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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA SAULO FABRÍCIO DA SILVA CHAVES SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF) COMO CENÁRIO PARA SELEÇÃO DE MATRIZES DE CUPUAÇUZEIRO E MOGNO BRASILEIRO BELÉM 2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

SAULO FABRÍCIO DA SILVA CHAVES

SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF) COMO CENÁRIO PARA SELEÇÃO DE

MATRIZES DE CUPUAÇUZEIRO E MOGNO BRASILEIRO

BELÉM

2019

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SAULO FABRÍCIO DA SILVA CHAVES

SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF) COMO CENÁRIO PARA SELEÇÃO DE

MATRIZES DE CUPUAÇUZEIRO E MOGNO BRASILEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade

Federal Rural da Amazônia como parte das exigências do Curso

de Graduação em Agronomia para obtenção do grau de Bacharel

em Agronomia.

Área de Concentração: Sistemas Agroflorestais.

Orientador Acadêmico: Prof. Dr. Marcos André Piedade Gama

Co-orientador: Dr. Rafael Moysés Alves

BELÉM

2019

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia

Gerada automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

C512s Chaves, Saulo Fabrício da Silva

Sistema Agroflorestal (SAF) como cenário para seleção de matrizes de

cupuaçuzeiro e mogno brasileiro / Saulo Fabrício da Silva Chaves. - 2019.

72 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso de Agronomia, Campus

Universitário de Belém, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2019.

Orientador: Prof. Dr. Marcos André Piedade Gama

Coorientador: Prof. Dr. Rafael Moysés Alves.

1 . Theobroma grandiflorum. 2. Swietenia macrophylla. 3. Melhoramento

genético. 4. Fertilidade do solo. I. Gama, Marcos André Piedade, orient. II. Título

CDD 634.99

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SAULO FABRÍCIO DA SILVA CHAVES

SISTEMA AGROFLORESTAL (SAF) COMO CENÁRIO PARA SELEÇÃO DE

MATRIZES DE CUPUAÇUZEIRO E MOGNO BRASILEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Rural da Amazônia como

parte das exigências do Curso de Graduação em Agronomia para obtenção do grau de Bacharel

em Agronomia.

Área de Concentração: Sistemas Agroflorestais

_____________________________________

Data da Aprovação

Banca Examinadora:

________________________________________ Orientador

Professor Dr. Marcos André Piedade Gama

Universidade Federal Rural da Amazônia

________________________________________ Co-orientador

Dr. Rafael Moysés Alves

Embrapa Amazônia Oriental

________________________________________ Membro 1

Profª. Dra. Dênmora Gomes de Araújo

Universidade Federal Rural da Amazônia

________________________________________ Membro 2

Prof. Dr. Ismael de Jesus Matos Viégas

Universidade Federal Rural da Amazônia

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Aos meus pais, Rubens Nazareno Freitas Chaves e

Ana da Conceição da Silva Chaves, cuja dedicação e

apoio incondicional foram fundamentais para guiar-

me nesta jornada.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por estar ao meu lado em todos os momentos;

Aos meus pais Ana e Rubens Chaves, por todo amor, carinho e dedicação, pelo apoio

incondicional, pela confiança e pela motivação que me fizeram seguir em frente, mesmo nos

momentos mais difíceis;

Aos meus familiares, pelo incentivo e motivação, em especial à minha avó Maria Ninate da

Silva Ferreira, grande responsável pela minha formação pessoal;

Às amizades construídas ao longo do curso, tornando-se a minha segunda família, em especial

Andreza Martins, Lucas Tavares, Caterynne Kauffmann, Jack Pedroza Neto, Jennifer Oliveira,

Leticia Negrão e Thalita Santos pelos momentos bons e ruins, o companheirismo e o

aprendizado que compartilhamos;

Ao meu co-orientador e amigo Dr. Rafael Moysés Alves, pelos ensinamentos, não só em cunho

profissional como também pessoal, pela oportunidade ímpar oferecida, pela confiança

depositada e pela amizade construída;

Ao meu orientador e amigo Professor Dr. Marcos Piedade, pelas oportunidades oferecidas, pela

confiança depositada, pelo apoio e incentivo à realização do trabalho e pelos inúmeros

ensinamentos, repassados com grande dedicação;

À UFRA, por todo o aprendizado adquirido e pelas oportunidades concedidas;

À Embrapa Amazônia Oriental, pelo apoio à realização do trabalho;

Aos técnicos agrícolas e amigos José Quadros e José Oliveira, pelo auxílio fundamental na

realização do trabalho, pela oportunidade de aprendizado e pelo convívio agradável;

Ao Sr. Paulino Taguchi, pela oportunidade de realizar o presente estudo em sua propriedade;

Ao Sr. Raimundo Parente, pelo auxílio nas análises estatísticas e por todos os ensinamentos;

Às alunas do Grupo de Estudos em Solos (GEPS) Vitória Lima e Jessy Senado, pelo auxílio na

realização do trabalho;

Aos professores da UFRA, os quais, com muita dedicação, desempenham sua função com

excelência. Em especial, às professoras Joanne Moraes, Hérica Santos e Dênmora Araújo;

À todos que contribuíram direta e indiretamente à realização deste trabalho e à minha formação.

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RESUMO

Neste estudo, objetivou-se avaliar e selecionar indivíduos de cupuaçuzeiro e mogno brasileiro

sob condições de sistemas agroflorestais (SAFs), considerando os atributos químicos e físicos

do solo dessa área. O experimento foi conduzido em uma propriedade comercial no município

de Tomé Açu, PA, durante 14 anos. Foram avaliadas 25 progênies de irmãos completos de

cupuaçuzeiro e híbridos de polinização aberta de mogno brasileiro. Para o cupuaçuzeiro as

variáveis de resposta foram número e produção de frutos por planta, bem como, a taxa de

plantas com sintomas da doença vassoura de bruxa. Para o mogno empregaram-se as alturas de

tronco total e comercial, altura da copa, DAP, volume de madeira comercial e área da copa das

árvores. Para avaliação dos atributos químicos do solo, foram coletadas cinco amostras

compostas aleatorizadas, nas profundidades: 0-20 cm e 20-40 cm, tanto no SAF quanto na mata

secundária. Foram determinados o pH em água, teores de macro e micronutrientes, CTC

potencial e efetiva, saturação por bases, saturação por alumínio e soma de bases, além do

conteúdo de carbono e matéria orgânica. Na avaliação dos atributos físicos do solo, avaliou-se

a resistência à penetração (RP) da superfície até 40 cm de profundidade no perfil edáfico,

realizando-se 50 medições aleatorizadas nas duas áreas. Os resultados revelaram oito progênies

de cupuaçuzeiro com alta produtividade e tolerância, para serem empregadas em SAFs.

Também evidenciou-se que 18 matrizes de cupuaçuzeiro e seis matrizes de mogno deveriam

ser propagadas vegetativamente, para serem avaliadas em ensaios clonais, antes da

recomendação aos produtores. Quanto aos aspectos do solo, houveram diferenças em grande

parte dos atributos avaliados, tanto entre ambientes quanto entre profundidades. Os

macronutrientes apresentaram-se em maior quantidade nos SAFs, comportamento contrário ao

da matéria orgânica. Os micronutrientes não seguiram um padrão, e apresentaram-se

distribuídos nos ambientes. A RP foi maior na mata secundária, apresentando um

comportamento linear crescente com o aumento da profundidade, enquanto que no SAF, há

tendência à estabilização da RP nas camadas mais profundas. Conclui-se que, ensaios

multiespecíficos instalados para seleção de genótipos de espécies perenes permitem economizar

tempo, recursos físicos e financeiros, além de direcionar a seleção pra genótipos mais

adaptáveis à situações de competição que normalmente, ocorrem nos SAFs. O solo sob o SAF

apresentou melhores condições físico-químicas, se comparado ao da mata secundária,

atribuídas principalmente ao manejo empregado e à ação da própria agrofloresta.

Palavras-chave: Theobroma grandiflorum. Swietenia macrophylla. Melhoramento genético.

Fertilidade do solo.

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ABSTRACT

In this study, the objective was to evaluate select individuals of cupuassu tree and big leaf

mahogany under agroforestry systems (AFSs) conditions, considering soil’s chemical and

physical attributes in this area. The test was conducted in a commercial property in the

municipality of Tomé Açu, PA, during 14 years. Were evaluated 25 full siblings’ progenies of

cupuassu tree and open pollinated hybrid of big leaf mahogany. For the cupuassu tree, the

response variables were fruits number and yield per plant, as well as, the rate of plants with

witch's broom disease symptoms. For big leaf mahogany, total and commercial trunk height,

crown height, DBH, commercial wood volume and tree crown area were used. For soil’s

chemical attributes evaluation, five randomized samples were collected, of each depth: 0–20

cm and 20-40 cm, both in the SAF and in the adjacent secondary forest. pH in water, macro and

micronutrient contents, potential and effective CTC, base and aluminium saturation and base

sum, in addition of carbon and organic matter content were determined. In the evaluation of the

physical attributes of the soil, the penetration resistance (PR) of the surface up to 40 cm deep

in the edaphic profile was evaluated, making 75 randomized measurements in both areas. The

results revealed eight cupuassu tree progenies with high yield and tolerance to be used in AFS.

It was also evidenced that 18 cupuassu tree and six mahogany matrices should be vegetative

propagated to be evaluated in clonal trials before recommendation to the producers. Regarding

the soil aspects, there were differences in most of the evaluated attributes, both between

environments and between depths. Macronutrients were higher in AFS, contrary to organic

matter behaviour. The micronutrients did not follow a pattern and were distributed in the

environments. The RP was higher in the secondary forest, presenting an increasing linear

behaviour with the increase of the depth, while in the AFSs, there is a tendency to the RP

stabilization in the deepest layers. It can be concluded that multispecific assays installed for the

selection of genotypes of perennial species, such as cupuaçuzeiro and mahogany, save time,

physical and financial resources, as well as direct selection to genotypes that are more adaptable

to competitive situations that usually occur in AFSs. The soil under AFSs presented better

physicochemical conditions compared to the secondary forest, mainly attributed to the

management used and the action of the agroforestry itself.

Keywords: Theobroma grandiflorum. Swietenia macrophylla. Genetic Breeding. Soil Fertility.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Umidade relativa do ar média e distribuição das chuvas, durante os 14 anos de

condução do ensaio, no município de Tomé Açu, PA. 2019. ................................................... 29

Figura 2 – Distribuição do regime pluviométrico mensal e, umidade relativa média, durante o

ano, obtidos pela média de 14 anos do ensaio, no município de Tomé Açu, PA. 2019. .......... 29

Figura 3 - Evolução do número e da produção de frutos (em kg de frutos por planta) durante

11 safras, em sistema agroflorestal localizado no município de Tomé Açu, PA. Belém, 2019.

.................................................................................................................................................. 37

Figura 4 - Resistência à penetração em diferentes profundidades do solo, sob mata secundária

e Sistema Agroflorestal, em experimento instalado no município de Tomé Açu - PA, 2019. .54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Granulometria do solo dos dois ambientes de estudo. ........................................... 30

Tabela 2 - Ancestralidade dos genótipos; número médio de frutos produzidos por planta e por

safra; produção média (kg) de frutos por planta e por safra e, taxa de ocorrência de plantas

com sintomas de M. perniciosa, em ensaio com 25 progênies de cupuaçuzeiro, avaliadas

durante onze safras, em sistema agroflorestal, localizado no município de Tomé Açu, PA.

Belém, 2019. ............................................................................................................................. 39

Tabela 3 - Matrizes selecionadas para propagação clonal, em onze safras de avaliação de

famílias de irmãos completos de cupuaçuzeiro, no município de Tomé Açu, 2019. ............... 40

Tabela 4 - Estimação dos parâmetros genéticos e média esperada da população melhorada,

em experimento com famílias de irmãos completos de cupuaçuzeiro, estabelecidas em SAF,

no município de Tomé Açu, 2019.Belém, 2019. ...................................................................... 42

Tabela 5 - Estatísticas descritivas para altura total (m), altura comercial (m), altura da copa;

diâmetro à altura do peito – DAP (cm); área da copa (m2) e volume comercial (m3), de

matrizes de mogno brasileiro, dados médios de 14 anos, em sistema agroflorestal no

município de Tomé Açu, PA. Belém, 2019. ............................................................................. 43

Tabela 6 - Desempenho silvicultural (média) das matrizes de mogno brasileiro, no 14º ano de

um sistema agroflorestal, no município de Tomé Açu, PA. Belém, 2019. .............................. 45

Tabela 7 - Teores médios de alumínio (Al), soma de bases (SB), pH, acidez potencial

(H+Al), CTC potencial (T), CTC efetiva (t), saturação por bases (V) e saturação por alumínio

(m), em mata secundária (MS) e sistema agroflorestal (SAF), em experimento instalado no

município de Tomé Açu – PA, 2019. ....................................................................................... 48

Tabela 8 - Média de alumínio (Al), soma de bases (SB), pH, acidez potencial (H+Al), CTC

potencial (T), CTC efetiva (t), saturação por bases (V) e saturação por alumínio (m), em dois

níveis de profundidade em condições de mata secundária (MS) e sistema agroflorestal (SAF)

instalado em um experimento, no município de Tomé Açu – PA, 2019. ................................. 48

Tabela 9 - Teores médios de carbono (C), matéria orgânica (MO) e dos macronutrientes:

fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg), além de sódio (Na) em mata

secundária (MS) e sistema agroflorestal (SAF) instalado em um experimento no município de

Tomé Açu – PA, 2019. ............................................................................................................. 50

Tabela 10 - Teores médios de carbono (C), matéria orgânica (MO) e dos macronutrientes:

fósforo (P), potássio (K), sódio (Na), cálcio (Ca) e magnésio (Mg), em dois níveis de

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profundidade em condições de mata secundária (MS) e sistema agroflorestal (SAF) instalado

em um experimento, no município de Tomé Açu – PA, 2019. ................................................ 51

Tabela 11 - Teores médios dos micronutrientes: cobre (Cu), ferro (Fe), zinco (Zn) e

manganês (Mn), em mata secundária (MS) e sistema agroflorestal (SAF), instalado em um

experimento, no município de Tomé Açu – PA, 2019. ............................................................ 52

Tabela 12 - Teores médios dos micronutrientes: cobre (Cu), ferro (Fe), zinco (Zn) e

manganês (Mn), em dois níveis de profundidade em condições de mata secundária (MS) e

sistema agroflorestal (SAF) instalado em um experimento, no município de Tomé Açu – PA,

2019. ......................................................................................................................................... 52

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12

1.1. Hipóteses ................................................................................................................... 13

1.2. Objetivos ................................................................................................................... 13

1.2.1. Geral ................................................................................................................... 13

1.2.2. Específicos .......................................................................................................... 13

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 14

2.1. Sistemas Agroflorestais ........................................................................................... 14

2.1.1. Conceitos e classificações .................................................................................. 14

2.1.2. Serviços ambientais ............................................................................................ 15

2.1.3. Serviços socioeconômicos .................................................................................. 16

2.2. Cupuaçuzeiro ........................................................................................................... 17

2.2.1. Taxonomia e distribuição geográfica ................................................................. 17

2.2.2. Características gerais .......................................................................................... 18

2.2.3. Melhoramento genético ...................................................................................... 20

2.3. Mogno brasileiro ...................................................................................................... 21

2.3.1. Taxonomia e distribuição geográfica ................................................................. 21

2.3.2. Características gerais .......................................................................................... 21

2.3.3. Produção de sementes ......................................................................................... 21

2.3.4. Produção de madeira .......................................................................................... 22

2.3.5. Problemática no cultivo da espécie .................................................................... 22

2.3.6. Plantio em SAFs ................................................................................................. 23

2.4. Solo ............................................................................................................................ 23

2.4.1. Solos na Amazônia ............................................................................................. 23

2.4.2. Processos de degradação dos solos ..................................................................... 24

2.4.3. Sistemas agroflorestais como alternativas de manejo do solo ............................ 25

2.4.4. Solos em SAFs – Atributos químicos ................................................................. 26

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2.4.5. Solos em SAFs – Atributos físicos ..................................................................... 26

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 28

3.1. Caracterização geral da área experimental ........................................................... 28

3.1.1. Clima .................................................................................................................. 28

3.1.2. Solo ..................................................................................................................... 30

3.2. Sistema Agroflorestal .............................................................................................. 30

3.3. Avaliação das progênies de cupuaçuzeiro ............................................................. 31

3.4. Avaliação dos híbridos de polinização aberta de mogno brasileiro .................... 32

3.5. Análise química dos solos ........................................................................................ 33

3.6. Análise física dos solos ............................................................................................. 35

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 36

4.1. Avaliação das progênies de cupuaçuzeiro ............................................................. 36

4.2. Avaliação dos híbridos de polinização aberta de mogno-brasileiro .................... 43

4.3. Análise química dos solos ........................................................................................ 47

4.4. Análise física dos solos ............................................................................................. 53

5. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 55

6. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 56

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1. INTRODUÇÃO

Os sistemas agroflorestais (SAFs) são modelos de uso da terra importantes, por

promoverem sustentabilidade econômica e socioambiental, especialmente a produtores

familiares da região amazônica (CASTRO et al., 2009). Buscam aliar preservação com

exploração econômica, tentando imitar os processos ecológicos que ocorrem nas condições de

mata, diversificando espécies, alinhando-as em estratos e facilitando com isso, uma melhor

proteção do solo, quando comparado com monocultivos (UTOMO et al., 2016), promovendo a

diminuição da erosão (LIU et al., 2016), restauração do ecossistema local (POCH;

SIMONETTI, 2013) e conservação dos recursos hídricos (PAVLIDIS; TSIHRINTIZ, 2018).

Na Amazônia, há extensa disseminação do uso de SAFs, sobretudo na forma de quintais

agroflorestais (CASTRO et al., 2009). Entretanto, SAFs comerciais estão ganhando cada vez

mais espaço, constituindo-se como uma alternativa viável para produção vegetal na região

amazônica. As espécies mais comuns utilizadas na composição destes sistemas são, segundo

Brienza Júnior et al. (2009), as plantas frutíferas, sobretudo o cupuaçuzeiro (Theobroma

grandiflorum (Willd. ex. Spreng.) Schum). Em meio às madeireiras, o mogno brasileiro

(Swietenia macrophylla King) apresenta-se com frequência significativa. Barros et al. (2009)

destaca a frequência da utilização do cacaueiro, açaizeiro e cupuaçuzeiro nos SAFs comerciais

de Tomé Açu, além da utilização do mogno brasileiro dentre as espécies arbóreas.

Embora a importância dos SAFs para a região amazônica seja consenso, pouco se conhece

sobre as interações que acontecem entre as espécies e, entre estas e o solo que as sustenta. Essas

informações são fundamentais para melhorar a eficiência dos agroecossistemas, tornando-os

ainda mais sustentáveis, e atrativos à novos empreendedores. Assim, torna-se fundamental

estudar alguns aspectos da evolução do solo durante o estabelecimento do SAF, bem como,

selecionar os componentes arbóreos que tenham aptidão à máxima produção, mesmo nesse

ambiente competitivo por luz, nutrientes e água. Desta forma, abarca-se os principais fatores

para avaliar a eficiência de um SAF: aspectos produtivos das culturas que compõem o sistema

e qualidade do solo, definida por Pezarico et al. (2013) como a capacidade de sustentar a

produtividade biológica, manter a qualidade do ar e água e promover a saúde de plantas e

animais.

Esses estudos são importantes para o início de um processo contínuo de reflorestamento de

áreas alteradas, feito por produtores que, ao mesmo tempo que estejam recompondo seu passivo

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13

ambiental, tenham condições econômicas de se manter dignamente em suas propriedades

(SILVA, 2013).

1.1. Hipóteses

A seleção de indivíduos, quando realizada simultaneamente nas espécies que compõem um

sistemas agroflorestais, permite a identificação dos indivíduos mais adaptados às condições

de policultivo.

Os SAFs possibilitam melhorias nos atributos químicos e físicos do solo quando

comparados a área de uma floresta natural.

1.2. Objetivos

1.2.1. Geral

Selecionar indivíduos de cupuaçuzeiro e mogno brasileiro sob condições de sistemas

agroflorestais, visando a obtenção de indivíduos adaptados às condições de cultivo do sistema,

e avaliar os atributos químicos e físicos do solo do SAF, comparando-o com o solo de uma mata

secundária adjacente, com vistas a atestar a eficiência do manejo agroflorestal.

1.2.2. Específicos

Avaliar e selecionar progênies e matrizes de irmãos completos de cupuaçuzeiro com

características superiores de produtividade e resistência ao agente etiológico da vassoura de

bruxa, em condições de SAFs.

Avaliar e selecionar matrizes de mogno brasileiro com base em características

silviculturais, para utilização em SAFs.

Avaliar atributos químicos e físicos do solo de um SAF, comparando-os ao solo de uma

floresta secundária adjacente.

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14

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Sistemas Agroflorestais

2.1.1. Conceitos e classificações

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são sistemas de uso da terra, que induzem a interação

de um ou mais componentes arbóreos com cultivos agrícolas e/ou pecuária, seja de forma

simultânea, seja de forma sequencial, apresentando ciclo maior que um ano, com maior

complexidade ecológica e econômica que um monocultivo (ENGEL, 1999; NAIR, 1989a). A

utilização de SAFs não é uma técnica atual, pois já tem sido utilizada pelos povos amazônicos

há décadas, e aperfeiçoada de acordo com as necessidades do uso da terra (CASTRO et al.,

2009). São classificados em quatro categorias: quanto aos aspectos estrutural, funcional,

econômico e ecológico (NAIR, 1989b).

A classificação quanto ao aspecto estrutural refere-se à natureza dos componentes, ou seja,

se são silvícolas, agrícolas ou animais; e ao arranjo dos componentes, tanto no espaço quanto

no tempo, ou seja, como estes componentes serão distribuídos, o que, consequentemente,

afetará a interação entre eles. Nesta classificação, são incluídos diversos tipos de sistemas

agroflorestais, os quais Brienza Júnior et al. (2009) enquadra em três categorias: Sistemas

silviagrícolas (compostos pelos componentes arbóreo e agrícola), Sistemas silvipastoris

(compostos pelos componentes arbóreo e animal) e Sistemas agrossilvipastoris (compostos

pelos três componentes). Jagoret et al. (2017) ressalta que as características estruturais do

sistema são determinantes tanto no aspecto produtivo quanto nos impactos, benéficos ou

maléficos, no ambiente.

A classificação dos sistemas quanto ao aspecto funcional leva em consideração a função

do componente arbóreo como produção de bens e serviços a outras espécies e/ou ao sistema

como um todo. Em outras palavras, classifica os sistemas quanto ao objetivo de utilização do

componente arbóreo, o qual, segundo Medrado (2000), pode ter função produtiva ou função de

serviço, havendo a prioridade para aquela função que prevalece no sistema. Nair e Nair (2014)

determinam alguns subgrupos nesta classificação, tais como: consórcio de árvores, sistemas

multiestratificados, sistemas silvipastoris, sistemas protetores e bosques de árvores

agroflorestais

Quanto ao aspecto econômico, a classificação leva em consideração o nível de

investimento aplicado ao sistema e, consequentemente, o retorno esperado. Neste caso, os

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sistemas são classificados em comerciais, intermediários e de subsistência. Abdo et al. (2008)

ressaltam que o investimento nos sistemas deve ser compatível com a produção esperada. Os

sistemas agroflorestais de subsistência são muito comuns na região amazônica, sendo de

conhecimento geral dos povos tradicionais (CASTRO et al., 2009). Eles são caracterizados pela

produção de alimentos com fins de complementação da dieta familiar, além da produção de

inúmeras espécies que possuam outras finalidades como medicinais e ornamentais, mas nada

realizado em escala comercial (FLORENTINO et al., 2007). Por outro lado, os sistemas

agroflorestais comerciais visam a produção em escala considerável para comercialização, com

baixa diversidade de espécies se comparado ao sistema tradicional, porém com maior uso de

insumos e mão de obra (SANTOS et al., 2004). Estes tipos de sistemas estão ganhando espaço

na Amazônia, sobretudo no estado do Pará, com diversos relatos e experiências citados por

Vieira et al. (2007), Barros et al. (2009), Pompeu et al., (2009) e Ferreira et al. (2015).

Finalmente, classificam-se os SAFs quanto ao aspecto ecológico, que leva em consideração

as aptidões dos sistemas de acordo com o ambiente no qual se encontram. Abdo et al. (2008)

ressalta a necessidade de escolher espécies e variedades adaptadas à região de cultivo, de modo

a garantir uma boa interação entre elas.

Nair (1989b) ressalta que cada um dos critérios de classificação tem seu mérito e aplicação

em situações específicas, mas todos eles apresentam limitações. Por isso, nenhuma

classificação deverá ser universalmente aplicada.

2.1.2. Serviços ambientais

Os sistemas constituem-se como uma importante alternativa à agricultura convencional,

sendo, portanto, um modelo de agricultura sustentável, que, pela diversificação dos sistemas

através da integração de diferentes espécies vegetais e/ou animais opõe-se à artificialização

proposta pelos monocultivos, o que evita alguns malefícios provocados por este, tais como

erosão do solo, poluição da água e perda de biodiversidade (PALUDO; COSTABEBER, 2012;

REISNER et al., 2007; UTOMO et al., 2016). Este modelo de cultivo proporciona diversos

benefícios, seja para o ambiente, seja para os produtores que o praticam.

Um dos principais serviços ambientais realizados pelos SAFs é a sua contribuição para a

mitigação dos impactos causados pelas mudanças climáticas (SCHOENEBERGER et al.,

2012), principalmente via sequestro de carbono, sendo reconhecido como um dos sistemas de

uso da terra mais eficiente para retenção do elemento, devido à capacidade de desacelerar ou

até mesmo parar o aumento da concentração de CO2 na atmosfera (FROUFE et al., 2011;

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LORENZ; LAL, 2014). Esta capacidade está intimamente ligada à intensa ciclagem de

nutrientes, além da estabilidade da matéria orgânica formada no sistema. Somarriba et al.

(2013) enfatizam a grande capacidade de estocagem de carbono, mantendo altos índices de

produtividade, em sistemas agroflorestais envolvendo cacaueiro.

Ainda dentre os serviços ambientais, pode-se ressaltar a restauração do ecossistema local

quando utilizado como ferramenta para recuperação de áreas degradadas, principalmente

quando são empregadas espécies nativas como componentes do sistema (POCH; SIMONETTI,

2013). Torralba et al. (2016) ressaltam que este tipo de sistema aumenta o rendimento da terra,

por utilizar vários componentes que, teoricamente, utilizariam espaços diferentes, em um

mesmo local, contribuindo para um aproveitamento sustentável dos recursos naturais. Pumariño

et al. (2015) destacam a diminuição de plantas daninhas e pragas, atribuída principalmente ao

aumento de inimigos naturais na área. Andres et al. (2018) comprovam a eficiência do sistema

em diminuir a ocorrência de fitopatógenos.

Sileshi et al. (2014) citam o incremento na fertilidade do solo, principalmente quando são

utilizadas espécies fixadoras de nitrogênio (N), atribuída, entre outros fatores, à ciclagem de

nutrientes. Liu et al. (2016) observaram drástica redução da erosão no solo, atribuído,

principalmente, à diminuição do impacto das gotas de chuva no solo, em consequência das

coberturas sobre o mesmo, desde a copa das árvores até a serapilheira, além da agregação das

partículas promovidas pelo maior aporte de matéria orgânica. A redução da erosão proporciona,

ainda, a proteção dos recursos hídricos pela diminuição da liberação de mercúrio e cádmio nos

corpos d’água (BÉLIVEAU et al, 2017), além de outras ações que protegem as águas

superficiais e subsuperficiais (PAVLIDIS; TSIHRINTIZ, 2018).

2.1.3. Serviços socioeconômicos

Os benefícios ecológicos promovidos pelos SAFs muitas vezes não são levados em

consideração pelo produtor, quando este encontra-se na fase de decisão por adotá-lo ou não

(TSONKOVA et al., 2012). Por isso, os sistemas devem apresentar, adicionalmente, benefícios

econômicos, que possam viabilizar a implementação e manutenção dos mesmos (CURRENT

et al., 2009). Silva (2013) ressalta que os SAFs encaixam-se perfeitamente nas exigências

socioeconômicas e ambientais para classificá-los como um modelo sustentável de cultivo. Os

sistemas agroflorestais proporcionam um maior retorno econômico-financeiro, escalonado por

todo o período de cultivo, se comparado ao monocultivo, devido, principalmente, às divisas

provenientes dos produtos oriundos dos diferentes componentes, além de contribuir para a

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segurança alimentar do próprio produtor, sendo um sistema com alto nível de sustentabilidade

(ARMENGOT et al., 2016; CERDA et al., 2014).

Adicionalmente, podem ser implantados em áreas de reserva legal, segundo o novo código

florestal (BRASIL, 2012) o que proporciona ao produtor uma forma rentável de recuperação

destas áreas (SILVA, 2013). Ressalta-se, ainda, o papel dos sistemas agroflorestais como

alternativas à chamada “agricultura de corte e queima”, com diversos casos de sucesso,

internacionalmente e nacionalmente, relatados por Bhatt et al. (2010), Grogan et al. (2012),

Hariyadi e Ticktin (2012) e Andrade et al. (2015).

2.2. Cupuaçuzeiro

2.2.1. Taxonomia e distribuição geográfica

O cupuaçuzeiro, Theobroma grandiflorum (Willd. ex. Spreng.) Schum, é uma espécie

frutífera perene, que, juntamente com outras 21 espécies do gênero Theobroma

(CUATRECASAS, 1964), são classificadas como indivíduos da família Malvaceae, subfamília

Sterculioideae, segundo a classificação APG IV (2016).

A espécie é nativa da Amazônia brasileira, onde, originalmente, restringia-se às florestas

primarias à Oeste do rio Tapajós, Sul do rio Amazonas, incluindo a região Sul e Sudeste do

estado do Pará e uma parte do estado do Maranhão, sendo esta região considerada como o centro

de origem da espécie (CUATRECASAS, 1964). Portanto, acredita-se que ela foi disseminada

deste local para todos os estados da região Norte, provavelmente através da intensa

movimentação indígena Amazônia adentro (CAVALCANTE, 1996; CLEMENT, 1999).

Nestes locais, o cupuaçuzeiro ocorre em solos de terra firme e várzea alta, ocupando,

normalmente, o sub-dossel da floresta. Atualmente, as populações nativas da espécie estão

restritas às áreas de florestas preservadas em parques e reservas indígenas, além de áreas de

reserva legal de propriedades particulares no Sul e Sudeste paraense. Homma et al. (2014)

estimaram que a densidade do cupuaçuzeiro nativo na região de Marabá, onde a concentração

de plantas é relativamente alta, varia entre 0,72 a 3,75 plantas/ha, com média de duas plantas

por hectare.

Entretanto, o centro de origem do cupuaçuzeiro vem sofrendo forte pressão antrópica,

com exploração predatória e transformação da paisagem natural (HOMMA et al., 2014),

causando erosão genética na espécie (ALVES et al., 2007), o que restringe a gama de genes e

genótipos disponíveis e poderá, futuramente, restringir a amplitude de atuação dos programa de

melhoramento genético.

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2.2.2. Características gerais

Em condições naturais, o cupuaçuzeiro possui tronco retilíneo, podendo atingir mais de

30 m de altura (CARVALHO et al., 2004). Apresenta copa de formato variável, normalmente

irregular e pouco espessa, com tronco de coloração acinzentada com manchas brancas. A raiz

é pivotante, observando-se grande quantidade de raízes laterais ou secundárias nos primeiros

25 centímetros do solo. As folhas são simples, alternas, curto pecioladas, com lâmina verde

mais ou menos brilhante, ápice acuminado, borda lisa e base obtusa. Há ocorrência de tricomas

estrelados nas faces abaxial e adaxial. Os estômatos se concentram na face abaxial das folhas

(FERREIRA et al., 2006a).

A espécie apresenta inflorescências cimulosas, axilares ou ramifloras, com três a cinco

flores. As flores são hermafroditas, actinomorfas, heteroclamídeas e hipógenas. Segundo

Venturieri et al. (1997), o cupuaçuzeiro é tido como espécie obrigatoriamente alógama,

autoincompatível, cuja fecundação ocorre, além do estigma, ao longo do estilete, semelhante

ao milho. Além disso, as flores apresentam barreiras físicas que isolam o estigma das anteras,

formando complexo sistema de autoincompatibilidade (VENTURIERI, 1993; VENTURIERI;

RIBEIRO FILHO, 1995). Segundo Venturieri (2011), o pico de floração do cupuaçuzeiro

ocorre no período de estiagem na região amazônica, que corresponde a julho à setembro. No

entanto, praticamente durante todos os meses do ano é possível encontrar pequenas quantidades

de flores em algumas plantas (ALVES et al., 1997).

O fruto é tipo baga drupácea oblonga, elipsóide ou oboval, com as extremidades obtusas

ou arredondadas, que cai da árvore quando maduro, após quatro a quatro meses e meio desde a

polinização (FRAIRE-FILHO et al., 2009; SOUZA, 2007). O epicarpo é lenhoso, recoberto

por pelos de coloração amarronzada que, quando raspado expõe uma camada clorofilada. O

mesocarpo é esponjoso e pouco resistente. O endocarpo (polpa) tem coloração branco-

amarelada, de sabor ácido e odor agradável, e recobre as sementes, que podem apresentar-se

em número variado, de 15 a 50 sementes por fruto. Estas apresentam-se superpostas em torno

da placenta e longitudinalmente dispostas em relação ao comprimento do fruto (CALZAVARA

et al., 1984; CARVALHO, 2004; VENTURIERI, 1993).

Do fruto, são retirados os dois principais produtos do cupuaçu: A polpa e as amêndoas.

A polpa é ácida, com sabor e aroma intenso, prestando-se para a fabricação de inúmeros

produtos alimentícios, como doces, sucos, sorvetes, geléias, etc (OLIVEIRA; GENOVESE,

2013; PUGLIESE et al., 2013). Esta constitui-se, atualmente, como o principal alicerce da

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cadeia produtiva do cupuaçu. Porém, as amêndoas também possuem propriedades interessantes

à agroindústria, tanto para fins cosméticos e farmacêuticos, em razão de suas poderosas

propriedades antioxidantes, auxiliando, por exemplo, no combate à diabetes (GONÇALVES et

al., 2010; OLIVEIRA; GENOVESE, 2013); como para fins alimentícios, na fabricação de

produtos semelhantes ao do cacau, como o pó de cupuaçu e chocolate de cupuaçu, chamado

“cupulate” (LANNES; MEDEIROS, 2003; GENOVESE; LANNES, 2009).

Atualmente a espécie encontra-se em processo final de domesticação (ALVES et al.,

2014). Portanto, o domínio do manejo da espécie já apresenta-se em estado avançado. Por

exemplo, é conhecido que o cupuaçuzeiro pode ser propagado tanto via seminal quanto via

assexuada. As sementes são recalcitrantes, havendo influência negativa na taxa de germinação

em umidades abaixo de 37,8% (CRUZ, 2007).

A propagação assexuada via enxertia visa conferir resistência à patógenos, pragas e

estresses hídricos, climáticos e de salinidade (FERNANDES et al., 2011; SIRTOLI et al., 2011;

SILVA et al., 2011a) além de proporcionar a formação de pomares uniformes, com populações

homogêneas (FRANZON et al., 2010). A técnica também pode influenciar no desenvolvimento

vegetativo, na fenologia e na produtividade da cultivar (COMIOTTO et al., 2012), além de

conservar características desejáveis do enxerto e/ou porta enxerto na planta enxertada. No

cupuaçuzeiro, podem ser utilizadas dois tipos de enxertia: a borbulhia e a garfagem. Estas

técnicas poderão ser usadas tanto para a enxertia de base, em mudas alocadas em viveiros,

quanto para enxertia de copa, visando a substituição e renovação de um pomar (ALVES, 2014).

Ressalta-se a necessidade de utilizar vários clones para composição de um pomar, devido à

autoincompatibilidade da espécie.

O cupuaçuzeiro é uma fruteira precoce, com a produção de frutos tendo início no terceiro

ano. Entretanto, a produção é bastante irregular, com grande variação entre plantas, sendo,

também, muito afetada pelas condições ambientais. Venturieri (2011) atribui a irregularidade

da produção à dois principais fatores: a falta de polinizadores e a instabilidade na produção de

flores, pois, se em um ano ela produz muitas flores, haverá tendencia de que a produção diminua

no ano seguinte, e volte a aumentar no outro ano.

Outro manejo fundamental à cultura é a poda. Recomendam-se quatro tipos de poda:

formação, limpeza, manuntenção e fitossanitária (SOUZA, 2007; ALVES et al., 2010). As três

primeiras estão relacionadas ao processo de crescimento e desenvolvimento da planta, visando

manter a copa em uma altura baixa, além de induzir a formação de ramos plagiotrópicos

(produtivos) e impedir a sobreposição de ramos. O último tipo de poda refere-se à retirada dos

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ramos infectados pelo agente etiológico da vassoura de bruxa, o fungo Moniliophthora

perniciosa (Stahel) Aime & Phillips-Mora, principal doença que assola os pomares no estado.

Porém, alguns fatores fundamentais como a demanda nutricional ano a ano da cultura não

estão esclarecidos de forma definitiva, apesar de haver alguns estudos, como em Ayres e Alfaia

(2007) e Dias et al. (2011).

Grande parte do cultivo de cupuaçuzeiro é realizada em Sistemas Agroflorestais,

principalmente na região Nordeste do Estado do Pará (HOMMA, 2004; BARROS et al., 2009).

Este fato pode ser atribuído à tolerância da espécie às condições de sombreamento, havendo a

necessidade de um sombreamento provisório na fase inicial, primeiros três anos, para

aclimatação das plantas no campo (ALVES, 2012).

2.2.3. Melhoramento genético

Desde os anos 1980, a espécie é alvo de trabalhos visando seu melhoramento genético.

Lima e Costa (1991) citam o início deste processo, ao coletarem em habitat natural, materiais

aparentemente resistentes ao agente etiológico da vassoura de bruxa. Estes materiais

compuseram, posteriormente, o banco ativo de germoplasma (BAG) de cupuaçuzeiro em

Belém. Segundo Alves (2003), outros programas de melhoramento surgiram em outros estados

da região Norte, visando sempre a resistência à agentes abióticos e bióticos, além da produção

satisfatória de frutos, de modo que haja rentabilidade aos produtores de cupuaçu.

Em 2002, foram lançadas, pela Embrapa Amazônia Oriental, as quatro primeiras cultivares

de cupuaçuzeiro para o estado do Pará: BRS Coari, BRS Codajás, BRS Manacapuru e BRS

Belém (CRUZ; ALVES, 2002). Tratavam-se de cultivares clonais que possuíam como principal

característica a tolerância ao agente etiológico da vassoura de bruxa, além de uma produção

satisfatória de frutos.

Dez anos depois, a Embrapa Amazônia Oriental lançou a BRS Carimbó (ALVES;

FERREIRA, 2012), uma cultivar resultante do cruzamento de 16 clones selecionados, que

apresentavam características de resistência e altos índices de produtividade. Dentre os

progenitores da BRS Carimbó, estão os clones lançados em 2002, conferindo as características

de resistência, além de outros clones selecionados, que fornecem genes de produtividade. A

BRS Carimbó possui, em todos os aspectos, características superiores às cultivares lançadas

anteriormente.

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2.3. Mogno brasileiro

2.3.1. Taxonomia e distribuição geográfica

O mogno brasileiro (Swietenia macrophylla King) pertence à família Meliaceae, onde

encontram-se 50 gêneros com 1.400 espécies (ARUMUGASAMY et al., 2004). Trata-se de

uma planta nativa de regiões tropicais, como alguns países da Ásia, América Central e do Sul

(MOGHADAMTOUSI et al., 2013). Nesta, encontra-se em áreas amazônicas pertencentes à

Bolívia, Brasil e Peru (DELGADO; COUTURIER, 2010; LEMES et al., 2010).

2.3.2. Características gerais

A árvore apresenta comportamento decíduo, ou seja, estimula a abscisão foliar, na

iminência do período seco (GROGAN; SCHULZE, 2012). Classifica-se como uma espécie

heliófila, devido à sua maior vigorosidade quando exposta à radiação solar direta (FREE et al.,

2014), apesar de tolerar níveis moderados de sombreamento. King et al. (2006) e Drobyshev et

al. (2007) observaram maior rapidez no crescimento de plantas com copa totalmente exposta

ao sol, em detrimento às plantas em condições de sombra. Distribui-se ao longo de córregos

sazonais ou rios, apresentando-se em baixas densidades naturais, com 1,2 árvore por hectare

(FREE et al., 2014).

A espécie é de grande porte, apresentando dimensões majestosas. Segundo Costa et al.

(2013), a árvore pode chegar a 70 metros de altura total, 20 a 25 metros de altura comercial,

diâmetro de até 3,5 metros e copa chegando a 50 metros de diâmetro. Apresenta folhas grandes,

variando de 20 a 45 cm, geralmente paripinadas, com três a seis pares de folíolos (DEWANJEE;

MAITI, 2011). As flores unissexuais apresentam-se na mesma inflorescência, usualmente do

tipo panícula, com predominância de polinização do tipo entomófila, apresentando indícios de

autoincompatibilidade e obrigatoriedade de fecundação cruzada, atestando sua alogamia

(DEWANJEE; MAITI, 2011). Os frutos são secos, do tipo cápsula, com formato oblongo,

contendo de 20 a 70 sementes aladas, de 7 a 12 cm (DEWANJEE; MAITI, 2011).

2.3.3. Produção de sementes

As sementes constituem-se como um dos produtos econômicos possíveis da espécie.

Diversos trabalhos estudam as propriedades medicinais da amêndoa de S. macrophylla, sendo

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observadas propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias, antimutagênica, combate a

tumores e diarreia, além de metabólitos que ajudam no tratamento da diabetes, como por

exemplo, a “switenine” (DEWANJEE et al., 2009; DEWANJEE; MAITI, 2011; MAITI et al.,

2007; PARITALA et al., 2015; SUN et al., 2018).

2.3.4. Produção de madeira

O principal produto advindo do mogno brasileiro é a madeira. Possui densidade variando

485 a 850 kg.m-3 (KRISNAWATI et al., 2011). Anoop et al., (2014) afirmam que a madeira

possui propriedades mecânicas superiores, adequada para o uso maciço. Pode ser facilmente

manejada com ferramentas manuais, obtendo excelente estabilidade dimensional e qualidade

de acabamento. Tem inúmeras utilidades, principalmente na construção civil, além de ser

componente na fabricação de veículos, instrumentos musicais, etc. (KRISNAWATI et al.,

2011).

2.3.5. Problemática no cultivo da espécie

Suas qualidades superiores valorizam-na de modo considerável, fazendo com que a

madeira se tornasse uma das mais valiosas e comercializadas do mundo (DEGEN et al., 2013).

Por isso, ela foi explorada de modo indiscriminado, legal e ilegalmente, durante décadas

(BRAGA et al., 2011), o que causou a remoção de, aproximadamente, 95% das plantas adultas

das florestas primárias, sem que houvesse reposição das mesmas (FREE et al., 2014). Além

disso, grande parte das áreas de ocorrência natural de S. macrophylla foram alteradas para

outros tipos de sistema de uso da terra (SHONO; SNOOK, 2006). Estes fatores colocaram em

risco a comercialização do produto, além de provocarem perdas genéticas inestimáveis em

populações inteiras (ANDRÉ et al., 2008). Por isso, em 2002, o mogno brasileiro foi adicionado

no apêndice II da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna

Selvagens em Perigo de Extinção (CITES) (GROGAN; BARRETO, 2005; GROGAN;

LOVELESS, 2013). Neste anexo, encontram-se as espécies que, mesmo não estando em risco

iminente de extinção, necessitam de uma regularização no comércio de modo a evitar o

surgimento de tal risco (COSTA et al., 2013). Em adição, o governo brasileiro emitiu, em 2003,

o Decreto nº 4.722 de 05/06/2003, que instaura a obrigatoriedade do manejo sustentável do

mogno brasileiro, conforme as normas do IBAMA (BRASIL, 2003).

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Para substituir a extração de plantas selvagens de áreas florestais, foram realizadas diversas

tentativas de manejar a espécie em monocultura. A maioria das tentativas foram frustradas

devido ao ataque da broca do mogno (Hypsipyla grandella Zeller), o maior gargalo para o

sistema de cultivo de S. macrophylla (WALLAU et al., 2008). A praga ataca zonas

meristemáticas do ápice caulinar, ainda no estágio imaturo da planta, provocando a necrose do

local e a perda da dominância apical. Desta forma, há produção de ramificações, inutilizando a

madeira (PEREZ et al., 2010). Existe uma grande dificuldade no controle dessa praga-chave.

Foram propostas diversas metodologias de controle, como o controle químico (GOULET et al.,

2005), controle cultural através de consorciamento, diminuindo bruscamente a densidade de

espécies (GUIMARÃES NETO et al., 2004; SILVA et al., 2013), manejo nutricional com

aporte extra de nutrientes (SILVA JUNIOR et al., 2014) e até mesmo enxertia com outras

meliáceas, como por exemplo, o mogno africano (Khaya ivorensis A. Chev. e Khaya

senegalensis (Desr.) A. Juss.) (PEREZ et al., 2010); porém poucas apresentaram uma eficiência

considerável.

2.3.6. Plantio em SAFs

O plantio da espécie em sistemas agroflorestais é uma alternativa viável e cada vez mais

empregada para o manejo sustentável do mogno. Viégas et al. (2012) destaca a importância da

adoção de sistemas alternativos de exploração, tais como, os sistemas agroflorestais. Costa et

al. (2013) ressaltam o potencial de assimilação de carbono da espécie, evitando perdas por

processos físico-químicos do solo, aprimorando seus aspectos biológicos, físicos e químicos.

Este fato atesta o potencial da espécie em uso em sistemas agroflorestais. Os SAFs compostos

por S. macrophylla são realidade nas Filipinas, Java e Bolívia, além de experiências bem

sucedidas no Brasil (COSTA et al., 2013).

2.4. Solo

2.4.1. Solos na Amazônia

Considerando o vasto território amazônico, pode-se afirmar que o solo nesta região

apresenta grande variabilidade, atribuída a fatores climáticos, material de origem, interações

bióticas, topografia, entre outros fatores. Porém, características como altos níveis de acidez,

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lixiviação e intemperização, além de baixa fertilidade, caráter distrófico e riqueza em alumínio

são usuais em, aproximadamente, 60% a 80% dos solos da região, sendo os Latossolos e os

Argissolos os tipos mais comuns (JUNQUEIRA et al., 2016; MELO et al., 2006; QUESADA

et al., 2011).

De maneira geral, na Amazônia, os solos não alterados são altamente dependentes da

ciclagem de nutrientes para a manutenção da fertilidade. Portanto, a matéria orgânica

proveniente da vegetação é uma das principais responsáveis pela conservação da biodiversidade

sobre o solo, que, por sua vez, o abastece com material orgânico, evidenciando a estreita relação

solo x vegetação presente no bioma amazônico (QUESADA et al., 2012; MOLINE;

COUTINHO, 2015).

Por este motivo, nesta região, são importantes os sistemas de uso do solo que proporcionem

condições para melhoria da produção de biomassa e consequente aumento do conteúdo de

matéria orgânica, ou que evitem a sua degradação acelerada, como por exemplo, plantio direto

e sistemas agroflorestais.

2.4.2. Processos de degradação dos solos

A degradação do solo, caracterizada pela diminuição de sua qualidade ou da capacidade de

prestar serviços, tanto ambientais quanto para produção, vem sendo intensificada por modelos

de agricultura que visam tão somente altos índices de lucratividade a curto prazo, não se

preocupando com a manutenção de sistemas ecológicos que possam garantir uma produção

sustentável no presente e no futuro (LAL, 2010; PONISIO et al., 2015).

Na região amazônica, a degradação do solo é influenciada por uma gama de processos, de

origem agrícola ou não. Pode-se destacar o sistema de corte e queima, também conhecido como

agricultura itinerante ou coivara. Nele, o agricultor promove a queima de uma área, a qual será

utilizada até a sua exaustão. Quando este ponto é atingido, o produtor abandona a área, visando

a abertura de novos lotes pelo mesmo processo. A queima da vegetação e do material orgânico

na superfície do solo promove uma rápida fertilização a curto prazo, através das cinzas, as quais

diminuem a acidez e melhoram a capacidade de troca de cátions (NAVARRETE et al., 2015;

RIBEIRO FILHO et al., 2015). Porém, as vantagens aparentes do sistema perduram somente

nos primeiros meses, observando-se, a longo prazo, diversos malefícios ao complexo edáfico.

Vashum e Jayakumar (2016) e Souza et al. (2018) relatam o aumento da compactação e

diminuições drásticas da fertilidade e do estoque de carbono. Béliveau et al. (2015) observaram

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um aumento significativo da densidade superficial do solo e, consequentemente, das taxas de

erosão.

O plantio convencional é outra prática que pode acelerar significativamente a degradação

do solo. Ele consiste na utilização sucessiva de implementos agrícolas que visam nivelar e

destorroar o solo, deixando-o exposto, sem nenhum tipo de cobertura. Além disso, a passagem

das máquinas promove a compactação das camadas subsuperficiais, que, por sua vez, aliada à

exposição do solo às intempéries, proporciona condições ideais para a ocorrência da erosão

laminar (PIRES et al., 2011; LOSS et al., 2015).

Algumas alternativas foram desenvolvidas, como por exemplo, o plantio direto. Este

sistema possui como axioma a manutenção dos resíduos vegetais proveniente de um ciclo de

produção na superfície do solo, a rotação de culturas e, o mínimo revolvimento do solo

(GUARESCHI et al., 2012). Estas propriedades proporcionam uma melhora significativa em

atributos físicos do solo, tais quais a diminuição da erosão e melhor agregação das partículas,

aeração e infiltração. Adicionalmente, incrementa o solo com C e N, além de melhorar a

microbiota (LOSS et al., 2012). Outra alternativa viável é a utilização de sistemas

agroflorestais, que será abordada no tópico seguinte.

2.4.3. Sistemas agroflorestais como alternativas de manejo do solo

Os sistemas agroflorestais são importantes para melhoria dos atributos químicos, físicos e

biológicos do solo, pela conservação e interação entre as espécies participantes, principalmente,

pela ação do componente arbóreo, que constantemente deposita resíduos orgânicos na

superfície da terra, além de manter a estabilidade do microclima local, não permitindo grandes

variações na umidade e temperatura do ar e do solo (GOMES et al., 2016; PEZZOPANE et al.,

2015).

Estes sistemas proporcionam, por exemplo, sequestro de carbono, maior ciclagem de

nutrientes, transformação de elementos tóxicos, diminuição da erosão e da compactação, entre

outros (BÉLIVEAU et al, 2017; UDAWATTA et al., 2017). Além disso, observa-se um

constante fluxo de material orgânico proveniente de folhas, raízes e outros materiais advindos,

principalmente, das espécies perenes, o que influencia no aumento da microbiota do solo e,

consequentemente, no acréscimo em matéria orgânica (MONROE et al., 2016; PAUDEL et al.,

2011).

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2.4.4. Solos em SAFs – Atributos químicos

Os atributos químicos, tais como a fertilidade e a disponibilidade de macro e

micronutrientes no solo, também são favorecidos pelos SAFs, se comparados à outros modelos

de cultivo (LIMA et al., 2011) ou à um ambiente natural (IWATA et al., 2012). A importância

desta propriedade é acentuada tratando-se do bioma Amazônico, que possui solos com baixa

fertilidade natural, porém com grande diversidade biológica, sendo esta a principal responsável

pela manutenção da qualidade do solo, principalmente pela deposição e decomposição das

camadas de material orgânico na superfície do perfil edáfico (FERREIRA et al., 2006b). No

modelo tradicional de agricultura, esta camada é removida, seja por revolvimento, seja pela

utilização do fogo, alterando o equilíbrio da biomassa microbiana (MAZZETTO et al., 2016).

A utilização da agrofloresta promove o aproveitamento deste material de superfície, agindo tal

qual uma floresta, devolvendo ao solo a diversidade biológica, importante no aproveitamento

da matéria orgânica e, até mesmo, das adubações minerais.

Fonte et al. (2010) relatam o aumento da disponibilidade de P em solos de sistemas

agroflorestais, atribuído à interação fertilização química x propriedades intrínsecas do solo em

SAFs, o qual é capaz de manter o P em sua forma lábil, principalmente devido à ação biológica.

Rosenstock et al. (2014) observaram uma maior eficiência na fixação de N pelo uso de

leguminosas quando em SAFs, se comparado à outros sistemas de cultivo, capaz, até mesmo,

de reduzir de modo significativo o uso de fertilizantes nitrogenados químicos. Schwab et al.

(2015), ao compararem uma área de SAF com uma área sob plantio convencional e uma área

de transição, observaram uma menor acidez e menores valores de Al3+, além de maiores valores

de saturação por bases, nitrogênio total, CTC e fósforo.

2.4.5. Solos em SAFs – Atributos físicos

Os atributos físicos do solo também passam por uma melhoria significativa com o uso dos

SAFs. Esta melhora pode ser atribuída, principalmente, às maiores quantidades de matéria

orgânica presente no sistema (BARRETO et al., 2006). Segundo Schiavo e Colodro (2012), a

matéria orgânica possibilita a formação de microagregados, que proporcionam uma maior

estabilidade ao solo e, por conseguinte, uma menor suscetibilidade às ações degradantes do

mesmo.

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Desta forma, pode-se observar a diminuição das taxas de erosão, atribuída não só à matéria

orgânica incorporada ao solo, como também à cobertura vegetal das espécies perenes, além do

material orgânico depositado na superfície (LIU et al., 2016). Destaca-se, também, a

diminuição da compactação, que, além de contar com a ação da matéria orgânica, é promovida

pela diminuição da passagem de máquinas na área (JESUS et al., 2015).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Caracterização geral da área experimental

O experimento foi conduzido em área de produtor rural, no município de Tomé Açu, PA

(02° 26' 03.0" S; 48° 18' 37.6" W), durante 14 anos, tendo início no ano de 2005. A área possuía,

aproximadamente, 30 anos de uso contínuo, sendo primeiramente dedicada ao cultivo da

pimenteira do reino, seguida de um consórcio entre pimenta de cheiro, mamão e abóbora e, nos

últimos 14 anos, destinados ao sistema agroflorestal.

3.1.1. Clima

A região apresenta clima do tipo Ami, segundo a classificação de Köppen (BOLFE,

BATISTELLA, 2012), com precipitação média anual de 2.716 mm, umidade relativa do ar

média de 85% e temperatura média de 26,4°C. A Figura 1 reporta o histórico de distribuição de

umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica mensal durante os anos de condução do

experimento. Percebe-se a formação de picos com períodos de chuvas mais abundantes a cada

sete anos. O detalhamento do regime pluviométrico mensal médio, bem como, a umidade

relativa mensal média, no decorrer dos anos de ensaio podem ser observadas na Figura 2. É

evidente a distinção entre dois períodos durante o ano: o primeiro com maior precipitação

pluviométrica e, consequentemente, maior umidade relativa do ar (primeiro semestre), com

destaque para os meses de março e abril; e o segundo, caracterizado como um período de maior

escassez hídrica (segundo semestre), especialmente os meses de agosto e setembro. Os dados

climáticos foram coletados em uma estação meteorológica localizada na base física da Embrapa

Amazônia Oriental, no município de Tomé Açu.

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Figura 1 - Umidade relativa do ar média e distribuição das chuvas, durante os 14 anos de

condução do ensaio, no município de Tomé Açu, PA. 2019.

Fonte: Setor de climatologia da Embrapa Amazônia Oriental.

Figura 2 – Distribuição do regime pluviométrico mensal e, umidade relativa média, durante o

ano, obtidos pela média de 14 anos do ensaio, no município de Tomé Açu, PA. 2019.

Fonte: Setor de climatologia da Embrapa Amazônia Oriental.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

82,5%

83,0%

83,5%

84,0%

84,5%

85,0%

85,5%

86,0%

86,5%

87,0%

87,5%

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º

Pre

cip

itaç

ão P

luvio

mét

rica

(m

m)

Um

idad

e R

elat

iva

Ano

Umidade Relativa (%) Precipitação Pluviométrica (mm)

74,0%

76,0%

78,0%

80,0%

82,0%

84,0%

86,0%

88,0%

90,0%

92,0%

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Um

idad

e R

elat

iva

Pre

cip

itaç

ão P

luvio

mét

rica

(m

m)

Mês

Precipitação Pluviométrica (mm) Umidade Relativa (%)

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3.1.2. Solo

O solo da área foi classificado como Latossolo Amarelo (EMBRAPA, 2016), apresentando

características marcantes desta classe, como elevadas profundidade e acidez, além de baixa

fertilidade natural. A análise granulométrica do solo das duas áreas do estudo (Tabela 1) mostra

uma tendência à textura grossa, com a fração arenosa em maior quantidade, porém diminuindo

em profundidade. Não foi realizada calagem em área total, no início do experimento. No

entanto, anualmente era realizada a aplicação de 1 kg de calcário dolomítico por cupuaçuzeiro,

distribuído na projeção da copa. Foi realizada a adubação somente do cupuaçuzeiro, com 400

g por planta da formulação NPK 18-18-18 até o 3º ano e, posteriormente, a dose foi dobrada,

aplicando-se 800 g por planta da formulação NPK 10-28-20, anualmente, até o 14º ano. Não

foi realizada adubação orgânica. Estas formulações são as mais utilizadas pelos produtores

rurais no município. Visto que o experimento encontrava-se em área de produtor e era manejado

conforme a realidade do mesmo, as adubações realizadas podem não seguir a real demanda das

espécies.

Semestralmente, foi empregado maquinário no sistema para realização da roçagem. Os

restos culturais, ou seja o material proveniente da roçagem ou das podas, eram mantidos na área

para compor a serapilheira.

Tabela 1 - Granulometria do solo dos dois ambientes de estudo.

Mata secundária

Profundidade Areia Silte Argila

0-20 763 65 172

20-40 661,4 54,6 284

Sistema agroflorestal

Profundidade Areia Silte Argila

0-20 743,8 68,2 188

20-40 651,2 60,8 288

Fonte: O Autor (2019).

3.2. Sistema Agroflorestal

O SAF implantando para esta pesquisa foi inicialmente composto por três espécies:

cupuaçuzeiro, maracujazeiro e mogno brasileiro, todas plantadas na mesma época, após

limpeza mecânica da área e preparo de cova individualizada.

As progênies de cupuaçuzeiro foram plantadas no espaçamento 6 x 5 m, resultando em

uma densidade de 333 plantas por hectare, intercaladas, na linha de plantio, por mudas de

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maracujazeiro com espaçamento 5 x 2,5 m, distando 50 cm da linha de cupuaçuzeiro,

correspondendo à densidade de 800 plantas por hectare. O mogno brasileiro, por ser uma

espécie de maior porte, que iria ocupar o estrato superior do sistema, foi implantando no

espaçamento 20 x 10 m, tendo, portanto, 50 árvores por hectare. No total, a densidade do SAF

na implantação das culturas resultou em 1.183 plantas por hectare.

Na fase juvenil, o cupuaçuzeiro tolera uma maior quantidade de sombreamento, o que o

ajuda a adaptar-se às condições de campo. Portanto, é usual que se use uma cultura como

sombreamento provisório, a qual poderá oferecer condições favoráveis ao cupuaçuzeiro, além

de gerar renda ao produtor. No presente estudo, essa cultura foi o maracujazeiro. Quando o

cupuaçuzeiro atinge a maturidade, há uma maior demanda por luz, transformando aquela

cultura que fornecia sombreamento provisório em concorrente. Portanto, a partir do segundo

ano de cultivo, o maracujazeiro começou a ser retirado do campo experimental, de modo a

diminuir a competição com o cupuaçuzeiro.

3.3. Avaliação das progênies de cupuaçuzeiro

No experimento, foram avaliadas 25 progênies de irmãos germanos (Tabela 2), provindos

do programa de melhoramento genético do cupuaçuzeiro conduzido em Belém, pela Embrapa

Amazônia Oriental. Dentre os parentais que compõe as progênies em estudo, constam genótipos

já lançados como cultivares comerciais, como: BRS Codajás (186), BRS Manacapuru (215),

BRS Coari (174) e BRS Belém (286) (CRUZ; ALVES, 2002), além de outros materiais pré-

selecionados que possuem, entre outras características, produtividade e/ou resistência ao agente

etiológico da vassoura de bruxa. O experimento foi conduzido segundo as boas práticas de

cultivo do cupuaçuzeiro, recomendadas por Souza (2007) e Alves (2012).

O ensaio foi instalado em delineamento de blocos casualizados, com 25 progênies de

cupuaçuzeiro, cinco repetições e três plantas por parcela, totalizando 375 plantas no campo. A

coleta de dados de produção teve início dois anos após o plantio, logo na primeira produção da

cultura, na safra 2007/2008, e se prolongou até a safra 2018/2019, totalizando 11 safras.

Coletaram-se, em cada safra, o número de frutos produzidos por planta e os pesos médios dos

frutos de cada planta, com auxílio de uma balança portátil, utilizando-se uma amostragem de

cinco frutos por planta. Assim, foi possível estimar, em cada safra, a produção de frutos por

planta, em quilogramas, pela fórmula: Produção (kg) = número de frutos x peso médio dos

frutos. Também foram estimadas as taxas de ocorrência de vassoura de bruxa no pomar,

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relacionando-se o número de plantas com sintomas da doença com o número de plantas sadias

na progênie.

Para a seleção entre progênies, os dados foram submetidos à análise de variância e,

posteriormente, ao teste comparativo de médias de Scott-Knott, ao nível de 5% de significância,

no programa estatístico “GENES” (CRUZ, 2013).

A seleção dentro das progênies foi conduzida, inicialmente, pela metodologia dos modelos

lineares mistos (REML/BLUP), no programa estatístico SELEGEN (RESENDE, 2002), onde,

primeiramente, foi realizada uma avaliação genética com uso de estimativas de componentes

de variância e de alguns parâmetros genéticos (método REML) e, posteriormente, através da

predição dos valores genéticos, com médias genotípicas ajustadas por progênie (método

BLUP).

Após as plantas terem sido organizadas por ordem decrescente de seus valores genotípicos

para as variáveis número de frutos e produção de frutos por planta, procedeu-se a identificação

das matrizes que deveriam ser efetivamente selecionadas e clonadas, levando-se em

consideração, além da progênie destacar-se em ambas variáveis estudadas, critérios como:

matriz assintomática ou com sintomas da doença vassoura de bruxa inferior a 10%; seleção de

no máximo dois ortetes por progênie, para não restringir demasiadamente a variabilidade

genética entre os genótipos selecionados e, finalmente, a qualidade do fruto.

3.4. Avaliação da progênie de mogno brasileiro

Para o mogno brasileiro, foram avaliadas 48 árvores meios irmãos. Esta avaliação consistiu

na medição da altura total (ht) e altura comercial (hcom) do tronco e altura da copa (hcop) (m),

além do diâmetro à altura do peito - DAP (cm) e diâmetro da copa (DC) (m) das plantas. A

altura foi coletada, inicialmente, através de uma escala métrica. A partir do momento em que a

escala não pôde ser mais usada, devido ao tamanho das plantas, foi utilizado um hipsômetro

digital modelo VERTEX IV. O DAP foi coletado com auxílio de trenas, através da medição da

circunferência à altura do peito (CAP), havendo a necessidade de conversão dos valores, por

meio da fórmula CAP/π. O diâmetro da copa das árvores foi coletado, assim como o DAP, com

uso de trena, através da medição de sua projeção.

Adicionalmente, foram estimados dois parâmetros importantes para uso dessas matrizes

em SAF: a área da copa (m²) e o volume comercial de madeira (m³). A área da copa foi estimada

conforme a seguir:

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Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑝𝑎 = 𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑝𝑎2 ∗ 𝜋

4

O volume comercial estimado seguiu a equação proposta por Fernandes et al. (2017), os

quais avaliaram, dentre uma série de equações, qual seria mais fiel à realidade nos valores de

volume comercial, para S. macrophylla na região amazônica, sendo a seguinte fórmula a mais

eficaz (R² = 0,98):

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 = −9,38450 + 2,06586 ∗ ln(𝐷𝐴𝑃) + 0,72929 ∗ ln(ℎ𝑐𝑜𝑚)

Com os dados, foi realizada uma análise estatísticas descritiva, no programa Excel.

3.5. Análise química dos solos

Para a análise química do solo no sistema agroflorestal, foram realizadas coletas

aleatorizadas de amostras do solo, sendo retiradas 15 amostras simples por bloco, nas

profundidades 0 a 20 cm e 20 a 40 cm. A divisão da área em blocos levou em consideração a

divisão já realizada para o ensaio de avaliação de progênies de cupuaçuzeiro, sendo cada bloco

com dimensões de, aproximadamente, 1.800 m². Ressalta-se que, devido à idade do SAF, as

raízes das plantas das espécies envolvidas, provavelmente, já encontravam-se distribuídas por

toda a área. Por isso, as últimas adubações foram realizadas a lanço, tanto nas linhas de plantio

quanto nas entrelinhas. Portanto, coletaram-se amostras destas duas regiões. Após a coleta,

estas amostras foram homogeneizadas e identificadas de acordo com o bloco e a profundidade,

formando, portanto, duas amostras compostas por bloco, de, aproximadamente, 1 kg.

Para a realização da comparação SAF x mata, foi escolhida uma área de mata secundária,

de aproximadamente 2 hectares, próxima à área de cultivo, onde foram coletadas a mesma

quantidade de amostras, em pontos aleatórios, realizando o mesmo processo descrito acima para

as amostras coletadas no SAF. Este capoeirão, em pousio há mais de 20 anos, foi uma área de

cultivo de pimenteira do reino, fato ainda constatado pela presença das estacas. Ao final de todo

processo, foram obtidas 20 amostras compostas, sendo 10 provenientes do sistema agroflorestal

(cinco na profundidade 0-20 cm e cinco na profundidade 20-40 cm) e 10 provenientes da mata

secundária (cinco na profundidade 0-20 cm e cinco na profundidade 20-40 cm).

As amostras foram transportadas à Universidade Federal Rural da Amazônia, onde foram

secas em estufa por 24h, a 50 – 55°C. Após o secamento, as amostras foram destorroadas com

a utilização de um almofariz e pistilo de porcelana, e passadas em peneira de 2 mm, visando a

separação do conteúdo edáfico das possíveis impurezas, como, por exemplo, pedras e raízes,

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obtendo-se, assim, a terra fina seca ao ar. Após este processo, as amostras foram embaladas e

identificadas novamente.

Posteriormente, as amostras foram enviadas ao laboratório de solos da Embrapa Amazônia

Oriental, para a realização da análise química propriamente dita, com determinação do pH em

água, dos teores de P, K, Ca, Mg, Al e Na, além da acidez potencial. Com estes valores, foi

possível estimar a CTC potencial (T), CTC efetiva (t), soma de bases (SB), a saturação por

bases (V%) e a saturação por alumínio (m%) do solo. Em adição, foram determinados o

conteúdo de matéria orgânica e os teores de micronutrientes.

A medição do pH foi realizada com auxílio de um potenciômetro com eletrodo combinado,

diretamente na solução do solo em mistura com água (1:2,5). Os valores de P, Na e K foram

extraídos a partir do uso da solução de Melich I (H2SO4 + HCl) e dosados no espectrofotômetro,

no caso do P, e no fotômetro de chama, no caso do Na e K. Já para os valores de Al, Ca e Mg,

a extração foi realizada com KCl 1 N e os valores obtidos através de titulação, com NaOH 0,025

N, para Al, e EDTA 0,0125 N para Ca e Mg. Os micronutrientes foram aferidos através da

solução quelante (DTPA), se utilizando da espectrofotometria de absorção atômica. A matéria

orgânica foi determinada indiretamente, medindo-se, primeiramente, o carbono orgânico, pelo

do método de Walkley-Black, o qual determina o Carbono orgânico através da oxidação da

matéria orgânica pelo dicromato de potássio, em meio ácido. Todos os procedimentos estão em

consonância com a metodologia proposta por Embrapa (2009).

Ainda com as mesmas amostras, foi realizada a análise granulométrica para determinação

de proporções de areia, silte e argila nos solos dos dois ambientes. A análise foi feita através do

método da pipeta, seguindo a metodologia proposta por Embrapa (2009).

Os resultados obtidos foram submetidos, primeiramente, ao teste de Kolmogorov-Smirnov

para verificação da normalidade dos dados. Aqueles que apresentaram-se normais foram

submetido à análise de variância seguindo o delineamento experimental inteiramente

causalizado fatorial 2 x 2 (duas profundidades e dois ambientes), com cinco repetições em cada

fator; e comparados pelo teste t. Para este procedimento, foi utilizado o programa estatístico

SAS (Statistical Analysis System) University Edition. Constatou-se, através da análise de

variância, que não houve significância na interação dos fatores “Ambiente” e “Profundidade”,

e, portanto, as comparações foram realizadas individualmente. As variáveis as quais o teste de

Kolmogorov-Smirnov apresentou significância, ou seja, as que não mostraram-se normais,

foram comparadas segundo a análise não paramétrica de Mann-Whitney. Para esta análise, foi

utilizado o programa Excel.

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3.6. Análise física dos solos

Para a análise das condições físicas do solo, foi avaliada a resistência à penetração da

superfície até 40 cm no perfil edáfico. A área foi dividida em blocos, considerando os mesmos

utilizados nos parâmetros anteriores. Em cada bloco, foram feitas dez medições aleatorizadas,

com distância aproximada de 15 metros entre medições, totalizando 75 medições. Para efeito

de comparação, o mesmo procedimento foi realizado na floresta secundária adjacente à área de

produção.

O equipamento utilizado para a medição da resistência à penetração vertical foi o

penetrômetro eletrônico georreferenciado modelo PNT-2000, com ponta cônica de 30° e área

cônica de 129 mm². Nos pontos, as medições foram realizadas de cinco em cinco cm, até a

profundidade de 40 cm. Leite et al. (2010) observaram uma maior precisão no uso do

penetrômetro eletrônico, ao medir a resistência a penetração em uma superfície conhecida.

Lima et al. (2013) afirmam que a eficiência de um penetrômetro eletrônico é a mesma, se

comparada à um penetrômetro de impacto. A vantagem encontra-se na velocidade e praticidade

do penetrômetro eletrônico.

Os resultados obtidos foram submetidos, primeiramente, ao teste de normalidade.

Constatando-se a proximidade ao comportamento normal, foi realizada à análise de variância,

seguindo o modelo experimental delineamento fatorial 7 x 2 (sete profundidades x dois

ambientes), com cinco repetições, onde foi identificado diferença significativa, tanto entre

ambientes quanto entre profundidades. Posteriormente, realizou-se a análise de regressão,

visando a observação do padrão da variável, de acordo com as profundidades analisadas.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A escolha das espécies componentes de um Sistema Agroflorestal deverá ser criteriosa,

recomendando-se plantas que explorem faixas diferenciadas, tanto acima quanto abaixo do

solo, além de garantir interações benéficas entre os indivíduos (CONDÉ et al., 2013; TONINI;

ARCO-VERDE, 2005). Os genótipos testados neste experimento, tanto de cupuaçuzeiro quanto

de mogno brasileiro, mostraram-se adaptados às condições de consorciamento proposto pelo

SAF, provavelmente devido à tolerância do cupuaçuzeiro ao sombreamento, nos primeiros anos

de cultivo. Alves (2012) enfatiza a necessidade de um sombreamento provisório do

cupuaçuzeiro para aclimatação das plantas no campo. Porém, King et al. (2006) e Drobyshev

et al. (2007) observaram maior rapidez no crescimento de plantas de mogno brasileiro com

copa totalmente exposta ao sol, em detrimento a plantas em condições de sombra. Segundo

Grogan et al. (2005), em condições naturais, indivíduos juvenis de mogno brasileiro são capazes

de suportar a supressão causada pelas copas do estrato superior, e reagem de forma significativa

quando expostos à luz solar.

No experimento, a instalação das culturas no campo se deu de forma simultânea. Porém,

por apresentar crescimento rápido, o mogno brasileiro sobressaiu-se às demais, passando a

ocupar o estrato superior do SAF, e tendo total aproveitamento da luz solar.

Entretanto, ressalta-se que o fato das espécies ocuparem estratos diversificados, não

anula a competição entre elas. Por isso, é importante a realização de estudos que quantifiquem

as perdas causadas pela competição interespecífica, conforme estudo realizado por Alves et al.

(2018), em SAF envolvendo taperebazeiro e cupuaçuzeiro, bem como, estudos que constatem

a viabilidade econômica do sistema de cultivo, levando em consideração, inclusive, a cultura

temporária, como os realizados por Souza et al. (2007), Sanguino et al. (2007) e Varela e

Santana (2009).

4.1. Avaliação das progênies de cupuaçuzeiro

A evolução da produção de frutos de cupuaçuzeiro, ao longo das onze safras avaliadas, na

área experimental é mostrada na Figura 3. Observou-se que as produções nas primeiras três

safras foram baixas, e tornaram-se crescentes ao longo dos anos, porém, com alternância de

picos de produção. À partir da sétima safra, apesar do fenômeno se repetir, já foi possível

perceber uma tendência à estabilidade. A décima safra foi a mais favorável, alcançando o maior

pico de produção dessa série, com média superior a 30 kg de frutos/planta/safra. Considerando

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um stand de 400 plantas/ha, a produtividade seria de pelo menos 12 t de frutos/ha. Esta

produtividade média supera a estimativa de produtividade para a cultivar BRS Carimbó

(ALVES; FERREIRA, 2012), demonstrando a potencialidade das progênies pesquisadas.

O comportamento irregular da produção do cupuaçuzeiro ao longo do tempo,

provavelmente, decorreu da suplementação hídrica não ter sido suficiente para compensar o

déficit hídrico nos meses mais críticos, especialmente, em anos com pouca pluviosidade no

segundo semestre, quando ocorre a floração e o início da frutificação (VENTURIERI, 2011).

Plantas estressadas tendem a abortar flores e bilros (frutos pequenos) e, se ocorrer chuvas

pesadas após um período de estiagem, pode provocar rachaduras nos frutos que estão em

desenvolvimento na planta. Caso a rachadura seja superficial poderá haver cicatrização e o fruto

chegará até o final de maturação, quando cairá ao solo. Em casos de rachaduras profundas

poderá haver contaminação da polpa por fungos oportunistas, com consequente apodrecimento

do fruto (BENCHIMOL, 2009).

Figura 3 - Evolução do número e da produção de frutos (em kg de frutos por planta) durante 11

safras, em sistema agroflorestal localizado no município de Tomé Açu, PA. Belém, 2019.

Fonte: O Autor (2019)

Na avaliação do comportamento produtivo médio das progênies durante as onze safras

(Tabela 2), verificou-se que, tanto pela variável número de frutos quanto pela produção de

frutos, onze progênies (4, 5, 6, 8, 11, 23, 36, 37, 43, 49 e 52) se destacaram. Apenas não houve

concordância com relação as progênies 4 e 8. A primeira ocupa o grupo superior quanto ao

número de frutos, e a progênie 8 se destaca no grupo de produção de frutos.

0,8

6,2

2,5

13,8

9,0 9,6

19,3

12,8

16,6

23,0

18,2

1,1

8,9

3,6

19,7

12,9 13,7

27,5

18,2

23,7

32,8

26,1

1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª

SAFRA

Número de frutos Produção de frutos (kg)

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Pelo comportamento de todas as plantas do ensaio verificou-se que, praticamente, metade

das plantas apresentaram alguma manifestação da doença vassoura de bruxa, sendo que,

nenhuma progênie teve 100% das plantas livres da doença (Tabela 2). O coeficiente de variação

elevado indicou que o comportamento das progênies, frente a essa variável de resposta, foi bem

distinto.

Houve grande variação entre as 11 progênies mais produtivas no tocante a susceptibilidade

à M. perniciosa. As mais tolerantes foram as progênies 5 (20%), 8 (20%), 11 (27%) e 23 (33%),

sendo que, as duas primeiras tinham apenas o parental feminino resistente, enquanto nas outras

duas, ambos parentais eram resistentes. As progênies mais sensíveis foram 43 (100%), cujo

ambos parentais são susceptíveis, e todas as plantas dessa progênie apresentaram algum sintoma

da doença, além das progênies 36 (60%) e 6 (58%), que tinham apenas um parental susceptível.

Vale ressaltar que as progênies 4 (174 x Sekó) e 23 (215 x Sekó) têm no parental Sekó uma das

fontes de resistência que, provavelmente, difere dos clones atualmente utilizados no programa

de melhoramento.

Embora não tenham apresentado o mesmo comportamento produtivo das 11 progênies

citadas, merecem destaque, quanto à resistência a M perniciosa, as progênies 19, 21 e 28

(Tabela 2) que são híbridos primários entre as cultivares lançadas em 2002: BRS Coari (174),

BRS Codajás (186), BRS Manacapuru (215) e Belém (286). Essas progênies participam do

processo de piramidação de genes de resistência do programa de melhoramento do

cupuaçuzeiro desenvolvido pela Embrapa Amazônia Oriental.

Como novas fontes de genes de produtividade, combinando com os clones portadores de

resistência à doença, aparecem as progênies 8, 36, 37 e 49, que trazem como parentais

masculinos os clones: Parauapebas, M45, M138 e Hans 1. O primeiro foi coletado no município

de Parauapebas – PA. Os dois genótipos seguintes foram selecionados em plantios comerciais

de Tomé Açu, e o último, um material que não produz semente, coletado em Cametá-PA, de

uma planta que tinha metade da copa produzindo frutos com sementes e a outra que não

apresentavam sementes nos frutos.

O alto coeficiente de variação perpassa pelas respostas diferenciadas dos genótipos ao M.

perniciosa, as quais podem decorrer do estado de heterozigose dos loci gênicos, responsáveis

pela expressão da resistência à doença (ALVES et al., 2009). Assim como, o fungo M.

perniciosa pode passar por processo de coevolução, isto é, algum tipo de especialização que

lhe permite superar a resistência das plantas (FUTUYMA, 2009). Portanto, as possibilidades

de quebra de resistência aumentam, à medida que a variabilidade do patógeno aumenta,

principalmente tratando-se de variedades que contém poucos genes de resistência vertical

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(TSCHURTSCHENTHALER et al., 2012). Por isso agregar aos genótipos aqui identificados

como potencialmente resistentes à doença, outros genes procedentes das cultivares lançadas,

como BRS Coari (174) e BRS Manacapuru (215), deverá ser importante para tornar as

progênies mais resistentes à novos tipos/raças do fungo, caracterizando o processo de

piramidação dos genes (BORÉM et al., 2017).

Tabela 2 - Ancestralidade dos genótipos; número médio de frutos produzidos por planta e por

safra; produção média (kg) de frutos por planta e por safra e, taxa de ocorrência de plantas com

sintomas de M. perniciosa, em ensaio com 25 progênies de cupuaçuzeiro, avaliadas durante

onze safras, em sistema agroflorestal, localizado no município de Tomé Açu, PA. Belém, 2019.

Progênie Ancestralidade Número de

frutos/safra*

Produção

de frutos

(kg/safra) *

Sintomas de

M. perniciosa

(%)

1 186 x 286 9,3 b 12,3 c 53%

4 174 x Sekó 13,2 a 16,4 b 47%

5 186 x 184 15,0 a 21,7 a 20%

6 174 x 184 13,5 a 21,6 a 58%

8 186 x Parau 11,7 b 18,1 a 20%

9 215 x 220 11,5 b 17,1 b 47%

11 220 x 286 14,7 a 19,9 a 27%

13 1074 x Parau 9,4 b 16,2 b 100%

17 174 x 220 9,1 b 11,2 c 60%

19 174 x 286 12,0 b 15,8 b 20%

20 186 x 1074 10,3 b 16,1 b 53%

21 186 x 215 10,5 b 15,1 b 20%

22 174 x 1074 10,2 b 17,1 b 53%

23 215 x Sekó 15,6 a 23,3 a 33%

25 215 x 286 11,4 b 14,4 b 60%

28 174 x 186 6,4 b 10,1 c 20%

29 173 x 186 8,6 b 12,1 c 40%

30 220 x Parau 9,8 b 14,9 b 60%

36 174 x M45 17,4 a 23,3 a 60%

37 186 x M138 16,2 a 18,4 a 40%

38 215 x 554 10,3 b 14,5 b 67%

40 174 x 554 8,5 b 12,0 c 40%

43 220 x 12 14,4 a 21,1 a 100%

49 174 x Hans 1 14,9 a 20,9 a 47%

52 174 x 217 13,9 a 20,4 a 40%

Média 11,9 17,0 47,0%

C.V. (%) 19,9% 23,80% 46,3%

*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de significância de 5%, pelo teste Scott-Knott.

Fonte: O Autor (2019).

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Em função do desempenho das 11 progênies pré-selecionadas, foram identificadas as 18

matrizes mais promissoras dentro dessas progênies (Tabela 3). Essas matrizes deverão ser

propagadas vegetativamente para participarem de ensaios de competição de clones, em

diferentes ambientes, e os clones selecionados deverão ser recomendados aos produtores, ou

constituírem um pomar de sementes clonais.

A seleção das matrizes teve por base o valor genotípico de cada material, a necessidade de

manter a base genética mais ampla possível e, a resistência ao M. perniciosa ao longo do ensaio.

Para cada progênie foram escolhidas as duas matrizes com os maiores valores genotípicos,

sendo que, as progênies 4 e 8 só contribuíram com uma matriz e, a progênie 43 não teve

representante, face todas as plantas dessa progênie terem sido sintomáticas para essa doença

(Tabela 2).

A maioria das matrizes (61%) têm produção deslocada para os primeiros meses da safra

(Tabela 3), 33% mantêm a produção regular e, somente 6% concentra a produção no final da

safra.

Segundo Maia et al. (2011a), o melhoramento do cupuaçuzeiro deve levar em

consideração os interesses dos produtores, que se traduzem em elevada capacidade produtiva,

resistência à pragas e doenças e características aceitáveis de adaptabilidade e estabilidade. Os

critérios de avaliação do presente estudo estão em consonância com os supracitados. Ao se

utilizar, no processo de melhoramento, as mesmas condições de cultivo em que os genótipos

serão submetidos pelos produtores, como por exemplo, as condições propostas de avaliação das

progênies em SAF, houve a possibilidade de seleção dos indivíduos mais adaptados à essa

condição. Souza et al. (2002) destacam a necessidade de levar em consideração, ao menos,

quatro safras na avaliação, para que se demonstre a estabilidade dos materiais. O presente

estudo avaliou quase o triplo de safras, com intuito de otimizar a acurácia da seleção. Propiciou

a seleção das progênies e a seleção de matrizes que, aliada à boa produção de frutos, permitirão

escalonamento da produção, com ampliação do período de safra, o que possibilitará expectativa

de melhoria de lucratividade para o produtor (NOGUEIRA; SANTANA, 2011).

Tabela 3 - Matrizes selecionadas para propagação clonal, em onze safras de avaliação de

famílias de irmãos completos de cupuaçuzeiro, no município de Tomé Açu, 2019.

Progênie Bloco Planta

Nº médio

de

frutos/safra

Produção

média de

frutos/safra

Valor

Genotípico Classificação

52 3 1 27,45 42,28 29,7 Regular

23 3 1 16,36 36,00 28,4 Regular

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36 3 1 18,64 33,55 26,9 Precoce

36 4 2 23,18 33,02 26,6 Regular

23 3 2 15,91 31,50 26,1 Precoce

49 5 2 17,18 31,42 24,6 Precoce

11 4 2 22,18 31,26 24,2 Regular

5 1 3 14,27 28,83 23,8 Precoce

6 5 2 14,36 28,01 23,5 Tardia

37 1 1 25,45 28,00 22,6 Precoce

52 2 2 15,73 26,06 22,4 Regular

6 2 3 12,27 24,30 22,0 Precoce

49 5 1 19,91 25,88 21,9 Precoce

5 3 1 17,09 24,95 21,8 Precoce

8 1 1 15,82 26,85 21,1 Regular

37 2 1 30,82 25,12 21,1 Precoce

11 4 3 16,27 24,64 21,0 Precoce

4 1 2 21,27 21,27 18,5 Precoce

Fonte: O Autor (2019).

Motamayor et al. (2008) ressaltam a necessidade da exploração da heterose advinda do

cruzamento entre indivíduos de grupos genéticos distintos. No cupuaçuzeiro, a propagação

vegetativa de matrizes geneticamente superiores, identificadas pelo desempenho produtivo

durante as safras, como aqui realizado, permite o aproveitamento completo da heterose

(REGAZZI et al., 2002). Por isso é fundamental que, nos cruzamentos iniciais sejam realizados

estudos preliminares de compatibilidade e agrupamento, como realizados por Santos et al.

(2015) e Alves et al. (2017).

Os valores elevados de herdabilidade no sentido restrito para os dois caracteres de produção

(Tabela 4), indicam que a seleção será efetiva na escolha dos melhores genótipos. Portanto,

utilizando-se uma pressão de seleção de 4,8% foram identificadas 18 matrizes que, colocadas

no pomar de sementes clonais, formarão a nova população melhorada. A estimativa de ganhos

de seleção com essa população, tanto para número quanto produção de frutos por planta, será

de 37 e 33%, respectivamente.

Os valores de herdabilidade aqui encontrados, para a variáveis estudadas, foram

relativamente altos, se considerarmos tratarem-se de duas características de natureza

quantitativa, o que, teoricamente, causa elevada dispersão residual (MAIA et al., 2011b). Para

o caráter número de frutos, Souza et al. (2002) e Alves e Resende (2008) encontraram valores

correspondentes à 0,55 e 0,48, respectivamente, utilizando quatro safras nas avaliações. Souza

et al. (2002), ao utilizar sete safras, encontrou valores próximos à 0,69 e 0,67 para número de

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frutos e produção de frutos (kg), respectivamente, o que parece indicar que o aumento do

número de avaliações melhora a acurácia da estimativa de herdabilidade.

O ganho genético registrado mostrou-se superior ao obtido por Alves e Resende (2008),

os quais encontraram valores próximos a 33% para número de frutos. No entanto, essa

comparação é apenas referencial, pois o parâmetro é função da média da população inicial e da

pressão de seleção exercida, portanto, variável de um experimento pra outro. Em Alves et al.

(2010), foi estimado um ganho de 82% para produção de frutos, superior ao encontrado no

presente estudo. Entretanto, os autores trabalharam com uma menor pressão de seleção e com

média inicial inferior. Outros fatores tais como similaridade entre as progênies e elevado

número de repetições, o que permite redução do efeito ambiental, podem influenciar de modo

significativo nos valores dos parâmetros genéticos obtidos (ARAÚJO et al., 2014)

Tabela 4 - Estimação dos parâmetros genéticos e média esperada da população melhorada, em

experimento com famílias de irmãos completos de cupuaçuzeiro, estabelecidas em SAF, no

município de Tomé Açu, 2019.Belém, 2019.

Parâmetros Genéticos Nº Frutos Produção

Média Geral 11,96 16,97

Média das Selecionadas 19,12 29,05

Pressão de Seleção 4,8% 4,8%

Herdabilidade (sentido

restrito) 0,65 ± 0,18 0,48 ± 0,15

Diferencial de Seleção 7,16 12,08

Ganho por Seleção 37% 33%

Média Esperada 16,62 22,77

Fonte: O Autor (2019)

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4.2. Avaliação da progênie de mogno-brasileiro

A Tabela 5 mostra estatísticas descritivas relacionadas às médias dos 14 primeiros anos

de campo de árvores de mogno brasileiro no sistema agroflorestal avaliado. Observou-se

elevadas diferenças entre os valores obtidos dentro das variáveis analisadas, indicando

variabilidade entre as árvores, que poderia ser aproveitada pela seleção. Foram observadas

divergências próximas a 100% para altura total, altura comercial e DAP. Quanto a área da

copa, variável importante a ser considerada em componentes de SAFs, houve uma variação de

300%. Para a variável mais importante economicamente, volume comercial de madeira, essa

amplitude foi superior à 400%. Esses dados reforçam a premissa de que alguns genótipos

tiveram precocidade de desenvolvimento vegetativo, e mereciam ser identificados e

selecionados.

Tabela 5 - Estatísticas descritivas para altura total (m), altura comercial (m), altura da copa;

diâmetro à altura do peito – DAP (cm); área da copa (m2) e volume comercial (m3), de matrizes

de mogno brasileiro, dados médios de 14 anos, em sistema agroflorestal no município de Tomé

Açu, PA. Belém, 2019.

Fonte: O Autor (2019)

Tendo como ponto de corte para cada variável, a média mais um desvio padrão, a

seleção massal aplicada nas 48 árvores analisadas revelou seis (7, 12, 16, 18, 25, 47) matrizes

interessantes para seleção, por apresentarem volume comercial da madeira acima de 0,43 m3.

A média dessas seis matrizes foi superior em 48,8% a média de todas as plantas da quadra

(Tabela 5). Caso fossem escolhidas somente as árvores mais precoces, 12 e 47, essa diferença

subiria para 68,5%.

Vale ressaltar que dessas seis matrizes, três (12, 18 e 47) seriam identificadas

unicamente pela altura total; nenhuma pela altura comercial e área da copa; duas (12 e 18) pela

altura da copa e a maioria (7, 12, 18, 25, 47) pelo DAP (83%). Esses dados apontam a

importância decisiva da mensuração da variável diâmetro a altura do peito - DAP, nas

avaliações de árvores de mogno brasileiro. Além do mais, dentre as variáveis empregadas nas

Variável Mínimo Máximo Média Desvio Padrão C.V. (%)

Altura Total 11,3 19,4 15,5 1,8 11,80%

Altura Comercial 3 6,4 4,7 0,8 17,20%

Altura da Copa 7 14,7 10,8 1,9 17,80%

DAP 21,7 41,7 31,7 4,5 14,10%

Área da copa 21,3 65,3 42,5 11,3 26,70%

Volume comercial estimado 0,14 0,6 0,33 0,1 29,60%

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avaliações, é a de mais fácil execução no campo, pela rapidez e por exigir apenas uma fita

métrica.

Olhando-se exclusivamente o lado biológico deste SAF, as plantas de mogno que

tivessem máximo crescimento em altura deveriam ser selecionadas, pois, a precocidade de

crescimento permite maior entrada de luz no sistema e, consequentemente, maior

produtividade. Assim, as matrizes mais interessantes seriam: 12, 18, 32, 35, 37 e 47. Porém,

levando-se em consideração a necessidade econômica e biológica, simultaneamente, as

matrizes 12, 18 e 47 deveriam ser selecionadas.

Também a área da copa é uma variável importante para o balanço de luz dentro do SAF.

Entretanto, as matrizes com menores copas não apresentaram adequados volumes de madeira.

O desempenho apresentado pelo mogno brasileiro, de maneira geral, mostrou-se superior ao

encontrado na literatura. Bendaham et al. (2008), ao avaliarem dois sistemas agrosilvipastoris

com mesma idade do presente ensaio, encontraram valores para o primeiro ensaio de: 15,3 m,

6,8 m e 26,6 cm, para as variáveis altura total, altura comercial e DAP, respectivamente, e taxa

de mortalidade de 26%. No segundo ensaio de 10,0 m, 4,1 m e 16, 5 cm e mortalidade de 43%,

respectivamente. Comparando ao presente SAF, somente a altura comercial teve valor inferior

ao apresentado no primeiro ensaio, sendo superior à todas as demais variáveis dos dois ensaios.

No ambiente de SAF as condições de cultivo, como limpeza das linhas, adubações e irrigação

são facilitadas e beneficiam todas as culturas (BARROS et al., 2009). Portanto, os tratos

culturais aqui aplicados, influenciaram positivamente no desenvolvimento vegetativo do

mogno brasileiro.

Porém, observou-se uma taxa de 20% de mortalidade das árvores de mogno. Essa

mortalidade teve início no terceiro ano das plantas no campo, com média de uma árvore a cada

ano, e finalizou em 2016. A principal causa foi o tombamento, que pode ter sido provocado

pela falta de árvores de mogno nas proximidades que, em um plantio silvicultural, agem

escorando umas às outras, de modo a reduzir os efeitos de ventanias. Plantas florestais em SAFs

são plantadas em espaçamentos mais afastados do que seria recomendado no ambiente

silvicultural (COSTA et al., 2009). Assim, sem o escoramento das plantas vizinhas, ficam mais

susceptíveis ao tombamento. Esse risco aumentará em função do tipo de solo, do volume da

copa e da velocidade de crescimento em altura. As taxas de mortalidade também podem ser

atribuídas à dificuldades de estabelecimento das plantas no campo, além de outros fatores

inerentes ao consorciamento em sistemas agroflorestais, como por exemplo, a competição

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interespecífica, principalmente por água e nutrientes (FLETCHER et al., 2012; GIUSTINA et

al., 2017).

Verificou-se, no experimento, uma alta taxa de sobrevivência (80%), e, portanto, infere-

se a adaptabilidade das plantas ao sistema de cultivo proposto. Esta adaptabilidade é

comprovada por Costa et al. (2013) os quais ressaltam o potencial de assimilação de carbono

da espécie, evitando perdas pelos processos físico-químicos do solo, aprimorando seus aspectos

biológicos, físicos e químicos.

Neste experimento, os ataques da praga Hypsipyla grandella não foram quantificados.

Apesar disso, puderam ser observados, principalmente nos anos iniciais, casos de incidência da

praga. Esses danos promoveram redução da altura comercial do fuste. Porém, a baixa incidência

do ataque pode ser atribuída à diversificação de espécies proporcionada pelo sistema

agroflorestal. Wallau et al. (2008) relacionaram o fracasso do monocultivos do mogno

brasileiro com a grande incidência de H. grandella. As condições de monocultivos

proporcionam à praga uma distribuição homogênea e abundante de alimentos, o que favorece

a sua multiplicação, causando a degradação da cultura e, consequentemente, baixíssimas taxas

de produção (TOGNI et al., 2009). Em contrapartida, a diversidade da vegetação proporcionada

pelo SAF, favorece à proliferação de inimigos naturais e, a baixa densidade da espécie diminui

a oferta de alimentos à praga, sendo, portanto, este modelo de cultivo, uma alternativa viável

de controle cultural da broca. No caso do presente estudo, foram utilizadas duas espécies,

cupuaçuzeiro e maracujazeiro, além do mogno brasileiro, sendo a área experimental contornada

por faixas de vegetação nativa.

Na seleção de indivíduos é interessante que a planta apresente maior parte de sua altura

total composta pela altura comercial, e que o DAP apresente valores elevados (BELTRAME et

al., 2012); que a área da copa seja de menor grandeza, proporcionando uma menor competição

por luminosidade com os indivíduos do estrato inferior do SAF (PADOIN; FINGER, 2010); e,

finalmente, que o volume comercial apresente valores satisfatórios para o mercado. A

observação dessas recomendações permitiu identificar, neste trabalho, matrizes que poderiam

ser utilizadas em monocultivos e, um sub grupo específico, para emprego em sistemas

agroflorestais.

Tabela 6 - Desempenho silvicultural (média) das matrizes de mogno brasileiro, no 14º ano de

um sistema agroflorestal, no município de Tomé Açu, PA. Belém, 2019.

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Indivíduos Altura

Total (m)

Altura

Comercial

(m)

Altura da

copa (m) DAP (cm)

Área da

copa (m²)

Volume

comercial

estimado (m³)

1 14,7 3,4 11,3 26,4 50,8 0,178

2 14,6 5,1 9,5 29,9 59,1 0,309

3 16,1 5,9 10,2 30,3 39,9 0,351

4 15,4 4,2 11,2 35,7 50,4 0,385

5 11,7 4,2 7,5 21,7 23,8 0,137

6 12,2 4,4 7,8 29,0 42,7 0,260

7 16,6 5,2 11,4 36,9 57,3 0,484

9 16,3 3,7 12,6 37,6 55,7 0,391

12 17,6 4,7 12,9 39,5 62,5 0,516

13 15,1 5,9 9,2 27,4 26,9 0,286

14 15,0 4,2 10,8 29,6 35,8 0,262

15 15,5 3,8 11,7 31,9 40,0 0,283

16 12,4 5,4 7,0 35,7 42,3 0,463

17 16,9 3,6 13,3 33,8 50,0 0,307

18 18,1 4,2 13,9 38,2 44,1 0,444

19 15,9 4,1 11,8 33,1 55,4 0,325

20 14,4 4,4 10,0 23,6 28,7 0,169

21 15,9 4,6 11,3 28,3 51,0 0,256

22 16,3 4,5 11,8 27,7 37,4 0,240

24 16,5 5,2 11,3 33,8 43,9 0,402

25 16,1 4,5 11,6 37,3 65,3 0,443

27 11,3 3,0 8,3 35,7 33,5 0,301

28 16,0 3,8 12,2 35,4 45,1 0,352

29 13,8 5,8 8,0 30,3 41,0 0,347

30 15,0 4,0 11,0 28,3 22,6 0,231

32 18,7 5,2 13,5 31,5 40,5 0,349

34 15,5 4,6 10,9 30,9 53,9 0,306

35 19,4 4,7 14,7 32,5 34,6 0,345

37 17,5 4,6 12,9 32,8 51,5 0,346

38 13,6 4,4 9,2 32,8 42,4 0,335

39 14,9 3,7 11,2 26,1 27,9 0,184

40 14,9 5,8 9,1 24,8 21,3 0,231

43 13,1 4,9 8,2 33,8 43,1 0,385

44 15,9 5,1 10,8 32,2 26,1 0,358

45 15,5 6,4 9,1 30,3 38,0 0,373

46 14,8 6,2 8,6 30,9 42,4 0,380

47 17,8 4,9 12,9 41,7 52,4 0,596

48 16,8 4,7 12,1 28,7 34,4 0,266

Ponto de Corte 17,3 5,5 12,7 36,2 53,8 0,429

Fonte: O Autor (2019)

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47

4.3. Análise química dos solos

Os parâmetros relacionados à acidez do solo sob os dois sistemas avaliados (Tabela 7)

demonstram acidificação significativamente menor na área sob SAF. Os resultados de CAP

estão de acordo, por exemplo, com Mantovanelli et al. (2016), que consideram solos

amazônicos como naturalmente ácidos e com alta saturação de alumínio, além de poucos férteis

devido, principalmente, à lixiviação. O teor de alumínio e a acidez potencial no solo da mata

secundária apresentou-se, aproximadamente, quatro vezes maior que no solo sob o sistema

agroflorestal, refletindo na disparidade entre os teores de saturação por alumínio. Por outro

lado, a soma de bases e a CTC efetiva, apresentaram-se maiores no sistema agroflorestal. Todos

estes resultados podem ser relacionados ao pH do solo nas duas áreas, o qual é menor na mata

secundária, tendo em vista as calagens anuais realizadas no SAF.

Barreto et al. (2006) explicam que nas áreas de mata, há ação mais acentuada dos ácidos

orgânicos provenientes da mineralização da matéria orgânica e liberação pelas raízes, o que

ocasiona a diminuição do pH. Ebeling et al. (2008) relaciona de modo direto o conteúdo de

carbono no solo com a sua acidez. Natale et al. (2012) destacam a importância da realização da

calagem, principalmente em solos naturalmente ácidos, a qual é capaz de aumentar o pH,

diminuir os níveis de acidez e fornecer Ca e Mg, duas bases importantes para a nutrição das

plantas.

Considerando que o solo da mata secundária não recebeu nenhum tipo de manejo, fica

evidente a importância da calagem à implantação de qualquer sistema de cultivo na região

amazônica. Estes resultados divergem dos obtidos por Collier e Araújo (2010), os quais

registraram maiores valores de acidez potencial e acidez trocável no sistema agroflorestal.

Porém, os autores não realizaram nenhum tipo de manejo edáfico no SAF, o qual possuía como

componentes o babaçu (Orbignya speciosa Mart.), cupuaçuzeiro, limão (Citrus limonum L.) e

aceroleira (Malpighia emarginata D.C.); diferentemente do presente estudo e dos realizados

por Barreto et al. (2006) e Silva et al. (2011), os quais se utilizaram de métodos de correção de

acidez, sendo aquele com rocha fosfatada e este com calagens e adubações minerais. Os

resultados de pH, Al e SB influenciam no comportamento da saturação por bases do solo

(Tabela 7), que foi significativamente menor nas áreas de mata secundária. Observou-se uma

aproximação do eutrofismo por parte do solo sob o sistema agroflorestal, visto que a saturação

por bases aproximou-se de 50% (47%) fator importante na disponibilização de nutrientes às

plantas.

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48

Na avaliação da acidez ativa, medida pelo pH, observou-se que não houve variação entre

as profundidades nos dois sistemas (Tabela 8). Acidez trocável apresentou-se diferente

significativamente apenas na área de SAF, onde a saturação por alumínio também reduziu. Isso

provavelmente aconteceu em função do uso de calcário superficialmente neste ambiente. Em

relação a acidez potencial (H+Al), observou-se que foi significativamente maior na camada

mais superficial na mata secundária, provavelmente por influência do conteúdo de matéria

orgânica (EBELING et al., 2008). Esses resultados, por consequência, condicionaram os efeitos

positivos e significativos em SB, T, saturação por bases e saturação por alumínio (Tabela 8),

principalmente na área de SAF. Comportamento semelhante pode ser observado em alguns

sistemas agroflorestais estudados por Silva et al. (2011) e Iwata et al. (2012), sendo os melhores

resultados apresentados pelo SAF de maior idade, neste último trabalho, ressaltando a relação

idade do SAF x Qualidade do solo.

Tabela 7 - Teores médios de alumínio (Al), soma de bases (SB), pH, acidez potencial (H+Al),

CTC potencial (T), CTC efetiva (t), saturação por bases (V) e saturação por alumínio (m), em

mata secundária (MS) e sistema agroflorestal (SAF), em experimento instalado no município

de Tomé Açu – PA, 2019.

Ambiente Al* SB** pH* H+Al* T* t** V** m*

----cmolc.dm-3---- H2O ---------%--------

MS 0,8 a 1,1 b 4,4 b 4,6 a 5,6 A 1,9 b 18% b 46% a

SAF 0,2 b 1,9 a 5,1 a 2,2 b 4,1 B 2,1 a 47% a 9% b

*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de 5% de significância, pelo teste Mann-Whitney.

**Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de 5% de significância, pelo teste t.

Fonte: O Autor (2019).

Tabela 8 - Média de alumínio (Al), soma de bases (SB), pH, acidez potencial (H+Al), CTC

potencial (T), CTC efetiva (t), saturação por bases (V) e saturação por alumínio (m), em dois

níveis de profundidade em condições de mata secundária (MS) e sistema agroflorestal (SAF)

instalado em um experimento, no município de Tomé Açu – PA, 2019.

Profundidade Al* SB* pH* H+Al* T* t* V* m*

Cm --- cmolc.dm-3--- -------%-------

Mata Secundária

0-20 0,8 a 1,3 a 4,4 a 5,4 a 6,8 a 2,1 a 19,3 a 39,2 a

20-40 0,8 a 0,8 a 4,4 a 3,7 b 4,5 b 1,6 b 17,0 a 53,0 a

Sistema Agroflorestal

0-20 0,1 b 2,2 a 5,1 a 2,2 a 4,4 a 2,4 a 50,6 a 5,2 a

20-40 0,3 a 1,6 b 5,1 a 2,2 a 3,8 b 1,9 b 42,8 b 13,6 b

*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de 5% de significância, pelo teste t.

Fonte: O Autor (2019).

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Com exceção do potássio, observou-se que os teores dos macronutrientes no sistema

agroflorestal foram superiores à mata secundária (Tabela 9), assim como relatado por Iwata et

al. (2012). Isso é atribuído às adubações realizadas na área, como pode ser observado pelo teor

de fósforo no SAF, que é quase sete vezes maior que na mata secundária. Segundo Quesada et

al. (2011), os Latossolos presentes na bacia amazônica são naturalmente pobres em fósforo

trocável. Gama-Rodrigues et al. (2014) ressalta que um dos fatores primordiais para essa

indisponibilidade é que o fósforo precipita com os íons Al e Fe, que estão presentes em teores

altos nos solos amazônicos. Esta relação pode ser constatada no presente estudo (Tabelas 7 e

11). A adubação fosfatada anual, aliada à correção da acidez por meio da calagem, o que

diminui valores de Al, além da ação da própria agrofloresta, através da movimentação do

fósforo no solo pela interação das raízes mais profundas com as raízes superficiais (LIMA et

al., 2011), incrementou de modo significativo as quantidades do macronutriente.

Comportamento idêntico foi observado por Silva Junior et al. (2012), onde observou-se

beneficiamento de P quando foi utilizado SAF, em comparação com outros sistemas de manejo.

Adicionalmente, a superioridade dos teores de cálcio e magnésio no SAF (Tabela 9)

podem ser atribuídas à calagem anual, utilizando calcário dolomítico. Também, pode-se

destacar a ação da serapilheira, produzida pelo acúmulo de ramos, folhas, flores e frutos das

espécies envolvidas, que contribuem de modo significativo com estes incrementos (PÉREZ-

FLORES et al., 2018; SILVA et al., 2011b). O baixo teor de potássio observado no SAF pode

ser atribuído à exportação do nutriente através do fruto do cupuaçuzeiro, um dos produtos que

saem do sistema, visto que o K é um dos nutrientes mais importantes para a formação do fruto.

Alfaia et al. (2004), trabalhando com um sistema agroflorestal envolvendo cupuaçuzeiro e

pupunheira observaram resultados semelhantes quanto ao potássio. Também pode-se ressaltar

a relação antagônica entre os macronutrientes K, Ca e Mg. Em face da constante adição de Ca

e Mg por meio da calagem, esta relação pode ter se acentuado, diminuindo a disponibilidade

do potássio na solução do solo.

Os Latossolos na Amazônia possuem tendência à baixa fertilidade natural. Por este

motivo, a biodiversidade da flora amazônica é altamente dependente da ciclagem de nutrientes

e da matéria orgânica produzida no próprio ecossistema (JUNQUEIRA et al., 2016;

QUESADA et al., 2011; QUESADA et al., 2012). No presente estudo, constatou-se esta relação

(Tabela 9). Apesar do sistema agroflorestal promover a conservação do solo, seja pela proteção

direta exercida pelas copas das plantas perenes, ou pela deposição de material orgânico sobre o

solo, que melhora as condições para a microbiota edáfica (MONROE et al., 2016; PAUDEL et

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50

al., 2011), os conteúdos de carbono e matéria orgânica foram inferiores às encontradas na mata

secundária. A grande diversidade de espécies presentes neste ambiente, além da maior

densidade de plantas por área, possibilita um maior aporte de material orgânico sobre o solo e,

consequentemente, uma maior produção de matéria orgânica e fixação de carbono. Marques et

al. (2016) afirmam que os solos sob floresta possuem grande potencial para estocar carbono,

porém este potencial pode ser reduzido caso haja alteração da paisagem. Durigan et al. (2017)

também ressaltam a redução do conteúdo de matéria orgânica face à alteração da paisagem da

floresta nativa, em qualquer sistema de manejo. A diferença entre os valores de carbono e

matéria orgânica nos dois ambientes avaliados no presente estudo comprova estas teorias.

Ainda assim, quando comparado com outros sistemas de cultivo, os sistemas agroflorestais

possuem maior eficiência na estocagem de carbono, como constatado por Lima et al. (2011) e

Schwab et al. (2015). Vale ressaltar que a idade do SAF pode influenciar no conteúdo de

carbono estocado. Couto et al. (2016) encontraram valores maiores de carbono estocado quando

compararam diversas áreas de SAF com aproximadamente 20 anos com áreas de mata

secundária e pastagem.

Tabela 9 - Teores médios de carbono (C), matéria orgânica (MO) e dos macronutrientes: fósforo

(P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg), além de sódio (Na) em mata secundária (MS) e

sistema agroflorestal (SAF) instalado em um experimento no município de Tomé Açu – PA,

2019.

Ambiente C* MO* P* K** Na** Ca** Mg**

--------g.kg-1--------- mg.dm-3 --------------------cmolc.dm-3--------------------

MS 8,6 a 14,8 a 4,9 B 0,04 a 0,03 a 0,6 b 0,4 b

SAF 5,6 b 9,7 b 33,1 A 0,03 b 0,02 b 1,3 a 0,6 a

*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de 5% de significância, pelo teste Mann-Whitney.

**Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de 5% de significância, pelo teste t.

Fonte: O Autor (2019).

A comparação entre teores dos macronutrientes no perfil do solo (Tabela 10), revelou

maiores valores na camada superficial (0-20) no ambiente de mata secundária, excetuando-se

Na e Mg. Este resultado pode ser explicado pelo efeito do material orgânico na superfície do

solo, que age como um fertilizante natural, além de preservar a microbiota. Os resultados

condizem com os encontrados por Collier e Araújo (2010) e Silva et al. (2011b). Os teores de

matéria orgânica e do carbono na mata secundária seguiram a tendência dos demais tratamentos.

Segundo Cotrufo et al. (2015), a influência da serapilheira na deposição de carbono é mais

acentuada nos primeiros 20 cm do solo, em condições naturais. Por outro lado, no sistema

agroflorestal, não foi observado diferença entre as profundidades quanto à carbono e matéria

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orgânica, assim como para K, Na e Mg. Este comportamento pode estar relacionado à

porosidade e à textura do solo, além do preparo da área antes do plantio. A matéria orgânica

possui maior mobilidade entre as camadas do solo quando este possui certa friabilidade, tendo

em vista a textura reduzida de suas partículas. Apesar de possuírem granulometrias semelhantes

(Tabela 1), o solo presente no SAF recebeu aração antes da implantação do sistema. Por este

motivo, essa prática conferiu maior permeabilidade ao solo.

Tabela 10 - Teores médios de carbono (C), matéria orgânica (MO) e dos macronutrientes:

fósforo (P), potássio (K), sódio (Na), cálcio (Ca) e magnésio (Mg), em dois níveis de

profundidade em condições de mata secundária (MS) e sistema agroflorestal (SAF) instalado

em um experimento, no município de Tomé Açu – PA, 2019.

Profundidade C* MO* P* K* Na* Ca* Mg*

cm -------- g.kg-1------- mg.dm-3 --------------cmolc.dm-3----------------

Mata Secundária

0-20 10,7 a 18,4 a 6,7 a 0,05 a 0,03 a 0,8 a 0,5 a

20-40 6,5 b 11,1 b 3,1 b 0,03 b 0,03 a 0,5 a 0,2 b

Sistema Agroflorestal

0-20 5,7 a 9,9 a 40,3 a 0,03 a 0,02 a 1,5 a 0,7 a

20-40 5,6 a 9,6 a 25,9 b 0,02 a 0,02 a 1,1 b 0,5 a

*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de 5% de significância, pelo teste t.

Fonte: O Autor (2019).

Quanto aos micronutrientes, observou-se maiores teores no sistema agroflorestal, com

exceção do Fe (Tabela 11), apesar de não ter ocorrido adubação direta com Cu, Mn e Zn na

área. Ainda assim, os valores aqui encontrados destes três micronutrientes podem ser

considerados elevados, considerando os teores encontrados por Moreira e Fageria (2008) para

micronutrientes em Latossolos na região amazônica.

Portanto, infere-se que grande parte do aporte de micronutrientes, tanto no SAF quanto

na mata secundária, é proveniente da matéria orgânica. Os micronutrientes metálicos aqui

avaliados normalmente apresentam-se complexados à compostos orgânicos, tendo, desta forma,

uma relação direta com o conteúdo de matéria orgânica no solo (CARMO et al., 2012; IMTIAZ

et al., 2010). Imtiaz et al. (2010) ressaltam a influência do pH na disponibilidade destes

nutrientes, tendo, neste caso, uma relação inversa. Seguindo estas duas premissas, a tendência

seria que os teores de micronutrientes fossem maiores na mata secundária, visto que nesta área

o conteúdo de matéria orgânica é maior (Tabela 9) e o pH é menor (Tabela 7). Porém, há uma

relação direta entre a quantidade de micronutrientes no solo e a adição de fertilizante químico

(NPK), comprovado por Rutkowska et al. (2014) em seu estudo, o qual o tratamento exclusivo

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com NPK proporcionou a maiores teores de Cu, Fe, Mn e Zn, em em decorrência da maior

acidificação nessa condição. No entanto, no presente estudo, as áreas de SAF apresentam

menores níveis de acidez. Um ponto que poderia justificar maiores teores de micronutrientes

nas áreas de SAF poderia estar relacionado a presença de micronutrientes, como impurezas, nos

fertilizantes utilizados, tanto no NPK quanto no calcário, como relatado por Carvalho et al.

(2012), os quais estudaram a quantidade de impurezas (micronutrientes) em algumas

formulações de NPK e no calcário e constataram a presença, ora significativa, ora diminuta,

dos quatro micronutrientes aqui estudados.

De forma geral, os teores de micronutrientes variaram entre as profundidades (Tabela

12), com padrão similar entre os dois ambientes e, teores mais elevados nas camadas

superficiais (0-20 cm), evidenciando a relação intrínseca destes nutrientes com a matéria

orgânica no caso da mata secundária, e da adubação química no sistema agroflorestal.

Tabela 11 - Teores médios dos micronutrientes: cobre (Cu), ferro (Fe), zinco (Zn) e manganês

(Mn), em mata secundária (MS) e sistema agroflorestal (SAF), instalado em um experimento,

no município de Tomé Açu – PA, 2019.

Ambiente Cu* Fe** Zn** Mn**

----------------------------------mg.kg-1----------------------------------

MS 0,4 b 212,9 a 0,5 b 4,5 a

SAF 0,7 a 134,2 b 1,8 a 5,8 a

*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de 5% de significância, pelo teste Mann-Whitney.

**Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de 5% de significância, pelo teste t.

Fonte: O Autor (2019).

Tabela 12 - Teores médios dos micronutrientes: cobre (Cu), ferro (Fe), zinco (Zn) e manganês

(Mn), em dois níveis de profundidade em condições de mata secundária (MS) e sistema

agroflorestal (SAF) instalado em um experimento, no município de Tomé Açu – PA, 2019.

Profundidade Cu* Fe* Zn* Mn*

Cm ---------------------------------mg.kg-1---------------------------------

Mata Secundária

0-20 0,4 a 204,9 a 0,6 a 6,4 a

20-40 0,3 a 220,8 a 0,3 b 2,6 b

Sistema Agroflorestal

0-20 0,9 a 145,5 a 2,4 a 7,3 a

20-40 0,5 b 122,9 a 1,1 b 4,2 b

*Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si, ao nível de 5% de significância, pelo teste t.

Fonte: O Autor (2019).

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53

4.4. Análise física dos solos

A resistência à penetração (RP) variou significativamente com a profundidade, avaliada na

mata secundária e no sistema agroflorestal (Figura 4). Foi observado, ainda, diferença no

modelo de ajuste dos dados entre RP e profundidade, de acordo com o sistema avaliado.

Segundo a análise de regressão, a RP na mata secundária pode ser descrita por uma equação

linear, evidenciando seu comportamento crescente à medida que aprofunda-se no perfil do solo.

O modelo demonstra que para cada centímetro no solo penetrado, a resistência aumenta 0,0983

MPa. Oliveira et al. (2015) ressaltam a compressão do solo provocada pelo crescimento das

raízes como um dos fatores primordiais para os valores elevados de RP em áreas de floresta

nativa.

A curva de resposta da resistência à penetração no sistema agroflorestal foi mais favorável

em comparação à curva da mata secundária, e demonstrou um comportamento mais complexo.

O padrão de distribuição dos pontos pode ser explicado por uma equação polinomial do segundo

grau, na qual observa-se uma tendência à estabilização da RP nas faixas mais profundas do

solo, dentro do intervalo estudado. De acordo com a equação, o maior valor de resistência à

penetração (2,16 MPa) encontra-se à 42 cm de profundidade.

Couto et al. (2016) ao avaliarem a resistência à penetração em sistemas agroflorestais,

consideraram três classes: a primeira classe, com valores de RP menores que 2 MPa, representa

solos sem restrições à penetração de raízes; a segunda classe, com valores de RP entre 2 e 3,5

MPa, representa solos com ação restritiva à penetração de raízes; e a terceira classe,

representando solos com ação impeditiva à penetração de raízes, apresentam valores acima de

3,5 MPa. Levando-se em consideração esta classificação, pode-se afirmar que, de maneira

geral, há pouca restrição à penetração das raízes no sistema agroflorestal. Por outro lado, há

uma maior restrição na mata secundária, chegando ao nível impeditivo nas camadas mais

profundas.

Freitas et al. (2012), comparando a resistência à penetração do solo de um sistema

agroflorestal com outros três ambientes (mata nativa, pastagem e roça de toco), também

observou os menores valores no SAF, e atribuiu este fator ao constante aporte de resíduos

orgânicos no solo. Ressalta-se o uso da irrigação no sistema agroflorestal do presente estudo, o

que, segundo Silva et al. (2011b), aumenta a friabilidade do solo.

Comparando-se o sistema agroflorestal analisado no presente estudo com outros sistemas

de cultivo encontrados na literatura, verificou-se menores valores de resistência à penetração

no SAF. Ralisch et al. (2008) observaram solos mais compactados em sistema de plantio direto,

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54

plantio convencional e floresta nativa. Wendling et al. (2012) também relataram valores mais

elevados de RP para a paisagem natural e pastagem, porém um comportamento similar ao do

presente estudo, quando mensurado na floresta de Pinus.

Figura 4 - Resistência à penetração em diferentes profundidades do solo, sob mata secundária

e Sistema Agroflorestal, em experimento instalado no município de Tomé Açu - PA, 2019.

Fonte: O Autor (2019).

y1 = 0,0983x - 0,1919

R² = 0,9743

y2 = -0,0016x2 + 0,1352x - 0,6913

R² = 0,9747

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Res

istê

nci

a à

pen

etra

ção (

MP

a)

Profundidade (cm)

Mata secundária Sistema Agroflorestal

Linear (Mata secundária) Polinômio (Sistema Agroflorestal)

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55

5. CONCLUSÕES

A seleção de genótipos de espécies perenes em ensaios multiespecíficos, permite

economizar tempo, recursos físicos e financeiros, e direciona a seleção pra genótipos mais

adaptáveis à situações de competição intra e interespecíficas por água, nutrientes e luz;

As progênies de cupuaçuzeiro 5, 8, 11 e 23, por terem apresentado boas produções e baixas

taxas de plantas com sintomas de M. perniciosa, deverão ser recomendadas para plantio em

pequena escala. As 18 matrizes mais promissoras serão clonadas, sofrerão novo ciclo de

avaliação, na forma de competição clonal, para depois serem recomendados para plantios

clonais em pequena escala;

As matrizes 12, 18, 32, 35, 37 e 47 de mogno brasileiro apresentaram características

silviculturais adequadas, devendo ser propagadas vegetativamente, para testes em blocos

monoclonais de plantios policlonais e, as matrizes 12, 18 e 47 em sistemas agroflorestais na

região de abrangência do SAF estudado.

O solo do sistema agroflorestal estudado apresentou características químico-físicas

superiores ao solo da mata secundária adjacente, atribuído, principalmente, ao manejo da

fertilização empregado e às características inerentes ao sistema, conferindo melhores condições

de desenvolvimento das espécies.

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