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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO SECRETARIA-GERAL DAS SESSÕES ATA Nº 16, DE 20 DE MAIO DE 2003 SESSÃO ORDINÁRIA PRIMEIRA CÂMARA APROVADA EM 27 DE MAIO DE 2003 PUBLICADA EM 29 DE MAIO DE 2003 ACÓRDÃOS DE Nºs 968 a 1.046

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES - silas

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃOSECRETARIA-GERAL DAS SESSÕES

ATA Nº 16, DE 20 DE MAIO DE 2003

SESSÃO ORDINÁRIA

PRIMEIRA CÂMARA

APROVADA EM 27 DE MAIO DE 2003PUBLICADA EM 29 DE MAIO DE 2003

ACÓRDÃOS DE Nºs 968 a 1.046

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ATA Nº 16, DE 20 DE MAIO DE 2003(Sessão Ordinária da Primeira Câmara)

Presidência do Ministro Marcos Vinicios Rodrigues VilaçaRepresentante do Ministério Público: Dr. Paulo Soares BugarinSubsecretário da Sessão: Bel. Francisco Costa de Almeida

Com a presença dos Ministros Humberto Guimarães Souto, Walton Alencar Rodrigues, doMinistro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (substituindo o Ministro Iram Saraiva) e dos AuditoresAugusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa, bem como do Representante do MinistérioPúblico, Dr. Paulo Soares Bugarin, o Presidente, Ministro Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça, invocandoa proteção de Deus, declarou aberta a Sessão Ordinária da Primeira Câmara às quinze horas, havendoregistrado a ausência do Ministro Iram Saraiva, por motivo de férias (Regimento Interno do Tribunal deContas da União, artigos 33, 55, incisos I, alíneas a e b, II, alíneas a e b e III, 133, incisos I a IV, VI e VII,134 a 136 e 140).

HOMOLOGAÇÃO DE ATA

A Primeira Câmara homologou a Ata n° 15, da Sessão Ordinária realizada em 13 de maio de 2003,cujas cópias haviam sido previamente distribuídas aos Senhores Ministros e ao Senhor Representante doMinistério Público, de acordo com os artigos 33, inciso X e 95, inciso I, do Regimento Interno.

PROCESSOS RELACIONADOS

A Primeira Câmara aprovou as Relações de processos organizadas pelos respectivos Relatores (v.Anexo I desta Ata), bem como os Acórdãos de n°s 968 a 1.013 na forma do Regimento Interno, artigos137, 138, 140 e 143, e Portaria n° 42/2003).

PROCESSOS INCLUÍDOS EM PAUTA

Passou-se, em seguida, ao julgamento ou à apreciação dos processos adiante indicados, que haviamsido incluídos na Pauta organizada, sob n° 16, 13 de maio de 2003, havendo a Primeira Câmara aprovadoos Acórdãos de n°s 1.014 a 1.046 (v. Anexo II a esta Ata), acompanhados dos correspondentesRelatórios, Votos ou Propostas de Decisão, bem como de Pareceres em que se fundamentaram(Regimento Interno, artigos 17, 95, inciso VI, 134, 138, 141, §§ 1º a 7º e 10; e Portaria n° 42/2003).

a) Procs. n°s 012.376/1999-0 (c/1 volume os apensos n°s 002.678/2001-3 e 003.608/1999-9),018.524/1995-8, 005.590/1996-5, 000.901/2000-7, 525.110/1995-0 (c/1 volume e o apenso n°525.373/1996-9) e 008.717/1995-8, relatados pelo Ministro Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça;

b) Procs. n°s 001.364/2000-9, 009.204/2001-0, 011.265/2002-0, 006.391/2002-5, 005.508/1996-7,008.200/1996-3, 005.356/2001-3, 013.107/2001-2 e 007.427/2002-4, relatados pelo Ministro HumbertoGuimarães Souto;

c) Procs. n°s 279.010/1995-8 (c/1 volume) e 279.017/1995-2, relatados pelo Ministro WaltonAlencar Rodrigues;

d) Procs. n°s 002.898/2000-9 (c/1 volume), 700.339/1995-7 (c/1 volume), 014.364/2001-4,005.920/2002-1, 005.925/2002-8, 006.017/2002-1, 012.049/2002-0, 014.189/2002-0, 017.707/2002-1,625.145/1997-6, 549.020/1993-4 e 003.348/1995-4, relatados pelo Ministro-Substituto LincolnMagalhães da Rocha;

e) Proc n° 015.529/2001-0, relatado pelo Auditor Augusto Sherman Cavalcanti; ef) Procs. n°s 003.973/2001-8 (c/1 anexo), 015.649/2001-9 e 000.384/2002-3, relatados pelo Auditor

Marcos Bemquerer Costa.

SUSPENSÃO DE VOTAÇÃO EM FACE DE PEDIDO DE VISTA

Foi suspensa a votação do processo n° 007.408/1996-0 (Relator, Ministro-Substituto Lincoln

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Magalhães da Rocha), em face de pedido de vista formulado pelo Ministro Humberto Guimarães Souto,nos termos do artigo 119 do Regimento Interno, após haver o Relator apresentado a respectiva Propostade Acórdão e o Ministro Walton Alencar Rodrigues apresentado sua Declaração de Voto e Proposta deAcórdão.

PROCESSOS EXCLUÍDOS DE PAUTA

Foram excluídos de Pauta, nos termos do artigo 142 do Regimentos Interno, ante requerimento dosrespectivos Relatores, os seguintes processos:

a) Procs. n°s 825.152/1997-6, 004.517/2002-0 e 009.387/2002-6 (Ministro Humberto GuimarãesSouto);

b) Proc. n° 015.337/1999-5 (Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha);c) Procs. n°s 014.136/1999-6 e 000.279/2003-6 (Auditor Augusto Sherman Cavalcanti);d) Proc. n° 001.037/2000-5 (Auditor Marcos Bemquerer Costa).

Foram proferidas, sob a Presidência do Ministro Humberto Guimarães Souto, as Deliberaçõesquanto aos processos relatados pelo Presidente da Primeira Câmara, Ministro Marcos Vinicios RodriguesVilaça.

ENCERRAMENTO

A Presidência deu por encerrados os trabalhos da Primeira Câmara, às dezesseis horas e cinqüenta edois minutos e eu, Francisco Costa de Almeida, Subsecretário da Primeira Câmara, lavrei e subscrevi apresente Ata que, depois de aprovada, será assinada pela Presidência.

FRANCISCO COSTA DE ALMEIDASubsecretário da Primeira Câmara

Aprovada em 27 de maio de 2003.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente da 1ª Câmara

ANEXO I DA ATA N° 16, DE 20 MAIO DE 2003(Sessão Ordinária da Primeira Câmara)

PROCESSOS RELACIONADOS

Relações de processos organizadas pelos respectivos Relatores e aprovadas pela Primeira Câmara,bem como os Acórdãos aprovados de nºs 968 a 1.013 (Regimento Interno, artigos 137, 138, 140 e 143, ePortaria n° 42/2003).

RELAÇÃO Nº 18/2003 – Primeira Câmara

Relação de processos submetidos à 1ª Câmara, para votação, na forma do art. 143 do RegimentoInterno.

Relator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça

APOSENTADORIA

ACÓRDÃO Nº 968/2003 - TCU - 1ª Câmara

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Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara de 20-05-2003, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, incisoVIII; 17, inciso III; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM emconsiderar legal(ais) para fins de registro o(s) ato(s) de concessão(ões) a seguir relacionado(s), conformeos pareceres emitidos nos autos:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

01 - TC 014.175/1995-9Interessado(s) : Carlos Victal Ribeiro

ACÓRDÃO Nº 969/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara de 20-05-2003, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, incisoVIII; 17, inciso III; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM emconsiderar legal(ais) para fins de registro o(s) ato(s) de alteração(ões) da(s) concessão(ões) a seguirrelacionado(s), conforme os pareceres emitidos nos autos:

PODER JUDICIÁRIO

01 - TC 018.501/1995-8Interessado(s) : Haydee Karst

PENSÃO CIVIL

ACÓRDÃO Nº 970/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara de 20-05-2003, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, incisoVIII; 17, inciso III; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM emconsiderar legal(ais) para fins de registro o(s) ato(s) de alteração(ões) da(s) concessão(ões) a seguirrelacionado(s), conforme os pareceres emitidos nos autos:

PODER JUDICIÁRIO

01 - TC 004.476/1991-3Interessado(s) : Benedita da Silva Abreu

Ata nº 16/2003 – Primeira Câmara

TCU, Sala das Sessões, em 20-05-2003.

Humberto Guimarães Soutona Presidência

Marcos Vinicios VilaçaMinistro - Relator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

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RELAÇÃO Nº 19/2003 – Primeira Câmara

Relação de processos submetidos à 1ª Câmara, para votação, na forma do art. 143 do RegimentoInterno.

Relator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça

COBRANÇA EXECUTIVA

ACÓRDÃO Nº 971/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara de 20-05-2003, com fundamento no art. 27, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 143, inciso I e 218 do RegimentoInterno/TCU, ACORDAM em dar quitação ao(s) responsável(eis), ante o recolhimento integral do débitoque lhe(s) foi(ram) imputado(s), e arquivar o processo, conforme os pareceres emitidos nos autos:

PREFEITURA MUNICIPAL

01 - TC 006.031/1998-6Classe de Assunto : IIResponsável(eis) : Francisco Pedro dos Santos, CPF 034.591.445-72Entidade(s)/Orgão(s): Prefeitura Municipal de Cristópolis – BAValor original do débito: Cz$ 1.000.000,00 Data de origem do débito: 22-03-1988Valor Recolhido: R$ 24.873,60 Data do recolhimento: 06-09-2002

Ata nº 16/2003 – Primeira Câmara

TCU, Sala das Sessões, em 20-05-2003.

Humberto Guimarães Soutona Presidência

Marcos Vinicios VilaçaMinistro - Relator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 21/2003 - TCUGabinete do Ministro Humberto Guimarães Souto

Relação de processos submetidos à 1ª Câmara, para votação na forma do Regimento Interno, arts.134, 135, 137, 138 e 140.

Relator: Ministro Humberto Guimarães Souto

APOSENTADORIA

ACÓRDÃO Nº 972/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,CONSIDERANDO os pareceres uniformes da Secretaria de Fiscalização de Pessoal e do Ministério

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Público junto a este Tribunal pela legalidade dos atos examinados, ACORDAM, por unanimidade, comfundamento nos arts. 1º, inciso V, 39 e 40 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, incisoVIII e 259 a 263 do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o ato de concessão aseguir relacionado:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

01 - TC 854.315/1997-7 - JORGE DA SILVA OLIVEIRA

ATOS DE ADMISSÃO

ACÓRDÃO Nº 973/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,CONSIDERANDO os pareceres uniformes da Secretaria de Fiscalização de Pessoal e do MinistérioPúblico junto a este Tribunal pela legalidade dos atos examinados, ACORDAM, por unanimidade, comfundamento nos arts. 1º, inciso V, 39 e 40 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, incisoVIII e 259 a 263 do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de admissão aseguir relacionados:

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

01 - TC 003.691/1996-9 - ALCIDES NADIR SANTANA, ANGELA MARIA MOREIRACANUT, ANTONIO CARLOS DE SOUZA, CARLOS ALBERTO COLUCCI FILHO, CARLOSANTONIO DA COSTA FARO FILHO, CARLOS ROBERTO ANDRADE GUERRA, ELANISATEREZA VIEIRA MARTINS, ESTANISLAU RODRIGUES SKWARA, EULER ANDRADE DEOLIVEIRA, FATIMA VIEIRA GRAGNANO, GEORGINA MOTA DE REZENDE CARVALHO,GETULIO BAHIA DA SILVA, IVAN LUIZ FERREIRA DE OLIVEIRA, JOSE DANIEL FERREIRAGOMES, JOSE MARIA BORGES, LILIANE VERSIANE RAMOS GUIMARAES, LUZIA BARBOSALADEIRA FERREIRA, MARIA CELIA OLIVEIRA ALVES TINELLI, MARIA DE LOURDESSOUZA DE MELO BRAGA, MARIA GUILHERMINA RODRIGUES CERQUEIRA, MARIA JOSEFERREIRA TEIXEIRA, MARIA JOSE JARDIM FREIRE, MARIA REGINA DE ALMEIDATEIXEIRA, MARISTELA ROCHA ROSA DE ASSIS, MIRIAN SOLEDAD GONCALVES DILLY,NILTON GANDA PINTO, PAULO CESAR PROENCA, PAULO SERGIO RAMOS NICOLAO,RAIMUNDO NONATO PESSOA JUNIOR, RAUL SIMOES DA COSTA, REINALDO AGUILARPEIXOTO, REINALDO GOMES GONCALVES, ROSANE BARROS VIANA SANTOS, ROSE MEREDE FARIA FERREIRA LOURENCO, RUTE SENRA CARAMEZ, SERGIO ARTUR DONASCIMENTO, SILVIA DINIZ LIMA, SINEIDA RIBEIRO SALES, VICENTE CARLOS HIPPERTSOARES, VILMA MARIA DA SILVA.

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES

01 - TC 000.734/2003-1 - ALAN DE ALMEIDA SILVA, ALEXANDRE LUIS FONSECARODRIGUES, ALINALDO ALVES DE MORAES, ANDRE SOUZA MARQUES, ANGELASANTOS, ANTONIO CARLOS LIMA DOS SANTOS, ANTONIO FERNANDES DA SILVA,ANTONIO JORGE DOS SANTOS JUNIOR, ANTONIO RODRIGUES FERREIRA LIMA, ANTONIOVICENTE FERREIRA NETO, BRISTOWN SANTOS LIMA, CARLOS EDUARDO ALVES POCONE,CELSO DANIEL SANTOS PEREIRA, COSME WELINGTON NASCIMENTO COSTA, DANIELASANTOS CRUZ, DEYSE DANTAS SANTOS DO COUTO, DOGIVAL SANTANA BATISTA,EDENBERG DA FONSECA SILVA, EDÉR DE JESUS ANDRADE, EDINILSON CORREA TELES,EDIVÂNIA DIAS DE OLIVEIRA, EGILDO DE OLIVEIRA MOURA FILHO, ENILSON FONSECAXAVIER, ESDRAS SANTOS SILVA, EVALDO SANTOS OLIVEIRA, GEIZE CAROLINNECORREIA ANDRADE, HUNALDO GOMES DE LIMA, IVANILDO ALVES DE MEDEIROS,

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JEFFERSON VANUCCI DE ANDRADE OLIVEIRA, JONAS FERNANDES DA SILVA, JOSÉCARLOS DOS SANTOS, JOSE ERALDO DE SANTANA, JOSE MARCELO ARAUJO SANTOS,JOSE MARCELO BARRETO DE OLIVEIRA, JOSÉ MARTINS DE FREITAS, KATARYNASANTANA DE JESUS, LILIAN MOTTA DE MORAES FERREIRA, LUCIANO BARROS SANTOS,MARCELO VITOR, MARCIO LISBOA CERQUEIRA, MARCOS ROLEMBERG, MARIA ALVESDE MENESES, MOISES DE SANTANA MARTINS, MURILO LEANDRO DA SILVA, PAULOHENRIQUE ANDRADE DOS SANTOS, RIVALDO BATISTA DOS SANTOS, ROBSON WAGNERSOUZA TELES, RODRIGO OLIEIRA CHAVES, ROGERIO TENORIO DE AZEVEDO, ROMEUVILLA FLOR SANTOS NETO, SANDRA RACHEL FIGUEIREDO DE ALMEIDA DIAS, SERGIOPEREIRA DO CARMO, TADEU SILVA SANTOS, VALDSON CHAVES DIAS, VÉRCIA RIBEIROLIMA, WANDERLEI RODRIGUES DOS SANTOS, WELINGTON SILVA DE MENDONÇA,WILSON COSTA SANTOS.

02 - TC 000.742/2003-3 - ADAILTON SANTOS DE OLIVEIRA, ADRIANA OLIVEIRA DASILVA, ALEXANDRA MARIA PEREIRA BARBOSA, ANA PAULA BARBOSA LIMA PEREIRADE MORAIS, ANDRE BONFIM DE LIMA, ANTONIO CEZAR DA SILVA OLIVEIRA, ANTONIOJORGE DE LIMA GUIMARÃES, ARI CELESTINO CONCEIÇÃO, ARNALDO JESUS DONASCIMENTO, CARLOS DA SILVA SOUZA, CARLOS EDUARDO DOS SANTOS SANTANA,CLAUDIO LUIZ DA SILVA CARVALHO, CLEBER TOURINHO DE SANTANA, CRISTIANEFIGUEREDO BARRETO, CRISTIANE VALERIA DE SOUZA BARRETO, DANILO DE JESUSSANTANA, DELMA DE OLIVEIRA CRUZ, DJALMA BRANDÃO FIGUEREDO, DJAN BARBOSAMUTHE, DOMINGOS ALBERTO MATOS, ELIEZER GONÇALVES PEIXOTO, ELMAR ANTONIODA SILVA SILVEIRA, FABIANO PACHECO DE QUEIROZ, FABIO LOPES DA SILVA,FRANCISCO JOSE SILVA DA CRUZ, FREDSON SANTOS ROCHA, GÊNESIS NERIS DE JESUS,GIVALDO SANTOS SIMÕES, HARRYSON FALCÃO SILVA, HERIVELTON DA COSTASACERDOTE, IGO SILVA AMORIM, JEAN EMERSON DA SILVA PEREIRA, JOCELI SILVASANTOS, JOILSON AMORIM DOS SANTOS, JONIVON DE SOUZA CARVALHO, JORGERAIMUNDO FONSECA TEIXEIRA, JOSE CARLOS DIAS WANDERLEY, JOSE MARIA DOSSANTOS COSTA, JOSÉ MAURICIO ARAGÃO NETO, JOSE VALTER DA CRUZ, JUCELINOCERQUEIRA SILVA, JURANDI CAZUMBA CONCEIÇÃO, LAERT PEREIRA DA SILVA JUNIOR,LILIA DE SOUSA GOMES, LUANA PRISCILA MATOS CERQUEIRA, LUCIENE OLIVEIRASANTOS, LUIS CARLOS SANTANA SILVA, MANOEL LYRA SOARES, MARCIO DA SILVASANTOS, MARCIO LOBO BITTENCOURT, MARCOS CARVALHO DE ARAUJO, MARIOPEREIRA DOS SANTOS NETO, MARTINIANO SILVA PINTO, MATHEUS MEDRADO SILVA ESILVA, NELIA MAZZETTY FREITAS FALCONERY, NILDO SILVA DOS SANTOS, PAULOHENRIQUE AMORIM MOTA, PEDRO MARTINS DOS SANTOS, RICARDO SANTOS DESANTANA, RONALDO DE ALMEIDA SANTOS, ROSILENE GONÇALVES DA SILVA, SERGIOSANTOS RIBEIRO, SHIRLEI PATRICIA MARTINS CERQUEIRA SILVA NEVES, SILVERIOALVES MEDRADO, TELMIRA GOMES SANTOS, VALNISIA AMARAL GOMES, VALTER VILAFLOR SANTOS FILHO, VIVALDO CARVALHO SILVA, WILTON CELIO VANCONCELOSAGUIAR, YURE SAULO DE OLIVEIRA ARANHA.

03 - TC 004.022/2003-0 - ADENILZA GOMES DOS SANTOS, ADRIANA OLIVEIRAMACHADO, AELSON QUIXABA VIEIRA JUNIOR, AGILDO SANTOS MATOS, AILTON DESENA, ALEXANDRE GERALDO MENDES, ANA PAULA FIUZA DE SOUZA, ANGELO MARCIOFARIA, BRUNO HENRIQUE SIQUEIRA, BRUNO LEONARDO PIRES RABELO, CARLA CABRALSANTOS, CATIA DANIEL DE OLIVEIRA, CELIA REGINA FERREIRA REIS, CELIO DAMIAOFERREIRA, CIRO FRANK QUEIROZ, CLAUDIA HELENA DA SILVA, CLEYTON ROBERTOAVELAR VIEIRA, CRISTHOFER AGUIAR DE PAULA, DILMA CARLA DINIZ, EDIR WILSONOLIVEIRA SANTOS, EDNA BARBOSA DE SOUZA, EDSON ALVES COELHO, EDUARDOCIRIACO DA SILVA, ELIEZER DE MOURA, ELZA MARIA RODRIGUES SILVA, ERICORODRIGO HEMERLY, ERNANE DIAS DA SILVA, EVANDRO RAFAEL SIMAS, EVERALDOSOARES DE OLIVEIRA, FABIANO TEIXEIRA DE MELO, FABIO EDUARDO BECHARA, FABIO

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SANTOS FINAMOR, FABRICIO CARLOS DOS SANTOS, FLAVIO FERREIRA DE ANDRADE,FLÁVIO LUIS SILVA DE OLIVEIRA, FLAVIO NOGUEIRA MARCAL, FREDERICO GUSTAVOPEREIRA SANTOS, GERALDO JOSE BARBARA, GILSON MOREIRA LIMA, GRAYSONGERALDO FERREIRA RESENDE, GUSTAVO ALEXANDRE DE CARVALHO PEREIRA,HERCULANO HELENO JUNIOR, ILSON FERREIRA DA SILVA, ISMAEL MARCOS BARBOSA,ITALO JORGE KNOPP ALVES, ITAMAR TEIXEIRA DE MATOS, JANAINA SANTOS DEOLIVEIRA, JARDEL FERNANDES SILVEIRA, JEFFERSON GOMES DE QUEIROZ, JOAO BOSCODE SOUZA MACEDO, JOSE ANTONIO MARQUES DOS SANTOS, JOSE LUIZ SILVA, LAERCIODE CAMPOS, LILIAN MARCIA LIMA E SILVA, LUCIANA SIQUEIRA DOS SANTOS OLIVEIRA,LUIZ CARLOS DA MOTA, MARCELO LEONARDO ALBINO DA CONCEIÇAO DA SILVA,MARCELO MENDES FREITAS, MARCIO ANTONIO LIBERATO, MARCO ANTONIO DE SOUZAMELO, MARCOS ANTONIO DOS SANTOS, MARCOS DE SOUZA SANTIAGO, MARIANGELAAPARECIDA SILVA, MARILEIA MURTA SILVA, MARLON DE LIMA RAMOS, MARLONHELENO COSTA, MARLON MAGNUS DOS REIS, MENDEL MARQUES VILACA, MICHELBRUNO ROCHA, MONICA COSTA REZENDE, NOE SIDONIO DA SILVA, PAULO CESARDUARTE DA SILVA, PERICLES CUNHA LOPES, PERLA SILVA SALOMAO, PETRONIO DEOLIVEIRA SANTOS, PRISCILLA MARA BRITO PEREIRA DE SOUZA, REJANE AUXILIADORABRAZ DA SILVA, RENATO PEREIRA DOS SANTOS, RITA DE CASSIA FERREIRA DEANDRADE, ROBERTO GONÇALVES DE OLIVEIRA, RONNIE VON CORREA DE OLIVEIRA,RONY ALEXANDRE DE SOUZA, SIDNEI DA SILVA FAUSTINO, SILVIO RAMOS DEOLIVEIRA, SUELI FATIMA VIDAL, VALDERCI GONÇALVES PIMENTEL, VALDILEA LEMOSDOS SANTOS LEAO, VALERIA MARIA WEHDORN GANEM, VANDERLEY VENCESLAUALVES PEREIRA, VICTOR HUGO ALBUQUERQUE CORREA DE JESUS, WALDINEYALENCAR DE SOUZA, WELERSON ALVARO RODRIGUES BICALHO, WENDEL ALEXANDRESOARES VELOSO.

04 - TC 004.023/2003-8 - ALBERT TEIXEIRA CAETANO, CLARISSE MENDES DA SILVA,EDNA SANTIAGO DE MELLO, ELZA MARIA GRESSANA, JACKELINE ALMEIDA SILVA, JOSÉCARLOS DOS SANTOS JÚLIO, MARCELO MOREIRA DE CAMPOS, MARIA EDIVALDAOLIVEIRA SANTANA, MÁRIO LOURENÇO DA SILVA FRANÇA, ROBERTO DE JESUSPEREIRA, SIMAR DA SILVA FERREIRA DE SOUZA, SUILENE BOM DESPACHO DE SIQUEIRA,VALDIRENE APARECIDA DE SOUZA, VANDERLEIA REGINA VERNIER, WESINTONTEODORO DA SILVA, WILLIAN JONATAN ALVES DE ALMEIDA LOBO, WILSONCAVALCANTE MENDES.

05 - TC 004.240/2003-0 - ALEXANDRE TEIXEIRA LEITE, ARNALDO DA SILVA CALVERT,CARLOS ALBERTO DOS SANTOS, EDENIR GOULART RODRIGUES, GERALDO FLORENTINOROBERTO, HERCULES DUARTE DO ROSARIO, HILTON JORDÃO TAVARES, IVONILDACUNHA RAMIRES, JAQUELINE SALGADO XAVIER, MARIA CRISTINA NASCIMENTO DASILVA, MARIA LUCIA PINHEIRO, NADIA DE OLIVEIRA LOPES, ROBERTO RABELLO DASNEVES, RUBENS FLAVIO MATHEUS, SUELY GUIMARÃES, WALTER PEREIRANEPOMUCENO.

PENSÃO CIVIL

ACÓRDÃO Nº 974/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,CONSIDERANDO os pareceres uniformes da Secretaria de Fiscalização de Pessoal e do MinistérioPúblico junto a este Tribunal pela legalidade dos atos examinados, ACORDAM, por unanimidade, comfundamento nos arts. 1º, inciso V, 39 e 40 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, incisoVIII e 259 a 263 do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de concessão aseguir relacionados:

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

01 - TC 011.876/1997-2 - FRANCISCA PEREIRA SANTOS

02 - TC 856.668/1998-2 - MARIA SOARES DA SILVA

Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara

T.C.U, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

Marcos Vinicios VilaçaPresidente da 1ª Câmara

Humberto Guimarães SoutoMinistro - Relator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 22/2003Gabinete do Ministro Humberto Guimarães Souto

Relação de processos submetidos à 1ª Câmara, para votação na forma do Regimento Interno, arts.134, 135, 137, 138 e 140.

Relator: Ministro Humberto Guimarães Souto

APOSENTADORIA

ACÓRDÃO Nº 975/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,CONSIDERANDO os pareceres uniformes da Secretaria de Fiscalização de Pessoal e do MinistérioPúblico junto a este Tribunal pela legalidade dos atos examinados, ACORDAM, por unanimidade, comfundamento nos arts. 1º, inciso V, 39 e 40 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, incisoVIII e 259 a 263 do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de concessões aseguir relacionados:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

01 - TC 006.705/1997-9 - MARIA CHAGAS DE OLIVEIRA

02 –TC 006.696/1997-0 – JOSE AIRTON ROLIM

03- TC 016.197/2002-1 - DALMIR DE BARROS, LUIZ DE OLIVEIRA DA SILVA, MARIAAPARECIDA MATHIAS DA COSTA, VANDERLI COMETTI.

ATOS DE ADMISSÃO

ACÓRDÃO Nº 976/2003 - TCU - 1ª Câmara

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Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,CONSIDERANDO os pareceres uniformes da Secretaria de Fiscalização de Pessoal e do MinistérioPúblico junto a este Tribunal pela legalidade dos atos examinados, ACORDAM, por unanimidade, comfundamento nos arts. 1º, inciso V, 39 e 40 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, incisoVIII e 259 a 263 do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de admissões aseguir relacionados:

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

01 - TC 003.946/2003-7 - ABRAO ANTONIO HIZIM, ALBERTO CARLOS SIGNORINI, ALDOBELTRAMI, ALESSANDRA SOUZA PERES RIVERA, ALINE DE OLIVEIRA GARCIA,ANDERSON SOARES PEREIRA, ANDRE LUIZ LEMES ALARCAO, ANDRE YVES CRIBB,ANEVIR MARIN, ANGELO LUIZ TADEU OTTATI, ANTONIO JOSE MADEIRA BARBOSA,BARUC MACHADO GAMA, BIANCA RAFAELA FIORI TAMPOROSKI, CARLOS EDUARDOSANTOS OLIVEIRA, CARLOS EDUARDO SILVA SANTOS, CARLOS HENRIQUE MONTEIROBEZERRA, CARLOS RODRIGUES BORGES NETO, CARMEN DOLORES FAITARONE RGUEDES, CASSIO PONTES OCTAVIANI, CELINA TOMAZ DE CARVALHO, CLAUDIA FORTESFERREIRA, CLAUDIO LUIZ LEONE AZEVEDO, CLAUDIOMIR SAVI, CRISTIANE DEFIGUEIREDO LIRA, DANIEL CLEMENTE DE OLIVEIRA, DANIEL MATEUS BARRETO,DANIELLA LOPES MARINHO DE ARAUJO, DEBORA HANASHIRO, DEISE ROCHA MARTINSDOS SANTOS, DENILSON GOUVEA ANTHONISEN, DENIS PEDROTTI, DORIVAL MELLOJUNIOR, EDILSON DA SILVA GUIMARAES, EDMILSON MARTINS DE OLIVEIRA, EDUARDOADRIANO ESMERALDO DUARTE DA, EDUARDO DA SILVA COSTA, EDUARDO PEREIRADOS SANTOS, EDVALDO ALBERTO PIRES FERREIRA, ELAINE GOES SOUZA, ELDERMANOEL DE MOURA ROCHA, ELIANA DA ROSA FREIRE QUINCOZES, ELIANA VALERIACOVOLAN FIGUEIREDO, ELTON EDMUNDO POLVEIRO JUNIOR, ERIKA MARIA BASTOS DEASSIS, FABIA SUELLY LIMA PINTO, FABIANO DE OLIVEIRA ARAUJO, FABIO MOTTABAGGIO, FABIO RICARDO MARIN, FABIO ZANCHETTIN, FAGONI FAYER CALEGARIO,FERNANDA LUCIA DAS NEVES BERG, FERNANDA VIDIGAL DUARTE SOUZA, FLAVIAKLUPPEL CARRARA, FRANCISCO JUSTINO DE SOUZA, GERALDO DOS SANTOS OLIVEIRA,GILMAR JOSE CASAGRANDE SOLIGO, GLAUCIA DE CASTRO ROSA, GUILHERMEFERREIRA VIANA, GUILHERME MONTANDON CHAER, HELIO TONINI, HILANAMAGALHAES AVILA PAZ MOREIRA, INES MARIA RODRIGUES, ISMAEL BRAS DA SILVA,IVAN CARLOS BARBOSA BRITO, IVANA DE ALMEIDA VIEIRA, JANIO LAZZARINI, JEANCLAY DE OLIVEIRA E SILVA, JEAN LUIZ SIMOES DE ARAUJO, JEFERSON FERREIRA DAFONSECA, KATIA MIDORI HIWATASHI, KELLY DE OLIVEIRA COHEN, LEONARDO DEFARIA SANTANA ALVES, LOENI LUDKE FALCAO, LUCIANA SAMPAIO DE ARAUJO,LUCIANO OLIVEIRA VIEIRA, LUCIMERE DE FATIMA MORELO M COSTA, LUIZ OCTAVIORAMOS FILHO, MARIO PAES KOZIMA, MARISA DAHMER, MIRIAN OLIVEIRA DE SOUZA,MIRIAN PEREZ MALUF, NADIR RODRIGUES PEREIRA, NIVEA HELENA CRUZ DE AQUINO,OTAVIO VALENTIM BALSADI, PATRICIA VALLE PINHEIRO, TADEU TEIXEIRA GUIMARAESJUNIOR, TALITA HELENA DA COSTA BRANDAO, TIAGO APARECIDO MARTINHO, TULABECK BISOL, UBIRATAN PIOVEZAN, VICTOR LEONARD NASCIMENTO DE SOUZA,VINICIUS GOUVEIA DE FREITAS, VIRGILIO BRAZ DE QUEIROZ JUNIOR, WERITOFERNANDES DE MELO, WILSON KENJI KOIKE, YNAIA MASSE BUENO

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

01 - TC 851.891/1997-7 - LUIZ CARLOS TORQUATO DA SILVA

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES

01 - TC 000.749/2003-4 - CRISTIANO GUIZZO, EMANUEL FERREIRA, FABIANO DE

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SOUZA JOAQUIM, LUIS FABIANO BRITO DA ROSA, MARIA AMELIA DE SOUZA E SILVAMANNES, MARISTELA ALVES MENDES, TANIA REICH, TATIANE DE SOUZA BRASIL,THIAGO MANOEL CLEMENCIA, VIVIAN LINHARES DA COSTA.

02 - TC 000.750/2003-5 - AGEU ROSA DE ALMEIDA, AGUINALDO ALVES NOVAIS, ALEXLUIZ PINTO DE CAMPOS JUNIOR, ALTAIR JOSÉ GOMES, ALZENIR ROCHA VENANCIO,ANDERSON NUNES DE SOUZA, ANTONIO MARCOS PEREIRA DE OLIVEIRA, ANTONIOZEFERINO DA ROSA JUNIOR, ARISTELA CAVALCANTE DOS SANTOS, AROLDO PAESBARBOSA, ATILIO DA SILVA RODRIGUES, BENEDITO DA GUIA SILVA, CÁSSIO AUGUSTODE MELLO, CICERO ALVES LIMA, CLAUDEMIR BELTRAMELLI, CLAUDIANA OLIVEIRA DASILVA, CLAUDINEI BATISTA DA SILVA, CLAUDIO BARROS CAMARA, CLAUDIO SILVAGUIMARÃES, CLECIO VIANA DE SOUZA SEVERO, DANIEL PINTO DE MIRANDA JUNIOR,DEMEURE MARTINS E SILVA, DENISE TERESINHA STOFFEL, DIRCEU DE OLIVEIRA ESOUZA, DIVALDO DA COSTA LIMA, DIVINA MARTA DE OLIVEIRA, DOMÍCIO RIBEIRO DASILVA FILHO, DORIANE VIEGAS DA CRUZ, EDÉCIO CRISTOVÃO DE ARRUDA E SILVA,EDJARME VIANNA RAMOS DA SILVA, EDVALDO PEREIRA LIMA, ELIDIO COLETO DACUNHA, ELISSANDRA MATOS RIBEIRO, ELIZABETH LEMOS DA SILVA, ENOQUE MOURAPAZ, FABIANO PAULINO DA SILVA ARAÚJO, FLAVIANA DE OLIVEIRA RIBEIRO,FRANCISCO ITAMAR SANTOS DE SOUZA, GERACY FERNANDO DA CONCEIÇÃO, GERALDOBASÍLIO DA SILVA FILHO, GERSON KRAEMER, GETÚLIO MIRANDA BARBOSA JÚNIOR,GILDASIO PEQUENO SILVA, GILSON ANTONIO DO NASCIMENTO ALVES, HELAYNE LUIZAALMEIDA DE ARRUDA, HELENA MARIA RODRIGUES DE PAULA, IVAN FERREIRA DEOLIVEIRA, JACILDO SILVA DA CRUZ, JONCILMAR DE OLIVEIRA SOUZA, JOSÉ CARLOSALVES DOS SANTOS, JOSE GEORGE BEZERRA RIBEIRO, JOSÉ GOMES DUTRA, JOSÉRENATO SANTANA, JULIO CESAR ASSUNÇÃO SIQUEIRA, LILIAN APARECIDA LEALCOSTA, LORENA OJEDA VERÃO SERRANO, LUCIANO DA SILVA PAULA, LUCIANO GOMESDA ROCHA, LUCIOMAR MOREIRA DE ARAÚJO, LUCIVANIO SILVA, LUIZ DA PENHAARAÚJO, LUIZ HENRIQUE PEDROSO LINO, MARCELO JOSÉ TEIXEIRA, MARCELORODRIGUES DA COSTA, MÁRCIO NETO DE ARRUDA, MARIA HELENA DE OLIVEIRA ESILVA, MAYKO OLIVEIRA RONDON, MAYNNA KELLY DO NASCIMENTO PEREIRA, MIRELAMARIA MATTHES DE SOUZA, MÔNICA BARBOSA FERREIRA, NESTOR GONÇALVES DOSSANTOS, NILTON CESAR DOS SANTOS, OSELIA PECETTI, RICARDO ALEXANDRE DASILVA RIBEIRO, ROBERTO CÉSAR PEREIRA FILSINGER, RONALDO DE ARRUDAMAGALHÃES, ROSALI ANA MIRANDA DOS SANTOS, SANDRA REGINA ROMERA, SILASEVARISTO FERREIRA NETO, SUELI REGINA DE OLIVEIRA, TELMA MARIA DE OLIVEIRA,UEILA GUIMARAES DA SILVA, VALDIR DA SILVA RIBEIRO, VALDIRLENE DE JESUSLOPES, VANDEILTON PEREIRA BARBOSA, VANEIDE SOUSA FLORÊNCIO DA SILVA,VIVIANE SANFELICE, ZILDA BEZERRA CARPES BICA.

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL - 1ª REGIÃO

01 - TC 003.974/2003-1 - JANIDIA AUGUSTO DIAS, MARIA DO LIVRAMENTO SAMPAIODOS SANTOS, ODETE SOARES DOS SANTOS.

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL - 3ª REGIÃO

01 - TC 003.978/2003-0 - ABORE MARQUEZINI PAULO, ADRIANA HERNANDEZ FERRO,ALECSON MACÊDO DE ALCÂNTARA, ALEXANDRE PORTO CHACON, ALINE SALGADONEUTSCHMANN, AMELETO MASINI NETO, ANA AMÉLIA LEME DO PRADO RIZZETTO DEMELO, BRENO DE CERQUEIRA LEITE FILHO, CAIO ADRIANO LEPORE SANTOS, CARINABELLINI CANCELLA, CÉSAR LUIZ NUNES RUIVO GARCIA DA CONCEIÇÃO, CLAUDIAISMERIA CICOTE, DANIEL ROBERTO DIAS DO AMARAL, EDUARDO AUGUSTO FERREIRADE SOUZA, EDUARDO MITSUO FUGIHARA, ELIANA BAZZO POLIZELLI, EMANUEL

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BRANDÃO FILHO, ESTEBAN PURVES, EVELISE KAYOKO OTI, EVERSON DA SILVAMARCOLINO, FABIANO PEREIRA KOBAL, FABIO ANUNCIAÇÃO DE OLIVEIRA, FLÁVIOANTONIO DE CARVALHO PINHEIRO, FLÁVIO UEDA, GENILSON RODRIGUES CARREIRO,GISELE TROYANO, GRAZIELA SARTORATO NATALI, IANDRA LUÍSA SOARES DECAMARGO, JOÃO PAULO DE SIQUEIRA ANDRADE, JONATHAN PEDRO, JOSÉ WILSONMIRANDA DIAS, JÚLIO CÉSAR MARQUETI RODRIGUES, LARISSA MARINA OROSCO,LEONARDO VIETRI ALVES DE GODOI, LUCAS MADEIRA DE CARVALHO, LUIZ FERNANDOPACE, LUIZ FERNANDO PACHECO, MARCELO BARROSO PESSANHA, MARCIO CILAS DEGREGÓRIO, MARCOS ANTÔNIO DA SILVA, MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA GOMES,MARIA BEATRIZ CORREA SALLES, MARIA FERNANDA RODRIGUES FERNANDES, MARIATHEREZA FALCÃO DE MELO, MARILU MAYUMI FUKUHARA, MARINA PAULELLIMARIUTTI, MAURO MARQUES DE OLIVEIRA JUNIOR, MEIRY YUMI TANAKA, NORMARODRIGUES BASSO, PATRICIA NARDI TONI, PAULA COSTA DE PAIVA, PAULA KAWANO,RAFAEL SCHMIDT, RAULINO PALHA DE MIRANDA, ROBERTO TARO SUMITOMO,SILVANA NEVES, SIMONE LOPES PEREIRA, VANILDA APARECIDA TERRA, WILSON JOSÉEUSEBIO.

PENSÃO CIVIL

ACÓRDÃO Nº 977/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,CONSIDERANDO os pareceres uniformes da Secretaria de Fiscalização de Pessoal e do MinistérioPúblico junto a este Tribunal pela legalidade dos atos examinados, ACORDAM, por unanimidade, comfundamento nos arts. 1º, inciso V, 39 e 40 da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, incisoVIII e 259 a 263 do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de concessões aseguir relacionados:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

01 - TC 004.565/1997-5 - ROSA MATIAS DE OLIEIRA

02 - TC 004.566/1997-1 - FABIO SILVEIRA DA SILVA, FLAVIA SILVEIRA DA SILVA,FLAVIO SILVEIRA DA SILVA, VALDIVINO GERALDO DA SILVA.

03 - TC 011.877/1997-9 - FRANCISCA SIMONE MUNIZ MAIA, MARIA DAS GRAÇAS MAIASANTANA, MOESIO MUNIZ SANTANA, NAYANE MUNIZ MAIA, SUELY MUNIZ MAIA.

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

01 - TC 001.063/1996-0 - LUIZ FLOR DE ARAUJO

Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara

T.C.U, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

Marcos Vinicios VilaçaPresidente da 1ª Câmara

Humberto Guimarães SoutoMinistro - Relator

Fui Presente:

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Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 27/2003 – TCU - Gab. Min. Walton Alencar Rodrigues

Relação de processos submetidos à Primeira Câmara, para votação na forma do Regimento Interno,arts. 134, 135, 137, 138 e 140.

Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues.

ATOS DE ADMISSÃO

ACÓRDÃO Nº 978/2003 – TCU – 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, em20.5.2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei nº8.443/92, c/c o art. 143 do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos deadmissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO/MPU

1 – TC – 003.958/2003-8Interessados: Celso Donizete Amancio e Marcelo Milhomem Peres.

APOSENTADORIA

ACÓRDÃO Nº 979/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, em20.5.2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei nº8.443/92, c/c o art. 143 do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro os atos deconcessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM

1 – TC – 003.959/1994-5Interessados: Paulo Nunes de Almeida, Ney Rossener Ferreira, Terezinha de Jesus Pires Lages, José

Renato Belfort Silva, José Mattos dos Anjos, Luiz Lima da Silva, Alcindo D. Souza Mendes, José SalesCorrea, Joaquim Graciano da Silva e Patrício Ferreira Ortiz.

SECRETARIA DE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS

1 – TC – 007.419/1997-0Interessada:Marcia Rodrigues da Cunha.

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO/RJ

1 – TC – 018.513/1995-6Interessados: Igna Bezerra Araujo de Souza, José Aloysio Altoe, José Expedito Honorio de Barros,

Leonidas Araújo, Lucilia Maria Cunha Cavour Pereira de Almeida Marquezine, Luiz Carlos Rodrigues deAvila Goulart, Luiz Fernando de Toledo Rezende Cardoso de Miranda, Maria de Lourdes Serra Comeira,Terezinha da Graça Neves Vaz Pinto e Victor Palheiros Burnier.

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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO/MG

1 – TC – 014.158/1995-7Interessados: Ana Maria Gifonide Lima, Maria da Glória Carneiro de Freitas, Ruth Miranda de

Souza, João Evangelista Cordeiro, Carlos Neres Rosa, Maria Regina Massara Rocha e Vanda MariaGuimarães França.

2 – TC – 005.647/1996-7Interessado: Edinei Guimarães.

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO/RS

1 – TC – 018.511/1995-3Interessados: Zeferino Carlos de Aguiar, Albelino Batista dos Santos, Marly Pólvora Terra, Nadir

Elaine Bridi Hein, Eva Beatriz Noro, Elenir Santos de Oliveira, Enio Roberto Coelho Menezes e RodineiSilva da Silva.

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

1 – TC – 018.570/1994-1Interessados: Annita Denize Fonseca da Cruz e Renato Schirmer Peixoto.

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

1 – TC – 013.706/1994-2Interessado: Wilson Pereira Freire.

ACÓRDÃO Nº 980/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, em20.5.2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei nº8.443/92, c/c o art. 143 do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro os atos deconcessão a seguir relacionados, fazendo-se a determinação sugerida nos pareceres emitidos nos autos:

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO/MG

1 – TC – 008.725/1995-0Interessada: Maria Angela de Aguilar.1.1. Determinação para excluir do cálculo do provento a vantagem do código 8663.

PENSÃO CIVIL

ACÓRDÃO Nº 981/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, em20.5.2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei nº8.443/92, c/c o art. 143 do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro os atos deconcessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

1 – TC – 017.259/1994-0Interessados: João Baptista Bahia e Idylla Medeiros Maia.

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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA/DF

1 – TC – 004.031/1996-2Interessados: Juracy Machado de Almeida, Maria Tereza Dias dos Santos, Mario José da Silva Leão

Junior, Tania Maria Brito da Silva Leão, Adelia Brito da Silva Leão, Sandra de Mello, Solange de Melloe Lindaura Santos da Hora.

REFORMA

ACÓRDÃO Nº 982/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, em20.5.2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei nº8.443/92, c/c o art. 143 do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro os atos deconcessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO DO PESSOAL

1 – TC – 001.867/2003-2Interessados: Abner Pinheiro Souza, Albano Port da Cunha, Alfredo Carlos da Silva Joffer, Aluizio

Vasconcelos de Carvalho, Anizio Simão Machado, Antonio Rodrigues de Moraes, Armando GonçalvesCoutinho, Arselino José de Souza, Benvindo Francisco Silva, Carlos Roberto Ignacio dos Santos, ClemirRamos, Clovis Etiberê Osorio Teles, Durval Balzani Junior, Edgar Antonio dos Santos, Ediones Mendesda Silva, Ernani Jose da Silva, Euthy Miolescura Filho, Fausto Sergio do Couto Reis, Filemon Menezes,Florismundo Godoi de Andrade, Francisco Carlos Alves Maia, Francisco Gentil de Oliveira Pereira,Francisco Helder Mendes Soares, Francisco Mesquita de Mello, Fredson Luiz Figueredo da Silva, GabrielBraga, Galileu Valadão de Moura, Gelso da Silva, Geraldo Wilson Gomes Sandim, Haroldo GomesGaião, Hélio Custódio Albino, Helio Pires Besson, Helton Jose Doria Silveira, Hermes Moreira,Heronides Oliveira de Souza, Ilzon Rodrigues de Gomes, Itanor José Goulart Pereira, Ivan Carvalho, JairAcerbi, João Alberto Pereira, João Augusto Alves Sarmento, Joarry Baptista dos Santos, Joel Tang,Jordão Moraes de Freitas, Katuo Umebara, Laercio Luiz Monteiro, Lauro Lopes de Souza, Luiz AntonioMartins Leomil, Luiz Brambilla, Luiz Carlos de Macedo Campos, Luiz Pedro Miranda da Costa, LuizPinto de Jesus, Luiz Praxedes da Silva, Manoel Ferreira Gama, Marcelo Henrique Maranhão, MárioCláudio Ribeiro da Costa, Masanori Shimura, Moacyr Silva Cruz, Nelson de Campos, Nilton Lanna,Ocymar Leite de Vasconcellos, Orlando Silva dos Santos, Paulo Jorge de Souza, Paulo Roberto deOliveira Rabello, Rotterdan Gonçalves da Silva, Sadi Oscar Jalowski, Salim Cafrune Elahel, SebastiãoBacil, Sebastião David Nouzinho, Sebastião Rodrigues dos Santos, Sebastião Tiburcio Filho, SergioFerraz Rocha, Severino de Oliveira Guimarães, Sezion Batista da Silva, Silvestre Gogola, Simplicio DiasCandeira, Sylvio de Oliveira Carvalho, Temistocles Homem Del Rei Pinto, Toshikatu Oshima, TydioRamos Figueiredo, Ubirajara Berenguer de Queiroz, Ubirajara Tavares de Souza, Ubiratan Juparan Falco,Valtir Ferreira de Macedo, Victor Eny Farias Guimarães, Waldemar Rodrigues, Waldemar Siqueira deAlmeida, Walmir Ferreira dos Santos, Walter Luiz Vidal, Wellington Brum, William Pinto de Jesus,Wilson Batista de Paula, Yvonete Leão dos Santos, Zacarias de Siqueira Campos, Zacarias MacedoBorges e Zenon Aparicio Siqueira.

Ata nº 16/2003 – Primeira Câmara.

Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

Marcos Vinicios VilaçaPresidente da 1ª Câmara

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Walton Alencar RodriguesMinistro-Relator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 28/2003-TCU – Gab. Min. Walton Alencar Rodrigues

Relação de processos submetidos à Primeira Câmara, para votação, na forma dos arts. 134, 135,137, 138 e 140 do Regimento Interno.

Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues

PRESTAÇÃO DE CONTAS

ACÓRDÃO Nº 983/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, em20.5.2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 143 do Regimento Interno, c/c oEnunciado 145 da Súmula da Jurisprudência no Tribunal de Contas da União, em retificar, por inexatidãomaterial, o Acórdão 392/2003 -TCU – 1ª Câmara, alterando a fundamentação “arts. 1º, inciso I; 16, incisoII; 17 e 23, inciso II da Lei nº 8.443/92...” para “arts. 1º, inciso I; 16, inciso II; 18, inciso II da Lei nº8.443/92...”, mantendo-se inalterados os demais termos.

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES

01 – TC–022.239/1992-8 (com 13 anexos)Apensos TC-027.582/1991-4 (com 8 anexos e apenso TC-17.499/1991-7 com apenso TC-

021.870/1991-8), TC-014.742/1993-4 (com 3 anexos), TC-024.009/1991-1 (com 2 anexos)Classe de Assunto: IIEntidade: Rede Federal de Armazéns Gerais Ferroviários S.A. – Agef.Responsáveis: Humberto Silva Araújo, CPF 055.780.606-25, Geraldo da Silveira Nunes, CPF

024.105.087-15; Paulo Cesar Chiarelli, CPF 031.475.847-64; Sergio Misse, CPF 070.030.646-34; EdsonG. Cavalcante, CPF 263.318.967-91; Maurício de Lana, CPF 045.092.506-49; Martiniano Lauro A.Oliveira, CPF 002.760.496.91; Paulo Sérgio Oliveira Passos, CPF 128.620.881-53; Ricardo ChagasAssunção, CPF 004.840.592-49; José Fernandes Dias Silva, CPF 000.095.391-15; Ronaldo AugustoSilva, CPF 067.654.401-00; Roberto Vaz da Silva, CPF 000.607.714-53; Nelson Rodrigues Pigliasco,CPF 073.795.287-34; Sergio Eloy Lopes Nunes, CPF 296.454.847-15; Alkindar Ribeiro Moura, CPF003.347.151-72; Newton Nogueira Cavalcante, CPF 002.125.801-59; Victor José Ferreira, CPF052.910.387-72; Luiza Maria Aguiar de Moura, CPF 094.344.027-00; Sergio Eloi Lopes Nunes, CPF296.454.847-15; Edmundo Fernandes da Graça, CPF 005.399.533-34; Antonio Arena Neto, CPF053.070.408-06; Marcio Capute Correa Pinto, CPF 053.186.531-20; Aluizio Alves, CPF 205.657.718-68;José Benedito S. Calazans Machado, CPF 024.635.557-34; João Bosco de Freitas, CPF 203.819.137-91;José Fernandes Dias da Silva, CPF 000.053.951-15; Paulo Rui da Silva Rangel, CPF 205.273.737-53.

Período abrangido: 1990/1991 e 1992.Advogado constituído nos autos: Walter Costa Porto (OAB/DF 6098)

ACÓRDÃO Nº 984/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara de20.5.2003, ante as razões expostas pelo Relator, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nosarts. 1º, inciso I; 16, inciso II; 18 e 23, inciso II da Lei nº 8.443/92, em julgar as presentes contas

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regulares com ressalva, dando-se quitação aos responsáveis, e mandar fazer as determinações sugeridasnos pareceres emitidos nos autos:

MINISTÉRIO DA FAZENDA

1 – TC–009.744/2002-0 (Apensos: TC-003.053/2002-4 e TC-004.906/2002-8)Classe de Assunto: IIEntidade: Banco do Brasil S.A.Responsáveis: Alberto Luiz Gerardi, CPF 267.058.421-72; Aldo Luiz Mendes, CPF 210.530.301-

34; Alkimar Ribeiro Moura, CPF 031.077.288-53; Amaury Guilherme Bier, CPF 013.102.298-99;Antonio Francisco de Lima Neto, CPF 231.877.943-00; Antonio Gustavo Matos do Vale, CPF156.370.266-53; Antonio Luiz Rios da Silva, CPF 224.852.601-68; Arideu Galdino da Silva Raymundo,CPF 003.421.220-53; Biramar Nunes de Lima, CPF 056.234.131-53; Carlos Alberto de Araújo; CíceroFigueiredo Pontes, CPF 776.740.308-49; Danilo Angst, CPF 290.373.550-00; David Zylbersztajn, CPF465.004.057-49; Delmar Nicolau Schmidt, CPF 085.383.790-20; Douglas Macedo, CPF 316.608.606-44;Edson Atsumi Tanigaki, CPF 571.150.018-04; Edson de Araújo Lobo, CPF 108.240.731-34; EduardoAugusto de Almeida Guimarães, CPF 091.663.357-87; Eliseu Martins, CPF 029.366.908-20; EloirCogliatti, CPF 397.355.597-49; Enio Pereira Botelho, CPF 265.845.496-15; Fernando Barbosa deOliveira, CPF 239.158.116-53; Francisco Augusto da Costa e Silva, CPF 092.297.957-04; Hayton Juremada Rocha, CPF 153.667.404-44; Hugo Rocha Braga, CPF 010.974.827-15; Izaias Batista de Araújo, CPF077.183.901-44; João Otávio de Noronha, CPF 198.209.096-00; José Antônio Machado, CPF029.796.758-49; José Branisso, CPF 503.425.688-68; José Gilberto Jaloretto, CPF 177.049.879-68;Karlos Heinz Rischbieter, CPF 000.929.599-20; Lacy Dias da Silva, CPF 029.456.307-53; Leandro JoséSuzin, CPF 361.884.500-63; Leandro Martins Alves, CPF 239.113.281-68; Luciano Corrêa Gomes, CPF386.556.321-04; Luiz Fernando Gusmão Wellisch, CPF 020.331.867-68; Luiz Oswaldo Sant’iagoMoreira de Souza, CPF 014.831.963-72; Manoel Gimenes Ruy, CPF 382.476.828-34; Marcelo GomesTeixeira, CPF 266.523.311-87; Marcus Pereira Aucélio, CPF 393.486.601-87; Maria Paula SoaresAranha, CPF 035.859.048-58; Murilo Castellano, CPF 410.852.646-53; Nadya Vitória MedeirosEvangelista, CPF 120.013.681-00; Osanan Lima Barros Filho, CPF 144.362.801-87; Otávio Ladeira deMedeiros, CPF 065.675.548-27; Paolo Enrico Maria Zaghen, CPF 112.551.538-49; Paulo Assunção deSousa, CPF 588.584.748-72; Paulo Edgar Trapp, CPF 013.110.770-49; Pedro Paulo Bernardes Lobato,CPF 221.267.591-72; Renato Donatello Ribeiro, CPF 872.998.368-15; Renato Luiz Belineti Naegele,CPF 308.076.621-00; Ricardo Alves da Conceição, CPF 010.502.146-68; Ricardo Antonio de SouzaBatista, CPF 242.637.707-06; Ricardo de Barros Vieira, CPF 276.760.806-49; Ricardo José da CostaFlores, CPF 285.080.334-00; Roberto Nunes de Miranda, CPF 004.336.914-68; Rogério Fernando Lot,CPF 344.161.101-20; Rossano Maranhão Pinto, CPF 151.467.401-78; Rubens Rodrigues Filho, CPF733.087.148-68; Rubens Sardenberg, CPF 023.297.238-90; Sebastião Martins Ferreira Junior, CPF153.122.161-00; Vicente de Paulo Barros Pegoraro, CPF 004.826.419-91; Vicente de Paulo Diniz, CPF059.503.171-49 e William Bezerra Cavalcanti Filho, CPF 530.627.607-53.

Exercício: 20011.1. Determinar à entidade que:1.1.1. numere os termos aditivos aos contratos administrativos respeitando a ordem em que forem

assinados, ou seja, de forma cronológica e sequencial, conforme preceitua o art. 60, caput, da Lei8.666/93;

1.1.2. se abstenha de realizar pagamentos a fornecedores de serviços sem que os respectivoscontratos tenham sido formalizados, haja vista que o art. 60, parágrafo único, veda a existência decontrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras;

1.1.3. se abstenha de exigir, nos certames que promover, o registro prévio no Sistema deCadastramento de Fornecedores – Sicif como requisito para a habilitação dos licitantes;

1.1.4. publique o Relatório de Gestão Anual por meio eletrônico, via Internet, respeitando o prazoestabelecido na Orientação Normativa 01/Dgtec/SFC, publicada no DOU de 10.9.01, a qual regulamentoua IN 02/2000-SFC, de 20.12.2000;

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1.1.5. registre no Relatório de Gestão Anual informações acerca das movimentações financeiras doReforço à Reorganização do SUS (Reforsus) e do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO),independentemente do montante de recursos gerido e do fato de o FCO possuir prestação de contasprópria;

1.2. cientificar o atual presidente do Banco do Brasil, sr. Cássio Cassab Lima, quanto à necessidadede que a direção do banco tome as providências necessárias com vistas a exigir dos funcionáriosresponsáveis pela condução dos certamens licitatórios o cumprimento da Lei 8.666/93, haja vista oreiterado descumprimento desse normativo observado ao longo dos anos, e

1.3. determinar ao presidente do Banco do Brasil que preste, nas contas de 2003, informações arespeito das providências efetivamente adotadas para resolver a questão suscitada no subitem 1.2. acima.

PRESTAÇÃO DE CONTAS SIMPLIFICADA

ACÓRDÃO Nº 985/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, de20.5.2003, ante as razões expostas pelo Relator, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art.27, da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c o art. 218, parágrafo único, do Regimento Interno, em darquitação ao responsável, ante o recolhimento integral do débito e multa que lhe foram imputados, deacordo com os pareceres emitidos nos autos:

1 – TC–009.152/1999-7 (com 4 anexos)Classe de Assunto: IIEntidade: Conselho Regional de Contabilidade/SE.Responsável: Jadson Gonçalves Ricarte, CPF 079.205.985-91.Exercício: 1997

Valores originais do débito: Data de origem do débito:R$ 500,00 21.12.97R$ 410,36 31.12.97R$ 797,80 22.12.97

Valores recolhidos: Data do recolhimento:R$ 3.544,26 18.1.03R$ 408,02 7.4.03

Valor original da multa: R$ 2.000,00 Data de origem da multa: 26.11.02Valor recolhido: R$ 2.077,11 Data de recolhimento: 7.4.03

TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

ACÓRDÃO Nº 986/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara de20.5.2003, ante as razões expostas pelo Relator, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nosarts. 1º, inciso I; 16, inciso II; 18 e 23, inciso II da Lei nº 8.443/92, em julgar as presentes contasregulares com ressalva, dando-se quitação ao responsável.

1 – TC–279.158/1994-7 (com 1 anexo)Classe de Assunto: IIÓrgão: Prefeitura de Alcobaça/BA.Responsável: Wilson Alves de Brito, CPF 013.537.645-91.Advogado constituído nos autos: Milton de Cerqueira Pedreira, OAB/BA 9741.

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Ata nº 16/2003 – Primeira Câmara.

Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

Marcos Vinicios VilaçaPresidente da 1ª Câmara

Walton Alencar RodriguesMinistro-Relator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 29/2003 – TCU – Gab. Min. Walton Alencar Rodrigues

Processo submetido à Primeira Câmara, para votação na forma do Regimento Interno, arts. 143,inciso IV, alínea “b”, e § 3º.

Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues.

RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO

ACÓRDÃO Nº 987/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

1. Processo TC-002.136/2001-6 (com 1 anexo)2. Grupo I - Classe I – Recurso de reconsideração.3. Responsável: Carlos Celso de Melo Braga, ex-Presidente, CPF 163.161.857-15.4. Entidade: Associação Filantrópica Educacional Santa Bernadete - AFESB.5. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues.5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro Marcos Vinicios Vilaça.6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Ubaldo Alves Caldas.7. Unidades técnicas: 4ª Secex e Secretaria de Recursos – Serur.8. Advogado constituído nos autos: Fernando Lacerda Soares, OAB/RJ 108.981.9. Acórdão:VISTOS e relacionados estes autos de Tomada de Contas Especial instaurada em razão de

irregularidades na aplicação dos recursos transferidos por força do Convênio 11/94, celebrado entre aCoordenação Regional da Fundação Nacional de Saúde no Estado do Rio de Janeiro e a AssociaçãoFilantrópica Educacional Santa Bernadete - AFESB.

Considerando que o responsável interpôs Recurso de Reconsideração contra o Acórdão 637/2002,por meio do qual a Primeira Câmara julgou suas contas irregulares e o condenou ao pagamento dosvalores de CR$ 2.086.287.748,62 e CR$ 2.941.642.130,21, atualizados e acrescidos de juros de mora apartir de 15 e 28.6.94, respectivamente;

Considerando que a notificação do responsável ocorreu em 11.2. 03 (fl. 309, principal) e que orecurso foi interposto em 28.2.03 (fl. 1, anexo 1), expirado, portanto, o prazo de 15 (quinze) diasestabelecido no art. 33 da Lei 8.443/92;

Considerando que os elementos trazidos aos autos pelo recorrente não demonstram a superveniênciade fatos novos que admitam a exceção de intempestividade prevista no parágrafo único do art. 32 da Lei8.443/92;

Considerando os pareceres uniformes da Secretaria de Recursos e do Ministério Público, no sentidoda intempestividade e, por conseqüência, do não conhecimento do recurso;

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,

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com fundamento no art. 33 da Lei 8.443/92, em:9.1. não conhecer do Recurso de Reconsideração e9.2. dar ciência deste Acórdão ao recorrente.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara.11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária.12. Especificação do quorum:12.1. Ministros presentes:

Marcos Vinicios VilaçaPresidente da 1ª Câmara

Walton Alencar RodriguesMinistro-Relator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 18/2003 – TCU - Gab. Min. Lincoln Magalhães da Rocha

Relação de processos submetidos à Primeira Câmara, para votação, na forma do Regimento Interno,arts. arts. 134, 135, 137, 138 e 140 do Regimento Interno.

Relator: Lincoln Magalhães da Rocha

COBRANÇA EXECUTIVA

ACÓRDÃO Nº 988/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

ACÓRDÃO: Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da PrimeiraCâmara, em 20/05/2003, ACORDAM, com fundamento no artigo 7º da Resolução 41/95, em determinaro encerramento e posterior arquivamento do processo a seguir relacionado, sem quitação ao responsável,e mandar fazer a seguinte determinação, de acordo com o parecer emitido pelo Ministério Público.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

1 – TC – 009.295/1986-0Classe de Assunto: II.Unidade: Agência Nacional de Notícias (extinta).Responsáveis: Sylvio da Costa, CPF 023.288.527-34.

Determinação:

1.1. à 6ª Secretaria de Controle Externo/TCU para que:1.1.1. acompanhe as medidas administrativas a serem implementadas pela Radiobrás – Empresa

Brasileira de Comunicação, visando a recuperação do débito apurado no processo de Tomada de ContasEspecial nº 014.325/1980-2, que originou o presente processo;

1.1.2. encaminhe cópia da instrução da unidade técnica, bem como o parecer do Ministério Públicoà Secretaria Geral de Controle Externo – Segecex, para que adote as providências que entenderpertinentes.

TOMADA E PRESTAÇÃO DE CONTAS

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ACÓRDÃO Nº 989/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

ACÓRDÃO: Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da PrimeiraCâmara, ACORDAM, com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei8.443/92, de 16 de julho de 1992, c/c os artigos 1º, inciso I, 137, inciso II, 143, inciso I, alínea “a”, 208 e214, inciso II, do Regimento Interno, aprovado pela Resolução 155/02, em julgar regulares com ressalvaas contas a seguir relacionadas, e dar quitação aos responsáveis, de acordo com os pareceres emitidos nosautos.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

2 – TC – 018.560/2002-2Classe de Assunto: II.Unidade: Prefeitura Municipal de Juti – MS.Responsável: Antônio Natal Santoro, CPF 469.679.908-53.

ACÓRDÃO Nº 990/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

ACÓRDÃO: Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da PrimeiraCâmara, ACORDAM, com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei8.443/92, de 16 de julho de 1992, c/c os artigos 1º, inciso I, 137, inciso II, 143, inciso I, alínea “a”, 208 e214, inciso II, do Regimento Interno, aprovado pela Resolução 155/02, em julgar regulares com ressalvaas contas a seguir relacionadas, dar quitação aos responsáveis, e mandar fazer as seguintes determinações,de acordo com os pareceres emitidos nos autos.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

3 – TC – 009.430/2002-9Classe de Assunto: II.Unidade: Delegacia Regional do Trabalho em Goiás.Responsáveis: Odessa Martins Arruda Floreco, CPF 055.755.321-00; Lúcia Maria de Carvalho,

CPF 136.578.521-15; Sebastiana de Oliveira Batista, CPF 409.809.791-53; Selma Alves Montelo Gomes,CPF 336.773.521-34; Elci Nascimento de Oliveira, CPF 276.128.211-68; Vandecy Rodrigues de Oliveira,CPF 150.089.321-87; Luciene Rodrigues Guimarães, CPF 125.111.961-15; Milda Pereira de Sousa, CPF410.054.811-72; José Vieira de Abreu, CPF 731.004.047-34; Aguida Gonçalves da Silva, CPF258.798.631-15; Vilma de Souza, CPF 365.527.046-15; Dercino José da Silva, CPF 344.055.501-15;Luzia Carolina de Souza, CPF 360.191.001-20; e Elisa Madalena Ribeiro, CPF 228.927.531-04.

Exercício: 2001.

Determinações:

3.1. à Delegacia Regional do Trabalho em Goiás para que:3.1.1. conclua os trabalhos de atualização de informações cadastrais do SIAPE, relativamente aos

servidores ativos, inativos e pensionistas;3.1.2. inventarie os materiais destinados à reforma do prédio-sede da delegacia, armazenando-os

adequadamente até serem efetivamente aproveitados;3.2. à Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho para:3.2.1. disponibilizar, junto a todas as delegacias regionais, em especial à DRT/GO, informações

relativas ao instrumento contratual que respalda os serviços terceirizados de atendimento ao público queaproveitam as delegacias;

3.3. à Delegacia Regional do Trabalho em Minas Gerais para que:3.3.1. observe a determinação deste Tribunal no TC 800.050/1998-3, contas do exercício de 1997

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da DRT do Acre, Sessão da 2ª Câmara, de 24/01/2002 (Relação nº 001/2002, Ata 01/2002), no sentido desuspender do pagamento da servidora Cleide Rosair Lopes o percentual de 26,05% referente à sentença3.517 a 3.585/90 e o percentual de 84,32% referente à sentença 5.190 a 5.281/90, tendo em vista que aDRT/GO não pode mais cumpri-la devido sua remoção;

3.3.2. informe, nas próximas contas, o andamento da determinação acima; e3.4. à 5ª Secretaria de Controle Externo para que verifique, quando da análise das contas relativas

ao Ministério do Trabalho e Emprego, a regularidade do contrato para prestação de serviços terceirizadosno âmbito das delegacias regionais, em cuja execução prevê a interveniência da Caixa EconômicaFederal.

Recomendação:

3.5. à Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho para:3.5.1. envidar esforços no sentido de propiciar amparo orçamentário para a conclusão da reforma do

edifício-sede da DRT/GO, ante a precariedade de suas atuais instalações.

4 – TC – 009.913/2002-5Classe de Assunto: II.Unidade: Delegacia Regional do Trabalho e Emprego no Mato Grosso do Sul.Responsáveis: Sílvio Aparecido Acosta Escobar, CPF 140.757.411-68; Francisco Carlos Pierette,

CPF 103.919.161-49; Ismael Ferreira de Arruda, CPF 164.470.261-49; Rosânia Maria Galiardi, CPF274.648.221-53; Maria Helena Silverio, CPF 262.404.321-72; Altamiro Akira Miyashiro, CPF338.258.581-20; Aguida Gonçalves da Silva, CPF 258.798.631-15; Vilma de Souza, CPF 365.527.046-15; Dercino José da Silva, CPF 344.055.501-15; e Rosângela Arruda Mendonça, CPF 464.829.541-20.

Exercício: 2001.

Determinações:

4.1. à Delegacia Regional do Trabalho e Emprego no Mato Grosso do Sul para que:4.1.1. observe fielmente a legislação relativa à contabilização de despesas, a fim de evitar o

ocorrido em relação à aquisição de gêneros alimentícios, cujo registro deu-se de maneira equivocada; e4.1.2. abstenha-se de realizar pagamentos antecipados, a exemplo do efetuado quando da aquisição

de gêneros alimentícios.4.2. à Gerência Regional de Controle Interno no Estado de Mato Grosso do Sul para que informe,

na Tomada de Contas da Delegacia Regional do Trabalho - DRT/MS, relativa ao exercício de 2003, se oreferido órgão adotou, de fato, as medidas saneadoras visando à correção das seguintes impropriedades:

4.2.1. pagamento antecipado de gêneros alimentícios; e4.2.2. contabilização inadequada das aquisições de gêneros alimentícios.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR

5 – TC – 011.714/2002-9 (com 1 volume)Classe de Assunto: II.Unidade: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco – Sebrae/PE.Responsáveis: Matheus Guimarães Antunes, CPF 949.035.908-44; Renato Brito de Goes, CPF

021.282.844-49; José Oswaldo de Barros Lima Ramos, CPF 168.544.894-15; Josias Silva deAlbuquerque, CPF 005.070.594-68; Fausto Falcão Pontual, CPF 071.766.514-34; Ernesto Pereira LeiteFilho, CPF 809.000.118-15; Oscar Frederico Raposo Barbosa, CPF 000.026.664-72; Fortunato RussoSobrinho, CPF 152.812.644-00; Reginaldo Soares de Andrade, CPF 000.588.664-34; Armando QueirozMonteiro Neto, CPF 038.812.294-34; Severino Elias Paixão, CPF 000.241.714-68; Aloisio Afonso de SáFerraz, CPF 138.384.664-20; Pio Guerra Júnior, CPF 016.604.704-04; Douglas Maurício Ramos Cintra,CPF 470.453.374-34; José de Moraes Falcão, CPF 143.621.984-14; Carlos Eduardo Cintra da CostaPereira, CPF 002.306.854-04; Jarbas José Tavares de Albuquerque, CPF 102.093.014-49; Kléber Simões

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Dantas, CPF 128.177.914-87; Paulo Gustavo de Araújo Cunha, CPF 000.399.184-91; Jorge Wicks CorteReal, CPF 070.380.894-04; Adriano Leite Moraes, CPF 377.617.574-53; Jefferson Valença Barros, CPF196.423.344-53; Antônio Correia de Oliveira Andrade Filho, CPF 000.525.744-15; Norberto Scopel, CPF054.716.564-15; João Almir Gonçalves de Freitas, CPF 054.716.564-15; Manuel Brandão Farias, CPF021.036.724-53; Geraldo Fernandes da Costa, CPF 057.665.594-53; João Pessoa de Souza, CPF005.113.664-34; Edmilson Florêncio Freire, CPF 173.345.604-00; Eduardo Rodrigues Tavares, CPF048.083.634-53; Mário Conte, CPF 000.601.601-97; Francisco Franco de Vasconcelos, CPF378.059.244-49; Amaury Anderson Dias Porto, CPF 418.760.244-53; José Cândido Cordeiro, CPF000.606.904-53; e João Nilton Castro Martins, CPF 241.083.916-91.

Exercício: 2001.

Determinações:

5.1. ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco – Sebrae/PEpara que obedeça fielmente às disposições contidas em seu Regulamento de Licitações, particularmenteno que se refere à obediência aos limites previstos no art. 25 da Res. CDN nº 39/98, quando da realizaçãode termos aditivos aos contratos celebrados pela entidade.

ACÓRDÃO Nº 991/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

ACÓRDÃO: Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da PrimeiraCâmara, ACORDAM, com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei8.443/92, de 16 de julho de 1992, c/c os artigos 1º, inciso I, 137, inciso II, 143, inciso I, alínea “a”, 208 e214, inciso II, do Regimento Interno, aprovado pela Resolução 155/02, em julgar regulares com ressalvaas contas a seguir relacionadas, dar quitação ao Sr. Jose de Sousa Teixeira, CPF 001.847.483-72, emandar excluir do rol de responsáveis o nome de Sebastião Lopes de Sousa, CPF 035.572.783-87, nostermos do Enunciado nº 71 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal, de acordo com o parecer doSecretário de Controle Externo da Secex/MA.

MINISTÉRIO DO BEM-ESTAR SOCIAL (EXTINTO)

6 – TC – 350.293/1996-1 (com 1 volume)Classe de Assunto: II.Unidade: Prefeitura Municipal de Caxias – MA.Responsável: José de Sousa Teixeira, CPF 001.847.483-72.

ACÓRDÃO Nº 992/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

ACÓRDÃO: Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da PrimeiraCâmara, ACORDAM, com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, da Lei8.443/92, de 16 de julho de 1992, c/c os artigos 1º, inciso I, 137, inciso II, 143, inciso I, alínea “a”, 208 e214, inciso II, do Regimento Interno, aprovado pela Resolução 155/02, em julgar regulares com ressalvaas contas a seguir relacionadas, dar quitação aos responsáveis, e mandar fazer as seguintes determinações,de acordo com o parecer do Diretor Técnico da Secretaria de Controle Externo.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

7 – TC – 011.260/2002-4Classe de Assunto: II.Unidade: Delegacia Regional do Trabalho no Estado de Pernambuco.Responsáveis: Maria Inez Diniz de Medeiros, CPF 135.272.744-72; Maria Imaculada Veras

Siqueira, CPF 099.030.464-72; Luiz Augusto Xavier Bentinho, CPF 375.120.564-00; Maria LucineteSouza de Melo, CPF 386.126.824-87; Jorge Luiz Holanda de Melo, CPF 213.157.954-34; Enaldo de

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Almeida Lima, CPF 194.405.884-20; Ana Patrícia Batista de Santana, CPF 950.119.274-15; ÁguidaGonçalves da Silva, CPF 258.798.631-15; Vilma de Souza, CPF 365.527.046-15; Dercino José da Silva,CPF 344.055.501-15; e Jorge Luiz Holanda de Melo, CPF 213.157.954-34.

Exercício: 2001.

Determinações:

7.1. à Delegacia Regional do Trablaho em Pernambuco, para que atente ao exato cumprimento:7.1.1. da Lei n.º 8.666/93, particularmente no que se refere à previsão contida no parágrafo único do

art. 38 do citado diploma, submetendo as minutas de editais de licitações e de contratos a exame prévio daassessoria jurídica da entidade;

7.1.2. do Decreto n.º 97.458/89, particularmente no que se refere ao previsto no art. 6º da citadanorma, não realizando pagamentos de adicionais de periculosidade e insalubridade sem que existamlaudos periciais atualizados que respaldem os mesmos; e

7.1.3. da Instrução Normativa MARE n.º 9/94, particularmente no que se refere a um melhoracompanhamento sobre a quilometragem e os horários de saída e chegada dos veículos da entidade.

8 – TC – 010.394.2002-3Classe de Assunto: II.Unidade: Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Santa Catarina – Sescoop/SC.Responsáveis: Luiz Hilton Temp, CPF 143.450.300-30; Harry Dorow, CPF 068.989.399-04; José

Samuel Thiesen, CPF 131.032.379-87; Marcos Antonio Zordan, CPF 255.592.730-15; SilvérioOrzechowski, CPF 093.100.459-49; Décio Sonáglio, CPF 255.479.179-15; Vilibaldo Erich Schmid, CPF076.468.289-04; Reni Bagatini, CPF 052.421.939-72; José Roberto Ricken, CPF 206.913.009-68; SueliGonzaga Martins, CPF 509.652.989-49; Mário Lanznaster, CPF 021.656.009-87; Ricardo HochheimFilho, CPF 008.276.499-91; Carlos Alberto Arns, CPF 221.186.409-00; Hercílio Schmitt, CPF218.952.449-00; Luiz Vicente Suzin, CPF 387.091.049-68; Geci Pungan, CPF 178.673.047-20; Paulovon Dokonal, CPF 204.994.859-04; e Elvio Silveira, CPF 288.962.629-68.

Exercício: 2001.

Determinações:

8.1. ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Santa Catarina – Sescoop/SC,para que observe, quando da contratação de serviços por inexigibilidade de licitação, que os mesmosdeverão estar devidamente enquadrados e justificados nos exatos termos dos artigos 10 e 11 doRegulamento de Licitações e Contratos - Resolução nº 02, de 04/08/9, do Conselho Nacional doSESCOOP.

ACÓRDÃO Nº 993/2003 – 1ª Câmara

ACÓRDÃO: Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos na 1ª Câmara, em Sessão de20/05/2003, considerando o pedido de parcelamento de débito solicitado pelo responsável, ACORDAM,por unanimidade, com fundamento no artigo 26 da Lei 8.443/92, c/c o artigo 217, §§ 1º e 2º, e 218,parágrafo único, do Regimento Interno, aprovado pela Resolução Administrativa 155/2002, em autorizaro parcelamento da multa imputada ao responsável, Sr. Jamil Boutros Nadaf, CPF 002.150.901-87,mediante o Acórdão nº 021/2003 – TCU – 1ª Câmara, em 6 (seis) parcelas mensais, atualizadasmonetariamente e acrescidas dos devidos encargos legais, fixando o vencimento da primeira em 15(quinze) dias, a contar do recebimento da notificação e o das demais, a cada 30 (trinta) dias, na formaprevista na legislação em vigor, alertando ao responsável que a falta do recolhimento de qualquer parcelaimportará o vencimento antecipado do saldo devedor (parágrafo 2º do art. 217 do RegimentoInterno/TCU), de acordo com o parecer da Secretaria de Controle Externo no Estado do Mato Grosso,com o endosso do Ministério Público.

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MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

9 – TC – 002.356/2002-8Classe de Assunto: II.Unidade: Serviço Social do Comércio – Administração Regional no Estado de Mato Grosso.Responsável: Jamil Boutros Nadaf, CPF 002.150.901-87.Exercício: 2000.

REPRESENTAÇÃO

ACÓRDÃO Nº 994/2003 – 1ª Câmara

ACÓRDÃO: Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da PrimeiraCâmara, em 20/05/2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso II, e 43,inciso I, da Lei 8.443/92 c/c os artigos 1º, inciso XXVI; 17, inciso IV; 143, inciso III; 234, § 2º, 2ª parte; e250, incisos I e II, todos do Regimento Interno, em conhecer da representação a seguir relacionada, para,no mérito, considerá-la improcedente, bem como determinar o seu arquivamento, de acordo com ospareceres emitidos nos autos, devendo-se dar ciência ao representante.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR

10 – TC – 014.875/2001-5 (com 1 volume)Classe de Assunto: VI.Unidade: Coordenação-Geral de Serviços Gerais do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior.Interessado: Clip & Clipping Publicidade e Produções Ltda.

ACÓRDÃO Nº 994A/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

ACÓRDÃO: Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da PrimeiraCâmara, em 20/05/2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso II, e 43,inciso I, da Lei 8.443/92 c/c os artigos 1º, inciso XXVI; 17, inciso IV; 143, inciso III; 234, § 2º, 2ª parte; e250, incisos I e II, todos do Regimento Interno, em conhecer da representação a seguir relacionada, para,no mérito, considerá-la improcedente, bem como determinar o seu arquivamento, sem prejuízo de seefetivar a(s) recomendação(ões) e/ou determinação(ões) propostas, de acordo com os pareceres emitidosnos autos, devendo-se dar ciência ao representante.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

11 – TC – 005.543/2002-4Classe de Assunto: VI.Unidade: Prefeitura Municipal de Brejinho – RN.Interessado: José Anacleto Xavier, Vereador de Brejinho – RN.

Determinações:

11.1. Determinar à Prefeitura Municipal de Brejinho/RN que exija da empresa contratada pararealização das obras, Construtora Litoral Projeto e Construções Ltda., o conserto do piso do galpão, deconformidade com as especificações técnicas da obra, haja vista que a obra encontra-se no prazo cobertopela garantia de empreitada previsto no art. 618 do Código Civil (cinco anos).

ACÓRDÃO Nº 995/2003 – TCU – 1ª CÂMARA

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ACÓRDÃO: Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da PrimeiraCâmara, em 20/05/2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos artigos 1º, inciso II, e 43,inciso I, da Lei 8.443/92 c/c os artigos 1º, inciso XXVI; 17, inciso IV; 143, inciso III; 234, § 2º, 2ª parte; e250, incisos I e II, todos do Regimento Interno, em conhecer da presente representação e considerá-laprocedente, bem como determinar o seu arquivamento, sem prejuízo de se efetivar a(s)recomendação(ões) e/ou determinação(ões) propostas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos,devendo ser dada ciência ao(s) representante(s).

MINISTÉRIO DO ESPORTE E TURISMO

12 – TC – 007.549/2002-7Classe de Assunto: VI.Unidade: Prefeitura Municipal de Jaçanã/RN.Interessada: Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio Grande do Norte.

Determinações:

12.1. à Secretaria Nacional de Esporte do Ministério do Esporte e Turismo para que inclua nosnormativos reguladores do Acordo de Cooperação firmado com a Caixa Econômica Federal, relativo aosProgramas sob gestão do MET, em particular o Programa Esporte Solidário, rotinas que permitamidentificar situações de repasse de recursos para construção de nova obra quando já existir obrasemelhante, inacabada, construída com a participação de recursos federais, bem como eventuais medidasa serem adotadas, de modo a assegurar a adequada aplicação dos recursos federais;

12.2. à Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio Grande do Norte para que comunique aoMinistro do Esporte e Turismo, bem como à Superintendência de Negócios da Caixa Econômica Federalno Estado do Rio Grande do Norte, a presente deliberação.

12.3. à Secretaria da Presidência para que comunique ao Ministro do Esporte e Turismo o teor desteAcórdão, enviando-lhe cópia da instrução de f. 200/206.

Ata 16/2003 – 1ª Câmara.

T.C.U., Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

Marcos Vinicios VilaçaPresidente da 1ª Câmara

Lincoln Magalhães da RochaRelator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 32/2003Gabinete do Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha(Gab. Pres. Portaria nº 114, de 22/04/2003)

Relação de processos submetidos à 1ª Câmara, para votação na forma do Regimento Interno, arts.134, 135, 137, 138 e 140

Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha

TOMADA DE CONTAS

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ACÓRDÃO nº 996/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, daLei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso I, 208 e 214, inciso II, do Regimento Interno,em julgar as contas a seguir relacionadas regulares com ressalva, dar quitação aos responsáveis e mandarfazer as determinações sugeridas nos pareceres emitidos nos autos:

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

1 - TC 009.954/2002-8Classe de Assunto: IIResponsáveis : Wesley Fazzioni de Melo (CPF 321.770.037-68), Jorge Afonso Lasmar (CPF

022.632.462-15), Nelson Lopes de Souza (CPF 215.339.032-04), Admilson Mota de Brito (CPF033.750.302-82), Alberto Jerônimo Pereira (CPF 135.037.821-68) e José Calazans dos Santos (CPF150.533.771-20)

Órgão : Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CeplacExercício : 2001

1.1. Determinar ao responsável pelo Órgão que:1.1.1. adote como princípio a realização de procedimento licitatório para as aquisições de

mercadorias e contratações de serviços, na forma estabelecida na Lei nº 8.666/93, utilizando, de formaexcepcional, a dispensa de licitação e apenas nas hipóteses previstas no at. 24, observada a justificativaprévia requerida no art. 26, todos da referida Lei;

1.1.2. proceda à prestação de contas de suprimentos de fundos de forma tempestiva, nos termos dodisposto no art. 68 da Lei nº 4.320/64 e art. 45 do Decreto nº 93.872/86;

1.1.3. efetue a retenção do INSS no pagamento de serviços eventuais a terceiros, fazendo-se orecolhimento devido na forma preconizada na Lei nº 9.876/99.

ACÓRDÃO nº 997/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso I, 17 e 23, inciso I, daLei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso I, 207 e 214, inciso I, do Regimento Interno,em julgar as contas a seguir relacionadas regulares e dar quitação plena aos responsáveis, de acordo comos pareceres emitidos nos autos:

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

1 - TC 013.038/2002-1Classe de Assunto : IIResponsáveis : Hilton Kruschewsky Duarte (CPF 096.239.495-53), Vera Lúcia Gregue Moro (CPF

116.533.531-04), Alberto Jerônimo Pereira (CPF 135.037.821-68) e José Calazans dos Santos (CPF150.533.771-20)

Órgão : Fundo Geral do Cacau – Fungecau/MAPAExercício : 2001

ACÓRDÃO nº 998/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, daLei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso I, 208 e 214, inciso II, do Regimento Interno,

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em julgar as contas a seguir relacionadas regulares com ressalva e dar quitação aos responsáveis, deacordo com os pareceres emitidos nos autos:

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

1 - TC 010.832/2002-8Classe de Assunto : IIResponsáveis : Francisco José Pinheiro Brandes (CPF 004.889.681-00), Ubiratan Rodrigues

Nogueira (CPF 056.956.433-68), Wilson Dantas do Nascimento (CPF 146.689.201-34), SaturninoAntonio de Oliveira 169.866.871-68), Oseas Benjamin da Silva (CPF 226.867.201-82), Valdir LopesMendonça (CPF 073.238.241-68), Miguel Lopes da Rocha (CPF 221.480.941-49), Alberto GerônimoPereira (CPF 135.037.821-68), Jose Calazans dos Santos (CPF 150.533.771-20) e Márcio Fortes deAlmeida (CPF 027.147.367-34)

Órgão: Delegacia Federal de Agricultura no Distrito Federal - DFA/DFExercício : 2001

ACÓRDÃO nº 999/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II, daLei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso I, 208 e 214, inciso II, do Regimento Interno,em julgar as contas a seguir relacionadas regulares com ressalva, dar quitação aos responsáveis e mandarfazer a determinação sugerida, de acordo com o parecer emitido pelo Ministério Público:

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

1 - TC 009.769/2002-0 (Apenso: TC-002.549/2001-6)Classe de Assunto : IIResponsáveis : Ebiesel Nascimento Andrade Filho (CPF 060.724.375-91), Geraldo Dantas Landim

(CPF 071.051.265-15), Jurimar Rebouças Dantas (CPF 282.989.186-49), Antônio Alberto Nunes Serafim(CPF 099.977.095-00), Eduardo Vieira do Nascimento (CPF 049.727.675-53), Ernani Cavalcante Midlej(CPF 072.678.355-20), André Luiz Borba Santos (CPF 084.818.305-34), Jacimar Cardoso FerreiraMacedo (CPF 182.542.255-91), Alberto Jerônimo Pereira (CPF 135.037.821-68), José Calazans dosSantos (CPF 150.533.771-20), Carlos Souza de Andrade (CPF 145.797.905-53), Washington Luiz Jesusdos Santos (CPF 104.170.875-00)

Órgão : CEPLAC/CENEX/SEAPA - Setor de Apoio Administrativo em Ilhéus/BAExercício : 2001

1.1. Determinar ao responsável pelo Órgão que informe, nas próximas contas, acerca documprimento das recomendações formuladas pela Secretaria Federal de Controle Interno, em seuRelatório de Auditoria de Avaliação nº 091050, às fls. 104/111.

TOMADAS DE CONTAS ESPECIAL

ACÓRDÃO nº 1.000/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara , em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 27, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c oart. 218, do Regimento Interno, em dar quitação aos responsáveis, ante o recolhimento integral dosdébitos que lhes foram imputados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1 - TC 650.223/1997-7Classe de Assunto : II

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Responsáveis : Ney Rolim de Alencar (CPF 006.338.794-87), Annemi Scheila Montaño Gutierrez,Carmem Gutierrez de Montaño (CPF 096.255.349-20), Icléia Goiatacazes dos Reis e Jaú Noé Gaya –representante do Hospital Santa Inês S.A. (CNPJ 83.119.347/0001-85)

Entidade: Hospital Santa Inês S.A.

Débito imputado ao Sr. Ney Rolim de Alencar, solidariamente com o HospitalSanta Inês S.A.VALOR ORIGINAL DO DÉBITO DATA DE ORIGEM DO DÉBITOCr$ 191.900,00 28/02/91Cr$ 194.500,00 27/03/91Cr$ 109.200,00 26/04/91Cr$ 340.165,00 28/05/91Cr$ 700.323,00 28/06/91Cr$ 733.017,00 29/07/91Cr$ 855.849,00 23/08/91Cr$ 555.453,00 25/09/91Cr$ 859.060,00 25/10/91Cr$ 935.007,00 25/11/91Cr$ 1.508.482,00 23/12/91Cr$ 1.275.444,00 24/01/92Cr$ 1.281.616,00 25/02/92Cr$ 2.279.898,00 24/03/92Cr$ 6.547.385,00 24/04/92Cr$ 8.313.307,00 25/05/92Cr$ 8.828.512,00 29/06/92Cr$ 9.926.350,00 30/07/92Cr$ 7.573.358,00 28/08/92Cr$ 17.331.270,00 29/09/92Cr$ 20.160.652,00 30/10/92Cr$ 15.360.413,00 27/11/92Cr$ 38.852.627,00 30/12/92Cr$ 33.072.099,00 28/01/93Cr$ 42.127.013,00 10/03/93Cr$ 68.829.504,00 15/04/93Cr$ 83.327.406,00 07/05/93Cr$ 61.435.801,00 05/07/93Cr$ 76.590.692,00 07/07/93Cr$ 144.314.755,00 27/07/93

Débito imputado às Sras. Carmem Gutierrez de Montaño e Annemi ScheilaMontaño Gutierrez, sucessoras de Hipólito Bello Montãno Paz, solidariamentecom o Hospital Santa Inês S.A.VALOR ORIGINAL DO DÉBITO DATA DE ORIGEM DO DÉBITOCr$ 20.861,00 24/05/92Cr$ 4.402.465,00 29/06/92Cr$ 10.322.390,00 30/07/92Cr$ 5.582.357,00 28/08/92Cr$ 7.363.593,00 29/09/92Cr$ 17.548.196,00 30/10/92Cr$ 11.163.867,00 27/11/92Cr$ 21.484.235,00 30/12/92Cr$ 39.839.148,00 28/01/93

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Cr$ 23.621.201,00 10/03/93Cr$ 26.449.820,00 15/04/93Cr$ 38.426.464,00 07/05/93Cr$ 49.123.050,00 05/07/93Cr$ 130.147.740,00 07/07/93Cr$ 140.839.954,00 27/07/93

VALOR RECOLHIDO DATA DO RECOLHIMENTOR$ 10.850,39 30/06/2000R$ 11.036,69 31/07/2000R$ 11.302,01 31/08/2000R$ 11.553,15 02/10/2000R$ 11.718,86 31/10/2000R$ 11.886,95 30/11/2000R$ 12.054,35 28/12/2000R$ 12.241,85 31/01/2001R$ 12.459,40 28/02/2001R$ 12.645,65 30/03/2001R$ 12.833,42 30/04/2001R$ 13.070,63 31/05/2001R$ 13.276,58 29/06/2001R$ 13.479,08 31/07/2001R$ 13.815,36 31/08/2001R$ 14.113,98 28/09/2001R$ 14.300,73 31/10/2001R$ 14.550,62 30/11/2001R$ 14.876,46 28/12/2001R$ 15.122,79 31/01/2002R$ 15.353,56 28/02/2002R$ 15.591,92 28/03/2002R$ 25.852,70 30/04/2002

1.1. Informar aos responsáveis que, como na correção das parcelas foi adotado um índice superiorao aplicável à espécie, gerando pagamento a maior, possuem um crédito junto ao Fundo Nacional deSaúde no valor de R$ 2.971,17 (dois mil, novecentos e setenta e um reais e dezessete centavos), data-basede 30/04/2002;

1.2. Encaminhar à Secretaria do Tesouro Nacional cópias de todos os recolhimentos efetuados peloHospital, a fim de que os recursos sejam transferidos para a conta corrente do Fundo Nacional de Saúde,de nº 170.500-8, agência 3602-1, do Banco do Brasil, código identificador nº 25700125901995-6.

REPRESENTAÇÃO

ACÓRDÃO nº 1.001/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos na Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 27, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c oart. 218 do Regimento Interno, em dar quitação à responsável, ante o recolhimento integral da multa quelhe foi cominada, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:

1 - TC 003.876/1999-3Classe de Assunto : VIResponsável : Glauce Maria Gomes Diógenes (CPF 090.149.693-68)

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Entidade : Movimento de Promoção Social, no Município de Jaguaribe/CEValor original do débito: R$ 2.500,00 Data de origem do débito: 15/12/2000Valores recolhidos: R$ 208,33, R$ 209,19, R$ 210,04, R$ 210,90, R$ 211,75, R$ 212,60, R$

213,46, R$ 214,31, R$ 215,17, R$ 216,02, R$ 216,88, R$ 217,33 e R$ 161,58.Datas dos recolhimentos: 27/07/2001, 20/08/2001, 20/09/2001, 20/10/2001, 20/11/2001,

20/12/2001, 20/01/2002, 20/02/2002, 20/03/2002, 22/04/2003, 20/05/2002, 20/06/2002 e 28/02/2003,respectivamente.

Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara

T.C.U, Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

Marcos Vinicios VilaçaPresidente da 1ª Câmara

Lincoln Magalhães da RochaMinistro-Relator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 33/2003Gabinete do Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha(Gab. Pres. Portaria nº 114, de 22/04/2003)

Relação de processos submetidos à 1ª Câmara, para votação na forma do Regimento Interno, arts.134, 135, 137, 138 e 140.

Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha

ATOS DE ADMISSÃO

ACÓRDÃO nº 1.002/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, 39 e 40 da Lei nº 8.443, de 16 dejulho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, e 259 a 263 do Regimento Interno, em considerar legais parafins de registro os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidosnos autos:

MINISTÉRIO DA SAÚDE

01 - TC 857.461/1998-2Interessado: Eurico Vieira Amancio

02 - TC 857.470/1998-1Interessada: Adelita Pinto da Silva Rocha

APOSENTADORIA

ACÓRDÃO nº 1.003/2003 - TCU - 1ª Câmara

Page 32: MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES  - silas

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Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, 39 e 40 da Lei nº 8.443, de 16 dejulho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, e 259 a 263 do Regimento Interno, em considerar legais parafins de registro os atos de concessões a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nosautos:

JUSTIÇA DO TRABALHO

01 - TC 022.092/1994-3Interessada: Maria Lúcia Fleury da Silva e Souza

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

01 - TC 015.361/1999-3Interessados: Benedito Ferreira Santos, Idalina de Jesus Meireles Cardoso, Maria da Conceição

Moreira, Maria da Graça Bonfin Pereira, Maria das Graças Bitencourt Nogueira, Maria de CarvalhoGaspar Pinheiro, Maria Jose Lima de Almeida, May Guimarães Ferreira, Neide Gama de Almeida eSimião Coelho

MINISTÉRIO DA SAÚDE

01 - TC 023.558/1994-6Interessada: Maria do Socorro Mesquita Gonçalves

02 - TC 023.612/1994-0Interessado: Wilson Soares

PENSÃO CIVIL

ACÓRDÃO nº 1.004/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara , em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, 39 e 40 da Lei nº 8.443, de 16 dejulho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII, e 259 a 263 do Regimento Interno, em considerar legais parafins de registro os atos de concessões a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nosautos:

MINISTÉRIO DA CULTURA

01 - TC 011.436/1997-2Interessados: Estela Torquato da Silva e Luiz Claudio Torquato da Silva

MINISTÉRIO DA SAÚDE

01 - TC 012.306/1997-5Interessados: Edelina Moreira Afonso, Ivany Batista, Leonor Cuba Buest, Maria Pulcena Niclewicz,

Miriam Schruber Martin e Vinicius Sfeir.

Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara

T.C.U, Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

Marcos Vinicios Vilaça

Page 33: MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES  - silas

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Presidente da 1ª Câmara

Lincoln Magalhães da RochaMinistro-Relator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 41/2003Gabinete do Auditor Augusto Sherman Cavalcanti

Relação de processos submetidos à 1ª Câmara, para votação na forma do Regimento Interno, arts.134, 135, 137, 138 e 140

Relator: Augusto Sherman Cavalcanti

TOMADA DE CONTAS

ACÓRDÃO nº 1.005/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso I, e 17 da Lei nº 8.443,de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso I, e 143, inciso I, alínea "a" do Regimento Interno, em julgaras contas a seguir relacionadas regulares e dar quitação plena ao(s) responsável(eis), de acordo com ospareceres emitidos nos autos:

MINISTÉRIO DA DEFESA

01 - TC 011.299/2002-9Classe de Assunto : IIResponsável(eis) : ANDERSON PAES DA COSTA, CPF nº 975.806.517-34; CARLOS

EMANUEL MURAT IBRAHIM, CPF nº 107.968.178-71; CLAUDIO VASCONCELLOS SANTOS,CPF nº 063.025.358-75; ELIESER FRACCANABBIA, CPF nº 619.647.190-20; JADER TEIXEIRAGOMES DA SILVA, CPF nº 981.075.427-20; JOSE BONFIM ALBUQUERQUE FILHO, CPF nº500.206.847-20; JOSE CARLOS ANDRADE MARANHAO, CPF nº 905.039.027-72; JULIO CESARSPINDOLA CALDAS, CPF nº 500.216.647-49; MARCELO JORGE DOS SANTOS, CPF nº981.055.827-91; MARCIO KAZUAKI FUSISSAVA, CPF nº 808.711.787-53; OLIVIO BOEIRARAMIRO, CPF nº 695.682.780-87; OLY HASTENPFLUG NETO, CPF nº 168.622.938-00; RANDALMAGNANI, CPF nº 168.620.328-44

Entidade(s)/Órgão(s): 3. Grupo de Artilharia Antiaérea

ACÓRDÃO nº 1.006/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso II, e 18 da Lei nº 8.443,de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso I, e 143, inciso I, alínea "a" do Regimento Interno, em julgaras contas a seguir relacionadas regulares com ressalva, dar quitação ao(s) responsável(eis) e mandar fazera(s) determinação(ões) e/ou recomendação(ões) sugerida(s) nos pareceres emitidos nos autos:

MINISTÉRIO DA DEFESA

02 - TC 008.682/2002-1

Page 34: MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES  - silas

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Classe de Assunto : IIResponsável(eis) : DORIVAL MELCHIOR, CPF nº 699.956.218-00; DYMITRI KLEBER

KORZENIEWICZ, CPF nº 193.109.869-72; ELMIR CARLOS BEZERRA DAS NEVES, CPF nº972.807.124-87; ETSUO ISE, CPF nº 157.390.239-04; FABRICIO DANIEL SOARES FREIRE, CPF nº913.733.014-49; GIOVANNI DA SILVA PEREIRA, CPF nº 734.112.647-72; LAWRENCEMEDEIROS NEVES, CPF nº 933.429.267-91; LUIZ BENEVIDES DE OLIVEIRA, CPF nº026.200.734-72; MARINEZ LIMA DE SOUZA, CPF nº 995.156.444-53; SAMUEL VALDOMIRO DASILVA, CPF nº 827.603.814-04; WALDIR MENACHO DOS ANJOS, CPF nº 469.747.177-68;WALDIR MENACHO DOS ANJOS, CPF nº 469.747.177-68

Entidade(s)/Órgão(s): 20. Circunscrição de Serviço Militar

1. Determinar à 7ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército que avalie, mediantedetalhada auditoria, a possibilidade de estarem ocorrendo falhas sistêmicas no controle de saques dedepósitos bancários, na UG em questão, referente às sindicâncias instauradas pelas Portarias nº 002, de10/09/2001, e nº 005, de 26/09/2001, da 20ª Circunscrição de Serviço Militar, e informe ao Tribunal deContas da União, na próxima tomada de contas anual, o resultado da avaliação a que se procedeu e asprovidências tomadas;

2. Determinar à 20ª Circunscrição de Serviço Militar que informe ao Tribunal de Contas da União,também por ocasião da próxima tomada de contas anual, os resultados obtidos quanto às ações deressarcimento dos danos ocorridos ao Erário, consubstanciados nas sindicâncias instauradas pelasPortarias nº 002, de 10/09/2001, e nº 005, de 26/09/2001.

REPRESENTAÇÃO

ACÓRDÃO nº 1.007/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, em20/05/2003, quanto ao(s) processo(s) a seguir relacionado(s), com fundamento nos arts. 1º, inciso II, e 43,incisos I e II, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 17, inciso IV; 143, inciso III; 234, § 2º,2ª parte; e 250, incisos I e II, todos do Regimento Interno ACORDAM, por unanimidade, em conhecerda(s) representação(ões) e considerá-la(s) parcialmente procedente(s), fazendo-se a(s) recomendação(ões)e/ou determinação(ões) propostas, de acordo com os pareceres emitidos nos autos;

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

01 - TC 017.779/2000-4Classe de Assunto : VIEntidade(s)/Órgão(s): Imprensa Nacional

1. Determinar à Imprensa Nacional que, ao estabelecer quais programas de trabalhos serãoutilizados para empenhar recursos destinados a cobrir despesas decorrentes de contratos, observerigorosamente a definição de projeto e atividade constante da respectiva lei de diretrizes orçamentárias,abstendo-se de utilizar programas de trabalho destinados a projetos para custear atividades, e vice-versa;

2. Determinar à Secretaria de Controle Interno da Presidência da República que se pronuncie naspróximas contas da Imprensa Nacional acerca do estágio e da efetividade das medidas adotadas pelosupramencionado Órgão, para atender as recomendações constantes do item 105 do Relatório deAuditoria Especial nº 33/2000 (fl. 35);

3. Determinar a 6ª Secex que:3.1. acompanhe a implementação das medidas adotadas conforme as determinações acima

consignadas;

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35

3.2. promova o apensamento deste processo ao TC 011.370/2001-8, que trata de Tomada de ContasEspecial, instaurada para apurar as irregularidades ocorridas nos Contratos nos 27/96, 01/98 e 20/99,identificar os responsáveis e quantificar o dano causado ao Erário, para exame em conjunto e emconfronto (item 3.4, fl. 141), com fundamento no art. 194, inciso II, do Regimento Interno do TCU c/c oart. 27 da Resolução TCU nº 136/2000.

Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

Marcos Vinicios VilaçaPresidente da 1ª Câmara

Augusto Sherman CavalcantiRelator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 42/2003Gabinete do Auditor Augusto Sherman Cavalcanti

Relação de processos submetidos à 1ª Câmara, para votação na forma do Regimento Interno, arts.134, 135, 137, 138 e 140

Relator: Augusto Sherman Cavalcanti

APOSENTADORIA

ACÓRDÃO nº 1.008/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno, emconsiderar legal(ais) para fins de registro o(s) ato(s) de concessão(ões) a seguir relacionado(s), de acordocom os pareceres emitidos nos autos:

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

01 - TC 013.090/2000-5Interessado(s) : DIVINO LUIZ DE CARVALHO, CPF nº 087.148.271-15; JOSE CLAUDIO

CAMELO TIMBO, CPF nº 058.849.423-20

REFORMA

ACÓRDÃO nº 1.009/2003 - TCU - 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, em 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443, de16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 143, inciso II, e 259 a 263 do Regimento Interno, emconsiderar legal(ais) para fins de registro o(s) ato(s) de concessão(ões) a seguir relacionado(s), de acordo

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com os pareceres emitidos nos autos:

MINISTÉRIO DA DEFESA

01 - TC 015.874/2002-0Interessado(s) : ABRAAO ALVES PINTO, CPF nº 061.905.021-72; ADAO RODRIGUES

PALMA, CPF nº 036.868.760-00; ALAN JONES BRITO DA SILVA, CPF nº 645.462.842-68; ALDOARAUJO VILELA, CPF nº 047.975.747-04; ALDO LACERDA LOPES, CPF nº 227.221.901-25; ALEXWAINASKI, CPF nº 023.184.739-43; ALEXANDRE BARBOSA DOS SANTOS, CPF nº 989.701.516-72; ALVARO DE SOUZA GOMES ESCOBAR, CPF nº 069.013.607-20; ANDERSON LEANDRONASCIMENTO SILVA, CPF nº 082.948.247-47; ANIBAL SOARES DA SILVA, CPF nº 072.483.267-04; ANTONIO GERMANO FERREIRA DA SILVA, CPF nº 657.743.702-59; AUGUSTO NESTORHANAUER, CPF nº 022.830.260-91; AYLTON NOLASCO DE CARVALHO, CPF nº 102.566.447-72;BOAVENTURA JOSE BRITTA, CPF nº 061.522.956-53; CANTILIO PATRICIO DA SILVA, CPF nº046.545.520-49; CARLOS ALBERTO DO AMARAL, CPF nº 134.907.027-00; CLAUDEMAR SILVADE OLIVEIRA, CPF nº 517.765.962-34; DIRCEU VARGAS DE QUADROS, CPF nº 089.192.241-53;ESTELIANO DOS SANTOS MOREIRA, CPF nº 043.444.302-63; EUFLAVIO DA SILVA, CPF nº409.484.802-97; FRANCISCO DURE, CPF nº 040.680.501-63; FRANCYS WEBERT DA SILVASANTOS, CPF nº 690.513.211-04; GABRIEL DUARTE GONDIN, CPF nº 000.193.807-04; GERSONPAULINO LOPES, CPF nº 688.719.702-25; GETULIO PAHIM SOARES, CPF nº 024.604.597-34;HELIO DOMINGUES DE ANDRADE, CPF nº 026.769.077-00; HUNGARY UMBERTO FERREIRA,CPF nº 018.568.806-30; IVENS MOTA FREIRE, CPF nº 513.363.242-87; JOAO HIRAN DEMENDONÇA E PAULA, CPF nº 053.335.637-72; JOAO ZOZIMO PLEUTIM, CPF nº 039.386.201-10;JOILSON ANDRADE FERREIRA, CPF nº 038.453.906-89; JORGE AUGUSTO DA SILVA SOUZA,CPF nº 076.465.877-88; JORGE MINORU MUTA, CPF nº 006.579.721-34; JOSE ENIO AVILA DESANT'ANA, CPF nº 111.183.939-53; JOSE JOAO DA SILVA, CPF nº 008.643.074-20; JULIO CESARFIGUEIRO DE ALMEIDA, CPF nº 991.696.300-20; KLEBER FERREIRA REBELO, CPF nº513.074.302-44; LECIOMAR TAVARES DA SILVA, CPF nº 392.037.352-91; LUIZ HERMESBORGES JORGIELEWICZ, CPF nº 005.526.740-87; LUIZ JOÃO MOLINARI, CPF nº 110.564.799-49;MANOEL DAVID DE SOUZA, CPF nº 085.456.427-68; MANOEL PIMENTEL DE ALMEIDA, CPFnº 045.158.547-04; MARCELO IGOR SANTOS DE FREITAS, CPF nº 075.207.527-63; MARCOSVENICIO DE SOUZA, CPF nº 862.770.301-91; MESSIAS RATIER, CPF nº 007.903.621-04; MILTONDE ARRUDA, CPF nº 022.586.921-72; MOACIR MATOS MENEZES, CPF nº 092.379.417-49;NIELTON COSTA, CPF nº 028.997.909-94; REGINALDO PINTO, CPF nº 067.385.407-87; RICARDOOLIVEIRA SILVA, CPF nº 910.534.637-15; ROBSON BARBOSA DA SILVA, CPF nº 821.613.564-53;ROGERIO SANTIAGO PEIXINHO, CPF nº 052.169.027-75; ROGERIO SOUZA DE OLIVEIRA, CPFnº 688.176.491-04; SEBASTIAO PEREIRA, CPF nº 408.693.181-87; SILVESTRE FRANCISCO DASILVA, CPF nº 030.365.024-91; SOST CRISTEN FELIX DE MEDEIROS, CPF nº 813.771.504-53;VALDEMAR FELIX DE OLIVEIRA, CPF nº 007.674.411-68; ZACARIAS CAMPOS COELHO, CPFnº 037.459.707-30

Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

Marcos Vinicios VilaçaPresidente da 1ª Câmara

Augusto Sherman CavalcantiRelator

Fui Presente:Paulo Soares Bugarin

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Representante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 065/2003Gabinete do Auditor MARCOS BEMQUERER COSTA

Processo submetido à 1ª Câmara, para votação, na forma do Regimento Interno, arts. 134, 135, 137,138 e 140 do Regimento Interno.

Relator: Auditor Marcos Bemquerer Costa

REPRESENTAÇÃO

ACÓRDÃO nº 1.010/2003 – TCU – 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos na 1ª Câmara, em Sessão de 20/05/2003,ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 43, inciso I, da Lei n.° 8.443/92, de 16 de julhode 1992, c/c os arts. 137, inciso VI; 143, inciso V, alínea a; 237, inciso IV; e 250, inciso I, do RegimentoInterno, aprovado pela Resolução n. 155/2002, em conhecer da presente representação para considerá-laimprocedente, determinando-se, por conseguinte, o seu arquivamento, de acordo com o parecer daSecex/BA, sem prejuízo de que seja dada ciência desta deliberação ao Conselho Municipal deAcompanhamento e Controle Social do Fundef, ao Tribunal de Contas dos Municípios do Estado daBahia - TCM/BA, à Prefeitura Municipal de Itiúba/BA e à Procuradoria da União no Estado da Bahia:

Prefeituras Municipais do Estado da Bahia/BA

1. TC-012.067/2002-9 (c/ 35 volumes)Classe de Assunto: VIInteressado: Ex.mo Procurador-Chefe da Procuradoria da União na Bahia, Sr. Agilécio Pereira de

Oliveira.Entidade: Município de Itiúba/BA.

Ata nº 016/2003 – 1ª Câmara

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza , em 20 de maio de 2003.

Marcos Vinicios VilaçaPresidente da 1ª Câmara

Marcos Bemquerer CostaRelator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

RELAÇÃO Nº 066/2003Gabinete do Auditor MARCOS BEMQUERER COSTA

Relação de processos submetidos à 1ª Câmara, para votação, na forma do Regimento Interno, arts.134, 135, 137, 138 e 140 do Regimento Interno/TCU.

Relator: Auditor Marcos Bemquerer Costa

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PENSÃO ESPECIAL DE EX-COMBATENTE

ACÓRDÃO nº 1.011/2003 – TCU – 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos na 1ª Câmara, em Sessão Ordinária de20/05/2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Leinº 8.443/92, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso II, e 260 doRegimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução nº 155/02, em considerar legais para fins de registro osatos de concessão de pensão especial de ex-combatente a seguir indicados, de acordo com o parecer daSefip, com o endosso do Ministério Público:

Ministério da Defesa – Exército

1. TC-001.837/2003-3 – Jair de Souza Almeida e Neide Alves de Azevedo.

ACÓRDÃO nº 1.012/2003 – TCU – 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos na 1ª Câmara, em Sessão Ordinária de20/05/2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Leinº 8.443/92, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso II, e 260 doRegimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução nº 155/02, em considerar legais para fins de registro osatos de concessão de pensão especial de ex-combatente a seguir indicados, sem prejuízo de determinar àSecretaria de Fiscalização de Pessoal que adote as providências necessárias com vistas a alterar, nos atosde fls. 14/15 e 37/39 relativo aos instituidores, Gilberto da Costa e Silva e Renato Jarsen de Melo,respectivamente, o código do fundamento legal da pensão/alteração, de 9-1-1930-2 para 9-1-1927-2, e noato de fls. 40/42 relativo ao instituidor Renato Lins Soares, o código do fundamento legal do beneficiário,de 9-3-2812-2 para 9-3-2809-2, de acordo com o parecer da Sefip, com o endosso do Ministério Público:

Ministério da Defesa – Exército

1. TC-001.834/2003-1 – Antonia Varela de Oliveira, Araci Sá Pereira de Arruda, Dalvanira daCosta Soares, Eulália Dantas dos Santos, Eunice Batista de Lima e Silva, Heloisa Soares Lima, JosefaFerreira de Luna, Josefa Rodrigues de Santana, Maria do Carmo Pereira da Silva, Maria dos AnjosOliveira Moreira, Maria Geralda de Oliveira, Maria José de Jesus, Marina Barbosa da Silva, Nice Santosde Melo e Severina Félix da Silva.

PENSÃO MILITAR

ACÓRDÃO nº 1.013/2003 – TCU – 1ª Câmara

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos na 1ª Câmara, em Sessão Ordinária de20/05/2003, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Leinº 8.443/92, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso II, e 260 doRegimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução nº 155/02, em considerar legais para fins de registro osatos de concessão de pensão militar a seguir relacionados, de acordo com o parecer da Sefip, com oendosso do Ministério Público:

Ministério da Defesa – Exército

1. TC-001.851/2003-2 – Alda Gonçalves Ferro, Annanda Thais Fialho Torres, Astrogilda de NazaréSilva Oliveira, Benedita dos Santos Duarte, Carla Cavaca Lopes Ribeiro, Clarisse dos Santos Brito,Cristine Martins Cavaca Bodack, Dalva de Nazaré Silva Oliveira, Dielzi Regina Gonçalves Santos, DinaMatos dos Santos, Dionilda Ferreira Lacerda, Dirce Maria Machado Barreto Tavares, Elta Ferro Rabelo,

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Eunice Pinheiro Cunha, Evandry Fialho Torres, Flordolira Alcântara Pompeu, Florinda de Nazaré SilvaOliveira, Graziela Brígido de Oliveira, Helena Lopes Daltro Pontual, Iacy Ribeiro da Costa, IranildaAfonso de Melo Saraiva, Ivaina Moreira da Costa, Jacy Ribeiro da Silva, Janete Martins da Fonseca,Katia Cardoso de Almeida, Lindalva Nazaré Oliveira Correia, Lucia Dias de Souza, Luz Maria Daltro deAraújo e Souza, Manoel Souza da Cunha, Maria Amélia do Nascimento Moura, Maria AntoniettaAlmeida de Oliveira, Maria Celia do Nascimento Amorim, Maria de Fátima Cunha Gonçalves, Maria deJesus Miranda da Cruz, Maria de Lourdes Pereira do Nascimento, Maria de Nazaré de Souza Cunha,Maria de Souza Pianchão, Maria dos Anjos Ferreira Lacerda, Maria Herculano Lopes do Nascimento,Maria Laura de Nazaré Silva Oliveira, Maria Rita Almeida Ferraz, Marluce do Socorro Oliveira dosSantos, Neide Martins Cavaca, Ondina Sidamaia da Cunha Faria, Rosielane Santos Firmes Lavinas,Valéria Oliveira Tavares, Vera Cardoso de Almeida, Walda Ferro Siqueira, Walduce Cardoso de Almeidae Ássima Justina Guedes Ribeiro.

2. TC-001.855/2003-1 – Adriele de Sousa Alencar, Aida Alves dos Santos, Alcyr Uchoa Santiago,Alzira Alves de Oliveira, Alzira Inácio Gomes, Ana Cristina Lopes Bastos da Silva, Ana Célia CoelhoCosta, Ana Sabrina Borges de Negreiros, Ângela Maria Pacheco e Silva, Angélica Maria Ellery Lustosada Costa, Angelina Helena Garcia Ellery, Anna Rosa Pedreira Martins, Antonia Maria Alves dos Santos,Antonia Michele Moraes Cardoso Medeiros, Antonia Tavares da Silva, Antonio Monteiro Junior, AuroraBarbosa Feitosa de Oliveira, Clodomira Maria da Silva Nascimento, Conceição de Maria da Costa AraújoBarros, Cristiane Cuevas Penha, Daisy Saraiva Corrêa, Doris Costa de Oliveira Silva, Dulce Carvalho deFreitas, Dulcimar Costa de Oliveira Almeida, Dulcineia Costa de Oliveira Freire, Edila Neves Monteiro,Elizabete de Froes e Penha, Elza Lopes Marques Pontes, Estetila Rodrigues Cândido, Francisca Adrianade Sousa Alencar, Francisca Machado de Aguiar Campelo, Francisca Valdirene Silva Gomes, FranciscoAnderson de Sousa Alencar, Giane Carmen de Froes e Penha, Gustavo César Moreira Galvão da Silva,Ilay Garcia Ellery, Irene Barros da Costa, James Alves Monteiro, Janieyre de Froes e Penha, JoanaCandida Neta, Joana Darc da Costa Araújo Lobão, Joaquina de Almeida Andrade, Joicelene dos SantosFreitas, Jose Rodrigues de Freitas Junior, Joseane dos Santos Freitas, Josefa Lopes da Silva, Katia ReginaCuevas Penha, Lenimar da Costa Araújo Teixeira, Lisbela Barbosa Dantas Pacheco, Luci Vidermina deFreitas Penha Dure, Lucila da Paz Abreu, Mara Maria Costa da Silva, Marcio Valerio da Silva, MariaAntonia Santos de Sousa, Maria Auxiliadora dos Santos Moreira, Maria Carmelita de Araújo Silva, MariaCosta Nogueira, Maria das Dores de Carvalho Rodrigues, Maria das Dores de Oliveira Medina, Maria dasGraças Viana do Vale, Maria das Graças de Sousa Brandão, Maria de Fátima Alves dos Santos, Maria deFátima Araújo Fonseca, Maria de Fátima Rodrigues Cândido, Maria de Fátima Almeida e Silva, Maria deFátima dos Santos Palhano, Maria de Fátima Louzeiro Correa, Maria do Perpetuo Socorro Neves Ribeiro,Maria do Socorro da Costa Araújo Almeida, Maria do Socorro Macambira dos Santos Brito, Maria doSocorro Vieira Silva, Maria Elda do Nascimento Carvalho de Morais, Maria Elisabete Macambira dosSantos, Maria Ireni Cândido da Silva, Maria Jose Cidade de Almeida, Maria Madalena da Silva Pestana,Maria Pinheiro dos Santos, Maria Rocicler de Almeida Borges, Maria Salete Lopes Vasconcelos, MariaSalete Macambira dos Santos, Maria Salete Patricio da Silva, Maria Socorro de Oliveira Teles, MariaVitoria da Silva Santos, Nadja Batista Silva, Neide Maria da Costa Araújo Soares, Noelia Rodrigues daCosta, Noely Rodrigues do Nascimento, Núbia Rodrigues dos Santos, Patrezio Alves dos Santos, PatriciaCoelho Campelo, Petrucia Silva de Sousa, Raimunda Andrade da Rocha, Raimunda Ferreira de Oliveira,Raimunda Pestana Dantas, Regina Lucia Souza de Alexandria, Regina Maria da Costa Araújo BorgesLeal, Reginalda Aparecida Souza de Alexandria, Rejane de Froes e Penha, Renato Adriano CuevasPenha, Rodrigo Cesar de Sousa Borges, Ronaldo Cuevas Penha, Rosa Rosália Leite de Araújo, Rosalinade Almeida Gomes, Rosita Silva Vasconcelos de Almeida, Severina Oliveira da Silva, Sheyla Cristine deCastro Lira Garcia, Simone de Caldas Teles, Sueli Rodrigues da Silva, Valmira Gomes de AmorimFerreira, Vania Izabel de Froes e Penha, e Zuila Alves Martins.

Ata nº 016/2003 – 1ª Câmara

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

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Marcos Vinicios VilaçaPresidente da 1ª Câmara

Marcos Bemquerer CostaRelator

Fui Presente:Paulo Soares BugarinRepresentante do Ministério Público

ANEXO II DA ATA Nº 16, DE 20 DE MAIO DE 2003(Sessão Ordinária da Primeira Câmara)

PROCESSOS INCLUÍDOS EM PAUTA

Relatórios, Votos ou Propostas de Decisão emitidos pelos respectivos Relatores, bem como osAcórdãos aprovados de nº 1.014 a 1.046, acompanhados de Pareceres em que se fundamentaram(Regimento Interno, artigos 17, 95, inciso VI, 138, 140, 141, §§ 1º a 7º e 10; e Portaria n° 42/2003).

GRUPO II - CLASSE I – 1ª CÂMARATC 525.110/1995-0 (com um volume)Apenso: TC 525.373/1996-9Natureza: Recurso de ReconsideraçãoRecorrente: Marco Aurélio Bona (ex-Prefeito) - CPF n.º 217.344.103-53Órgão: Prefeitura Municipal de Campo Maior (PI)

Sumário: Recurso de reconsideração interposto contra Acórdão da 1ª Câmara que julgouirregulares as contas e em débito o responsável, com aplicação de multa, em decorrência de inexecuçãodos serviços pactuados. Novos elementos insuficientes para comprovar a regular aplicação dos recursos.Conhecimento. Não-provimento. Ciência ao recorrente.

RELATÓRIO

Trata-se de Recurso de Reconsideração interposto pelo Sr. Marco Aurélio Bona, ex-Prefeito domunicípio de Campo Maior/PI, contra o Acórdão n.º 677/2001-1ª Câmara, de 06/11/2001 que julgouirregulares suas contas, condenando-o ao recolhimento de débito no valor original de CR$ 12.766.789,00,e aplicou-lhe multa no valor de R$ 3.000,00.

2. A condenação deveu-se à não-execução dos serviços relativos à construção de estrada vicinalinterligando os povoados de Tapera e Água Fria, bem assim à não-comprovação da alegada construção epavimentação do trecho entre Boqueirão e Boa Hora e, ainda, à inexistência de vinculação entre osrecursos repassados e os serviços alegadamente executados.

3. Exame preliminar de admissibilidade realizado pela Serur havia concluído pelo nãoconhecimento do recurso, em razão de sua intempestividade (fls. 7 a 9 do vol. 1). Entretanto, considereique a apresentação pelo responsável do documento de fls. 13 e 14 do vol. 1 configurou a superveniênciade fato novo capaz de afastar o desatendimento do requisito de tempestividade e, por despacho,determinei o encaminhamento dos autos à Serur, para exame de mérito (fl. 15 do vol. 1).

Parecer da Unidade Técnica

4. O ACE da Secretaria de Recursos encarregado da instrução assim se manifestou, no essencial(fls. 16 a 20 do vol. 1):

“3. ARGUMENTO: O recorrente alega que quando os recursos relativos à Portaria n.º 946/93chegaram ao município em outubro/93, a estrada Tapera-Água Fria já tinha sido iniciada com recursos

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outros. Por isso e em razão de o convênio prever a construção de estrada vicinal no município de CampoMaior/PI, achou que poderia utilizar os recursos em outra estrada. Afirma que os recursos não foramdesviados porque teria executado as obras da estrada Boqueirão – Boa Hora. Também alega que osproblemas dos quantitativos que estão em desacordo com a vistoria realizada no local se dão em razãoda utilização de máquinas e equipamentos da prefeitura. Quanto à necessidade da anuência do órgãorepassador para a mudança do local, argumenta o recorrente que não vislumbrou necessidade para tal,pois pensava que não estava mudando o objeto. Os custos inseridos no boletim de medição e no relatóriofísico financeiro estão diferentes daqueles aprovados pelo MIR, uma vez que estão em bases distintas, vezque os preços do MIR são aqueles que figuram no Plano de Trabalho e os outros estão com base na datados pagamentos.

4. ANÁLISE: O acordo feito entre o Município de Campo Maior e o Governo Federal,instrumentalizado mediante a Portaria n. 946/93 do antigo Ministério da Integração Regional – MIR,objetivava a construção e pavimentação de estrada vicinal no referido município, conforme plano deaplicação (fl. 215, vol. principal). O plano de aplicação estabelecia que a estrada a ser construída seriaa de ligação dos povoados Tapera/Água Fria.

5. É incontroverso o fato de que não houve a execução dessa obra, para o qual o recorrente alegaque entendeu cabível a alteração do objeto e que teria construído a estrada ligando Boqueirão/BoaHora. Essa alteração não é legal, pois se deu sem o acordo do órgão repassador dos recursos. Além domais, não socorre o recorrente o fato de que a Portaria fazia referência à ‘construção de estrada vicinalno Município de Campo Maior’, vez que a mesma portaria remetia ao plano de aplicação, que era claroao se referir à construção da estrada Tapera/Água Fria.

6. Vale salientar que essa alteração de objeto não é o ponto essencial do processo. A questãocentral é que não foi comprovada a construção de uma estrada nem de outra.

7. Atendendo à proposta do Ministério Público, o Ministro-Relator determinou que a Secex/PIrealizasse auditoria para verificar a execução das obras, tendo apurado, por meio de verificação in loco,uma série de irregularidades na gestão dos recursos (fls. 148/169, TC 525.373/96-6, apenso ao presenteprocesso). As constatações mais relevantes da equipe de auditoria foram:

a) os serviços relativos à construção de estradas vicinais interligando os povoados de Tapera eÁgua Fria, objeto do Plano de Aplicação pertinente à Portaria/MIR n. 946/93, não foram executados(item 31.a, fl. 162);

b) com os recursos advindos da referida Portaria, a Prefeitura Municipal de Campo Maior/PIpagou, em 27/10/93, dois dias após o respectivo crédito, à Construtora OAS Ltda. a importância de CR$12.766.789,00 (valor exato da aludida Portaria) para construção e pavimentação de 10 km de estradavicinal entre os povoados Boqueirão e Boa Hora (item 14);

c) parte da estrada supostamente construída fica em outro município (item 23);d) os quantitativos de serviços constantes do Boletim de Medição n. 07/93-BM07 (fls. 124/125) e

Relatório de Execução Físico Financeira-REFF (fl. 141) são incompatíveis com a extensão total daestrada, conforme demonstrado nas alíneas do item 21 do Relatório de Auditoria (fl. 158);

e) com respeito ao contrato firmado com a Construtora OAS, observa-se uma série deirregularidades graves, conforme assinalado pela equipe de auditoria (item 26/27/28, fls. 160-1); e

f) inidoneidade das notas fiscais de fls. 144/145, haja vista que foram emitidas após o prazo devalidade, salientando-se que não foram identificadas com o número do convênio ou similar (item 30, fl.161).

8. Ainda, conforme bem salientado pelo Relator a quo, ‘com respeito ao Contrato s/n.º assinadoentre a Prefeitura de Campo Maior/PI e a Construtora OAS Ltda., importa registrar que, consoante aCláusula décima segunda do mencionado Contrato, as despesas referentes ‘a pavimentação, drenagem,sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, infra-estrutura e equipamentos urbanos’,correriam à conta ‘dos recursos do Governo Federal, Governo Estadual, Caixa Econômica Federal,Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Banco Mundial (BIRD), Banco Interamericano de Desenvolvimento(BID) e outras fontes de recursos que forem alocados para esse fim’. À vista do contido nessa cláusulacontratual, a meu ver, não há vinculação entre as importâncias repassadas mediante a Portaria/MIR n.946/93 e os alegados serviços executados, não se podendo afirmar, em decorrência, que as diversasirregularidades apuradas (v. item a.2 e desdobramentos do Relatório precedente) tenham sido,

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efetivamente, praticadas com os recursos objeto da aludida Portaria.’ Assim, o contrato não era precisoquanto ao objeto, nem quanto à fonte de recursos, impossibilitando a vinculação dos recursos federaiscom a execução da obra.

9. Do contexto das irregularidades, nota-se que o ponto central - e que chega ser prejudicial aoexame de outras irregularidades – é a aferição se houve comprovação de aplicação dos recursospúblicos na finalidade para a qual se propunha. Nessa vertente, sobressai-se a falta de comprovação daaplicação dos recursos. Os documentos apresentados pelo prefeito responsável não são suficientes paraprovar que tenha sido construída a estrada com os recursos transferidos pelo Governo Federal. Aemissão da nota fiscal fora do seu prazo de validade, a falta de referência da origem dos recursos nanota fiscal (possibilitando que mais de uma fonte de recursos transfira recursos para a mesma obra) e acláusula contratual prevendo um objeto diverso do pactuado, assim como fonte de recursos de outrasinstituições, demonstram incoerência intransponível na comprovação dos recursos.

10 As demais irregularidades são indícios de uma operação montada pelo recorrente com apretensão de provar a aplicação dos recursos. O pagamento à Construtora dois dias após o crédito naconta da prefeitura é indicativo de fraude com recursos públicos, pois a execução de despesas públicasdeve seguir fielmente os estágios previstos na Lei n.º 4.320/64, quais sejam: empenho, liquidação epagamento. Adiciona-se a esses estágios os procedimentos prévios de contratação (previsãoorçamentária, projeto básico, orçamento detalhado em planilhas, minuta de edital, aprovação pelaassessoria jurídica, publicação, abertura das propostas, julgamento da licitação, prazo para recursos,homologação, adjudicação, contratação) e também o prazo de execução da própria obra. E não há quese alegar que todos esses atos são requisitos meramente formais, porque, ao contrário, visam aeficiência, a transparência e a isonomia na administração pública.

11 Quanto à utilização de máquinas da prefeitura, não aproveita ao recorrente, vez que não sedeve fazer contrato verbal (se é que teve essa espécie de ajuste com a construtora) e, ainda, não se tratade quantidade executada a menor do que prevista, mas de incoerência entre as quantidades supostamenteexecutadas.

12 Assim, todos esses elementos são fortes o suficiente para concluir que não houve a comprovaçãoefetiva da aplicação regular dos recursos públicos transferidos pelo extinto Ministério da IntegraçãoRegional, sendo, portanto, adequada a decisão recorrida ao condenar em débito e aplicar multa aoresponsável.

13 ARGUMENTO: Alega ainda que a Construtora OAS Ltda. foi contratada pela Prefeitura para aexecução das obras e, nesse caso, se pairam dúvidas sobre a execução dos serviços, a Construtoradeveria ser chamada para integrar a lide, estando, então, pela ausência da Construtora, irregular aformação e desenvolvimento do processo. Por fim, requer que seja dado reinício ao processo com todasas partes envolvidas na lide.

14 ANÁLISE: O processo de contas não se confunde com o processo civil, com o processo penal ecom o processo administrativo comum. Como pano de fundo no processo de contas reside uma relaçãojurídica especial entre o Tribunal de Contas e os jurisdicionados. Além disso, existe o regime jurídicoadministrativo que possui peculiaridades que o tornam especial dentro do ordenamento jurídico pátrio.Esse regime especial prevê prerrogativas para a Administração, mas também estabelece sujeições.Devido à administração de interesses que não são próprios, mas do povo (interesse público), oadministrador público deve respeito a uma série de princípios e regras, visando, em última instância, atransparência, isonomia e eficiência na máquina administrativa.

15 Nesse sentido, os princípios da legalidade estrita, da publicidade, da motivação do atoadministrativo, da forma escrita do ato administrativo, dentre outros, visam a dois objetivos. O primeiro,tem em vista a publicidade dos atos administrativos, facilitando o controle institucional (controle interno,externo e judicial) e o controle social e político. O segundo objetivo constitui um benefício para opróprio dirigente público que, agindo em obediência estrita às normas legais e seguindo todos osprincípios que guiam a atuação da administração pública, dá contas de sua gestão de forma facilitada,pois possuíra todos os elementos que comprovam a boa e regular aplicação dos dinheiros públicos. Écomo no Direito Comercial e Tributário, nos quais a escrituração contábil regular faz prova em favor docomerciante.

16 Retornando à atividade finalística desenvolvida pelo Tribunal de Contas, nota-se que a relação

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jurídica material ocorre entre um ente que é o julgador das contas e o dirigente público responsável pelogerenciamento do patrimônio público (Tribunal x Gestor). É uma relação na qual sobressai a atividadede prestação de contas e o controle externo, visando aferir a legalidade e legitimidade dos atosadministrativos. Então o objeto do controle externo é o ato administrativo ou ato de gestão de recursospúblicos, tendo como sujeito um agente público, ou um particular nessa condição por equivalência.

17 Verifica-se que, primordialmente, o processo de contas se desenvolve em face do responsáveldireto pelo emprego dos recursos públicos, pois ele deve prestar contas, e o Tribunal tem o poder decobrá-las e julgá-las. Essa conclusão tem amparo no art. 70 da Constituição Federal e naregulamentação insculpida na Lei n. 8.443/92.

18 A par dessas premissas, verifica-se que o presente processo instaurou-se e desenvolveu-seregularmente. Houve a citação com a caracterização do ato impugnado, a defesa efetiva do responsável,a oportunidade de produzir provas, o julgamento por um tribunal natural e imparcial, dentre outrasoportunidades processuais que demonstram a falta de nulidade da decisão recorrida, bem como aausência de prejuízo para o recorrente.

19 Assim, constata-se que a decisão recorrida respeitou o devido processo legal, tendo chegado àconclusão que o ex-prefeito não comprovou a execução das obras pactuadas no convênio, apreciando,ainda, a culpabilidade do responsável. Daí, pelas razões coerentemente expostas e fundamentadas naProposta de Decisão do Relator Marcos Bemquerer Costa, sintetizadas nos considerandos do Acórdão, oresponsável foi condenado em débito e em multa, atendendo-se o caráter pessoal da sanção. Ou seja, oprocesso encerra todos os elementos necessários para o julgamento da legalidade e legitimidade dos atosadministrativos praticados pelo agente público.

20 Quanto à participação da Construtora, se por hipótese considerarmos que existe uma possívelsolidariedade entre ambos, ou co-autoria, concluímos, ainda assim, que não é suficiente para anular oprocesso. O Código de Processo Civil (arts. 77-80) prevê o instituto do chamamento ao processo, peloqual o réu deve chamar ao processo o devedor solidário para que o juiz declare, na mesma sentença, asresponsabilidades dos obrigados, sob pena de precluir esse direito (impossibilidade de alegar asolidariedade no mesmo processo em momento posterior). No processo penal, o conhecimento posteriorde que o crime tenha sido praticado em co-autoria não anula o processo findo, no qual condenoudefinitivamente o primeiro indivíduo processado. Ademais, não há que se falar em declarar a nulidadeem favor da parte que a provoca, assim como quando não a alega tempestivamente.

21 Quanto ao aspecto processual, ainda invocamos o princípio segundo o qual não se declara anulidade sem prejuízo. O não-chamamento da Construtora não gerou prejuízo na defesa do recorrente,pois este teve todos os meios e recursos a sua disposição para comprovar a efetiva aplicação dosrecursos públicos. O fato de não ter havido condenação solidária não eiva o processo de vício, haja vistaque a solidariedade é um benefício do credor, e não do devedor. Por esse motivo é que a Lei Orgânica doTCU (art. 16) permite que o Tribunal fixe a responsabilidade solidária, desde que seja no mesmoprocesso e que se encontre em fase processual equivalente.

22 Por fim, temos que a natureza da responsabilidade do gestor público é diversa daresponsabilidade da empresa privada. O gestor público está sujeito ao regime peculiar que rege aadministração pública, especialmente no que tange ao dever de prestar contas (=comprovar) do regulare bom emprego das verbas públicas. Há um ônus de o gestor provar que os seus atos se deram de acordocom os princípios e regras administrativas. Por sua vez, a empresa privada (=terceiro) que se relacionacom a administração pública não sofre o mesmo tipo de controle. Os terceiros têm a responsabilidadediferenciada, pois somente são alcançados quando comprovado, pelo órgão de controle externo, aparticipação no cometimento do dano causado ao erário. Neste caso, o ônus da prova não é invertido.Essa diferenciação é importante na medida em que ressalta a peculiaridade das responsabilidades e aindependência na sua apuração e julgamento, deixando em relevo que não se trata de litisconsórciounitário, a exigir decisões necessariamente uniformes.

23 Quanto aos desdobramentos que podem surgir numa eventual instauração de um novo processo,vale notar que podem ser corrigidos, se necessário, com instrumentos jurídicos adequados, tais como:ação de regresso, embargos de divergência, recurso de revisão, embargos do devedor, dentre outros.

24 Diante de uma possível responsabilidade da Construtora OAS, é o caso de se retornar ospresentes autos ao relator a quo para aferir a possibilidade de se instaurar um processo para apurar

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eventual co-autoria na não-execução das obras previstas no convênio por parte da Construtora OASLtda.

25 De todo o exposto, conclui-se que o documento apresentado pelo recorrente não é capaz deafastar a sua responsabilidade, assim como não há elementos para comprovar a efetiva execução daobra e, por conseguinte, desconstituir a decisão recorrida.

26 Dessa forma, submetemos os autos à consideração superior, com a proposta de:a) conhecer do Recurso de Reconsideração, para, no mérito, negar-lhe provimento;b) dar ciência ao recorrente da decisão que vier ser proferida.5. O Diretor da 3ª Diretoria Técnica da Serur, em parecer de fls. 21 a 24, assinala que, caso se

conclua pelo ingresso da Construtora OAS Ltda. no processo, como requerido pelo recorrente, a citaçãopoderia se processar mediante a interposição de recurso de revisão pelo Ministério Público junto ao TCU,preservando-se a condenação do Sr. Marco Aurélio Bona. Sugere, assim, com a anuência do Secretário daSerur, o conhecimento e não-provimento do recurso e a remessa dos autos ao MP/TCU, a fim de que esteavalie a conveniência de interpor recurso de revisão para incluir aquela construtora como responsávelsolidária.

Parecer do Ministério Público

6. Em seu parecer, o Procurador Marinus Marsico assinala que o documento posteriormenteapresentado pelo responsável (cópia do cheque que comprova a utilização integral dos recursos empagamento à Construtora OAS, dois dias após terem sido recebidos pelo Município) na verdade nãoconstitui fato novo, haja vista ter sido objeto de referências e comentários nos autos, e deles constar cópiado mesmo cheque (fl. 386 do vol. principal e fl. 146 do TC-525.373/1996-9 anexo). Desse modo, opinapelo não conhecimento do recurso, ante o desatendimento dos requisitos de admissibilidade.

7. No entanto, caso este Colegiado se incline pelo conhecimento do recurso, apresenta análise demérito na qual, inicialmente, registra que na atual fase processual são repetidos argumentos anteriormenterejeitados por ocasião do julgamento das contas.

8. Quanto à inclusão da construtora como responsável solidária, consigna que não há nos autoselementos que permitam indicar o modo pelo qual teria a empresa concorrido para o cometimento dodano, razão pela qual opina contrariamente à proposta. Pelo mesmo motivo, considera inadequada ainterposição de recurso de revisão com o propósito de chamar a Construtora OAS à lide.

9. Em conclusão, o representante do Ministério Público junto ao TCU opina pelo não conhecimentodo recurso. Alternativamente, em caso de conhecimento, posiciona-se por que a ele seja negadoprovimento.

É o Relatório.

VOTO

Examina-se recurso de reconsideração interposto contra o Acórdão nº 677/2001, proferido por esteColegiado na sessão de 06/11/2001. Essa deliberação julgou irregulares as contas do ora recorrente,condenando-o ao pagamento de débito no valor original de CR$ 12.766.789,00, tendo aplicado, ainda,multa no valor de R$ 3.000,00, em virtude de irregularidades na aplicação dos recursos federaisrepassados por meio da Portaria nº 946/93 do extinto Ministério da Integração Regional, para construçãode estrada vicinal interligando os povoados de Tapera e Água Fria.

2. A Unidade Técnica inicialmente se posicionou pelo não-conhecimento do recurso, em razão desua intempestividade. Com o ingresso posterior nos autos do documento de fls. 13 e 14 do vol. 1,determinei o exame no mérito da peça recursal, ante a aparente superveniência de fato novo, queposteriormente não se confirmou, tendo sido constatado que o documento já constava dos autos. Verifico,entretanto, que o prazo para interposição do recurso se esgotava no dia 04/02/2001, e a peça contestatóriafoi protocolada em 05/02/2001, apenas um dia após o esgotamento do prazo regimental. Entendo que essaintempestividade pode ser relevada, conhecendo-se do recurso em atenção aos princípios do formalismomoderado e da busca da verdade material.

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3. Superada essa preliminar, os pareceres são uniformes no sentido de negar provimento ao recurso,posicionamento ao qual me alinho.

4. Com efeito, o recorrente repete em sua quase totalidade argumentos já rejeitados por ocasião dojulgamento das contas. Afirma, por exemplo, que os recursos foram utilizados na construção de estradaentre os povoados de Boqueirão e Boa Hora, já que a estrada prevista pela Portaria nº 946/93 havia sidoiniciada com recursos da Prefeitura e que executou as obras utilizando contrato que a prefeituraanteriormente celebrara com a Construtora OAS. Entretanto, permanece sem comprovação a construçãodeste trecho de rodovia. Persiste, de igual modo, a ausência de vinculação entre os recursos federaisrepassados e os serviços alegadamente executados.

5. No que se refere ao eventual chamamento da Construtora OAS para que passe a figurar comoresponsável solidária, o posicionamento do Ministério Público junto ao Tribunal, órgão legitimado ainterpor o recurso de revisão cabível para esse fim, é no sentido da ausência, nos autos, de elementos quepermitam indicar o modo pelo qual a construtora teria concorrido para o cometimento do dano. Diantedisso, o representante do Ministério Público considera inadequada ao caso a interposição de recurso coma finalidade de incluir a construtora no processo.

Ante o exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à deliberação da 1ªCâmara.

T.C.U., Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

MARCOS VINICIOS VILAÇAMinistro-Relator

Proc. TC-525.110/1995-0Tomada de Contas Especial

PARECER

Tratam os autos de Tomada de Contas Especial instaurada contra o Sr. Marco Aurélio Bona, ex-Prefeito do Município de Campo Maior/PI, em virtude de irregularidades verificadas na aplicação dosrecursos federais repassados em 25/10/93, no valor de CR$ 12.766.789,00 (doze milhões setecentos esessenta e seis mil setecentos e oitenta e nove cruzeiros), por meio da Portaria nº 946/93 do antigoMinistério da Integração Regional - MIR, objetivando a construção de estrada vicinal interligando ospovoados de Tapera e Água Fria.

Examina-se, nessa fase processual, recurso de reconsideração interposto pelo responsável (fls. 01/05- Vol. 1) contra o Acórdão nº 677/2001 - 1ª Câmara (fls. 443/444 do Vol. Principal), que julgou suascontas irregulares, condenando-o ao ressarcimento do débito e aplicando-lhe multa no valor de R$3.000,00 (três mil reais).

Passando ao exame do feito convém, inicialmente, que sejam analisados os requisitos deadmissibilidade aplicáveis à espécie, o que faremos, em breves comentários, a seguir.

A SERUR, ao tratar do assunto, posicionou-se, a princípio, pelo não conhecimento do recurso, porentender que este fora interposto além do prazo permitido e que não se fizera acompanhar de fatos novosque pudessem relevar sua intempestividade, conforme previsão contida no art. 32, parágrafo único, da Leinº 8.443/92 (fls. 07/09 - Vol. 1). Contudo, com a apresentação posterior pelo responsável de suposto novodocumento - cópia do cheque que comprova a utilização integral dos recursos em pagamento àConstrutora OAS, dois dias após ter sido recebido pelo Município (fls. 13/14 do Vol. 1) -, entendeu o E.Relator que se fez presente fato novo capaz de afastar a intempestividade, razão pela qual determinou àUnidade Técnica que procedesse ao exame de mérito (fl. 15 - Vol. 1).

Examinando atentamente o mencionado documento observamos, no entanto, que parece assistirrazão à SERUR no que tange à ausência de fatos novos na peça recursal. Tal posição se justifica, primeiroporque, longe de ser nova ou desconhecida, a informação que a cópia do cheque encerra foi objeto deinúmeros comentários nos autos, a exemplo do Voto Condutor do Acórdão atacado, no qual o Relatorexpressamente fez referência ao assunto (primeiro parágrafo, alínea “b”, a fls. 442 - Vol. Principal).

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Ademais, nem mesmo o documento em si pode ser considerado novo, visto que já havia cópia idêntica doreferido cheque a fls. 386 do Vol. Principal e a fls. 146 do TC nº 525.373/1996-9, que está apensado aopresente processo. Desse modo, em não havendo fato novo capaz de superar a intempestividade, cremosque o recurso não preenche os requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual opinamos, de pronto,pelo seu não conhecimento.

Não obstante a proposta ora defendida, há que se considerar que o Colegiado, divergindo dessaposição, poderá vir a decidir pelo exame positivo da admissibilidade. Considerando a viabilidade dessahipótese, entendemos conveniente, em respeito ao princípio da eventualidade, avançar na análise demérito do recurso.

Assim procedendo, convém ressaltar, inicialmente, que o recorrente, ao fundamentar seu pleito,praticamente repete os argumentos que foram rejeitados por ocasião do julgamento das contas. Comefeito, sustenta o responsável que os recursos foram utilizados na construção de estrada entre os povoadosde Boqueirão e Boa Hora - já que a estrada então prevista pela Portaria nº 946/93 havia sido iniciada comrecursos de outras origens - e que executou as obras utilizando contrato que a Prefeitura anteriormentecelebrara com a Construtora OAS. Não apresenta, em seu socorro, um único documento sequer que sepreste a auxiliar na comprovação da regularidade da despesa, visto que a cópia do cheque de fls. 13/14 -Vol. 1, conforme comentado anteriormente, nada inovou nos autos. Aduz, ao final, que, se dúvidaspairam sobre a execução ou não da obra que afirma ter efetuado, que se chame a Construtora para integrara lide, já que teria sido ela a beneficiada do suposto prejuízo causado ao Erário. Vale registrar que apretensa solidariedade da Construtora é, de fato, o único argumento que até então não fora oferecido peloresponsável em manifestações anteriores.

Iniciando o exame da questão precisamente por esse ângulo, impende comentar que a solidariedadenão se presume, devendo resultar da lei ou da vontade das partes. Nessa linha, a possívelresponsabilização da Construtora, no caso presente, dependeria da avaliação positiva de sua condutafrente ao disposto no art. 16, § 2º, alínea “b”, da Lei nº 8.443/92: “... o Tribunal, ao julgar irregulares ascontas, fixará a responsabilidade solidária do terceiro que, como contratante ou parte interessada naprática do mesmo ato, de qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado”.

Não nos parece ser esse o caso. Primeiro, não há elementos nos autos que sugiram ter havido fraudeou conluio entre o gestor e a contratada com o objetivo de lesar o Erário. Embora a Construtora tenha sidoa beneficiária dos recursos o pagamento recebido não pode, por si só, ser considerado indicador deirregularidade, visto que a Construtora mantinha, à época, um contrato com o Município para a execuçãode obras daquela natureza. Segundo, não há indícios de que a Construtora tenha sido remunerada porserviços não executados, haja vista o contido no Relatório de Inspeção de fls. 149/165 do TC nº525.373/1996-9, no qual, ao contrário, questionou-se que os quantitativos de serviços constantes doBoletim de Medição nº 07/93 (fls. 387/389 - Vol. Principal) e do Relatório de Execução Físico-Financeira(fl. 290) se mostraram aquém do que seria esperado, dada a extensão total da estrada entre os povoados deBoqueirão e Boa Hora. Finalmente, o responsável sustenta enfaticamente que a obra foi executada,argumento este que, se aceito, opõe-se à pretensa responsabilização da Construtora.

Dessa forma, em não havendo nos autos elementos que permitam indicar o modo pelo qual aConstrutora OAS teria concorrido para o cometimento do dano, não nos parece apropriado arrolá-la comoresponsável, solidariamente com o ex-gestor.

O mesmo, no entanto, não se aplica ao Sr. Marco Aurélio Bona. Conforme adequadamentecolocado pela SERUR sobre o ex-Prefeito pesa indiscutível responsabilidade, visto que deixou deexecutar o objeto a que estava obrigado, previsto no Plano de Aplicação pertinente à Portaria/MIR nº946/93. Depois, tendo utilizado os recursos provenientes da referida Portaria em outra obra, apresentouprestação de contas contendo graves irregularidades (v. fls. 162/165 do TC nº 525.373/1996-9), as quais,por não permitirem a comprovação da regular aplicação dos recursos, resultaram na sua condenação. Coma interposição do presente recurso praticamente repete argumentos anteriormente examinados, não sendo,portanto, capaz de afastar as irregularidades a ele então atribuídas. Não merece prosperar, igualmente, opedido para que seja a Construtora ouvida, a fim de que demonstre que cumpriu o contrato estabelecidocom o Município, pois, nesse caso, estar-se-ia invertendo o ônus da prova, já que todo aquele que gererecursos públicos tem o dever de comprovar a sua boa aplicação.

Por fim, julgamos oportuno comentar sobre a proposta da Unidade Técnica, no sentido de que o

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MP/TCU avalie a conveniência de interpor recurso de revisão para chamar a Construtora OAS à lide.Sobre o assunto, é evidente, em função de tudo o que comentamos neste Parecer, que consideramos

tal providência inadequada ao caso. Gostaríamos de registrar, contudo, que, caso entendêssemos haverelementos que justificassem a inclusão da Construtora no processo, para que respondesse pelo débitosolidariamente com o Sr. Marco Aurélio, nossa proposta, diferentemente do que fora defendido pelaSERUR, seria pelo provimento do recurso, tornando insubsistente o acórdão recorrido, para que fossepromovida a citação solidária dos responsáveis. Não nos parece que seria apropriado manter acondenação do responsável, sujeitando-o à execução judicial da dívida, e ao mesmo tempo interporrecurso de revisão para que um novo responsável fosse chamado a responder solidariamente pelo débito.Embora o instituto da solidariedade seja um benefício conferido ao credor, pois faculta-lhe exigir dequaisquer dos devedores solidários o pagamento da totalidade da dívida, é preciso considerar que ojulgamento das contas pelo Tribunal se dá em um contexto bastante mais abrangente do que a merarecomposição do dano. Segundo entendemos, em se decidindo pela inclusão de um novo responsávelsolidário no processo, necessário se faz reabrir a fase do contraditório para todos os envolvidos, visto quese estabelece uma nova relação processual.

Assim entendido, e à vista de todo o exposto, manifestamo-nos pelo não conhecimento do recurso.Alternativamente, caso o mesmo venha a ser conhecido pelo Tribunal, posicionamo-nos por que seja a elenegado provimento.

Ministério Público, em 22 de Abril de 2003.

Marinus Eduardo De Vries MarsicoProcurador

ACÓRDÃO Nº 1.014/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo n.º TC 525.110/1995-0 (com um volume) Anexo: TC 525.373/1996-92. Grupo II, Classe de Assunto: I – Recurso de Reconsideração3. Recorrente: Marco Aurélio Bona (ex-Prefeito) - CPF nº 217.344.103-534. Órgão: Prefeitura Municipal de Campo Maior/PI5. Relator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça5.1. Relator da deliberação recorrida: Auditor Marcos Bemquerer Costa6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico7. Unidades Técnicas: Secex/PI e Serur8. Advogado constituído nos autos: não há

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Reconsideração interposto pelo Sr. Marco

Aurélio Bona, ex-Prefeito do município de Campo Maior/PI, contra o Acórdão n.º 677/2001-1ª Câmara,de 06/11/2001 que julgou irregulares suas contas, condenando o responsável ao recolhimento de débito novalor original de CR$ 12.766.789,00 e aplicou-lhe multa no valor de R$ 3.000,00, em virtude deirregularidades na aplicação dos recursos federais repassados por meio da Portaria n.º 946/93 do extintoMinistério da Integração Regional, para construção de estrada vicinal interligando os povoados de Taperae Água Fria.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, anteas razões expostas pelo Relator, em:

9.1. conhecer do Recurso de Reconsideração interposto, nos termos do art. 32, inciso I, c/c o art. 33,ambos da Lei n.º 8.443/92, para, no mérito, negar-lhe provimento;

9.2. dar ciência da presente deliberação ao recorrente.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:

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12.1 Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (na Presidência), Marcos Vinicios Vilaça(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.

12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOna Presidência

MARCOS VINICIOS VILAÇAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I - CLASSE I - 1ª CÂMARATC-012.376/1999-0 (com 1 volume)Apensos: TC-002.678/2001-3 e TC-003.608/1999-9Natureza: Recurso de ReconsideraçãoÓrgão: Prefeitura Municipal de Baturité/CERecorrente: Raimundo Ivo dos Santos Oliveira (ex-prefeito)

Sumário: Recurso de Reconsideração. Contas de recursos de convênio julgadas irregulares comcondenação em débito e ao pagamento de multa. Conhecimento. Identificação de que falha nacaracterização rigorosa do objeto do convênio, inimputável ao recorrente, permitia alteração técnica.Impossibilidade de se atribuir ao recorrente solidariedade nos danos perpetrados pela executora, que seapropriou de equipamentos adquiridos com os recursos transferidos. Provimento do recurso. Modificaçãodo acórdão recorrido. Ciência aos interessados.

RELATÓRIO

Trata-se de recurso de reconsideração interposto por Raimundo Ivo dos Santos Oliveira, ex-prefeitode Baturité/CE, contra o Acórdão nº 692/2001-1ª Câmara, por meio do qual foram julgadas irregulares ascontas do ora recorrente, assim como do também ex-prefeito Fernando Lima Lopes e da empresa Elétricado Brasil Com. Ltda., nas pessoas de seus sócios, com condenação em débito solidário e ao pagamento demultas individuais, em virtude da rejeição da prestação de contas do Convênio nº 156/96, celebrado com aSecretaria de Desenvolvimento Rural do então Ministério da Agricultura e do Abastecimento, com vista àimplantação de rede de eletrificação rural no município.

2. De acordo com o acórdão recorrido, a condenação fundamentou-se, sobretudo, na constatação da“implantação de rede monofásica ao invés de trifásica na localidade de Correntes (...), ocasionando aparalisação dos trabalhos de eletrificação, bem como a inexecução do Convênio nº 156/96”, e da“retirada de equipamentos (transformadores, cabos elétricos, etc.) da obra, mesmo em trechos jáconcluídos (...), o que impediu a energização (...), provocando a perda do sistema elétrico como um todo,gerando o colapso socioeconômico do objeto do Convênio”.

Parecer da Serur

3. Depois de opinar pela admissibilidade do recurso, a Serur analisou a argumentação do recorrentedesta forma (fls. 14 e 17/24, vol. 1):

“(...)MéritoArgumento3. O recorrente argúi que a irregularidade pela qual foi responsabilizado, ou seja, a construção de

parte da rede elétrica na localidade de Correntes, em modo monofásico, não procede, pois não consta do

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convênio, nem tampouco do Plano de Trabalho, a especificação quanto ao tipo de rede a ser construída,bem como quanto ao tamanho da obra.

Análise3.1 Realmente o Plano de Trabalho, juntado à fl. 60 v.p., não faz menção especificamente ao tipo

de rede a ser construída, se monofásica, bifásica ou trifásica. É feita referência à extensão da rede. Já oRelatório de Fiscalização nº 047/97 (fls. 63/69 v.p.), realizado pela Delegacia Federal de Controle, fazalusão no item 3.2 aos anexos do Plano de Trabalho, os quais referenciam as localidades, número detransformadores a serem instalados, número de consumidores e os tipos e extensão das linhas dedistribuição, todas trifásicas.

3.1.2 Apesar disso, pairam dúvidas se o recorrente tinha ou não conhecimento a respeito dosmesmos, uma vez que não estão presentes nos autos os anexos ao Plano de Trabalho. Nesse contexto, nãoexistem provas que possam incriminar o responsável, visto que o próprio Plano não especificava osistema com base em que deveria ser instalada a rede elétrica na localidade em que surgiuposteriormente o impasse.

3.1.3 É evidente que a omissão no Plano de Trabalho quanto ao tipo de rede a ser instalada, alémde provocar os transtornos na execução do convênio, vem também demonstrar, sem dúvida, falta de zelodo órgão concedente dos recursos ao descumprir a IN/STN/02/93, então em vigor, a qual estabelece quedeve integrar o Plano de Trabalho, sempre que a execução compreender obra ou serviço de engenharia,o projeto básico, o qual se constitui dos elementos que devem integrar a obra ou serviço, da estimativade custo, prazo de execução, fases ou etapas dessa execução (art. 2º, § 3º).

3.1.4 Por conseguinte, não se vislumbra como imputar responsabilidade ao recorrente, mesmoporque as metas previstas no Plano de Trabalho foram cumpridas ainda na sua gestão, como confirma oRelatório de Fiscalização nº 047/97 – fls. 63/69 v.p. (item 3.15, alíneas ‘c’ e ‘d’).

Argumento4. Entende que se o Relatório de Fiscalização nº 047/97-DFC/CE (fl. 70, item 9.1 v.p.) faz restrição

à ausência de detalhamento no Plano de Trabalho, isso confirma que os convenentes devem se ater aoconteúdo do referido Plano. A mesma regra se estende aos órgãos de fiscalização. Acrescenta que o Sr.Delegado Federal de Controle no Estado do Ceará (fl. 67 v.p.) confirma que a rede foi instalada(alta/baixa) de acordo com as especificações do Plano de Trabalho, exceto com relação à localidade deJoamirim.

Análise4.1 É evidente que os convenentes devem se ater ao Plano de Trabalho, sendo um instrumento

imprescindível para os órgãos de fiscalização, uma vez que o seu descumprimento, obviamente, vemrefletir na inexecução parcial ou total do convênio.

4.1.1 As demais alegações são procedentes, tendo em vista que, segundo dados constantes doRelatório (fl. 66, alíneas ‘c’ e ‘d’), as localidades de Sítio Chapada e Mucunã dos Pinéus, Riacho dosNegros e Iracema, constantes do Plano de Trabalho, foram todas beneficiadas com a eletrificação rural.

Argumento5. Explica que o Plano de Trabalho foi alterado excluindo a localidade de Joamirim devido a sua

localização estar quase que totalmente no município vizinho de Aracoiaba, Com isso, explica queaumentou-se o tamanho da obra em outras localidades, com a permissão da entidade fiscalizadora,independente de termo aditivo (itens ‘c’ e ‘d’, fl. 66 v.p.).

Análise5.1 Realmente, consta à fl. 66 do vol. principal que a soma de todas as localidades supera a

metragem especificada no Plano de Trabalho. Ainda que não tenha sido apresentada a manifestação daentidade a respeito, não se vislumbra, dos motivos alegados para a exclusão da referida localidade(Joamirim), má-fé na conduta praticada pelo recorrente.

Argumento6. Alega, ainda, que como a obra ficou com o prazo de conclusão bastante reduzido (fl. 150 –

cláusula VI), apenas 30 dias, e os recursos só foram creditados em 12.11.96 (fl. 04 v.p.), implicava emtomada de decisões rápidas a fim de possibilitar a completa utilização dos recursos. Como respaldo àsmodificações empreendidas, menciona o documento de fl. 142 v.p., encaminhado ao órgão repassador, ea própria Lei nº 8.666/93 (art. 65, inciso I), que permite essas modificações.

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Análise6.1 O ofício de fl. 142 v.p. do então Prefeito, ora recorrente, comunica ao Secretário de

Desenvolvimento Rural do Ministério da Agricultura e do Abastecimento a alteração do Plano deTrabalho. Embora não conste dos autos a anuência por parte do órgão concedente, entende-se razoávela justificativa apresentada para a medida adotada.

6.1.1 Quanto à Lei nº 8.666/93 (art. 65, inciso I), não se vislumbra a sua aplicabilidade neste casoespecífico, uma vez que não se questiona nos autos a alteração do contrato firmado entre o Município e aempresa, hipótese permissiva para a sua aplicação, e sim a exclusão da localidade de Joamirim previstano Plano de Trabalho, parte integrante do convênio firmado entre o município e a União, através doMinistério da Agricultura e do Abastecimento. Situação, portanto, diversa.

Argumento7. Observa que foi orientado para instalar a rede no sistema monofásico, tanto pela Comissão de

Fiscalização Municipal (fl. 36 v.p.) como pela própria empresa contratada. No caso da implantação darede elétrica na Serra dos Correntes, foi informado de que havia trechos excessivamente aplainados, compicos de altura considerável e grandes depressões.

Análise7.1 Os argumentos apresentados não são convincentes, mesmo porque as dificuldades enfrentadas,

embora não evidenciadas de forma direta pelo recorrente, referem-se basicamente à fixação dos postesde iluminação que, neste caso, uma vez efetuada, serve para os dois sistemas (monofásico e trifásico).

Argumento8. Acrescenta que, pelo documento de fl. 43 v.p., é tecnicamente possível a construção da rede em

alta e baixa tensão no modo não-trifásico, sendo que o termo aditivo de fl. 286 v.p., ao autorizar ainstalação de rede elétrica não-trifásica não causou descumprimento ao Plano de Trabalho.

Análise8.1 O cerne da questão não diz respeito a ser viável ou não a construção de rede em modo não-

trifásico, e sim à escolha do sistema monofásico para a localidade de Correntes, ao invés do sistematrifásico, reconhecido como bem mais potente. A opção pelo sistema monofásico veio provocar, já nagestão do prefeito sucessor, o impasse entre a população beneficiada e a empresa contratada paraefetuar os serviços, que culminou na retirada dos equipamentos instalados.

8.1.1 Quanto aos documentos referenciados, o primeiro, de fl. 44 v.p., refere-se ao Parecer Técnicode Recebimento das Obras de Infra-Estrutura da Delegacia Federal de Agricultura (fl. 44 v.p.), em04.12.97, que, apesar de evidenciar de forma não muito precisa a realização do sistema de redeimplantado, em alta e baixa tensão, conclui pela não-aprovação das contas.

8.1.2 O segundo documento, de fl. 286 v.p., referente ao termo aditivo celebrado entre o municípioe a empresa, confirma apenas a implantação da rede no modo não-trifásico na localidade de Correntesque, como já ressaltado no item anterior, provocou a ruptura da obra.

Argumento9. Explicita que, ao findar a sua administração em 31.12.96, não havia sido apontada

irregularidade na obra, concluída em cerca de 80%, restando apenas o trecho de Correntes, que foicontinuado na nova administração. Se houve, após a sua gestão, paralisação da obra, falta defiscalização e retirada de equipamentos de trechos já concluídos, não pode ser responsabilizado por taisfatos, uma vez que não ocorreram na sua gestão. Cabia, a seu ver, ao gestor que lhe sucedeu darprosseguimento à obra, a quem competia efetuar o pagamento da última parcela à Elétrica do BrasilCom. Ltda. (Elebra), como se reconhece nos autos (fls. 315 e 320 v.p.).

Análise9.1 Note-se que o Relatório de Fiscalização da Delegacia Federal de Controle no Estado do Ceará

(fls. 63/69 v.p.), na vistoria realizada, confirma realmente a realização das obras de eletrificação naslocalidades beneficiadas pelo convênio, ressalvando a exclusão da localidade de Joamirim e aimplantação da rede não-trifásica na localidade de Correntes.

9.1.1 Ocorre que, em razão da implantação da rede monofásica na localidade de Correntes, foigerado o impasse na gestão do prefeito sucessor. Em princípio, há nexo causal, embora não se possavislumbrar culpabilidade na conduta do recorrente ao tomar essa decisão, e os impasses daí advindos eque culminaram com a retirada dos equipamentos pela empresa contratada, diante da suspensão do

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pagamento da última parcela devida à Elebra, no valor de R$ 14.200,00.Argumento10. Esclarece que adotou medidas para proteger a obra quando a mesma não estava mais sob a

sua responsabilidade, conforme se verifica do documento emitido pelo Ministério Público Estadual (fl.12, volume 1).

Análise10.1 Considerando que a declaração foi assinada pelos Promotores de Justiça, portanto, com fé

pública, deve ser aceita como prova de que o recorrente comunicou ao parquet estadual a retirada dosequipamentos pela empresa.

Argumento11. Por fim, o apelante reitera as suas argumentações no sentido de que: não consta do Plano de

Trabalho determinação quanto ao sistema de rede a ser implantada; as alterações foram motivadas porrazões técnicas, permeadas pela boa-fé; com exceção do aditivo que alterou o contrato com a Elebra,sem reflexo no Plano de Trabalho, todas as alterações foram acatadas pelo Ministério da Agricultura edo Abastecimento e pelo TCU.

11.1 Acrescenta, por fim, que as irregularidades dizem respeito à retirada dos equipamentos pelaElebra, com permissão do Sr. Fernando Lima Lopes, não tendo sido paga a terceira e última parcela doconvênio no valor de R$ 14.200,00, após 31.12.96, quando não era mais Prefeito. Requer seja ilidida asua responsabilidade e reformado o Acórdão condenatório, visto que só inobservou o Plano de Trabalhoao excluir a localidade de Joamirim, e nesse aspecto foi compreendido e absolvido.

Análise11.2 Ressalte-se que o pedido formulado pelo recorrente guarda consonância com a alegação já

apreciada anteriormente, ou seja: o plano de trabalho constante dos autos realmente não especifica otipo de rede a ser instalada. Todavia, ao contrário do que assevera, não consta dos autos qualquermanifestação do TCU ou mesmo do Ministério da Agricultura anuindo às alterações efetuadas.

11.3 Há de se considerar, no entanto, que, embora o parecer de fl. 44 v.p. seja pela não-aprovaçãodas contas por causa da instalação da rede monofásica na localidade de Correntes e da exclusão dacomunidade de Joamirim, não seria justo nem tampouco razoável condenar o apelante por ato deterceiro e imputar-lhe responsabilidade pelos valores que comprovadamente pagou (item 3.10, fl. 65v.p.), cuja prestação de contas encontra-se inserida às fls. 01/36 v.p.

11.4 Ademais, o julgamento das contas do apelante pela irregularidade com débito e multa nosparece desproporcional com os fatos imputados à sua gestão, ou seja: exclusão da localidade deJoamirim e implantação da rede monofásica em Correntes, uma vez que, no primeiro caso (exclusão deJoamirim), a sobra dos recursos serviu para aumentar a extensão das redes construídas nas localidadesbeneficiadas. No segundo caso, não existem provas de que agiu com má-fé ou de que tinha conhecimentode que tal decisão iria provocar todos os problemas já referenciados.

11.5 À vista disso, conclui-se que os fatos e documentos constantes dos autos não são suficientespara caracterizar o ato de gestão ilegal por parte do recorrente, razão pela qual sugere-se reformarparcialmente o Acórdão nº 692/2001-1ª Câmara, em face das considerações já expendidas.

Conclusão12. Diante do exposto, com fulcro nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/92, sugere-se ao

Tribunal conhecer do recurso de reconsideração ora interposto para, no mérito, dar provimento,reformando parcialmente o Acórdão nº 692/2001-1ª Câmara, no sentido de que sejam julgadas regularescom ressalva as contas do Sr. Raimundo Ivo dos Santos Oliveira.”

Parecer do Ministério Público

4. Ao anuir às conclusões da unidade técnica, o Ministério Público/TCU pondera o seguinte (fl. 44,vol. 1):

“(...)De fato, compulsando-se os autos não se vislumbram informações acerca do tipo de rede a ser

construída, ou seja, bifásica ou trifásica, fato este que gerou problemas na execução da avença. Nosparece que houve falha na formalização do convênio, mas que não pode ser atribuída ao recorrente.

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Verifica-se que a soma de todas as localidades beneficiadas supera a metragem especificada noPlano de Trabalho e que o recorrente efetuou pagamento pertinente à empresa Elebra, bem assim,mesmo depois de ter deixado a prefeitura, comunicou ao Ministério Público Estadual sobre a retiradados equipamentos pela contratada. (...)”

É o relatório.

VOTO

No julgamento das contas do Convênio nº 156/96, o ex-prefeito, ora recorrente, foi condenado porduas questões inter-relacionadas: a) implantação de rede monofásica, em vez de trifásica, na localidade deCorrentes; e b) retirada e apropriação dos equipamentos pela empresa executora.

2. Embora inicialmente o ex-prefeito tenha determinado a implantação de rede trifásica, a executoraalegou razões técnicas para modificar o tipo da instalação, para monofásica. No entanto, os fazendeiros daregião, interessados numa rede trifásica, em face das suas necessidades de consumo de energia,impediram a continuidade das obras, solicitando a intervenção das autoridades públicas. Com isso, houveretenção do pagamento à executora, que, inconformada, apoderou-se dos equipamentos da rede.

3. Como evidenciado pela Serur, faltou precisar no plano de trabalho do convênio as característicasdas redes elétricas a serem implantadas. Se a exigência das redes trifásicas constava de supostos anexosao plano de trabalho, estes não estão presentes nos autos e não são referenciados, em nenhum momento,pelos termos do convênio.

4. Desse modo, não há suporte para a condenação do ex-prefeito, que não transgrediu as normas doconvênio e não se locupletou. No máximo, cometeu erro de opção técnica, desintencional, porquefundado na orientação da executora, especializada no assunto.

5. Ademais, conforme verificação in loco de fiscal do Ministério repassador dos recursos, indicadano Relatório de Fiscalização nº 047/97 da Delegacia Federal de Controle no Ceará, a soma das metragensdas redes trifásicas instaladas em razão do convênio supera a extensão programada (fl. 66, v.p.). Portanto,conquanto na localidade de Correntes se tenha optado, erroneamente, pela rede monofásica, conta a favordo ex-prefeito a instalação de redes de energia trifásicas em outras comunidades, em quantidade superiorà estabelecida no convênio.

6. Diga-se a propósito que a inexecução da rede elétrica na localidade de Joamirim não foi um fatomotivador da irregularidade das contas, também por ter sido considerada desde antes a construção de redeelétrica numa metragem acima das expectativas.

7. Quanto à apropriação de equipamentos pela executora, não se vêem atos do recorrente, omissivosou comissivos, que permitissem tal reação. Daí proceder a isenção de sua responsabilidade, comoproposto pela unidade técnica e pelo Ministério Público/TCU.

8. Por último, destaco a necessidade de se dar conhecimento da deliberação a ser proferida em facedeste recurso ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, que, cientificados do acórdãocondenatório, iniciaram as providências de sua alçada com relação aos fatos investigados no presenteprocesso.

Diante do exposto, de acordo com os pareceres uniformes, voto por que o Tribunal adote o acórdãoque ora submeto à 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

MARCOS VINICIOS VILAÇAMinistro-Relator

ACÓRDÃO Nº 1.015/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-012.376/1999-0 (com 1 volume)Apensos: TC-002.678/2001-3 e TC-003.608/1999-92. Grupo I, Classe de Assunto I - Recurso de Reconsideração

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3. Órgão: Prefeitura Municipal de Baturité/CE4. Recorrente: Raimundo Ivo dos Santos Oliveira (ex-prefeito, CPF 001.264.033-68)5. Relator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro Iram Saraiva6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado7. Unidades Técnicas: Secex/CE e Serur8. Advogado constituído nos autos: não há

9. ACÓRDÃO:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de recurso de reconsideração interposto por Raimundo

Ivo dos Santos Oliveira, ex-prefeito de Baturité/CE, contra o Acórdão nº 692/2001-1ª Câmara, por meiodo qual foram julgadas irregulares as contas do ora recorrente, assim como do também ex-prefeitoFernando Lima Lopes e da empresa Elétrica do Brasil Com. Ltda., nas pessoas de seus sócios, comcondenação em débito solidário e ao pagamento de multas individuais, em decorrência da rejeição daprestação de contas do Convênio nº 156/96, celebrado com a Secretaria de Desenvolvimento Rural doentão Ministério da Agricultura e do Abastecimento, com vista à implantação de rede de eletrificaçãorural no município.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, diantedas razões expostas pelo Relator e com fundamento nos artigos 32 e 33 da Lei nº 8.443/92, em:

9.1 - conhecer deste recurso de reconsideração, para, no mérito, dar-lhe provimento, excluindo dossubitens 8.1, 8.2 e 8.4 do Acórdão nº 692/2001-1ª Câmara a referência à pessoa do Sr. Raimundo Ivo dosSantos Oliveira e julgando as suas contas regulares com ressalva, dando-lhe quitação, relativamente aosrecursos do Convênio nº 156/96, celebrado entre a Prefeitura Municipal de Baturité/CE e a Secretaria deDesenvolvimento Rural do então Ministério da Agricultura e do Abastecimento; e

9.2 - dar ciência deste acórdão, assim como do relatório e voto que o fundamentam, ao recorrente;ao Procurador da República Oscar Costa Filho, do Ministério Público Federal no Estado do Ceará; e aoDelegado Lusenildo Ferreira Felix, da Superintendência Regional da Polícia Federal no Ceará.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (na Presidência), Marcos Vinicios Vilaça

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOna Presidência

MARCOS VINICIOS VILAÇAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO II - CLASSE I – 1ª CÂMARATC-000.901/2000-7Natureza: Recurso de ReconsideraçãoEntidade: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPqResponsável: Eduardo Antônio da Silva Esteves – CPF nº 954.362.007-53

Sumário: Recurso de Reconsideração interposto contra Acórdão da 1ª Câmara. Conhecimento.Comprovação da conclusão do curso de doutorado. Retorno ao país. Ausência de débito. Regularidade

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com ressalva. Notificação.

RELATÓRIO

Trata-se de recurso de reconsideração interposto por Eduardo Antônio da Silva Esteves contra oAcórdão n° 84/2002 - TCU - 1ª Câmara, que julgou irregular a Tomada de Contas Especial instauradapelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, em decorrência dodescumprimento do Termo de Compromisso firmado para obtenção de bolsa de doutorado. Não foramobservados os itens 13 (retornar ao Brasil até noventa dias após o encerramento da bolsa), 14 (comprovaro retorno ao Brasil até 60 dias após o encerramento das atividades apoiadas) e 15 (permanecer no Brasilpor período mínimo igual ao da duração da bolsa).

2. Notificado da deliberação por meio do Ofício nº 555 da Secex/RJ, de 18/3/2002, o responsávelencaminhou o documento de fls. 1/4, vol. 1. Por meio do exame de admissibilidade de fl. 9 – vol. 1, aSerur opinou pelo conhecimento do recurso, proposta acolhida mediante o despacho de fl. 11 – vol. 1.

Parecer da Unidade Técnica

3. O ACE Eduardo Martins Filho, em instrução aprovada pelos dirigentes da Serur, examinou orecurso da seguinte forma (fls. 12/14 – vol. 1):

“...............................................................................................ALEGAÇÃO7. Informa o recorrente que, segundo informações da Secex/RJ, a única pendência no processo

seria o descumprimento do termo de compromisso firmado junto ao CNPq relativo ao retorno ao Brasilpara o exercício de atividades relacionadas à área de conhecimento. Informa que a situação econômicabrasileira e as recentes alterações no setor de telecomunicações ainda não lhe teriam permitido oretorno definitivo. Entretanto, em 24/01/2002, retornou ao país, ocupando, desde 01/02/2002, o cargo deGerente de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia da Qualcomm do Brasil S/A, desenvolvendoatividades de pesquisa e treinamento na área de internet sem-fio e comunicações celulares de 3ª geração.Dentre as atividades, atua no treinamento e suporte de tecnologia de acesso a internet móvel junto aempresas do setor de celulares e no gerenciamento de grupo de engenharia de sistemas CDMA,responsável pela pesquisa e projeto da nova geração de circuitos integrados para aplicação em estaçõesrádio-base. Solicita o arquivamento da TCE; a exclusão do débito e de sua inscrição no Cadin. Constada documentação encaminhada declaração da Qualcomm, segundo a qual o recorrente é funcionário daempresa, exercendo o cargo de Gerente Sênior de Engenharia de Pesquisa e Desenvolvimento, desde01/02/2002 (fl. 4, vol. 1).

ANÁLISE7.1 Segundo o Voto do Exmo. Ministro-Relator, as exigências a serem cumpridas seriam: ‘13.

retornar ao Brasil até 90 dias, após o término da bolsa para a apresentação de um relatório final quedeverá estar acompanhado de um exemplar da tese e de cópia do diploma ou declaração de término dosestudos, quando pertinente; 14. comprovar o retorno ao Brasil, mediante devolução do bilhete depassagem, até 60 (sessenta) dias após o encerramento das atividades apoiadas; 15. permanecer noBrasil, por período no mínimo igual à duração da bolsa, exercendo atividades ligadas aos estudosrealizados, comunicando ao CNPq periodicamente o seu domicílio durante esse período, conformedecisão do TCU (DOU de 09/07/91 - p. 13.417); 16. Além dos compromissos acima explicitados estouplenamente ciente de que: o não-cumprimento das disposições deste termo de compromisso me obriga adevolver ao CNPq os recursos despendidos em meu proveito, atualizados ao câmbio do dia doressarcimento, no prazo de até 30 dias, contado da data em que se configurar o inadimplemento. Entendoque referido documento assinado pelo responsável constituía, à época, peça fundamental para que abolsa fosse concedida pelo CNPq. Como o indigitado não cumpriu a sua parte ao deixar de retornar aoBrasil e permanecer por período no mínimo igual ao da duração da bolsa, penso estar caracterizado,assim, prejuízo para administração pública, a qual investiu no bolsista, sem, no entanto, obter o retornoesperado’.

7.2 Verifica-se que o recorrente deixou de cumprir, na íntegra, as três exigências presentes no

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termo de compromisso, pois não retornou ao Brasil no prazo de até 90 dias, após o término da bolsa,embora tenha apresentado documentos que caracterizam a conclusão do curso (item 13); não efetuou adevolução do bilhete de passagem, até 60 dias após o encerramento das atividades, mas comprovou oretorno ao Brasil, por meio de documento da empresa na qual desenvolve suas atividades (item 14); nãopermaneceu no Brasil, por período no mínimo igual à duração da bolsa, exercendo atividades ligadasaos estudos realizados, posto que retornou somente em 01/02/2002, sendo que foi bolsista de setembro de1993 a agosto de 1997 (fl. 1, vol. 1) – item 15.

7.3 O fato de o recorrente não ter retornado ao país, no prazo estipulado, para desenvolveratividades ligadas a sua área de atuação contraria a finalidade maior do financiamento e do apoio, peloCNPq, de atividades ligadas à pesquisa. Nesse sentido o trecho final do Voto do Exmo. Ministro-Relator,segundo o qual a atitude caracteriza: ‘prejuízo para administração pública, a qual investiu no bolsista,sem, no entanto, obter o retorno esperado’. Assim, permanece inalterada a principal motivação de suacondenação, pelo que entendemos que o recurso não deva receber provimento.

CONCLUSÃO8. Pelo exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo que:a) seja conhecido o presente Recurso, para, no mérito, negar-lhe provimento;b) seja o recorrente comunicado acerca da decisão que sobrevier.”

Parecer do Ministério Público

4. O Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin manifesta-se de acordo com a unidade técnica (fl.17 – vol. 1).

É o Relatório.

VOTO

O recurso preenche os requisitos de admissibilidade previstos na Lei nº 8.443/92 e portanto pode serconhecido.

2. No mérito, deixo de acolher as manifestações da Serur e do Ministério Público.3. As ações desenvolvidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico – CNPq visam o

interesse público, promovendo o desenvolvimento científico e tecnológico do país. Os recursos investidosna formação de profissionais no exterior somente se justificam se reverterem em benefício da sociedade.É inconcebível que, após considerável soma investida no doutorando, ele fixe residência no exterior,valendo-se da formação adquirida a custa de recursos públicos. Por isso, entendo apropriada a exigênciade que o bolsista retorne ao Brasil e preste contas dos recursos aplicados.

4. As normas do CNPq fazem, basicamente, duas exigências:a) comprovação de que o bolsista concluiu o doutorado; eb) retorno ao Brasil após o término do curso, com permanência no país por período mínimo igual ao

da duração da bolsa.5. A prova do término do doutorado relaciona-se à necessidade de comprovação de que os recursos

públicos foram aplicados no objeto a que se destinaram. O retorno e a permanência no Brasil após aconclusão do curso reporta-se à tentativa de garantir que o investimento resulte em benefícios que dele seespera.

6. Desnecessário dizer que o cumprimento das normas deve ser apreciado em vista dascircunstâncias presentes no caso particular.

7. Pois bem, a conclusão do doutorado do Sr. Eduardo Antônio está comprovada por intermédio dadocumentação de fls. 145/148 – vol. principal e pela apresentação da tese (fls. 151/218 – vol. principal).

8. Resta a irregularidade referente ao fato de o bolsista não ter retornado ao país. Nesse ponto, épreciso não perder de vista a finalidade da norma: o retorno ao Brasil é, como já mencionado, maneira deassegurar que o investimento traga os benefícios desejados. Maneira, diga-se de passagem, de eficáciareduzida, pois a simples fixação de residência no país não significa, automaticamente, garantia de retornodo investimento, mesmo porque o bolsista, agora doutor, pode retornar e não trabalhar na área na qualdesenvolveu seus estudos ou mesmo ficar desempregado.

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9. O fato é que o responsável comprovou seu retorno ao país. E mais. Trabalha na área na qualdesenvolveu sua tese de doutorado. Há mais de um ano o responsável mora no Brasil e trabalha naempresa Qualcomm do Brasil S/A como Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia,demonstrando o ânimo definitivo com o qual aqui se estabeleceu.

10. O fato demonstra que os recursos aplicados com o desenvolvimento profissional do responsávelestão tendo o retorno pretendido. Exigir o pagamento da quantia seria, a meu ver, enriquecimento ilícitodo erário.

11. Não vejo razão, portanto, em se exigir o pagamento das quantias despendidas com o Sr.Eduardo Antônio da Silva Esteves.

12. Por outro lado, permanece a falha referente ao fato de ele ter permanecido longo tempo noexterior sem ter prestado contas nem retornado ao Brasil, como exigido no Termo de Compromisso. Porisso, proponho o julgamento, em caráter excepcional, pela regularidade com ressalva das presentescontas.

Ante o exposto, divergindo das propostas da unidade técnica e do Ministério Público, Voto por queo Tribunal adote o acórdão que ora submeto à deliberação da 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

MARCOS VINICIOS VILAÇAMinistro-Relator

ACÓRDÃO Nº 1.016/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo n.º TC – 000.901/2000-72. Grupo II - Classe de Assunto: I – Recurso de Reconsideração3. Responsável: Eduardo Antônio da Silva Esteves4. Entidade: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq5. Relator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça5.1. Relator da deliberação recorrida: Auditor Lincoln Magalhães da Rocha6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin7. Unidades Técnicas: Serur e Secex/RJ8. Advogado constituído nos autos: não há

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos este Recurso de Reconsideração aposto ao Acórdão nº 84/2002 da

Primeira Câmara.Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, diante das

razões expostas pelo Relator, ACORDAM em:9.1. conhecer do presente recurso de reconsideração, para, no mérito, dar-lhe provimento parcial;9.2. julgar as contas regulares com ressalva, tornando insubsistente a condenação do responsável ao

pagamento do débito, bem assim a autorização para a respectiva cobrança judicial, a que se referem ositens 8.1 e 8.2 do Acórdão nº 84/2002 - 1ª Câmara; e

9.3. notificar o recorrente desta deliberação, encaminhando-lhe cópia do Relatório e Voto.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (na Presidência), Marcos Vinicios Vilaça

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOna Presidência

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MARCOS VINICIOS VILAÇAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE I – 1ª CâmaraTC-001.364/2000-9 c/2 volumesNatureza: Recurso de ReconsideraçãoEntidade: Prefeitura Municipal de Porto/PIInteressado: Renato Lopes Vieira, CPF nº 052.024.423-00

Sumário: Recurso de Reconsideração, em tomada de contas especial, contra Acórdão que julgouirregulares as contas do interessado, condenando-o ao recolhimento dos recursos recebidos por força deconvênio firmado com o FNDE e imputando-lhe multa, tendo em vista omissão no dever de prestarcontas. Nulidade da citação editalícia. Conhecimento. Provimento. Insubsistência do Acórdão recorrido.Restituição dos autos ao Relator a quo, tendo em vista a nulidade dos atos a partir da citação doresponsável. Ciência ao interessado.

RELATÓRIO

Trata-se de recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Renato Lopes Vieira, ex-PrefeitoMunicipal de Porto/PI, contra o Acórdão nº 98/2002 – TCU – 1ª Câmara (Ata nº 05/2002), que julgouirregulares suas contas, condenando-o ao recolhimento dos recursos recebidos por força de convêniofirmado com o FNDE e imputando-lhe multa, tendo em vista sua omissão no dever de prestar contas.

O acórdão recorrido foi exarado sobre tomada de contas especial relativa ao Convênio nº 531/96,firmado entre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE e a Prefeitura Municipal dePorto/PI, por força do qual foram repassados àquele município, em 14/05/1996, recursos financeiros novalor de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), destinados a construção de escola rural, aquisição deequipamentos, utensílios domésticos e perfuração de poços.

Havendo sido notificado do acórdão condenatório em 05/04/2002 (fls. 166, volume principal), ointeressado apresentou, em 18/04/2002, por intermédio de procurador devidamente constituído (fls. 7,volume 2), recurso de reconsideração (fls. 1/6, v2), acompanhado de documentos (fls. 8/46, v2). Apósexame preliminar (fls. 48, v2) e sorteio do novo Relator (fls. 49, v2), foi a peça recursal encaminhada àSecretaria de Recursos – Serur, por Despacho do Exmo. Sr. Ministro Guilherme Palmeira (fls. 50, v2).

No âmbito da Serur, o exame do recurso coube ao ACE George Aldi de Sousa Silva, consoanteinstrução às fls. 51/57 do volume 2, cujo teor adoto como parte deste Relatório:

“Trata-se de Recurso de Reconsideração interposto por Renato Lopes Vieira, ex-Prefeito Municipalde Porto / PI, contra o Acórdão nº. 98/2002 - TCU - 1ª. Câmara, cujo teor é o seguinte:

‘VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial instaurada para apurara responsabilidade do sr. Renato Lopes Vieira, pela omissão no dever de prestar contas dos recursostransferidos em 14.5.96 à Prefeitura de Porto/PI, por força do Convênio 531/96, firmado com o FundoNacional de Desenvolvimento da Educação, no valor de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), objetivandoa construção de escola rural, aquisição de equipamentos, utensílios domésticos e perfuração de poços;

Considerando que o Controle Interno certificou a irregularidade das contas e a autoridadeministerial pronunciou-se de acordo;

Considerando que, regularmente citado, o responsável quedou silente;Considerando que os pareceres da unidade técnica e do Ministério Público junto ao Tribunal são

no sentido de serem julgadas irregulares as presentes contas e em débito o responsável;

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e Considerando que prestar contas constitui um dos pilares do sistema republicano, razão por quesua infringência não pode ser tolerada,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da PrimeiraCâmara, ante as razões expostas pelo Relator e com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 12, § 3º, 16, incisoIII, alínea “a”, 19, caput, e 23, inciso III, da Lei 8.443/92, em:

8.1. julgar as presentes contas irregulares e condenar o sr. Renato Lopes Vieira, ao pagamento daquantia de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), fixando-lhe o prazo de quinze dias, a contar danotificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 165, inciso III, alínea “a” do RegimentoInterno), o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação -FNDE, devidamente atualizada monetariamente e acrescida dos encargos legais pertinentes, calculadosa partir de 14.5.96 até a data do efetivo recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

8.2. aplicar ao responsável a multa prevista nos arts. 19, caput, in fine, e 57 da Lei 8.443/92, novalor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), fixando-lhe o prazo de quinze dias, a contar da notificação, paracomprovar, perante o Tribunal (art. 165, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento dareferida quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente a partir do dia seguinte aotérmino do prazo estabelecido até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;

8.3. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/92, a cobrança judicial dasdívidas, caso não seja atendida a notificação;

8.4. enviar cópia dos autos ao Ministério Público Federal, para as providências que entendercabíveis e

8.5. determinar à Secex/PI que, após o trânsito em julgado desta deliberação e caso o sr. RenatoLopes Vieira não venha a comprovar, no prazo fixado, o recolhimento do débito, encaminhe o nome doresponsável ao FNDE para a inclusão no Cadastro Informativo dos Créditos não quitados de órgãos eentidades federais - Cadin, na hipótese de essa providência já não ter sido adotada.’

ADMISSIBILIDADE

2. Exame de Admissibilidade procedido à fl. 48 deste Volume, o qual reiteramos, no sentido deconhecer a peça apresentada pelo recorrente como Recurso de Reconsideração.

PRELIMINARES

ALEGAÇÕES

3. O recorrente, inicialmente, apresenta as seguintes alegações:a) em 17 de novembro de 2000, o Tribunal de Contas da União — TCU tentou promover a citação

do responsável, o que não ocorreu, tendo em vista que ele viaja constantemente;b) em 6 de abril de 2001, foi promovida a citação por Edital (fl. 163 do Vol. Principal), da qual o

recorrente não tomou conhecimento;c) o recorrente alega que, apesar da citação por edital, com presunção de validade, ele não tomou

conhecimento dela, tendo ficado impossibilitado de manifestar-se na época oportuna.

ANÁLISE

4. Com efeito, compulsando os autos, podemos observar que a citação (Ofício nº 569/2000 —Secex/PI ; fl. 165 — Vol. Principal) foi encaminhada para a Av. Ininga, 1142, Teresina/PI. Acorrespondência (fl. 165 - verso) retornou com a informação de que o destinatário havia sido procuradotrês vezes e não havia sido encontrado. Todavia, não foi renovado o expediente de citação, tampoucoesgotado todos os meios possíveis para a localização do ex-prefeito.. O responsável foi, então, citado pormeio de edital (fl. 171 — Vol. Principal).

5. Este tema foi tratado com muita propriedade na Declaração de Voto do ilustre Ministro BentoJosé Bugarin, no Acórdão nº. 134/98-Plenário, que transcrevo, em parte, a seguir (processo 250.467/91-7, Ata n.º 38/98, de 16/09/98):

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Mais uma vez este Tribunal depara-se com um caso de nulidade da citação feita por edital.Na Sessão Extraordinária que se realizará hoje logo após o término desta Sessão, apresentarei

Projeto de Resolução que altera dispositivos da Resolução/TCU nº 08/93, principalmente no que serefere aos requisitos a serem atendidos antes que se realize a citação por edital.

Nesse sentido, reproduzo nesta oportunidade os motivos e a fundamentação que me levaram atomar tal iniciativa.

‘Da inadequação dos fatos às hipóteses da citação por edital:

Tenho verificado em meu Gabinete um elevado número de processos contendo citação nula,realizada, muitas vezes, por edital, em razão do que não tenho visto outra alternativa senão restituir oprocesso à SECEX de origem, a fim de que seja respeitado o devido processo legal.

A nulidade, não raras vezes, decorre da inadequação do fato às hipóteses autorizativas da citaçãoeditalícia.

Nesse sentido, observo que o art. 164, inciso III, do Regimento Interno do TCU diz o seguinte:'Art. 164. A citação, a audiência ou a notificação previstas respectivamente nos incisos II e III do

art. 153 e no art. 167 deste Regimento, bem como a comunicação de diligência, far-se-á:I - ...II - ...III - por edital publicado no Diário Oficial da União, quando o seu destinatário não for localizado.'

A Resolução/TCU nº 08/93, por sua vez, ao regulamentar referido dispositivo, estabeleceu oseguinte no parágrafo único do seu art. 1º:

'Parágrafo único. Considera-se não localizado, para os fins do que dispõe o inciso III deste artigo,o destinatário que:

I - estiver em lugar ignorado, incerto ou inacessível;II - o correio informar, no AR-MP, a não localização, embora tenha procurado, por três vezes, no

endereço indicado.'

Do conceito de 'não localizado', previsto na Resolução/TCU nº 08/93:

Quanto ao inciso II do parágrafo único do art. 1º da Resolução/TCU nº 08/93, entendo que omesmo deva ser revogado, por carecer de amparo legal, senão vejamos:

Diz citado dispositivo o seguinte:

'Parágrafo único. Considera-se não localizado, para os fins do que dispõe o inciso III deste artigo,o destinatário que:

I - ...II - o correio informar, no AR-MP, a não localização, embora tenha procurado, por três vezes, no

endereço indicado.'

A simples não-localização do responsável pelo funcionário do correio não enseja a citaçãoeditalícia.

Primeiro porque o endereço fornecido aos Correios pode estar errado e, neste caso, de nadaadiantará o carteiro ir várias vezes ao local.

Segundo porque, mesmo que o endereço esteja correto, outras situações podem dificultar alocalização do responsável, sem que este esteja se escondendo. O responsável pode estar, por exemplo,em viagem de trabalho ou até mesmo de férias.

Outro exemplo é o caso da pessoa que mora sozinha e não almoça em casa. Provavelmente, ocarteiro não o encontrará nas suas tentativas. Isso significa que o responsável está ausente. Mas não sepode dizer que não foi localizado, porquanto a sua localização é conhecida e acessível.

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No âmbito do Poder Judiciário, nos termos do art. 224 do Código de Processo Civil, frustada acitação postal, far-se-á a citação por meio de oficial de justiça, o que, nestes casos, facilita, pois omesmo comparece à residência do réu antes que este saia para o trabalho.

Como o TCU não se vale desse recurso, a solução seria encaminhar o ofício citatório para o seulocal de trabalho ou, com fundamento no inciso I do art. 164 do Regimento Interno do Tribunal, designarservidor desta Corte para efetuar a citação. Não vejo respaldo legal, no entanto, para a realização dacitação por edital, tendo o responsável domicílio certo e endereço profissional conhecido.’

6. Cumpre registrar também que a mera interposição de recurso não supre a nulidade da citação,conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal, nos autos do Mandado de Segurança nº 23.550-DF,Relator para o Acórdão Ministro Sepúlveda (in DJ de 31.10.2001), nos seguintes termos:

‘A oportunidade de defesa assegurada ao interessado há de ser prévia à decisão, não lhe suprindoa falta a admissibilidade de recurso, mormente quando o único admissível é o de reexame pelo mesmoplenário do TCU, de que emanou a decisão.’

7. Em caso de nulidade absoluta, como a que ora se apresenta, ela pode ser declarada de ofício,conforme jurisprudência desta Corte. Nesse sentido, mencionamos os Acórdãos nº. 128/2002 e 554/2002,ambos da 1ª. Câmara desta Corte. Desse último Acórdão, transcrevemos o seguinte trecho da Propostade Decisão do Ministro-Relator:

‘...tratando-se de nulidade absoluta, o juiz deve examiná-la e pronunciá-la de ofício, declarando osatos atingidos e ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos ou retificados, ateor do disposto nos arts. 245, parágrafo único, 249 e 301, § 4º, do Código de Processo Civil, aplicávelanalógica e subsidiariamente no âmbito deste Tribunal, de acordo com a Súmula/TCU n. 103.’

8. Tendo em vista as razões expostas, entendemos que deva ser declarada a insubsistência do atode citação bem como de todos os atos a ela subseqüentes.

MÉRITO

9. Muito embora, a nosso ver, a citação do responsável padeça de vício de nulidade, caso estaCorte não acate nossa proposta nesse sentido, procedemos a análise do mérito da questão.

9.1 Inicialmente, procederemos à análise dos argumentos apresentados pelo recorrente, para, emseguida, analisarmos a sua Prestação de Contas.

ALEGAÇÕES

10. O responsável apresentou as seguintes alegações:

a) na data de 15 de abril de 1997, o Prefeito sucessor, Domingos Bacelar de Carvalho, promoveuAção de Ressarcimento contra o ex-Prefeito Sr. Renato Vieira Lopes, ora recorrente, objetivando oressarcimento aos cofres públicos dos valores recebidos por meio do Convênio nº. 531/96, firmado entreo FNDE e a Prefeitura Municipal de Porto / PI.;

b) na data de 12 de junho de 1997, o recorrente, após tomar conhecimento da Ação Judicialmovida contra si, teria enviado à Prefeitura Municipal de Porto / PI o Relatório completo da Prestaçãode Contas, com o objetivo de sanar a omissão na prestação de contas, mas, ao que parece, taldocumentação não teria sido recebida pelo MEC;

c) em 10 de novembro de 1998, o recorrente teria enviado a Prestação de Contas ao FNDE, via AR(comprovante à fl. 46 deste Volume), mas, aparentemente, a documentação não chegou ao destino;

ANÁLISE

11. Observamos que o responsável apresentou prestação de contas extemporaneamente (fls.1/46deste Volume).

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11.1 A vigência do Convênio nº. 531/96 expirou em 26 de novembro de 1996, pois a CláusulaTerceira previa a vigência de 210 dias a partir da data de assinatura — 30/4/1996 — (fls. 32 e 37 desteVolume). O responsável dispunha de 30 dias para apresentar a prestação de contas ao órgão concedente,a contar do término da vigência, mas não o fez. Tal omissão na prestação de contas levou a Delegacia doMinistério da Educação no Estado do Piauí a promover diligência endereçada à Prefeitura de Porto / PI,em 3/3/97, conforme documento à fl. 82 do Vol. Principal, portanto, aproximadamente 4 meses apósexpirar o prazo para a prestação de contas do convênio.

11.2 Entendemos que não servem de justificativa as alegações do recorrente de que teriaapresentado Relatório completo da Prestação de Contas ao Prefeito sucessor, nem de que teria enviado aPrestação de Contas ao FNDE via AR. De acordo com a Cláusula Sétima do Convênio (fls. 71/72 — Vol.Principal), a prestação de contas deveria ser apresentada à Delegacia do MEC—DEMEC da Unidade daFederação onde se localiza o convenente. Portanto, a apresentação de cópia de envio por AR, em vez decópia de protocolo do órgão recebedor previsto no Termo de Convênio, não serve como comprovante,nem supre a irregularidade do atraso na apresentação da prestação de contas.

11.3 Assim, entendemos que o recorrente não conseguiu justificar o atraso na apresentação daprestação de contas.

ANÁLISE DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

12. Quanto à prestação de contas propriamente dita, apresentada pelo recorrente juntamente como presente Recurso, observamos que dela consta a documentação exigida pela Cláusula Sétima doConvênio (fls. 71/72 — Vol. Principal), com ressalva quanto ao Ofício de Encaminhamento, que, tendoem vista a fase em que se encontra o presente processo, não foi endereçado ao Ministério da Educação,mas, sim, a este Tribunal. Foram os seguintes os documentos anexados à Prestação de Contas:

a) Ofício de Encaminhamento — fl. 8 deste Volume; item “a” da Cláusula Sétima;b) Relatório Final de Execução — fls. 9 e 11 deste Volume; item “b” da Cláusula Sétima;c) Demonstrativo da Execução da Receita e da Despesa — fl. 12 deste Volume; item “c” da

Cláusula Sétima;d) Relação dos Pagamentos Efetuados — fl. 13 deste Volume; item “d” da Cláusula Sétima;e) Relação dos Bens Adquiridos, Produzidos ou Construídos — fl. 14 deste Volume; item “e” da

Cláusula Sétima;f) Termo de Aceitação da Obra — fl. 10 deste Volume; item “f” da Cláusula Sétima;g) Extrato Bancário Conciliado da Conta Específica — fls. 18/9 deste Volume; item “h” da

Cláusula Sétima;h) Cópia do Termo de Homologação da Licitação — fl. fls. 16/7 deste Volume;

12.1 Observamos algumas falhas, especialmente nas retiradas da conta corrente mencionadas pelorecorrente como tendo sido para a construtora que executou os serviços de construção da escola e deperfuração dos três poços artesianos. Observamos que não foram emitidos recibos de pagamento paracada saída de numerário da conta corrente (de acordo com os extratos bancários — fls. 18/9 desteVolume), conforme dados constantes na Relação de Pagamentos Efetuados — fl. 13 deste Volume. Naverdade, foi emitido um único recibo e Nota Fiscal cinco meses depois da primeira retirada da contacorrente, muito embora tenham sido realizados vários saques da conta bancária para pagamento daconstrutora. No dia 11 de junho de 1996, 25 dias após o depósito dos recursos do convênio na contacorrente da Prefeitura, foi sacada a quantia de R$ 18.836,00 (dezoito mil, oitocentos e trinta e seisreais), quase 50% do valor total das quatro obras — construção de uma escola e perfuração de trêspoços artesianos —, e a Nota Fiscal e o Recibo correspondente aos pagamentos à Construtora somenteforam emitidos em 4 de novembro de 1996 (fls. 20/1 deste Volume).

12.1.1 Há, assim, indícios de pagamentos antecipados, em desacordo com os arts. 62 e 63 da Leinº. 4.320/64.

12.2 Por outro lado, muito embora a Nota Fiscal da construtora tenha sido emitida em 4/11/96 —fl. 14 deste Volume —, de acordo com inspeção realizada pelo Ministério da Educação em 11/12/96,portanto mais de um mês após a emissão da Nota Fiscal, os serviços de perfuração do poço da

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localidade de Piçarreira tinham sido executados em apenas 50 % do seu quantitativo (fls. 100 verso e130, todas do Vol. Principal). Ou seja, foi emitido documento não condizente com a realidade.

12.3 Sendo assim, entendemos que não deva ser admitida a documentação apresentada, quanto aopoço não concluído. A execução dos serviços de perfuração do poço da comunidade de Piçarreira emapenas 50% do seu quantitativo total não permite que o poço seja utilizado. Seria, portanto, umdesperdício do dinheiro público.

13. A prestação de contas apresenta algumas pequenas inexatidões, especialmente no que se refereà Relação de Pagamentos efetuados (fl. 13 deste Volume), de acordo com a qual o mesmo cheque foiapresentado como referindo-se a pagamento de mais de uma despesa. Por exemplo, o cheque 238.964teria sido utilizado tanto para pagar a SOCIP Engenharia quanto a Serraria São Miguel. Entretanto, oRelatório de Inspeção realizado pelo FNDE (fls. 86/130 — Vol. Principal) atesta a execução do Plano deTrabalho, com exceção do poço da comunidade de Piçarreira, que havia sido, em 11/12/96, executadoem 50% do seu quantitativo. Sendo assim, entendemos que a Prestação de Contas apresentada pelorecorrente pode ser aceita parcialmente.

14. O débito originário de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) deverá ser reduzido para R$5.685,00 (cinco mil, seiscentos e oitenta e cinco reais), valor repassado para a perfuração do poço não-concluído, conforme consta no Termo de Convênio, à fl. 70 do Vol. Principal, corrigido a partir de14/5/1996.

14.1. Quanto ao julgamento pela irregularidade das contas, entendemos que deva ser mantido,tendo em vista a não-conclusão da perfuração do poço da localidade de Piçarreira, zona rural domunicípio de Porto / PI e demais impropriedades apontadas nesta instrução. Porém, o fundamento dairregularidade deve ser alterado para o art. 16, III, alínea “b’, da Lei nº. 8.443/92, uma vez que oresponsável apresentou a prestação de contas, mas não elidiu totalmente o débito.

14.2. Quanto à multa, entendemos que deve ser reduzida, tendo em vista que o responsável prestoucontas, ainda que extemporaneamente, e apenas quanto a um dos itens do Plano de Trabalho doConvênio não foi comprovada a execução do objeto em sua totalidade, mas o equivalente a apenas poucomais de 10% do valor total do convênio, considerando-se ainda que metade dos serviços de perfuraçãodo poço havia sido concluída.

CONCLUSÃO

15. Pelo acima exposto, encaminhamos os autos à consideração superior, propondo a esteTribunal:

a) declarar de ofício a insubsistência do Acórdão nº. 98/2002 — TCU — 1ª. Câmara, tendo emvista a existência de vício insanável, retornando os autos ao Relator a quo para que se promova aregular citação do Sr. Renato Lopes Vieira;

b) caso não admitida a preliminar de nulidade, conhecer do Recurso de Reconsideração interpostopor Renato Lopes Vieira, com fulcro no arts. 32, inciso I, e 33 da Lei 8.443/92, para, no mérito, dar-lheprovimento parcial, no seguinte sentido:

1. manter a irregularidade das contas, com fulcro no art. 16, inciso III, alínea “b” da Lei nº.8.443/92;

2. reduzir o débito para R$ 5.685,00 (cinco mil, seiscentos e oitenta e cinco reais), o qual deveráser atualizado monetariamente e acrescido dos encargos legais pertinentes a partir de 14/05/96 até adata do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;

3. reduzir proporcionalmente o valor da multa, em conformidade com o art. 57 da Lei nº. 8443/92c) dar conhecimento ao recorrente da decisão que vier a ser proferida.”

Tais proposições alternativas de encaminhamento contaram com a aprovação do Diretor da 3ª DT(fls. 58, v2) e do titular da Serur (fls. 59, v2).

O Ministério Público junto a esta Corte, neste ato representado pelo Procurador-Geral Lucas RochaFurtado, após manifestar seu entendimento por haver restado demonstrada, nos autos, nulidade absoluta,decorrente da invalidade da citação do ora recorrente, manifestou-se “favoravelmente ao alvitrado no

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item a do encaminhamento sugerido pela unidade técnica ..., no sentido de que seja proposto ao TCUdeclarar de ofício a insubsistência do Acórdão nº 98/2002-TCU-1ª Câmara, tendo em vista a existênciade vício insanável, retornando os autos ao Relator a quo para que se promova a regular citação do Sr.Renato Lopes Vieira” (fls. 60, v2).

É o relatório.

VOTO

Por oportuno, registro atuar como Relator dos presentes autos em função da nova composição dasCâmaras anunciada na Sessão Plenária de 22/01/2003 e, em conseqüência, a decisão proferida na mesmaoportunidade pelo Exmo. Sr. Presidente, Ministro Valmir Campelo, referente aos processos objeto derecursos opostos contra deliberações prolatadas pela 1ª Câmara.

Entendendo presentes os requisitos de admissibilidade, considero possa o Tribunal conhecer dopresente Recurso de Reconsideração, passando ao exame de seu mérito.

Verifico haver restado configurada nos autos a invalidade da citação do Sr. Renato Lopes Vieira,posto que efetuada por via editalícia (fls. 170/1, vp), tão logo fracassada a primeira tentativa de citá-lo porvia postal, embora possuísse o responsável endereço residencial certo e conhecido. No presente caso,aliás, residindo o ora recorrente em capital de unidade da federação (Teresina/PI), onde também estásediada unidade técnica deste Tribunal, não ficou claro o motivo para não haver a Secex local buscado,nos termos do art. 179, inc. I, do Regimento Interno, a citação por intermédio de servidor designado, antesde decidir-se pela promoção da medida via edital.

Conforme entendimentos desta Corte, dentre os quais merece ser ressaltado aquele constante doAcórdão nº 134/1998 – Plenário, a citação realizada via edital em decorrência de simples não localizaçãodo responsável pelos Correios configura nulidade absoluta, mácula que não chega a ser suprida pelaapresentação de recurso, consoante manifestação do Supremo Tribunal Federal, nos autos do Mandado deSegurança nº 23.550-DF, Relator o Exmo. Sr. Ministro Sepúlveda Pertence. Avalio, por conseguinte, nãohaver outra solução adequada que não a de este Tribunal declarar a nulidade da citação do Sr. RenatoLopes Vieira, assim como de todos os atos processuais subseqüentes, incluindo o Acórdão vergastado.

Dessa forma, acatando a alternativa constante do item a da proposta de encaminhamento da unidadetécnica, proposição devidamente endossada pelo Ministério Público junto a esta Casa, com as alteraçõesde redação julgadas necessárias, o meu voto é no sentido de que o Tribunal adote o acórdão que orasubmeto à deliberação desta 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTORelator

Proc. TC-001.364/2000-9Recurso de Reconsideração

Excelentíssimo Senhor Ministro-Relator.

Trata-se de recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Renato Lopes Vieira, ex-prefeito doMunicípio de Porto/PI, contra o Acórdão nº 98/2002-TCU-1ª Câmara, mediante o qual foram julgadasirregulares as contas do referido gestor, condenando-o em débito e aplicando-lhe a multa prevista noartigo 57 da Lei nº 8.443/1992.

O recorrente alega, em suas razões, a nulidade de sua citação no processo de tomada de contasespecial instaurado em virtude de omissão no dever de prestar contas dos recursos transferidos aoMunicípio de Porto/PI mediante o Convênio nº 531/96, celebrado com o Fundo Nacional deDesenvolvimento da Educação – FNDE.

De fato, havemos de concordar com o ex-prefeito, vez que o gestor traz agora aos autos

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comprovação de que, não obstante tivesse endereços residencial e profissional certos e conhecidos, foracitado por edital tão logo fracassada a primeira tentativa de citação por via postal, em virtude de não tersido localizado em sua residência.

De acordo com o entendimento perfilhado pelo Plenário do TCU nos autos do TC-250.467/1991-7(Acórdão nº 134/1998), a citação editalícia realizada em decorrência de simples não-localização doresponsável pelos Correios configura nulidade absoluta, que deve ser declarada pelo próprio órgãojulgador, de ofício.

Ante o exposto, este representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da Uniãomanifesta-se favoravelmente ao alvitrado no item a do encaminhamento sugerido pela unidade técnica àfolha 57, no sentido de que seja proposto ao TCU “declarar de ofício a insubsistência do Acórdão nº98/2002-TCU-1ª Câmara, tendo em vista a existência de vício insanável, retornando os autos ao Relator aquo para que se promova a regular citação do Sr. Renato Lopes Vieira”.

Ministério Público, em 4 de abril de 2003.

Lucas Rocha FurtadoProcurador-Geral

ACÓRDÃO Nº 1.017/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC 001.364/2000-9 c/2 volumes2. Grupo I – Classe de assunto: I – Recurso de Reconsideração3. Interessado: Renato Lopes Vieira (CPF nº 052.024.423-00)4. Entidade: Prefeitura Municipal de Porto/PI5. Relator: Ministro Humberto Guimarães Souto5.1. Relator da decisão recorrida: Ministro Walton Alencar Rodrigues6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado7. Unidade técnica: Serur8. Advogados constituídos nos autos: Antônio José Viana Gomes, OAB/PI nº 3.530

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de recurso de reconsideração interposto pelo Sr. Renato

Lopes Vieira, ex-Prefeito, contra o Acórdão nº 98/2002 – TCU – 1ª Câmara (Ata nº 05/2002), que julgouirregulares suas contas, constantes de tomada de contas especial relativa ao Convênio nº 531/96, firmadoentre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE e a Prefeitura Municipal de Porto/PI,condenando-o ao recolhimento dos recursos recebidos por força do referido ajuste e imputando-lhe multa,tendo em vista sua omissão no dever de prestar contas;

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara,diante das razões expostas pelo Relator, em:

9.1. conhecer do presente Recurso de Reconsideração, com fundamento no art. 32, inciso I, c/c oart. 33, da Lei n. 8.443/1992, para, no mérito, dar-lhe provimento;

9.2. nos termos do art. 176, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno, declarar a nulidade dacitação do Sr. Renato Lopes Vieira, bem como de todos os demais atos processuais posteriores, incluído oAcórdão nº 98/2002 – TCU – 1ª Câmara;

9.3. restituir estes autos ao Relator a quo, Exmo. Sr. Ministro Walton Alencar Rodrigues, para darprosseguimento ao feito, promovendo a regular citação do responsável;

9.4. dar ciência deste Acórdão, assim como do Relatório e Voto que o fundamentam, ao recorrente.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.

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12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE I – 1ª CâmaraTC-700.339/1995-7 (c/ 01 volume)Natureza: Recurso de Reconsideração.Unidade: Prefeitura Municipal de Taiuva/SP.Responsável: João Adauto Vidal (Prefeito, CPF 396.154.308-97).

Sumário: Recurso de Reconsideração contra o Acórdão nº 482/2002 – 1ª Câmara, proferido emprocesso de tomada de contas especial, instaurado em virtude da não-aprovação da prestação de contasdos recursos transferidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE. Conhecimento.Não-provimento. Ciência ao interessado.

RELATÓRIO

Adoto como Relatório a instrução do Analista Geraldo Magela Teixeira, cujas conclusões sãoacolhidas pelo Diretor-Técnico da Secretaria de Recursos – Serur e pelo Titular da Unidade Técnica:

“Trata-se de Recurso de Reconsideração, interposto pelo Sr. João Adauto Vidal, ex e atual Prefeitodo Município de Taiuva/SP, contra o Acórdão nº 482/2002-TCU-1ª Câmara, com fundamento nas razõese nos fatos expostos na peça recursal de fls. 1/7 e nos documentos de fls. 8/49, todas do vol. I.

HISTÓRICO

Em sessão de 23/07/2002, a Primeira Câmara deste Tribunal, ao apreciar o processo que versa sobretomada de contas especial, de responsabilidade do Sr. João Adauto Vidal, proferiu o Acórdão nº482/2002, in Ata nº 24/2002 (fls. 207/208 do vol. principal), por meio do qual decidiu:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial instaurada em nome doSr. João Adauto Vidal, ex-Prefeito de Taiuva -SP.

Considerando que, no processo devidamente organizado, apurou-se débito contra o aludidoresponsável, decorrente da não-aprovação da prestação de contas dos recursos transferidos pelo FundoNacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE àquele Município, mediante o Convênio nº 4.373/91,em 17.12.91, no valor total de Cr$ 76.632.000,00 (setenta e seis milhões, seiscentos e trinta e dois milcruzeiros), objetivando a ampliação (Cr$ 22.811.000,00) e reforma (Cr$ 53.821.000,00) de escolamunicipal;

Considerando que, no âmbito do Tribunal, o responsável, citado, apresentou alegações de defesa,as quais demonstraram que o valor correspondente à ampliação da escola (Cr$ 22.811.000,00) não foiutilizado, razão pela qual foi restituída ao FNDE a quantia de Cr$ 120.402.000,00 (cento e vintemilhões, quatrocentos e dois mil cruzeiros), tendo sido observado, todavia, que os acréscimos legais daquantia originalmente devida não foram corretamente calculados, na forma da lei;

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Considerando, ainda, que, no tocante à quantia alusiva à reforma da escola (Cr$ 53.821.000,00),não foi possível comprovar o destino dos recursos, uma vez que o valor total repassado foi creditado, em17.12.91, e sacado, em quase sua totalidade, dois dias depois, não havendo, pois, meios de se estabelecerqualquer vínculo entre os recursos transferidos pelo FNDE e as despesas discriminadas nadocumentação apresentada a título de prestação de contas;

Considerando que, diante desses fatos, o Tribunal, mediante a Decisão nº 223/2000 - 1ª Câmara(ata nº 27), decidiu rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelo responsável, fixando, na mesmaoportunidade, prazo para que o Sr. João Adauto Vidal recolhesse aos cofres do FNDE a importânciatotal repassada, abatendo-se, na ocasião, a quantia de Cr$ 120.402.000,00, já satisfeita em 05.02.93;

Considerando que, notificado da referida deliberação, o responsável trouxe aos autos novoselementos de defesa, os quais foram examinados em face do disposto no art. 23, § 2º, da Resolução/TCUnº 36/95;

Considerando que restou demonstrado que a quantia já ressarcida corresponde, na verdade, aosomatório de dois convênios, ou seja, Cr$ 22.811.000,00, referente ao Convênio nº 4.373/91, ora emexame, e Cr$ 97.591.000,00 relativo ao Convênio nº 156/92, estranho a estes autos;

Considerando que, em razão disso, foi procedida nova citação do responsável, o qual, entretanto,nas alegações de defesa apresentadas, não logrou elidir as irregularidades apontadas nos autos;

Considerando que não há, pois, como se reconhecer a boa-fé do responsável, sendo aplicável àespécie o disposto no art. 3º da Decisão Normativa TCU nº 35/2000;

Considerando, por fim, os pareceres uniformes da Unidade Técnica e do Ministério Público nosentido de serem julgadas irregulares as presentes contas, condenando em débito o Sr. João AdautoVidal;

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, comfundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “c”, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 19 e 23, incisoIII, alínea “a”, da mesma Lei, em:

a) julgar as presentes contas irregulares e condenar o Sr. João Adauto Vidal ao pagamento daquantia de Cr$ 76.632.000,00 (setenta e seis milhões, seiscentos e trinta e dois mil cruzeiros), fixando-lheo prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 165, incisoIII, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento da dívida ao FNDE, atualizada monetariamente eacrescida dos encargos legais, calculados a partir de 17.12.91 até a data do efetivo recolhimento, naforma prevista na legislação em vigor, abatendo-se, na oportunidade, a importância de Cr$22.811.000,00 (vinte e dois milhões, oitocentos e onze mil cruzeiros), já recolhida em 05.02.93;

b) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, a cobrança judicial dodébito, caso não atendida a notificação;

c) remeter cópia da documentação pertinente ao Ministério Público Federal, para ajuizamento dasações civis e penais cabíveis.

2. Inconformado com o r. decisum, o Sr. João Adauto Vidal interpôs o recurso que se passa aexaminar (fls. 01/07 do vol. I).

ADMISSIBILIDADE

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3. No que concerne à admissibilidade, a análise dos autos permite ratificar o exame prévio de fl. 51do vol. I, razão pela qual o presente feito deve ser conhecido como Recurso de Reconsideração.

MÉRITO

Argumento.

4. Afirma o recorrente que o julgamento pela irregularidade das contas se deu em virtude dacontrovérsia em torno de que não teriam sido trazidos elementos que permitissem estabelecer qualquervínculo entre os recursos transferidos e as despesas discriminadas na documentação apresentada a títulode prestação de contas.

5. Na tentativa de comprovar o vínculo entre os recursos recebidos do FNDE e as obras realizadas,acosta aos autos cópias de pedidos de empenho e respectivas notas fiscais, que alega serem referentes àreforma da Escola Professora Iracema Lustoza Pires, totalizando Cr$ 53.821.000,00 (fls. 08/29 do vol. I).Ademais, juntou cópias de diversos extratos bancários a fim de provar as movimentações ocorridas (fls.30/38 do vol. I), bem como fotografias da suposta escola (fls. 47/49 do vol. I). Os outros documentosanexados (fls. 39/46 do vol. I) são cópia da prestação de contas enviada ao FNDE, constando das fls. 47 a54 do vol. principal.

6. Assim, argumenta que não há nenhum valor a ser devolvido, uma vez que a parcela não utilizadana construção de 03 (três) salas de aula da referida escola, no valor Cr$ 22.811.000,00, já havia sidodevolvida ao FNDE.

Análise.

7. O motivo pelo qual as contas do Sr. João Adauto Vidal foram julgadas irregulares e, porconseqüência, condenado em débito o responsável, deu-se em virtude de o prefeito não apresentar em suaprestação de contas (encaminhada àquele Fundo, em 03/06/92, após cinco meses de atraso) o extratobancário referente à conta específica vinculada ao convênio, visto que a ausência deste impediu o exameda correlação entre os documentos apresentados e os recursos repassados ao Município de Taiuva/SP,conforme o teor do Parecer do Ministério Público junto ao TCU e dos votos do Relator do feito, o Exmo

Sr. Ministro Guilherme Palmeira (fls. 137, 141 e 206 do vol. principal).

8. Os documentos acostados aos autos não contêm indicação que permitam associá-los ao convênioem tela, tendo em vista que:

8.1. os pedidos de empenho (fls. 8,13,18, 20, 22, 24 e 26 do vol. I) não fazem referência aoConvênio nº 4.373/91, tampouco identificam o objeto, constando apenas que obras e instalações foramfeitas com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação;

8.2. as notas fiscais (fls. 9/12, 14/17, 19, 21, 23, 25 e 27/29 do vol. I) foram carimbadas com osnúmeros dos procedimentos licitatórios (convites 12/92, 15/92 e 16/92), sendo que não foi encaminhadacópia do despacho adjudicatório dessas licitações, em desconformidade com a Cláusula Sexta do Termodo Convênio (fl. 39 do vol. principal). Veja-se que não consta dos autos nenhum documento inerente alicitações, nesse sentido, o recorrente entrou em contradição ao declarar nas alegações de defesaapresentadas ao Tribunal, na ocasião de sua primeira citação, que “ o fato da Administração municipalnão ter apresentado nenhuma modalidade de licitação, foi pelo simples motivo de que a mesma foidispensada formalmente, nos termos do Decreto nº 2.300/86” (fl. 123 do vol. principal);

8.3. os extratos da Nossa Caixa Nosso Banco e do Banco do Brasil (fls. 30/38 do vol. I) nãoesclarecem que os desembolsos dos recursos do convênio foram feitos em conformidade com as notasfiscais apresentadas, referindo-se quase todos a períodos distintos daqueles referentes às despesasanunciadas;

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8.4. as fotografias trazidas aos autos (fls. 47/49 do vol. I) não são suficientes para comprovar aaplicação dos recursos, conforme pacífica jurisprudência desta Corte de Contas (acórdãos 175-08/02-1ªCâmara; 179-08/02-1ª Câmara; 374-39/02-Plenário). Ainda que a apresentação de fotografias tivessevalor de prova, no presente caso, sequer é possível identificá-las com o pretendido objeto. Poderiam tersido utilizados, por exemplo, recursos oriundos dos cofres municipais para a construção da obra apontadanas fotografias;

8.5. os demais documentos juntados (39/46 do vol. I) são os que já foram apresentados a título deprestação de contas (fls. 47/54 do vol. principal), sendo que não são suficientes para provar a aplicaçãocorreta do recursos transferidos pelo FNDE, pois tratam de elementos com natureza meramentedeclaratória, emitidos pela própria Prefeitura (relatório de execução, relação de pagamentos efetuados,termo de aceitação da obra e relação de materiais adquiridos).

9. A propósito, entendemos pertinente trazer à baila elucidativo excerto do voto proferido peloinsigne Ministro Adylson Motta nos autos do TC 929.531/1998-1 (Decisão nº 225/2000 – 2ª Câmara):

não-comprovação da lisura no trato de recursos públicos recebidos autoriza, a meu ver, apresunção de irregularidade na sua aplicação. (...)

(...)Há que se destacar, ainda, que, além do dever legal e constitucional de prestar contas do bom e

regular emprego dos recursos públicos recebidos, devem os gestores fazê-lo demonstrando oestabelecimento do nexo entre o desembolso dos referidos recursos e os comprovantes de despesasrealizadas com vistas à consecução do objeto acordado. Assim, é imperioso que, com os documentosapresentados com vistas a comprovar o bom emprego dos valores públicos, seja possível constatar queeles foram efetivamente utilizados no objeto pactuado, de acordo com os normativos legais eregulamentares vigentes.”

10. Sobreleva notar que, em casos análogos, a jurisprudência desta Corte tem considerado comofato ensejador do julgamento pela irregularidade das contas e da imputação de débito ao responsável anão comprovação do nexo causal entre a utilização dos recursos depositados em conta-corrente bancária ea execução do objeto acordado, conforme se verifica, entre outros, nos seguintes julgados: Acórdão nº66/1997 – Plenário, Acórdão nº 126/1997 – Plenário, Acórdão nº 136/1999 - Segunda Câmara, Acórdãonº 289/2000 - Primeira Câmara e Acórdão nº 138/2001 - Segunda Câmara.

11. Finalmente, cabe registrar que o mencionado ressarcimento da parcela do convênio (fl. 60 dovol. principal), no valor original de Cr$ 22.811.000,00 (vinte dois milhões, oitocentos e onze milcruzeiros), ocorreu em 05/02/93 (após mais de um ano do término da sua vigência), juntamente com adevolução dos recursos do convênio nº 156/92, sem que houvesse os acréscimos legais previstos,conforme ficou evidenciado no Acórdão recorrido.

Argumento.

12. Alega, também, a fragilidade dos procedimentos de contabilidade pública adotados pelaPrefeitura Municipal de Taiuva: “era uma verdadeira lástima”, quando do recebimento dos recursos doConvênio nº 4.373/91, com vistas a elaborar prestação de contas de acordo com a legislação vigente.Sustenta, ainda, a carência de recursos materiais e humanos do município, tendo em vista suas reduzidasdimensões físicas e estruturais.

13. Por causa disso, atesta a dificuldade em prestar contas dos recursos repassados pelo FNDE paraas obras de reforma e de ampliação da Pré-Escola Municipal Iracema Lustosa Pires.

Análise.

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14. Não perfilhamos o entendimento do recorrente no sentido de eximir-se de culpa em razão dadesorganização do setor de contabilidade da prefeitura, já que era de sua incumbência estruturá-lo emantê-lo em condições de bom funcionamento. Isso, portanto, não o desobriga de comprovar a aplicaçãocorreta dos recursos. Além disso, a jurisprudência desta Corte de Contas, em consonância com o dispostono art. 93 do Decreto-lei n.º 200/67, é pacífica no sentido de que compete ao gestor comprovar a boa eregular aplicação dos recursos públicos, cabendo-lhe o ônus da prova, conforme entendimento assentadonos seguintes julgados: Acórdãos n° 11/97-Plenário; 87/97-2ª Câmara; 234/95-2ª Câmara.

15. Ademais, a existência de estrutura suficiente para a execução dos projetos é requisito básicopara a celebração de convênios, conforme a letra “b”, do parágrafo 1º, do art. 10 do Decreto-lei nº 200/67,e art. 49 do Decreto nº 93.872/86, segundo os quais: “a descentralização será posta em prática (...) [noplano] da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam devidamenteaparelhadas e mediante convênio”. Se julgava os recursos administrativos impróprios ao que pretendiarealizar, o prefeito poderia, inicialmente, dotar o Município da estrutura mínima necessária, para só entãocelebrar avenças que exigissem uma capacidade operacional mais adequada.

Argumento.

16.O recorrente reconhece que quase a totalidade do recurso financeiro recebido pela prefeitura deTaiuva não deveria ter sido sacado da conta específica do Banco do Brasil S/A e transferido para contamovimento na Nossa Caixa Nosso Banco S/A. No mais, afirma que o servidor que fez a transferência nãoagiu com dolo, culpa manifesta ou má-fé, já que a segunda conta bancária era mais usualmente utilizadapara o pagamento das despesas públicas. Isso dificultou que a prestação de contas, por meio de extratosbancários, fosse realizada.

Análise.

17. Os extratos juntados aos autos (fls. 30/38 do vol. I) não permitem identificar que os Cr$76.000.000,00 (setenta e seis milhões de cruzeiros) sacados de uma única vez da conta específica doconvênio no Banco do Brasil S/A, dois dias após o depósito, foram transferidos para a conta movimentoda prefeitura de Taiuva na Nossa Caixa Nosso Banco S/A, conforme afirma o recorrente, uma vez que osaque foi realizado em 19/12/1991, sendo que os extratos ora apresentados contêm somentemovimentações ocorridas nos anos de 1992 e 1993.

18. Por fim, o recorrente requer que se conheça do presente Recurso de Reconsideração, paraconceder-lhe provimento, e, em conseqüência, tornar insubsistente o Acórdão nº 482/2002 – TCU – 1ªCâmara, para efeito de julgar as presentes contas regulares, com a descaracterização do débito a eleimputado, dando-lhe plena e total quitação.

19. Diante dessas considerações, compreende-se que o presente recurso deva ser improvido.

CONCLUSÃO

20. Ante o exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo que:a) seja o presente Recurso de Reconsideração conhecido, por atender ao estabelecido nos arts. 32,

inciso I, e 33 da Lei n° 8.443/92, para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo-se os exatos termos doAcórdão nº 482/2002 – TCU – 1ª Câmara;

b) seja o recorrente informado da deliberação que vier a ser proferida.”

O Ministério Público, nos autos representado pela Procuradora Maria Alzira Ferreira, manifesta-sede acordo com as conclusões oferecidas pela Unidade Técnica.

É o Relatório.

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VOTO

Inicialmente, registro que atuo nestes autos com fundamento no art. 18 da Resolução TCU nº 64/96,tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuídas ao SenhorMinistro Iram Saraiva.

Preliminarmente, verifica-se que o presente recurso pode ser conhecido, uma vez observado o prazoregimental e preenchidos os demais requisitos de admissibilidade.

Passando ao exame de mérito, acolho o mesmo posicionamento exarado nos autos por entender queas justificativas apresentadas pelo responsável não elidem a ausência de prestação de contas do bom eregular emprego dos recursos públicos recebidos do FNDE, fato que fundamentou o acórdão recorrido, e,por via de conseqüência, não devem prosperar as alegações do recorrente rumo a alteração do juízo demérito firmado anteriormente.

Com efeito, a documentação acostada aos autos pelo responsável na tentativa de comprovar ovínculo entre os recursos recebidos do FNDE e as obras realizadas não contém indício de prova materialsuficiente à identificação do convênio ou do seu objeto, tampouco elementos capazes de associar osrecursos do convênio à realização das obras.

Assim sendo, voto por que seja adotado o Acórdão que ora submeto à apreciação desta 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

ACÓRDÃO Nº 1.018/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC 700.339/1995-7 (c/ 01 volume)2. Grupo I, Classe de assunto: I Recurso de Reconsideração contra o Acórdão nº 482/2002 – 1ª

Câmara, proferido em processo de tomada de contas especial.3. Interessado: João Adauto Vidal, CPF 396.154.308-97, Prefeito.4. Unidade: Município de Taiuva/SP.5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.5.1. Relator da Decisão Recorrida: Ministro Guilherme Palmeira.6. Representante do Ministério Público: Procuradora Maria Alzira Ferreira.7. Unidade técnica: Secretaria de Recursos – Serur.8. Advogados constituídos nos autos: não consta.

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos que cuidam de Recurso de Reconsideração interposto

pelo Sr. João Adauto Vidal, contra o Acórdão nº 482/2002 – 1ª Câmara, proferido em processo de tomadade contas especial, instaurado em virtude da não-aprovação da prestação de contas dos recursostransferidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE ao Município de Taiuva-SP.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara,diante das razões expostas pelo Relator, em:

9.1. conhecer do presente Recurso de Reconsideração, por atender ao estabelecido nos arts. 32,inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/92 para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo em seus exatos termoso Acórdão nº 482/2002 – 1ª Câmara; e

9.2. dar ciência desta deliberação ao recorrente.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).

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12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I - CLASSE I - 1ª Câmara

TC-002.898/2000-9 (c/ um volume)Natureza: Embargos de Declaração.Entidade: Universidade Federal de RoraimaInteressado: Sebastião Alcântara Filho

Sumário: Tomada de contas especial. Embargos de declaração opostos contra o Acórdão nº568/2002-TCU-1ª Câmara, que considerou irregulares as presentes contas e em débito o responsável,tendo em vista irregularidades verificadas em pagamentos referentes a translados de servidores aCaracas/Venezuela. Conhecimento. Ausência de omissão, obscuridade e contradição na deliberaçãoatacada. Improvimento, por não ser a forma recursal adequada. Ciência ao interessado.

R E L A T Ó R I O

Adoto como relatório a bem elaborada instrução da Serur de fls. 37/41 do Volume 1, que mereceupareceres uniformes no âmbito daquela unidade técnica:

“Versam os autos sobre tomada de contas especial - TCE de responsabilidade do Sr. SebastiãoAlcântara Filho, ex-reitor da Universidade Federal de Roraima, instaurada em cumprimento à alínea “c”do item 8.4 do Acórdão n.º 012/2000-TCU-Plenário, in Ata 03/2000, que julgou procedente denúnciaformulada a este Tribunal acerca de irregularidades na gestão da mencionada universidade nos anos de1996 e 1997. Examinam-se, nesta oportunidade, embargos de declaração opostos contra o Acórdão n.º568/2002, da 1ª Câmara, que, ao apreciar a referida TCE, julgou irregulares as contas do ex-reitor, bemcomo o condenou ao recolhimento do débito de R$ 10.000,00 (dez mil reais), fls. 247 do volume principal– v.p., em razão do pagamento à empresa FOR TUR referente ao translado de servidores com destino àCaracas/Venezuela, sem autorização ministerial (contrariando o art. 1º, incisos IV e V, e o art. 2º doDecreto n.º 1.387/95), sem a documentação comprobatória da efetiva realização do evento, sem ajustificativa para a participação no evento e utilizando um serviço de receptivo/translado.

ADMISSIBILIDADE

2. Trata-se de recurso interposto pelo próprio interessado. Além disso, mostra-se tempestivo, tendoem vista ciente do responsável, em 30.09.2002, no Ofício de Notificação n.º 135/2002 – SECEX-RR/DT(fls. 249 do v.p.) e recebimento da peça recursal pelo Tribunal em 09.10.2002.

3. Quanto aos requisitos específicos de admissibilidade, previstos no art. 34, caput, da Lei n.º8.444/92, impende consignar que o embargante alega omissão, obscuridade e contradição no Acórdão n.º568/2002 da 1ª Câmara, fls. 10.

4. Nesse sentido, deve-se ter presente a doutrina da professora Sônia Marcia Hase de AlmeidaBaptista (in Dos Embargos de Declaração, 2ª.ed., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais Ltda.,pp.105/106), verbis:

“Os embargos de declaração (...) são recursos de fundamentação vinculada, pois o recorrente

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precisa invocar vício da decisão (omissão, contradição e obscuridade), para que o recurso caiba; eprecisa demonstrar-lhe a efetiva ocorrência na espécie, para que o recurso proceda. (...) A existênciareal do vício é pressuposto de procedência do recurso, se o vício, típico embora, não existir, o juiz ou otribunal conhecerá do pedido, mas lhe negará provimento” (grifos acrescidos).

5. Desse modo, preenchidos os pressupostos de admissibilidade, propomos o conhecimento dospresentes embargos de declaração (fls. 02/10), com fulcro no art. 34 da Lei n. 8.443/92, c/c o art. 287 doRegimento Interno/TCU para se prosseguir na análise de mérito.

MÉRITO

6. A seguir, apresentaremos os argumentos do embargante, de forma sintética, seguidos dasrespectivas análises.

7. Argumento: alega que mesmo tendo demonstrado que a viagem dos professores aCaracas/Venezuela estivera ancorada no permissivo de delegação de poderes na Portaria Ministerial n.º188 e fundada no Decreto n.º 1.387, de 1995, do Ministro da Educação, essa eg. Corte de Contas arroloucomo ilegal o translado “sem autorização ministerial” sob o equivocado argumento de contrariar o art. 1º,incisos IV e V do referido Decreto (fls. 03). Entende que nas análises das justificativas pelo TCU aduziu-se erroneamente que “a autorização dada ao Reitor não encontra amparo na referida Portaria” (fls. 03).In casu, haveria manifesto equívoco na decisão, tendo o TCU omitido que o ato praticado pelo ex-reitorfora fundado em norma legal, qual seja a PORTARIA MEC/188 de 1995 (fls. 10).

8. Análise: a decisão do Tribunal se sustentou no fato de ter restado comprovado nos autos,conforme instrução de fls. 23/24, v.p., que a autorização dada pelo ex-reitor para a mencionada viagemnão se enquadrava no permissivo legal da Portaria MEC nº 188/1995. O referido normativo estabeleciacondições específicas para que a autorização ministerial fosse dispensada, não verificadas naquele caso. Ainstrução considerou que para a incidência do permissivo legal, a viagem dos professores deveria serrealizada com financiamento pelo CNPq ou pela CAPES, e ser sem ônus, ou com ônus limitado, para aAdministração Pública Federal, o que não foi o caso. Concluiu, então, que “a autorização dada peloReitor não encontra amparo na referida Portaria”. Não houve, portanto, a omissão alegada, tendo sido aquestão suscitada pelo embargante adequadamente enfrentada. Isso, aliás, o próprio embargantereconhece às fls. 03 da peça recursal, transcrevendo trecho da análise do TCU sobre esse ponto de suasrazões de justificativa.

9. Argumento: o embargante adverte que se não “sanados os equívocos e omissões, ‘data vênia’,direcionando o julgamento a novo rumo, estar-se-á cometendo grasso erro jurídico”, concluindo que oque foi demonstrado “conduz a afastar o embargante completamente do pagamento da multa de R$10.000,00 (dez mil reais) brutalmente imposta” (fls. 09). Requer, ainda, que essa Corte de Contas façaincluir na decisão embargada “pontos omitidos, obscuros e contraditórios”, sobre os quais deveria sepronunciar, dando os efeitos modificativo e infringente ao Acórdão nº. 568/2002 (fls.10).

10. Análise: embora o embargante requeira o saneamento dos “equívocos e omissões” dojulgamento e a inclusão na decisão embargada dos “pontos omitidos, obscuros e contraditórios”, nãochega a apontá-los especificadamente. O próprio embargante faz menção à deliberação deste Tribunal,fls. 09, que esclarece que, nos embargos, “a impugnação tem que possuir um ponto certo e estrito – ouseja –, deve-se especificar exatamente qual a questão fulcral que, omitida, impossibilitou o exatocumprimento da decisão que se deseja embargar” (Decisão n.º 124/2000, 2ª Câmara). Ademais, ainda quese considere que dos demais argumentos apresentados no recurso resulte, implicitamente, alegação deobscuridade, contradição ou omissão, mostrar-se-á, nas análises subsequentes, sua improcedência.

11. Argumento: Sustenta que os relatórios de viagem, fls. 34, 36 e 38, v.p., no tópico “Resumos eConclusões”, que foi subscrito pelos professores, comprovam a participação no evento (fls. 03/04).

12. Análise: nesse ponto, na verdade, trata o embargante de insistir pela reapreciação dedocumentos anteriormente já apresentados como prova da participação no evento. Os documentosmencionados já haviam sido analisados pelo Tribunal por ocasião da inspeção realizada na Universidadede Roraima, no âmbito do processo TC-000.820/98-9, tendo concluído a unidade técnica “não haver,junto aos respectivos Relatórios de Viagem, documentos que comprovem a realização dos eventos aliinformados”, conforme cópia do respectivo relatório, fls. 08, v.p. Decorre sua pretensão, portanto, de

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discordância quanto à valoração dada às provas pelo Tribunal. Não são os embargos, entretanto, o meioapropriado para rediscutir essa questão. Nessa mesma direção seguiu o Acórdão n.º 14/2003, PrimeiraCâmara, Sessão 28/01/2003, tendo o Ministro-Relator, acolhido instrução desta Serur, a qual assentou:

“o recorrente alega contradição entre a decisão e a prova dos autos (...). O tipo de contradiçãosustentada não dá ensejo a embargos de declaração. Os embargos de declaração são meio de integraçãoda decisão, ou seja, visam sanear falhas técnicas da decisão e não falhas que dizem respeito à justiça dadecisão. A contradição a ser corrigida por meio de embargos deve ser entre partes da própria decisão(...), ao passo que a contradição entre a decisão e a prova dos autos deve ser retificada por meio derecurso propriamente dito”.

13. Argumento: Afirma, na seqüência, que “o momento processual inspira acrescentar como fatonovo substanciais documentos comprobatórios do evento”, esclarecendo “que só agora o embarganteconseguiu obter os documentos em apreço e, por relevantes aos deslindes da questão, são submetidos àanálise do TCU nestes Embargos” (fls. 05).

14. Análise: o recorrente sustenta que traz novos documentos comprobatórios do evento que sóagora conseguiu obter. Entretanto, os embargos não se prestam à juntada de novos documentos. Aomissão, contradição ou obscuridade a ser integrada na deliberação recorrida deve referir-se aoselementos já presentes por ocasião da prolação do acórdão.

CONCLUSÃO

15. Em vista do exposto, e considerando que o Acórdão n.º 568/2002-TCU-1ª Câmara não padecede omissão, contradição ou obscuridade, elevamos o assunto à consideração superior, propondo:

a) conhecer dos embargos de declaração, interpostos pelo Sr. Sebastião Alcântara Filho, nos termosdo caput do art. 34 da Lei n.º 8.443/92, para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo, emconseqüência, o Acórdão n.º 568/2002-TCU-1ª Câmara nos seus exatos termos; e

b) seja o embargante comunicado da deliberação que vier a ser adotada.”

VOTO

Inicialmente, registro que atuo nestes autos com fundamento no art. 18 da Resolução nº 64/96-TCU,tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuída ao SenhorMinistro Iram Saraiva.

2. Os presentes embargos de declaração preenchem os requisitos de admissibilidade aplicáveis àespécie e devem ser conhecidos pelo Tribunal. Quanto ao mérito, entendo que as razões trazidas peloembargante não apontam omissão, obscuridade ou contradição na deliberação atacada, razão pela qual opresente recurso não deve ser provido.

3. Não obstante, a processualística desta Corte de Contas enseja a reapreciação da prova por meiodo recurso apropriado, que é o recurso de reconsideração, conforme se encontra expresso no item 12 dorelatório supra.

Assim, pelos seus fundamentos, acolho o parecer da Serur e VOTO por que o Tribunal adote oacórdão que ora submeto à deliberação desta Câmara.

TCU, Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

ACÓRDÃO Nº 1.019/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-002.898/2000-9 (c/ um volume).2. Grupo: I; Classe de Assunto: I – Embargos de Declaração.3. Entidade: Universidade Federal de Roraima.4. Interessado: Sebastião Alcântara Filho, ex-Reitor.

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5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.6. Representante do Ministério Público: não atuou.7. Unidade Técnica: Secex/RR e Serur.8. Advogado constituído nos autos: não consta.

9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de embargos de declaração em processo de tomada de

contas especial, ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão daPrimeira Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. conhecer dos embargos de declaração opostos pelo Sr. Sebastião Alcântara Filho, comfundamento no art. 34 da Lei n.º 8.443/92, para, no mérito, negar-lhe provimento, mantendo o Acórdãon.º 568/2002-TCU-1ª Câmara nos seus exatos termos;

9.2. dar ciência desta deliberação ao interessado.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE I – 1ª Câmara

TC-003.973/2001-8 (c/ 01 volume)

Natureza: Recurso de Reconsideração.Entidade: Município de São Miguel do Tapuio/PI.Recorrente: Paulo Antônio Frota de Paiva, ex-Prefeito, CPF n. 093.151.011-20.

SUMÁRIO: Recurso de Reconsideração interposto contra deliberação proferida em processo deTomada de Contas Especial que julgou irregulares as contas do responsável e imputou-lhe débito.Argumentos insuficientes para modificar o acórdão recorrido. Conhecimento e não-provimento. Ciênciaao recorrente.

RELATÓRIO

Examina-se nesta fase processual o Recurso de Reconsideração (fls. 1/84 – vol. 1) interposto peloSr. Paulo Antônio Frota de Paiva, ex-Prefeito de São Miguel do Tapuio/PI, contra o Acórdão n. 614/2002– 1ª Câmara (fl. 244), por meio do qual o Tribunal, em sede de Tomada de Contas Especial, julgouirregulares as contas do aludido responsável, condenando-o ao pagamento do débito apurado nos autos,no valor de R$ 12.567,96.

2. O decisum acima mencionado foi proferido em vista das irregularidades constatadas na aplicaçãodos recursos federais oriundos do Convênio n. 010/95, celebrado entre o Município e a Fundação

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Nacional de Saúde – Funasa, para a implementação de ações previstas no Programa de Controle daDoença de Chagas.

3. O Analista da Serur, Weverton Ribeiro Severo, ratifica o exame de admissibilidade de fl. 86 dovol. 1, pelo conhecimento do presente Recurso de Reconsideração, e examina os argumentos aduzidospelo recorrente, nos seguintes termos, no essencial (fls. 89/93 do vol. 1):

“3. Insurge-se o recorrente contra a aplicação da pena de revelia e rebate pontualmente asirregularidades ora apontadas: a) a ausência de escrituração; b) falta da contrapartida; c) não-cumprimentodas metas pactuadas; d) não-realização de concurso público; e) não-observância dos deveres estabelecidosno convênio n. 10/95 (fls.1-7-vol.1).

4. Além disso, requer seja conferido ao recurso efeito suspensivo, pois encontra-se na iminência deser constrangido ao pagamento de quantia que não se enquadra em suas possibilidades financeiras (fl.7-vol.1).

5. Argumento: O recorrente alega que não deveriam ter sido aplicados os efeitos da revelia, poisentende que a revelia seria uma sanção decorrente da desídia processual, fato este não verificado nosautos, pois ‘não se verificou o descaso, nem o desrespeito, à autoridade deste órgão administrativo’ (fl.2-vol.1).

Análise: Deve-se salientar que o ora recorrente foi devidamente citado para apresentação de defesa,conforme atesta aviso de recebimento (AR) em fl. 235-verso do vol.principal. Ingressou nos autos compedido de cópia e dilação de prazo (15 dias), ambos deferidos (fl. 236-vol. principal). A validade dacitação e a omissão do recorrente fazem perfeitamente correta a aplicação da revelia no caso em tela, nostermos do art. 12, § 3o da Lei n. 8.443/1992.

6. Argumento: Afirma o recorrente que sua defesa ficou impossibilitada pois os documentoscontábeis estariam na própria prefeitura, que atualmente está conduzida por adversário político. Ademais,o contador responsável pela escrituração está morto e, assim, não tem acesso à documentação (fl.2-vol.1).

Análise: Com relação à questão da alegada impossibilidade de acesso à documentação de prestaçãode contas em face de adversidade política entre o recorrente e o prefeito sucessor, importante destacar quenão cabe ao TCU garantir ao responsável o acesso à referida documentação. As dificuldades na obtençãodesses documentos, derivadas de ordem política ou de eventual cerceamento de defesa, se não resolvidascom a Administração, deveriam ter sido conduzidas via ação judicial. Entretanto, o recorrente nãoapresentou qualquer documento que comprovasse diligência junto à Prefeitura ou, alternativamente, oingresso de ação judicial para obtenção dos documentos. Nesse diapasão, não deve ser acolhida a presentealegação.

7. Argumento: No que se refere à contrapartida, aduz que ‘os registros documentais dos pagamentosa cada um dos envolvidos dos projetos deveriam constar das contas do Município. (...) O recorrenteprocurou cada um dos agentes que atuaram no Município, a fim de que eles declarassem o recebimento deprestação pecuniária dos cofres da municipalidade’ (fl. 3-vol.1).

Análise: Remansosa a jurisprudência da Corte, afastando a qualidade probatória de declaração deterceiros desacompanhada da documentação legal exigida para a comprovação da regular aplicação dosrecursos públicos. Assim, e.g., voto do e. Min. Carlos Átila: ‘(...) por razões óbvias, simples declaraçõesde terceiros, como as acostadas aos autos, por si só, não devem ser erigidas como elementos de prova emprocessos de natureza especial como os de tomada de contas’ (Acórdão n. 106/1998-Plenário). Destamaneira, a mera declaração de que terceiros receberam recursos em contrapartida da Prefeitura não elide airregularidade apontada.

8. Argumento: Quanto ao não-cumprimento das metas pactuadas, o recorrente entende que não deucausa ao descumprimento, eis que os recursos eram repassados com atraso. Ainda assim, assevera quehavia uma desproporcionalidade entre os recursos recebidos e a grande extensão territorial do município(fl. 3-vol.1).

Análise: Para comprovação do alegado, o recorrente se remete ao documento em fls. 96-98(vol.principal), afirmando que os recursos eram repassados com atraso e que o não-cumprimento dasmetas não gerou nenhum prejuízo ao Tesouro. O referido documento é um parecer técnico interno doMinistério da Saúde, assinado por Jean Pedreira Tavares (fl. 98-vol.principal), que não reflete a posiçãooficial do órgão repassador, o qual atestou irregularidade nas contas, bem como apontou falhas noacompanhamento e supervisão da aplicação dos recursos do convênio (fls. 168/180-vol.principal).

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Ademais, eventual juízo emitido pelo concedente não vincula esta Corte quanto à apreciaçãoracional das provas juntadas aos autos. No caso, a Corte considerou as seguintes irregularidades: a) nãoatingimento das metas pactuadas; b) ausência de contabilização dos valores recebidos, contrariando aCláusula Segunda, item 2.f do termo do convênio, o art. 15 da IN/STN nº 02/93 e o art, 54, § 1º, doDecreto nº 93.872, de 23.12.86; c) não-comprovação da realização de pagamentos em espécie referentes àcontrapartida, haja vista a inexistência de recibos ou instrumento equivalente; d) ausência de manutençãodos documentos de despesa em arquivo, em boa ordem, no próprio local em que foram contabilizados, àdisposição dos órgãos de controle interno e externo de ambos os convenentes, contrariando a CláusulaSegunda, item 2.e, do termo do convênio, o art. 21 da IN/STN nº 02/93 e os arts. 54, § 2º, e 139, §§ 4º e5º, do Decreto nº 93.872, de 23.12.1986; e) não-aplicação dos recursos recebidos no mercado financeiro,contrariando a Cláusula Segunda, item 2, do termo do convênio c/c o § 4º, art. 116, da Lei nº 8.666/93,bem como o art. 16 da IN/STN nº 02, de 19 de abril de 1993; f) ausência de licitação e/ou justificativaspara a dispensa ou inexigibilidade. (fl.242-vol.principal).

A assertiva de que o atraso no repasse dos recursos do convênio comprometeu o alcance das metaspactuadas em nada afasta a responsabilidade do recorrente, uma vez que deveria ter comunicado ao órgãoconcedente as dificuldades enfrentadas, propondo, inclusive, se fosse o caso, alteração do programa detrabalho. Tal justificativa não foi apresentada.

9. Argumento: Assegura que não procedeu ao certame licitatório, apresentando a seguinteargumentação:

‘Na decisão, ora recorrida, acusa-se o Recorrente da inobservância do princípio constitucional doconcurso público, para a investidura de trabalhadores no serviço público. A responsabilização dorecorrente improcede, como se atesta da análise do art. 7o, da Lei 8.666/93, que dispõe o seguinte, inverbis:

Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao dispostoneste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:

I – projeto básico;II – projeto executivo;III – execução das obras e serviços.Em conformidade com a legislação, para que se proceda a devida licitação, torna-se absolutamente

necessário o fornecimento prévio de projeto para a tarefa. Tal documento ou instrução técnica jamais forafornecido ao ora recorrente. Destarte, não se pode impor ao recorrente a obrigação de contratar osprestadores de serviço por meio de procedimento licitatório (fls. 3-4).’

Análise: (...) o recorrente confunde a contratação de serviço público com a realização de concursopúblico. A irregularidade apontada pela unidade técnica do TCU refere-se à não-realização de licitaçãopara a contratação dos serviços constantes no convênio, e não sobre a contratação de servidores públicos.

Apenas para não alongar a discussão, colaciona-se o art. 37, inc. XXI [da Constituição Federal], queapresenta a obrigatoriedade de realização de licitação para contratação de serviços em qualquer nível daAdministração:

(...)O recorrente desconhece o fato de que a realização do projeto básico para a licitação é uma

obrigação da Administração contratante, ou seja, do próprio Município e não do concedente, que apenasrealiza o repasse dos recursos federais. Assim, deve ser rejeitado, prima facie, a irresignação dorecorrente.

10. Argumento: Finalmente, o recorrente aduz que a falta de apoio logístico e material por parte daFUNASA implicaria um descumprimento contratual por parte do concedente. Afirma que taldescumprimento elidiria eventual responsabilização do prefeito (fl.5-vol.1).

Análise: Eventual descumprimento do pactuado por parte do órgão concedente não justifica asirregularidades apresentadas. O fato é que o responsável recebeu verbas de um convênio federal e nãodemonstrou sequer a aplicação destes recursos. Ora, se o Prefeito vislumbrava dificuldades paraimplementar as ações do convênio, correta seria a rescisão do convênio, com base no art. 24 da IN n. 2/93– aplicável à época do pactuado – com a conseqüente devolução integral dos recursos recebidos.

11. Ao final, deve ainda ser considerado o pedido de efeito suspensivo devido a insuficiênciafinanceira do responsável. A uma, o recurso de reconsideração possui efeito suspensivo por expressa

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disposição legal (art. 33 da lei n. 8.443/1992), sendo desnecessário pedido expresso. A duas, de maiorrelevância, a insuficiência financeira não é motivo para extinção do débito, pois o recorrente possui odireito de requerer o parcelamento da importância devida em até 24 parcelas, nos temos do art. 26 da Lein. 8.443/1992 c/c o art. 217 do Regimento Interno do TCU.”

4. Conclusivamente, o ACE propõe, com a anuência do Diretor Técnico (fl. 93 do vol. 1) e do Sr.Secretário (fl. 94 do vol. 1), que o recurso seja conhecido, para negar-lhe provimento.

5. O Ministério Público manifesta-se de acordo com a proposta formulada pela unidade técnica (fl.94v do vol. 1).

É o Relatório.

PROPOSTA DE DECISÃO

Inicialmente, cabe conhecer do presente Recurso de Reconsideração, visto que satisfeitos ospressupostos de admissibilidade ínsitos nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei n. 8.443/1992.

2. Quanto ao mérito do Recurso, estou de acordo com os pareceres uniformes emitidos nos autos,no sentido de que os elementos apresentados pelo Sr. Paulo Antônio Frota de Paiva não se mostramhábeis a elidir a responsabilidade que lhe foi atribuída por meio do Acórdão n. 614/2002 – 1ª Câmara.

3. Vale ressaltar que a prestação de contas é instrumento que deve produzir a convicção de que osrecursos federais transferidos ao gestor tiveram a boa e correta aplicação, nos termos estabelecidos peloConvênio e de conformidade com o Plano de Trabalho ajustado e com as normas atinentes ao emprego derecursos públicos.

4. In casu, o ex-Prefeito não logrou demonstrar ao órgão concedente, ao Controle Interno e a estaCorte de Contas (Acórdão n. 614/2002 – 1ª Câmara) o adequado emprego dos valores transferidos aoMunicípio de São Miguel do Tapuio/PI, mediante o Convênio n. 010/95, cujo objetivo consistia narealização de ações de pesquisa e captura de Triatomíneos (subfamília de insetos na qual se encontra obarbeiro), bem como na borrifação de unidade domiciliares, no âmbito do Programa de Controle daDoença de Chagas.

5. Nesta nova oportunidade, os argumentos lançados pelo recorrente não se mostram convincentespara reformar a deliberação recorrida, havendo o Analista da Serur promovido detido exame das razõesoferecidas pelo recorrente, acerca das quais passo a destacar alguns aspectos mais relevantes.

6. Quanto à alegação de dificuldades para a realização de sua defesa, em face da impossibilidade deobtenção de documentos contábeis retidos na Prefeitura, por adversário político, é pacífico nesta Corte oentendimento de que tal argumento não elide a responsabilidade do gestor, porquanto a ele cumpririaajuizar ação própria junto ao Poder Judiciário para obtenção da documentação que supostamente lhe foranegada.

7. Sobre esse ponto, aliás, verifico que a Prefeitura Municipal de São Miguel do Tapuio/PI, instadapela Fundação Nacional de Saúde a apresentar documentação atinente ao Convênio em tela, declarou quetais documentos não foram incorporados “ao cervo administrativo-contábil do Município pelo mandatárioà época” (fl. 116).

8. No tocante ao não-atingimento das metas pactuadas, embora o ex-Prefeito reconheçaexpressamente o fato (fl. 03 do vol. 1), atribui o descumprimento ao atraso no repasse dos recursos e àgrande extensão territorial do Município. Não vejo em que medida a liberação dos recursos, ocorrida 2meses e 13 dias após a assinatura da avença, tenha obstaculizado a plena realização do objeto, sabendo-seque os níveis inflacionários à época (1995) eram significativamente baixos. De todo modo, tal alegaçãonão pode prosperar, pois, caso julgasse necessária qualquer modificação no Plano de Trabalho, caberia aoex-gestor municipal pleitear as alterações junto ao concedente.

9. Relativamente à não-realização do necessário certame licitatório, consoante bem destacou aSerur, o Sr. Paulo Antônio Frota de Paiva equivoca-se entendendo que o questionamento do ofíciocitatório referia-se à realização de concurso público para investidura de cargo ou emprego público. Osserviços a serem executados exigiam a realização do procedimento licitatório, cabendo salientar que opróprio termo do Convênio trazia comando impondo a aplicação dos recursos na disciplina da Lei n.8.666/1993 (Cláusula Segunda, I, alínea o).

10. Não houve, de fato, realização do processo licitatório até porque o responsável informa que os

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valores provenientes do Convênio foram utilizados para pagamentos mensais, ao longo de seis meses, anove agentes de saúde do Município, conforme fls. 117/128. Além de não haver prova fidedigna de queos serviços foram efetivamente realizados, a Cláusula Sexta do termo de Convênio proibia a utilizaçãodos recursos “na contratação ou pagamento de pessoal, a qualquer título, exceto serviços de terceiros,exclusivamente vinculados à execução do objeto” conveniado. Outrossim, a Instrução Normativa/STN n.02/1993, aplicável ao Ajuste em foco, vedava taxativamente “qualquer espécie de remuneração aosservidores que pertençam aos quadros dos convenentes”, sob pena de nulidade do ato ouresponsabilização do agente (art. 8º , inciso II).

Ante essas considerações, acolho os pareceres uniformes e manifesto-me por que seja adotado oacórdão que ora submeto a este Colegiado.

T.C.U., Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

MARCOS BEMQUERER COSTARelator

ACÓRDÃO Nº 1.020/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo n. TC 003.973/2001-8 (c/ 01 volume).2. Grupo I, Classe de Assunto: I – Recurso de Reconsideração.3. Entidade: Município de São Miguel do Tapuio/PI.4. Recorrente: Paulo Antônio Frota de Paiva, ex-Prefeito, CPF n. 093.151.011-20.5. Relator: Auditor Marcos Bemquerer Costa.5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro Marcos Vinicius Vilaça.6. Representante do Ministério Público: Dra. Maria Alzira Ferreira.7. Unidades Técnicas: Secex/PI e Serur.8. Advogado constituído nos autos: Dr. Marcos Antônio Cardoso de Souza, OAB/PI n. 3387

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Recurso de Reconsideração interposto contra acórdão

que julgou irregulares as contas e imputou débito ao responsável.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, diante

das razões expostas pelo Relator, em:9.1 – com fundamento no art. 32, inciso I, e no art. 33 da Lei n. 8.443/1992, c/c os arts. 277, inciso

I, e 285 do Regimento Interno/TCU, conhecer do presente Recurso de Reconsideração para, no mérito,negar-lhe provimento, mantendo, em conseqüência, em seus exatos termos, o Acórdão n. 614/2002 –1ª Câmara/ TCU; e

9.2 – dar ciência desta deliberação ao recorrente;

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa (Relator).

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

MARCOS BEMQUERER COSTARelator

Fui presente:

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PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 1ª CâmaraTC-009.204/2001-0 (com 02 volumes)Natureza: Prestação de Contas relativa ao exercício de 2000Entidade: Universidade Federal Rural de PernambucoResponsáveis: Emídio Cantídio de Oliveira Filho – CPF nº 084.446.094-04, Tânia Maria Muniz de

Arruda Falcão – CPF 091.593.554-68, Walmar Correa de Andrade – CPF nº 114.328.454-20 Luciano deAzevedo Soares Neto – CPF nº 198.196.254-91, Maria Lúcia Alves Valois – CPF nº 052.531.104-10,Rita Maria Santiago de Souza – CPF nº 355.639.744-72, Edenilde Maria Soares Maciel – CPF nº174.598.854-87, George Browne Rego – CPF nº 003.103.284-20, Ricardo Jorge Gueiros Cavalcante –CPF nº 008.873.742-04, Reginaldo Barros – CPF º 097.751.535-49, Arlene Bezerra Rodrigues dos Santos– CPF nº 145.492.554-04, Margareth Mayer de Castro Souza – CPF n º 425.368.714-87, Sérgio RicardoCavalcante Matos – CPF nº 732.800.114-34 e Mirian Nogueira Teixeira – CPF nº 955.093.997-91.

Sumário: Prestação de Contas relativa ao exercício de 2000. Audiência do responsável. Razões dejustificativa não conseguiram afastar as irregularidades que motivaram os fatos determinantes daaudiência. Irregularidade das contas e multa ao Reitor. Contas regulares com quitação aos demaisresponsáveis arrolados no processo. Determinações à UFRPE e ao órgão regional da Secretaria Federal deControle Interno. Encaminhamento de cópia do Acórdão, acompanhada do Relatório e Voto que ofundamentam ao Ministério da Educação e à Secretaria Federal de Controle Interno.

Trata-se da Prestação de Contas da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), relativaao exercício de 2000, examinada em conjunto e em confronto com as cópias do TC- 014.504/2000-9.

A instrução inicial da Secex/PE propôs, preliminarmente, às fls. 262/263 do volume 1, com aaquiescência do então Relator, Ministro VALMIR CAMPELO, a audiência do Sr. Emídio Cantídio deOliveira Filho sobre diversas ocorrências relatadas no Relatório de Auditoria emitido pelo órgão regionalda Secretaria Federal de Controle Interno (fls.235/236), cujo exame realizado pela instrução transcrevo,em síntese, a seguir:

" Em cumprimento ao Despacho exarado às fls. 265 do Volume Principal destes autos, estaSecretaria promoveu, por meio do Ofício SECEX/PE 515, de 17.07.2002, a Audiência do Responsávelpela Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE, nos termos propostos na Instrução Inicial (fls.245/263, Vol. Principal).

2. Na seqüência, o Responsável, apresenta suas razões de justificativa, num arrazoado de novepáginas, autuadas às fls. 01/09 do Vol. 2 dos Anexos, que foram acompanhadas de documentaçãoreferente ao uso que o Responsável fez (e ainda está fazendo) do dinheiro públicos.

(...)

Primeira Questão:

a.1. Contratação da Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional - FADURPE(CNPJ 086.1997/0001-58) com dispensa de licitação, por meio do Contrato 05/2000, para execução deobjeto (realização de licitação, acompanhamento e/ou fiscalização de obras de engenharia, ações estastradicionalmente executadas pela UFRPE) sem existência de nexo entre este e projetos de pesquisa,ensino e extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico, necessário para a corretaaplicação do Art. 24, XIII da Lei 8.666/93, bem como do Art. 1º da Lei 8.958/94, daí resultando odescumprimento do Art. 2º da Lei 8.666/93;

Argumentos Apresentados :

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20. O Responsável apresenta vários argumentos os quais permeiam – à exceção da Quinta Questão- as demais questões formuladas na Audiência, motivo por que se efetua a seguir, de forma sistemática, asíntese das suas razões de justificativas:

a.1) Os Contratos de nºs 05; 06; 07; e 08/2000 têm como objeto a execução de projetos específicoscom planos de trabalho composto de plano de aplicação; cronograma de desembolso e cronograma deexecução (terceiro parágrafo à fl. 1, Vol. 2 dos Anexos);

a.2) A FADURPE é uma instituição de direito privado sem fins lucrativos, cuja criação foiautorizada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE, a qual tem, entre seus objetivosestatutários, o estímulo e o apoio às atividades de ensino, pesquisa e extensão e foi contratada nasreferidas hipóteses (quarto parágrafo à fl. 1, Vol. 2 dos Anexos);

a.3) A FADURPE ao ser contratada nas referidas hipóteses, o foi para prestar apoio à UFRPEinclusive no tocante ao seu desenvolvimento institucional;

a.4) Os Contratos de nºs 05; 06; 07; e 08/2000 retrocitados decorreram da aplicação de dispensade licitação com fulcro no Art. 24, inciso XIII da Lei 8.666/93;

a.5) O Contrato de nº 05/2000 teve por objetivo a prestação de apoio pela FADURPE à execuçãodo “Projeto Acadêmico para a Melhoria da Qualidade das Atividades Acadêmicas de Ensino, Pesquisa eExtensão”, conforme doc. 1, todavia, pela sua complexidade e amplitude, abrange subprojetos (primeiroe sétimo parágrafo à fl. 2, Vol. 2 dos Anexos);

a.6) Conforme se depreende do teor de sua apresentação, o retrocitado Projeto tem por finalidadea melhoria da qualidade das diversas atividades acadêmicas e a otimização do uso do espaço físico docampus universitário com as seguintes metas:

- adequação da infra-estrutura de ensino às atuais exigências do mercado de trabalho;- aprimoramento e desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem; e- integração das atividades teóricas de ensino com a simulação de situações.

a.7) Como se vê, o Projeto Acadêmico em pauta, reveste-se de um caráter reestruturativo daUFRPE para melhor desempenho de suas atividades fins, ou seja, o desenvolvimento institucional(primeiro parágrafo à fl. 3, Vol. 2 dos Anexos);

a.8) Pela amplitude do PROJETO, e, com o intuito sempre de aplicar os recursos com a maioreficiência possível, optou-se pela contratação da FADURPE nos termos retrocitados, dado o pequenoporte da UFRPE que certamente enfrentaria inúmeras dificuldades para executar um projeto de taldimensão sem o substancial apoio da FADURPE;

a.9) É evidente que a opção por tal contratação não teria ocorrido se não estivesse a atividadecontratada incluída entre as previstas no inciso XIII do Art. 24 da Lei 8.666/93;

a.10) É de se estranhar que o cauteloso técnico ao elaborar o relatório, tenha deixado dereconhecer que a execução do PROJETO ACADÊMICO se caracteriza como atividade dedesenvolvimento institucional;

a.11. A UFRPE passou por longo período com sua estrutura física e administrativa estagnadas,obsoletas e ultrapassadas, sem qualquer avanço ou progresso por mais de 10 anos, tendo ocorridoreformas sem planejamento, sem projetos específicos, com instalações precárias, dificultando odesenvolvimento de suas atividades primordiais de ensino, pesquisa e extensão. Tais fatores foramapresentados ao Ministério da Educação e Desporto – MEC pela atual administração que elaborou umProjeto Acadêmico e envidou esforços para a liberação dos recursos extras necessários, não àrealização de uma obra isolada, como parece ter entendido o auditor, mas à reestruturação dainstituição;

a.12. Reforça-lhe a suposição de o mencionado auditor ter entendido se tratar de uma obraisolada a afirmação contido no subitem 4.3.10 da instrução inicial destes autos “Pelo que se podeentender, a FADURPE foi contratada com dispensa de licitação para realizar as licitações necessáriaspara a realização da obra, não tendo o Controle Interno informado outros aspectos fundamentais daquestão” o que considera, pois, um equívoco;

a.13. Na realidade, a FADURPE está coordenando um Projeto de desenvolvimento institucional,

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observando rigorosamente as especificações definidas pela UFRPE e as normas de Direito Público nautilização dos recursos públicos utilizados para tal fim;

a.14) Portanto, a UFRPE não contratou a FADURPE para licitar obras, mas para executar umprojeto amplo, de desenvolvimento institucional, que envolve, sim, a sua modificação estrutural;

a.15) Para tal missão, contrariamente ao que afirma a instrução inicial destes autos, não tem aUFRPE experiência nem dispõe de pessoal necessário qualificado para realizar as atividades inerentesao mesmo, dispondo em seu quadro de pessoal, apenas a título de exemplificação, de um arquiteto e trêsengenheiros civis (doc. 6);

a.16.) o desenvolvimento institucional é evidente quando se constata os efeitos da realização doprojeto, ainda, em andamento.

a.17) apesar de as atividades desenvolvidas pela FADURPE não serem de natureza excepcional,ressalte-se que a execução do referido projeto envolve atividades que não são habituais;

a.18) se a lei exigisse que, para a UFRPE contratar a sua fundação de Apoio FADURPE comfundamento no inciso XIII do Art. 24 da Lei 8.666/93, o objeto do contrato se tratasse de atividadesexcepcionais, jamais a UFRPE poderia contratar a FADURPE para prestar apoio às atividades deensino, pesquisa e extensão;

a.19) embora seja inquestionável a reputação da contratada, todos os contratos celebrados com aFADURPE prevêem um executor específico, designado pelo Reitor, que tem, entre outras atribuições, ade autorizar a movimentação dos recursos de acordo com plano de trabalho previamente elaborado queintegra o termo contratual, além da obrigação da contratada de prestar contas e de devolver o saldoporventura existente no término da vigência do contrato; e

a.20) é importante a leitura atenta dos termos do Contrato 05 os quais adotam as regras contidasna IN n° 01/97 da Secretaria do Tesouro Nacional – STN;

a.20) não se deve olvidar que os recursos dos referidos contratos são utilizados na execução dosprojetos, cumprindo-se rigorosamente o disposto na Lei 8.666/93, tendo em vista o que estabelece o Art.3°, inciso I da Lei 8.958/94;

a.21) portanto, fica demonstrado que a contratação ocorreu sem licitação porque as atividadescontratadas têm caráter eminentemente de desenvolvimento institucional, tornando-se irrelevante o fatode terem abrangido a construção de edificações e aquisição de mobiliário, diante do nexo entre taisatividades e o Projeto ACADÊMICO. Este foi o entendimento deste Tribunal ao acolher o pedido dereconsideração da Universidade Federal de Pernambuco, a que alude o subitem 4.3.7. da InstruçãoInicial deste processo (Decisão 186/2001 – TCU Segunda Câmara);

a.22) é importante ressaltar mais uma vez que o objeto do Contrato 05/2000 não foi a simplesconstrução de um prédio, nem a aquisição de mobiliário, nem a compra de equipamentos, porque taisatividades, por si sós, não demandariam o apoio da FADURPE, e, sim, a realização de um ProjetoAcadêmico de Desenvolvimento Institucional ;

a.23) a lei ao autorizar a contratação direta das instituições brasileiras sem fins lucrativosincumbidas regimental ou estatutariamente da pesquisa, ensino ou do desenvolvimento institucional, nãoexcepciona nem estabelece qualquer condição no sentido de que as atividades a serem contratadas nãosejam rotineiramente desenvolvidas pela instituição pública contratante, pois se assim o fosse, taldispositivo seria inócuo para as instituições federais de ensino;

a.24) não cabe ao intérprete, portanto, ampliar o sentido da norma para restringir a sua aplicação,por considerar que a atividade contratada “é uma atribuição rotineira em vista da longa história de maisde 50 anos de existência”.

a.25) somente o Administrador, dentro da realidade de cada instituição, sem se afastar dos demaisprincípios constitucionais que regem a Administração Pública é quem tem condições de avaliar anecessidade e conveniência da contratação com as cautelas devidas quanto à reputação ético-profissional da contratada e a fiscalização do cumprimento das obrigações pactuadas; e

a.26) não há que se falar em descumprimento do Art. 2° da Lei 8.666/93 já que os recursos paraexecutar os projetos objetos dos Contratos 05/2000 estão sendo aplicados em estrita obediência aosdispositivos da referida Lei.

ANÁLISE DAS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA

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21.2 O Responsável claramente deixa a entender que a elaboração do “Projeto Acadêmico para aMelhoria da Qualidade das Atividades Acadêmicas de Ensino, Pesquisa e Extensão”, que é o objeto doContrato 05/2000, extrapola os limites das ações que se presumem deveriam ser desenvolvidas pararecuperar os danos físicos provocados pelas chuvas de agosto de 2000 e que mereceram a acolhida doPresidente da República a ponto de editar a MP nº 2.054-1 para abrir o Crédito Extraordinárioprecedentemente analisado. A leitura das fls. 17/20 do Anexo I do contrato 05/2000 demonstra aextrapolação daqueles limites;

21.3 O fato de causar espécie a inclusão na relação de pagamentos feitos pela mesma no âmbito daexecução do Contrato 05/2000, em pauta de uma taxa fixa equivalente a 5% do valor total do mesmo,conforme se verá na seqüência desta Instrução, a despeito de ter a FADURPE entre os seus objetivosestatutários o estímulo e o apoio à UFRPE; e

21.4 O fato de o “Projeto Acadêmico para a Melhoria da qualidade das Atividades Acadêmicas deEnsino, Pesquisa e Extensão”, contrariando a técnica de Orçamento-Programa, ter finalidade e metas decaráter amplamente subjetivo e que não se coadunam com a natureza dos recursos extraordinários que oestão ainda a financiar ou seja, respectivamente (cf. subalinea “a.6” retro), a melhoria da qualidade dasdiversas atividades acadêmicas e a otimização do uso do espaço físico do campus universitário bemcomo a adequação da infra-estrutura de ensino às atuais exigências do mercado de trabalho; oaprimoramento e desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem; e a integração das atividadesteóricas de ensino com a simulação de situações.

23.1 O caráter reestruturativo das ações objeto do Contrato 05/2000 que, como já analisado,extrapolam os limites de obras, contempladas com créditos extraordinários, necessárias para arecuperação de danos provocados por chuvas recentes (agosto de 2000).

23.2 Não é verdade que o Analista de Controle Externo–ACE pré-opinante tenha considerado queas ações de restauração, reforma, ampliação ou construção de edificações e outras instalações físicas naUFRPE não sejam pertinentes ao seu desenvolvimento institucional. No caso, o que o referido ACEconsiderou que a realização de tais ações, feitas de modo nada específico, compreendendo um conjuntode atividades de cunho meramente administrativo, tais como a realização de compras, de licitações, e dafirma de contratos, não guardam nexo suficiente para a contratação da FADURPE com fulcro no incisoXIII do Artigo 24 da Lei 8.666/93 e nos estritos termos do Artigo 1º da Lei nº 8.958/94 e, ainda mais, coma transferência de todos os recursos financeiros, com suspeita de violação do Princípio da Unidade deCaixa estabelecido no Artigo 1° do Decreto 93.872/86 (Artigo 56 da Lei 4.320/64 e Artigo 74 doDecreto-Lei 200/67).

23.2.1 Tem-se que a suspeição da violação do Princípio do Caixa Único era procedente, já quealém da contratação da FADURPE para coordenar ou gerenciar a execução das obras de Engenhariarelativas aos seis subprojetos básicos precedentemente analisados, destaca-se que a UFRPE transferiu –já no Exercício de 2001 - 97,14% dos recursos financeiros advindos do Crédito Extraordinário abertoem setembro de 2000 para a FADURPE de forma desvinculada ao cronograma físico das obras, já que oprincipal contrato (Contrato com a Bronson Engenharia Ltda.) somente foi iniciado já neste ano de2002, criando-se, assim, neste caso, verdadeiro “Caixa Dois”.

23.3 Na realidade, conforme dito precedentemente (item 11 retro), tendo em vista a abertura doCrédito Extraordinário, a UFRPE poderia ter contratado qualquer firma de Engenharia com base noinciso IV do Artigo 24 da Lei 8.666/93, atendido o disposto naquele diploma legal.

23.4 Nestas condições, a FADURPE, que se encontra regularmente registrada no CREA-PE,poderia – em tese - ser contratada pela UFRPE – naturalmente, atendidas as formalidades inerentes àdispensa de licitação - para a realização das obras e serviços de Engenharia objeto do Contrato 05/2000

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com base no inciso IV e não no inciso XIII do Artigo 24 da Lei 8.666/93.

23.5 Ora, isto não ocorreu, possivelmente por não possuir a FADURPE quadro próprio de pessoale equipamentos para realizar as obras no prazo desejável. A FADURPE foi contratada, assim, com baseno inciso XIII do Artigo 24, meramente, para administrar 97,14 % dos recursos financeiros do CréditoExtraordinário aberto pela MP nº 2.054-1, tendo cobrado para isto uma taxa fixa equivalente a 5% dototal contratado, e, ato contínuo, contratar – já nos Exercícios de 2001 e 2002 - diversas firmas (deEngenharia ou não) para a realização de todas as ações, o que extrapola qualquer noção de limiteadmitida pelo Artigo 72 da Lei 8.666/93 que permite subcontratação.

25. Os argumentos descritos pelo Responsável concernentes aos itens a.11 a a .16 somentereforçam a análise já feita sobre os seguintes pontos:

25.1 Em primeiro lugar, a inexistência de nexo suficiente e necessário para a contratação daFADURPE com base no inciso XIII do Artigo 24 da Lei 8.666/93 dada a abrangência do ProjetoAcadêmico objeto do Contrato 05/2000, contrariando decisões deste Tribunal tais como a Decisão186/2001 - Segunda Câmara (TC 500.301/1997-2, Natureza Pedido de Reexame) onde ficou determinadopara a Universidade Federal de Pernambuco – UFPE a seguinte determinação no seu relacionamentocom a sua Fundação de Apoio – FADE:

"a) que suspenda o procedimento de transferir à FADE recursos para a prática de atos decompetência dessa Universidade, como a realização de licitações, compra de bens e pagamentos dediárias, salvo quando vinculados a projetos específicos, aprovados previamente pela UniversidadeFederal de Pernambuco, por prazo determinado e dentro da finalidade de dar apoio a projetos depesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico de interesse dainstituição federal contratante, nos estritos termos do art. 1º da Lei nº 8.958/94;”

25.1.1 Com efeito, não se pode aceitar que o objeto do Contrato 05/2000 constitua-se em projetoespecífico já que como visto precedentemente, consiste, na essência, em se proceder a uma série decontratações (ou subcontratações) para realizar obras e serviços de Engenharia Civil constantes de seissubprojetos básicos elaborados pela própria UFRPE, alegando o Responsável que a FADURPE exerceua função de Coordenação daquelas ações.

25.1.2 No caso em pauta, embora a elaboração de reformas de vários espaços físicos da UFRPErepresentem desenvolvimento da instituição – ao menos do ponto de vista estritamente físico - não sereconhece na FADURPE, conforme analisado precedentemente, sequer as condições de dar apoiotécnico, vez que a mesma não possui nem quadro próprio de pessoal especializado, nem equipamentos etampouco reputação profissional na área, tendo inclusive contratado a arquiteta aposentada da própriaUFRPE Maria Alice dos Anjos, (cf. subitem 18.12.6 retro) sem ter ficado caracterizado que não poderiater ficado a prestação dos serviços a cargo da arquiteta existente no quadro de pessoal da própriaUFRPE, fato que, por si só, demonstra que não traz vantagem nenhum o apoio dado, neste caso, pelaFADURPE que inclusive cobrou taxa administrativa de 5% a título de ressarcimento de seus custosoperacionais.

25.1.3 No sentido de não reconhecer a legitimidade de tais contratações com base no inciso XIII doArtigo 24 da Lei 8.666/93, este Tribunal, por meio da Decisão 881/1997 - Plenário, já tinhadeterminado, textualmente, ao Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto-INDESP- que (SEMGRIFOS):

“.........................................omissis .......................................m) observe nas dispensas de licitação, com base no inciso XIII do art. 24 da Lei nº 8.666/93, a

necessidade de ficar demonstrado nos autos que a entidade contratada – além de ser brasileira, sem finslucrativos, detentora de inquestionável reputação ético-profissional e incumbida, regimental ouestatutariamente do ensino, da pesquisa ou do desenvolvimento institucional – tem capacidade de

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executar, com sua própria estrutura e de acordo com suas competências, o objeto do contrato;”

25.2 Em segundo lugar, a questão, não contemplada na Audiência – por falta de informações doControle Interno – acerca do abuso na utilização do Crédito Extraordinário já que considerável partedos recursos financeiros não ficaram adstritos à recuperação dos estragos provocados pela chuvasrecentes, tendo sido direcionados para obras de construção de laboratórios e do Prédio Administrativoda Bubalinocultura.

26. Por outro lado, o texto do subitem 4.3.10 da Instrução Inicial destes autos, mencionado peloResponsável, destaca ainda que o Controle Interno não informou no Relatório de Avaliação de Gestãooutros aspectos fundamentais da questão tais como:

a) licitações feitas pela FADURPE para as obras em comento;b) valores das obras executadas;c) empresas executoras da obras;d) boletins de medição das obras contratadas;e) data em que houve o primeiro pagamento à firma executora;f) se houve restituição à UFRPE de saldo remanescente do valor repassado para a FADURPE;g) valores correspondentes à apropriação dos custos de acompanhamento/fiscalização das obras

de engenharia; eh) preços praticados pela FADURPE e justificativas para os mesmos.

26.1 Não houve assim equívoco do ACE pré-opinante. Houve falta de informação do ControleInterno, fato somente superado com o envio pelo Responsável da documentação anexa as suas razões dejustificativas.

26.2 Por fim, cabe destacar que a alegação de que a UFRPE não tinha (ou tem) experiência epessoal necessário e qualificado é bastante questionável pelos seguintes aspectos:

26.2.1 Se a UFRPE não tinha ou tem pessoal qualificado, a FADURPE, pelo que se conhece da suaestrutura, também não tinha ou tem considerando que, inclusive, utiliza pessoal aposentado da própriaUFRPE, a começar do seu quadro dirigente (Secretário Executivo) e da arquiteta que foi contratada, nocaso, Maria Alice dos Anjos (subitem 18.12.6 retro), o que não deixa de ser indicativo de que háservidores na UFRPE em condições de desempenharem a contento os serviços do Contrato 05/2000,embora o Responsável alegue (alínea “a.25” do item 29 infra) que somente o Administrador é que temcondições de avaliar a necessidade e a conveniência da contratação com as cautelas devidas quanto àreputação ético-profissional da contratada e a fiscalização do cumprimento das obrigações pactuadas.Nota-se, no entanto, que ao fazer tais assertivas, o Responsável não permitiu o confronto entre aqualificação da própria UFRPE e da FADURPE já que não enviou a relação nominal – à época - docorpo funcional e das pessoas físicas contratadas pela FADURPE para o desempenho das alegadasatribuições de coordenação da execução do objeto do Contrato 05/2000;

26.2.2 Tal relação nominal seria imprescindível para se avaliar a necessidade efetiva dacontratação da FADURPE em decorrência da qualificação ou de alguma vantagem comparativa doquadro permanente de pessoal da FADURPE em relação ao da própria UFRPE já que sendo a própriaUFRPE a executora dos seis subprojetos básicos de reformas (item 12 retro) e tendo sido contratadas(com ou sem licitação) as empresas necessárias, além da arquiteta Maria Alice dos Anjos, cuja vidaprofissional desenvolveu-se na própria UFRPE até a sua aposentadoria, não se vê nos argumentosapresentados, razões que justifiquem a exclusão do quadro próprio da UFRPE dos trabalhos decoordenação da execução do objeto do Contrato 05/2000; e

26.2.3 Ao contrário, resta, ao final, ressaltado que a prática de a UFRPE vir direcionando acoordenação das obras e serviços de Engenharia, nos últimos anos, para a FADURPE, tem provocado,

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ou pelo menos contribuído, no processo de esvaziamento do quadro próprio de Arquitetura eEngenharia, conforme relatado na Instrução Inicial destes autos.

28.1. O Contrato 05/2000 tem natureza de convênio já que utiliza os instrumentos típicos deconvênio tais como: Plano de Trabalho, Cronograma de Desembolso; Cronograma de Execução;obrigação da contratada de prestar contas; previsão para devolução do saldo porventura existente aofinal do contrato; e os seus termos segue a IN 01/97 da STN.

28.1.1. Ressalta-se que até o ano de 1999, semelhantes ajustes entre a UFRPE e a FADURPEvinham sendo denominados de “Convênio” tendo este Tribunal pela Decisão prolatada no Processo TC500.268/97-5 (Auditoria na UFRPE) juntado às Contas Anuais da UFRPE de 1977 (TC 500.127/98-0),no sentido de que a UFRPE descontinuasse a prática de pagar taxas de administração para a suaFundação de Apoio.

28.1.2. Assim, pode se concluir que a troca da denominação de “Convênio” para “Contrato” foitão-somente uma maneira expedita de a UFRPE continuar agraciando a sua Fundação de ApoioFADURPE com o pagamento da referida taxa muito embora o Responsável alegue que se trata de cobriros custos operacionais de salários e outros discriminados precedentemente (subitem 18.14 retro).

30. Na realidade, conforme analisado no subitem 25.1 retro, o Tribunal manteve a decisão de que aUniversidade Federal de Pernambuco–UFPE suspendesse o procedimento de transferir à FADErecursos para a prática de atos de competência daquela Universidade, como a realização de licitações,compra de bens e pagamentos de diárias, abrindo exceção tão-somente para projetos específicos,aprovados previamente pela Universidade Federal de Pernambuco, por prazo determinado e dentro dafinalidade de dar apoio a projetos de pesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimento institucional,científico e tecnológico de interesse da instituição federal contratante, nos estritos termos do art. 1º daLei nº 8.958/94.

30.1. No presente caso, tem-se que o Responsável intenta caracterizar que as atividades daFADURPE contempladas no Contrato 05/2000 que, conforme visto precedentemente, compreendem umconjunto de licitações, contratações e compra de bens, inserem-se no contexto de desenvolvimentoinstitucional nos estritos termos do Artigo 1º da Lei nº 8.958/94.

30.2. Ora, que tais atividades se inserem no âmbito do desenvolvimento institucional isto não seduvida e nem foi deixado de ser reconhecido pelo ACE pré-opinante conforme relatado no subitem 23.2.retro.

30.3. No entanto, observa-se que a UFRPE vem realizando, nos últimos Exercícios, conforme oResponsável argumentou, uma reforma da sua estrutura física. Nos anos anteriores ao Exercício de2000, conforme relatado no subitem 4.3.5 da Instrução Inicial destes autos, o relacionamento entre aUniversidade e a sua Fundação de Apoio dava-se por meio de um amplo convênio que sempre eraaditado a cada demanda.

30.3.1. Nesse esquema, houve pelo menos 19 termos aditivos que, por sua vez, eventualmente,também sofriam aditamentos como foi o caso do 19° Termo Aditivo - celebrado em 26.12.96 – e nosaditamentos deste último, até o terceiro, datado de 29.11.99. Os referidos Termos Aditivos, tambémabrangiam diversos subprojetos sendo que no caso do mencionado 19º Termo Aditivo houve trêssubprojetos, entre os quais o Subprojeto “Construção do Centro de Ensino de Graduação” quecontemplou além da construção do CEGOE a aquisição do mobiliário para o mesmo, objeto da citadaTP 01/99 cujo julgamento somente ocorreu no Exercício em exame, daí gerando a Representação tratadano Processo Conexo TCU nº 014.504/2000-9 conforme tratado no subitem 18.12.7 infra.

30.4. Conforme relatado no subitem 4.3.5. da Instrução Inicial, no Exercício 2000, o

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relacionamento entre a UFRPE e a FADURPE passou a ser feito, unicamente, mediante a assinatura decontratos, e não pelo antigo e amplo convênio.

30.5. Feitas estas considerações, tem-se os seguintes aspectos:

30.5.1. As alegações da subalínea “a.20” retro já foram relativizadas nos subitens 18.12 a 18.17retro;

30.5.2. A mudança da denominação de convênio para contrato no relacionamento entre a UFRPEe a FADURPE não alterou em nada, já que permanece – como visto precedentemente – a cobrança detaxa a título de ressarcimento de custos operacionais não obstante se tratar de Fundação de “Apoio”,sendo, conforme analisado no subitem 28.1.2. retro, uma maneira expedita de burlar a determinaçãodeste Tribunal de a Autarquia descontinuar a prática de pagar taxas de administração para a suaFundação.

30.5.3. Se a reputação ética da FADURPE não pode ser contestada, o mesmo não ocorre com areputação profissional para a condução de um programa de reestruturação física cuja essência se referea obras e serviços de Engenharia.

30.5.3.1. Com efeito, criada no âmbito da UFRPE não se questiona sua aptidão em relação àsdenominadas ciências agrárias, porém, descontadas as obras relativas à construção rural (poucocontemplada nos seis subprojetos que compõem o Projeto Acadêmico objeto do Contrato 05/2000), nelanão se vê aptidão para as áreas de Arquitetura e serviços de construção civil urbana, embora seja o seuSecretário Executivo Engenheiro Civil.

30.5.3.2. Neste sentido, observa-se que o Responsável não enviou relação dos profissionaisespecializados em Arquitetura e Engenharia Civil que a FADURPE vem utilizando na coordenação doProjeto de Reestruturação da UFRPE, aí incluído o Contrato 5/2000, bem como a experiência que osmesmo têm em situações análogas (currículo).

30.5.3.3. Percebe-se no entanto, conforme relatado no subitem 18.12.6 que a FADURPE contratoucom recursos do Contrato 05/2000, uma arquiteta aposentada da própria UFRPE, no caso, a multicitadaMaria Alice dos Anjos. Ora, tal contratação representa mais ônus ainda para a UFRPE que teve,também, de pagar a taxa administrativa de 5% para a FADURPE cf. subitem 18.13 retro.

30.5.3.4. Veja-se que o Responsável não caracterizou que o pessoal do quadro de Engenharia eArquitetura existente na própria UFRPE, ainda que reduzido à época a uma Engenheiro Civil e a umaArquiteta, afora auxiliares (desenhistas e estagiários) não teria condições – segundo um critério pré-estabelecido de prioridades a ser cumprido em tão longo prazo de execução do Contrato 05/2000 (queainda está em andamento) - de se incumbir da missão para a qual foi contratada a retro nominada ex--servidora (aposentada). Não se aceita como verdade absoluta a alegação do Responsável, constante dasubalínea “a.25” retro de que somente o Administrador é quem tem condições de avaliar a necessidade econveniência da contratação com as cautelas devidas quanto à reputação ético-profissional dacontratada e a fiscalização do cumprimento das obrigações pactuadas. Seria o caso de se perguntar: e oAdministrado, ou seja, no caso, o próprio pessoal de Engenharia e Arquitetura da UFRPE que inclusiveelaborou os seis subprojetos básicos do Contrato 05/2000 ?

30.5.3.5. Nota-se que se o Responsável, de modo unilateral, transfere atribuições inerentes aoquadro de pessoal próprio da UFRPE para a FADURPE, conforme ocorreu no caso do Contrato05/2000 e compromete o Princípio da Economicidade e o Princípio Constitucional da Eficiência que seimpõe mesmo para o caso do Artigo 24, XIII, da Lei 8.666/93, considerando que foi alçado à Lei Maiorpela Emenda Constitucional nº 19/98, posterior à edição da Lei 8.666/93 e da Lei 8.958/94 que criou asFundações de Apoio das Universidades Públicas Federais. Ademais, o Parágrafo Único do Artigo 26 daLei 8.666/93 exige a justificativa do preço a ser pago nos casos de dispensa de licitação.

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30.5.3.6. Observa-se ainda que ao transferir os recursos financeiros para depósito na conta que aFADURPE abriu especificamente para a execução do Contrato 05/2000, estes sofreram a incidência daContribuição Provisória sobre Movimentação Financeira – CPMF, conforme consta na relação depagamentos feitas pela FADURPE trazida a estes autos pelo Responsável, conforme analisado nosubitem 18.12.5. retro.

30.5.3.7. Nestas condições, se por um lado a lei, conforme consta na subalínea “a.23" retro, aoautorizar a contratação direta das instituições brasileiras sem fins lucrativos incumbidas regimental ouestatutariamente da pesquisa, ensino ou do desenvolvimento institucional, não excepciona nemestabelece qualquer condição no sentido de que as atividades a serem contratadas não sejamrotineiramente desenvolvidas pela instituição pública contratante por outro lado é a própria Lei Maiorque exige do Administrador, a observação do Princípio da Eficiência, o que acabou não se verificandono caso da contratação da FADURPE para execução do objeto do Contrato 05/2000.

Segunda Questão:a.2. Mantença da realização pela FADURPE da Tomada de Preços 01/99, certame concluído em

meados de 2000, no âmbito do 19º Termo Aditivo ao Convênio então existente entre a UFRPE e aFADURPE, sem existência de nexo entre o objeto licitado (aquisição de mobiliário para o CEGOE) eprojetos de pesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico,considerando que não há desenvolvimento institucional da Universidade quando dela se lhe retiraatribuições rotineiras para as quais a mesma sempre esteve qualificada conforme revela a sua longahistória de mais de 50 anos de existência, daí resultando o descumprimento do Art. 2º da Lei 8.666/93;

Argumentos apresentados:

31. O Responsável além das alegações apresentadas para a Primeira Questão da Audiência e quepermeiam outras questões que lhe foram formuladas, argumenta especificamente, em relação à SegundaQuestão, na essência:

b.1) O Termo Aditivo nº 19 ao Convênio então existente entre a UFRPE e a FADURPE tambémteve por objetivo a realização de um Projeto Acadêmico que deu início à reestruturação das instalaçõesda UFRPE, com a construção de um Centro de Graduação e a implantação de infraestruturaimprescindível ao avanço das atividades acadêmicas, em face da evolução na área científica etecnológica (terceiro parágrafo à fl. 06, Vol. 2 dos Anexos);

b.2) Supõe o Responsável que aquele Projeto Acadêmico, por se referir a Exercícios cujas contas jáforam julgadas por este Tribunal, já foi alvo de apreciação por este Tribunal que não apontou qualquerressalva mesmo tendo, a exemplo do Contrato 05/2000 precedentemente analisado, abrangido obras deconstrução civil, aquisição de equipamentos, construção e instalação de laboratórios, salas de aulas,auditórios, salas de vídeo e outros espaços físicos, hoje em pleno funcionamento, estando apenaspendente, por força de representação infundada, incidente relativo à Tomada de Preços nº 01/99,realizada pela FADURPE para a aquisição de mobiliário para os auditórios do Centro de Graduação(terceiro parágrafo à fl. 06, Vol. 2 dos Anexos); e

b.3) Há de se indagar se existiriam no mercado condições de competição para se licitar a execuçãode Projetos Acadêmicos que visam o desenvolvimento institucional da Universidade, como são os casosdos objetos em apreço?

ANÁLISE

32.1. O Responsável demonstra acima que os denominados Projetos Acadêmicos se sucedem naUFRPE, desde aquele que contemplou a construção do Centro de Graduação CEGOE, sem no entantoter informado a este Tribunal nos Relatórios de Gestão enviados anualmente nos autos do Processo de

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Prestação de Contas Anuais a existência de um Plano Reestruturador da UFRPE que reflita oplanejamento das ações de desenvolvimento do seu espaço físico;

32.1.1. Nestas condições, entende-se que este Tribunal deva solicitar que a UFRPE envie, naspróximas contas anuais, o Plano de Reestruturação ou a relação das obras constantes do PlanoPlurianual da União que ainda estejam em andamento ou a serem iniciadas;

32.2. O fato de a construção do CEGOE - ocorrida no âmbito do Convênio existente entre aUFRPE e a FADURPE - não ter sido contestada à época por este Tribunal não implica que a Tomada dePreços 01/99 (numeração da FADURPE) para aquisição de material permanente (carteiras escolares,mesas, armários e poltronas de auditório para o CEGOE), cuja realização adentrou no Exercício 2000,não possa ser contestada por este Tribunal, o qual inclusive pode rever no prazo de 5 anos os atos degestão (e entre estes a própria construção do CEGOE feita com a intermediação da FADURPE) por elejá julgados;

32.2.1. Ressalte-se ainda que este Tribunal somente tomou conhecimento das irregularidadeshavidas na Tomada de Preços FADURPE 01/99 graças a Representação formulada por licitante que seconsiderou prejudicado na realização da mesma, já que a mesma não constou da amostra examinadapelo Controle Interno nem no Exercício de 1999 e tampouco no Exercício de 2000.

32.3. A respeito da indagação de o Responsável não visualizar no mercado outras entidadescapazes de competir com a FADURPE na condução de Projetos Acadêmicos que visam odesenvolvimento institucional como alega serem os casos dos objetos em apreço, tem-se que:

32.3.1. No caso, ora em pauta, da realização da TP 0/97 para aquisição de material permanente,entende-se que o Responsável não elide a irregularidade de ter retirado tal atribuição da ComissãoPermanente de Licitação-CPL da própria UFRPE para a FADURPE, o que acabou dando margem aodirecionamento do objeto daquela licitação pela arquiteta contratada pela FADURPE, Maria Alice dosAnjos;

32.3.2. No caso retro analisado do Contrato 05/2000, tem-se que, uma vez concluídos os seissubprojetos de reformas de diversas instalações prediais e físicas dos campi da UFRPE, não caberiatransferir praticamente todos os recursos financeiros, contrariando dispositivos constitucionais e legais,o que fez ao longo dos primeiros nove meses do Exercício 2001, para a FADURPE realizar despesas,como ocorre – para quantias módicas – no regime de adiantamento (suprimento de fundos), durante oExercício 2002 em andamento; e

32.3.3. Ressalta-se que, nestas condições, nem mesmo a FADURPE foi capaz de executar os seissubprojetos, já que ela se limitou a realizar as licitações, a fazer alguns pagamentos cf. Relação dePagamentos da FADURPE enviada pelo Responsável e a fiscalizar os contratos decorrentes daquelaslicitações, possivelmente, contando com o pessoal de Engenharia e Arquitetura da própria UFRPE,considerando que o Responsável designou, como Executor do Contrato 05/2000, o titular da Pró-Reitoriade Planejamento da UFRPE, Área onde está inserta a Coordenação de Engenharia e Arquitetura daUFRPE. Ou seja, na essência, tudo foi subcontratado.

Terceira Questão:

a.3. Atestação irreal, no dia 30.12.2000, dada nas Notas Fiscais nºs. 3558 e 3559 (FADURPE) comvalores de R$ 475.000,00 e R$ 25.000,00, de prestação de serviços que compunham o objeto do Contrato05/2000 (referente a obras e/ou serviços de engenharia) cuja vigência somente se iniciaria trinta (30)dias depois, ou seja, em 30.01.2001, sendo que a assinatura daquele ajuste se deu na véspera daatestação, isto é, no dia 29.12.2000, caracterizando o descumprimento do Art. 63 da Lei 4.320/64;

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Argumentos apresentados:

33. O Responsável alega na essência:

c.1) Os projetos de pesquisa, ensino, extensão e de desenvolvimento institucional são elaboradoscom bastante antecedência, contudo, na maioria das vezes, os recursos a eles destinados somente sãoliberados nos últimos dias do Exercício Financeiro. Esta é a razão pela qual o Administrador tem ocuidado de celebrar os contratos ainda dentro do Exercício Financeiro, afastando qualquer risco dedevolução dos recursos;

c.2) Nestas condições, o contrato assinado antes do final do Exercício Financeiro com aFADURPE contém cláusula expressa acerca da transferência dos recursos, bem como cronograma dedesembolso;

c.3) A assinatura do contrato antes do final do Exercício Financeiro com a FADURPE não seconfigura em pagamento antecipado já que aqui não se trata de contra-prestação pecuniária;

c.4 ) Neste caso o que ocorre é a disponibilização (sic) dos recursos para possibilitar o início daexecução do Projeto Acadêmico;

c.5) Para efetivar tal transferência de recursos, a UFRPE além do contrato (no caso o contrato05/2000) exige a apresentação da Nota Fiscal que é documento hábil para comprovação do recebimentodos recursos;

c.6) A mencionada Nota Fiscal é então atestada por ser exigência da Contabilidade;

c.7) Tal atestação, contudo, deve ser analisada em conjunto com os termos do contrato (Contrato05/2000) a que faz referência expressa, donde se conclui que aquele ato tem por finalidade, apenas,comprovar que a transferência dos recursos foi autorizada pelo Executor do Contrato (Contrato05/2000);

c.8) Evidencia-se assim que, ao liberar a primeira parcela dos recursos, o que ocorreu emconformidade com o cronograma de desembolso, a UFRPE não estava liquidando despesa, mascumprindo uma obrigação contratual;

c.9) Assim, não se trata, pois, da hipótese de pagamento antecipado, vedado pelo mencionado Art.63 da Lei 4.320/64;

c.10) A mesma justificativa retro aplica-se aos Contratos 06; 07; e 08/2000;

c.11) No caso do Contrato 05/2000, a documentação ora acostada (doc. 7) demonstra que ofinanceiro foi recebido em 13 de novembro;

c.12) O Contrato 05/2000 foi assinado em 29.12.2000, tendo levado alguns (47) dias para a suaelaboração;

c.13) No dia seguinte, ou seja, 30.12.2000, foi emitido o empenho; e

c.14) O início da execução do Projeto Acadêmico, objeto do Contrato 05/2000, somente foi possívelapós a liberação para a FADURPE da primeira parcela do cronograma de desembolso retrocitado.

ANÁLISE

34.1. O Responsável ao tentar demonstrar que não houve descumprimento do Artigo 63 da Lei

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4.320/64 incide na falta de amparo legal para transferir os recursos da forma como vem fazendo. Comefeito, o adiantamento de recursos feitos pela UFRPE para a FADURPE não encontra amparo legalconforme visto precedentemente nem no Regime de Adiantamento e tampouco na legislação relativa acontratos e convênios que exigem a existência de um plano de aplicação e um cronograma físico deexecução de modo que cada parcela de recursos transferidos somente ocorra com a prestação de contasda parcela anteriormente repassada o que, definitivamente, não ocorreu no Contrato 05/2000 conformevisto precedentemente;

34.1.1 Não há, pois, a diferença de que fala o Responsável, tratada na subalinea “c.8” retro dandoconta de que ao liberar a primeira parcela dos recursos, que, segundo ele, ocorreu em conformidade como cronograma de desembolso, a UFRPE não estava liquidando despesa, mas cumprindo uma obrigaçãocontratual. Ora, trata-se da mesma coisa!

34.2. Relembra-se, em contraposição, à alegação constante na subalínea “c.11” retro, que 70%dos recursos financeiros advindos da Abertura do crédito Extraordinário, já tinham sido recebidos em10.10.2000 (item 8 retro) causando espécie de que ao findar o Exercício seguinte de 2001, a FADURPEsomente tivesse utilizado valor inferior a R$ 500.000,00, ou seja, cerca de 28% do total de 97,14% doCrédito Extraordinário que lhe foi transferido pela UFRPE no âmbito do Contrato 05/2000;

34.3. Assim, também não se pode aceitar que a lavratura – na data de 30.01.2001 - do Contrato05/2000, sem licitação, tenha levado 78 dias após a data em que foram recebidos os 30% restantes dosrecursos financeiros na data de 13.11.2000;

34.3.1. Conclui-se, pois, que o argumento de terem sido os recursos recebidos tardiamente não écabível, restando caracterizado que o Responsável não diligenciou no sentido de o CréditoExtraordinário ser reaberto para o Exercício de 2001, conforme analisado precedentemente;

34.4. Salienta-se ainda que ao deixar de providenciar a reabertura do Crédito Extraordinário, oresponsável incorreu na prática das seguintes irregularidades:

34.4.1. Transacionou com a FADURPE a emissão de Nota Fiscal de Serviços com data de30.12.2000 cujo fato gerador somente ocorreria trinta dias depois (o início da vigência do Contrato05/2000 deu-se em 30.01.2001, cf. alínea “b” do subitem 4.3.32 da Instrução Inicial destes autos),valendo-se a FADURPE, indevidamente, do fato de ser isenta pelo município do Recife-PE de pagamentodo ISS que seria no caso no valor de R$ 86.115,00 (5%);

34.4.2. Providenciou a atestação nas mencionadas Notas Fiscais de serviços que ainda não tinhamsido prestados, para efetivar os lançamentos no SIAFI analisados no subitem 13.2 retro; e

34.4.3. Descumpriu o item 5 do Acórdão 479/1994 - Primeira Câmara deste Tribunal, conformedescrito no subitem 38.6 retro, considerando que certamente ele não cometeria as retrocitadasirregularidades se não estivesse na outra ponta da negociação a FADURPE;

34.5. Evidencia-se a necessidade deste Tribunal coibir de forma eficaz a prática da realização dedespesas com semelhante esquema de liquidação de despesa. Com efeito, trata-se de precedente quepoderá, em tese, levar toda a clientela deste Tribunal a adotar tal procedimento como modo de seesquivar de obedecer as normas de execução orçamentária e financeira do País, mormente osdispositivos que cuidam do encerramento dos Exercícios, bastando-se para isto contratar uma firma (oque pode ser feito aparentemente com os ares de legalidade mediante licitação);

34.6. A adoção de semelhantes esquemas de liquidação, possibilita ainda que a execução dasdespesas seja feito absolutamente fora do SIAFI impedindo a realização quer de auditorias via SIAFIquer de consultas para fundamentação das instruções das contas anuais dos órgãos e entidades que

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recorrerem à prática ora contestada, prejudicando sobremaneira o controle dos gastos públicos;

34.7. A realização das despesas feitas sob o esquema aqui analisado, não permite que as licitaçõese contratações feitas pela FADURPE constem dos modernos instrumentos implantados pelaAdministração Pública nos últimos anos, a exemplo do Sistema SIASG/SICAF e da sua versão na Interneto site www.comprasnet.com.br que favorece amplamente a divulgação dos certames licitatórios bemcomo garante a legalidade da contratação sob os aspectos previdenciário, trabalhista e fiscal;

34.8. A não utilização dos modernos sistemas de compras do Governo Federal, em que incorreu oResponsável, já no Exercício de 2001, provocada pela contratação (Contrato 05/2000) da FADURPEpara realizar as licitações e contratações pertinentes a execução do “Projeto Acadêmico para aMelhoria da Qualidade das Atividades Acadêmicas de Ensino, Pesquisa e Extensão”, descumpre o Artigo48 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000.

34.9. A propósito, na Relação de Pagamentos feitos - já no Exercício de 2001 - pela FADURPE, noâmbito do Contrato 05/2000, constam firmas que sequer estão registradas no SICAF o que não deixa deser uma temeridade ou preocupação a mais; e

34.10. A assertiva do Responsável de que na realização das despesas a FADURPE obedece asnormas do Direito Público devem ser encaradas com bastante reserva. Afinal se as contas anuais daUFDRPE têm sido julgadas nos últimos anos pela regularidade com ressalvas, este fato não credenciaque a criatura FADURPE seja mais feliz do que o seu criador UFRPE com o agravante de que as falhasque foram ressalvas, agora, somente sejam perceptíveis quando, por coincidência, forem ControleInterno ou quando, eventualmente, este Tribunal realizar auditoria na UFRPE.

Quarta Questão:

a.4. Existência de cláusula no mencionado Contrato 05/2000 prevendo o pagamento de R$500.000,00 (equivalente a 29% do seu valor total) por ocasião da sua assinatura, fato que por si sócontraria o Art. 65, II, "c" da Lei 8.666/93 além do possível descumprimento da Lei nº 4.320/64 (Art. 63)já que restaram indícios de ocorrência de pagamento antecipado para a FADURPE das obras deengenharia pertinentes ao Contrato 05/2000 considerando que o mesmo se deu em 08.02.2001 (OrdensBancárias 2001OB000579 e 2001OB000580) nove (9) dias apenas do início da vigência daquele ajuste(30.01.2001). Tais irregularidades, também ocorreram, segundo o Controle Interno, mutatis mutandiscom os Contratos 06/2000, 07/2000, e 08/2000;

Argumentos apresentados:

Na essência, as seguintes argumentações são apresentadas pelo Responsável:

d.1) As obras de Engenharia pertinentes ao Contrato 05/2000, assim como as demais atividades,não foram pagas antecipadamente. Os pagamentos foram realizados mediante medição, conformecomprova o quadro anexo (doc. 10), com a assinatura do Executor do Contrato 05/2000, Prof. AntônioAndré Cunha Callado, Pró-Reitor de Planejamento;

d.2) A prestação de contas apresentada pela FADURPE demonstra que os recursos começaram aser utilizados a partir de 04.06.2001;

d.3) Até então estavam sendo elaborados os projetos e as licitações correspondentes;

d.4) a primeira das referidas licitações ocorreu em março de 2001, conforme doc. 12;

d.5) A construtora vencedora naquela licitação começou a receber os pagamentos relativos às

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obras licitadas a partir de fevereiro deste ano (2002), cf. doc’s 13 a 23;

ANÁLISE

36. O Responsável não elide o descumprimento do Artigo 65, II, “c” da Lei 8.666/93, o qual,textualmente, dispõe:

“Art. 65. Os contratos regidos por esta lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nosseguintes casos:

.........................................omissis............................................II - por acordo das partes:.........................................omissis............................................

c ) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstânciassupervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação aocronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ouexecução de obra ou serviço”.

36.1. Com efeito, a prestação de contas apresentada pela FADURPE demonstra que os recursoscomeçaram a ser utilizados a partir de 04.06.2001, ou seja, cerca de 120 dias depois da transferênciapara a FADURPE da parcela inicial de R$ 500.000,00. Ato contínuo, a UFRPE transferiu novasparcelas dos recursos financeiros do Contrato 05/2000 conforme relatado no item 14 retro sem quehouvesse correlação entre as referidas transferências e a realização de etapas de um cronograma físicoque sequer o Responsável enviou como anexo das razões de justificativas ora analisadas.

36.2. Cabe no entanto, frisar que as irregularidades pertinentes ao fluxo de transferências dosrecursos financeiros em desacordo com execução das obras e prestação dos serviços de Engenharia nãopodem ser computadas no Exercício em exame, já que se tratam de fatos ocorridos no Exercício de 2001e que devem ser considerados no exame das contas anuais correspondentes.

Quinta Questão:

a.5. Assinatura do Contrato 07/2000, pelo qual foi contratada a FADURPE, no dia 13.12.2000sendo o empenho emitido em 28.12.2000, ou seja, quinze (15) dias depois, fato que pode representardescumprimento do Art. 55, V da Lei 8.666/93.

Argumentos apresentados:

O Responsável alega:

e.1) A data de 13.12.2000, preenchida no ato de assinatura do Contrato 07/2000 deve ter sidoaposta equivocadamente em vez da data de 31.12.2000, conforme se depreende da seqüência dosdespachos anteriores que se encontram autuados no Processo Administrativo correspondente cujascópias constituem o doc. 3 que envia em anexo.

ANÁLISE

38. Destacam-se os seguintes aspectos:

38.1. O Contrato 07/2000, firmado pela UFRPE com a FADURPE com dispensa de licitação,fundada no inciso XIII do Artigo 24 da Lei 8.666/93, conforme relatado no subitem 4.3.3 da InstruçãoInicial destes autos, tratou de tema ligado à área fim da URFPE, ou seja, o “Estudo da Adubação

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Mineral na Palma Forrageira (Opuntia e Nopalea). Da mesma forma que ocorreu no Contrato 05/2000até agora analisado, no Contrato 07/2000 e nos Contratos 06/2000 e 08/2000, a UFRPE procedeu aliquidação antecipada da despesa com a inscrição na conta “Fornecedores do Exercício”, embora aAudiência formulada ao Responsável tenha se concentrado, no tocante a esta irregularidade, tão-somente no tocante ao Contrato 05/2000.

38.2. A Quinta Questão da Audiência versou sobre a irregularidade de o empenho ter sido feitobem posterior a assinatura do contrato. Esta irregularidade detectada de modo mais notório no Contrato07/2000, onde se verificou que o empenho somente foi feito 28 dias depois, também ocorreu nosContratos 05/2000; 06/2000; e 08/2000, embora com menor intervalo de tempo.

38.3 Ora, tendo em vista que tal fato ocorreu também nos outros contratos, conforme tambémdetectado pelo Controle Interno, não se pode aceitar as razões de justificativas de que houve equívoco nadata a ponto de o signatário ter esquecido de estar no último dia do ano de 2000 – horas antes doreveillon – e colocar a data do dia 13.12.2000.

38.4. Ademais, as próprias argumentações do Responsável, dando conta de que toda a seqüênciados despachos anteriores, que se encontram autuados no Processo Administrativo correspondente,estavam, do ponto de vista cronológico, corretamente seqüenciada, antes de representar uma defesa ouelisão de irregularidade, demonstram mais uma vez que o relacionamento entre a UFRPE e a FADURPEvem ocorrendo em absoluto descumprimento e revelia ao arcabouço constitucional e legal referentes àexecução orçamentária e financeira.

38.5. A assinatura do termo contratual antes do empenho da despesa, tendo este ocorrido nomesmo dia em que a UFRPE atestou a prestação de serviços e liquidou a despesa com a inscrição daFADURPE na conta “Fornecedores do Exercício”, além de representarem descumprimento aomencionado arcabouço legal, configura tratamento diferenciado para a FADURPE.

38.6. Nestas condições, ressalta-se ainda que a Entidade já havia sido alertada por este Tribunalconforme item 5 do Acórdão 479/1994 - Primeira Câmara, relativo ao julgamento das Contas Anuais de1990, textualmente (SEM GRIFOS):

“ 5. alertar à UFRPE para o fato de que este Tribunal já recomendou às Universidades Públicasque observem, em eventuais relacionamentos administrativos com as Fundações de Apoio constituídasno seu âmbito, idêntico tratamento dispensado às pessoas jurídicas de direito privado que não integrama Administração Pública, especialmente no que concerne às exigências para participação em processoslicitatórios realizados em consonância com a legislação pertinente e que qualquer ofensa aos princípiosConstitucionais e legais da Isonomia, Moralidade e Probidade Administrativa sujeita os responsáveis àspenas da lei. Publicação Sessão 22/11/1994 Dou 02/12/1994 - Página 18428”.

PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

Ante todo o exposto, propõem-se os seguintes encaminhamentos:

- Sejam as presentes contas julgadas irregulares, nos termos dos arts. l.º, inciso I; 16, inciso III,alínea "b" c/c o § 1 º do mesmo artigo e 19, parágrafo único, da Lei 8.443/92, considerando asocorrências relatadas e aplicada ao Reitor da UFRPE, Emídio Cantídio de Oliveira Filho, a multaprevista no art. 58, I, da Lei n.º 8.443/92, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar danotificação, para comprovar, perante este Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres doTesouro Nacional, com base no art. 23, III, alínea “a” da citada Lei c/c o art. 165, III, alínea “a” doRegimento Interno/TCU;

- Seja determinado, desde logo, o desconto integral ou parcelado da dívida no vencimento doresponsável, observados os limites previstos no art. 46 da Lei 8.112/96, se não houver o recolhimento no

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prazo estipulado acima, nos termos do inciso I, art. 28 da Lei 8.443/92;

- Seja autorizado, desde logo, a cobrança judicial da dívida, nos termos do art. 28, inciso II, da Leinº 8.443/92, caso não seja atendida as notificações retrocitadas;

- Sejam as contas dos demais responsáveis arrolados às fls. 03/16, Vol. Principal, julgadasregulares com ressalva, dando-lhes quitação, com fundamento nos arts. l.º, inciso I; 16, inciso II; 18 e23, II da Lei 8.443/92;

- Sejam feitas à Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, as seguintesdeterminações:

a.1) abstenha-se de repassar recursos à FADURPE ou outra entidade congênere, realizandoliquidação antecipada, contrariando o Artigo 63 da Lei 4.320/64;

a.2) abstenha-se de contratar a FADURPE ou entidade congênere, com base no Art. 24, XIII da Lein° 8.666/93, para executar atividades de cunho meramente administrativo, compreendendo a realizaçãode licitações, firmas de contratos, compra de bens e pagamentos de diárias e adote as providênciasnecessárias para que a execução de tais atividades seja feito pelo seu próprio pessoal, por meio damanutenção e aperfeiçoamento da sua estrutura organizacional;

a.3) evite, tendo em vista o Princípio da Unicidade de Tesouraria, ao contratar a FADURPE ouentidade congênere, com base em dispensa de licitação, transferir recursos financeiros da Autarquia,destinados à compras e ao pagamento de serviços prestados por outras pessoas jurídicas e pessoasfísicas, ressalvados os casos de convênios nos quais a transferência de recursos ocorra nos estritostermos previstos na legislação específica;

a.4) abstenha-se de emitir Nota de Empenho, ao final de cada Exercício Financeiro, para atenderdespesas com contratos de apoio, cujos serviços somente serão prestados no Exercício seguinte, firmadoscom a FADURPE ou entidade congênere que violam o Princípio Constitucional da AnualidadeOrçamentária e à lei de um modo geral;

a.5) faça constar, nos Processos de Despesas correspondentes aos contratos firmados com aFADURPE por meio de dispensa de licitação, os elementos previsto no Parágrafo Único do Artigo 26 daLei 8.666/93;

a.6) Evite a realização de despesas em desacordo com os objetivos dos Programas de Trabalhoconstantes da Lei Orçamentária Anual e, quando for o caso, em desacordo com o Crédito Extraordinárioaberto ou reaberto no Orçamento Geral da União - OGU para atender despesas imprevisíveis eurgentes;

a.7) Adote as providências necessárias para que seja observada a correta classificação contábildas despesas no Sistema SIAFI em cumprimento ao Artigo 131 do Decreto 93.872/86;

a.8) Adote, se ainda não o fez, as providências necessárias para a implantação e manutenção doInventário de Bens Móveis, bem como adote, no que couber, providências similares em relação aos benssemoventes, conforme estabelece para ambas as situações a IN/SEDAP nº 205/88;

a.9) Adote as providências necessárias para que sejam efetivamente cobradas as taxas de ocupaçãodos imóveis da UFRPE habitados por servidores;

a.10) Atualize, se ainda não o fez, o registro dos bens imóveis da UFRPE nos cartórioscompetentes e na Secretaria do Patrimônio da União em cumprimento aos artigos 94 e 96 da Lei4.320/64;

a.11) Abstenha-se de realizar despesas desnecessárias decorrentes da existência de veículosautomotores inservíveis, adotando as providências previstas no Decreto 99.658/90 e IN/MARE 9/94;

a.12) Providencie a devolução ao erário do pagamento de multas de trânsito cometidas porservidores conforme legislação em vigor;

a.13) Adote, se ainda não o fez, as providências necessárias para a elaboração dos Mapas deControle Anual de Veículos conforme dispõe a IN/MARE 9/94; e

a.14) Envie, nas próximas contas anuais, o Plano de Reestruturação ou a relação das obrasconstantes do Plano Plurianual da União que ainda estejam em andamento ou a serem iniciadas nosExercícios 2003 e 2004;

- Seja determinado à Secretaria Federal de Controle Interno que informe sobre a renúncia dereceita própria verificada na UFRPE – e a data ou época a partir da qual isto passou a ocorrer - no

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tocante à ocupação de imóveis da Autarquia por servidores, compreendendo taxas de ocupação edespesas de água, energia elétrica e outras incidentes sobre residências e sobre o imóvel ocupado pelaFADURPE;

- Seja remetida, ao Ministério da Educação e à Secretaria de Ensino Superior, cópia do Acórdãoque vier a ser proferido, acompanhado do Relatório e do Voto que lhe subsidiaram; e

- Seja remetida, à Secretaria Federal de Controle Interno, cópia do Acórdão que vier a serproferido, acompanhado do Relatório e do Voto que lhe subsidiaram e da presente instrução, para queseja acompanhado o cumprimento das determinações efetuadas à entidade e auditadas, com maiorênfase, as áreas onde foram identificadas as falhas que levaram ao julgamento pela irregularidade.

O Sr. Diretor, ao concordar com a instrução, faz uma síntese de todo o processo, e redige despachocujos termos foram prontamente acolhidos pela Titular da Unidade Técnica, os quais sintetizam toda asituação do processo, que transcrevo a seguir:

"(...)02. Inicialmente deve ser ressaltado que o Tribunal, por meio do Acórdão n.º 395/2002 - Plenário

(Sessão de 30/10/2002), decidiu apensar aos presentes autos o TC n.º 014.504/2000-9, que tratava derepresentação formulada por licitante, apresentando irregularidades ocorridas na Tomada de Preços n.º01/99, promovida pela Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional, Fundação de Apoioda Universidade Federal Rural de Pernambuco - Fadurpe. Naquele oportunidade, o Tribunal, também,rejeitou as razões de justificativas apresentadas pelo Executor do Convênio Ufrpe-Fadurpe, Sr. GabrielRivas de Melo, pelo Secretário Executivo da Fadurpe, Sr. Antônio Faustino Cavalcanti AlbuquerqueNeto, e pela Sr.ª Maria Alice dos Anjos, aplicando ao primeiro multa no valor de R$ 10.000,00 (dez milreais) e aos dois últimos multa, individualmente, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

03. É de se ressaltar, também, que o Analista responsável pelo exame das audiências promovidasno TC n.º 014.504/2000-9 foi o mesmo que promoveu a análise das presentes contas, tendo aqueleAnalista, quando da análise dos presentes autos, realizado o exame em conjunto e confronto com o TCn.º 014.504./2000-9. O Sr. Analista destacou que dois dos responsáveis apenados (Sr. Antônio Faustino eSr. Maria Alice) naquele processo não constam no Rol dos Responsáveis da Universidade. Quanto ao Sr.Gabriel Rivas, apesar do mesmo constar da Relação de Responsáveis às fls. 3/16, o Analista propôs aregularidade com ressalva de sua gestão, posicionamento que acolhemos, posto que o Sr. Gabriel Rivasconsta como responsável pela Universidade, apenas, no período de 01.01.00 a 31.01.00, ocupando ocargo de Pró-Reitor de Administração, e que os fatos praticados na qualidade de executor do ConvênioUfrpe-Fadurpe não guardam relação com a sua responsabilidade na qualidade de Pró-Reitor, além dasirregularidades cometidas na Tomada de Preços n.º 01/99, que tiveram a participação do mesmo, nãoterem ocorridos durante aquele período de gestão (01.01 a 31.01.00).

04. Informe-se, ainda, que, considerando a necessidade de promover a devida notificação dosresponsáveis sancionados por meio de multa no TC n.º 014.504/2000-9, esta Secex providenciou ajuntada de cópias daquelas autos às presentes contas, para possibilitar o exame em conjunto emconfronto por aqueles que se pronunciarão no decorrer da cadeia instrutória, permanecendo o processooriginal nesta Secretaria, para a efetivação das notificações.

05. Quanto ao mérito das presentes contas, as razões de justificativas apresentadas pelo ReitorEmídio Cantídio de Oliveira Filho não foram acatadas pelo Sr. Analista, que propôs (Instrução às fls.211/247) a irregularidade das contas do Reitor, com aplicação de multa ao mesmo, além da realizaçãode determinações à Universidade. As irregularidades que restaram configuradas foram as seguintes: (a)contratação da Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional - Fadurpe sem licitação,para execução de objeto (realização de licitação, acompanhamento e fiscalização de obras deengenharia) que não apresentar qualquer nexo com projetos de pesquisa, ensino e extensão e dedesenvolvimento institucional, científico e tecnológico, que permitissem a fundamentação da dispensacom base no art. 24, XIII, da Lei n.º 8.666/93. É de se destacar que, durante a análise destairregularidade, identificou-se que os recursos que suportaram o contrato foram decorrentes de créditosextraordinários, destinados à Ufrpe para recuperação de danos provocados por fortes chuvas ocorridasno exercício de 2000, e que vêm sendo gastos até o presente momento, falha esta que está sendo

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verificada por esta Secretaria em Auditoria em curso na Universidade, e que trará impactos às contas daentidade dos exercício de 2001 e 2002; (b) "mantença da realização pela Fadurpe da Tomada de Preçosn.º 01/99, certame concluído em meados de 2000, sem existência de nexo entre o objeto licitado(aquisição de mobiliário para o CEGOE) e projetos de pesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimentoinstitucional, científico e tecnológico, considerando que não há desenvolvimento institucional daUniversidade quando dela se lhe retira atribuições rotineiras para as quais a mesma sempre estevequalificada". Cabe relembrar que a TP n.º 01/99 foi marcada de irregularidade, que ensejaram aaplicação de multa aos Srs. Gabriel Rivas e Antônio Faustino e à Sr. Maria Alice, conforme já relatadoanteriormente; (c) "atestação irreal, no dia 30.12.2000, das Notas Fiscais n.ºs 3558 e 3559,respectivamente, nos valores de R$ 475.000,00 e R$ 25.000,00, relativas a serviços do Contrato n.º05/2000, cuja vigência só teve início em 30.01.2001"; (d) "existência de cláusula no Contrato n.º 05/2000que previa o pagamento de R$ 500.000,00 já no momento da assinatura", cláusula que foi prontamentecumprida pela Universidade, caracterizando pagamento antecipado à Fadurpe.

06. Ante o exposto, considerando a necessidade dos autos do TC n.º 014.504/2000-9 permaneceremnesta Secretaria, para que se promova a notificação dos responsáveis sancionados por meio do Acórdãon.º 395/2002 - Plenário; considerando que cópia do TC n.º 104.504/2000-9 foi apensada às presentescontas e que esta secretaria realizou o exame das contas em conjunto e confronto com as irregularidadespresentes naquele processo; considerando que a Instrução às fls. 211/247 demonstra que as justificativastrazidas pelo Reitor não são suficientes para afastar as irregularidades apontadas em relação aorelacionamento da Ufrpe com sua Fundação de Apoio e que as falhas apontadas não são falhas isoladas,constituindo um conjunto de irregularidades que comprometem a gestão em exame, somos pelo envio dosautos ao Ministério Público, para os fins previstos no art. 118, inciso III, do Regimento Interno TCU, e,em seguida, ao Gabinete do Ministro-Relator Valmir Campelo, acompanhando a proposta deirregularidade das contas do Reitor e de aplicação de multa ao mesmo, bem como as demais propostaspresentes na "Proposta de Encaminhamento" às fls. 245/247 (subitens 40.1/40.6) da Instrução do Sr.Analista.

O Ministério Público, representado nos autos pela eminente Procuradora Dra. Cristina Machado daCosta e Silva, manifesta-se de acordo com a proposta da unidade técnica.

É o Relatório.

VOTO

Consoante se observa do relatório precedente, foram apontadas várias impropriedades nas contas daUniversidade Federal Rural de Pernambuco relativas ao exercício de 2000, sendo que parte dessasirregularidades revestem-se de caráter meramente formal, passíveis de medidas corretivas, a exemplo daausência de controle de almoxarifado, a falta de registro dos bens imóveis da UFRPE nos cartórios eSecretaria de Patrimônio da União, a classificação incorreta das despesas da entidade junto ao SIAFI e afalta de inventário físico dos bens patrimoniais da instituição, falhas essas que dificultam, não raramente,o exercício do controle.

Outras falhas, porém, podem ser consideradas de natureza grave. Aliás, a ocorrência de falhas dessanatureza tem sido o motivo principal deste Tribunal julgar irregulares as contas dos gestores comaplicação de multa. Entre elas menciono aquelas relacionadas ao descumprimento sistemático dedispositivos legais previstos no estatuto das licitações, Lei 8.666/93, que regulamentam o procedimentolicitatório no âmbito da administração pública federal, estadual e municipal, em suas diversasmodalidades.

A esse propósito, destaco como principal irregularidade destas contas a delegação de competência,pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, à Fundação Apolônio Salles de DesenvolvimentoEducacional – FADURPE, para exercer atribuições específicas da Universidade não vinculadas a projetosespecíficos dentro da finalidade de dar apoio a projetos de pesquisa, ensino, extensão e desenvolvimentoinstitucional às universidades, espírito para o qual foram criadas as fundações de apoio, por força da Leinº 8.958/94.

O que se observa na prestação de contas da UFRPE é que a fundação de apoio assumiu em toda sua

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plenitude a maior parte das atribuições antes conferidas àquela instituição de ensino superior, uma vezque a entidade celebrou diversos contratos, com dispensa de licitação, sob o pretexto de que as atividadescontratadas tinham caráter eminentemente de desenvolvimento institucional.

Nesse sentido foram celebrados com a FADURPE os contratos nºs 05/2000, sem licitação, para arealização de obras de engenharia no campus da UFRPE, ficando incubida a fundação de fiscalizar eacompanhar as obras; a celebração de termo aditivo à Tomada de Preço nº 01/99, com a finalidade deadquirir mobiliários para o Centro de Graduação (CEGOE); e, por fim, a celebração do contrato nº07/2000, também com dispensa de licitação, para que a fundação realizasse "Estudo de AdubaçãoMineral" na Palma Forrageira, sendo irrelevante o fato de essas contratações terem envolvido aconstrução de edificações e aquisição de mobiliário em geral e outras relacionadas à contratação deservidores para prestação de serviços, antes afeto à universidade. Sobre o assunto de que se cuida,oportuno se faz ressaltar que ao administrador público só é permitido fazer o que a lei expressamenteautoriza.

Com efeito e a propósito do afirmado no parágrafo anterior, necessário se faz que transcrevamos osartigos 1º e o inciso I do artigo 3º da Lei nº 8.958/94, que disciplinam as relações entre as instituiçõesfederais de ensino e as respectivas fundações de apoio:

"Art. 1º - As instituições federais de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica poderãocontratar, nos termos do inciso XIII do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e por prazodeterminado, instituições criadas com a finalidade de dar apoio a projeto de pesquisa, ensino e extensãoe de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico de interesse das instituições federaiscontratantes.

Art. 3º - Na execução de convênios, contratos, acordos e/ou ajustes que envolvam a aplicação derecursos públicos, as fundações contratas na forma desta Lei serão obrigadas a:

I- observar a legislação federal que institui normas para licitações e contratos da administraçãopública, referentes à contratação de obras, compras e serviços;"

O mandamento constitucional estabelece, como regra geral, a realização de licitação, em nome dosprincípios da isonomia (art. 37, inciso XXI), legalidade e moralidade (art.37, caput). Conclui-se, pois, queo permissivo do art. 24, inciso XIII deve ser entendido como excepcionalidade, aplicável apenas quandorestar comprovado o nexo causal entre a natureza da instituição e o objeto contratual, vale dizer deve sereferir ao ensino, extensão, pesquisa ou desenvolvimento institucional.

Consoante registrado pela instrução, oportuno se faz ressaltar que a entidade já havia sido alertadapor este Tribunal quando do julgamento das contas de 1990 (Acórdão nº 479/1994-1ª Câmara, Sessão de22.11.1994, DOU de 02.12.1994). Naquela oportunidade, o Tribunal determinou in verbis :

"8 5. alertar à UFRPE para o fato de que este Tribunal já recomendou às Universidades Públicasque observem, em eventuais relacionamentos administrativos com as Fundações de Apoio constituídasno seu âmbito, idêntico tratamento dispensado às pessoas jurídicas de direito privado que não integrama Administração Pública, especialmente no que concerne às exigências para participação em processoslicitatórios realizados em consonância com a legislação pertinente e que qualquer ofensa aos princípiosConstitucionais e legais da Isonomia, Moralidade e Probidade Administrativa sujeita os responsáveis àspenas da lei".

Sobre a determinação supra, oportuno se faz registrar que o Tribunal Pleno, por meio da Decisão nº655-TCU-Plenário (Ata nº 21/2002, Sessão de 19.06.2002, DOU de 08.07.2002), reiterou sua posiçãoacima ao ter presente o processo TC- 017.029/2001-2 – Relatório Consolidado de Auditoria sobre aatuação das Fundações de Apoio no âmbito das Universidades Federais.

No caso presente, em que pese o descumprimento pelo responsável não haver redundado emprejuízo aos cofres da universidade, entendo aplicável a multa prevista no art. 58, § 1º, da Lei nº 8.443/92.

Com essas considerações, e acolhendo os pareceres, Voto por que o Tribunal adote o Acórdão queora submeto à elevada consideração desta 1ª Câmara.

T.C.U., Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Sousa, em 20 de maio de 2003.

Humberto Guimarães SoutoMinistro-Relator

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ACÓRDÃO Nº 1.021/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-009.204/2001-0 com 02 volumes2. Grupo I; Classe de Assunto: II – Prestação de Contas do exercício de 20003. Responsáveis: Emídio Cantídio de Oliveira Filho – CPF nº 084.446.094-04, Tânia Maria Muniz

de Arruda Falcão – CPF 091.593.554-68, Walmar Correa de Andrade – CPF nº 114.328.454-20 Lucianode Azevedo Soares Neto – CPF nº 198.196.254-91, Maria Lúcia Alves Valois – CPF nº 052.531.104-10,Rita Maria Santiago de Souza – CPF nº 355.639.744-72, Edenilde Maria Soares Maciel – CPF nº174.598.854-87, George Browne Rego – CPF nº 003.103.284-20, Ricardo Jorge Gueiros Cavalcante –CPF nº 008.873.742-04, Reginaldo Barros – CPF º 097.751.535-49, Arlene Bezerra Rodrigues dos Santos– CPF nº 145.492.554-04, Margareth Mayer de Castro Souza – CPF n º 425.368.714-87, Sérgio RicardoCavalcante Matos – CPF nº 732.800.114-34 e Mirian Nogueira Teixeira – CPF nº 955.093.997-91.

4. Entidade: Universidade Federal Rural de Pernambuco5. Relator: Ministro Humberto Guimarães Souto6. Representante do Ministério Público: Dra. Cristina Machado da Costa e Silva7. Unidade Técnica: SECEX/PE8. Advogado constituído nos autos: não consta

9. Acórdão:Vistos, relatados e discutidos estes autos de prestação de contas da Universidade Federal Rural de

Pernambuco, relativa ao exercício de 2000.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira

Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:9.1. julgar irregulares as contas do Sr. Emídio Cantídio de Oliveira Filho, nos termos dos arts. l.º,

inciso I; 16, inciso III, alínea "b" c/c o § 1º do mesmo artigo e 19, parágrafo único, da Lei 8.443/92 eaplicar-lhe a multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) com base no art. 58, inciso I e 23, inciso III, alínea “a”da citada Lei c/c o art. 268, inciso I, do Regimento Interno/TCU; fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias,a contar da notificação, (art.214, inciso III, alínea "a" do Regimento), para comprovar, perante esteTribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional;

9.2. determinar o desconto da dívida nos vencimentos do responsável, observados os limitesprevistos no art. 46 da Lei 8.112/90;

9.3 . autorizar, desde logo, a cobrança judicial da dívida, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº8.443/92, caso não seja atendida a notificação e não se efetive a medida proposta no item 9.2 acima;

9.4. com fundamento nos arts. l.º, inciso I; 16, inciso II; 18 e 23, II da Lei 8.443/92, julgar regularescom ressalva, dando-lhes quitação, as contas dos demais responsáveis assinalados no item 3 supra;

9.5 determinar à Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, a adoção das seguintesprovidências:

9.5.1 abstenha-se de repassar recursos à FADURPE ou outra entidade congênere, realizandoliquidação antecipada, contrariando o artigo 63 da Lei 4.320/64;

9.5.2 abstenha-se de contratar a FADURPE ou entidade congênere, com base no art. 24, XIII, daLei n° 8.666/93, para executar atividades de cunho meramente administrativo, compreendendo arealização de licitações, firmas de contratos, compra de bens e pagamentos de diárias e adote as medidasnecessárias para que a execução de tais atividades seja feito pelo seu próprio pessoal, por meio damanutenção e aperfeiçoamento da sua estrutura organizacional;

9.5.3 evite, tendo em vista o Princípio da Unicidade de Tesouraria, ao contratar a FADURPE ouentidade congênere, com base em dispensa de licitação, transferir recursos financeiros da Autarquia,destinados a compras e ao pagamento de serviços prestados por outras pessoas jurídicas e pessoas físicas,ressalvados os casos de convênios nos quais a transferência de recursos ocorra nos estritos termosprevistos na legislação específica;

9.5.4 abstenha-se de emitir Nota de Empenho, ao final de cada exercício financeiro, para atenderdespesas com contratos de apoio, cujos serviços somente serão prestados no Exercício seguinte, firmadoscom a FADURPE ou entidade congênere que violam o Princípio Constitucional da Anualidade

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Orçamentária e à lei de um modo geral;9.5.5 faça constar, nos processos de despesas correspondentes aos contratos firmados com a

FADURPE por meio de dispensa de licitação, os elementos previsto no parágrafo único do artigo 26 daLei 8.666/93;

9.5.6 evite a realização de despesas em desacordo com os objetivos dos programas de trabalhoconstantes da Lei Orçamentária Anual e, quando for o caso, em desacordo com o Crédito Extraordinárioaberto ou reaberto no Orçamento Geral da União - OGU para atender despesas imprevisíveis e urgentes;

9.5.7 adote as medidas necessárias para que seja observada a correta classificação contábil dasdespesas no Sistema SIAFI em cumprimento ao artigo 131 do Decreto 93.872/86;

9.5.8 adote, se ainda não o fez, as medidas necessárias para a implantação e manutenção doInventário de Bens Móveis, bem como em relação aos bens semoventes, conforme estabelece para ambasas situações a IN/SEDAP nº 205/88;

9.5.9 adote medidas para que sejam efetivamente cobradas as taxas de ocupação dos imóveis daUFRPE habitados por servidores;

9.5.10 atualize, se ainda não o fez, o registro dos bens imóveis da UFRPE nos cartórios competentese na Secretaria do Patrimônio da União em cumprimento aos artigos 94 e 96 da Lei 4.320/64;

9.5.11 abstenha-se de realizar despesas desnecessárias decorrentes da existência de veículosautomotores inservíveis, adotando as providências previstas no Decreto 99.658/90 e IN/MARE 9/94;

9.5.12 proceda a devolução ao erário do pagamento de multas de trânsito cometidas por servidoresconforme legislação em vigor;

9.5.13 proceda, se ainda não o fez, medidas efetivas para a elaboração dos Mapas de ControleAnual de Veículos conforme dispõe a IN/MARE 9/94; e

9.5.14 envie, nas próximas contas anuais, o Plano de Reestruturação ou a relação das obrasconstantes do Plano Plurianual da União que ainda estejam em andamento ou a serem iniciadas nosExercícios 2003 e 2004;

9.6 determinar à Secretaria Federal de Controle Interno que informe sobre a renúncia de receitaprópria verificada na UFRPE, e a data ou época a partir da qual isto passou a ocorrer, no tocante àocupação de imóveis da Autarquia por servidores, compreendendo taxas de ocupação e despesas de água,energia elétrica e outras incidentes sobre residências e sobre o imóvel ocupado pela FADURPE;

9.7 encaminhar ao Ministério da Educação e à Secretaria de Ensino Superior, cópia do presenteAcórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o fundamentam; e

9.8 encaminhar à Secretaria Federal de Controle Interno cópia do presente Acórdão, acompanhadodo Relatório e do Voto que o fundamentam para que proceda o acompanhamento das determinaçõesefetuadas à entidade, fazendo constar nas próximas contas a serem auditadas as providências adotadas eos resultados obtidos.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

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GRUPO II – CLASSE II – 1ª CâmaraTC-011.265/2002-0 c/2 volumesNatureza: Tomada de Contas EspecialEntidade: Prefeitura Municipal de Pedras de Fogo (PB)Responsáveis: Luiz Francisco de Vasconcelos – CPF nº 110.332.154-49 e Manoel Alves da Silva

Júnior – CPF nº 409.026.504-59, ex-prefeitos

Sumário: Tomada de contas especial. Omissão no dever de prestar contas de recursos recebidos porforça de convênio celebrado com o extinto INAMPS. Regular citação dos ex-prefeitos. Alegações dedefesa insuficientes para elidir a irregularidade. Contas irregulares. Condenação ao débito. Autorizaçãopara cobrança judicial.

RELATÓRIO

Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada, em nome da Prefeitura Municipal dePedras de Fogo/PB, em decorrência de omissão no dever de prestar contas dos recursos recebidos poraquela municipalidade, no período de 29/09/1992 a 18/07/1994, por força do Convênio nº 302/91 (fls.2/9, volume principal), instrumento celebrado, em 11/06/1992, com o extinto Instituto Nacional deAssistência Médica da Previdência Social – INAMPS, tendo como objeto a implementação damunicipalização das ações de saúde no município.

Por intermédio do Relatório de Auditoria nº 85/95, de 29/12/1995 (fls. 13/18, vp), equipe daDivisão de Auditoria do Escritório de Representação do Ministério da Saúde na Paraíba, ao constatar nãohaver sido prestada conta alguma relativa ao citado convênio nº 302/91, concluiu pela impugnação dosvalores repassados ao município por força do referido ajuste (fls. 17, vp), propondo, dentre outrasmedidas, o encaminhamento de cópia daquela peça ao Prefeito Municipal de Pedras de Fogo,concedendo-lhe prazo para apresentação de defesa ou recolhimento dos valores recebidos (fls. 18, vp).

Expediente de notificação nesse sentido, datado de 10/01/1997 (fls. 75, vp), foi endereçado ao entãoPrefeito Municipal de Pedras de Fogo/PB, Sr. Manoel Alves da Silva Júnior. Por intermédio do Ofício GPnº 160/97, de 01/08/1997 (fls. 78, vp), no entanto, referido responsável, embora reconhecendo haverem osprimeiros repasses atinentes ao ajuste em tela ocorrido no último trimestre (29/9, 5/11 e 21/11/1992) deseu primeiro mandato à frente da chefia daquele executivo municipal (1989 a 1992), argumenta que aobrigatoriedade de prestação de contas do convênio nº 302/91 seria do titular daquela pasta no mandato1993/1996, Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos, tendo em conta a “prática usual e prestação de contastrimestrais pelos municípios”. No mesmo sentido, por meio do Ofício GP nº 076/2001, de 26/03/2001(fls. 86, vp), o Sr. Manoel Alves reafirma seu entendimento de que, havendo os recursos do convênio emtela sido liberados a partir de 29/09/1992 e presente a disposição constante do § 2º da cláusula 6ª doajuste, quanto à periodicidade semestral da prestação de contas, tal responsabilidade caberia ao Sr. LuizFrancisco de Vasconcelos.

Por intermédio do ofício SSAS nº 158/00, de 25/06/2000 (fls. 90/97, vp), aliás, a Secretária deSaúde e Ação Social de Pedras de Fogo/PB encaminhou, ao Ministério da Saúde (sucessor do concedenteoriginal), cópia da ação de cobrança ajuizada pelo município contra o Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos,a fim de que este fosse condenado a recolher, ao Erário Municipal, o montante dos recursos repassados noâmbito do convênio nº 302/91.

Na TCE instaurada (vide fl. 1, vp), passou a constar como responsável apenas o Sr. Luiz Franciscode Vasconcelos (fls. 111, vp).

O Controle Interno emitiu certificado de auditoria pela irregularidade das contas (fls. 122, vp),responsabilizando o Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos pelo valor total repassado por intermédio doconvênio em comento, tendo a autoridade ministerial apresentado pronunciamento atestando havertomado conhecimento de tais conclusões (fls. 124, vp).

Já no âmbito desta Corte de Contas, o autor da instrução inicial (fls. 126/129, vp), considerando ofato de parte dos recursos do convênio nº 302/91 haverem sido transferidos à Prefeitura Municipal dePedras de Fogo ainda no exercício de 1992, na gestão do Sr. Manoel Alves da Silva Júnior, entendecaracterizada a co-responsabilidade deste, em relação a tais parcelas. Conclui, por conseguinte,

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apresentando proposta de citação nos moldes abaixo (fls. 128/129, vp), proposição essa endossada peloDiretor da área, por delegação de competência do titular da Secex/PB (fls. 130, vp):

a) responsabilidade solidária dos Srs. Manoel Alves da Silva Júnior e Luiz Francisco deVasconcelos, pelas parcelas a seguir, nas datas indicadas:

Data Valor original29/09/1992 Cr$ 4.535.529,0005/11/1992 Cr$ 5.609.990,0012/11/1992 Cr$ 6.912.664,0030/11/1992 Cr$ 8.667.131,00

b) responsabilidade individual do Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos, pelas parcelas a seguir, nasdatas indicadas:

Data Valor original22/01/1993 Cr$ 10.839.936,0016/02/1993 Cr$ 13.364.581,0019/03/1993 Cr$ 15.468.241,0012/04/1993 Cr$ 19.405.611,0028/06/1993 Cr$ 23.717.969,0014/07/1993 Cr$ 29.650.239,0003/09/1993 CR$ 47.955,0020/09/1993 CR$ 65.952,0019/10/1993 CR$ 85.982,0018/07/1994 R$ 2.213,96

Por despacho de 05/09/2002, a medida foi autorizada pelo então Relator do feito (fls. 131, vp).Devidamente citados, os responsáveis apresentaram suas alegações de defesa, que foram objeto de

análise em nova instrução da Secex/PB, que passo a transcrever:

“... 4. O responsáveis apresentaram suas alegações de defesa, através de prepostos:- Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos às fls.138 a 139 e documentos fls.140 a 141, Volume Principal;

e- Sr. Manoel Alves Junior, alegações de defesa às fls.01 a 06 e documentos às fls. 07 a 203 do

Volume 1 e às fls 1 a 16, Volume 2.

Síntese das alegações de Defesa:

5. Síntese da defesa do Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos às fls.138 a 139 e documentos fls.140 a141:

5.1. O Convênio nº 302/91 foi firmado pelo ex-Prefeito Municipal Manoel Alves da Silva Juniorque gerenciou os recursos até dezembro de 1992;

5.2. Tomou posse no cargo de Prefeito a partir de 01/01/1993;5.3. O conflito político estabelecido entre os administradores impediu o entendimento das partes

sobre as contas do município, inobstante os valores do Convênio ficaram demonstrados e aprovadospelos órgãos de fiscalização, na prestação de contas do Município de 1993;

5.4. Na Comarca de Pedras de Fogo encontra-se, em trâmite, Ação Ordinária de Cobrança sob nº057.2001.000170-9, relativa ao débito em questão, com toda a prestação de contas dos Convênios doMunicípio do período.

5.5. O responsável entendeu que é a Justiça que deve determinar a responsabilidade do gestor,devendo o presente processo ser sobrestado para evitar a dualidade dos procedimentos.

5.6. Documento anexado: certidão referente à Ação Ordinária de Cobrança sob nº057.2001.000170-9, fls.141, Volume Principal.

6. Síntese da defesa do Sr Manoel Alves Junior, ex-Prefeito Municipal às fls.01 a 06,Volume I.

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6.1. Os valores do Convênio nº 302/91 foram recebidos a partir do final de setembro de 1992 (trêsparcelas iniciais), toda documentação referente ao gastos foi entregue ao sucessor, ex-PrefeitoMunicipal, Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos.

6.2. A prestação de contas dos recursos deveria ter sido apresentada em janeiro de 1993 pelosucessor, de acordo com o Termo do Convênio;

6.3. O Prefeito sucessor não prestou contas dos recursos recebidos nem guardou a documentaçãocomprobatória, mesmo daqueles recebidos em sua administração.

6.4. Em razão dessa irregularidade e outras a administração do Prefeito Luis Francisco sofreuintervenção, sendo, atualmente, réu em diversas ações de ressarcimento.

6.5. Ausência da prestação de contas do Convênio determinou a realização de uma auditoria em1995 do Escritório de Representação do Ministério da Saúde na Paraíba que demandou a devolução dosrecursos União.

6.6. Nos arquivos da Prefeitura não foi encontrado qualquer documento referente ao citadoconvênio, que estava sob a responsabilidade do ex-Prefeito.

6.7. O Município moveu a Ação Ordinária de Cobrança nº 057.2001.000.170-9 para fins de reaverdo Sr. Luiz Francisco os valores recebidos, através do Convênio nº 302/91.

6.8. A Ação Ordinária de Cobrança nº 057.2001.000.170-9, após o pronunciamento das partes,encontra-se próxima ao seu encerramento (fls. 09 a 203 do Volume 1).

6.9. O órgão responsável pela Tomada das Contas (Fundo Nacional de Saúde) e a SecretariaFederal de Controle Interno responsabilizaram, unicamente, o Sr. Luiz Francisco Vasconcelos, pelaomissão da prestação de contas.

6.10. Finalizou o responsável, requerendo a exclusão de sua responsabilidade neste processo.6.11. Documentos anexados cópia da Ação Ordinária de Cobrança nº 057.2001.000.170- fls. 09 a

203 do Volume 1 e às fls 1 a 16, Volume 2.

Análise:7.7.1. Observo, inicialmente, que a sucinta defesa apresentada pelo Sr. Luiz Francisco de

Vasconcelos (fls.138 a 139, Volume I), restringe-se, tão-somente, a dois aspectos: atribuir aresponsabilidade ao ex-Prefeito Municipal Manoel Alves da Silva Junior pelo recursos recebidos atédezembro de 1992 e solicitar o sobrestamento do presente processo face ao trâmite na Justiça Estadualde Ação Ordinária de Cobrança sobre a questão.

7.2. Entretanto é entendimento pacífico nesta Corte, que Tribunal de Contas da União possuijurisdição e competência próprias estabelecidas pela Constituição Federal e sua Lei Orgânica (Lei nº8.443/92), não obstando a sua atuação o fato de tramitar no âmbito do Poder Judiciário ação penal oucivil, versando sobre o mesmo assunto, dada a independência das instâncias. O trâmite de processos noâmbito desta Corte encontra-se disciplinado no seu Regimento Interno, e somente na ausência de normaslegais e regimentais específicas, aplicam-se analógica e subsidiariamente, no que couber, a juízo doTribunal de Contas da União, as disposições do Código de Processo Civil, consoante Enunciado nº 103da Súmula da Jurisprudência deste Tribuna, frente a competência atribuída a esta Corte pelo art.71,inciso II, da Lei Maior (Acórdão 127/2002 - Primeira Câmara).

7.3. Razão pela qual, é descabida a solicitação do responsável de sobrestamento do presenteprocesso até o deslinde do processo judicial.

7.4. Observo, também, que na cópia da Ação mencionada anexada a este processo não consta aprestação de contas do Convênio nº 302/91 (fls. 09 a 203 do Volume 1 e às fls 1 a 16, Volume 2), comoafirmou o responsável (fls.139, volume Principal).

8.8.1. A defesa apresentada pelo Sr Manoel Alves Junior, ex-Prefeito Municipal (fls.01 a 06 do

Volume 1), citado, solidariamente, com o Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos pelos recursos recebidos atédezembro de 1992, busca atribuir, de forma exclusiva, a responsabilidade ao seu sucessor pelo extravioda documentação comprobatória e pela omissão na apresentação da prestação de contas, que deveria tersido apresentada em janeiro de 1993.

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8.2. De fato, em conformidade com o disposto no Parágrafo Segundo da Cláusula Sexta doConvênio nº 302/91 (fls70), a prestação de contas deveria ter sido apresentada semestralmente, isto é, nocaso dos recursos recebidos no 2º semestre de 1992, no 1º semestre de 1993, razão pela qual, caberia aoseu sucessor a respectiva prestação de contas, em face aos princípios da impessoalidade daadministração pública e da continuidade administrativa.

8.3. Inobstante a argumentação anterior, o ex-Prefeito Luiz Francisco de Vasconcelos, período de1993 a 1996, não poderia ser responsabilizado, de forma exclusiva, sobre os recursos recebidos eaplicados em 1992, pois, à época, não estava ao alcance da jurisdição desta Corte, como está definido noart. 71, II, da Constituição Federal e art. 1º, I, Lei nº 8.443/92, “ 1- julgar as contas de administradores edemais responsavéis.....” (Acórdão 136/2001 – Plenário, Acórdão 458/2002 - Primeira Câmara, Acórdão670/2002 - Primeira Câmara).

8.4. Portanto, em conformidade com o Enunciado nº 230 da Súmula de Jurisprudência desta Corte,o gravame ao sucessor, por não apresentar a prestação de contas, é sua co-responsabilização, comodisposto na citação solidária, originalmente efetuada.

Enunciado nº 230 da Súmula de Jurisprudência‘Compete ao sucessor apresentar as contas referentes aos recursos federais recebidos por seu

antecessor, quando este não o tiver feito, ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legaisvisando ao resguardo do patrimônio público com a instauração da competente Tomada de ContasEspecial, sob pena de co-responsabilidade’

8.5. Observo, também, que a cópia do extrato inserido no processo (fls. 103, verso, Volume I)consta como saldo, em 31/12/1992, o débito de Cr$ 32.400,00, comprovando que o recurso recebido noano de 1992 foi utilizado neste exercício.

8.6. Por oportuno, verifico que o Sr. Manoel Alves Junior e/ou Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos,se assim entendessem, a partir das cópias de extratos bancários e cheques já disponíveis na AçãoOrdinária (cujas cópias estão ilegíveis neste processo), poderiam, possivelmente, buscar elementos deconvencimento suficientes a comprovação da correta aplicação do recursos de sua gestão.

9. O exame do procedimento de boa-fé dos responsáveis no evento, nos termos do art. 1º daDecisão Normativa nº 35/00, no que concerne ao Sr.Luiz Francisco de Vasconcelos, não há como admiti-la, pois além de omitir a prestacão de contas de seu antecessor e as suas, não zelou pela documentacãocomprobatória, como esperado. Contudo, em relacão ao Srs. Manoel Alves Junior há reais elementosparao reconhecimento de sua boa-fé, já que não lhe cabia, à princípio, a apresentação da prestacão decontas. (Acórdão 213/2002- Primeira Câmara)

10. Entretanto, considerando a imputacão de débito do tipo solidária aos responsáveis, entendo,para evitar o descompasso processual ou alegacão superveniente que possa prejudicar o deslinde desteprocesso, entendo que deva ser adotado o procedimento mais favorável para ambos. ...”.

Considerando não haverem as alegações de defesa elidido a irregularidade atinente à aplicação dosrecursos do convênio nº 302/91, mas tendo em conta o entendimento de não haver restado configurada amá-fé do Sr. Manoel Alves Júnior – circunstância que se avaliou deveria aproveitar ao outro responsávelsolidário –, concluiu a instrução pela rejeição das defesas apresentadas pelos Srs. Luiz Francisco deVasconcelos e Manoel Alves da Silva Júnior e conseqüente cientificação dos responsáveis para, em novoe improrrogável prazo de quinze dias, recolher as importâncias por que foram citados (fls. 23/24, v2).

O titular da 2ª DT ratificou as propostas de encaminhamento da instrução, acrescendo consideraçõesem reforço das conclusões que a elas conduziram, verbis (fls. 25/26, v2):

“... De acordo com a análise empreendida pelo Sr. Analista em sua instrução de fls. 19/24-v.2.2 Cumpre assinalar que se observa no presente caso a questão de fatos ocorridos em 1991 virem a

ser objeto de instauração da devida Tornada de Contas Especial apenas em 2002, onze anos depois, comevidentes prejuízos à ação do Controle e à busca da verdade material, haja vista o extenso lapso detempo decorrido, situação já repetidamente condenada por esta Corte.

3 Quanto à responsabilidade dos responsáveis pelos fatos impugnados compartilho com oentendimento esposado na instrução técnica. O Sr. Manoel Alves da Silva Júnior, ex-Prefeito de Pedras

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de Fogo/PB, no período de 1989 a 1992, foi signatário do Convênio n° 302/91 e geriu os recursosfinanceiros repassados pelo extinto lNAMPS por conta aludida avença entre 29/09/1992 e 31/12/1992(fls. 19-v.2 - Tabela B), conforme atesta o extrato da conta bancária às fls. 102-verso-v.l), sem terconseguido comprovar a regular aplicação.

4 A alegação de que o sucessor teria dado fim à documentação, desprovida de provas, em nada lheaproveita. Ademais, o Prefeito sucessor, ao dar fim à documentação referente à gestão de seu antecessor,conforme alega o Sr. Manoel Alves, só estaria atraindo para si a co-responsabilidade por recursos quenão geriu, e sobre os quais tinha apenas o dever legal de prestar contas.

5 O fato do Concedente haver arrolado isoladamente o Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos nãoimpede que esta Corte inclua o Sr. Manoel Alves dentre os responsáveis, especialmente quando severifica que administrou parte dos recursos, sem que haja comprovação da sua boa e regular gestão.

6 A defesa do Sr. Luiz Francisco, Prefeito Municipal de Pedras de Fogo/PB no período de 1993 a1996, também foi devidamente examinada e está configurada sua co-responsabilidade.

7 A Súmula n° 230 da jurisprudência desta C. Corte reza:‘Compete ao prefeito sucessor apresentar as contas referentes aos recursos federais recebidos por

seu antecessor, quando este não o tiver feito, ou, na impossibilidade de fazê-lo, adotar as medidas legaisvisando ao resguardo do patrimônio público com a instauração da competente Tomada de ContasEspecial, sob pena de co-responsabilidade.’

8 Verifica-se, em conformidade com o referido enunciado, que a pena estipulada ao sucessor pornão apresentar as contas é sua co-responsabilização, e não sua responsabilização exclusiva pelo débito.

9 O Sr. Luiz Francisco alegou em sua defesa que teria prestado contas dos recursos do convêniopor ele geridos, sem ter apresentado a mesma ao Concedente, quando notificado, e nem a este Tribunal.

10 Além disso, a defesa do ex-Prefeito Luiz Francisco afastou-se do mérito da questão argüida eprocurou, em preliminar, suscitar a prevalência do exame da matéria na esfera judicial, argumentaçãoadequadamente refutada na instrução técnica, ao invés de defender-se quanto aos fatos impugnados.

11 Destarte, acompanho a proposição do Sr. Analista ...”.

O posicionamento da instrução, devidamente acrescido das considerações tecidas pelo Sr. Diretor,foi acompanhado pelo titular da Secex/PB (fls. 26, v2).

O Ministério Público junto a esta Casa, neste ato representado por seu Subprocurador-Geral Dr.Jatir Batista da Cunha, por um lado, manifestou-se na mesma linha da unidade técnica no que tange àrejeição das alegações de defesa, nos seguintes termos (fls. 27/28, v2):

“... É certo que as alegações de defesa oferecidas não têm o condão de descaracterizar airregularidade que deu ensejo à citação, visto que a omissão no dever de prestar contas, razão de ser dainstauração da presente tomada de contas especial, não foi sanada.

Vejamos, a propósito, o inteiro teor do Enunciado Sumular n.º 230, que materializa ajurisprudência predominante desta Casa: “Compete ao prefeito sucessor apresentar as contas referentesaos recursos federais recebidos por seu antecessor, quando este não o tiver feito, ou, na impossibilidadede fazê-lo, adotar as medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público com a instauração dacompetente Tomada de Contas Especial, sob pena de co-responsabilidade”.

Consoante tese por nós sustentada nos autos do TC-675.043/95-6, a Súmula TCU n.º 230 disciplinauma situação excepcional, qual seja, a de transição entre um mandato e outro associada à não-prestaçãode contas. A regra é no sentido de que quem aplicou os recursos deles deve prestar contas. Uma dasexceções, justamente contemplada no enunciado sumular, consiste no dever de o sucessor apresentar ascontas referentes aos recursos federais recebidos por seu antecessor, acaso este não o tenha feito, e, nãosendo possível fazê-lo, adotar as medidas cabíveis tendentes à instauração da competente Tomada deContas Especial. Se nenhum desses caminhos é trilhado pelo sucessor, cabe a extensão daresponsabilidade, tornando-o solidário com o antecessor, pois o fim último visado pelo ordenamento é aboa e regular aplicação dos recursos, que somente pode ser verificada se a omissão no dever de prestarcontas não subsistir.

Ao tratar da matéria, o Convênio n.º 302/91 estabeleceu que “a prestação de contas do total dosrecursos recebidos será apresentada pela Prefeitura, semestralmente, à Coordenadoria de Cooperação

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Técnica e Controle do INAMPS no Estado, constituída do Relatório de Execução do Gestor...” (fl. 06 dov.p., Cláusula Sexta, Parágrafo Segundo).

Nestes autos, o que se constata é que o Sr. Manoel Alves da Silva Júnior geriu os recursosrecebidos em 1992, conforme se verifica nos extratos de fls. 102v e 111 do vol. 1, e não fez juntar aosautos qualquer evidência da efetiva destinação dos recursos ou da efetiva permanência da documentaçãopertinente no âmbito da Prefeitura, transferindo para seu sucessor o ônus de prestar contas.

À luz do texto constitucional, que impõe o dever de prestar contas a todo aquele que utilize,arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos (artigo 70, parágrafo único),não vemos como eximi-lo da responsabilidade pelo débito em foco.

De outra parte, o Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos, Prefeito sucessor, não adotou, no que dizrespeito aos repasses de 1992, as providências a seu cargo, nos termos do citado Enunciado n.º 230,quer apresentando as contas referentes aos recursos federais recebidos por seu antecessor, queradotando as medidas legais visando ao resguardo do patrimônio público. Cabe, portanto, imputar-lheresponsabilidade solidária pelos valores atinentes ao ano de 1992.

Com relação aos recursos transferidos nos exercícios de 1993 e 1994, deve a condenação recairsobre o Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos, efetivo gestor dos recursos e a quem cabia, de acordo com oprazo conveniado, a responsabilidade pela prestação de contas.

Destarte, em linha de concordância com a SECEX/PB, entendemos que as alegações de defesadevem ser rejeitadas..”.

O representante do MP, por outro lado, divergiu da proposta de novo prazo para recolhimento dodébito, alvitrando que, desde logo, proceda-se ao julgamento definitivo de mérito destas contas:

“... Todavia, ante a ausência de elementos que permitam reconhecer a boa-fé de qualquer dosresponsáveis, propomos ao Tribunal, com fulcro nos artigos 3º da Decisão Normativa n.º 35/2000 e 202,§ 6º, do Regimento Interno/TCU, o julgamento definitivo de mérito destas contas especiais.

Manifestamo-nos, pois, com as vênias de estilo, no sentido de esta Corte:a) julgar irregulares as presentes contas e em débito os Srs. Manoel Alves da Silva Júnior e Luiz

Francisco de Vasconcelos, com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea "a", e 19, caput,da Lei n.º 8.443/92, condenando-os, de acordo com as respectivas responsabilidades, ao pagamento dasimportâncias descritas às fls. 23-24 do vol. 2 (alíneas “a” e “b” do item 11.3), atualizadasmonetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados a partir das datas especificadas até a efetivaquitação do débito, fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da ciência, para que comprovem,perante o Tribunal, o recolhimento das referidas quantias aos cofres do Fundo Nacional de Saúde(artigo 23, inciso III, alínea “a”, da citada Lei c/c o artigo 214, inciso III, alínea “a”, do RegimentoInterno/TCU), na forma da legislação em vigor;

b) autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas, com espeque no artigo 28, inciso II, daLei n.º 8.443/92, caso não atendida a notificação.”

É o relatório.

VOTO

Verifico não haver nenhum dos dois responsáveis, em relação ao Convênio nº 302/91 – celebradoentre a Prefeitura Municipal de Pedras de Fogo/PB e o extinto INAMPS –, apresentado a devida prestaçãode contas, ou documentação a ela equivalente, de modo a comprovar a boa e regular aplicação dosrecursos públicos federais repassados.

Não merece guarida o pleito do Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos, no sentido do sobrestamentodeste feito no aguardo da conclusão de ação ordinária de cobrança movida em seu desfavor. A existênciade ações tramitando junto às Justiças comum ou especializada, mesmo tendo por objeto as mesmasresponsabilidades aqui tratadas, não obsta a atuação do Tribunal de Contas da União em relação aojulgamento do presente processo, em face do princípio da independência das instâncias, consoantereiteradas manifestações desta Corte (vide, por exemplo: Acórdão nº 22/1998, Plenário, Ata nº 07/98;

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Decisão nº 278/94, 2ª Câmara, Ata nº 40/94; Decisão nº 431/2000, 2ª Câmara, Ata nº 43/2000).Com relação à atribuição de responsabilidade pelas parcelas repassadas por força do referido

convênio, considero a questão apropriadamente tratada pelos pareceres da unidade técnica e do doutoParquet, tanto no que se refere ao período de solidariedade entre os Srs. Manoel Alves da Silva Júnior eLuiz Francisco de Vasconcelos, quanto no que tange à responsabilidade individual deste último.

Por outro lado, efetivamente não vislumbro nos autos evidências da boa-fé dos responsáveis, pré-requisito para a aplicação do disposto no art. 202, § 3º, do Regimento Interno desta Casa. Entendo, porconseguinte, deva o Tribunal, desde logo, proferir julgamento de mérito destas contas.

Presente o fato de o art. 16, III, “a”, da Lei nº 8.443/92 estabelecer a inobservância daobrigatoriedade de prestar contas como motivo para que esta Corte de Contas julgue irregulares as contasdo responsável, considero não restar a este Tribunal outra alternativa que não a de proferir decisum nessesentido.

Dessa forma, com as devidas vênias, divergindo parcialmente da proposta de encaminhamento daunidade técnica ao acolher a modificação sugerida no parecer do Ministério Público junto a esta Casa, omeu voto é no sentido de que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à deliberação desta 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTORelator

ACÓRDÃO Nº 1.022/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC 011.265/2002-0 c/2 volumes2. Grupo II – Classe de assunto: II – Tomada de Contas Especial3. Responsáveis: Luiz Francisco de Vasconcelos (CPF nº 110.332.154-49) e Manoel Alves da Silva

Júnior (CPF nº 409.026.504-59), ex-prefeitos4. Entidade: Prefeitura Municipal de Pedras de Fogo (PB)5. Relator: Ministro Humberto Guimarães Souto6. Representante do Ministério Público: Doutor Jatir Batista da Cunha, Subprocurador-Geral7. Unidade técnica: Secex/PB8. Advogados constituídos nos autos: Emilson de Lucena Formiga (OAB/PB nº 4.917-A), Valéria

Barros Ribeiro da Costa (OAB/PE nº 16.543) e Lítio Tadeu Costa Rodrigues dos Santos (OAB/PE nº18.075)

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada, em nome da

Prefeitura Municipal de Pedras de Fogo/PB, em decorrência de omissão no dever de prestar contas dosrecursos recebidos por aquela municipalidade, no período de 29/09/1992 a 18/07/1994, por força doConvênio nº 302/91, instrumento celebrado, em 11/06/1992, com o extinto Instituto Nacional deAssistência Médica da Previdência Social – INAMPS, tendo como objeto a implementação damunicipalização das ações de saúde no município;

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara,diante das razões expostas pelo Relator, em:

9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, 19, caput, e 23, inciso III, daLei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts. 1º, inciso I, 209, inciso I, 210 e 214, inciso III doRegimento Interno, julgar irregulares as presentes contas e em débito os Srs. Manoel Alves da SilvaJúnior e Luiz Francisco de Vasconcelos, ex-Prefeitos Municipais de Pedras de Fogo/PB, respectivamentenos períodos de 1989 a 1992 e de 1993 a 1996, pelas quantias indicadas a seguir, fixando-lhes o prazo de15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 23, inciso III, alínea“a”, da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 214, inciso III, alínea “a” do Regimento Interno), o recolhimento dasdívidas aos cofres do Fundo Nacional de Saúde, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros demora calculados a partir das respectivas datas até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação

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em vigor;9.1.1. responsabilidade solidária dos Srs. Manoel Alves da Silva Júnior e Luiz Francisco de

Vasconcelos:Data Valor original29/09/1992 Cr$ 4.535.529,0005/11/1992 Cr$ 5.609.990,0012/11/1992 Cr$ 6.912.664,0030/11/1992 Cr$ 8.667.131,00

9.1.2. responsabilidade individual do Sr. Luiz Francisco de Vasconcelos:Data Valor original22/01/1993 Cr$ 10.839.936,0016/02/1993 Cr$ 13.364.581,0019/03/1993 Cr$ 15.468.241,0012/04/1993 Cr$ 19.405.611,0028/06/1993 Cr$ 23.717.969,0014/07/1993 Cr$ 29.650.239,0003/09/1993 CR$ 47.955,0020/09/1993 CR$ 65.952,0019/10/1993 CR$ 85.982,0018/07/1994 R$ 2.213,96

9.2. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, a cobrança judicialdas dívidas, caso não atendidas as notificações.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 1ª CÂMARA

TC-279.010/1995-8 (com 1 volume)

NATUREZA: Tomada de Contas EspecialUNIDADE: Prefeitura de Salvador/BARESPONSÁVEL: Fernando José Guimarães Rocha, ex-Prefeito (falecido)

SUMÁRIO: Tomada de Contas Especial. Prefeitura de Salvador/BA. Inadimplemento do objeto deconvênio firmado com o FNDE verificada por meio de inspeção no local. Morte do responsável antes dacitação. Sentença homologatória da partilha dos bens transitada em julgado. Citação dos sucessores.

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Alegações de defesa insuficientes. Ausência de boa-fé. Irregularidade das contas. Fixação de prazo aossucessores para comprovarem o ressarcimento do erário até o limite do patrimônio transferido. Envio decópia dos autos ao Ministério Público Federal.

Trata-se de Tomada de Contas Especial instaurada contra Fernando José Guimarães Rocha, ex-Prefeito de Salvador/BA, em virtude da não-aprovação da prestação de contas dos recursos públicosfederais recebidos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação – FNDE, mediante o Convênio446/91 (fls. 39/44), na importância de Cr$ 125.000.000,00, em 25.10.91, objetivando a construção deunidade escolar no bairro de San Martin.

O responsável faleceu em 28.8.98, antes da citação pelo Tribunal.Promovidas diligências junto à 4ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Salvador/BA, aquele

juízo informou do trânsito em julgado da sentença homologatória da partilha amigável de bens (fl. 65), noprocesso de inventário no qual fora nomeada inventariante a viúva, Nagede Rios Rocha, beneficiária dameação, e constou como sucessores apenas os filhos, herdeiros necessários, Fernando José GuimarãesRocha Júnior e Maria da Conceição Rios Rocha.

Citados os sucessores (fls. 254/5), por intermédio da mãe, a quem outorgaram procuração específicapara receber citação (fls. 250/1), apresentaram alegações de defesa conjuntas (fls. 258/62), cuja análise,efetuada pela Secex/BA (fls. 265/8), transcrevo parcialmente a seguir:

“09. Conforme atestado pelo FNDE (fl. 130 – Volume Principal), o motivo da instauração dapresente TCE foi o não cumprimento do objeto conveniado, embora tenha sido apresentada prestação decontas pelo responsável.

10. A princípio, a defesa argumenta que a demora no repasse de recursos por parte do FNDE,aliada ‘... à elevada inflação ocorrida no período...’, teria sido o motivo pelo qual não foram suficientesos recursos repassados, considerando que ‘...o custo total das obras, sem a inclusão do custo comterraplenagem e urbanização, ... ..., já atingia a elevada quantia de Cr$ 446.392.450,00.’. Aduz a defesaque, ainda assim, ‘o Município de Salvador adquiriu toda parte de argamassa (pré-moldados) e partesubstancial das peças metálicas e dos materiais de instalação (elétrica, hidráulica, ferragens etc.), osquais foram depositados no estabelecimento da DESAL – Companhia de Desenvolvimento de Salvador,empresa municipal sucessora de RENURB – Companhia de Renovação Urbana de Salvador, que eraresponsável pela obra.’.

11. Resumindo, alega a defesa que a unidade escolar estava praticamente pronta e, para a suamontagem, ‘faltava apenas o aporte de mais recursos’.

12. Entretanto, embora tenha o responsável apresentado prestação de contas de dois pagamentossupostamente efetuados à RENURB (fl. 56 – Volume Principal), as constatações dos técnicos do FNDEsão contundentes e demonstram, inequivocamente, que sequer foram encontrados os materiaissupostamente adquiridos ou pré-fabricados.

13. No item 7 do Relatório de Inspeção n.° 17/93 (fl. 61) restou evidenciado que o objeto doconvênio n.° 446/91 não foi cumprido, ou seja, que a unidade escolar não foi construída. No item 5 domesmo relatório, é afirmado que a contrapartida não foi aplicada. No item 8.1.1 do multicitado relatório,é registrado, ‘in verbis’:

‘a) o objetivo não foi alcançado, pois no local onde deveria ser construída a escola só existe oterreno sem serviço de infraestrutura. A construção da escola não foi iniciada e o terreno apresentaaspecto de abandono (vide foto às fls. 18), e já se forma uma favela ao lado, apresentando risco de serinvadido;

b) a prefeitura efetuou o pagamento total da obra à Companhia de Renovação Urbana de Salvador– RENURB, empresa municipal, e atestou que os serviços foram prestados. No entanto, a verdade dosfatos aponta a situação descrita na alínea ‘a’ acima.’

14. No item 1, alínea ‘a’, da INFORMAÇÃO N.° 053/93/AUDITORIA-FNDE (fl. 69), após examesde alegações do responsável, são ratificadas as irregularidades anteriormente registradas, em relação àinexecução da unidade escolar de San Martin. Na fl. 70 da citada informação, é afirmado que as fotos doterreno demonstram a inexistência da unidade escolar e que ela não foi construída, e ‘que nenhumdocumento foi apresentado que indicasse a guarda e/ou depósito de materiais destinados a construção e

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ampliação’ da referida escola.15. Diante das constatações supra, não podem ser aceitas as argumentações da defesa. Mais além,

a defesa não menciona o que foi feito das peças supostamente adquiridas, alegando apenas que teriamsido depositadas no estabelecimento da DESAL. Se os recursos não eram suficientes para o cumprimentodo objeto conveniado, cumpria restituí-los ao FNDE ou complementá-los a fim de atingir o objetivopactuado, uma vez que a contrapartida exigida refletia apenas a participação mínima do município.

16. As irregularidades constatadas não são de caráter meramente formal, como alega a defesa,mas, ao contrário, apontam a não aplicação de recursos federais repassados ao município no objetopactuado, não tendo havido qualquer devolução à União. Há previsão legal para a imputação de débitoaos herdeiros do responsável, a exemplo da Lei n.° 8.443/92, dos arts. 4° e 30 da Lei n.° 6.830 (Lei deExecução Fiscal), do art. 134 do Código Tributário Nacional e do inciso II do art. 568 do CPC, além daprevisão constitucional da obrigatoriedade de comprovação da regular aplicação dos recursos, aocontrário do que alega a defesa. Trata-se de responsabilidade objetiva do gestor, que independe daverificação de culpa ou dolo. Não se trata de ‘penalidade’, como alega a defesa, a pretensão deressarcimento ao FNDE.

17. Por fim, cumpre lembrar que, em resposta a ofício deste Tribunal, a MM. Juíza da Quarta Varade Família da Comarca de Salvador enviou ofício e documentos anexos (fls. 228 a 246 - volume I), quedemonstram já ter ocorrido partilha dos bens do espólio do responsável, devidamente homologada porsentença datada de 28/07/99 (fl. 242 - volume I). Ainda que a Sra. Nadege Rios Rocha figure naqualidade de cônjuge meeira, entendemos que a sua meação não é totalmente inatingível, pelas razõesapresentadas no item 7 desta instrução, e, por outro lado, tendo ela apresentado defesa, deve sercientificada das decisões deste Tribunal.”

Conclusivamente, a unidade técnica propõe que o Tribunal julgue irregulares as contas doresponsável, com fulcro no art. 16, inciso III, alínea “b”, da Lei 8.443/92, condenando os sucessores aoressarcimento do erário, observado o limite do patrimônio que lhes foi transferido.

O Ministério Público manifestou-se de acordo (fl. 270).

É o relatório.

V O T O

Os argumentos trazidos aos autos pelos sucessores do ex-Prefeito de Salvador/BA Fernando JoséGuimarães Rocha não demonstram a correta aplicação dos recursos financeiros transferidos ao município,no Convênio 446/91, celebrado com o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação - FNDE,consistente na construção de uma unidade escolar no bairro de San Martin.

Diversamente das alegações de defesa apresentadas, o órgão repassador dos recursos atesta, combase em inspeção realizada no local, que as obras sequer foram iniciadas e o terreno no qual seriaconstruída a unidade escolar encontrava-se em estado de completo abandono (fl. 62).

Tampouco foi comprovada a aquisição e a guarda de materiais destinados à execução do objetopactuado (fl. 70).

Destarte, em consonância com o art. 202, § 6º, do Regimento Interno, não configurada a boa-fé,julgo as contas irregulares, dissentindo dos pareceres da Secex/BA e do Ministério Público apenas quantoà fundamentação legal, que deve ser o art. 16, inciso III, alínea “c”, da Lei 8.443/92.

A obrigação de reparar o dano ao erário estende-se aos sucessores do responsável, até o limite dovalor do patrimônio transferido, com arrimo no art. 5º, inciso XLV, da Constituição Federal e no art. 5º,inciso VIII, da Lei 8.443/92.

Portanto, transitada em julgado a sentença homologatória da partilha de bens, constam comosucessores apenas os filhos do responsável, Fernando José Guimarães Rocha Júnior e Maria da ConceiçãoRios Rocha.

Quanto à responsabilização da viúva, aventada pela unidade técnica, cumpre esclarecer que a mortedo responsável ocorreu na vigência do antigo Código Civil Brasileiro, a Lei 3.071, de 1916, em cujo teoro cônjuge sobrevivente não concorria com os descendentes nem com os ascendentes na ordem de

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sucessão hereditária (art. 1.603).Salvo comprovada a participação do cônjuge supérstite nas irregularidades que resultaram o dano

ao erário, não há que se lhe estender a obrigação de reparação, visto serem excluídos da comunhão debens, seja universal ou parcial, as obrigações provenientes de atos ilícitos, nos termos dos arts. 263, incisoVI, e 270, inciso II, do Código Civil revogado, o que, não obstante, foi mantido no novo Código Civil,vigente desde 1º.1.03, relativamente ao regime de comunhão parcial, com a só ressalva para a hipótese dereversão em proveito do casal, o que demanda produção de prova nesse sentido (art. 1.659, inciso IV).

Nos termos no art. 16, § 3º, da Lei 8.443/92, remeto cópia dos autos ao Ministério Público daUnião, para as medidas de sua competência.

Por fim, considero conveniente dar ciência da deliberação a ser proferida por esta Corte à CâmaraMunicipal de Salvador/BA.

Ante o exposto, VOTO por que o Tribunal de Contas da União aprove o ACÓRDÃO que orasubmeto à apreciação da Primeira Câmara.

Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

Walton Alencar RodriguesMinistro-Relator

ACÓRDÃO Nº 1.023/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo TC-279.010/1995-8 (com 1 volume)2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial.3. Responsável: Fernando José Guimarães Rocha, ex-Prefeito (falecido) – CPF 020.902.365-15.4. Unidade: Prefeitura de Salvador/BA.5. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues.6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin.7. Unidade técnica: Secex/BA.8. Advogado constituído nos autos: Almir Britto (OAB/BA 5.051).

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial, de responsabilidade de

Fernando José Guimarães Rocha, ex-Prefeito de Salvador/BA, instaurada em virtude da não-aprovação daprestação de contas dos recursos públicos federais recebidos do Fundo Nacional do Desenvolvimento daEducação - FNDE, mediante o Convênio 446/91 (fls. 39/44), na importância de Cr$ 125.000.000,00, em25.10.91, objetivando a construção de uma unidade escolar no bairro de San Martin,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,ante as razões expostas pelo Relator e com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “c”,19, caput, e 23, inciso III, da Lei 8.443/92, em:

9.1. julgar irregulares as contas de Fernando José Guimarães Rocha e condenar em débito seussucessores, Fernando José Guimarães Rocha Júnior (CPF 515.561.205-59) e Maria da Conceição RiosRocha (CPF 716.318.015-20), fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar das notificações, para quecomprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento aoFundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE da importância de Cr$ 125.000.000,00 (centoe vinte e cinco milhões de cruzeiros), com os acréscimos legais calculados a partir de 25.10.91 até a datado efetivo recolhimento, observado o limite do patrimônio por eles recebido a título de herança deixadapelo responsável;

9.2. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/92, a cobrança judicial dadívida, caso não atendidas as notificações;

9.3. enviar cópia dos autos ao Ministério Público Federal, nos termos do art. 16, §3º, da Lei8.443/92; e

9.4. dar ciência à Câmara Municipal de Salvador/BA, enviando-lhe cópia deste Acórdão, bem comodo Relatório e Voto que o fundamentam.

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10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues (Relator) e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

WALTON ALENCAR RODRIGUESMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 1ª CÂMARA

TC-279.017/1995-2 (com 2 anexos)

NATUREZA: Tomada de Contas EspecialUNIDADE: Prefeitura de Salvador/BARESPONSÁVEL: Fernando José Guimarães Rocha, ex-Prefeito (falecido)

SUMÁRIO: Tomada de Contas Especial. Prefeitura de Salvador/BA. Inadimplemento do objeto deconvênio firmado com o FNDE verificado por meio de inspeção no local. Morte do responsável antes dacitação. Sentença homologatória da partilha dos bens transitada em julgado. Citação dos sucessores.Alegações de defesa insuficientes para elidir a impugnação. Ausência de boa-fé. Irregularidade das contasdo responsável. Fixação de prazo aos sucessores para comprovarem o ressarcimento do erário até o limitedo patrimônio transferido. Envio de cópia dos autos ao Ministério Público Federal.

Cuidam os autos de Tomada de Contas Especial, de responsabilidade de Fernando José GuimarãesRocha, ex-Prefeito de Salvador/BA, instaurada em virtude da não-aprovação da prestação de contas dosrecursos públicos federais recebidos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação – FNDE,mediante o Convênio 845/92 (fls. 36/41, anexo 2), na importância de Cr$ 2.570.000.000,00, em 21.7.92(fl. 88), objetivando a realização de três projetos relacionados à promoção do ensino fundamental:

1) 23013001716/92-36 – Aquisição de equipamentos e materiais permanentes; Recuperação de 83unidade escolares; Ampliação (construção) de 52 salas de aula – Cr$ 2.500.000.000,00;

2) 23013001717/92-07 – Alfabetização de 2.000 jovens e adultos – Cr$ 20.000.000,00;3) 23013001718/92-61 – Aquisição de material didático para 306 classes pré-escolar; Treinamento

de 250 docentes; Impressão gráfica de 500 exemplares de nova proposta pedagógica – Cr$ 50.000.000,00.O FNDE verificou que o objeto pactuado não foi integralmente executado, sendo aprovada a

realização de despesas que montam Cr$ 2.173.499.000,00, resultando a importância de Cr$396.501.000,00 a ser restituído ao órgão repassador (fls. 259/60).

O responsável faleceu em 28.8.98, antes de sua citação pelo Tribunal.Promovidas diligências junto à 4ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Salvador/BA, aquele

juízo informou do trânsito em julgado da sentença homologatória da partilha amigável de bens (fl. 35), noprocesso de inventário no qual fora nomeada inventariante a viúva, Nagede Rios Rocha, beneficiária dameação, e constou como sucessores apenas os filhos, herdeiros necessários, Fernando José GuimarãesRocha Júnior e Maria da Conceição Rios Rocha.

Citados os sucessores (fls. 61/5), por intermédio da mãe, a quem outorgaram procuração específica

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para receber citação (fls. 57/66), apresentaram alegações de defesa conjuntas (fls. 67/74), cuja análise,efetuada pela Secex/BA (fls. 77/80), transcrevo parcialmente a seguir:

“08. O cerne da questão reside no cumprimento apenas parcial do objeto pactuado.09. A defesa insurge-se contra os valores apresentados como representativos do débito imputado

ao ex-prefeito, alegando que somente Cr$ 700.000.000,00 teriam sido repassados pelo FNDE aomunicípio, sendo Cr$ 500.000.000,00 para a ampliação das salas de aula e Cr$ 200.000.000,00 para arecuperação das unidades escolares.

10. Inicialmente, cumpre esclarecer que valor do efetivo crédito foi de Cr$ 2.570.000.000,00, em21/07/1992, na conta n.° 75.030-1 da Ag. Cidade Alta do Banco do Brasil , conforme extrato de folha 88do volume principal. Constata-se que este valor corresponde a (quadro de fl. 02 do volume principal):

- Cr$ 2.500.000.000,00 relativos a apenas um dos três projetos vinculados ao convênio n.° 845/92,ou seja, o projeto n.° 23013.001716/92-36;

- Cr$ 20.000.000,00 relativos ao projeto n.° 23013.001717/92-07 do mesmo convênio;- Cr$ 50.000.000,00 00 relativos ao projeto n.° 23013.001718/92-61 do mesmo convênio.11. No item 8.8.1.1 do Relatório de Inspeção n.° 17/93 (fl. 07) restou evidenciado que o objeto do

convênio n.° 845/92 não foi cumprido, no que diz respeito ao supramencionado projeto n.°23013.001716/92 (descrição na fl. 36 do volume I), que representou Cr$ 2.500.000.000,00, conformedemonstrado acima. No item 8.8.2.1 do mesmo relatório, restou igualmente evidenciado que nautilização dos recursos no montante de Cr$ 20.000.000,00, o objeto do convênio não foi alcançado(descrição nas fls. 36 do volume I). A descrição das atividades que deveriam ser desenvolvidas encontra-se no Plano de Trabalho (fls. 05/07 e 12/35 do Volume I).

12. No Parecer TCE n.° 188/99 (fl. 259) e no novo cálculo elaborado pelo FNDE (fl. 260 – volumePrincipal), são levadas em consideração as despesas no montante de Cr$ 2.173.499.000,00 e o efetivocrédito de Cr$ 2.570.000.000,00, apontando um ‘valor a ser restituído ao FNDE’ igual a Cr$396.501.000,00. Desta forma, já foram computadas as despesas comprovadas por meio de documentosapresentados nos autos, em razão da verificação de cumprimento parcial do objeto do convênio.

13. A defesa insurge-se também contra as assertivas de que o objeto do convênio não foraregularmente cumprido. A viúva e os herdeiros relacionam os serviços supostamente executados nasescolas dos municípios e alegam que ‘não há qualquer dúvida em relação à autenticidade e legitimidadedos documentos comprobatórios das despesas realizadas, bem assim a respeito da correlação dasdespesas com os objetivos das transferências ...’.

14. Alega ainda a defesa que o extinto Ministério da Ação Social não repassou integralmente osrecursos pactuados e que o município foi obrigado a concluir as obras e serviços com recursos próprios.

15. Ao comparar o previsto no Plano de Trabalho (fls. 05/07 e 12/35 do Volume I) com os serviçosque a defesa alega terem sido realizados, verificamos que há sensível discrepância. Mais além, ainspeção ‘in loco’ constatou a não realização de diversos serviços pactuados no convênio (fls. 06/07 e18/19 – volume Principal). Restou patente que deixaram de ser ampliadas 15 das 52 salas de aulaprevistas, e que na Escola Prof. Antônio Carvalho Guedes somente foram ampliadas 02 salas ao invés de06. Destarte, não pode ser aceita a argumentação da defesa.

16. Em resumo, não pode ser aceita a argumentação da defesa, levando em conta que foramefetivamente repassados recursos no montante de Cr$ 2.570.000.000,00, e levando em conta, ainda, queo objeto do convênio não foi totalmente cumprido e que as despesas comprovadas nos autos já foramabatidas para calcular o débito, o qual deve ser considerado o seguinte: Cr$ 396.501.000,00 em21/07/1992.

17. As irregularidades constatadas não são de caráter meramente formal, como alega a defesa,mas, ao contrário, apontam a não aplicação de recursos federais repassados ao município no objetopactuado, não tendo havido qualquer devolução à União. Há previsão legal para a imputação de débitoao gestor e conseqüente cobrança, a exemplo da Lei n.° 8.443/92, além da previsão constitucional daobrigatoriedade de comprovação da regular aplicação dos recursos, ao contrário do que alega a defesa.Trata-se de responsabilidade objetiva do gestor, que independe da verificação de culpa ou dolo.

18. Por fim, cumpre lembrar que, em resposta a ofício deste Tribunal, a MM. Juíza da Quarta Varade Família da Comarca de Salvador enviou ofício e documentos anexos (fls. 35 a 53 - volume II), que

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demonstram já ter ocorrido partilha dos bens do espólio do responsável, devidamente homologada porsentença datada de 28/07/99 (fl. 49 - volume II). Ainda que a Sra. Nadege Rios Rocha figure naqualidade de cônjuge meeira, entendemos que a sua meação não é totalmente inatingível, pelas razõesapresentadas no item 6 desta instrução, e, por outro lado, tendo ela apresentado defesa, deve sercientificada das decisões deste Tribunal.”

Conclusivamente, a unidade técnica propõe que o Tribunal julgue irregulares as contas doresponsável, com fulcro no art. 16, inciso III, alínea “b”, da Lei 8.443/92, condenando os sucessores aoressarcimento do erário, observado o limite do patrimônio que lhes foi transferido.

O Ministério Público manifestou-se de acordo (fl. 82).

É o relatório.

V O T O

As irregularidades que deram origem à instauração desta Tomada de Contas Especial dizemrespeito à execução do Projeto 23013001716/92-36, que integra o objeto do Convênio 845/92, celebradoentre a Prefeitura de Salvador/BA e o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação - FNDE, econsistem no seguinte (fls. 61 e 63):

“a) a ampliação das 52 salas de aula não foi alcançada, pois deixaram de ser ampliadas as salasreferentes às Unidade Escolares de Armando C. da Rocha, Maria Constança e Conselheiro Luís Rogério,perfazendo um total de 15 salas;

b) na Escola Prof. Antônio Carvalho Guedes, somente foram construídas 02 novas salas de aula,embora na nota fiscal nº 005 emitida pela DESAL, conste a ampliação de 06 salas;

c) houve expressiva redução de metas sem a prévia anuência da DEMEC/BA.”

Os argumentos trazidos aos autos pelos sucessores do ex-Prefeito Fernando José Guimarães Rochasão incapazes de comprovar a integral aplicação dos recursos financeiros transferidos ao município noobjeto do convênio.

Diversamente das alegações de defesa apresentadas, o órgão repassador dos recursos, com base eminspeção realizada no local, atesta a inexecução de parte do objeto pactuado (fl. 7), na forma acimadiscriminada.

Destarte, em consonância com o art. 202, § 6º, do Regimento Interno, não configurada a boa-fé,julgo as contas irregulares, dissentindo dos pareceres da Secex/BA e do Ministério Público apenas quantoà fundamentação legal, que deve ser o art. 16, inciso III, alínea “c”, da Lei 8.443/92.

A obrigação de reparar o dano ao erário estende-se aos sucessores do responsável, até o limite dovalor do patrimônio transferido, com arrimo no art. 5º, inciso XLV, da Constituição Federal e no art. 5º,inciso VIII, da Lei 8.443/92.

Portanto, transitada em julgado a sentença homologatória da partilha de bens, constam comosucessores apenas os filhos do responsável, Fernando José Guimarães Rocha Júnior e Maria da ConceiçãoRios Rocha.

Quanto à responsabilização da viúva, aventada pela unidade técnica, cumpre esclarecer que a mortedo responsável ocorreu na vigência do antigo Código Civil Brasileiro, a Lei 3.071, de 1916, em cujo teoro cônjuge sobrevivente não concorria com os descendentes nem com os ascendentes na ordem desucessão hereditária (art. 1.603).

Salvo comprovada a participação do cônjuge supérstite nas irregularidades que resultaram o danoao erário, não há que se lhe estender a obrigação de reparação, visto serem excluídos da comunhão debens, seja universal ou parcial, as obrigações provenientes de atos ilícitos, nos termos dos arts. 263, incisoVI, e 270, inciso II, do Código Civil revogado, o que, não obstante, foi mantido no novo Código Civil,vigente desde 1º.1.03, relativamente ao regime de comunhão parcial, com a só ressalva para a hipótese dereversão em proveito do casal, o que demanda produção de prova nesse sentido (art. 1.659, inciso IV).

Nos termos no art. 16, § 3º, da Lei 8.443/92, remeto cópia dos autos ao Ministério Público da União

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para as medidas de sua competência.Por fim, considero conveniente dar ciência da deliberação a ser proferida por esta Corte à Câmara

Municipal de Salvador/BA.Ante o exposto, VOTO por que o Tribunal de Contas da União aprove o ACÓRDÃO que ora

submeto à apreciação da Primeira Câmara.

Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

Walton Alencar RodriguesMinistro-Relator

ACÓRDÃO Nº 1.024/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo TC-279.017/1995-2 (com 2 anexos)2. Grupo I – Classe II – Tomada de Contas Especial.3. Responsável: Fernando José Guimarães Rocha, ex-Prefeito (falecido) – CPF 020.902.365-15.4. Unidade: Prefeitura de Salvador/BA.5. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues.6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Jatir Batista da Cunha.7. Unidade técnica: Secex/BA.8. Advogado constituído nos autos: Almir Britto (OAB/BA 5.051).

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial, de responsabilidade de

Fernando José Guimarães Rocha, ex-Prefeito de Salvador/BA, instaurada em virtude da não-aprovação daprestação de contas dos recursos públicos federais recebidos do Fundo Nacional do Desenvolvimento daEducação - FNDE, mediante o Convênio 845/92, na importância de Cr$ 2.570.000.000,00, em 21.7.92,objetivando a realização de três projetos relacionados à promoção do ensino fundamental,

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,ante as razões expostas pelo Relator e com fundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “c”,19, caput, e 23, inciso III, da Lei 8.443/92, em:

9.1. julgar irregulares as contas de Fernando José Guimarães Rocha e condenar em débito seussucessores, Fernando José Guimarães Rocha Júnior (CPF 515.561.205-59) e Maria da Conceição RiosRocha (CPF 716.318.015-20), fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar das notificações, para quecomprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento aoFundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE da importância de Cr$ 396.501.000,00(trezentos e noventa e seis milhões, quinhentos e um mil cruzeiros), com os acréscimos legais calculadosa partir de 21.7.92 até a data do efetivo recolhimento, observado o limite do patrimônio transferido aossucessores a título de herança deixada pelo responsável;

9.2. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/92, a cobrança judicial dadívida, caso não atendidas as notificações;

9.3. determinar a remessa de cópia dos autos ao Ministério Público Federal, nos termos do art. 16, §3º, da Lei 8.443/92 e

9.4. dar ciência à Câmara Municipal de Salvador/BA, enviando-lhe cópia deste Acórdão, bem comodo Relatório e Voto que o fundamentam.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues (Relator) e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

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MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

WALTON ALENCAR RODRIGUESMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 1ª CÂMARATC 015.529/2001-0Natureza: Tomada de Contas EspecialEntidade: Prefeitura Municipal de Tefé/AMResponsável: Francisco Hélio Bezerra Bessa, CPF 028.107.602-25

Sumário: Tomada de Contas Especial. Convênio celebrado entre a União, por intermédio doMinistério da Cultura, e o Município de Tefé/AM. Recursos destinados à construção de biblioteca públicamunicipal. Prestação de contas. Realização de inspeção. Obra inacabada. Alteração do Projeto Inicial.Instauração de TCE. Nova vistoria in loco. Conclusão da Obra. Audiência do Responsável.Irregularidade. Multa.

RELATÓRIO

Trata-se de Tomada de Contas Especial instaurada contra o Sr. Francisco Hélio Bezerra Bessa,Prefeito do Município de Tefé/AM, em decorrência de irregularidades detectadas na execução do objetodo Convênio nº 200/98-SPC (fls. 81/90), pelo qual a União transferiu àquela municipalidade recursos novalor de R$ 180.000,00, destinados à construção de biblioteca pública municipal.

2. O Convênio foi assinado em 02/07/1998, vigendo até 29/12/1998. Os recursos foram liberadosem duas parcelas, R$ 80.000,00 em 30/07/1998 (fls. 147) e R$ 100.000,00 em 02/09/1998 (fls. 150). OMunicípio comprometeu-se a aplicar, a título de contrapartida financeira, R$ 45.000,00 (Cláusula Quartado Convênio).

3. Vencido o prazo, o responsável não prestou contas.4. No período de 5 a 14/04/1999 foi realizada fiscalização pela Delegacia Federal de Controle no

Amazonas (fls. 119/127). Não foram apresentados pelo responsável, nesta ocasião, os documentosatinentes ao Convênio. Com a vistoria in loco, verificou-se que a obra estava ainda em andamento e,portanto, com o cronograma de execução em atraso. Não foram localizados os recursos correspondentesàs etapas não executadas da obra.

5. Em 02/08/1999, o Prefeito encaminhou a prestação de contas (fls. 134/156), complementada comos elementos de fls. 163/176, de onde destaca-se:

a) o responsável atestou a execução integral da obra (fls. 142, 164 e 165) e a efetivação de despesasno valor de R$ 225.420,50 (fls. 143/146);

b) os extratos bancários revelaram que os recursos foram integralmente sacados da conta-correntedo Convênio em 07/08/1998 e em 03/09/1998 (fls. 148 e 150);

c) os dados constantes da relação de pagamentos (fls. 145) corresponderam com as notas fiscaisapresentadas (fls. 166/176), mas, conforme depreende-se do item anterior, os pagamentos não foramfeitos por intermédio da conta-corrente do Convênio; e

d) não constou nas notas fiscais menção ao número do Convênio.6. No período de 13 a 21/03/2000 foi realizada nova fiscalização na obra, constatando-se que a

mesma ainda estava inacabada (fls. 182/190). O Relatório de Fiscalização registrou, ainda, que, a despeitode estar previsto no plano de trabalho a construção de um prédio com dois pavimentos (auditório notérreo e biblioteca no 1º andar), a obra que estava sendo executada era de um prédio com quatropavimentos, sendo que os dois pavimentos excedentes seriam utilizados por órgãos do Município.

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7. Diante destes fatos, foi instaurada a presente Tomada de Contas Especial, que recebeu Relatório(fls. 233/235) e Certificado (fls. 236) de Auditoria, bem como o pronunciamento do Ministro de Estadoda Cultura (fls. 238), todos pela irregularidade das contas.

8. Antes de os autos serem encaminhados a esta Corte, foi realizada em 23/07/2001, a pedido doresponsável, nova vistoria in loco na obra objeto do Convênio (fls. 246/252). O Relatório de Fiscalizaçãoatestou a conclusão da obra, com a construção de um prédio com quatro pavimentos. O responsávelinformou que os dois andares excedentes abrigariam as Secretarias de Cultura e de Obras do Município.

9. A despeito da conclusão da obra, tendo em vista que a biblioteca pública municipal ainda nãoestava em funcionamento, o órgão concedente manteve a proposta de irregularidade das contas e os autosforam encaminhados a este Tribunal.

10. Em atendimento a despacho do Relator (fls. 263), foi promovida a audiência do responsávelpara apresentar razões de justificativa acerca das seguintes irregularidades:

a) “pagamento antecipado dos serviços contratados com a empresa Construtora Novo HorizonteLtda.”;

b) “saques efetuados no caixa do banco, dos recursos do Convênio nº 200/98, em vez de utilizarordem bancária ou cheque”;

c) “falta de aplicação dos recursos do Convênio nº 200/98 no mercado financeiro”;d) “apresentação do Termo de Aceitação Final da Obra de construção da Biblioteca Pública

Municipal (Conv. nº 200/98), quando ainda estava em fase de construção”;e) não-comprovação da “utilização efetiva do espaço construído como biblioteca pública”; ef) não-apresentação de “projeto ‘As Built’ da obra”.11. O responsável apresentou sua defesa (fls. 265/266), que foi objeto da seguinte análise efetuada

pela Secex/AM (fls. 267/272):“2.5. No que tange ao pagamento antecipado dos serviços contratados com a firma Construtora

Novo Horizonte Ltda., o Sr. Prefeito Municipal de Tefé/AM se resumiu a informar que tais pagamentosrepresentaram gastos com a mão de obra na execução dos serviços, segundo ele em obediência ao art. 62da Lei nº 4.320/64.

2.5.1. Dessa forma a irregularidade caracterizada no item 2.2.1 dessa instrução permaneceinjustificada.

2.6. Concernente aos saques efetuados diretamente no caixa do banco dos recursos do Convênio emtela, o responsável reconheceu a irregularidade e informou haver orientado à Secretaria Municipal deFinanças a atentar para as determinações legais nesse sentido.

2.7. Quanto à não aplicação dos recursos no mercado financeiro, o Sr. Francisco Hélio BezerraBessa, Prefeito Municipal de Tefé/AM, respondeu no sentido de que essa ocorrência deveu-se ao fato deque, quando da sua liberação, já estavam tais recursos comprometidos com o pagamento dosfornecedores.

2.7.1. Caso essa informação seja verídica, o responsável está reconhecendo a existência ilegal eirregular de pagamento antecipado, na medida em que os recursos foram retirados da conta específicaimediatamente após o seu recebimento (fls. 148/150), enquanto que as notas fiscais de execução foramemitidas em até sete meses após essa retirada.

2.7.2. Em princípio, essa informação foge à verdade, pois, na realidade, o responsável não poderiaaplicar os recursos no mercado financeiro na medida em que, irregular e ilegalmente, os havia sacadodiretamente no caixa bancário.

2.8. Quanto ao Termo de Recebimento da Obra quando esta ainda estava em execução, oresponsável informa estar encaminhando anexo a suas justificativas o Termo de Recebimento Final daObra.

2.8.1. Não consta dos autos esse Termo supostamente encaminhado pelo responsável mas, sim, avia componente da prestação de contas, às fls. 164.

2.8.2. Frise-se que esse Termo está datado de 15/06/1999.2.8.3. Note-se também que o questionamento proposto não foi atendido, na medida em que foram

solicitados esclarecimentos para o fato do recebimento final da obra ter-se dado em 15/06/1999 (fls. 164),enquanto que a fiscalização in loco realizada em março de 2000 registrou estar a obra ainda inacabada,tendo sua conclusão sido constatada apenas em julho de 2001, quando foi realizada nova verificação in

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loco (fls. 261, item 2.11).2.9. Instado a demonstrar que o espaço construído está efetivamente sendo utilizado como

biblioteca pública, com mobiliários e acervo literário, o Sr. Prefeito Municipal de Tefé/AM respondeuque a questionada biblioteca ainda não está funcionando, devido às dificuldades financeiras encontradasno município e também pelo fato de que o convênio ora questionado não contemplou o equipamento dabiblioteca.

2.9.1. Conclui o responsável informando que os recursos necessários para o funcionamento dareferida biblioteca já constariam do trabalho de elaboração do orçamento municipal de 2003.

2.9.2. As justificativas do Chefe do Executivo de Tefé/AM são inacatáveis, na medida em que o Sr.Francisco Hélio Bezerra Bessa exerceu o cargo de Prefeito Municipal de Tefé/AM também na gestãoanterior (1997/2000), tendo, portanto, assumido um novo mandato em 01/01/2001 em continuação aoanterior e, ainda, o projeto da biblioteca que não contemplou equipamentos e acervo literário foielaborado em sua gestão.

2.10. Finalmente, em referência ao projeto ‘As Built’ da obra solicitada, respondeu estarencaminhando em anexo.

2.10.1. Contudo, não consta dos autos o projeto ‘As Built’ solicitado.2.10.2. Cabe ressaltar que o projeto ‘As Built’ da obra foi solicitado através da audiência efetuada

ao responsável pelo fato de que, segundo relatório de verificação in loco (fls. 246/252) e relatóriofotográfico (fls. 251/252), foram construídos mais dois pavimentos sobre os dois previstos no projetoinicial da obra.

2.11.3. A título de esclarecimento, informamos que o projeto ‘As Built’ de uma obra é aqueleprojeto definitivo, do qual constam todas as alterações executadas na obra.”

12. A Unidade Técnica concluiu propondo o julgamento pela irregularidade das contas, comaplicação de multa ao responsável.

10. O Ministério Público anuiu a proposta da Secex/AM, tendo em vista que o Prefeito nãoconseguiu elidir as irregularidades apuradas (fls. 274).

É o Relatório.

PROPOSTA DE DECISÃO

A presente Tomada de Contas Especial foi regular e validamente constituída, tendo em vista que, àépoca, o órgão concedente verificou a não-conclusão da obra de construção da biblioteca públicamunicipal de Tefé/AM, objeto do Convênio nº 200/98-SPC, a despeito de os recursos transferidos, novalor de R$ 180.000,00, já terem sido integralmente utilizados.

2. Em conformidade com o art. 12, inciso III, da Lei nº 8.443, de 1992, o responsável foi ouvido emaudiência sobre as irregularidades apuradas, após o que apresentou suas razões de justificativa, as quaisforam objeto de análises e propostas de mérito da Unidade Técnica e do Ministério Público junto a esteTribunal, verificando-se, portanto, o correto desenvolvimento do processo.

3. Das irregularidades apuradas entendo que não deva subsistir aquela referente ao pagamentoantecipado dos recursos à empresa Construtora Novo Horizonte Ltda.. Esta ocorrência foi levantadautilizando-se o argumento de que, como os recursos do Convênio já tinham todos sido utilizados, aempresa já teria recebido pelo valor integral da obra, sem contudo tê-la concluído.

4. Entendo que não há como comprovar nos autos a realização de pagamentos antecipados, tendoem vista que a obra executada é bem maior do que a prevista. Ora, se o prédio a ser construído teve umacréscimo de dois pavimentos, então é claro que os recursos inicialmente destinados à obra iriam acabarantes da conclusão dos serviços. Desta feita, é possível que os pagamentos tenham sido realizados emconsonância com o andamento da obra. Não havendo elementos nos autos que demonstrem o inverso, nãohá como imputar ao responsável esta irregularidade.

5. Em consonância com as análises efetuadas pela Unidade Técnica e pelo Ministério Público,entendo que a defesa do responsável não conseguiu elidir as demais irregularidades, as quais configuraminfrações a normas legais e regulamentares atinentes à espécie. Corroboro também a posição peloafastamento do débito, tendo em vista que, apesar das ocorrências, a obra foi realizada e que os elementosconstantes dos autos não revelam qualquer indício de locupletamento por parte do responsável.

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6. Considerando as irregularidades detectadas na execução do Convênio nº 200/98-SPC, mas tendoem vista que seu objeto foi alcançado, não restando dano ao Erário, entendo, em consonância com aUnidade Técnica e com o Ministério Público, que, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III,alínea “b”, 19, parágrafo único, e 23, inciso III, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, devam aspresentes contas ser julgadas irregulares, aplicando-se ao responsável a multa prevista no art. 58, inciso I,da mesma Lei, que fixo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Diante do exposto, acolho os pareceres da Unidade Técnica e do Ministério Público e proponho queo Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à deliberação desta 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

Augusto Sherman CavalcantiRelator

Proc. TC-015.529/2001-0Tomada de Contas Especial

Parecer

Trata-se de tomada de contas especial instaurada pela Secretaria de Planejamento, Orçamento eAdministração do Ministério da Cultura, em decorrência de irregularidades verificadas na execução doConvênio n.º 200/98, firmado com a Prefeitura Municipal de Tefé/AM, tendo como objeto a construçãode biblioteca pública.

2. A Secretaria de Patrimônio, Museus e Artes Plásticas do Ministério da Cultura emitiu relatório defiscalização dando o obra por concluída, em virtude da execução de todas as etapas previstas no projeto(f. 246/7), ficando demonstrado que os recursos federais foram integralmente aplicados no objetoavençado.

3. Não obstante a inexistência de débito, as falhas detectadas pelas equipes de fiscalização(relatórios às folhas 119 a 127 e 182 a 190) — mormente aquelas relativas ao descumprimento dos prazosacordados no convênio, não realização dos procedimentos licitatórios de acordo com a Lei n.º 8.666/93,modificações no projeto original sem a anuência do concedente, falta de sincronia entre as execuçõesfísica e financeira do projeto (contrariando o art. 62 da Lei n.º 4.320/64) — não foram satisfatoriamenteelididas pelo Sr. Francisco Hélio Bezerra Bessa (f. 265/6), maculando a gestão do responsável pelaaplicação dos recursos.

4. As alegações de defesa apresentadas pelo responsável (f. 265/6) acerca das ocorrências acimamencionadas foram examinadas pela unidade técnica (f. 267/271), ocasião em que ficou evidenciada ainconsistência dos argumentos de defesa, revelando o descontrole administrativo na condução doconvênio (descumprimento das normas legais e regulamentares atinentes à gestão dos recursos em tela).

5. Em razão do exposto, o Ministério Público — em atenção à audiência solicitada pelo eminenteMinistro-Relator, Augusto Sherman Cavalcanti —, com fundamento nos arts. 1.º, inciso I, 16, inciso III,alínea "b", 19, parágrafo único, e 23, inciso III, alínea "a", da Lei n.º 8.443/92, propõe que as presentescontas sejam julgadas irregulares, com aplicação de multa ao responsável.

Brasília, 22 de outubro de 2002.

Maria Alzira FerreiraProcuradora

ACÓRDÃO Nº 1.025/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

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1. Processo nº TC 015.529/2001-02. Grupo I - Classe de Assunto: II - Tomada de Contas Especial.3. Responsável: Francisco Hélio Bezerra Bessa, CPF nº 028.107.602-25.4. Entidade: Prefeitura Municipal de Tefé/AM.5. Relator: Auditor Augusto Sherman Cavalcanti.6. Representante do Ministério Público: Procuradora Dra. Maria Alzira Ferreira.7. Unidade Técnica: Secex/AM.8. Advogados constituídos nos autos: não consta

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial, de responsabilidade de

Francisco Hélio Bezerra Bessa, Prefeito do Município de Tefé/AM, instaurada em face de irregularidadesdetectadas na execução do objeto do Convênio nº 200/98-SPC, em virtude do qual a União, porintermédio do Ministério da Cultura, transferiu recursos no valor de R$ 180.000,00, destinados àconstrução de biblioteca pública municipal;

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, comfundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “b”, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c osarts. 19, parágrafo único, e 23, inciso III, da mesma Lei e com os arts. 1º, inciso I, 209, inciso II e § 4º,210, § 2º, e 214, inciso III, do Regimento Interno, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. julgar as presentes contas irregulares, e aplicar ao responsável, Sr. Francisco Hélio BezerraBessa, a multa prevista no art. 58, inciso I, da citada Lei c/c o art. 268, inciso I, do Regimento Interno, novalor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixando-lhe o prazo de quinze dias, a contar da notificação, paracomprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento dadívida aos cofres do Tesouro Nacional;

9.2. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, a cobrançajudicial da dívida atualizada monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo oraestabelecido, até a data do recolhimento, caso não seja atendida a notificação, na forma da legislação emvigor.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti (Relator) e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

AUGUSTO SHERMAN CAVALCANTIRelator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

Grupo I - Classe II - 1ª Câmara

-TC-549.020/1993-4.-Natureza: Tomada de Contas Especial.-Unidade: Prefeitura Municipal de Campo Maior/PI.-Responsável: Cézar Ribeiro Melo (ex-Prefeito), CPF n.º 060.964.845/49.

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-Sumário: Tomada de Contas Especial. Recursos transferidos pelo FNDE à Prefeitura Municipal deCampo Maior/PI. Rejeição às alegações de defesa processada em oportunidade anterior. Fixação de novoe improrrogável prazo para o recolhimento da quantia reclamada. Comunicação ao responsável. Novoselementos de defesa não trazem fatos novos. Argumentação e material probante insuficientes paracaracterizar a boa e regular utilização dos recursos federais repassados à municipalidade. Irregularidadedas contas. Débito. Autorização para cobrança executiva da dívida, caso não atendida a notificação.Remessa de cópias de peças processuais ao Ministério Público da União.

RELATÓRIO

Adoto como Relatório a bem elaborada instrução da lavra do Diretor técnico da Secex/PI, ACE JoséUlisses Rodrigues Vasconcelos, cujos termos, devidamente recepcionados pelo dirigente daquela regional(f. 166) e pelo Ministério Público, em cota singela (f. 166/V), consignam:

“Trata-se de tomada de contas especial em nome do Sr. Cézar Ribeiro Melo, ex-Prefeito Municipalde Campo Maior – PI, instaurada em razão de irregularidades constatadas na aplicação de recursostransferidos, em 10.08.1988 (conforme extrato bancário de fl. 121, apresentado pelo responsável), peloFundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE ao Município, no valor original de Cz$2.124.000,00 (dois milhões e cento e vinte e quatro mil cruzados), a serem aplicados na construção de 10campos de futebol nas localidades Alto do Meio, Conceição, Cocal de Telha, Boqueirão, Café Velho,Lagoinha, Jatobá, Santa Cruz, Bananeira e Baixinha, conforme documentação às fls. 19/21.

2. Em 01.06.94, foi enviado o Ofício nº 248/94-SECEX/PI (fls. 73/74) ao Sr. Cézar Ribeiro Melo,citando-o para, no prazo de 15 dias, contados da data da ciência, apresentar alegações de defesa ourecolher, com recursos pessoais, aos cofres do FNDE a importância de Cz$ 2.124.000,00, acrescida dosencargos legais calculados a partir de 05.08.88 até a data do efetivo recolhimento, devido airregularidades na aplicação e prestação de contas dos recursos transferidos, quais sejam:

a) não foram apresentados documentos e registros na contabilidade da Prefeitura Municipal deCampo Maior-PI que demonstrem a efetivação da despesa à conta dos Cz$ 2.124.000,00 recebidos doFNDE;

b) na localidade COCAL DE TELHA, existe um campo de futebol tipo ‘poeirão’, que foi construídona gestão do Prefeito Cézar Ribeiro Melo em época anterior à liberação dos recursos pelo FNDE,conforme declaração prestada por moradores da região;

c) nas localidades CONCEIÇÃO, CAFÉ VELHO, LAGOINHA, JATOBÁ e BANANEIRA, os camposde futebol foram construídos pela comunidade, sem ajuda da Prefeitura Municipal de Campo Maior,segundo declarações de moradores da região.

3. Devidamente citado no âmbito do Tribunal, apresentou o responsável as alegações de defesa defls. 81/86, acompanhadas da documentação de fls. 87/91.

4. Quanto às justificativas e documentos apresentados relacionados à aplicação dos recursosliberados pelo FNDE, consignamos, em instrução de fls. 92/96:

‘Quanto às justificativas e documentos apresentados relacionados à aplicação dos recursosliberados pelo FNDE, entendemos que nada acrescentam que possa influenciar no mérito das presentescontas. A apresentação de recibos, que não são documentos fiscais à luz do art. 36, § 2º, alínea c doDecreto nº 93.872/86, relativos à execução das obras, por si só, não é bastante para elidir asconstatações da Equipe de Auditoria do FNDE - muitas das quais, inclusive, não mereceram comentáriosnas alegações de defesa, a exemplo das constantes no instrumento de citação e elencadas no item 10, b/c,retro- pois, de acordo com os elementos ora trazidos aos autos, não há como se comprovar a vinculaçãodestes aos recursos repassados à municipalidade, bem assim a execução dos campos de futebol.

Por outro lado, a assertiva de que o Sr. Cézar Ribeiro Melo não deve qualquer valor ao FNDE,nada tendo a devolver porque não firmou qualquer compromisso neste sentido, não encontra amparo nalegislação pertinente: Decreto-lei nº 199/67 (vigente à época da ocorrência dos fatos) e Decreto-lei nº200/67 (cujas essências foram mantidas na Lei nº 8.443/92), senão vejamos:

‘ Decreto-lei nº 199, de 25.02.67:

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.....................Art. 33. O Tribunal de Contas tem jurisdição própria e privativa sobre as pessoas e matérias

sujeitas à sua competência, a qual abrange todo aquele que arrecadar ou gerir dinheiros, valores e bensda União ou pelos quais esta responda, bem como, quando houver expressa disposição legal, osadministradores das entidades da Administração Indireta ou de outras entidades.(grifo nosso)

Parágrafo único. A jurisdição do Tribunal de Contas abrange, também, os herdeiros, fiadores erepresentante dos responsáveis.

Art. 34. Estão sujeitos a tomada de contas e só por ato do Tribunal de Contas podem ser liberadosde sua responsabilidade:

I - os ordenadores de despesa;II - as pessoas indicadas no art. 33;III - todos os servidores públicos civis e militares ou qualquer pessoa ou entidade estipendiadas

pelos cofres públicos ou não, que deram causa à perda, subtração, extravio ou estrago de valores, bens ematerial da União, ou pelos quais seja responsável;

IV - todos quantos, por expressa disposição de lei, lhe devam prestar contas..........................Art. 39. Sempre que o Tribunal, no exercício do controle financeiro e orçamentário e em

conseqüência de irregularidade nas contas de dinheiros arrecadados ou despendidos, verificar aconfiguração de alcance determinará à autoridade administrativa providências no sentido de saná-las,podendo também mandar proceder ao imediato levantamento das contas, para a apuração dos fatos eidentificação dos responsáveis.

..........................Art. 49 Julgado em débito, será o responsável notificado para, em trinta dias, repor a importância

do alcance, sob as penas do regimento.Decreto-lei nº 200, de 25.02.67:.........................Art. 90 Responderão pelos prejuízos que causarem à Fazenda Pública o ordenador de despesas e o

responsável pela guarda de dinheiro, valores e bens..........................Art. 93 Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de justificar seu bom e regular emprego na

conformidade das leis, regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas competentes’.Pela leitura dos textos legais acima transcritos, resta evidenciado que o dever de prestar contas e

consequentemente a responsabilidade por possíveis irregularidades cometidas na aplicação dos recursosrepassados recaem na autoridade administrativa (pessoa física), não prosperando a tese defendida peloSr. Cézar Ribeiro Melo quanto à responsabilização da pessoa jurídica da Prefeitura Municipal. De outraforma, não poderia ser, pois o responsável pela gerência dos recursos transferidos ao Município (pessoajurídica) é a pessoa física legalmente autorizada, no caso, o Prefeito Municipal.

A corroborar nosso entendimento, citamos, ainda, que, em outras oportunidades, ao examinarcasos análogos, o TCU não deixou dúvidas quanto a responsabilidade pela devolução dos recursos, aexemplo da Decisão nº 287/93-1ª Câmara (in Ata nº 39/93) e Acórdão nº 82/96-Plenário (in Ata nº22/96).’

5. Em proposta de decisão de fls. 116/117, o Exmº Sr. Ministro-Relator Lincoln Magalhães daRocha ponderou que:

‘O ex-Dirigente prestou contas junto à Delegacia do MEC/PI (fls. 25/8). Porém, deixou de anexaros devidos documentos comprobatórios da aplicação dos recursos.

2. De acordo com o Relatório de Inspeção ‘in loco’ da Auditoria do FNDE/MEC, no âmbito daaludida Prefeitura, chegou-se às seguintes constatações (fl. 37): ‘3.7.4 FALHAS e/ouIRREGULARIDADES a) Não foram apresentados documentos nem registro que demonstrassem aefetivação da despesa, referente a aplicação do valor de Cr$ 2.124,00 transferido pelo FNDE; b) Naverificação física 'in loco' da construção de campos de futebol objeto deste processo, constatou-se oseguinte: b.1) - COCAL DE TELHA: Existe um campo de futebol do tipo 'poeirão' nessa localidade, esegundo declaração de morador local o referido campo foi construído na gestão do prefeito CésarRibeiro Melo, anterior, portanto, à liberação dos recursos; b.2) - De acordo com declarações de

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moradores das próprias localidades, os campos de futebol de CONCEIÇÃO, CAFÉ VELHO,LAGOINHAS, JATOBÁ, BANANEIRA E BAIXINHA foram construídos pela comunidade sem ajuda daPrefeitura Municipal de Campo Maior.’

3. Em que pese o ex-Prefeito ter apresentado alegações de defesa, através de Advogado constituído(fls. 75/91), o Órgão Técnico deste Tribunal verificou serem insuficientes para corrigir asirregularidades verificadas nos presentes autos. Do mesmo modo, entendo que essas alegaçõesapresentadas pelo responsável não comprovam a regular aplicação dos recursos’.

6. Destarte, de acordo com os pronunciamentos precedentes, submeteu ao Tribunal a deliberaçãotranscrita a seguir, aprovada em Sessão de 09/12/1997 do Plenário (fl. 104), in Ata nº 52/97 – Plenário:

‘Decisão nº 868/97-TCU-Plenário:O Plenário, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos arts. 12, § 1º, e 22,

parágrafo único, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 153, parágrafo 2º, do Regimento Interno/TCU, DECIDE:1 - Rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelo responsável, Sr. CÉZAR RIBEIRO MELO,

ex-Prefeito Municipal de Campo Maior/PI, por não refutarem as irregularidades apontadas no presenteprocesso; e

2 - Cientificá-lo desta Decisão, concedendo-lhe novo e improrrogável prazo de 15 (quinze) dias,para que efetue e comprove, perante este Tribunal, o recolhimento, aos cofres do Fundo Nacional deDesenvolvimento da Educação, da importância original de Cz$ 2.124.000,00 (dois milhões, cento e vintee quatro mil cruzados), acrescida da correção monetária e dos juros de mora, calculados, nos termos dalegislação em vigor, a partir de 05/08/1988, até a data do efetivo recolhimento’.

7. Comunicado do teor da Decisão, interpôs o responsável recurso de reconsideração de fls.109/119.

8. Ressaltamos, todavia, que, nos termos do art. 23, § 1º da Resolução nº 036/95, não cabe recursode reconsideração de decisão que rejeitar alegações de defesa, contudo os argumentos juntados serão,conforme o § 2º do mesmo dispositivo, examinados como novos elementos de defesa.

8.1 Inicialmente, o Sr. Cézar Ribeiro Melo formula uma série de questões preliminares quepassaremos a analisar:

8.1.1 ‘PRELIMINAR DE INEFICÁCIA DO INSTRUMENTO QUE INSTAUROU (PORTARIA) ATOMADA DE CONTAS ESPECIAL

1. A princípio resta uma grande dúvida a respeito de qual o documento que instaurou a TCE, se aportaria acostada à fl. 56 ou se foi a portaria juntada à fl. 57, neste diapasão, analisaremos em separadoos ditos documentos.

2. A Portaria de nº 83, de 02 de julho de 1992, que determinou a instauração do processo detomada de contas especial (se assim entendermos) designou os Srs. Anamim Lopes da Silva, AracyFerreira do Rego, Laura Rodrigues Feitosa, Magda Rangel Fernades, Maria Jeiza dos Anjos, StelitaAmaral Ângelo e Eleonora Mendes Vieira. No entanto, nenhum dos servidores fora responsável peloRelatório de Auditoria nº 241/93 (fls. 60/62), sendo portanto nulo todo e qualquer ato feito a posterioripelo que ora se requer.

3. Não entendendo, no entanto, esta Corte, que a portaria que instaurou a TCE tenha sido odocumento de fl. 56 (antes aludido), e sim o documento de fl. 57 devem ainda ser nulos todos os atosposteriores ao mencionado documento, pois o mesmo não fora publicado na forma da Lei, ferindo, porconseguinte, o disposto no art. 37, caput, da CF, que entre outros princípios consagra comoimprescindível a publicidade dos atos da Administração.

4. O princípio da publicidade dos atos administrativos, ensina Hely Lopes Meirelles, em lapidarsíntese, ‘além de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seus conhecimento e controle pelosinteressados diretos e pelo povo em geral’. Nesta mesma linha de raciocínio, a Procuradora doMinistério Público junto ao Tribunal de Contas do Distrito Federal, Cláudia Fernanda de OliveiraPaiva, averba o seguinte:

5. ‘Entretanto, procedendo-se a uma interpretação lógico-sistemática do Direito Administrativo,especialmente das regras aplicáveis ao caso, entendemos que a publicação é necessária, não para dareficácia ao ato interno, mas para dar exequibilidade ao mesmo, como argumentamos abaixo:

a) a publicação é o meio de habilitar os membros da comissão a tornarem certas atitudes que nãofazem parte das atribuições inerentes a seus cargos;

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b) os membros da comissão ficam inteiramente à disposição do deslinde das novas atribuições, otempo que for necessário, não prejudicando, de modo algum, pôr deixar as atribuições de seu cargo pôrfazer;

c) trata-se, apesar de parecer estranho, de uma investidura administrativa de caráter temporário,para cumprir um fim específico, impondo-se encargos e concedendo prerrogativas aos seus membros,podendo os mesmos serem responsabilizados pelo descumprimento dessas atribuições;

d) a publicação poderá proporcionar a impugnação desta ato, por qualquer interessado no fielcumprimento de seus fins;

e) proporciona, também, a publicação, o controle dos prazos de instauração e término da tomadade contas especial por parte do TCDF, conforme os arts. 158 c/c 203, I do RI-TCDF’ (Processo nº6.683/93, Parecer MP/TCDF nº 908/95).

6. Nota-se ainda que os dois documentos pecam na sua forma, sendo portanto nulos, pois nãoobedecem aos requisitos formais, haja vista não se encontrar no bojo dos precitados documentos oregistro dos fatos com indicação dos envolvidos a fim de garantir a concretização do direito de defesa.

7. Sem dúvida, é preciso que conste do processo o objeto da apuração, sob pena de o trabalho ficarsem rumo claro e definido; é inafastável que os possíveis envolvidos devem ter preservado o mais amplodireito de defesa, conhecendo os fatos que lhe são imputados.

8. A Jurisprudência (RMS nº 1.074-ES991.0011231-3 2ª Turma do STJ, Rel. Ministro PeçanhaMartin, em 02.12.91) tem se manifestado do seguinte modo:

‘Administrativo. Recurso em mandado de segurança. Processo Disciplinar. Omissão dos fatosimputados ao acusado. Nulidade. Provimento.

1. A portaria inaugural e o mandado de citação, no processo administrativo, devem explicar osatos ilícitos atribuídos ao acusado.

2. Ninguém pode defender-se eficazmente sem pleno conhecimento das acusações que lhe sãoimputadas.

3. Apesar de informal, o processo administrativo deve obedecer às regras do devido processo legal.4. Recurso Conhecido e Provido’.9. Por todo este raciocínio, se ratifica o pedido de nulidade de todos os atos posteriores à

publicação da Portaria de fl. 56, por não terem sido os membros os autores do relatório de fls. 60/62 eda portaria de fl. 57/59, em virtude de sua não publicação requerendo ao Digno Ministro Relator que sedigne em mandar diligenciar junto ao Diário Oficial da União para comprovação do ora alegado. Eainda, pelos argumentos antes aludidos, a nulidade de ambas as portarias, por não conterem os registrosdos fatos com indicação dos envolvidos a fim de garantir a concretização do direito de defesa.

8.1.2 ANÁLISE: A Portaria nº 83, expedida no âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento deEducação – FNDE, fl. 56, determinou a instauração de processo de tomada de contas especial dasentidades omissas na apresentação de prestação de contas dos recursos concedidos por aquelaAutarquia, ou que praticaram irregularidades na aplicação dos referidos recursos, designando osservidores Anamim Lopes de Silva, Aracy Ferreira do Rêgo, Maria Jeiza dos Anjos, Stelita AmaralÂngelo e Eleonora Francisca Mendes Vieira, todos do quadro de pessoal e com lotação na Seção deContabilidade/Setor de Prestação de Contas daquela Autarquia, para, em conjunto ou isoladamente,desincumbirem-se da missão, tendo sido publicada no BS nº 28, de 17/07/1992, conforme carimboconstante daquele documento.

8.1.3 Respaldada por esse instrumento legal, a servidora Maria Jeiza dos Anjos promoveu ainstauração da presente TCE, conforme documentos de fls. 54 e 55.

8.1.4 Quanto ao relatório de fls. 60/62, corresponde a fase posterior da TCE, de responsabilidadeda então Secretaria de Controle Interno do Ministério da Educação e em cumprimento dos itens XVIII eXIX do artigo 23 do Decreto nº 93.874, de 23/12/1986.

8.1.5 Também não procedem as alegações acerca da ausência de indicação dos fatosdeterminantes da instauração da TCE com indicação dos envolvidos a fim de garantir a concretização dodireito de defesa, haja vista que, conforme documentação de fls. 47/50, o Sr. César Ribeiro Melo foradevidamente informado dos fatos alegados, oportunidade em que apresentou justificativas, consideradasinsuficientes para elidir as irregularidades apuradas pelo órgão repassador (documentos de fls. 51/53).

8.1.6 PRELIMINAR – Ilegitimidade ad causam passiva

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10. O Tribunal de Contas da União, por diversas vezes, teve que analisar a natureza jurídica dodever de prestar contas, ou seja, se essa obrigação pode ser considerada personalíssima ou não. Tal forajurisprudenciado, no Voto do Eminente Ministro Paulo Afonso, Anexo XIX da Ata nº 44, de 29/08/90, inVoto condutor da Decisão nº 667/95-TCU-Plenário, vejamos:

11. ‘... pelo princípio da impessoalidade da Administração, o Prefeito Municipal quando firma umcontrato ou um convênio não o faz em nome próprio, mas sim da Municipalidade. Portanto, no caso deomissão na prestação de contas, essa deve ser cobrada da municipalidade, independentemente de quem arepresenta na oportunidade’.

12. Na mesma Decisão, temos a eloqüência do sempre lembrado Ministro Carlos Átila: ‘Trata-se,porém de situação diversa, em que o término da vigência do convênio e, consequentemente, do prazopara a apresentação da prestação de contas ocorreram depois de findo o mandato do signatário doajusto. Nesta hipótese, não resta dúvida de que incumbe ao sucessor, como gestor municipal, a obrigaçãode prestar contas da execução do mesmo convênio, embora o respectivo instrumento jurídico tenha sidofirmado na gestão de seu antecessor’.

13. Neste sentido, encontra-se o Acórdão nº 382/95-TCU-2ª Câmara, onde consta que a SECEX/PA– órgão regional do TCU – ‘por entender ser o débito de responsabilidade pessoal’ do Sr. ..., deixou deacolher o pedido de parcelamento formulado em nome da Prefeitura.

14. Em igual raciocínio, temos o parecer do eminente jurista Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, emsua obra Tomada de Constas Especial, pág. 82, onde declina que ‘o dever de prestar contas não é,portanto, uma obrigação personalíssima, mas o dever de ressarcir o erário pela aplicação irregular dosrecursos, certamente é’.

15. Nesta mesma linha, como se verifica às fls. 56 e 57, fora instalada a TCE, da PrefeituraMunicipal de Campo Maior, Estado do Piauí, entidade responsável pela prestação de contas. A TCE nãofora instalada contra o ora recorrente, mesmo porque não poderia, haja vista, na forma antes colocada,ser uma obrigação não personalíssima. Ocorre, Exª, que na fase interna e externa da TCE, estacomportou-se, em todo seu desenrolar como se a obrigação de prestar contas fosse do ex-Prefeito, orarecorrente e não da entidade que na ocasião titularizava.

16. Ora, se esta Corte entendeu que a documentação apresentada estava incompleta e sendo talirregularidade de caráter sanável, caberia a mesma ter chamado a TCE (sic), para os esclarecimentosnecessários, a entidade contra quem foi instalada, no caso a Prefeitura Municipal de Campo Maior,Estado do Piauí. O ex-Prefeito, nesta oportunidade recorrente deveria em nosso entender estar comoparte interessada em um possível litisconsorte passível usando aqui, subsidiariamente o CPC. Nuncaporém como único a figurar no polo passivo quando ele não é obrigado a prestar constas e sim aentidade que conveniou com a Autarquia.

17. Diante de Tudo o que foi dito mutatis mutantis, embora a prestação de contas já tenha sidoefetivada, os documentos exigidos e cuja ausência ocasionaram na declaração de irregularidade somentepoderiam ser apresentados pela Prefeitura Municipal de Campo Maior, Estado do Piauí.

18. Continuando ainda, se não aceito o requerido no item anterior, na linha de raciocínio de que asirregularidades sanáveis devem ser inicialmente requeridas à Prefeitura Municipal de Campo Maior,Estado do Piauí, pois contra ela fora instalada a TCE, percebemos que as considerações de fls. 68/69, jáno TCU, opinava no sentido de que fosse citado o recorrente para alegações, porém em nenhummomento chamou a Prefeitura para fazer colocações sendo ela, por direito quem se colocava no polopassivo da lide.

19. No mesmo equívoco, entendemos o relatório de fls. 70/72 que opinou pela irregularidade daprestação de contas por questões que somente poderiam ser esclarecidas por quem tivesse a obrigaçãode prestar contas e não pelo recorrente.

20. Por todo o exposto e com fulcro no art. 5º, LV da Constituição Federal, requer a esta DoutaCâmara que, observando o due processo of law se digne em acatar a preliminar ora argüida a fim deanular o processo ab initio para que possa figurar no polo passivo a Prefeitura Municipal de CampoMaior, Estado do Piauí. Pois a falta de citação da entidade acarretou em prejuízos na defesa dorecorrente, haja vista que documentação contábil exigida (cuja ausência contribuiu na Decisão daCâmara) somente poderiam ser apresentadas pela entidade.

8.1.7 ANÁLISE: Em instrução de fls. 104/108, já havíamos sustentado que ‘... a responsabilidade

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por possíveis irregularidades cometidas na aplicação dos recursos repassados recaem na autoridadeadministrativa (pessoa física), não prosperando a tese defendida pelo Sr. Cézar Ribeiro Melo quanto àresponsabilização da pessoa jurídica da Prefeitura Municipal. De outra forma, não poderia ser, pois oresponsável pela gerência dos recursos transferidos ao Município (pessoa jurídica) é a pessoa físicalegalmente autorizada, no caso, o Prefeito Municipal’.

8.1.8 Na oportunidade, ressaltamos que ao examinar casos análogos, o TCU não deixou dúvidasquanto à responsabilidade pela devolução dos recursos, a exemplo da Decisão nº 287/93-1ª Câmara (inAta nº 39/93) e Acórdão nº 82/96-Plenário (in Ata nº 22/96).

8.1.9 Em processo também de responsabilidade do Sr. César Ribeiro Melo, o Exmº Sr. Ministro-Relator Lincoln Magalhães da Rocha ressaltou no Voto condutor da Decisão nº 292/97-TCU-2ª Câmaraque ‘não cabe prosperar o ponto de vista associado à ausência de responsabilidade pessoal do gestorsobre o feito, uma vez que a questão tem entendimento pacífico no âmbito deste Tribunal, presentes oscontornos que identificam a situação ora examinada’.

8.1.10 No mesmo sentido, a jurisprudência (Acórdão nº 382/95-TCU-2ª Câmara) e doutrina (JorgeUlisses Jacoby Fernandes, em sua obra Tomada de Constas Especial, pág. 82, onde declina que ‘o deverde prestar contas não é, portanto, uma obrigação personalíssima, mas o dever de ressarcir o erário pelaaplicação irregular dos recursos, certamente é’) citadas pelo responsável.

8.1.11 Não merece, portanto, acolhida o pedido formulado pelo responsável.8.1.12 PRELIMINAR DE OFENSA AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA AMPLA DEFESA21. Caso não acate a preliminar antes suscitada, temos a informar que a presente tomada de

contas especial originou-se do relatório de inspeção in loco que repousa às fls. 33/45 dos autos. Ditorelatório faz menção, em relação ao discutido processo à fl. 37 quando suscita que ‘De acordo comdeclarações de moradores das próprias localidades, os campos de futebol de Conceição, Café do Vento,Lagoinha, Jatobá Bananeira e Baixinha foram construídos pela comunidade sem ajuda da PrefeituraMunicipal de Campo Maior’.

22. Instaurada a TCE, decidiu a 2ª Câmara em rejeitar as alegações de defesa do ora recorrente e,conceder imporrogável prazo de 15 (quinze) dias para que se recolha ao Tesouro Nacional o montantereferente ao repasse com os devidos acréscimos de correção monetária e juros.

23. A Decisão do Tribunal, em declarar a irregularidade das contas apresentadas é fundamentadanas seguintes razões:

a) ‘não foram apresentados documentos e registros na contabilidade da Prefeitura Municipal deCampo Maior-PI que demonstrem a efetivação da despesa à conta dos Cz$ 2.124.000,00 recebidos doFNDE;

b) na verificação in loco da construção de campos de futebol objeto deste processo, constatou-se oseguinte:

b.1) COCAL DE TELHA: existe um campo de futebol do tipo ‘poeirão’ nessa localidade e segundodeclaração de morador local o referido campo foi construído na gestão do Prefeito Cézar Ribeiro Melo,anterior portanto, à liberação dos recursos;

b.2) de acordo com declarações de moradores das próprias localidades, os campos de futebol deConceição, Café do Vento, Lagoinha, Jatobá Bananeira e Baixinha foram construídos pela comunidade,sem ajuda da Prefeitura Municipal de Campo Maior’.

24. Verifica-se a primae facie que esta Corte julgou como irregular as contas tendo como elementoprobatório as afirmações contidas no laudo de inspeção de fls. 33/45. Entendemos, com a devida veniaque o explicitado no mencionado laudo é pôr demais insuficiente, no aspecto formal, para servir comomeio de prova em acórdão deste Tribunal. A TCE possui, pela melhor doutrina, duas fases, a saber:interna e externa. A fase interna, realizada pelos meios de controle da Administração é puramenteinquisitiva, mutatis mutantis, seria o Inquérito Policial no processo penal. As provas ali colhidas somentepoderão servir como meio de condenação se repetidas na fase interna que ocorre nesta Corte.

25. Se um relatório de inspeção, feito na fase externa, afirma que determinados moradores dizemque o objeto do convênio não fora cumprido, estas alegações somente poderão servir como meio único decondenação se forem repetidas, na fase interna, com o exercício da plenitude da ampla defesa. A exemplodo Inquérito Policial a TCE, em sua fase interna limita-se a encontrar indícios que justifiquem umcontrole por parte do TCU, não porém, usando unicamente de declarações vagas contidas no dito

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relatório, cuja execução não tivera o acompanhamento do recorrente, declarar irregular prestação decontas apresentadas.

26. Por todo o exposto, em preliminar requer a este Tribunal que se digne em declarar comoimprestável (como meio de prova) toda e qualquer informação contida no Relatório de Inspeção in locoque não tenha sido repetida na fase interna da TCE e que na fase externa tenha sido feita sem a ciênciado recorrente (isto se o Acórdão tiver tomada a informação do relatório como único e solitário meio deprova).

8.1.13 Aqui, também, não assiste razão ao responsável, haja vista que as constatações edeclarações levantadas in loco, apenas corroboram a ausência de documentos e registros nacontabilidade da Prefeitura Municipal de Campo Maior-PI que demonstrem a efetivação da despesa àconta dos Cz$ 2.124.000,00 recebidos do FNDE. As ocorrências a que se refere o defendente foramexpressamente consignadas no expediente citatório de fls. 73/74, no qual apôs sua ciência (fls. 74 v), esobre as quais apresentou defesa, restando devidamente configurado o exercício da ampla defesa e docontraditório.

8.2 Passemos a analisar as demais justificativas, relativas ao mérito, apresentadas peloresponsável.

8.3 IRREGULARIDADE: reproduzidas no item 2, retro.8.3.1 JUSTIFICATIVAS:‘Como já foi dito, a Decisão do Tribunal, em declarar a irregularidade das contas apresentadas é

fundamentada nas seguintes razões:a) ‘não foram apresentados documentos e registros na contabilidade da Prefeitura Municipal de

Campo Maior-PI que demonstrem a efetivação da despesa à conta dos Cz$ 2.124.000,00 recebidos doFNDE;

b) na verificação in loco da construção de campos de futebol objeto deste processo, constatou-se oseguinte:

b.1) COCAL DE TELHA: existe um campo de futebol do tipo ‘poeirão’ nessa localidade e segundodeclaração de morador local o referido campo foi construído na gestão do Prefeito Cézar Ribeiro Melo,anterior portanto, à liberação dos recursos;

b.2) de acordo com declarações de moradores das próprias localidades, os campos de futebol deConceição, Café do Vento, Lagoinha, Jatobá Bananeira e Baixinha foram construídos pela comunidade,sem ajuda da Prefeitura Municipal de Campo Maior’.

No que diz respeito a alínea ‘a’ do item anterior temos a esclarecer que no folhear de todo os autosdesta tomada de contas especial, verificamos que a questão central diz respeito a não apresentação deelementos que indiquem registros na contabilidade de Prefeitura.

Todas as vezes que o recorrente fora chamado a falar nos autos o mesmo fora por demais enfáticoem afirmar que o então Prefeito à época, Raimundo Nonato Bona, vulgo Carbureto, é seu inimigopessoal e político e, neste diapasão, nenhum interesse teria, até mesmo pela conduta que lhe é peculiar,em apresentar documentos que justificassem a regular aplicação dos recursos. Ao contrário, limitou-seem dizer que os documentos não existiam e as palavras de seus assessores ficaram com verdade sabida,como se os mesmos tivessem fé pública. Tendo, de um forma equívoca, sido invertido o ônus de provar.

Esta TCE, em nenhuma ocasião, tanto em sua fase interna como externa, oficiou a PrefeituraMunicipal no sentido de que prestasse esclarecimentos sobre os documentos contábeis referentes aoconvênio tão falados e tão exigidos no folhear de todo o processo. O Recorrente não está obrigado, aodeixar a função pública que ocupara, na condição de ordenador de despesa, levar consigo toda adocumentação comprobatória da regularidade de seus atos enquanto gestor público. Haja vista que aobrigação de prestar contas não é personalíssima.

A documentação exigida somente poderia ser dada pela própria Prefeitura, pois ela é a guardiã detoda documentação. Não pode esta Corte, s.m.j, apenas levando em conta a palavra de um inimigopolítico e pessoal do ora recorrente, condenar este sem uma verificação maior do alegado pelo ditoPrefeito à época da inspeção in loco.

No entanto, juntamos a este recurso, por somente agora foi nos dado o direito de vê-lo junto aMunicipalidade de Campo Maior, a seguinte documentação: extrato bancário da Prefeitura Municipal deCampo Maior – PI, conta MEC, de agosto de 1988, onde comprova a entrada dos seguintes recursos:

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Cz$ 2.124.000,00 (referente ao convênio em discussão) em 10.08.88 e o montante de Cz$ 4.000.000,00(referente a um outro convênio) em 17.08.88. A soma dos dois totalizam o montante de Cz$ 6.124.000,00.Mencionado valor fora contabilizado no balancete mensal da Prefeitura de Campo Maior – PI em agostode 1988 como receita extra-orçamentária de bancos, conta BB (MEC) conforme faz provar com a inclusadocumentação.

Os campos de futebol foram pagos em dois recibos à firma construtora, nos valores de Cz$1.654.674,00 (fl. 90) e Cz$ 470.000,00 (fl. 91) que totaliza o valor do convênio. Referidos valores forampagos com cheques da conta BB (MEC), onde fora depositado o montante do convênio através doscheques de nºs 842750 (29.08.88) e 857101 (31.08.88) referentes aos recibos antes declinados,respectivamente (fls. 90 e 91). Conforme se faz provar com os inclusos extratos ora juntados.

Com estas considerações e pela documentação a esta juntada esperamos ter contemplado estaCorte na documentação contábil exigida. Se antes não fora juntada decorreu do fato da hostilidade doPrefeito à época da inspeção, que insistia em negar a existência da juntada documentação.

A segunda e última justificativa do Acórdão que precipitou na declaração de irregularidade dascontas diz respeito a possíveis declarações de moradores das localidades afirmando que os campos defutebol não foram feitos. Diz o Acórdão, à fl. 102, que segundo declaração de morador local, o campo defutebol da localidade Cocal de Telha ‘foi construído na gestão do Prefeito Cesár Ribeiro Melo, anterior,portanto, à liberação dos recursos’. Na verdade, um grande erro de interpretação por parte desteTribunal, senão vejamos: a inspeção fora realizada já na gestão do Prefeito Raimundo Nonato Bona, quesucedeu o ora recorrente. Se o morador disse que o campo de futebol fora realizado na gestão doPrefeito César Ribeiro Melo, está com a realidade existente pois foi nesta gestão que os recursos foramliberados, sendo Cesár Ribeiro Melo quem figura no polo passivo desta TCE.

A outra alegativa de que moradores das localidades Conceição, Café Velho, Lagoinhas, Jatobá,Bananeira e Baixinha foram construídos pela comunidade sem ajuda da Prefeitura Municipal de CampoMaior não pode prosperar. Alegamos, em preliminar, que em nosso entendimento, declarações depessoas não nominadas, sem estarem sujeitas ao contraditório e princípio da ampla defesa, não podemisoladamente servirem como único meio de prova de condenação. Poderiam servir como base parainstauração de TCE. Se este Tribunal entende, por inúmeros julgados, a desnecessidade de se fazerintimar o recorrente para acompanhar a inspeção in loco, deve, por Justiça, entender que as conclusõesdo relatório não poderão ser usadas, quando únicas nos autos (este caso), para possível condenação. Eainda quando as colocações feitas são por demais frágeis pois limita-se em dizer que moradoresdisseram sem nominá-los, arrolá-los ou por depoimentos a termos.

Em assim sendo, requeremos desta Corte que aceite a fragilidade das declarações contidas nainspeção in loco não aceitando quando único meio existente para comprovação de possívelirregularidade.

Por todo o exposto, requer a esta Douta Câmara que se digne em conhecer do recurso (protestandopelo princípio da fungibilidade, se for o caso) a fim de acatar as preliminares argüidas no intróito destepetitório, anulando, pelas considerações feitas, o presente feito ab initio por flagrante ilegitimidade adcausum passiva e não publicação do instrumento convocatório bem como erro formal na sua elaboração.Não acatando as preliminares referidas, se dignem, no mérito, de conhecer do recurso para dar-lheprovimento a fim de considerar a Decisão anteriormente tomada julgando regular a prestação de contaspelas alegações feitas no decorrer de todo o recurso.’

8.3.2 ANÁLISE: O extrato bancário trazido pelo responsável (fls. 121/122) aponta o crédito de Cz$2.124.000,00, em 10/08/1988, na conta-corrente nº 1.182-7, Ag. 0106-6, do Banco do Brasil S.A., e osdébitos de Cz$ 1.654.674,00, em 29/08/1988, e 470.000,00, em 31/08/1988.

8.3.3 Verifica-se no balancete apresentado ingresso de Cz$ 6.124.000,00 como receita extra-orçamentária, em crédito de conta-corrente do Banco do Brasil vinculada ao MEC. Contudo, não sãoapontadas no balancete despesas relativas ao objeto do convênio, totalizando Cz$ 2.124.000,00, bemcomo ausentes, também, documentos referentes ao processamento da despesa (a exemplo de nota deempenho e ordem de pagamento, artigos 58, 60, 61 e 64 da Lei nº 4.320/64), cabendo ainda ressaltar queos recibos apresentados (fls. 90/91) não são documentos fiscais à luz do art. 36, § 2º, alínea ‘c’ doDecreto nº 93.872/86.

8.3.4 Acerca da matéria, a IN/STN nº 10, de 27/05/1987, então vigente, prescrevia no art. 1º, i, ‘a

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obrigatoriedade de manutenção dos recursos transferidos pelos órgãos e entidades federais, em contaespecífica, no Banco do Brasil S.A., sem prejuízo da classificação das transferências como receitasorçamentárias da entidade que os recebeu, para utilização em despesa regularmente formalizada,através de dotação consignada em orçamento ou em crédito adicional’.

8.3.5 No mesmo sentido, o art. 54, § 1º, do Decreto nº 93.872/1986, determina que ‘o recebimentode recursos da União para execução de convênio firmado entre quaisquer órgãos ou entidades federais,estaduais ou municipais, independentemente de expressa estipulação no respectivo termo, obriga osconvenentes a manter registros contábeis específicos, para os fins deste artigo, além do cumprimento dasnormas gerais a que estejam sujeitos (Lei nº 4.320/64, artigos 87 e 93)’.

8.3.6 É oportuno ressaltar que para a aprovação das contas faz-se necessário que o convenentecomprove que a obra foi executada com os recursos do convênio. Nesse sentido, o Exmº Sr. ProcuradorLucas Rocha Furtado destacou em Parecer constante do TC-525.081/1995-0 que ‘a não-apresentação dedocumentos idôneos que se destinem a inferir acerca da boa e regular aplicação de recursos públicosconfigura razão suficiente para dar respaldo à conclusão de ter sido inadequada a sua administração,ensejando a obrigação da restituição ao erário, vez que se tem por não aplicados satisfatoriamente. Essetem sido o entendimento desta Corte, por meio de sua pacífica jurisprudência acerca do assunto’.

8.3.7 Acerca da ausência de diligências à Prefeitura Municipal de Campo Maior para queapresentasse esclarecimentos acerca da documentação contábil, importa consignar que não compete aoTribunal laborar na produção de provas em favor do responsável realizando diligências. Nesse sentido, oart. 93 do Decreto-lei nº 200/67 prescreve a obrigação a todo aquele que gerir recursos públicos decomprovar a boa e regular aplicação.

9. Considerando as disposições contidas no art. 23, §§ 1º e 2º, da Resolução TCU nº 036/95, asrazões juntadas pelo Sr. Cézar Ribeiro Melo foram examinadas como novos elementos de defesa.

10. Considerando, todavia, que os esclarecimentos apresentados não são capazes de alterar oentendimento que resultou na Decisão nº 868/97-Plenário, concordamos em parte com as análisescontidas na instrução de fls. 144/152, e expressamos concordância quanto ao encaminhamento doprocesso, propondo que:

a) com fundamento nos arts. 1º, I; 12, I; 16, III, ‘b’ e ‘c’; 19, caput; e 23, III, ‘a’, todos da Lei nº8.443/92, sejam as presentes contas julgadas irregulares e em débito o Sr. Cézar Ribeiro Melo, ex-Prefeito Municipal de Campo Maior – PI, condenando-o ao pagamento da importância original de Cz$2.124.000,00 (dois milhões, cento e vinte e quatro mil cruzados), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias,a contar da notificação, para que comprove perante o Tribunal (art. 165, inciso III, alínea ‘a’, doRI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação –FNDE, corrigida monetariamente e acrescida dos encargos legais, calculados a partir de 10.08.1988 (fl.121) até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;

b) seja autorizada, desde logo, nos termo do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, a cobrançajudicial da dívida, caso não atendida a notificação;

c) seja remetida cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União, para os finspreconizados no art. 16, § 3º, da Lei nº 8.443/92;

seja determinado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE que inclua o nomedo Sr. Cézar Ribeiro Melo, ex-Prefeito Municipal de Campo Maior – PI no Cadastro Informativo dosDébitos não Quitados de Órgãos e Entidades Federais – CADIN, caso tal providência ainda não hajasido adotada.”

V O T O

As irregularidades que ensejaram o presente processo foram devidamente expostas tanto noRelatório precedente como no Relatório e Proposta de Decisão que precederam a Decisão 868–TCU-Plenário que rejeitou as alegações de defesa e consistiram em:

a) não foram apresentados documentos e registros na contabilidade da Prefeitura Municipal deCampo Maior/PI que demonstrem a efetivação das despesas à conta dos Cz$ 2.124.000,00 recebidos doFNDE;

b) na localidade de Cocal de Telha existe um campo de futebol tipo “poeirão”, que foi construído

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na gestão do Prefeito Cézar Ribeiro Melo em época anterior à liberação dos recursos pelo FNDE,conforme declaração prestada por moradores da região;

c) nas localidades Conceição, Café Velho, Lagoinha, Jatobá e Bananeira, os campos de futebolforam construídos pela comunidade, sem ajuda da Prefeitura Municipal de Campo Maior, segundodeclarações de moradores da região;

2. Naquela assentada, destaquei em minha proposta, relativamente à defesa do Sr. Cézar RibeiroMelo, os seguintes excertos:

“(...)12. A defesa invoca, inicialmente, o fato de a prestação de contas apresentada pelo Município, da

qual consta: Demonstrativo Contábil, Relatório Final e Termo de Aceitação da Obra, ter sido aprovadapela Delegacia do MEC no Piauí, conforme Parecer nº 691/89 da DEMEC/PI (fl. 29), razão pela qual,entende o responsável ter provado que os recursos foram totalmente aplicados, não acontecendo nenhumtipo de desvio na execução dos dez campos de futebol.

13. Para corroborar seu entendimento, o responsável fez juntar cópias de recibos, no valor total deCz$ 2.124.674,00, fornecidos pelo atual Prefeito Municipal de Campo Maior, alegadamente relativos àexecução das obras de construção dos campos de futebol pela Construtora União Ltda.

14. Posteriormente, o responsável alega que, em razão de a inspeção do FNDE ter sido realizadaquando o Município encontrava-se sob a administração de facção política contrária à sua, 'os SenhoresAuditores da FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (sic), caíram na maior tramadiabólica, arquitetada pelo Sr. RAIMUNDO BONA (CARBURETO), ao esconder a documentaçãocomprobatória das despesas que foram efetivamente realizadas, bem como desviar os Senhores Auditoresdas verdadeiras localidades, que deveriam ter sido visitadas, em que se comprova a má fé generalizadapraticada pelo Ex-Prefeito, que induziu os senhores auditores em erro, na época das localidadesinspecionadas, levando-os ao seu próprio reduto eleitoral, com isso, deixando de visitar os 10 (dez)Campos de Futebol que foram construídos nas seguintes localidades: ALTO DO MEIO, CONCEIÇÃO,COCAL DE TELHA, BOQUEIRÃO, CAFÉ DO VENTO, LAGOINHAS, JATOBÁ, SANTA CRUZ,BANANEIRA E BAIXINHA, todos no Município de Campo Maior-PI' (fls. 83/84).

15. Prossegue, afirmando que, como pessoa física, 'não deve qualquer valor ao FNDE, nada lhetendo a lhes devolver, porque não firmou qualquer compromisso neste sentido. A Pessoa Jurídica, aPREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO MAIOR, na gestão do ora Defendente, firmou compromisso eassumiu na sua inteireza, tanto isso é verdade, que prestou contas na época oportuna, com a conseqüenteaprovação de suas Contas pela DELEGACIA DO MEC, como já circunstanciado' (fls. 84/85).

16. Conclui, por fim, pedindo ao Tribunal que, ‘em face da vasta documentação que se junta aopresente feito’, julgue improcedente as conclusões da ‘ESDRÚXULA Auditoria’ (fl. 85-’in’ fine).

(...)19. Quanto às justificativas e documentos apresentados relacionados à aplicação dos recursos

liberados pelo FNDE, entendemos que nada acrescentam que possa influenciar no mérito das presentescontas. A apresentação de recibos, que não são documentos fiscais à luz do art. 36, § 2º, alínea "c" doDecreto nº 93.872/86, relativos à execução das obras, por si só, não é bastante para elidir asconstatações da Equipe de Auditoria do FNDE - muitas das quais, inclusive, não mereceram comentáriosnas alegações de defesa, a exemplo das constantes no instrumento de citação e elencadas no item 10, b/c,retro, pois, de acordo com os elementos ora trazidos aos autos, não há como se comprovar a vinculaçãodestes aos recursos repassados à municipalidade, bem assim a execução dos campos de futebol.

20. Por outro lado, a assertiva de que o Sr. Cézar Ribeiro Melo não deve qualquer valor ao FNDE,nada tendo a devolver porque não firmou qualquer compromisso neste sentido, não encontra amparo nalegislação pertinente: Decreto-lei nº 199/67 (vigente à época da ocorrência dos fatos) e Decreto-lei nº200/67 (cujas essências foram mantidas na Lei nº 8.443/92).”

3. Pelo exposto e à luz do depurado exame realizado pela Secretaria Técnica, entendo que não hácomo isentar de responsabilidade o ex-Prefeito Cézar Ribeiro Melo, uma vez que a defesa complementarapresentada a esta Corte não foi capaz de atestar o emprego dos recursos federais na finalidade pactuada.

Assim, de acordo com os pronunciamentos da Secex/PI, e do Ministério, voto por que o Tribunaladote a deliberação que ora submeto ao descortino deste egrégio Colegiado.

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TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

ACÓRDÃO Nº 1.026/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo: TC-549.020/1993-4.2. Grupo: I, Classe: II, Assunto: Tomada de Contas Especial.3. Responsável: Cézar Ribeiro Melo (ex-prefeito), CPF: 060.964.845/49.4. Unidade: Prefeitura Municipal de Campo Maior/PI.5.aRelator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.6.aRepresentante do Ministério Público: Procuradora Cristina Machado da Costa e Silva.7. Unidade Instrutiva: Secex/PI.8. Advogado constituído nos autos: não José Ribamar Coelho Filho, OAB/PI 104/89-A, e Paulo

Sérgio Escórcio de Brito, OAB/PI 2.684/95..

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial, de responsabilidade do

Sr. Cézar Ribeiro Melo, ex-Prefeito Municipal de Campo Maior/PI, instaurada em decorrência da nãoaprovação da prestação de contas de recursos federais transferidos à aludida Prefeitura, no valor originalde Cz$ 2.124.000,00 (dois milhões, cento e vinte e quatro mil cruzados) mediante nota financeira 03889-1, transferidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, objetivando a construçãode 10 campos de futebol nas localidades de Alto do Meio, Conceição, Cocal de Telha, Boqueirão, CaféVelho, Lagoinha, Jatobá, Santa Cruz, Bananeira e Baixinha.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da PrimeiraCâmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. julgar, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas “b” e “c”, 19, caput e 23,inciso III, todos da Lei 8.443/92, as presentes contas irregulares e condenar o Sr. Cézar Ribeiro Melo, ex-Prefeito Municipal de Campo Maior/PI, ao pagamento da importância original de Cz$ 2.124.000,00 (doismilhões, cento e vinte e quatro mil cruzados), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar dorecebimento da notificação para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, doRegimento Interno/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento daEducação – FNDE, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora devidos, calculados a partirde 10/08/88, até a data do efetivo recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

9.2. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/92, a cobrança judicial dadívida, caso não atendida a notificação; e

9.3. remeter cópia da documentação ao Ministério Público da União, nos termos do § 3º do artigo16 da Lei 8.443/92.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

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Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE II - 1ª CâmaraTC-625.145/1997-6Natureza: Prestação de Contas – Exercício de 1996.Entidade: Hospital Nossa Senhora da Conceição S/A.Responsáveis: Rogério Dalfollo Pires, CPF: 019.187.709-30; Francisco Daly Schneider Bernd, CPF

nº 434.758.090-87; Marco Antônio Viegas da Silva, CPF: 237.875.030-72; Luiz Eurico LaranjaVallandro CPF: 133.420.370-91; Eduardo Levcovitz, CPF: 603.576.737-00; Marinon Porto, CPF:008.187.980-68; Solon Magalhães Vianna, CPF: 000.780.691-49; Isacc Sprinz, CPF: 001.603.500-34;Antônio Carlos Ebling, CPF: 170.137.200-20; Paulo Henrique Ferreira de Melo, CPF: 354.090.617-72;Itamar José Barbalho, CPF: 534.110.567-20; Sebastião Carlos Alves Grilo, CPF: 097.049.360-15; JoãoCarlos Barros Krieger, CPF: 065.922.440-20.

Sumário: Prestação de contas relativa ao exercício de 1996. Falhas de natureza formal. Contasregulares com ressalvas. Quitação. Determinação.

RELATÓRIO

Trata-se da Prestação de Contas do Hospital Nossa Senhora da Conceição relativa ao exercício de1996.

2. A Secretaria de Controle Interno/MS do Ministério da Fazenda emitiu certificado de Auditoriapela regularidade destas contas.

3. Foram os presentes autos, inicialmente, sobrestados, em razão de recurso de revisão ofertado noprocesso de prestação de contas da entidade relativa ao exercício de 1994.

4. Retornam os autos, nesta oportunidade, para exame de mérito, uma vez superada a questão queensejou o sobrestamento.

5. O analista responsável pela instrução, após observar que as falhas verificadas no processo são denatureza estritamente formal, propôs serem estas contas julgadas regulares com ressalvas, dando-sequitação aos responsáveis, nos termos dos arts. 1º, I, 16, II, 18 e 23, II da lei nº 8.443/92 (fls. 220/224).

6. A unidade técnica, à fl. 224, acolheu a proposta do analista.7. O Ministério Público, nos autos representado pela Procuradora, Dra. Maria Alzira Ferreira,

manifestou-se de acordo com a proposta de mérito de folha 224, acrescentando, contudo, determinação aoresponsável pelo hospital Nossa Senhora da Conceição S/A no sentido de que todas as admissões feitasposteriormente a 06.06.90, sem a prévia aprovação em concurso público, sejam anuladas, nos termos do §2º do art. 37 da Constituição Federal (cf. Acórdão nº 29/2000 da 2ª Câmara, confirmado pelo de nº26/2002 do mesmo Colegiado e pelas Decisões Plenárias de nºs 599/1994 e 146/1995).

8. O presente processo foi levado à sessão da Primeira Câmara de 11.03.2003, mas teve suadiscussão e votação adiadas, ante o pedido de vista formulado pelo Eminente Ministro Walton AlencarRodrigues.

VOTO

Registro, inicialmente, que relato estes autos com fundamento no art. 18 da Resolução nº 64/96-TCU, tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuída aoSenhor Ministro Iram Saraiva.

2. Diante do que consta dos autos, acolho os pareceres uniformes no sentido da regularidade comressalvas das contas, uma vez que as falhas detectadas são de natureza estritamente formal.

3. Relativamente ao acréscimo sugerido pelo Ministério Público, com as vênias de praxe, deixo deacatá-lo, tendo em vista que a determinação proposta já foi validamente efetuada pelo Tribunal, nos

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termos do Acórdão nº 599/94-TCU-Plenário, mantido pela Decisão nº 146/95-TCU-Plenário.4. Nesse sentido, afigura-se-me mais apropriado que o Tribunal determine à SECEX/RS que

acompanhe seu cumprimento, na próxima fiscalização.Assim, voto no sentido de que esta Câmara adote o Acórdão que ora submeto à sua apreciação.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

ACÓRDÃO Nº 1.027/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-625.145/1997-6.2. Grupo e Classe de assunto: Prestação de Contas – Exercício de 1996.3. Responsáveis: Rogério Dalfollo Pires, CPF: 019.187.709-30; Francisco Daly Schneider Bernd,

CPF nº 434.758.090-87; Marco Antônio Viegas da Silva, CPF: 237.875.030-72; Luiz Eurico LaranjaVallandro CPF: 133.420.370-91; Eduardo Levcovitz, CPF: 603.576.737-00; Marinon Porto, CPF:008.187.980-68; Solon Magalhães Vianna, CPF: 000.780.691-49; Isacc Sprinz, CPF: 001.603.500-34;Antônio Carlos Ebling, CPF: 170.137.200-20; Paulo Henrique Ferreira de Melo, CPF: 354.090.617-72;Itamar José Barbalho, CPF: 534.110.567-20; Sebastião Carlos Alves Grilo, CPF: 097.049.360-15; JoãoCarlos Barros Krieger, CPF: 065.922.440-20.

4. Entidade: Hospital Nossa Senhora da Conceição S/A.5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.5.1. Revisor: Ministro Walton Alencar Rodrigues.6. Representante do Ministério Público: Dra. Maria Alzira Ferreira.7. Unidade técnica: SECEX/RS.8. Advogado constituído nos autos: não consta.

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de prestação de contas do Hospital Nossa Senhora da

Conceição S/A, relativas ao exercício de 1996.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, ante

as razões expostas pelo Relator, em:9.1. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso II, 18 e 23, inciso II da Lei nº 8.443, de 16 de

julho de 1992 c/c os arts. 1º, inciso I, 208 e 214, inciso II, do Regimento Interno, julgar as presentescontas regulares com ressalvas, dando-se quitação aos responsáveis citados no item 3 supra;

9.2. determinar à SECEX/RS que, na próxima fiscalização ao Hospital Nossa Senhora daConceição, proceda à verificação do cumprimento de determinação desta Corte contida no Acórdão nº599/94-TCU-Plenário.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues (Revisor) e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

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133

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I - CLASSE II - 1ª CÂMARATC-014.364/2001-4Natureza: Tomada de Contas Especial.Entidade: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.Responsável: Clélia Rocha da Costa (CPF nº 154.258.601-10).

SUMÁRIO: Tomada de Contas Especial instaurada em razão de irregularidades praticadas porservidora, ocasionando prejuízo aos cofres do IBAMA. Demissão do serviço público. Contasconsideradas irregulares pelo controle interno. Citação. Alegações apresentadas intempestivamente edesprovidas de elementos suficientes, capazes de descaracterizar os fatos a ela imputados. Confissãoperante a Comissão de Sindicância de que apropriou-se dos recursos financeiros. Acolhimento daspropostas da Unidade Técnica e do Ministério Público. Contas julgadas irregulares e em débito. Cobrançajudicial. Remessa de documentação ao Ministério Público da União.

R E L A T Ó R I O

Tratam os autos de Tomada de Contas Especial instaurada em decorrência de irregularidadespraticadas pela Sra. Clélia Rocha da Costa, qualificada às fls. 162, no exercício da função de Chefe deDivisão de Transformação e Processamento/DITRA, da Diretoria de Recursos Renováveis/DIREM, doInstituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/IBAMA, à época daocorrência dos fatos.

2. As irregularidades são as seguintes: pagamentos indevidos; permissão de contratação de pessoassem a documentação exigida para o desempenho de funções nos projetos PNUD; concessão de diárias apessoa em gozo de licença; utilização de recursos públicos em proveito próprio.

3. Pelas portarias constantes às fls. 69 e 87, foram instaurados os Processos Administrativos com ofito de apurar os fatos. As Comissão concluíram pelas responsabilização da implicada, fato que culminoucom a sua demissão do serviço público, conforme Portaria Ministerial nº 108, publicada no DOU de28/04/2000, Seção 2 (fls. 123).

4. A Secretaria Federal de Controle Interno certificou a irregularidade das presentes contas ( fls.212/218), tendo a autoridade ministerial se manifestado às fls. 219.

5. No âmbito deste Tribunal, a responsável foi, em cumprimento ao devido processo legal, citadapara apresentar alegações de defesa ou recolher o débito que lhe fora imputado (fls. 247).

6. Em atendimento, a Sra. Clélia Rocha da Costa apresentou argumentos impertinentes e confusos,alegando inocência dos fatos que lhe são imputados, bem como culpando o Tribunal por situações queaconteceram ainda na esfera administrativa, sem apresentar quaisquer elementos ou provas capazes de seraproveitados em seu benefício (fls. 252/254 e 280).

7. Diante disso, a 4ª SECEX propõe, em pareceres uniformes, que o Tribunal: julgue as presentescontas irregulares e em débito a responsável; autorize a cobrança judicial da dívida; e remetadocumentação ao Ministério Público da União, para ajuizamento das ações civis e penais cabíveis ( fls.258/263, 280/281)

O Ministério Público ratifica a proposta da Unidade Técnica (fls. 282).

VOTO

Registro, inicialmente, que atuo nestes autos com fundamento no disposto no art.18 da Resolução nº64/96-TCU, tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuídaao Senhor Ministro Iram Saraiva.

2. A defesa apresentada, intempestivamente, pela Sra. Clélia Rocha da Costa, já demitida do serviçopúblico, não evidencia elementos suficientes para caracterizar a sua boa-fé ou afastar sua

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responsabilidade pelo dano causado aos cofres do IBAMA, da qual era servidora.3. Com efeito, a acusada confessou perante a Comissão de Sindicância que utilizou, em benefício

próprio, os recursos financeiros do projeto PNUD, que tinha consciência da ilicitude de sua ação, e que sevaleu de tal artifício por achar que era aquela a única saída para seus problemas financeiros (fls. 261).

4. Diante do exposto, acolho as propostas da 4ª SECEX e do Ministério Público e VOTO no sentidode que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à apreciação desta Primeira Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

ACÓRDÃO Nº 1.028/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº 014.364/2001-4.2. Grupo I - Classe de Assunto II - Tomada de Contas Especial.3. Responsável: Clélia Rocha da Costa (CPF nº 154.258.601-10).4. Entidade: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.Redator: Ministro Walton Alencar Rodrigues6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Jatir Batista da Cunha.7. Unidade Técnica: 4ª SECEX.8. Advogado constituído nos autos: Não consta.9. Acórdão:

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial de responsabilidade da Sra.Clélia Rocha da Costa.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, comfundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea "d", da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c osarts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com os arts. 1º, inciso I, 209, inciso IV, 210 e 214, inciso III, doRegimento Interno, em:

9.1. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pela responsável (item 3, retro);9.2. julgar as presentes contas irregulares e condenar a Sra. Clélia Rocha da Costa ao pagamento

das quantias a seguir discriminadas, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação, paracomprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea "a", do Regimento Interno/TCU), orecolhimento da dívida aos cofres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenováveis – IBAMA, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora calculados a partir dascorrespondentes datas até aquela do efetivo recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

VALORES (R$) DATAS10.200,00 27/03/19979.970,00 25/04/19977.000,00 09/05/19971.190,00 18/02/19971.206,00 06/04/199710.000,00 23/01/199810.000,00 04/02/199810.000,00 11/02/1998

9.3 - aplicar à responsável a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/92, no valor de R$ 10.000,00(dez mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove,perante o Tribunal (art. 214, III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento do valor retro aoscofres do Tesouro Nacional, atualizado monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo ora

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estabelecido até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, a cobrança

judicial das dívidas, caso não atendida a notificação; e9.5. remeter cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União para ajuizamento

das ações civis e penais cabíveis, nos termos do § 3º do art. 16 da Lei nº 8.443/92.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues (Redator) e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).12.2. Ministro com voto vencido em parte: Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).12.3. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

WALTON ALENCAR RODRIGUESMinistro Redator

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 1ª Câmara

TC-015.649/2001-9

Natureza: Tomada de Contas Especial.Entidade: Município de Açailândia/MA.Responsável: Deusdedith Alves Sampaio, CPF n. 089.566.855-68, ex-Prefeito.

SUMÁRIO: Tomada de Contas Especial instaurada em decorrência da omissão no dever de prestarcontas de recursos federais transferidos por força de Convênio. Citação. Revelia. Contas irregulares comdébito e multa. Autorização para cobrança judicial das dívidas, caso não atendida a notificação. Remessada documentação pertinente ao Ministério Público da União.

RELATÓRIO

Trata-se da Tomada de Contas Especial instaurada pela Fundação Nacional de Saúde – Funasa,tendo como responsável o Sr. Deusdedith Alves Sampaio, ex-Prefeito do Município de Açailândia/MA,em decorrência da omissão no dever de prestar contas dos recursos federais repassados ao mencionadoMunicípio, no valor total de R$ 304.483,32, por força do Convênio n. 641/1997, objetivando a construçãodo Centro de Controle de Zoonoses naquela localidade (fls. 15/25).

2. Expedido o Ofício FUNASA/CORMA/SEADM/EPC-01098, solicitando da Prefeitura deAçailândia/MA a apresentação da prestação de contas do Convênio em tela (fls. 07/08), não se obtevequalquer resposta do referido Município. Visando a eliminar quaisquer dúvidas quanto ao recebimento doofício por parte da municipalidade, foi encaminhada pessoalmente ao Sr. Deusdedith Alves Sampaio, porintermédio de servidor da Funasa, notificação informando-lhe acerca de sua omissão (fls. 87/88), cujorecebimento foi atestado pelo próprio responsável (fl. 87).

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3. Assim, ante a ausência de quaisquer documentos relativos à prestação de contas, a SecretariaFederal de Controle Interno expediu Certificado de Auditoria pela irregularidade das contas (fl. 107),tendo a autoridade ministerial competente manifestado haver tomado conhecimento de seu teor (fl. 109).

4. No âmbito do TCU, a Secex/MA procedeu à citação do responsável, instando-o a apresentaralegações de defesa sobre a sua omissão em apresentar a prestação de contas do Convênio n. 641/1997 oucomprovar o recolhimento do débito (fls. 120 e 123). Recebido o ofício citatório, conforme AR-MP de fl.124, o responsável, por intermédio de advogado legalmente constituído, solicitou a prorrogação do prazopara apresentação de sua defesa (fls. 125/127), o qual não logrou deferimento, tendo em vista que apetição fora protocolada intempestivamente, ou seja, já ultrapassado o prazo fixado no ofício citatório (fl.128). Não obstante, comunicou-se ao responsável que ser-lhe-ia facultado, ainda naquela fase processual,juntar novos documentos ao processo, ante o princípio da verdade material (fl. 128), cuja ciência doresponsável se comprova no AR-MP de fl. 135.

5. Transcorridos cerca de 11 meses da notificação supra, nenhum documento foi juntado aoprocesso, não havendo novo pronunciamento do responsável nos autos.

6. Diante disso, a unidade técnica propõe (fls. 133/134 e 136), com a anuência do MinistérioPúblico (fl. 137):

a) sejam julgadas irregulares as presentes contas, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, incisoIII, alínea a, 19, caput, da Lei n. 8.443/1992, condenando-se o responsável ao recolhimento do débitoapurado nos autos, devidamente atualizado, na forma da lei;

b) seja aplicada ao responsável a multa prevista no art. 57 da Lei n. 8.443/1992;c) seja autorizada a cobrança judicial das dívidas, caso não atendida a notificação;d) seja remetida cópia dos presentes autos ao Ministério Público da União, para as providências que

entender cabíveis.É o relatório.

PROPOSTA DE DECISÃO

Nos termos do art. 12, § 3º, da Lei n. 8.443/1992, o responsável que não atender à citação seráconsiderado revel pelo Tribunal para todos os efeitos, dando-se prosseguimento ao processo.

2. Por outro lado, ante a gravidade da infração que comete o responsável omisso no deverconstitucional de prestar contas, entendo que, além do débito a ele imputado, deva ser aplicada a multaprevista nos arts. 19, caput, e 57 da Lei n. 8.443/1992, conforme diversos julgados deste Tribunal(Acórdãos ns. 748/2001 e 410/2002, da 1ª Câmara e 266/2002 da 2ª Câmara, entre outros).

3. Outrossim, lembro que, na hipótese de condenação do Responsável com base na alínea a doinciso III do art. 16 da Lei n. 8.443/1992, poderá o Tribunal decidir sobre a remessa de cópia dos autos aoMinistério Público da União, consoante previsto no art. 209, § 6°, do RI/TCU e de acordo com ajurisprudência recente desta Corte, providência que julgo pertinente no caso em exame.

Ante o exposto, acolho os pareceres da unidade técnica e do Ministério Público e manifesto-me porque seja adotada a deliberação que ora submeto a este Colegiado.

T.C.U., Sala de Sessões, em 20 de maio de 2003.

MARCOS BEMQUERER COSTARelator

ACÓRDÃO Nº 1.029/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo TC n. 015.649/2001-9.2. Grupo: I, Classe de Assunto: II – Tomada de Contas Especial.3. Responsável: Deusdedith Alves Sampaio, CPF n. 089.566.855-68, ex-Prefeito.4. Entidade: Município de Açailândia/MA.5. Relator: Auditor Marcos Bemquerer Costa.6. Representante do Ministério Público: Dr. Lucas Rocha Furtado.

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7. Unidade Técnica: Secex/MA.8. Advogados constituídos nos autos: Dr. João Ferreira Calado Neto, OAB-MA 3.294; Dr. Paulo

Cruz Pereira e Silva, OAB-MA 4.574.

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos da Tomada de Contas Especial instaurada pela Fundação

Nacional de Saúde – Funasa, tendo como responsável o Sr. Deusdedith Alves Sampaio, ex-Prefeito doMunicípio de Açailândia/MA, em decorrência da omissão no dever de prestar contas dos recursos federaisrepassados ao mencionado Município, no valor total de R$ 304.483,32, por força do Convênio n.641/1997, objetivando a construção do Centro de Controle de Zoonoses naquela localidade.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão de 1a Câmara, anteas razões expostas pelo Relator, em:

9.1 – com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea a, 19, caput, 23, inciso III, da Lei n.8.443/1992, julgar irregulares as contas do Sr. Deusdedith Alves Sampaio, ex-Prefeito do Município deAçailândia/MA, condenando-o ao pagamento das importâncias abaixo identificadas, atualizadasmonetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas até a efetivaquitação do débito, com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação,para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno/TCU), orecolhimento da dívida à Fundação Nacional de Saúde – Funasa, nos termos da legislação em vigor:

Valor Data para atualizaçãoR$ 76.120,83 02/04/1998R$ 76.120,83 19/05/1998R$ 76.120,83 30/06/1998R$ 76.120,83 23/07/19989.2 – aplicar ao mencionado responsável a multa prevista nos arts. 19, caput, e 57 da Lei n.

8.443/1992, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar danotificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea a, do RegimentoInterno/TCU), o recolhimento da dívida ao Tesouro Nacional, atualizada monetariamente na data doefetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.3 – autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas a que se referem os subitens anteriores,caso não atendida a notificação, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei n. 8.443/1992;

9.4 – com fundamento no art. 71, inciso XI, da Constituição Federal e no art. 209, § 6°, doRegimento Interno do TCU, remeter cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União,para as providências cabíveis.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa (Relator).

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

MARCOS BEMQUERER COSTARelator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE II – 1ª Câmara

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TC-000.384/2002-3

Natureza: Tomada de Contas Especial.Entidade: Município de Pinheiro/MA.Responsável: José Genésio Mendes Soares, ex-Prefeito, CPF n. 055.696.723-20.

SUMÁRIO: Tomada de Contas Especial instaurada em decorrência da omissão no dever de prestarcontas de recursos repassados mediante convênio. Inexecução do objeto, conforme constatado pelo órgãorepassador. Citação. Revelia. Contas irregulares com débito e multa. Autorização para a cobrança judicialdas dívidas. Remessa da documentação pertinente ao Ministério Público da União.

RELATÓRIO

Trata-se da Tomada de Contas Especial instaurada pela Secretaria de Recursos Hídricos doMinistério do Meio Ambiente, tendo como responsável o Sr. José Genésio Mendes Soares, ex-Prefeito doMunicípio de Pinheiro/MA, em decorrência da omissão no dever de prestar contas dos recursos federaisreferentes ao Convênio n. 04/2000, no valor de R$ 150.000,00, objetivando a construção de dois açudesnos Distritos de Fortaleza e Paraíso, no aludido Município (fls. 103/114).

2. De acordo com o Relatório de Supervisão n. 45, de 09/10/2001, elaborado pela Secretaria deRecursos Hídricos (fls. 166/167), em decorrência de vistoria in loco, verificou-se que os serviçospactuados não foram executados.

3. A Secretaria Federal de Controle Interno certificou a irregularidade das contas (fl. 212) e aautoridade ministerial competente manifestou haver tomado conhecimento das conclusões contidas noCertificado (fl. 216).

4. Citado por edital (fl. 236 e 238), após várias tentativas de citação via AR-MP, o responsável nãoapresentou alegações de defesa, tampouco comprovou o recolhimento do débito a ele atribuído,caracterizando a revelia, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei n. 8.443/1992.

5. A Secex/MA, reinstruindo os autos à fl. 242, propõe: a irregularidade das contas, com acondenação do responsável ao recolhimento do valor apurado nos autos ao Tesouro Nacional; aautorização para cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação; e a remessa de cópia dosautos ao Ministério Público da União, para as ações cabíveis.

6. O Ministério Público manifesta-se de acordo (fl. 243).É o relatório.

PROPOSTA DE DECISÃO

Nos termos do art. 12, § 3º, da Lei n. 8.443/1992, o responsável que não atender à citação seráconsiderado revel pelo Tribunal para todos os efeitos, dando-se prosseguimento ao processo.

2. Além da omissão no dever constitucional de prestar contas do Convênio n. 04/2000, firmado como Ministério do Meio Ambiente, por intermédio da Secretaria de Recursos Hídricos, pesa sobre o Sr. JoséGenésio Mendes Soares, ex-Prefeito de Pinheiro/MA, o fato de haver o órgão repassador dos recursosfederais em causa verificado in loco que os serviços relacionados à construção de dois açudes nosdistritos de Paraíso e Fortaleza não foram executados (Relatório de Supervisão n. 45/2001, fls. 166/167).

3. Desse modo, e considerando a jurisprudência mais recente deste Tribunal, nos casos da espécie(Acórdãos ns. 748/2001, 410/2002, 335/2003 e 531/2003, da 1ª Câmara, e 266/2002, da 2ª Câmara, entreoutros), além do débito imputado ao responsável, cabe aplicar-lhe a multa prevista no art. 57 da Lei n.8.443/1992, remetendo-se cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União.

Ante todo o exposto, manifesto-me por que seja adotada a decisão que ora submeto a esta Câmara.

T.C.U., Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

MARCOS BEMQUERER COSTA

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139

Relator

ACÓRDÃO Nº 1.030/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo TC n. 000.384/2002-3.2. Grupo: I; Classe de Assunto: II – Tomada de Contas Especial.3. Responsável: José Genésio Mendes Soares, ex-Prefeito, CPF n. 055.696.723-20.4. Entidade: Município de Pinheiro/MA.5. Relator: Auditor Marcos Bemquerer Costa.6. Representante do Ministério Público: Dr. Lucas Rocha Furtado.7. Unidade Técnica: Secex/MA.8. Advogado constituído nos autos: não há.

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos referentes à Tomada de Contas Especial instaurada pela

Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, tendo como responsável o Sr. JoséGenésio Mendes Soares, ex-Prefeito do Município de Pinheiro/MA, em decorrência da omissão no deverde prestar contas dos recursos federais referentes ao Convênio n. 04/2000, no valor de R$ 150.000,00,objetivando a construção de dois açudes nos Distritos de Fortaleza e Paraíso, no referido Município.

Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, ante as razõesexpostas pelo Relator, ACORDAM em:

9.1 – com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas a e c, 19, caput, 23, inciso III, daLei n. 8.443/1992, julgar irregulares as contas do Sr. José Genésio Mendes Soares, ex-Prefeito doMunicípio de Pinheiro/MA, condenando-o ao pagamento da quantia de R$ 150.000,00 (cento e cinqüentamil reais), com fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar do recebimento da notificação, para quecomprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea a, do Regimento Interno/TCU), o recolhimentoda dívida ao Tesouro Nacional, devendo a supramencionada quantia ser atualizada monetariamente eacrescida dos juros de mora devidos, calculados a partir de 30/06/2000 até a data do efetivo pagamento,nos termos da legislação em vigor;

9.2 – aplicar ao mencionado responsável a multa prevista nos arts. 19, caput, e 57 da Lei n.8.443/1992, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar danotificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea a, do RegimentoInterno/TCU), o recolhimento da dívida ao Tesouro Nacional, atualizada monetariamente na data doefetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;

9.3 – autorizar, desde logo, a cobrança judicial das dívidas a que se referem os subitens anteriores,caso não atendida a notificação, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei n. 8.443/1992;

9.4 – remeter cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União, para asprovidências cabíveis, com fundamento no art. 209, § 6º, do Regimento Interno/TCU.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa (Relator).

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

MARCOS BEMQUERER COSTARelator

Fui presente:

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140

PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE II - 1ª CâmaraTC-005.920/2002-1Natureza: Tomada de Contas Especial.Entidade: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT.Responsável: Manoel da Silva Monteiro, ex-chefe da Agência Concórdia/PA, CPF 243.344.802-68.

Sumário: Tomada de contas especial. Apropriação indevida de numerário da AgênciaConcórdia/PA da ECT. Citação. Responsável revel. Contas irregulares. Débito. Autorização paracobrança judicial da dívida. Remessa de cópia dos autos ao Ministério Público da União para ajuizamentodas ações civis e penais cabíveis.

RELATÓRIO

Trata-se de tomada de contas especial instaurada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos –ECT, Diretoria Regional do Pará e Amapá, contra o Sr. Manoel da Silva Monteiro, ex-chefe da AgênciaConcórdia/PA, em virtude de apropriação indevida de numerário da arrecadação daquela agência, novalor total de R$ 7.272,16 (sete mil, duzentos e setenta e dois reis e dezesseis centavos), levada a efeitodurante o exercício de 1997, conforme demonstrado nos autos.

Parecer do controle interno.A Secretaria Federal de Controle Interno emitiu certificado de auditoria pela irregularidade das

contas, responsabilizando o Sr. Manoel da Silva Monteiro pelo valor do dano causado à ECT.

Parecer da unidade técnica.A Secex/PA promoveu a citação do responsável, de início, por meio do Ofício 433/2002 e,

posteriormente, por intermédio do edital 27, publicado no DOU de 10/10/2002.Transcorrido o prazo regimental fixado, o responsável não apresentou alegações de defesa quanto às

irregularidades verificadas, nem efetuou o recolhimento do débito.Em decorrência, a instrução concluiu que o Sr. Manoel da Silva Monteiro deve ser considerado

revel, dando-se prosseguimento ao processo, de acordo com o artigo 12, inciso IV, § 3º, da Lei 8.443/92,propondo-se o julgamento das contas pela irregularidade, nos termos do disposto nos artigos 1º, inciso I, e16, inciso III, alínea “d”, e 19, caput, da Lei 8.443/92.

O diretor técnico e o titular da unidade endossaram essa proposta.

Parecer do Ministério Público.O parecer do Subprocurador-Geral, Dr. Ubaldo Alves Caldas, manifesta-se de acordo com a

proposta de julgamento oferecida pela Secex/PA.

É o Relatório.

VOTO

Inicialmente, registro que atuo nestes autos com fundamento no artigo 18 da Resolução TCU 64/96,tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuídas ao SenhorMinistro Iram Saraiva.

As peças processuais demonstram que foi devidamente apurado nos autos alcance praticado pelo Sr.Manoel da Silva Monteiro, em decorrência de apropriação indevida de valores pertencentes ao caixa daAgência Concórdia/PA, que, em razão do cargo ocupado pelo ex-servidor, ficavam sob suaresponsabilidade.

Considerando o fundamento legal proposto pela unidade técnica - entre outros dispositivos legais, o

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artigo 16, inciso III, alínea "d", da Lei 8.443/92 - , acolho os pareceres uniformes da Secex/PA e doMinistério Público, todavia com acréscimo da adoção do procedimento disposto no § 3º, do artigo 16supracitado.

Assim, ante todo o exposto, considerando que não foram apresentadas alegações de defesa, nemrecolhido o valor do débito imputado ao responsável, voto no sentido de que o Tribunal adote o Acórdãoque ora submeto a esta 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

ACÓRDÃO Nº 1.031/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo TC 005.920/2002-1.2. Grupo I, Classe II – Tomada de Contas Especial.3. Responsável: Manoel da Silva Monteiro, ex-chefe da Agência Concórdia/PA, CPF 243.344.802-

68.4. Entidade: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, Diretoria Regional do Pará e

Amapá.Vinculação: Ministério das Comunicações.5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Ubaldo Alves Caldas.7. Unidade técnica: Secex-PA.8. Advogado constituído nos autos: não consta.

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pela Empresa

Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, Diretoria Regional do Pará e Amapá, contra o Sr. Manoel daSilva Monteiro, ex-chefe da Agência Concórdia/PA, em virtude de apropriação indevida de numeráriodaquela agência.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, comfundamento nos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea "d", c/c os artigos 19, caput, e 23, inciso III, daLei 8.443, de 16 de julho de 1992, e com os artigos 1º, inciso I, 209, inciso IV, 210 e 214, inciso III doRegimento Interno, em:

9.1. julgar as presentes contas irregulares e condenar o Sr. Manoel da Silva Monteiro ao pagamentoda quantia abaixo especificada, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação, paracomprovar, perante o Tribunal (artigo 214, inciso III, alínea "a" do Regimento Interno), o recolhimento dadívida aos cofres da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, atualizada monetariamente eacrescida dos juros de mora calculados a partir das datas discriminadas, até a data do recolhimento, naforma prevista na legislação em vigor, sem prejuízo de se abater os créditos já realizados;

DÉBITO OCORRÊNCIA CRÉDITO OCORRÊNCIAR$ 7.272,16 12/03/1997 R$ 400,00 16/04/1997

R$ 150,00 09/05/1997

9.2. autorizar, desde logo, nos termos do artigo 28, inciso II, da Lei 8.443, de 1992, a cobrançajudicial da dívida, caso não atendida a notificação;

9.3. remeter cópia dos autos, bem como deste acórdão e do relatório e voto que o fundamentam, aoMinistério Público da União, nos termos do § 3º do artigo 16 da Lei 8.443, de 1992, c/c o § 6º do artigo209 do Regimento Interno, para ajuizamento das ações civis e penais cabíveis.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara

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11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE II – Primeira Câmara

TC-005.925/2002-8Natureza: Tomada de Contas EspecialEntidade: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECTResponsável: Jesiel Soares dos Santos (CPF 429.084.502-91)

SUMÁRIO: Tomada de contas especial instaurada pela ECT contra ex-empregado. Apropriaçãoindevida de recursos da empresa. Citação. Não atendimento. Revelia.

Trata-se de Tomada de contas especial instaurada pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos– ECT contra seu ex-empregado Jesiel Soares dos Santos em virtude apropriação indevida de recursos daempresa na importância de R$ 6.998,01, conforme discriminado no processo, quando exercia as funçõesde chefe e encarregado de caixa da AC – Nova Esperantina do Piriá/PA, :

Data Valor original (R$)13/04/1998 77,0708/05/1998 49,9417/07/1998 78,3220/07/1998 46,0701/10/1998 6.746,61

Consta em favor do responsável, demitido por justa causa, créditos, que devem ser deduzidos, naimportância de 162,48, sendo: 103,20 em 18.01.1999 e 59,28 em 29.07.1999.

O controle interno opinou pela irregularidade das contas, tendo o Ministro de Estado dasComunicações tomado conhecimento das conclusões do relatório e do certificado de auditoria (fls. 81).

Regularmente citado, o Sr. Jesiel Soares dos Santos deixou transcorrer o prazo regimental semapresentar defesa ou recolher o débito, tornando-se revel, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei nº8.443/1992.

Assim, a unidade técnica propôs, em pareceres uniformes (fls. 96/97), a irregularidade das contas ea condenação em débito do responsável, autorizando-se, desde logo, a cobrança judicial da dívida.

O Ministério público manifesta-se de acordo com a proposta e sugere, adicionalmente, a aplicaçãode multa, nos termos do art. 57 da Lei 8.443/1992 e o encaminhamento de cópia do processo aoMinistério Público da União, nos termos da lei orgânica deste Tribunal.

É o Relatório.

VOTO

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Inicialmente, registro que atuo nestes autos com fundamento no art. 18 da Resolução TCU nº64/1996, tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuída aoSenhor Ministro Iram Saraiva.

Verifica-se que o Sr. Jesiel Soares dos Santos, devidamente citado, não recolheu o valor do débito etampouco apresentou alegações de defesa. Pertinente, portanto o julgamento das contas pelairregularidade e em débito o mesmo responsável.

Quanto à proposta de aplicação de multa com fundamento no art. 57 da Lei 8.443/92, com asdevidas vênias deixo de acolhê-la pelas seguintes razões:

a) por se tratar a sanção a que se refere esse dispositivo de faculdade atribuída pela lei ao Tribunalde Contas da União, que poderá, assim, aplicá-la ou não, dependendo do exame de cada caso emconcreto;

b) no caso dos presentes autos, em face dos valores envolvidos, só a cobrança de uma multa queviesse a ser aplicada ocasionaria mais prejuízos ao Erário, com as despesas necessárias com o processo decobrança no âmbito do próprio Tribunal de Contas da União, da Advocacia Geral da União e do PoderJudiciário, do que o benefício pecuniário decorrente do recolhimento, duvidoso, do valor que viesse a serimputado;

c) o responsável já foi punido administrativamente pela Empresa Brasileira de Correios eTelégrafos, ao demiti-lo por justa causa.

Ante o exposto, VOTO por que o Tribunal adote a decisão que ora submeto à deliberação destaCâmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

ACÓRDÃO Nº 1.032/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-005.925/2002-82. Grupo I - Classe de Assunto: II – Tomada de Contas Especial3. Responsável: Jesiel Soares dos Santos (CPF 429.084.502-91)4. Entidade: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha6. Representante do Ministério Público: Subrocurador-Geral Paulo Soaares Bugarin7. Unidade técnica: SECEX/PA8. Advogado constituído nos autos: não consta

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pela Empresa

Brasileira de Correios e Telégrafos contra o Sr. Jesiel Soares dos Santos.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, ante

as razões expostas pelo Relator, em:9.1 – com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “d”, 19 e 23, inciso III, da Lei nº

8.443/1992, julgar as presentes contas irregulares e em débito o Sr. Jesiel Soares dos Santos pelasquantias a seguir indicadas, fixando-lhe o prazo de quinze dias, a partir da notificação, para quecomprove, perante este Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimentodas importâncias aos cofres da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, acrescidas da atualizaçãomonetária e dos juros de mora devidos, contados a partir das respectivas datas, até a data do efetivorecolhimento, nos termos da legislação em vigor, deduzidas as quantias de R$ 103,20 e 59,28, jásatisfeitas em 18/01/1999 e 29/07/1999, respectivamente:

Data Valor original (R$)

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13/04/1998 77,0708/05/1998 49,9417/07/1998 78,3220/07/1998 46,0701/10/1998 6.746,61

9.2 – autorizar, desde logo, nos termos do disposto no art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, acobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação;

9.3 – remeter cópia desta deliberação e do relatório e voto que a fundamentam à Empresa Brasileirade Correios e Telégrafos;

9.4 – encaminhar cópia dos presentes autos ao Ministério Público da União, nos termos do art. 16, §3º, da Lei nº 8.443/1992, para as providências cabíveis.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I - CLASSE II - 1ª CÂMARATC-006.017/2002-1Natureza: Tomada de Contas EspecialEntidade: Prefeitura Municipal de Reriutaba/CEUnidade Técnica: SECEX/CEResponsável: Carlos Roberto Aguiar, ex-Prefeito (CPF nº 107.689.203-53)

SUMÁRIO: Tomada de Contas Especial. Citação. Revelia. Remessa, posteriormente, da prestaçãode contas, que mereceu desaprovação por parte da entidade repassadora dos recursos, uma vez que oobjeto pactuado não fora alcançado. Contas julgadas irregulares e em débito. Cobrança judicial.

R E L A T Ó R I O

Trata-se de tomada de contas especial instaurada em decorrências da não-comprovação da boa eregular aplicação dos recursos federais repassados ao município de Reriutaba/CE, pelo Fundo Nacionalde Desenvolvimento da Educação – FNDE, no valor de R$ 50.000,00, por intermédio do Convênio nº9.763/97, que tinha por objeto a construção de equipamentos escolares, na gestão do prefeito CarlosRoberto Aguiar.

Citado, por meio do expediente de fls. 136/138, o responsável não comprovou o recolhimento daimportância devida nem apresentou alegações de defesa, motivo pelo qual a Unidade Técnica entendeuque estava caracterizada a sua revelia.

Não obstante isso, a secretária-executiva do FNDE, mediante expediente de fl. 139, datado de08/08/2002, encaminhou a prestação de contas apresentada intempestivamente pelo responsável àquele

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órgão, em abril de 2001 (fls. 142/186), informando que ‘após análise e verificação “in loco”, somos deparecer contrário à aprovação das contas, opinando pela continuidade da tomada de contas especial”.

Diante disso, a Analista propõe que seja realizada nova citação do responsável (fls.189).No entanto, o Diretor da 2ª DT, destaca, dentre outras considerações, que (fls. 190/191):a) a prestação de contas foi encaminhada pelo responsável somente em abril de 2001 (fls.142),

quase três anos após o prazo estipulado para sua apresentação: junho de 1998 (fls. 69);b) o Termo de Aceitação da Obra de 30.04.1998 não condiz com as constatações do FNDE insertas

no Relatório de Inspeção de 16.06.2000 (fls. 104/107) e com o levantamento fotográfico de fls. 111/112,bem como trata de valor de obra (R$ 122.740,46) diferente do valor do Convênio e em dissonância comos documentos apresentados;as fotos da P.M. de Reriutaba/CE, de abril/2001, às fls. 162/163, mostramevolução apenas externa em relação às fotos do FNDE de 16.06.2000, às fls. 111/112, entretanto nãoelidem as irregularidades atinentes aos presentes autos, mormente no que pertine à não aquisição deequipamentos e à execução em desacordo com as especificações previamente definidas no Processo deConcessão;

c) como agravante, impende-nos registrar que, após contato com o Sindicato do TrabalhadoresRurais do Município de Reriutaba/CE (fone 0XX88-637-1399), fomos informados pelo Sr. Moacir Alves,residente no Povoado de Carão, acerca do não funcionamento da escola, objeto do convênio em comento,a qual se encontra fechada e em completo abandono, sem os equipamentos necessários ao seufuncionamento, sem aulas, sem água, indo de encontro ao objetivo social de atender à educação pré-escolar, conforme cláusula primeira do Convênio nº 9763/97-FNDE;

d) ante o contido no parágrafo precedente, mantivemos contato com o Promotor de Justiça damunicipalidade (Dr.André, fone 0XX88-6372045), solicitando a confirmação dos senões retro, sendoapresentado a este Tribunal o Ofício nº 48/02, de 20.09.2002, às fls. 192, no qual a Secretaria deEducação da Prefeitura Municipal de Reriutaba/CE ratifica o não funcionamento da escola objeto doConvênio em apreço;

Diante disso, propõe, com o endosso do Secretário da SECEX/CE que as presentes contas sejamjulgadas irregulares e em débito o responsável e que seja determinada a inclusão do nome do implicadono Cadin. (fls. 191 e 194).

Por sua vez, o Ministério Público manifesta-se de acordo com a proposta de julgamento de méritooferecida pelos dirigentes da Secex/CE à fl. 191, sugerindo, em acréscimo, que seja aplicada ao Sr. CarlosRoberto Aguiar a multa prevista no citado artigo 57, e providenciada a imediata remessa de cópia dadocumentação pertinente ao Ministério Público da União, para os fins do disposto no § 3º do artigo 16.

Sugere que a quantia devida seja atualizada e acrescida dos encargos legais a partir de 12/02/98,data do efetivo crédito dos recursos na conta da prefeitura, conforme extrato bancário anexado à fl. 149.

Enfatiza, por fim, que a determinação para inclusão do nome do responsável no Cadin édispensável, em face do disposto na Decisão Normativa TCU nº 45, de 15/05/2002.

VOTO

Registro, inicialmente, que atuo nestes autos com fundamento no disposto no art.18 da Resolução nº64/96-TCU, tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuídaao Senhor Ministro Iram Saraiva.

Compulsando os elementos constantes dos autos, observa-se que a citação foi realizada em07/06/2002, tendo o responsável aposto sua ciência em 19/06/2002.

Embora a prestação de contas tenha sido apresentada fora do prazo, observa-se que a mesma deuentrada no FNDE em 31/05/2001, ou seja, quase um ano antes da citação realizada pelo Tribunal.

Por outro lado, observa-se que o FNDE, após realizar inspeção in loco, constatou que o objeto doconvênio não fora alcançado. Não se comprovou a aquisição dos equipamentos. Além do mais, aprestação de contas não contêm todos os elementos exigidos pela IN/STN nº 01/97, conforme apontadono Relatório de fls. 105/107.

Não existem, como aponta o Ministério Público, elementos suficientes capazes de caracterizar aboa-fé do responsável. A prestação de contas não retrata a boa e regular aplicação dos recursos públicos.

Outrossim, entendo despicienda a aplicação de multa ao responsável, em face da faculdade prevista

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no art. 57 da Lei nº 8.443/92.Diante do exposto, acolho as propostas de mérito formuladas pela Unidade Técnica e pelo

Ministério Público e VOTO no sentido de que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à apreciaçãodesta Primeira Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

Processo TC nº 006.017/2002-1Tomada de Contas Especial

Excelentíssimo Senhor Ministro-Relator.

Trata-se de tomada de contas especial instaurada em decorrência da não-comprovação da boa eregular aplicação dos recursos federais repassados ao município de Reriutaba/CE, pelo Fundo Nacionalde Desenvolvimento da Educação ? FNDE, no valor de R$ 50.000,00, por intermédio do Convênio nº9.763/97, que tinha como objeto a construção de uma unidade escolar com uma sala de aula e demaisdependências, bem como a aquisição de equipamentos escolares, na gestão do prefeito Carlos RobertoAguiar.

2. Regularmente citado, por meio do expediente de fls. 136/138, o responsável não comprovou orecolhimento da importância devida nem apresentou alegações de defesa. Assim, está caracterizada a suarevelia, para todos os efeitos, conforme previsto no § 3º do artigo 12 da Lei Orgânica desta Corte.

3. Não obstante isso, a secretária-executiva do FNDE, mediante o expediente de fl. 139, datado de08/08/2002, encaminhou a prestação de contas apresentada intempestivamente pelo responsável àqueleórgão, em abril de 2001 (fls. 142/186), informando que "após análise e verificação 'in loco', somos deparecer contrário à aprovação das contas, opinando pela continuidade da tomada de contas especial".

4. De fato, conforme se observa no pronunciamento do diretor técnico da Secex/CE, inserido às fls.190/191, o referido gestor, além de permanecer revel perante o Tribunal, também não comprovou acorreta utilização dos recursos junto ao órgão repassador, que atestou, em inspeção in loco, a nãoexecução do objeto do convênio.

5. Assim, ante a inexistência de elementos capazes de caracterizar a boa-fé do responsável, aspresentes contas devem ser julgadas irregulares com imputação de débito e aplicação de multa, nostermos dos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea c, 19, caput c/c o artigo 57, todos da Lei nº 8.443/92.

6. Diante do exposto, este representante do Ministério Público manifesta-se de acordo com aproposta de julgamento de mérito oferecida pelos dirigentes da Secex/CE à fl. 191, sugerindo, emacréscimo, que seja aplicada ao Sr. Carlos Roberto Aguiar a multa prevista no citado artigo 57, eprovidenciada a imediata remessa de cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União,para os fins do disposto no § 3º do artigo 16.

7. Opina, por fim, que a quantia devida seja atualizada e acrescida dos encargos legais a partir de12/02/98, data do efetivo crédito dos recursos na conta da prefeitura, conforme extrato bancário anexado àfl. 149.

8. Cabe enfatizar, ademais, que a determinação para inclusão do nome do responsável no Cadin édispensável, em face do disposto na Decisão Normativa TCU nº 45, de 15/05/2002.

Ministério Público, em 24 de janeiro de 2003.

PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

ACÓRDÃO Nº 1.033/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

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1. Processo nº 006.017/2002-1.2. Grupo I - Classe de Assunto II - Tomada de Contas Especial.3. Responsável: Carlos Roberto Aguiar, ex-Prefeito (CPF nº 107.689.203-53).4. Entidade: Prefeitura Municipal de Reriutaba/CE.5. Relator: Ministro Lincoln Magalhães da Rocha.6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin.7. Unidade Técnica: SECEX/CE.8. Advogado constituído nos autos: Não consta.

9. Acórdão:Vistos, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial de responsabilidade do Sr.

Carlos Roberto Aguiar, ex-Prefeito do Município de Reriutaba/CE, instaurada em decorrência da nãoaprovação da prestação de contas do Convênio nº 9.763/997, firmado com o FNDE/MEC.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, comfundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea "b", da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c osarts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com os arts. 1º, inciso I, 209, inciso II, 210 e 214, inciso III, doRegimento Interno, em:

9.1. julgar as presentes contas irregulares, e condenar o Sr Carlos Roberto Aguiar ao pagamento daquantia de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), com a fixação do prazo de quinze dias, a contar danotificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea "a" do Regimento Interno), orecolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE,atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora calculados a partir de 12/02/1998 até a data dorecolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

9.2. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, a cobrançajudicial da dívida, caso não atendida a notificação.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I - CLASSE II - 1ª CÂMARATC-012.049/2002-0 (com 03 volumes)Natureza: Tomada de Contas Especial.Entidade: Prefeitura Municipal de Varjota/CE.Responsável: Moacir Farias Martins, ex-Prefeito (CPF nº 203.664.853-34).

SUMÁRIO: Tomada de Contas Especial instaurada em razão da não aprovação da prestação decontas. Citação. Revelia. Contas julgadas irregulares e em débito o responsável. Cobrança judicial.

R E L A T Ó R I O

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Trata-se da Tomada de Contas Especial instaurada em razão da não aprovação das contas doConvênio nº 021/98, celebrado entre o então Ministério do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior - MDIC e a Prefeitura Municipal de Varjota/CE, objetivando a realização de 02 cursosartesanais, visando à capacitação de 80 trabalhadores, na área de tecelagem em rede de pesca, e de 40mulheres, em costura com bordado em ponto cruz, com recursos orçados no valor total de R$ 65.984,00,sendo R$ 59.353,20 à conta do concedente e R$ 6.594,80 como contrapartida da convenente.

2. Cabe registrar que o senhor Antônio Pires Ferreira, signatário do convênio em comento, seafastou da administração municipal por força de licença médica, tendo o seu vice-Prefeito Sr. MoacirFarias Martins assumido o cargo e realizado as despesas dos recursos do Convênio nº 021/98.

3. A prestação de Contas (fl.156) foi encaminhada pelo Prefeito interino, Sr. Moacir Farias Martins,em 05.02.1999, à Coordenação-Geral de Serviços Gerais da Subsecretaria de Assuntos Administrativosdo MDIC, a qual após devida análise, revelou as seguintes impropriedades:

- ausência do relatório do cumprimento do objeto, previsto no caput do art. 28, da IN STN nº 01/97;- ausência de cópia do extrato bancário;- ausência da prestação de contas de R$ 6.175,00, valor referente à contrapartida prevista na

Cláusula - Quarta do Convênio; e- ausência, nas notas fiscais, de declaração expressa de que o material havia sido recebido.4. Em atenção ao Ofício nº 139 CGSG/SAA, de 23.04.1999, o senhor Antônio Pires Ferreira, por

meio do ofício nº 334/99, de 21.05.1999 (fls. 173/175), apresentou suas alegações de defesa, informandoque durante a interinidade do senhor Moacir Farias Martins, à frente do Município de Varjota/CE,praticou-se "verdadeiro descalabro administrativo, descaracterizando o cumprimento do objetoconveniado, simulando compras, contratando empresas e sacando os recursos do convênio", fatos estesque o levaram a adotar medidas junto ao Judiciário, ao Tribunal de Contas dos Municípios e à CâmaraMunicipal, contra o responsável (fls. 176/206).

5. Por determinação da Coordenação de Execução Financeira e Suprimentos da CGSG foi realizadafiscalização "in loco" em 25.01.2001, que resultou no Relatório de Viagem de fls. 561/563, de04.05.2001, apontando que a Convenente não executou os cursos constantes do convênio e nãodemonstrou preocupação com o bom emprego dos recursos públicos, uma vez que distribuiu toda amatéria-prima adquirida, a qual foi utilizada pelas pessoas de modo diverso do previsto.

6. A Secretaria Federal de Controle Interno da Presidência da República certificou a irregularidadedas presentes contas (fl. 600), tendo a autoridade ministerial competente se manifestado de acordo (fl.608).

7. No âmbito deste Tribunal, foi promovida a citação do Sr. Moacir Farias Martins (fls.614), tendoo responsável oposto sua ciência. Entretanto, transcorrido o prazo regimental de quinze dias, oresponsável não recolheu a importância devida nem se manifestou a respeito, estando, pois, caracterizadasua revelia.

8. Diante disso, a SECEX/CE propõe, em pareceres uniformes, que as presentes contas sejamjulgadas irregulares e em débito, autorizando-se, desde logo, a cobrança judicial da dívida (fls.619/620).

9. O Ministério Público junto ao Tribunal se manifesta de acordo com a proposta da UnidadeTécnica (fls.627).

VOTO

Registro, inicialmente, que atuo nestes autos com fundamento no disposto no art.18 da Resolução nº64/96-TCU, tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuídaao Senhor Ministro Iram Saraiva.

2. Os documentos constantes do volume I evidenciam que os recursos financeiros foram geridos eaplicados na gestão do Sr. Moacir Farias Martins.

3. Da análise efetuada na prestação de contas apresentada, ficou comprovada a inobservância aosdiversos dispositivos constantes da IN/STN nº 01/97.

4. Em observância ao princípio devido processo legal, o responsável foi citado. Porém, permaneceurevel, uma vez que não apresentou alegações de defesa nem recolheu o débito que lhe fora imputado. Há,

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pois, necessidade de se dar prosseguimento ao processo, nos termos do art, 12, § 3º, da Lei nº 8.443/92.5. Diante do exposto, acolho as propostas da Unidade Técnica e do Ministério Público e VOTO no

sentido de que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à apreciação desta Primeira Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

ACÓRDÃO Nº 1.034/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº 012.049/2002-02. Grupo I - Classe de Assunto: II - Tomada de Contas Especial3. Responsável: Moacir Farias Martins, ex-Prefeito (CPF nº 203.664.853-34).4. Entidade: Prefeitura Municipal de Varjota/CE.5. Relator: Ministro Lincoln Magalhães da Rocha.Redator: Ministro Walton Alencar Rodrigues6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin.7. Unidade Técnica: SECEX/CE.8. Advogado constituído nos autos: Não atuou.

9. Acórdão:Vistos, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial de responsabilidade do Sr.

Moacir Farias Martins, ex-Prefeito do Município de Varjota/CE, instaurada em razão da não aprovação daprestação de contas do Convênio n.º 021/98, celebrado entre o então Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior - MDIC e a Prefeitura Municipal de Varjota/CE, objetivando a realizaçãode 02 cursos artesanais, visando à capacitação de 80 trabalhadores, na área de tecelagem em rede depesca, e de 40 mulheres, em costura com bordado em ponto cruz, com recursos orçados no valor total deR$ 65.984,00, sendo R$ 59.353,20 à conta do concedente e R$ 6.594,80 como contrapartida daconvenente.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, comfundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea "b", da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c osarts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com os arts. 1º, inciso I, 209, inciso II, 210 e 214, inciso III, doRegimento Interno, em:

9.1. julgar as presentes contas irregulares, e condenar o Sr Moacir Farias Martins ao pagamento daquantia de R$ 59.353,20 (cinqüenta e nove mil, trezentos e cinqüenta e três reais e vinte centavos), com afixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214,inciso III, alínea "a" do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional,atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora calculados a partir de 06/08/1998 até a data dorecolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

9.2 - aplicar ao responsável a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/92, no valor de R$ 15.000,00(quinze mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove,perante o Tribunal (art. 214, III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento do valor retro aoscofres do Tesouro Nacional, atualizado monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo oraestabelecido até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

9.3. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, a cobrançajudicial das dívidas, caso não atendida a notificação.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues (Redator) e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).

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12.2. Ministro com voto vencido em parte: Lincoln Magalhães da Rocha.12.3. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

WALTON ALENCAR RODRIGUESMinistro-Redator

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I - CLASSE II - 1ª CÂMARA

TC-014.189/2002-0Natureza: Tomada de Contas EspecialUnidade: Prefeitura Municipal de Itatira - CEResponsável: Francisco Afonso Machado Botelho

Sumário: Tomada de Contas Especial. Irregularidade. Citação. Revelia. Contas julgadas irregularese em débito o responsável. Autorização para cobrança, caso não atendida a notificação. Cópia aoMinistério Público da União e à Superintendência Regional da Polícia Federal no Estado do Ceará.

RELATÓRIO

Cuidam os autos de Tomada de Contas Especial instaurada pela Secretaria de Assistência Social doMinistério de Previdência e Assistência Social, em razão da não-aprovação da prestação de contas dosrecursos repassados à Prefeitura Municipal de Itatira/CE, por força da celebração do Termo deResponsabilidade nº 3320/MPAS/SAS/98, fls. 20/24, tendo como objeto a recuperação das instalaçõesfísicas dos centros de referência para crianças e adolescentes, situados na Sede e Distritos de Lagoa doMato e Cachoeira, bem como a aquisição de material pedagógico, fl. 15 e gêneros alimentícios paramanutenção de 600 crianças e adolescentes, no município, fls.130.

Atendendo a solicitação da Coordenação Geral de Gestão de Convênios, o Setor de Engenharia daPrevidência Social determinou visita ao Município de Itatira, com vistas a obter parecer de um engenheiroacerca dos serviços executados, referentes ao objeto já descrito.

De acordo com o laudo do Setor de Engenharia da Previdência Social, fls.70/71:“No centro comunitário de Cachoeira :- Não foram realizados os serviços de instalações hidráulicas e sanitárias, com a troca ou colocação

de louças e metais sanitários faltantes;- Não foi realizado o serviço proposto na cobertura.- Não foi realizado o serviço de iluminação da quadra de esportes, conforme projeto, que previa

quatro postes e instalação de luminárias de vapor de mercúrio de 400W, completa. Foram colocadasquatro vigas de madeira e quatro pequenas e precárias luminárias.

- A revisão das esquadrias com troca de janelas e portas não foi executada.- Somente foi refeito o piso do pátio e executada a pintura geral hidracor. A qualidade destes

serviços executados deixou muito a desejar. Observou-se todas as paredes da edificação apresentandoproblemas de infiltração nos rebocos. O piso das salas está muito ruim, mostrando que, se foram

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realizados os serviços, não foi usada a técnica e materiais recomendados pela boa norma.No centro comunitário de Lagoa do Mato :- o projeto edificado é diferente do projeto apresentado. Neste prédio somente foi executado uma

pintura das paredes com hidracor, além do conserto muito precário em pontos isolados do piso cimentado.Não foram realizadas as recuperações hidráulicas, sanitárias e elétricas, não foram recuperadas outrocadas esquadrias conforme projeto.

No centro comunitário da sede do município :- o projeto edificado é diferente do projeto apresentado. Neste prédio somente foi executado uma

pintura das paredes com hidracor, foi trocado o piso da quadra, com demarcação em pintura e feita ainstalação elétrica para iluminação da quadra. Não foram realizadas as recuperações hidráulicas,sanitárias e elétricas, não foram recuperadas ou trocadas esquadrias, nem foi feito qualquer serviço nacobertura.

A conclusão é de que não foram executadas em nenhuma das três edificações, os serviçosprevistos nos projetos.”

Os recursos ora em comento somam R$ 100.000,00 (cem mil reais) e foram liberados, em18/12/1998, através da Ordem Bancária nº 98OB02628, fls. 03, 19, 46 e 130.

A Secretaria Federal de Controle Interno emitiu certificado de Auditoria pela irregularidade daspresentes contas (fl. 133).

O analista responsável pela instrução consignou que o responsável, embora tenha tomado ciência dacitação, deixou transcorrer o prazo regimental sem apresentar alegações de defesa acerca dasirregularidades verificadas, nem tampouco efetuou o recolhimento do débito, conforme especificado noaludido Documento. Destarte, opinou por que deva ser considerado o responsável REVEL, e dadoprosseguimento ao processo, de acordo com o art. 12, inciso IV, § 3º, da Lei nº 8.443/92, e, ainda, com oapoio no art. 202, inciso IV, § 8°, do Regimento Interno deste Tribunal, aprovado pela Res. N° 155/2002 -TCU.

No mérito propugnou por que o Tribunal, com fundamento nos arts. 1º, I, 16, III, alínea c da Lei nº8.443/92, c/c os arts. 19, caput, e 23, III, da mesma Lei:

a) julgue irregulares presentes contas e em débito o responsável, condenando-o ao pagamento daimportância de R$ 100.000,00 (cem mil reais), atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora,calculada a partir de 18.12.1998, até a efetiva quitação do débito, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias,para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Fundo Nacionalde Assistência Social/MPAS, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”, da citada Lei, justapostos como art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno/TCU, aprovado pela Resolução N° 155 - TCU, de04.12.2002.

b) autorize, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, a cobrança judicial dadívida, caso não atendida a notificação;

c) encaminhe cópia da documentação pertinente Ministério Público da União, para o ajuizamentodas ações civis e penais cabíveis.

A unidade técnica, às fls. 150, anuiu à proposta contida na Instrução.

O Ministério Público, nos autos representado pelo Subprocurador-Geral, Dr. Jatir Batista da Cunha,ante a não-comprovação da boa e regular aplicação dos recursos públicos federais repassados aoresponsável, aquiesceu à proposta da SECEX/CE.

É o Relatório.

VOTO

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Registro, inicialmente, que relato estes autos com fundamento no art. 18 da Resolução nº 64/96-TCU, tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuída aoSenhor Ministro Iram Saraiva.

Considerando que ficou assente nos autos o descumprimento do objeto constante do Termo deResponsabilidade nº 3320/MPAS/AS/98 (fls. 20/24), firmado entre o Município de Itatira – CE e oMinistério da Previdência e Assistência Social, para a recuperação das instalações físicas dos centros dereferência para crianças e adolescentes e para a aquisição de material e gêneros alimentícios para amanutenção de 600 crianças e adolescentes e tendo em vista, ainda, a revelia do responsável, acolho ospareceres oferecidos pela Unidade Técnica e pela douta Procuradoria.

À vista da solicitação de encaminhamento de cópia dos autos formulada pela Delegada de PolíciaFederal, Angela Maria de Barros Menezes Agostinho, com vistas a instruir o Inquérito Policial nº986/2001-SR/DPF/CE, acrescento determinação para encaminhamento de cópia dos autos à SRPF/CE evoto no sentido de que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à deliberação desta Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

ACÓRDÃO Nº 1.035/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-014.189/2002-02. Grupo I - Classe de Assunto: II - Tomada de Contas Especial3. Responsável: . Francisco Afonso Machado Botelho (CPF: 028.680083-72)4. Entidade: Prefeitura Municipal de Itatira - CE5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães Da RochaRedator: Ministro Walton Alencar Rodrigues6. Representante do Ministério Público: Dr. Jatir Batista da Cunha7. Unidade Técnica: SECEX/CE8. Advogado constituído nos autos: não consta

9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial, de responsabilidade de

Francisco Afonso Machado Botelho.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com

fundamento nos arts. 1º, I, 16, III, alínea c da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 19, caput, e 23, III, da mesmaLei, em:

9.1 - julgar as presentes contas irregulares e condenar o Sr. Francisco Afonso Machado Botelho aopagamento da quantia de R$ 100.000,00 (cem mil reais), com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, acontar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, III, alínea a, do Regimento Interno), orecolhimento do valor do débito aos cofres do Fundo Nacional de Assistência Social - MPAS, atualizadomonetariamente e acrescido dos juros de mora devidos calculados a partir de 18/12/1998 até a data dorecolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

9.2 - aplicar ao responsável a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/92, no valor de R$ 25.000,00(vinte e cinco mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para quecomprove, perante o Tribunal (art. 214, III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento do valorretro aos cofres do Tesouro Nacional, atualizado monetariamente a partir do dia seguinte ao término doprazo ora estabelecido até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

9.3 - autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, a cobrança judicialdas dívidas, caso não atendida a notificação;

9.4 - encaminhar cópia da documentação pertinente Ministério Público da União, para o

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ajuizamento das ações civis e penais cabíveis, bem como à Superintendência Regional da Polícia Federalno Estado do Ceará, para a instrução do Inquérito Policial nº 986/2001-SR/DPF/CE.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues (Redator) e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).12.2. Ministro com voto vencido em parte: Lincoln Maganhães da Rocha.12.3. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

WALTON ALENCAR RODRIGUESMinistro-Redator

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I - CLASSE II - 1ª CÂMARA

TC-017.707/2002-1Natureza: Tomada de Contas Especial.Unidade: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT.Responsável: José Primo de Sousa (CPF: 282.231.524-87).

Sumário: Tomada de Contas Especial. Irregularidades. Citação. Revelia. Contas julgadasirregulares e em débito o responsável. Multa. Autorização para cobrança judicial, caso não atendida anotificação. Cópia ao Ministério Público da União.

RELATÓRIO

Trata-se de tomada de contas especial instaurada em virtude de irregularidades ocorridas naEmpresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, Agência de Pureza – RN, praticadas pelo Sr. JoséPrimo de Sousa, quando no exercício da função de Atendente Comercial II, consubstanciadas emremessas, sem registro e sem declaração de valor, de numerários que não chegaram às agências dedestino.

A Secretaria Federal de Controle Interno emitiu Certificado de Auditoria pela irregularidade daspresentes contas (fl. 118).

O analista responsável pela instrução ressaltou que, citado, o Sr. José Primo de Sousa permaneceusilente, caracterizando, assim, sua revelia. Propôs, dessa forma, com a anuência do titular da unidadetécnica, que o Tribunal, com fundamento nos arts. 1º, I, 16, III, alínea d da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 19,caput, e 23, III, da mesma Lei:

a) julgue irregulares as presentes contas e condene o Sr. José Primo de Sousa ao pagamento dasquantias abaixo relacionadas, com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, paraque comprove, perante o Tribunal (art. 165, III, alínea a, do Regimento Interno), o recolhimento do valordo débito aos cofres da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, atualizado monetariamente eacrescido dos juros de mora devidos, calculados a partir das datas correspondentes até a data do

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recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

VALOR ORIGINALDO DÉBITO (R$)

DATA DAOCORRÊNCIA

2.000,00 20.02.19978.500,00 10.06.19978.000,00 31.01.1998

18.700,00 12.06.19989.600,00 29.01.19998.800,00 15.07.1999

b) aplique ao responsável a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/92, fixando-lhe o prazo de 15(quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 165, III, alínea a, doRegimento Interno), o recolhimento do valor da multa aos cofres do Tesouro Nacional, atualizadamonetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo estabelecido até a data do recolhimento, naforma prevista na legislação em vigor;

c) autorize, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, a cobrança judicial dadívida, caso não atendida a notificação;

d) encaminhe cópia da documentação pertinente Ministério Público da União, para o ajuizamentodas ações civis e penais cabíveis.

O Ministério Público, nos autos representado pelo Subprocurador-Geral, Dr. Jatir Batista da Cunha,considerando as irregularidades contidas neste processo e tendo em vista a revelia do responsável,aquiesceu à proposta da unidade técnica, conforme consta do Parecer de fls. 146.

VOTO

Registro, inicialmente, que relato estes autos com fundamento no art. 18 da Resolução nº 64/96-TCU, tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuída aoSenhor Ministro Iram Saraiva.

Considerando que comprovados nos autos desvio de numerários da ECT pelo responsável, o qual,regimentalmente citado, permaneceu revel, acolho os pareceres oferecidos pela unidade técnica e pelaProcuradoria.

Verifiquei nos autos que, de acordo com o Mandado e com o Auto de Seqüestro (fls. 106/08),procedeu-se ao sequestro do depósito em nome do responsável no Instituto Social dos Correios eTelégrafos – POSTALIS, em 24.03.2000, no valor de R$ 2.172,78 (dois mil, cento e setenta e dois reais esetenta e oito centavos).

Dessa forma, proponho que se abata da quantia a ser ressarcida o valor acima e voto no sentido deque o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à deliberação desta Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

ACÓRDÃO Nº 1.036/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-017.707/2002-1.2. Grupo I - Classe de Assunto: II - Tomada de Contas Especial.3. Responsável: José Primo de Sousa (CPF: 282.231.524-87).4. Entidade: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT.5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.6. Representante do Ministério Público: Dr. Jatir Batista da Cunha.7. Unidade Técnica: SECEX/RN.

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8. Advogado constituído nos autos: não consta.

9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Tomada de Contas Especial de responsabilidade de

José Primo de Sousa.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com

fundamento nos arts. 1º, I, 16, III, alínea “d” da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 19, caput, e 23, III, da mesmaLei, em:

9.1 - julgar as presentes contas irregulares e condenar o Sr. José Primo de Sousa ao pagamento dasquantias abaixo relacionadas, com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, paraque comprove, perante o Tribunal (art. 214, III, alínea a, do Regimento Interno), o recolhimento do valordo débito aos cofres da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, atualizado monetariamente eacrescido dos juros de mora devidos, calculados a partir das datas correspondentes até a data dorecolhimento, na forma prevista na legislação em vigor, abatendo-se, na oportunidade, a quantia de R$2.172,78 (dois mil, cento e setenta e dois reais e setenta e oito centavos), já satisfeita em 24.03.2000;

VALOR ORIGINALDO DÉBITO (R$)

DATA DAOCORRÊNCIA

2.000,00 20.02.19978.500,00 10.06.19978.000,00 31.01.1998

18.700,00 12.06.19989.600,00 29.01.19998.800,00 15.07.1999

9.2 - aplicar ao responsável a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/92, no valor de R$ 3.000,00(três mil reais), fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove,perante o Tribunal (art. 214, III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento do valor retro aoscofres do Tesouro Nacional, atualizado monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo oraestabelecido até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;

9.3 - autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92, a cobrança judicialda dívida, caso não atendida a notificação;

9.4 - encaminhar cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União, para oajuizamento das ações civis e penais cabíveis.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO II – CLASSE V – 1ª CÂMARA

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TC-008.717/1995-8Natureza: AposentadoriaÓrgão: Tribunal Regional Federal da 4ª RegiãoInteressadas: Elza Fonseca e Gleni Mara Monlleo Sittoni

Sumário: Aposentadoria. Percepção cumulativa de “quintos” com a Gratificação relativa à mesmafunção. Ilegalidade. Súmula TCU nº 106. Determinação.

RELATÓRIO

Este processo tem por objeto a aposentadoria de Elza Fonseca e Gleni Mara Monlleo Sittoni,Atendente Judiciário e Técnico Judiciário do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com fundamento noart. 186, item III, alíneas “a” e “c”, da Lei nº 8.112/90 e vigências a partir de 19/01 e 17/03/1995,respectivamente.

2. Os atos de fls. 01/02 e 03/04 concedem às interessadas parcela dos “quintos” da Lei nº 8.911/94cumulativamente com a Gratificação relativa à mesma função.

Parecer da Unidade Técnica

3. A Sefip propõe a legalidade e registro dos atos de 01/02 e 03/04 (fl. 05).

Parecer do Ministério Público

4. O Ministério Público, na pessoa da Procuradora Maria Alzira Ferreira, discorda da unidadetécnica e manifesta-se pela ilegalidade das concessões, uma vez que a orientação deste Tribunal é nosentido de que não é permitida a percepção cumulativa da parcela de FG com a parcela dos quintosdeferidos com base na Lei nº 8.911/94 (Decisão nº 32/97-1ª Câmara, TC-450.315/91-6, Ata nº 04/97).

É o relatório.

VOTO

Na mesma linha da manifestação do Ministério Público, entendo não ser permitida a percepçãocumulativa da vantagem definida no artigo 3º da Lei nº 8.911/1994 (“quintos”) com a Gratificaçãorelativa à mesma função.

Posto isso, acolho o parecer do Ministério Público, manifesto ser aplicável a Súmula TCU nº 106 –dispensa da reposição das importâncias já recebidas –, e Voto por que o Tribunal adote o Acórdão que orasubmeto à Primeira Câmara.

T.C.U., Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

MARCOS VINICIOS VILAÇAMinistro-Relator

ACÓRDÃO Nº 1.037/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-008.717/1995-82. Grupo I - Classe de Assunto V - Aposentadoria3. Interessadas: Elza Fonseca e Gleni Mara Monlleo Sittoni4. Órgão: Tribunal Regional Federal da 4ª Região5. Relator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça6. Representante do Ministério Público: Drª. Maria Alzira Ferreira7. Unidade Técnica: Sefip

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8. Advogado constituído nos autos: não consta

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de aposentadoria.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com

fundamento no art. 71, inciso III, da Constituição Federal; c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Leinº 8.443/92; c/c os arts. 1º, inciso VIII, 17, inciso III, e 262 do Regimento Interno, em:

9.1- considerar ilegais as aposentadorias de Elza Fonseca e Gleni Mara Monlleo Sittoni, ante aimpossibilidade de percepção cumulativa de parcela dos “quintos” da Lei nº 8.911/1994 com aGratificação relativa à mesma função;

9.2- recusar registro aos atos de fls. 01/02 e 03/04;9.3- dispensar a reposição das importâncias já recebidas, nos termos da Súmula TCU nº 106;9.4- determinar ao órgão concedente que faça cessar os pagamentos decorrentes das concessões

impugnadas, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados a partir da ciência desta decisão, nos termosdo artigo 71, inciso IX, da Constituição Federal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridadeadministrativa omissa, em conformidade com o artigo 262 do Regimento Interno/TCU; e

9.5- determinar à Sefip que verifique a implementação da medida determinada no item anterior.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (na Presidência), Marcos Vinicios Vilaça

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOna Presidência

MARCOS VINICIOS VILAÇAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I - CLASSE V - 1ª CÂMARATC-018.524/1995-8Natureza: AposentadoriaEntidade: Fundação Universidade Federal de Juiz de ForaInteressados: Maria Rosália de Almeida Pernisa, Eneida Vieira da Cunha Pereira da Silva, Luiz

Sebastião Glatzi, Lauro de Almeida Mendes e Marinoel da Silva Bastos.

Sumário: Aposentadorias. Ilegalidade dos atos de fls. 1/2 e 5/8. Cômputo de tempo de serviçocomo recibada e estranho ao magistério. Súmula TCU nº 106. Legalidade dos demais atos.Determinações.

RELATÓRIO

Trata-se de aposentadoria de Maria Rosália de Almeida Pernisa, Eneida Vieira da Cunha Pereira daSilva, Luiz Sebastião Glatzi, Lauro de Almeida Mendes e Marinoel da Silva Bastos, nos cargos deProfessor de 1º e 2º Graus (o primeiro, o terceiro e o quinto), Professor Adjunto (os outros dois),embasadas no artigo 186, item I (a primeira), item III, alíneas “b” (a quarta), e “d” (as demais), da Lei nº8.112/1990, com vigências a partir de 15/03, 21/03, 27/03, 25/04 e 25/05/1995, respectivamente.

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2. Os autos foram devolvidos à origem, em diligência, promovida pela Sefip, para ser esclarecida arazão do parecer pela ilegalidade exarado pelo Controle Interno nos atos dos servidores Maria Rosália deAlmeida Pernisa, Eneida Vieira da Cunha Pereira da Silva, Luiz Sebastião Glatzi, Lauro de AlmeidaMendes e Marinoel da Silva Bastos.

3. Em atendimento ao solicitado, a Diretora de Auditoria de Pessoal e de Tomada de ContasEspecial da Diretoria de Auditoria de Contas da Secretaria Federal de Controle Interno, por meio do Of.nº 252/DAPES-SFC-MF, encaminhou cópia da documentação extraída dos processos (convencionais) deaposentadoria dos interessados (fls. 13/41).

4. A Sefip analisou esses documentos, apurou erro no cálculo da proporcionalidade dos proventosdos servidores Maria Rosália de Almeida Pernisa, Eneida Vieira da Cunha Pereira da Silva e Marinoel daSilva Bastos; na contagem do tempo de serviço do Sr. Lauro Mendes; e nos anuênios do Sr. LuizSebastião Glatzi. Na ocasião, a unidade técnica apresentou proposta de mérito no sentido de que esteTribunal considerasse legal com recomendação a aposentadoria de Luiz Sebastião Glatzi e ilegais asdemais concessões.

5. Então, em preliminar, o Ministério Público, atuando nos autos, manifestou-se por diligência paraas seguintes providências:

a) no tocante aos servidores Maria Rosália de Almeida Pernisa, Eneida Vieira da Cunha Pereira daSilva e Marinoel da Silva Bastos, fosse comprovado o tempo de efetivo exercício em funções demagistério mediante cópia dos mapas de tempo de serviço, bem como das certidões averbadas pelo órgãode origem; e

b) em relação ao servidor Lauro de Almeida Mendes, fosse retificado o percentual de anuênios.6. Por despacho singular, determinei a realização da diligência.

Parecer da Unidade Técnica

7. A Sefip, analisando os novos esclarecimentos prestados, teceu estas considerações:“(...) 3.1. Quanto à servidora Maria Rosália de Almeida Pernisa, observa-se, da fl. 49, que ela

desempenhou, no período de agosto de 1974 a dezembro de 1976 e de janeiro a fevereiro de 1977,atividades na condição de recibada, e que este período foi computado ao seu tempo de serviço paraaposentadoria.

(..) 3.3. A respeito do servidor Luiz Sebastião Glatzi, observamos, das fls. 55/56, que o servidorconta com 17 anos de serviço para efeito de uniênios. Não obstante, a certidão de fls. 54 consigna tempode serviço estranho ao magistério, no período de 20/11/50 a 17/09/1958, o que impede a percepção dosseus proventos à razão de 24/30, considerando a decisão nº 42/92, 2ª Câmara, Ata 04, de 13/02/92.

3.4. Os servidores Marinoel da Silva Bastos e Eneida Vieira da Cunha Pereira da Silva,comprovaram o tempo de magistério mediante certidões expedidas pelo INSS (fls. 51 e 57), e, conformese observa dos respectivos cálculos e ficha financeira de fl. 61, os valores dos proventos foram atribuídoscorretamente.”

8. Ao finalizar a unidade técnica propõe a legalidade dos atos de aposentadoria dos servidoresMarinoel da Silva Bastos e Eneida da Cunha Pereira da Silva, com o registro dos respectivos atos, e ailegalidade das aposentadorias de Maria Rosália de Almeida Pernisa, Lauro de Almeida Mendes e LuizSebastião Glatzi, recusando-se registro aos atos de fls. 01/02, 05/06 e 07/08.

Parecer do Ministério Público

9. O Ministério Público manifesta-se em consonância com a unidade técnica.

É o relatório.

VOTO

A questão que levou a unidade técnica a propor a ilegalidade dos atos de aposentadoria de MariaRosália de Almeida Pernisa, Lauro de Almeida Mendes e Luiz Sebastião Glatzi – a vedação da contagem

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de tempo de serviço prestado em atividades estranhas ao magistério – é matéria pacificada nesta Casa.2. Ao se subtrair os tempos de serviço prestados em atividades outras que não de magistério, esses

interessados deixam de cumprir o requisito temporal para as suas inativações, na forma como deferidaspela unidade concedente.

3. Com vistas a solucionar esse impasse, cabe as seguintes orientações à Fundação Universidade deJuiz de Fora.

4. Em relação aos servidores Maria Rosália de Almeida Pernisa e Luiz Sebastião Glatzi, somenteuma alternativa se delineia, haja vista os fundamentos legais das concessões – a primeira, art. 186, incisoI, da Lei nº 8.112/90 (invalidez); a outra, inciso III, alínea “d” do mesmo dispositivo legal (65 anos deidade em 1995) - o que, por si só, já os impediram de retornar à ativa. Logo, novos atos poderão serapresentados, deduzindo-se os tempos de serviço impugnados, e por conseguinte, mudando-se aproporcionalidade dos proventos.

5. Quanto ao servidor Lauro de Almeida Mendes, além da possibilidade de um novo ato - comredução de proventos de integral para proporcional, alterando, conseqüentemente a fundamentação legalda concessão -, poderá, se assim for o desejo do interessado, acontecer o retorno à ativa para completar otempo de serviço em magistério, mantendo-se a integralidade dos proventos.

6. Os demais atos de aposentadoria em apreciação não merecem reparo.Posto isso, acolho os pareceres, manifesto ser aplicável a Súmula TCU nº 106 - dispensa da

reposição das importâncias já recebidas - e Voto por que o Tribunal adote a Decisão que ora submeto asua 1ª Câmara.

T.C.U. , Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

MARCOS VINICIOS VILAÇAMinistro-Relator

ACÓRDÃO Nº 1.038/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº: TC – 018.524/1995-82. Grupo I - Classe de Assunto: V - Aposentadoria3. Interessados: Maria Rosália de Almeida Pernisa, Eneida Vieira da Cunha Pereira da Silva, Luiz

Sebastião Glatzi, Lauro de Almeida Mendes e Marinoel da Silva Bastos4. Entidade: Fundação Universidade Federal de Juiz de Fora5. Relator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça6. Representante do Ministério Público: Dra. Cristina Machado da Costa e Silva7. Unidade Técnica: Sefip8. Advogado constituído nos autos: não consta

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de aposentadoria.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com

fundamento no art. 71, inciso III, da Constituição Federal; c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Leinº 8.443/92; c/c os arts. 1º, inciso VIII, 17, inciso III, e 262 do Regimento Interno, em:

9.1-considerar legais as aposentadorias de Eneida Vieira da Cunha Pereira da Silva e Marinoel daSilva Bastos, determinando o registro dos atos de fls. 03/04 e 09/10;

9.2-considerar ilegais as aposentadorias de Maria Rosália de Almeida Pernisa, Luiz Sebastião Glatzie Lauro de Almeida Mendes, negando registro aos atos de fls. 01/02, 05/06 e 07/08;

9.3-aplicar o enunciado da Súmula TCU nº 106 para as quantias já recebidas pelos servidores MariaRosália de Almeida Pernisa, Luiz Sebastião Glatzi e Lauro de Almeida Mendes;

9.4-determinar à unidade concedente que faça cessar o pagamento decorrente da concessãoimpugnada, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados a partir da ciência desta decisão, nos termosdo artigo 71, inciso IX, da Constituição Federal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridadeadministrativa omissa, em conformidade com o artigo 262 do Regimento Interno/TCU;

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9.5-orientar à Fundação Universidade Federal de Juiz de Fora:9.5.1-para a possibilidade, em relação aos servidores Maria Rosália de Almeida Pernisa e Luiz

Sebastião Glatzi, de que novos atos poderão ser apresentados para apreciação, na forma da IN TCU nº44/2002, deduzindo-se os tempos de serviço impugnados, e por conseguinte, mudando-se aproporcionalidade dos proventos;

9.5.2-quanto ao servidor Lauro de Almeida Mendes, além da possibilidade de um novo ato - comredução de proventos de integral para proporcional, alterando, conseqüentemente a fundamentação legalda concessão -, poderá, alternativamente, se assim desejar o interessado, retornar à ativa para completar otempo de serviço em magistério, para obter a integralidade dos proventos; e

9.6-determinar à Sefip que verifique a implementação da medida determinada no subitem 9.4 supra.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (na Presidência), Marcos Vinicios Vilaça

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOna Presidência

MARCOS VINICIOS VILAÇAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE V – 1ª CÂMARATC-005.590/1996-5Natureza: AposentadoriaUnidade: Escola Técnica Federal do Amazonas – ETF/AMInteressada: Maria José Araújo Calmont

Sumário: Aposentadoria com percepção da vantagem prevista no art. 193 da Lei nº 8.112/90,calculada com base na função comissionada, em razão de sentença judicial. Diligências. Não-atendimento. Ilegalidade da concessão. Determinações.

Trata-se de aposentadoria da Professora de 1º e 2º Graus Maria José Araújo Calmont, da EscolaTécnica Federal do Amazonas - ETM/AM, concedida com percepção da vantagem prevista no art. 193 daLei nº 8.112/90, calculada com base na função comissionada, em razão de sentença judicial, com vigênciaa partir de 27.04.1995.

2. Os autos foram devolvidos à origem, em diligência promovida pela então 2ª Secex (atual Sefip),para serem prestados estes esclarecimentos:

“a) informar a esta Secretaria o que significa PROV FC 311091, no valor de R$ 3.803,24 e qual afundamentação legal para a sua concessão, caso tenha decorrido por meio de sentença judicial, que sejaenviada cópia da mesma bem como da certidão de seu trânsito em julgado;

b) tomar as medidas cabíveis com vistas à exclusão do Salário Família da concessão em apreço; ec) enviar a este Tribunal mapa do tempo de efetivo exercício em funções de magistério para

verificarmos a legalidade da concessão nos termos do art. 186 - III -“b” da Lei nº 8.112/90, bem comodispositivos da Constituição.”

3. Por meio do Ofício nº 165-DRH/ETFAM/97, o Diretor da Escola Técnica Federal do Amazonas,em resposta à solicitação da unidade técnica, informou que a exclusão do salário família ocorreu em

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15/09/1997 e anexou os documentos presentes às fls. 07/14.4. Em nova diligência, a então 2ª Secex (atual Sefip) analisou a documentação anexada e pediu

providências à Delegacia Federal de Controle no Amazonas para que fosse retificada a parcela referenteao código 8611 – Gratificação Função Artigo 193 da Lei nº 8.112/90 com base na FC, objeto dadiligência anterior (§ 2º, alínea “a” supra), nos termos abaixo delineados, uma vez que não se fezpresente cópia da sentença judicial requerida:

a) as parcelas dos quintos cujos interstícios legais foram preenchidos até 01/11/91, vigência doDecreto nº 228/91, devem ser calculadas com base na tabela de FC; e

b) as parcelas dos quintos cujos interstícios legais foram preenchidos após 01/11/91 devem sercalculadas com base no valor de Cargo de Direção – CD em que foi transformada a função (Decisão nº073/97- 2ª Câmara, Ata nº 11/97; Decisão nº 099/98-1ª Câmara, Ata nº 11/98).

5. A ETF/AM, tendo por correta a formula de cálculo da parcela questionada, não promoveu aretificação requerida.

Parecer da unidade técnica

6. A Sefip, considerando que a servidora, em 01/11/1991, não havia completado os cinco anosseguidos de função, tendo atingido os dez anos de função (de forma interpolada) após essa data;considerando que a interessada vem recebendo a vantagem do art. 193 da Lei nº 8.112/90, calculada combase na FC, por meio de sentença judicial – conforme ficha financeira extraída do sistema SIAPE, fls.21/23 –; e considerando que não consta dos autos a referida sentença, embora a sua anexação, por cópia,tenha sido requerida pela unidade técnica na 1ª diligência, promovida em 08/08/1997, propõe ailegalidade da concessão com recusa de registro ao ato de fls. 01/02.

Parecer do Ministério Público

6. O Ministério Público manifesta-se em consonância com a unidade técnica.

VOTO

Assiste razão à unidade técnica e ao Ministério Público.2. Não cabe a concessão de aposentadoria à Sra. Maria José Araújo Calmont, na forma como

deferida.3. A partir dos efeitos financeiros da Lei nº 8.168/91, ou seja 01/11/1991, o pagamento da vantagem

do art. 193 da Lei nº 8.112/90 deve ser feito com base no valor do Cargo de Direção-CD ou FunçãoGratificada-FG em que foi transformada a função e não nos parâmetros da Portaria MEC nº 474/87. Éessa a jurisprudência da Casa sobre a matéria em questão (Decisão nº 73/97 da 2ª Câmara e Decisão nº99/98 da 1ª Câmara).

Posto isso, acolho os pareceres, manifesto ser aplicável o enunciado da Súmula TCU nº 106 eVOTO no sentido de que esta Câmara adote a decisão que ora submeto à sua apreciação.

T.C.U., Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

Marcos Vinicios VilaçaMinistro-Relator

ACÓRDÃO Nº 1.039/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-005.590/1996-52. Grupo I - Classe de Assunto V - Aposentadoria3. Interessada: Maria José Araújo Calmont4. Unidade: Escola Técnica Federal do Amazonas – ETF/AM5. Relator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça

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6. Representante do Ministério Público: Dr. Marinus Eduardo de Vries Marsico7. Unidade Técnica: Sefip8. Advogado constituído nos autos: não consta

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de aposentadoria.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com

fundamento no art. 71, inciso III, da Constituição Federal; c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Leinº 8.443/92; c/c os arts. 1º, inciso VIII, 17, inciso III, e 262 do Regimento Interno, em:

9.1- considerar ilegal a aposentadoria de Maria José Araújo Calmont;9.2- recusar registro ao ato de fls. 1/2;9.3- dispensar a reposição das importâncias já recebidas, nos termos da Súmula TCU nº 106; e9.4- determinar à unidade concedente que faça cessar o pagamento decorrente da concessão

impugnada, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados a partir da ciência desta decisão, nos termosdo artigo 71, inciso IX, da Constituição Federal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridadeadministrativa omissa, em conformidade com o artigo 262 do Regimento Interno/TCU.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (na Presidência), Marcos Vinicios Vilaça

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOna Presidência

MARCOS VINICIOS VILAÇAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE V - 1ª CâmaraTC-005.508/1996-7Natureza : Pensão CivilUnidade : Secretaria de Assuntos Estratégicos - SAEInteressado : Jordanah Schroder Fortes de OliveiraAdvogado constituído nos autos : Não consta

Sumário: Ato de concessão de pensão civil. Ilegalidade. Acumulação de benefícios decorrentes decargos inacumuláveis. Aplicação ao caso do Enunciado 106/TCU, com determinação de descontinuidadenos pagamentos, a teor do artigo 15 da IN-TCU-44/2002. Ciência do acórdão à unidade de origem.

RELATÓRIO

Trata-se de processo de concessão de pensão civil.Parecer da Instrução“(...) Esta Unidade Técnica procedeu à análise dos fundamentos legais e das informações prestadas

pelo órgão de Controle Interno. Esclarecemos que consta no sistema SISAC pensão militar concedida aoreferido instituidor, já julgada legal por este Tribunal no TC 001334/2002-6, motivo pelo qual,consideramos ilegal a percepção das duas pensões. (...)” (fls. 4).

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A Unidade Técnica, à fls. 4, concordou com os termos da instrução.Parecer do Ministério Público:Nos autos representado pelo Procurador Dr. Ubaldo Alves Caldas (fls. 5), consigna sua

concordância com as conclusões oferecidas pela Sefip.

VOTO

Referida cumulação não encontra apoio no ordenamento jurídico, pois somente podem seracumulados proventos se na atividade há essa possibilidade com relação às remunerações decorrentes dosexercícios de dois diferentes cargos, com expressa autorização constitucional, o que não se observa nopresente caso.

Tal raciocínio decorre do entendimento esposado pelo Supremo Tribunal Federal de que não épermitida a acumulação de proventos com vencimentos se eles não podem ser acumulados na atividade, oque leva à necessária conclusão da impossibilidade de cumular-se dois proventos de cargos inacumuláveise, conseqüentemente, impossibilidade de recebimento de duas pensões decorrentes desses cargos. Nessalinha, tem-se o Acórdão proferido na Sessão de 9.11.1994 e consignado nos autos do RecursoExtraordinário nº 163.204-6, de relatoria do Exmº Sr. Ministro Carlos Velloso, cuja ementa é assiminiciada:

“I. – A acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida quando se tratar de cargos,funções ou empregos acumuláveis na atividade, na forma permitida pela Constituição. (...)”.

Ao discorrer em seu voto sobre a matéria, o insigne Relator esclareceu “(...) que as disposiçõesinscritas nas Constituições de 1946, art. 185, e de 1988, art. 37, XVI, são iguais. Por muito tempo,discutiu-se, sob o pálio da CF/46, no Supremo Tribunal Federal, se seria possível a acumulação deproventos da aposentadoria com vencimentos de cargo público. A jurisprudência da Corte Suprema, aprincípio, foi vacilante. Todavia, dá notícia o eminente Ministro Xavier de Albuquerque, no voto queproferiu no RE 81.729-SP, que, quando do julgamento dos ERE 68.480 e do MS 19.902, o Plenário pôs“termo à hesitação das Turmas, manifestada em acórdãos discrepantes, que a acumulação de proventos evencimentos somente era permitida, mesmo no regime da Constituição de 1946, quando se tratasse decargos, funções ou empregos legalmente acumuláveis na atividade.” (RTJ 75/325)”.

Trata-se, portanto, de questão antiga, já pacificada pela Corte Maior, e sintetizada adiante commuita propriedade, nesse mesmo voto: “É que os proventos decorrem, sempre, de um cargo exercido naatividade. Se a regra é a proibição de acumulação, a permissão, que é a exceção, há de ser expressa, há deser escrita.”.

Não havendo, portanto, permissão escrita na Constituição para a pretendida acumulação, é elainconstitucional.

Dessa forma, acolhendo integralmente os pareceres do Ministério Público e da Unidade Técnica, omeu voto é no sentido de que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à deliberação desta 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTORelator

ACÓRDÃO Nº 1.040/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-005.508/1996-72. Grupo I; Classe de assunto: V – Ato de concessão de pensão civil3. Interessado: Jordanah Schroder Fortes de Oliveira4. Unidade: Secretaria de Assuntos Estratégicos - SAE5. Relator: Ministro Humberto Guimarães Souto6. Representante do Ministério Público: Dr. Ubaldo Alves Caldas7. Unidade técnica: Sefip8. Advogado constituído nos autos: Não consta

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9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de ato de concessão de pensão civil, ACORDAM os

Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, diante das razões expostaspelo Relator, em:

9.1. considerar ilegal a pensão civil em favor de Jordanah Schroder Fortes de Oliveira, recusando oregistro do ato de fls. 1/3;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, consoante odisposto no Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;

9.3. determinar à Secretaria de Assuntos Estratégicos – SAE que faça cessar todo e qualquerpagamento decorrente do ato de fls. 1/3, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados da ciência dadecisão deste Tribunal, sob pena de ressarcimento pelo responsável das quantias pagas após essa data, ateor do inciso IX do artigo 71 da Constituição Federal e caput do artigo 45 da Lei 8.443/1992 c/c artigo262 do Regimento Interno deste Tribunal e artigo 15 da IN-TCU-44/2002;

9.4. determinar ao Órgão de Controle Interno que relate nas próximas contas da Unidade ocumprimento da determinação contida no subitem 9.3 acima;

9.5. dar ciência desta deliberação à unidade de origem.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE V - 1ª CâmaraTC-008.200/1996-3Natureza : AposentadoriaUnidade : Secretaria de Assuntos Estratégicos - SAEInteressado : Aristotelles BaptistaAdvogado constituído nos autos : Não consta

Sumário: Ato de concessão de aposentadoria a servidor da Secretaria de Assuntos Estratégicos -SAE. Ilegalidade. Acumulação de proventos decorrentes de reforma de militar e de aposentadoria emcargo público. Aplicação ao caso do Enunciado 106/TCU. Ciência do acórdão ao órgão.

RELATÓRIO

Trata-se de processo de concessão de aposentadoria referente ao servidor Aristotelles Baptista,vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos - SAE.

Parecer da Instrução:A Senhora Analista acostou aos autos instrução com os seguintes dizeres:“1. Esta Secretaria de Fiscalização de Pessoal promoveu diligência preliminar ao órgão de origem,

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solicitando dados indispensáveis para o julgamento do ato de aposentadoria, Oficio 2998/2002, e asprovidências adotadas para o saneamento das falhas detectadas pelo Controle Interno.

2. Em atenção ao solicitado foi encaminhado o Oficio n° 247/CPES-DEPC-ABIN-GSI-PR/2002,esclarecendo que as falhas detectadas pelo Controle Interno referem-se à acumulabilidade de beneficiosprovenientes de cargos públicos, incompatíveis na atividade, conforme Decisão TCU n° I 03/95-2aCâmara.

3. O Egrégio Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinário n° 163.204-6/SP (DJ de14.11.94, pág. 30.855), decidiu que "A acumulação de proventos e vencimentos somente é permitidaquando se tratar de cargos, funções ou empregos acumuláveis na atividade, na forma permitida pelaconstituição, C.F., art.37, XVI, XVII”.

4. Em sede de Mandado de Segurança n° 22.182-8, impetrado contra ato administrativo quecondicionou a posse de oficial da reserva remunerada do Exército, no cargo público de TécnicoJudiciário, à renúncia concomitante aos proventos da reserva remunerada, o Supremo Tribunal Federalreiterou o entendimento de que a Carta de 1988 não autoriza a acumulação de proventos comvencimentos, quando os cargos efetivos de que decorram ambas as remunerações não sejam acumuláveisna atividade.

5. A Emenda Constitucional n° 20/98 também não ampara a pretensão do servidor de receber duasaposentadorias em cargos públicos, pois veda expressamente a percepção de mais de uma aposentadoriaem cargos inacumuláveis na atividade, conforme dispõem o seu artigo 11° e a nova redação do § 6° doartigo 40 da Constituição de 1988:

'Art.40 § 6 o – Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma daConstituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime da previdênciaprevisto neste artigo.

Art . 11. A vedação prevista no art. 37, § 10, da Constituição Federal, não se aplica aos membros depoder e aos inativos, servidores e militares, que até a publicação desta Emenda, tenham ingressadonovamente no serviço público por concurso público de provas ou de provas e títulos, e pelas demaisformas previstas na Constituição Federal, sendo-lhes proibida a percepção de mais de uma aposentadoriapelo regime de previdência a que se refere o art.40 da Constituição Federal, aplicando-se-lhes emqualquer hipótese, o limite de que trata o § 11 deste mesmo artigo. '

6. O Tribunal de Contas da União, em reiterados julgados, tem proclamado o pensamento de que aacumulação de proventos somente é permitida quando se tratar de cargos, funções ou empregos cujoexercício simultâneo seja permitido na atividade pela Constituição Federal (Decisões 103/1995, SegundaCâmara, Ata 15/95; 105/2001, Primeira Câmara, Ata 15/2001; 342/2001, Segunda Câmara, Ata 42/2001;411/2001, Primeira Câmara, Ata 42/2001; 7/2002, Primeira Câmara, Ata 01/2002; 233/2002, SegundaCâmara, Ata 16/2002 entre outras).

7. Oportuno se faz destacar parte do VOTO do Excelentíssimo Senhor Ministro Benjamin Zym1er,ao julgar caso semelhante, no TC- 006.454/2002-7, referente à aposentadoria de servidores no Quadro dePessoal do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República: "Carece de amparo legal aacumulação de aposentadorias resultantes de cargos não acumuláveis. Tal vedação já estava presente notexto do art. 99 da Constituição Federal de 1967, com a redação conferida pela Emenda Constitucional n°1/69. Assim, os respectivos contratos de trabalho celebrados entre a Administração e os entãoempregados eram irregulares, uma vez que os trabalhadores eram detentores de proventos de reserva."

8. Referido entendimento culminou na Decisão 419/2002, Segunda Câmara, Ata 30/2002, em queas aposentadorias daqueles servidores foram julgadas ilegais, com dispensa de devolução das quantiasindevidamente recebidas, nos termos do Enunciado n° 106 da Súmula de jurisprudência desta Corte.

9. Entendo que o mesmo tratamento deve ser dado à aposentadoria referentes ao ato" de fl... 1/2,agora em exame, em razão da similaridade com o julgado mediante a Decisão 419/2002, supracitada.

ConclusãoDe conformidade com o preceituado no artigo 71, inciso m, da Constituição Federal de 1.988; c/c os

artigos 1°, inciso V, e 39, inciso II, da Lei n° 8.443/92; c/c os arts. 1°, inciso VIII e 260, do RegimentoInterno/TCU, e tomando por base as informações prestadas pelo órgão de Controle Interno, na formaprevista no art. 260, do RI-TCU, PROPONHO sejam considerado ilegal e recusado o registro do ato deaposentadoria de fls. 1/2, de Aristóteles Baptista.” (fls. 12/3).

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A Unidade Técnica, à fls. 13, concordou com os termos da instrução.Parecer do Ministério Público:Nos autos representado pelo Procurador Dr. Paulo Soares Bugarin, consigna à fls. 14 sua

concordância com as conclusões oferecidas pela Sefip.

VOTO

Referida cumulação não encontra apoio no ordenamento jurídico, pois somente podem seracumulados proventos se na atividade há essa possibilidade com relação às remunerações decorrentes dosexercícios de dois diferentes cargos, com expressa autorização constitucional, o que não se observa nopresente caso.

Tal raciocínio decorre do entendimento esposado pelo Supremo Tribunal Federal de que não épermitida a acumulação de proventos com vencimentos se eles não podem ser acumulados na atividade, oque leva à necessária conclusão da impossibilidade de cumular-se dois proventos de cargosinacumuláveis. Nessa linha, tem-se o Acórdão proferido na Sessão de 9.11.1994 e consignado nos autosdo Recurso Extraordinário nº 163.204-6, de relatoria do Exmº Sr. Ministro Carlos Velloso, cuja ementa éassim iniciada:

“I. – A acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida quando se tratar de cargos,funções ou empregos acumuláveis na atividade, na forma permitida pela Constituição. (...)”.

Ao discorrer em seu voto sobre a matéria, o insigne Relator esclareceu “(...) que as disposiçõesinscritas nas Constituições de 1946, art. 185, e de 1988, art. 37, XVI, são iguais. Por muito tempo,discutiu-se, sob o pálio da CF/46, no Supremo Tribunal Federal, se seria possível a acumulação deproventos da aposentadoria com vencimentos de cargo público. A jurisprudência da Corte Suprema, aprincípio, foi vacilante. Todavia, dá notícia o eminente Ministro Xavier de Albuquerque, no voto queproferiu no RE 81.729-SP, que, quando do julgamento dos ERE 68.480 e do MS 19.902, o Plenário pôs“termo à hesitação das Turmas, manifestada em acórdãos discrepantes, que a acumulação de proventos evencimentos somente era permitida, mesmo no regime da Constituição de 1946, quando se tratasse decargos, funções ou empregos legalmente acumuláveis na atividade.” (RTJ 75/325)”.

É, portanto, questão antiga, já pacificada pela Corte Maior, e sintetizada adiante com muitapropriedade, nesse mesmo voto: “É que os proventos decorrem, sempre, de um cargo exercido naatividade. Se a regra é a proibição de acumulação, a permissão, que é a exceção, há de ser expressa, há deser escrita.”.

Não havendo, portanto, permissão escrita na Constituição para a pretendida acumulação, é elainconstitucional.

Dessa forma, acolhendo integralmente os pareceres do Ministério Público e da Unidade Técnica, omeu voto é no sentido de que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à deliberação desta 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTORelator

ACÓRDÃO Nº 1.041/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-008.200/1996-32. Grupo I; Classe de assunto: V – Ato de concessão de aposentadoria3. Interessado: Aristotelles Baptista4. Unidade: Secretaria de Assuntos Estratégicos - SAE5. Relator: Ministro Humberto Guimarães Souto6. Representante do Ministério Público: Dr. Paulo Soares Bugarin7. Unidade técnica: Sefip8. Advogado constituído nos autos: Não consta

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9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de atos de concessão de aposentadoria, ACORDAM os

Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, diante das razões expostaspelo Relator, em:

9.1. considerar ilegal a aposentadoria do servidor Aristotelles Baptista, recusando o registro do atode fls. 1/2;

9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, consoante odisposto no Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;

9.3. determinar à Secretaria de Assuntos Estratégicos - SAE que faça cessar todo e qualquerpagamento decorrente do ato de fls. 1/2, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados da ciência dadecisão deste Tribunal, sob pena de ressarcimento pelo responsável das quantias pagas após essa data, ateor do inciso IX do artigo 71 da Constituição Federal e caput do artigo 45 da Lei 8.443/1992 c/c artigo262 do Regimento Interno deste Tribunal e artigo 15 da IN-TCU-44/2002;

9.4. determinar ao Órgão de Controle Interno que relate nas próximas contas do Órgão ocumprimento da determinação contida no subitem 9.3 acima;

9.5. comunicar à unidade de origem o inteiro teor da presente deliberação.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE V - 1ª CâmaraTC-006.391/2002-5Natureza : AposentadoriaEntidade : Universidade Federal de Minas GeraisInteressado : José Nilo TavaresAdvogado constituído nos autos : Não atuou

Sumário: Ato de concessão de aposentadoria a servidor da Universidade Federal de Minas Gerais.Ilegalidade, por aproveitamento de tempo de monitoria, com aplicação ao caso do Enunciado 106/TCU edeterminação de descontinuidade nos pagamentos. Ciência do acórdão à entidade.

RELATÓRIO

Trata-se de processo de concessão de aposentadoria a servidor vinculado à Universidade Federal deMinas Gerais.

Parecer da Instrução:A Sra. Analista responsável pela instrução propôs a ilegalidade da concessão, nos seguintes termos:“Trata-se os autos da aposentadoria do ex-servidor JOSÉ NILO TAVARES, no cargo de Professor

Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais, com fundamento no art. 40, item III, alínea "8" da

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CF, c/c art. 184, item I, da Lei n° 1.711/52, com vigência a partir de 15.12.1988.2. De acordo com às fls. 04, foi encaminhado o Ofício/ n° 0294/SEFIP/3ªDT, ao órgão de origem

no sentido de esclarecer quanto ao Parecer de ilegalidade emitido pelo Controle Interno sobre àconcessão e informar sobre eventual interposição de ação rescisória por parte do órgão.

3. Em resposta o órgão de origem enviou a documentação de fls. 05/61. Após análise, verificou-seque o Controle Interno opinou pela ilegalidade da aposentadoria devido cômputo de tempo de serviçocomo monitor, no período de 01/05/57 a 31/10/58. E que o referido tempo não tem amparo legal paraaposentadoria especial ( Decisões /TCU 306/97 e 308/97).

4. Mas recentemente, à Decisão 203/2001- Segunda Câmara, o Tribunal julgou ilegalaposentadoria do ex-servidor Marcelo Adhemar de Andrade Carvalho da Universidade de Lavras/MG,considerando que não há fundamento legal para averbação do período de aluno monitor para fins deaposentadoria.

5. Quanto a existência de sentença judicial e interposição de rescisória, UFMG responde às fls. 07,nada consta na pasta funcional do ex-servidor, inclusive não se verificando qualquer vantagem oubenefício decorrente de sentença judicial.

6. Sobre à advertência gerada pelo sistema" Existe outra concessão inicial com o mesmoinstituidor", trata-se da pensão instituída pelo ex-servidor.

7. De conformidade com o preceituado no artigo 71, inciso III, da Constituição Federal de 1.988;c/c os artigos 1°, inciso V, e 39, inciso 11, da Lei n° 8.443/92; c/c os arts. 1°, inciso VIII e 260, §§ 1°, doRegimento Interno/TCU, e tomando por base as informações prestadas pelo órgão de Controle Interno,na forma prevista noa rt. 260, caput, do RI-TCU, propomos a ilegalidade do ato de aposentadoria dointeressado referenciado no cabeçalho desta instrução, negando o respectivo registro.” (fls. 62/3).

A Unidade Técnica, à fls. 63, manifestou sua concordância com a instrução.Parecer do Ministério Público:Nos autos representado pela Procurador Dr. Marinus Eduardo de Vries Marsico (fls. 63-V),

concordou com a instrução da Unidade Técnica.

VOTO

Não há como prosperar uma aposentadoria com aproveitamento do tempo de monitor, porquantoessa atividade é mera extensão da atividade escolar.

O Enunciado 74/TCU também não pode ser aplicado a esse caso, pois trata-se de aposentadoriaespecial como professor, que não permite qualquer tipo de contagem ficta de tempo.

Quanto às normas aplicáveis por ocasião da nova aposentadoria, que só poderá ocorrer comacréscimo de tempo de magistério para a aposentadoria especial como professor ou qualquer outro tempoválido para aposentamento pela regra geral, entendo que não há direito adquirido irrestrito à aposentaçãopelos dispositivos vigentes por ocasião da publicação do ato ora declarado ilegal.

Assim, somente poderá ser aplicada a legislação vigente anteriormente no caso de ela terpermanecido em vigor durante o tempo de monitoria, contado após a data da aposentadoria oraconsiderada ilegal, situação decorrente da impossibilidade de ser o interessado prejudicado pela demorada Administração em apreciar sua concessão.

Dessa forma, acolhendo no essencial a proposta da Unidade Técnica e do Ministério Público, o meuvoto é no sentido de que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à deliberação desta 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTORelator

ACÓRDÃO Nº 1.042/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-006.391/2002-52. Grupo I; Classe de assunto: V – Atos de concessão de aposentadoria

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3. Interessado: José Nilo Tavares4. Entidade: Universidade Federal de Minas Gerais5. Relator: Ministro Humberto Guimarães Souto6. Representante do Ministério Público: Dr. Marinus Eduardo de Vries Marsico7. Unidade técnica: Sefip8. Advogado constituído nos autos: Não consta

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de atos de concessão de aposentadoria, ACORDAM os

Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, diante das razões expostaspelo Relator, em:

9.1. considerar ilegal a aposentadoria do servidor José Nilo Tavares, recusando o registro do ato defls. 1/3;

9.1.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, consoante odisposto no Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;

9.1.3. determinar à Entidade epigrafada que faça cessar todo e qualquer pagamento decorrente doato de fls. 1, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, contados da ciência da decisão deste Tribunal, sobpena de ressarcimento pelo responsável das quantias pagas após essa data, a teor do inciso IX do artigo 71da Constituição Federal e caput do artigo 45 da Lei 8.443/1992 c/c artigo 262 do Regimento Internodeste Tribunal;

9.1.4. orientar a Entidade que o servidor poderá retornar à atividade para completar o tempo deserviço necessário à obtenção de aposentadoria integral, com aplicação da legislação vigente à época emque se aposentaria sem levar em conta o tempo como monitor, indevidamente averbado;

9.2. dar ciência desta deliberação à entidade de origem.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO II - CLASSE V - 1ª CÂMARA

TC-003.348/1995-4Natureza: Concessão de aposentadoriaUnidade: Delegacia de Administração do MF/AMInteressados: Jurandir Guerra e Silva (CPF: 006.998.882-04, fls. 01/02); Wagner Nogueira

Guimarães (CPF: 001.623.532-00, fls. 03/04); Nicanor Quaresma de Carvalho Filho (CPF: 003.172.092-72, fls. 05/06) e Maria Aparecida Caetano Campos (CPF: 018.182.872-34, fls. 07/08)

Sumário: Aposentadoria. Ilegalidade da acumulação de quintos de função comissionada com ovalor da mesma função. Recusa de registro do ato de Maria Aparecida Caetano Campos. Legalidade e

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registro dos demais atos. Determinação.

RELATÓRIO

Trata-se da aposentadoria de Jurandir Guerra e Silva (CPF: 006.998.882-04, fls. 01/02); WagnerNogueira Guimarães (CPF: 001.623.532-00, fls. 03/04); Nicanor Quaresma de Carvalho Filho (CPF:003.172.092-72, fls. 05/06) e Maria Aparecida Caetano Campos (CPF: 018.182.872-34, fls. 07/08).

A instrução lavrada à fl. 10 dos autos, consignou o seguinte:a) no ato de Wagner Nogueira Guimarães consta o pagamento da função FG-01 com a GADF

correspondente, além dos quintos da Função Gratificada;b) é pacífica a jurisprudência no sentido de considerar indevido o pagamento cumulativo da FG

com os respectivos quintos;c) em consulta ao Siape, verificou não mais existir o pagamento indevido da FG e da GADF,

podendo, assim, ser considerado legal o mencionado ato, com determinação à Sefip para que excluamenção às parcelas indevidas da FG e da GADF;

d) em relação ao ato de Jurandir Guerra e Silva, consta a parcela da opção do DAS-02, cujosquintos foram incorporados sob a égide da Lei nº 6.732/79, com o exercício de mais de dez anos de cargoem comissão. Devida, portanto, a opção em comento, uma vez atendidos os requisitos do art. 193, da Leinº 8.112/90 e tempo para aposentadoria até 19.01.1995, data da revogação do citado dispositivo.

Concluiu, ante os motivos expostos e tomando por base as informações prestadas pelo órgão deControle Interno, pela legalidade e registro dos presentes atos, com a determinação mencionada na alínea“c” retro.

O Ministério Público, no Parecer de fl.11, aquiesceu à proposta alvitrada pela Unidade Técnica,exceto pelo ato de fls. 07/08, que considera ilegal, por consignar o pagamento da parcela de GADFjuntamente com a parcela dos quintos de FG1, em desacordo com orientação desta Casa, conforme asDecisões que cita.

É o Relatório.

V O T O

Registro, inicialmente, que relato estes autos com fundamento no art. 18 da Resolução nº 64/96-TCU, tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuída aoSenhor Ministro Iram Saraiva.

Verifico que, de fato, assiste razão ao Ministério Público quanto ao ato da Sra. Maria AparecidaCaetano Campos, em face do acúmulo indevido da parcela de quintos com a gratificação da própriafunção.

No tocante ao ato do Sr. Wagner Nogueira Guimarães, entendo correta a proposição da unidadetécnica, à vista do disposto no art. 15, parágrafo único, da Resolução-TCU nº 152/2000.

Diante disso, acolhendo as propostas formuladas pela unidade técnica e pela Procuradoria, o meuvoto é no sentido de que o Tribunal adote a Decisão que ora submeto à deliberação desta Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHARelator

ACÓRDÃO Nº 1.043/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-003.348/1995-42. Grupo: II - Classe de Assunto: V – Concessão de aposentadoria3. Interessados: Jurandir Guerra e Silva (CPF: 006.998.882-04, fls. 01/02); Wagner Nogueira

Guimarães (CPF: 001.623.532-00, fls. 03/04); Nicanor Quaresma de Carvalho Filho (CPF: 003.172.092-

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72, fls. 05/06) e Maria Aparecida Caetano Campos (CPF: 018.182.872-34, fls. 07/08)4. Unidade: Delegacia de Administração do MF/AM5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha6. Representante do Ministério Público: Dr. Marinus Eduardo De Vries Marsico7. Unidade técnica: SEFIP8. Advogado constituído nos autos: não consta

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de aposentadoria.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara,

diante das razões expostas pelo Relator, em:9.1 – com fundamento nos artigos 1º, inciso V, e 39 da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII,

259, inciso II, 260 e 262 do Regimento Interno, considerar ilegal o ato de fls. 07/08, recusando-lheregistro;

9.2 – dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento destaDecisão pelo Órgão, de conformidade com a Súmula nº 106 da Jurisprudência deste Tribunal;

9.3 - com fundamento nos artigos 1º, inciso V, 39 e 40 da Lei 8.443/92 c/c os artigos 1º, inciso VIII,259, inciso II e 260 do Regimento Interno, considerar legais os atos de f. 01/06, e determinar oscorrespondentes registros;

9.4 – determinar ao Órgão que:9.4.1 – faça cessar os pagamentos decorrentes do ato de fls. 07/08, no prazo de 15 (quinze) dias,

contados a partir da ciência deste Acórdão, sob pena de responsabilidade solidária da autoridadeadministrativa omissa, nos termos do art. 262 do RI/TCU;

9.4.2 – adote a presente decisão para todos os casos similares, nos termos do art. 16 da IN nº44/2002-TCU, sob pena de aplicação das sanções previstas na Lei nº 8.443/92;

9.5 – determinar à SEFIP que:9.5.1 - verifique a implementação das medidas determinadas no item anterior, representando ao

Tribunal no caso de descumprimento e9.5.2 – exclua menção às parcelas indevidas da Função Gratificada e da GADF no ato de Wagner

Nogueira Guimarães, não mais pagas no Siape.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton

Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator).12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHAMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I – CLASSE VI – 1ª CâmaraTC-005.356/2001-3 (c/ 01 volume)Natureza: RepresentaçãoEntidade: Conselho Regional de Corretores de Imóveis - 3ª Região/RSInteressado: Procuradoria da República no Estado do Rio Grande do Sul

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Advogados constituídos nos autos: Suzete Maria Tavares Bueno (OAB/RS 35.591) e FrancisCaroline Rocha (OAB/RS 50.398)

Sumário: Representação formulada por Procurador da República no Rio Grande do Sul contra oCRECI 3ª Região-RS. Alienação e aquisição de veículos sem a realização do procedimento licitatório.Conhecimento. Diligência. Audiência. Ausência de má-fé. Escolha das propostas mais vantajosas.Inexistência de prejuízo. Determinação. Arquivamento.

Trata-se de expediente encaminhado pelo Dr. Ipojucan Corvello Borba, Procurador da República noRio Grande do Sul, mediante o qual envia denúncia onde são relatadas irregularidades perpetradas peloConselho Regional de Corretores de Imóveis - 3ª Região/RS.

Referida documentação foi autuada como representação, nos termos dos arts. 68 e 69, I, daResolução TCU nº 136/2000.

Instruindo o feito, a Secex/RS propôs, preliminarmente, fosse realizada a audiência do Sr. SilvioLuiz Funhrmann, ex-Presidente Interventor da entidade, para prestar esclarecimentos sobre a alienação e aaquisição de veículos sem a realização de procedimento licitatório.

Em resposta, o interessado apresentou razões de justificativa que foram analisadas em novainstrução da Unidade Técnica, fls. 209/212, conforme trecho que transcrevo a seguir:

"Análise de audiência

Fato

2. Alienação de veículos usados do CRECI/RS – 3ª Região, a saber: GOL CL 1.6, ano 1988, placasIIK 3830, GOL CL 1.6, ano 1988, placas IIK 8657, GOL CL 1.6, ano 1992, placas: IAQ 7432 e GOL CL1.6, ano 1992, placas: IIK 4666, bem como: SANTANA GL 2.0, ano 1994/1995, placas: ICM- 1958 eSANTANA CL 1.8, ano 1989/1990, placas: VZ- 6577 e aquisição de 07 veículos novos, entre eles, asaber: GOL SPECIAL, ano 1999, cor branca, placas: IIY 4722 e GOL SPECIAL, ano 1999, cor branca,placas: IIY 4743, sem a realização do competente procedimento licitatório, infringindo os arts. 3º, 14 e17, todos da Lei 8.666/93.

Razões

3. Argumenta o Responsável, fls.206/207, que “...como bem assevera o Analista do MinistérioPúblico Federal, Sr. José Francisco Zampieri, em seu parecer de fls. 66/69, o inciso II, “b”, do art. 17,da Lei 8.666/93, admite a dispensa de licitação na hipótese de permuta, restringindo a liberalidadeàquelas procedidas entre órgão ou entidades da Administração Pública. (...) Todavia, foi suspensa aeficácia da expressão ‘permitida exclusivamente entre órgão ou entidade da Administração pública’,através de liminar concedida na ADIN 927. (...) ‘Após tais afirmações, conclui o Analista José FranciscoZampieri que ‘a Autarquia federal CRECI estava autorizada a permutar os veículos usados por outroszeros quilômetro sem realizar o Leilão, e com ente que não da Administração Pública (um empresaprivada, como é o caso)”.

4. E prossegue afirmando que, “...mesmo com a dispensa de licitação, houve por bem opeticionário ordenar uma tomada de preços, para que a entidade efetuasse a transação com base emproposta que lhe oferecesse maior vantagem. (...) Os valores de avaliação dos veículos estavam dentrodo preço de mercado, não sendo valores que justificassem os elevados custos com o Leilão, haja vistaque não eram bens que pudessem ser expostos aos licitantes na própria sede da entidade.”

Análise

5. De fato, a liminar concedida no âmbito da ADIN 927, Acórdão STF de 11.11.94, trouxe apossibilidade de permuta com ente que não seja da administração pública.

6. A permuta é um instituto de Direito Civil, regulada, antes, nos termos do art. 1164 do Código de1916 e, atualmente, nos moldes do art. 533 do novo Código Civil. Para Beviláqua é “...o contrato pelo

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qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra, que não seja dinheiro.”, in Direito Civil. SilvioRodrigues – SP – Saraiva, p.183.

7. Para Silvio Rodrigues, op.cit., p. 184, “o problema teórico que se propõe é o de saber qual anatureza do contrato de troca, quando há saldo a devolver. ESPINOLA, que focaliza o tema (...) apontaas várias concepções a respeito e prefere a tese segundo a qual a existência, ou não, de saldo não alteraa natureza de permuta do contrato, a menos que a importância da torna seja de tal modo superior que opagamento em dinheiro é manifestamente o objeto da prestação principal. Neste caso, então, o contrato éde compra e venda.” E prossegue Silvio Rodrigues: “...prefiro a tese de que até na concorrência devalores há uma permuta, que se transforma em compra e venda no momento em que o excesso de valoresprovoca um desembolso em dinheiro, da parte de um dos permutantes.”

8. Antes de ser uma questão meramente doutrinária, a delimitação do instituto da permuta é desuma importância para o campo do Direito Administrativo uma vez que, em se tratando de permuta,poderá ocorrer a dispensa de licitação nos termos do art. 17, I, “c”, e II, “b” da Lei 8.666/93.

9. No caso in tela, conquanto, até o momento, a aquisição dos sete veículos tenha sido tratadacomo uma única transação, dos elementos constantes nos autos, podemos depreender a realização detrês negócios distintos:

a. Aquisição de 1 (um) veículo Santana 2.0 Mi, no valor de R$29.140,00, sendo o pagamentoefetuado da seguinte forma: entrega de 2 (dois) veículos Santana, anos 95 e 89, avaliados em R$17.000,00 e o restante, R$ 12.140,00, pago em dinheiro. A transação ocorreu em outubro de 1998,conforme fls. 35 a 46.

b. aquisição de 4 (quatro) veículos Gol, zero quilômetro, no valor total de R$52.320,00, sendo opagamento efetuado da seguintes forma: entrega de 4 (quatro) veículos Gol CL 1.6, anos 88 e 92,avaliados em R$ 15.000,00 e o restante, R$ 37.320,00, pago em dinheiro. A transação ocorreu emdezembro de 1998, conforme se depreende da documentação assente às fls. 20 a 34.

c. Aquisição de 2 veículos Gol Special, zero quilômetro, no valor total de R$27.238,00, pago emdinheiro. Negócio realização em maio de 1999, conforme consta das fls. 47 a 65.

10. Assim, somente no primeiro caso é que se poderia falar em permuta e, portanto, dapossibilidade de dispensa nos termos do art. 17, II, b, da Lei 8.666/93 (tendo em vista a liminarconcedida na ADIN 927). No segundo caso, o pagamento em dinheiro representa 71,22% da transação,e, no terceiro caso, o CRECI efetuou todo o pagamento em dinheiro, configurando, portanto, nestescasos, compra e venda, que deveria ter sido realizada com o devido processo licitatório, nos termos doart. 2º da Lei 8666/93.

11. Registramos, por último, a inexistência de débito, posto que, conforme muito bem demostrou oMinistério Público, fls. 66 a 69, os preços dos veículos envolvidos na transação (velhos e novos) eram demercado.

II

Contas de exercícios anteriores12. As contas do exercício de 1998, TC 001.832/2000-2, em cujo rol de responsáveis figura o ora

justificante Sr. Silvio Luiz Fuhrmann, foram julgadas regulares com quitação plena, con.forme Relação66/2000 – Gab. Min. Benjamin Zymler. As do exercício de 1999, TC 013.501/2000-2, onde, também,figura como responsável o Sr. Silvio Luiz Fuhrmann, foram julgadas regulares com ressalvas, conformeRelação 24/2001 – Gab. Min. Adylson Motta.

13. Vê-se, portanto, a necessidade de envio dos presentes autos ao Ministério Público junto aoTCU, para que, se assim entender, proponha Recurso de Revisão, tendo em vista que contas dos anos de1998 e 1999 já foram julgadas, o que nos impossibilita a formulação de proposta de aplicação de multa,conforme determina o art. 206, caput e § 1º do RITCU.

III

Encaminhamento14. Ante o exposto, elevamos os autos à consideração superior para que, posteriormente, sejam

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submetidos ao Ministro Humberto Souto, propondo que, nos termos do art. 35 da Lei 8443/92 c/c art.206, §1º do RITCU, sejam os presentes autos encaminhados ao Ministério Público junto ao TCU paraque, se assim entender, interponha Recurso de Revisão das contas do CRECI dos exercício de 1998 e1999, a fim de se apreciar as irregularidades abaixo, passíveis, inclusive, de levarem as contas aojulgamento pela irregularidade e aplicação de multa aos responsáveis, nos termos do art. 16, III, b, c/cart. 58, II, da Lei 8.443/92:

a. aquisição de 4 (quatro) veículos Gol, zero quilômetro, no valor total de R$52.320,00, noexercício de 1998, sem o devido processo licitatório, em patente ofensa ao art. 2º da Lei 8.666/93;

b. aquisição de 2 veículos Gol Special, zero quilômetro, no valor total de R$27.238,00, no exercíciode 1999, sem o devido processo licitatório, em patente ofensa ao art. 2º da Lei 8.666/93."

O Secretário de Controle Interno manifestou sua concordância com os termos da instruçãoSubmetido os autos ao Ministério Público, foi exarado o seguinte parecer, da lavra do

Subprocurador-Geral, Dr. Ubaldo Alves Caldas:"Representação formulada pelo Procurador da República no Rio Grande do Sul, Sr. Ipojucan

Corvello Borba, enviando, em anexo, denúncia sobre possíveis irregularidades atribuídas aos gestoresdo Conselho Regional dos Corretores de Imóveis -CRECI/RS.

Devidamente ouvido em audiência, o Sr. Sílvio Luiz Fuhrmann, ex-Diretor-Presidente doCRECI/RS, veio aos autos para apresentar razões de justificativas quanto à “alienação de veículosusados do CRECI/RS – 3ª Região, a saber: GOL CL 1.6, ano 1988, placas IIK3830, GOL CL 1.6, ano1988, placas IIK 8657, GOL CL 1.6, ano 1992, placas: IAQ 7432 e GOL CL 1.6, ano 1992, placas: IIK4666, bem como: SANTANA GL 2.0, ano 1994/1995, placas: ECM 1958 e SANTANA CL 1.8, ano1989/1990, placas: VZ 6577 e aquisição de 07 veículos novos, entre eles, a saber: GOL SPECIAL, ano1999, cor branca, placas: IIY 4722 e GOL SPECIAL, ano 1999, cor branca, placas: IIY 4743, sem arealização do competente procedimento licitatório, infringindo os arts. 3º, 14 e 17, todos da Lei8.666/93.” (fl. 193).

A Unidade Técnica, após análise, propôs o envio dos autos a este Ministério Público junto ao TCU,a fim de que verificasse a possibilidade de interposição de Recurso de Revisão das contas do CRECI/RS,exercícios de 1998 e 1999, nos termos do art. 35 da Lei n° 8.443/92, com a finalidade de examinar asirregularidades detectadas na presente representação quanto à eventualidade de se modificar o méritodaquelas contas, com cominação de multa ao responsável, nos termos do art. 16, III, “b”, c/c art. 58, II,do mesmo diploma legal (fls. 211 a 214).

A instrução técnica mostrou que foram realizados três negócios distintos, tendo respaldo legal apermuta entre dois veículos Santana, anos 95 e 89, por um veículo Santana 2.0 Mi; as outras aquisiçõesde veículos novos exigiriam procedimento licitatórios, nos termos do art. 2° da Lei n° 8.666/93.

Todavia, conforme consta dos autos não houve dano ao Erário, pois os preços de avaliação dosveículos novos e dos usados foram os de mercado (fls. 68 e 69).

Como foi realizada pesquisa de preços, em que se demonstrou a escolha da proposta maisvantajosa, não se configurou dano ao Erário, inexistindo motivo relevante para a mudança da Decisãoproferida pelo E. Tribunal (autos dos TC n° 001.832/2000-2, Prestação de Contas de 1998, e TC n°013.501/2000-2, Prestação de Contas de 1999).

Sendo assim, este representante do Ministério Público deixa de interpor Recurso de Revisão nasreferidas contas."

É o Relatório.

VOTO

A representação formulada pela Procuradoria da República no Rio Grande do Sul questiona aalienação e a aquisição de veículos pelo CRECI-3ª Região sem a devida observância das formalidadesatinentes ao procedimento licitatório.

Após a adoção das medidas saneadoras necessárias ao esclarecimento dos fatos, a Secex/RS concluisugerindo, em pareceres uniformes, o encaminhamento dos autos ao Ministério Público junto a esteTribunal para verificação da viabilidade da reabertura das contas da entidade relativas aos exercícios de1998 e 1999, época da ocorrência dos fatos.

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Contudo, o "Parquet" entende não haver motivo suficiente para a mudança das decisões proferidasnaquelas contas, tendo em vista, especialmente, que não restaram configuradas evidências de prejuízospara a Administração.

Não obstante, como efetivamente não foi observada a exigência legal do procedimento licitatórionas aquisições dos veículos, creio que o Tribunal deva expedir determinação àquela entidade no sentidode dar cumprimento à Lei em situações futuras.

Ante exposto, VOTO no sentido de que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a esteColegiado.

TCU, Sala das Sessões, em 20 de maio de 2003.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOMinistro-Relator

ACÓRDÃO Nº 1.044/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-005.356/2001-3 (com 01 volume)2. Grupo I - Classe de Assunto: VI – Representação3. Interessado: Procuradoria da República no Rio Grande do Sul4. Entidade: Conselho Regional de Corretores de Imóveis - 3ª Região - CRECI/RS5. Relator: Ministro Humberto Guimarães Souto6. Representante do Ministério Público: Dr. Ubaldo Alves Caldas7. Unidade Técnica: Secex/RS8. Advogados constituídos nos autos: Suzete Maria Tavares Bueno (OAB/RS 35.591) e Francis

Caroline Rocha (OAB/RS 50.398)

9. Acórdão:Vistos, relatados e discutidos estes autos de representação formulada pela Procuradoria da

República no Rio Grande do Sul acerca de irregularidades perpetradas no âmbito do Conselho Regionalde Corretores de Imóveis - 3ª Região - CRECI/RS, na aquisição e alienação de veículos;

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da PrimeiraCâmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:

9.1. conhecer da presente representação para determinar ao Conselho Regional de Corretores deImóveis – 3ª Região – CRECI/RS que, nas futuras aquisições de veículos, observe atentamente os termosdo art. 2º da Lei nº 8.666/93;

9.2. encaminhar cópia desta deliberação, bem como do Relatório e Voto que a fundamentam, aoProcurador da República no Estado do Rio Grande do Sul, Dr. Ipojucan Corvello Borba; e

9.3. determinar o arquivamento dos autos.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOMinistro-Relator

Fui presente

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PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO II – CLASSE VI – 1ª CâmaraTC-013.107/2001-2Natureza : RepresentaçãoUnidade : Delegacia Regional do Trabalho em SergipeInteressado : Moisés Fernandes FilhoAdvogado constituído nos autos : Não consta

Sumário: Representação formulada pelo titular da Delegacia Regional do Trabalho em Sergiperelativamente a mandado de segurança contra a Decisão 32/1999-1ª Câmara impetrado na Justiça Federalsem a participação deste Tribunal no feito. Devolução de GAE e ATS sobre Representação Mensaldevida aos Assistentes Jurídicos e de adicional de periculosidade. Conhecimento. Determinações.

RELATÓRIO

Trata-se de processo de representação, assim instruído pelo Senhor Analista da Unidade Técnica:“Trata-se de representação autuada nos termos do Despacho do Relator, Exmo. Senhor Ministro

Valmir Campelo, à fl. 24, em decorrência de expediente e documentos anexos encaminhados a estaUnidade Técnica pelo titular da Delegacia Regional do Trabalho em Sergipe à época, Sr. MoisésFernandes Filho (fls. 01 a 20). Informou aquela autoridade que, não obstante a realização de sustação depagamentos de parcelas indevidamente concedidas aos servidores ativos e inativos do órgão, nos termosdas determinações que lhe foram dirigidas pelo Tribunal de Contas de União, consoante subitens 8.1.a,8.1.b e 8.1.c da Decisão nº 032/99-1ª Câmara (Sessão de 02/03/1999, Ata nº 05/99), não lhe estava sendopossível cumprir a determinação inserida no subitem 8.1.d da referida Decisão em razão daimpossibilidade de adoção de providências com vistas ao ressarcimento dos valores indevidamente pagosa partir de 25/07/1994:

a) aos Fiscais, Médicos e Engenheiros do Trabalho, sob a rubrica de Adicional de Periculosidade,haja vista a existência de medida liminar, posteriormente confirmada por sentença, concedida em ação demandado de segurança;

b) aos Assistentes Jurídicos ativos e inativos, a título de Gratificação de Atividade Executiva – GAEe de Adicional por Tempo de Serviço - ATS, considerando o recebimento do Memo-Circular nº014/CGLA/MTE, de 20.02.2001, procedente da Coordenação-Geral de Logística e Administração doMinistério do Trabalho e Emprego, à fl. 06, que informava que a Advocacia-Geral da União, medianteParecer aprovado pelo Exmo. Senhor Presidente da República, havia julgado pertinente o pagamento emduplicidade da GAE e do ATS aos assistentes jurídicos, e que tal pagamento seria cabível até o adventoda Medida Provisória nº 2.048-26, publicada em 30.06.2000 e suas reedições.

2. Em decorrência da Instrução preliminar e do Parecer de fls. 25/26, procedeu-se à diligência defls. 27 para que a Delegacia Regional do Trabalho em Sergipe informasse se havia sido adotada algumaprovidência com vistas ao cumprimento da determinação de ressarcimento emanada desta Corte deContas. Em resposta, conforme expediente de fl. 30, a atual titular do órgão diligenciado, Sra. CéliaMaria de Souza Andrade, informou que “enquanto permanecerem eficazes as decisões judiciaisproferidas nos autos dos mandados de segurança nº 99.1730-7 (1ª Vara Federal da SJ/SE), 99.1943-1 (2ªVara Federal da SJ/SE) e 99.1480-4 (1ª Vara Federal da SJ/SE), este Órgão não poderá cumprir adeterminação do TCU referente ao ressarcimento dos valores pagos indevidamente aos Auditores-Fiscaisdo Trabalho, Médicos e Engenheiros nem proceder ao desconto do Adicional por Tempo de Serviço pagoem duplicidade aos Assistentes Jurídicos aposentados, beneficiados por aqueles provimentos judiciais”.

Da questão sobre o ressarcimento dos valores indevidamente pagos aos Fiscais, Médicos eEngenheiros do Trabalho sob a rubrica de Adicional de Periculosidade

3. Não se faz aqui necessário qualquer nova análise de mérito quanto ao pagamento do adicional depericulosidade aos ocupantes dos cargos de Fiscal, de Médico e de Engenheiro do Trabalho da Delegacia

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Regional do Trabalho em Sergipe, haja vista a declaração de ilegalidade dessa concessão já levada aefeito pelo Tribunal, consoante subitem 8.1.a da Decisão nº 032/99-TCU-1ª Câmara, então proferida porocasião da apreciação de processo autuado a partir de Auditoria realizada naquele órgão de fiscalizaçãodo trabalho (TC 675.118/1995-6), bem como a inexistência nos presentes autos de qualquer fato oudocumento novo que pudesse interferir nesse mérito.

4. Por outro lado, é importante deixar destacado, desde já, que não houve afirmação em partealguma do Relatório e Voto que fundamentam aquela Decisão de que tais pagamentos do adicionalestavam sendo efetuados de boa-fé. Pelo contrário, a Equipe de Auditoria, em seu Relatório, e a Diretoraà época da 1ª Divisão Técnica desta Secex, em seu Parecer conclusivo, destacaram, conforme excertoreproduzido no item 4.1 do Relatório que fundamenta a citada Decisão, que “conforme constatações, emregistros da própria DRT/SE, as Unidades Congêneres em outros Estados (BA, PI, RJ, RN, MA, SC e PA)acataram a recomendação do TCU (sustação do pagamento do Adicional de Periculosidade – Acórdãonº 364/94 – 1ª Câmara, Ata nº 28, de 16/08/94) e não pagam este adicional a seus servidores”.Depreende-se, portanto, que não se pode falar absolutamente que os valores estavam sendo percebidos deboa-fé, principalmente a partir da publicação desse Acórdão no DOU (29/08/94), pois os servidores daDRT/SE beneficiados com o questionado adicional bem como a autoridade concedente já estariam tendoconhecimento da posição desta Corte de Contas acerca da ilegalidade que recaía sobre concessãosemelhante ocorrida em outro Estado da Federação (DRT/MS). Sob esse aspecto, ressalte-se que ainterpretação das normas que acarretem despesa pública deve ser efetuada de forma restritiva, devendo oadministrador público federal zelar para que os seus atos de ordenação de despesa estejam consentâneoscom as orientações do órgão de Controle Interno e, principalmente, do Tribunal de Contas da União, oqual, em última análise, julgará as contas por ele prestadas.

5. De qualquer forma, a Súmula nº 235 da Jurisprudência deste Tribunal consolida o entendimentode que servidores ativos ou inativos estão legalmente obrigados a restituir ao Erário os valoresindevidamente percebidos, mesmo que reconhecida a boa-fé, ressalvados apenas os casos previstos naSúmula nº 106, que se aplica unicamente às concessões de reforma, aposentadoria e pensão.

6. Vale ressaltar também que, não obstante o fato de o referido adicional de periculosidade ter sidoconcedido por meio de autuação de processo administrativo contendo Parecer favorável da AssessoriaJurídica do órgão, é imperioso proceder-se ao ressarcimento dos valores ilegalmente percebidos.Entendimento diverso seria o mesmo que submeter o Erário ao abuso de algum administrador público,que, por vezes pressionado por uma ou outra categoria de servidores públicos, abandonaria os princípiosconstitucionais da legalidade e da moralidade que regem Administração Pública e concederiairregularmente àqueles gratificações, adicionais e indenizações, que, no todo, poderiam atingir quantiasvultosas, sob a certeza de que tais servidores não seriam penalizados com a devolução dos valoresindevidamente recebidos. Restaria, assim, a esse mesmo administrador a tentativa de evitar, sob aalegação de boa-fé, que sobre si recaísse a aplicação de uma multa pelo TCU, atualmente limitada a R$21.822,02.

7. É, portanto, com esse objetivo de coibir abusos e de aplicar o rigor da lei que determina oressarcimento de valores indevidamente recebidos por servidores ativos e inativos, que a Súmula do TCUnº 235 deve ser observada, defendida e aplicada.

8. Embora não tenha sido mencionado no expediente aceito como peça inaugural da presenteRepresentação (fls. 01 a 05) qualquer fato ou documento novo que pudesse interferir no mérito daDecisão nº 032/99-TCU-1ª Câmara quanto ao aspecto da determinação de ressarcimento dos valoresindevidamente pagos a título de adicional de periculosidade, menciona a referida autoridade, no entanto,que estaria impedida de providenciar o ressarcimento tendo a vista a existência de decisão proferida emsede de mandado de segurança. O expediente posterior do mesmo órgão, porém sob a gestão da Sr.ª CéliaMaria de Souza Andrade (fl. 30), identifica estas ações de mandado de segurança: seriam as de nº99.0001730-7, distribuída para a 1ª Vara da Seção Judiciária da Justiça Federal de Sergipe, e de nº99.0001943-1, distribuída para a 2ª Vara da mesma Seção Judiciária. Pela Internet e mediante faxoriginado do TRF da 5ª Região, foi possível obter os extratos de tramitação processual nas 1ª e 2ªInstâncias, a sentença (somente da 1ª ação) e os acórdãos proferidos nos processos dessas duas ações,conforme documentos de fls. 31 a 52.

9. Observando-se as informações pertinentes a estas duas ações, constata-se de plano que: tais

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mandados de segurança foram impetrados em face do ato da titular da Delegacia Regional do Trabalhoem Sergipe de cumprimento de Decisão do Tribunal de Contas da União e não contra o próprio ato(Decisão) do Tribunal; que neles foram proferidas sentenças que concederam a segurança; e que daremessa oficial ao TRF da 5ª Região resultaram Acórdãos que confirmaram as respectivas sentenças.Diante dessa primeira constatação, faz-se necessário suscitar, desde logo, o preceito estabelecido naSúmula TCU n° 123:

“A decisão proferida em mandado de segurança, impetrado contra autoridade administrativaestranha ao Tribunal de Contas da União, a este não obriga, mormente se não favorecida amencionada autoridade pela prerrogativa de foro, conferida no art. 119, I, alínea "i" daConstituição”.

10. Embora a Súmula faça referência a artigo da Constituição Federal de 1967, dispositivoconstitucional semelhante foi reproduzido pela atual Constituição Federal de 1988, em seu art. 102, incisoI, alínea “d”, que assim dispõe:

“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,cabendo-lhe:

I – processar e julgar, originariamente:.................................................................................................d) o habeas corpus , sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o

mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas daCâmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;...”(grifo nosso).

11. A Súmula nº 248 do STF, a propósito, expressa com bastante clareza que essa sua competênciaoriginária:

“É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal, para mandado de segurançacontra ato do Tribunal de Contas da União”.

12. Em verdade, o recolhimento do adicional de periculosidade foi determinado pelo Tribunal deContas da União e não pela titular da Delegacia Regional do Trabalho em Sergipe. Esta se constitui, tão-somente, em mera executora material do ato, não se podendo confundi-la com a autoridade responsávelpela ordenação de sua prática. Nas palavras do saudoso e ilustre administrativista Hely Lopes Meirelles(MANDADO DE SEGURANÇA, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção, “HabeasData”, 18ª Ed., São Paulo, Malheiros Editores,1997, p.54) “Coator é a autoridade superior que praticaou ordena concreta e especificamente a execução ou inexecução do ato impugnado e responde pelas suasconseqüências administrativas; executor é o agente subordinado que cumpre a ordem por deverhierárquico, sem se responsabilizar por ela”. Cumpre ressaltar, aliás, o contra-senso que se apresentanessas ações mandamentais, pois a própria Delegada Regional do Trabalho, Senhora Célia Maria deSouza Andrade, apontada como autoridade coatora, possuía legítimo interesse na procedência dasdemandas, haja vista que, de acordo com informações do Sistema SIAPE, ela teria percebido tal adicionalde periculosidade até o mês de ago/1994. O caso faz transparecer uma verdadeira colusão entre as partes,supostamente em litígio, na tentativa de impedir a execução do ato emanado deste Tribunal. Isso pode serpercebido, inclusive, nas informações prestadas pela autoridade apontada como coatora nos autosdaqueles mandados de segurança, conforme transcrição dos seguintes trechos:

“...conquanto tenha levado a efeito determinação para que fosse sustado o pagamento do Adicionalde Periculosidade aos impetrantes, bem como que se procedesse aos descontos a título de devolução dosrespectivos valores, com fulcro na Decisão nº 032/99, do TCU, com a mesma não concorda...” (grifonosso) (fl.36).

-------------------------- x --------------- x -----------------------“...conquanto tenha levado a efeito a determinação supra, com ela não concordamos, conforme

demonstramos nas nossas razões de justificativas apresentadas à época ao Tribunal de Contas da União,razões estas consideradas improcedentes...” (grifo nosso) (fl. 51).

13. Ora, é da natureza intrínseca do Tribunal de Contas da União que as Decisões e os Acórdãosproferidos para dar vazão ao exercício de sua competência constitucional sejam cumpridos por meio deatos executórios praticados pelos órgãos abrangidos por sua jurisdição. É inaceitável, portanto, que estasDecisões e Acórdãos sejam indiretamente suspensos, até mesmo liminarmente, por decisões monocráticas

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de Juízo de 1° Grau da Justiça Federal proferidas em ações de mandado de segurança, como se aautoridade que meramente praticaria o ato executório determinado pelo TCU fosse, de fato, a autoridadecoatora. Admitir a possibilidade de uso de tal estratagema por parte dos fiscalizados seria admitir burla àprerrogativa de foro da Corte de Contas assegurada no art. 102, inciso I, alínea “d” da Carta Magna, o queinviabilizaria por completo a competência constitucional desta Corte de Contas.

14. Portanto, os elementos aqui trazidos deixam claro que os servidores da DRT/SE beneficiadoscom a irregular concessão do adicional de periculosidade buscaram, pela via transversa, neutralizar, emsede de mandado de segurança impetrado em Juízo de 1º Grau, o ato do Tribunal de Contas da União quedeterminava o recolhimento dos valores irregularmente percebidos. Com isso, as decisões judiciaisproferidas nessas ações devem ser atacadas pelos meios judiciais pertinentes (recurso, ação rescisória e/oureclamação junto ao STF) em face de terem sido proferidas por juízes absolutamente incompetentes, queviolaram a competência funcional do STF para apreciar originariamente atos emanados do Tribunal deContas da União, conforme estabelecido no art. 102, inciso I, alínea “d” da Carta Magna.

15. Por fim, há aqui que se ressaltar que há, sim, possibilidade jurídica de cumprimento dadeterminação desta Corte de Contas em face de sentenças judiciais que, em tese, estariam impedindo ogestor de fazê-lo. A determinação do TCU dirigida ao titular da Delegacia Regional do Trabalho emSergipe por meio da Decisão nº 032/99-TCU-1ª Câmara para que seja efetuado o recolhimento dosadicionais de periculosidade concedidos irregularmente é uma ordem estritamente legal e, mais que isso,de exercício de uma competência constitucional (art. 71, IX), a cujo cumprimento o gestor daquele órgãoexecutivo não pode se furtar, sob pena de ser-lhe imputada as sanções previstas em lei (CF, art. 71, VIII).

16. O estrito cumprimento do dever legal de acatar determinação do Tribunal de Contas da União,ainda que em detrimento do cumprimento de sentença judicial, não poderia jamais implicar incidência dostipos penais de DESOBEDIÊNCIA e PREVARICAÇÃO (arts. 330 e 319 do CP). O próprio CódigoPenal, em seu art. 23, inciso III, considera tal conduta como excludente de ilicitude. Aliás, é relevantedestacar que se tivesse de se falar em crime de desobediência, ele já o teria sido cometido pelo gestor doórgão quando do descumprimento da determinação do Tribunal de Contas da União expressa no subitem8.1.d da Decisão nº 032/99-1ª Câmara, haja vista que os elementos objetivos desse tipo penal, quaissejam, a desobediência, a ordem descumprida, e o funcionário competente para proferi-la estariampresentes no ato de descumprimento da Decisão da Corte de Contas. Quanto à hipótese de crime deprevaricação, muito menos evidente seria o seu cometimento, pois a conduta de gestor que descumpreDecisão Judicial em prol do cumprimento da Decisão do TCU não pode ser caracterizada como condutaindevida (termo que constitui elemento normativo do tipo) e nem configurar satisfação de interesse ousentimento pessoal (expressão que constitui elemento subjetivo do tipo penal). Sendo ausentes taiselementos, tal conduta do responsável constituiria fato atípico.

17. Ante tais considerações, torna-se necessário que o Tribunal determine ao titular da DelegaciaRegional do Trabalho em Sergipe que forneça a relação dos Fiscais, Médicos e Engenheiros do Trabalhoque perceberam irregularmente Adicional de Periculosidade a partir de 25/07/1994, consoante os termosda Decisão nº 032/99-TCU-1ª Câmara, e pratique os atos executórios necessários ao cumprimento dadeterminação constante da parte inicial do subitem 8.1.d da Decisão nº 032/99-TCU-1ª Câmara. Tambémé importante que o Tribunal autorize, desde já, a conversão dos presentes autos em tomada de contasespecial, a citação de cada um dos servidores da DRT/SE que se beneficiaram irregularmente com oAdicional de Periculosidade, bem como a audiência do titular daquele órgão, no caso de não surtir efeito adeterminação de ressarcimento mediante desconto em folha de pagamento.

18. Também se faz necessário que o Tribunal encaminhe cópia da Decisão que vier a ser proferida àProcuradoria da União no Estado de Sergipe determinando-lhe que adote providências na esfera judicialcom vistas à anulação das decisões proferidas nos autos dos Mandados de Segurança nº 99.001730-7 e nº99.0001943-1 impetrados na Seção Judiciária da Justiça Federal de Sergipe, em face de terem sidoproferidas por juízes absolutamente incompetentes, que violaram a competência funcional do STF deapreciar originariamente atos emanados do Tribunal de Contas da União, conforme estabelecido no art.102, inciso I, alínea “d” da Carta Magna,

19. Por fim, é importante ressaltar que já tem sido proposto pela SECEX-SE, com esteio emproposta formulada pelo Diretor Técnico nos autos do TC 016.793/2001-7, determinações que visam, deforma abrangente, resguardar a eficácia das Decisões do Tribunal de Contas da União em casos de

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mandado de segurança impetrado contra autoridade que não integre o seu quadro funcional. Por tal razão,e de forma a evitar duplicidade de determinações, não se julga oportuno refazer aqui novas propostasnesse sentido. As propostas de determinação efetuadas naqueles autos foram especificamente no sentidode que:

19.1. os órgãos da Administração Pública Federal, nas três esferas de Poder, quando da prestação deinformações em sede de mandado de segurança processado em instâncias que não o Supremo TribunalFederal e que tenha como causa imediata ou mediata de pedir Decisão propalada pelo TCU, adotem asseguintes providências:

a) aleguem a preliminar de ilegitimidade passiva “ad causam”, por se tratar o impetrado de meroexecutor, sendo a autoridade coatora o Tribunal de Contas da União;

b) aleguem a preliminar de incompetência funcional absoluta de juízo, uma vez que compete aoSupremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente processos contra atos do Tribunal de Contasda União;

c) comunique o fato imediatamente à Advocacia Geral da União.19.2. a Advocacia Geral da União faça impetrar, em caso de não ser conhecida e/ou não ser aceita a

procedência das alegações de ilegitimidade e de incompetência de juízo mencionados no item acima,agravos e submeta o fato, prontamente, através de reclamação endereçada ao Supremo Tribunal Federal,nos termos do art. 102, inciso I, alínea “l”, da Constituição Federal, de forma a preservar a competênciada Corte Constitucional para processar e julgar atos do Tribunal de Contas da União.

Da questão do ressarcimento dos valores indevidamente pagos aos Assistentes Jurídicos ativose inativos da DRT/SE, a título de Gratificação de Atividade Executiva – GAE e de Adicional porTempo de Serviço – ATS

20. A irregularidade concernente a pagamentos indevidos aos Assistentes Jurídicos ativos e inativoslotados no órgão a título de Gratificação de Atividade Executiva – GAE e de Adicional por Tempo deServiço – ATS decorria do fato de tais vantagens estarem sendo calculadas sobre o vencimento de quetrata o art. 40 da Lei nº 8.112/90 acrescido da Representação Mensal, e não exclusivamente sobre aquelevencimento, conforme determinado no art. 1º da Lei Delegada nº 13/92 e no art. 67 da própria Lei nº8.112/90. O gestor da DRT/SE, em audiência realizada à época, alegou nos autos do TC 675.118/1995-6que dita Representação Mensal se incorporava aos respectivos vencimentos e salários para efeito decálculo das demais vantagens em função do disposto no art. 1º, §1º, do Decreto-Lei nº 2.333/87.

21. Também se verificou o ajuizamento de mandado de segurança (MS nº 99.0001480-4 1ª VaraSJ/JF-SE, às fls. 53 a 63) com o objetivo de tornar inoperante a determinação do Tribunal constante dasegunda parte do subitem 8.1.d da Decisão nº 032/99-TCU-1ª Câmara para que fossem ressarcidos osvalores pagos indevidamente àqueles Assistentes Jurídicos. Dada a similitude das situações, aplica-se aopresente caso, na íntegra, a análise anteriormente efetuada sobre a eficácia de decisões judiciais proferidasem sede de mandado de segurança impetrado contra autoridade administrativa estranha ao Tribunal deContas da União frente às Decisões e Acórdãos deste emanados. No entanto, pelas razões a seguirdelineadas, não haverá ao final, na proposta de encaminhamento, qualquer proposta tendentes à anulaçãodas decisões judiciais proferidas nessa ação mandamental.

22. Após a prolação da Decisão nº 032/99-TCU-1ª Câmara (DOU de 10/03/1999), que condenouessa incorporação da Representação Mensal ao vencimento para efeito de cálculo da GAE e do ATS,surgiu fato novo a esse respeito concretizado no Parecer do Consultor da União, Dr. Wilson Teles deMacêdo (Parecer nº AGU/WM-2/99), de 28/06/99, às fls. 09 a 13, que defendeu a aplicação do art. 1º,§1º, do Decreto-Lei nº 2333/87 no cálculo do Adicional por Tempo de Serviço – ATS e da Gratificaçãode Atividade Executiva – GAE.

23. Tal Parecer foi posteriormente adotado na íntegra pelo Advogado-Geral da União por meio doParecer nº GQ – 197, de 10/08/1999 (fl. 08), o qual, por sua vez, foi submetido ao Presidente daRepública, por este aprovado e posteriormente publicado no DOU de 12/08/1999.

24. Convém destacar que esse procedimento, conforme determina o art. 41 da Lei Complementar nº73, de 10/2/1993, vincula a Administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a dar fielcumprimento ao Parecer aprovado.

25. Por outro lado, sobressai-se também em favor da legalidade da incorporação da RepresentaçãoMensal na base de cálculo do Adicional por Tempo de Serviço – ATS e da Gratificação de Atividade

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Executiva – GAE, o fato de ter sido editada a Lei nº 9.366, de 16/12/1996, que, em seu art. 5º, assimdispõe:

“Art. 5º Fica assegurada a percepção da vantagem prevista no art. 1º, inciso I, e § 1º, do Decreto-lei nº 2.333, de 11 de junho de 1987, com a disciplina nele estabelecida, aos seus beneficiários, inclusiveàqueles integrantes de quadros de entidades não mais sujeitas a regime especial de remuneração.

§1º Os efeitos financeiros do disposto neste artigo vigoram, para os beneficiários referidos nocaput , a partir de 19 de setembro de 1992.”

26. Percebe-se, assim, que tal norma, que convalida a incorporação de que trata o multicitado art.1º, inciso I, e §1º, do Decreto-Lei nº 2.333/87, é posterior aos dispositivos legais e jurisprudenciaissuscitados na instrução e apreciação do processo TC 675.118/1995-9, no qual foi proferida a Decisão nº032/1999-1ª Câmara (Lei nº 8.112/90; Lei Delegada nº 13/92; Lei nº 8.852/94 e Decisão TCU nº 186/94-1ª Câmara), muito embora atribua efeitos financeiros retroativos a 19/09/1992. A Lei nº 9.366/96,portanto, vem invalidar o argumento principal anteriormente adotado por este Tribunal, quando daprolação daquela Decisão, de que as normas legais posteriores teriam derrogado tacitamente aquelaincorporação.

27. Vale deixar destacado, no entanto, que essa Representação Mensal devida aos AssistentesJurídicos e sua conseqüente incorporação aos respectivos vencimentos para efeito de cálculo das demaisvantagens permanecera somente até o surgimento da Medida Provisória nº 2.048-26 (DOU de30/06/2000), a qual, em seu art. 45, excluiu aquela vantagem da remuneração daqueles cargos.

28. Por tais razões, surge a necessidade de que o Tribunal torne insubsistente a determinaçãoconstante da segunda parte do subitem 8.1.d da Decisão nº 032/99-1ª Câmara, mais precisamente na parteque se refere ao ressarcimento dos valores que foram pagos aos Assistentes Jurídicos da DRT/SE a títulode Gratificação de Atividade Executiva – GAE e de Adicional por Tempo de Serviço – ATS incidentessobre a Representação Mensal, pois tal procedimento, conforme agora se constata, encontra guarida nãosó na Lei nº 9.366, de 16/12/1996, como também no Parecer de autoria do Advogado-Geral da União, denº GQ – 197, de 10/08/1999, o qual, a partir de sua publicação conjunta com o Despacho de aprovação doPresidente da República, passou a obrigar os órgãos e entidades da Administração Federal a dar-lhe fielcumprimento.

Proposta de encaminhamento29. Ante todo o exposto e com base nas conclusões expostas nos itens 0, 0, 0 e 0 acima, submeto ao

Relator, Exmo. Sr. Ministro Valmir Campelo, a proposta de que o Tribunal:29.1. conheça da presente Representação para, no mérito, considerá-la parcialmente procedente;29.2. determine, com fulcro no art. 71, inciso IX, da Constituição Federal c/c o art. 45 da Lei nº

8.443/92, ao titular da Delegacia Regional do Trabalho em Sergipe que:a) encaminhe à SECEX/SE, no prazo de 15(quinze) dias, em meio impresso e em meio magnético,

planilha que relacione os Fiscais, Médicos e Engenheiros do Trabalho que perceberam irregularmenteAdicional de Periculosidade a partir de 25/07/1994, consoante os termos da Decisão nº 032/99-TCU-1ªCâmara, discriminando, por servidor, os valores mensais e as respectivas datas de pagamento;

b) pratique os atos executórios necessários ao cumprimento da determinação constante da parteinicial do subitem 8.1.d da Decisão nº 032/99-TCU-1ª Câmara, promovendo, nos termos do art. 46 da Lein° 8.112/90, a reposição ao erário dos valores indevidamente pagos aos Fiscais, Médicos e Engenheirosdo Trabalho sob a rubrica de Adicional de Periculosidade, a partir da data de 25/07/1994, fazendo constarem folha de pagamento, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias, relativamente a cada servidor, areposição da totalidade do valor que lhe foi irregularmente pago ou a reposição da primeira parcela, casohaja parcelamento do valor total, considerando que as sentenças judiciais proferidas nos autos dosMandados de Segurança nº 99.001730-7 e nº 99.0001943-1 impetradas na Seção Judiciária da JustiçaFederal em Sergipe não têm o condão de atingir o ato do Tribunal de Contas de União adotado por meioda citada Decisão, ato esse que, até que venha a ser revisto pelo próprio Tribunal de Contas da União ouanulado pelo Supremo Tribunal Federal, continua em vigor no Ordenamento Jurídico e, portanto, apto aproduzir seus efeitos;

29.3. autorize, desde já, a conversão dos presentes autos em tomada de contas especial, nos termosdo art. 47 da Lei nº 8.443/92, a citação de cada um dos servidores da DRT/SE que se beneficiaramirregularmente com o Adicional de Periculosidade e a audiência do titular daquele órgão, no caso de não

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surtir efeito a determinação inserida na alínea “b” do subitem 29.2 acima;29.4. determine à Procuradoria da União no Estado de Sergipe que adote medidas judiciais com

vistas à anulação das decisões proferidas nos autos dos Mandados de Segurança impetrados na SeçãoJudiciária da Justiça Federal de Sergipe de nº 99.001730-7 e nº 99.0001943-1, considerando que taisações, cuja causa de pedir reflete inconformismo com Decisão do Tribunal de Contas da União, foramjulgadas por juízes absolutamente incompetentes, que violaram a competência funcional do SupremoTribunal Federal de apreciar originariamente atos emanados daquela Corte de Contas, conformeestabelecido no art. 102, inciso I, alínea “d” da Carta Magna.

29.5. torne insubsistente a determinação constante da segunda parte do subitem 8.1.d da Decisão nº032/99-1ª Câmara, mais precisamente na parte que se refere ao ressarcimento dos valores que forampagos aos Assistentes Jurídicos da DRT/SE em razão da incidência da Gratificação de AtividadeExecutiva – GAE e Adicional por Tempo de Serviço – ATS sobre a Representação Mensal, pois talincidência, conforme agora se constata, encontra guarida não só na Lei nº 9.366, de 16/12/1996, comotambém no Parecer de autoria do Advogado-Geral da União, de nº GQ – 197, de 10/08/1999, o qual, apartir de sua publicação conjunta com o Despacho de aprovação do Presidente da República, passou aobrigar os órgãos e entidades da Administração Federal a dar-lhe fiel cumprimento.

29.6. dê ciência da Decisão que vier a ser adotada ao autor da presente Representação.” (fls. 64/74).A Unidade Técnica manifestou concordância com essa proposta (fls. 75).

VOTO

Com razão a Unidade Técnica quando aponta o Enunciado 123/TCU (“A decisão proferida emmandado de segurança, impetrado contra autoridade administrativa estranha ao Tribunal de Contas daUnião, a este não obriga, mormente se não favorecida a mencionada autoridade pela prerrogativa de foro,conferida no art. 119, I, alínea "i" da Constituição” [CF atual: artigo 102, I, “d”]) como óbice aodescumprimento de decisão prolatada por esta Corte de Contas, quando o interessado impetra mandado desegurança em desfavor da autoridade que na verdade é mera executora de determinação deste Tribunal,não tendo nenhuma responsabilidade sobre a tomada de decisão.

Essa questão já se acha pacificada no âmbito do Supremo Tribunal Federal. Assim, peço vênia parareproduzir esplêndida síntese enunciada pelo Senhor Ministro Otávio Galotti ao proferir seu voto nomandado de segurança 22.658-7-RJ, Sessão Plenária de 10.9.1997, Relator Ministro Sepúlveda Pertence,pedido sustentado pelo impetrante na alegação de coisa julgada a seu favor no TRT, indeferido porunanimidade:

“Também acompanho, Sr. Presidente, o voto do eminente Relator, louvando a compreensãorevelada por S. Exa., para com o mecanismo de funcionamento dos Tribunais de Contas.

Quando se requer mandado de segurança, para obter da autoridade administrativa um ato quedependa da aprovação de uma daquelas Cortes, exaure-se o cumprimento da ordem na remessa dos autosao Tribunal de Contas, a que não pode o Juiz substituir-se, no exercício do controle externo daadministração.

Pode o Judiciário sobrepor-se ao Tribunal de Contas, quando contra este impetrado omandado, mas não, como dito, substituí-lo em sua competência constitucional.

Indefiro, portanto o pedido.” (grifei).O Senhor Ministro Relator, por seu turno, em seu voto condutor, acena com a impossibilidade de

alteração dos limites da eficácia do ato administrativo porque baseado em sentença (mesmo transitada emjulgado, como no caso posto em juízo naquela assentada) que trata de assunto da competência do Tribunalde Contas, no sentido de que ela não teria poderes para modificar a natureza do ato administrativo. Senão, vejamos:

“O ato administrativo praticado em cumprimento de um mandado de segurança, deferido aointeressado não muda, com isso, a sua natureza, nem os limites da eficácia que teria tido, sepraticado pela autoridade, independentemente da sentença que o determinou.” (os grifos não são dooriginal).

Nesse pensar, não se justifica o descumprimento de determinação deste Tribunal de Contas sobalegação de existência de decisão judicial, produzida sem a participação desta Casa.

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Destarte, se persistir a inércia da Administração em obedecer à determinação que lhe foiendereçada, outro caminho não restará senão o da aplicação de multa aos responsáveis pelo seudescumprimento, além da individualização dos casos, para ressarcimento dos valores indevidamenterecebidos pelos servidores.

Com relação à proposta de ser revisto posicionamento do TCU relativamente a valores de GAE eATS, entendo que a presente representação não tem poder para modificar decisão anterior desta Corte,prolatada dentro das normas processuais vigentes, tendo em vista o princípio do devido processo legal.Caberia aos interessados ou ao órgão responsável pelos pagamentos a interposição do recurso previstonos normativos em vigor, ou ajuizamento da ação judicial cabível, que não é, como visto, mandado desegurança contra o executor da decisão deste Tribunal, por imposição constitucional (CF, artigo 102, I,“d”).

Entendo que estando a questão totalmente analisada bastará determinar imediato cumprimento dadecisão já proferida por este Tribunal, com acompanhamento do Órgão de Controle Interno, não havendonecessidade de no momento a Secex envolver-se na verificação detalhada dessas atividades, o que poderáser feito a qualquer momento, se necessário.

Ainda na linha da economia processual, não me parece que haja necessidade no presente momentode conversão desta representação em tomada de contas especial, porquanto as providências podem sertomadas de imediato sem necessidade de maiores desdobramentos, tendo em vista que a dificuldade deentendimento da matéria encontra-se, a meu ver, superada, não devendo ocorrer nova demora nocumprimento da decisão deste Tribunal.

Por outro lado, tendo havido o manejo de remédio jurídico inadequado ao fim pretendido pelosinteressados, parece-me apropriado o envio de cópia desta deliberação à Procuradoria da União, para quepossa analisar o ocorrido e, eventualmente, adotar soluções jurídicas cabíveis à espécie.

Dessa forma, acolhendo em parte a proposta contida na instrução da Unidade Técnica, o meu voto éno sentido de que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à deliberação desta 1ª Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTORelator

ACÓRDÃO Nº 1.045/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo nº TC-013.107/2001-22. Grupo II; Classe de assunto: VI – Representação3. Interessado: Moisés Fernandes Filho4. Unidade: Delegacia Regional do Trabalho em Sergipe5. Relator: Ministro Humberto Guimarães Souto6. Representante do Ministério Público: Não atuou7. Unidade técnica: Secex-SE8. Advogado constituído nos autos: Não consta

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação sobre eventuais pagamentos indevidos

realizados a servidores da Delegacia Regional do Trabalho em Sergipe.ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara,

diante das razões expostas pelo Relator, em:9.1. conhecer da presente representação, por preencher os requisitos de admissibilidade;9.2. determinar à Delegacia Regional do Trabalho em Sergipe que cumpra a determinação contida

no subitem 8.1.d da Decisão TCU-1ª Câmara nº 32/1999 no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias;9.3. determinar ao Órgão de Controle Interno que acompanhe a efetivação da medida constante no

subitem 9.2 deste acórdão, relatando nas próximas contas da Unidade as providências por ela tomadas erepresentando a este Tribunal no caso de qualquer ocorrência irregular a esse respeito;

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9.4. comunicar à Procuradoria da União no Estado de Sergipe o inteiro teor deste acórdão, comrelatório e voto que o fundamentam, para que possa adotar as medidas judiciais que entender cabíveis;

9.5. dar ciência desta deliberação ao autor da presente representação e ao atual titular da Unidade deorigem.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Ministro que alegou impedimento: Lincoln Magalhães da Rocha.12.3. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral

GRUPO I - CLASSE VI - 1ª CâmaraTC-007.427/2002-4Natureza: RepresentaçãoEntidade: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro- UFRRJResponsáveis: Regina Célia Lopes Araújo, CPF n° 228.338.387-00, Decana de Assuntos

Administrativos; Duclério José do Vale, CPF n° 460.326.737-15, César Antônio da Silva, CPF n°739.912.957-68, Mário Luís Leitão, CPF n° 792.704.687-04, e Alba Valéria dos Santos Melo, CPF n°834.580.857-34, membros da Comissão de Licitação; Orlando de Carvalho Sobrinho, CPF n°330.924.947-68, engenheiro civil, da Divisão de Obras da Prefeitura Universitária da UFRRJ

Interessada: empresa Riparo Construções e Instalações Ltda.

Sumário: Representação de licitante acerca de irregularidades ocorridas em procedimentolicitatório realizado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ. Inspeção realizada pelaSecex-RJ constatou infringência a dispositivos da Lei n° 8.666/93 e a prática de atos com desobediênciaaos princípios constitucionais da legalidade, da publicidade e da eficiência. Conhecimento daRepresentação. Audiência dos responsáveis. Rejeição das razões de justificativa apresentadas. Aplicaçãode multa. Determinações à UFRRJ. Autorização para cobrança judicial das dívidas. Remessa de cópia dorelatório, voto e acórdão à representante interessada. Juntada do processo às contas da entidade relativasao exercício de 2002.

RELATÓRIO

Trata-se de representação apresentada pela empresa Riparo Construções e Instalações Ltda., comfulcro no disposto no § 1° do art. 113 da Lei n° 8.666/93, contra a Comissão Permanente de Licitação daUniversidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ em face da desclassificação de sua proposta depreços no Convite n° 08/2002, cujo objeto era a “reforma das instalações elétricas e iluminação da áreaexterna do pavilhão central” daquela universidade.

Alega a representante, na peça inicial, fls. 2/15, que participou da licitação, foi habilitada econvocada para a abertura das propostas e apresentou o menor preço global, R$ 20.713,00. Sustenta que,decorridos mais de dez dias da data de abertura das propostas sem ter recebido qualquer informação sobre

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a homologação, tomou conhecimento, informalmente, do fato de que sua proposta havia sidodesclassificada “por motivo relacionado à fase de habilitação”.

Tendo sido negada solicitação de cópia do documento que justificara sua desclassificação, aempresa protocolou carta dirigida à Comissão de Licitação, datada de 22/4/2002 (fl. 15). Não obtendoresposta, representou ao Tribunal, em 13/5/2002.

Acolhida nesta Corte em 27/5/2002 como a Representação prevista nos artigos 68 e 69 daResolução TCU n° 136/2000, foi a documentação submetida à Secex-RJ para instrução.

Realizada inspeção junto à UFRRJ, a analista responsável concluiu que houve infringência adispositivos da Lei n° 8.666/93 na medida em que a universidade não comunicou às empresas licitantes oresultado do certame, o que constituiu fato impeditivo à apresentação de defesa por parte da empresaRiparo, e que a adjudicação à segunda colocada, ACS – Assessoria, Construções e Serviços EletrônicosLtda., pelo valor de R$ 21.730,00, teria causado um prejuízo de R$ 1.017,00 à universidade.

Em face dessas impropriedades e de outras falhas formais ocorridas no decorrer do procedimentolicitatório, a analista propôs a realização de audiência da decana de assuntos administrativos, dosmembros da Comissão de Licitação e do engenheiro civil que emitiu parecer no âmbito da Divisão deObras da UFRRJ (fls. 83/6), para que apresentassem razões de justificativa para a falta de comunicaçãodo resultado da licitação, o que teria acarretado prejuízo aos cofres públicos no valor de R$ 1.017,00,diferença entre os valores propostos pela firma ACS e a Riparo, esta desclassificada porque não atendeuespecificação do edital ao cotar tinta ILUMINAC em lugar da solicitada ALUMINAC.

Expedidos os ofícios de audiência, os responsáveis encaminharam arrazoados individuais, porémtodos de idêntico teor, de duas laudas e meia cada um (fls. 106/30), todos datados de 21/8/2002, exceto odo engenheiro Orlando, datado de 22/8/2002, e o assinado por Alba Valéria dos Santos Melo, datado de28/8/2002.

Em sua defesa alegam, em síntese, que não houve falta de comunicação do resultado do convitepois teria sido afixado em quadro de avisos da Comissão de Licitação, localizado no prédio da reitoria,“local de grande circulação de pessoas”. Além dessa forma de divulgação, o resultado teria sidopublicado, por meio do sistema SIREP, no site governamental comprasnet, no endereço eletrônicowww.comprasnet.gov.br, conforme comprovante acostado aos autos à fl. 68. Segundo as defesas, naqueleendereço “qualquer pessoa tem acesso não apenas a licitações que serão realizadas, mas também aoresultado detalhado de todas as licitações, em todas as modalidades”.

Por fim, as defesas, exceto a apresentada pela decana Regina Célia, informam que,“alternativamente, sempre fornecemos o resultado de nossas licitações a qualquer interessado que osolicite por via telefônica”.

Prosseguem os defendentes na tentativa de esclarecer que o prejuízo alegado (R$ 1.017,00, oriundosda diferença entre o preço cotado pela Riparo e aquele apresentado pela segunda colocada) não foioriginado de nenhum ato da comissão de licitação, que poderia “hipoteticamente ter se dado em virtudeda contratação da firma que obteve a segunda colocação no certame no quesito preço, mas nunca pelaalegada falta de comunicação de seu resultado”.

Em seguida, informam as razões que os levaram a adjudicar a licitação à empresa ACS Assessoria,Construções e Serviços Eletrônicos Ltda., em detrimento da primeira colocada, Riparo Construções eInstalações Ltda. Em primeiro lugar, alegam que o projeto básico especificava “com toda clareza anecessidade do uso de tinta da marca ALUMINAC (assim mesmo, em letras maiúsculas)”. A seguir,transcrevem artigos da Lei n° 8.666/93 e cláusulas do edital. Ao final, concluem nos seguintes termos:

“Segundo parecer técnico da Divisão de Obras da Prefeitura Universitária de nossa universidade,a firma Riparo Construções e Instalações Ltda. não atendeu as especificações do edital ao cotar umatinta de marca diferente da solicitada no projeto básico. Ao aceitar tal proposta, a administração estariacorrendo o risco de ter o produto da prestação de serviços em tela com qualidade inferior aos padrõesrequeridos no projeto básico da licitação, o que poderia acarretar em novos custos para aadministração, tais como o custo do resserviço, além de eventuais danos potenciais nos equipamentos deiluminação reformados. Cabe aqui ressaltar que os demais licitantes que participaram do certameespecificaram a tinta corretamente, e aceitar uma correção posterior violaria o princípio constitucionalda isonomia, ao se dar tratamento diferenciado a determinado licitante e aceitar uma proposta em

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desconformidade com o instrumento convocatório. Deste modo, estaria a comissão violando trêsprincípios básicos norteadores do certame licitatório, o princípio constitucional da isonomia, o princípioda igualdade e o princípio da vinculação ao instrumento convocatório.

Assim sendo, tendo em vista o parecer técnico acima citado, que considerou os preços cotadoscomo sendo compatíveis com os preços praticados no mercado e desclassificou o licitante que deixou decumprir as condições do edital, a comissão adjudicou o segundo colocado no certame que cumpriu comtodas as cláusulas e especificações do edital. Temos plena consciência de que nossa decisão nãoacarretou em nenhum prejuízo aos cofres públicos, apenas cumpriu o que a lei determina e protegeu osinteresses da instituição que representamos.”

Examinando as justificativas apresentadas pelos responsáveis, a mesma analista responsável pelainspeção, em instrução constante às fls. 133/6, manifestou-se pelo não acolhimento daquelas relativas àcomunicação do resultado da licitação, por entender que os meios de divulgação utilizados pelauniversidade não estão de acordo com aqueles previstos na legislação em vigor.

Relativamente aos argumentos apresentados para a adjudicação do objeto à empresa colocada emsegundo lugar no certame, a analista entendeu-os “coerentes, bem explicados e fundamentados”, “seativeram ao estipulado no edital, orientaram-se pelo parecer técnico da divisão de obras e pelosprincípios licitatórios que mencionam”. Ainda segundo a analista, “ponderamos, enfim, que não éobrigação da Comissão de Licitação o conhecimento de tudo quanto é material para obra existente nomercado, semelhante ao especificado no edital”.

Em conclusão, propôs que fosse aplicada multa aos responsáveis em razão da infringência aosartigos 3°, § 3° (princípio da publicidade dos atos da licitação), e 109, inciso I, letra b, e §§ 1° ao 6°(publicação dos atos, especialmente o julgamento das propostas, de modo a permitir a interposição derecursos pelos licitantes), ambos da Lei n° 8.666/93.

O Sr. diretor, em substituição, da 3° DT da Secex-RJ, em instrução constante às fls. 137/40,acolheu, no mérito, a proposta da analista, dissentindo, porém, quanto ao acolhimento dos argumentosapresentados para justificar a escolha da empresa ACS em detrimento da Riparo.

Conforme salientou o diretor, diferentemente do que foi invocado pelos responsáveis, o parecertécnico da Divisão de Obras da Prefeitura Universitária não abordava a questão de que a empresa Riparonão teria atendido às especificações do edital ao cotar uma tinta de marca diferente da solicitada noprojeto básico, mas tratava de assunto referente ainda à fase de habilitação, pois tratava de questionar oatestado apresentado pela empresa Riparo com o objetivo de comprovar capacidade técnica para executaros serviços licitados.

Além disso, salientou o diretor da 3ª DT que o engenheiro da Divisão de Obras “adentrou emcompetência da Comissão de Licitação, na medida em que optou pela proposta da empresa ACS,informando que a mesma atendia as especificações e apresentava preços compatíveis com o mercado”.

Em conclusão, propôs que fossem rejeitadas as justificativas apresentadas pelos responsáveis e quefosse aplicada multa a todos eles, em linha com o que propusera a analista. Tal proposta mereceu aconcordância da Srª secretária em substituição.

Apesar de o processo ter sido tramitado para a Procuradoria, por iniciativa da Secex-RJ, osubprocurador-geral Ubaldo Alves Caldas, em parecer acostado à fl. 141, esclarece que o MinistérioPúblico, por força do que dispõem a Lei Orgânica e o Regimento do Tribunal, não está obrigado a emitirpronunciamento em processos desta espécie. Assim, tendo em vista que não houve solicitação deaudiência do relator, o parquet especializado submeteu os autos ao gabinete do relator, Sr. ministroMarcos Bemquerer Costa.

Tratando-se, porém, de processo originalmente da relatoria do ministro Valmir Campelo, a quemme coube suceder, nos termos da Resolução n° 64/96, Sua Excelência o Sr. ministro Marcos BemquererCosta, que havia atuado nos autos apenas em substituição ao ministro Valmir Campelo, encaminhou oprocesso ao meu gabinete (fl. 142).

É o Relatório.

VOTO

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O instituto da Representação ao Tribunal de Contas da União, antes disciplinado pela ResoluçãoTCU n° 136/2000, artigos 68 e 69, foi recepcionado pelo novo Regimento Interno desta Corte, aprovadopela Resolução n° 155, de 4 de dezembro de 2002, abrigado na Subseção IV da Seção I do Capítulo III,no art. 237, incisos I a VII e parágrafo único, podendo a presente representação ser conhecida com fulcrono inciso VII daquele artigo, que confere legitimidade para representar a órgãos, entidades ou pessoas quedetenham essa prerrogativa por força de lei específica.

No caso, a lei que especificamente confere à empresa Riparo a prerrogativa de representar aoTribunal de Contas da União é a Lei n° 8.666/93, cujo artigo 113, § 1°, estabelece que qualquer licitante,contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar contra irregularidades na aplicação da lei delicitações.

No mérito, constato que há dois questionamentos em discussão neste processo, que apontam apara apossibilidade de estar havendo irregularidade nos procedimentos licitatórios promovidos pela UFRRJ.Analisemos separadamente os dois aspectos.

- I -

O primeiro deles diz respeito à divulgação do resultado do convite. Os meios utilizados pelauniversidade para divulgação do resultado da licitação não podem ser aceitos como corretos. Reza o § 3°do art. 3° da Lei n° 8.666/93 que a licitação “não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público osatos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”.

Conforme informado pela própria universidade, os resultados de suas licitações são afixados emquadro de aviso localizado no prédio da reitoria. Em que pese a alegação de que o local é “de grandecirculação de pessoas”, a publicidade é mínima quando utilizado este meio de divulgação. De fato, a Lein° 8.666/93 desobriga a publicação do convite, sendo suficiente a sua afixação em local apropriado, a teordo que dispõe o art. 22, § 3°:

“§ 3° Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa,a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demaiscadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24(vinte e quatro) horas da apresentação das propostas” (grifei).

Ocorre, porém, que a afixação, geralmente efetuada em quadro de avisos, é válida para oinstrumento convocatório, uma vez que o Convite é uma modalidade mais simples de licitação, utilizadapara compras e contratações de pequeno valor, e que não requer divulgação tão ampla como as demais,que requerem publicação em jornais oficiais ou de grande circulação, conforme dispõe o art. 21 da Lei n°8.666/93.

Para a divulgação do resultado da licitação, porém, a mera afixação em quadro de avisos, como feza universidade, não pode ser aceita como correta. Ao utilizar esse procedimento, o órgão ou entidadeperde o controle sobre a data em que o interessado tomou ciência do resultado, o que inviabiliza acontagem dos prazos para interposição de recursos.

No outro meio de divulgação utilizado pela universidade, publicação em site da internet, a situaçãoé idêntica, com total descontrole acerca da data de ciência pelos interessados. Além do que, a publicidadeé restrita aos que têm acesso a recursos tecnológicos mais modernos, computador, acesso à internet, entreoutros.

A comunicação do resultado por telefone, como alegam também ser praxe naquela universidade, deigual modo não atende ao princípio da publicidade, além do que tal meio de divulgação obriga o licitanteinteressado a ter de ficar efetuando ligações telefônicas sucessivas para a universidade em busca doresultado da licitação.

Os resultados dos procedimentos licitatórios realizados na modalidade Convite devem ser enviadosa todos os participantes por meio de comunicação formal, geralmente por carta, devendo ser colhida nopróprio documento a ciência do destinatário.

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Concluindo, em relação a este aspecto questionado, verifica-se que, além de inadequados, porquelimitadores da publicidade que deve ser conferida aos atos dos certames licitatórios, os meios utilizadospela universidade para divulgação dos resultados de suas licitações estão em desacordo com a legislação,especificamente a Lei n° 8.666/93, o que torna a sua utilização não combinada com outros meios não sódesaconselhada, mas também vedada no âmbito de instituições que gerem recursos públicos, como é ocaso da UFRRJ.

Nesse sentido, considerando que houve ofensa à legislação, estou de acordo com a propostauniforme da Secex-RJ, de aplicação da multa prevista no art. 58, incisos II e III, da Lei n° 8.443/92.

- II -

O outro aspecto questionado diz respeito à desclassificação da empresa Riparo e adjudicação àsegunda colocada, com conseqüente pagamento a maior de R$ 1.017,00.

Consoante mencionado pela UFRRJ, depois de abertas as propostas, em 2/4/2002, a Comissão deLicitação solicitou a análise técnica da proposta apresentada pela empresa vencedora com o objetivo de secertificar sobre a vantagem técnica de sua contratação pela universidade, a fim de garantir a perfeitaexecução do objeto divulgado pela licitação.

Assim foi feito e os encaminhamentos constam dos autos às fls. 64/5, em despachos redigidos àmão. Ali estão os despachos do presidente da Comissão encaminhando o processo ao prefeitouniversitário, em 2/4/2002, e da prefeitura universitária ao engenheiro Orlando de Carvalho Sobrinho, em3/4/2002, para emissão de parecer técnico. Em seguida, na mesma folha está o parecer do engenheiroOrlando de Carvalho Sobrinho, da Divisão de Obras, datado de 10/4/2002, e dirigido ao prefeitouniversitário, Rafael Antônio de Oliveira.

O parecer do engenheiro foi o responsável pela desclassificação da Riparo e está vazado nosseguintes termos:

“Ao Sr. Prefeito Universitário:O atestado apresentado pela firma RIPARO Construções e Instalações Ltda. não é compatível com

os serviços a serem executados, item 1.1 das disposições gerais, pois o mesmo trata de serviço deiluminação interna.

Tendo em vista que a proposta mais vantajosa não atende as especificações, opto pela proposta dafirma ACS Assessoria, Construções e Serviços Eletrônicos Ltda., no valor de R$ 21.730,00, que atende asespecificações e apresenta preços compatíveis com o mercado.

Quanto às observações da firma Luxelen Montagens Elétricas Ltda., esclareço: [omitida atranscrição porque não pertinente ao objeto da Representação].

Em 10/04/02Orlando de Carvalho SobrinhoDivisão de Obras”

O prefeito universitário, engenheiro Rafael Antônio de Oliveira, não se manifestou sobre o parecer,tendo apenas encaminhado-o, em 11/4/2002, ao presidente da Comissão de Licitações, “com ainformação da D.O.”

Em face do parecer, a Comissão de Licitação, em reunião realizada a 17/4/2002, decidiu propor aadjudicação à empresa ACS, segunda colocada.

O diretor do Departamento de Material e Serviços Auxiliares – DMSA, ao qual está vinculada aComissão de Licitação, Nilson Sales dos Santos, no mesmo dia 17/4/2002 submeteu a proposta àconsideração do Decano de Assuntos Administrativos, sem se manifestar sobre as conclusões daComissão.

No âmbito do Decanato de Assuntos Administrativos, foi a licitação homologada pela DecanaRegina Célia Lopes Araújo, em 19/4/2002, e autorizada a emissão da Nota de Empenho, ocorrida em22/4/2002.

Uma vez apresentada a Representação a este Tribunal e realizada inspeção na UFRRJ, a analista

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responsável pela instrução chegou à conclusão que a desclassificação da empresa Riparo estavarelacionada ao fato de haver cotado em sua proposta a tinta ILUMINAC em lugar da solicitada,ALUMINAC (não está claro nos autos como chegou a tal conclusão, se obteve informalmente tal dadopor ocasião da inspeção, ou mesmo se a conclusão é fruto de sua própria análise efetuada sobre osdocumentos coligidos).

Partindo dessa premissa, a analista propôs a audiência dos responsáveis para que justificassem adesclassificação da empresa Riparo porque “segundo a universidade, não atendeu especificação doEdital, qual seja, não cotou, em face de erro de grafia, a tinta ALUMINAC, e sim a tinta ILUMINAC,desconhecida no mercado”.

Tal proposta foi acolhida pela diretora da 3ª DT e do titular da unidade técnica, tendo sido realizadaa audiência nesses exatos termos.

Neste ponto ressalto que em nenhum momento anteriormente à realização da audiência, a UFRRJou qualquer um dos documentos constantes dos autos fez menção à desclassificação da Riparo emdecorrência de ter cotado tinta ILUMINAC em lugar de ALUMINAC. O parecer que desabonou aproposta da Riparo, da lavra do engenheiro Orlando, antes transcrito, questiona o atestado apresentadopela empresa.

O atestado apresentado pela Riparo, fornecido pelo CREA/RJ (fls. 42/3), menciona serviços deinstalação de tomadas, telefonia, cabeamento, lâmpadas fluorescentes, entre outros, sem fazer referência aque sejam internos ou externos.

Depreende-se do parecer do engenheiro Orlando que a preocupação era que o atestado faziareferência a serviços internos, isto é, não compatíveis com os que seriam executados, de iluminaçãoexterna. Com base nessa preocupação é que ele “optou” pela proposta da empresa ACS, segundacolocada.

A questão da tinta, da grafia do nome ALUMINAC, trocado por ILUMINAC na proposta daRiparo, não teve nenhuma importância para a decisão adotada.

Depois da audiência, porém, questionados especificamente sobre a grafia incorreta, como se tivessesido ela a causa determinante para a desclassificação da empresa Riparo, os responsáveis da UFRRJmanifestaram-se exclusivamente acerca dessa versão, tendo afirmado em sua defesa que a Riparo “nãoatendeu as especificações do edital ao cotar uma tinta de marca diferente da solicitada no projetobásico” e que “a administração estaria correndo o risco de ter o produto da prestação de serviços comqualidade inferior aos padrões requeridos no projeto básico da licitação”. Não mais transcrevo porque aíntegra da defesa já foi transcrita no relatório que precede este voto.

Não é verdade o que afirmam as defesas apresentadas pelos responsáveis. O que se passou não foi adesclassificação de uma proposta que não atendia às especificações do edital. A falha é muito mais gravedo que quer fazer supor a defesa e revela um erro de procedimento cometido pela UFRRJ. De acordo como art. 43 da Lei n° 8.666/93, a licitação (inclusive o Convite) será processada e julgada com observânciados seguintes procedimentos:

I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e suaapreciação;

II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivaspropostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde quetranscorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após ojulgamento dos recursos interpostos;

IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso,com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantesdo sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento,promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;

V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes doedital;

VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto dalicitação.

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Não foi exatamente assim que procedeu a UFRRJ. Uma vez abertas as propostas, e tendo sidoconstatada vencedora a proposta da Riparo, foi a mesma submetida a exame pela Divisão de Obras, paraverificação de sua conformidade com os requisitos do edital.

Foi nesse momento que o engenheiro Orlando se manifestou no processo, questionando o atestadoapresentado pela Riparo. Ocorre que tal documento deveria ter sido examinado na fase de habilitação dosconcorrentes, fase esta já encerrada com o início da fase seguinte, de abertura das propostas.

Reza o § 5° do mencionado art. 43 que:

§ 5° Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas(inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatossupervenientes ou só conhecidos após o julgamento.

Assim, não caberia à comissão, nem à UFRRJ, desclassificar a proposta da Riparo por conta daalegada incompatibilidade do atestado com as exigências do serviço a ser executado. Houve violação aodispositivo na medida em que a desclassificação ocorreu quando já abertas as propostas e por motivorelacionado à fase de habilitação, não podendo ser alegado, tampouco, que houve superveniência de fatosnovos ou conhecimento deles após o julgamento. O que houve foi inadequado procedimento licitatórioem que os documentos apresentados na fase de habilitação não foram devidamente examinados na faseem que deveriam ter sido examinados.

Uma vez ventilada a versão, por ocasião da inspeção, da cotação indevida da tinta ALUMINACcomo ILUMINAC, a UFRRJ passou a adotar este como o motivo determinante para a desclassificação, adespeito do que havia constado antes, no parecer do engenheiro Orlando. A versão se tornara convenientepara respaldar a desclassificação depois de abertas as propostas. Seria crível, pois o “erro” cometido pelalicitante Riparo somente seria descoberto quando abertas as propostas.

Causa espécie que o próprio engenheiro Orlando, que redigiu de próprio punho o parecerquestionando o atestado apresentado pela Riparo, tenha subscrito uma defesa em que afirma,contrariamente ao que ele mesmo dissera antes, que “segundo parecer técnico da Divisão de Obras daPrefeitura Universitária de nossa universidade, a firma Riparo não atendeu as especificações do editalao cotar uma tinta de marca diferente da solicitada...”.

Não bastasse o procedimento irregular adotado, constata-se que o engenheiro Orlando extrapolou asfunções de consultor técnico quando, tendo desclassificado a proposta da Riparo, decidiu, usurpando asfunções da Comissão de Licitações, “optar” pela segunda colocada. Tal procedimento é inaceitável.

A esse respeito, vejamos o que diz Marçal Justen Filho em sua obra “Comentários à Lei deLicitações e Contratos Administrativos”, 6ª edição, 1999, pág. 410:

“Se os integrantes da Comissão não dispuserem dos conhecimentos técnicos necessários para aapreciação dos documentos, poderão valer-se do concurso de terceiros, integrantes ou não daAdministração. Obviamente, não será delegada aos terceiros a competência decisória. Esses terceirosfornecerão pareceres técnicos, para orientar e fundamentar a decisão. A Comissão poderá, inclusive,discordar das conclusões dos pareceres técnicos.”

Do exposto, vê-se que não era competência do engenheiro “optar” por nenhuma das empresas emuito menos afirmar, sem nenhum dado que lhe servisse de parâmetro, que a proposta da segundacolocada apresentava “preços compatíveis com o mercado”.

Conclui-se, então, em relação a este segundo aspecto, que houve violação aos dispositivos da Lei n°8.666/93, sendo pertinente a proposta da Secex-RJ, de aplicação de multa aos responsáveis.

Gostaria de acrescentar que se pode observar, ao fim do exame procedido nestes autos, que aquestão central objeto desta Representação não é a diferença de valor paga a maior ao se adjudicar alicitação à segunda colocada, contrariamente à legislação. Tal valor, de R$ 1.017,00, pode mesmo serconsiderado irrelevante para a dosimetria da pena que se vai aplicar. O que está em questionamento sãoos procedimentos completamente equivocados adotados pela UFRRJ. As licitações ali abertas, como estácomprovado nos autos, não obedecem ao princípio da publicidade, em face do que afirmou a própria

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universidade, em sua defesa, e não são processadas em total conformidade com o disposto na Lei deLicitações.

Na licitação objeto desta Representação verifica-se que foram violados os princípios constitucionaisda legalidade, com flagrante descumprimento da legislação vigente; da publicidade, com restrição deacesso aos atos praticados; e da eficiência, na medida em que os resultados alcançados ficaram aquém doque a administração pública poderia ter obtido caso contratasse a primeira colocada na licitação.

Em decorrência, a multa que se propõe seja aplicada por este Tribunal, ao invés de guardarproporção com o dano causado, visa muito mais a coibir a prática de atos dessa natureza, com graveinfração a normas legais e princípios constitucionais.

Considerando, também, que, conforme dispõe o art. 51, § 3°, da Lei n° 8.666/93, “Os membros dascomissões de licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo seposição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reuniãoem que tiver sido tomada a decisão”, sou de opinião, acompanhando a proposta uniforme da unidadetécnica, de que todos os responsáveis devam ser apenados com multa por infringência aos dispositivos daLei de Licitações.

Diante do exposto, acolhido o parecer da unidade técnica, encaminho meu voto no sentido de que oTribunal adote o acórdão que ora submeto à consideração desta Primeira Câmara.

TCU, Sala das Sessões Ministro Luciano Brandão Alves de Souza, em 20 de maio de 2003.

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTORelator

ACÓRDÃO Nº 1.046/2003 - TCU - 1ª CÂMARA

1. Processo n° TC 007.427/2002-42. Grupo I – Classe VI – Representação3. Interessado: empresa Riparo Construções e Instalações Ltda.4. Entidade: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro- UFFRJ4.1. Responsáveis: Regina Célia Lopes Araújo, CPF n° 228.338.387-00, Decana de Assuntos

Administrativos; Duclério José do Vale, CPF n° 460.326.737-15, César Antônio da Silva, CPF n°739.912.957-68, Mário Luís Leitão, CPF n° 792.704.687-04, e Alba Valéria dos Santos Melo, CPF n°834.580.857-34, membros da Comissão de Licitação; Orlando de Carvalho Sobrinho, CPF n°330.924.947-68, engenheiro civil, da Divisão de Obras da Prefeitura Universitária da UFRRJ

5. Relator: Ministro Humberto Guimarães Souto6. Representante do Ministério Público: não atuou7. Unidade técnica: Secex/RJ8. Advogado constituído nos autos: não consta

9. Acórdão:VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação apresentada pela empresa Riparo

Construções e Instalações Ltda., com fulcro no disposto no § 1° do art. 113 da Lei n° 8.666/93, contra aComissão Permanente de Licitação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ em face dadesclassificação de sua proposta de preços no Convite n° 08/2002, cujo objeto era a “reforma dasinstalações elétricas e iluminação da área externa do pavilhão central”.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da PrimeiraCâmara, diante das razões expostas pelo Relator, em:

9.1. conhecer da presente representação com fulcro no art. 237, inciso VII, do Regimento Internodeste Tribunal, para, no mérito, considerá-la procedente;

9.2. rejeitar as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis Regina Célia Lopes Araújo,Decana de Assuntos Administrativos; Duclério José do Vale, César Antônio da Silva, Mário Luís Leitão eAlba Valéria dos Santos Melo, membros da Comissão de Licitação; e Orlando de Carvalho Sobrinho,engenheiro civil, da Divisão de Obras da Prefeitura Universitária da UFRRJ, e aplicar-lhes a multa

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prevista no art. 58, incisos II e III, c/c o art. 43, parágrafo único, da Lei n° 8.443/92, no valor individualde R$ 10.000,00 (dez mil reais), fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da notificação, para quecomprovem perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro Nacional;

9.3. determinar, com fundamento no art. 28, inciso I, da Lei n° 8.443/92, à Universidade FederalRural do Rio de Janeiro – UFRRJ que, esgotado o prazo fixado no subitem anterior sem que tenha havidoo recolhimento, proceda ao desconto das dívidas nas remunerações dos responsáveis, observados oslimites previstos na legislação pertinente;

9.4. autorizar, com fundamento no art. 28, inciso II, da Lei n° 8.443/92, a cobrança judicial dasdívidas caso não tenha sucesso a medida determinada no subitem anterior;

9.5. determinar à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ que observe fielmente osdispositivos da Lei n° 8.666/93 e promova a necessária adequação em seus procedimentos licitatórios demodo a que os atos praticados obedeçam aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,da publicidade e da eficiência, insculpidos no art. 37 da Constituição Federal de 1988;

9.6. determinar a remessa de cópia deste acórdão, bem como do relatório e do voto que ofundamentam, à empresa Riparo, Construções e Instalações Ltda., autora da Representação; e

9.7. juntar o processo às contas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ, relativasao exercício de 2002.

10. Ata nº 16/2003 – 1ª Câmara11. Data da Sessão: 20/5/2003 – Ordinária12. Especificação do quorum:12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto

(Relator), Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.12.2. Auditores presentes: Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

MARCOS VINICIOS VILAÇAPresidente

HUMBERTO GUIMARÃES SOUTOMinistro-Relator

Fui presente:PAULO SOARES BUGARINSubprocurador-Geral