MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E … · preço definido no mercado internacional, ... penalizada há quase 17 anos com o Imposto ... • Ministro de Estado Chefe da Casa Civil

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E

ABASTECIMENTO (MAPA)

CÂMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE

CARNE BOVINA

IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO SOBRE COURO WET BLUE

PAULO MUSTEFAGACOORDENADOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRIGORÍFICOS – ABRAFRIGO

13/12/2017

Imposto de Exportação sobre o couro wet blue

- Instituído pelo Decreto nº 3684, de

07/12/2000

- Atualmente, o gravame está mantido com

alíquota de 9%, por meio da Resolução CAMEX nº 42, de 19/12/2006


ORIGEM DA TAXA

- O governo brasileiro atendeu a pleito do setor calçadista, com base no falso argumento de que a exportação do couro wet blue alimentava a indústria calçadista asiática, que, por sua vez, deslocava o calçado brasileiro nos EUA, principal destino de nossos calçados na época

- O “objetivo” do Imposto era promover agregação de valor ao couro em território nacional, por meio da exportação de calçados


RESULTADOS

- O Imposto de Exportação serviu apenas para criar reserva de mercado para a compra do couro wet blue brasileiro

- As exportações de calçados de couros não cresceram. Na realidade, despencaram, como se poderá observar a seguir

- Atualmente, menos de 20% da produção brasileira de calçadosutiliza couro como material predominante; e as exportações de calçados de couros representam apenas 13,8% do total de calçadosexportados – dados da Abicalçados

- Por outro lado, houve crescimento das importações de calçados de couro



RESULTADOS

- Ou seja, apesar do Imposto de Exportação, a indústriacalçadista brasileira perdeu competitividade no mercado externo e também no doméstico

- As exportações de couro wet blue continuaramcrescendo consistentemente, pois há sobreoferta de couro no mercado interno – nos dois últimos anoshouve queda devido à redução de oferta causada pela crise econômica


0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1.000

US$

Milh

ões

Ano

Exportações brasileiras de couros wet blueUS$ Milhões - 2001 a 2016

Fonte: Aliceweb/SISCOMEX/MDIC; 2000 e 2001 - Revista Courobusiness


RESULTADOS

- Como o wet blue, por ser uma commodity, tem seu preço definido no mercado internacional, o curtume não repassa o ônus de 9% do Imposto de Exportação ao cliente externo, transferindo esse custo então aos frigorífico e pecuaristas

- O gravame foi, durante esses dezesseis anos e meio, sustentado pelos elos iniciais do agronegócio da carne bovina, frigoríficos e pecuaristas


RESULTADOS

- A receita dos frigoríficos está diretamente relacionada aos preços de comercialização da carne e dos subprodutos resultantes do abate dos animais no mercado interno ou na exportação

- Uma queda nos preços dos subprodutos comercializados pelos frigoríficos terá impacto direto sobre sua receita e, consequentemente, terá impacto sobre o preço de equilíbrio na aquisição de animais para abate


Abr/017,24

0,32

Set/171,34

Mar/074,25

Set/171,84

Abr/017,88

Set/179,88

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

abr-

01

set-

01

fev-

02

jul-

02

dez

-02

mai

-03

ou

t-0

3

mar

-04

ago

-04

jan

-05

jun

-05

no

v-0

5

abr-

06

set-

06

fev-

07

jul-

07

dez

-07

mai

-08

ou

t-0

8

mar

-09

ago

-09

jan

-10

jun

-10

no

v-1

0

abr-

11

set-

11

fev-

12

jul-

12

dez

-12

mai

-13

ou

t-1

3

mar

-14

ago

-14

jan

-15

jun

-15

no

v-1

5

abr-

16

set-

16

fev-

17

jul-

17

Mês/Ano

Carcaça casada boi (SP) e couro verde (Brasil Central)Valores Reais (R$/Kg) - abr/2001 a set/2017

Couro verde comum

Couro verde 1a linha

Carcaça casada boi

Fonte dos dados básicos: Cepea-USP; FGV e Scot ConsultoriaDeflator: IGP-DI - FGV - Base: Set/2017Elaboração: ABRAFRIGO

Carcaça casada: +25,3%Couro comum: -81,5%


4,45

48,04

18,54

122,24125,34

107,07

125,27

0

20

40

60

80

100

120

140

160

abr-

01

ou

t-0

1

abr-

02

ou

t-0

2

abr-

03

ou

t-0

3

abr-

04

ou

t-0

4

abr-

05

ou

t-0

5

abr-

06

ou

t-0

6

abr-

07

ou

t-0

7

abr-

08

ou

t-0

8

abr-

09

ou

t-0

9

abr-

10

ou

t-1

0

abr-

11

ou

t-1

1

abr-

12

ou

t-1

2

abr-

13

ou

t-1

3

abr-

14

ou

t-1

4

abr-

15

ou

t-1

5

abr-

16

ou

t-1

6

abr-

17

Mês/Ano

Boi gordo (Ind. Cepea), carcaça casada boi (SP) e couro verde (Brasil Central)Número índice: Base 100 = Abr/2001

Couro verde Boi Gordo

Carcaça casada boi

Fonte dos dados básicos: Cepea-USP, FGV e Scot ConsultoriaDeflator: IGP-DI - FGVElaboração: ABRAFRIGO


Couro/Boi Boi/Couro

R$/@ Peso (@) Valor (R$) R$/Kg Peso (Kg) Valor (R$) (%)

abr/01 41,72 17,00 709,24 2,25 40,00 90,00 12,69% 7,9

out/17 140,78 17,00 2.393,26 1,24 40,00 49,60 2,07% 48,3

Var. (%) 237,44 - - -44,89 - - - -

Fontes: Cepea-USP e Scot Consultoria

Obs.: 1 @ equivale a 17Kg de carcaça

Elaboração: ABRAFRIGO

MêsBoi Gordo Couro Verde

Relação entre preço do couro verde e boi gordo


AGRAVANTES

- Conforme estudo da CNA em parceria com o CEPEA-USP, o Valor Bruto da Produção de carne bovina teve queda de 7% em 2016 e, para este ano, a queda esperada é de 8,7%, como reflexos da crise da economia brasileira

- Nesse cenário de crise, o Imposto de Exportação do couro wet blue representa mais um gravame, com impacto negativo sobre a cadeia produtiva da bovinocultura de corte, afetando pequenas e médias indústrias frigoríficas e os pecuaristas


AGRAVANTES

- A política de concentração no setor de indústrias frigoríficaspromovida pelo governo federal na última década (com apoiodo BNDES) provocou desequilíbrios no setor de bovinoculturade corte, causando insegurança e instabilidade no mercado

- Essa política de concentração alcançou igualmente o segmento de processamento de couros, afetandonegativamente pequenas e médias indústrias frigoríficas


AGRAVANTES

- O agronegócio da carne bovina vem sendo afetado pordiversos fatores – operação carne fraca, fechamento de mercados, delação na lava-jato, deficiências no serviçode inspeção sanitária, entre outros fatores

- E o setor ainda tem que conviver com um impostoantigo, ultrapassado e obsoleto, que retira renda do agronegócio da carne bovina


AGRAVANTES

- Se taxar exportações de matérias-primas fosse eficiente para gerar competitividade a outro segmento industrial, então deveriam ser taxadas também as exportações de soja em grãos, café, minério de ferro, entre outros, para que fossem exportados apenas produtos de alto valor agregado. Mas sabemos não ser essa a realidade

- Não se justifica taxar setores mais eficientes para beneficiar segmentos menos eficientes, quanto mais quando essa política penaliza um único produto, o couro wet blue, recaindo sobre o agronegócio da carne


AGRAVANTES

- A CAMEX jamais aceitou taxar a exportação do boi em pé, ao alegar, com justa razão, que não caberia reserva de mercado para os frigoríficos brasileiros

- Se este princípio é de lógica elementar, também, da mesma forma, por analogia, não cabe reserva de mercado para a indústria calçadista brasileira ou qualquer outro segmento

- O couro é o único produto do agronegócio que sofre esse nefastoregime de exceção – e está ao lado de armas, munições e cigarros, estes por outras razões político-econômicas


- Resta perguntar: A quem então interessa esse Imposto de Exportação?

- Certamente não é ao agronegócio da carne bovina, emespecial às pequenas e médias indústrias frigoríficas, aospecuaristas e aos consumidores.


Está na hora de tirar esse esqueleto do

armário


Política Fiscal x Imposto de Exportação

- Como o País atravessa uma crise fiscal, é importante frisar que o Imposto de Exportação é neutro para o caixa do Tesouro Nacional, pois é recolhido para Reserva Monetária do Banco Central. O Imposto de exportação gera um recolhimento em torno de US$ 50 milhões/ano, valor irrisório para o governo, representando 0,01% da reserva atual (US$ 380 bilhões), mas extremamente prejudicial para o agronegócio da carne bovina

- Por ser destinado à formação de reserva monetária, não se caracteriza como receita orçamentária

- Por não ser administrado pela Receita Federal, não pode ser utilizado em compensações tributárias


CONCLUSÕES

- A pecuária brasileira é injustamentepenalizada há quase 17 anos com o Impostode Expotação sobre o couro wet blue


PROPOSTAS PARA FORTALECER O

AGRONEGÓCIO DA CARNE BOVINA

- A ABRAFRIGO vem articulando propostas de políticas de apoio e fortalecimento dos pequenos e médios frigoríficos brasileiros, junto ao BNDES e junto à SPA/MAPA


O FIM DO IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO SOBRE O COURO WET BLUE CONTRIBUIRÁ PARA:

• Valorização do couro brasileiro no mercado interno;

• Fortalecimento de pequenas e médias indústrias frigoríficas, maior equilíbrio no agronegócio da carne bovina e melhoria de renda para os pecuaristas;

• Melhoria do poder de compra para alimentação dos trabalhadores;

• Fim de uma política ineficiente, ineficaz, injusta e inoportuna, que prejudica o agronegócio da carne bovina há 17 anos.


PLEITO:

- Considerando todo o exposto, CNA, SRB, ABCZ e ABRAFRIGO, com o apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), solicitaram aos Ministros que compõem a Câmara de Comércio Exterior – CAMEX, a revogação total e imedata do Imposto de Exportação incidente sobre o couro wet blue;

- O Ministro Blairo Maggi e sua equipe estão empenhadosem defender o pleito do setor pecuário junto ao Conselhode Ministros da CAMEX.


Ministros que compõem o Conselho da CAMEX

• Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República -

Eliseu Padilha

• Ministro Secretário-Geral da Presidência da República - Wellington Moreira

Franco

• Ministro de Estado da Fazenda - Henrique Meireles

• Ministro de Estado das Relações Exteriores - Aloysio Nunes Ferreira

• Ministro de Estado da Indústria, Comércio Exterior e Serviços - Marcos

Pereira

• Ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão - Dyogo

Oliveira

• Ministro dos Transportes – Maurício Quintella

• Secretária Executiva da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX - Marcela

Santos de Carvalho


MUITO OBRIGADO!

PAULO MUSTEFAGA

[email protected]

Documents

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E … · preço definido no mercado internacional, ... penalizada há quase 17 anos com o Imposto ... • Ministro de Estado Chefe da Casa Civil