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1 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO COORDENAÇÃO GERAL DE ADMINISTRAÇÃO E RECURSOS HUMANOS COORDENAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 55000.002092/2014-68 PREGÃO ELETRÔNICO SRP Nº 01/2015 RESPOSTA À RECURSO ELETRÔNICO O Pregoeiro do Ministério do Desenvolvimento Agrário MDA, no exercício das suas atribuições regimentais, designadas pela Portaria MDA nº 49/2015, de 10/03/2015, e por força dos art. 4º, incisos XVIII e XX da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002; art. 8º, inciso IV do Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005, e, subsidiariamente, do inciso II do art. 109 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, apresenta, para os fins administrativos a que se destinam suas considerações e decisões acerca dos Recursos Eletrônicos interpostos pelas empresas GV2 PRODUCOES S/A (CNPJ: 02.036.987/0001-20) e PREMIER EVENTOS LTDA (CNPJ: 03.118.191/0001-89)”, em relação ao Pregão Eletrônico nº 01/2015 que tem por objeto registro de preços para eventual contratação de empresa de eventos e correlatos para organização de Entregas das Máquinas do Programa de Aceleração e Crescimento PAC, Workshops, capacitações, força-tarefa, atos, oficinas, reuniões, encontros, lançamentos, cursos e outros eventos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em âmbito nacional, sob demanda, abrangendo planejamento operacional, organização, execução, montagem de infraestrutura, fornecimento de bens, mão-de-obra e apoio logístico, independentemente da prestação de serviços concomitantemente, conforme condições, quantidades e exigências estabelecidas neste Edital e seus anexos. 1) DO REGISTRO DA MANIFESTAÇÃO DE INTENÇÃO DE RECURSO NO SISTEMA COMPRASNET Foram registradas no Sistema Comprasnet as seguintes intenções de recurso: LOTE 2 Região Norte a) CHANNEL LOCACOES E EVENTOS LTDA (CNPJ: 72.590.276/0001-88): Channel manifesta intenção de recurso pela sua desclassificação,pois ficamos com menorpreço da empresa aceita,adequamos varias vezes nossas propostas, mesmo depois do pregoeiro anterior nos orientaraprovar as mesmas, pois no edital não estava claro onde incluir o valorpelo MDA. sendo assim nossa empresa zela pelo principio de economicidade para o órgão. Deacordo com artigo3º,da Lei8.666/93,oprocedimento licitatório destina-se a garantir princípioconstitucional da sonomia e aprop.mais vantajosaa a

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO … · ... Irregularidades no Balanço Patrimonial (DRE) ... sociedades anônimas regidas pela lei 6.404/76 e por ... resta claro que a classificação

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MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO COORDENAÇÃO GERAL DE ADMINISTRAÇÃO E RECURSOS HUMANOS

COORDENAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS

PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 55000.002092/2014-68

PREGÃO ELETRÔNICO SRP Nº 01/2015

RESPOSTA À RECURSO ELETRÔNICO

O Pregoeiro do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, no exercício

das suas atribuições regimentais, designadas pela Portaria MDA nº 49/2015, de 10/03/2015, e por força dos art. 4º, incisos XVIII e XX da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002; art. 8º, inciso IV do Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005, e, subsidiariamente, do inciso II do art. 109 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, apresenta, para os fins administrativos a que se destinam suas considerações e decisões acerca dos Recursos Eletrônicos interpostos pelas empresas “GV2 PRODUCOES S/A (CNPJ: 02.036.987/0001-20) e PREMIER EVENTOS LTDA (CNPJ: 03.118.191/0001-89)”, em relação ao Pregão Eletrônico nº 01/2015 que tem por objeto registro de preços para eventual contratação de empresa de eventos e correlatos para organização de Entregas das Máquinas do Programa de Aceleração e Crescimento – PAC, Workshops, capacitações, força-tarefa, atos, oficinas, reuniões, encontros, lançamentos, cursos e outros eventos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em âmbito nacional, sob demanda, abrangendo planejamento operacional, organização, execução, montagem de infraestrutura, fornecimento de bens, mão-de-obra e apoio logístico, independentemente da prestação de serviços concomitantemente, conforme condições, quantidades e exigências estabelecidas neste Edital e seus anexos. 1) DO REGISTRO DA MANIFESTAÇÃO DE INTENÇÃO DE RECURSO NO SISTEMA COMPRASNET

Foram registradas no Sistema Comprasnet as seguintes intenções de

recurso:

LOTE 2 – Região Norte

a) CHANNEL LOCACOES E EVENTOS LTDA (CNPJ: 72.590.276/0001-88):

“Channel manifesta intenção de recurso pela sua desclassificação,pois ficamos com menorpreço da empresa aceita,adequamos varias vezes nossas propostas, mesmo depois do pregoeiro anterior nos orientaraprovar as mesmas, pois no edital não estava claro onde incluir o valorpelo MDA. sendo assim nossa empresa zela pelo principio de economicidade para o órgão. Deacordo com artigo3º,da Lei8.666/93,oprocedimento licitatório destina-se a garantir princípioconstitucional da sonomia e aprop.mais vantajosaa a “

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LOTE 3 – Região Sudeste

b) GV2 PRODUCOES S/A (CNPJ: 02.036.987/0001-20):

Com base na Instrução Normativa nº 06, de 23 de dezembro de 2013, evidenciamos que a empresa UNA Marketing não atende as condições e normas vigentes, no que se refere a contratos firmados com a administração publica e/ou com a iniciativa privada vigentes na data apresentação da proposta, que é superior ao patrimônio líquido do licitante.

”.

c) PREMIER EVENTOS LTDA (CNPJ: 03.118.191/0001-89):

Manifestamos intenção de recurso por entendermos que a licitante ora classificada em primeiro lugar nao atendeu aos requisitos de habilitação previstos em edital. Apresentaremos detalhadamente as razoes em nossa peça recursal.

”.

LOTE 5 – Região Centro-Oeste

a) PREMIER EVENTOS LTDA (CNPJ: 03.118.191/0001-89):

“Manifestamos intenção de recurso por entendermos que a licitante ora classificada em primeiro lugar não atendeu aos requisitos de habilitação previstos em edital. Apresentaremos detalhadamente as razoes em nossa peça recursal.”

2) DA ACEITABILIDADE DO REGISTRO DE MANIFESTAÇÃO DE INTENÇÃO DE RECURSO E DO PRAZO

Haja vista que a manifestação de intenção de recurso das licitantes preencheram os requisitos mínimos para sua aceitação, conforme art. 26, do Decreto nº 5.450/2005, a mesma foi aceita nas alegações propostas pela empresa, tendo em vista promover a transparência dos atos do Pregão, sendo que os autos do processo ficaram com vistas franqueadas conforme previsto em Edital. 3) DO REGISTRO DAS RAZÕES DE RECURSO

De acordo com o Decreto nº 5.450/2005, em seu artigo 26, após manifestação de intenção de recurso, o prazo para apresentação das razões do recurso é de 3 (três) dias.

As recorrentes GV2 PRODUCOES S/A (CNPJ: 02.036.987/0001-20) e PREMIER EVENTOS LTDA (CNPJ: 03.118.191/0001-89) inseriram suas razões de

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recurso no Sistema Comprasnet dentro do prazo estabelecido, portanto, merecendo ter seu mérito analisado, visto que respeitaram os prazos estabelecidos nas normas sobre o assunto.

Por outro lado, a recorrente CHANNEL LOCACOES E EVENTOS LTDA (CNPJ: 72.590.276/0001-88), apesar de ter registrado intenção de recurso não chegou a formalizá-lo. Em campo próprio do sistema ,a referida empresa registrou a sua desistência em apresentar recurso no lote 2, conforme pode ser observado na Ata do Pregão. 4) DAS RAZÕES DO RECURSO

LOTE 3 – Região Sudeste

a) RECORRENTE: GV2 PRODUCOES S/A (CNPJ: 02.036.987/0001-20)

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO REF. PREGÃO ELETRÔNICO Nº 01/2015. GV2 PRODUÇÕES S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número 02.036.987/0001-20, com sede em Brasília - DF, no SCLN 102, BLOCO D, número 54, sala 102, Asa Norte, Brasília-DF, respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, de seu representante legal que esta subscreve, apresentar o presente: RECURSO ADMINISTRATIVO. Em face da irregular habilitação da empresa UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA para o Lote 3, do edital convocatório do pregão eletrônico nº 01/2015, fazendo-a nos termos que a seguir passa a expor: DA TEMPESTIVIDADE. 1. O Ato convocatório, em seu item 10.2.3, intitulado “DOS RECURSOS”, prescreve que: “Uma vez admitido o recurso, o recorrente terá, a partir de então, o prazo de três dias para apresentar as razões, pelo sistema eletrônico, ficando os demais licitantes, desde logo, intimados para, querendo, apresentarem contrarrazões também pelo sistema eletrônico, em outros três dias, que começarão a contar do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa de seus interesses.”. Assim, como a data de julgamento dos documentos de habilitação ocorreu no dia 28/09/2015, o prazo de Recurso Administrativo encerra-se no dia 01/10/2015, ou seja, tempestivo o presente recurso. DAS RAZÕES. 2. Em análise das documentações e planilhas da empresa

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declarada vencedora do edital supracitado, mais especificamente no que se refere aos critérios de habilitação restou identificado alguns pontos controvertidos e merecedores de análise, motivo que por si só fundamenta a matéria e justifica o deferimento do presente Recurso. a) Irregularidades no Balanço Patrimonial (DRE) relativos a 2013 e 2014. O Balanço Patrimonial referente a 2014 apresentada pela empresa Una Marketing não foi declarada as Receitas da DRE. E nesse mesmo balanço verificou-se que as contas móveis e utensílios e veículos não sofreram depreciação. Além da conta duplicata a receber de R$ 12.000.000,00 (doze milhões). E ainda, a respeito do Balanço Patrimonial de 2014 não foi apresentada a Nota Explicativa. As Notas explicativas - (NE) contêm informação adicional em relação à apresentada nas demonstrações contábeis, elas oferecem descrições narrativas ou segregações e aberturas de itens divulgados nessas demonstrações e informação acerca de itens que não se enquadram nos critérios de reconhecimento nas demonstrações contábeis, portanto são necessárias e úteis para melhor entendimento e análise das demonstrações contábeis, ou seja, aplicáveis em todos os casos que forem pertinentes. A Resolução do CFC 1.185/09 - NBC TG 26 que trata da apresentação das demonstrações faz menção a forma de como se fazer e estruturar as referidas Notas Explicativas. Com relação à obrigatoriedade legal da feitura das Notas Explicativas, salientamos o texto do § 4° do artigo 176 da lei 6.404/76, vejamos: *"§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício."* Os dispositivos supramencionados aplicam-se as sociedades anônimas regidas pela lei 6.404/76 e por extensão aplicada as demais sociedades. Veja que não se fala em regime de tributação, portanto mesmo as entidades tributadas com base na sistemática do Simples Nacional estão obrigadas a elaboração das ditas notas. b) A empresa Una Marketing foi a única contratada, sem licitação, para atender a Presidência da República na realização de eventos, com o valor de aproximadamente R$ 48.000.000,00 (Quarenta e oito milhões). c) A Una Marketing deixou de mencionar na declaração de contratos firmados com a iniciativa privada e a Administração Pública, que possui contrato firmado com a Empresa Brasileira de Comunicação S.A. – EBC. DO PEDIDO.

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3. Pelo exposto, resta claro que a classificação das empresa declarada vencedora fere os fundamentos legais acima transcritos, requerendo ao final que: Seja conhecido e provido o presente Recurso Administrativo, para desclassificação da licitante UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA, fito de determinar as urgentes e necessárias correções na aceitação e habilitação da empresa acima citada, tal qual aqui sobejamente demonstrado, sob pena de sérios riscos de ilegalidade a ser praticado pela à Administração. Ratificamos ainda nossa intenção de irmos se necessário for a instancia judicial cabível, bem como representarmos junto ao TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, para diligências e providências necessárias a legalidade do certame. Termos em que, pede deferimento. Brasília, 01 de outubro de 2015. GV2 PRODUÇÕES S/A Jamil Elias Suaiden

”.

b) RECORRENTE: PREMIER EVENTOS LTDA (CNPJ: 03.118.191/0001-89)

“ESTE ARQUIVO FORA ENCAMINHADO TAMBEM POR EMAIL PARA [email protected] ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO – MDA REF.: PREGÃO ELETRÔNICO N.º 1/2015 – LOTE 3 – REGIÃO NORDESTE PREMIER EVENTOS LTDA, devidamente qualificada nos autos do processo licitatório em destaque à epígrafe, vem, por seu representante legal ao final subscrito, mui respeitosamente à presença de V. Sa., com estofo no subitem 10.2.3 do Edital de Convocação, interpor RECURSO ADMINISTRATIVO em face da irregular habilitação da empresa UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA pelas razões e fundamentos a seguir expendidos. (1). DO OBJETO DO PREGÃO Cuida-se de Pregão Eletrônico, do tipo menor preço, que tem por objeto o “o registro de preços para eventual contratação

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de empresa de eventos e correlatos para organização de Entregas das Máquinas do Programa de Aceleração e Crescimento – PAC, Workshops, capacitações, força-tarefa, atos, oficinas, reuniões, encontros, lançamen-tos, cursos e outros eventos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em âmbito nacional, SOB DEMANDA, abrangendo planejamento opera-cional, organização, execução, montagem de infraestrutura, fornecimento de bens, mão-de-obra e apoio logístico, independentemente da prestação de serviços concomitantemente, conforme condições, quantidades e ex-igências estabelecidas neste Edital e seus anexos.”. Aberta a licitação, as licitantes apresentaram suas propostas. Após, sem a análise das planilhas, foi realizada a abertura dos lances, sendo que naquele momento a empresa UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA., ora recorrida, foi declarada vencedora. Ocorre que a ora vencedora, na tentativa de lograr vencer o presente certame a qual-quer custo, acostou documentação referente a sua qualificação econômi-co-financeira que, se analisada em cotejo com outras informações que ora são apresentadas, merece uma especial atenção. Conforme restará demonstrado a seguir, a vencedora deste lote neste certame merece ser desclassificada em razão da docu-mentação incongruente e destoante das determinações editalícias, em especial ao disposto no subitem 9.5.1.3 e ss. (2). DA LEGITIMIDADE DA RECORRENTE A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inc. XXXIV “a”, garante, de modo genérico, o direito de petição, como instru-mento de defesa dos direitos pessoais, máxime contra atos administrati-vos inválidos. Em regime orientado por normas jurídicas, no Estado de Direito, não será lícito admitir a subordinação do funcionário ao arbítrio de uma só autoridade, excluindo-se todos os meios de defesa, que pos-sam restabelecer o direito individual porventura violado em virtude de decisão administrativa (Das Licitações Públicas - José Cretella Júnior, 1ª edição, 1993, p. 363). No caso do procedimento do Pregão, o artigo 11, inciso XVII do citado Decreto, é taxativo ao dispor: Art. 11. A fase externa do pregão será iniciada com a convo-cação dos interessados e observará as seguintes regras: (...) XVII - a manifestação da intenção de interpor recurso será feita no final da sessão, com registro em ata da síntese das suas razões, podendo os interessados juntar memoriais no prazo de três dias úteis; (g. n.) Já o artigo 4º, inciso XVIII da Lei 10520/02, igualmen-te dispõe que: Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convo-cação dos interessados e observará as seguintes regras:

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(...) XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá ma-nifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais lici-tantes desde logo intimados para apresentar contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do térmi-no do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos; (g. n.) Pois bem, em que pese a recorrente haver declinado dos lotes que concorrera, ainda persiste a sua condição de licitante, de modo que, inserindo-se na previsão encartada no inciso XVIII acima transcrito, a recorrente detém legitimidade recursal, sobretudo diante do que prescreve o artigo 7o do Decreto n. 5450/2005, que pontua: Art. 7o Os participantes de licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, TÊM DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO À FIEL OBSERVÂNCIA DO PROCEDIMENTO ESTABELECIDO NESTE DECRETO, PODENDO QUAL-QUER INTERESSADO ACOMPANHAR O SEU DESENVOL-VIMENTO EM TEMPO REAL, POR MEIO DA INTERNET. (grifamos) Em sendo assim, considerando que a recorrente cons-tatou que a habilitação da recorrida foi levada a efeito de forma equivo-cada, visto que é patente que a mesma descumpre os comandos do Edi-tal, conforme passa-se a demonstrar. (3). DO BALANÇO PATRIMONIAL APRESENTADO – AUSÊNCIA DA PARTE CORRESPONDENTE AS RECEITAS DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE – RELAÇÃO DE COMPROMISSOS – MÁ-FÉ – DECLARAÇÃO DE CONTEÚDO INCONDIZENTE COM A RE-ALIDADE – NECESSIDADE DE DESCLASSIFICAÇÃO DA EMPRESA VENCEDORA. Consoante se dessume dos anexos documentos, vê-se que a recorrida declarou condição de fato não condizente com sua reali-dade econômico-financeira. Isso porque a vencedora omitiu em sua DECLARAÇÃO DE CONTRATOS FIRMADOS COM A INICIATIVA PRIVADA E A ADMI-NISTRAÇÃO PÚBLICA, alguns pactos, conforme será indicado a seguir. Consoante se infere da Nota de Empenho 2015NE003377, a ora recorrida, UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA., pactuou com a Empresa Brasileira de Comunicação S.A. - EBC. É evidente que a recorrida, sem qualquer juízo de valor desta recorrente, fora omissa ao não indicar tais contratos na declaração remetida a esta Administração Pública. Tal ato é de se chamar a atenção de V.Sas. e motivo de desclassificação de quaisquer dos licitantes.

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Porém, a série de impropriedades cometidas pela recor-rida não se estanca apenas com tal omissão. Constata-se na DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO - DRE do ano de 2014 que a recorrida informa que sua re-ceita operacional bruta é de R$ 36.804.377,09 (trinta e seis milhões, oitocentos e quatro mil, trezentos e setenta e sete reais e nove cen-tavos). Contudo, fora apresentado quando do anexo no sítio COMPRASNET uma Balanço Patrimonial incompleto, como pode ser veri-ficado as pags. 5418/5423 e ainda, estão ausentes as partes correspon-dente as receitas operacionais do exercício de 2014 da demonstração de resultado do exercício - DRE. Diga-se que só por esse fato, a UNA MAR-KETING DE EVENTOS LTDA. deixou de atender ao subitem 9.5.1.3.1. do edital. 9.5.1.3.1. a declaração de que trata a subcondição acima deverá estar acompanhada da Demonstração do Resultado do Exerc.cio (DRE) relativa ao ũltimo exercĩcio social, quan-do houver divergência percentual superior a 10% (dez por cento), para mais ou para menos, entre a declaração aqui tratada e a receita bruta discriminada na Demonstração do Resultado do Exercĩcio (DRE), deverão ser apresentadas, concomitante, as devidas justificativas. Todavia, não é o que se verifica no Portal da Transpa-rência do Governo Federal, que indica que o faturamento da recorrida foi quase 4 (quatro) vezes inferior ao lançado em sua DRE, totalizando o valor de R$ 9.530.835,70 (nove milhões, quinhentos e trinta mil, oi-tocentos e trinta e cinco reais e setenta centavos). Fonte: http://www.portaldatransparencia.gov.br/PortalComprasDiretasFavorecidosED.asp?TipoPesquisa=2&Ano=2014&textoPesquisa=una&idFavorecido=30120715 Favorecido: UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA: R$ 9.546.986,24 Selecione o(a) "Elemento de Despesa" para obter o detalhamento do valor Caso queira outra classificação, clique no título da coluna correspondente Grupo de Despesa Elemento de Despesa Total no Ano (R$) Outras Despesas Correntes Despesas de Exercícios Anteriores 16.150,54 Outras Despesas Correntes Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 9.530.835,70 Página 1/1 Cumpre esclarecer que o montante acima refere-se ex-clusivamente às receitas de 2014, não considerando as

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receitas oriundas de despesas de exercícios anteriores. Tem-se, assim, uma situação grave e que impõe à esta Administração Pública uma enérgica sanção à recorrida. Não é crível que qualquer participante utilize-se de ex-pediente contrário às normas editalícias para vencer a qualquer custo a presente licitação. Mais ainda, não é admissível que omita seus contratos e, mais gravosamente, declare oficialmente que estes atendem ao dispos-to no edital. Há, portanto, um sério indício do que o Balanço Patri-monial da recorrida não corresponde à sua efetiva condição financeira, o que deve causar temor desta Administração. Na verdade, verifica-se que o incremento de Receitas ori-ginou-se a partir de informações constantes da Declaração de Compromis-sos assumidos que, por sua vez, reporta-se a Demonstração de Resultado do Exercício de 2014 (DRE). Porém, a DRE apresentada deixa justamente de informar as “Receitas”, fato que provavelmente foi levado a efeito com vistas a esconder os seus dados contábeis, de modo a permitir se verificar a origem das receitas. Efetivamente, o MDA, certamente, diante dessas consta-tações que ora são demonstradas, simplesmente não pode aceitar no pre-sente Pregão, documentos contábeis (Balanços Patrimoniais e DRE) que revelam possuir um possível conteúdo falso, condição esta, aliás, que re-presenta a violação do princípio da legalidade em diversos níveis (cível, cri-minal, administrativo, tributário), bem como do princípio da moralidade. É importante que se diga, por oportuno, que o Edital de Convocação, ao versar sobre Qualificação Econômico-Financeira dos lici-tantes, exige a apresentação de “balanço patrimonial e demonstrações con-tábeis do exercício social exigível e apresentados na forma da lei [...]”. Por força do art. 1179 do CCB , o empresário e a socie-dade empresária são “obrigados” a “levantar anualmente o balanço patri-monial e o de resultado econômico”. Conquanto possa ser óbvio, o art. 1188 deste mesmo codex ainda acrescenta que “O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa”, o que, como visto, pa-rece que não foi feito pela empresa recorrida. Por estes dois dispositivos legais já é possível alcançar a conclusão de que a licitante recorrida deixou de apresentar sua documen-tação contábil “na forma da lei”, contrariando o que previu o Edital. Mas a análise não pode parar neste ponto. Impõe-se o seu aprofundamento. A Resolução n. 1330/11 do Conselho Federal de Conta-bilidade define documentação contábil, assim como seus requisitos de vali-dade:

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Documentação contábil 26. Documentação contábil é aquela que comprova os fatos que originam lançamentos na escrituração da entidade e compreende todos os documentos, livros, papéis, registros e outras peças, de origem interna ou externa, que apoiam ou componham a escrituração. 27. A documentação contábil é hábil quando revestida das características intrínsecas ou extrínsecas essenciais, defini-das na legislação, na técnica-contábil ou aceitas pelos “usos e costumes”. Diante desta definição contábil, surge a indagação: um balanço patrimonial (ou uma DRE) que omita ou acrescente as receitas operacionais da empresa seria válido, ou hábil (para usar a linguagem do CFC)? A Norma Técnica de Contabilidade n. 11 (NBTC 11) aduz a resposta, qualificando o ato em tela como uma FRAUDE, confira-se: NBCT 11 11.1.4.1 – Para os fins destas normas, considera-se: a) FRAUDE, o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis; Para se ter noção da seriedade da conduta aqui em deba-te, é certo que esta pode não representar uma mera infração cível e/ou administrativa. A adulteração do conteúdo de uma documentação contábil pode, em tese, configurar o crime de falsidade ideológica, assim definido pelo art. 299 do Código Penal: Falsidade ideológica Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o docu-mento é particular (gn). Todas estas violações cível, administrativa e possivel-mente penal, alinham-se no caso vertente para evidenciar que empresa re-corrida não apresentou sua documentação contábil na forma da lei. Ao revés, apresentou uma documentação cujo conteúdo (possivelmente falso) afasta-se da lei e, no âmbito do presente Pregão Pre-sencial, representa uma FRAUDE

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LICITATÓRIA, cujas consequências apon-tam para sua imediata exclusão do certame. Como não poderia ser diferente, a C. Corte de Contas também repudia de modo veemente todo e qualquer tipo de falsidade con-tábil. Veja-se: “Constitui FRAUDE À LICITAÇÃO a apresentação de do-cumentos referentes ao balanço patrimonial que não cor-respondam à real situação da empresa”. Acórdão 2559-50/07-Plenário Trecho do inteiro teor do julgado acima também merece transcrição: “Com efeito, o balanço apresentado deve ser rejeitado por completo. Dessa forma, considero, em sintonia com a unidade técnica, que a empresa CARP – H & Coimbra Ltda. fraudou o certame licitatório, pois apresentou balanço patri-monial falso”. Como exemplo, cita-se, outrossim, o aresto seguinte: 13.8.2.6.4 De todo o exposto, conclui-se, portanto, que o balanço patrimonial apresentado para fins de participação na presente licitação constitui uma PEÇA CONTÁBIL FIC-TÍCIA, não se revestindo de elementos capazes de apontar que, de fato, representava a situação econômico e patri-monial da empresa. [...] 34. Acerca da emissão de parecer favorável à habilitação inde-vida da empresa Setor (alínea "t" do parágrafo introdutório), acolho os fundamentos contidos na instrução da Se-cex/PB, que empreendeu exame criterioso sobre a questão. De fato, se somente com a 15ª alteração do contrato social da empresa houve integralização do capital social, no montante de R$ 101.542,91, permanece sem justificativa o fato de esse valor ter constado do balanço patrimonial relativo ao exercício anterior, apresentado na fase de habilitação. Uma vez que o edital de licitação foi publicado em 28/11/2000, e a alteração do contrato social se deu em 5/7/2000, de se inferir que a empresa valeu-se de informação inexistente para referendar a sua situação econômico-financeira ao término do exercício de 1999, o que configura conduta de má-fé a ser devidamente repreendida por meio da declaração de inidoneidade da firma, com fundamento no art. 46 da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 271 do Regimento Interno do TCU. Acórdão 2126/2010 – Plenário Tamanho é o vício extraído desta possível falsidade do-cumental que este, quando detectado, impõe, inclusive, o desfazimento de eventual contrato que tenha sido assinado com base nesta mácula contá-bil. Neste sentido, a Jurisprudência: TJSP

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Processo: APL 00366722820128260053 SP 0036672-28.2012.8.26.0053 Relator(a): Vera Angrisani Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito Público Publicação: 13/08/2013 Ementa MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRATO ADMINISTRATI-VO. Pretensão visando à anulação de procedimento admi-nistrativo que culminou na RESCISÃO UNILATERAL DE CONTRATO de fornecimento de veículo para transporte de servidores municipais. IMPOSSIBILIDADE. PATENTEADA A FRAUDE DO BALANÇO PATRIMONIAL APRESENTADO NO CERTAME LICITATÓRIO. Assegurado o exercício do con-traditório e da ampla defesa. Direito líquido e certo não com-provado. Sentença mantida. Recurso improvido. Conforme visto acima, esta não cumpriu com os requisi-tos do próprio edital do ente, visto que apresentou documentação contábil com conteúdo que, ao que tudo indica, é possivelmente inverídico, fora, portanto, do que determina a lei. Dentro deste contexto argumentativo, insta consignar que a recorrida não descumpriu apenas as exigências constantes do art. 19, inc. XXIV, da multireferida IN 02/2008. Mais que isto, a mesma foi ardilosa, agiu de má-fé tentando induzir a Administração Pública ao erro. Um absurdo! Ao revés, simulou não possuir outros contratos quando enviou uma falsa relação de contratos firmados, mais precisamente, uma relação incompleta dos compromissos assumidos, que omitia uma série de contratualidades, dando a entender que seu Patrimônio Líquido seria superior à proporção de 1/12 avos do valor total das avenças, indicando claramente que sua receita não condiz com seus gastos diretos. Para uma melhor compreensão, a empresa PREMIER, aqui recorrente, pede vênia para a transcrição do que preconiza o inc. XXIV, do art. 19, da IN 02/2008: Art. 19. Os instrumentos convocatórios devem o conter o disposto no art. 40 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, indicando ainda, quando couber: [...] XXIV - disposição prevendo condições de habilitação eco-nômico-financeira nos seguintes termos: [...] b) Capital Circulante Líquido ou Capital de Giro (Ativo Cir-culante - Passivo Circulante) de, no mínimo, 16,66% (de-zesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento) do

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valor estimado da contratação, tendo por base o balanço pa-trimonial e as demonstrações contábeis do último exercício social; c) comprovação de patrimônio líquido de 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, por meio da apresentação do balanço patrimonial e demonstrações con-tábeis do último exercício social, apresentados na forma da lei, vedada a substituição por balancetes ou balanços provi-sórios, podendo ser atualizados por índices oficiais, quando encerrados há mais de 3 (três) meses da data da apresenta-ção da proposta; d) declaração do licitante, acompanhada da relação de compromissos assumidos, conforme modelo constante do Anexo VIII, de que um doze avos dos contratos fir-mados com a Administração Pública e/ou com a inicia-tiva privada vigentes na data apresentação da proposta não é superior ao patrimônio líquido do licitante que po-derá ser atualizado na forma descrita na alínea “c”, obser-vados os seguintes requisitos: 1. a declaração deve ser acompanhada da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, relativa ao último exercício social; e 2. caso a diferença entre a declaração e a receita bruta dis-criminada na Demonstração do Resultado do Exercício – DRE apresentada seja superior a 10% (dez por cento), para mais ou para menos, o licitante deverá apresentar justifica-tivas (gn); Para simular o atendimento da alínea “d” supra, a re-corrida omitiu o já indicado contrato que mantém com o Poder Público federal. Ocorre que esta empresa recorrente, sabedora do mau vezo co-mercial da recorrida, cuidou de investigar junto ao Portal da Transparên-cia e demais sítios eletrônicos as contratualidades administrativas man-tidas por aquela empresa. E não foi surpresa alguma constatar que o faturamento informado pela contratada – sem a apresentação da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, os valores apresentados como receita são muito superiores àqueles constatados no portal da transparência, cir-cunstância que descortinou o desatendimento da exigência habilitatória em comento, isto é, revelou uma relação incompleta e que não espelha a real situação da empresa recorrida e, de consequência, evidencia que a mesma não justifica a relação de compromissos assumidos. Na verdade, bem que se diga, a exigência descumprida pela recorrida não reflete senão um resguardo financeiro do interesse público, voltado a evitar a avalanche de responsabilizações subsidiárias (trabalhistas), que assolam a Administração por conta do festival de fa-lências apresentado pelas empresas terceirizadas que não têm consciên-cia do seu papel social. Não por acaso que a injunção em tela possui expresso

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assento legal no § 4º, do art. 31, da Lei 8666/93, que reza: § 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capa-cidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação. Vale destacar que a especificação de tal exigência é fru-to de entendimento alcançado pelo C. TCU, no bojo do Acórdão 1214/2013, exarado – repita-se - no intuito maior de proteger o interesse público dos desmandos financeiros que o vem assolando nos últimos anos. Diante de tamanha irregularidade cometida dolosa-mente pela recorrida, e dever desta i. autoridade pregoeira promover a desclassificação da empresa UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA.. Sucessivamente, ad argumentandum, caso não se en-tenda pela (recomendável) desclassificação, que, ao menos, seja aberta diligência para apurar as causas do descompasso documental indicado. O art. 43, § 3º da Lei 8.666/93 estabelece que “É facul-tada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instru-ção do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta”. Trata-se de norma ge-ral, aplicável a todas as modalidades licitatórias e a todas as esferas da federação. A redação do referido dispositivo leva alguns a indicar que a realização de diligências seria facultativa, mera faculdade discrici-onária da Administração promotora do certame. Há, inclusive, acórdão do E. STJ que defende que “A promoção de diligência é uma faculdade da Comissão de licitação, constituindo, portanto, medida discricionária do ad-ministrador” (REsp. 102.224/SP, 2ª T., rel. Min. CASTRO MEIRA, j. 5.4.2005, DJU 23.5.2005). Contudo, esse entendimento não é compatível com o regime licitatório consagrado pela Constituição e pelas Leis 8.666/93 e 10.520/2002. Essa norma, apesar de ter prescrito ser “facultada” à Administração a promoção de diligências para sanar dúvidas atinentes à documentação, deve ser interpretada no sentido de atribuição de um dever jurídico de assim proceder quando se verificar a hipótese contemplada pela Lei. Afinal, em virtude do princípio da legalidade, a Admi-nistração não tem “faculdade” para agir. Tem, na realidade, o dever jurí-dico de atingir a finalidade normativa pré-determinada. Em conseqüên-cia, o licitante tem direito a exigir que a Administração promova diligên-cias para o esclarecimento de dúvidas a respeito da documentação ou proposta de seu

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concorrente. A esse propósito, perlustre-se os ensinamentos de Jus-ten Filho , in verbis: “A autorização legislativa para a realização de ‘dili-gências’ acaba despertando dúvidas. Em primeiro lugar, de-ve destacar-se que não existe uma competência discricioná-ria para escolher entre realizar ou não a diligência. SE OS DOCUMENTOS APRESENTADOS PELO PARTICULAR OU AS INFORMAÇÕES NELES CONTIDAS ENVOLVEREM PONTOS OBSCUROS – APURADOS DE OFÍCIO PELA CO-MISSÃO OU POR PROVOCAÇÃO DE INTERESSADOS -, A REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS SERÁ OBRIGATÓRIA. OU SEJA, NÃO É POSSÍVEL DECIDIR A QUESTÃO (SEJA PARA DESCLASSIFICAR O LICITANTE, SEJA PARA RE-PUTAR SUPERADA A QUESTÃO) MEDIANTE UMA MERA ESCOLHA DE VONTADE. PORTANTO, A REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIA SERÁ OBRIGATÓRIA SE HOUVER DÚVIDAS RELEVANTES”. (destacamos) Os julgados abaixo coligidos trilham a mesma linha de compreensão, veja-se: Origem: TRIBUNAL - QUINTA REGIAO Classe: REO - REMESSA EX OFFÍCIO - 7010 Processo: 9605285878 UF: PB Órgão Julgador: PRIMEIRA TURMA Data da decisão: 18/12/1996 Documento: TRF500020236 Fonte DJ DATA: 17/01/1997 PAGINA:1542 Relator(a) JUIZ CASTRO MEIRA Decisão UNÂNIME Ementa: ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. REGULARIDADE FISCAL. IPTU. - SE A LICITANTE DEMONSTRA QUE TEM SEDE EM IMÓVEL ALUGADO, DESCABE A EXIGÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DE PROVA DE REGULARIDADE COM O IPTU EM SEU PRÓPRIO NOME, TENDO EM VISTA NÃO SER CONTRIBUINTE DO REFERIDO IMPOSTO, SOBRETU-DO QUANDO FOI SUBMETIDA A AÇÃO FISCAL DURANTE VINTE E UM DIAS, SEM QUE OS AGENTES DO FISCO DELE COGITASSEM. TODAVIA, REMANESCENDO DÚVI-DA, CABERIA À COMISSÃO DE LICITAÇÃO PROMO-VER DILIGÊNCIA PARA ESCLARECIMENTO, COMO LHE FACULTA O PAR. 3º DO ART. 45 DA LEI 8.666/93. - REMESSA IMPROVIDA. TCU. Processo TC 010.215/2003-2. Acórdão nº 1.182/2004. Plenário. Diligência – recomendação Nota: O TCU RECOMENDA REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIA PELA COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO, DESTI-NADA A ESCLARECER OU A COMPLEMENTAR A INS-TRUÇÃO DO PROCESSO LICITATÓRIO, SEMPRE QUE ESTA SE REVELAR NECESSÁRIA, CONFORME LHE FA-CULTA O ART. 43, § 3º, DA LEI 8.666/93 .

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Portanto, requer desde já que este Pregoeiro efetue di-ligência para que a recorrida justifique a omissão dos contratos celebra-dos e omitidos, bem como de seu faturamento, mediante relação de notas fiscais emitidas no exercício de 2014, quando de sua DRE, e o seu en-quadramento tributário. Tal fato justifica-se pela impossibilidade de conseguir aferir qual fora a receita aferida pela licitante UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA uma vez que a mesma não enviou completamente a do-cumentação correspondente a Demonstração do Resultado do Exercício - DRE de 2014. De tudo que foi exposto acima, vê-se que as irregulari-dades que se levantam, diz de perto com a idoneidade do licitante, que não mais expressa do que a sua confiabilidade e boa-fé. E justamente para conferir à idoneidade o valor que esta merece, o art. 14, do Decreto 3.555/2000, estipula punição severa e exemplar, senão vejamos: Art. 14. O licitante que ensejar o retardamento da execu-ção do certame, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo, fizer declaração falsa ou cometer fraude fiscal, garantido o direito prévio da citação e da ampla defesa, ficará impedi-do de licitar e contratar com a Administração, pelo pra-zo de até cinco anos, enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade. Parágrafo único. As penalidades serão obrigatoriamente registradas no SICAF, e no caso de suspensão de licitar, o licitante deverá ser descredenciado por igual período, sem prejuízo das multas previstas no edital e no contra-to e das demais cominações legais (destacou-se). Obviamente que a aplicação da punição em pauta de-pende, além da realização do regular processo administrativo, da consta-tação apriorística de que houve uma omissão dos contratos celebrados, bem como do não envio da documentação exigida em edital. Portanto, não realizar as diligências solicitadas, por ob-vio, implica a não realização de um processo licitatório esmerado na pro-bidade administrativa e impessoalidade, eis que se deu um tratamento deveras privilegiado à empresa UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA. (4). CONCLUSÃO Pelo acima exposto, espera a recorrente seja o presente Recurso Administrativo conhecido e provido para desclassificar a propos-ta da licitante UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA., em face dos ar-gumentos acima alinhavados e, de consequência, seja instaurando pro-cedimento administrativo em face de referida licitante com vistas a lhe aplicar as sanções emolduradas no artigo 14 do

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Decreto 3.555/2000, posto que assim estará sendo feito JUSTIÇA! Caso não seja este o entendimento de V. Sa., requer que o presente recurso seja submetido à Autoridade Superior para ser apreciado na forma da Lei. Nestes Termos, Pede Provimento. Brasília-DF, 1 de outubro de 2015. NILTON JOSÉ MIGLIOZZI PREMIER EVENTOS LTDA CNPJ 03.118.191/0001-89”

LOTE 5 – Região Centro-Oeste

a) RECORRENTE: PREMIER EVENTOS LTDA (CNPJ: 03.118.191/0001-89)

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO – MDA REF.: PREGÃO ELETRÔNICO N.º 1/2015 – LOTE 5 – REGIÃO CENTRO OESTE PREMIER EVENTOS LTDA, devidamente qualificada nos autos do processo licitatório em destaque à epígrafe, vem, por seu representante legal ao final subscrito, mui respeitosamente à presença de V. Sa., com estofo no subitem 10.2.3 do Edital de Convocação, interpor RECURSO ADMINISTRATIVO em face da irregular aceitação da proposta de preços e consequentemente da habilitação da empresa VIVER REPRESENTACOES, TURISMO, ASSESSORIA E CONSULTORIA pelas razões e fundamentos a seguir expendidos. (1). DO OBJETO DO PREGÃO Cuida-se de Pregão Eletrônico, do tipo menor preço, que tem por objeto o “o registro de preços para eventual contratação de empresa de eventos e correlatos para organização de Entregas das Máquinas do Programa de Aceleração e Crescimento – PAC, Workshops, capacitações, força-tarefa, atos, oficinas, reuniões, encontros, lançamentos, cursos e outros eventos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em âmbito nacional, SOB DEMANDA, abrangendo planejamento operacional, organização, execução, montagem de

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infraestrutura, fornecimento de bens, mão-de-obra e apoio logístico, independentemente da prestação de serviços concomitantemente, conforme condições, quantidades e exigências estabelecidas neste Edital e seus anexos.”. Aberta a licitação, as licitantes apresentaram suas propostas. Após, sem a análise das planilhas, foi realizada a abertura dos lances, sendo que naquele momento a empresa VIVER REPRE-SENTACOES, TURISMO, ASSESSORIA E CONSULTORIA., ora re-corrida, foi declarada vencedora. Ocorre que a ora vencedora, na tentativa de lograr vencer o presente certame a qualquer custo, acostou, por duas vezes, uma planilha de preços em desacordo com o estabelecido no edital, bem como apresentou documentação referente a sua qualificação econômico-financeira que, se analisada em cotejo com outras informações que ora são apresentadas, merece uma especial atenção. Conforme restará demonstrado a seguir, a vencedora deste lote neste certame merece ser desclassificada em razão da documentação incongruente e destoante das determinações editalícias, em especial ao disposto no subitem 9.5.1.3 e ss. (2). DA LEGITIMIDADE DA RECORRENTE A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inc. XXXIV “a”, garante, de modo genérico, o direito de petição, como instrumento de defesa dos direitos pessoais, máxime contra atos administrativos inválidos. Em regime orientado por normas jurídicas, no Estado de Direito, não será lícito admitir a subordinação do funcionário ao arbítrio de uma só autoridade, excluindo-se todos os meios de defesa, que possam restabelecer o direito individual porventura violado em virtude de decisão administrativa (Das Licitações Públicas - José Cretella Júnior, 1ª edição, 1993, p. 363). No caso do procedimento do Pregão, o artigo 11, inciso XVII do citado Decreto, é taxativo ao dispor: Art. 11. A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: (...) XVII - a manifestação da intenção de interpor recurso será feita no final da sessão, com registro em ata da síntese das suas razões, podendo os interessados juntar memoriais no prazo de três dias úteis; (g. n.) Já o artigo 4º, inciso XVIII da Lei 10520/02, igualmente dispõe que: Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: (...) XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais lici-tantes desde logo intimados para apresentar contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do térmi-

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no do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos; (g. n.) Pois bem, em que pese a recorrente haver declinado dos lotes que concorrera, ainda persiste a sua condição de licitante, de modo que, inserindo-se na previsão encartada no inciso XVIII acima transcrito, a recorrente detém legitimidade recursal, sobretudo diante do que prescreve o artigo 7o do Decreto n. 5450/2005, que pontua: Art. 7o Os participantes de licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, TÊM DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO À FIEL OBSERVÂNCIA DO PROCEDIMENTO ESTABELECIDO NESTE DECRETO, PODENDO QUAL-QUER INTERESSADO ACOMPANHAR O SEU DESENVOL-VIMENTO EM TEMPO REAL, POR MEIO DA INTERNET. (grifamos) Em sendo assim, considerando que a recorrente cons-tatou que a proposta de preços, apresentada por duas vezes, está em de-sacordo com o estabelecido no edital, e ainda, a habilitação da recorrida foi levada a efeito de forma equivocada, visto que é patente que a mesma descumpre os comandos do Edital, conforme passa-se a demonstrar. (3). DA PROPOSTA DE PREÇOS APRESENTADA – NÃO SANEAMEN-TO POR PARTE DA RECORRIDA – OFENSA AO PRINCÍPIO DA ISO-NOMIA - NECESSIDADE DE DESCLASSIFICAÇÃO DA EMPRESA VEN-CEDORA. Consoante se dessume da proposta de preços apre-sentada pela recorrida, não houve o tratamento isonômico entre os concorrentes, uma vez que os valores apresentados quanto aos itens 10 – Locação de espaço, 11 – Serviços Artísticos e 13 – Libera-ção de documentos estão menores do que aqueles que foram fixa-dos por este MDA. PROPOSTA FINAL Dessa forma questiona-se a legalidade do ato praticado pela autoridade administrativa, uma vez que todos os demais licitantes respeitaram as regras impostas pelo edital, contudo, a recorrida mesmo tendo a oportunidade de promocão do ajuste de sua proposta (pois os valores anteriormente apresentados na proposta inicial - abaixo - desrespeitavam ainda mais os valores fixados por este MDA). Desta forma pede-se a anulação da aceitação da proposta ora declarada vencedora e a volta da fase de aceitação das propostas. Entendemos que não há mais como o pregoeiro requerer a correção da planilha de formação de preços, e tampouco a possibilidade da administração rever os seus atos e corrigi-los, uma vez que já havia sido solicitada tal correção e a mesma fora promovida pela recorri-da, sem que houvesse sido sanado seu erro. Dessa forma, entendemos que cabe agora ao pregoeiro sanar tais falhas, o que evidentemente irá comprometer a mesma, pois ao saná-la haverá a majoração do preço ofertado, tornando-se a proposta apresentada pela recorrida imprestável a sua contratação. PROPOSTA INICIAL

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Ademais, o artigo 24 da Instrução Normativa do Minis-tério do Planejamento Orçamento e Gestão nº 02/08, determina que “Quando a modalidade de licitação for pregão, a planilha de custos e for-mação de preços deverá ser entregue e analisada no momento da acei-tação do lance vencedor, em que poderá ser ajustada, se possível, para refletir corretamente os custos envolvidos na contratação, desde que não haja majoração do preço proposto”. (g.n.) Ressalte-se, a proposta só poderá ser ajustada, se possível, no momento da aceitação da proposta. Contudo, já fora ul-trapassada essa fase, inclusive a posterior, que é a da habilitação. à sua proposta final de preço. E, o parágrafo 2º deste mesmo artigo diz literalmente que: “Erros no preenchimento da Planilha não são motivo suficiente para a desclassificação da proposta, quando a Planilha puder ser ajustada sem a necessidade de majoração do preço ofertado, e desde que se com-prove que este é suficiente para arcar com todos os custos da contrata-ção”. Quanto ao saneamento da proposta o edital do pregão eletrônico nº 1/2015, não é omisso, prevendo no item 21.2 que: “21.2. No julgamento das propostas e da habilitação, o Pregoeiro poderá sanar erros ou falhas que não alterem a substancia das propostas, dos documentos e sua validade jurídica, mediante despacho fundamentado, registrado em ata e acessível a todos, atribuindo-lhes validade e eficácia para fins de ha-bilitação e classificação.” Assim, diante das disposições normativas acima trans-critas, nota-se que a identificação de equívocos no preenchimento da planilha de formação de preços deveria ocorrer até a fase da aceitação e/ou habilitação. Consoante se dessume dos anexos documentos (PRO-POSTAS 1 e 2 anexadas no sítio comprasnet), vê-se que a recorrida apre-sentou uma proposta de preços incompatível com as regras estabelecidas em edital, que fere o princípio da isonomia, pois todas as demais licitan-tes cumpriram a regra estabelecida no certame, e ainda, o seu sanea-mento implicará na majoração do preço ofertado e consequentemente implicará em sua desclassificação, tornando-se imprestável a contrata-ção pretendida. (4). DO BALANÇO PATRIMONIAL APRESENTADO – ALTERAÇÃO NA DATA DE CONVOCAÇÃO PELO PREGOEIRO – DESCUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DE QUALIFICAÇÃO ECONOMICO FINANCEIRA NO MOMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA LICITAÇÃO Constata-se que no Balanço Patrimonial de 2013, a re-corrida não possuía as condições para atendimento as exigências habili-tátórias quanto ao Patrimônio Líquido - PL e Capital Circulante Líquido – CCL. Contudo, apesar de ter declarado no momento do ca-

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dastramento de sua proposta no sitio COMPRASNET assinalando no campo correspondente que cumpre todos os requisitos de habilitação exigidos no edital, fato este ocorrido antes das dez horas do dia 12 de fe-vereiro de 2015, a recorrida só passou a atender as exigências de qualifi-cação econômico financeira na data de 24 de fevereiro de 2015, dia em que fora convocada pelo pregoeiro a apresentar a sua proposta e coinci-dentemente, a data em que registrou o seu balanço do exercício de 2014 na Junta Comercial (como poderá ser verificado no selo de registro na Junta comercial) e data em que promoveu a alteração no SICAF. Tal fato demonstra que a recorrida não preenchia no momento da abertura do certame os requisitos de habilitação exigidos no edital, impossibilitando-se assim a manutenção da proposta apresentada pela licitante VIVER REPRESENTACOES, TURISMO, ASSESSORIA E CONSULTORIA. uma vez que a mesma não enviou completamente a documentação correspondente ao Balanço Patrimonial, bem como a De-monstração do Resultado do Exercício - DRE de 2014. Portanto, não desclassificar a proposta da recorrida, por obvio, implica a não realização de um processo licitatório esmerado na probidade administrativa e impessoalidade, eis que se deu um trata-mento deveras privilegiado à empresa VIVER REPRESENTACOES, TURISMO, ASSESSORIA E CONSULTORIA. (5). CONCLUSÃO Pelo acima exposto, espera a recorrente seja o presente Recurso Administrativo conhecido e provido para desclassificar a propos-ta da licitante VIVER REPRESENTACOES, TURISMO, ASSESSO-RIA E CONSULTORIA., em face dos argumentos acima, posto que as-sim estará sendo feito JUSTIÇA! Caso não seja este o entendimento de V. Sa., requer que o presente recurso seja submetido à Autoridade Superior para ser apreciado na forma da Lei. Nestes Termos, Pede Provimento. Brasília-DF, 1 de outubro de 2015. NILTON JOSÉ MIGLIOZZI PREMIER EVENTOS LTDA CNPJ 03.118.191/0001-89”

5) DAS CONTRARRAZÕES

LOTE 3 – Região Sudeste

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Após apresentadas as razões do recurso, foi aberto o prazo para contrarrazões. A

empresa U.N.A MARKETING DE EVENTOS LTDA (CNPJ: 05.969.6720001-23), se manifestou por meio via chat do Sistema Comprasnet, conforme abaixo:

AO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO COORDENAÇÃO GERAL DE ADMINISTRAÇÃO E RECUROS HUMANOS COORDENAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATOS CONTRA-RAZÕES DE RECURSO ADMINISTRATIVO LOTE 3 DO EDITAL DE PREGÃO ELETRÔNICO SRP Nº 01/2015 PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 55000.002092/2014-68 UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA., empresa brasileira de direito privado, com sede na Alameda Campinas, nº 977, Cj. 77, Jardim Paulista, CEP 01404-001, São Paulo – SP, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 05.969.672/0001-23, vem, à presença de Vossas Senhorias, oferecer as CONTRA-RAZÕES DE RECURSO ADMINISTRATIVO, fazendo-o com fundamento nas razões a seguir expostas e com fulcro no art. 5º, inciso LV da Constituição Federal; no inciso XVIII do art. 4º da Lei 10.520/2002, bem como, no item 10.2.3. do próprio edital da licitação em questão. Tempestividade Nos termos do inciso XVIII do art. 4º da Lei 10.520/2002 o prazo para oferecer as contra-razões de recursos administrativos contra a decisão que declarou o vencedor do pregão é de 03 (três) dias, após o término do prazo das razões de recurso. Exatamente por isso é que o item 10.2.3. do edital estabeleceu o mesmo prazo. Portanto, considerando que a sessão que declarou o vencedor do LOTE 3 do pregão ocorreu dia 28/09/2015, data em que foi registrada a intenção de recurso das empresas GV2 PRODUÇÕES S/A e PREMIER EVENTOS LTDA., em face da habilitação da empresa UNA MARKETING DE EVENTOS, e que o prazo para oferecimento das razões de recurso encerrou no dia 01/10/2015, iniciando assim no dia sucessivo a contagem

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do prazo para as contra-razões, é certo que o prazo para oferecimento das contra-razões de recurso termina no dia 06/10/2015. Breve Relato A licitação epigrafada foi dividida em 5 (cinco) lotes, sendo: LOTE 1 - Região Sul; LOTE 2 Região Norte; LOTE 3 Região Sudeste; LOTE 4 Região Nordeste; e LOTE 5 Região Centro-Oeste. A empresa UNA Marketing de Eventos sagrou-se vencedora do Lote 3, a qual foi devidamente habilitada. Inconformadas com as decisões proferidas no certame, as empresas abaixo relacionadas interpuseram recursos: - GV2 PRODUÇÕES S/A; e - PREMIER EVENTOS LTDA. Portanto, considerando que as empresas supracitadas apresentaram praticamente as mesmas inconsistentes e infirmadas alegações e para facilitar o processamento e analise das contra-razões de recurso, a UNA Eventos oferecerá uma única peça de contra-razões, porém, rebaterá individualmente cada recurso interposto, o que faz na forma abaixo alinhada. DO RECURSO DA EMPRESA GV2 PROCUÇÕES S/A. Resumidamente, a empresa GV2 alega os seguintes fatos, que por si só, são inconsistentes e descabidos: I – Que no Balanço Patrimonial do exercício de 2014 da empresa UNA não foi declarado as receitas da Demonstração de Resultado de Exercício - DRE; II – Que as contas móveis e utensílios e veículos do Balanço Patrimonial do exercício de 2014 da empresa UNA não sofreram depreciação; III – (sem fundamento sequer) Sobre a conta Duplicata a receber de R$ 12.000.000,00; IV - Que no Balanço Patrimonial do exercício de 2014 da empresa UNA não foi apresentado a Nota Explicativa; V – Que a empresa UNA foi a única contratada sem licitação pela Presidência da República; e VI – Que a empresa UNA não mencionou na Declaração de contratos firmados com a iniciativa privada e a Administração Pública que possui contrato firmado com a Empresa Brasil de Comunicação S/A. Fundamentos Certamente, as alegações da empresa GV2 não prosperam, senão vejamos.

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I – O Balanço Patrimonial foi devidamente elaborado e registrado no órgão do registro do comércio “JUCESP - Junta Comercial do Estado de São Paulo”, representado no Livro Diário Geral nº 20, páginas 137, 138, 139, 140, bem como a Demonstração de Resultado de Exercício – DRE, também devidamente elaborada e registrada, está representada no mesmo Livro Diário, páginas 133, 134, 135 e 136. Ademais, as receitas da Demonstração de Resultado de Exercício - DRE constam na página nº. 135 do Livro Diário Geral nº 20. II - A depreciação para as empresas tributadas pelo Lucro Presumido não interfere na apuração e no valor dos tributos a pagar, visto que o valor dos tributos, como: PIS, COFINS, IRPJ, CSLL e ISS, incidem sobre a receita e não sobre o lucro apurado. III - A conta sintética de Duplicatas a Receber é uma informação totalmente interna e sigilosa da empresa, a qual apenas o fisco poderá requerer, mediante notificação. Ou seja, é claro que não faz sentido uma empresa disponibilizar a carteira de clientes para outras empresas, principalmente às empresas concorrentes. IV - As notas explicativas tem obrigatoriedade apenas para as Sociedades Anônimas, que não é o caso da UNA. V – A empresa GV2 pantomimou ao acusar que a Presidência da República contratou, no valor de R$ 48.000.000,00 (Quarenta e Oito Milhões de Reais), a empresa UNA “sem licitação” para realizar os Serviços de Organização de Eventos. Isto porquê, tal contratação obteve-se por meio do processo licitatório Pregão Eletrônico SRP nº 86/2014 - Processo Nº 00140.000185/2014-61 da Secretaria de Administração da Secretaria-Geral da Presidência da República, que devido Ao descumprimento contratual da empresa vencedora do respectivo certame, a empresa UNA foi contratada pelas mesmas condições e valores, conforme a Ata de Registro de Preços nº 29/2015, assinada em 07/08/2015, a qual também foi enviado ao r. Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA. O que nos causa estranheza, é que a empresa GV2 possui total ciência desta contratação, tendo em vista que a mesma participou do respectivo processo licitatório, a qual sucessivamente ficou atrás da UNA na classificação da etapa de lances. De todo modo, a empresa GV2 acusou incisivamente que a Presidência da República contratou a UNA sem o devido e legal processo licitatório. Desta forma, deixamos claro que utilizaremos as vias necessárias a exercer a defesa do direito à nossa integridade moral, bem como informaremos a r. Presidência da República de tal ato inescrupuloso da empresa GV2. VI – Novamente, a empresa GV2 alega um fato totalmente descabido e sem embasamento, pois em relação ao contrato a ser firmado entre a UNA e a Empresa Brasil de Comunicação S/A., é sabido por todos que o mesmo ainda não foi assinado, muito menos publicado no Diário Oficial da União. Prova disso é que entregamos o contrato à EBC no dia 23/09/2015 para as devidas assinaturas, conforme

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protocolo enviado, via email: [email protected], ao r. Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA. Ou seja, no dia 14/09/2015, data a qual a UNA enviou a sua documentação de habilitação ao MDA, o contrato a ser firmado entre a UNA e a EBC, ainda não havia sido assinado, o que até a presente data permanece sem a devida assinatura, conforme email encaminhado pela EBC à UNA no dia 02/10/2015. De qualquer maneira, visando a transparência a todos os interessados, principalmente o r. Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA, incluímos o contrato a ser firmado com a Empresa Brasil de Comunicação S/A., visando demonstrar que o respectivo contrato futuramente não prejudicará de modo algum as exigências editalícias quanto à Relação de Compromissos Assumidos e quanto à qualificações econômico-financeiras: - VALOR TOTAL DOS CONTRATOS APRESENTADOS: R$ 113.038.262,31 - VALOR DO CONTRATO A SER FIRMADO COM A EBC: R$ 1.500.000,0 - VALOR SOMADO DE TOTAL DOS CONTRATOS APRESENTADOS + CONTRATO A SER FIRMADO COM A EBC: R$ 114.538.262,31 - 1/12 (UM DOZE AVOS) DO VALOR TOTAL DOS CONTRATOS APÓS ASSINATURA DO CONTRATO A SER FIRMADO COM A EBC: R$ 9.544.855,19; - CÁLCULO REFERENTE À CORRELAÇÃO ENTRE O VALOR TOTAL DOS CONTRATOS ELENCADOS NA RELAÇÃO DE COMPROMISSOS, APÓS ASSINATURA DO CONTRATO A SER FIRMADO COM A EBC, E O MONTANTE DE RECEITA BRUTA DISCRIMINADA NO DRE: (R$ 36.804.377,09 – R$ 114.538.262,31) / R$ 36.804.377,09 x 100 = -211,20% Ademais, as Notas Explicativas da relação de compromissos assumidos, referente ao item 9.5.1.3.1. do edital epigrafado, permanecerão idênticas das quais foram enviadas para a devida habilitação da UNA, tendo em vista que o cenário econômico-financeiro não sofreu alterações relevantes. De rigor, portanto, o indeferimento do recurso interposto pela empresa GV2 PRODUÇÕES S/A, o que desde já requer. DO RECURSO DA EMPRESA PREMIER EVENTOS LTDA. Resumidamente, a empresa PREMIER alega os seguintes fatos, que por si só, são inconsistentes e descabidos: I – Que a empresa UNA não mencionou na Declaração de contratos firmados com a iniciativa privada e a Administração Pública que possui contrato firmado com a

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Empresa Brasil de Comunicação S/A; e cumulativamente simulou a alínea “d” do art. 19 da Instrução Normativa 02/2008; e II - Que no Balanço Patrimonial do exercício de 2014 da empresa UNA não apresentou as receitas operacionais na Demonstração de Resultado de Exercício – DRE e apresentou a receita operacional bruta divergente ao Portal da Transparência do Governo Federal. Fundamentos Certamente, as alegações da empresa PREMIER não prosperam, senão vejamos. Primeiramente, cabe lembrar que a empresa recorrente “abdicou” da referida licitação ao enviar um pedido de desclassificação para o lote 4 no dia 27/08/2015 e, também, ao deixar de atender a convocação do pregoeiro para os lotes 1, 2 e 3. Portanto, está clara a falta de interesse da empresa PREMIER na referida licitação, tendo com este recurso apenas o intuito de atrasar o andamento do processo, prejudicando diretamente a Administração e o Erário Público. Cabe lembrar, ainda, que tal conduta pode ser enquadrada no art. 90 da Lei 8.666/93 e a Administração tem o dever de zelar pelo bom e proveitoso andamento das licitações. I – A empresa PREMIER alega um fato totalmente descabido e sem embasamento, pois em relação ao contrato a ser firmado entre a UNA e a Empresa Brasil de Comunicação S/A., é sabido por todos que o mesmo ainda não foi assinado, mui menos publicado no Diário Oficial da União. Prova disso é que entregamos o contrato à EBC no dia 23/09/2015 para as devidas assinaturas, conforme protocolo enviado, via email: [email protected], ao r. Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA. Ou seja, no dia 14/09/2015, data a qual a UNA enviou a sua documentação de habilitação ao MDA, o contrato a ser firmado entre a UNA e a EBC, ainda não havia sido assinado, o que até a presente data permanece sem a devida assinatura, conforme email encaminhado pela EBC à UNA no dia 02/10/2015. Ademais, até a interposição do recurso contrarrazoado, a UNA não possuía conhecimento da Nota de Empenho 2015NE003377 emitida pela Empresa Brasil de Comunicação S/A., tendo em vista que o Contrato, conforme citado no parágrafo anterior, sequer foi assinado. Além disso, o apontamento da empresa PREMIER de que a UNA tentou simular a alínea “d” do art. 19 da Instrução Normativa 02/2008 é totalmente sintético e irregular. De qualquer maneira, visando a transparência a todos os interessados, principalmente o r. Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, incluímos o contrato a ser firmado com a Empresa Brasil de Comunicação S/A., visando demonstrar que o respectivo contrato futuramente

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não prejudicará de modo algum as exigências editalícias quanto à Relação de Compromissos Assumidos e quanto à qualificações econômico-financeiras, bem como a alínea “d” do art. 19 da Instrução Normativa 02/2008: - VALOR TOTAL DOS CONTRATOS APRESENTADOS: R$ 113.038.262,31 - VALOR DO CONTRATO A SER FIRMADO COM A EBC: R$ 1.500.000,0 - VALOR SOMADO DE TOTAL DOS CONTRATOS APRESENTADOS + CONTRATO A SER FIRMADO COM A EBC: R$ 114.538.262,31 - 1/12 (UM DOZE AVOS) DO VALOR TOTAL DOS CONTRATOS APÓS ASSINATURA DO CONTRATO A SER FIRMADO COM A EBC: R$ 9.544.855,19; - CÁLCULO REFERENTE À CORRELAÇÃO ENTRE O VALOR TOTAL DOS CONTRATOS ELENCADOS NA RELAÇÃO DE COMPROMISSOS, APÓS ASSINATURA DO CONTRATO A SER FIRMADO COM A EBC, E O MONTANTE DE RECEITA BRUTA DISCRIMINADA NO DRE: (R$ 36.804.377,09 – R$ 114.538.262,31) / R$ 36.804.377,09 x 100 = -211,20% Ademais, as Notas Explicativas da relação de compromissos assumidos, referente ao item 9.5.1.3.1. do edital epigrafado, permanecerão idênticas das quais foram enviadas para a devida habilitação da UNA, tendo em vista que o cenário econômico-financeiro não sofreu alterações relevantes. II - Quanto à alegação infundada de que o Balanço Patrimonial do exercício de 2014 da empresa UNA está incompleto, mostra claramente que a empresa PREMIER sequer analisou a documentação apresentada, tendo em vista que o Balanço Patrimonial foi devidamente elaborado e registrado no órgão do registro do comércio “JUCESP - Junta Comercial do Estado de São Paulo”, representado no Livro Diário Geral nº 20, páginas 137, 138, 139, 140, bem como a Demonstração de Resultado de Exercício – DRE, também devidamente elaborada e registrada, está representada no mesmo Livro Diário, páginas 133, 134, 135 e 136. Ademais, as receitas operacionais da Demonstração de Resultado de Exercício - DRE constam na página nº. 135 do Livro Diário Geral nº 20. Quanto à alegação descabida de que a UNA teve um faturamento 4 (quatro) vezes inferior à Receita Bruta registrada no Balanço Patrimonial, mostra novamente um total despreparo da empresa PREMIER ao analisar apenas o Portal da Transparência do Governo Federal, onde constam apenas os créditos que a UNA teve em âmbito dos Órgãos Federais, não demonstrando receitas junto à Governos Estaduais e Municipais, além de receitas oriundas de clientes privados no exercício de 2014.

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De rigor, portanto, o indeferimento do recurso interposto pela empresa PREMIER EVENTOS LTDA, que desde já requer. Requerimentos Finais Diante de todo o exposto, são as presentes contra-razões para impugnar as teses lançadas pelas recorrentes e pugnar pelo desprovimento dos recursos e manutenção da decisão que declarou a UNA Marketing de Eventos Ltda vencedora do Lote 3 – Região Sudeste. N. Termos, P. Deferimento. São Paulo, 05 de Outubro de 2015. UNA MARKETING DE EVENTOS LTDA.

LOTE 5 – Região Centro-Oeste

Após apresentadas as razões do recurso, foi aberto o prazo para contrarrazões. A

empresa VIVER REPRESENTAÇÕES, TURISMO, ASSESSORIA E CONSULTORIA LTDA (CNPJ: 04.274.005/0001-63), se manifestou por meio via chat do Sistema Comprasnet, conforme abaixo:

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO – MDA

Pregão Eletrônico - SRP Nº 01/2015 - Lote 05 - Região Centro Oeste

Processo Administrativo n.°55000.002092/2014-68

A Viver Representações, Turismo, Assessoria e Consultoria Ltda, pessoa jurídica de direito privado, com sede na SHIN CA 01, Lote A, Bloco A, Salas 429/430, Shopping Deck Norte, Lago Norte, Brasília, DF, CEP 71.503501, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 04.274.005-0001/63, licitante vencedora do certame em epígrafe, em relação ao Lote 05 – Região Centro-Oeste, interessada direta no procedimento licitatório em tela, vem, respeitosamente, perante a I. Comissão Permanente de Licitação, nos termos do § 3º, do art. 109, da Lei 8.666/1993 e art. 45, inciso XVIII da Lei 10.520/2002, c/c o subitem 10.2.3 do respectivo Edital, oferecer tempestivamente suas

C O N T R A R R A Z Õ E S

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em face do inconsistente Recurso Administrativo interposto pela empresa Premier Eventos Ltda. que, inconformada com o resultado do certame, busca tisnar um processo licitatório lícito, transparente e muito bem conduzido pela I. comissão de licitação, com o único propósito de ensejar o retardamento do certame, pelas razões de fato e direito que a seguir expõe.

I – DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Promove o Ministério do Desenvolvimento Social – MDA, a presente licitação para registro de preços, na modalidade Pregão, na forma eletrônica, do tipo menor preço por lote, para contratação de empresa especializada para prestação do objeto assim identificado:

"O objeto da presente licitação é o registro de preços para eventual contratação de empresa de eventos e correlatos para organização de Entregas das Máquinas do Programa de Aceleração e Crescimento – PAC, Workshops, capacitações, força-tarefa, atos, oficinas, reuniões, encontros, lançamentos, cursos e outros eventos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em âmbito nacional, SOB DEMANDA, abrangendo planejamento operacional, organização, execução, montagem de infraestrutura, fornecimento de bens, mão-de-obra e apoio logístico, independentemente da prestação de serviços concomitantemente, conforme condições, quantidades e exigências estabelecidas neste Edital e seus anexos.” No dia 12 de fevereiro de 2015, às 10h03, foi iniciada a sessão do pública da licitação dos cinco (5) lotes referentes ao certame. Aberto o pregão, analisadas as propostas, iniciou-se a fase de lances. Finalizados os lances, o pregoeiro procedeu à convocação, por lote, das empresas por ordem de classificação. Como se observa no chat do pregão por ocasião dos atos referentes ao Lote 5, foram convocadas duas (2) empresas que, posteriormente, foram desclassificadas. Ato contínuo a empresa Viver Representações, ora recorrida, foi convocada a encaminhar a proposta de preços juntamente com os documentos de habilitação para análise e o fez dentro dos prazos estipulados no edital.

Durante o processo de análise dos documentos, o MDA, cumprindo medida cautelar do TCU (Acórdão 361/2015), suspendeu o certame até o julgamento do mérito, sendo retomado somente em 20/7/2015. Aceita e habilitada a recorrida, a empresa Premier Eventos interpôs recurso, que se encontra pendente de julgamento.

Antes de adentrarmos no mérito, cumpre esclarecer que um dos aspectos mais relevantes no campo do direito

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administrativo, em que a supremacia do Estado que se antepõe aos particulares, é o referente à sistemática dos meios de defesa processuais reconhecidos pela legislação a favor dos administrados no campo dos diversos processos administrativos existentes, dentre os quais se situa o processo de licitação, basicamente regulado pela Lei 8.666/1993.

Entretanto, o legislador fez introduzir dentre as espécies licitatórias descritas no art. 22 da Lei 8.666/93 a modalidade do Pregão que é regulada pela Lei no. 10.520/2002 e pelo Decreto 3.555/2000.

Em apertada síntese, pode-se dizer que o Pregão surge como uma modalidade que privilegia dois princípios cardeais da Administração Pública, quais sejam, o princípio da eficiência e o princípio da economicidade. Atende ao princípio da eficiência, na medida em que se pode conceber este princípio, hoje constante do caput do art. 37 da Constituição, como uma diretriz de ação do administrador público que recomenda a adoção de ações e planejamentos que melhor atendam aos interesses da Administração, vista não puramente como um ente político abstrato, mas como uma universalidade de bens, direitos e interesses que devem ser gerenciados com a máxima competência possível. Ao princípio da economicidade, igualmente atende a figura do Pregão, já que dota a Administração de meios jurídicos de contratar com maior vantagem na obtenção do preço a ser pago.

Na modalidade Pregão, seja presencial ou eletrônico, somente após a classificação é que o pregoeiro vai proceder a análise dos documentos referentes à habilitação. Essa fase, no procedimento geral do Estatuto, é anterior à do julgamento das propostas. Portanto, no Pregão há inversão dessas etapas

O art. 3º. Da Lei 8.666/93, preconiza que:

Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. I.a) TEMPESTIVIDADE

Consoante dispõe o item 10.2.3 do edital, admitido o

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recurso em face da decisão do pregoeiro, a parte adversa deverá registrar as contrarrazões ao recurso apresentado, no prazo de 3 (três) dias. Verbis:

10.2.3. Uma vez admitido o recurso, o recorrente terá, a partir de então, o prazo de três dias para apresentar as razões, pelo sistema eletrônico, ficando os demais licitantes, desde logo, intimados para, querendo, apresentarem contrarrazões também pelo sistema eletrônico, em outros três dias, que começarão a contar do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos elementos indispensáveis à defesa de seus interesses (grifamos).

Nesse sentido, haja vista que a recorrente apresentou o recurso administrativo em 1º de outubro de 2015, (quinta-feira), por volta das 23h50 e o término de seu prazo ocorreria às 23h59 e as contrarrazões estão sendo apresentadas no dia 05 de outubro 2015, (segunda-feira), três (3) dias após o término do prazo para apresentação do aludido recurso, prorrogando-se este prazo para o primeiro dia útil subsequente, as presentes contrarrazões encontram-se tempestivas.

I.b) DAS ALEGAÇÕES DA RECORRENTE

I.b.1) Análise das planilhas de preço pelo Pregoeiro A recorrente alega não ter havido análise por parte do pregoeiro, das planilhas constantes das propostas apresentadas pelos licitantes antes de abrir a fase de lances. E nem poderia fazê-lo, uma vez que se trata de procedimento diverso. Tal alegação não procede e chega a ser absurda e descabida, uma vez que a licitação é do tipo menor preço global (por lote), em que as propostas são cadastradas no sistema pelo valor global do serviço a ser contratado, sem detalhamento do valor de cada item. Não é possível imaginar o pregoeiro, antes da fase de lances, tendo que analisar as planilhas de custo de todos 38 (trinta e oito) licitantes! O processo licitatório é composto de fases e procedimentos que devem ser respeitados, na forma da lei.

Sustenta também, que a ora recorrida foi declarada vencedora do Lote 05 – Região Centro Oeste em 12/2/2015, e que teria apresentado as planilhas de preços em desacordo com as disposições contidas no Edital no. 01/2015. Igualmente não merece prosperar tal alegação. O item 21.2 do edital, que trata do julgamento das propostas e da habilitação, prevê que:

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“O pregoeiro poderá sanar erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos documentos e sua validade jurídica, mediante despacho fundamentado, registrado em ata e acessível a todos, atribuindo-lhes validade e eficácia para fins de habilitação e classificação. ” No caso em tela, o pregoeiro solicitou a alteração de informações nas planilhas, o que foi prontamente cumprido pela recorrida, sendo a proposta reenviada, analisada pela área demandante e posteriormente aceita. Procedimento normal e legal. Portanto mais uma vez não assiste razão à recorrente.

A Instrução Normativa SLTI nº 02/08 em seu art. 24, prevê que: “Quando a modalidade de licitação for pregão, a planilha de custos e formação de preços deverá ser entregue e analisada no momento da aceitação do lance vencedor, em que poderá ser ajustada, se possível, para refletir corretamente os custos envolvidos na contratação, desde que não haja majoração do preço proposto ” (grifamos). A mesma IN nº 02/08, no art. 29-A § 2º, dispõe que: “Erros no preenchimento da Planilha não são motivo suficiente para a desclassificação da proposta, quando a Planilha puder ser ajustada sem a necessidade de majoração do preço ofertado, e desde que comprove que este é suficiente para arcar com todos os custos da contratação”. (Incluído pela Instrução Normativa nº 3, de 16 de outubro de 2009) (grifamos). Portanto, perfeitamente cabível, normal e legal o procedimento adotado pelo I. pregoeiro, não havendo o que se falar com relação a mais esta alegação sem fundamento da empresa recorrente I.b.2) Tratamento Isonômico/itens com valores menores que os fixados pelo MDA

A empresa Premier Eventos alega não ter havido tratamento isonômico entre as concorrentes, uma vez que a proposta de preços apresentada pela Viver Representações, quanto aos itens 10 – Locação de Espaço Físico, 11- Serviço Artístico e 13 – Liberação de Documentos encontram-se com valores menores do que os que foram fixados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Verifica-se, in casu, que o edital, no termo de referência, apenas prevê que o valor total dos itens 10, 11 e 13, não poderia EXCEDER o montante fixado pelo MDA. Em relação a esses itens, a empresa vencedora poderia ter direito a uma comissão de, no máximo, 3% (três por cento) já incluídos nos preços fixados no edital.

Portanto, esclarecemos não ter havido diminuição alguma

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do valor fixado pelo MDA. O que houve foi um desconto concedido sobre o valor da comissão de 3% (três por cento) a ser paga à empresa vencedora pelos serviços que serão prestados. Insta ressaltar que a decisão sobre percentuais de desconto de comissionamento, bem como redução de preços é de exclusiva responsabilidade da empresa licitante e faz parte da esfera gerencial e administrativa da empresa. Ademais, tal procedimento foi avaliado e aceito pela área demandante do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Portanto, mais uma vez a recorrida, que sequer leu o edital com atenção, tenta a todo custo confundir a I. comissão de licitação com informações totalmente equivocadas e desconexas. I.b.3) Exigências de qualificação econômico-financeira A alegação da recorrente, de que a empresa Viver Representações Turismo, não possuía as condições para atendimento das exigências para habilitação quanto ao patrimônio líquido PL – e Capital Circulante Liquido-CCL, quando do cadastramento da proposta de preços no sítio do Comprasnet, sequer deve ser considerada. O edital no item 9.8 que trata da habilitação, exige que os documentos de habilitação devem ser apresentados após a solicitação do pregoeiro, vejamos:

9.8. Os documentos exigidos para habilitação relacionados nos subitens acima, deverão ser apresentados pelos licitantes, via fac-símile (fax) número (61) 2020-0515, ou via e-mail pregã[email protected] , no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas, após solicitação do Pregoeiro no sistema eletrônico (grifamos).

Portanto, a afirmação do recorrente de que a recorrida “não possuía as condições para atendimento das exigências para habilitação quanto ao patrimônio líquido PL – e Capital Circulante Liquido-CCL“ é totalmente descabida e sem fundamento, devendo ser, mais uma vez, desconsiderada. Ademais, o art. 27 da Lei 8.666/93 determina o momento para apresentação de documentos de habilitação. Vejamos: Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a: I - habilitação jurídica;

II - qualificação técnica;

III - qualificação econômico-financeira;

III - regularidade fiscal e trabalhista;

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IV - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º. da Constituição Federal (grifamos).

Portanto, claro está, que é no momento da convocação para envio dos anexos de habilitação que devem ser apresentados os documentos, seja de habilitação jurídica, técnica, regularidade fiscal e trabalhista ou qualificação econômico-financeira, e não no momento do cadastramento da proposta de preços como tenta demonstrar a recorrente. Portanto, novamente, corretíssimo o entendimento do I. pregoeiro e descabidas as alegações da recorrente. Com efeito, considerando que o balanço patrimonial apresentado reflete a situação contábil e econômica da empresa no período de 01/01/2014 a 31/12/2014, por óbvio que, quando da convocação da Viver Representações para envio da proposta de preços e da documentação de habilitação, a ora recorrida possuía TODAS as condições exigidas pelo edital no. 01/2015, tanto em relação à melhor proposta quanto à documentação exigida, a qual foi encaminhada dentro do prazo determinado, analisada e aceita pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Tanto é assim, que a recorrida foi declarada vencedora do certame.

Parece-nos, nobre Julgador, que nenhuma das teses apresentadas pela recorrente consegue suportar uma análise por mais perfunctória que seja. Os artigos de lei citados pela recorrente referem-se apenas ao direito de petição (art. 5º, inciso XXXIV, alínea “a” da Constituição Federal) e à sua legitimidade para apesentar recurso (art. 4º, inciso XVIII, da Lei 10.520/2002). Ou seja, nas razões do recurso apresentado, sequer foi demonstrada violação a qualquer dispositivo legal ou mesmo ao edital e anexos. Nada restou!

É de causar espécie, que uma empresa que abandonou os certames (conforme consta de suas razões), queira, inadvertidamente, sem nenhum respaldo legal, tentar atrasar ainda mais um certame já bastante prejudicado por conta de representação junto ao TCU, apresentando afirmações falaciosas, descabidas e sem qualquer fundamento técnico, doutrinário ou jurisprudencial que seja, com o único propósito de prejudicar a recorrida, o certame e o MDA.

A proposta apresentada pela Viver Representações é a mais vantajosa para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Foi julgada de forma objetiva e impessoal, atendendo aos princípios básicos que regem a Administração Pública, a Constituição Federal e a legislação vigente, bem assim a todos os requisitos do edital, que é a lei interna da licitação. Resta tão-somente o prosseguimento do presente certame, para adjudicar e homologar à Viver Representações, Turismo, Assessoria e Consultoria Ltda

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o objeto do presente edital para posteriormente proceder à assinatura do contrato.

Ressaltamos que a pretensão recursal da recorrente é totalmente descabida, desprovida de razões minimamente sólidas e razoáveis, feita apenas com intuito especulativo e procrastinatório. Tal atitude merece ser averiguada pelo órgão. Caso se confirme a má-fé e esta acarrete algum atraso ou prejuízo à Administração Pública, o licitante que deu causa estará sujeito à aplicação de penalidades, conforme dispõe o art. 14 do Decreto no. 3555/2000, que prevê aplicação de penalidade de impedimento de licitar e contratar com a Administração pelo prazo de até cinco anos ao licitante que ensejar o retardamento do certame e também comportar-se de modo inidôneo.

II - DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, restou demonstrado que não há o menor cabimento ou embasamento legal no recurso administrativo apresentado pela recorrente. REQUER-SE, desde já, pelo seu não provimento, caso seja conhecido. Aduzidas as contrarrazões com respaldo na legislação vigente, requer o seu recebimento, análise e acolhimento, para julgar improcedente in tottum o recurso da empresa Premier Eventos, por ser completamente descabido e despropositado, bem como para que seja confirmada e mantida a habilitação da empresa Viver Representações, Turismo, Assessoria e Consultoria Ltda, declarando-a vencedora do lote 05 – Região Centro-Oeste do presente certame, por ter cumprido com todas as exigências editalícias e ter ofertado o menor preço, como já decidido pela I. Comissão Permanente de Licitação.

Caso não seja esse o entendimento do I. pregoeiro, requer A REMESSA DOS AUTOS À AUTORIDADE SUPERIOR, para conhecimento e acolhimento do presente apelo, dando prosseguimento ao procedimento licitatório, tendo em vista o que acima se expôs.

Nestes Termos,

Pede deferimento.

Brasília/DF; 05 de outubro de 2015.

Priscila de Mattos Rocha

Sócia Diretora

VIVER REPRESENTAÇÕES TURISMO, ASSESSORIA E CONSULTORIA LTDA

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CNPJ 04.274.005/0001-63

6) DA ANALISE PELA COMISSÃO DE PREGÃO E DA ÁREA TÉCNICA/DEMANDANTE DA CONTRATAÇÃO

Passando à análise do mérito do recurso, quanto aos pontos levantados pelo

licitante, conforme posicionamento da Coordenação de Licitações e Contratos, da Comissão de Pregões e da Assessoria de Comunicação Social – Ascom (área técnica-demandante da contratação) deste MDA tem-se as seguintes considerações e entendimentos: Antes de passar para a análise de méritos dos argumentos apresentados, informa-se que foi recebido da recorrente GV2 PRODUÇÕES S/A mensagem eletrônica, através do endereço [email protected], a seguinte mensagem: “Sr. Pregoeiro, Gostaríamos que considerasse o Recurso, em anexo, tendo em vista, que o arquivo foi anexado no

comprasnet de forma equivocada e não possui opções para substituições. Atenciosamente,”. Ora quanto ao exposto, informa-se que o Edital em seu item 10.2.3 versa claramente que os recursos deverão ser apresentados pelo sistema eletrônico Comprasnet. Sendo assim, tendo em vista o Princípio Constitucional da Legalidade no âmbito da Administração Pública, será desconsiderado o anexo enviado por e-mail, por não haver previsão editalícia para este tipo de apresentação. Sendo então avaliado o anexo apresentado tempestivamente no Sistema Comprasnet.

Lote 3 – Região Sudeste

GV2 PRODUCOES S/A (CNPJ: 02.036.987/0001-20) Argumento: Irregularidades no Balanço Patrimonial (DRE) relativos a 2013 e 2014.

Analise do Argumento: É importante ressaltar que para fins de habilitação econômico-financeira, as empresas devem apresentar o Balanço Patrimonial e as Demonstrações de Resultado de Exercício que são objetos de análise. Vejamos o texto a seguir:

“9.5.5. As licitantes deverão ainda complementar a comprovação da qualificação econômico-financeira por meio de: 9.5.5.1. Capital Circulante Líquido ou Capital de Giro (Ativo Circulante - Passivo Circulante) de, no mínimo, 16,66% (dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento) do valor estimado da contratação, tendo por base o balanço patrimonial e as demonstrações contábeis do último exercício social; 9.5.1.2. Comprovação de patrimônio líquido de 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, por meio da apresentação do balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, apresentados na forma da lei, vedada a substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais, quando encerrados há mais de

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3 (três) meses da data da apresentação da proposta 9.5.1.3. Declaração do licitante, acompanhada da relação de compromissos assumidos, conforme modelo constante do Anexo II, de que um doze avos dos contratos firmados com a Administração Pública e/ou com a iniciativa privada vigentes na data apresentação da proposta não é superior ao patrimônio líquido do licitante, podendo este ser atualizado na forma já disciplinada neste Edital; 9.5.1.3.1. a declaração de que trata a subcondição acima deverá estar acompanhada da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) relativa ao último exercício social, quando houver divergência percentual superior a 10% ( dez por cento), para mais ou para menos, entre a declaração aqui tratada e a receita bruta discriminada na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), deverão ser apresentadas, concomitante, as devidas justificativas.” (Grifo nosso)

Conforme observado no texto acima, transcrição literal do Edital para a habilitação econômico-financeira é necessário a apresentação do Balanço Patrimonial, bem como a DRE na forma da Lei. A veracidade das informações contidas nestas documentações é dada no órgão de registro do comércio, nesse caso a Junta Comercial. Observa-se que as documentações apresentadas pela empresa encontram-se autenticadas por aquele órgão competente. Verificada a veracidade dos documentos apresentados, a Comissão de Pregão analisa os itens exigidos em Edital. Assim, portanto, itens não exigidos não podem ser cobrados, pois feririam o Princípio da Vinculação ao Edital. Do texto acima transcrito (literalidade do Edital), podemos ciar os itens de habilitação econômico-financeira: a) do Balanço Patrimonial o Capital Circulante Líquido (Ativo Circulante-Passivo Circulante) de no mínimo 16,66% do valor estimado e Patrimônio Líquido de no mínimo 10% do valor estimado b) das Demonstrações de Resultados de Exercícios e Receitas Brutas Operacional. Em todos os índices apresentados a empresa UNA Marketing de Eventos Ltda. demonstrou capacitação para ser habilitada, conforme documentos acostado os autos às fls. 5664. Portanto, as notas explicativas não eram itens de exigência do Edital e dessa forma, jamais poderiam ser exigidas no certame para fins de habilitação.

Argumentação: A empresa Una Marketing foi a única contratada, sem licitação, para atender a Presidência da República na realização de eventos

Analise do Argumento: Informa-se que será julgado neste recurso somente o mérito de eventos e acontecimentos ocorridos neste Pregão.

Argumentação: A Una Marketing deixou de mencionar na declaração de contratos firmados com a iniciativa privada e a Administração Pública, que possui contrato firmado com a Empresa Brasileira de Comunicação S.A. – EBC.

Analise do Argumento: O suposto pacto levantado pela empresa trata-se da Nota de Empenho 2015NE003377, emitida pela Empresa Brasil de Comunicação - EBC , favorecendo a empresa UNA Marketing de Eventos. O Edital no item 9.5.1.3 traz a obrigatoriedade das declarações de CONTRATOS firmados vigentes. Ora a Nota de Empenho é um procedimento pre contratual. Ou seja, em sua emissão ainda não existe uma obrigação de receita firmada pela empresa e pelo Órgão. Só podemos tomar a Nota de Empenho como objeto pacto de uma obrigação nos casos em que a Nota de Empenho substitui o próprio contrato. Não foi o caso da E.B.C. Pois a mesma emitiu a Nota de Empenho em 02/09/2015. Porém foi obtida a informação que o contrato até 02/10/2015

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encontravam em fase de assinatura pela Diretoria da EBC, conforme mensagem eletrônica anexada aos autos processuais , se estamos falando de declarações de contratos vigentes, não parece razoável incluir um contrato que nem havia sido firmado na data da convocação da proposta e da diligência, conforme também relatado pela empresa em suas contrarrazões.

PREMIER EVENTOS LTDA (CNPJ: 03.118.191/0001-89)

Argumentação: a vencedora omitiu em sua DECLARAÇÃO DE CONTRATOS FIRMADOS COM A INICIATIVA PRIVADA E A ADMI-NISTRAÇÃO PÚBLICA, alguns pactos

Analise do Argumento: O suposto pacto levantado pela empresa trata-se da Nota de Empenho 2015NE003377, emitida pela Empresa Brasil de Comunicação - EBC, favorecendo a empresa UNA Marketing de Eventos. O Edital no item 9.5.1.3 traz a obrigatoriedade das declarações de CONTRATOS firmados vigentes. Ora a Nota de Empenho é um procedimento pre contratual. Ou seja em sua emissão ainda não existe uma obrigação de receita firmada pela empresa e pelo Órgão. Só podemos tomar a Nota de Empenho como objeto pacto de uma obrigação nos casos em que a Nota de Empenho substitui o próprio contrato. Não foi o caso da E.B.C. Pois a mesma emitiu a Nota de Empenho em 02/09/2015. Porém foi obtida a informação que o contrato até 02/10/2015 encontravam em fase de assinatura pela Diretoria da EBC, conforme mensagem eletrônica anexadas aos autos processuais, se estamos falando de declarações de contratos vigentes, não parece razoável incluir um contrato que nem havia sido firmado na data da convocação da proposta e da diligência, conforme também relatado pela empresa em suas contrarrazões.

Argumentação: Comparação entre a receita da DRE, Declaração de Contratos firmados pela UNA e receitas do Portal da Transparência.

Analise do Argumento: É importante frisar que este Pregoeiro verificou que o valor da Receita Bruta Discriminada, na Demonstração de Resultados de Exercícios – D.R.E, apresentadas pelas empresas, encontram-se com diferença superior a 10% da soma de contratos informados na Declaração de Contratos Firmados com a Administração Pública e a Inciativa Privada, conforme documento às fls. 5.418 a 5.424 e 5.510. Diante disso, visando atender ao disposto na IN n° 06/2013 – MPOG, no art. 19, XXIV, alínea “d” 2, foi realizada diligência, na qual a empresa apresentou suas justificativas, acostados aos autos às fls. 5.729 a 5.730 e 5.813 a 5.814. Além das justificativas apresentadas pelas empresas, é necessário que se destaque a situação seguinte:

Ressalta-se que diferente dos serviços executados de forma regular e prevista, a exemplo dos serviços de terceirização, a contratação dos serviços de eventos ocorre sob demanda, de forma que sua execução total não é obrigatória e quando executada não é feita na sua integralidade.

Os contratos apresentados pelas duas empresas se enquadram nessa situação, sendo assim, entende-se que a receita advinda desses contratos também será realizada a medida que esses contratos forem sendo executados. Note-se que a contratação objeto do presente Pregão também se dará por demanda, conforme explanado no item 1.1 do Edital.

Ainda que, conforme previsto no item 11 do Termo de Referência, será permitida a subcontratação parcial do objeto, até o limite de 80% sobre o valor total do contrato firmado entre a licitante contratada e a União. O que significa que ainda que a empresa não execute todo o serviço previsto nos contratos firmados, a mesma não

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terá que promover desmobilização de estrutura e recursos humanos, tendo em vista que os serviços poderão ser subcontratados e executados por outra empresa.

Menciona-se ainda a recomendação do Tribunal de Contas da União, no Acórdão 1.678/2015 - TCU – Plenário, de que a presente contratação seja até o dia 31/12/2015. Isso significa dizer que sendo o prazo contratual de menor duração, também os riscos que o contrato pode estar submetido são de menor extensão.

Por outro lado, os índices contábeis da empresa UNA espelham uma sólida situação econômica financeira, em especial aqueles de curto prazo. A empresa detém um expressivo Patrimônio Líquido de R$ 15,7 milhões associado a um Capital Circulante Líquido de R$ 6,9 milhões.

Isto por si só garante uma boa margem de capital de giro suficiente para honrar os compromissos contratados. Tais números resultam também em excelente nível de Lucratividade, 26,5% no ano de 2014. Por fim não se pode desconsiderar o nível de Liquidez Corrente que alcança um confortável índice de 1,76, conforme quadro a seguir:

UNA 2014

Patrimônio Líquido 15.765.597,01

Capital Circulante Líquido 6.921.591,81

Liquidez Corrente 1,76

Lucratividade 26,5%

Vale mencionar ainda que as receitas consultadas no Portal da Transparência não correspondem as receitas totais recebidas pelas empresas. Tendo em vista que o referido Portal não contabiliza as receitas advindas dos Estados, Municípios e ainda da Iniciativa Privada. Ou seja, os R$ 36.804.377,09 (trinta e seis milhões, oitocentos e quatro mil, trezentos e setenta e sete reais e nove centavos) podem englobar os R$ 9.530.835,70 (nove milhões, quinhentos e trinta mil, oitocentos e trinta e cinco reais e setenta centavos) informados pelo Portal, bem como outras receitas devidas não informadas por ele. Portanto, a comparação entre as receitas informada pelas duas fontes é equivocada.

Lote 5 – Região Centro-Oeste

Argumentação: os valores apresentados (pela empresa VIVER REPRESENTAÇÕES, TURISMO, ASSESSORIA E CONSULTORIA LTDA) quanto aos itens 10 – Locação de espaço, 11 – Serviços Artísticos e 13 – Liberação de documentos estão menores do que aqueles que foram fixados por este MDA.

Analise do Argumento: É de suma importância mencionar que em relação aos itens 10, 11 e 13 o Anexo V do Edital “Planilha Estimativa de Preço” informa que “O valor para locação de espaço NÃO PODERÁ EXCEDER o valor de...”. Ou seja, os valores estimados registrados naquela planilha são valores máximos que a Administração estava disposta a pagar pelos respectivos itens. Vale ressaltar ainda que o Pregão em comento, é do tipo menor preço, ou seja, as empresas devem apresentar lances menores e sucessivos, salvo o disposto no item 8.5 do Edital. Neste sentido, a Ascom solicitou diligência à empresa em 02/03/2015 para que a mesma corrigisse os valores. Diante disso, no dia 02/03/2015 às 17:49 a empresa VIVER REPRESENTAÇÕES, TURISMO, ASSESSORIA E CONSULTORIA LTDA, apresentou nova planilha com os valores corrigidos. Dessa forma, não há irregularidades no preço dos itens supracitados.

Argumentação: A recorrente alega que houve descumprimento dos requisitos de qualificação econômico financeira no momento da participação da licitação... apesar de ter declarado no momento do cadastramento de sua proposta no sitio COMPRASNET assinalando no campo correspondente que cumpre todos os requisitos de habilitação

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exigidos no edital, fato este ocorrido antes das dez horas do dia 12 de fevereiro de 2015, a recorrida só passou a atender as exigências de qualificação econômico financeira na data de 24 de fevereiro de 2015, dia em que fora convocada pelo pregoeiro a apresentar a sua proposta e coincidentemente, a data em que registrou o seu balanço do exercício de 2014 na Junta Comercial (como poderá ser verificado no selo de registro na Junta comercial) e data em que promoveu a alteração no SICAF.

Analise do Argumento: Antes de entrar na análise da argumentação, faz-se necessário a exortação de que não se pode olvidar o que versa o art. 25 do Decreto 5.450/2005: “ENCERRADA A ETAPA DE LANCES, o pregoeiro ... verificará a habilitação do licitante conforme

disposições do edital.” Sendo assim, o Pregoeiro só poderá verificar as condições de habilitação das empresas detentoras dos melhores lances, somente após o término da sessão pública. O que de fato foi feito. Na data de convocação, a empresa VIVER REPRESENTAÇÕES, TURISMO, ASSESSORIA E CONSULTORIA LTDA, apresentou documentos de habilitação econômico-financeira conforme item 9.5.1.2 do Edital,“por meio da apresentação do balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, apresentados na forma da lei”. Na data de convocação, a empresa já fizera o registro do balanço patrimonial e demonstrações de resultado de exercício, referente ao último exercício, sendo assim a documentação apresentada é a mais apropriada, pois representa as contas mais atualizadas da empresa. Ressaltando ainda que no dia 12/02/2015, o Pregão não se encontrava em fase de habilitação, e sim na etapa de lances, fase esta que não cabe julgamento das condições habilitatórias de nenhuma licitante. Sendo assim, não há óbice legal quanto à aceitação das condições de habilitação da empresa em comento.

7) DA CONCLUSÃO

Em face dos motivos expostos nas Contrarrazões e na análise pela Comissão de Pregão, FICA MANTIDA A DECISÃO TOMADA, CONCLUINDO PELO INDEFERIMENTO dos recursos impetrados pelas empresas GV2 PRODUCOES S/A (CNPJ: 02.036.987/0001-20) e PREMIER EVENTOS LTDA (CNPJ: 03.118.191/0001-89) submetendo a presente decisão à Autoridade Superior, conforme inciso VII, do art. 11, do Decreto 5.450/2005.

ANDRÉ DOS SANTOS SANTANA Pregoeiro

ROSILEIDE CUSTÓDIO DE BARROS Equipe de Apoio