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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO 10ª Promotoria de Justiça Cível de Colatina Praça Sol Poente, S/N°, Bairro Esplanada, Colatina - ES Telefone: (27) 3723-3950 1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DOS FEITOS DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DE COLATINA/ES. O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, pelo Promotor de Justiça adiante assinado, vem perante Vossa Excelência, em defesa do patrimônio público e dos princípios norteadores da Administração Pública, com fundamento nos artigos 129, III, da Constituição Federal, e 17, caput, da Lei nº 8.429/92, no Procedimento Administrativo MPES 014.12.13.090025-4, e nas razões de fato e de direito adiante expostas, propor a presente AÇÃO POR ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA em face de: LEOCIR FEHLBERG brasileiro, casado, Presidente da Câmara de Governador Lindenberg EDMAR LUIZ PIONA, brasileiro, casado, vereador EDUARDO RIBEIRO DA SILVA, brasileiro, convivente, vereador SILMARA LIMA DE SOUZA, brasileira, casada, Controladora Interna da Câmara de Governador Lindenberg/ES INOVAR CURSOS E TREINAMENTOS EM GESTÃO PÚBLICA LTDA., pessoa jurídica de direito privado I DOS FATOS Consoante as provas colhidas no Procedimento Investigativo Criminal 01/2013 (GAMPES 014.11.13.201910-8 Operação Alpha) e no Procedimento Administrativo MPES 014.12.13.090025-4, os RÉUS requereram e receberam (DOC’s 07, 08, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16), cada um deles, a quantia de R$ 2275,00 (dois mil duzentos e setenta e cinco reais), relativa ao pagamento de 5 (cinco) diárias, para supostamente custear o deslocamento e a participação em um

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO 10ª ... · Em suma, o esquema fraudulento se resumia ao seguinte: após inserir ... Lei 8429/92, adiante transcrito, extrai-se que

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO 10ª Promotoria de Justiça Cível de Colatina Praça Sol Poente, S/N°, Bairro Esplanada, Colatina - ES Telefone: (27) 3723-3950

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DOS FEITOS DA FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL DE COLATINA/ES. O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, pelo

Promotor de Justiça adiante assinado, vem perante Vossa Excelência, em defesa do

patrimônio público e dos princípios norteadores da Administração Pública, com

fundamento nos artigos 129, III, da Constituição Federal, e 17, caput, da Lei nº

8.429/92, no Procedimento Administrativo MPES 014.12.13.090025-4, e nas razões

de fato e de direito adiante expostas, propor a presente AÇÃO POR ATOS DE

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA em face de:

LEOCIR FEHLBERG brasileiro, casado, Presidente da Câmara de Governador Lindenberg EDMAR LUIZ PIONA, brasileiro, casado, vereador EDUARDO RIBEIRO DA SILVA, brasileiro, convivente, vereador SILMARA LIMA DE SOUZA, brasileira, casada, Controladora Interna da Câmara de Governador Lindenberg/ES INOVAR – CURSOS E TREINAMENTOS EM GESTÃO PÚBLICA LTDA., pessoa jurídica de direito privado

I – DOS FATOS

Consoante as provas colhidas no Procedimento Investigativo Criminal

01/2013 (GAMPES 014.11.13.201910-8 – Operação Alpha) e no Procedimento

Administrativo MPES 014.12.13.090025-4, os RÉUS requereram e receberam

(DOC’s 07, 08, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16), cada um deles, a quantia de R$ 2275,00

(dois mil duzentos e setenta e cinco reais), relativa ao pagamento de 5 (cinco)

diárias, para supostamente custear o deslocamento e a participação em um

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“SIMPÓSIO DE ESTUDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARTICIPATIVA”,

promovido pela empresa REQUERIDA, INOVAR CURSOS E TREINAMENTO

LTDA., na cidade de Governador Valadares, no período de cinco dias,

compreendido entre as datas de 16/04/2013 e 20/04/2013 (DOC. 06).

Ocorre que, conforme representação feita através da Ouvidoria do

Ministério Público do Estado do Espírito Santo (DOC. 03), os REQUERIDOS, em

verdade, com o auxílio da REQUERIDA INOVAR, simularam a participação no

referido curso para desviarem e apropriarem-se do dinheiro da Câmara Municipal de

Governador Lindenberg, sendo que, com exceção da REQUERIDA SILMARA – que

nem sequer pisou na cidade de Governador Valadares – os demais REQUERIDOS

estiveram nesta cidade apenas para assinarem uma lista de presença, atestando

falsamente que estavam presente em todas as aulas ministradas nos cinco dias

relativos ao período do curso.

As diligências investigativas engendradas pelo Ministério Público

revelaram a solidez e a veracidade das denúncias feitas à Ouvidoria, no sentido de

que o suposto curso na cidade de Governador Valadares não passou de uma fraude

para que os REQUERIDOS se locupletassem com o dinheiro público.

A primeira prova disso é que os próprios RÉUS confessam em seus

depoimentos que não estiveram em deslocamento e na cidade de Governador

Valadares, durante todo quinquídio compreendido entre 16/04/2013 e 20/04/2013, e

que, ao retornarem, apresentaram boletim de diária contendo informação falsa,

porquanto englobar pedido de diárias para os cinco dias de curso.

Todos afirmam que viajaram juntos para Governador Valadares, em

Minas Gerais, no veículo do REQUERIDO EDUARDO e retornaram à Governador

Lindenberg por volta das 20 horas de 19/04/2013; todavia, contradizem-se

absurdamente com relação à data de partida. A REQUERIDA SILMARA (DOC. 04)

e o REQUERIDO EDUARDO (DOC.22), por exemplo, afirmam que todos partiram

juntos de Governador Lindenberg na terça-feira, dia 16/04/2013, entretanto, ele diz

que partiram por volta das 17 horas, enquanto ela alega que partiram às 8 horas na

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aludida data. Os REQUERIDOS LEOCIR (DOC. 23) e EDMAR (DOC. 21), por outro

lado, afirmam que saíram de Governador Lindenberg na quarta-feira dia 17/04/2013,

por volta das 6 horas da manhã.

O que se extrai dessa controvérsia é que todos estão

desesperadamente tentando encobrir o desvio de dinheiro público que cometeram;

tentativa, contudo, infrutífera, pois basta ver que nos boletins de diárias que eles

apresentaram após retornarem (DOC’s 05, 12, 13 e 15), todos atestam falsamente

que retornaram à cidade de Governador Lindenberg às 22 horas do dia 20/04/2013.

Isso é o suficiente para comprovar o desvio intencional de verbas públicas.

Ademais, não há como negar o desvio, pois foi requerida a quebra de

sigilo de dados telefônicos dos acusados e a análise das Estações de Rádio Base

(ERB) utilizadas nas ligações de telefonia móvel (doc.25), realizadas e recebidas

pelos RÉUS, evidencia que eles viajaram para o suposto curso na data de

17/04/0213, sendo que, por volta das 13:00 horas da referida data, ainda estavam

nas imediações de Colatina, tendo chegado em Governador Valadares por volta das

16 horas. Outrossim, tal análise demonstra que no dia 18/04/2013, por volta das

13h:20min eles já estavam retornando e passando pela ERB 353138952, localizada

em Aimorés, na divisa do Espírito Santo.

A título de exemplo, calha transcrever a conclusão da perícia sobre o

percurso realizado pela pessoa que se utilizava do telefone (27) 9755-9353, qual

seja o REQUERIDO LEOCIR, no sentido de que “o telefone alvo e seu usuário

estiveram no município mineiro de Governador Valadares entre 17/04/2013, a

partir de 16:20 horas e 18/04/2013 até por volta de 11:00 horas”. Este elemento

probatório temporal comprova inequivocamente que os denunciados estiveram em

Governador Valadares, para qualquer outra coisa, menos para frequentar um curso

de 5 (cinco) dias.

O mais estarrecedor é que na ilusão de que encobririam suas condutas

criminosas os REQUERIDOS LEOCIR, EDMAR e EDUARDO, vereadores de

Governador Lindenberg, no curtíssimo espaço de tempo em que estiveram na

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cidade de Governador Valadares, assinaram as listas de presença de todos os cinco

dias do curso (DOC. 18).

A Controladora da Câmara de Governador Lindenberg, a REQUERIDA

SILMARA, por sua vez, consta na lista de presença tão somente dos dias 16 e

17/04/2013, mas cotejando a assinatura lançada no termo de depoimento prestado

por ela (DOC. 04) com a assinatura e a rubrica lançada na referida lista, salta aos

olhos que estas são falsificações grosseiras, o que, por si só, demonstra que ela não

esteve nem sequer um dia no referido curso.

Em suma, o esquema fraudulento se resumia ao seguinte: após inserir

dados falsos em documentos públicos (requerimentos e boletins de diárias, listas

de presenças em cursos, etc.), os REQUERIDOS submetiam tais documentos ao

REQUERIDO LEOCIR, Presidente da Câmara de Governador Lindenberg, e este

autorizava o desvio em proveito de seu patrimônio e de seus comparsas do

valor das diárias, que deveriam unicamente ser pagas para custear viagens em

interesse do serviço público, na forma da Resolução 012/2006 do Poder Legislativo

de Governador Lindenberg, sob pena de responsabilização administrativa e penal,

nos termos do art. 10 do mencionado diploma legal.

Por fim, não obstante o Ministério Público não ter logrado êxito em

alcançar, individualizar e qualificar quais as pessoas físicas ligadas empresa

INOVAR tiveram efetiva participação nas fraudes combatidas através da presente

ação, é inegável que a aludida pessoa jurídica teve participação direta nos ilícitos

noticiados, pois emitiu certificado de conclusão de curso falso, portanto, deve

responder por improbidade administrativa e ser solidária no ressarcimento dos danos

causados ao erário.

II – DO DIREITO

De tudo o que foi narrado, salta aos olhos a materialidade de crimes

contra a administração pública e, por conseqüência, de de atos de improbidade,

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uma vez que os REQUERIDOS, agiram em conluio, a fim de saquear os cofres do

município de Governador Lindenberg.

O artigo 37, caput, da Constituição Federal estabelece:

“A administração pública direta, indireta ou fundacional,

de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e, também, ao seguinte:”

O parágrafo 4º do art. 37 da Constituição Federal preceitua:

“Os atos de improbidade administrativa importarão a

suspensão dos direitos políticos, a perda da função

pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento

ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem

prejuízo da ação penal cabível.”

O art. 1º, “caput”, da Lei nº 8.429/92 define como atos de improbidade,

puníveis conforme as suas disposições, dentre outros, os praticados por:

“qualquer agente público, servidor ou não, contra a

administração direta, indireta ou fundacional de qualquer

dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal,

dos Municípios, de Território”.

O art. 2º do mesmo diploma legal, por sua vez, determina:

“Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei,

todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem

remuneração, por eleição, nomeação, designação,

contratação ou qualquer outra forma de investidura ou

vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades

mencionadas no artigo anterior.”

Outrossim, não se pode olvidar que, da leitura da norma do art. 3º, da

Lei 8429/92, adiante transcrito, extrai-se que a pessoa jurídica pode deve responder

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por improbidade administrativa, na qualidade de terceiro que indiretamente auxiliou e

beneficiou-se dos atos ímprobos praticados por agentes públicos e político,

entendimento inclusive já sufragado pelo Superior Tribunal de Justiça que em

importante precedente, firmou entendimento no sentido de que “as pessoas jurídicas

que participem ou se beneficiem dos atos de improbidade sujeitam-se à Lei

8429/1992.”1

“Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público,

induza ou concorra para a prática do ato de improbidade

ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou

indireta.”

Pois bem, realizada essa breves digressões sobre o sujeito ativo do ato

de improbidade administrativa, vale frisar que os fatos narrados e comprovados

durante as investigações efetuadas no Procedimento Investigativo Criminal e no

Procedimento Preparatório que ampara a presente ação deixam claro que os

REQUERIDOS agiram com o intuito de enriquecerem-se ilicitamente, causando

prejuízos aos cofres públicos.

Por isso, eles violaram princípios basilares da administração pública,

quais sejam, os princípios da legalidade, da impessoalidade, da eficiência, da

imparcialidade e da moralidade.

Em outras palavras, incorreram em atos de improbidade tipificados no

art. 9º caput, e incisos XI e XII, no art. 10, caput, e incisos I, II, IX, X, XI, XII, art. 11,

caput, e inciso I da lei 8429/92, adiante transcritos:

“Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa

importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo

de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de

cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas

entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e

notadamente:

[...]

1 STJ, RESP 1.122.177/MT, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda turma, DJE 27/04/2011.

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XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio

bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo

patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta

lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou

valores integrantes do acervo patrimonial das entidades

mencionadas no art. 1° desta lei.”

“Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que

causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou

culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,

apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou

haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e

notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a

incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física

ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores

integrantes do acervo patrimonial das entidades

mencionadas no art. 1º desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou

jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores

integrantes do acervo patrimonial das entidades

mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das

formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à

espécie;

[...]

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro

se enriqueça ilicitamente;”

“Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que

atenta contra os princípios da administração pública

qualquer ação ou omissão que viole os deveres de

honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às

instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou

regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de

competência;

III – DOS PEDIDOS LIMINARES

Ficou comprovado que o Município de Governador Lindenberg, em

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específico a Câmara Municipal, sofreu prejuízos em face dos atos fraudulentos

praticados pelos REQUERIDO, prejuízos os quais, alcançam um montante de R$

9100,00 (nove mil e cem reais).

Todavia, há elementos probatórios de fraude no pagamento de diárias

em vários outros congressos. Tais elementos baseiam-se no fato de que o

REQUERIDO LEOCIR, Presidente da Câmara de Governador Lindenberg, já é alvo

de outra investigação pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo, sendo

que, no Procedimento Administrativo MPES 014.12.12.102089-7, constatou-se que

entre 2009 e março de 2012, foi efetuado o pagamento de R$ 474.523,00

(quatrocentos e setenta e quatro mil, quinhentos e vinte e três reais) em diárias aos

Vereadores de Governador Lindenberg, para participação em cursos promovidos por

empresas alvo de denúncias em diversas cidades do país, conforme análise técnica

contábil da Assessoria de Controle Interno do Minisitério Público (DOC. 23).

Outrossim, o Ministério Público de Contas, também está na guerra

contra a sangria do Erário Público que vem sendo promovida indiscriminadamente

pelos Vereadores de Governador Lindenberg através do pagamento de diárias com

ofensa aos princípios da razoabilidade e moralidade.

Segundo representação do Procurador de Contas (DOC. 17), no ano

de 2010, o gasto com as diárias pagas ao Vereador LEOCIR FLHBERG foi tão

exorbitante que quase equivaleu ao pagamento da remuneração, sendo que as

verbas indenizatórias recebidas por ele equivaleram à 84,54% de seu salário.

Na aludida representação também consta que os supostos cursos

foram promovidos por um Instituto envolvido em diversas fraudes na realização de

cursos oferecidos aos gestores municipais do Brasil, qual seja o Instituto Nacional

Municipalista. E mais, imputa-se na referida representação, à LEOCIR FELHBERG,

a suposta prática de crime de falsificação de documento público para tentar dar ares

de legalidade às condutas criminosas e ímprobas que vem sendo praticada por

alguns dos integrantes da Câmara Municipal de Governador Lindenberg a fim de

locupletarem-se com o dinheiro público.

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Além disso, a população de Governador Lindenberg já não suporta ser

alvo da chicana que vem sendo promovida com o dinheiro público na Câmara de

Vereadores, como se depreende do abaixo-assinado apresentado à esta Promotoria

de Justiça (DOC. 19).

Vale ainda registrar que o abuso no pagamento de diárias vem sendo

até noticiado em veículos de informação (DOC. 20), pois o como se infere do

exemplar do Diário do Noroeste, publicado em 17 de Setembro de 2013, mesmo

após a instauração das presentes investigações, o Presidente da Casa de Leis do

mencionado município, o REQUERIDO LEOCIR, continuou autorizando diárias

exorbitantes, tanto que em julho do corrente ano foi gasto R$ 12.000,00 (doze mil

reais) em diárias.

Isso é suficiente para evidenciar uma necessidade imperiosa de uma

atuação enérgica do Poder Judiciário para estancar a sangria dos cofres públicos,

sob pena de descrédito nos Órgãos encarregados de aplicar o Direito.

Essas circunstâncias demonstram que o esquema de desvio de

dinheiro público através do pagamento fraudulento de diárias a vereadores de

Governador Lindenberg há muito está se perpetrando, existindo por parte dos

autores desses desmandos uma completa noção de impunidade, sendo, portanto,

imprescindível para garantir a ordem pública o afastamento dos REQUERIDOS dos

cargos e funções públicas que exercem.

Em virtude desses sucessivos gastos ilegais, também resta claro que

os REQUERIDOS utilizar-se-ão de todos os artifícios para continuar mantendo e

tentando acobertar os desvios de dinheiro público.

Posta assim a questão, é de se dizer: salta aos olhos a existência de

da plausibilidade do direito alegado e do perigo na demora.

Em casos como este, demonstrados os atos passíveis de subsunção

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nas iras da Lei nº 8.429/92, com violação aos princípios constitucionais previstos

para a Administração Pública (art. 37, CF/88), bem como, de igual norte, trazendo

enriquecimento indevido para particulares e danos ao erário, fundamental a

concessão de liminar objetivando o resguardo do patrimônio público em face da

grave lesão que vem sendo ocasionada pelos atos ímprobos.

III.1) Do afastamento provisório dos REQUERIDOS

É imperioso frisar que a permanência dos REQUERIDOS nos

respectivos cargos que ocupam e mandatos que exercem representa perigo para a

moralidade administrativa e um prenúncio de que continuarão a ser violados os

princípios constitucionais que regem a Administração Pública.

Deve ser realçado que a censurável conduta destes demandados é

renovada a cada dia, protraindo-se no tempo de forma indefinida, gerando constante

malversação dos recursos públicos e lesão aos sempre mencionados Princípios

Administrativos.

Isso porque, aos olhos da sociedade e da Constituição Federal que

garante não apenas os direitos do indivíduo, mas também da sociedade frente aos

administradores ímprobos, é intolerável a permanência deles nos cargos que

ocupam, pois suas condutas conduta ferem, frontal e profundamente a moralidade

administrativa, sendo motivo de revolta dos cidadãos de Governador Lindenberg a

prática às escancaras das condutas ilícitas narradas, mormente, quando eles são

alvo de ação penal já proposta nesta mesma data (doc. 28).

Em caso análogo ao objeto desta demanda, em votação pelo

afastamento do presidente do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, na APN

nº 266-RO (2003⁄0169397-8), julgamento realizado no Superior Tribunal de Justiça

em data de 1º de junho de 2005, o Ministro Luiz Fux, ao acompanhar a relatora,

Ministra Eliana Calmon, assim fundamentou o seu voto:

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“(...) hoje é assente que a aplicação do Direito é

principiológica, não só se baseia na legislação

infraconstitucional como também nos princípios maiores da

Constituição Federal, que são normas qualificadas e estão

em patamar superior à própria legislação

infraconstitucional, e o princípio mais significativo no

tocante à administração pública é o princípio da

moralidade. Então, estaria mais do que justificada a

adoção do afastamento tendo em vista à contradição que

encerra o cargo que o agente ocupa e o recebimento de

denúncia por um delito tão grave. Mas, sem prejuízo, há

também um paradigma que pode ser interpretado e

flexibilizado, que é o art. 20 da Lei de Improbidade,

porque, no fundo, há uma essência de ato imoral, ímprobo,

nesse fato narrado pela Sra. Ministra Eliana Calmon. O

art. 20 dispõe que a autoridade judicial pode impor o

afastamento do agente público quando entender que é

nociva sua presença à instrução. Ora, se pode afastar

porque é nociva à instrução, com muito mais razão pode

afastar quando também é contraditória a permanência desse

funcionário em uma função de fiscalização de contas

quando há uma denúncia recebida exatamente pela

malversação de verbas públicas. Estou inteiramente de

acordo com o voto da Sra. Ministra Eliana Calmon.

Pelo voto vencedor do ministro, pois, fica patente que o Superior

Tribunal de Justiça admite o afastamento de agente político do cargo que ocupa

quando “se estabelece uma contradição entre a permanência do agente público

no cargo que ocupa e a função de fiscalização das contas públicas”. Mudando-

se o que se deve mudar, é uma contradição a permanência do agente político no

cargo que ocupa e função de zelar pelo patrimônio público municipal.

Mas de outra parte, vale considerar que estando eles no exercício de

cargo de tamanho poder e influência, poderão, sem dúvida alguma, atrapalhar a

instrução processual, seja evitando ou ao menos dificultando o acesso a

informações importantes existentes no âmbito da Câmara Municipal de Governador

Lindenberg, ou até mesmo intimidando as possíveis testemunhas que serão

ouvidas.

Em palavras diretas: a permanência dos Requeridos no exercício dos

mandatos de Vereadores lhes permitirá a prática de atos destinados ao

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desaparecimento de provas, à coação de testemunhas e, ainda, ao tráfico de

influência destinado a impedir que haja bom termo no andamento deste processo.

Presentes, portanto, os requisitos para a concessão da medida cautelar

pleiteada, para garantir escorreita instrução processual e para o resguardo do

interesse público e da probidade administrativa, bens jurídicos elevadamente mais

importantes do que os interesses particulares dos envolvidos em permanecer no

exercício do mandato de vereador, Presidente da Câmara municipal e no cargo de

Controladora.

O pretendido afastamento liminar constitui medida perfeitamente

admitida na própria Lei de Improbidade Administrativa, senão vejamos o parágrafo

único do art. 20 da Lei nº 8.429/92:

“Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa

competente poderá determinar o afastamento do agente

público do exercício do cargo, emprego ou função, sem

prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer

necessária à instrução processual.”

No mesmo sentido a Doutrina:

“Não se mostra imprescindível que o agente público tenha,

concretamente, ameaçado testemunhas ou alterado

documentos, mas basta que, pela quantidade de fatos, pela

complexidade da demanda, pela notória necessidade de

dilação probante, se faça necessário, em tese, o

afastamento compulsório e liminar do agente público do

exercício de seu cargo, sem prejuízo de seus vencimentos,

enquanto persistir a importância da coleta de elementos

informativos ao processo.”2

Por essas razões, o Ministério Público requer, com fundamento no

parágrafo único do artigo 20 da Lei nº 8.429/92, buscando cessar o enriquecimento

ilícito auferido dia-a-dia em detrimento de princípios basilares do funcionamento

administrativo, seja decretado o afastamento cautelar, inaudita altera parte, dos

REQUERIDOS EDUARDO, EDMAR, LEOCIR e SILMARA, respectivamente dos

2 (Osório, Fábio Medina. Improbidade Administrativa. Porto Alegre : Editora Síntese, p. 242)

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mandatos de vereador e de Presidente da Câmara, e do cargo de Controladora

da Câmara de Governador Lindenberg.

III.2) Da proibição da EMPRESA INOVAR, ora Requerida, de contratar com os

Poderes Públicos no âmbito dos municípios de Colatina e Governador Lindenberg.

Por tudo o que fora exposto, inegável que a Empresa REQUERIDA não

tem idoneidade para firmar contratos de prestação de serviços à órgãos e poderes

públicos, pois seus cursos não passam de uma farsa para permitir o desvio de

dinheiro público.

Dessarte, visando resguardar-se os patrimônios dos municípios

abrangidos pela Comarca de Colatina, requer-se, a concessão de liminar

antecipatória de tutela para proibir a empresa INOVAR – Cursos e Treinamentos

Ltda. de contratar com os Poderes Públicos no âmbito dos municípios de

Colatina e de Governado2r Lindenberg.

III.3) Indisponibilidade de bens dos Réus:

Visando a restabelecer a moralidade administrativa e garantir o

ressarcimento dos prejuízos causados ao patrimônio público, bem como para

assegurar o pagamento das multas eventualmente cominadas ao final como sanção

pela prática de atos de improbidade administrativa, impõe-se a decretação da

indisponibilidade dos bens dos réus, o que se pleiteia com fulcro no artigo 7º,

parágrafo único, da Lei nº 8.429/92 e, também, no poder geral de cautela.

Ainda que assim não fosse, o Código de Processo Civil contempla a

determinação judicial de medidas cautelares inominadas, permitindo-se, pois, que se

confira atuação concreta à previsão constitucional de indisponibilidade dos bens.

Por outro lado, o artigo 942 do Código Civil dispõe que os bens do

responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação

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do dano causado e, se tiver mais de um autor a ofensa, todos responderão

solidariamente pela reparação, acrescentando, no seu parágrafo único, a

responsabilidade solidária dos co-autores.

Seguindo este raciocínio, é medida que se impõe a indisponibilidade de

bens, frente aos indicativos seguros, lastreados em prova documental carreada, de

prática de improbidade administrativa, mesmo porque, segundo WALLACE PAIVA

MARTINS JÚNIOR “a lei presume esses requisitos a autorizar a

indisponibilidade, porquanto a medida acautelatória tende à garantia da

execução da sentença, tendo como requisitos específicos evidências de

enriquecimento ilícito ou lesão ao erário, sendo indiferente que haja fundado

receio de fraude ou insolvência, porque o perigo é ínsito aos próprios efeitos

do ato hostilizado. Exsurge, assim, indisponibilidade como medida de

segurança obrigatória nessas hipóteses”3. O perigo de demora, nesta senda, é

extraído da própria gravidade dos fatos aqui descritos.

A doutrina e o conjunto da legislação citada, que se ajusta com

perfeição ao caso, torna indeclinável o dever de ressarcir o dano gerado pela

improbidade administrativa, ensejando a presença do fumus boni iuris, robustamente

demonstrado, restou também o periculum in mora, tendo em vista a fluidez dos

recursos versados, e ainda, o entendimento pretoriano acerca de sua presunção.

Eis:

“...2. O requisito cautelar do periculum in mora está

implícito no próprio comando legal, que prevê a medida de

bloqueio de bens, uma vez que visa a 'assegurar o

integral ressarcimento do dano'.

3. A demonstração, em tese, do dano ao Erário e/ou do

enriquecimento ilícito do agente, caracteriza o fumus

boni iuris.

4. É admissível a concessão de liminar inaudita altera

pars para a decretação de indisponibilidade e seqüestro

de bens, visando assegurar o resultado útil da tutela

jurisdicional, qual seja, o ressarcimento ao Erário.

Precedentes do STJ. “(1135548 PR 2009/0069870-0, Relator:

Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 15/06/2010,

T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 22/06/2010)”

3 Probidade Administrativa, 2001, Ed. Saraiva, página 325/330.

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Essa medida mostra-se indispensável, considerando o significativo

valor do prejuízo que continua se protraindo no tempo, havendo, portanto, a real

possibilidade de dilapidação do patrimônio e a conseqüente ineficácia do provimento

jurisdicional principal.

Consigne-se, ainda, que o direito material acha-se suficientemente

demonstrado nos documentos que instruem esta inicial, o mesmo ocorrendo com a

possibilidade do perigo que poderá representar a demora da prestação jurisdicional

final, conforme já ressaltado.

Fica, assim, claramente evidenciada a necessidade de amparo judicial

urgente para afastar de pronto os riscos de perecimento dos bens que representam

a garantia de eficácia da sentença de mérito postulada nesta ação.

Nesta linha de pensamento, REQUER-SE, desde já, sem a oitiva da

parte contrária, decrete-se a indisponibilidade de bens dos promovidos até o

montante dos valores que lhes foram pago indevidamente (R$ 9100,00 – nove mil e

cem reais), sejam imóveis, máquinas, veículos, valores em dinheiro e ações,

oficiando-se, para tanto:

a) aos Cartórios de Registro de Imóveis desta Comarca e à Corregedoria do Tribunal

de Justiça, a fim de comunicar a medida judicial e impedir a transferência dos

imóveis pertencentes aos Requeridos;

b) às agências bancárias de todo o Estado do Espírito Santo, igualmente, ao Banco

Central do Brasil S.A., na Capital Federal, ou, de forma mais rápida, através da

internet, por site do BACEN, já especificado para tanto, com intuito de comunicação

às demais instituições financeiras, imobilizando os créditos pecuniários existentes,

sejam em contas-correntes, aplicações financeiras, poupança, assegurando-se a

plena composição dos prejuízos até o limite do ressarcimento ao erário municipal

pleiteado;

c) ao Detran/ES e CIRETRAN’S do Estado do Espírito Santo, no que pertine a

veículos registrados em nome dos REQUERIDOS.

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IV – DOS PEDIDOS PRINCIPAIS.

Pelo exposto, além do deferimento dos pedidos liminares nos

moldes anteriormente alinhavados, o Ministério Público, pelo Promotor de Justiça

adiante assinado, REQUER:

a) seja a presente autuada e processada na forma e no rito preconizado no art.

17 da Lei nº 8.429/92;

b) seja dispensado o pagamento de custas, emolumentos e outros encargos,

desde logo, à vista do disposto no artigo 18 da Lei nº 7.347/85, aplicado

subsidiariamente;

c) sejam as intimações do autor feitas pessoalmente, dado o disposto no artigo

236, § 2º, do CPC e no artigo 14 do Provimento nº 14/99, de 08/03/99, da

Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Espírito Santo, com a redação

que lhe foi dada pelo Provimento nº 15/99, de 14/04/99;

d) seja o MUNICÍPIO DE GOVERNADOR LINDENBERG notificado, para,

querendo, integrar a lide na qualidade de litisconsorte, podendo apresentar ou

indicar os meios de prova de que disponha (artigo 17, § 3º, da Lei nº

8.429/92);

e) seja determinada a notificação dos requeridos para, querendo, oferecer

manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e

justificações, dentro do prazo de quinze dias, na forma prevista no § 7º do

artigo 17 da LIA;

f) seja recebida a petição inicial, determinando-se a citação dos requeridos, já

qualificados na exordial, para, querendo, contestar o presente pedido, no

prazo de quinze dias, sob pena de confissão e revelia, permitindo-se ao

Oficial de Justiça utilizar-se da exceção prevista no art. 172, § 2º, do Código

de Processo Civil;

g) seja, ao final, julgada procedente a presente Ação Civil Pública, (g.1)

condenando-se os requeridos nas sanções civis alistadas no art. 12, incisos I,

II e III, pela prática dos atos de improbidade descritos no artigos 9º, 10 e 11,

da Lei nº 8.429/92;

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h) após o trânsito em julgado da sentença, seja expedido ofício ao Tribunal

Regional Eleitoral e ao Tribunal Superior Eleitoral, para o fim previsto no

artigo 20 da Lei nº 8.429/92.

Por derradeiro, protesta também pela produção de prova oral, através

do depoimento pessoal dos requeridos e oitiva de testemunhas.

Dá à causa o valor de R$ 9100,00 (nove mil e cem reais).

Colatina/ES, 30 de outubro de 2013.