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1 Ministério da Fazenda 1 Tarifas Bancárias: Propostas de Regulação Secretaria de Acompanhamento Econômico 22 de novembro de 2007

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Tarifas Bancárias:

Propostas de Regulação

Secretaria de Acompanhamento Econômico

22 de novembro de 2007

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Serviço de utilidade pública Mercado com acesso regulado Assimetria de informação Custos de transferência Aumento do número de reclamações por parte

dos consumidores Em setembro deste ano foi criado um

grupo de trabalho sobre o tema, com a participação do MF, BC, MJ, MPU e Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados

Necessidade de Regulação

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Argumentos geralmente utilizados para explicar o aumento na receita com tarifas bancárias

Aumento da base de clientes Aumento do número de transações Crescimento das operações de crédito Crescimento das aplicações em fundos de investimento Maior disseminação do uso dos cartões de crédito e de pagamento Inovação tecnológica e diversificação dos serviços Lucros “abusivos” dos bancos

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Mudança no Mercado

A partir da década de 90, o ambiente econômico global e os avanços na condução das economias nacionais no plano macroeconômico levaram a uma expressiva redução das taxas médias de inflação.

Nesse contexto, as receitas de tarifas ganharam mais relevância, em termos relativos, devido ao “efeito composição” derivado da queda dos ganhos dos bancos com floating.

Ademais, essa queda também fez com que os bancos buscassem “compensar” as perdas com o floating a partir de outras fontes, entre elas a cobrança de tarifas pelos serviços prestados aos clientes.

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Análise da Experiência Internacional

A preocupação com a questão das tarifas bancárias é generalizada. No mundo inteiro tanto as autoridades de

regulação bancária quanto as de defesa de concorrência têm começado a se preocupar com a evolução e transformação do negócio bancário, estimuladas, principalmente, pelas reclamações dos consumidores.

Países analisados: Inglaterra, Irlanda, Irlanda do Norte, Israel, Itália,

Inglaterra, Paises Nórdicos, e União Européia.

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Principais Conclusões da Análise da Experiência Internacional

Tarifas bancárias só vêm sendo objeto de medidas regulatórias muito recentemente.

No geral as autoridades bancárias e de defesa da concorrência têm sido cautelosas, preferindo apostar em medidas que aumentem a transparência do mercado e estimulem a concorrência.

No entanto, algumas jurisdições têm adotado medidas que permitem maior intervenção por parte das autoridades reguladoras.

Em nenhuma das experiências verificadas encontrou-se sugestão de tabelamento de tarifas bancárias.

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Os trabalhos do MF e do BC estão organizados em três linhas: Padronização e limitação do número de

tarifas bancárias Tarifa de abertura de crédito Tarifa por liquidação antecipada de crédito

O foco é a pessoa física O objetivo é anunciar as medidas no início de

dezembro

Direção e Evolução dos Trabalhos

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Proposta de Regulação:

Padronização e Limitação do Número de tarifas Bancárias

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Padronização e Limitação do Número de tarifas Bancárias

Um número excessivo de tarifas bancárias acarreta os seguintes problemas: Menor transparência nos preços; Aumento dos custos de busca dos consumidores (pois

é mais difícil comparar instituições bancárias); Inibição do desenvolvimento de um ambiente mais

concorrencial. A lista de tarifas cobradas por serviços para pessoas

físicas consiste de 74 itens, segundo as informações monitoradas pelo Banco Central

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Número de Tarifas – Pessoas FísicasPosição em 12/09/2007

RESUMO DO NÚMERO DE TARIFAS Cadastro 3 Cartão magnético 11 Cheque 10 Conta corrente 9 Movimentação de recursos 6 Extrato de conta 3 Cobrança 4 Créditos 5 Outros serviços 4 Capitais estrangeiros e câmbio 19TOTAL 74

TOTAL excluindo capitais estrangeiros e câmbio 55

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Proposta de Regulação

Separação dos serviços em quatro categorias: Essenciais Prioritários Especiais Diferenciados

Padronização de nomenclatura e limitação do número somente dos serviços essenciais e prioritários

Prazo: até 120 dias após publicação do ato normativo

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Serviços Essenciais

Serviços inerentes à relação contratual decorrente de conta corrente de depósito (à vista ou poupança)

Cobrança de tarifas é vedada Exemplos: saldo, extrato mensal, cartão

magnético, folha de cheque. Princípio da regulação: segue a Resolução

2.303 do Banco Central

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Serviços Prioritários

Categoria cobre 95% dos serviços Padronização de nomenclatura Descrição do serviço prestado Criação de registro contábil (COSIF)

Viabilizar acompanhamento e estudos Critério para criação de novos serviços

Autorização específica Serviço vs. veículo

Prazo para reajuste

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Serviços Especiais ou Diferenciados

Serviços Especiais Serviços regidos por legislação e regulamentação

específica Exemplos: conta salário, conta corrente

simplificada, crédito rural, crédito imobiliário do SFH, microfinanças.

Serviços Diferenciados Serviços estabelecidos pela livre pactuação entre

cliente e instituições financeiras Exemplos: aluguel de cofre, entrega em domicílio,

saques no exterior, etc.

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Proposta de Regulação:

Tarifa de Abertura de Crédito (TAC)

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Racionalidade Econômica e Desvio de Função da TAC

A TAC tem por objetivo principal cobrir os custos administrativos da abertura de crédito.

No entanto, em várias operações a TAC funciona como uma comissão de venda para o agente que realiza a operação

Falta de transparência e cobranças abusivas têm gerado um número crescente de reclamações por parte dos consumidores

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Custo Efetivo Total da Operação de Crédito

As instituições financeiras deverão informar previamente o custo efetivo total da operação de crédito, na forma de taxa percentual anual. O custo efetivo total deverá incluir:

A taxa de abertura de crédito (TAC) A taxa efetiva de juro E qualquer outro custo exigido para a viabilização da operação de crédito

O BC estabelecerá a fórmula de cálculo do custo efetivo total da operação.

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Proposta de Regulação:

Tarifa de Liquidação Antecipada de Crédito (TLA)

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Racionalidade Econômica da TLA

A TLA tem por objetivo principal cobrir o risco de descasamento entre ativos e passivos da instituição financeira no caso de uma liquidação antecipada de crédito. Quando as taxas de juros caem os consumidores têm

um incentivo para refinanciar suas dívidas; A instituição financeira pode reaplicar os recursos do

pagamento antecipado às taxas de juros mais baixas; Mas caso ela tenha emitido um título para financiar a

operação de crédito, ela continua com um passivo que paga as taxas elevadas vigentes no passado.

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Riscos Inerentes à Eliminação da TLA

Inclusão do risco de descasamento entre ativos e passivos na taxa de juro, aumentando o custo dos empréstimos para todos os consumidores;

Limitação da escolha por parte do consumidor, que hoje têm acesso a empréstimos com ou sem TLA;

Aumento na busca por proteção (hedge) por parte das instituições financeiras no mercado de derivativos de taxas de juro;

Limitação da oferta de empréstimos, caso o mercado não consiga oferecer o hedge demandado pelas instituições financeiras.

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Aumento do Custo dos Empréstimos

Na concessão de crédito imobiliário nos EUA (IndyMac) costuma-se fornecer duas alternativas:

sem possibilidade de quitação antecipada;

com possibilidade de quitação antecipada.

Nos casos em que o devedor opta pelo financiamento com possibilidade de quitação antecipada, a taxa de juros cobrada é elevada em 0,75pp ao ano em operações de taxa fixa e em 0,5pp ao ano em operações de taxa variável.

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Tratamento da TLA por Outros PaísesNão Permite

Com Carência Sem Carência

Portugal X

Polônia X

República Tcheca X

Hungria X

França X

Dinamarca X

Estados Unidos X X

Inglaterra X

Bélgica X

Finlândia X

Espanha X

Itália X

Canadá X

Grécia X

Suíça X

Suécia X

Holanda X

Alemanha X

PermitePaíses

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O objetivo das medidas em estudo é eliminar o caráter de “multa” da TLA e, ao mesmo tempo, preservar a viabilidade econômica da operação de crédito

Uma eventual eliminação da TLA desloca a discussão para as condições de pré-pagamento, isto é, para a taxa de desconto utilizada no pré-pagamento.

Objetivo da Regulação

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Condições de pré-pagamento:os dois extremos da questão

Pré-pagamento de acordo com a taxa de juro do contrato:Maior benefício para o consumidorMas a elevação da taxa de juro daí decorrente

pode inviabilizar a operação Pré-pagamento de acordo com a taxa de captação

pelos bancos:Maior benefício para a instituição financeiraMas o pagamento antecipado fica praticamente

inviável em operações com grande spread entre a taxa do contrato e a taxa de captação dos bancos

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Propostas em Elaboração

As condições de pré-pagamento (taxa de desconto) devem constar do contrato.

E a taxa de desconto para o pré-pagamento deve refletir:as variações no custo de captação das

instituições financeiras;o prazo a decorrer da operação; eo spread entre a taxa de juro do contrato e

a taxa de captação dos bancos

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Outras Propostas em Estudo

Eliminação da TLA com pré-pagamento de acordo com a taxa do contrato, em operações com prazo a decorrer abaixo de um determinado limite (12 meses ou 24 meses).

Eliminação da TLA, com pré-pagamento de acordo com a taxa do contrato em até sete dias do fechamento da operação (direito de arrependimento)

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