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Ministério da Saúde/MS Secretaria de Vigilância em Saúde/SVS Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental / CGVAM 11º CONGRESSO MUNDIAL DE SAÚDE PÚBLICA 8º CONGRESSO BRASILEIRO DE SAÚDE COLETIVA Determinantes Sociais e Ambientais em Saúde Determinantes Sociais e Ambientais em Saúde 23 de Agosto de 2006 Rio de Janeiro namaria Testa Tambellini namaria Testa Tambellini oordenadora Geral da CGVAM oordenadora Geral da CGVAM rofessora da Faculdade de Medicina e do NESC / UFRJ rofessora da Faculdade de Medicina e do NESC / UFRJ

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Ministério da Saúde/MS

Secretaria de Vigilância em Saúde/SVS

Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental / CGVAM

11º CONGRESSO MUNDIAL DE SAÚDE PÚBLICA8º CONGRESSO BRASILEIRO DE SAÚDE COLETIVA

Determinantes Sociais e Ambientais em SaúdeDeterminantes Sociais e Ambientais em Saúde

23 de Agosto de 2006

Rio de Janeiro

Anamaria Testa TambelliniAnamaria Testa TambelliniCoordenadora Geral da CGVAMCoordenadora Geral da CGVAMProfessora da Faculdade de Medicina e do NESC / UFRJProfessora da Faculdade de Medicina e do NESC / UFRJ

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Introdução

• Histórico do pensamento sobre os determinantes sociais em saúde: Brasil e América Latina

• Uma proposta radical da determinação em saúde: A produção e reprodução social como elementos determinantes dos processos de saúde/doença nas sociedades sob o regime do capital

• MODELOS da relação saúde-ambiente:

Modelo epidemiológico clássico

Modelo baseado na teoria da nidalidade

Modelo sócio-ecológico

• Possibilidades teóricas e empíricas que fazem emergir uma proposta que sintetize conceitos, teorias e formas (metodológicas) flexíveis para lidar com e questão “determinação/incerteza” nas relações saúde/ambiente/sociedade

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Modelos

• Ambiente / Saúde / Sociedade

3 conceitos

3 modelos

3 possibilidades de entender as relações com a saúde

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Modelo 1

Modelo 1- O ambiente como exterioridade ao homem – agressor/agredido – Unidisciplinar modelo biologicista

Características: fragmentação com exclusão de partes, social como fator, antropocêntrismo

Relação com a Saúde: Modelo epidemiológico clássico para DIP

Hospedeiro (homem susceptível)

(doença)

Agente Ambiente

(Espécie biológica) (condições)

Causa – efeito: linear

Conseqüências: positivas/ negativas

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Modelo 2

Modelo 2 – O ambiente como sistema ecológico

Sistema complexo organizado hierarquicamente e composto por elementos bióticos e abióticos em relação, dada uma fonte de energia (solar) que o percorre – fluxos alimentares/nichos

Multidisciplinar: biologia + ciências da natureza

Homem: espécie animal

Lógica da Natureza

Relação com a saúde: Processo saúde/doença integrado ao ecossistema

Teoria da nidalidade: doença resultante de “encontros nocivos” com a natureza, penetração do homem em nichos de espécies patógenas, falência adaptativa (parasitismo)

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Modelo 3

Modelo 3 – Ambiente como sistema sócio-ecológico

Organização hierárquica: componentes socio-técnico, biológico, físico-químico

Multidisciplinar / alta-complexidade/ incerteza

Homem: animal sócio-político

• Fluxo de energia (alimentares)

• Fluxo de relações sociais (afetivos)

Lógicas em Relação: lógica da natureza e lógica da sociedade

Relação com a saúde: modelo eco-sócio- sanitário

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Sistema sócio - ecológico

PRODUÇÃO

ECONOMIA

SOCIAL

AMBIENTE

ECOLOGIA

SAÚDE

CIÊNCIAS DA SAÚDE

LÓGICA COMPLEXA

BIOLÓGICO PSÍQUICO SOCIAL

EXTERIOR UNIVERSAL MATERIAL

FÍSICO-QUÍMICO/BIOLÓGICO FLUXO ENERGÉTICO/ALIMENTAR

ANIMAL-ESPÉCIES REPRODUÇÃO /CONSERVAÇÃO

SELVAGEM AGRESSOR

MODELO: BIOLOGIA

LÓGICA DA SOCIEDADE LÓGICA DA NATUREZA

TÉCNICO NATURAL

REDUÇÃO

VISÃO PARCIAL ANÁLISE

VISÃO PARCIAL SÍNTESE INCOMPLETA

REDUÇÃO/INTEGRAÇÃO

VISÃO HOLÍSTICA ANÁLISE-SÍNTESE

EXTERIOR/INTERIOR UNIVERSAL/PARTICULAR

MATERIAL/VIRTUAL SOCIAL/PSICOLÓGICO FLUXO DE RELAÇÕES

HOMEM-GÊNERO MERCADORIAS /MUDANÇA

DOMESTICADO AGREDIDO

MODELO DISCIPLINAR INTEGRATIVO

MODELO ECOLÓGICO-SOCIAL

LÓGICA DA ACUMULAÇÃO

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Desigualdades

Tratamento de águas residuárias em diferentes regiões do mundo (JMP, OMS – UNICEF, 2000)

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Desigualdades

Brasil < 2 SM 2-5 SM 5-10 SM > 10 SMÁgua 77.8 67.4 86.1 91.1 92.2

Esgoto 47.2 32.4 55.6 67.1 75.8

COBERTURA DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO

POR CLASSES DE RENDA - 2000

Fonte: IBGE, Censo demográfico de 2000

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Vulnerabilidade: Conceitos e Definições

Vulnerabilidade: É a redução da capacidade de determinadas populações para sobreviver, resistir ou recuperar-se de situações ou eventos de risco ou doenças

A análise de vulnerabilidade: Investiga as qualidades ou estados que certos grupos ou sistemas sociais possuem para responder distúrbios de sua integridade e também os processos e dinâmicas que geram tais qualidades.

Populações vulneráveis: Relevância dos conceitos de risco a saúde e exposição humana a situação de risco

Contextos vulneráveis: Expressam vulnerabilidades sociais existentes: maior freqüência e gravidade de situações de risco devida à ausência da prevenção e aumento de incertezas e conseqüências negativas para este grupos, territórios ou setores econômicos

Dimensões da vulnerabilidade: sociais, econômicas, tecnológicas, organizacionais, culturais e ecológicas

Unidade de análise: Espaço temporal

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A Vulnerabilidade social no território

Fonte: Prefeitura da Cidade de São Paulo, 2003Fonte: Marcel Pedroso, 2004

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A Vulnerabilidade social: categorias

Fonte: Prefeitura da Cidade de São Paulo, 2003

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Rede hidrográfica x setores censitários

Fonte: Humberto Prates, 2003

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Fonte: Humberto Prates, 2003

A Vulnerabilidade sócio-ambiental: metodologia

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A Vulnerabilidade sócio-ambiental: categorias

• Baixa vulnerabilidade ambiental (categoria 1 – baixo risco e baixa degradação ambiental) – distante (ou fora) da margem de curso d’água e alta cobertura de rede de esgoto. Ou seja, porcentagem da área do setor censitário dentro da margem de 50 metros de curso d’água inferior a 50%, e cobertura de rede de esgoto superior a 50% dos domicílios do setor censitário.

• Média vulnerabilidade ambiental (categoria 2 – alto risco e baixa degradação ambiental) – próximo ou à margem de curso d’água e alta cobertura de rede de esgoto. Ou seja, porcentagem da área do setor censitário dentro da margem de 50 metros de curso d’água superior a 50%, e cobertura de rede de esgoto superior a 50% dos domicílios do setor censitário.

• Média vulnerabilidade ambiental (categoria 3 – baixo risco e alta degradação ambiental) – distante ou fora da margem de curso d’água e baixa cobertura de rede de esgoto. Ou seja, porcentagem da área do setor censitário dentro da margem de 50 metros de curso d’água inferior a 50%, e cobertura de rede de esgoto inferior a 50% dos domicílios do setor censitário.

• Alta vulnerabilidade ambiental (categoria 4 - alto risco e alta degradação ambiental) – próximos ou à margem de curso d’água e baixa cobertura de rede de esgoto. Ou seja, porcentagem da área do setor censitário dentro da margem de 50 metros de curso d’água superior a 50%, e cobertura de rede de esgoto inferior a 50% dos domicílios do setor censitário.

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Indicadores sócio-ambientais

Fonte: Humberto Prates, 2003

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Referências Bibliográficas

Mapa da Vulnerabilidade Social da População da Cidade de São Paulo

Secretaria de Assistência Social / SAS e Centro de Estudos da Metrópole / CEM, 2003

www.centrodametropole.org.br

Vulnerabilidade sócio-ambiental na Metrópole PaulistanaHaroldo da Gama Torres e Humberto Prates da Fonseca, 2005

Understanding risks in socially vulnerable contexts

Marcelo Firpo de Souza Porto e Lúcia de Oliveira Fernandes, Safety Science, 44, 241-247, 2006

Lo biologico y social: Su articulacón em la formacón del personal de saludMaría Isabel Rodriguez (org), OPAS/OMS, 1994

Desenvolvimento Humano no Município de São Paulo: uma cartografia socioeconômica como contribuição ao planejamento de políticas públicas

Marcel de Moraes Pedroso, Dissertação de Mestrado PUC/SP, 2004