146
MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA CARTOGRÁFICA Cap OSÉIAS BORGES DOS SANTOS LOCALIZAÇÃO DE PONTOS HOMÓLOGOS EM REGIÕES HOMOGÊNEAS DE FOTOGRAFIAS AÉREAS POR REFINAMENTO DO MÉTODO DAS ÁREAS Rio de Janeiro – RJ 2006

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA CARTOGRÁFICA

Cap OSÉIAS BORGES DOS SANTOS

LOCALIZAÇÃO DE PONTOS HOMÓLOGOS EM REGIÕES HOMOGÊNEAS DE FOTOGRAFIAS AÉREAS POR REFINAMENTO DO MÉTODO DAS ÁREAS

Rio de Janeiro – RJ 2006

Page 2: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

1

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

CAP OSÉIAS BORGES DOS SANTOS

LOCALIZAÇÃO DE PONTOS HOMÓLOGOS EM REGIÕES HOMOGÊNEAS DE FOTOGRAFIAS AÉREAS POR REFINAMENTO

DO MÉTODO DAS ÁREAS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Cartográfica. Orientador: Leonardo Castro de Oliveira – D.E.

Rio de Janeiro – RJ 2006

Page 3: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

2

C2006

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha

Rio de Janeiro - RJ CEP: 22290-270

Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá incluí-

lo em base de dados, armazenar em computador, microfilmar ou adotar qualquer

forma de arquivamento.

É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre

bibliotecas deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que

esteja ou venha a ser fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações,

desde que sem finalidade comercial e que seja feita a referência bibliográfica

completa.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do(s) autor(es) e

do(s) orientador(es).

S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões

homogêneas de fotografias aéreas por refinamento do método das áreas / Oséias Borges dos Santos. - Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia, 2006.

158p. : il., graf., tab. Dissertação (mestrado) - Instituto Militar de

Engenharia – Rio de Janeiro, 2006.

1. Pontos homólogos. 2. Método das áreas. 3 Método das feições. I. Título. II. Instituto Militar de Engenharia

CDD 526

Page 4: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

3

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

CAP OSÉIAS BORGES DOS SANTOS

LOCALIZAÇÃO DE PONTOS HOMÓLOGOS EM REGIÕES HOMOGÊNEAS DE FOTOGRAFIAS AÉREAS POR REFINAMENTO

DO MÉTODO DAS ÁREAS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia Cartográfica. Orientador: Leonardo Castro de Oliveira – D.E.

Aprovada em 12 de dezembro de 2006 pela seguinte Banca Examinadora:

___________________________________________________________ Leonardo Castro de Oliveira – D.E. do IME – Presidente

___________________________________________________________ Jorge Luís Nunes e Silva Brito – Cel R1 – Ph.D. da UERJ

___________________________________________________________ Luiz Felipe Coutinho Ferreira da Silva – D.E. do IME

Rio de Janeiro 2006

Page 5: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

4

À minha mãe, Joana, pela luta incessante e obstinada em prol da minha formação em todos os sentidos. À minha esposa amada, Viviane, pelo incentivo em todas as fases desta jornada. Aos meus filhos, Luiz Henrique e Maria Fernanda, pelas alegrias proporcionadas diariamente. Aos meus sogros, Siqueira e Glória por terem me acolhido no seio de sua família como um verdadeiro filho.

Page 6: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo, especialmente pela saúde.

Ao Exército Brasileiro pelas oportunidades profissionais e experiências

oferecidas.

Ao Instituto Militar de Engenharia pela sólida formação em nível superior.

A todos os integrantes da Seção de Engenharia Cartográfica que contribuíram

direta ou indiretamente com este trabalho.

À 1ª e 5ª Divisões de Levantamento pelo fornecimento de materiais utilizados no

desenvolvimento desta dissertação.

Ao prof. Dr. Leonardo Castro de Oliveira pela credibilidade, apoio, discussão, e

desenvolvimento da idéia inicial que deu origem ao tema central deste trabalho.

Ao professor Maurício Galo, da Universidade Estadual Paulista, sempre muito

gentil e solícito, não hesitou, em nenhum momento, em transmitir as informações

solicitadas.

Ao professor Nunes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, pelas

inúmeras colaborações a esta pesquisa.

À minha esposa pela administração familiar e apoio incondicional, propiciando

um ambiente tranqüilo de pesquisa e criação.

Page 7: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

6

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES............................................................................................... 10

LISTA DE TABELAS........................................................................................................ 13

LISTA DE SIGLAS........................................................................................................... 14

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 17

1.1 Posicionamento do trabalho........................................................................... 17

1.1.1 Evolução da Fotogrametria............................................................................ 17

1.1.2 Estado da arte................................................................................................ 21

1.1.3 Estágio da Fotogrametria no Brasil................................................................ 22

1.1.4 Foco do trabalho proposto............................................................................. 22

1.2 Justificativa do trabalho................................................................................. 23

1.3 Objetivo da dissertação.................................................................................. 24

1.4 Organização da dissertação........................................................................... 25

2 LOCALIZAÇÃO DE PONTOS HOMÓLOGOS.............................................. 26

2.1 Introdução....................................................................................................... 26

2.2 Visão computacional versus Inteligência Artificial em Fotogrametria............. 27

2.3 Termos e conceitos........................................................................................ 30

2.4 Mal condicionamento do problema................................................................. 30

2.5 Discussão dos métodos................................................................................. 32

2.5.1 Primitivas........................................................................................................ 33

2.5.2 Similaridades.................................................................................................. 34

2.5.3 Métodos de busca.......................................................................................... 36

2.5.4 Princípios dos métodos.................................................................................. 37

2.5.5 Vantagens e desvantagens dos métodos...................................................... 44

2.5.6 Soluções adequadas a cada tipo de problema.............................................. 46

2.6 Injunções........................................................................................................ 46

2.6.1 Geometria epipolar e normalização................................................................ 47

2.6.2 Imagens verticais............................................................................................ 50

2.6.3 Predição da posição....................................................................................... 51

Page 8: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

7

2.6.4 Outras injunções............................................................................................. 52

2.6.4.1 Unicidade........................................................................................................ 52

2.6.4.2 Continuidade................................................................................................... 52

2.6.4.3 Compatibilidade.............................................................................................. 52

2.6.4.4 Disparidade..................................................................................................... 54

2.7 Considerações finais...................................................................................... 54

3 METODOLOGIA PARA REFINAMENTO DO MÉTODO DAS ÁREAS EM

REGIÕES HOMOGÊNEAS............................................................................

56

3.1 Descrição geral da metodologia..................................................................... 56

3.2 Caracterização da área e materiais utilizados........ ....................................... 59

3.3 Análise da diferença de posição das feições ocorrida entre imagens

diferentes........................................................................................................

60

3.3.1 Primeira análise.............................................................................................. 64

3.3.2 Segunda análise............................................................................................. 68

3.3.3 Terceira análise.............................................................................................. 71

3.3.4 Conclusão sobre as análises de diferença de posição.................................. 74

3.4 Pré-processamento das imagens................................................................... 75

3.4.1 Normalização das imagens............................................................................ 75

3.4.2 Extração de um conjunto de pares de pontos homólogos............................. 77

3.5 Análise das falhas provenientes do processo de correlação......................... 77

3.5.1 Avaliação da similaridade............................................................................... 80

3.5.2 Avaliação da predição do homólogo.............................................................. 80

3.5.3 Avaliação da predição refinada do homólogo................................................ 80

3.5.4 Avaliação da ambigüidade............................................................................. 82

3.5.5 Extração de parâmetros da amostra.............................................................. 83

3.5.6 Conclusão sobre a análise das falhas............................................................ 85

3.6 Construção da rotina e elaboração do critério de aceitação dos

resultados.......................................................................................................

86

4 TESTES, RESULTADOS E ANÁLISES........................................................ 92

4.1 Testes realizados............................................................................................ 92

4.2 Resultados...................................................................................................... 94

Page 9: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

8

4.3 Análises.......................................................................................................... 97

4.3.1 Análises sobre o refinamento dos pontos...................................................... 98

4.3.2 Análises para o caso prático........................................................................... 99

4.3.2.1 Quantidade de pontos corretos e que foram aceitos...................................... 99

4.3.2.2 Quantidade de pontos corretos e que não foram aceitos............................... 99

4.3.2.3 Eficiência dos critérios utilizados (C1 e C2)................................................... 100

4.3.2.4 Probabilidade de confirmar os acertos........................................................... 101

4.4 Outras análises............................................................................................... 103

4.5 Considerações finais...................................................................................... 107

5 CONCLUSÃO................................................................................................. 110

5.1 Conclusões..................................................................................................... 110

5.2 Sugestões para trabalhos futuros................................................................... 112

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 114

7 APÊNDICES................................................................................................... 119

7.1 APÊNDICE 1: CÁLCULO DETALHADO DA BUSCA..................................... 120

7.2 APÊNDICE 2: TESTE DE HIPÓTESES PARA PROPORÇÃO APLICADO

AOS RESULTADOS.......................................................................................

125

7.3 APÊNDICE 3: AMOSTRA DE PONTOS PARA O ESTEREOGRAMA N0 1.. 129

7.4 APÊNDICE 4: AMOSTRA DE PONTOS PARA O ESTEREOGRAMA N0 2.. 130

7.5 APÊNDICE 5: IMAGEM ESQUERDA NORMALIZADA DO ESTEREOGRAMA N0 1.................................................................................

131

7.6 APÊNDICE 6: IMAGEM ESQUERDA NORMALIZADA DO ESTEREOGRAMA N0 2.................................................................................

132

7.7 APÊNDICE 7: CONJUNTO DE PONTOS DO ESTEREOGRAMA N0 1,

SUBMETIDO AOS TESTES...........................................................................

133

7.8 APÊNDICE 8: CONJUNTO DE PONTOS DO ESTEREOGRAMA N0 2

SUBMETIDO AOS TESTES...........................................................................

135

7.9 APÊNDICE 9: CONJUNTO DE PONTOS DO ESTEREOGRAMA N0 1 QUE

FALHARAM E FORAM SUBMETIDOS AO ALGORITMO BASEADO EM

FEIÇÕES........................................................................................................

137

Page 10: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

9

7.10 APÊNDICE 10: CONJUNTO DE PONTOS DO ESTEREOGRAMA N0 2

QUE FALHARAM E FORAM SUBMETIDOS AO ALGORITMO BASEADO

EM FEIÇÕES..................................................................................................

139

7.11 APÊNDICE 11: RESULTADO FINAL FORNECIDO PELO ALGORITMO BASEADO EM FEIÇÕES (ESTEREOGRAMA N0 1).....................................

142

7.12 APÊNDICE 12: RESULTADO FINAL FORNECIDO PELO ALGORITMO BASEADO EM FEIÇÕES (ESTEREOGRAMA N0 2).............................................

144

7.13 APÊNDICE 13: PROGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO DO ALGORITMO

BASEADO EM ÁREAS. ADAPTADO DE AUGUSTO (1999) ........................

147

7.14 APÊNDICE 14: PROGRAMA PARA AJUSTAMENTO DOS DADOS DA

FUNÇÃO PARALAXE.....................................................................................

152

7.15 APÊNDICE 15: PROGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO DO ALGORITMO

BASEADO EM FEIÇÕES...............................................................................

154

Page 11: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIG. 1.1 Restituidores analógicos: ZEISS PLANIMAT e WILD B8 S (fonte: 3ª

Divisão de Levantamento – 3ª DL)..............................................................

18

FIG. 1.2 Estação digital: INTERGRAPH IMAGESTATION ZIII (fonte: 3ª

DL)...............................................................................................................

19

FIG. 2.1 Pirâmide de imagens................................................................................... 29

FIG. 2.2 Oclusões devido aos obstáculos (adaptado de FAUGERAS – 1993) ........ 31

FIG. 2.3 Efeitos causados por obstáculos verticais................................................... 31

FIG. 2.4 Método baseado em áreas (Adaptado de HEIPKE – 1996)........................ 38

FIG. 2.5 Possibilidades de solução do método baseado em feições........................ 39

FIG. 2.6 Matching usando feições (CHRISTMAS – 1995)........................................ 40

FIG. 2.7 Objeto visto de pontos diferentes................................................................ 40

FIG. 2.8 Medidas de similaridade usando níveis de cinza........................................ 41

FIG. 2.9 Fluxograma do método de busca (adaptado de GALO - 2003) .................. 42

FIG. 2.10 Geometria epipolar (adaptada de MIKHAIL – 2001) .................................. 47

FIG. 2.11 Geometria da normalização (adaptada de MIKHAIL – 2001) ..................... 48

FIG. 2.12 Imagem inclinada......................................................................................... 50

FIG. 2.13 Predição da posição da feição homóloga.................................................... 51

Page 12: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

11

FIG. 3.1 Algoritmo baseado em áreas e feições....................................................... 58

FIG. 3.2 Análise da diferença de posição das feições............................................... 60

FIG. 3.3 Estratégia para análise da diferença de posição das feições...................... 61

FIG. 3.4 Construção das imagens artificiais.............................................................. 62

FIG. 3.5 Distribuição dos pontos na imagem de referência....................................... 65

FIG. 3.6 Resultado gráfico da primeira análise (direções)........................................ 66

FIG. 3.7 Resultado gráfico da primeira análise (distâncias)...................................... 66

FIG. 3.8 Interpretação conjunta dos dados da figura 3.6.......................................... 67

FIG. 3.9 Conclusão parcial da primeira análise da diferença de feições................... 68

FIG. 3.10 Resultado gráfico da segunda análise (direções)........................................ 69

FIG. 3.11 Resultado gráfico da segunda análise (distâncias)..................................... 69

FIG. 3.12 Interpretação conjunta dos dados da figura 3.10........................................ 71

FIG. 3.13 Conclusão parcial da segunda análise da diferença de feições.................. 71

FIG. 3.14 Resultado gráfico da terceira análise (direções)......................................... 73

FIG. 3.15 Resultado gráfico da terceira análise (distâncias)....................................... 74

FIG. 3.16 Interpretação conjunta dos dados da figura 3.14........................................ 74

Page 13: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

12

FIG. 3.17 Relação da paralaxe com as linhas e colunas............................................ 81

FIG. 3.18 Comparação entre a paralaxe e a função paralaxe..................................... 81

FIG. 3.19 Esquema dos 15 maiores valores de similaridade de uma janela de

busca...........................................................................................................

87

FIG. 3.20 Relacionamentos entre o ponto P e seus vizinhos V1 e V2........................ 88

FIG. 4.1 Distribuição dos pontos analisados............................................................. 94

FIG. 4.2 Evolução do processamento dos pontos..................................................... 104

FIG. 4.3 Contraste dos níveis de cinza dos pixels selecionados no estereograma

n0 1..............................................................................................................

106

FIG. 4.4 Contraste dos níveis de cinza dos pixels selecionados no estereograma

n0 2..............................................................................................................

107

Page 14: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

13

LISTA DE TABELAS

TAB. 2.1 Classificação dos métodos segundo alguns autores...................................... 33

TAB. 2.2 Características das feições............................................................................. 41

TAB. 2.3 Evolução da correspondência durante o processo de busca......................... 44

TAB. 3.1 Dados da 1ª análise da diferença de feições.................................................. 64

TAB. 3.2 Dados da 2ª análise da diferença de feições.................................................. 68

TAB. 3.3 Dados da 3ª análise da diferença de feições.................................................. 72

TAB. 3.4 Parâmetros das orientações interior e exterior............................................... 76

TAB. 3.5 Variação de uma coordenada pelo incremento de pixels............................... 79

TAB. 3.6 Elementos para análise das causas de falhas................................................ 84

TAB. 4.1 Principais diferenças de características e geometria das imagens................ 93

TAB. 4.2 Síntese dos resultados referentes ao estereograma n0 1............................... 95

TAB. 4.3 Síntese dos resultados referentes ao estereograma n0 2............................... 96

TAB. 4.4 Análise dos resultados referentes ao estereograma n0 1............................... 102

TAB. 4.5 Análise dos resultados referentes ao estereograma n0 2............................... 103

TAB. 5.1 Comparação dos resultados da metodologia................................................. 111

TAB. 5.2 Eficiência dos critérios adotados na metodologia........................................... 112

Page 15: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

14

LISTA DE SIGLAS

ASPRS American Society of Photogrammetry and Remote Sensing CCD Charged Couple Devices CG Computação Gráfica FNA Função de não Ambigüidade IA Inteligência Artificial IME Instituto Militar de Engenharia MDT Modelo Digital do Terreno MNE Modelo Numérico de Elevações NC Níveis de cinza OI Orientação Interior OE Orientação Exterior RAM Random Access Memory SIG Sistema de Informação Geográfica SRTM Shuttle Radar Topography Mission UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro UNESP Universidade Estadual Paulista UPTK Unesp Photogrammetric Tool Kit VC Visão Computacional

Page 16: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

15

RESUMO

A Fotogrametria, em muito se beneficiou com o avanço da informática, trazendo perspectivas de alternativas para o mapeamento. Os Modelos Numéricos de Elevações (MNE) fazem parte dos produtos intermediários imprescindíveis para a atividade de mapeamento de forma automatizada. A principal fonte de erro dos MNE, gerados por essas técnicas, decorre da dificuldade em se criar (automática ou semi automaticamente) uma associação entre as feições iguais em imagens diferentes. Essa tarefa é conhecida como localização de pontos homólogos. A localização de pontos homólogos pelo método baseado em áreas é a técnica mais empregada. Porém, não é uma solução genérica para todos os tipos de terreno ou ocorrências naturais. Como exemplo, essa técnica não resolve o problema para áreas homogêneas, áreas de sombras, áreas de vegetação densa, etc. Este trabalho visou à melhoria do rendimento do método baseado em áreas quando aplicado em regiões homogêneas, ou seja, com pouca variação de textura do terreno. A estratégia foi usar uma outra técnica, conhecida como método baseado em feições. Foi necessário estabelecer um parâmetro que indicasse as falhas obtidas pelo emprego da primeira técnica, exigindo a atuação da segunda. O emprego da metodologia proposta apresentou melhora de rendimento em duas áreas de teste. Uma das áreas de teste favoreceu o rendimento do método baseado em áreas, ainda assim, houve um aumento de 5,7 por cento na quantidade de pontos corretos. Na outra área de teste, onde a textura do terreno era mais pobre, o rendimento foi mais acentuado, chegando-se a 12 por cento.

Page 17: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

16

ABSTRACT

The Photogrammetry was much benefited with the advance of computer science, bringing perspective of alternatives for mapping. The Numerical Elevations Models (NEM) are part of the essential intermediate products for the activity of automated mapping. The main source of error of NEM, generated by these techniques, comes from the difficulty in creating (automatically or semi-automatically) the matching for equal features in different images. This task is known as homologous point determination. The homologous point determination, by the area-based method, is the most used technique, although it is not a generic solution for all types of terrain or natural occurrences. As example, this technique does not solve the problem for homogeneous areas, shades areas, dense vegetation areas, etc. This work aimed at the improvement of the performance of the area-based method, when applied in homogeneous regions, that is, with little variation of texture of the terrain. The strategy was to use another technique, known as feature-based method. It was necessary to establish a parameter that indicated the imperfections caused by the use of the first technique, demanding the action of the second technique. The use of the proposed methodology presented improvement of the performance in two test areas. One of the test areas favored the income of the area-based method. Still thus, there was increase of 5.7 percent in the amount of correct points. In the other test area, where the texture of the terrain was poorer, the income was more accentuated, arriving at 12 percent.

Page 18: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

17

1 INTRODUÇÃO

1.1 POSICIONAMENTO DO TRABALHO

1.1.1 EVOLUÇÃO DA FOTOGRAMETRIA

Segundo a American Society of Photogrammetry and Remote Sensing - ASPRS

(2006), Fotogrametria é a arte, ciência e tecnologia de obter informações confiáveis

sobre objetos e sobre o meio ambiente com o uso de processos de registro,

medições e interpretações das imagens e padrões de energia eletromagnética. E

como toda ciência, tem evoluído ao longo dos tempos com o intuito de provocar

mudanças nas técnicas vigentes e, assim, atingir o seu objetivo com mais eficiência.

Novos instrumentos e técnicas têm sido desenvolvidos, o que tem possibilitado o

emprego da Fotogrametria em diversos campos do conhecimento. Em se tratando

da evolução das técnicas e da instrumentação, pode ser encontrado um breve

histórico da Fotogrametria no trabalho de BRITO e FILHO (2002), onde os autores

destacam quatro fases bem distintas: Fotogrametria pioneira, analógica, analítica e

digital.

O pioneirismo da Fotogrametria se deu algum tempo após a descoberta da

fotografia, em meados do século XVII. Sem nenhum instrumento ou técnica

especializada, as fotografias eram usadas para realização de levantamentos.

A fase analógica iniciou-se no início do século passado com o uso de técnicas à

base de extensos cálculos matemáticos, os quais foram sendo substituídos por

retificadores e, mais tarde, por restituidores analógicos (na figura 1.1, visualiza-se

dois tipos de restituidores analógicos), baseados em princípios ópticos e mecânicos.

Começaram a aparecer câmaras aéreas voltadas para o emprego na Fotogrametria.

Os trabalhos de campo foram reduzidos com o surgimento da técnica de

aerotriangulação. Não havia qualquer tipo de automação e a entrada e o

processamento de dados eram analógicos. O fim dessa fase ocorreu na década de

cinqüenta e foi marcada pelo desaparecimento gradual dos aparelhos analógicos.

Page 19: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

18

FIG. 1.1 Aparelhos analógicos: ZEISS PLANIMAT e WILD B8 S (fonte: 3ª Divisão de

Levantamento – 3ª DL)

A fase analítica começou na década de cinqüenta com o advento do

computador. Embora o insumo de entrada ainda fosse analógico, o processamento

passou a ser feito analiticamente com auxílio do computador. Portanto, as fases

analógica e analítica muito tiveram em comum, distinguindo-se, principalmente,

quanto ao processamento dos dados. As datas informadas como marco final e inicial

dessas fases são referências do ponto de vista comercial, pois no Brasil, os

equipamentos tiveram vida útil prolongada muito além desses marcos, a exemplo

dos equipamentos analíticos e analíticos repotencializados. A maior capacidade de

processamento e armazenamento de dados por parte dos computadores permitiu a

introdução de uma inovação na Fotogrametria: o uso de imagens digitais. Assim,

teve início a Fotogrametria digital, que vem sendo aprimorada ao lado de outras

inovações, tais como câmaras digitais, scanners de alta resolução, satélites de

imageamento e técnicas de processamento de imagens. Somente nesta fase iniciou-

se um tratamento completamente digital (computacional), desde a entrada até a

saída dos dados. A figura 1.2 é uma imagem de uma estação fotogramétrica digital.

Page 20: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

19

FIG. 1.2 Estação digital: INTERGRAPH IMAGESTATION ZIII (fonte: 3ª DL)

Nas fases analógica e analítica os produtos de saída foram concebidos

inicialmente na forma analógica. Todavia, foi possível repotencializar os aparelhos,

possibilitando a saída de dados na forma digital e prolongando-lhes a vida útil.

Uma comparação pode ser feita levando-se em conta as fases analítica e digital.

Em trabalho realizado por OBOBEA (2002), encontra-se uma análise e avaliação de

tarefas (aerotriangulação, geração de Modelo Digital do Terreno e extração de

feições), realizadas com aparelhos analítico e digital, sob os seguintes critérios:

acuracidade (posicional e temática), flexibilidade, tempo e custo. Ainda segundo

esse autor, apenas a acuracidade dos produtos, quando produzidos em aparelho

analítico, apresentou vantagem quando comparada com a acuracidade dos produtos

produzidos em aparelho digital. Esta poderia ser uma vantagem, mas tais

conclusões não podem ser generalizadas, pois foi usado um aparelho específico

(LEICA SD 2000). Na seqüência evidencia-se uma série de vantagens referentes à

Fotogrametria digital. As tarefas que eram realizadas em laboratório fotográfico

puderam ser suprimidas ou reduzidas, bem assim como os seus custos e tempo de

execução, pois técnicas de processamento de imagens permitem que as mesmas

possam ser tratadas digitalmente. Uma vez tendo sido montados os

estereomodelos1, estes são armazenados em forma de arquivos que podem ser

reproduzidos e transferidos para várias estações de trabalho. Tal flexibilidade 1 Duas fotografias verticais sucessivas de uma mesma faixa de vôo, possuindo recobrimento longitudinal, quando são corretamente orientadas, permitem a visualização do relevo. Essa imagem é chamada estereomodelo ou modelo estereoscópico. Um par de fotografias susceptíveis de serem observadas estereoscopicamente é chamado de par estereoscópico ou estereopar. RICCI e PETRI (1965).

Page 21: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

20

permite um aumento na produtividade e facilita os planejamentos. Um exemplo disso

é que o mesmo operador tem acesso a vários estereomodelos na mesma estação e

num intervalo de tempo muito curto. Não há restrição quanto ao posicionamento do

sensor em relação à superfície; o mesmo ocorre com relação à escala de saída dos

produtos, pois estas tarefas são realizadas computacionalmente, aceitando

quaisquer valores (obviamente, nem todos os produtos gerados têm aceitabilidade

técnica). Na Fotogrametria digital, o sistema olho do operador versus modelo

estéreo tornou-se mais confortável, poupando a saúde dos operadores. Além disso,

vários profissionais podem observar o modelo simultaneamente. A manutenção dos

equipamentos digitais conta com uma maior quantidade de pessoas habilitadas e

que conseguem acompanhar a evolução daqueles, pois está baseada

essencialmente em conhecimentos de informática. O emprego dos produtos gerados

é mais diversificado, não se limitando apenas à leitura de cartas para emprego em

orientação, cálculos manuais de áreas, volumes e perfis, podendo ser citados, não

exaustivamente: confecção de mapas temáticos e cartas topográficas; base para

sistemas de localização e acompanhamento de alvos; base para Sistemas de

Informação Geográfica (SIG); cálculos automáticos de áreas, volumes, perfis, campo

de visada e outros.

Embora outras vantagens possam ainda ser citadas, a Fotogrametria digital traz

algumas desvantagens. Não restam dúvidas quanto à qualidade das imagens

geradas por câmaras analógicas, sendo que a busca por qualidade semelhante, em

câmaras digitais, tem levado à elaboração de dispositivos cujos custos são mais

elevados. A quantidade de memória requerida para armazenamento dos dados é

elevada. Como exemplo, uma única imagem de 23 x 23 cm, com pixels de 13

micrômetros, em níveis de cinza e sem compressão, requer 298 Megabytes. Assim,

uma mídia de 100 Gigabytes armazena tão somente 205 imagens deste tipo, sem

levar em conta as cópias de segurança. Outro grande problema é a utilização de

uma variedade de programas para se realizar os processamentos computacionais;

em alguns casos, não só os programas são de propriedade privada como os

formatos utilizados também o são.

Page 22: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

21

1.1.2 ESTADO DA ARTE

O estado da arte em Fotogrametria digital pode ser traduzido pela automatização

(ou semi-automatização) dos processos envolvidos nas diversas aplicações

fotogramétricas. Porém, trata-se de uma árdua missão, como se depreende de

SCHENK (1997) quando afirma que a automatização requer conhecimentos mais

amplos. Como exemplo, pode-se pensar no mapeamento que é uma aplicação

modulada por várias tarefas que ainda requerem intervenção humana. De fato, essa

aplicação vai além dos conhecimentos em Fotogrametria, pois, para que o produto

transmita a informação completa, é essencial a reambulação (tarefa que depende

mais de técnicas e é de difícil automatização).

Segundo WANDRESEN (2004), a automatização é viável quando permite ganho

de tempo sem perda de qualidade. Várias tarefas e aplicações da Fotogrametria são

passíveis de automatização, como por exemplo, orientação interior, orientação

relativa, orientação absoluta, aerotriangulação, geração de MNE, geração de

ortofoto, localização e reconhecimento de objetos e interpretação de imagens. Esta

última encerra elevado grau de dificuldade para automatizá-la. Ainda de acordo com

WANDRESEN (2004), GALO (2003), ZHANG et al (1997) e BONIFACE (1996), a

correspondência de pontos homólogos, discutida no Capítulo seguinte, é uma

técnica importante e bastante utilizada no processo de automatização da

Fotogrametria.

Não obstante o esforço das pesquisas em Fotogrametria, sua automatização

depende de pesquisas em outros campos do conhecimento, haja vista existirem

vários obstáculos a serem superados. Como exemplos de obstáculos, entre outros,

podem ser citados os mesmos do item 1.1.1, assumidos como desvantagens da

Fotogrametria digital.

Page 23: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

22

1.1.3 ESTÁGIO DA FOTOGRAMETRIA NO BRASIL

Historicamente, este ramo do conhecimento no Brasil sempre dependeu da

importação de técnicas e equipamentos. Em 31 de maio de 1890, o Serviço

Geográfico do Exército foi formalmente criado e a data considerada como o marco

inicial das atividades de mapeamento. No entanto, a aplicação de técnicas

modernas só foi possível trinta anos depois, com a contratação da Missão

Cartográfica Austríaca. Na segunda metade do século passado houve um

considerável esforço no sentido de mapear o Território brasileiro, o que foi feito

usando, principalmente, técnicas fotogramétricas e com o auxílio de equipamentos

analógicos e analíticos.

No Brasil, o mapeamento pode ser considerado uma atividade essencialmente

estatal e, portanto, sujeita aos investimentos no setor de infra-estrutura. Nos últimos

anos não tem recebido a atenção que merece, em detrimento de outras prioridades,

ficando cada vez mais desatualizado. O desenvolvimento da Fotogrametria é

prejudicado por esse cenário, cuja conseqüência direta é a redução de capacitação

cientifica, técnica e operacional. O avanço da Fotogrametria tem se caracterizado

por iniciativas pontuais, como por exemplo: o projeto de desenvolvimento de uma

estação digital fotogramétrica (E-FOTO, 2006), nascida no Departamento de Ensino

de Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia (IME) e atualmente

desenvolvido pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); o

desenvolvimento, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), de uma biblioteca

de rotinas computacionais (UPTK – Unesp Photogrammetric Tool Kit) para apoio em

pesquisas na área de Fotogrametria (UPTK, 2005).

1.1.4 FOCO DO TRABALHO PROPOSTO

Diante do que foi exposto, faz-se necessário o enquadramento do presente

trabalho. O foco está concentrado num dos pontos chaves para os processos de

automatização da Fotogrametria: a determinação automática de pontos homólogos.

Page 24: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

23

Esta técnica, entre outras, pode viabilizar a automatização de várias tarefas, como

por exemplo, a geração de Modelo Numérico de Elevações (MNE). De acordo com

LEBERL (1996), a geração automática desses produtos ainda não se tornou uma

tecnologia aceita. Embora essa afirmação tenha sido feita há uma década, percebe-

se que as estações fotogramétricas trazem pacotes de programas que possibilitam a

construção de ortofotos, MNE e outros produtos, usando a técnica de correlação de

imagens, sem contudo, permitir a sistematização do mapeamento dentro dos

padrões estabelecidos para qualquer tipo de terreno. MENDONÇA JÚNIOR (2002)

propõe em seu trabalho uma metodologia para geração semi-automática de Modelo

Digital do Terreno (MDT), visando à construção de cartas topográficas; o autor

destaca algumas restrições para a viabilidade da metodologia, entre elas a coleta

manual de pontos em regiões de cobertura florestal e a modificação dos algoritmos

geradores de curva de níveis, de tal forma que atendam às leis do modelado.

1.2 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO

O desenvolvimento de uma alternativa para a extração semi-automática de

coordenadas do terreno, usando-se imagens digitais, é o campo no qual este

trabalho se propõe incluir. Já foram apresentadas metodologias a respeito desse

tema; contudo, ainda merecem refinamentos para que sejam aceitas como técnicas

que dêem suporte ao mapeamento, pois não resolvem o problema para todos os

tipos de terreno. Em uma mesma imagem podem ocorrer situações que requerem a

intervenção do operador, como por exemplo, em áreas de sombra (comum nas

imagens), áreas de cobertura vegetal, terrenos com pouco contraste de feições, etc.

A extração semi-automática de coordenadas do terreno, usando-se um

estereomodelo, passa por diversas etapas, entre elas a localização (automática ou

semi-automática) de pontos homólogos que é o alvo da presente pesquisa.

No momento em que o problema da localização automática de pontos

homólogos for solucionado, poderá haver um maior incremento na produção

cartográfica. Os trabalhos de gabinete poderão ter seus custos reduzidos devido a

dois principais fatores: utilização de recursos computacionais mais econômicos (por

Page 25: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

24

exemplo, o uso de programas livres e computadores de uso geral) e exploração

racional da semi-automatização que a metodologia poderá oferecer (por exemplo, a

execução em lote de tarefas demoradas, que não necessitam da intervenção

humana). Se tal metodologia puder ser implementada total ou parcialmente com

programas de uso livre, haverá mais facilidade para o treinamento de mão-de-obra,

atualmente prejudicado, desde os cursos de formação, pela escassez de recursos.

A proposta de melhorar os resultados da correlação, fornecidos pela técnica

baseada em áreas, apóia-se na utilização de outra técnica disponível na literatura,

de tal sorte que as vantagens e desvantagens entre elas, de uma forma geral,

venham a ser compensadas. A opção pelo uso de imagens com áreas homogêneas

se explica pelo fato de ser esta uma das causas de falha do algoritmo baseado em

áreas, como será visto no Capítulo 2.

Embora seja tecnicamente viável o emprego da correlação em imagens

obtidas por sensores orbitais CCD (charged couple devices), estas não foram

escolhidas para este trabalho devido ao fato de conterem mais ruídos e estarem

mais susceptíveis à ocorrência de nuvens, em relação às fotos aéreas. Esses fatos

prejudicam sensivelmente a eficiência do algoritmo.

1.3 OBJETIVO DA DISSERTAÇÃO

Propor e avaliar uma metodologia para diminuir as falhas na correspondência de

pontos homólogos em regiões homogêneas ao ser usado o método baseado em

áreas. O emprego de fotos verticais é uma injunção utilizada com a finalidade de se

evitar grandes distorções das feições; as imagens serão normalizadas a fim de

diminuir a área de busca dos pontos homólogos.

Page 26: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

25

1.4 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

Esta dissertação está organizada em 5 Capítulos e 15 Apêndices. O Capítulo 2

aborda aspectos conceituais necessários à compreensão do trabalho; conceitos

clássicos da literatura não serão enfatizados, sendo feitas as necessárias

referências, ao contrário daqueles que se apresentam com menos freqüência na

literatura específica da Fotogrametria, como é o caso da apresentação das técnicas

para localização de pontos homólogos e suas particularidades. O Capitulo 3,

intitulado “Metodologia para refinamento do método das áreas em regiões

homogêneas”, apresenta os aspectos concernentes à primeira fase da pesquisa,

qual seja, a proposta da metodologia; abordando o processamento das imagens, a

medição e a avaliação das injunções a serem empregadas e a construção do

algoritmo e sua implementação. O Capítulo 4 materializa a segunda fase da

pesquisa, que é a avaliação da metodologia apresentada. Finalmente, no Capítulo 5,

são apresentadas as conclusões e as sugestões para trabalhos futuros na área de

pesquisa.

Page 27: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

26

2 LOCALIZAÇÃO DE PONTOS HOMÓLOGOS

2.1 INTRODUÇÃO

Desde a década de 50, pesquisas vêm sendo realizadas no sentido de resolver

o problema da localização de pontos ou feições homólogas em diferentes imagens.

O problema consiste basicamente em escolher uma feição em determinada imagem

e encontrá-la em outra imagem que a contenha. Àquela época já começava a se

vislumbrar emprego dessa técnica em Fotogrametria e outras áreas do

conhecimento. De acordo com SCHENK (1997), desde o princípio da década de 70

até meados da década seguinte, um considerável esforço foi realizado a respeito

desse tema sem, contudo, chegar-se a uma solução geral.

A localização de pontos homólogos, também conhecida na literatura como

matching, ponto correspondente, associação de imagens, correlação, ponto

conjugado ou entidade conjugada, é um caso particular da Visão Computacional -

conjunto de métodos e técnicas computacionais empregados com a finalidade de

interpretar e extrair informações de imagens. Atualmente, encontram-se modernos

sistemas de decisão baseados na localização de feições homólogas. Entre eles é

possível citar, não exaustivamente, sistemas de segurança, medição

computadorizada da dimensão de peças, rastreamento de alvos, reconhecimento de

impressões digitais, orientação de robôs, extração de feições cartográficas, dentre

outros.

Localizar feições homólogas é uma tarefa relativamente simples de ser resolvida

por humanos. Por outro lado, se realizada computacionalmente, pode encontrar

limitações para alguns tipos de aplicação. O emprego da correlação na

Fotogrametria Digital é um dos casos de aplicação em que os algoritmos sofrem

limitações. Isto ocorre devido à complexidade que envolve o problema da

localização de pontos homólogos, principalmente, segundo HEIPKE (1997), pela

perda/modificação das informações causada pela perspectiva central.

A publicação de trabalhos recentes a respeito da localização de pontos

homólogos permite a inferência de que o assunto ainda não está esgotado.

Page 28: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

27

Em conseqüência do domínio da técnica de correlação e de outras técnicas de

processamento de imagens, não há como não se falar na construção de um sistema

de restituição digital para produção de cartas de forma semi-automática. No entanto,

ainda há que se discutir os parâmetros de aceitação das cartas obtidas por

processos digitais. Segundo MENDONÇA JÚNIOR (2002), as técnicas existentes

não produzem curvas de níveis que representem integralmente o modelado do

terreno.

LEBERL (1996) defende a aceitação de ortofotos geradas com uso de técnicas

de correlação de imagens, pois estes produtos guardam uma maior relação

custo/benefício quando se leva em conta as técnicas tradicionais. Segundo o autor,

todos os sistemas digitais à venda podem produzir ortofotos digitais baseadas nessa

técnica.

2.2 VISÃO COMPUTACIONAL VERSUS INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM

FOTOGRAMETRIA

Atualmente os processos de produção buscam o máximo possível de

automatização. Com a intenção de se produzir mais e com maior eficiência, é

comum se recorrer à automatização de processos. Em Fotogrametria não é

diferente: há o desejo de se automatizar instrumentos e procedimentos de aquisição

de dados, análises e decisões. Nesse contexto, é possível indagar o que a disciplina

de Inteligência Artificial (IA) tem a oferecer para a Fotogrametria.

Para SARJAKOSKI (1988), a palavra “inteligência” é muito carregada

emocionalmente, pois quando se diz que uma pessoa é inteligente, normalmente se

faz o juízo de que ela tem uma capacidade mental acima da média. No entanto, o

conceito de IA é definido de forma significativamente diferente. Segundo

CARVALHO e OLIVEIRA (1998), uma atividade inteligente é tudo aquilo que não é

passível de tratamento sistêmico. Nesse sentido, IA busca tratar problemas que, até

o momento, não apresentam soluções sistêmicas determinísticas.

Analisando as tarefas da Fotogrametria que são focos da automação, observa-

se que ainda há uma concentração de esforços em se extrair as coordenadas do

Page 29: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

28

terreno. Tarefas mais subjetivas, como por exemplo, identificar pontos em uma

determinada fonte tomando por base croquis e descrições ou avaliar a melhor

estratégia para extração de MNE ainda não atraem esforços no sentido de

automação. Por esta perspectiva, pode-se dizer que ainda não há o emprego de IA

em Fotogrametria; o que ocorre, na verdade, é a aplicação de técnicas de Visão

Computacional (VC) em algumas tarefas. O conceito de VC, apresentado na

seqüência, enquadra a ação de busca por coordenadas de uma superfície com o

auxílio de imagens bidimensionais.

Segundo TRUCCO e VERRI (1998), Visão Computacional pode ser entendida

como um conjunto de técnicas computacionais que tenta estimar e explicar a

geometria e as propriedades dinâmicas do mundo tridimensional por meio de

imagens. Para MOHR e WU (1998), a principal tarefa pesquisada em VC é a relação

entre as imagens bidimensionais e as superfícies reais. MIKHAIL et al (2001)

apresentam diferentes elementos extraídos das imagens com emprego de

algoritmos de VC: bordas, regiões, pontos de interesse e associação de feições

(estabelecimento de vínculos entre feições homólogas em diferentes imagens). Não

obstante, tais elementos poderão servir de novas entradas de dados para outros

algoritmos.

Para a extração de bordas e regiões, MIKHAIL et al (2001) enumera várias

técnicas de segmentação de imagens; de uma forma geral, os algoritmos levam em

conta algum tipo de similaridade entre as características presentes no segmento

(texturas, cores, sombras, geometria, diferença de gradiente entre pixels vizinhos e

outras). Em seguida, os segmentos são apresentados de forma organizada (divisão

e junção, regiões crescentes e método de relaxação são algumas formas de

organizar os resultados). Pontos de interesse são pontos contrastantes em uma

imagem; existem diversos algoritmos para extração desses pontos, como por

exemplo, operadores de Moravec e de Forstner (MIKHAIL et al - 2001) que,

normalmente levam em conta a elevada variância do nível de cinza que ocorre em

uma dada vizinhança.

Técnicas para representação da entrada e saída de dados completam o

processo de extração de feições. Em fotogrametria, uma das formas de

representação de imagens muito utilizada é a pirâmide de imagens ou imagens em

multi-resolução; mais informações podem ser encontradas em WANDRESEN

Page 30: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

29

(2004), MENDONÇA JÚNIOR (2002) e MIKHAIL et al (2001). Os dados de saída

podem ser pontos, linhas, representações volumétricas ou grafos e podem ser

representados na forma vetorial, matricial ou descritiva.

Pirâmide de imagens (figura 2.1) é uma técnica usada para diminuir a

quantidade de cálculos realizados. A representação do terreno requer alta resolução

espacial (pixels da ordem de 42 µm) das imagens, causando uma grande

quantidade de informação a ser tratada; essa técnica permite fazer uma degradação

da imagem para que se trabalhe naquela de menor resolução e o resultado seja

propagado para a imagem original. Portanto, essa técnica se destaca pela

importância que assume no processamento das imagens em Fotogrametria.

Segundo WANDRESEN (2004), pirâmide de imagens consiste em um conjunto de

imagens derivadas da imagem original, cada uma com um grau de resolução menor.

FIG. 2.1 Pirâmide de imagens

Levando em consideração a figura 2.1, os cálculos seriam executados no nível 2

e propagado até o nível 0.

Page 31: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

30

2.3 TERMOS E CONCEITOS

É comum se encontrar outros sinônimos para a localização ou determinação de

pontos homólogos, como aqueles mencionados no item 2.1. Segundo HEIPKE

(1997), matching pode ser definido, em Fotogrametria e Sensoriamento Remoto,

como sendo o estabelecimento da correspondência entre vários conjuntos de dados.

Segundo WANDRESEN (2004), no tratamento digital de imagens entende-se por

correlação a comparação de imagens para a identificação de pontos homólogos que

melhor se adaptam de uma imagem, chamada de referência, com outra imagem,

denominada imagem de busca.

2.4 MAL CONDICIONAMENTO DO PROBLEMA

Não é difícil ser encontrado o emprego da palavra problema antecedendo os

termos apresentados no item 2.3. Isto se deve ao fato da associação de imagens ser

um problema mal condicionado2. O mal condicionamento ocorre principalmente pela

perda de informações, pela distorção do contorno das feições, bem como da

geometria delas (ângulos, distâncias e escala) quando da transformação do espaço

tri-dimensional para o espaço bi-dimensional por meio de uma perspectiva cônica. A

perda de informações provocada por obstáculos presentes no próprio cenário

imageado, conhecida como oclusão, normalmente vem acompanhada de outro

problema: o deslocamento devido ao relevo. Nas áreas destacadas da figura 2.2

observa-se, na imagem da esquerda, que algumas feições ou parte delas deixaram

de ser imageadas porque outras feições serviram de obstáculos.

2 Segundo HEIPKE (1997), um problema é mal condicionado (também chamado de problema inverso) se não houver garantia de que a solução exista, seja única e estável.

Page 32: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

31

FIG. 2.2 Oclusões devido aos obstáculos (adaptado de FAUGERAS – 1993)

A figura 2.3 mostra, de forma esquemática, o efeito causado na construção da

imagem devido à presença de obstáculos verticais.

FIG. 2.3 Efeitos causados por obstáculos verticais

Onde: - H é a altura do sensor;

- B é a base do obstáculo;

- T é o topo do obstáculo;

- rb é a distância do centro da foto à interseção determinada pelo plano da

foto e o raio de luz incidente em B;

Page 33: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

32

- rt é a distância do centro da foto à interseção determinada pelo plano da foto

e o raio de luz incidente em T;

- f é a focal do sensor.

Os efeitos ora apresentados diminuem o desempenho dos algoritmos. Além

destes, outras características presentes nas imagens dificultam igualmente a

solução do problema, como por exemplo, a repetição de padrões (feições) e aquelas

citadas por FRADKIN et al (1997): elementos artificiais, ambientes com abrupta

mudança de altura, sombras e grandes áreas homogêneas. ZHANG et al (1997)

agrupa os diversos problemas relacionadas ao matching em três categorias:

problemas fotométricos ou radiométricos, que estão ligados à construção do sensor

e iluminação de cena; problemas geométricos, que estão relacionados com a

projeção perspectiva; e problemas texturais, que estão relacionados com a forma e

disposição dos elementos presentes na cena.

Portanto, para um dado ponto em uma imagem, HEIPKE (1997) afirma que pode

não haver o seu correspondente devido às oclusões; pode haver mais de uma

possibilidade de correspondência devido à repetição de padrões e ainda; a solução

pode ser instável devido às texturas pobres (áreas homogêneas).

2.5 DISCUSSÃO DOS MÉTODOS

Ao longo do tempo em que o assunto vem sendo estudado, já foram propostos

alguns métodos. Contudo, os autores não compartilham do mesmo consenso na

hora de organizá-los para fins didáticos. Alguns afirmam existirem dois métodos:

baseado em áreas e baseado em feições; outros afirmam existirem três: baseado

em áreas, baseado em feições e método relacional ou estrutural ou simbólico.

Levando em consideração alguns trabalhos disponíveis no meio

científico/acadêmico, dentre aqueles cujos autores classificaram os métodos, foi

possível montar uma tabela (2.1) comparativa.

Page 34: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

33

TAB. 2.1 Classificação dos métodos segundo alguns autores.

Métodos Autores Áreas Feições Simbólico Misto

DHOND e AGGARWAL (1989) x x

CHIU et al (1997) x x

FRADKIN et al (1997) x x 1)

FRITSCH et al (1997) x x

HEIPKE (1997) x x x

SCHENK (1997) x x x

DO et al (1998) x x 2)

WANG (1998) x x x

MOUNT et al (1999) x x

ZHANG et al (2000) x x 3)

MIKHAIL et al (2001) x x 1)

GHAFOOR et al (2003) x x x

1) Método relacional é extensão do método baseado em feições. 2) Preconiza um método misto pela combinação de áreas e feições. 3) Embora não classifique os métodos, seu trabalho é baseado no método relacional.

Alguns autores, como DO et al. (1998), HEIPKE (1996) e DHOND e

AGGARWAL (1989), e, diferenciam os métodos pelo emprego das feições ou

entidades existentes nas imagens, chamadas primitivas; há ainda aqueles que

levam em conta os relacionamentos, ou medidas de similaridade, que podem existir

entre as primitivas e/ou método de busca da solução. A seguir, são apresentados os

conceitos de primitivas, similaridades, métodos de busca e discussão dos

fundamentos dos métodos.

2.5.1 PRIMITIVAS

Genericamente, entende-se por primitivas os elementos extraídos das imagens

necessários aos processamentos computacionais. Em GALO (2003) encontra-se

uma divisão para as primitivas em duas grandes categorias:

Page 35: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

34

• Valores dos níveis de cinza (ou tons de cinza) dos pixels em sub-imagens das

imagens utilizadas;

• Características das entidades de interesse, tais como pontos (quinas, alvos,

centros de massa de alvos circulares), feições retas, contornos, polígonos,

etc.

Os valores dos níveis de cinza podem ser considerados como amostras

discretas que representam o brilho da imagem, aos quais pode ser dado um

tratamento estatístico.

Cada entidade, também chamada de feição, é caracterizada por um conjunto de

atributos. A posição (coordenadas) está presente em todos os tipos de feições.

Comprimento, curvatura, orientação e força (gradiente ao longo da feição) podem

ser usados como atributos das feições lineares. Para feições de áreas podem ser

usados o perímetro, a área, a média de brilho, as relações com retângulos

envolventes e outras.

De uma forma geral as feições lineares e de área têm mais vantagens sobre as

pontuais, pois possuem mais características, por outro lado, possuem menos

candidatos a homólogos porque ocorrem em menor quantidade em comparação

com as feições pontuais. A primitiva do tipo ponto tem a vantagem de não sofrer

deformação devido à perspectiva cônica. Como desvantagem, as feições lineares e

de área são afetadas de uma foto para outra, pois, dependendo do ponto de vista

entre elas, uma área pode ser degenerada até uma reta e uma reta pode ser

degenerada até um ponto.

2.5.2 SIMILARIDADES

Primitivas homólogas podem ter similaridade medida com o auxílio de relações

entre suas características, chamadas funções de custo. Quando são usados os

níveis de cinza como primitivas, segundo GALO (2003), costuma-se usar funções de

correlação, correlação cruzada, função erro, função erro quadrático, função

covariância cruzada, entre outras, para expressar a similaridade. Quando são

usadas as feições como primitivas, é possível uma maior diversidade de

Page 36: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

35

modelagens para o estabelecimento das medidas de similaridade; tais modelagens

podem estar baseadas no espaço métrico (ângulos, distâncias, etc.) ou na descrição

(forma das feições, intersecção de uma feição com outra, etc.) das primitivas. As

funções de custo usadas para medir similaridade não seguem um padrão definido;

são estabelecidas caso a caso. A seguir encontram-se alguns exemplos de medidas

de similaridade.

Sejam dois conjuntos de primitivas do tipo “retas”:

E=E1, E2, E3, ..., Ei, ..., Em e D=D1, D2, D3, ..., Dj, ..., Dn

( )( )DE

DEComp

ji

ji

ji ,max

,min

,≡

≡ θcos ,,

minDE ji

Ori ji

( )SIMCRUZAEEr ≡≡ ,,212,1

onde: - E representa um conjunto de retas extraídas da imagem da esquerda e D

representa um conjunto de retas extraídas da imagem da direita, para um dado

estereomodelo;

- Compi,j e Orii,j são relações geométricas onde se busca a similaridade

(comprimento e orientação) entre uma reta do conjunto E e outra reta do conjunto D.

É comum se estabelecer funções cujo resultado tenha valores entre 0 e 1 para que

se possa associá-los a uma probabilidade e, desta forma, usar conceitos

relacionados à Probabilidade e Estatística. Fazendo Compi,j = pi,j, pode-se assumir

que há uma probabilidade “p” da reta Dj ser a homóloga da reta Ei, quando se

analisa o comprimento delas. Fazendo Orii,j = pi,j, pode-se assumir que há uma

probabilidade “p” da reta Dj ser a homóloga da reta Ei, quando se analisa a

orientação entre elas;

- r1,2 representa uma descrição relacional (topológica) entre as retas 1 e 2,

neste caso, do mesmo conjunto (esquerda). r1,2 pode, por exemplo, assumir o valor

de 1 ou 0 (cruza ou não cruza).

Entre as fontes pesquisadas, observa-se que a medida de similaridade não está

relacionada a nenhum vizinho, a menos que se trate de uma descrição relacional; no

entanto, pode estar relacionada a outros elementos da imagem, como os eixos do

sistema de coordenadas da imagem, por exemplo. Desta premissa, surgem dois

novos conceitos: disparidade e compatibilidade. Embora também sejam medidas de

Page 37: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

36

relacionamentos, estes são usados como injunções a fim de restringirem a

quantidade de candidatos a homólogos. Os conceitos de disparidade e

compatibilidade serão mais discutidos como injunções (item 2.6).

As diversas funções de relacionamentos estabelecidas são também chamadas

de funções de custo, como pode ser observado em SCHENK (1997) e HEIPKE

(1996).

2.5.3 MÉTODOS DE BUSCA

Após definir os relacionamentos entre feições (similaridades, compatibilidades e

similaridades), o próximo passo é procurar uma situação única que estabeleça a

melhor associação para todas as feições simultaneamente, de forma que cada uma

das feições de uma imagem esteja associada a uma e somente uma feição da

outra(s) imagem(ns). Na maioria dos algoritmos que usam as características das

feições, heurísticas3 são usadas na busca da solução.

Segundo HEIPKE (1997), alguns métodos de busca disponíveis podem ser

empregados, entre eles: busca em árvores (WANG – 1998, CHRISTMAS – 1995);

associação de grafos; relaxação (DHOND e AGGARWAL – 1989 e ROSENFELD et

al – 1976); programação dinâmica, dentre outros. Relaxação é um método de busca

que tem a característica de apoiar-se mais em procedimentos matemáticos do que

em procedimentos computacionais. Segundo MIKHAIL et al (2001), o processo

começa com um conjunto de rótulos (associações) e cada elemento é associado a

um desses rótulos. A vizinhança de cada elemento é examinada e a compatibilidade

entre seus rótulos é avaliada (por exemplo, uma reta com coeficiente angular de 100

é incompatível com uma reta de coeficiente angular de 800) de acordo com algum

modelo (funções de custo). O processo é repetido até que os valores de similaridade

atinjam uma tolerância estabelecida, quando comparados aos valores de

similaridade da iteração anterior.

3 Constituem-se em regras baseadas na experiência e no planejamento substituindo as anteriores baseadas na procura algorítmica que chega a soluções corretas depois de ter combinado o problema com todas as soluções possíveis. CAEIRO (2006).

Page 38: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

37

2.5.4 PRINCÍPIOS DOS MÉTODOS

Analisando os conceitos apresentados e as classificações feitas por alguns

autores (tabela 2.1), a abordagem compartilhada por FRADKIN et al (1997) e

MIKHAIL et al (2001) parece mais coerente, qual seja a adoção de dois métodos:

baseado em áreas e baseado em feições. O chamado método relacional segue os

mesmos princípios do método baseado em feições, diferindo deste pelo uso

adicional de descrições relacionais quando se está construindo as funções de custo.

Assim, serão apresentados os princípios dos métodos baseados em áreas e feições.

a) Métodos baseados em áreas

Consiste em comparar os níveis de cinza de pequenas áreas das imagens

(subimagens), sendo uma das subimagens considerada como referência e outra de

pesquisa. O algoritmo pode ser esquematizado de acordo com a figura 2.4 e

sintetizado (ver GALO – 2003, MENDONÇA JÚNIOR – 2002, ANDRADE – 1998,

HEIPKE – 1996) nos seguintes passos:

definir uma matriz, chamada de template, em torno do pixel de referência. O

tamanho da matriz varia de acordo com alguns fatores (como por exemplo, a

resolução da imagem e a textura da superfície) e, por isso, não há um valor

pré-definido;

ler os níveis de cinza (NC) dos pixels do template e armazená-los;

criar uma outra matriz (janela de busca) na imagem de pesquisa, cuja posição

do pixel central pode ser previamente estimada com auxílio da linha do pixel

de referência e a base da foto. A janela de busca desloca-se por toda a área

de estereoscopia;

criar uma terceira matriz, do tamanho do template, que vai percorrer toda a

janela de busca (linha por linha e coluna por coluna). Para cada posição

dessa matriz, é calculada e armazenada a similaridade com o template;

Page 39: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

38

comparar os valores das similaridades calculadas e escolher a maior ou

menor, dependendo da função utilizada.

FIG. 2.4 Método baseado em áreas (Adaptado de HEIPKE – 1996).

b) Métodos baseados em feições

Consistem em associar várias feições a vários candidatos de homólogos por

meio de funções. Estas, por sua vez, estão baseadas nas características das

feições. O algoritmo pode ser sintetizado (ver GALO – 2003, MENDONÇA JÚNIOR –

2002, SHARGHI e KAMANGAR - 1999, HEIPKE – 1996, CHRISTMAS – 1995) nos

seguintes passos:

extrair um conjunto de feições (normalmente é utilizado um programa) de

interesse em ambas as imagens. Não necessariamente a quantidade de

primitivas é igual nos dois conjuntos;

definir as características das feições de interesse que serão usadas nas

funções de custo;

montar as funções de custo, baseadas nas características escolhidas;

definir parâmetros, limites e restrições a serem usados;

definir um método de busca para encontrar a solução.

Page 40: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

39

Para o caso de existirem “m” feições em uma imagem e “n” feições na outra, o

problema terá “m x n” possíveis correspondências. A solução deverá prever a

correspondência única entre duas feições. É possível que nem todas as feições

sejam associadas, conforme pode ser visto na figura 2.5.

FIG. 2.5 Possibilidades de solução do método baseado em feições

Para ilustrar a figura 2.5 é apresentado, na figura 2.6, o resultado final de uma

aplicação do método, onde são usadas feições do tipo reta. As retas, quando

brancas nas duas imagens, estão associadas. As retas pretas não se associaram a

nenhuma outra reta. Também pode ser visualizado neste caso que existe

associação, mesmo para aquelas feições que não aparecem nas duas imagens

(quadro na parede da imagem da esquerda); isto acontece porque a quantidade de

feições extraídas nas duas imagens não é igual e o algoritmo apresenta falhas na

associação.

Page 41: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

40

FIG. 2.6 Matching usando feições (CHRISTMAS – 1995)

Com a finalidade de exemplificar sucintamente os princípios dos dois métodos,

foram simuladas as imagens binárias de um objeto imageado a partir de dois pontos

de vista distintos (figura 2.7).

FIG. 2.7 Objeto visto de pontos diferentes

Os segmentos de retas E1 e E2 determinam uma feição na imagem da esquerda

e os segmentos de retas D1 e D2 determinam a feição homóloga na imagem da

direita. Pelo método baseado em áreas, tais feições são representadas pelos valores

de níveis de cinza (primitivas), ordenados em matrizes, como mostra a figura 2.8. As

E1

E2

E5

E3

E6

E4

E7

E8

D1

D2

D3

D4

D5

D6

D7

D8

Page 42: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

41

duas matrizes da figura 2.8, especificamente, foram relacionadas pela função de

correlação de Pearson (EQ. 3.2), cujo resultado foi 0,837. Diz-se, portanto que

houve 83,7 % de similaridade entre as duas matrizes (para a função estabelecida).

FIG. 2.8 Medidas de similaridade usando níveis de cinza

Agora, os princípios do método baseado em feições (item 2.5.4, letra b) serão

utilizados para se encontrar os segmentos de retas homólogos de E1, E2, entre os

segmentos de retas D1, D2 e D3. Foi escolhido este conjunto reduzido de feições

porque os cálculos foram feitos manualmente.

1º. Passo: considera-se os segmentos de retas como já extraídos e conhecidas suas

coordenadas de imagem;

2º. Passo: construção da lista das características escolhidas;

TAB. 2.2 Características das feições.

Coordenadas retas

X1 Y1 X2 Y2

Coeficiente angular

12

12

xx

yymi −

−=

Comprimento

( ) ( )121222

xxxxl i −− +=

E1 133 142 157 142 0,00000 24,00000

E2 146 128 147 160 32,00000 32,01562

D1 342 139 373 141 0,06451 31,06444

D2 356 128 357 152 24,00000 24,02082

D3 297 217 416 237 0,16806 120,66896

Page 43: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

42

3º. Passo: a estratégia de correspondência é partir de similaridades iniciais

baseadas na relação de comprimento entre os pares de feições. Esta similaridade

será reforçada com a compatibilidade baseada na medida de ângulo, ou seja, o

ângulo formado por duas retas quaisquer deve ser compatível com o ângulo formado

por suas correspondentes na outra imagem. Será utilizado o processo de relaxação

na busca da solução, cujo fluxograma está apresentado na figura 2.9.

FIG. 2.9 Fluxograma do método de busca (adaptado de GALO - 2003)

onde: - k é a quantidade de iterações;

- Ei representa uma reta qualquer do conjunto de retas da imagem da

esquerda e Ei’ representa toda a sua vizinhança;

- Dj representa uma reta qualquer do conjunto de retas da imagem da direita e

Dj’ representa toda a sua vizinhança;

- c(Ei,Dj,Ei’,Dj’) é a medida de compatibilidade, calculada conforme as funções

de custo, apresentadas no próximo passo;

- p(Ei,Dj) é a medida de similaridade, calculada conforme as funções de custo,

apresentadas no próximo passo.

( )( ) ( )[ ]

( ) ( )[ ]∑ +×

+×=

+

k

ji

k

ji

k

ji

k

jik

jiDEqDEp

DEqDEpDEp

,1,

,1,, 1

Finalizar quando k =3

Inicializar p(Ei,Dj)k para k=0

( ) ( ) ( )k

ji

ji

jiji

k

ji DEpDEDEcDEq ''';'

'' ,,,,, ×=∑

Normalizar q(Ei,Dj)k de forma que [1+ q(Ei,Dj)

k ] ≥ 0

Atualizar p(Ei,Dj)

Page 44: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

43

4º. Passo: montagem das funções de custo

( )( )( )DE

DEDE

ji

ji

jip

,,

,max

min= EQ. 2.1

( )( )[ ] ( )[ ]( )[ ] ( )[ ]DDEE

DDEE

jjii

jjii

jiji DEDEc,,,,

''

''''

,max

,min,,,

θθ

θθ= EQ. 2.2

( ) ( ) 0,,,,,, '''' ≥→ jiji

se

jiji DEDEcDEDEc

( )='' ,,, jiji DEDEc

( ) ( ) 0,,,,,,1 '''' <→+ jiji

se

jiji DEDEcDEDEc

( )mm

mmEE

ii

ii

ii

'

'

' 1,

×+

−=θ EQ. 2.3

( )mm

mmDD

jj

jj

jj

'

'

' 1,

×+

−=θ EQ. 2.4

onde: - p(Ei, Dj) é a razão entre o menor comprimento pelo maior comprimento entre

duas retas quaisquer que estejam sendo comparadas, que é calculado de acordo

com a equação 2.2;

- c(Ei, Dj, Ei’, Dj’) é a comparação entre os ângulos formados por duas retas do

conjunto da esquerda e duas retas do conjunto da direita (ver equação 2.2);

- θ(Ei, Ei’) é o ângulo formado entre duas retas que se cruzam e pertençam ao

conjunto de retas da esquerda. Calculado segundo a equação 2.3;

- θ(Dj, Dj’) é o ângulo formado entre duas retas que se cruzam e pertençam ao

conjunto de retas da direita. Calculado segundo a equação 2.4.

5º. Passo: cálculos feitos até a terceira iteração;

6º. Passo: a busca definirá as correspondências corretas entre as seis possíveis

(2x3). Na tabela 2.3 encontra-se os maiores valores de similaridade para E1 e E2

Page 45: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

44

em cada iteração, permitindo o acompanhamento da evolução do método de busca

empregado. Os cálculos detalhados encontram-se no APÊNDICE 1.

TAB. 2.3 Evolução da correspondência durante o processo de busca

Iteração Feição Homóloga Similaridade

E1 D2 99,9 % inicio

E2 D1 97,0 %

E1 D2 43,4 % 1ª.

E2 D2 46,8 %

E1 D1 46,0 % 2ª.

E2 D2 55,9 %

E1 D1 49,4 % 3ª.

E2 D2 64,3 %

Observa-se que, a partir da segunda iteração, há uma convergência para a

resposta correta, ou seja, a reta E1 é homóloga da reta D1 e a reta E2 é homóloga da

reta D2. Na terceira iteração, há 49,4 % de probabilidade da reta E1 ser homóloga da

reta D1 e 64,3 % de probabilidade da reta E2 ser homóloga da reta D2.

2.5.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS MÉTODOS

Como visto anteriormente, o mal condicionamento do problema impõe a adoção

de estratégias diferentes, as quais podem trazer vantagens e desvantagens. Neste

tipo de problema, o que é vantagem para um método não é, necessariamente,

desvantagem para outro.

a) Vantagens e desvantagens do método baseado em áreas:

falha menos na presença de uma textura rica (detalhes contrastantes nas

imagens) e em superfícies de suave variação de altitude;

segundo FRITSCH et al (1997), a acurácia do método, aplicado em

fotografias aéreas, é da ordem de 0,1 a 0,2 pixels;

Page 46: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

45

falha mais devido à distorção da perspectiva, à iluminação (caso particular do

Sensoriamento Remoto quando as imagens são obtidas em órbitas e épocas

diferentes) e a ruídos;

falha em ambientes que apresentam elementos artificiais, com abrupta

mudança de altura, sombras e grandes áreas homogêneas (áreas com

poucos elementos contrastantes, como por exemplo, terrenos com vegetação

rasteira, culturas etc.);

requer maior esforço computacional, devido à maior quantidade de cálculos e,

por isso, seu processamento é mais lento do que o método baseado em

feições.

b) Vantagens e desvantagens do método baseado em feições:

a principal vantagem é a insensibilidade à variação do valor do NC. As

imagens podem ser obtidas em diversas situações em relação à geometria. A

resolução, os sensores e as épocas também podem ser diferentes. Por esse

motivo, não são condições necessárias as aproximações iniciais da geometria

da imagem; ao contrário, detecta rotações nas imagens;

segundo MIKHAIL et al (2001), produz melhores resultados em cenários

descontínuos, como áreas urbanas muito edificadas;

segundo FRITSCH et al (1997), a acurácia do método, aplicado em

fotografias aéreas, é da ordem de 0,3 a 0,5 pixels;

como atua diretamente nas feições, as funções de custo podem ser mais

simples, diminuindo o esforço computacional e o tempo de processamento;

fazer a extração de feições e a montagem da lista de características é uma

desvantagem. Depende de outros algoritmos ou programas e ainda assim

ocorrem problemas (como por exemplo, pode ocorrer a quebra das feições),

pois não há detectores (extratores) de feições perfeitos;

requer a definição prévia de parâmetros e limites para restringir o espaço de

possibilidades de correspondências;

produz MNE com espaçamento muito grande, principalmente quando falha,

devido a menor ocorrência das primitivas no terreno.

Page 47: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

46

2.5.6 SOLUÇÕES ADEQUADAS A CADA TIPO DE PROBLEMA

Os métodos existentes também são empregados além do campo da

Fotogrametria, como visto no item 2.1, logo, é possível que existam usuários que

não tenham conhecimentos prévios a respeito de Fotogrametria. Mesmo entre as

abordagens específicas para emprego em aplicações fotogramétricas, existem

técnicas que objetivam soluções mais robustas, quer seja pelo emprego de

fotografias obtidas em qualquer situação geométrica (não verticais), quer seja pelo

cálculo integrado da correspondência e injunções, necessitando de pouca

interferência do usuário. O fato é que não existem parâmetros universais, nem uma

única abordagem capaz de apresentar soluções para qualquer tipo de situação.

É factível, então, que os algoritmos sejam construídos em função dos problemas

que se apresentam. As características destes problemas e os meios disponíveis

para resolvê-los são as condicionantes que permitem traçar a estratégia de maior

sucesso.

2.6 INJUNÇÕES

Toda estratégia para localização de feições homólogas preconiza que, para uma

feição tomada como referência em uma imagem, haja uma única correspondente em

outras imagens. Para se chegar a esse cenário, devem ser eliminadas varias feições

que se apresentam como candidatas à correspondência, o que, para alguns autores,

significa reduzir a ambigüidade.

Pode ser adotada também a estratégia de se evitar determinados tipos de

ambigüidade em função do algoritmo que se deseja aplicar. Assim sendo, é factível

realizar uma pré-análise das imagens a fim de se identificar as áreas ambíguas aos

métodos que utilizam os NC dos pixels como primitivas. COSTA et al (2005),

apresentam um trabalho onde é feita uma análise sobre as imagens, de tal forma

que são indicadas as regiões onde haja possibilidade de falha do algoritmo de

correlação.

Page 48: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

47

A forma usual de se reduzir a ambigüidade é estabelecer um conjunto de

injunções ou restrições, o que pode ser feito de forma explícita ou pode estar

implícito à estratégia. A injunção mais empregada é a geometria epipolar. No

entanto, outras, apresentadas na seqüência, também são empregadas.

2.6.1 GEOMETRIA EPIPOLAR E NORMALIZAÇÃO

Na figura 2.10, pode-se observar que os pontos L1, L2 (centros de projeção das

imagens) e A (ponto qualquer no espaço objeto) formam um plano, conhecido como

plano epipolar. As duas linhas determinadas pela intersecção deste plano com os

planos R1 e R2 (imagens) são chamadas linhas epipolares; essas linhas são

conjugadas e, por isso, são também chamadas de linhas epipolares

correspondentes. Para a situação aqui descrita, existem várias linhas epipolares,

uma vez que o ponto A pode assumir várias posições no espaço do objeto.

FIG. 2.10 Geometria epipolar (adaptada de MIKHAIL et al – 2001)

Todo ponto que está sobre uma linha epipolar de uma imagem estará,

garantidamente, sobre a linha epipolar correspondente na outra imagem. Esta

a2 a1

R1 R2 L2 L1

Page 49: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

48

técnica diminui o espaço de busca e, por este motivo, é tão empregada como

injunção.

As linhas epipolares podem ser determinadas a partir dos parâmetros da

orientação relativa das imagens envolvidas. Contudo, mesmo nos casos em que tais

parâmetros não são conhecidos, é possível a determinação por um processo

iterativo. Para maiores detalhes sobre o cálculo integrado das linhas epipolares e da

correlação, sugere-se outros autores, como por exemplo, GALO (2003) e HEIPKE

(1997). O processamento das linhas epipolares pode ser integrado ao algoritmo de

localização de pontos homólogos ou realizado previamente por uma técnica

conhecida como normalização de imagens.

Segundo BRITO e FILHO (2002), normalizar um estereopar é torná-lo

compatível com a geometria epipolar. Para isto, se faz necessário eliminar todos os

ângulos de atitude do sensor. Além disso, os componentes de base BY e BZ do par

também devem ser eliminados, para que ambas as imagens estejam em uma

mesma altura. Para normalizar um par de imagens são necessários os parâmetros

da orientação interior e exterior. A figura 2.11 ilustra a geometria da normalização.

FIG. 2.11 Geometria da normalização (adaptada de MIKHAIL et al – 2001)

Page 50: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

49

Na figura 2.11, tem-se que:

P1 e P2 são as imagens originais;

N1 e N2 são as imagens normalizadas;

Bx, By e Bz são as componentes de base, calculadas a partir das coordenadas

de C1 e C2 (centro de perspectiva das imagens);

θz = atang (By / Bx);

θy = atang [- Bz / (Bx2 + By

2)1/2;

θx = (ω1 + ω2) / 2. Onde ω1 e ω2 são as rotações, em torno do eixo x, no

sistema de coordenadas das imagens.

Para a Fotogrametria digital, a OI serve para correlacionar o sistema de pixel da

imagem com um sistema métrico atribuído à mesma. Consiste na transformação

bidimensional (x, y) = P(linhas, colunas), onde P, normalmente, é um polinômio de

primeiro grau, sendo necessários os parâmetros desse polinômio. Geometricamente

significa reconstituir a posição da imagem em relação ao feixe perspectivo.

A orientação relativa consiste na determinação da posição do centro de

perspectiva das imagens de um par estereoscópico e das rotações inseridas ao

plano da imagem em relação a um sistema de coordenadas qualquer. Estas

posições estarão bem definidas ao se conhecer os doze parâmetros da orientação

exterior, também chamados de atitude do sensor: X1, Y1, Z1, φ1, ω1, κ1, X2, Y2, Z2, φ2,

ω2 e κ2. Geometricamente significa estabelecer uma orientação para o modelo

estereoscópico.

Onde: - X1, Y1 e Z1 são as coordenadas do centro de perspectiva do sensor, na

posição 1;

- φ1 é a rotação do sensor em torno do eixo Y, na posição 1;

- ω1 é a rotação do sensor em torno do eixo X, na posição 1;

- κ1 é a rotação do sensor em torno do eixo Z, na posição 1;

- X2, Y2 e Z1 são as coordenadas do centro de perspectiva do sensor, na

posição 2;

- φ2 é a rotação do sensor em torno do eixo Y, na posição 2;

- ω2 é a rotação do sensor em torno do eixo X, na posição 2;

- κ2 é a rotação do sensor em torno do eixo Z, na posição 2;

A orientação exterior (OE) tem a mesma finalidade da orientação relativa, sendo

que o sistema de coordenadas, neste caso, é o sistema de coordenadas do objeto.

Page 51: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

50

Desta forma, se forem usados pontos de controle medidos no terreno, a orientação

exterior é realizada sem a necessidade de se passar pela orientação relativa.

Os conceitos sobre normalização, orientação interior, relativa e exterior estão

aqui apresentados de forma sintética, tendo em vista que o assunto é bem difundido

na literatura. Para maiores detalhes, sugere-se outras fontes de consulta, como por

exemplo, BRITO e FILHO (2002), MIKHAIL et al (2001), AUGUSTO (1999),

ANDRADE (1998), McGLONE (1996).

2.6.2 IMAGENS VERTICAIS

Uma fotografia aérea é dita vertical se o eixo da câmara está a prumo ou

próximo dessa condição (± 50). Dada a figura 2.12, então diz-se que uma imagem é

vertical quando a reta CO coincide com a reta CN, ou seja, o eixo ótico do sensor

coincide com a vertical do lugar imageado. Quando não ocorre essa condição, a

fotografia é dita inclinada.

FIG. 2.12 Imagem inclinada

Imagens tomadas com a perspectiva vertical contêm feições menos distorcidas,

assim, são mais apropriadas para serem empregadas na localização de homólogos.

Page 52: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

51

2.6.3 PREDIÇÃO DA POSIÇÃO

Se a geometria de tomada das imagens e a calibração do sensor são

conhecidas, é possível fazer uma predição da posição em que se encontra a

provável correspondente de uma feição previamente selecionada em uma das

imagens.

Como visto no item 2.6.1, é possível determinar as linhas sobre as quais se

encontram os pontos homólogos, chamadas linhas epipolares. Utilizando estas

linhas e a paralaxe em x (px), delimita-se uma área na outra imagem onde é

realizada a busca pela feição homóloga. A figura 2.13 ilustra a configuração descrita.

FIG. 2.13 Predição da posição da feição homóloga

Neste caso, assume-se que a paralaxe em x mantém-se constante em toda a

área de superposição. AUGUSTO (1999) propõe o seguinte cálculo para a paralaxe

em x, medida em pixels:

( )ZpHdRg

Bfpx

×= EQ. 2.5

onde: - B é a base, no espaço do objeto (m);

- f é a focal do sensor (mm);

- Rg é a resolução geométrica da imagem digital (mm);

- Hd é a altura do sensor (m);

- Zp é uma estimativa da altitude média da superfície (m).

Page 53: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

52

2.6.4 OUTRAS INJUNÇÕES

Neste tópico serão abordadas algumas injunções que aparecem com freqüência

na literatura. Elas possuem em comum a característica de se assemelharem a um

conjunto de regras ou premissas que são assumidas, embora não sejam verdades

absolutas para qualquer superfície. Os principais autores pesquisados foram:

JONES (1997), FAUGERAS (1993), HORAUD e SKORDAS (1988)

2.6.4.1 UNICIDADE

Em princípio, existe, para cada ponto em uma imagem, apenas um

correspondente em outras imagens. Isto ocorre quando se leva em conta que o

terreno é uma superfície opaca; para objetos transparentes a restrição não deve ser

usada.

2.6.4.2 CONTINUIDADE

A idéia básica desta injunção é considerar a superfície da Terra como suave

(não ocorrência abrupta de desníveis), sendo assim, é estabelecido um limite para

aceitação da diferença, em coordenada de altura, para feições vizinhas. Em áreas

urbanas muito edificadas, esta injunção não poderá ser adotada.

2.6.4.3 COMPATIBILIDADE

O conceito de compatibilidade surge para reforçar a similaridade ao se comparar

o relacionamento dos pontos homólogos com as suas vizinhanças. Assim, se duas

Page 54: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

53

retas se cruzam em uma das imagens, provavelmente elas devem se cruzar na outra

imagem. Encontra-se em HORAUD e SKORDAS (1988) algumas regras importantes

que formalizam esse conceito, entre elas:

a) colinearidade: pressupõe que duas retas colineares em uma imagem continuem

colineares na outra imagem. Isto ajuda a resolver, por exemplo, o problema da

quebra de linhas após o processo de extração de feições;

b) conectividade: a intersecção de retas, quando ocorrer, deve ocorrer nas duas

imagens. Além disso, se o ângulo formado por duas retas de uma imagem tiver sinal

diferente daquele formado por suas correspondentes na outra imagem, estas não

devem ser compatíveis;

c) ordem: preconiza que as posições devem ser mantidas para todas as imagens, ou

seja, se um vizinho está à esquerda de uma determinada primitiva, este

relacionamento deve ser mantido para outras imagens.

Considerando ainda o conjunto de primitivas do item 2.5.2 , segue um exemplo

de medida de compatibilidade, adaptado do trabalho de DARE e DOWMAN – 2001:

( )dd

ddc

DE

DE

jjii

jjii

jiji

',',

',',

',',,+

−≡

onde: - dEi,i’ é a distância entre as retas Ei e sua vizinha Ei’;

- dDi,i’ é a distância entre as retas Dj e sua vizinha Dj’;

De forma análoga à similaridade, a compatibilidade pode ser associada a uma

probabilidade. Considerando que os dois eventos (medida de similaridade e

compatibilidade) são mutuamente excludentes, a probabilidade da ocorrência

simultânea pode ser obtida pela equação 2.1:

( ) ( ) ( ) ( )IIIIII nnPPPP ×××= ......

1121III EQ. 2.6

Voltando ao exemplo anterior, a probabilidade “p” da reta Dj ser a homóloga da

reta Ei seria reforçada, assumindo um novo valor: Pi,j = pi,j x c (i,j,i’, j’).

Page 55: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

54

2.6.4.4 DISPARIDADE

SHARGHI e KAMANGAR (1999) definem disparidade como sendo a diferença

geométrica entre feições homólogas de duas ou mais imagens. Segundo os autores,

o vetor diferença de uma dada correspondência “i” que associa uma feição da

esquerda para a direita é dado por: di = (dxi, dyi) = (xi – xi’, yi – yi’) e o vetor diferença

de uma dada correspondência “j” que associa uma feição da direita para a esquerda

é dada por: dj = (dxj, dyj) = (xj – xj’, yj – yj’), onde p (x, y) e p (x’,y’) são as

coordenadas das feições na imagem da esquerda e direita, respectivamente, logo,

para cada ponto, seriam feitas duas buscas. Esse conceito é muito utilizado como

restrição, ao se assumir que uma associação está correta quando a disparidade é a

mesma para os dois sentidos.

2.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A localização de pontos homólogos pode ser entendida da seguinte forma: dada

uma feição em uma imagem, encontrá-la em outra(s) imagem(ns) que a contenha. É

uma técnica que não encontra emprego apenas na Fotogrametria, mas em diversas

outras áreas do conhecimento. Há pelo menos três décadas tenta-se solucionar o

problema em questão. No entanto, algumas dificuldades impedem a solução, entre

elas cita-se, principalmente, a perda/modificação de informações devido à

transformação do espaço tridimensional para o espaço bidimensional.

Por vezes a associação de imagens é ligada à disciplina de Inteligência Artificial.

No entanto, esse assunto está ligado à disciplina de Visão Computacional. Tal

assertiva pode ser corroborada ao se comparar os conceitos das disciplinas citadas;

enquanto a primeira se ocupa em estudar os problemas que não são passíveis de

tratamento sistêmico, a segunda se ocupa em extrair informações de imagens

digitais.

Existem pesquisadores do assunto que apresentam dois métodos (baseado em

áreas e baseado em feições) e outros que apresentam três métodos (baseado em

Page 56: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

55

áreas, baseado em feições e método relacional ou simbólico ou estrutural). Dentre

os trabalhos pesquisados, chegou-se à conclusão de que o método simbólico é uma

variante do método baseado em feições, pois ambos se baseiam em funções de

custo; este relaciona as características das feições enquanto aquele relaciona as

posições relativas das feições. Embora aquilo que seja vantagem para um método

não seja, necessariamente, desvantagem para o outro, há uma complementação de

características entre eles. O método baseado em áreas não tem um bom

desempenho quando ocorrem problemas relacionados à textura ou homogeneidade

do terreno (sombras, feições repetidas, falta de contraste, iluminação da cena etc.)

por que usa como primitivas o valor digital de cada pixel. O método baseado em

feições é pouco sensível a esses problemas por que usa as características das

feições (formas, comprimentos, áreas, coordenadas etc.) ou o posicionamento

relativo das feições (principalmente nos casos em que ocorrem grandes

deformações das feições). Esse método exige muitas injunções, o que lhe confere

bastante flexibilidade e permite uma diversidade de soluções.

Uma solução considerada satisfatória para determinado caso não pode,

necessariamente, ser estendida para todos os demais. Há necessidade de se

estabelecer estratégias diferentes de acordo com cada caso, levando-se em

consideração, por exemplo, o tipo e textura do terreno e tipo do sensor.

A metodologia apresentada no próximo Capítulo foi planejada para tirar proveito

das vantagens dos métodos baseados em áreas e dos métodos baseados em

feições, apresentando uma alternativa de solução para terrenos homogêneos (pouco

contraste, como por exemplo, áreas de pastagens e áreas de capoeira).

Page 57: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

56

3 METODOLOGIA PARA REFINAMENTO DO MÉTODO DAS ÁREAS EM

REGIÕES HOMOGÊNEAS

3.1 DESCRIÇÃO GERAL DA METODOLOGIA

A metodologia apresentada neste trabalho resume-se aos seis passos

seguintes, os quais serão comentados na seqüência e detalhados nos próximos

itens.

1) realização de pré-análises;

2) processamento das imagens;

3) execução do método baseado em áreas para localização de pontos

homólogos;

4) definição de um critério para selecionar os pontos que falharam e aceitar

aqueles que não falharam;

5) processamento das falhas pelo método baseado em feições (pontos);

6) definição de um critério de aceitação dos novos resultados.

Foi realizado um estudo prévio com a intenção de se estabelecer a(s)

posição(ões) das feições, utilizadas como vizinhas ao ponto que se deseja encontrar

o homólogo, que sofre(m) menor alteração de uma imagem para outra. Dessa forma,

foi possível assumir que as relações estabelecidas, nessas posições, entre feições

vizinhas variam muito pouco de uma imagem para outra.

As imagens foram normalizadas, permitindo a predição da localização do ponto

homólogo e, assim, reduzindo a área de busca. Após a normalização, foi identificado

manualmente um conjunto de pares de pontos homólogos para inicialização do

cálculo da compatibilidade.

Usou-se um algoritmo baseado no método das áreas, cuja medida de

similaridade foi a correlação de Pearson, para localizar pontos homólogos no par de

imagens normalizadas.

Definiu-se critérios para selecionar quais pontos falharam, após o

processamento pelo algoritmo baseado no método das áreas; esses pontos foram

Page 58: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

57

submetidos ao segundo algoritmo (proposto), baseado no método das feições

(pontos), o qual consiste dos seguintes passos:

1) para cada ponto que falhar, armazenar as coordenadas dos pontos com as “n”

maiores similaridades (correlação), para que sejam assumidos como candidatos

a homólogo do ponto que falhou;

2) para cada ponto que falhar, selecionar “m” pontos vizinhos, pertencente ao

conjunto de inicialização, dentro da região que sofra a menor variação possível

(pré-análise) a fim de se estabelecer as funções de custo;

3) definir as funções de custo entre o ponto analisado e seus “m” vizinhos, de

forma a definir medidas de similaridades e/ou compatibilidades;

4) comparar as relações estabelecidas na imagem da esquerda (funções de

custo entre o ponto analisado e seus “m” vizinhos) com as da imagem da direita

(funções de custo entre cada um dos “n” pontos assumidos como candidatos a

homólogos e seus “m” vizinhos);

5) assumir o valor da medida de similaridade/compatibilidade como a

probabilidade de ser o ponto correspondente procurado. Portanto, assumir a

maior medida de similaridade/compatibilidade, entre os “n” candidatos a

homólogo, como sendo o homólogo do ponto analisado.

Outro critério foi definido para aceitar ou rejeitar os pontos indicados como

homólogos pela metodologia proposta. Uma concepção preliminar do algoritmo, em

forma de fluxograma, encontra-se na figura 3.1.

Page 59: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

58

FIG. 3.1 Algoritmo baseado em áreas e feições

onde: - P é o ponto para o qual se deseja encontrar o homólogo;

N

S

Lê as duas imagens normalizadas

Cria template e centraliza em P

Cria janela de pesquisa

Calcula e armazena as similaridades

(correlação de Pearson)

Maior similaridade

atende critério 1? (C1)

Calcula similaridades e compatibilidades (ângulos e distâncias)

Cria lista de características

(entre P e seus candidatos)

Escolha da vizinhança

Escolha da melhor correspondência

Aceita e armazena as coordenadas de H

S

N Melhor

correspondência atende critério 2?

(C2)

S

N

Ignora as coordenadas de H

Fim da imagem de referência?

FIM

INÍCIO

Page 60: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

59

- C1 é o critério para aceitação ou rejeição dos resultados encontrados com o

método baseado em áreas (a ser definido);

- C2 é o critério para aceitação ou rejeição dos resultados encontrados com a

metodologia proposta (a ser definido);

- H é o ponto homólogo de P.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA E MATERIAIS UTILIZADOS

Nesta dissertação não foi dada ênfase à elaboração de programas referentes à

orientação interior, orientação exterior, normalização e localização de pontos

homólogos baseada em áreas. Tais programas podem ser encontrados na literatura

pertinente ao assunto. Optou-se por utilizar o par estereoscópico (analógico) e os

programas apresentados por AUGUSTO (1999), os quais foram digitados

novamente. Trata-se, portanto, da continuidade daquela dissertação de Mestrado. O

autor em questão utilizou o programa MathCad 7.0 para implementação dos

algoritmos; portanto, foi mantido o mesmo programa (atualmente na versão 2000)

para modificação e elaboração de outros algoritmos.

Foram utilizadas duas fotografias (fotos 2650 e 2651) aéreas e pontos de

controle do programa de treinamento completo da WILD HERBRUGG para instrução

prática de estudantes de Fotogrametria. As coordenadas estão referidas ao sistema

geodésico suíço. A área das fotografias está situada na Região nordeste da Suíça,

cujo terreno é do tipo montanhoso, com declividade média de vinte e cinco por

cento.

Foi utilizado um computador com 512 megabytes de memória RAM e 3.1

gigahertz de velocidade de processamento. O ENVI 4.0, de propriedade do IME,

também foi utilizado para a edição das imagens.

Um conjunto de pares de pontos correspondentes foi identificado manualmente

nas imagens e suas coordenadas, em pixels, foram fornecidas para o algoritmo, cuja

finalidade foi servir de suporte ao cálculo inicial da compatibilidade (quando houve

necessidade).

Page 61: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

60

3.3 ANÁLISE DA DIFERENÇA DE POSIÇÃO DAS FEIÇÕES OCORRIDA ENTRE

IMAGENS DIFERENTES

Dando início à execução da metodologia apresentada no item 3.1, foi feita uma

análise das variações (posição das feições) introduzidas nas imagens como

conseqüência da perspectiva cônica. O objetivo dessa análise foi estabelecer uma

área, região ou setor, susceptível a uma menor diferença na posição das feições a

fim de se estabelecer as diversas relações entre as feições dentro dessa região. Em

última análise, trata-se de uma forma de se estabelecer uma janela de pesquisa. Tal

situação pode ser melhor visualizada na figura 3.2, onde as regiões hachuradas

simbolizam possíveis áreas homólogas que sofrem pouca variação; os pontos C1’,

C2’ e C3’ são os candidatos a homólogo do ponto P (na metodologia proposta, são

os “n” pontos de maiores similaridades, armazenados quando houve falha pelo

método das áreas); os pontos V1 e V2 são vizinhos de P e, V1’ e V2’ são homólogos

de V1 e V2 (na metodologia proposta, os vizinhos e seus homólogos fazem parte do

conjunto de pontos de inicialização). Portanto, na região hachurada a relação

existente entre P, V1 e V2 poderia ser comparada com as três possibilidades de

relações entre os pontos da outra imagem (C1’, C2’ e C3’ com V1’ e V2’), de forma a

se determinar com mais precisão, entre os candidatos C1’, C2’ e C3’, o homólogo de

P.

FIG. 3.2 Análise da diferença de posição das feições

Sabe-se que a região de uma imagem que sofre menor deformação, em

conseqüência da perspectiva cônica, situa-se em torno do centro da imagem. Porém

Page 62: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

61

necessita-se de pontos distribuídos por toda a área de superposição das imagens

para fins de geração de MNE.

O planejamento para realizar a análise levou em conta esse último fato e

constou da seguinte estratégia, ilustrada pela figura 3.3: dado um ponto P em

qualquer região da área de superposição das imagens, por ele foi traçada uma linha

de referência que permitisse o cálculo da(s) direção(ções) onde houvesse menor

diferença na posição das feições. Em torno do ponto P foram escolhidos vizinhos

(V1, V2, V3, Vn) para os quais foram estabelecidas relações angulares (α1, α2, α3,

αn) e de distância (d1, d2, d3, dn). Esse mesmo procedimento foi realizado para a

segunda imagem, de forma que fossem estabelecidas as mesmas relações (α1’, d1’,

etc) com os homólogos. Assim foi possível identificar as direções onde a posição

das feições variam menos de uma imagem para outra.

FIG. 3.3 Estratégia para análise da diferença de posição das feições

A estratégia planejada para analisar a diferença de posição das feições pode ser

feita manualmente, entretanto, ela foi automatizada da seguinte forma: criou-se

imagens artificiais (matrizes vazias onde importa apenas a posição dos pixels,

determinada de acordo com a geometria de aquisição das imagens), utilizando-se os

parâmetros das imagens reais e estabelecendo-se as altitudes do terreno. Assim, foi

possível partir de um ponto em uma imagem e encontrar seu homólogo em outra,

conforme a figura 3.4, onde β(θ1,ω1,κ1) e β(θ2,ω2,κ2) representam os planos das

imagens da esquerda e direita respectivamente, CP1 e CP2 representam as

posições do centro de perspectiva dos sensores da esquerda e direita

respectivamente, h representa a altitude do terreno, tudo referenciado ao sistema de

coordenadas da imagem real (XYZ).

Page 63: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

62

FIG. 3.4 Construção das imagens artificiais

Optou-se por utilizar as equações de colinearidade em detrimento das equações

de planos e retas no R3, devido à maior flexibilidade para variar os elementos

geométricos presentes na construção das imagens. Recorreu-se ao MathCad a fim

de implementar o seguinte algoritmo:

1) solicitar como entrada os seguintes dados: parâmetros da orientação exterior

(rotações, posições do centro de perspectiva do sensor e focal), altura do sensor

e elementos para a análise (tamanho da imagem, posição do ponto a ser

analisado, tamanho da área em torno do ponto e quantidade de vizinhos);

2) determinar uma linha de referência para as relações angulares. Foi adotada a

linha de pixels que passa pelo ponto a ser analisado;

3) estabelecer as relações entre os vizinhos dentro da área informada. Foram

levadas em conta apenas as distâncias entre cada um dos vizinhos e o ponto

analisado, bem como a direção de cada um daqueles com este;

4) calcular as coordenadas de terreno de todos os pontos envolvidos nos passos

anteriores com auxílio das equações de colinearidade (equação 3.1).

Page 64: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

63

( ) ( ) ( ) ( ) ( )1113

31332123031330212301113

rrA

ZrrAYrrAZrrAYrrAXrrAX

−⋅

⋅−⋅−⋅−⋅−⋅−⋅+⋅−⋅+⋅−⋅=

( ) ( ) ( ) ( ) ( )2123

31331113031330212301113

rrB

ZrrBXrrBZrrBYrrBXrrBY

−⋅

⋅−⋅−⋅−⋅−⋅−⋅+⋅−⋅+⋅−⋅=

EQ. 3.1

onde: - c

xxA

−=

0 e

c

yyB

−=

0;

- X, Y e Z são as coordenadas do ponto imageado no espaço objeto;

- X0, Y0 e Z0 são as coordenadas do centro de perspectiva do sensor;

- c é a focal do sensor;

- x e y são as coordenadas do ponto imageado no espaço imagem;

- x0 e y0 são as coordenadas do centro da imagem;

- r11, r12, r13, r21, r22, r23, r31, r32, r33 são os elementos da matriz de

rotações do sensor.

5) projetar as coordenadas de terreno do ponto de interesse na segunda imagem

também com auxílio das equações de colinearidade (determinação de todos os

pontos homólogos);

6) estabelecer as mesmas relações de distância e direção para os homólogos;

7) calcular as diferenças das relações estabelecidas entre cada conjunto de

pontos e seus homólogos;

8) ordenar os vizinhos de acordo com a ordem crescente de direção (0 a 360

graus) a fim de desenhar os gráficos;

9) desenhar gráficos, relacionando: direção (em graus) x diferença de distância

(em milímetros) e direção (em graus) x diferença de direção (em graus).

Após a implementação do algoritmo foi possível variar diversos parâmetros,

obter os respectivos gráficos e formular conclusões. As análises foram agrupadas

segundo formas distintas de manipulação dos dados, dando origem a três conjuntos

de dados analisados, como segue.

Page 65: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

64

3.3.1 PRIMEIRA ANÁLISE

Esta primeira análise teve por objetivo avaliar as diferenças de feições ocorridas

em diversos pontos da área de estereoscopia. Foram consideradas as seguintes

condições:

- cinco pontos distribuídos pela imagem de referência, representados graficamente

na figura 3.5, onde S1, S2, S3, S4 e S5 são subimagens formadas pela vizinhança

em torno do ponto analisado;

- área de 80 x 80 pixels em torno de cada ponto a ser analisado, cujas coordenadas

de imagem estão disponíveis na figura 3.5;

- vizinhos coletados de 5 em 5 pixels;

- plano do terreno fixo em 952 metros (altitude média do terreno). Esta injunção é

necessária para se resolver as equações quando o sentido se dá a partir do objeto

2-D (plano da imagem) para 3-D (plano do terreno);

- geometria de construção das imagens de acordo com a tabela 3.1;

TAB. 3.1 Dados da 1ª análise da diferença de feições

-- Parâmetros Imagem esquerda Imagem direita

X0 214697,24 m 214809,23 m

YO 914741,32 m 916487,71 m

Centro de

perspectiva do

sensor Z0 3734,98 m 3719,12 m

φ 0,008 0,011

ω 0,008 0,002

Rotações

da

imagem κ 0,003 0,012

x0 0,00 mm Afastamento do

centro da imagem y0 0,00 mm

-- Focal 153,03 mm

Os números apresentados na tabela 3.1 são os valores reais calculados para o

par de imagens.

Page 66: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

65

FIG. 3.5 Distribuição dos pontos na imagem de referência

Após o processamento dos pontos pertencentes às cinco áreas das imagens,

foram coletados os dados necessários para confecção dos gráficos Az_A e Dist_A,

disponíveis nas figuras 3.6 e 3.7 respectivamente. Conforme já descrito, no eixo das

abscissas constam as direções e no eixo das ordenadas constam respectivamente

as diferenças de azimute (gráfico Az_A) e de distância (gráfico Dist_A). Cada curva

representa o comportamento da vizinhança para cada subimagem analisada (S1,

S2, etc.). Assim, a curva AzA1 representa a diferença de posição para toda a

vizinhança da subimagem S1; a curva DistA1 representa a diferença de distância

para toda a vizinhança da subimagem S1 e assim por diante.

Page 67: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

66

0 100 200 300

0

0.5

GRÁFICO Az_A

Direcão (graus)

dife

renç

a de

dir

ecão

(gr

aus) AzA1

AzA2

AzA3

AzA4

AzA5

x

FIG. 3.6 Resultado gráfico da primeira análise (direções)

0 100 200 3000.5

0

0.5GRÁFICO Dist_A

Direcão (graus)

Dif

eren

ça d

e po

siçã

o (p

ixel

s) DistA1

DistA2

DistA3

DistA4

DistA5

x

FIG. 3.7 Resultado gráfico da primeira análise (distâncias)

Dos gráficos resultantes dessa primeira análise, é possível formular as seguintes

observações:

- os desenhos das curvas de diferença de azimutes têm aspecto contínuo, enquanto

os de diferença de distância assumem aspecto aleatório, embora dentro de certos

limites;

Page 68: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

67

- as curvas de diferença de azimutes e as de diferença de distância assemelham-se

a uma função trigonométrica;

- os piores resultados encontram-se nas bordas das imagens, representados pelas

curvas de direção e distância das regiões S1 a S4;

- todas as curvas de diferenças de direção tendem a cruzar o eixo das abscissas nos

mesmos pontos. Entretanto, próximo aos valores de 00 e 1800, todas as curvas

cruzam o eixo das abscissas, ocorrendo, portanto, a menor diferença de direção.

Por outro lado, as maiores diferenças estão próximas aos pontos 1250 e 3050;

- as curvas de diferença de distância não guardam um padrão de comportamento

entre si. Portanto, não é possível formular conclusões a respeito dessas curvas.

Para auxiliar a formulação da primeira conclusão parcial, recorreu-se à geração

de planilhas em que fossem somadas as ordenadas, em módulo, de todas as curvas

(AzA1 até AzA5) referentes à mesma abscissa. Dessa forma construiu-se outro

gráfico, disponível na figura 3.8, possibilitando a interpretação em conjunto das cinco

curvas. Finalmente, pôde-se concluir que as direções em que ocorrem as maiores

diferenças na posição dos elementos em torno de um ponto P estão sobre a direção

1250-3050 e as menores diferenças na posição dos elementos em torno de um ponto

P estão sobre a direção 00-1800. Essa conclusão está esboçada graficamente na

figura 3.9.

0 100 200 3000

0.5

1

1.5

2GRÁFICO Soma_Az_A

Direcão (graus)

Dif

eren

ça a

cum

ulad

a de

dir

eção

(gr

aus)

AzS1

x

FIG. 3.8 Interpretação conjunta dos dados da figura 3.6

Page 69: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

68

FIG. 3.9 Conclusão parcial da primeira análise da diferença de feições

3.3.2 SEGUNDA ANÁLISE

Esta análise teve por objetivo avaliar as diferenças de feições para diversas

rotações introduzidas nas imagens. Foram consideradas as seguintes condições:

- variação das rotações das imagens, conforme a tabela 3.2;

- análises feitas na subimagem S1 (imagem que apresentou as maiores diferenças,

tanto em azimute, quanto em distância) da figura 3.5;

- mantidas as demais condições da primeira análise.

TAB. 3.2 Dados da 2ª análise da diferença de feições

-- Parâmetros R1 R2 R3 R4 R5

φ 0,000 0,000 0,080 0,080 0,080

ω 0,000 0,087 0,000 0,080 0,080

Imagem

da

esquerda κ 0,000 0,000 0,080 0,080 0,080

φ 0,000 -0,087 0,000 0,080 -0,080

ω 0,000 0,087 0,080 0,080 -0,080

Imagem

da

direita κ 0,000 0,000 0,060 0,080 -0,080

Após o processamento dos pontos da subimagem S1 adotando-se as rotações

da tabela 3.2, foram coletados os dados necessários para a construção dos gráficos

Page 70: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

69

Az_B e Dist_B, disponíveis respectivamente nas figuras 3.10 e 3.11. Conforme já

descrito, no eixo das abscissas constam as direções e no eixo das ordenadas

constam as diferenças de direção (gráfico Az_B) e de distância (gráfico Dist_B).

Cada curva representa o comportamento da vizinhança para cada conjunto de

rotações analisado (R1, R2, etc.). Assim, a curva AzB1 representa a diferença de

direção para toda a vizinhança do conjunto R1; a curva DistB1 representa a

diferença de distância para toda a vizinhança do conjunto R1 e assim por diante.

0 100 200 300

5

0

5GRÁFICO Az_B

Direcão (graus)

Dif

eren

ça d

e di

recã

o (g

raus

) AzB1

AzB2

AzB3

AzB4

AzB5

x

FIG. 3.10 Resultado gráfico da segunda análise (direções)

AzB5 R5:=

0 100 200 300

5

0

5GRÁFICO Az_B

Direcão (graus)

Dif

eren

ça d

e po

siçã

o (p

ixel

s) AzB1

AzB2

AzB3

AzB4

AzB5

x

FIG. 3.11 Resultado gráfico da segunda análise (distâncias)

Page 71: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

70

Dos gráficos resultantes dessa segunda análise, é possível formular as

seguintes observações:

- os desenhos das curvas de diferença de direção têm aspecto contínuo, enquanto

os de diferença de distância assumem aspecto aleatório, embora dentro de certos

limites;

- as curvas de diferença de azimutes e as de diferença de distância assemelham-se

a funções trigonométricas;

- como era de se esperar, os resultados vão piorando (aumentando as diferenças)

de R1 para R5. Em R1 encontra-se a melhor situação, ou seja, imagens

perfeitamente verticais. Em R5, uma imagem foi rotacionada de aproximadamente

50 em todos os eixos, enquanto a outra sofreu as mesmas rotações em sentido

contrário;

- todas as curvas de diferenças de direção tendem a cruzar o eixo das abscissas nos

mesmos pontos. Entretanto, nos valores de 00 e 1800, todas as curvas cruzam o

eixo das abscissas, ocorrendo, portanto, a menor diferença de direção. Por outro

lado, as maiores diferenças estão próximas aos pontos 1000 e 2500;

- as curvas de diferença de distância não guardam um padrão de comportamento

entre si. Portanto, não é possível formular conclusões a respeito dessas curvas.

Para se chegar à segunda conclusão parcial, recorreu-se ao mesmo

procedimento usado no item 3.3.1, cujo gráfico de diferença de posição encontra-se

na figura 3.12. Pôde-se concluir que as direções em que ocorrem as maiores

diferenças na posição dos elementos em torno de um ponto P estão sobre as

direções 1000 e 2500 e as menores diferenças na posição dos elementos em torno

de um ponto P estão sobre a direção 00-1800. Essa conclusão está esboçada na

figura 3.13.

Page 72: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

71

0 100 200 300

0

5

10

GRÁFICO Soma_Az_B

Direcão (graus)

Dif

eren

ça a

cum

ulad

a de

dir

eção

(gr

aus)

AzS2

x

FIG. 3.12 Interpretação conjunta dos dados da figura 3.10

FIG. 3.13 Conclusão parcial da segunda análise da diferença de feições

3.3.3 TERCEIRA ANÁLISE

Esta análise teve por objetivo avaliar as diferenças de feições quando há

variação de altitude do terreno. Foram consideradas as seguintes condições:

Page 73: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

72

- variação do plano do terreno, até então fixo (no caso real, o ponto analisado e seus

vizinhos estão em planos diferentes). Para cada altitude foi associado um conjunto

de rotações (R1, R2, etc.) da segunda análise, conforme a tabela 3.3;

- As análises foram feitas somente na subimagem S1 (maiores diferenças, tanto em

direção, quanto em distância) da figura 3.5;

- mantidos os demais dados da primeira análise.

TAB. 3.3 Dados da 3ª análise da diferença de feições

Parâmetros A1 A2 A3 A4 A5

Rotações R1 R2 R3 R4 R5

∆h - 10 m - 30 m 12 m 26 m - 50 m

Após o processamento dos cinco diferentes conjuntos de rotações e diferenças

de altitude, foram coletados os dados necessários para a construção dos gráficos

Az_C e Dist_C, disponíveis respectivamente nas figuras 3.14 e 3.15. Conforme já

descrito, no eixo das abscissas constam as direções e no eixo das ordenadas

constam as diferenças de direção (gráfico Az_C) e de distância (gráfico Dist_C).

Cada curva representa o comportamento da vizinhança para cada conjunto de

dados analisado, ou seja, rotações e altitude estabelecidas (A1, A2, etc.). Assim, a

curva AzC1 representa a diferença de direção para toda a vizinhança do conjunto de

dados A1; a curva DistC1 representa a diferença de distância para toda a vizinhança

do conjunto de dados A1 e assim por diante.

Page 74: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

73

0 100 200 30010

5

0

5

10GRÁFICO Az_C

Direcão (graus)

Dif

eren

ça d

e di

recã

o (g

raus

) AzC1

AzC2

AzC3

AzC4

AzC5

x

FIG. 3.14 Resultado gráfico da terceira análise (direções)

0 100 200 3005

0

5GRÁFICO Dist_C

Direcão (graus)

Dif

eren

ça d

e po

siçã

o (p

ixel

s) DistC1

DistC2

DistC3

DistC4

DistC5

x

FIG. 3.15 Resultado gráfico da terceira análise (distâncias)

Dos gráficos resultantes dessa terceira análise, é possível formular as seguintes

observações:

- os desenhos das curvas de diferença de azimutes e de diferença de distância

assumem aspecto aleatório;

- os conjuntos de dados A1 e A3 apresentam resultados melhores (menores

diferenças);

Page 75: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

74

- as curvas de diferenças se aproximam do eixo das abscissas nos pontos de

valores de 00 e 1800. Por outro lado, as maiores diferenças estão próximas aos

pontos 1000 e 2500;

- as curvas de diferença de distância não guardam um padrão de comportamento

entre si. Portanto, não é possível formular conclusões a respeito dessas curvas.

Para se chegar à terceira conclusão parcial, recorreu-se ao mesmo

procedimento usado no item 3.3.1, cujo gráfico (Soma_Az_C) de diferença de

posição encontra-se na figura 3.16. Pôde-se concluir que as direções em que

ocorrem as maiores diferenças na posição dos elementos em torno de um ponto P

estão sobre as direções 1000 e 2500 e as menores diferenças na posição dos

elementos em torno de um ponto P estão sobre a direção 00-1800. Essa conclusão,

portanto é igual à conclusão da segunda análise.

0 100 200 300

0

10

20

GRÁFICO Soma_Az_C

Direção (graus)

Dif

eren

ça a

cum

ulad

a de

dir

eção

(gr

aus)

AzS3

x

FIG. 3.16 Interpretação conjunta dos dados da figura 3.14

3.3.4 CONCLUSÃO SOBRE AS ANÁLISES DE DIFERENÇA DE POSIÇÃO

Outras simulações foram avaliadas, cujos resultados também apontaram para

menores diferenças sobre a linha base de referência que, neste caso, coincide com

a direção de deslocamento do sensor. A propósito, a linha de referência também foi

Page 76: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

75

alterada e a conclusão a esse respeito é que as menores diferenças continuaram a

ocorrer sobre a direção do vôo.

A estratégia usada para analisar as diferenças nas posições dos objetos foi

traçada de forma a facilitar a implementação das restrições ora analisadas. Desta

forma, pode-se afirmar que os vizinhos de um determinado ponto, para fins de se

estabelecer relacionamentos angulares e lineares, devem ser escolhidos sobre sua

mesma linha de pixels (ou próximos a ela); por outro lado, deve-se evitar aqueles

situados nas imediações de sua coluna de pixels.

As diferenças de direções encontradas têm uma modelagem melhor do que as

diferenças de distâncias. Assim, foi possível formular conclusões mais precisas a

respeito daquelas. Por esse motivo, se for possível fazer uso discriminado dessas

duas grandezas, atribuir-se-á maior peso para aquelas.

3.4 PRÉ-PROCESSAMENTO DAS IMAGENS

Uma das injunções requeridas pela metodologia proposta foi a normalização das

imagens. Dessa forma, foi possível diminuir a área de busca dos pontos homólogos,

bem como o esforço computacional. Após esse primeiro passo, foi extraído um

conjunto de pontos homólogos, os quais serviram para o cálculo da compatibilidade.

3.4.1 NORMALIZAÇÃO DAS IMAGENS

Os programas e as imagens analógicas são os mesmos apresentados por

AUGUSTO (1999), conforme já foi citado anteriormente. Portanto, era de se esperar

que os parâmetros da orientação exterior fossem os mesmos. Da mesma forma

como foram apresentadas no trabalho de AUGUSTO (1999), as imagens foram

digitalizadas a uma resolução de 300 dpi (dots per inch), devido à limitação imposta

pelo programa MathCad que é de oito milhões de elementos (matriz quadrada de

aproximadamente 2828 elementos). Essa nova digitalização foi responsável pela

Page 77: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

76

inserção de rotações e escala diferentes daquelas encontradas no trabalho de

AUGUSTO (1999). Por esse motivo, os parâmetros para a orientação interior

também foram diferentes. A tabela 3.4 apresenta os valores encontrados para as

orientações.

TAB. 3.4 Parâmetros das orientações interior e exterior

-- Parâmetros

da OI --

Parâmetros

da OE --

a0 - 116,153718 X 914741,926

a1 0,084892 Y 214696,565

a2 - 0,000135 Z 3735,355

b0 118,812606 φ 0,008

b1 0,000000 ω 0,008

Imagem

da

esquerda

b2 - 0,084504 κ 0,003

a0 - 115,449497 X 916489,366

a1 0,084738 Y 214808,914

a2 - 0,000354 Z 3719,369

b0 117,836463 φ 0,011

b1 - 0,000338 ω 0,002

Imagem

da

direita

b2 - 0,084503 κ 0,011

Com esses dados, foi possível normalizar o par de imagens, utilizando-se as

equações de colinearidade. Para que fossem mantidos os valores dos níveis de

cinza originais, as imagens foram reamostradas pelo algoritmo do vizinho mais

próximo. Após a normalização, as linhas epipolares apresentaram um afastamento

médio de 27 pixels e um desvio de 7 pixels. O alto valor para o desvio pode ser

explicado pelo uso de imagens com baixa resolução (300 dpi) e devido a

inconsistências existentes no algoritmo de normalização.

Page 78: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

77

3.4.2 EXTRAÇÃO DE UM CONJUNTO DE PARES DE PONTOS HOMÓLOGOS

De acordo com a metodologia, foi necessário identificar previamente um número

mínimo de pares de pontos homólogos para que houvesse suporte ao cálculo da

compatibilidade. Essa tarefa se justifica por dois motivos: em primeiro lugar, é

possível que o primeiro ponto homólogo encontrado pelo algoritmo, baseado em

áreas, seja considerado como não satisfatório, dessa forma, entra em execução a

rotina baseada em feições, que, por sua vez, necessita da vizinhança do ponto em

estudo; em segundo lugar, são necessários pontos distribuídos por toda a área de

estudo para facilitar a localização de vizinhos dentro daqueles setores que causam

menores variações (análises feitas no item 3.3).

Com o auxilio do programa ENVI 4.0, coletou-se manualmente um conjunto de

pares de pontos correspondentes nas imagens normalizadas. Essa lista de pontos

encontra-se no APÊNDICE 3.

3.5 ANÁLISE DAS FALHAS PROVENIENTES DO PROCESSO DE CORRELAÇÃO

Esta foi, sem dúvida, a fase mais sensível do trabalho. Da forma como foi

planejada a metodologia, a decisão de aceitar ou rejeitar um ponto homólogo,

localizado pelo algoritmo baseado em áreas, consiste em validar o resultado do

algoritmo mediante um valor numérico. Logicamente trata-se de uma tarefa

complexa, mas necessária para inicializar o refinamento. A técnica dos algoritmos

baseados em feições necessita de injunções e limites; uma boa estimativa desses

elementos permite um resultado mais próximo da realidade.

A saída para estimar esses limites foi observar um conjunto de pontos sob

diversos aspectos e formular conclusões a respeito das causas de falhas. Para o

usuário seria interessante o mínimo de intervenção no processo. Por esse motivo,

escolheu-se, para servir de amostra, o mesmo conjunto de pontos a que se refere o

item 3.4.2 (ver APÊNDICE 3).

Page 79: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

78

Desse conjunto de pontos foi possível extrair os seguintes parâmetros para

serem utilizados pelo algoritmo baseado em áreas:

- paralaxe em x: px = 1109 pixels (ver cálculo no APÊNDICE 3). Pelo cálculo

proposto por AUGUSTO (1999), a paralaxe em x foi de 1122 pixels. No entanto, foi

adotada a paralaxe de 1109 pixels por estar melhor ajustada à área de estudo

(apenas uma parte da área de estereoscopia);

- paralaxe em y (associada à coluna de pixels): py = 27 pixels (aproximação para

maior em relação ao cálculo constante do APÊNDICE 3);

- dimensão do template (7 pixels). Outros valores foram testados (5, 9 e 11),

contudo, aquele foi o que ofereceu a maior eficiência em relação ao número de

acertos;

- dimensão da janela de pesquisa (84 pixels de comprimento x 16 pixels de altura),

baseada nos afastamentos máximos em relação à paralaxe em x (41,5 pixels) e

em y (6,5 pixels).

Uma vez definidos os parâmetros necessários ao algoritmo baseado em áreas,

os pontos da lista (ver APÊNDICE 3) referentes à imagem da esquerda foram

processados por esse algoritmo e os resultados apresentados foram comparados

com os pontos da lista referentes à imagem da direita. Antes de iniciar as

observações a respeito das causas das falhas, foi necessário estabelecer limites

para aceitação ou rejeição de um determinado ponto, ou seja, de quantos pixels

poderia estar diferindo a comparação dos resultados calculados com os valores

verdadeiros (medidos)? Segundo DALMOLIN e LEAL (2001), faltam padrões

estabelecidos para as bases cartográficas digitais, principalmente no Brasil. Então,

para responder a essa indagação e estabelecer tais limites, foram levados em

consideração três aspectos: a imagem digitalizada a 300 dpi, que produz pixels de

0,084 mm; o erro de pontaria, fixado em um pixel; a variação que um ou mais pixels

podem causar nas coordenadas do terreno. Foi calculada a variação causada no

terreno devido à variação de até três pixels nas imagens (ver tabela 3.5).

A tabela 3.5 foi elaborada da seguinte forma: escolheu-se um par de pontos

homólogos (coluna e linha) e calculou-se as coordenadas de terreno (E, N, H) com

uso das equações de colinearidade; em seguida fixou-se as coordenadas do ponto

em uma imagem e variou-se as coordenadas na outra imagem (dcoluna, dlinha),

encontrando-se as variações causadas nas coordenadas de terreno (dE, dN, dH).

Page 80: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

79

Verificou-se que, ao introduzir variações gradativas no espaço imagem (linha,

coluna), houve uma variação também gradativa no valor das coordenadas do terreno

em metros (para mais ou para menos). Verifica-se que a coordenada H é mais

sensível às alterações no espaço imagem; o tipo de terreno também afeta essa

sensibilidade.

Considerando-se que os erros podem se apresentar de forma cumulativa,

acrescentou-se o erro de pontaria, resultando na aceitação de uma diferença de até

quatro pixels em linha e/ou coluna. Em decorrência da resolução adotada, essa

tolerância representou 0,336 mm na imagem.

TAB. 3.5 Variação de uma coordenada pelo incremento de pixels

dcoluna

(pixels)

dlinha

(pixels)

dE

(metros)

dN

(metros)

dH

(metros)

0 0 0,000 0,000 0,000

0 1 -0,005 -0,750 -0,068

0 2 -0,010 -1,497 -0,132

0 3 -0,014 -2,242 -0,193

1 0 1,094 1,360 2,070

1 1 1,089 0,611 2,003

1 2 1,085 -0,136 1,939

1 3 1,081 -0,880 1,878

2 0 2,187 2,718 4,138

2 1 2,182 1,969 4,070

2 2 2,177 1,223 4,007

2 3 2,173 0,480 3,946

3 0 3,278 4,073 6,201

3 1 3,273 3,326 6,134

3 2 3,268 2,580 6,071

3 3 3,264 1,837 6,011

Observando os valores da tabela 3.5, a evolução de dN tem um comportamento

diferente se comparada à evolução de dE e dH. Isto é justificável por que o sistema

Page 81: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

80

de coordenadas suíço tem o eixo N refletido em relação ao sistema de coordenadas

da imagem utilizada.

Superada essa etapa passou-se a investigar as causas pelas quais houve

resultados acima dos valores de aceitação (até quatro pixels em linha e/ou coluna).

Foram avaliados quatro aspectos, a saber: similaridade (correlação), predição do

homólogo, refinamento na predição do homólogo e ambigüidade.

3.5.1 AVALIAÇÃO DA SIMILARIDADE

A similaridade avaliada em questão é o valor do coeficiente de correlação de

Pearson fornecida pelo algoritmo baseado em áreas. Foi observada a amostra e

verificado se existe um ou mais limites para os quais ocorre erro ou acerto no

resultado.

3.5.2 AVALIAÇÃO DA PREDIÇÃO DO HOMÓLOGO

O próprio conjunto de pontos da amostra forneceu a paralaxe a ser utilizada com

a finalidade de predizer a localização da coluna do ponto correspondente na outra

imagem. Essa paralaxe foi calculada pela média entre o maior e o menor valor das

paralaxes encontradas (ver APÊNDICE 3) e apresentou o valor de 1108,5 pixels. Foi

observada na amostra a distância da coluna do ponto calculado para a coluna

estimada pela paralaxe e se isso é uma das causas de erro ou acerto.

3.5.3 AVALIAÇÃO DA PREDIÇÃO REFINADA DO HOMÓLOGO

Foi planejada uma forma de diminuir o afastamento de mais ou menos 41,5

pixels em torno da paralaxe em x (associada à coluna de pixels). Isso foi possível

Page 82: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

81

porque se observou que a paralaxe em x guarda uma relação sistemática, tanto com

as linhas quanto com as colunas, como se pode ver na figura 3.17.

FIG. 3.17 Relação da paralaxe com as linhas e colunas

Baseado nesse fato, procurou-se relacionar a paralaxe com a linha e coluna do

ponto investigado por meio de uma função do tipo: Fpx = A . linha + B . coluna + C.

Os coeficientes dessa equação foram determinados pelo ajustamento dos dados

(linha, coluna e paralaxe em x) constantes do APÊNDICE 3, resultando na equação

Fpx = 0,0517 . linha – 0,0036. coluna + 1047,9330. Essa equação passou a ser

chamada de função paralaxe e tem a função de predizer, com mais precisão, a

localização da coluna do ponto correspondente na outra imagem. O afastamento

também diminuiu para ± 26 pixels. A figura 3.18 faz uma comparação gráfica entre a

paralaxe e a função paralaxe.

FIG. 3.18 Comparação entre a paralaxe e a função paralaxe

Page 83: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

82

Foi observada na amostra a distância da coluna do ponto calculado para a

coluna estimada pela função paralaxe e se isso é uma das causas de erro ou acerto.

3.5.4 AVALIAÇÃO DA AMBIGÜIDADE

Ambigüidade é um valor derivado da comparação entre similaridades. São

comparados os dois maiores valores de similaridades com a finalidade de se avaliar

o resultado encontrado. Uma forma bem simples de expressar a ambigüidade é

conhecida, na literatura, como fator de não ambigüidade. Segundo GALO (2003),

esse fator é dado por FNA = 1 – (p2 / p1), onde p1 é o maior valor de similaridade

encontrado e p2 é o segundo maior valor. Numa situação onde as feições são bem

determinadas, espera-se que a maior similaridade seja próximo a 1 e as demais

próximo a 0; nesses casos, FNA recebe uma valor alto (próximo de 1), ou seja, não

ambíguo. Portanto, quando ocorre um baixo valor de FNA significa que o resultado

está ambíguo, diminuindo a probabilidade de estar correto.

Neste trabalho, pelo fato de se estar atuando em áreas homogêneas, foram

esperados valores de similaridade muito próximos, pois toda a vizinhança era

formada por uma amostra de pixels cujos valores do nível de cinza são semelhantes,

logo, os resultados ambíguos tiveram que ser corrigidos.

Para usar o conceito de ambigüidade nas condições descritas anteriormente, foi

necessária a utilização de pesos. De acordo com as explicações seguintes, os pesos

usados para reforço da ambigüidade foram inversamente proporcionais ao

afastamento existente entre a coluna do homólogo, apresentada como resultado, e a

coluna calculada preliminarmente pela função paralaxe. Uma vez que foi encontrada

uma forma de se predizer com mais precisão a coluna do ponto correspondente,

passou-se a comparar a primeira maior correlação com a segunda maior correlação

que estivesse dentro da região de maior probabilidade de se encontrar o resultado

correto, ou seja, dentro da área de influência da função paralaxe (área do

paralelogramo da figura 3.18). Assim, foi adotado um fator de não-ambigüidade

reforçado (FNA*) ao se adotar o inverso do produto do fator de não ambigüidade

Page 84: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

83

(FNA) pelo afastamento existente entre a coluna do homólogo, apresentada como

resultado, e a coluna calculada preliminarmente pela função paralaxe. Com esta

estratégia, ocorreram dois casos: no primeiro caso, o ponto de maior correlação

ficou fora da área de influência da função paralaxe, portanto, sua distância para o

ponto de segunda maior correlação ficou grande, resultando em um FNA* menor; no

segundo caso, o ponto de maior correlação ficou dentro da área de influência da

função paralaxe, portanto, sua distância para o ponto de segunda maior correlação

ficou menor, resultando em um FNA* maior. Com estas adaptações foi esperado que

um FNA* maior refletisse uma maior probabilidade de acerto.

3.5.5 EXTRAÇÃO DE PARÂMETROS DA AMOSTRA

Os dados da amostra foram coletados de acordo com o item 3.4.2 e se

encontram no APÊNDICE 3. São vinte e um pontos distribuídos dentro da área de

teste (no Capítulo 4 encontra-se a figura 4.1 que apresenta um esquema dessa área

de teste, dentro da área de estereoscopia).

Os pontos foram processados pelo algoritmo baseado em áreas. O algoritmo em

questão foi o mesmo apresentado por AUGUSTO (1999), com algumas

modificações. As modificações substanciais ocorreram na forma de entrada e saída

dos dados: as entradas foram lidas de um arquivo de texto e não mais das imagens;

a saída ordenou os dados pelas quinze maiores similaridades, sendo que da

segunda maior similaridade em diante, a localização do ponto homólogo obedeceu à

função paralaxe. Os elementos de análise foram calculados e resumidos na tabela

3.6.

Page 85: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

84

TAB. 3.6 Elementos para análise das causas de falhas

∆Col ∆Lin ARG ρ dpx dFpx FNA FNA* -45 5 0 0,631 3 31,354 0,086 0,371 -48 -7 0 0,727 25 56,664 0,002 11,608 -6 5 0 0,485 18 -1,265 0,017 47,136 26 -11 0 0,757 -38 -52,017 0,080 0,242 0 1 1 0,601 -1 1,297 0,039 19,817

-22 7 0 0,505 -2 17,465 0,011 5,208 -62 3 0 0,462 21 50,488 0,059 0,336 -33 4 0 0,670 12 43,001 0,007 3,329 -1 3 1 0,852 -30 1,071 0,070 13,248 2 1 1 0,847 -27 5,100 0,032 6,086 -2 1 1 0,849 -21 -4,908 0,001 328,856 -13 0 0 0,484 -1 -3,306 0,012 25,080 7 1 0 0,492 23 2,910 0,115 2,989 0 0 1 0,972 27 6,136 0,038 4,290 0 1 1 0,972 5 -1,676 0,045 13,263 0 1 1 0,857 -23 -13,948 0,096 0,748

-20 -4 0 0,663 25 34,187 0,096 0,305 4 0 1 0,809 -10 -5,895 0,000 3037,398 0 0 1 0,981 18 11,718 0,010 8,640 1 1 1 0,719 -14 13,035 0,019 4,036 8 -2 0 0,597 33 12,589 0,002 46,247

onde:

- ∆Col é a diferença, em pixels, entre a coluna do ponto de maior correlação e a

coluna do ponto medido na imagem da direita (coluna referente à imagem da

direita - APÊNDICE 3), assumido como ponto homólogo;

- ∆Lin é a diferença, em pixels, entre a linha do ponto de maior correlação e a linha

do ponto medido na imagem da direita (linha referente à imagem da direita -

APÊNDICE 3), assumido como ponto homólogo;

- ARG indica onde o algoritmo baseado em áreas acertou ou falhou (tendo em conta

o critério de ± 4 pixels para linha e/ou coluna). Onde ocorreu uma falha o valor do

argumento é “0” e onde ocorreu um acerto o valor do argumento é “1”;

- ρ é a medida de similaridade. No caso foi usada a função de correlação, portanto,

trata-se de um valor de máximo. A equação 3.2 (ALBERTZ e KREILING – 1989) é

aplicada para calcular a correlação em um ponto;

- dpx é o quanto o resultado diferiu da predição, ou seja, é a coluna do ponto de

maior correlação, subtraída da paralaxe, subtraída da coluna do ponto assumido

Page 86: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

85

como sendo o correspondente (coluna referente à imagem da direita - APÊNDICE

3);

- dFpx é o quanto o resultado diferiu da predição refinada, ou seja, é a coluna do

ponto de maior correlação, subtraída da função paralaxe, subtraída da coluna do

ponto assumido como sendo o correspondente (coluna referente à imagem da

direita - APÊNDICE 3);

- FNA é o fator de não ambigüidade entre a maior correlação e a segunda maior

correlação, sendo esta, obrigatoriamente, dentro da área de influência da função

paralaxe;

- FNA* é o fator de não ambigüidade reforçado, ou seja, 1 / (FNA . |dFpx|).

⋅⋅⋅

⋅⋅

⋅−⋅

=

∑∑∑∑

∑∑∑

====

===

2

11

2

2

11

2

111

11

1

n

i

i

n

i

i

n

i

i

n

i

i

n

i

i

n

i

i

n

i

ii

yn

yxn

x

yxn

yx

ρ EQ. 3.2

Onde: - n é a quantidade de pixels do template;

- xi e yi são as variáveis aleatórias do problema, representadas pelos valores

dos pixels na i-ésima posição da matriz na imagem da esquerda e j-ésima

posição da matriz na imagem da direita.

3.5.6 CONCLUSÃO SOBRE A ANÁLISE DAS FALHAS

Baseado exclusivamente nos dados da tabela 3.6, chegou-se às seguintes

conclusões a respeito das causas de falhas e acertos (assumindo uma tolerância de

± 4 pixels para linha e/ou coluna) ocorridos após o processamento dos pontos da

amostra pelo algoritmo baseado em áreas:

- falhou quando a correlação foi menor que 0,6 (se ρ < 0,6 então ARG = 0);

- acertou quando a correlação estava compreendida entre 0,6 e 0,8 e a diferença

entre o resultado e a predição refinada foi menor que 26 pixels e, além disso, a

função de não ambigüidade reforçada foi menor que 170 [se (0,6 ≤ ρ < 0,8) e

Page 87: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

86

(dFpx < 26) e (FNA* < 170) então ARG = 1)]. A fim de conferir menor subjetividade

na elaboração do critério, o valor de dFpx adotado foi o maior resíduo (26)

observado no cálculo do ajustamento e o valor de FNA* foi a média (170) dos seus

valores encontrados na amostra observada. Esses valores constam do vetor de

resíduos do APÊNDICE 14 e da média da última coluna da tabela 3.6,

respectivamente;

- acertou quando a correlação foi maior que 0,8 (se ρ ≥ 0,8 então ARG = 1);

- em 45,45 % dos casos em que houve falha na amostra, foi possível encontrar o

ponto homólogo entre os quinze maiores valores de correlação;

- houve falhas em onze dos vinte e um pontos da amostra (52,38 % de falhas).

Os parâmetros encontrados para identificar as falhas serão usados, portanto,

para acionar a rotina baseada em feições; esse conjunto de parâmetros passará a

ser chamado de critério C1.

3.6 CONSTRUÇÃO DA ROTINA E ELABORAÇÃO DO CRITÉRIO DE ACEITAÇÃO

DOS RESULTADOS

Foi construída uma rotina com base nos princípios apresentados na letra “b” do

item 2.5.4. Foram introduzidas modificações de forma a adaptá-la à metodologia

proposta. A rotina foi construída para funcionar isoladamente em relação ao

algoritmo baseado em áreas. Para tanto, o programa desenvolvido por AUGUSTO

(1999) sofreu duas importantes alterações: a entrada passou a não obedecer a uma

grade regular de pontos, mas a uma matriz de pontos adaptada para facilitar a fase

de testes; e a saída passou a fornecer uma matriz com todos os pontos homólogos,

seguidos das 15 maiores similaridades (no caso de falha, o homólogo será

pesquisado entre esses 15 pontos, pelo método das feições). A rotina começa pela

seleção dos pontos considerados não satisfatórios (emprego do critério de falha,

estabelecido no item 3.5.6) e da seleção de dois vizinhos que satisfaçam o critério

do item 3.3.4, ou seja, devem estar localizados o mais próximo possível da linha de

pixels. A rotina processa cada ponto isoladamente, por isso, não houve necessidade

Page 88: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

87

de se empregar um método de busca, em conseqüência, há uma diminuição do

tempo de processamento.

O primeiro passo (extrair um conjunto de feições de interesse em ambas as

imagens) foi substituído pelo seguinte procedimento: as feições de interesse foram

os pontos considerados falhos pelo critério C1, os quais foram processados

isoladamente pelo método das feições, cujos homólogos foram pesquisados entre os

15 maiores valores de similaridades (coeficiente de correlação de Pearson), ou seja,

se o ponto de maior valor de similaridade não foi aceito como homólogo, o método

das feições fez a pesquisa entre aquele ponto e os 14 pontos seguintes de maiores

valores de similaridades encontrados dentro daquela janela de busca (janela de

busca que enquadra o ponto analisado). A figura 3.19 mostra um gráfico com todos

os valores do coeficiente de correlação de Pearson para uma determinada janela de

busca; está destacado o maior desses valores, bem como os maiores valores

subseqüentes. O procedimento é repetido sequencialmente para todos os pontos

considerados como não satisfatórios.

FIG. 3.19 Esquema dos 15 maiores valores de similaridade de uma janela de busca

A tarefa de construir uma lista com as feições e suas características de interesse

ficou facilitada sobremaneira. Como as feições eleitas para este trabalho foram os

Page 89: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

88

pontos, as únicas características destes, também eleitas, foram suas coordenadas

de imagem. Portanto, as coordenadas, tanto dos pontos em análise como dos

possíveis candidatos a seu homólogo, puderam ser lidas diretamente da matriz de

saída do algoritmo baseado em áreas.

A estratégia de correspondência foi planejada da seguinte forma: nenhuma

similaridade foi estabelecida devido à escassez de características da feição do tipo

ponto; por outro lado, houve abundância de possibilidades para se estabelecer

medidas de compatibilidades com o uso de dois vizinhos. Foram estabelecidas

medidas de compatibilidades baseadas em ângulos e distâncias.

Para ilustrar como foram montadas as funções de custo apresenta-se a figura

3.20, cujos elementos encontram-se explicados na seqüência.

FIG. 3.20 Relacionamentos entre o ponto P e seus vizinhos V1 e V2

- P é o ponto em análise, para o qual se deseja encontrar o ponto correspondente;

HPi é um dos 15 candidatos a homólogo de P;

- V1 e V2 são os vizinhos de P para os quais se conhece seus pontos

correspondentes, pois fazem parte do conjunto de pontos de partida;

- r0 é a diferença entre a coluna de P e a coluna de seus candidatos a homólogo; r1

é a diferença entre a coluna de V1 e a coluna de seu homólogo (paralaxe em x de

V1); a razão entre r0 e r1 determina a medida de compatibilidade C0. Em outras

Page 90: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

89

palavras: C0 é a razão entre as paralaxes em x do ponto P e seu vizinho V1 e é

obtido segundo a expressão 3.3, da forma:

( )( ) ( )[ ]( ) ( )[ ]11;max

11;min1,1;,0

ColHVColVdColHPColPd

ColHVColVdColHPColPdHVVHPPC

i

i

i−−

−−= EQ. 3.3

- c1 é o ângulo formado pelos pontos V1, P e V2, assim como seus homólogos

formam o ângulo Hc1; a razão entre Hc1 e c1 determina medida de

compatibilidade C1, obtida pela equação 3.4;

( )( ) ( )[ ]( ) ( )[ ]2,1,;2,1,max

2,1,;2,1,min2,1,;2,1,1

HVHVHPVVP

HVHVHPVVPHVHVHPVVPC

i

i

iθθ

θθ= EQ. 3.4

- c2 é a distância formada pelos pontos P e V1, assim como seus homólogos

formam a distância Hc2; a razão entre Hc2 e c2 determina a medida de

compatibilidade C2, avaliada pela equação 3.5;

( )( ) ( )[ ]( ) ( )[ ]1,;1,max

1,;1,min1,;1,2

HVHPdVPd

HVHPdVPdHVHPVPC i = EQ. 3.5

- c3 é a distância formada pelos pontos P e V2, assim como seus homólogos

formam a distância Hc3; a razão entre Hc3 e c3 determina a medida de

compatibilidade C3, estimada pela equação 3.6;

( )( ) ( )[ ]( ) ( )[ ]2,;2,max

2,;2,min2,;2,3

HVHPdVPd

HVHPdVPdHVHPVPC i = EQ. 3.6

- c4 é o ângulo formado pela reta 1PV e a coluna de pixels que passa por V1, assim

como seus homólogos formam o ângulo Hc4; a razão entre Hc4 e c4 determina a

medida de compatibilidade C4, dada pela equação 3.7;

Page 91: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

90

( ) ( ) ( )[ ]( ) ( )[ ]10,1;10,1max

10,1;10,1min10,1;10,14

ColHVVHPColVPV

ColHVVHPColVPVColHVVHPColVPVC

i

i

θ=

EQ. 3.7

- c5 é o ângulo formado pela reta 2PV e a coluna de pixels que passa por V2, assim

como seus homólogos formam o ângulo Hc5; a razão entre Hc5 e c5 determina a

medida de compatibilidade C5. Não há redundância no cálculo desse ângulo com

relação aos ângulos c1 e c4, isto porque não há garantia de que qualquer das

compatibilidades venha a ser igual a 1, ou seja, o somatório dos ângulos da

maioria das figuras não perfaz 180º . Assim, o que ocorre é a busca pela figura

mais próxima possível de um triângulo. A medida de compatibilidade C5 é dada

pela equação 3.8

( ) ( ) ( )[ ]( ) ( )[ ]20,2;20,2max

20,2;20,2min20,2;20,25

ColHVVHPColVPV

ColHVVHPColVPVColHVVHPColVPVC

i

i

θ=

EQ. 3.8

- para todos os casos foi adotada a razão que resulta num valor entre 0 e 1, ou seja,

as razões foram sempre estabelecidas com o menor valor no numerador. A letra

“H” foi usada para indicar o homólogo de cada elemento em questão. A letra “i”,

subscrita, foi empregada para indicar o índice de cada um dos 15 pontos

candidatos a homólogo do ponto P.

Duas foram as restrições adotadas na rotina. A principal delas refere-se ao fato

de se estabelecer os relacionamentos entre cada ponto e seus dois vizinhos, dentro

de uma região que sofre menos alteração entre uma imagem e outra. Essa região foi

analisada no item 3.3, onde chegou-se à conclusão que os vizinhos deveriam estar

sobre a mesma linha de pixels do ponto analisado. Selecionar vizinhos sobre a linha

de pixels foi, do ponto de vista prático, de difícil materialização devido à quantidade

pequena de pontos no conjunto de partida. Portanto, foi adotada uma tolerância de ±

300 em relação à linha de pixels. Além disso, todas as relações foram estabelecidas

dentro de uma submatriz de 130 colunas por 80 linhas, de acordo com a figura 3.20.

A outra restrição foi a quantidade de feições analisadas na imagem da esquerda: 15

Page 92: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

91

pontos de maior correlação e que se encontram dentro da área de influência da

função paralaxe.

Considerando-se que cada medida de compatibilidade estabelecida corresponde

a uma probabilidade e que essas quantidades (C0 a C5) são independentes entre si,

pôde-se associá-las e definir uma medida de probabilidade única de acordo com a

equação 3.9. Foi adotado o maior valor de p(HP) como sendo o ponto homólogo

daquele analisado; por esse motivo, não houve a necessidade de definir um método

de busca para encontrar a solução.

( )32

510410321100

CCCCCCHPp

×+×+++××= EQ. 3.9

Observa-se que as medidas de compatibilidades que relacionam direções

receberam peso maior em virtude das conclusões formuladas no item 3.3.4. Os

pesos foram estabelecidos depois de testes realizados com outros valores. O valor

p(HP) (equação 3.9) pode ser entendido como a probabilidade de ocorrer o

homólogo do ponto P.

Após o processamento das falhas pelo método das áreas, houve a necessidade

de se estabelecer um segundo critério para aceitação dos resultados finais. A

elaboração desse critério foi pautada na observação dos próprios valores de

similaridade calculados pelo método das feições (equação 3.9). Esses valores são

dotados de certa aleatoriedade devido à grande influência das distorções causadas

pela perspectiva central das imagens. Para estabelecimento do critério, foram

levadas em consideração duas características do cálculo de probabilidades: o

próprio valor da probabilidade p(HP) e a posição, entre os 15 pontos pesquisados.

Esse critério (chamado de C2) foi definido da seguinte forma: o ponto não foi aceito

se p(HP) era menor que 0,95 ou se p(HP) estava compreendido entre 0,6 e 0,95 e

encontrava-se entre os oito menores valores, ou seja, p(HP) < 0,95 U 0,6 < p(HP) ≤

0,95 ∩ p(HP) ≤ 80 valor.

Page 93: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

92

4 TESTES, RESULTADOS E ANÁLISES

4.1 TESTES REALIZADOS

Os testes foram conduzidos em dois conjuntos de imagens com características

diferentes. O primeiro conjunto é o mesmo declarado no item 3.2 e que subsidiou

todas as análises feitas até aqui (doravante denominado de estereograma n0 1). O

segundo conjunto de imagens (doravante denominado de estereograma n0 2) foi

cedido pela 1ª Divisão de Levantamento, cuja área do terreno está situada na

Região oeste do Estado do Paraná - Brasil, cobrindo a cidade de Verê – PR; o

terreno é do tipo movimentado.

Foram usados os parâmetros da orientação exterior contidos nos relatórios de

restituição, cedidos com o segundo conjunto de imagens. Foram usadas as mesmas

conclusões sobre a análise de regiões que sofrem poucas alterações de uma

imagem para outra, ou seja, foi considerado que as menores alterações ocorrem

próximo à linha de vôo; considerou-se que a análise continuava válida devido ao fato

de se ter simulado imagens com os parâmetros semelhantes aos do segundo

conjunto.

As principais diferenças de características e geometria das imagens encontram-

se listadas na tabela 4.1.

Page 94: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

93

TAB. 4.1 Principais diferenças de características e geometria das imagens

ESTEREOGRAMA n0 1 ESTEREOGRAMA n0 2

Esquerda Direita Esquerda Direita

a0 - 116,15371 - 115,44949 - 117,51808 - 117,70477

a1 0,08489 0,08473 0,08464 0,08461

a2 - 0,00013 - 0,00035 0,00044 0,00009

b0 118,81260 117,83646 118,95349 119,53638

b1 0,00000 - 0,00033 0,00047 0,00015

Orientação

interior (mm)

b2 - 0,08450 - 0,08450 - 0,08468 - 0,08465

E (m) 914741,926 916489,366 307638,363 312230,159

N (m) 214696,565 214808,914 7134110,342 7134215,586

H (m) 3735,355 3719,369 5650,774 5657,877

Φ (rad) 0,008 0,011 0,005 0,008

Ω (rad) 0,008 0,002 - 0,007 - 0,005

Orientação

exterior

Κ (rad) 0,003 0,011 3,099 - 3,131

Focal (mm) 153,03 85,543

Paralaxe de x (px) 1109 ± 42 pixels 868 ± 45 pixels

Paralaxe de y (py) 27 ± 07 pixels 34 ± 21 pixels

Função paralaxe (Fpx) L * 0,05170 - C * 0,00369 +

1047,93328 ± 26 pixels

L * 0,06541 + C * 0,00419 +

773,25861 ± 10 pixels

10 critério de falha (C1)

ρ < 0,6 U (0,6 ≤ ρ < 0,8) ∩

(dFpx > I26I U FNA* <

170)

ρ < 0,9 ∩ (dFpx > I10I U

FNA* < 42)

20 critério de falha (C2)

p(HP) < 0,95 U 0,6 <

p(HP) ≤ 0,95 ∩ p(HP) ≤ 80

valor

p(HP) < 0,9 U 0,6 < p(HP)

≤ 0,9 ∩ p(HP) ≤ 100 valor

N0 de pontos analisados 104 100

Foram coletados 104 pontos do estereograma n0 1 e 100 pontos do

estereograma n0 2 para serem testados. Para cada ponto foi coletado também o seu

homólogo com a finalidade de se comparar os resultados. Esses pontos foram

coletados manualmente, com o auxílio de um programa editor de imagens,

Page 95: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

94

consistindo em uma limitação para a aquisição de uma quantidade maior de pontos.

A figura 4.1 ilustra as áreas dos estereogramas onde foram coletados os pontos

(áreas onde havia menos contraste). As imagens normalizadas encontram-se nos

APÊNDICES 5 e 6.

FIG. 4.1 Distribuição dos pontos analisados

O conjunto com 21 pontos, planejado para fornecer os vizinhos necessários aos

cálculos, não atendeu às expectativas por não satisfazer às injunções impostas:

estarem os vizinhos o mais próximo possível do ponto analisado, além de estarem

sobre a mesma linha de pixels. Esse problema poderia ter sido contornado caso o

conjunto de pontos tivesse sido incrementado com os pontos considerados

satisfatórios durante o processamento. Foram acrescentados mais pontos e

satisfeitas as seguintes condições para cada ponto que se desejava encontrar o

homólogo: enquadramento em uma submatriz de 130 colunas por 80 linhas e

afastamento de ± 300 em relação à linha de pixels.

4.2 RESULTADOS

Alguns resultados que servem de suporte aos programas de localização dos

pontos conjugados já foram apresentados em passagens anteriores do trabalho,

como foi o caso da orientação interior, orientação exterior e normalização (resumo

na tabela 4.1).

Page 96: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

95

Estão disponibilizados como apêndices os seguintes dados: imagem esquerda

normalizada dos dois estereogramas (APÊNDICES 5 e 6); matrizes com os dois

conjuntos de pontos processados pelo algoritmo baseado em áreas (APÊNDICES 7

e 8); matrizes com os dois conjuntos de pontos processados pelo algoritmo baseado

em áreas e feições (APÊNDICES 9 e 10); e o resultado final para os dois conjuntos

de dados (APÊNDICES 11 e 12).

As tabelas 4.2 e 4.3 sintetizam os resultados obtidos pela metodologia,

comparando-os com os do algoritmo baseado em áreas.

TAB. 4.2 Síntese dos resultados referentes ao estereograma n0 1

Método baseado em áreas e

feições (dissertação)

Método baseado

em áreas

PT C1 C2 PT C3

8 09 13

5

28

13

04 71

Fei

ções

58 30 43

10

104 Áre

as

33 33 23

104 Áre

as

91

48

LEGENDA

Houve falha, baseado em critérios estabelecidos;

Houve acerto, baseado em critérios estabelecidos;

Confere com o conjunto verdade (falha);

Confere com o conjunto verdade (acerto);

Houve erro de comissão4.

onde: - PT são os pontos testados;

- C1 é o primeiro critério, estabelecido pela metodologia, para aceitação ou

rejeição dos resultados após o processamento dos pontos pelo método das áreas

(item 3.5.5): ρ < 0,6 U (0,6 ≤ ρ < 0,8) ∩ (dFpx > I26I U FNA* < 170);

4 Erro de comissão ocorre ao incluir um objeto na classe à qual ele não pertence (ESTEVAM – 2006).

Page 97: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

96

- C2 é o segundo critério, estabelecido pela metodologia, para aceitação ou

rejeição dos resultados após o processamento dos pontos pelo método das feições

(item 3.6):

- C3 é o critério normalmente utilizado pela metodologia tradicional para

aceitação ou rejeição dos resultados após o processamento dos pontos pelo método

das áreas: foi utilizado o mesmo critério adotado no trabalho de AUGUSTO (1999),

qual seja, a adoção do valor de similaridade (coeficiente de correlação de Pearson)

maior ou igual a 0,5.

TAB. 4.3 Síntese dos resultados referentes ao estereograma n0 2

As tabelas 4.2 e 4.3 foram elaboradas de maneira encadeada. A primeira coluna

refere-se à quantidade de pontos testados (PT). A segunda coluna simboliza o

processamento dos pontos pelo algoritmo baseado em áreas (104, no caso do

estereograma n0 1). A terceira coluna estabelece erros (vermelho-claro) e acertos

(verde-claro), baseados no 10 critério de falha (C1); os pontos considerados errados

passaram a ser os dados de entrada da rotina baseada em feições. A quarta coluna

simboliza o processamento dos pontos pelo algoritmo baseado em feições (71, no

Método baseado em áreas e

feições (dissertação)

Método baseado

em áreas

PT C1 C2 PT C3

07 01 08

01

27

01

00 81

Fei

ções

73 46 53

08

100 Áre

as

19 19 11

100 Áre

as

99

46

LEGENDA

Houve falha, baseado em critérios estabelecidos;

Houve acerto, baseado em critérios estabelecidos;

Confere com o conjunto verdade (falha);

Confere com o conjunto verdade (acerto);

Houve erro de comissão.

Page 98: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

97

caso do estereograma n0 1). A quinta coluna estabelece erros e acertos, baseados

no 20 critério de falha (C2). A sexta coluna compara os erros e acertos aparentes

(pontos obtidos após a aplicação da metodologia proposta) com os valores

verdadeiros, ou seja, é uma avaliação da eficiência dos dois critérios. Trata-se da

comparação dos pontos homólogos encontrados pela aplicação da metodologia com

aqueles medidos manualmente e que constam dos APÊNDICES 7 e 8. Quando se

compara os valores aparentes com os verdadeiros, obtém-se duas classes: valores

coincidentes (vermelho-escuro e verde-escuro) e valores não-coincidentes

(amarelo); nesse último caso, os valores são incluídos na classe que eles não

pertencem, ou seja, houve erro de comissão.

Com o intuito de se fazer comparações com a metodologia que segue os moldes

tradicionais dos algoritmos baseados em áreas, elaborou-se as colunas

subseqüentes das tabelas 4.2 e 4.3. Para essa metodologia é estabelecido um

patamar acima do qual os valores de similaridade são considerados aceitos. O

critério (C3) utilizado para aceitar o resultado foi o mesmo adotado no trabalho de

AUGUSTO (1999), qual seja, a adoção do valor de similaridade (correlação) maior

ou igual a 0,5. Portanto, as colunas sétima, oitava e nona foram construídas da

mesma forma que as três primeiras colunas das tabelas, com a diferença

exclusivamente no uso do critério; ao invés de usar o critério C1, foi usado o critério

C3. A décima coluna compara os erros e acertos aparentes (pontos obtidos após a

aplicação da metodologia tradicional do método das áreas) com os valores

verdadeiros, da mesma forma como feito na 1ª parte das tabelas.

4.3 ANÁLISES

Com base nos dados apresentados nas tabelas 4.2 e 4.3 foi possível elaborar

um conjunto de análises e emitir um parecer a respeito da metodologia. Foram feitas

análises sobre o refinamento propriamente dito e análises para o caso prático. Estas

últimas dependem da eficiência dos critérios. As explicações dadas a seguir

referem-se ao estereograma n0 1 e, na seqüência, serão resumidas, nas tabelas 4.4

e 4.5, as informações relativas aos dois conjuntos testados.

Page 99: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

98

4.3.1 ANÁLISES SOBRE O REFINAMENTO DOS PONTOS

Neste item foi contabilizada a quantidade de acertos, baseados na comparação

dos resultados gerados com os pontos homólogos coletados manualmente.

Após o processamento dos 104 pontos pelo algoritmo baseado em áreas, o

critério (C1) indicou 33 pontos como corretos, dos quais apenas 23 estavam

realmente corretos. Após o processamento pela rotina baseada em feições, o critério

(C2) indicou 58 pontos como corretos, dos quais apenas 30 estavam realmente

corretos e indicou 13 pontos como errados, dos quais 5 estavam corretos. Levando-

se o mesmo procedimento para a metodologia tradicional, o critério (C3) indicou 91

pontos como corretos, dos quais apenas 48 estavam realmente corretos e indicou 13

pontos como errados, dos quais 4 estavam corretos.

Dessa forma, a quantidade de pontos corretos após o processamento pela

metodologia tradicional foi de 52 pontos. A quantidade de pontos corretos após o

processamento pela metodologia sugerida foi a soma dos pontos indicados como

corretos pelo critério C1, 23 pontos, e a quantidade de pontos refinados (35 pontos),

ou seja, 58 pontos corretos. Portanto, para este teste, houve uma melhora de 5,7 %

com a aplicação da metodologia sugerida.

Essa análise revela a quantidade de pontos calculados corretamente pelos

algoritmos, no entanto não significa que todos esses pontos façam parte do

resultado final, pois depende, como se vê, de um parâmetro que classifique esses

pontos dentro do conjunto de pontos corretos.

Foi elaborado um teste de hipóteses para se verificar se a diferença encontrada

com o emprego da metodologia é significativa. A um nível de significância de 10 %,

a diferença encontrada não é significativa (ver APÊNDICE 2).

Page 100: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

99

4.3.2 ANÁLISES PARA O CASO PRÁTICO

No caso prático, á necessidade de se estabelecer um parâmetro para aceitar ou

rejeitar os resultados encontrados, então foram adotados critérios, baseados nos

valores de similaridades e outros elementos das imagens para executar essa tarefa.

Neste item será analisado o comportamento desses critérios, atuando como

validadores dos pontos processados pelos algoritmos. Serão analisados quatro

aspectos.

4.3.2.1 QUANTIDADE DE PONTOS CORRETOS E QUE FORAM ACEITOS

Reportando-se à tabela 4.2, verifica-se que o critério (C1) indicou 33 pontos

como corretos, dos quais apenas 23 estavam realmente corretos. Após o

processamento pela rotina baseada em feições, o critério (C2) indicou 58 pontos

como corretos, dos quais apenas 30 estavam realmente corretos. Levando-se o

mesmo procedimento para a metodologia tradicional, o critério (C3) indicou 91

pontos como corretos, dos quais apenas 48 estavam realmente corretos.

Portanto, a quantidade de pontos corretos após o processamento pela

metodologia tradicional foi de 48 pontos. A quantidade de pontos corretos após o

processamento pela metodologia sugerida foi a soma dos pontos indicados como

corretos pelo critério C1, 23 pontos, e a quantidade de pontos indicados como

corretos pelo critério C2, 30 pontos, ou seja, 53 pontos corretos. Para este teste,

houve uma melhora de 5,4 % com a aplicação da metodologia sugerida.

4.3.2.2 QUANTIDADE DE PONTOS CORRETOS E QUE NÃO FORAM ACEITOS

Este item analisa a quantidade de pontos que foram calculados corretamente

pelos algoritmos, mas foram descartados pelos critérios estabelecidos, ou seja, os

Page 101: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

100

critérios classificaram os pontos na classe errada (estavam corretos, mas foram

classificados como errados), gerando erro de comissão. Entre os 13 pontos

indicados como errados pela metodologia proposta, 5 estavam corretos; portanto,

dos 58 pontos corretos (item 4.3.1), 5 foram desperdiçados. A metodologia

tradicional desperdiçou 4 pontos entre os 48 pontos corretos (item 4.3.1). Para este

teste, houve um retrocesso de 0,3 % com a aplicação da metodologia sugerida. Esta

análise deve ser combinada com a anterior (quantidade de pontos corretos e que

foram aceitos) para que seja avaliada a eficiência da metodologia como um

conjunto.

4.3.2.3 EFICIÊNCIA DOS CRITÉRIOS UTILIZADOS (C1 E C2)

Esta análise teve por objetivo avaliar a capacidade do(s) critério(s) indicar(em)

corretamente os pontos para os quais houve acerto ou falha.

A aplicação do critério C3 no algoritmo baseado em áreas indicou 91 pontos

como corretos, mas apenas 48 estavam realmente corretos. Por outro lado, indicou

13 pontos como errados, mas apenas 09 estavam realmente errados. Portanto, dos

104 pontos analisados, o critério C3 foi capaz de avaliar corretamente 57 pontos

(somatório dos 48 pontos corretos com os 09 pontos errados), ou seja, houve uma

eficiência de 54,8 %.

Analisando a metodologia sugerida, a aplicação do critério C1 no algoritmo

baseado em áreas indicou 33 pontos como corretos, mas apenas 23 estavam

realmente corretos. Por outro lado, indicou 71 pontos como errados, os quais foram

submetidos à rotina baseada em feições. Do processamento desses pontos

resultaram 35 pontos refinados (corretos). A aplicação do segundo critério (C2)

indicou 58 pontos como corretos, mas apenas 30 estavam realmente corretos. Por

outro lado, indicou 13 pontos como errados, mas apenas 08 estavam realmente

errados. Portanto, dos 104 pontos analisados, os critérios aplicados conjuntamente

foram capazes de avaliar corretamente 61 pontos (somatório dos 23 pontos corretos,

resultantes do critério C1; dos 30 pontos corretos e 08 pontos errados, resultantes

do critério C2), ou seja, houve uma eficiência de 58,6 %.

Page 102: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

101

Significa dizer que os critérios adotados para avaliar os resultados têm 54,8 % e

58,6 %, respectivamente, para o método das áreas e metodologia proposta, de

probabilidade de apontar corretamente o acerto ou a falha. Para este teste, houve

uma melhora de 3,8 % com a aplicação da metodologia sugerida.

4.3.2.4 PROBABILIDADE DE CONFIRMAR OS ACERTOS

Esta análise preocupou-se em ratificar a probabilidade de um ponto, indicado

como correto pelo algoritmo, estar, de fato, correto. Assim, basta verificar a

quantidade de pontos dados como corretos pela aplicação das metodologias e

comparar com a quantidade de pontos realmente corretos.

O critério C3 aplicado pelo algoritmo baseado em áreas (metodologia tradicional)

indicou 91 pontos como corretos, no entanto, 52 pontos estavam realmente corretos,

conforme item 4.3.1. O critério C1 aplicado pela metodologia sugerida indicou 33

pontos como corretos; após o processamento dos 71 pontos restantes, o critério C2

indicou 58 pontos como corretos, perfazendo 91 pontos corretos. No entanto, o

algoritmo baseado em áreas e feições gerou 58 pontos realmente corretos,

conforme item 4.3.1.

Tem-se, para o primeiro caso, 52 pontos corretos entre 91 (57,14 %) e, para o

segundo caso, 58 pontos corretos entre 91 (63,73 %). Portanto, para este teste,

houve uma melhora de 6,6 % com a aplicação da metodologia sugerida.

Page 103: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

102

TAB. 4.4 Análise dos resultados referentes ao estereograma n0 1

Aspecto analisado

Método baseado

em áreas

Metodologia

proposta

(dissertação)

Avaliação

Refinamento dos

pontos 48 + 4 = 52 23 + 30 + 05 = 58 Ganho de 5,7 %

Pontos

corretos e

aceitos

48 / 91 = 52,7 % (23 + 30) / (58 + 33)

= 58,2 % Ganho de 5,4 %

Pontos

corretos e não

aceitos

4 / 48 = 8,3 % 5 / 58 = 8,6 % Perda de 0,3 %

Eficiência

do(s)

critério(s)

(48 + 09) / 104

= 54,8 %

(23 + 30 + 08) / 104

= 58,6 % Ganho de 3,8 %

Aná

lises

par

a o

caso

prá

tico

Probabilidade

de confirmar

os acertos

52 / 91 = 57,14 % 58 / (58 + 33)

= 63,73 % Ganho de 6,6 %

Page 104: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

103

TAB. 4.5 Análise dos resultados referentes ao estereograma n0 2

Aspecto analisado

Método

baseado em

áreas

Metodologia

proposta

(dissertação)

Avaliação

Refinamento dos

pontos 46 11 + 46 + 01 = 58 Ganho de 12,0 %

Pontos

corretos e

aceitos

46 / 99 = 46,4 % (46 + 11) / (19 + 73)

= 61,9 % Ganho de 15,4 %

Pontos

corretos e não

aceitos

0 / 46 = 0,0 % 1 / 58 = 1,7 % Perda de 1,7 %

Eficiência

do(s)

critério(s)

(46 + 01) / 100

= 47,0 %

(11 + 46 + 07) / 100

= 64,0 % Ganho de 17,0 %

Aná

lises

par

a o

caso

prá

tico

Probabilidade

de confirmar

os acertos

46 / 99

= 46,46 %

58 / (73 + 19)

= 63,04 % Ganho de 16,5 %

4.4 OUTRAS ANÁLISES

Com a finalidade de se observar o comportamento do algoritmo e extrair

outras informações, apresenta-se a figura 4.2, que é um diagrama contendo a

evolução do processamento dos pontos para as duas áreas de teste.

Page 105: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

104

FIG. 4.2 Evolução do processamento dos pontos

No item 3.5 foi feita uma abordagem a respeito da dificuldade em se estabelecer

um critério para detectar os erros e acertos do algoritmo baseado em áreas. Esse

Algoritmo baseado em áreas (104 pontos)

ESTEREOGRAMA 1

52 52

C1 C1

23 29 42 10

Algoritmo baseado em feições (71 pontos)

35 36

C2 C2

30 05 08 28

houve acerto, com base em pontos conhecidos; houve falha, com base em pontos conhecidos; o critério confirmou o acerto, com base em pontos conhecidos; o critério confirmou o erro, com base em pontos conhecidos; Houve erro de comissão. O critério classificou os pontos erradamente.

LEGENDA

Algoritmo baseado em áreas (100 pontos)

ESTEREOGRAMA 2

46 54

C1 C1

11 35 46 08

Algoritmo baseado em feições (81 pontos)

47 34

C2 C2

46 01 07 27

Page 106: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

105

fato é perfeitamente compreensível, pois se sabe que um valor alto de correlação

não necessariamente significa que o resultado tenha sido correto. Para o algoritmo

baseado em feições, esse problema é potencializado devido à ocorrência de valores

de similaridade/compatibilidade quase aleatórios, fato explicado pela grande

influencia das distorções geométricas que ocorrem de uma imagem para outra e que

não seguem um comportamento modelável, principalmente em se tratando das

distâncias.

Da análise do diagrama da figura 4.2, percebe-se que a eficiência dos dois

critérios estabelecidos (C1 e C2) foi prejudicada principalmente porque o critério C2

teve um baixo rendimento, fazendo a ratificação de apenas 22,2 % (8/36) e 20,5 %

(7/34), dos pontos que falharam, respectivamente para o estereograma n0 1 e para o

estereograma n0 2. A ratificação dos pontos corretos foi mais eficiente: 85,7 %

(30/35) e 97,8 % (46/47), respectivamente para o estereograma n0 1 e o

estereograma n0 2. no entanto, o rendimento desse critério foi baixo, dada a sua

finalidade de ratificar, tanto acertos quanto erros.

A principal função do primeiro critério (C1) foi analisar o resultado do

processamento realizado pelo algoritmo baseado em áreas e detectar o maior

número possível de pontos errados para entrada na rotina baseada em feições.

Levando-se em conta a sua finalidade, esse critério apresentou um melhor

desempenho, pois conseguiu confirmar a maior quantidade de pontos errados: 80,7

% (42/52) e 85,1 % (46/54), respectivamente para o estereograma n0 1 e para o

estereograma n0 2. Esse foi um comportamento considerado satisfatório.

Os programas foram confeccionados em módulos cuja finalidade foi o

acompanhamento e análise das etapas do processo. Por esse motivo não foi

possível medir e comparar o tempo de execução entre os dois programas. Sabe-se,

porém, que o maior tempo de processamento continuou pesando sobre o algoritmo

baseado em áreas. O tempo de processamento dos pontos considerados não

satisfatórios foi insignificante, tornando sem sentido a sua medição.

A diferença encontrada nas análises dos resultados para as duas áreas de teste

(tabelas 4.4 e 4.5) deveu-se não só ao fato de se tratar de imagens diferentes, mas

também pela qualidade dos pontos coletados para teste. A forma como foram

coletados os pontos no estereograma n0 1, favoreceu o desempenho do algoritmo

baseado em áreas e minimizou os efeitos do algoritmo baseado em feições. A figura

Page 107: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

106

4.3 ilustra o contraste dos níveis de cinza dos pixels em torno de alguns pontos

coletados. Pode-se observar que, no ponto superior, há certa heterogeneidade no

sentido das colunas; o ponto central está balizado por uma quina de uma região

mais clara de pixels e o ponto inferior divide uma região de pixels mais claros e mais

escuros. Esse contraste pôde ser percebido pelo algoritmo baseado em áreas por

que ocorreu dentro de janelas com a mesma dimensão do template utilizado. As

janelas destacadas na cor vermelha dão idéia da dimensão do template utilizado

pelo método das áreas.

FIG. 4.3 Contraste dos níveis de cinza dos pixels selecionados no estereograma n0 1

No estereograma n0 2 foram coletados pontos que dificultaram o desempenho

do algoritmo baseado em áreas. A figura 4.4 ilustra o contraste dos níveis de cinza

dos pixels em torno de alguns pontos coletados. Percebe-se que, dentro das janelas

de pesquisa, não ocorre variação na radiometria dos pixels, de forma a se distinguir

uma diferenciação entre elas, ou seja, os pontos foram coletados dentro de áreas

homogêneas ou de textura pobre. O algoritmo baseado em áreas não faz distinção

entre tantas janelas de pesquisas semelhantes. Nessas condições, o algoritmo

baseado em feições apresenta melhor desempenho, conforme já abordado

Page 108: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

107

anteriormente. Portanto, no estereograma n0 2 foram abordados os piores casos, do

ponto de vista radiométrico, destacando o desempenho do algoritmo baseado em

feições, o que pode ser observado pela comparação dos resultados apresentados

nas tabelas 4.4 e 4.5.

FIG. 4.4 Contraste dos níveis de cinza dos pixels selecionados no estereograma n0 2

4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os testes não foram conduzidos sobre um conjunto maior de imagens devido a

dois fatores principais: o primeiro deles foi a escassez de tempo e o segundo residiu

no fato do programa ter sido confeccionado em módulos, pois há uma demanda de

tempo para se preparar os dados de entrada e saída de cada módulo. No entanto,

assim foi planejado para que viabilizasse as análises intermediárias dos processos.

Não necessariamente todos os programas foram usados, a exemplo do que ocorreu

com as imagens do estereograma n0 2 que já estavam orientadas. Embora apenas

duas áreas tenham sido testadas, cabe ressaltar que elas pertencem a projetos de

Page 109: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

108

vôos completamente diferentes, em regiões também diferentes, o que conferiu mais

consistência às conclusões elaboradas.

Seria desejável que um número maior de pontos tivesse sido processado em

cada área de teste, por outro lado, houve a necessidade de se dispor dos

homólogos para viabilização das análises. Assim, foi planejada a coleta manual de

pontos (e seus homólogos) para que se incorresse numa quantidade menor de erros

para os pontos conjugados. Caso fosse selecionada uma malha automática com

mais pontos, seria necessária uma malha de pontos homólogos para se realizar as

análises; ao se obter essa malha de homólogos, mais erros seriam inseridos devidos

aos cálculos envolvidos, interpolações etc.

Houve subjetividade para extração dos parâmetros de aceitação dos resultados

em ambos os critérios da rotina baseada em áreas e feições. Embora tenham se

mostrado ainda pouco eficientes, apresentaram desempenho melhor do que os

critérios adotados tradicionalmente, qual seja, a adoção de um valor de similaridade

acima (ou abaixo) do qual são aceitos os resultados (critério esse também eivado de

subjetividade). A metodologia sugerida exige que o primeiro critério (C1) indique a

maior quantidade possível de pontos em que houve falha a fim de serem

processados pelo algoritmo baseado em feições. Nesse aspecto o critério C1

destacou-se, pois apresentou uma eficiência acima de 80 % (pior caso) para indicar

os pontos onde houve falha. Portanto, faz-se necessário um estudo mais

aprofundado para se estabelecer critérios mais eficientes e que dependam de menor

interação do usuário.

Os aspectos analisados apresentaram evolução ao ser aplicada a metodologia

proposta, com exceção da quantidade de pontos desperdiçados. Nesse aspecto

houve uma perda de 1,7 % no pior caso, no entanto, ele deve ser combinado com a

análise feita sobre a quantidade de pontos corretos e aceitos. Analisando a

combinação desses dois aspectos é possível medir a eficiência dos critérios

empregados. Entre os aspectos analisados, aquele de maior relevância é o do item

4.3.1 (análises sobre o refinamento dos pontos) porque mede a quantidade de

pontos corretos encontrados pelas duas metodologias. A aplicação de testes de

hipóteses, nos pontos refinados, a 10 % de nível de significância, revelou que

apenas para a segunda área de teste a diferença encontrada foi significativa (ver

APÊNDICE 2).

Page 110: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

109

Os dados apresentados não são resultados absolutos e podem melhorar ou

piorar de acordo com os parâmetros adotados, o que, aliás, é o principio que mais

se destaca no método baseado em feições. A seguir serão listados alguns

procedimentos que poderão melhorar ainda mais o algoritmo:

diminuição da janela de busca;

função paralaxe mais representativa da amostra (menor afastamento);

como conseqüência de uma menor janela de busca, todos os pontos podem

ser considerados para a comparação de feições, pois, nem sempre, o ponto

correspondente estava entre as 15 maiores correlações;

adoção de outras funções de custo;

adoção de injunções mais severas. Essa medida é possível sem que haja a

necessidade de um grande conjunto inicial de vizinhos, pois os pontos podem

ser analisados segundo uma grade regular de pontos; assim, aqueles

situados na linha imediatamente acima (ou abaixo), tidos como satisfatórios,

podem passar a ser considerados como vizinhança;

adoção de outros critérios para aceitação dos resultados;

o programa pode ser implementado como um bloco único e as observações

sobre a amostra podem ser automatizadas ao serem adotados procedimentos

de auto-refinamento.

As grandes diferenças apresentadas, após as análises das duas áreas de teste,

são justificáveis pelo uso de feições que, ora favoreceram o algoritmo baseado em

áreas, ora favoreceram o algoritmo baseado em áreas e feições. Neste último caso

os resultados foram mais evidentes, adequando-se aos objetivos estabelecidos para

a metodologia.

Como conclusão final acerca das análises realizadas, pode se afirmar que a

metodologia desenvolvida sugere melhora nos resultados quando empregada em

seqüência ao algoritmo baseado em áreas e na presença de terrenos homogêneos.

É evidente que essa melhora depende dos critérios adotados para aceitação dos

resultados. Entretanto foram apresentados elementos para elaboração de um critério

eficiente (maior que 80 %, no pior caso) que selecione os pontos a serem refinados.

Embora o critério estabelecido para aceitação do resultado final seja pior do que

aqueles tradicionalmente adotados, o emprego conjunto dos dois critérios superou

essa deficiência.

Page 111: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

110

5 CONCLUSÃO

5.1 CONCLUSÕES

Os testes foram realizados em dois conjuntos de imagens completamente

diferentes, os quais foram denominados de estereograma n0 1 e estereograma n0 2.

O estereograma n0 2 não passou por todas as etapas, já que foram assumidas as

mesmas análises feitas para o primeiro conjunto no tocante à diferença de variação

da posição das feições. Além disso, o par de imagens já estava orientado. No

primeiro conjunto de imagens foram coletados 104 pontos, enquanto no segundo

foram coletados 100 pontos; em ambos os conjuntos foram coletados também os

seus homólogos, todos eles de forma manual, com o auxílio de um programa editor

de imagens. A vizinhança de cada ponto, submetido ao algoritmo baseado em

feições, foi composta por dois pontos enquadrados em uma submatriz de 130

colunas por 80 linhas e afastamento de ± 300 em relação à linha de pixels. Foram

avaliadas as relações entre os pontos dos 15 maiores valores de correlação.

Entre os cinco aspectos analisados, apenas um (pontos corretos e não aceitos)

não apresentou ganho ao se comparar a metodologia proposta com o método

baseado em áreas. Contudo, esse aspecto não pode ser analisado isoladamente;

deve ser analisado em conjunto com os pontos corretos e aceitos. Os dois aspectos

em conjunto representam um outro aspecto analisado: eficiência dos critérios, a qual

apresentou ganho nos dois estereogramas analisados. Os dados das análises

apresentados na tabela 5.1 não são resultados absolutos; podem melhorar ou piorar

caso sejam adotados parâmetros diferentes dos propostos neste trabalho, tais como:

resolução das imagens, tipos de feições, funções de custo, quantidade de vizinhos,

critérios de aceitação/rejeição dos resultados, etc.

Page 112: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

111

TAB. 5.1 Comparação dos resultados da metodologia

Comparação com o método baseado em

áreas Aspecto analisado

Estereograma n0 1 Estereograma n0 2

Refinamento dos pontos Ganho de 5,7 % Ganho de 12,0 %

Pontos corretos

e aceitos Ganho de 5,4 % Ganho de 15,4 %

Pontos corretos

e não aceitos Perda de 0,3 % Perda de 1,7 %

Eficiência do(s)

critério(s) Ganho de 3,8 % Ganho de 17,0 %

Aná

lises

par

a o

caso

prá

tico

Probabilidade de

ratificar os

acertos

Ganho de 6,6 % Ganho de 16,5 %

As diferenças encontradas na tabela 5.1 são justificáveis porque no

estereograma no 1 havia menor ocorrência de áreas homogêneas, o que favoreceu o

método baseado em áreas; no estereograma no 2 havia mais áreas homogêneas,

favorecendo o método proposto. Contudo, em ambos os casos, houve melhora e é

um indicativo de que as regiões homogêneas de uma imagem não precisam ser

tratadas separadamente, pois a metodologia não compromete os resultados.

A análise também demonstrou que os critérios adotados na metodologia para

aceitação/rejeição dos resultados mostraram-se pouco eficientes quando avaliados

conjuntamente. Ainda assim, o desempenho ficou melhor do que os critérios

adotados tradicionalmente, qual seja, a adoção de um valor de similaridade acima

(ou abaixo) do qual são aceitos os resultados. Quando avaliados separadamente os

critérios C1 e C2, o primeiro critério apresentou melhor eficiência, porque teve o

objetivo de apenas selecionar as falhas num processo intermediário, enquanto que o

segundo teve o objetivo de validar o resultado final da metodologia. Os valores

podem ser observados na tabela 5.2.

Page 113: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

112

TAB. 5.2 Eficiência dos critérios adotados na metodologia

Eficiência dos critérios Critérios

Objetivo dos

critérios Estereograma n0 1 Estereograma n0 2

C1

Selecionar os

pontos que

falharam

80,7 % 85,1%

Ratificar os pontos

corretos 85,7 % 97,8%

C2 Ratificar os pontos

errados 22,2 % 20,5%

A avaliação da metodologia desenvolvida permite se afirmar que ela sugere

melhora nos resultados quando empregada em seqüência ao algoritmo baseado em

áreas e na presença de terrenos homogêneos. Tal conclusão ratifica o fato de que

as vantagens e desvantagens dos métodos (baseado em áreas e baseado em

feições) se complementam. É evidente que o desempenho final da metodologia

depende dos critérios adotados para aceitação dos resultados. No início da pesquisa

não havia sido dado o devido destaque a esse problema porque o mesmo foi

abordado, de forma discreta, em um único trabalho pesquisado. Os critérios

apresentados neste trabalho ainda não estão consolidados, entretanto, foram

apresentados elementos que permitem a elaboração de um critério eficiente (maior

que 80 %) para a seleção dos pontos a serem refinados.

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como principal idéia para trabalhos futuros, sugere-se que sejam investigados

critérios menos subjetivos (possam ser definidos de forma automática) e mais

eficientes para aceitação/rejeição do resultado fornecido por algoritmos de

localização de feições homólogas. A análise das características desses algoritmos,

quando aplicados para fins de mapeamento, indica que, dificilmente, o resultado não

apresentará falhas. Portanto, a melhora na qualidade dos resultados (aumento na

Page 114: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

113

quantidade de acertos) pode não ser evidenciada devido à falta de um critério

eficiente na tarefa de selecionar os pontos corretamente.

Todos os trabalhos pesquisados demonstraram preocupação em melhorar a

qualidade dos resultados. De fato, a primeira sugestão levantada (investigação de

critérios mais eficientes) perderia importância diante de um resultado formado por

um alto índice de acertos. Nesse caso, o resultado seria aceito como um todo, sem a

necessidade de um critério para seleção de pontos a serem aceitos; ao contrário, um

critério estabelecido para realizar essa tarefa poderia até piorar os resultados.

Assim, são sugeridas as seguintes idéias para melhora da qualidade do resultado:

• utilizar os dados de MNE’s existentes da área de estudo (embora sejam

aproximados, antigos ou de escala diferente do trabalho) como injunção do

algoritmo. Esses dados poderão viabilizar o cálculo da paralaxe em x com

mais precisão, reduzindo a janela de pesquisa. Como exemplo, os dados da

Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) podem ser usados por serem de

distribuição gratuita.

• diminuir a subjetividade do primeiro critério; o usuário não deve ficar

incumbido de analisar a amostra, ficando esta tarefa a cargo do processo.

Seriam adotados valores iniciais para os elementos já indicados (e/ou outros

elementos avaliados) e iniciar um processo de refinamento dos critérios;

• implementar o algoritmo para processar uma grade regular de pontos e,

dessa forma, restringir ainda mais as injunções relativas à região onde as

relações estabelecidas para o cálculo das similaridades/compatibilidades

sofrem poucas variações;

• processar as imagens e assumir como resultado um conjunto de pontos em

que os critérios tenham tido o máximo de desempenho (como por exemplo,

aceitar pontos em que a correlação tenha ficado acima de 95 %), em que

pese o conjunto seja formado por uma quantidade pequena de pontos. Em

seguida, refinar as injunções e reprocessar os pontos que não foram aceitos

na etapa anterior. Repetir o processo até atingir um parâmetro de

convergência estabelecido.

Page 115: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

114

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERTZ, J.; KREILING, W. Photogrammetric guide. Wichmann. 4a edição. p.

260, 1989. AMERICAN SOCIETY FOR PHOTOGRAMMETRY AND REMOTE SENSING. What

is ASPRS? Disponível: http://www.asprs.org/society/about.html. [capturado em 28 ago 2006].

ANDRADE, José Bittencourt de. Fotogrametria. Curitiba. SBEE. Brasil. 1998. AUGUSTO, Eduardo Gurgel Garcia. Normalização de Estereogramas e sua

aplicação na Geração de Modelos Numéricos de Elevações. 1999. 112 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Cartográfica) - Instituto Militar de Engenharia, 1999.

BONIFACE, Peter R. State-of-the-Art in Soft Copy Photogrammetry. Digital

photogrammetry: An Addendum to the Manual of photogrammetry. Bethesda. ASPRS. 1996.

BRITO, Jorge Luís Nunes e Silva; FILHO, Luiz Carlos Teixeira Coelho.

Fotogrametria digital. Projeto de final de Curso de Graduação em Engenharia Cartográfica, apresentado no Instituto Militar de Engenharia, 2002.

CAEIRO, Célia Margarida. Estudo Sobre Inteligência Artificial. Disponível:

http://www.citi.pt/educacao_final/trab_final_inteligencia_artificial/index_centro.html. [capturado em 11 abr 2006].

CARVALHO, Roberto Lins de.; OLIVEIRA, Claudia Maria Garcis de. Modelos de

Computação e Sistemas Formais. 11ª Escola de Computação NCE/COPPE Sistemas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1998.

CHIU, J.-M.; CHEN, Z.; CHUANG, J.-H.; CHIA, T.-L. Determination of feature

correspondences in stereo images using a calibration polygon. Pattern Recognition. v.30, n. 9, p. 1387-1400, 1997.

CHRISTMAS, W.J. Structural matching in computer vision using probabilistic

reasoning. Submitted for the Degree of Doctor of Philosophy from the University of Surrey. 1995.

Page 116: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

115

COSTA, Elaine Reis. et al. Incorporação da pré-análise no Processo de correspodência de ponto em Fotogrametria digital. Universidade Estadual Paulista. Disponível: http://www.cartografia.org.br/xxi_cbc/073-F07.pdf [capturado em 14 Jun 2005].

DALMOLIN, Quintino; LEAL, Evilásio da Mota. Análise da qualidade posicional em

Bases Cartográficas geradas em CAD. Bol, Ciênc. Geod., Curitiba, v. 7, n. 1, p. 21 - 40. 2001. Disponível: http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/bcg/article/vi ewFile/1374/1128 [capturado em 25 Jan 2007].

DARE, Paul; DOWMAN, Ian. An improved model for automatic feature-based

registration of SAR and SPOT images. ISPRS Journal of Photogrammetry & Remote Sensing, v. 56, p. 13–28. 2001.

DHOND, U. R.; AGGARWAL, J. K. Structure from stereo - a review. IEEE

Transactions on Systems, Man and Cybernetics, v. 19, n. 6, p. 1489-1510, Nov./Dec.1989.

DO, K.-H.; KIM, Y.-S.; UAM, T.-U.; HÁ, Y.-H. Iterative relaxation stereo matching

based on adaptive support between disparities. Pattern Recognition. v. 31, n. 8, p. 1049-1059, 1998.

E-FOTO. Uma estação fotogramétrica digital educacional livre sob a GNU/GPL.

Disponível: http://www.efoto.eng.uerj.br/index-pt.html. [capturado em 28 Ago 2006].

ESTEVAM, Eliane Aparecida. Classificação de áreas de favelas a partir de

imagens Ikonos: viabilidade de uso de uma abordagem orientada a objetos. 2006. 127 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Cartográficas) – Universidade Estadual Paulista, 2006.

FAUGERAS, O. Three-Dimensional Computer Vision: A Geometric Viewpoint.

Cambridge, England: The MIT press, 1993. 669 p. FRADKIN, Maxim. et al. Feature Matching for Automatic Generation of

Distortionless Digital Orthophoto. Integrating Photogrammetric Techniques with Scene Analysis and Machine Vision III. David M. McKeown, Jr., J. Chirs McGlone, Olivier Jamet, Editors. Proceedings of SPIE. Vol 3072. p. 153-164. 1997.

Page 117: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

116

FRITSCH, Dieter. et al. MOMS-02/D2 DTM Generation Using Intensity Based

Least Squares Matching Techiniques. Integrating Photogrammetric Techniques with Scene Analysis and Machine Vision III. David M. McKeown, Jr., J. Chirs McGlone, Olivier Jamet, Editors. Proceedings of SPIE. Vol 3072. 1997.

GALO, Maurício. Automação dos Processos de correspondência e Orientação

Relativa em Visão Estéreo. 2003. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica. Área de concentração: Engenharia de Computação) – Universidade Estadual de Campinas. 2003.

GHAFOOR, A.; IQBAL, R, N.; KHAN, S. Robust Image Matching Algorithm. 4th

EURASlP Conference focused on Video / image Processing and Multimedia Communications. 2003, Zagreb. Croatia.

HEIPKE, C. Automation of Interior, Relative, and Absolute Orientation. ISPRS

Journal of Photogrammetry & Remote Sensing, v. 52, p. 1-19, 1997. HEIPKE, C. Overview of Image Matching Techniques. Proceedings of the OEEPE

- Workshop on the application of digital photogrammetric workstations. Lausanne, Mar 1996.

HORAUD, R; SKORDAS, T. Structural Matching for Stereo Visison. Pattern

Recognition. V. 1, p. 439-445, 1988. JONES, G. A. Constraint, Optimization, and Hierarchy: Reviewing Stereoscopic

Correspondence of Complex Features. Computer Vision and Image Understanding, v.65, n. 1, p. 57-78, Jan. 1997.

LEBERL, Franz W. Pratical Concerns in Softcopy Photogrammetry Processing

Systems. Digital photogrammetry: An Addendum to the Manual of photogrammetry. Bethesda. ASPRS. 1996.

LIANG, T. HEIPKE, C. Automatic Relative Orientation of Aerial Images.

Photogrammetric Engineering & Remote Sensing, v. 62, n. 1, p. 47-55, Jan. 1996. McGLONE, Chris. Sensor Modeling in Image Registration. Digital

photogrammetry: An Addendum to the Manual of photogrammetry. Bethesda. ASPRS. 1996.

Page 118: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

117

MENDONÇA JÚNIOR, Marcis Gualberto. Estratégias para geração semi-automática de Modelos Digitais do Terreno visando seu emprego no mapeamento sistemático. 2002. 154 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Cartográfica) - Instituto Militar de Engenharia, 2002.

MIKHAIL, Edward M. et al. Introduction to Modern Photogrammetry. New York.

John Wiley & Sons, Inc. 2001. MOHR, R.; WU, C. Editorial. Image and Vision Computing, v. 16, p. 1-2, 1998. MOUNT, D. M.; NETANYAHU, N. S.; LE MOIGNE, J. Efficient algorithms for

robust feature matching. Pattern Recognition, v. 32, p. 17-38, 1999. OBOBEA, Helina Amoyaw. Title Optimising the workflow in a hybrid production

system of Analytical and Digital Production of geodata from Aerial photographs. 2002. Dissertação (Master of Science in Geoinformatics) - International Institute for Geo-Information Science and Earth Observation. 2002.

RICCI, Mauro. PETRI, Setembrino. Princípios de Aerofotogrametria e

interpretação Geológica. Centro de Publicações técnicas da Aliança. São Paulo. 1965.

ROSENFELD, A.; HUMMEL, R.; ZUCKER, S. Scene labeling by relaxation

operations. IEEE transactions on systems, man and cybernetics, 6:420-433. June 1976.

SARJAKOSKI, T. Artificial intelligence in photogrammetry. ISPRS Journal of

Photogrammetry & Remote Sensing v. 42. p. 245–269. 1988. SCHENK, Toni. Towards automatic aerial triangulation. Photogrammetry and

Remote Sensing. v. 52, p. 110-121, Apr. 1997. SHARGHI, Sekhavat D. KAMANGAR, Farhad A. Geometric Feature-based

Matching in Stereo Images. Proceedings of information Decision and Control, Adelaide, Austrália, 1999. p. 65-70.

TRUCCO, Emanuele. VERRI, Alesandro. Introductory Techiniques for 3-D Computer Vision. Prentice Hall, Inc. New Jersey. 1998.

Page 119: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

118

UPTK. Unesp Photogrammetric Tool Kit. Disponível: http://www2.prudente.unesp.br/dcartog/uptk/site/br/fctbr.asp. [capturado em 25 abr 2005].

WANDRESEN, Romualdo. Integração entre Redes neurais e Correlação para

identificar Pontos de apoio pré-sinalizados. 2004. Tese (Doutorado em Ciências Geodésicas) – Universidade Federal do Paraná. 2004.

WANG, Younian. Principles and applications of structural image matching.

ISPRS Journal of Photogrammetry & Remote Sensing v. 53. p. 154–165. 1998. ZHANG, Bingcai. et al. Adaptative Automatic Terrain Extraction. Integrating

Photogrammetric Techniques with Scene Analysis and Machine Vision III. David M. McKeown, Jr., J. Chirs McGlone, Olivier Jamet, Editors. Proceedings of SPIE. Vol 3072. p. 27-36. 1997.

ZHANG Chunsun, BALTSAVIAS Emmanuel. Knowledge-based Image Analysis

for 3D Edge Extraction and Road Reconstruction. Amsterdan: IASPRS, 2000. v. XXXIII.

Page 120: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

119

7 APÊNDICES

Page 121: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

120

7.1 APÊNDICE 1: CÁLCULO DETALHADO DA BUSCA

Cálculo detalhado da busca (60 passo do método baseado em feições) usando o

processo da relaxação. As similaridades e compatibilidades foram calculadas com

as funções de custo apresentadas no 40 passo. As similaridades iniciais (p0i,j)

refletem a razão entre o comprimento de uma reta qualquer do conjunto da esquerda

e o comprimento de uma reta qualquer do conjunto da direita (seis possibilidades).

As compatibilidades - c(i,j,i’,j’) - refletem a razão entre o ângulo formado pelas duas

retas do conjunto da esquerda com o ângulo formado por duas retas quaisquer do

conjunto da direita (seis possibilidades).

Similaridades iniciais

( ) 77258,011,0

=DEp

( ) 0,9991321,0

=DEp

( ) 19889,031,0

=DEp

( ) 97029,012,0

=DEp

( ) 75028,022,0

=DEp

( ) 26531,032,0

=DEp

Compatibilidades

( ) °−= 21,88, 21 EEθ ( ) °−= 92,83, 21 DDθ

( ) °= 07,78, 32 DDθ ( ) °−= 84,05, 31 DDθ

( ) 95136,021,88

92,832211 ,,, =

°−

°−=DEDEc

( ) 06621,021,88

84,53211 ,,, =

°−

°−=DEDEc

( ) 11496,088504,021,88

07,783221 ,,, =−=

°−

°=DEDEc

( ) 04864,095136,021,88

92,831221 ,,, =−=

°−

°=DEDEc

( ) 93379,006621,021,88

84,51231 ,,, =−=

°−

°=DEDEc

( ) 88504,021,88

07,782231 ,,, =

°−

°−=DEDEc

Calculadas as similaridades iniciais e compatibilidades, é possível iniciar a 1ª

iteração calculando a similaridade reforçada pela compatibilidade da seguinte forma:

dada uma reta na esquerda e outra reta na direita, faz-se o somatório do produto

entre a compatibilidade envolvendo essas retas e a similaridade de toda a sua

vizinhança. Ao final do cálculo de todas as possibilidades (neste caso 6) é feita uma

Page 122: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

121

normalização para que se tenha um somatório igual à unidade. O próximo passo é

calcular os novos valores de similaridade normalizados, utilizando-se a fórmula

encontrada no fluxograma proposto.

1ª. iteração

Compatibilidades reforçadas

( ) 71378,075028,095136,011,0

=×=DEq

( ) 01756,026531,006621,011,0

=×=DEq

( ) 3074,073135,011,0

→=onormalizad

DEq

( ) 04719,097029,004864,021,0

=×=DEq

( ) 0305,026531,011496,021,0

=×=DEq

( ) 03265,007769,021,0

→=onormalizad

DEq

( ) 90604,097029,093379,031,0

=×=DEq

( ) 66402,075028,088504,031,0

=×=DEq

( ) 65993,057006,131,0

→=onormalizad

DEq

( ) 04859,099913,004864,012,0

=×=DEq

( ) 1760,019889,093379,012,0

=×=DEq

( ) 17867,023431,012,0

→=onormalizad

DEq

Similaridades

( ) 42583,037196,2

3074,101007,111,

1=

×=DEP

( ) 43497,037196,2

03265,199913,021,

1=

×=DEP

( ) 13918,037196,2

65993,119889,031,

1=

×=DEP

( ) 42138,071405,2

17867,114365,112,

1=

×=DEP

Page 123: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

122

( ) 735,077258,095136,022,0

=×=DEq

( ) 0305,019889,088504,022,0

=×=DEq

( ) 69471,091102,022,0

→=onormalizad

DEq

( ) 05115,077258,006621,032,0

=×=DEq

( ) 11485,099913,011496,032,0

=×=DEq

( ) 12658,0166,032,0

→=onormalizad

DEq

( ) 46848,071405,2

69471,175028,022,

1=

×=DEP

( ) 11012,071405,2

12658,126531,032,

1=

×=DEP

Os valores encontrados para as compatibilidades iniciais e para as similaridades

da 1ª iteração servem de entrada para a 2ª iteração.

2ª. iteração

Compatibilidades reforçadas

( ) 44569,046848,095136,011,1

=×=DEq

( ) 00729,011012,006621,011,1

=×=DEq

( ) 34999,045298,011,1

→=onormalizad

DEq

( ) 02049,042138,004864,021,1

=×=DEq

( ) 01265,011012,011496,021,1

=×=DEq

( ) 02561,003315,021,1

→=onormalizad

DEq

Similaridades

( ) 46097,024705,1

34999,157486,011,

2=

×=DEP

( ) 35772,024705,1

02561,143497,021,

2=

×=DEP

Page 124: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

123

( ) 39348,042138,093379,031,1

=×=DEq

( ) 41462,046848,088504,031,1

=×=DEq

( ) 62438,08081,031,1

→=onormalizad

DEq

( ) 02115,043497,004864,012,1

=×=DEq

( ) 12996,013918,093379,012,1

=×=DEq

( ) 19945,015111,012,1

→=onormalizad

DEq

( ) 40511,042583,095136,022,1

=×=DEq

( ) 12317,013918,088504,022,1

=×=DEq

( ) 6973,052828,022,1

→=onormalizad

DEq

( ) 02819,042583,006621,032,1

=×=DEq

( ) 05,043497,011496,032,1

=×=DEq

( ) 1032,007819,032,1

→=onormalizad

DEq

( ) 18129,024705,1

62438,113918,031,

2=

×=DEP

( ) 35541,042205,1

19945,150542,012,

2=

×=DEP

( ) 55915,042205,1

6973,146848,022,

2=

×=DEP

( ) 08542,042205,1

1032,111012,032,

2=

×=DEP

Os valores encontrados para as compatibilidades iniciais e para as similaridades

da 2ª iteração servem de entrada para a 3ª iteração. Os cálculos para a 3ª iteração

seguem os mesmos procedimentos anteriores. Como foi estipulado inicialmente, o

processo encerra-se com esta iteração. Por esta razão, foram apresentados apenas

os valores das similaridades, os quais podem ser interpretados como a

probabilidade da reta Ei ser a homóloga da reta Dj.

Page 125: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

124

3ª. iteração

( ) 49433,011,3

=DEP

( ) 28209,021,3

=DEP

( ) 22355,031,3

=DEP

( ) 29338,012,3

=DEP

( ) 64386,022,3

=DEP

( ) 06273,032,3

=DEP

Na coluna da esquerda tem-se todos os possíveis homólogos da reta E1; o maior

valor indica a probabilidade de ocorrência da sua reta homóloga, ou seja, há 49,43

% de probabilidade que a reta D1 seja homóloga da reta E1. Analogamente, há 64,38

% de probabilidade que a reta D2 seja homóloga da reta E2.

O quadro a seguir mostra a evolução dos cálculos. Observa-se que, da 2ª iteração em diante, os valores vão convergindo para a resposta correta.

Iteração Feição Homóloga Similaridade

E1 D2 99,9 % inicio

E2 D1 97,0 %

E1 D2 43,4 % 1ª.

E2 D2 46,8 %

E1 D1 46,0 % 2ª.

E2 D2 55,9 %

E1 D1 49,4 % 3ª.

E2 D2 64,3 %

Page 126: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

125

7.2 APÊNDICE 2: TESTE DE HIPÓTESES PARA PROPORÇÃO APLICADO AOS RESULTADOS

ESTEREOGRAMA N0 1 Dados:

- quantidade de pontos corretos pelo método das áreas = 52 - quantidade de pontos corretos pelo método proposto = 58 - amostra usada para ambos os métodos = 104 pontos

1) Montagem das hipóteses:

021:0 =− ppH ; hipótese a ser testada.

021:1 ≠− ppH ; diferença significativa. 2) Cálculo das proporções (p1 e p2):

5,0104

521 ==p e 557,0

104

582 ==p

3) se np e n(1 − p) forem maiores ou iguais a 5, a distribuição amostral pode ser aproximada para uma distribuição normal:

525,010411 =⋅=⋅ pn

58557,010422 =⋅=⋅ pn

( ) ( ) 525,01104111 =−⋅=−⋅ pn

( ) ( ) 46557,01104212 =−⋅=−⋅ pn

Logo, assume-se que p1 – p2 é uma distribuição normal com 02121

=−=−

pppp

µ .

4) Cálculo do desvio-padrão:

( ) ( )2

1

1

121 n

PP

n

PPpp

−⋅+

−⋅=

−σ , mas 21

2211

nn

pnpnP

+

⋅+⋅=

5288,0104104

5852=⇒

+

+= PP

( ) ( )

0692,0104

5288,015288,0

104

5288,015288,02121

=⇒−⋅

+−⋅

=−− σσ pppp

Page 127: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

126

5) Cálculo da variável reduzida:

( )

σ

µ

21

2121

pp

pppp

Z

−−−

=

( )

0692,0

0557,05,0 −−=Z

823,0−=Z

6) Análise do resultado. Adotando-se nível de significância de 10% (α = 0,1), tem-se o gráfico de aceitação/rejeição da seguinte forma:

O valor de Z encontra-se dentro da região de aceitação da hipótese nula, ou seja (p1 – p2 = 0). Conclusão: a diferença entre p1 e p2 não é significativa.

Page 128: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

127

ESTEREOGRAMA N0 2 Dados:

- quantidade de pontos corretos pelo método das áreas = 46 - quantidade de pontos corretos pelo método proposto = 58 - amostra usada para ambos os métodos = 100 pontos

1) Montagem das hipóteses:

021:0 =− ppH ; hipótese a ser testada.

021:1 ≠− ppH ; diferença significativa. 2) Cálculo das proporções (p1 e p2):

46,0100

461 ==p e 58,0

100

582 ==p

3) se np e n(1 − p) forem maiores ou iguais a 5, a distribuição amostral pode ser aproximada para uma distribuição normal:

4646,010011 =⋅=⋅ pn

5858,010022 =⋅=⋅ pn

( ) ( ) 5446,01100111 =−⋅=−⋅ pn

( ) ( ) 4258,01100212 =−⋅=−⋅ pn

Logo, assume-se que p1 – p2 é uma distribuição normal com 02121

=−=−

pppp

µ .

4) Cálculo do desvio-padrão:

( ) ( )2

1

1

121 n

PP

n

PPpp

−⋅+

−⋅=

−σ , mas 21

2211

nn

pnpnP

+

⋅+⋅=

52,0100100

5846=⇒

+

+= PP

( ) ( )

0706,0100

52,0152,0

100

52,0152,02121

=⇒−⋅

+−⋅

=−− σσ pppp

Page 129: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

128

5) Cálculo da variável reduzida:

( )

σ

µ

21

2121

pp

pppp

Z

−−−

=

( )

0706,0

058,046,0 −−=Z

699,1−=Z

6) Análise do resultado. Adotando-se nível de significância de 10% (α = 0,1), tem-se o gráfico de aceitação/rejeição da seguinte forma:

O valor de Z encontra-se dentro da região de rejeição da hipótese nula, ou seja (p1 – p2 ≠ 0). Conclusão: a diferença entre p1 e p2 é significativa.

Page 130: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

129

7.3 APÊNDICE 3: AMOSTRA DE PONTOS PARA O ESTEREOGRAMA N0 1 Conjunto de pontos homólogos utilizado como injunções iniciais. Utilizado também como amostra para definição dos limites de aceitação dos resultados apresentados pelo algoritmo baseado em áreas.

Imagem esquerda Imagem direita Coluna Linha Coluna Linha

Paralaxe x (px)

Paralaxe y (py)

1755 758 688 727 1067 31 2792 768 1706 745 1086 23 1642 1671 521 1638 1121 33 2728 1647 1631 1627 1097 20 2091 1286 983 1257 1108 29 1868 938 783 907 1085 31 1852 743 784 713 1068 30 2080 730 992 701 1088 29 2281 743 1203 713 1078 30 2714 754 1630 730 1084 24 2649 1059 1563 1035 1086 24 2637 1414 1542 1391 1095 23 2189 1726 1050 1699 1139 27 1769 1711 633 1681 1136 30 1691 1431 577 1399 1114 32 1694 1127 608 1095 1086 32 2165 1158 1051 1130 1114 28 2441 1276 1338 1251 1103 25 1966 1443 839 1413 1127 30 2056 805 960 775 1096 30 2270 1738 1120 1712 1150 26

Paralaxes baseadas nos valores extremos (pixels) 1108,5 ± 41,5 26,5 ± 6,5

O cálculo das paralaxes foi feito baseado nos valores extremos para estabelecer as dimensões de uma janela de pesquisa que enquadre o homólogo de qualquer dos pontos da amostra. Dessa forma, garante-se que o homólogo do maior número de pontos será pré-localizado.

5,415,11082

10671150

2

11501067±=⇒

−±

+= pxpx

5,65,262

2033

2

3320±=⇒

−±

+= pxpy

Page 131: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

130

7.4 APÊNDICE 4: AMOSTRA DE PONTOS PARA O ESTEREOGRAMA N0 2 Conjunto de pontos homólogos utilizado como injunções iniciais. Utilizado também como amostra para definição dos limites de aceitação dos resultados apresentados pelo algoritmo baseado em áreas.

Imagem esquerda Imagem direita Coluna Linha Coluna Linha

Paralaxe x Paralaxe y

1415 717 582 666 833 51 1540 673 709 628 831 45 1747 734 924 697 823 37 1970 826 1141 801 829 25 1766 1134 921 1102 845 32 2050 1190 1181 1170 869 20 1354 1110 506 1058 848 52 1681 1133 834 1096 847 37 1428 1361 556 1311 872 50 1706 1523 824 1486 882 37 1816 1359 946 1328 870 31 2082 1440 1200 1423 882 17 1808 1596 923 1560 885 36 2152 1773 1254 1760 898 13 1500 1700 606 1651 894 49 1708 1658 822 1621 886 37 1481 1864 579 1809 902 55 1687 1984 783 1941 904 43 1891 1881 984 1850 907 31 2122 1990 1209 1972 913 18

Paralaxes baseadas nos valores extremos 868 ± 45 34 ± 21 O cálculo das paralaxes foi feito baseado nos valores extremos para estabelecer as dimensões de uma janela de pesquisa que enquadre o homólogo de qualquer dos pontos da amostra. Dessa forma, garante-se que o homólogo do maior número de pontos será pré-localizado.

458682

823913

2

913823±=⇒

−±

+= pxpx

21342

1355

2

5513±=⇒

−±

+= pxpy

Page 132: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

131

7.5 APÊNDICE 5: IMAGEM ESQUERDA NORMALIZADA DO ESTEREOGRAMA N0 1

Encontra-se destacada na cor vermelha a área onde foram coletados os pontos de teste.

Page 133: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

132

7.6 APÊNDICE 6: IMAGEM ESQUERDA NORMALIZADA DO ESTEREOGRAMA N0 2

Encontra-se destacada na cor vermelha a área onde foram coletados os pontos de teste.

Page 134: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

133

7.7 APÊNDICE 7: CONJUNTO DE PONTOS DO ESTEREOGRAMA N0 1, SUBMETIDO AOS TESTES

Conjunto de pontos processados pelo algoritmo baseado em áreas (colunas denominadas “Pontos analisados”). As colunas denominada “Homólogos medidos” contêm os homólogos coletados manualmente no estereograma n0 1 para serviram de conjunto verdade para análises dos resultados, constantes do Apêndice 11.

Pontos analisados

Homólogos medidos

Pontos analisados

Homólogos medidos

Imagem esquerda Imagem direita Imagem esquerda Imagem direita

Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha 1735 826 668 794 2396 1109 1293 1084 1743 990 664 859 2280 1134 1156 1108 1778 1170 689 1140 2313 1004 1204 978 1836 1270 725 1240 2329 878 1232 852 1782 1357 660 1326 2186 868 1096 841 1782 1467 659 1436 2180 922 1082 894 1656 1690 530 1658 2202 982 1100 955 1978 1690 843 1661 2227 1072 1115 1045 2136 1690 1001 1662 2335 1072 1250 1046 2171 1650 1037 1623 2428 1072 1336 1047 2426 1711 1302 1687 2419 1002 1326 977 2426 1621 1332 1597 2725 882 1638 860 2714 1665 1614 1644 2608 958 1523 935 2758 1080 1667 1059 2535 958 1457 934 2490 1110 1396 1086 2557 1058 1475 1035 2395 1200 1291 1175 2566 1128 1485 1105 2256 1220 1132 1194 2712 1188 1616 1167 2205 1250 1084 1223 2587 1332 1495 1310 1916 1100 818 1071 2582 1444 1480 1422 2741 1462 1640 1442 2581 1514 1479 1492 2774 1354 1675 1334 2574 1634 1465 1612 2776 1264 1676 1244 2556 1674 1443 1652 2612 1254 1522 1232 2556 1774 1442 1751 2644 1154 1551 1132 2516 1854 1402 1831 2806 1044 1709 1023 2384 1704 1258 1679 2674 1034 1584 1012 2272 1554 1132 1528 2668 906 1577 883 2132 1464 1016 1437 2728 806 1638 784 2035 1464 913 1436 2602 866 1516 842 2216 1394 1090 1368 2328 796 1239 770 2400 1420 1284 1396 2168 796 1080 768 2463 1250 1363 1226 2120 846 1028 818 2501 1310 1403 1287 2084 926 986 898 2362 920 1268 894 2095 996 994 968 2446 920 1364 895 2138 1096 1030 1068

2139 1202 1022 1176

Page 135: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

134

Pontos analisados

Homólogos medidos

Pontos analisados

Homólogos medidos

Imagem esquerda Imagem direita Imagem esquerda Imagem direita

Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha 2162 1186 1046 1159 2356 1316 1242 1292 2087 1316 980 1288 2274 1496 1143 1470 1983 1386 866 1357 2345 1666 1210 1640 1943 1536 805 1507 2306 1889 1166 1863 2094 1576 971 1548 2456 1650 1336 1625 2230 1606 1092 1580 2540 1598 1432 1575 2325 1586 1196 1561 2680 1508 1585 1486 2389 1546 1273 1522 2670 1250 1578 1229 2438 1556 1323 1532 2720 1390 1226 1369 2523 1536 1417 1513 2208 1120 1095 1094 2484 1416 1377 1393 2070 1146 954 1118 2283 1336 1662 1310 2032 1516 908 1498 2425 1366 1318 1342 2012 1606 884 1578 2216 1326 1090 1300 2368 1506 1244 1481 2258 1419 1124 1393 2517 1464 1410 1441 2376 1259 1268 1234 2618 1394 1522 1372 2490 1199 1392 1176 2700 1308 1600 1287

Page 136: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

135

7.8 APÊNDICE 8: CONJUNTO DE PONTOS DO ESTEREOGRAMA N0 2, SUBMETIDO AOS TESTES

Conjunto de pontos processados pelo algoritmo baseado em áreas (colunas denominadas “Pontos analisados”). As colunas denominada “Homólogos medidos” contêm os homólogos coletados manualmente no estereograma n0 2 para serviram de conjunto verdade para análises dos resultados, constantes do Apêndice 12.

Pontos analisados

Homólogos medidos

Pontos analisados

Homólogos medidos

Imagem esquerda Imagem direita Imagem esquerda Imagem direita

Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha 1424 717 590 669 1592 743 774 707 1443 750 608 702 1472 655 648 607 1432 728 598 680 1505 684 672 637 1539 844 711 801 1508 696 675 650 1442 763 607 715 1523 684 690 638 1547 839 719 796 1536 638 709 593 1442 737 607 689 1537 645 706 586 1549 869 718 827 1531 631 710 599 1396 730 564 679 1574 609 754 565 1532 888 699 846 1584 617 761 574 1568 918 735 876 1596 623 772 579 1420 749 583 700 1596 614 775 572 1571 911 738 870 1579 633 755 591 1427 794 588 746 1616 639 790 598 1578 905 746 864 1589 633 763 589 1456 793 621 746 1620 660 792 618 1587 899 756 858 1613 668 782 626 1475 801 643 753 1623 677 794 637 1575 888 742 847 1607 690 777 650 1437 860 595 812 1673 654 848 615 1555 871 726 829 1683 646 861 606 1481 890 644 843 1672 634 851 594 1563 867 733 825 1737 653 919 617 1508 846 677 801 1721 689 903 652 1566 803 741 762 1698 685 879 647 1624 768 802 728 1689 673 869 636 1621 782 799 740 1743 681 925 644 1609 800 784 761 1789 613 975 577 1615 812 790 772 1787 680 968 645 1623 826 794 787 1778 681 958 646 1635 838 806 799 1778 743 952 709 1653 826 824 787 1760 750 934 715 1644 815 815 775 1804 869 972 836 1673 841 845 803 1773 933 939 901 1677 823 851 784

1690 929 853 892

Page 137: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

136

Pontos analisados

Homólogos medidos

Pontos analisados

Homólogos medidos

Imagem esquerda Imagem direita Imagem esquerda Imagem direita

Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha 1682 850 852 812 1501 1031 660 986 1713 855 887 822 1568 1026 732 983 1651 869 819 830 1612 1046 774 1007 1644 858 812 819 1570 1067 729 1027 1748 886 919 853 1701 1050 861 1014 1734 896 903 864 1728 1022 889 988 1730 875 902 842 1650 1130 797 1091 1686 760 862 723 1636 1117 782 1079 1664 756 840 716 1541 1220 680 1177 1691 747 866 708 1535 1253 671 1209 1769 785 942 751 1606 1276 742 1235 1764 792 937 758 1594 1266 729 1226 1755 803 927 768 1555 1264 687 1220 1718 804 893 768 1589 1290 719 1250 1598 749 770 701 1591 1314 721 1272

Page 138: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

137

7.9 APÊNDICE 9: CONJUNTO DE PONTOS DO ESTEREOGRAMA N0 1 QUE FALHARAM E FORAM SUBMETIDOS AO ALGORITMO BASEADO EM FEIÇÕES

Conjunto de pontos do estereograma n0 1 considerados não satisfatórios, seguidos de dois vizinhos. Cada vizinho e seu homólogo foram selecionados no conjunto de pontos de inicialização.

Ponto analisado Vizinho 1 Vizinho 2 Homólogo do

vizinho 1 Homólogo do

vizinho 2 Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha 1735 826 1673 832 1646 788 601 800 574 756 1778 1170 1694 1127 1747 1166 608 1095 651 1135 1782 1467 1691 1431 1691 1462 577 1399 578 1431 1656 1690 1769 1711 1769 1712 633 1681 634 1682 1978 1690 2006 1682 1923 1683 875 1653 778 1652 2426 1621 2481 1619 2329 1619 1370 1596 1195 1594 2758 1080 2649 1059 2628 1065 1563 1035 1541 1041 2490 1110 2435 1101 2443 1096 1338 1076 1348 1071 2395 1200 2377 1194 2274 1236 1269 1168 1149 1210 2256 1220 2377 1194 2201 1202 1269 1168 1080 1175 2205 1250 2091 1286 2274 1236 983 1257 1149 1210 1916 1100 1954 1114 1990 1118 849 1085 880 1089 2741 1462 2637 1414 2642 1455 1542 1391 1549 1433 2774 1354 2724 1369 2726 1355 1628 1347 1628 1333 2776 1264 2675 1254 2667 1250 1581 1231 1574 1227 2612 1254 2594 1254 2675 1254 1508 1231 1581 1231 2644 1154 2697 1157 2564 1151 1602 1133 1478 1128 2806 1044 2768 1033 2732 1044 1677 1009 1641 1021 2674 1034 2768 1033 2732 1044 1677 1009 1641 1021 2668 906 2580 878 2586 928 1495 853 1502 904 2728 806 2661 808 2760 797 1575 783 1675 774 2602 866 2689 885 2676 866 1598 861 1586 842 2328 796 2415 824 2252 763 1332 798 1169 736 2168 796 2281 743 2056 805 1203 713 960 775 2120 846 2165 848 2095 857 1070 819 998 829 2084 926 2017 937 1989 927 920 908 896 897 2095 996 2014 1003 2006 986 914 973 907 958 2138 1096 2207 1095 2190 1082 1095 1067 1079 1055 2162 1186 2201 1202 2274 1236 1080 1175 1149 1210 2087 1316 2188 1313 2210 1344 1066 1286 1086 1318 1983 1386 1868 1386 1914 1373 745 1357 793 1340 1943 1536 1900 1546 1952 1532 759 1518 818 1506 2094 1576 2195 1583 2205 1566 1061 1557 1070 1540 2230 1606 2140 1590 2329 1619 1013 1562 1195 1594 2325 1586 2195 1583 2205 1566 1061 1557 1070 1540 2523 1536 2435 1529 2601 1525 1324 1505 1500 1503 2484 1416 2549 1402 2442 1413 1450 1380 1332 1390

Page 139: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

138

Ponto analisado Vizinho 1 Vizinho 2 Homólogo do

vizinho 1 Homólogo do

vizinho 2 Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha 2283 1336 2356 1343 2188 1313 1247 1318 1066 1286 2425 1366 2549 1402 2435 1368 1450 1380 1329 1344 2376 1259 2441 1276 2274 1236 1338 1251 1149 1210 2490 1199 2377 1194 2378 1224 1269 1168 1269 1199 2396 1109 2435 1101 2443 1096 1338 1076 1348 1071 2313 1004 2222 999 2393 1002 1116 971 1297 976 2186 868 2056 805 2095 857 960 775 998 829 2202 982 2287 983 2285 978 1181 956 1180 951 2335 1072 2207 1095 2435 1101 1095 1067 1338 1076 2428 1072 2383 1069 2498 1064 1282 1044 1410 1040 2419 1002 2393 1002 2341 1041 1297 976 1235 1014 2725 882 2689 885 2676 866 1598 861 1586 842 2608 958 2661 952 2558 941 1570 927 1476 917 2535 958 2457 998 2661 952 1370 972 1570 927 2557 1058 2649 1059 2435 1101 1563 1035 1338 1076 2566 1128 2443 1096 2467 1134 1348 1071 1372 1110 2712 1188 2631 1191 2640 1171 1544 1169 1553 1148 2587 1332 2699 1309 2671 1330 1601 1287 1574 1309 2581 1514 2679 1512 2507 1531 1586 1491 1400 1509 2574 1634 2481 1619 2675 1656 1370 1596 1577 1633 2556 1774 2490 1749 2641 1780 1372 1727 1535 1759 2516 1854 2471 1841 2601 1837 1348 1817 1488 1816 2384 1704 2270 1738 2480 1698 1120 1712 1359 1673 2272 1554 2195 1583 2205 1566 1061 1557 1070 1540 2132 1464 2184 1464 2228 1499 1056 1438 1094 1473 2035 1464 1966 1443 1921 1425 839 1413 795 1396 2216 1394 2265 1409 2171 1405 1131 1383 1051 1379 2463 1250 2378 1224 2429 1247 1269 1199 1326 1221 2501 1310 2414 1288 2422 1313 1309 1263 1319 1283 2362 920 2306 942 2280 898 1206 914 1185 870 2446 920 2558 941 2539 877 1476 917 1464 852 2274 1496 2184 1464 2228 1499 1056 1438 1094 1473 2680 1508 2601 1525 2580 1506 1500 1503 1478 1484 2700 1308 2594 1254 2729 1295 1508 1231 1628 1273

Page 140: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

139

7.10 APÊNDICE 10: CONJUNTO DE PONTOS DO ESTEREOGRAMA N0 2 QUE FALHARAM E FORAM SUBMETIDOS AO ALGORITMO BASEADO EM FEIÇÕES

Conjunto de pontos do estereograma n0 2 considerados não satisfatórios, seguidos de dois vizinhos. Cada vizinho e seu homólogo foram selecionados no conjunto de pontos de inicialização.

Ponto analisado Vizinho 1 Vizinho 2 Homólogo do

vizinho 1 Homólogo do

vizinho 2 Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha

1443 750 1428 746 1423 740 592 698 589 691 1539 844 1520 842 1629 825 690 798 800 787 1547 839 1532 837 1520 842 703 794 690 798 1442 737 1423 740 1471 726 589 691 641 677 1549 869 1549 869 1665 810 718 827 837 770 1396 730 1446 710 1437 717 613 662 605 669 1532 888 1578 905 1523 888 746 864 685 844 1568 918 1683 859 1583 915 853 822 749 875 1420 749 1428 746 1471 726 592 698 641 677 1571 911 1571 911 1523 888 738 870 685 844 1427 794 1471 784 1493 790 640 737 666 744 1578 905 1578 905 1523 888 746 864 685 844 1456 793 1493 790 1481 787 666 744 652 741 1587 899 1523 888 1683 859 685 844 853 822 1575 888 1544 875 1523 888 711 832 685 844 1437 860 1549 869 1532 837 718 827 703 794 1555 871 1549 869 1544 875 718 827 711 832 1481 890 1549 869 1571 911 718 827 738 870 1508 846 1532 837 1520 842 703 794 690 798 1566 803 1471 784 1493 790 640 737 666 744 1624 768 1695 747 1694 761 872 709 870 722 1621 782 1493 790 1695 747 666 744 872 709 1609 800 1493 790 1532 837 666 744 703 794 1615 812 1493 790 1532 837 666 744 703 794 1623 826 1493 790 1532 837 666 744 703 794 1635 838 1549 869 1532 837 718 827 703 794 1653 826 1549 869 1532 837 718 827 703 794 1673 841 1549 869 1544 875 718 827 711 832 1677 823 1549 869 1620 801 718 827 795 762 1682 850 1629 825 1644 838 800 787 814 799 1644 858 1549 869 1532 837 718 827 703 794 1734 896 1743 893 1825 867 912 858 992 836 1686 760 1791 749 1797 746 966 715 972 712 1664 756 1791 749 1695 747 966 715 872 709 1691 747 1791 749 1797 746 966 715 972 712

Page 141: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

140

Ponto analisado Vizinho 1 Vizinho 2 Homólogo do

vizinho 1 Homólogo do

vizinho 2 Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha

1769 785 1695 747 1694 761 872 709 870 722 1764 792 1694 761 1665 769 870 722 841 730 1755 803 1665 769 1629 825 841 730 800 787 1718 804 1603 746 1620 801 780 706 795 762 1598 749 1471 784 1493 790 640 737 666 744 1592 743 1471 784 1493 790 640 737 666 744 1472 655 1526 633 1529 639 700 587 703 594 1505 684 1446 710 1437 717 613 662 605 669 1523 684 1446 710 1437 717 613 662 605 669 1536 638 1526 633 1529 639 700 587 703 594 1537 645 1531 646 1590 619 704 600 767 575 1531 631 1526 633 1563 616 700 587 740 572 1574 609 1526 633 1589 609 700 587 769 566 1584 617 1526 633 1529 639 700 587 703 594 1596 623 1526 633 1529 639 700 587 703 594 1596 614 1526 633 1529 639 700 587 703 594 1579 633 1526 633 1529 639 700 587 703 594 1616 639 1526 633 1529 639 700 587 703 594 1589 633 1526 633 1529 639 700 587 703 594 1620 660 1526 633 1529 639 700 587 703 594 1613 668 1526 633 1529 639 700 587 703 594 1623 677 1526 633 1529 639 700 587 703 594 1673 654 1563 616 1590 619 740 572 767 575 1683 646 1563 616 1589 609 740 572 769 566 1672 634 1563 616 1589 609 740 572 769 566 1737 653 1619 668 1654 663 790 626 827 622 1721 689 1601 636 1619 668 774 592 790 626 1698 685 1601 636 1619 668 774 592 790 626 1689 673 1563 616 1564 628 740 572 738 584 1743 681 1619 668 1654 663 790 626 827 622 1789 613 1695 660 1688 645 874 622 866 606 1787 680 1695 660 1688 645 874 622 866 606 1778 681 1654 663 1695 660 827 622 874 622 1778 743 1791 749 1797 746 966 715 972 712 1760 750 1791 749 1797 746 966 715 972 712 1690 929 1571 911 1578 905 738 870 746 864 1501 1031 1630 1044 1627 1028 791 1005 789 989 1568 1026 1630 1044 1627 1028 791 1005 789 989 1612 1046 1630 1044 1534 1017 791 1005 697 973 1570 1067 1630 1044 1671 1119 791 1005 823 1082 1701 1050 1591 1078 1630 1044 750 1038 791 1005 1728 1022 1630 1044 1627 1028 791 1005 789 989 1541 1220 1584 1228 1525 1217 720 1187 665 1174 1535 1253 1584 1228 1573 1251 720 1187 705 1208

Page 142: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

141

Ponto analisado Vizinho 1 Vizinho 2 Homólogo do

vizinho 1 Homólogo do

vizinho 2 Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha

1606 1276 1522 1250 1576 1271 660 1206 706 1232 1589 1290 1646 1263 1556 1305 785 1225 686 1261

Page 143: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

142

7.11 APÊNDICE 11: RESULTADO FINAL FORNECIDO PELO ALGORITMO BASEADO EM FEIÇÕES (ESTEREOGRAMA N0 1)

Conjunto de pontos do estereograma n0 1 processados pelo algoritmo baseado em feições. Ao lado dos pontos calculados foi colocada uma coluna com os respectivos pontos homólogos, medidos manualmente, para que fosse feita a comparação. Dessa forma, onde ARG = 1 significa que o ponto está correto. Na última coluna encontram-se a posição (entre os 15 maiores valores de correlação) onde se deu a maior probabilidade, segundo a metodologia adotada.

Ponto analisado

Homólogo calculado

Homólogo medido Probabilidade

Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha ARG POS

0,9438 1735 826 660 798 668 794 0 15 0,9132 1778 1170 684 1140 689 1140 0 12 0,9905 1782 1467 669 1436 659 1436 0 14 0,9569 1656 1690 539 1663 530 1658 0 7 0,9702 1978 1690 852 1660 843 1661 0 2 0,9329 2426 1621 1339 1597 1332 1597 0 1 0,967 2758 1080 1665 1053 1667 1059 0 10 0,9819 2490 1110 1395 1085 1396 1086 1 1 0,9543 2395 1200 1290 1175 1291 1175 1 3 0,9612 2256 1220 1133 1194 1132 1194 1 15 0,9706 2205 1250 1080 1225 1084 1223 1 7 0,9666 1916 1100 817 1073 818 1071 1 11 0,9545 2741 1462 1652 1436 1640 1442 0 13 0,9546 2774 1354 1683 1331 1675 1334 0 7 0,9883 2776 1264 1684 1241 1676 1244 0 12 0,6798 2612 1254 1524 1231 1522 1232 1 14 0,8136 2644 1154 1557 1130 1551 1132 0 12 0,9485 2806 1044 1711 1019 1709 1023 1 12 0,9717 2674 1034 1584 1011 1584 1012 1 2 0,9811 2668 906 1582 881 1577 883 0 12 0,9782 2728 806 1644 782 1638 784 0 5 0,9697 2602 866 1516 842 1516 842 1 4 0,9308 2328 796 1239 768 1239 770 1 1 0,9644 2168 796 1082 766 1080 768 1 15 0,9619 2120 846 1024 818 1028 818 1 15 0,9872 2084 926 992 896 986 898 0 5 0,9801 2095 996 985 967 994 968 0 6 0,9754 2138 1096 1027 1069 1030 1068 1 1 0,918 2162 1186 1045 1159 1046 1159 1 8 0,9374 2087 1316 973 1292 980 1288 0 1 0,9141 1983 1386 865 1357 866 1357 1 6 0,8424 1943 1536 805 1510 805 1507 1 8 0,982 2094 1576 962 1549 971 1548 0 14 0,9531 2230 1606 1121 1583 1092 1580 0 13 0,9893 2325 1586 1192 1561 1196 1561 1 6

Page 144: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

143

Ponto analisado

Homólogo calculado

Homólogo medido Probabilidade

Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha ARG POS

0,9074 2523 1536 1380 1513 1417 1513 0 2 0,9323 2484 1416 1377 1393 1377 1393 1 3 0,9499 2283 1336 1176 1311 1662 1310 0 9 0,9911 2425 1366 1319 1342 1318 1342 1 4 0,9289 2376 1259 1266 1234 1268 1234 1 13 0,9508 2490 1199 1395 1174 1392 1176 1 4 0,934 2396 1109 1294 1083 1293 1084 1 1 0,9792 2313 1004 1204 977 1204 978 1 4 0,9839 2186 868 1093 840 1096 841 1 14 0,9924 2202 982 1098 955 1100 955 1 8 0,983 2335 1072 1227 1043 1250 1046 0 13 0,9754 2428 1072 1327 1048 1336 1047 0 11 0,9698 2419 1002 1313 976 1326 977 0 8 0,9919 2725 882 1634 858 1638 860 1 3 0,9751 2608 958 1523 933 1523 935 1 3 0,9581 2535 958 1445 931 1457 934 0 9 0,9646 2557 1058 1468 1034 1475 1035 0 8 0,9644 2566 1128 1479 1101 1485 1105 0 10 0,9826 2712 1188 1625 1165 1616 1167 0 14 0,9669 2587 1332 1478 1309 1495 1310 0 14 0,9509 2581 1514 1478 1491 1479 1492 1 4 0,9233 2574 1634 1467 1611 1465 1612 1 12 0,931 2556 1774 1441 1751 1442 1751 1 10 0,9249 2516 1854 1391 1829 1402 1831 0 13 0,9804 2384 1704 1237 1679 1258 1679 0 7 0,9698 2272 1554 1134 1526 1132 1528 1 15 0,9141 2132 1464 1011 1439 1016 1437 0 13 0,9723 2035 1464 909 1433 913 1436 1 14 0,9391 2216 1394 1083 1371 1090 1368 0 9 0,9134 2463 1250 1368 1223 1363 1226 0 14 0,946 2501 1310 1385 1280 1403 1287 0 2 0,9581 2362 920 1268 893 1268 894 1 9 0,9857 2446 920 1367 895 1364 895 1 1 0,9662 2274 1496 1140 1470 1143 1470 1 2 0,9735 2680 1508 1576 1485 1585 1486 0 5 0,9709 2700 1308 1609 1282 1600 1287 0 14

Page 145: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

144

7.12 APÊNDICE 12: RESULTADO FINAL FORNECIDO PELO ALGORITMO BASEADO EM FEIÇÕES (ESTEREOGRAMA N0 2)

Conjunto de pontos do estereograma n0 2 processados pelo algoritmo baseado em feições. Ao lado dos pontos calculados foi colocada uma coluna com os respectivos pontos homólogos, medidos manualmente, para que fosse feita a comparação. Dessa forma, onde ARG = 1 significa que o ponto está correto. Na última coluna encontram-se a posição (entre os 15 maiores valores de correlação) onde se deu a maior probabilidade, segundo a metodologia adotada.

Ponto analisado

Homólogo calculado

Homólogo medido Probabilidade

Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha ARG POS

0,869 1443 750 608 702 608 702 1 1 0,9638 1539 844 709 801 711 801 1 13 0,9374 1547 839 718 796 719 796 1 2 0,944 1442 737 607 689 607 689 1 1

0,9494 1549 869 719 827 718 827 1 12 0,9392 1396 730 561 681 564 679 1 6 0,9345 1532 888 698 844 699 846 1 1 0,8868 1568 918 737 876 735 876 1 15 0,9517 1420 749 583 701 583 700 1 4 0,9617 1571 911 739 870 738 870 1 3 0,9349 1427 794 599 747 588 746 0 14 0,9462 1578 905 747 864 746 864 1 14 0,9039 1456 793 621 747 621 746 1 4 0,9634 1587 899 756 859 756 858 1 13 0,978 1575 888 742 845 742 847 1 3

0,9779 1437 860 608 819 595 812 0 9 0,9208 1555 871 723 829 726 829 1 9 0,9835 1481 890 650 849 644 843 0 14 0,8995 1508 846 676 801 677 801 1 3 0,967 1566 803 739 757 741 762 0 14

0,9237 1624 768 796 733 802 728 0 12 0,9652 1621 782 794 741 799 740 0 4 0,9721 1609 800 781 758 784 761 1 13 0,9633 1615 812 787 772 790 772 1 6 0,9717 1623 826 796 784 794 787 1 8 0,9852 1635 838 806 797 806 799 1 11 0,9861 1653 826 822 785 824 787 1 11 0,9135 1673 841 835 815 845 803 0 14 0,9343 1677 823 841 783 851 784 0 7 0,6975 1682 850 850 800 852 812 0 14 0,9693 1644 858 813 819 812 819 1 7 0,7706 1734 896 887 866 903 864 0 4 0,9332 1686 760 850 729 862 723 0 12 0,9433 1664 756 837 717 840 716 1 6 0,9541 1691 747 856 713 866 708 0 13 0,9183 1769 785 941 750 942 751 1 14 0,904 1764 792 936 757 937 758 1 4

0,9463 1755 803 926 767 927 768 1 8

Page 146: MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO … · S231l Santos, Oséias Borges dos Localização de pontos homólogos em regiões homogêneas de fotografias aéreas por refinamento

145

Ponto analisado

Homólogo calculado

Homólogo medido Probabilidade

Coluna Linha Coluna Linha Coluna Linha ARG POS

0,9238 1718 804 888 770 893 768 0 9 0,946 1598 749 771 714 770 701 0 8

0,9478 1592 743 763 698 774 707 0 5 0,9704 1472 655 642 611 648 607 0 14 0,9698 1505 684 674 634 672 637 1 15 0,9451 1523 684 690 638 690 638 1 3 0,8542 1536 638 709 593 709 593 1 5 0,8476 1537 645 709 600 706 586 0 7 0,5435 1531 631 652 585 710 599 0 1 0,9585 1574 609 745 566 754 565 0 3 0,9494 1584 617 757 572 761 574 1 12 0,8681 1596 623 769 590 772 579 0 7 0,951 1596 614 769 569 775 572 0 14

0,9345 1579 633 752 589 755 591 1 10 0,9299 1616 639 789 597 790 598 1 5 0,945 1589 633 762 588 763 589 1 9

0,9176 1620 660 791 617 792 618 1 4 0,9186 1613 668 786 626 782 626 1 12 0,9301 1623 677 796 633 794 637 1 13 0,9383 1673 654 842 608 848 615 0 14 0,8509 1683 646 851 608 861 606 0 11 0,9318 1672 634 841 590 851 594 0 9 0,7954 1737 653 909 617 919 617 0 14 0,9614 1721 689 894 645 903 652 0 14 0,9377 1698 685 868 645 879 647 0 8 0,8932 1689 673 861 639 869 636 0 10 0,9494 1743 681 913 643 925 644 0 10 0,936 1789 613 961 579 975 577 0 13

0,8554 1787 680 952 651 968 645 0 10 0,8185 1778 681 948 634 958 646 0 13 0,9073 1778 743 951 707 952 709 1 9 0,8964 1760 750 924 715 934 715 0 13 0,9538 1690 929 855 891 853 892 1 6 0,9715 1501 1031 659 989 660 986 1 12 0,8916 1568 1026 714 983 732 983 0 11 0,9574 1612 1046 773 1006 774 1007 1 4 0,9658 1570 1067 727 1029 729 1027 1 9 0,9918 1701 1050 858 1011 861 1014 1 6 0,9775 1728 1022 889 987 889 988 1 14 0,6445 1541 1220 680 1177 680 1177 1 8 0,9636 1535 1253 673 1208 671 1209 1 6 0,8127 1606 1276 741 1236 742 1235 1 3 0,9239 1589 1290 723 1248 719 1250 1 8