiva insegurança no mundo do trabalho,
ocasionada pelas significativas mudanças em curso na economia nacional, com a
flexibilização das leis trabalhistas e altas taxas de desemprego (estrutural) e
subemprego, que até então foram as mais altas (POCHMANN, 1998).
Portanto, a década de 1990 foi marcada por violenta reestruturação
econômica, alimentada pela desregulamentação da economia brasileira, com a
privatização de empresas públicas, redução de gastos governamentais, abertura
comercial, modernização produtiva, o que fez com que repercutisse negativamente
sobre a reprodução da agricultura familiar, bem como sobre a promoção do
crescimento econômico e do trabalho. Neste sentido, por um lado, o número de
empresas que fecharam devido a incapacidade concorrencial com os produtos
estrangeiros, elevou significativamente a taxa de desemprego, mas por outro lado,
gerou atividades informais no setor de comércio e, especialmente, no setor de
serviços, cabendo ao setor público o maior número de empregos gerados em
detrimento da indústria de transformação (POCHMANN, 1998; DEDECCA, 2005;
BALTAR, 2015).
Durante esse período, a falta de políticas governamentais, visto que o
governo que vigorava na época desprezava as progressivas desocupações que se
intensificavam em todo o país, e tinha como tese a chamada ‘inempregabilidade’
(DEDECCA; ROSANDISKI, 2006).
Contudo, embora os anos 2000 tenha iniciado com a ‘ressaca’ do
neoliberalismo, a partir de 2003, vê-se uma nova fase do mercado de trabalho
brasileiro. Envolto em um cenário macroeconômico internacional e nacional
favorável, o mesmo começa a apresentar sinais de recuperação, visto que o governo
empossado investiu expressivamente na relação produção-consumo, o que resultou
no aumento dos empregos formais, maior proteção trabalhista, e valorização real do
salário mínimo (DEDECCA; ROSANDISKI, 2006; BALTAR, et al., 2010).
Segundo Nunes et al. (2014, p.113), esta década “[...] se caracteriza
especialmente pela ampliação e consolidação das políticas agrárias e agrícolas de
desenvolvimento endógeno e pela criação de políticas novas [...]” que dentre estas
destacaram-se o Programa Bolsa Família (PBF), o Programa Nacional de Habitação
Rural (PNHR) e as políticas voltadas para a previdência social, as quais
vislumbraram em reduções significativas das desigualdades sociais e econômicas,
especialmente entre as regiões Nordeste e Sudeste, bem como entre o rural e o
urbano (STUMPF JUNIOR; BALSADI, 2015).
Acrescenta-se que a valorização do salário mínimo real, com correção acima
do nível inflação, o aumento da disponibilidade de crédito, com facilidade de
parcelamento, juntamente com a geração de empregos no meio rural, vislumbra-se
um novo padrão de crescimento econômico com ampliação do consumo das classes
mais baixas, impulsionando, por sua vez, o mercado de trabalho (DELGADO, 2010;
ARAUJO, 2008). Segundo Araujo (2008, p. 26) no ano de 2007, crescimento
econômico foi puxado pela base da pirâmide social (classe c), especialmente das
regiões mais pobres do país – Norte e Nordeste.
As melhorias apresentadas no meio rural brasileiro, devido a implementação
das políticas sociais, assistencialistas e de segurança alimentar e nutricional,
segundo Delgado (2010, p. 64) “propiciou a revitalização de pequenas cidades e
comunidades rurais no interior do Brasil, em especial no Nordeste, aumentando a
renda, o emprego e o consumo de suas populações”.
Porém, a partir de 2014, é observado uma nova fase em que se insere o
mercado de trabalho nacional. Esse novo panorama é preocupante, visto que no
decorrer deste período já foi observado redução significativa na dinâmica positiva
que vinha apresentando a geração de empregos (LÚCIO, 2015).
Portanto, antes de 2014 vê-se um quadro de ações de crescimento com
inclusão social, com efeitos positivos sobre o mundo do trabalho, e após esse
período vislumbra-se um cenário inverso, que certamente tende ao crescimento sem
inclusão social, com desregulamentação que pode incidir sobre a forma de inserção
do migrante no mercado de trabalho (BALTAR; LEONE, 2015).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tendo em vista as fases pelas quais passou a economia e o mercado de
trabalho brasileiro, observa-se na Tabela 1, que de 1995 a 2015, dentre as cinco
grandes regiões, o Norte foi a única a apresentar taxas de ocupação para os
migrantes inter-regionais crescentes, com destaque para o último período em
análise, onde se verificou a maior taxa de ocupados do país (95,08%). Destaca-se
ainda, o aumento na taxa de participação rural (66,17% em 1995; 71,89% em 2005;
e 72,86% em 2015), em detrimento da urbana (64,98% em 1995; 66,50% em 2005;
e 62,07% em 2015).
Tabela 1: Condição de atividade por grande região e situação de domicílio - Imigrantes inter-regionais –1990/1995, 2000/2005 e 2010/2015 – Brasil
Condição de Atividade 1995 2005 2015
Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total
Norte
PIA 91,88 8,12 100,00 76,92 23,08 100,00 76,14 23,86 100,00 PEA 91,74 8,26 100,00 73,11 26,89 100,00 73,11 26,89 100,00 PO 91,10 8,90 100,00 74,68 25,32 100,00 72,30 27,70 100,00 PD 97,77 2,23 100,00 74,68 25,32 100,00 88,71 11,29 100,00 Tx. de Part. (PEA/PIA) 64,98 66,17 65,08 66,50 71,89 67,74 62,07 72,86 64,65 Tx. de Ocup. (PO/PEA) 89,67 97,38 90,31 90,77 94,88 91,78 94,03 97,93 95,08 Tx. de Desemp. (PD/PEA) 10,33 2,62 9,69 8,97 9,37 9,07 5,97 2,07 4,92
Nordeste
PIA 76,47 23,53 100,00 79,76 20,24 100,00 73,92 26,08 100,00 PEA 73,27 26,73 100,00 78,64 21,36 100,00 71,97 28,03 100,00 PO 71,31 28,69 100,00 76,06 23,94 100,00 71,11 28,89 100,00 PD 95,12 4,88 100,00 92,40 7,60 100,00 75,57 24,43 100,00 Tx. de Part. (PEA/PIA) 58,33 69,17 60,88 62,37 66,75 63,25 57,29 63,24 58,84 Tx. de Ocup. (PO/PEA) 89,30 98,49 91,75 85,61 99,19 88,51 79,72 83,17 80,69 Tx. de Desemp. (PD/PEA) 10,70 1,51 8,25 14,19 4,30 12,08 20,28 16,83 19,31
Sudeste
PIA 93,88 6,12 100,00 95,16 4,84 100,00 94,52 5,48 100,00 PEA 92,79 7,21 100,00 95,43 4,57 100,00 93,97 6,03 100,00 PO 91,91 8,09 100,00 95,10 4,90 100,00 93,29 6,71 100,00 PD 100,00 0,00 100,00 97,52 2,48 100,00 100,00 0,00 100,00 Tx. de Part. (PEA/PIA) 65,13 77,70 65,90 68,40 64,48 68,21 67,17 74,42 67,56 Tx. de Ocup. (PO/PEA) 88,29 100,00 89,13 85,83 92,25 86,12 89,26 100,00 89,90 Tx. de Desemp. (PD/PEA) 11,71 0,00 10,87 13,71 7,28 13,41 10,74 0,00 10,10
Sul
PIA 87,44 12,56 100,00 93,49 6,51 100,00 93,92 6,08 100,00 PEA 88,18 11,82 100,00 92,41 7,59 100,00 94,10 5,90 100,00 PO 87,63 12,37 100,00 92,06 7,94 100,00 93,36 6,64 100,00 PD 93,14 6,86 100,00 93,31 6,69 100,00 100,00 0,00 100,00 Tx. de Part. (PEA/PIA) 67,72 63,21 67,15 68,48 80,70 69,27 66,73 64,69 66,61 Tx. de Ocup. (PO/PEA) 89,48 94,23 90,05 90,42 94,98 90,77 88,13 100,00 88,83 Tx. de Desemp. (PD/PEA) 10,52 5,77 9,95 9,11 7,95 9,02 11,87 0,00 11,17
Centro-Oeste
PIA 84,10 15,90 100,00 86,96 13,04 100,00 87,13 12,87 100,00 PEA 81,71 18,29 100,00 86,41 13,59 100,00 88,02 11,98 100,00 PO 80,53 19,47 100,00 84,99 15,01 100,00 87,21 12,79 100,00 PD 94,10 5,90 100,00 95,05 4,95 100,00 95,47 4,53 100,00 Tx. de Part. (PEA/PIA) 64,67 76,58 66,56 67,73 71,00 68,15 68,90 63,49 68,20 Tx. de Ocup. (PO/PEA) 89,99 97,20 91,31 84,03 94,39 85,44 89,30 96,27 90,13 Tx. de Desemp. (PD/PEA) 10,01 2,80 8,69 15,51 5,14 14,10 10,70 3,73 9,87
Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de
1995, 2005 e 2015.
O aumento da PEA rural pode ser justificado pelo aumento da taxa de
ocupação dos imigrantes no meio rural, que, em 2015 (97,93%), voltou ao patamar
de 1995 (97,38%), após o descenso em 2005 (94,88%). Com isso, a menor taxa de
desemprego rural (2,07%) e urbana (5,97%) para a região Norte é constatada em
2015. Isto pode estar relacionado a região Norte ser uma das privilegiadas na pauta
de ações de políticas públicas, que diversificou e criou novas atividades que
dinamizaram pequenas comunidades, sejam rurais ou urbanas – com a geração de
emprego e renda – as quais acabaram por refletir no desempenho do mercado de
trabalho local da região (ARAUJO, 2008; DELGADO, 2010; BALTAR, et al. 2010).
Por sua vez, a taxa de participação do imigrante no Nordeste, durante os três
períodos em análise, sofreu descenso entre os anos de 2005 e 2015, de 63,25%
para 58,84%, respectivamente. Antes deste arrefecimento, o Nordeste, em 1995,
detinha a maior taxa de ocupação do país (91,75%). Nos anos subsequentes
apresentou a terceira pior taxa em 2005 (88,51%), e a pior em 2015 (80,69%).
Segundo Lúcio (2015), essa queda não foi mais intensa devido ao não crescimento
da PEA, dado que aumentaria ainda mais a pressão sobre o mercado de trabalho
que já se apresentava debilitado.
A maior taxa de ocupação dos imigrantes no Nordeste foi registrada no meio
rural, em 2005 (99,19%). Esse resultado tem como influência a atuação do Governo,
frente a um cenário favorável, com ampla disponibilidade de crédito e incentivo ao
consumo que, por sua vez, influiu na geração de novos postos de trabalho
(BALTAR; LEONE, 2015). Porém, a região ainda é caracterizada pela baixa
capacidade de absorção da População em Idade Ativa (PIA) (Baltar; Leone, 2007),
já que a maior taxa de desemprego do Nordeste foi constatada no urbano, no ano de
2015 (20,28%), frente a um cenário de baixo dinamismo econômico, iniciado em
2014, os quais afetaram até mesmo regiões mais dinâmicas do país (BALTAR;
LEONE, 2015; CACCIAMALI; TATEI, 2016).
O Centro-Oeste, por sua vez, foi a região que apresentou, em 2015, a maior
taxa de participação (68,20%), embora pouco tenha se alterado em relação a 2005.
Contudo, a maior taxa de ocupação dos imigrantes foi de 97,20%, em 1995, no meio
rural, e a menor no urbano, no ano de 2005 (84,03%). Destaca-se ainda o aumento
na taxa de desemprego de 8,69%, em 1995, para 14,10%, em 2005, e redução para
9,87%, em 2015. Esse aumento do emprego foi puxado especialmente pela oferta
no rural, devido a modernização da base da produção agrícola, a qual absorve mão
de obra de outros setores, não somente do agrícola (SILVA; GROSSI, 2001). Além
disso, vale destacar que o agronegócio, é uma das principais atividades propulsoras
de postos de trabalho, o que leva a referida região a ser caracterizada como uma
das principais produtoras agrícolas do país, especialmente de grãos, como a soja e
o milho (BEZERRA; CLEPS JUNIOR, 2004).
Quanto ao Sul, a maior taxa de participação registrada foi no rural, no ano de
2005 (80,70%), onde 94,98% dos imigrantes estavam na situação de ocupados. Em
2015, este cenário se modifica, visto que a taxa de participação rural caiu para
64,69%, mas de acordo com a taxa de ocupação (100,00%) toda a população
imigrante economicamente ativa foi absorvida pelo mercado de trabalho rural da
região. Enquanto isso, a maior taxa de desemprego, dentre os três períodos em
estudos, foi registrada em 2015 no meio urbano (11,87%).
O imigrante inter-regional residente no Sudeste, apresentou maior taxa de
participação no rural, no ano de 1995 (77,70%). Em 2005, a taxa de participação
mais relevante passa a pertencer ao urbano (68,40%), porém não consegue suprir
todos os imigrantes nessa condição, e por isso apresenta a maior taxa de
desemprego da região (13,71%) em relação aos outros dois anos em análise (1995
e 2015). Já no ano de 2015, a mais significativa taxa de participação coube ao meio
rural (74,42%), o qual empregou toda a PEA imigrante, conforme a taxa de
ocupação (100,00%), ao passo que o urbano empregou pouco mais de 89%.
Portanto, em termos relativos, a taxa de ocupação, em todas as regiões e em
todos os períodos analisados, é mais significativa no rural do que no urbano. O
urbano apesar de ter maior oportunidade de emprego, o mesmo é mais seletivo,
onde nem todas as pessoas que migram são inseridas no mercado de trabalho
(BALTAR, 1996; QUEIROZ, 2013). Já aquelas que migram para o rural, a
possibilidade de encontrar alguma ocupação é maior, pois neste espaço a
concorrência além de ser menor, a diversidade de atividades não-agrícolas,
inseridas desde os anos 1990, e a possibilidade de crédito rural, aumentam o leque
de oportunidades no campo (SILVA; GROSSI, 2001).
A Tabela 2 traz a evolução e a distribuição relativa da população migrante
ocupada, segundo a posição na ocupação, por grandes regiões e situação de
domicílio, nos três interregnos em estudo. Inicialmente, atendo-se ao migrante
ocupado no Norte, em 1995, observa-se que o rural apresentou o maior número de
empregados sem carteira (44,39%), ao passo que o urbano também concentrou
imigrantes nessa categoria, porém, em menor percentual (32,63%).
Tabela 2: Distribuição relativa da população de 10 anos e mais, segundo a posição na ocupação por grande região e situação de domicílio - Imigrantes inter-regionais – 1990/1995, 2000/2005 e 2010/2015 - Brasil
Posição na Ocupação 1995 2005 2015
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
Norte
Empregado com carteira 19,14 12,09 28,31 26,91 32,47 25,26 Militar e Funcionário Público 13,63 2,54 8,83 0,00 14,46 1,13 Empregados sem carteira 32,63 44,39 32,97 30,21 24,93 31,51 Conta própria 21,16 9,58 18,51 16,27 20,29 17,10 Empregador 6,74 7,62 5,52 3,17 5,00 6,67 Não-rem., autocons. e autoconst. 6,71 23,76 5,87 23,44 2,85 18,33 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Nordeste
Empregado com carteira 16,92 11,63 18,73 7,19 36,78 10,68 Militar e Funcionário Público 6,05 1,65 3,95 1,29 4,28 2,12 Empregados sem carteira 29,05 21,94 30,99 23,75 25,14 37,22 Conta própria 32,70 37,55 31,89 33,20 25,42 30,78 Empregador 3,50 0,87 4,17 3,27 4,14 0,00 Não-rem., autocons. e autoconst. 11,78 26,36 10,28 31,29 4,23 19,20 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Sudeste
Empregado com carteira 48,41 18,23 47,38 42,88 64,61 47,91 Militar e Funcionário Público 1,31 0,00 3,58 0,00 5,49 0,00 Empregados sem carteira 28,79 34,41 28,10 35,81 19,23 21,56 Conta própria 14,28 15,91 15,12 6,78 9,95 19,37 Empregador 2,40 1,90 2,08 3,95 0,29 0,00 Não-rem., autocons. e autoconst. 4,81 29,55 3,74 10,59 0,43 11,16 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Sul
Empregado com carteira 37,05 19,60 45,72 11,15 54,32 37,21 Militar e Funcionário Público 5,62 0,00 5,38 0,00 6,01 0,00 Empregados sem carteira 20,65 28,54 22,17 15,07 17,43 16,76 Conta própria 20,04 21,39 18,68 36,18 16,95 31,66 Empregador 5,69 0,00 5,25 0,00 2,48 0,00 Não-rem., autocons. e autoconst. 10,94 30,46 2,80 37,60 2,81 14,38 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Centro-Oeste
Empregado com carteira 29,57 20,91 41,91 35,80 53,62 67,81 Militar e Funcionário Público 9,74 1,84 6,78 2,30 9,98 0,00 Empregados sem carteira 36,51 34,90 29,95 22,69 19,60 11,08 Conta própria 14,97 12,31 14,25 16,59 13,86 9,54 Empregador 3,79 0,86 4,78 2,12 2,46 0,00 Não-rem., autocons. e autoconst. 5,42 29,19 2,33 20,49 0,49 11,56 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 1995, 2005 e 2015.
Em 2005, essa mesma categoria se destacou em ambos os espaços, no
entanto, o urbano apresentou um leve aumento de imigrantes empregados sem
carteira, e o rural reduziu em mais de 14 pontos percentuais. Ou seja, a atenção por
parte do Governo dada ao Norte, como já mencionado, surtiu efeitos e gerou
resultados positivos para o mercado de trabalho rural da região. Também se
constata evolução do imigrante empregado com carteira onde à primeira vista o
urbano se sobrepõe ao rural, mas ao avaliar o acréscimo de um decênio para o
outro, o rural se destaca, ao sair de 12,09% em 1995, para 26,91% em 2005. Já no
ano de 2015, visualiza-se maior número de empregado com carteira no urbano
(32,47%), ao passo que no rural registou-se maioria (31,51%) sem carteira.
Portanto, a região Norte vem acompanhando as mudanças macroeconômicas a
cada período analisado, dialogando com as fases do mercado de trabalho.
No Nordeste é possível verificar dinâmica contrária, enquanto o urbano
aumenta sua participação relativa na ocupação com carteira, o rural arrefece,
embora tenha apresentado um leve aumento entre 2005/2015. Outra categoria que
se destacou, tanto no rural quanto no urbano, em todos os anos em análise, foi o
conta própria, com exceção apenas do rural em 2015, que apresentou maior
participação relativa na categoria de empregados sem carteira (37,22%). Pode-se
verificar ainda no Nordeste que, em 2005, a referida região registrou mais de 30%
dos imigrantes rurais na categoria de não-remunerados, autoconsumo e
autoconstrução, mas em 2015 reduziu para um pouco mais de 19%.
Portanto, embora o Nordeste tenha participado, mesmo que em menor
medida, na geração de empregos para os migrantes, ainda nota-se, mais do que nas
demais regiões, efeitos da inexistência de um mercado de trabalho capaz de
absorver a população ativa, visto que as atividades predominantes, em 2015, são
trabalhos por conta própria, emprego sem carteira e a categoria dos não-
remunerados, autoconsumo e autoconstrução, ocupações informais e de baixo
rendimento (BALTAR; LEONE, 2007).
Quanto a região Sudeste, no ano de 1995, a maior participação dos
imigrantes foi no urbano, na condição de empregados com carteira (48,41%), ao
passo que no rural foi sem carteira (34,41%). Nos anos seguintes, tanto no rural
quanto no urbano, pode-se visualizar o avanço na participação dos imigrantes
empregados com carteira, que passou a ser a maioria, principalmente em 2015.
Porém, não se pode deixar de lado a participação do rural, na categoria dos
empregados sem carteira, que permanece significativa, mesmo com o aumento das
vagas no mercado de trabalho da referida região.
No que se refere a região Sul, a principal posição na ocupação do imigrante
no urbano foi registrada na categoria de empregado com carteira, em todos os anos
analisados, com crescimento ininterruptos (37,05% em 1995; 45,72% em 2005 e
54,32% em 2015). Quanto a categoria que prevaleceu no rural, foi a de não-
remunerado, autoconsumo, e autoconstrução, tanto em 1995 (30,46%) quanto em
2005 (37,60%); em 2015 prevaleceu a categoria conta própria (31,66%). O aumento
nessa última categoria pode estar intimamente relacionado com a permanência do
homem no campo, proporcionada pela facilidade de crédito rural subsidiado e
assistência técnica, no período de 2003 até 2014, que foram melhorados e
ampliados, através do PRONAF (GRISA; SCHNEIDER, 2015). Assim sendo, ao
invés de continuar na posição descrita nos anos anteriores, o imigrante teve como
opção inserir-se na condição de conta própria, a qual pode ser bem servida pelas
políticas públicas de desenvolvimento rural.
Na região Centro-Oeste, em 1995, tanto o rural (34,90%) quanto o urbano
(36,51%) apresentaram maior participação do imigrante na categoria de empregado
sem carteira, com destaque paro o urbano. Assim como ocorreu no urbano e rural
do Sudeste, e no urbano do Sul, em consonância com a recuperação do mercado de
trabalho, com distribuição de renda e geração de empregos formais (Jannuzzi, 2016;
Baltar, et al. 2010), a partir de 2005, na região Centro-Oeste predomina a
participação dos imigrantes rural e urbano, na categoria de empregado com carteira.
Assinala-se que foi registrado no rural do Centro-Oeste, em 2015, a maior
participação de empregado com carteira (67,81%) do país.
No conjunto do país, dentre as regiões menos desenvolvidas, observa-se que
apenas a região Norte apresentou maior aceptividade das políticas públicas
adotadas ao longo dos anos 2000. Quanto ao Nordeste, por mais que a região tenha
sentido os efeitos destas medidas, a mesma ainda apresenta preocupações no que
se refere a geração de empregos, visto que a população ocupada no rural encontra-
se, em sua maioria, na categoria de empregado sem carteira, como conta própria,
não-remunerado, autoconsumo e autoconstrução. No que se refere aos que se
inseriram no urbano, estes encontram-se em melhor situação, visto que a maioria
está na posição de empregados com carteira, com maior peso nas regiões mais
desenvolvidas, como é o caso do Centro-Oeste.
O aumento dos empregados com carteira nas regiões mais desenvolvidas,
reflete seu potencial de organização sindical, devido especialmente a maior
estruturação das atividades empresariais com adesão a proteção trabalhista, sendo
estes “[...] aspectos fundamentais do crescimento com inclusão social verificado
entre 2004 e 2013” (BALTAR; LEONE, 2015).
No que tange aos ramos de atividades (Tabela 3), na região Norte, o
imigrante rural ocupado na atividade agrícola apresentou o maior percentual, nos
três anos em estudo (46,62% em 1995; 50,81% em 2005 e 65,17% em 2015).
Destaca-se no rural a participação significativa na indústria, entre 1995 e 2005, em
que a mesma saiu de 6,29% para 22,55%, respectivamente. No que confere ao
urbano, destacou-se em 1995 e 2015, a atividade de serviços, ao passo que em
2005, tinha vigorado o ramo industrial. O que pode explicar a melhora no ramo
agrícola bem como o de serviços, em detrimento do setor industrial, na região Norte,
e até mesmo em outras regiões do país, nos anos de 1995 e 2015, é a taxa de
câmbio, que entre 1989 e 1996, e a partir de 2014 apresentou-se desvalorizada,
prejudicando o desenvolvimento da indústria doméstica. Por sua vez, em 2005 a
taxa de câmbio apresentava-se favorável ao setor industrial, visto que estava
valorizada (IPEADATA, 2018).
Embora a área rural da região Nordeste tenha apresentado uma redução de
10 pontos percentuais no setor agrícola entre 2005/2015, esse ramo ainda é a
principal atividade dos imigrantes. Outras atividades que merecem ser apontadas
são os ramos do comércio e indústria, os quais crescerem sem interrupções nos
anos em estudo, com destaque para o setor de comércio, que saiu de 7,37% para
15,12%, respectivamente. No urbano da região Nordeste, a atividade de maior
inserção do imigrante é o ramo de serviços, o qual predomina em quase todos os
períodos, com exceção de 2005, em que se destacou o comércio. O setor de
serviços é referência por apresentar a possibilidade tanto de empregar mão de obra
qualificada quanto semiqualificada, por meio da terceirização frente a oportunidade
da alta informalidade apresentada na região (SANTOS; MOREIRA, 2006). Quanto a
atividade industrial, em ambos os domicílios, observou-se significativa evolução
durante os três decênios, o que corrobora com a diversificação das atividades
econômicas no Nordeste.
Portanto, as políticas públicas adotadas a partir dos anos 2000 resultaram,
em alguma medida, na redução das desigualdades regionais, visto que a
desconcentração e interiorização das atividades industriais condicionaram a
participação do ramo industrial, em quase todas as regiões brasileiras, com exceção
do Norte, neste último período (2015), possibilitando o aparecimento de novos
arranjos produtivos (CAIADO, 2004; ARAUJO, 2008; DELGADO, 2010).
Tabela 3: Distribuição relativa da população de 10 anos e mais, segundo ramos de atividades, por grande região e situação de domicílio - Imigrantes inter-regionais - 1990/1995, 2000/2005 e 2010/2015 - Brasil
Ramos de Atividade 1995 2005 2015
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
Norte
Agrícola 11,89 46,62 6,21 50,81 10,57 65,17 Indústria 18,05 6,29 27,28 22,55 20,18 10,18 Comércio 20,75 11,96 22,96 8,21 18,93 4,98 Serviços 25,66 14,66 20,90 12,07 23,17 11,36 Administração pública 9,79 11,05 9,85 0,00 11,91 0,00 Serviços domésticos - - 6,76 3,97 6,17 8,32 Outras ativid. e ativid. mal definidas 13,85 9,42 6,03 2,38 9,08 0,00 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Nordeste
Agrícola 12,84 64,47 12,31 69,47 6,55 45,84 Indústria 13,83 13,69 18,81 14,16 24,55 18,05 Comércio 23,52 7,37 25,12 4,20 22,88 15,12 Serviços 34,39 9,95 24,78 7,39 25,07 8,90 Administração pública 8,98 3,73 5,32 0,95 4,74 2,22 Serviços domésticos - - 6,73 2,32 6,51 9,87 Outras ativid. e ativid. mal definidas 6,44 0,79 6,93 1,51 9,71 0,00 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Sudeste
Agrícola 4,99 67,11 6,63 37,06 13,25 62,94 Indústria 31,81 6,97 29,52 26,52 30,81 17,43 Comércio 17,25 5,78 21,24 8,04 16,56 0,00 Serviços 38,24 19,24 21,28 8,04 21,53 9,38 Administração pública 6,85 0,90 4,19 0,00 5,64 0,00 Serviços domésticos - - 9,38 16,40 5,51 4,28 Outras ativid. e ativid. mal definidas 0,85 0,00 7,77 3,95 6,70 5,96 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Sul
Agrícola 10,38 86,46 2,18 78,90 2,38 29,29 Indústria 20,30 9,20 28,04 6,24 37,16 34,06 Comércio 17,09 0,00 22,12 4,90 19,76 3,14 Serviços 35,29 4,34 26,03 2,46 23,54 16,75 Administração pública 9,99 0,00 4,94 0,00 4,39 0,00 Serviços domésticos - - 5,59 7,50 4,76 16,76 Outras ativid. e ativid. mal definidas 6,95 0,00 11,10 0,00 8,00 0,00 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Centro-Oeste
Agrícola 8,52 69,80 5,27 66,51 5,92 66,81 Indústria 17,41 6,10 23,24 8,25 28,11 11,60 Comércio 15,29 2,90 22,47 9,12 20,02 5,22 Serviços 40,26 16,81 23,52 4,41 25,67 5,22 Administração pública 9,29 4,38 6,07 1,13 7,23 1,90 Serviços domésticos - - 10,82 9,86 5,27 9,25 Outras ativid. e ativid. mal definidas 9,22 0,00 8,60 0,72 7,78 0,00 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 1995, 2005 e 2015.
Dos imigrantes ocupados no rural da região Sudeste, a principal ocupação foi
o ramo agrícola, embora tenha ocorrido uma queda de 30 pontos percentuais entre
1995 e 2005, em 2015 chegou a apresentar 62,92% dos ocupados. No urbano, em
1995, o ramo de maior destaque foi o de serviços (38,24%). Nos dois últimos anos,
2005 e 2015, os imigrantes encontravam-se, em sua maioria, no ramo industrial,
com 29,52% e 30,81%, respectivamente.
No rural do Sul, em 1995 (86,46%) e 2005 (78,90%), foi registrada maior
participação dos imigrantes no ramo agrícola. No entanto, em 2015, a maior
participação foi na atividade industrial (34,06%). Já no urbano do Sul, em 1995, a
atividade de serviços foi a principal ocupação, enquanto em 2005 e 2015, o ramo
principal foi o industrial.
Por fim, atendo-se a região Centro-Oeste, o ramo agrícola foi a principal
atividade rural dos imigrantes em todos os decênios. No urbano, no ano de 1995 e
2005, destacou-se o ramo de serviços (40,26% e 23,52%), enquanto no ano de 2015
prevaleceu o setor industrial (28,11%).
Portanto, todas as regiões brasileiras apresentaram, no meio rural, a maior
inserção do imigrante ocupado no ramo agrícola. Quanto a área urbana,
especialmente nos dois últimos anos, nota-se a prevalência do setor industrial. Essa
característica deve-se, em parte, a demanda interna por produtos manufaturados, o
que permitiu ampliar a produção, bem como a necessidade de mais mão de obra
nesse segmento (BALTAR; LEONE, 2007).
Após analisar a situação da ocupação e os ramos de atividades dos
imigrantes inter-regionais, resta saber o nível de rendimento no trabalho principal, e
se houve algum avanço (Tabela 4).
Tabela 4: Distribuição relativa da população de 10 anos e mais, segundo a faixa de rendimento no trabalho principal, por grande região e situação de domicílio - Imigrantes inter-regionais –1990/1995, 2000/2005 e 2010/2015 – Brasil
Faixas de Rendimento 1995 2005 2015
Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural
Norte
Até 1 salário mínimo 24,56 30,60 30,90 40,61 25,69 40,78 Mais de 1 até 2 salários mínimos 22,98 31,83 30,84 29,16 32,99 37,15 Mais de 2 até 3 salários mínimos 11,68 16,42 9,89 6,19 8,28 8,24 Mais de 3 até 5 salários mínimos 13,08 7,18 11,38 20,43 12,89 5,54 Mais de 5 até mais salários mínimos 27,69 13,97 16,99 3,61 20,15 8,29 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Nordeste
Até 1 salário mínimo 34,81 62,55 55,64 80,31 45,72 73,67 Mais de 1 até 2 salários mínimos 22,95 23,99 22,61 14,64 35,21 21,05 Mais de 2 até 3 salários mínimos 11,95 4,31 4,05 0,00 6,36 1,41 Mais de 3 até 5 salários mínimos 10,49 5,45 7,75 3,02 3,34 3,87 Mais de 5 até mais salários mínimos 19,79 3,70 9,95 2,04 9,36 - Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Sudeste
Até 1 salário mínimo 11,68 36,89 26,34 43,06 10,47 43,25 Mais de 1 até 2 salários mínimos 24,42 23,97 44,91 34,55 66,48 40,99 Mais de 2 até 3 salários mínimos 24,89 17,54 10,14 13,56 8,41 11,24 Mais de 3 até 5 salários mínimos 21,24 5,69 8,75 8,83 3,69 - Mais de 5 até mais salários mínimos 17,77 15,92 9,86 - 10,95 4,52 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Sul
Até 1 salário mínimo 15,69 21,00 18,64 52,39 13,28 47,80 Mais de 1 até 2 salários mínimos 19,03 43,29 31,65 22,76 46,81 28,70 Mais de 2 até 3 salários mínimos 12,26 26,08 16,61 18,05 13,80 23,50 Mais de 3 até 5 salários mínimos 13,48 4,83 11,82 6,79 10,60 0,00 Mais de 5 até mais salários mínimos 39,53 4,80 21,28 - 15,51 - Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Centro-Oeste
Até 1 salário mínimo 22,92 25,09 26,15 27,83 12,88 19,69 Mais de 1 até 2 salários mínimos 27,41 46,81 35,68 46,28 45,52 65,05 Mais de 2 até 3 salários mínimos 16,21 10,94 10,22 8,61 13,76 10,88 Mais de 3 até 5 salários mínimos 10,86 10,00 11,58 10,14 11,23 4,38 Mais de 5 até mais salários mínimos 22,60 7,16 16,37 7,14 16,61 0,00 Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 1995, 2005 e 2015.
No urbano da região Norte do Brasil, observa-se significativas mudanças, ao
longo dos decênios, na faixa de rendimento dos imigrantes. Em 1995, embora
27,69% recebessem mais de 5 salários mínimos, mais de 47% recebiam até 2 SM,
com maior peso na faixa de rendimento até 1 salário mínimo (24,56%). Em 2005, o
número de imigrantes que recebiam até 2 salários mínimos passou para cerca de
62%, cabendo praticamente a metade deste percentual a faixa de mais de 1 até 2
salários mínimos (30,84%), sendo que em 2015, essa faixa chegou a ser a
predominante (32,99%). Quanto aqueles que migraram para o rural, em 1995, mais
de 62% recebiam até dois salários mínimos, sendo que a maior participação coube
aos que recebiam mais de 1 até 2 salários mínimos (31,83%). Já nos dois últimos
anos em estudo (2005 e 2015), registrou-se a predominância da faixa de rendimento
de até 1 salário mínimo, correspondentes a 40,61% e 40,78%, respectivamente,
porém, ainda assim, observou-se aumento no número dos que recebiam mais de 1
até 2 salários mínimos, entre 2005 e 2015, de 29,16% para 37,15%,
respectivamente.
No Nordeste a maioria dos imigrantes ocupados estão em atividades de baixa
remuneração, visto que nos três anos analisados predominou a faixa de até 1 salário
mínimo, em ambos os domicílios, especialmente no rural. Dos imigrantes urbanos,
em 1995, quase 58% recebiam até dois salários mínimos, sendo que a maior fatia
era referente aos que recebiam até 1 SM (34,81%). Em 2005, o número de
migrantes que tinham rendimento de até 1 salário mínimo aumentou para 55,64%,
com queda para 45,72% em 2015, mas sendo a faixa predominante. Enquanto isso,
de 2005 para 2015, o número de imigrantes que possuíam rendimento mais que 1
até 2 salários mínimos cresceu 12 pontos percentuais. No que tange aos ocupados
no rural nordestino, 86,54% recebiam até 2 salários mínimos, sendo que mais de 2/3
(62,55%) não recebiam mais que 1 SM, em 1995. Em 2005, a quantidade de
migrantes que tinham rendimento até 2 salários mínimos chegou a 94,95%, sendo
que 80,31% recebiam até 1 SM. Já em 2015, apesar da faixa de rendimento de até 1
salário mínimo ainda ser predominante em relação ao anterior (2005) observou-se
uma queda de pouco mais de 7 pontos percentuais e um aumento de 7,39% dos que
recebiam mais de 1 até 2 salários mínimos.
Por outro lado, o rendimento dos imigrantes ocupados na região Sudeste
apresentou melhora, em ambos os domicílios, no decorrer dos anos em estudo,
especialmente na faixa de mais de 1 até 2 salários mínimos. Em 1995, quase 50%
dos imigrantes urbanos recebiam mais de 1 até 3 salários mínimos, sendo que a
maioria (24,89%) recebiam mais de 2 até 3. Em 2005, 71,25% registraram
rendimento até 2 salários mínimos, cabendo aos imigrantes com rendimento acima
de 1 até 2 a maior fatia (44,91%). Em 2015, ao comparar com período anterior,
observou-se aumento desta última faixa de rendimento para 66,48%, sobressaindo-
se em relação as demais faixas. Enquanto isso, no rural, em 1995, 60,86%
apresentavam rendimento de até 2 salários mínimos, sendo que 23,97%
correspondia a faixa de mais de 1 até 2 salários. Em 2005 foi registrado nesta faixa,
34,55% dos imigrantes ocupados, que comparado com o período anterior (1995),
aumentou 10,58 pontos percentuais. Em 2015, embora ainda observe a
predominância da faixa de até 1 SM, a qual permaneceu no mesmo patamar do
apresentado no período anterior (2005), a faixa de rendimento acima de 1 até 2
salários mínimos aumentou para 40,99%.
No que se refere a remuneração dos imigrantes ocupados no Sul do país,
observou-se que os melhores rendimentos foram registrados no urbano e os piores
no rural. No urbano, em 1995, prevaleceu a faixa de mais de 5 salários mínimos,
mas em 2005 esse percentual caiu para 21,28%, e para 15,51% em 2015. Nestes
dois últimos períodos, prevaleceu a faixa de rendimento mais de 1 até 2 salários
mínimos, com 31,65%, em 2005, e 46,81%, em 2015. No rural, por sua vez, em
1995, o salário mínimo predominante conferido ao imigrante foi de mais de 1 até 2,
mas nos anos seguintes (2005 e 2015) prevaleceu o rendimento até 1 SM, embora
tenha registrado descenso de um período para o outro de 52,39% para 47,80%.
No Centro-Oeste tanto no urbano quanto no rural, durante os três anos em
estudo, os imigrantes ocupados, em sua maioria, recebiam mais de 1 até 2 salários
mínimos. No urbano, em 1995, quase 50% recebia até dois salários mínimos, sendo
que a faixa de rendimento mais de 1 até 2 foi a de maior representatividade
(27,41%). Em 2005, esta última faixa chegou a representar 35,68% e em 2015
aumenta para 45,52%. No rural, em 1995, mais de 71% recebiam até dois salários
mínimos, onde 46,81% refere-se aos que apresentaram rendimento de mais de 1 até
2 salários mínimos. Já entre 2005 e 2015, essa faixa de rendimento saiu de 46,28%
para 65,05%, respectivamente, garantindo ao Centro-Oeste, em termos relativos, o
maior percentual de imigrantes ocupados no rural ganhando mais de 1 até 2 salários
mínimos, e o menor (19,69%) ganhando até 1.
Portanto, a partir dos anos 2000, a maioria dos imigrantes que recebem até
dois salários mínimos encontraram-se no meio rural, tendo aumento na participação
da faixa salarial de mais de 1 até 2 salários mínimos, em ambos os domicílios.
Quanto as maiores faixas de rendimento, pode-se observar que estas ainda são
mais presentes nas menores frações da população migrante, residentes
especialmente no domicílio urbano.
Assim, aqueles que imigraram para o urbano obtiveram melhores rendimentos
na região Sudeste, enquanto aqueles que estão no rural registraram melhores
rendimentos na região Centro-Oeste. A região Nordeste, por sua vez, embora tenha
observado melhora nos rendimentos, a mesma apresentou o maior percentual de
imigrantes recebendo os menores salários, em ambos os domicílios, especialmente
no rural. Portanto, pode-se presumir que essas diferenças estão intimamente
relacionadas com as atividades predominantes nas respectivas regiões, como foi
possível observar na Tabela 3.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo principal desse estudo foi analisar a inserção do migrante no
mercado de trabalho rural e urbano, nas cinco grandes regiões do Brasil, nos anos
de 1995, 2005 e 2015.
No mercado de trabalho brasileiro, constatou-se, em termos relativos, que a
taxa de ocupação dos imigrantes, em todas as regiões e em todos os períodos, é
mais significativa no rural do que no urbano, destacando-se no último período as
regiões Sul e Sudeste, mas que na taxa de ocupação total, as regiões Norte e
Centro-Oeste foram as que apresentaram os melhores resultados.
A posição na ocupação, a melhor situação (empregados com carteira) foi
registrada no urbano, com destaque para o Sudeste. E no rural essa mesma
categoria foi destaque no Centro-Oeste. Nos ramos de atividades, os que imigraram
para o urbano do Norte e Nordeste, a maioria estão inseridos no setor de serviços, já
os que optaram pelo rural destas regiões encontram-se no setor agrícola. Quanto
aqueles que imigraram para o urbano do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, a maioria
estão ocupados no setor industrial, já os que optaram pelo rural destas regiões,
encontram-se, notadamente, no setor agrícola.
No que se refere ao rendimento no trabalho principal, embora os imigrantes
no Norte e no Nordeste, e principalmente no Norte tenham apresentado avanços nos
rendimentos, devido o reajuste do salário mínimo acima da inflação, que possibilitou
o aumento do poder de compra, especialmente das classes mais baixas da pirâmide
social, com forte repercussão sobre a geração/incremento da massa salarial, as
regiões mais desenvolvidas detém as melhores remunerações, destacando-se no
urbano o Sudeste, e no rural o Centro-Oeste.
Em suma, as políticas públicas adotadas com maior intensidade a partir dos
anos 2000, afetaram o mercado de trabalho em todas as cinco grandes regiões do
país, onde se observou avanços nas ocupações dos imigrantes, como empregados
com carteira, em setores de maior valor agregado, e nos rendimentos, com destaque
para o Centro-Oeste, com bons resultados especialmente no meio rural. Assim, o
rural desta região mostrou que suas potencialidades e/ou especificidades, está a
tornando uma das principais regiões de destino dos migrantes que procuram
trabalho.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAUJO, T. B. Palestra. In: Relatório Final da 1ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (Olinda/PE, 25-28 de junho de 2008). Por um Brasil com Gente. Brasília, CONDRAF, 2008, p 21-30 e 112-3. Disponível em: < http://biblioteca.participa.br/jspui/bitstream/11451/609/1/Relatorio_1_Conferencia_Desenvolvimento_Rural_Sustentavel.pdf>. Acesso em: 20 de ago. 2017.
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