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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
AUDITORIA INTERNA
SECRETARIA DE ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO
PARECER SEORI/AUDIN–MPU Nº 598/2018
Referência : Correio eletrônico. PGEA nº 0.02.000.000054/2018-38.
Assunto : Administrativo. Implementação de diretrizes da IN nº 05/2017. Fase de
Planejamento da Contratação. Serviços.
Interessado : Consultoria Jurídica. Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
A Senhora Consultora Jurídica do Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios solicita análise e manifestação desta Auditoria Interna do MPU quanto à necessidade
de observância de todas as fases do planejamento, previstas na Instrução Normativa SEGES/MP
n° 05, de 25 de maio de 2017, para as novas contratações de serviços terceirizados,
especialmente com relação aos Estudos Preliminares e Gerenciamento de Riscos.
2. Esclarece que, diante do conceito amplo de execução indireta e tarefa
executiva abordados nas normas pertinentes a contratações públicas, no que tange a fase de
Planejamento da Contratação (Capítulo III da IN nº 05/2017), seria inviável a realização dos
Estudos Preliminares e Gerenciamento de Riscos para toda e qualquer contratação de serviço
terceirizado, posto que existem algumas contratações menos complexas e de baixo valor que
transformam a fase supra em um processo oneroso e ineficaz (“mão de obra e tempo
consideráveis para o cumprimento de todas as etapas”).
3. Acrescenta ainda que, para contratações de soluções de Tecnologia da
Informação cuja estimativa de preços seja inferior ao disposto no art. 23, inciso II, alínea “a”
da Lei nº 8.666/1993, o parágrafo único do art. 1ª da Resolução CNMP nº 102, de 23/09/2013,
faculta a observância a todas as fases descritas na Resolução do Conselho para este tipo de
contratação de TI.
Assinado digitalmente em 23/05/2018 15:51. Para verificar a autenticidade acesse
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4. Nesse sentido, o MPDFT vislumbraria as seguintes questões:
a) Instrução Normativa n° 05, de 25 de maio de 2017 é aplicável, de fato, a
todo e qualquer serviço terceirizado em sentido amplo?;
b) constatada a frugalidade e baixo valor de algumas contratações de
serviços, existe margem para flexibilização das diretrizes previstas no
Capítulo III – Do Planejamento da Contratação da IN?;
c) em caso de obras e serviços de engenharia, este MPDFT deverá observar
as diretrizes da IN n° 05/2017;
d) caso o item “c” tenha resposta positiva, aplica-se também nos casos de
serviços de engenharia de pouca complexidade e baixo valor? e
e) Neste último caso, seria possível, por interpretação analógica à IN n° 04
que trata de TI, dispensar Gerenciamento de Riscos e o Estudo Preliminar
para serviços comuns de engenharia cujo valor seja inferior ao limite de
convite previsto no art.23, I, “a”, da Lei n° 8.666/1993, qual seja,
R$ 150.000,00?
5. Em exame, preliminarmente, cumpre observar que a Instrução Normativa
SEGES/MP nº 5/2017 não é de observância obrigatória pelo Ministéiro Público da União, haja
vista a autonomia adminstrativa concedida pela Constituição Federal. Nada obstante, esta
Auditoria Interna do MPU recomenda a adoção, no que couber, da referida norma,
especialmente, porque ela está, em regra, fundamentada em recomendações do Tribunal de
Contas da União.
6. Nesse sentido, vale trazer a lume do disposto no Acórdão TCU nº 2.622/2015
– Plenário, vejamos:
ACÓRDÃO TCU Nº 2.622/2015 - PLENÁRIO
VOTO
4. Governança das aquisições pode ser entendida como o conjunto de
diretrizes, estruturas organizacionais, processos e mecanismos de controle
que objetivam assegurar que as decisões e as ações relativas à gestão das
aquisições estejam alinhadas às necessidades da organização, contribuindo
para o alcance das suas metas. Não deve, portanto, ser confundida com
gestão das aquisições, que representa uma função da governança e traduz a
maneira pela qual se executa o direcionamento estratégico estabelecido.
5. Os principais objetivos desse tipo de governança são alinhar as
políticas e as estratégias de gestão das aquisições às prioridades do negócio
da organização em prol de resultados; otimizar a disponibilidade e o Assinado digitalmente em 23/05/2018 15:51. Para verificar a autenticidade acesse
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desempenho dos objetos adquiridos; mitigar riscos nas aquisições; e
assegurar a utilização eficiente de recursos.
(...)
12. No “controle”, aproximadamente 75% das organizações encontram-se
em estágio de capacidade inicial, o que indica que a ausência de
monitoramento adequado pela alta administração da gestão das aquisições dificulta a adoção de medidas corretivas em casos de desvios em relação às
diretrizes por ela definidas. Os principais problemas identificados
relacionam-se a áreas de gestão de riscos, onde 84% das organizações
declararam que não estabelecem diretivas para o gerenciamento de riscos
das aquisições; deficiências nos canais de denúncia; deficiências na função
de auditoria interna, setor em que foi detectada a possibilidade de atividades
de cogestão pela ausência de distinção entre as ações de controle interno e de
auditoria interna; e fragilidade em accountability.
ACÓRDÃO
9.2 recomendar à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
(SLTI/MP) que:
9.2.1. oriente as organizações sob sua esfera de atuação a:
9.2.1.1. realizar avaliação quantitativa e qualitativa do pessoal do setor de
aquisições, de forma a delimitar as necessidades de recursos humanos para
que esses setores realizem a gestão das atividades de aquisições da
organização;
9.2.1.2.estabelecer diretrizes para as suas aquisições, incluindo as referentes
a terceirização (execução de serviços de forma generalizada, com ou sem
cessão de mão de obra), compras, estoques, sustentabilidade e compras
conjuntas;
9.2.1.3.avaliar se os normativos internos estabelecem:
9.2.1.3.1.definição da estrutura organizacional da área de aquisições, e as
competências, atribuições e responsabilidades das áreas e dos cargos efetivos
e comissionados, de forma a atender os objetivos a ela designados;
9.2.1.3.2.competências, atribuições e responsabilidades, com respeito às
aquisições, dos dirigentes, nesses incluídos a responsabilidade pelo
estabelecimento de políticas e procedimentos de controles internos
necessários para mitigar os riscos nas aquisições;
9.2.1.3.3.política de delegação e reserva de competência para autorização de
todos os tipos de contratações (atividades de custeio ou de investimento), que
deve ser elaborada após a avaliação das necessidades e riscos da
organização e acompanhada do estabelecimento de controles internos para
monitorar os atos delegados;
9.2.1.4. avaliar a necessidade de atribuir a um comitê, integrado por
representantes de diferentes setores da organização (área finalística e área
meio), a responsabilidade por auxiliar a alta administração nas decisões
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relativas às aquisições, com o objetivo de buscar o melhor resultado para a
organização como um todo;
9.2.1.5. estabelecer diretrizes para a gestão de riscos nas aquisições;
9.2.1.6. capacitar os gestores da área de aquisições em gestão de riscos;
9.2.1.7. realizar gestão de riscos nas aquisições;
9.2.1.8. publicar todos os documentos que integram os processos de aquisição
(e.g., solicitação de aquisição, estudos técnicos preliminares, estimativas de
preços, pareceres técnicos e jurídicos etc.) na internet, a menos dos
considerados sigilosos nos termos da lei, em atenção aos arts. 3°, I a V, 5º, 7º,
VI e 8º, §1º, IV e §2º, da Lei 12.527/2011;
9.2.1.9. determinar a publicação, na sua página na internet, da decisão
quanto à regularidade das contas proferida pelo órgão de controle externo;
9.2.1.10. estabelecer diretrizes para garantir que, de ofício, sejam apurados
os fatos com indício de irregularidade ou contrários à política de governança,
promovendo a responsabilização em caso de comprovação;
9.2.1.11. determinar a publicação da agenda de compromissos públicos do
principal gestor responsável pelas aquisições;
9.2.1.12. executar processo de planejamento das aquisições, contemplando,
pelo menos:
9.2.1.12.1. elaboração, com participação de representantes dos diversos
setores da organização, de um documento que materialize o plano de
aquisições, contemplando, para cada contratação pretendida, informações
como: descrição do objeto, quantidade estimada para a contratação, valor
estimado, identificação do requisitante, justificativa da necessidade, período
estimado para executar a aquisição (e.g., mês), programa/ação suportado(a)
pela aquisição, e objetivo(s) estratégico(s) apoiado(s) pela aquisição;
9.2.1.12.2. aprovação, pela mais alta autoridade da organização, do plano de
aquisições;
9.2.1.12.3. divulgação do plano de aquisições na internet;
9.2.1.12.4. acompanhamento periódico da execução do plano, para correção
de desvios;
9.2.2. elabore um modelo de processo de aquisições para a Administração
Pública, para a contratação de bens e serviços, e a gestão dos contratos
decorrentes, considerando as diretrizes constantes dos Acórdãos 786/2006,
1480/2008 e 1.915/2010, todos do Plenário do TCU, adaptando-os à
aquisição de objetos de todos os tipos e não apenas aos objetos de tecnologia
da informação, em especial:
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9.2.2.1. modelagem básica dos processos de trabalho de aquisição, incluindo
o planejamento da contratação, a seleção do fornecedor e a gestão dos
contratos decorrentes;
9.2.2.2. definição de papeis e responsabilidades dos agentes envolvidos em
cada fase;
9.2.2.3. elaboração de modelos de artefatos a serem produzidos;
9.2.2.4. utilização de estudo de modelos já existentes como subsídio para
formulação de seu próprio modelo;
9.2.2.5. planejamento das contratações, iniciando-se pela oficialização das
demandas, o que permitirá o planejamento de soluções completas, que
atendam às necessidades expressas nas demandas;
9.2.2.6. definição de conceitos e referências à legislação e à jurisprudência;
9.2.2.7. mensuração da prestação de serviços por bens e serviços efetivamente
entregues segundo especificações previamente estabelecidas, evitando-se a
mera locação de mão de obra e o pagamento por hora-trabalhada ou por
posto de serviço, utilizando-se de metodologia expressamente definida no
edital;
9.2.2.8. inclusão dos controles internos em nível de atividade, podendo ainda
avaliar a inclusão dos demais controles sugeridos no documento Riscos e
Controles nas Aquisições – RCA, que pode ser acessado em
http://www.tcu.gov.br/selog;
9.2.3. promova a implementação do modelo de processo de aquisições,
elaborado nas organizações sob sua esfera de atuação mediante orientação
normativa única, consolidando, se necessário, as orientações normativas em
vigor;
9.2.4. implante e disponibilize comunidade de prática do tema governança e
da gestão das aquisições para os seus jurisdicionados;
9.3. recomendar à Comissão de Ética Pública que, em atenção ao Decreto
6.029/2007, art. 4º, IV, oriente as organizações sob sua esfera de atuação
sobre a importância da implantação do código de ética, em especial a
necessidade de:
9.3.1. adotar código de ética formalmente, inclusive avaliando a necessidade
de complementar o código de ética do servidor público federal ante as suas
atividades específicas;
9.3.2. promover ações de disseminação, capacitação ou treinamento do
código de ética;
9.3.3. constituir comissão de ética ou outro mecanismo de controle e
monitoramento do cumprimento do código de ética instituído;
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9.4. recomendar à Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e
Competitividade (CGDC) do Conselho de Governo que, com fulcro no art. 2º,
II, do Decreto 7.478/2011:
9.4.1. oriente as organizações sob sua esfera de atuação sobre a necessidade
de a respectiva alta administração estabelecer formalmente:
9.4.1.1. objetivos organizacionais para a gestão das aquisições, alinhados às
estratégias de negócio;
9.4.1.2. pelo menos um indicador para cada objetivo definido na forma acima,
preferencialmente em termos de benefícios para o negócio da organização;
9.4.1.3. metas para cada indicador definido na forma acima;
9.4.1.4. mecanismos que a alta administração adotará para acompanhar o
desempenho da gestão das aquisições.
9.4.2. promova, mediante orientação normativa, a obrigatoriedade de que a
alta administração de cada organização sob sua esfera de atuação estabeleça
os itens acima.
7. Nota-se, da leitura dos trechos transcritos, que o TCU tem buscado, nos
últimos anos, a realização de diagnósticos a respeito da situação da governança das aquisições
na Administração Pública Federal, de modo a incentivar adoção de boas práticas pelos órgãos
e entidades, recomendando ao Ministério do Planejamento avaliação quantitativa e qualitativa
de recursos humanos capacitados para a gestão de atividades de aquisição e estabelecimento de
diretrizes para as aquisições nesses moldes, incluindo as relacionadas à prestação de serviços,
além da normatização sobre o assunto.
8. Desse modo, a Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão tem adotado medidas para atender as recomendações da Corte de
Contas, a exemplo, da edição da Instrução Normativa SEGES/MPDG nº 5/2017, em
substituição a antiga IN SLTI/MPOG nº 2/2008, que dispõe sobre a contratação de serviços sob
o regime de execução indireta, trechos parcialmente a seguir transcritos.
INSTRUÇÃO NORMATIVA SEGES/MPDG Nº 5, DE 25/05/2017.
Dispõe sobre as regras e diretrizes do procedimento de
contratação de serviços sob o regime de execução indireta no
âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e
fundacional.
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O SECRETÁRIO DE GESTÃO DO MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO,
DESENVOLVIMENTO E GESTÃO, no uso das atribuições que lhe confere o
Decreto nº 9.035, de 20 de abril de 2017, e o Decreto nº 1.094, de 23 de março
de 1994, considerando o disposto na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
na Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no Decreto-Lei nº 200, de 25 de
fevereiro de 1967, e no Decreto nº 2.271, de 7 de julho de 1997, resolve:
Capítulo I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º As contratações de serviços para a realização de tarefas executivas
sob o regime de execução indireta, por órgãos ou entidades da Administração
Pública federal direta, autárquica e fundacional, observarão, no que couber:
I - as fases de Planejamento da Contratação, Seleção do Fornecedor e
Gestão do Contrato;
II - os critérios e práticas de sustentabilidade; e
III - o alinhamento com o Planejamento Estratégico do órgão ou entidade,
quando houver.
(...)
Seção II
Das Características da Terceirização de Serviços
Art. 3º O objeto da licitação será definido como prestação de serviços, sendo
vedada a caracterização exclusiva do objeto como fornecimento de mão de
obra.
Art. 4º A prestação de serviços de que trata esta Instrução Normativa não
gera vínculo empregatício entre os empregados da contratada e a
Administração, vedando-se qualquer relação entre estes que caracterize
pessoalidade e subordinação direta.
(...)
Art. 6º A Administração não se vincula às disposições contidas em Acordos,
Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho que tratem de pagamento de
participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa
contratada, de matéria não trabalhista, ou que estabeleçam direitos não
previstos em lei, tais como valores ou índices obrigatórios de encargos sociais
ou previdenciários, bem como de preços para os insumos relacionados ao
exercício da atividade.
Parágrafo único. É vedado ao órgão e entidade vincular-se às disposições
previstas nos Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho que
tratem de obrigações e direitos que somente se aplicam aos contratos com a
Administração Pública.
Seção III
Dos Serviços Passíveis de Execução Indireta
Art. 7º Nos termos da legislação, serão objeto de execução indireta as
atividades previstas em Decreto que regulamenta a matéria.
§ 1º A Administração poderá contratar, mediante terceirização, as atividades
dos cargos extintos ou em extinção, tais como os elencados na Lei nº 9.632,
de 7 de maio de 1998.
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§ 2º As funções elencadas nas contratações de prestação de serviços deverão
observar a nomenclatura estabelecida na Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho, ou outra que vier a substituí-
la.
Art. 8º Poderá ser admitida a contratação de serviço de apoio administrativo,
considerando o disposto no inciso IV do art. 9º desta Instrução Normativa,
com a descrição no contrato de prestação de serviços para cada função
específica das tarefas principais e essenciais a serem executadas, admitindo-
se pela Administração, em relação à pessoa encarregada da função, a
notificação direta para a execução das tarefas.
Seção IV
Da Vedação à Contratação de Serviços
Art. 9º Não serão objeto de execução indireta na Administração Pública
federal direta, autárquica e fundacional:
I - atividades que envolvam a tomada de decisão ou posicionamento
institucional nas áreas de planejamento, coordenação, supervisão e controle;
II - as atividades consideradas estratégicas para o órgão ou entidade, cuja
terceirização possa colocar em risco o controle de processos e de
conhecimentos e tecnologias;
III - as funções relacionadas ao poder de polícia, de regulação, de outorga de
serviços públicos e de aplicação de sanção; e
IV - as atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano
de cargos do órgão ou entidade, salvo expressa disposição legal em contrário
ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do
quadro geral de pessoal.
Parágrafo único. As atividades auxiliares, instrumentais ou acessórias às
funções e atividades definidas nos incisos do caput podem ser executadas de
forma indireta, sendo vedada a transferência de responsabilidade para
realização de atos administrativos ou a tomada de decisão para o contratado.
Seção VI
Das Características dos Serviços
Subseção I
Dos Serviços Comuns
Art. 14. Os serviços considerados comuns são aqueles cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo ato
convocatório, por meio de especificações usuais do mercado.
Parágrafo único. Independentemente de sua complexidade, os serviços podem
ser enquadrados na condição de serviços comuns, desde que atendam aos
requisitos dispostos no caput deste artigo.
Subseção II
Dos Serviços Prestados de Forma Contínua e Não Contínua
Art. 15. Os serviços prestados de forma contínua são aqueles que, pela sua
essencialidade, visam atender à necessidade pública de forma permanente e
contínua, por mais de um exercício financeiro, assegurando a integridade do
patrimônio público ou o funcionamento das atividades finalísticas do órgão
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ou entidade, de modo que sua interrupção possa comprometer a prestação de
um serviço público ou o cumprimento da missão institucional.
Parágrafo único. A contratação de serviços prestados de forma contínua
deverá observar os prazos previstos no art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.
Art. 16. Os serviços considerados não continuados ou contratados por escopo
são aqueles que impõem aos contratados o dever de realizar a prestação de
um serviço específico em um período predeterminado, podendo ser
prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo necessário à conclusão
do objeto, observadas as hipóteses previstas no § 1º do art. 57 da Lei nº 8.666,
de 1993.
Subseção III
Dos Serviços com Regime de Dedicação Exclusiva de Mão de Obra
Art. 17. Os serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra são
aqueles em que o modelo de execução contratual exija, dentre outros
requisitos, que:
I - os empregados da contratada fiquem à disposição nas dependências da
contratante para a prestação dos serviços;
II - a contratada não compartilhe os recursos humanos e materiais disponíveis
de uma contratação para execução simultânea de outros contratos; e
III - a contratada possibilite a fiscalização pela contratante quanto à
distribuição, controle e supervisão dos recursos humanos alocados aos seus
contratos.
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput poderão ser prestados fora
das dependências do órgão ou entidade, desde que não seja nas dependências
da contratada e presentes os requisitos dos incisos II e III.
Art. 18. Para as contratações de que trata o art. 17, o procedimento sobre
Gerenciamento de Riscos, conforme especificado nos arts. 25 e 26,
obrigatoriamente contemplará o risco de descumprimento das obrigações
trabalhistas, previdenciárias e com FGTS da contratada.
§ 1º Para o tratamento dos riscos previstos no caput, poderão ser adotados
os seguintes controles internos:
I - Conta-Depósito Vinculada ― bloqueada para movimentação, conforme
disposto em Caderno de Logística, elaborado pela Secretaria de Gestão do
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; ou
II - Pagamento pelo Fato Gerador, conforme disposto em Caderno de
Logística, elaborado pela Secretaria de Gestão do Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
§2º A adoção de um dos critérios previstos nos incisos I e II do parágrafo
anterior deverá ser justificada com base na avaliação da relação custo-
benefício.
§ 3º Só será admitida a adoção do Pagamento pelo Fato Gerador após a
publicação do Caderno de Logística a que faz referência o inciso II do § 1º
deste artigo.
§ 4º Os procedimentos de que tratam os incisos do § 1º deste artigo estão
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disciplinados no item 1 do Anexo VII-B.
CAPÍTULO II
DO PROCEDIMENTO DA CONTRATAÇÃO
Art. 19. As contratações de serviços de que tratam esta Instrução Normativa
serão realizadas observando-se as seguintes fases:
I - Planejamento da Contratação;
II - Seleção do Fornecedor; e
III - Gestão do Contrato.
Parágrafo único. O nível de detalhamento de informações necessárias para
instruir cada fase da contratação deverá considerar a análise de risco do
objeto contratado.
CAPÍTULO III
DO PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO
Art. 20. O Planejamento da Contratação, para cada serviço a ser contratado,
consistirá nas seguintes etapas:
I - Estudos Preliminares;
II - Gerenciamento de Riscos; e
III - Termo de Referência ou Projeto Básico.
§ 1º As situações que ensejam a dispensa ou inexigibilidade da licitação
exigem o cumprimento das etapas do Planejamento da Contratação, no que
couber.
§ 2º Salvo o Gerenciamento de Riscos relacionado à fase de Gestão do
Contrato, as etapas I e II do caput ficam dispensadas quando se tratar de:
a) contratações de serviços cujos valores se enquadram nos limites dos
incisos I e II do art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993; ou
b) contratações previstas nos incisos IV e XI do art. 24 da Lei nº 8.666, de
1993.
§ 3º As contratações de serviços prestados de forma contínua, passíveis de
prorrogações sucessivas, de que trata o art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993, caso
sejam objeto de renovação da vigência, ficam dispensadas das etapas I, II e
III do caput, salvo o Gerenciamento de Riscos da fase de Gestão do Contrato.
§ 4º Os órgãos e entidades poderão simplificar, no que couber, a etapa de
Estudos Preliminares, quando adotados os modelos de contratação
estabelecidos nos Cadernos de Logística divulgados pela Secretaria de
Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
§ 5º Podem ser elaborados Estudos Preliminares e Gerenciamento de Riscos
comuns para serviços de mesma natureza, semelhança ou afinidade.
Seção I
Dos Procedimentos Iniciais para Elaboração do Planejamento da
Contratação
Art. 21. Os procedimentos iniciais do Planejamento da Contratação
consistem nas seguintes atividades:
I - elaboração do documento para formalização da demanda pelo setor
requisitante do serviço, conforme modelo do Anexo II, que contemple:
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a) a justificativa da necessidade da contratação explicitando a opção pela
terceirização dos serviços e considerando o Planejamento Estratégico, se for
o caso;
b) a quantidade de serviço a ser contratada;
c) a previsão de data em que deve ser iniciada a prestação dos serviços; e
d) a indicação do servidor ou servidores para compor a equipe que irá
elaborar os Estudos Preliminares e o Gerenciamento de Risco e, se necessário,
daquele a quem será confiada a fiscalização dos serviços, o qual poderá
participar de todas as etapas do planejamento da contratação, observado o
disposto no § 1º do art. 22;
II - envio do documento de que trata o inciso I deste artigo ao setor de
licitações do órgão ou entidade; e
III - designação formal da equipe de Planejamento da Contratação pela
autoridade competente do setor de licitações.
Art. 22. Ao receber o documento de que trata o inciso I do art. 21, a autoridade
competente do setor de licitações poderá, se necessário, indicar servidor ou
servidores que atuam no setor para compor a equipe de Planejamento da
Contratação.
§ 1º A equipe de Planejamento da Contratação é o conjunto de servidores,
que reúnem as competências necessárias à completa execução das etapas de
Planejamento da Contratação, o que inclui conhecimentos sobre aspectos
técnicos e de uso do objeto, licitações e contratos, dentre outros.
§ 2º Os integrantes da equipe de Planejamento da Contratação devem ter
ciência expressa da indicação das suas respectivas atribuições antes de serem
formalmente designados.
Art. 23. O órgão ou entidade poderá definir de forma diversa a formação de
equipe responsável pelo Planejamento das Contratações quando
contemplarem área técnica específica em sua estrutura, observadas as
disposições desta Seção no que couber.
Seção II
Dos Estudos Preliminares
Art. 24. Com base no documento que formaliza a demanda, a equipe de
Planejamento da Contratação deve realizar os Estudos Preliminares,
conforme as diretrizes constantes do Anexo III.
§ 1º O documento que materializa os Estudos Preliminares deve conter,
quando couber, o seguinte conteúdo:
I - necessidade da contratação;
II - referência a outros instrumentos de planejamento do órgão ou entidade,
se houver;
III - requisitos da contratação;
IV - estimativa das quantidades, acompanhadas das memórias de cálculo e
dos documentos que lhe dão suporte;
V - levantamento de mercado e justificativa da escolha do tipo de solução a
contratar;
VI - estimativas de preços ou preços referenciais;
VII - descrição da solução como um todo;
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VIII - justificativas para o parcelamento ou não da solução quando necessária
para individualização do objeto;
IX - demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade e
de melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais ou financeiros
disponíveis;
X - providências para adequação do ambiente do órgão;
XI - contratações correlatas e/ou interdependentes; e
XII - declaração da viabilidade ou não da contratação.
§ 2º Os Estudos Preliminares devem obrigatoriamente conter o disposto nos
incisos I, IV, VI, VIII e XII do parágrafo anterior.
§ 3º O órgão ou entidade deverá apresentar justificativas no próprio
documento que materializa os Estudos Preliminares quando não contemplar
quaisquer dos incisos de que trata o § 1º deste artigo;
§ 4º Nas contratações que utilizem especificações padronizadas, em atenção
ao § 4º do art. 20, a equipe de Planejamento da Contratação produzirá
somente os conteúdos dispostos nos incisos do § 1º deste artigo que não forem
estabelecidos como padrão.
§ 5º Observado o § 2º deste artigo, nas contratações em que o órgão ou
entidade for gerenciador de um Sistema de Registro de Preços (SRP), deve ser
produzido um Estudo Preliminar específico para o órgão ou entidade com o
conteúdo previsto nos incisos de I a XII, e outro para a formação da Ata
contendo as informações dos incisos III, IV, V, VI, VII e VIII.
§ 6º Observado o § 2º deste artigo, nas contratações em que o órgão ou
entidade for participante de um Sistema de Registro de Preços (SRP), a equipe
de Planejamento da Contratação produzirá as informações dos incisos I, II,
IV, IX, X, XI e XII, visto que as informações dos incisos III, V, VI, VII e VIII,
considerando a totalidade da ata, serão produzidas pelo órgão gerenciador.
Seção III
Do Gerenciamento de Riscos
Art. 25. O Gerenciamento de Riscos é um processo que consiste nas seguintes
atividades:
I - identificação dos principais riscos que possam comprometer a efetividade
do Planejamento da Contratação, da Seleção do Fornecedor e da Gestão
Contratual ou que impeçam o alcance dos resultados que atendam às
necessidades da contratação;
II - avaliação dos riscos identificados, consistindo da mensuração da
probabilidade de ocorrência e do impacto de cada risco;
III - tratamento dos riscos considerados inaceitáveis por meio da definição
das ações para reduzir a probabilidade de ocorrência dos eventos ou suas
consequências;
IV - para os riscos que persistirem inaceitáveis após o tratamento, definição
das ações de contingência para o caso de os eventos correspondentes aos
riscos se concretizarem; e
V - definição dos responsáveis pelas ações de tratamento dos riscos e das
ações de contingência.
Parágrafo único. A responsabilidade pelo Gerenciamento de Riscos compete
à equipe de Planejamento da Contratação devendo abranger as fases do
procedimento da contratação previstas no art. 19.
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Art. 26. O Gerenciamento de Riscos materializa-se no documento Mapa de
Riscos.
§ 1º O Mapa de Riscos deve ser atualizado e juntado aos autos do processo
de contratação, pelo menos:
I - ao final da elaboração dos Estudos Preliminares;
II - ao final da elaboração do Termo de Referência ou Projeto Básico;
III - após a fase de Seleção do Fornecedor; e
IV - após eventos relevantes, durante a gestão do contrato pelos servidores
responsáveis pela fiscalização.
§ 2º Para elaboração do Mapa de Riscos poderá ser observado o modelo
constante do Anexo IV.
Art. 27. Concluídas as etapas relativas aos Estudos Preliminares e ao
Gerenciamento de Riscos, os setores requisitantes deverão encaminhá-los,
juntamente com o documento que formaliza a demanda, à autoridade
competente do setor de licitações, que estabelecerá o prazo máximo para o
envio do Projeto Básico ou Termo de Referência, conforme alínea “c” do
inciso I, do art. 21.
Parágrafo único. A Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão poderá estabelecer regras e procedimentos para
elaboração do Plano Anual de Contratações do órgão ou entidade, que será
registrado em sistema informatizado.
Seção IV
Do Projeto Básico ou Termo de Referência
Art. 28. O Projeto Básico ou Termo de Referência deverá ser elaborado a
partir dos Estudos Preliminares, do Gerenciamento de Risco e conforme as
diretrizes constantes do Anexo V, devendo ser encaminhado ao setor de
licitações, de acordo com o prazo previsto no art. 27.
Art. 29. Devem ser utilizados os modelos de minutas padronizados de Termos
de Referência e Projetos Básicos da Advocacia-Geral União, observadas as
diretrizes dispostas no Anexo V, bem como os Cadernos de Logística
expedidos pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, no que couber.
§ 1º Quando o órgão ou entidade não utilizar os modelos de que trata o caput,
ou utilizá-los com alterações, deverá apresentar as devidas justificativas,
anexando-as aos autos.
§ 2º Cumpre ao setor requisitante a elaboração do Termo de Referência ou
Projeto Básico, a quem caberá avaliar a pertinência de modificar ou não os
Estudos Preliminares e o Gerenciamento de Risco, a depender da
temporalidade da contratação, observado o disposto no art. 23.
Art. 30. O Termo de Referência ou Projeto Básico deve conter, no mínimo, o
seguinte conteúdo:
I - declaração do objeto;
II - fundamentação da contratação;
III - descrição da solução como um todo;
IV - requisitos da contratação;
V - modelo de execução do objeto;
VI - modelo de gestão do contrato;
VII - critérios de medição e pagamento;
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VIII - forma de seleção do fornecedor;
IX - critérios de seleção do fornecedor;
X - estimativas detalhadas dos preços, com ampla pesquisa de mercado nos
termos da Instrução Normativa nº 5, de 27 de junho de 2014; e
XI - adequação orçamentária.
§ 1º Nas contratações que utilizem especificações padronizadas, em atenção
ao § 4º do art. 20, o responsável pela elaboração do Termo de Referência ou
Projeto Básico produzirá somente os itens que não forem estabelecidos como
padrão.
§ 2º Os documentos que compõem a fase de Planejamento da Contratação
serão parte integrante do processo administrativo da licitação.
Art. 31. O órgão ou entidade não poderá contratar o mesmo prestador para
realizar serviços de execução, de subsídios ou assistência à fiscalização ou
supervisão relativos ao mesmo objeto, assegurando a necessária segregação
das funções.
Art. 32. Para a contratação dos serviços de vigilância e de limpeza e
conservação, além do disciplinado neste capítulo, deverão ser observadas as
regras previstas no Anexo VI. (Grifos nossos)
9. Da leitura, nota-se que a transcrita norma abarca a prestação de serviços em
geral, cuja realização seja efetivada por meio de execução indireta. No entanto, estão excluídas
de tal normatização a contratação de obras públicas, conforme se observa do disposto no
Acórdão TCU nº 719/2018-PLENÁRIO, litteris:
ACÓRDÃO TCU Nº 719/2018 – PLENÁRIO
9.2.5. as disposições existentes na Instrução Normativa MPOG nº 02/2008,
que foi revogada pela IN-Seges/MPDG 5/2017, são aplicáveis às
contratações de serviços pela Administração Pública, não versando tais atos
normativos sobre a contratação de obras públicas;
10. Na supracitada IN foram introduzidas as recomendações do TCU sobre a
contratação dos serviços dividos nas fases de planejamento, seleção do fornecedor e gestão do
contrato. Para a fase de planejamento, nos termos do art. 20 da IN, estão previstas três etapas:
estudos preliminares, gerencialmente de riscos e elaboração do termo de referência ou projeto
básico.
11. A primeira etapa, consistente em estudos preliminares, objetiva examinar o
documento da demanda do objeto para verificar a viabilidade técnica da contratação e o levan-
tamento dos elementos essenciais que servirão para compor o Termo de Referência ou o Projeto
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12. Já o gerenciamento de riscos, segunda etapa da fase de planejamento, consiste:
a) em identificar os principais riscos que podem comprometer a efetividade do planejamento
da contratação, da seleção do fornecedor e da gestão contratual ou que impeçam o alcance dos
resultados que atendam à necessidade da contratação; b) em avaliar se os riscos identificados
podem acontecer e o seu impacto na contratação; c) em tratar os riscos inaceitáveis por meio de
ações que diminuam a probabilidade de ocorrência e suas consequências; d) em definições de
ações de contingência para os eventos correspondentes aos riscos inaceitáveis se concretizarem
e; e) em definir responsáveis pelas ações de tratamento dos riscos e ações de contingência.
13. Tanto os estudos preliminares quanto o gerenciamento de riscos são procedi-
mentos essenciais ao planejamento das contratações de serviços, contribuindo para incrementar
a cultura do planejamento e inovação das contratações, indispensável ao atual modelo adminis-
trativo brasileiro, uma vez que se verifica estudo do mercado de forma a conhecer as novas
metodologias e recursos disponíveis, bem como se verifica o alcance dos resultados esperados
com a contratação sugerida.
14. Sobre as excepcionalidades, observa-se que a própria, norma, prevendo
possíveis dificuldades ou inviabilidades na consecução dessas duas primeiras etapas, já trouxe
hipóteses em que são dispensadas essas duas etapas do planejamento, quais sejam: a)
contratações de serviços cujos valores se enquadrem em até R$ 15.000,00 (quinze mil reais),
nos termos dos incisos I e II do art. 24 da Lei nº 8.666/93; b) contratações de serviços nas
hipóteses de emergência ou calamidade pública, e na contratação de remanescente de serviço,
nos termos, respectivamente, do inciso IV e XI do art. 24 da Lei nº 8.666/93 e; c) serviços de
mesma natureza, semelhança ou afinidade para os quais já se tenha previamente elaborado
estudos preliminares e gerenciamento de riscos.
15. Note-se que, além das citadas, a IN traz, no § 4º do art. 20, a possibilidade de
se flexionar a fase de planejamento, simplificando a etapa I (estudos preliminares) das
contratações, quando a Administração fizer uso de modelos pré-definidos nos cadernos de
logísticas do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
16. Diante disso, verifica-se que a IN SEGES/MPDG nº 5/2017 já estabeleceu,
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como diretriz, hipóteses possíveis de dispensa das duas primeiras etapas da fase do
planejamento. Ademais, a própria unidade consulente informa sobre exceções contidas na
Resolução CNMP nº 102/2013 ou na IN nº 4/2014, que tratam, especificamente, do processo
de contratação de Soluções de Tecnologia da Informação.
17. Assim, embora, em alguns casos, possa se alegar falta de estrutura adequada,
mister que a Administração envide esforços para, como regra, adotar todas as fases do
planejamento, constantes da IN SEGES/MPDG nº 5/2017, por recomendação do Tribunal de
Contas da União, dada, inclusive, a especial importância da gestão de risco nos processos de
trabalho, visando a garantir o alcance dos objetivos. No entanto, frente a comprovada
inviabilidade dessa adoção, em determinado procedimento, a Administração pode, tendo em
vista a prevalência de outros princípios constitucionais, como a economicidade e eficiência, por
exemplo, excluir uma ou as duas primeiras etapas da fase de planejamento, mesmo fora das
hipóteses de excepcionalidade trazidas pela referida IN, para melhor atendimento ao interesse
público.
18. Em face do exposto, somos de parecer que, em princípio, a IN SEGES/MPDG
nº 5/2017 IN não se aplica a obras, sendo aplicável, porém, à contratação de serviços em geral.
Ademais, entendemos que em hipóteses excepcionais, a fase do Planejamento descrita na citada
IN pode ser flexibilizada, além das situações expressamente previstas no próprio regulamento.
À consideração superior.
Brasília, 23 de maio de 2018.
GLEICE VALERIA DA SILVA
CORAG/AUDIN
ROGÉRIO DE CASTRO SOARES
Coordenador de Orientação de Atos
de Gestão
De acordo.
À consideração do Senhor Auditor-Chefe.
Aprovo.
Transmita-se à SG/MPDFT e à SEAUD.
Em 23/5/2018.
MARA SANDRA DE OLIVEIRA
Secretária de Orientação e Avaliação
SEBASTIÃO GONÇALVES DE AMORIM
Auditor-Chefe
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