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PEDRO PAULO CAVALCANTE DE VASCONCELLOS MINI-IMPLANTES ORTODÔNTICOS NITERÓI - RJ 2012

MINI-IMPLANTES ORTODÔNTICOS - redentor.inf.brredentor.inf.br/arquivos/pos/publicacoes/24012013TCC.pdf · atenção da classe odontológica, que encontrou ali um meio capaz de

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PEDRO PAULO CAVALCANTE DE VASCONCELLOS

MINI-IMPLANTES ORTODÔNTICOS

NITERÓI - RJ

2012

PEDRO PAULO CAVALCANTE DE VASCONCELLOS

MINI-IMPLANTES ORTODÔNTICOS

Monografia apresentada ao curso de Especialização em Ortodontia da Faculdade Redentor, para obtenção do título de Especialista em Ortodontia. Orientador: Dr. Alexandre Luiz Queiroz Ponce

NITERÓI-RJ 2012

Apresentação da Monografia em ____/____/_____ ao curso de Especialização

em Ortodontia.

_______________________________________________________________

Orientador; Prof. Dr. Alexandre L. Q. Ponce

_________________________________________________________________

Prof. Dr. José Luis Muñoz Pedroza

Aprovado com nota _______e menção

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus;

Aos meus pais, esposa, professores, colegas e demais colaboradores da equipe

Orthodontic.

LISTA DE ABREVIATURAS

%=percentual

“ =polegada

DMO=densidade mineral óssea

FMP=Frankfourt mandibular angle

g=grama

GH=crescimento horizontal

GL1=grupo de largura do septo de até 3 mm

GL2=grupo de largura do septo maior que 3mm

GP1=grupo de distância da cabeça do mini-implante igual a 0 mm

GP2=grupo de distância da cabeça do mini-implante maior que zero

GRCG=guia radiográfico cirúrgico graduado

GV=crescimento vertical.

K=quilograma

Kgf=quilograma-força

LB=osso alveolar vestibular da mandíbula

LDI=largura do septo no local da inserção

LR=área retromolar

MDR=menor distância da cabeça do mini-implante até a raiz dentária

mm=milímetros

N=Newtom

NCP=neodent com perfil

niti=nitinol

NSP=neodent sem perfil

PC=imagem radiopaca do ponto PCg

PCg=ponto de contato das coroas dentárias

PCg=ponto de contato entre as coroas dentárias

PL=imagem radiopaca do ponto PLg

PLg=ponto inserção do mini-implante na moldeira de acetato

RX=radiografia

SCP=SIN com perfil

SSP=SIN sem perfil

T1=tempo inicial

T2=tempo final

TC=tomografia computadorizada

Ti-6 Al-4v=titanium 6 aluminium-4 valadium

UB=osso alveolar vestibular da maxila

UP=osso alveolar palatal

SUMÁRIO

1 INTRODUÇAO 9

2 PROPOSIÇÃO 11

3 REVISÃO DE LITERATURA 12

4 DISCUSSÃO 37

5 CONCLUSÃO 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40

RESUMO

Agregar novas tecnologias, mudar o modo de fazer, inovar, quando se trata da

questão saúde requer toda uma gama de testes, ensaios e experimentos.

Assim foi feito com os mini-implantes, pequenos parafusos de liga de titânio,

usado como ancoragem ortodôntica. Revendo a literatura existente sobre os

mais variados aspectos deste tema, concluímos que estes dispositivos são

seguros, eficazes e bem tolerados pelos pacientes.

Palavra chave: mini-implantes, ancoragem.

ABSTRACT

Adding new Technologies change the way we do, to innovate when it comes to

the issue of health requires a whole range of tests and experiments. This was

done with the mini-implants, small screws titanium alloy, used as orthodontic

anchorage. Reviewing the literature on various aspects of this issue, we

conclude that these devices are safe, effective and well tolerated by patients.

Keywords: mini-implants; anchorage.

9

1 INTRODUÇÃO

Creekmore & Eklund (1983) foram os primeiros a publicar o uso de um mini-

implante em forma de parafuso como auxiliar do tratamento ortodôntico,

instalando-o na espinha nasal anterior para promover a intrusão de incisivos

superiores. Os mini-implantes surgiam ai como potentes aliados na ortodontia

contemporânea. Sua grande capacidade de ancoragem, facilidade de inserção

e possibilidade de ser colocado em vários locais da cavidade oral chamaram a

atenção da classe odontológica, que encontrou ali um meio capaz de

solucionar situações antes bem complexas de serem resolvidas. Segundo

Serra et al. (2007) compararam o diâmetro do mini-implante e sua resistência e

também relacionaram as variáveis diâmetro e torque de inserção, concluindo

por exemplo a preferência de diâmetros maiores em detrimento do

comprimento aumentado isto mesmo guando forças ortopédicas, aquelas

acima de 1kgf, foram usadas, validando mais uma vez o seu uso. Outro

importante aspecto abordado foi o psicológico, pois uma tecnologia que traga

grandes vantagens técnicas e crie um grande desconforto físico e psicológico

para o paciente seria rapidamente rejeitado pelo público. Barros et al

estudaram em suas pesquisas com centenas de pacientes submetidos a mini-

implantes quais foram suas impressões a cerca deste procedimento achando

boa tolerância por parte dos pacientes questionados. Numa época em que o

bem estar e a preocupação com a saúde estão cada vez mais presentes em

todas as classes sociais, certamente viriam indagações sobre a presença de

corpos metálicos inseridos na mucosa oral, Moraes et al. (2009) elaboraram um

minucioso estudo sobre isto, concluindo que há segurança no seu uso, com

presença residual insignificante de íons metálicos. Assim após exaustivos

10

estudos, testes em laboratórios e pesquisas em diversos países, chegamos a

conclusão da segurança e confiabilidade dos mini-implantes e seu emprego

como meio auxiliar de ancoragem.

11

2 PROPOSIÇÃO

O objetivo deste trabalho foi o de avaliar junto à literatura científica:

a) Quais as aplicabilidades clínicas dos mini-implantes;

b) Qual a taxa de índices de sucesso desta técnica;

12

3 REVISÃO DE LITERATURA

Park (2003) avaliou a taxa de sucesso de mini-implantes para ancoragem

ortodôntica. Na amostra foram utilizados 73 indivíduos, 47 do gênero feminino e 26

do gênero masculino. Metodologia, cada indivíduo recebeu ao menos um mini-

implante com a finalidade de controle de ancoragem. O número total de mini-

implantes foi de 180, sendo 174 de 1,2mm de diâmetro e 6 mini-implantes de 2mm

de diâmetro. Foram selecionadas quatro áreas para a implantação: UB (osso

alveolar vestibular da maxila); LB (osso alveolar vestibular da mandíbula); UB (osso

alveolar palatal da maxila) e LR (área retromolar ou osso alveolar disto-vestibular do

segundo molar inferior). O período médio de utilização do mini-implante foi de 15,8

meses. A taxa total de sucesso foi de 93,3%, ou seja, 168 mini-implantes foram bem

sucedidos embora haja diferenças encontradas de acordo com alguns fabricantes.

Com relação à diferença do sucesso em diferentes locais de instalação deve-se ao

fato da mucosa palatina ser mais resistente à inflamação que a mucosa vestibular.

O índice de sucesso do grupo LB, devido ao osso cortical da mandíbula, não atingiu

o esperado. Os mini-implantes instalados na área retromolar apresentaram uma

taxa de sucesso muito baixa quando comparada com os outros grupos, como o que

pode ser explicado pela força oclusal ou movimento de cobrir a mucosa ou pela

inflamação ao redor da extensão do fio. O índice de sucesso mais elevado no grupo

de jovens adolescentes pode ser justificado por uma tava mais alta do metabolismo

nos indivíduos deste grupo.

Everdi et al. (2004) avaliaram o tratamento da mordida aberta esquelética

com o uso de mini-implantes de titânio postos na área zigomática para conseguir a

intrusão do segmento maxilar posterior. Em sua amostra eles avaliaram 10

13

indivíduos entre 17 e 23 anos de idade, cinco deles com oclusão classe I e os

outros cinco com má oclusão classe II. Na metodologia seis pacientes foram

indicados para extração dos primeiros pré molares superiores e os outros quatro

foram tratados sem extração. A mordida aberta anterior tinha uma média de 0,6mm

no total do grupo. Através de um procedimento cirúrgico simples foram colocados

os mini-implantes de 5mm de comprimento na área mais baixa do processo

zigomático, o orifício do mini-implante foi exposto para receber a força intrusiva. Em

cada paciente foi colocada uma barra transpalatina afastada 3mm do palato, se fez

alinhamento e após o alinhamento e nivelamento dos dentes com arcos

segmentados e, após o alinhamento inicial, instalou-se bilateralmente molas de

nitinol de 9mm entre o orifício do mini-implante e o tubo vestibular do primeiro

molar. A mordida aberta anterior foi corrigida numa média de 5.1 meses, a duração

total do tratamento foi em média de 18.3 meses, a correção da mordida aberta

anterior foi alcançada em todos os pacientes devido à rotação anti-horária da

mandíbula, da intrusão dos molares superiores e da retroinclinação dos incisivos.

Concluíram que o uso de mini-implantes na área do processo zigomático é um

eficaz procedimento cirúrgico invasivo para corrigir a mordida aberta esquelética,

melhorar a estética, com resultados estáveis, o tempo de tratamento é menor e se

requer cooperação mínima do paciente. A ancoragem esquelética é um instrumento

contemporâneo importante na ortodontia.

Gelgör et al. (2004) realizaram um estudo cujo objetivo era investigar a

eficiência de mini-implantes para ancoragem em movimentos de distalização dos

molares superiores e as alterações sagitais, verticais e de tecido mole quando este

tipo de recurso era utilizado. Na amostra foram utilizados 25 indivíduos, sendo 18

do gênero feminino e 7 do gênero masculino, idades entre 11,3 e 16,5 anos,

14

portadores de má oclusão de classe II dentária, relação de classe I esquelética,

mínimo ou nenhum apinhamento inferior, existência de primeiro ou segundo pré-

molar bilateralmente, rejeição ao uso do aparelho extra-bucal e boa higiene oral. A

metodologia utilizou mini-implantes, com 14mm de comprimento e 1,8mm de

diâmetro, sendo o pescoço do parafuso com secção cilíndrica, inseridas a 5mm

atrás do forame incisivo e 3mm a direita ou a esquerda da sutura palatina mediana.

As posições foram checadas após a instalação através de radiografias oclusais e

cefalométricas. Os autores avaliaram também a mobilidade dos mini-implantes na

instalação do dispositivo de distalização e ao final deste movimento. Para permitir o

movimento de distalização, foram bandados os primeiros pré-molares superiores e

os primeiros molares superiores, com peças de tubos soldados por vestibular, com

canaletas 0,018’’ x 0,030’’. Um arco transpalatino, unindo os primeiros pré-molares,

foi confeccionado com fio de aço de 0,9mm de diâmetro, com uma dobra em forma

de “U” tocando o mini-implante. Este arco transpalatino foi soldado às bandas dos

pré-molares. Nesta mesma sessão iniciou-se a distalização dos molares, através da

instalação de segmento de arco de aço, 0,016’’ x 0,022’’ e mola aberta entre o

primeiro pré-molar e primeiro molar. A ativação da mola foi de 250g de cada lado.

As consultas de controle foram a cada quatro semanas e a força foi ajustada

quando necessário. Essa aparatologia foi usada até a obtenção de uma Classe I de

Angle sobrecorrigida em 2mm bilateralmente. Em todos os indivíduos, o primeiro

molar superior foi distalizado até a posição de Classe I de Angle com sobrecorreção

(intencional, devido a recidiva natural dessa movimentação), levando em média de

3 a 6,2 meses de tratamento. Os indivíduos não relataram sangramento, dor ou

problemas na dicção em função da presença dos mini-implantes. Em média, os

molares distalizaram 3,9mm e sofreram uma inclinação para distal de 8,7º. Os

15

autores concluíram que as vantagens da utilização dos mini-implantes são: pouco

efeito colateral de protusão dentária na região anterior, realização do tratamento

sem a necessidade de colocação do indivíduo (como uso de elásticos intra-orais ou

aparelhos extra bucais), alterações verticais não significativas.

Liou et al. (2004) avaliaram o grau de estabilidade dos mini-implantes

durante a movimentação ortodôntica. A amostra deste estudo foi 16 pacientes

adultos do gênero feminino com idade entre 22 e 29 anos. Na metodologia foram

usados mini-implantes de 2mm de diâmetro e 17mm de comprimento inseridos na

maxila (processo zigomático) para ancoragem de retração da bateria anterior. Duas

semanas após a instalação foram usadas molas fechadas de NITI. Teleradiografias

Cefalométricas foram tiradas antes da aplicação da força (T1) e 9 meses depois da

aplicação da força (T2). Foram avaliadas as superposições dos traçados T1 e T2 de

cada paciente bem como a mobilidade clínica dos mini-implantes (0= sem

mobilidade; 1= até 0,5mm de mobilidade; 2= de 0,5 a 1,0mm; 3= mais de 1mm de

mobilidade). A conclusão foi que a mobilidade clínica dos mini-implantes nos

instantes T1 e T2 foi zero. Em média os mini-implantes sofreram inclinação anterior

significativa de 0,4mm na cabeça do parafuso. Em 7 dos 16 pacientes ocorreu

extrusão e inclinação para anterior (de 1 a 1,5mm), sem comprometer a estabilidade

clínica apesar de não permanecer estático.

Schnelle et al. (2004) analisaram 60 radiografias panorâmicas com o

objetivo de determinar radiograficamente os sítios para inserção dos mini-implantes

mais próximos da coroa dental e avaliar se o alinhamento dos dentes através de

tratamento ortodôntico favorecia o aumento do número destes locais para

colocação dos mini-implantes. A amostra utilizou radiografias pré e pós tratamento

de 30 indivíduos. Na metodologia a seleção destas radiografias incluiu uma mínima

16

distorção radiográfica e ausência de erros de posicionamento do indivíduo durante a

radiografia e presença dos segundos molares. Um total de 14 sítios inter-radiculares

foi analisado em cada RX, a região dos pré-molares não foi usada devido à

distorção radiográfica típica desta área. Considerou-se que o diâmetro dos mini-

implantes varia de 1,2 a 2,0mm, que a colocação dos mesmos não afete as raízes e

haja um espaço mínimo de 1mm de osso entre estes e o ligamento periodontal ou

as estruturas radiculares. A partir disto, iniciou-se o processo de avaliação dos

espaços, sendo que foi considerado que os espaços inter-radiculares deveriam ter

entre 3mm e 4mm de distância (o que significa de 3 a 4mm de osso), para que

pudessem receber os mini-implantes. Em cada área inter-radicular selecionada

(entre os incisivos centrais superiores e inferiores, entre os incisivos laterais e os

caninos e superiores e inferiores, entre os segundos pré-molares e primeiros

molares superiores e inferiores dos lados direito e esquerdo), foi feita a medição

com paquímetro digital, o qual foi movido apicalmente a partir da junção amelo-

cementária até a existência de uma quantidade de osso disponível de 3mm a 4mm.

Quando esta distância de osso era encontrada, seria feita a marcação do sítio ideal

para inserção dos mini-implantes. O ponto mais coronal foi no espaço entre primeiro

e segundo molar inferior (2,6mm da junção amelo-cementária). O espaço ósseo

disponível de 4mm foi achado em apenas 4 espaços interdentais, sendo todos da

mandíbula a uma distância de 4,6mm da junção amelo-cementária. Nas radiografias

do pós-tratamento o número de locais inter-radiculares com 3mm subiu de 9 para

11 e para o espaço de 4mm, de 4 para 8 espaços. Isso se deve ao fato de o

tratamento ortodôntico corrigir axialmente a posição das raízes. Apesar disso,

quando comparadas às radiografias de pré e pós tratamento, as diferenças foram

mínimas. A limitação destes estudos são as próprias radiografias panorâmicas

17

devido às distorções destas. O ideal seria usar radiografias periapicais cuja

distorção é de 5%. Os autores concluem que nem sempre é possível a colocação

dos mini-implantes em gengiva inserida, devido à pequena quantidade de osso

disponível. Sugerem também o uso de radiografias periapicais para examinar as

áreas de implantação dos mini-implantes.

Asscherickx et al. (2005) implantaram 20 mini-implantes em mandíbulas de

cinco cães. Cada cão recebeu 2 mini-implantes instalados entre as raízes do terceiro

e quarto pré-molares bilateralmente, que foram radiograficamente controlados a cada

6 semanas. 3 mini-implantes lesionaram as raízes dentárias e por meio de exames

histológicos, observaram que ocorreu reparação quase total do periodonto (cemento,

ligamento peridontal e osso) em um período de 12 semanas após a remoção dos

mini-implantes. Concluíram que mini-implantes podem ser usados com segurança, e

que pode ocorrer reparação tecidual nos casos por lesões superficiais de raízes

durante a instalação destes.

Huja et al. (2005) estudaram se a retenção do mini-implante no osso varia

de acordo com os diferentes locais de inserção na maxila e na mandíbula. O estudo

contou com a amostra de 4 cães da raça Beagle. Foram utilizados 56 mini-implantes

de titânio (com 2 mm de diâmetro e 6 de comprimento da marca Synthes USA).

Foram instalados 14 mini-implantes por animal dentro de um intervalo de 30 minutos,

após terem sido sacrificados. Os mini-implantes foram instalados para se obter uma

ancoragem monocortical, em regiões pré determinadas da maxila e mandíbula

bilateralmente (região anterior mediana e posterior), 2 mini-implantes foram

instalados na região posterior do palato em cada animal. Mandíbula e maxila foram

dissecadas e os blocos ósseos foram submetidos aos testes mecânicos. Os blocos

foram alinhados e foi medida a força máxima de tração (no sentido da remoção do

18

mini-implante do bloco ósseo). Também foi medida a espessura da cortical após a

remoção do mini-implante. Concluíram que quanto mais posterior a localização do

mini-implante e mais espessa a cortical óssea, a força máxima de tração encontrada

foi maior e que os mini-implantes inseridos monocorticalmente são suficientes para

suportar e ancorar forças ortodônticas.

Owens et al. (2005) avaliaram a estabilidade de mini-implantes e o

movimento de dentes em relação ao tempo, quantidade e localização da aplicação

de força. Foram estudados 7 cães machos adultos da raça beagle com idade entre

1 e 2 anos. Em cada animal foram utilizados 8 mini-implantes de 6mm de

comprimento e 1,8mm de diâmetro, sendo 4 para controle e 4 para receber

aplicação de força. No grupo experimental 1 (E1) os mini-implantes foram usados

na maxila com força de 25g para avaliar o efeito de um período de cicatrização (25

dias) antes da aplicação de força, enquanto experimental 2 (E2) foram usados na

mandíbula com força de 25 a 50g para avaliar o efeito da aplicação de força

imediata. Todos os mini-implantes foram colocados em osso alveolar vertibular

através do uso de uma broca de 1,1mm e posicionados anteriormente ao quarto

pré-molar e perpendicular ao plano oclusal, no nível da junção muco gengival. No

grupo controle os mini-implantes foram colocados 4mm para apical em relação aos

seus correspondentes do grupo experimental. Na primeira cirurgia, os animais

foram sedados e entubados e, após realização de fotos e radiografias, foram

anestesiados. Os dentes foram preparados para receber coroas e os terceiros pré-

molares foram extraídos. Em seguida os mini-implantes do grupo 1 e seus

correspondentes do grupo controle foram colocados. Uma radiografia pós-

operatória foi realizada. Depois de 26 dias foi feita a segunda cirurgia. Os animais

foram novamente sedados, anestesiados e radiografados. Em seguida, foram

19

colocadas as coroas dos caninos e pré-molares com marca para medição do

movimento dos dentes. Os mini-implantes do grupo 2 e seus correspondentes do

grupo controle foram colocados. Molas de níquel titânio foram adaptadas entre os

mini-implantes do grupo experimental e os segundos pré-molares de cada

quadrante. Radiografias foram obtidas a cada 21 dias até que os animais foram

sacrificados sob sedação. As radiografias finais e iniciais foram medidas e o

resultado mostrou que no geral a taxa de insucesso foi de 7%, sendo de 14% no

grupo com carga tardia. Todas as falhas ocorreram dentro de 21 dias nas

mandíbulas de 3 cães. Não houve diferenças significativas na movimentação

dentária em relação ao tempo de aplicação (imediato ou tardio), a quantidade de

força aplicada (25 ou 50 gramas) ou localização (maxila ou mandíbula). Concluíram

que os mini-implantes foram úteis para os movimentos dentários e não tiveram a

taxa de sucesso influenciada pelo momento de aplicação da força nem pela

localização, ou intensidade da força.

Oyonarte et al. (2005) compararam a resposta do osso periimplantar a

aplicação de forças ortodônticas em relação a dois diferentes tipos de implantes

osseointegrados (com superfície porosa e usinada), para determinação dos efeitos da

superfície do implante na remodelação óssea da região. Usando uma amostra de 5

cães da raça Beagle, nos quais foram inseridos 3 mini-implantes de cada tipo de

superfície bilateralmente na mandíbula dos cães. Após 6 semanas foram instalados

abutments, e uma semana depois foi aplicada força ortodôntica nos 2 mini-implantes

mesiais por 22 semanas. Através da análise em microscopia eletrônica de varredura

observaram que os mini-implantes com superfície porosa, submetidos a força

ortodôntica apresentaram maior espessura da cortical marginal e maior contato na

interface osso-implante do que aqueles com superfícies usinadas. Com isso

20

concluíram que há diferenças significativas na remodelação e neo formação óssea,

em resposta à aplicação de força ortodôntica de acordo com a superfície porosa do

implante, sendo o mini-implante com superfície porosa o mais indicado para

aplicação ortodôntica.

Park et al. (2005) relataram os efeitos da distalização de molares

superiores e inferiores com a ancoragem de mini-implantes, suas considerações

clínicas e o índice de sucesso destes. Numa amostra de 13 pacientes ortodônticos

tratados sem extrações com seus casos clínicos estudados através de cefalometria e

modelos de estudos, estes pacientes necessitavam de distalização de dentes

superiores e/ou inferiores. Destes, 11 usaram mini-implantes de ancoragem na

mandíbula, 4 na maxila e 2 pacientes em ambas as arcadas. O índice de sucesso da

estabilidade do mini-implante durante a aplicação de força foi de 90% (27 dos 30

mini-implantes se mostraram estáveis durante o tratamento). O tempo médio de

aplicação de força de distalização foi de 12,3 (+ ou – 5,7) meses. Apenas 2 pacientes

apresentaram recobrimento do mini-implante com tecido mole. Os dentes superiores

sofreram distalização e intrusão sem efeitos colaterais nos dentes anteriores e

também sem ocorrer mudanças significativas nas dimensões transversais. Na

mandíbula o efeito primário foi a inclinação distal dos dentes posteriores pré molares

inferiores durante a distalização, o que contribuiu positivamente para o nivelamento

da curva de spee. Não ocorreu mudança significativa na distancia inter molares.

Concluiu-se que houve vantagem, pois o tempo de trata mento foi inferior as técnicas

convencionais de distalização, pois os dentes anteriores foram distalizados em

conjunto com os posteriores.

Yao et al. (2005) demonstraram a possibilidade real de se obter intrusão

significativa de molares superiores, através de um recurso bem controlado de

21

ancoragem com mini-implantes. A amostra constava de 22 pacientes com idade entre

15 e 42 anos, todos com molares superiores extruídos. Todos receberam mini-

implantes por vestibular e por palatino, quando foram feitas telerradiografias iniciais.

A média de tempo dos tratamentos foi de 7,6 meses (intervalo de 5 a 12 meses). Em

média a força utilizada foi de 150 a 200g, através de elásticos em cadeia foram feitas

novas telerradiografias as quais foram comparadas as primeiras e chegou-se a

conclusão que a média de intrusão obtida para o primeiro molar superior foi de 3 a 4

mm, sendo a intrusão máxima superior de 8mm para os segundos molares e

segundos pré-molares. Para os segundos molares e segundos pré molares as

médias foram de 2mm e de 1 a 2mm respectivamente.

Yao et al. (2005) avaliaram tridimensionalmente a intrusão de molares

superiores utilizando-se mini-implantes e placas de titânio associados. Foram

tratados 22 indivíduos, com faixa etária variando entre 15 e 42 anos, sendo 12 deles

portadores de maloclusão de Classe I de Angle e 10 portadores de maloclusão de

Classe II de Angle. O protocolo de tratamento foi a utilização de mini-placas de

titânio em forma de L, colocadas pelo lado vestibular, associadas a mini-implantes

do lado palatino em 18 indivíduos, sendo instalados nos demais apenas mini-

implantes do lado vestibular e palatino. Após o período de cicatrização foi aplicada

uma força de 150 a 200 gramas com sentido de intrusão dos dentes superiores,

utilizando-se para isso elástico em corrente. Os indivíduos foram moldados

sequencialmente e definiram-se quatro pontos nas rugosidades palatinas para

servirem como referência. Os dados pré e pós-tratamento foram registrados através

de um sistema digital tridimensional, no qual um grafite fino foi conectado a um

braço mecânico ligado a um computador que registrou as informações para avaliar

a recolocação da inclinação das cúspides de dentes específicos relativos às

22

estruturas dentárias previamente definidas nos modelos dentários. A intrusão dos

molares superiores foi bem sucedida em todos os casos tratados com mini-

implantes. A intrusão também foi notada nos dentes adjacentes. A média de

intrusão no primeiro molar superior foi de 3mm a 4mm, do segundo molar superior

de 2mm a 2,5mm e 2mm e 1mm para o segundo e primeiro pré-molares,

respectivamente. A quantidade máxima de intrusão foi de 8,67mm para o primeiro

molar superior e 8,04 para o segundo pré-molar superior. A verdadeira intrusão dos

molares superiores pode ser obtida de forma bem controlada utilizando-se aparelho

fixo associado à mini-implantes.

Moraes et al. (2006) estudaram a liberação de íons metálicos pelos mini-

implantes ortodônticos de composição química de Ti-6 Al-4V que ocorre devido à

corrosão in vivo, estes íons produtos da corrosão podem favorecer a ocorrência de

efeitos indesejáveis no corpo humano, quais foram a concentração de titânio,

alumínio e vanádio nos órgãos de coelhos (rins, fígado e pulmões) após a inserção

de mini-implantes fabricados a partir da liga Ti-6Al-4V. 18 coelhos da raça Nova

Zelândia tiveram quatro mini-implantes inseridos em sua tíbia esquerda e cinco

coelhos foram usados como controle. Após 1,4 e 12 semanas os coelhos foram

submetidos à eutanásia, os tecidos selecionados foram removidos e preparados

para análise por espectroscopia de absorção atômica com forno de grafite.

Quantidades variadas de Ti, Al e V foram detectadas nos grupos testados

comprovando que existe liberação de íons metálicos por mini-implantes ortodônticos

de Ti-6Al-4V. Apesar da tendência de liberação de íons pela liga de titânio, as

quantidades de metais detectados foram extremamente baixas. Concluíram então

que os mini-implantes de Ti-6Al-4V podem ser usados com segurança como

dispositivos auxiliadores de ancoragem ortodôntica.

23

Xum et al. (2006) avaliaram a eficácia dos mini-implantes para intruir a

região dento alveolar e corrigir a mordida aberta anterior esquelética. Numa amostra

de 12 pacientes entre 12 e 27 anos de idade com critérios de seleção relativos a

face longa, crescimento do paciente concluído, mordida aberta esquelética em

padrão de classe II. Neste estudo foram colocados os mini-implantes de 1,6mm de

diâmetro e 7mm de comprimento, introduzidos no osso alveolar de cada lado entre

os primeiros e segundos molares. Duas semanas depois da colocação dos mini-

implantes a intrusão foi iniciada com uma força de 150g em cada lado. Entre os

resultados obtidos em um tempo médio de 6 a 8 meses foram fechamento da

mordida aberta anterior, intrusão molar, rotação da mandíbula em sentido horário, o

ângulo do plano mandibular diminuiu devido à intrusão molar, aumento de 4,2mm

de over bite anterior e diminuição da altura facial anterior. Concluíram que os mini-

implantes podem fornecer uma ancoragem esquelética estável para conseguir a

intrusão molar, a mordida aberta anterior esquelética em pacientes borderline pode

ser corrigida eficazmente sem precisar de cirurgia ortognática.

Kim et al. (2007) analisaram os resultados de retração de incisivos e

caninos em massa com dispositivos temporários de ancoragem esquelética. Foram

avaliados 17 indivíduos (16 do gênero feminino e 1 do gênero masculino) com idade

media de 24 anos e 4 meses e cuja queixa principal era a protrusão dentaria

anterior. O tratamento planejado inclui extração de pré-molares de acordo com a

necessidade (11 indivíduos eram portadores de classe 1 de Angle e 2 eram classe

2) sendo que em apenas 1 indivíduo foram extraídos os primeiros molares inferiores

devido ao grande comprometimento. Foram usados mini-implantes como

dispositivos temporários de ancoragem esquelética sendo que, durante a fase de

retração, nenhum aparelho ortodôntico foi colocado na dentição maxilar superior.

24

Os 30 mini-implantes eram de 1,8mm de diâmetro e 8,5mm de comprimento e

foram colocados no osso entre os segundo pré-molares e os primeiros molares

superiores. Em 2 casos foram usadas 4 mini-placas ao invés de implantes, devido a

pneumatização do seio maxilar no especo interdental. O aparelho ortodôntico

Edgewise slot 0,022” foi montado nos seus dentes anteriores superiores e em todo

arco inferior. A aplicação de força começa 4 semanas após a colocação dos

implantes. Os caninos superiores foram retraídos com 0,7 N de força enquanto os

incisivos foram alinhados. A retração em massa dos dentes anteriores superiores

começou quando o fio 0,016’’ x 0,022’’ foi colocado e os elásticos foram aplicados

diretamente nos braquetes, porque a verticalização dos incisivos era desejada. Um

arco de aço 0,018’’ x 0,025’’ com ganchos soldados, foi usado para controle de

torque durante a retração e molas fechadas de níquel titânio (1,2 N) ou elásticos,

foram usados para retração em massa. O tempo médio de retração e de tratamento

foi de, respectivamente: 13,94 e 16,44 meses. A analise das radiografias

cefalométricas pré e pós tratamento mostrou que houve diferença significativa nas

medidas dos pontos anteriores, nos tecidos moles e nos molares após a retração

em massa dos incisivos e caninos que foi obtida em todos os pacientes. Concluíram

que os dispositivos temporários são suficientes para promover ancoragem

esquelética necessária para retração em massa, mesmo sem inclusão de aparelho

nos dentes posteriores.

Serra et al. (2007) pesquisaram “in vivo” a influência do uso de mini-

implantes carregados imediatamente em relação à sua performance clínica. A

amostra consistia de 9 coelhos da raça N. Zelândia. A metodologia determinou que

em cada animal fossem inseridos 4 (quatro) mini-implantes de titânio grau 5 (cinco).

Sendo 2 (dois) carregados imediatamente com 1 Newton. Após o período de uma,

25

quatro e doze semanas os animais foram sacrificados e as amostras divididas em

seis grupos, sendo três grupos carregados e três grupos não carregados. Após 1 e

4 semanas de cicatrização não foi detectada diferença significativa nos valores de

torque de remoção independente do carregamento. Porém no grupo de 12 semanas

houve aumento de torque de remoção, sendo os valores maiores no grupo sem

carregamento. Concluiu-se que o carregamento resulta em menos fixação óssea do

implante.

Vannet et al. (2007) avaliaram a osseointegração de mini-implantes

ortodônticos. Foram estudados cinco cães machos saudáveis da raça beagle com

idade de 6,5 meses. Sob anestesia local foram inseridos no processo alveolar

mandibular de cada cão 4 mini-implantes (com diâmetro de 1,7mm e comprimento

de 6mm), sendo 2 do lado esquerdo e 2 do lado direito. A inserção foi feita em

direção horizontal, entre as raízes do segundo e terceiro pré-molares e as do

terceiro e quarto pré-molares. Uma mola aberta de nitinol foi utilizada com 200

gramas de força na mesial e na distal de cada par de mini-implantes sendo que, em

oito mini-implantes foi colacada logo após a inserção e em oito foi colocada depois

de seis a doze semanas de inserção. Quatro mini-implantes foram deixados sem

carga para controle do estudo. Todos os animais foram mortos depois de um

período de 25 semanas e amostras dos locais de inserção foram obtidas para

análise. As amostras foram fixadas em formol a 10% por duas semanas e

desidratadas em etanol. Em seguida foram colocadas em blocos de resina, onde

foram feitos cortes verticais que posteriormente foram analisados com auxílio de

microscópio. Medições foram efetuadas nos mini-implantes e as diferenças na

osseointegração entre as categorias (tempo de carga) e os locais de inserção

(anterior/posterior) foram analisadas. 8 mini-implantes foram perdidos nas primeiras

26

seis semanas devido a falta de estabilidade primária e três foram perdidos entre

seis e doze semanas. Logo, a taxa de sucesso foi de 50%. Oito mini-implantes

foram removidos e avaliados em três categorias (sem aplicação de força, com

aplicação imediata e com aplicação após 6 a 12 semanas). A média geral de

osseointegração foi de 74,48%. A quantidade de osseointegração foi independente

do tempo de carregamento e localização (anterior/posterior). Concluíram que os

mini-implantes de titânio promoveram ancoragem ortodôntica parcial, mas que mais

estudos são necessários para avaliar a osseointegração.

Brandão et al. (2008) avaliaram o desconforto físico de pacientes

ortodônticos usuários de mini-implantes. Numa amostra de 10 pacientes todos

adultos biprotusos e em classe I de Angle. Sua metodologia se baseou em

questionários de perguntas objetivas com respostas fechadas (múltiplas escolhas)

elaborado especialmente para avaliar a aceitação, incluindo-se a adaptabilidade,

efeitos colaterais, desconforto e sensibilidade dolorosa e tolerância aos mini-

implantes. Os relatos foram que, embora confiassem em seus ortodontistas a

maioria sentiu necessidade de maiores informações, entre estes 50% queria saber

quanto tempo iria levar a cirurgia e como o mini-implante iria ser colocado, 30%

perguntou qual seria a vantagem, 10% quanto tempo o mini-implante iria

permanecer na boca e outros 10% o tamanho do mini-implante. A avaliação quanto

ao desconforto indicou como o mais desagradável a picada da agulha (30%), a

sensação de anestesia (20%), pressão de inserção do mini-implante (40%) e a

demora do procedimento (10%). A conclusão foi que mesmo o procedimento sendo

praticamente indolor, os aspectos psicológicos relacionados a anestesia e a picada

da agulha foram os mais relevantes.

27

Brandão et al. (2008) pesquisaram o aspecto psicológico da presença de

mini-implantes em pacientes ortodônticos. A amostra de 10 pacientes adultos

portadores de má oclusão de classe 1 com biprotrusão, que receberam 40 mini-

implantes, os quais foram inseridos entre os primeiros molares e os segundos pré-

molares, superiores e inferiores (2 de cada lado). Estes pacientes responderam a

um questionário, que avaliava a aceitação destes mini-implantes. As respostas

indicaram que a maioria dos pacientes aceitou prontamente o procedimento,

estavam satisfeitos e recomendariam para outros pacientes (90%); enquanto 50%

tiveram alguma preocupação com o procedimento cirúrgico. Outros 50% não

relataram nenhum desconforto. O tempo médio de intolerância, a partir da

colocação, foi de 3 dias. A maioria tolerou os mini-implantes durante todo o

tratamento ortodôntico. Pode-se concluir que os mini-implantes foram aceitos de

forma positiva pela maioria dos pacientes submetidos a eles.

Matzenbacher et al. (2008) avaliaram a efetividade de métodos de

diagnósticos por imagem, utilizados na localização vertical de sítios eleitos para

inserção de mini-implantes. A amostra foi composta de quatro pacientes, nos quais

foram estabelecidos 32 sítios inter-radiculares, na região posterior, para instalação

de mini-implantes, sítios estes representados por orifícios preenchidos com

gutaperchas em moldeiras de acetato (PCg – ponto de contato das coroas dentárias

na moldeira de acetato; PIg – ponto de inserção do mini-implante na moldeira de

acetato). Foram feitas radiografias periapicais, interproximais e tomografias

computadorizadas de feixe cônico, com as moldeiras posicionadas em boca, sendo

considerados os seguintes pontos: PC – imagem radiodensa do ponto PCg; PL –

imagem radiodensa do ponto PLg; PCx – ponto de contato entre as coroas

dentárias, determinado sobre a radiografia. Medidas verticais utilizadas: padrão-

28

ouro – de PCg a PLg. Medida 2 – de PCx a PL. As medidas foram comparadas

através de análise descritiva e do teste t de Student. Resultados: para a medida 1,

foi observada diferença estatisticamente significante, em relação ao padrão-ouro,

em 4,1%, 25% e 100% das medidas avaliadas nas tomografias computadorizadas,

radiografias interproximais e periapicais, respectivamente e os autores concluíram

que a tomografia computadorizada de feixe cônico foi o exame mais preciso na

avaliação da posição vertical dos sítios eleitos para instalação de mini-implantes; a

radiografia interproximal pode, com reserva, ser utilizada e a radiografia periapical

apresentou resultados insatisfatórios, sendo contra-indicada para este fim.

Nova et al. (2008) avaliaram o torque necessário para a inserção,

remoção e fratura de diferentes mini-implantes ortodônticos, além da tensão

cisalhante, tensão normal e tipo de fratura. Na metodologia foram usados 20 mini-

implantes autoperfurantes, sendo 10 da marca SIN e 10 da Neodent com

respectivamente 8 e 7 mm de comprimento, todos com 1,6mm de diâmetro. Dos 10

mini-implantes de cada marca, 5 não possuíam perfil transmucoso e 5 tinham perfil

de 2mm, formando 4 grupos: SIN sem perfil (SSP), SIN com perfil (SCP), Neodent

sem perfil (NSP) e Neodent com perfil (NCP). Todos os mini-implantes foram

inseridos em cortical óssea e removidos com micromotor acoplado a um

torquímetro. Os mini-implantes foram também submetidos ao ensaio de fratura. Os

torques de inserção, remoção e fratura, assim como tensão cisalhante e normal,

calculados foram comparados entre todos os grupos pela ANOVA. O tipo de fratura

foi avaliado em microscópio eletrônico de varredura. O menor diâmetro está

associado à maior possibilidade de fratura, as fraturas podem ocorrer geralmente

perto do pescoço do mini-implante. Constataram que o grupo NCP apresentou

torque de inserção significativamente maior que os demais grupos, porém todos

29

fraturaram durante a inserção (2 mini-implantes) ou remoção (3 mini-implantes).

Não houve diferença entre os grupos para o torque de remoção. Para o grupo NSP

o torque de fratura foi significativamente menor do que todos os outros grupos.

Todos os mini-implantes sofreram fraturas do tipo dúctil. Concluíram que não houve

diferença na resistência mecânica de ambas as marcas, variando apenas a forma

que pode afetar a resistência.

Pithon et al. (2008) avaliaram a resistência á flexão e fratura de mini-

implantes ortodônticos, estudando suas deformações e fraturas das diferentes

marcas comerciais, quando submetidos ao carregamento na direção perpendicular

ao seu longo eixo, foram usados 75 mini-implantes divididos em cinco grupos

(n=15) : M (Mondeal, Tuttlingen, Germany), N (Neodent, Curitiba, Brasil), I (INP, São

Paulo, Brasil), S (SIN, São Paulo, Brasil) e T ( Titanium Fix, São Paulo, Brasil). Os

mesmos foram inseridos perpendicularmente em osso cortical suíno e levados à

máquina universal de ensaios mecânicos Emic DL 10.000, a uma velocidade de

0,5mm por minuto. Foi avaliada a força necessária para deformar os mini-implantes

em 0,5; 1; 1,5; 2mm e para fratura. Os dados foram analisados pela análise de

variância (ANOVA) e teste de Tukey. Finalizados os testes foram anotados os

seguintes resultados, como os mini-implantes do grupo S necessitavam força maior

para que ocorresse deformação e fratura, esses resultados foram estatisticamente

em relação aos demais (p<0,05) estes se deformaram e fraturaram com força

menor. O grupo M teve os menores valores para se deformar porém sem grande

diferença do grupo N (p>0,05). Para fraturar o grupo T apresentou os menores

valores, com diferença estatística com os grupos M, S e I. Conclui-se que o formato

dos mini-implantes esta diretamente relacionado com sua resistência. Apesar de

diferenças existentes. Todos estão aptos para a clínica.

30

Silva (2008) pesquisou a ancoragem ortodôntica e o seu controle através

do uso de mini-implantes. Foram analizados 237 mini-implantes em 100 pacientes,

sendo 76 do gênero feminino e 24 do gênero masculino. Todos os mini-implantes

foram inseridos diretamente sem a necessidade de exposição cirúrgica do tecido

ósseo. Dos 237 mini-implantes, 204 foram auto-rosqueantes, e 33 auto-perfurantes.

Os resultados obtidos foram positivos em 201 mini-implantes, sendo o tamanho e a

espessura mais utilizados o de 0,9mm e o de 1,5mm respectivamente. Ocorreram

danos na remoção de 8 unidades. Na maxila houve sucesso em 131 de 153 mini-

implantes, na mandíbula 62 de 84; um índice de 86% e 84% respectivamente.

Concluiu que os mini-implantes são bons meios auxiliares de ancoragem, o índice

de sucesso médio é de 85% e a maior perda se deu no primeiro mês, onde

ocorreram 60% dos casos de insucesso, ou seja, 21 casos.

Yamada et al. (2008) avaliaram os efeitos da ancoragem inter-radicular

com mini-implantes para o movimento distal de molares superiores em casos sem

extrações. Foram avaliados 12 indivíduos (11 do gênero feminino e 1 do gênero

masculino) com idade média de 28,2 anos, sendo 5 portadores de má oclusão

classe 2, 4 classe 1 e 3 classe 3, com grave excesso mandibular. Todos os casos

foram indicados a distalizaçao de molares superiores incluindo os portadores de

classe 3 que seriam submetidos a cirurgia ortognática. Após alinhamento e

nivelamento ortodôntico com aparelho de edgewise slot 0,018’’, dois tipos de mini-

implantes que chamaremos de tipo A com 1,8mm de diâmetro e 8,0mm de

comprimento, e o do tipo B com 1,5mm de diâmetro e 9,0mm de comprimento,

estes foram inseridos entre os segundos pré-molares e primeiros molares

superiores. Cada mini-implante foi inserido 5,0 ou 6,0mm no osso alveolar em

ângulo de 20° a 30° ao longo do eixo, ficando a cab eça a 2,0mm acima da mucosa.

31

Após 4 semanas, foi aplicada força de 200g pelo uso de elástico de cadeia ou mola

fechada de nitinol no sentido posterior e superior, o mais paralelo ao plano oclusal

possível. O fio usado foi de aço 0,016’’ x 0,022’’. Obteve-se radiografia panorâmica

e periapicais, modelos de gesso antes e depois do tratamento a fim de avaliar

mudanças esqueléticas, dentais e reabsorções. Medidas angulares e lineares foram

obtidas e avaliadas. A duração média da distalização foi de 8,4 meses. Apurou-se

uma média de 2,8mm de distalização dos molares com inclinação de 4,8mm para

distal e intrusão de 0,6mm, enquanto os ápices distalizaram cerca de 1,2mm. As

coroas de incisivos superiores distalizaram 2,7mm, inclinaram para a palatina 4,3°,

e deslocaram 1,2mm para distal. Os incisivos apresentaram ligeira reabsorção, mas

não houve diferença significativa em largura e comprimento do arco. Concluíram

que os mini-implantes foram efetivos para ancoragem maxilar permitindo o

movimento distal dos molares superiores sem ocorrência de efeitos secundários

indesejáveis, como vestibularização, rotação mandibular no sentido horário ou

reabsorção radicular.

Barros et al. (2009) avaliaram o grau de precisão de um guia radiográfico-

cirúrgico na predição do posicionamento final de mini-implantes inseridos no septo

inter-radicular e posterior determinação de um índice de risco cirúrgico destes. A

amostra foi 53 mini-implantes em 27 pacientes de idade média de 19,17 anos de

ambos os gêneros. Na metodologia houve a inserção dos mini-implantes no septo

inter-radicular vestibular da região posterior da maxila e ou da mandíbula, com o

auxílio do guia radiográfico cirúrgico graduado (GRCG) para inserir os mini-

implantes no centro do septo de forma equidistante em relação às raízes dos dentes

vizinhos. Foram feitas tomadas radiográficas no momento da inserção e logo após.

As distâncias entre os mini-implantes e estas raízes foram mensuradas nas 53

32

radiografias pós-cirúrgicas com o intuito de avaliar a precisão do GRCG pela

centralização dos mini-implantes no septo. O grau de imprecisão GRCG foi

associado à largura do septo e ao diâmetro do mini-implante para compor a fórmula

do índice de risco cirúrgico de inserção do MI. Conclui-se que o grau de imprecisão

do GRCG apresentou um desvio de 0,13mm em relação ao centro do septo e o

valor médio do índice de risco foi menor que 1, ou seja, a utilização do método

radiográfico cirúrgico proveu uma acurada predição do posicionamento final do MI e

um índice de risco reduzido.

Gigliotti (2009) avaliou a influência da proximidade entre mini-implantes e

as raízes em relação à estabilidade destes. A amostra consistiu de 40 mini-

implantes inseridos entre as raízes do primeiro molar e do segundo pré-molar

superior, de 21 pacientes, usados para retração anterior. Usou-se como

metodologia a mensuração da largura do septo no local de inserção, a qual

chamaremos de LDI, e a menor distância da cabeça do mini-implante até a raiz

dentária (MDR), em todas as 40 radiografias pós-cirúrgicas. Sob este aspecto os

mini-implantes foram divididos em 2 categorias ou grupos: grupo GL1 (LDI até

3mm) e GL2 (LDI maior que 3mm) e o grupo GP1 (MDR = 0mm) e GP2 (MDR maior

que 0mm). A estabilidade dos mini-implantes foi avaliada mensalmente pela

medição de mobilidade, e daí foi calculado o grau de sucesso. As duas categorias

de grupos foram comparadas quanto ao grau de mobilidade e proporção de

sucesso, pelos testes de Mann Whitney e teste exato de Fisher. A autora, após

estes e demais testes, concluiu que os resultados obtidos demonstraram que não

houvera diferenças estatisticamente significantes para o grau de mobilidade e

proporção de sucesso entre os mini-implantes inseridos nos septos dos grupos GL1

e GL2. A proximidade entre os implantes e as raízes dentárias adjacentes (GP1 e

33

GP2) também não influenciou na estabilidade e proporção de sucesso

(aproximadamente 90%). No entanto, observou-se maior sensibilidade nos

pacientes cujos mini-implantes apresentavam mobilidade e que a falha destes

ocorria logo após sua inserção.

Santiago et al. (2009) avaliaram a densidade mineral óssea (DMO) de

sítios específicos da maxila para inserção de mini-implantes. Neste estudo, cuja

metodologia empregou a tomografia computadorizada (TC) multi-slice, sendo

realizados 15 TC multi-slice da maxila para avaliação da Densidade Mineral Óssea

de 30 regiões de interesse entre os segundos pré-molares e primeiros molares – 15

do lado direito e 15 do lado esquerdo de 15 indivíduos (7 do gênero masculino e 8

do gênero feminino, com idade média de 21 anos) a serem submetidos ao

tratamento ortodôntico, com mini-implantes como unidades de ancoragem. O

resultado do teste T para observações pareadas, não revelou uma diferença

estatisticamente significativa, quando lados direito e esquerdo foram comparados

(P< 0,05). A conclusão tirada deste estudo foi que a média dos valores obtidos para

o DMO encontrou-se próxima ao valor máximo de uma escala considerada normal

para a região posterior da maxila, podendo assim, ser considerada uma área segura

em termos de qualidade óssea para inserção de mini-implantes.

Batista (2010) avaliou a resistência à flexão de mini-implantes

desenvolvidos para ancoragem esquelética do aparelho de Herbst, com uma

amostra de 13 protótipos de mini-implantes que foram colocados nas regiões

posterior da maxila e anterior da mandíbula de 03 minipigs BR1, após serem

sacrificados. Corpos de prova, contendo os protótipos de mini-implantes inseridos

em osso, foram submetidos a uma força de flexão por engastamento simples

utilizando-se uma máquina universal de ensaios mecânicos Instron. Calculando-se

34

a média e o desvio padrão de cada região. Com o objetivo de comparar a

resistência dos protótipos entre as regiões de inserção, foi utilizado o teste T de

Student para as duas amostras não pareadas. O teste de hipótese foi realizado em

cada região para avaliar se os protótipos de mini-implantes seriam capazes de

suportar forças ortopédicas. Para fins de comparação foram consideradas forças

ortopédicas acima de 1,0kg. O nível de significância adotado foi P<0,05. Os

protótipos de mini-implantes apresentavam resistência à força de flexão de 13,86kgf

(DP=2,3) para a região posterior da maxila e 20,55kgf (DP=5,2) para a região

anterior da mandíbula. Houve diferença estatisticamente significativa entre as duas

regiões com relação à força de resistência dos mini-implantes (P=0,015), sendo que

a resistência maior foi na região anterior da mandíbula. A hipótese de que os

protótipos de mini-implantes seriam capazes de suportar forças ortopédicas foi

confirmada para as regiões posterior da maxila e anterior da mandíbula. Os autores

concluíram que, em minipigs BR1, os protótipos de mini-implantes usados no

aparelho de Herbst foram capazes de resistir a forças entre 13,86 e 20,55 kgf sendo

capazes de suportar forças ortopédicas.

Lima (2010) avaliou a mecânica de mini-implantes desenvolvidos para a

ancoragem esquelética de disjuntores maxilares que evitassem inclinações

dentárias descontroladas, danos aos tecidos periodontais e radiculares, e também à

porção alveolar da maxila. Para este estudo foram desenvolvidos e utilizados 2

novos desenhos de mini-implantes de titânio autopefurantes com 1,8 e 2,0mm de

diâmetro, específicos para disjunção maxilar, denominados MIDS. Também foi

desenvolvido um dispositivo que se assemelha ao palato humano, e realizados 10

ensaios mecânicos (5 para o grupo MIDS 2,0mm e 5 para o grupo MIDS 1,8mm)

que foram mensurados em uma máquina de aferição de cargas EMIC DI 2000: cada

35

ensaio continha 4 MIDS que foram inseridos em ossos artificiais e um parafuso

Hyrax ancorado neles. O Hyrax foi ativado até o momento em que, ou o hyrax, o

osso artificial ou algum MID, se rompesse. Conclui-se que esse sistema de

ancoragem óssea pode ser usado clinicamente tendo desempenho superior aos

demais encontrados no mercado.

Meneses (2011) avaliou a influência do padrão de crescimento

craniofacial na espessura da cortical óssea alveolar e correlaciono-o com a

estabilidade dos mini-implantes ortodônticos. A amostra de 30 pacientes com 56

mini-implantes inseridos na região posterior vestibular da maxila como recurso de

ancoragem na retração anterior. Inicialmente os pacientes foram divididos de

acordo com a média do ângulo FMA, em padrão de crescimento horizontal (GH) e

vertical (GV) as espessuras das corticais ósseas foram mensuradas nos cortes

axiais das imagens de tomografias computadorizadas de feixe cônico. As médias

encontradas em cada grupo foram comparadas pelo teste T. A correlação de

Pearson foi realizada entre os valores do ângulo FMA e as espessuras das corticais

ósseas. Posteriormente para avaliar a influência do padrão de crescimento sobre a

estabilidade dos mini-implantes, estes foram divididos em dois grupos, também de

acordo com o padrão de crescimento. GM1(H) - Horizontal e GM1(V) - Vertical. Os

grupos foram comparados quanto ao grau de mobilidade e a proporção de sucesso

pelos testes de Mann Whitney e o teste exato de Fisher, através desses testes e do

teste Qui-quadrado foi avaliada a influência das seguintes variáveis sobre o grau de

estabilidade: característica do tecido mole na região de inserção; sensibilidade à

quantidade de placa; o período de observação e a técnica utilizada para cada

dispositivo. Os resultados obtidos demonstraram que a espessura da cortical óssea

alveolar anterior (superior e inferior) e posterior (inferior) vestibulares foram maiores

36

no grupo GH do que no grupo GV. Houve correlação negativa significante entre o

FMA e as espessuras nas regiões anteriores inferiores (vestibular e lingual) e

superior (vestibular). Não houve diferença significante nos resultados para o grau de

mobilidade e proporção de sucesso dos mini-implantes nos grupos GM1(H) e

GM1(V). O tempo médio de observação foi de 8,77 meses. A proporção de sucesso

total foi de 89,29% e nenhuma variável mostrou estar relacionada com o sucesso

dos mini-implantes, no entanto observou-se maior sensibilidade nos pacientes cujo

mini-implantes apresentava mobilidade e a falha desses dispositivos de ancoragem

ocorreu logo após sua inserção.

37

4. DISCUSSÃO

Avaliando a taxa de sucesso Liou et al. (2004); Park (2003) concluíram

que: no caso de Liou, verificou-se que o grau de mobilidade dos mini-implantes foi

igual a zero apesar de inclinação que sofreram. Park observou o índice mais

elevado de sucesso em jovens adolescentes em comparação ao grupo adulto o que

atribuiu a uma taxa mais alta de seu metabolismo.

Nos diversos empregos clínicos dos mini-implantes Gelgör et al. (2004) e

Park et al. (2006) avaliaram-lhes na distalização de molares superiores e as

alterações sagitais, verticais e de tecido mole. Concluíram que as vantagens dos

mini-implantes: são pouco efeito colateral de protusão dentária e a dispensa da

colaboração do paciente. Xum et al. (2006); Everdi et al. (2004) estudaram seu

emprego no tratamento da mordida aberta esquelética com mini-implantes presos

na área zigomática para extruir o segmento maxilar posterior e objetiveram um

tempo de tratamento menor.

O mini-implante propriamente dito também foi estudado em seus

aspectos, tais como a textura de sua superfície na qual Oyonarte et al. (2005)

concluíram que a melhor estabilidade foi obtida em mini-implantes com superfície

porosa em relação aos de superfície usinada. A resistência à flexão foi abordada

por Pithon et al. (2008) e Batista (2010). Na sua pesquisa Batista (2010) estudou a

resistência à flexão de mini-implantes desenvolvidos para ancoragem esquelética

no aparelho de Herbst onde foram usadas forças ortopédicas, ou seja, aquelas de

1Kg ou mais. Neste estudo as forças chegaram a até 20,55Kg, sendo assim, aptos

para este uso. Pithon et al. (2008) estudaram as diversas marcas comerciais, sendo

38

uma alemã e três brasileiras – da Neodent, da INP e da Tittanium Fix. Ainda sobre o

aspecto físico Moraes et al. (2008) estudaram a liberação de íons metálicos no

organismo humano, a qual foi considerada inofensiva, podendo ser usada com

segurança. A questão da localização do mini-implante ortodôntico ou seja seu sítio

de inserção foi abordada por autores como Schnelle et al. (2004) que estudaram tal

questão avaliando radiografias, visando locais de inserção mais próximos a coroa

dentaria e ainda se o tratamento ortodôntico favoreceria o aumento do número

destes locais. Esse trabalho encontrou a área mais coronal entre o primeiro e

segundo molar inferior, por outro lado após o tratamento o número de locais

apropriados subiu de 9 para 11, fato devido a correção axial da posição das raízes.

Ainda sobre esta questão Everdi et al. (2004) avaliaram o tratamento da mordida

aberta esquelética com o uso de mini-implantes inseridos na área zigomática para

obter intrusão do segmento maxilar posterior, obtiveram correção melhoria da

estética, estabilidade e maior rapidez. Xum et al. (2006) também estudaram a

mordida aberta, colocando seus mini-implantes entre os primeiros e segundos

molares superiores concluindo que pacientes com mordida aberta esquelética

borderline podem ser tratados eficazmente sem cirurgia.

39

5 CONCLUSÃO

a) As aplicações clínicas dos mini-implantes são: intrusão, tanto de

dentes posteriores quanto anteriores, distalização, estabilização de dentes ou grupo

de dentes, tracionamento de caninos impactados, retração dentária em massa,

verticalização de molares e mesialização de molares inferiores;

b) Os mini-implantes apresentam-se como excelentes meios auxiliares de

ancoragem em ortodontia, apresentando uma alta taxa de sucesso, em torno de

89,25%;

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4. DISCUSSÃO

Avaliando a taxa de sucesso Liou et al. (2004); Park (2003) concluíram

que: no caso de Liou, verificou-se que o grau de mobilidade dos mini-implantes foi

65

igual a zero apesar de inclinação que sofreram. Park observou o índice mais

elevado de sucesso em jovens adolescentes em comparação ao grupo adulto o que

atribuiu a uma taxa mais alta de seu metabolismo.

Nos diversos empregos clínicos dos mini-implantes Gelgör et al. (2004) e

Park et al. (2006) avaliaram-lhes na distalização de molares superiores e as

alterações sagitais, verticais e de tecido mole. Concluíram que as vantagens dos

mini-implantes: são pouco efeito colateral de protusão dentária e a dispensa da

colaboração do paciente. Xum et al. (2006); Everdi et al. (2004) estudaram seu

emprego no tratamento da mordida aberta esquelética com mini-implantes presos

na área zigomática para extruir o segmento maxilar posterior e objetiveram um

tempo de tratamento menor.

O mini-implante propriamente dito também foi estudado em seus

aspectos, tais como a textura de sua superfície na qual Oyonarte et al. (2005)

concluíram que a melhor estabilidade foi obtida em mini-implantes com superfície

porosa em relação aos de superfície usinada. A resistência à flexão foi abordada

por Pithon et al. (2008) e Batista (2010). Na sua pesquisa Batista (2010) estudou a

resistência à flexão de mini-implantes desenvolvidos para ancoragem esquelética

no aparelho de Herbst onde foram usadas forças ortopédicas, ou seja, aquelas de

1Kg ou mais. Neste estudo as forças chegaram a até 20,55Kg, sendo assim, aptos

para este uso. Pithon et al. (2008) estudaram as diversas marcas comerciais, sendo

uma alemã e três brasileiras – da Neodent, da INP e da Tittanium Fix. Ainda sobre o

aspecto físico Moraes et al. (2008) estudaram a liberação de íons metálicos no

organismo humano, a qual foi considerada inofensiva, podendo ser usada com

segurança. A questão da localização do mini-implante ortodôntico ou seja seu sítio

de inserção foi abordada por autores como Schnelle et al. (2004) que estudaram tal

66

questão avaliando radiografias, visando locais de inserção mais próximos a coroa

dentaria e ainda se o tratamento ortodôntico favoreceria o aumento do número

destes locais. Esse trabalho encontrou a área mais coronal entre o primeiro e

segundo molar inferior, por outro lado após o tratamento o número de locais

apropriados subiu de 9 para 11, fato devido a correção axial da posição das raízes.

Ainda sobre esta questão Everdi et al. (2004) avaliaram o tratamento da mordida

aberta esquelética com o uso de mini-implantes inseridos na área zigomática para

obter intrusão do segmento maxilar posterior, obtiveram correção melhoria da

estética, estabilidade e maior rapidez. Xum et al. (2006) também estudaram a

mordida aberta, colocando seus mini-implantes entre os primeiros e segundos

molares superiores concluindo que pacientes com mordida aberta esquelética

borderline podem ser tratados eficazmente sem cirurgia.

5 CONCLUSÃO

a) As aplicações clínicas dos mini-implantes são: intrusão, tanto de

dentes posteriores quanto anteriores, distalização, estabilização de dentes ou grupo

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de dentes, tracionamento de caninos impactados, retração dentária em massa,

verticalização de molares e mesialização de molares inferiores;

b) Os mini-implantes apresentam-se como excelentes meios auxiliares de

ancoragem em ortodontia, apresentando uma alta taxa de sucesso, em torno de

89,25%;

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