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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE INTERDISCIPLINAR EM HUMANIDADES CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS/ESPANHOL PROJETO UNA VENTANA AL MUNDO HISPÁNICO: ESPAÑA, ¿VALE? Coordenadora: Orlanda Miranda Santos Colaboradores: Antonia Javiera Cabrera Muñoz e Fabrizio Sampaio Saldanha Equipe: Janaína Fernandes Oliveira Kátia Cristina de Sousa Katiane de Jesus Gonçalves Lucélia Fernandes Muniz Luiz Gustavo Nunes da Silva Maria Goretti Vieira Manoel de Brito Oliveira Segundo Nayara Silva Reis Tiago Fernandes França de Miranda Vanessa Aparecida Cordeiro Siqueira Diamantina, maio de 2015

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE INTERDISCIPLINAR EM HUMANIDADES CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS/ESPANHOL

PROJETO

UNA VENTANA AL MUNDO HISPÁNICO: ESPAÑA, ¿VALE?

Coordenadora: Orlanda Miranda Santos

Colaboradores: Antonia Javiera Cabrera Muñoz e Fabrizio Sampaio Saldanha

Equipe:

Janaína Fernandes Oliveira

Kátia Cristina de Sousa

Katiane de Jesus Gonçalves

Lucélia Fernandes Muniz

Luiz Gustavo Nunes da Silva

Maria Goretti Vieira

Manoel de Brito Oliveira Segundo

Nayara Silva Reis

Tiago Fernandes França de Miranda

Vanessa Aparecida Cordeiro Siqueira

Diamantina, maio de 2015

UNA VENTANA AL MUNDO HISPÁNICO: ESPAÑA, ¿VALE?

RESUMO

Esta proposta de oficinas no Colégio Tiradentes visa a compartilhar conhecimentos de

espanhol de forma teórico-prática. As oficinas ocorrerão ao longo de 2015, dividas em

quatro encontros (maio, junho, agosto e outubro), para os alunos do segundo ano do Ensino

Médio, único nível escolar onde o espanhol é ensinado (pertencente à grade curricular).

Essas oficinas serão oferecidas pela equipe do Pibid de Letras Espanhol da UFVJM e

abordarão diversos temas relacionados à língua, cultura e literatura hispânica.

Palavras chave: Língua Espanhola; Cultura hispânica; Literatura hispânica.

Contatos da Coordenadora

E-mail: [email protected]

Telefone: (38) 9914-2826

Diamantina, maio de 2015

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................................4

JUSTIFICATIVA..................................................................................................................11

OBJETIVO GERAL.............................................................................................................12

OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................................12

METODOLOGIA................................................................................................................13

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO....................................................................................14

BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................15

ANEXO 01...........................................................................................................................16

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INTRODUÇÃO

O Pibid de Letras Espanhol, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e

Mucuri, destaca-se por adotar uma perspectiva intercultural em seus projetos de ensino,

bastante aceita hoje em dia por professores e pesquisadores de ensino de línguas de

diferentes países. A professora e pesquisadora Edleise Mendes, da Universidade Federal da

Bahia, estudiosa do assunto, acredita ser a adoção desta perspectiva uma grande tendência

contemporânea, “justamente porque desloca o nosso interesse do conhecimento de línguas

stricto sensu para as relações que se desenvolvem na e com a língua a ser aprendida, e para

os sujeitos que estão em interação” (MENDES, 2012, p. 359). Sendo assim, em vez de se

restringir o ensino de línguas, com foco apenas na relação do aluno com a língua-alvo,

pretende-se, além desta relação, partir para outras que incluam as perspectivas

socioculturais e interculturais que poderão advir do contato dos sujeitos envolvidos, sejam

estes ministrantes, sejam alunos.

Em vista dessa nova perspectiva adotada no contexto de ensino de línguas, muitas

acepções de interculturalidade podem deduzir-se do termo. Porém, o que deve prevalecer

em todas elas é o seu caráter reflexivo:

Agir de modo intercultural e desenvolver práticas de ensino-aprendizagem na

interculturalidade depende, então, de uma mudança de comportamento, da

renovação de concepções e modos de ver o mundo, do compromisso dos que

pretendem atuar de maneira mais sensível aos sujeitos com os quais estão em

contato (MENDES, 2012, p. 363).

Os novos desafios de orientadores, professores supervisores e alunos, então, passam

por mudanças não só de material didático e de metodologias, mas, antes, por uma nova

relação com as línguas, os dialetos e as culturas que compõem, em nosso caso, o universo

hispânico. Isso demanda, para todos os envolvidos, uma reflexão, como dizem as

Orientações Curriculares para o Ensino Médio – Espanhol, “sobre a maneira possível de

trabalha-la com o máximo de qualidade e o menor índice de reducionismo” (OCEM, 2006,

p. 128). Após a sanção da Lei nº 11.161 (05/08/2005) que torna obrigatória a oferta da

língua espanhola, em horário regular, nas escolas públicas e privadas que atuam no ensino

médio, facultando a inclusão do ensino desse idioma nos currículos plenos de 6º ao 9º ano

do ensino fundamental, passaram-se em revisão inúmeros preconceitos que infelizmente

estigmatizaram a língua espanhola como sendo de fácil assimilação por brasileiros, ou

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mesmo, os próprios hispano-falantes e suas culturas:

A “língua fácil”, “língua que não se precisa estudar” (falas que circulam no senso

comum), ganha um novo lugar e um novo estatuto a partir da assinatura do

Tratado do Mercosul, passa a ocupar novos e mais amplos espaços, torna-se

objeto de atenções, preocupações e projeções quanto ao seu alcance, seu êxito e

às suas consequências por parte de vários segmentos da sociedade, seja no âmbito dos negócios, no âmbito educativo, acadêmico, político, e no discurso da

imprensa, que ora se mostra favorável, ora contrária, ora reticente, mas

raramente indiferente a essa nova situação (OCEM, 2006, p. 128).

No âmbito educativo, os nossos desafios passam por uma reflexão ainda maior ou

mais complexa, porque, a partir da Lei sancionada em 2005, trata-se de educar os jovens

no contexto do ensino regular, o que difere, em essência, do ensino livre. No ensino regular,

ou seja, nos ensinos de nível fundamental e médio, a proposta educativa e os objetivos do

ensino de línguas estrangeiras necessariamente devem ser diferentes do que comumente se

pratica em escolas/institutos de idiomas, uma vez que, nesses ambientes, o ensino de língua

tem um fim em si mesmo, que é o de aprender a língua-alvo e sua cultura, mesmo que estas

sirvam para fins variados, como viajar a turismo, viajar a negócios, estudos no exterior,

realização pessoal, etc. Já no ensino regular, a disciplina de língua estrangeira precisa

interagir com as outras disciplinas que o aluno está cursando durante sua formação escolar

ano a ano. Precisa haver, assim, um “deslocamento” do aluno para outras áreas do

conhecimento com a finalidade de que ela, a língua estrangeira, ocupe um papel

diferenciado na construção coletiva do conhecimento e na formação do cidadão. Aliás, essa

ideia da formação integral do aluno está presente também nos Parâmetros Curriculares

Nacionais para o Ensino Médio (PCN, 2000), ou seja, a ideia segundo a qual se deve

trabalhar as linguagens não apenas como formas de expressão e comunicação, mas como

constituintes de significados, conhecimentos e valores.

Nesse sentido, os graduandos que estão se iniciando à docência no Colégio

Tiradentes da Polícia Militar da cidade de Diamantina, vêm, desde 2014, reunindo-se com

sua orientadora, colaboradora e com o professor supervisor1 no Laboratório de Letras da

UFVJM para discutirem e elaborar projetos de ensino que contemplem os novos desafios

impostos aos futuros professores de ensino de língua espanhola no Brasil. Até o momento,

dois projetos foram propostos pela equipe dentro da perspectiva intercultural de ensino de

línguas, a saber: um, sobre o México, que envolveu duas turmas de 2º ano do ensino médio,

1 Coordenação: Profª. Drª Orlanda Miranda Santos. Supervisão: Profº. Fabrizio Sampaio Saldanha. A partir

de 2015, a Profª. Drª. Antonia Javiera Cabrera Muñoz passa a fazer parte da equipe como colaboradora.

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a 201 e a 202, realizado nos dias 13 e 14 de novembro de 2014 nas salas de aula e no pátio

de alimentação do colégio; outro, sobre a Espanha, a ser realizado nos dias 7 e 8 de

outubro deste ano também em duas turmas do ensino médio e nos mesmos locais. Vale

dizer que todas as práticas de ensino propostas foram, ou ministradas, ou realizadas com os

alunos pelos bolsistas do Pibid de Letras Espanhol, que tiveram constante atuação em todas

as etapas do projeto de ensino (desde a concepção e elaboração do material didático,

passando por performances variadas e degustação de comidas típicas até o momento final

do evento). Os primeiros resultados do Pibid de Letras Espanhol da UFVJM foram

apresentados no V Encontro Institucional do Pibid: “desafios e contribuições para a

formação docente”, na comunicação oral intitulada “Primeiro ano de experiência do PIBID

de Língua Espanhola no Colégio Tiradentes de Diamantina – Minas Gerais”, em sessão

temática que aconteceu no dia 18 de novembro de 2014 com a presença de todos os

bolsistas e da coordenadora.

Como não possuímos, ainda, acervo suficiente em nossa biblioteca universitária

para levarmos a cabo a concepção e elaboração do material didático, assim como,

tampouco optamos pela simples adoção de métodos de ensino prontos haja vista o caráter

experimental de projetos como o Pibid nos Cursos de Licenciatura, as práticas de ensino

foram totalmente concebidas e produzidas com recursos disponíveis ao nosso alcance: o

acervo bibliográfico das orientadoras e do professor supervisor, o acervo do Laboratório de

Letras e a internet, onde puderam ser acessadas inúmeras páginas institucionais e

acadêmicas sobre variados assuntos (ensino de língua espanhola como língua estrangeira,

dicionários online, tradutores, páginas de literatura, de música, de teatro, de comidas

típicas, etc.).

Fazendo-se a exposição teórica da metodologia do presente projeto de ensino,

retoma-se neste a metodologia do projeto sobre o México, onde as práticas foram

realizadas em forma de talleres (oficinas), oficinas durante o período regular das aulas de

espanhol das turmas 201 e 202. E, mesmo havendo a introdução de conteúdos em cada

oficina, a técnica de ensino é essencialmente empírica, pois o processo de ensino-

aprendizagem somente acontece mediante a participação direta dos alunos interagindo uns

com os outros e com os ministrantes. O chamado “método empírico” é um conhecido

método científico feito através de tentativas e erros, também identificado com o senso

comum, em que se aprendem novos conteúdos através das experiências vividas e

presenciadas pelos sujeitos em interação. Se o conhecimento resultante é, muitas vezes,

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superficial, sensitivo e subjetivo, tal conhecimento, por outro lado, suscita maior impacto

na introdução do alunado brasileiro à variedade cultural dos países hispanófonos.

Como aconteceu no evento sobre o México, diferentes oficinas serão

proporcionadas aos alunos este ano: taller de danza y música, taller de literatura, taller de

teatro, taller de maquetas de fútbol y tenis (maquetes de futebol e tênis).

Nas oficinas, uma nova relação trava-se entre o grupo de alunos e o ministrante,

que difere da adotada no ensino tradicional, reconhecidamente expositiva e receptiva. A

diferença básica é que o aluno quem se apropria dos conhecimentos, ficando o ministrante

mais na posição de coordenador ou observador de todo o processo. Em outras palavras, ele

continua sendo a autoridade em sala, mas vivencia, com o aluno, uma nova situação. Se

antes o conteúdo era lecionado pelo professor através da mera exposição, cada oficina pro-

põe justamente a mudança deste paradigma, onde os sujeitos envolvidos sabem que o co-

nhecimento já não é propriedade exclusiva do professor, sobretudo em tempos em que a

informação está ao alcance de todos através de vários meios.

A oficina pode ser concebida de acordo com os objetivos e os conteúdos que se te-

nham reservados para cada encontro com os alunos, mas, tradicionalmente, ela se divide

em três momentos: atividade inicial, síntese informativa ou desenvolvimento e atividades

de integração, pesquisa e extensão. A atividade inicial tem como objetivo chamar a atenção

do aluno para o tema que será desenvolvido na aula. Recomenda-se pensar em uma ativi-

dade que estimule o aluno a contribuir espontaneamente com aquilo que já sabe ou que lhe

interessa. A síntese informativa ou desenvolvimento deve orientar o aluno na elaboração

do conhecimento. O ministrante não explica o tema, mas orienta os alunos a adquirirem a

informação por si mesmos e a estabelecerem nexos e relações que os levem a níveis cada

vez mais avançados de compreensão. Nas atividades de integração, síntese e extensão, é

imprescindível preparar um guia de trabalho de modo a organizar as atividades individuais

e grupais. Elas têm de permitir ao aluno reelaborar, retrabalhar, recriar o conhecimento

adquirido no momento de síntese. Para concluir a aula-oficina, existem várias técnicas gru-

pais que estimulam a aprendizagem e a interação: o brainstorming (torvelinho de ideias);

trabalho em subgrupos; role-playing (jogo de papéis); debate parlamentar ou juízo oral;

mesa-redonda; técnica de collage, etc.

Na verdade, o eixo norteador das atividades durante uma oficina vai mais em dire-

ção aos objetivos do que aos conteúdos, haja vista que o trabalho individual e grupal de-

vem se complementar em busca de atingir metas previamente delineadas pelo ministrante

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para cada atividade. Por exemplo, numa oficina de dança e música, as metas dizem mais

respeito a práticas corporais e auditivas e, para realizá-las, deverão ser levadas em conta as

etapas que os alunos, individualmente ou em grupo, terão de cumprir para reconhecer e/ou

dançar ritmos originais, ou para reconhecer e/ou apreciar gêneros e estilos musicais diver-

sos. Outro fator importante da oficina é a possibilidade de se cometer erros e ter dúvidas

numa porcentagem maior. Como a aula-oficina permite vivências emocionais e de ação, o

trabalho em grupos possibilita maior troca de opiniões e questionamentos. Se o ensino tra-

dicional dissocia a teoria da prática, a oficina busca integrá-las através dos afetos, da refle-

xão e da ação.

A aplicação desta metodologia de ensino requer dos ministrantes um constante tra-

balho de avaliação para determinar que tipo de conduta e objetivo convém promover em

cada momento do processo, assim como, um constante trabalho de criação tanto na prepa-

ração como na execução das atividades. As oficinas preparadas pela equipe de professores

e alunos do Pibid de Letras Espanhol destacam-se por, como já foi dito, adotar uma pers-

pectiva intercultural, e, nesse sentido, o material didático deve ser flexível, longe de ser um

material ideal, como defende a professora Edleise Mendes: “Por isso mesmo, há a necessi-

dade de olharmos para os materiais como estruturas flexíveis, que podem ser adaptadas aos

contextos nos quais serão experimentados” (MENDES, 2012, p. 366). A depender do nos-

so contexto de atuação e necessidades de aprendizagem, as propostas de ensino devem ser

introdutórias, mas nem por isso diminuídas em complexidade e em insumos linguísticos e

culturais:

Por isso, o material didático, tal como o defendo, deve apresentar um tipo de es-

trutura que funcione, antes de tudo, como suporte, apoio, fonte de recursos para

que se construam, em sala de aula, ambientes propícios à criação de experiências na/ com a língua-cultura alvo. Ele não deve obedecer a sequências rígidas ou à

seleção e ordenação de dados que não podem ser mudados, manipulados, explo-

rados e expandidos em sala de aula. Deve poder ser adaptado, modificado, ade-

quado a diferentes situações, de acordo com as percepções do professor quanto

aos desejos e necessidades dos alunos (MENDES, 2012, p. 367)

Nas oficinas propostas para as turmas do Colégio Tiradentes, não se objetiva, pro-

priamente, uma aprendizagem sistematizada da língua espanhola tal como se propõe em

métodos tradicionais de ensino, como são o de gramática e tradução, o de base estrutural, o

nocional-funcional ou o enfoque comunicativo, que são mais ou menos discursivos, e que

objetivam desenvolver, ou a escrita, ou a fala, ou a comunicação em situações determina-

das, entre outras habilidades linguísticas. A aprendizagem que mais se “encaixaria” na

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perspectiva intercultural seria o enfoque por tarefas, pois, no ensino de uma língua estran-

geira, pode-se conceituar como tarefa os exercícios realizados pelos alunos com objetivo

de que eles compreendam e se comuniquem na língua-alvo. O mais importante atributo

dado à tarefa são seus fins, suas informações e atividades. As tarefas são atividades gerado-

ras de problemas, que necessitam do emprego do conhecimento para sua resolução. A tare-

fa tem como objetivo facilitar a aprendizagem de língua espanhola, utilizando desde exer-

cícios simples a atividades complexas, e ela está diretamente ligada aos conteúdos, exercí-

cios e objetivo. Com o enfoque por tarefas é possível também de se levar à prática elemen-

tos gramaticais através da execução de atividades e jogos que gerem a interação em aula.

Segundo este método, as atividades oferecidas aos alunos devem cumprir algumas

funções, sendo uma das principais a necessidade de que o material didático possa se

adequar ao contexto docente, pois, se a tarefa for muito além do conhecimento do

estudante, este não poderá atribuir-lhe nenhum significado. A aprendizagem do estudante é

considerada contínua sendo levado em conta seu conhecimento prévio somado aos novos

que lhe serão apresentados.

Sendo assim, as atividades e conteúdos já confirmados pela equipe do Pibid de

Letras Espanhol que, pensa-se, poderão contribuir com os conhecimentos que os alunos já

têm sobre a Espanha, são: flamenco e rock espanhol (oficina de música e dança); Miguel

de Cervantes (oficina de literatura); Federico Garcia Lorca (oficina de teatro); futebol e

tênis, ambos esportes muito populares na Espanha. Da gastronomia, a equipe pensou em

oferecer, ao final do evento, uma típica paella a la valenciana, o berço da paella na

Espanha, Albufera de Valencia, atual cidade de Sollana, em Valência. Além disso, para

introduzir outros conteúdos desconhecidos pelos alunos, pensamos em realizar uma

exposição de imagens diversas utilizando-nos de biombos e um varal literário que ficarão

expostos de segunda a sexta-feira (de 5 a 9 de outubro) no pátio do colégio.

Em todas as oficinas, será adotado, para cumprimento das atividades, o método de

enfoque por tarefas, onde o professor passa do centro da interação ao mediador dela, ou

seja, intervindo segundo a necessidade dos estudantes. Ele pode aumentar ou diminuir o

grau de exigência da tarefa, de acordo com o conhecimento do grupo. E o aluno assume o

papel de controlador do discurso, por sua vez, mais ativo e autônomo, responsável por sua

aprendizagem. Esperamos que, com a nossa segunda intervenção no Colégio Tiradentes da

Polícia Militar, os alunos possam assumir mais o papel de protagonista do processo de

aquisição da língua-alvo, já que, segundo uma recente pesquisa levada a cabo por duas

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discentes do Curso em Humanidades da UFVJM, Maria Goretti Vieira e Marli Queirós

Mourão, sobre o ensino de língua espanhola em escolas de Diamantina, “os alunos da

educação básica também se formam no ensino médio com um conhecimento mais amplo

dos conteúdos através dessa interferência” (2014, p. 20), ou seja, dos projetos de ensino

propostos pela equipe do Pibid de Letras Espanhol nessa instituição de ensino.

Queirós e Mourão (2014, p.20) acreditam, ainda, que a inserção do Pibid de Letras

Espanhol em uma escola “poderá contribuir para o aumento do número de escolas que

ofertam o espanhol na sua grade curricular, não só no município de Diamantina-MG, como

também no Vale do Jequitinhonha, uma vez que a Universidade está formando licenciados

em Letras/Espanhol.

Pela pesquisa realizada, concluiu-se que não há nenhum professor atuante formado

em Licenciatura em Letras/Espanhol. Ao todo, entre escolas públicas e particulares, exis-

tem 25 turmas de Ensino Médio que estudam o espanhol. Elas formam, em média, 900

alunos. Em uma escola particular, há 4 turmas do Ensino Fundamental I, com uma média

de 80 alunos que estudam o espanhol. É por isso que, mais do que nunca, é preciso levar

para as escolas não só de Diamantina, mas de toda a macrorregião dos Vales do Jequiti-

nhonha e Mucuri, o vasto território de abrangência da UFVJM, cada vez mais, o projeto

sério e qualificado do ensino de língua espanhola não só por uma causa legalista, isto é, em

função da Lei sancionada em 2005, mas por ser ela um evidente instrumento de comunica-

ção e formação do ser humano para o exercício da cidadania.

Além dos dois projetos de ensino interculturais mencionados, proporemos, ainda

este ano, três oficinas de diferentes temáticas: gramática, literatura e Provas do ENEM para

os alunos do ensino médio do Colégio Tiradentes. Pensamos que, ao escolher variados

conteúdos nessas oficinas, alcançaremos, também, uma maior adesão e interesse do

alunado na aprendizagem da língua espanhola, posto que se objetiva colocar o aluno diante

das dificuldades de análise de gêneros textuais que exigem habilidades linguísticas em um

contexto de ensino-aprendizagem que não o da aula-taller, mas o do estudo concentrado e

silencioso, analítico, que poderá ser feito individualmente ou em pequenos grupos. A

análise gramatical e a interpretação de textos são, pois, os fundamentos cognitivos básicos

para que os alunos possam desenvolver, com mais vagar, as habilidades de leitura e escrita

na língua-alvo, o que são, do mesmo modo, habilidades imprescindíveis para que os

mesmos prestem exames oficiais com mais inteligência e autonomia.

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JUSTIFICATIVA

Diante do exposto na introdução, a proposta deste projeto justifica-se por oferecer

um contato mais estreito dos alunos do Colégio Tiradentes com a língua, literatura e

cultura espanhola de forma mais dinâmica, diferente do cotidiano da sala de aula.

O Pibid de Letras Espanhol no CTPM (Colégio Tiradentes da Polícia Militar)

cumpre com o papel social da UFVJM de formar professores para as redes particular e

pública de ensino, o que vai ao encontro da Lei 11.161, de 05 de agosto de 2005, que

regulamenta a implantação obrigatória do ensino de Língua Espanhola no Ensino Médio.

A realização de um projeto de ensino em horário regular, ou que aconteça em

horário diferenciado e sugerido pela direção do colégio, reforça a perspectiva intercultural

adotada, o que possibilita uma concepção renovada de metodologia, técnicas de ensino e

material didático.

A continuidade do projeto de ensino sobre os países hispânicos reforça a

importância de atividades diferenciadas que estimulem os alunos a desenvolver as quatro

habilidades da língua (expressão e compreensão oral e escrita) e a interagir em espanhol,

adquirindo conhecimentos de língua, cultura e literatura hispânica de forma teórico-prática.

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OBJETIVO GERAL

Conhecer o mundo espanhol através de momentos práticos e teóricos com participação

ativa.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Aprender a dançar músicas típicas da Espanha;

Aprender técnicas teatrais e o espanhol através do teatro;

Aprender noções de percussão corporal e gêneros musicais tipicamente espanhóis;

Conhecer escritores espanhóis e aprender espanhol através da literatura;

Conhecer a variedade linguística e cultural da Espanha mediante oficinas e exposições com

diferentes temas.

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MEDODOLOGIA

O evento será dividido em momentos práticos e teóricos com os diferentes grupos

separadamente.

As oficinas de agosto e setembro acontecerão das 14h às 18h. Serão oficinas de

cunho temático gramatical e/ou literário, com interpretação de textos de diferentes gêneros

textuais, que servirão como uma preparação para o evento maior que acontecerá em outu-

bro. Os alunos aprenderão conteúdos básicos de comunicação, gramática e literatura para

compreenderem as apresentações em língua espanhola.

O evento de outubro será de cunho mais cultural e terá início às 7h e encerramento

às 10h.

Sobre o evento de outubro: no primeiro dia (07/10), acontecerá a abertura com os

profesores Fabrizio e Orlanda. Depois, a pibidiana Maria Goretti fará uma breve exposição

sobre a Espanha: línguas, dialetos, moeda, espaço geográfico, religião (Caminho de Santi-

ago), a título de exemplificação. Das 8h às 10h serão levadas a cabo duas oficinas. Enquan-

to um grupo estiver participando da oficina de dança e música, o outro estará na oficina de

literatura. No dia 8 de outubro, o evento começará com os dois grupos divididos novamen-

te para a realização das oficinas de teatro e maquetes de futebol, das 7h às 9h. Às 9h, acon-

tecerá o encerramento com participação de todos. Haverá sorteio e apresentação gastronô-

mica (esta, a cargo da equipe).

Público-alvo: alunos do segundo ano do Ensino Médio do Colégio Tiradentes de Diaman-

tina, MG.

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CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Ano I - 2015

Observação:

1. 05/08

2. 12/08

3. 09 e 10/09

4. 7 e 8/10

Atividades/Mês 1º

mês

mês

mês

mês

mês

mês

mês

mês

mês

10º

mês

11º

mês

12º

mês

1. Oficina: análise

gramatical

X

2. Oficina: análise

literária

X

3. Análise de

questões do

ENEM

X

4. Evento cultural

sobre a Espanha

X

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REFERÊNCIAS

MENDES, Edleise. Aprender a ser e a viver com o outro: materiais didáticos interculturais

para o ensino de português LE/L2. In: SCHEYERL, Denise; SIQUEIRA, Sávio. Materiais

Didáticos para o Ensino de Línguas na Contemporaneidade: contestações e proposi-

ções. Salvador: EDUFBA, 2012. p. 357-378.

ORIENTAÇÕES Curriculares para o Ensino Médio – OCEM. Linguagens, Códigos e

suas Tecnologias. Volume 1. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação

Básica, 2006. 239 p.

MOURÃO, Marli; VIEIRA, Maria Goretti. A Língua Espanhola como Componente

Curricular nas Escolas Públicas e Particulares de Diamantina – Minas Gerais. 2014.

52 f. Bacharelado em Humanidades – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e

Mucuri, Diamantina.

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ANEXO 01

Una ventana al mundo hispánico: España, ¿vale?

Programación 2015

Fonte da figura: http://www.taniec.es/instrumenty-flamenco/ Acesso em 08/05/2015.

Apertura: 7 de oct. de 2015 de las 7:00 a las 7:20 con Fabrizio y Orlanda en el espacio de alimentación del CTPM.

Fecha Taller Grupo Hora-

rio Lugar

07/10/2015 (miércoles)

Maria Goretti: “Introducción al mundo español - lenguas, dialectos, moneda, espacio geográfico, religión (Camino de Santiago)”, de las 7:20 a las 8:00.

201 y 202

7:20-8:00

Espacio de alimen-tación

07/10/2015 (miércoles)

Taller de danza y música con Vanessa, Manoel y Katia.

201 8:00-9:00

Aula 201 y 202

202 9:00-10:00

07/10/2015 (miércoles)

Taller de literatura con la profesora Antonia, Thia-go y Nayara: El Quijote, ¿cuna de la literatura es-pañola?

202 8:00-9:00

Aula 201 y 202

201 9:00-10:00

Apertura: 8 de oct. de 2015 de las 7:00 a las 7:10 con Antonia en el espacio de alimentación del CTPM.

Fecha Taller Grupo Hora-rio

Lugar

08/10/2015 (jueves)

Taller de teatro con Janaína y Lucélia.

201 7:10-8:00

Aula 201 y 202

202 8:00-9:00

08/10/2015 (jueves)

Taller de maquetas de fútbol y tenis con Nayara, Gustavo y Katiane.

202 7:10-8:00

Aula 201 y 202

201 8:00-9:00

Cierre con sorteo y gastronomía: 8 de oct. de 2015 de las 9 a las 10 con el grupo PIBID UFVJM de Espa-

ñol en el espacio de alimentación del CTPM.

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