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~ F_EV_E_RE_IR_O~, _19_82_ MINERALOGIA DE ARGILAS EM CAMBISSOLOS DO SUDOESTE DA AMAZÔNIA BRASILEIRA EMBRAPA CENTRO DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO TRÓPICO ÚMIDO Belém, Pará

MINERALOGIA DE ARGILAS EM CAMBISSOLOS DO … · Composição percentual dos minerais da argila . CONCLUSÕES 5 6 6 6 6 ... 4,7 10, 00 1,70 0, 21 04 0,6 5 0,00 12,61 6,70 3,83 2,97

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~ F_EV_E_RE_IR_O~, _19_82_

MINERALOGIA DE ARGILAS EM CAMBISSOLOSDO SUDOESTE DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

EMBRAPACENTRO DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO TRÓPICO ÚMIDOBelém, Pará

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MINISTRO DA AGRICULTURA

Angelo Amaury Stabile

Presidente da EMBRAPA

Eliseu Roberto de Andrade Alves

Diretoria Executiva da EMBRAPA

Agide Gorgatti Netto - DiretorJosé Prazeres Ramalho de Castro - DiretorRaymundo Fonsêca Souza - Diretor

Chefia do CPATU

Cristo Nazaré Barbosa do Nascimento - ChefeJosé Furlan Junior - Chefe Adjunto TécnicoJosé de Brito Lourenço Junior - Chefe Adjunto Administrativo

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BOLETIM DE PESQUISA N.o 34 Fevereiro. 1982·

MINERALOGIA DE ARGILAS EM CAMBISSOLOS DO SUDOESTEDA AMAZONIA BRASILEIRA

Maria Regina Freire MõllerQuímico Ind., M.S. em Agronomia

Vasuo KitagawaEng.o Agr.o, Pesquisador do NIAS, T~quio, Japão

EMBRAPACENTRO DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO TRÓPICO ÚMIDOBelém, Pará

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ISSN 0100-8102

Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico ÚmidoTrav. Dr. Enéas Pinheiro. s/nCaixa Postal. 4866.000 - Belérn, PATelex (091) 1210

Mõller, Maria Regina FreireMineralogia de argilas em cambissolos do sudoeste da Amazõ-

nia Brasileira, por Maria Regina Freire Mõller e Vasuo Kitagawa. Belém,EMBRAPA·CPATU, 1982.

19p. ilust. (EMBRAPA·CPATU. Boletim de Pesquisa, 34).

1. Argila - Análise. 2. Solos - Análise - Brasil - Ama-zônia. I. Kitagawa, Vasuo, colab. 11. Título. 111. Série.

CDD: 549.1145

© EMBRAPA • 1982

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .

MATERIAL E MÉTODOS .

Extração e preparação das frações coloidais .

Identificação mineralógica .

Determinações semiquantitativas .

Condições de operação de raios-X e derivatógrafo ..

RESULTADOS E DiSCUSSÃO .

Identificação mineralógica .

Composição percentual dos minerais da argila .

CONCLUSÕES

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REFER!:NCIAS 18

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MINERALOGIA DE ARGILAS EM CAMBISSOLOS DO SUDOESTEDA AMAZÔNIA BRASILEIRA

RESUMO: Os Cambissolos do mumcipio de Tarauacá, têm grandeimportância agrícola pela alta fertilidade natural que possuem. Aná-lises de ralos-X e análises térmicas diferenciais foram feitas na fra-ção argila destes solos comparando-se com outros Cambissolos deregiões próximas. Evidenciou-se a predominância de minerais 2:1/2:2nos solos de Tarauacá enquanto nos demais foi observada dornlnân-

cia de minerais cauliníticos devido à influência de material vulcâniconas áreas mais ocidentais da região.

INTRODUÇÃO

Os solos das reqioes tropicais úmidas sofrem intenso intem-perismo químico em virtude da elevada lixiviação e temperatura a quesão submetidos, o que condiciona suas frações coloidais minerais aserem predominantemente cauliníticas com óxidos e hidróxidos deFe+3 e AI:+3, como mostraram Sombroek (1966), Iwasa (1976) e Kita-gawa & MõIJer (1979). Nestas regiões, a predominância de argilo-mi-nerais 2: 1 é restrita à fração < 2IJ. dos solos de várzea, onde a lixivia-ção não é tão acentuada.

No Estado do Acre, sobretudo na região de Tarauacá, os dadosquímicos dos Cambissolos, coletados pelo RADAMBRASIL (Brasil,1976). mostraram a possível dominância de minerais 2:1 de alta CTC,na argila destes solos de grande importância agrícola para a região,pela alta fertilidade natural que possuem.

A presença destes minerais pode estar associada à cordilhei-ra dos Andes que, ao soerguer-se, mudou o curso dos rios da regiãoque passaram, então, a carrear o material vulcânico que se depositou

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nesta área (Brasil, 1976). O material vuicânico, eventualmente, podeoriginar montmorilonita, quando os teores de magnésio e silício sãoaltos (Grirn, 1968 e Buring, 1968) o

Neste trabalho é comparada a mineralogia dos Cambissolos domunicípio de Tarauacá com outros Cambissolos de regiões próximas.

MATERIAL E MÉTODOS

As análises mineralógicas foram feitas na fração argila doshorizontes A, B e C de 8 perfis de Cambissolos localizados nos Esta-dos do Acre e Amazonas (Figo 1 e Tabela 1) o Alguns dados anaiíticosdesses solos, coletados e classificados pelo projeto RADAMBRASIL(Brasil, 1976), são apresentados na Tabela 2.

Extração e preparação das frações coloidais

As frações coloidais foram separadas das TFSA, após a elimi-nação da matéria orgânica pela H202 10% a quente, por sedimentaçãonatural de sucessivas ressuspensões em solução ajustada a pH 8,5com NaOH N o Após a separação, as frações <2(.1 foram floculadaspela saturação com Ca++ (Ca Cl-l, lavadas até ausência de íons elo-reto (Jackson, 1969), secas ao ar e peneiradas através de malha de270 mesh o Parte das argilas assim tratadas foram posteriormente sa-turadas com K:t- pelo KCI N (Jackson, 1969) o

1dentificação mineralógica

A identificação mineralógica foi feita por difratometria deraios-X em lâminas de pó, com argilas saturadas de Ca:t-± e lâminasorientadas pelo método do esfregaço, nos tratamentos Cact-+:, Ca+-+:glicoiada, K± em temperatura ambiente e aquecidas a 300 e 60QOC(Jackson, 1969). Os testes para identificação da gibbsita foram feitospor análise térmica diferencial nas argilas saturadas com Ca++ o

Determinações semiquantitativas

As análises semiquantitativas foram feitas nas argilas satura-das com Ca:+7, sendo os alofânos e/ou materiais amorfos determi-

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nados pelo método de Kitagawa (1976 e 1977). Os outros componen-tes foram determinados por difratometria de raios-X sobre lâminasem pó: o quartzo, por comparação com padrão a 5%; e os demais,pelo cálculo da contribuição percentual de cada mineral nas somasdas áreas de dífração máxima, consideradas iguais a 100 - (mate-rial amorfo e/ou alofâno + quartzo).

Condições de operação de ralos-X e derivatógrafo

Nas difrações de raios-X, foi utilizado o aparelho Rigaku-Denkicom radiações Co-Ka, filtro de ferro, sistema de fendas do goniôme-tro de 1° DS, 0,3 mm RS e 1° SS.

O derivatógrafo utilizado, Mitamura Riken, foi calibrado paraleituras de 10 em 10aC, em atmosfera normal, após o que, foram fei-tos gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Identificação mineralógica

Conforme mostram os difratogramas das lâminas de argila emo

pó (Fig. 2), na fração < 2[1.dos solos estudados, ocorre rnlca (10,27 A),o o o

quartzo (3,35 A e 4,27 A), traços de feldspato (3,21 A) em alguns ho-o

rlzontes e, traços de goethita (4,20 A) no perfil n.O 78. Observa-se,ainda, em todas as amostras analisadas, a presença de uma dlfra-

o

ção = 15 A bastante intensa nos solos do município de Tarauacá,Estado do Acre. Essa dífração corresponde a um mineral essencial-mente montmorilonítico, conforme evidencia o aumento de seu es-paçamento basal de primeira ordem, após o tratamento com etilenoglicol (Fig. 3 e 4). No entanto, os difratogramas das argilas satura-das com K:I- em diversos aquecimentos (Fig. 3 e 4) mostraram queesse mineral não colapsa totalmente, quando saturado com K+, a

o o

temperatura ambiente (12,82 AJ. A 300°C, o mineral = 15 A das amos-o

tras dos perfis n.012, 16, 31 e 78 colapsou em 10,27 A enquanto, nas

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3,35-

12 -

demais amostras, a mudança do espaçamento basal para 10,27 A sóocorreu após o aquecimento a 600°C. Este comportamento evidenciaa presença de hidróxido interlaminar na montmorilonita e/ou vermicu-lita presente, em dois estágios diferentes de desenvolvimento (Dixon& Jackson, 1962).

Fig. 2 - Difratogramas sobre lâminas de pó, de argilas saturadas com Ca++,representativos dos solos analisados.

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Perf i 1- 01 horitonle B

15

Co

- 13

Perfil-12 horizonle B

15Co

Cogly

K

Fig. 3- Difratogramas de argila dos perfis 01 e 12, enfatizando o espaçamentoo

do mineral = 15 A nos diversos tratamentos.

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14-

Perfil-16 horizonte B

Co

Cogly

K

Perfil- 78 hcn zonte B

Co

Cogly

7,2

K

K 300

Fig. 4 - Difratogramas de argila dos perfis 16 e 78, enfatizando o espaçamento

°do mineral = A nos diversos tratamentos.

Embora sejam comum ocorrer gibbsita nos solos da Amazônia(Kitagawa & Mõller 1979). nos solos não muito desenvolvidos, a au-sência da reação endotérmica a 285°C, observada nas análises térmi-cas diferenciais, indica ausência deste mineral (Fig. 5).

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Perfil 01 hori~onte 8

Perfil 13 horizonte 8

Perfil 14 horizonte 8

Perfil 03 horizonte 8

Perfi I 12 horizonte 8

Perfi 116 horizonte 8

Pu f i I 31 horizonte B

Perfil 78 horizonte B

IO

I2

I I4 6

X1000C)

I•,10

Fig. 5 - Derivatogramas da argila saturada com Ca+"r dos solos analisados.

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Composição percentual dos minerais da argila

Na Tabela 3, onde são mostrados as contribuições percentuaisdos diferentes componentes inorgânicos da fração coloidal dos solos,nota-se a predominância de minerais 2:1/2:2 em todos os horizontesdos Cambissolos do município de Tarauacá, e a diminuição dos teo-res deste mineral com a latitude (Fig. 1). Já o conteúdo de caulinitaobedece a comportamento inverso.

Embora agrupados no mesmo Grande Grupo (Brasil 1976), por-tanto com grau de desenvolvimento teórico semelhante, esses solos,que apresentam drenagem de moderada a boa e estão sobre o mes-mo material, a Formação Solimões, têm a fração argila em dois dife-rentes estágios de intemperismo; os Cambissolos de Tarauacá encon-tram-se no estágio intermediário enquanto os demais, num estágiomais avançado (Jackson et aI. 1948).

A diferença mineralógica observada pode estar associada àinfluência da cordilheira dos Andes na região de Tarauacá, tanto peladeposição de materiais carreados pelas águas dos rios, como pelosventos. Segundo RADAMBRASIL (Brasil 1976), a bacia do Acre, aber-ta durante o Cretáceo e o Terciário Inferior, transformou-se numa ba-cia intracontinental com modificações do fluxo hídrico da região, ins-talando-se um sistema fluvial que carreava parte dos seus orodutosde áreas fontes, localizadas a sudoeste, para assorear a bacia dedeposição do Solimões. Resultados posteriores mostraram ser a cor-dilheira dos Andes a área fonte destes sedimentos.

O material vulcânico, dependendo dos teores de maqnéslo esilício, pode originar montmorilonitas (Jackson & Sherman 1953) oualofâno, montmorilonita e vermiculita-cloritizada (Shoji & Saigusa1977) ou, ainda, alofano juntamente com haloisita, gibbsita e imogo-lita (Kitagawa et aI. 1973).

Nos Cambissolos de Tarauacá, a deposição de material vulcâ-nico, devido ao alto teor de Mg-+-:+:(Tabela 2) e ao moderado desen-volvimento do solo, condicionou o aparecimento de mineral essen-cialmente montmorilonítico. Já nas regiões mais orientais, o solomais pobre em magnésio (Tabela 2) e, provavelmente, menos afetadopela cordilheira dos Andes, propiciou o desenvolvimento de cauli-nitas.

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- 17

TABELA 3 - Composição mineralógica da fração argila dos Cambissolos (%).

Horizonte 2:1/2:2 Mlca Caulinita Quartzo Fd. Goe. Amorfos

Tarauacá - Perfil 01

AI 87 2 3 3 5B 87 2 6 3 2C 91 tr. 3 3 3

Tarauacá - Perfil 13AI 81 5 6 5 3B 86 tr. 6 3 5Cca 89 2 4 3 2

Tarauacá - Perfil 14AI 79 7 6 5 tr. 3B 83 2 5 2 7C 87 1 5 2 5

Tarauacá - Perfil 13AI 70 5 16 3 6B 55 7 30 3 5C 48 tr. 43 2 7

Tarauacá - Perfil 12AI 56 10 15 7 12B 71 9 3 6 6C 81 tr . 9 2 8

• Perfil 16

AI 63 tr. 18 7 12B 66 8 13 5 8C 76 tr. 12 3 9

Boca do Acre - Perfil 31AI 19 15 46 5 tr. 15B21 35 tr. 44 4 1783 25 12 45 3 15

Lábrea - Perfil 78A tr. 11 67 3 tr. tr. 19B 9 10 56 2 tr. tr. 23C tr. 15 65 1 tr. tr. 18

legenda: Fd. - FeldspatoGoe. - GoethitaTr. - Traços

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'REFER~NCIAS

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Os demais minerais presentes nas argilas, mica, quartzo (emtodos os perfis analisados), goethita e feldspato (em alguns horizon-tes) têm teores bastante baixos (Tabela 3).

CONCLUSÕES

Na fração argila dos Cambissolos de Tarauacá, há predominân-cia de minerais interestratificados do tipo 2: 1/2:2 e como menoresconstituintes, caulinitas, micas, quartzo, feldspato e material amorfoinorgânico. Já as argilas dos demais Cambissolos analisados apre-sentaram dominância de minerais cauliníticos, estando presentes, namistura, minerais 2:1/2:2, mica, quartzo, feldspato, goethita e mate-rial amorfo inorgânico.

A gibbsita esteve ausente de todos os Cambissolos analisados.

A influência da cordilheira dos Andes nos solos de Tarauacá énotada pelo alto teor de minerais 2: 1/2:2 em suas argilas, sendo queeste teor diminuiu com a latitude.

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ABSTRACT: Cambisols which occur in the Country of Tarauacá, Stateof Acre, Brazil, are very important for agricultural use in view oftheir natural fertility. X-ray and DTA analysis were carrled out inthe clay fraction of the soil and compared with other cambisols innearby areas. The results showed the predominance of 2:1/2:2 mi-nerais in the Tarauacá solls, as compared to kaolinitic minerais in theother soíls due to the influence of vulcanic materiais in the westernareas of the study region.

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