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Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019 1 Ministério da Educação Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS: HABILITAÇÃO EM QUÍMICA São João da Boa Vista, SP Junho / 2019 Proposta de atualização do curso

Ministério da Educação Instituto Federal de Educação ... · PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS NATURAIS: HABILITAÇÃO EM QUÍMICA São João da Boa Vista,

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    Ministério da Educação

    Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

    PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LICENCIATURA EM

    CIÊNCIAS NATURAIS: HABILITAÇÃO EM QUÍMICA

    São João da Boa Vista, SP

    Junho / 2019

    Proposta de atualização do curso

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    PRESIDENTE DA REPÚBLICA

    Jair Messias Bolsonaro

    MINISTRO DA EDUCAÇÃO

    Abraham Weintraub

    SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA - SETEC

    Ariosto Antunes Culau

    REITOR DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO

    Eduardo Antonio Modena

    PRÓ-REITOR DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

    Aldemir Versani de Souza Callou

    PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO

    Silmário Batista dos Santos

    PRÓ-REITOR DE ENSINO

    Reginaldo Vitor Pereira

    PRÓ-REITOR DE PESQUISA E INOVAÇÃO

    Elaine Inácio Bueno

    PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO

    Wilson de Andrade Matos

    DIRETOR GERAL DO CAMPUS

    Eduardo Marmo Moreira

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    RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO CURSO

    Definida pela Portaria 4.814 de 27 de setembro de 2013, a Comissão para elaboração

    do Plano Pedagógico do Curso (PPC) de Licenciatura em Ciências Naturais com Habilitação

    em Química era composta pelos seguintes membros: Camila Tenório Cunha, Everaldo Nassar

    Moreira, Felipe Mascagna Bittencourt Lima, José Roberto Serra Martins, Marcio Roberto

    Martins, Elizabeth Gouveia da Silva Vanni, Glauber Fernando Furlan e Menotti Borri.

    Para a última fase, a Comissão para elaboração do Plano Pedagógico de Curso,

    passou a ter a seguinte constituição:

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    SUMÁRIO

    1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO............................................................................................................................. 6

    1.1. IDENTIFICAÇÃO DO CAMPUS ........................................................................................................................................... 7 1.2. IDENTIFICAÇÃO DO CURSO .............................................................................................................................................. 8 1.3.MISSÃO....................................................................................................................................................................... 9 1.4. CARACTERIZAÇÃO EDUCACIONAL ..................................................................................................................................... 9 1.5. HISTÓRICO INSTITUCIONAL ............................................................................................................................................. 9 1.6. HISTÓRICO DO CAMPUS E SUA CARACTERIZAÇÃO............................................................................................................... 11

    2. JUSTIFICATIVA E DEMANDA DE MERCADO ............................................................................................................ 13

    3. OBJETIVOS DO CURSO ........................................................................................................................................... 24

    3.1.OBJETIVO GERAL ......................................................................................................................................................... 24 3.2.OBJETIVO(S) ESPECÍFICO(S) ........................................................................................................................................... 24

    4. PERFIL PROFISSIONAL DO EGRESSO ....................................................................................................................... 26

    5. FORMAS DE ACESSO AO CURSO ............................................................................................................................ 27

    6. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ................................................................................................................................. 27

    6.1 PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC) ............................................................................................................ 30 6.2 ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO .............................................................................................................. 32

    6.2.1 Organização do Estágio Curricular Supervisionado ........................................................................................ 34 6.2.2 Acompanhamento, Orientação e Avaliação ................................................................................................... 36

    6.3 ATIVIDADES TEÓRICO-PRÁTICAS DE APROFUNDAMENTO- ATPAS ......................................................................... 37 6.4. ESTRUTURA CURRICULAR ............................................................................................................................................. 41 6.5. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PERFIL DE FORMAÇÃO ........................................................................................................ 42 6.6. PRÉ-REQUISITOS (QUANDO HOUVER) ............................................................................................................................. 42 6.7. EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS .............................................................................................................................. 42 6.8. EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA ............................................ 43 6.9. EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................................................................................................... 44 6.10 LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS) ........................................................................................................................ 44

    7. METODOLOGIA ..................................................................................................................................................... 45

    8. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ........................................................................................................................... 47

    9. ATIVIDADES DE PESQUISA ..................................................................................................................................... 51

    10. ATIVIDADES DE EXTENSÃO .................................................................................................................................. 54

    10.1. ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS .............................................................................................................................. 56

    11. CRITÉRIOS DE APROVEITAMENTO DE ESTUDOS ................................................................................................... 56

    12. APOIO AO DISCENTE ............................................................................................................................................ 57

    13. AÇÕES INCLUSIVAS .............................................................................................................................................. 61

    14. AVALIAÇÃO DO CURSO ........................................................................................................................................ 63

    14.1. GESTÃO DO CURSO ................................................................................................................................................... 65

    15. EQUIPE DE TRABALHO ......................................................................................................................................... 66

    15.1. NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE .............................................................................................................................. 66 15.2. COORDENADOR(A) DO CURSO .................................................................................................................................... 66 15.3. COLEGIADO DE CURSO ............................................................................................................................................... 67 15.4. CORPO DOCENTE ..................................................................................................................................................... 68 15.5. CORPO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO E PEDAGÓGICO ......................................................................................................... 69

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    16. BIBLIOTECA ......................................................................................................................................................... 71

    17. INFRAESTRUTURA ............................................................................................................................................... 74

    17.1. INFRAESTRUTURA FÍSICA ............................................................................................................................................ 74 17.2. ACESSIBILIDADE ........................................................................................................................................................ 74 17.3. LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA ................................................................................................................................. 76 17.4. LABORATÓRIOS ESPECÍFICOS ....................................................................................................................................... 79

    18. PLANOS DE ENSINO ............................................................................................................................................. 92

    19. LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA ............................................................................................................................. 220

    20. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................................... 224

    21. MODELOS DE CERTIFICADOS E DIPLOMAS ......................................................................................................... 227

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    1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

    NOME: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

    SIGLA: IFSP

    CNPJ: 10882594/0001-65

    NATUREZA JURÍDICA: Autarquia Federal

    VINCULAÇÃO: Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da

    Educação (SETEC)

    ENDEREÇO: Rua Pedro Vicente, 625 – Canindé – São Paulo/Capital

    CEP: 01109-010

    TELEFONE: (11) 3775-4502 (Gabinete do Reitor)

    PÁGINA INSTITUCIONAL NA INTERNET: http://www.ifsp.edu.br

    ENDEREÇO ELETRÔNICO: [email protected]

    DADOS SIAFI: UG: 158154

    GESTÃO: 26439

    NORMA DE CRIAÇÃO: Lei nº 11.892 de 29/12/2008

    NORMAS QUE ESTABELECERAM A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ADOTADA NO

    PERÍODO: Lei Nº 11.892 de 29/12/2008

    FUNÇÃO DE GOVERNO PREDOMINANTE: Educação

    http://www.ifsp.edu.br/

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    1.1. Identificação do Campus

    NOME: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

    Campus São João da Boa Vista

    SIGLA: IFSP - SBV

    CNPJ: 10.882.594/0010-56

    ENDEREÇO: Avenida Marginal, 585 - Bairro Fazenda Nossa Senhora Aparecida do

    Jaguari

    CEP: 13871-298

    TELEFONES: (19) 3634 1100;

    PÁGINA INSTITUCIONAL NA INTERNET: www.ifsp.edu.br/saojoaodaboavista

    ENDEREÇO ELETRÔNICO: [email protected]

    DADOS SIAFI: UG: 158346

    GESTÃO: 26439

    AUTORIZAÇÃO DE FUNCIONAMENTO: Portaria MEC no 1715/06 de 20 de outubro de

    2006. (Publicação no DOU, 27/11/2006).

    http://189.108.236.229/internet/mailto:[email protected]

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    1.2. Identificação do Curso

    Curso: Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química

    Câmpus SBV

    Trâmite Atualização

    Forma de oferta Presencial

    Início de funcionamento do curso 1º/2017

    Resolução de Aprovação do Curso no

    IFSP CONSUP nº 123/2016

    Resolução de Reformulação do Curso no

    IFSP -

    Parecer de Atualização -

    Portaria de Reconhecimento do curso -

    Turno Noturno

    Vagas semestrais -

    Vagas Anuais 40

    Nº de semestres 8

    Carga Horária

    Mínima Obrigatória 3.232,9 horas

    Carga Horária Optativa zero

    Carga Horária Presencial 3232,9 horas

    Carga Horária a Distância Não se aplica

    Duração da Hora-aula 50 minutos

    Duração do semestre 20 semanas

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    1.3.Missão

    Consolidar uma práxis educativa que contribua para a inserção social, a formação

    integradora e a produção do conhecimento.

    1.4. Caracterização Educacional

    A Educação Científica e Tecnológica ministrada pelo IFSP é entendida como um conjunto

    de ações que buscam articular os princípios e aplicações científicas dos conhecimentos

    tecnológicos à ciência, à técnica, à cultura e às atividades produtivas. Esse tipo de formação

    é imprescindível para o desenvolvimento social da nação, sem perder de vista os interesses

    das comunidades locais e suas inserções no mundo cada vez definido pelos conhecimentos

    tecnológicos, integrando o saber e o fazer por meio de uma reflexão crítica das atividades da

    sociedade atual, em que novos valores reestruturam o ser humano. Assim, a educação

    exercida no IFSP não está restrita a uma formação meramente profissional, mas contribui

    para a iniciação na ciência, nas tecnologias, nas artes e na promoção de instrumentos que

    levem à reflexão sobre o mundo, como consta no PDI institucional.

    1.5. Histórico Institucional

    O primeiro nome recebido pelo Instituto foi o de Escola de Aprendizes e Artífices de

    São Paulo. Criado em 1910, inseriu-se dentro das atividades do governo federal no

    estabelecimento da oferta do ensino primário, profissional e gratuito. Os primeiros cursos

    oferecidos foram os de tornearia, mecânica e eletricidade, além das oficinas de carpintaria e

    artes decorativas.

    O ensino no Brasil passou por uma nova estruturação administrativa e funcional no

    ano de 1937 e o nome da Instituição foi alterado para Liceu Industrial de São Paulo,

    denominação que perdurou até 1942. Nesse ano, através de um Decreto-Lei, introduziu-se a

    Lei Orgânica do Ensino Industrial, refletindo a decisão governamental de realizar profundas

    alterações na organização do ensino técnico.

    A partir dessa reforma, o ensino técnico industrial passou a ser organizado como um

    sistema, passando a fazer parte dos cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação. Um

    Decreto posterior, o de nº 4.127, também de 1942, deu-se a criação da Escola Técnica de

    São Paulo, visando a oferta de cursos técnicos e de cursos pedagógicos.

    Esse decreto, porém, condicionava o início do funcionamento da Escola Técnica de

    São Paulo à construção de novas instalações próprias, mantendo-a na situação de Escola

    Industrial de São Paulo enquanto não se concretizassem tais condições. Posteriormente, em

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    1946, a escola paulista recebeu autorização para implantar o Curso de Construção de

    Máquinas e Motores e o de Pontes e Estradas.

    Por sua vez, a denominação Escola Técnica Federal surgiu logo no segundo ano do

    governo militar, em ação do Estado que abrangeu todas as escolas técnicas e instituições de

    nível superior do sistema federal. Os cursos técnicos de Eletrotécnica, de Eletrônica e

    Telecomunicações e de Processamento de Dados foram, então, implantados no período de

    1965 a 1978, os quais se somaram aos de Edificações e Mecânica, já oferecidos.

    Durante a primeira gestão eleita da instituição, após 23 anos de intervenção militar,

    houve o início da expansão das unidades descentralizadas – UNEDs, sendo as primeiras

    implantadas nos municípios de Cubatão e Sertãozinho.

    Já no segundo mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso, a instituição

    tornou-se um Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET), o que possibilitou o

    oferecimento de cursos de graduação. Assim, no período de 2000 a 2008, na Unidade de São

    Paulo, foi ofertada a formação de tecnólogos na área da Indústria e de Serviços, além de

    Licenciaturas e Engenharias.

    O CEFET-SP transformou-se no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de

    São Paulo (IFSP) em 29 de dezembro de 2008, através da Lei nº11.892, tendo como

    características e finalidades: ofertar educação profissional e tecnológica, em todos os seus

    níveis e modalidades, formando e qualificando cidadãos com vistas na atuação profissional

    nos diversos setores da economia, com ênfase no desenvolvimento socioeconômico local,

    regional e nacional; desenvolver a educação profissional e tecnológica como processo

    educativo e investigativo de geração e adaptação de soluções técnicas e tecnológicas às

    demandas sociais e peculiaridades regionais; promover a integração e a verticalização da

    educação básica à educação profissional e educação superior, otimizando a infraestrutura

    física, os quadros de pessoal e os recursos de gestão; orientar sua oferta formativa em

    benefício da consolidação e fortalecimento dos arranjos produtivos, sociais e culturais locais,

    identificados com base no mapeamento das potencialidades de desenvolvimento

    socioeconômico e cultural no âmbito de atuação do Instituto Federal; constituir-se em

    centro de excelência na oferta do ensino de ciências, em geral, e de ciências aplicadas, em

    particular, estimulando o desenvolvimento de espírito crítico, voltado à investigação

    empírica; qualificar-se como centro de referência no apoio à oferta do ensino de ciências nas

    instituições públicas de ensino, oferecendo capacitação técnica e atualização pedagógica aos

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    docentes das redes públicas de ensino; desenvolver programas de extensão e de divulgação

    científica e tecnológica; realizar e estimular a pesquisa aplicada, a produção cultural, o

    empreendedorismo, o cooperativismo e o desenvolvimento científico e tecnológico;

    promover a produção, o desenvolvimento e a transferência de tecnologias sociais,

    notadamente as voltadas à preservação do meio ambiente.

    Além da oferta de cursos técnicos e superiores, o IFSP – que atualmente conta com

    37 campus e 1 Núcleo Avançado– contribui para o enriquecimento da cultura, do

    empreendedorismo e cooperativismo e para o desenvolvimento socioeconômico da região

    de influência de cada campus. Atua também na pesquisa aplicada destinada à elevação do

    potencial das atividades produtivas locais e na democratização do conhecimento à

    comunidade em todas as suas representações.

    1.6. Histórico do Campus e sua caracterização

    Em São João da Boa Vista, a área doada à Municipalidade pelos empresários Paulo

    Roberto Merlin e Flávio Augusto do Canto possibilitou a construção da escola de educação

    profissional pelo Ministério da Educação, através do Programa de Expansão da Educação

    Profissional e Tecnológica –PROEP. O projeto resultou na edificação da unidade de ensino do

    Centro de Educação Profissional de São João da Boa Vista – CEPRO. A inauguração do CEPRO

    foi em 11 de dezembro de 2004.

    A partir da expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e

    Tecnológica, a unidade de ensino do CEPRO foi federalizada, reconhecida por reunir todas as

    condições necessárias para inclusão no projeto nacional dos Centros Federais de Educação

    Tecnológica, os CEFETs. Assim, no dia 13 de abril de 2006, em cerimônia realizada na cidade

    de Salto – SP, o prefeito Nelson Nicolau, juntamente com prefeitos de outros municípios,

    assinou com o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, os Termos de

    Compromisso para transferência de convênios entre as instituições de segmento

    comunitário e o CEFET.

    Com aprovação da Lei Municipal nº 1.934, de 16 de novembro de 2006, e da Portaria

    Ministerial nº. 1.715, de 20 de outubro de 2006, o CEPRO cedeu lugar para o Centro Federal

    de Educação Tecnológica de São Paulo/CEFET-SP, cuja missão era o de “ser agente no

    processo de formação de cidadãos capacitados e competentes para atuarem em diversas

    profissões, pesquisas, difusão de conhecimentos e processos que contribuam para o

    desenvolvimento tecnológico, econômico e social da nação”.

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    Na Unidade de Ensino Descentralizada de São João da Boa Vista, o CEFET-SP iniciou

    suas atividades no Município a partir de janeiro de 2007 com o objetivo de se tornar um

    centro de referência de educação técnica e tecnológica profissional pública gratuita na

    região leste do Estado de São Paulo. A partir da Lei Federal nº. 11.892, de 29/12/2008, foram

    criados os Institutos Federais e seus campus, equiparados às universidades federais,

    resultando assim na transformação dos CEFETs em campus do Instituto Federal de Educação,

    Ciência e Tecnologia de São Paulo.

    O Câmpus São João da Boa Vista está instalado numa área total

    de 71.940,05 m², sendo 8.059,50 m² de área construída, contando com 1.084 alunos

    matriculados e ativos no primeiro semestre de 2019, segundo dados do Sistema Unificado

    de Administração Pública (SUAP) em 30/04/2019.

    O campus oferece os cursos superiores de Engenharia de Controle de Automação

    (início no 1º semestre de 2013), Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Física

    (início no 1º semestre de 2017), Licenciatura em Ciências Naturais: Habilitação em Química

    (início no 1º semestre de 2017), Bacharelado em Ciência da Computação (início no 1º

    semestre de 2019), Tecnologia em Eletrônica Industrial (início no 2º semestre de 2008 e

    atualmente em fase de extinção não ofertando vagas novas desde 2014), Tecnologia em

    Sistemas para Internet (início no 2º semestre de 2010 e Tecnologia em Processos Gerenciais

    (início no 1º semestre de 2017) e os cursos de pós-graduação Lato Sensu em

    Desenvolvimento de Aplicações para Dispositivos Móveis (início no 2º semestre de 2014) e

    em Informática na Educação (início no 2º semestre de 2015). Além desses, oferece cursos

    técnicos de nível médio concomitante e subsequente de Administração (início no 2º

    semestre de 2014), Automação Industrial (início no 2º semestre de 2007), Informática para

    Internet (início no 1º semestre de 2007), Manutenção e Suporte em Informática (início no 1º

    semestre de 2014), Química (início no 1º semestre de 2012) e, ainda, cursos técnicos

    integrados ao ensino médio de Informática e de Eletrônica.

    Desde 2009, por meio do Programa Escola Aberta Técnica do Brasil (e-Tec Brasil

    /MEC), o Câmpus São João da Boa Vista tem ofertado cursos técnicos a distância. A

    modalidade de ensino a distância vem sendo estruturada com o objetivo de ampliar os

    horizontes institucionais, possibilitando a diversificação da oferta de cursos e a formação

    continuada de seus servidores por meio dessa promissora modalidade de ensino,

    priorizando a inclusão social pelo diálogo transformador e renovador com a sociedade.

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

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    Nessa modalidade, o Câmpus São João oferece o curso Técnico em Informática para Internet

    subsequente ao Ensino Médio (início no 2º semestre de 2009). Os alunos são oriundos dos

    polos Araraquara, Barretos, Franca, Guaira, Itapevi, Itapetininga, Jaboticabal, São João da

    Boa Vista, Serrana e Tarumã. Na modalidade de ensino a distância, com o projeto Pro

    Funcionário, o Câmpus São João da Boa Vista oferece o curso Técnico em Multimeios

    Didáticos (início no 2º semestre de 2012). O programa visa a formação dos funcionários de

    escola, em efetivo exercício, em habilitação compatível com a atividade que exerce na

    escola.

    Em 2012, o campus ofereceu cursos por meio do Pronatec – Programa Nacional de

    Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Entre os objetivos do programa, ressalta-se o de

    expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional técnica de

    nível médio e de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional

    presencial e a distância. Os cursos oferecidos foram os de Operador de Computadores,

    Desenhista Mecânico, Cadista para a Construção Civil e Montagem e Manutenção de

    Computadores, com um total de 124 alunos capacitados.

    O corpo docente é composto por 72 professores, em suas respectivas áreas de

    atuação acadêmica, enquanto o corpo técnico administrativo possui 47 servidores,

    responsáveis pelas ações que possibilitam e mantêm o funcionamento do campus.

    2. JUSTIFICATIVA E DEMANDA DE MERCADO

    São João da Boa Vista é a cidade-sede da Região de Governo (RG) a qual engloba 14

    municípios estando vinculada à Região Administrativa (RA) de Campinas, a qual totaliza 90

    municípios. O município de São João da Boa Vista, de acordo com os dados da pesquisa de

    2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está localizada na encosta

    ocidental da Serra da Mantiqueira (Zona Fisiográfica Cristalina no Norte), cujas coordenadas

    cartográficas são Latitude Sul: 21o58’ / Longitude: W. GR: 46o 48’. Com 83.639 habitantes,

    possui 19% de sua população em idade escolar. A microrregião de São João da Boa Vista (RG)

    possui uma população de 473.641 habitantes em uma área total de 5.429,437 km², fazendo

    divisa com as microrregiões paulistas de Pirassununga, Amparo e Ribeirão Preto, além das

    microrregiões mineiras de Poços de Caldas e São Sebastião do Paraíso.

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    14

    Segundo o censo da educação básica de 2015 (INEP, 2015), o munícipio de São João

    da Boa Vista possui 20 escolas que ofertam as séries finais do ensino fundamental para um

    total de 170 turmas e 17 escolas de ensino médio que atendem a 103 turmas. Se somarmos

    as escolas dos demais municípios da Região de Governo (RG) temos um total de 187 escolas

    atendendo a 1440 turmas entre séries finais do ensino fundamental e ensino médio. A

    Tabela 1 apresenta, de forma mais detalhada o número de escolas e de turmas de ensino

    fundamental –série finais – e ensino médio na Região de Governo de São João da Boa Vista.

    Este cenário demonstra o potencial de mercado de trabalho para os futuros licenciados.

    Tabela 1. Número de escolas e turmas de Ensino Fundamental - séries finais - e Ensino Médio na Região

    de Governo de São João da Boa Vista

    A falta de professores para a educação básica tem sido, historicamente, um problema

    nacional o qual contribui para a desqualificação da escola pública. Um levantamento do

    Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), de 2003, apontava que para o

    atendimento da demanda de alunos daquele ano seriam necessários 235 mil professores no

    ensino médio e 475 mil nas turmas de 5ª a 8ª série, totalizando 710 mil docentes. Como o

    total de docentes era de apenas 457 mil, já havia, naquela época, uma grande defasagem

    quantitativa de docentes – sem falar dos problemas decorrentes da falta de qualidade

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    15

    apresentada por muitos cursos de formação inicial de professores. Na tentativa de corrigir

    esse problema o Ministério da Educação MEC e as Secretaria de Ensino dos Estados,

    implantaram diversos programas de incentivo a formação inicial e continuada de

    professores.

    Dentre as áreas com maior escassez se encontra a área de Ciências Naturais, tanto do

    ensino fundamental quanto do médio. Especificamente em Ciências do Ensino Fundamental,

    além da escassez, outro problema apontado pelo estudo do INEP era que a formação desses

    professores se restringia ao âmbito das Ciências Biológicas, o que causava deficiências no

    ensino de Física e Química. Daí a preocupação que se tem ao justificar a escolha pela

    proposição de uma licenciatura em Ciências Naturais com habilitação em Química, uma vez

    que a mesma se propõem a fornecer sólida formação na área de ciências naturais para a

    atuação do ensino fundamental II e com habilitação em Química para atuar no ensino

    médio.

    Dados do censo escolar 2013 aponta para uma enorme demanda por professores

    licenciados em Física. Segundo o INEP (INEP.MEC,2013) seriam necessários,

    aproximadamente, 13.000 professores com formação específica em Física em jornada de 40

    horas semanais para atender a atual demanda.

    A carência regional de um curso de Licenciatura, que seja, ao mesmo tempo,

    multidisciplinar, presencial e de média duração (8 semestres), justifica o nosso pleito pela

    implantação do curso de Licenciatura em Ciências Naturais. Segundo dados do MEC, existe,

    na região de São João da Boa Vista um curso de Licenciatura em Química e outro de

    Licenciatura em Física, ambos ofertados por instituições de ensino superior particulares.

    No que tange ao aspecto multidisciplinar, o curso de licenciatura que ora propomos

    não só capacita e habilita o futuro profissional a atuar como professor da disciplina Ciências,

    no ensino fundamental, como também permitirá a sua habilitação no conteúdo específico de

    Física para atuação no ensino médio.

    No que diz respeito à procura dos estudantes pela carreira do Magistério, as últimas

    décadas não foram promissoras. A violência nas escolas, associada aos baixos salários dos

    professores e a falta de incentivo às licenciaturas nas mais diversas áreas, fez com que

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    16

    cursos voltados à formação inicial de professores – mesmo se analisarmos apenas no

    município de São João da Boa Vista – fechassem suas portas.

    Contudo, no início desta década, um programa do Governo Federal, denominado

    Pró-docente, passou a incentivar a criação de novos cursos de licenciatura e a fomentar a

    divulgação das ciências por meio da realização de simpósios, financiamento de projetos e

    pagamentos de diárias aos professores que trabalham nos cursos de formação inicial de

    professores.

    Nos últimos doze anos, o processo de expansão da educação superior1 brasileira

    constituiu-se por entremeio a políticas educacionais imbricadas à mercantilização e

    transnacionalização da educação, atendendo à lógica do capital. Tal contexto conduziu o

    Brasil a um cenário de desigualdade e injustiça2 tendo em vista que cerca de 11% das

    instituições de educação superior brasileiras são públicas e 89% privadas (INEP/MEC, 2008).

    Nesse aspecto, com a participação da iniciativa privada, a educação superior voltou-se, em

    grande medida, às expectativas, anseios e necessidades do mercado e, “em função da

    inexistência de marco legal estável, vive uma expansão caótica e um processo crescente de

    desnacionalização” (MEC/PDE, 2010, p.25).

    1 Consideram-se como instituições públicas as de âmbito federal, estadual e municipal que pertencem aos

    sistemas federal e estadual de Educação. Conforme determina o artigo 19 da Lei 9.394/96, as instituições de

    ensino dos diferentes níveis são administrativamente classificadas como: 1. Públicas – criadas, incorporadas,

    mantidas ou administradas pelo Poder Público; 2. Privadas – administradas e/ou mantidas por pessoas físicas ou

    jurídicas de direito privado. O artigo 20 da mesma lei prevê que as instituições privadas de ensino sejam

    enquadradas em quatro categorias: 1. Particulares (em sentido estrito) – entendidas as que são instituídas e

    mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as características

    dos incisos abaixo; 2. Comunitárias – as instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas

    jurídicas, inclusive cooperativas de professores e alunos que incluam na sua entidade mantenedora

    representantes da comunidade; 3. Confessionais – as instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou

    mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso

    anterior; 4. – Filantrópicas; todas na forma da lei. 2 O processo de globalização provoca reflexões sobre o entendimento relativo às responsabilidades sociais

    individuais e coletivas, principalmente, as específicas do Estado. Em um período suplantado pela lógica e

    princípios do mercado, ainda se exige uma melhor compreensão sobre as funções públicas. Em contexto

    contraditório ao que vivemos, a educação superior pode ser considerada como a principal responsável pela

    melhora social. Inúmeras questões, atualmente, preocupam responsáveis e gestores dos sistemas de ensino – em

    especial, do superior – por sua imprescindibilidade em qualquer iniciativa que vise o desenvolvimento

    econômico, social e humano. Assim, uma das questões que preocupa o Brasil e que está relacionada ao reduzido

    número de estudantes da educação superior, pode ter provocado, na última década, um conjunto de situações que

    merece atenção (LONGHI et al., 2010).

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    17

    Conforme afirma Altbach (apud MOROSINI, 2006, p. 112),

    [...] esse predomínio da transnacionalização, (...), do capitalismo acadêmico, muitas vezes denominado turbocapitalismo, corre-se o risco de ser consolidada a era neocolonialista na educação superior. Uma era de poder e influência, na qual corporações multinacionais, conglomerados de mídia e grandes universidades procuram dominar

    o mercado do conhecimento não só por razões políticas e ideológicas, mas (...) por ganhos comerciais.

    Diante do exposto, em contrapartida a esse cenário, cabe à educação superior

    pública atuar na perspectiva da redução das desigualdades referentes ao acesso e

    permanência na educação superior na tentativa de se “aumentar expressivamente o

    contingente de estudantes de camadas sociais de menor renda na universidade pública”

    (MEC, 2010, p.27). No entanto, esse movimento para a mudança, que “visa à promoção da

    inclusão social pela educação” (MEC, 2010, p.25) apresenta uma trajetória recente, mas

    importante para que se possa refletir o porquê da necessidade dessa transformação, que

    culminou com a criação de novas instituições públicas federais, inclusive a UFFS e, por

    consequência, o Curso de Licenciatura em Ciências Naturais, voltado à formação de

    professores para a educação básica.

    Nessa perspectiva, como dito, num passado recente, a educação superior pública, no

    que diz respeito ao número de instituições, ficou praticamente estagnada no período entre

    1996 a 1999, com um decréscimo no período de 2000 a 2003. No entanto, em 2004 observa-

    se o início de uma importante e significativa elevação no número de instituições públicas

    desencadeada pelas políticas educacionais voltadas à educação superior em consonância

    com as diretrizes de expansão, metas e ações do Plano Nacional de Educação (PNE) que

    expressa que “há necessidade da expansão das universidades públicas para atender à

    demanda rescente dos alunos, sobretudo os carentes, bem como ao desenvolvimento da

    pesquisa necessária ao País, que depende dessas instituições”. O gráfico da figura 1 ilustra

    esse cenário:

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    Figura 1. Número de Instituições de Ensino Superior (IES) por categoria administrativa (pública e

    privada) no Brasil, no período de 1996 a 2008 (Fonte: INEP. Sinopse Estatística do Ensino Superior de

    Graduação, 2010).

    Paralelamente, observa-se que, nos últimos anos, o número de vagas na educação

    superior cresceu exponencialmente, em especial no setor privado (MEC, 2010). Esse

    crescimento conduziu esse setor a uma crise sem precedentes em função da ociosidade e do

    esgotamento da capacidade do aluno em pagar as mensalidades. Paralelamente, o sistema

    de qualidade implantado em função da Lei 10.861, de 14 de abril de 20043, passou a exigir

    mais investimentos para manter a qualidade exigida constitucionalmente. Deste modo, se

    por um lado a educação superior privada expandiu-se, por outro, diminuíram os

    investimentos em qualidade. Tal cenário conduziu as políticas públicas a resgatar o papel da

    educação superior pública, gratuita e de qualidade (FERREIRA, 2010), mediante a “expansão

    da oferta de vagas, a garantia da qualidade, a promoção da inclusão social, a ordenação

    territorial e o desenvolvimento econômico e social” (PDE, 2005).

    3 A Lei 10.861/04 alterou de modo profundo a lógica de avaliação da educação superior, introduzindo, entre

    outros tópicos, o Exame Nacional de Avaliação da Educação Superior (ENADE) e a Comissão Própria de

    Avaliação (CPA). Com essa lei, o Governo se preocupa, até certo ponto, com a qualidade de ensino, e acena com

    a possibilidade de excluir, de seu sistema educacional, instituições e cursos cujos alunos não apresentem bom

    desempenho no citado exame.

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    A tabela 2 relaciona a educação superior pública e privada, no que diz respeito ao

    número de alunos matriculados no período de 1996 a 2008:

    A tabela 2 informa que, o número de matrículas nas instituições públicas, em 1996,

    representava 40% (contra 60% nas privadas). De 1996 a 2008, acentuou-se o crescimento do

    setor privado4; e, em 2008, 74% de matrículas contra apenas 26% do setor público.

    Cabe salientar que, nesse cenário, atualmente, há ações sendo executadas via

    políticas públicas que se esforçam para reverter esse quadro de injustiça social, como o

    Programa Universidade para Todos, ProUni, criado pela Lei n° 11.096, de 13 de janeiro de

    2005, com a “finalidade de conceder bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de

    graduação e sequenciais de formação específica, em instituições privadas de educação

    superior”.

    Desde a sua criação até 2010, o ProUni atendeu 704 mil estudantes, ofertando bolsas

    integrais a 70% destes (PROUNI/MEC, 2010). Somem-se a essas ações, os Planos de

    4 A Constituição Federal de 1988 retirou do Estado o poder de concessão sobre o sistema privado de ensino, passando este a obedecer regime próprio de autorização e avaliação de qualidade (art. 209, inciso II, CR/88). Com isso, instituiu-se a coexistência de instituições públicas e privadas de educação, desde que estas se dispusessem a

    obedecer as diretrizes da educação nacional (art. 22, inciso XXIV, CR/88) e se submetessem às imposições normativas da autorização e da avaliação de qualidade do Poder

    Público (art. 209 CR/88). Dessa forma, constatou-se o ordenamento jurídico que reconheceu a liberdade de ensino, sob o crivo de um Estado que controlaria o sistema

    educacional por atos administrativos regulatórios, na qualidade de um serviço de utilidade pública (GOMES, 2009, p. 281).

    Tabela 2. Número de matrículas por categoria administrativa (pública e privada) no Brasil, no

    período de 1996 a 2008 (Fonte: INEP. Sinopse Estatística do Ensino Superior de Graduação, 2010).

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    Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI5 - a Universidade Aberta do

    Brasil e a expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica. Tais medidas

    ampliam significativamente o número de vagas na educação superior, contribuindo para o

    cumprimento de uma das metas do Plano Nacional de Educação, que trouxe para o sistema

    educacional, um terço dos jovens entre 18 e 24 anos.

    O processo de interiorização das licenciaturas, implantando-as em locais distantes

    dos grandes centros, foi uma reação ao processo de centralização das universidades (da

    década de 1980) que levou ao aprofundamento das injustiças sociais. Atualmente, um

    conjunto de ações estatais em prol do processo de expansão/interiorização da educação

    superior, pode ser de grande relevância para a implantação de um curso de licenciatura

    deste porte em nosso câmpus. Nesse sentido, a missão do IFSP – SBV deve se orientar pela

    promoção do desenvolvimento regional integrado, condição essencial para a permanência

    de cidadãos graduados nesta região, colaborando assim para o seu posterior

    desenvolvimento econômico, social e político.

    Decorrente de políticas públicas implementadas nos últimos anos por um conjunto

    de esforços advindos da sociedade, o IFSP, como instituição pública, gratuita e de qualidade,

    manifesta seu compromisso social – por meio de seu Plano de Desenvolvimento Institucional

    (PDI) – não apenas revela a aptidão do instituto em atender às diretrizes da Política Nacional

    de Formação de Professores do Ministério da Educação estabelecidas pelo Decreto-lei

    n° 6.755, de 29 de janeiro de 2009, como também soma esforços para que esse projeto seja

    disseminado a outras regiões pela formação inicial de docentes voltados ao ensino na

    educação básica, tanto por seu número quanto pela qualidade de sua formação.

    Em relação ao número de docentes, o pesquisador Dilvo Ristoff em seu trabalho

    intitulado “Demanda de docentes em cursos de licenciatura” (Capes/MEC, 2005), se refere à

    demanda de docentes para a educação básica no Brasil e informa que, naquele ano, existiam

    5 A meta do REUNI é dobrar o número de alunos nos cursos de graduação até 2018 ao permitir o ingresso de 680

    mil alunos a mais nestes cursos. Em sua formulação, o Reuni tem como principais objetivos: garantir as

    universidades as condições necessárias para a ampliação do acesso e permanência na educação superior;

    assegurar a qualidade por meio de inovações acadêmicas; promover a articulação entre os diferentes níveis de

    ensino, integrando a graduação, a pós-graduação, a educação básica e a educação profissional e tecnológica; e

    otimizar o aproveitamento dos recursos humanos e da infraestrutura das instituições federais de educação

    superior. O Reuni também elencou como principais metas a serem cumpridas em um prazo de cinco anos (desde

    sua implantação, em 2007): 1. Aumento mínimo de 20% nas matrículas de graduação; 2. Elevação gradual da

    relação aluno/professor para um patamar de 18 alunos para cada professor; 3. Elevação gradual da taxa de

    conclusão média dos cursos de graduação presenciais (MEC/REUNI, 2010).

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    1.049.099 docentes em exercício, para uma demanda hipotética de 725.991 docentes. Com

    isso, ele mostrava que:

    [...] há mais professores atuantes em todas as disciplinas da educação básica do que a demanda hipotética projetada para o seu atendimento (há 323.108 docentes em exercício a mais do que a demanda estimada para o ensino fundamental (sexto ao nono anos) e médio, o que equivale a uma oferta de docentes 44% acima da demanda) (RISTOFF, 2005).

    No entanto, quando considerada a demanda hipotética por disciplina, revelou-se a

    falta de professores em praticamente todas as áreas. Essa realidade ocorre, pois há muitos

    docentes que atuam em outros espaços da escola, ou, ainda, que ministram disciplinas sem

    habilitação específica. O mesmo estudo revela, entretanto, a existência de uma grande

    carência de professores em disciplinas específicas do ensino médio e fundamental.

    Segundo Ristoff (2005, p.50):

    [...] em Física e Química, mesmo que todos os licenciados nos últimos vinte e cinco anos exercessem a profissão de professor do ensino médio, ainda assim seria impossível atender à demanda de docentes para estas disciplinas. Em Física, a demanda atual é aproximadamente três vezes superior ao número de licenciados, (...) [enquanto na Química é de] mais de duas vezes.

    Assim, a partir desse cenário constata-se que, “em todas as áreas, inclusive em Física

    e Química, o número de licenciados é consideravelmente maior do que o número de

    professores licenciados atuantes, indicando forte evasão profissional apesar da grande

    disponibilidade de postos de trabalho” (RISTOFF, 2005, p.51).

    Nesse sentido, o curso de Licenciatura em Ciências Naturais: Habilitação em Química

    proposto pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, oferecido

    no Câmpus de São João da Boa Vista vem atender a essa demanda, orientando-se pela

    perspectiva da Política Nacional de Formação de Professores e, portanto, como parte do

    processo de reação ao quadro de injustiça social na educação superior. O Curso de

    Licenciatura em Ciências Naturais: Habilitação em Química edifica-se por meio da via do

    compromisso social, ao criar novas possibilidades de superação de problemas e desafios

    sociais e na educação básica, contribuindo para a abertura de um novo caminho, que

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

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    transcenda o “esgotamento de tudo o que uma escola de educação básica possa oferecer

    aos seus alunos” (Res. CNE/CP n° 1/2002).

    Em outros termos, o Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: Habilitação em

    Química constitui-se em possibilidade de formar professores a partir da constituição de

    competências objetivadas na educação básica, que contemple “diferentes âmbitos do

    conhecimento do professor, cujo papel é comprometer-se com a sociedade [e] a

    democracia”. (Res. CNE/CP n° 1/2002). Assim, essa é a relação que se pode, de forma geral,

    delinear entre o Projeto Político Pedagógico deste instituto (PPP-IFSP) e o Projeto

    Pedagógico de Curso (PPC) da Licenciatura em Ciências Naturais: Habilitação em Química, a

    ser oferecido no Câmpus de São João da Boa Vista.

    Ao instalar, nessa região, a Licenciatura em Ciências Naturais: Habilitação em

    Química, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Câmpus de São

    João da Boa Vista orienta-se pela responsabilidade estatal de desenvolver uma escola

    pública que interaja com a sociedade, preparando seus cidadãos para a cidadania e para o

    trabalho. Nesse sentido, a implantação deste curso pode ser encarado como mais um passo

    em direção à construção de uma resposta institucional amparada pela Constituição (1988) e

    pelo Plano Nacional de Educação (2005) na medida em que se harmoniza com a lógica

    presente nos objetivos da República: o de construção de uma sociedade livre, justa e

    solidária, que garanta o desenvolvimento nacional, erradique a pobreza e a marginalização e

    reduza as desigualdades sociais e regionais ao promover o bem de todos, sem preconceitos

    de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

    A implementação da Licenciatura em Ciências Naturais, ora proposta, também enseja

    o atendimento de duas demandas que se avizinham:

    1. A formação social plena de cidadãos, o que se torna possível pela implementação de

    um currículo transdisciplinar e poscolonialista que dinamize o processo de formação

    inicial de professores.

    2. A constituição de uma massa crítica de professores/pesquisadores que desperte o

    interesse profissional dos jovens, o que poderia levar a uma provável diminuição dos

    problemas relacionados à evasão escolar, uma vez que visa à formação de profissionais

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    23

    capacitados e habilitados em educar por meio de agenciamentos próprios aos que se

    encontram inseridos no processo de ensino/aprendizagem.

    A abertura do curso de Licenciatura em Ciências Naturais: Habilitação em Química,

    vem juntar-se aos demais cursos de Licenciatura em Química já ofertados pelo IFSP, nos

    campus de Birigui, Itapetininga, Piracicaba, Registro, São Paulo e Votuporanga, e, também

    se justifica, pelo fato de o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo,

    desde dezembro de 2008, adotar como política institucional o destino de 50% de suas vagas

    para cursos técnicos e, no mínimo, 20% das vagas para cursos de licenciatura, sobretudo nas

    áreas de Ciências (Lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008) Como o Câmpus de São João da

    Boa Vista ainda não possui um curso de formação inicial de professores (licenciatura), esta

    seria uma boa oportunidade de nos aproximarmos de tal objetivo. Cumprida esta meta

    inicial, seria possível oferecer cursos de especialização (lato sensu) e de pós-graduação

    (strictu sensu) nesta mesma área.

    No que tange à força de trabalho, pode-se dizer que a mesma é suficiente para a

    oferta inicial do curso, uma vez que possuiu docentes titulados para este fim; Atualmente,

    contamos com um total de 31 docentes habilitados para trabalhar neste curso.

    Este curso visa atender, a princípio, as demandas sociais de nossa região. Entretanto,

    como o ingresso ao curso será feito por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), ele

    poderá contribuir com o atendimento de demandas sociais de maior segurança, melhor

    qualidade de vida e satisfação pessoal de alunos provenientes das mais diversas regiões do

    país, uma vez que possibilita a formação de profissionais prontos para atender às

    necessidades das escolas de educação básica.

    Ao mesmo tempo, o curso deverá proporcionar desenvolvimento intelectual e

    acadêmico, criando oportunidades para que sejam desenvolvidas competências, habilidades

    e posturas críticas diante da realidade. É importante fomentar e ampliar reflexões acerca de

    questões relativas à formação inicial de professores em Ciências Naturais, notadamente pelo

    fato de a maioria das Instituições de Ensino Superior (IES) ter se dedicado à formação de

    futuros cientistas ou profissionais da área técnica, deixando para segundo plano a vertente

    educacional.

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    24

    A atualização, hora apresentada, vem promover ajustes em aspectos estruturais e

    organizacionais do curso, principalmente quanto a atualização da bibliografia de referência

    básica e complementar, atendendo ao instrução normativa PRE/IFSP nº 001 de 11/02/2019

    das disciplinas, devido a ajustes de disponibilidades de títulos no mercado editorial, a

    utilização de recursos eletrônicos (Biblioteca Virtual Pearson) e atualização de obras, além

    de adequações em sequências de conteúdos didáticos e na melhoria da clareza das ementas

    de algumas disciplinas, fato apresentado pelos docentes que ministraram as mesmas e

    solicitaram tais adequações as quais foram analisadas e autorizadas pelo NDE e Colegiado de

    Curso.

    3. OBJETIVOS DO CURSO

    3.1.Objetivo Geral

    A Licenciatura em Ciências Naturais: Habilitação em Química tem por objetivo geral

    habilitar profissionais que atuem como cidadãos éticos, críticos e responsáveis, cuja principal

    função seja a de construir e disseminar conhecimentos em Ciências Naturais, tanto pela

    educação formal, quanto pela informal, contribuindo para a transformação social por meio

    da disseminação da educação científica e tecnológica. Para tal, o graduado deve estar

    capacitado a ensinar e mediar o desenvolvimento científico e tecnológico de saberes em

    Ciências Naturais, seja no Ensino Fundamental, como educador em Ciências, seja no Ensino

    Médio, como professor de Química.

    3.2.Objetivo(s) Específico(s)

    Entre os objetivos específicos deste curso de Licenciatura em Ciências Naturais:

    Habilitação em Química estão:

    ✓ Fazer com que os alunos compreendam o papel político e social da escola e

    de sua futura profissão;

    ✓ Mostrar que o conhecimento dos processos de investigação possibilita a

    constante reflexão-ação como fundamental ao aperfeiçoamento profissional

    e à prática social;

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    25

    ✓ Favorecer a compreensão da profissão em sua totalidade, para que o

    professor possa atuar multidisciplinarmente, transitando por campos

    específicos do conhecimento e tendo a realidade como ponto de partida;

    ✓ Desenvolver o processo educativo em sua forma plena, baseado na ação

    investigativa, diálogo com o conhecimento sistematizado e na intervenção

    social, constituindo a práxis formativa;

    ✓ Oferecer programas de formação para professores da rede pública de ensino

    fundamental e médio, na forma de cursos de extensão, orientados para o

    desenvolvimento educacional, sociocultural e econômico;

    ✓ Possibilitar aos estudantes a instrumentalização dos saberes como suporte

    científico para a perspectiva de uma formação emancipatória, que possibilite

    a construção de conhecimentos, levando em consideração o(a):

    autogerenciamento de suas atividades, gestão de pessoas, ética presente às

    relações sociais, capacidade empreendedora e interventiva de sua realidade

    social;

    ✓ Levar o aluno a aprender como se dá o processo de produzir, levantar

    dúvidas, pesquisar e de criar relações que incentivem novas buscas,

    descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento, fazendo com

    que o professor se torne um mediador na construção (ou reconstrução) dos

    conhecimentos, para que o aluno possa assim encontrar sentido no que está

    aprendendo;

    ✓ Formar um profissional capaz de lidar com as novas tecnologias, processos de

    inovação e gestão do conhecimento de modo a propiciar a seus alunos um

    ensino dinâmico e integrado às mudanças tecnológicas.

    ✓ Construir e difundir saberes nas áreas das Ciências da Natureza, entendendo-

    os em uma lógica dialética do global com o local, a partir de suas realidades

    concretas, possibilitando que os saberes locais sejam contrapostos aos

    globais, estimulando a criação e o fortalecimento da cultura local, num

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    26

    contexto de relações democráticas e éticas na perspectiva de participação dos

    diversos segmentos da sociedade;

    ✓ Oportunizar avaliações cuja finalidade seja a orientação do trabalho dos

    formadores, a autonomia dos futuros professores em relação ao seu processo

    de ensino/aprendizagem e à qualificação dos profissionais com condições de

    iniciar a carreira.

    ✓ Difundir o comprometimento com os valores inspiradores da sociedade

    democrática, ética e socialmente justa;

    ✓ Apresentar as ciências aos estudantes como sendo o resultado de uma

    construção coletiva da humanidade, e, portanto, de domínio público, levando

    em consideração os saberes e valores de cada indivíduo, visando formar

    cidadãos com identidades próprias, capazes de conviver em um mundo em

    que as diversidades devem ser respeitadas.

    4. PERFIL PROFISSIONAL DO EGRESSO

    O licenciado em Ciências Naturais: habilitação em Química é o profissional que

    planeja, organiza, desenvolve e executa atividades e materiais relacionados à Educação em

    Ciências da Natureza e em Química, em uma perspectiva socioambiental, em ambientes

    formais e não formais de educação. Sua principal atribuição é a docência na Educação

    Básica, que requer sólidos conhecimentos sobre os fundamentos das Ciências da Natureza e

    da Química, sobre seus desenvolvimentos históricos e suas inter-relações com as demais

    áreas do conhecimento; bem como sobre estratégias para transposição do conhecimento

    das Ciências Naturais e da Química, em saber escolar; primando por uma prática reflexiva.

    Além de trabalhar diretamente em sala de aula o licenciado elabora e analisa materiais

    didáticos, como livros, textos, vídeos, programas computacionais, ambientes virtuais de

    aprendizagem, entre outros. Realiza ainda pesquisas em Educação em Ciências e em ensino

    de Química, coordena e supervisiona equipes de trabalho. Em sua atuação, prima pelo

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

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    desenvolvimento do educando, incluindo sua formação ética e cidadã, a construção de sua

    autonomia intelectual e de seu pensamento crítico.

    5. FORMAS DE ACESSO AO CURSO

    Para acesso ao curso superior de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em

    Química o estudante deverá ter concluído o Ensino Médio ou equivalente. O ingresso ao

    curso será por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), de responsabilidade do MEC, e

    processos simplificados para vagas remanescentes, por meio de edital específico, a ser

    publicado pelo IFSP no endereço eletrônico www.ifsp.edu.br. Outras formas de acesso

    previstas são a reopção de curso, a transferência externa, a transferência interna, o ingresso

    de portadores de diplomas de curso superior, além das que possam vir a ser adotadas,

    futuramente, pelo IFSP.

    Serão oferecidas quarenta (40) vagas anuais para o curso de Licenciatura em

    Ciências Naturais: Habilitação em Química em período noturno.

    6. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

    A estrutura Curricular do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: Habilitação em

    Química está planejada para uma carga horária mínima de 3232,9 horas, distribuídas

    conforme especificado:

    • 2.216 (duas mil, duzentas e dezesseis) horas dedicadas às atividades

    formativas estruturadas pelos núcleos definidos nos incisos I e II do Artigo 12

    da Resolução CNE/CP n.º 2/2015;

    • 416,9 (quatrocentas e dezesseis horas virgula nove) horas de prática como

    componente curricular, articulado aos componentes curriculares ao longo de

    todo o curso;

    • 400 horas de estágio supervisionado, articulado aos componentes curriculares

    do curso, que serão 200 horas no ensino de Ciências do ensino fundamental e

    200 horas no ensino de Química do ensino médio;

    • 200 horas de Atividades Teórico-práticas de aprofundamentos.

    http://www.ifsp.edu.br/

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    28

    Durante os cinco primeiros períodos (semestres), o aluno cursa disciplinas relativas à

    formação básica voltadas para o ensino de ciências naturais no ensino fundamental II. Nos

    últimos três semestres, os alunos – obrigatoriamente – cursam as disciplinas relativas à

    formação específica e profissional em Química, que os habilitam para o exercício do

    magistério no ensino médio. As disciplinas de formação pedagógica e de integração

    encontram-se distribuídas em todos os períodos, com o objetivo de possibilitar ao aluno o

    amadurecimento dos conceitos pedagógicos e de compreender a inserção destes conceitos

    nas disciplinas de formação específicas. Por opção do aluno, os estágios poderão ser

    realizados a partir de qualquer momento do curso, porém, recomenda-se que o mesmo seja

    iniciado a partir do quinto período (semestre) visando uma maior integração entre os

    conteúdos estudados e a realização do estágio.

    O curso superior de Licenciatura em Ciências Naturais: Habilitação em Química foi

    estruturado em função das orientações e normas da Lei das Diretrizes e Bases da Educação,

    das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Licenciatura e das Resoluções do

    Conselho Nacional de Educação.

    O princípio para a constituição do currículo foi deduzido em cinco categorias:

    contextualização do conhecimento, prática reflexiva, interdisciplinaridade, homologia de

    processos e os seis eixos delineados e indicados na matriz curricular proposta no parecer da

    Resolução CNE/CP nº 2, datada de 1 de julho de 2015. As aulas previstas, quatro por noite,

    terão duração de 50 minutos, sendo que cada semestre letivo terá duração de 20 semanas.

    Nesse curso poderão ocorrer atividades aos sábados, de modo a garantir a carga horária

    total referente ao curso.

    O currículo do curso visa possibilitar ao aluno, desde o primeiro semestre, o contato

    entre as aplicações práticas e os conceitos apresentados nas disciplinas teóricas. Nos cinco

    semestres iniciais estão previstas disciplinas de formação básica, cuja meta principal é

    colocar em prática técnicas de ensino que estimulem o trabalho em grupo, visando levar o

    discente a compreender a importância deste tipo de estratégia de ensino.

    A ementa das disciplinas foi elaborada de modo a orientar os grupos discentes a

    elaborar um projeto semestral, no qual serão utilizados subsídios fornecidos pelas diversas

    disciplinas que estão sendo oferecidas concomitantemente. Este projeto será retomado a

    cada semestre, ampliado e contribuirá para as discussões a serem levadas a termo durante

    as disciplinas de integração. Deste modo, pretende-se motivar os estudantes a estudar como

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    29

    se dá a integração entre os princípios das áreas relativas às Ciências Naturais e a construir

    atividades que possam levar ao aparecimento de um material didático de cunho

    inter/transdisciplinar. Para isto, o projeto deverá ter o acompanhamento dos docentes do

    NDE, o que poderá ocorre durante as aulas, mas que também poderão ser desenvolvidas

    como atividades de iniciação científica (IC) a serem realizadas durante a graduação.

    As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) proporcionarão a execução de

    atividades à distância, colocando os estudantes em contato com as novas tecnologias de

    informação, proporcionando-lhes conhecimento sobre diversas ferramentas de apoio ao

    ensino, enfoques educacionais diversos e um tipo de atividade que envolva desde a

    confecção do material didático ao processo de avaliação.

    Os componentes curriculares sempre terão pelo menos um docente responsável;

    entretanto, poderão ser convidados palestrantes (professores ou profissionais especialistas)

    para apresentar novos recursos pedagógicos, abordagens de ensino e aplicações de

    tecnologias e equipamentos na área de ensino a distância (EaD), sempre procurando

    apresentar aos alunos princípios a serem estudados no decorrer do curso e sua relação

    destes com a atividade profissional a ser desenvolvidas pelos futuros professores.

    A Iniciação Científica (IC), deve ser estimulada como um instrumento que permite

    introduzir os estudantes na pesquisa científica e de ensino. Nela, o aluno é colocado em

    contato direto com a atividade científica e pedagógica, engajando-o neste ambiente. Nesta

    perspectiva, a IC se caracteriza como um instrumento de formação, de cunho teórico e

    metodológico à realização de um projeto de investigação, constituindo um importante canal

    para a formação de novas concepções.

    O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) dispõe de

    um programa institucional de iniciação científica em funcionamento há, praticamente, uma

    década, no qual são oferecidas bolsas anuais para o desenvolvimento de pesquisas

    acadêmicas. Desde 2007, o IFSP também passou a receber bolsas de iniciação científica

    oferecidas pelo CNPq no programa PIBIC, ampliando ainda mais as possibilidades de

    desenvolvimento de pesquisas na área de ensino e também passou a incentivar os

    professores que ministram aulas nos cursos superiores de licenciatura, por meio do

    Programa de Incentivo à Docência (Prodocente).

    O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) também

    dispõem de bolsas de Programa de bolsa institucional de iniciação à docência (Pibid), o qual

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    30

    possui como meta o incentivo a capacitação docente dos alunos dos cursos de licenciatura

    no IFSP para a Educação Básica.

    6.1 Prática como Componente Curricular (PCC)

    Em conformidade com o artigo 13 da CNEP/CP nº 2, (BRASIL, 2015), a Prática como

    Componente Curricular (PCC) não poderá ficar reduzida a um espaço isolado, que a

    caracterize como estágio, nem desarticulada de todo o curso. Em articulação intrínseca com

    as atividades do trabalho acadêmico e com o estágio Supervisionado, a PCC deve concorrer

    conjuntamente para a formação da identidade do professor como pesquisador e educador.

    A Licenciatura em Ciências Naturais oferece PCC a seus alunos no interior das disciplinas que

    constituem os componentes curriculares de formação, desde o início do curso e não apenas

    nas disciplinas pedagógicas. Desta forma a prática vai permear toda a formação do futuro

    professor, estabelecendo/garantindo assim uma dimensão abrangente e interdisciplinar do

    conhecimento. O eixo norteador da Prática como Componente Curricular é a transposição

    do conteúdo teórico para a prática de ensino, através da análise de materiais didáticos, de

    abordagens de ensino, de tarefas de aprendizagem nas diversas habilidades associadas as

    ciências naturais, do ensino dos diversos aspectos das ciências a partir de uma perspectiva

    comunicativa, e através da elaboração de materiais didáticos que expressem o ensino-

    aprendizagem das ciências da natureza.

    A prática como componente curricular deverá ser vivenciada em diferentes contextos

    de aplicação acadêmico-profissional, desde o início do curso e terá uma carga horária global

    de 416,9 (quatrocentas e dezesseis horas virgula nove), a serem obrigatoriamente cumpridas

    semestralmente ao longo do curso.

    A prática como componente curricular será desenvolvida e contextualizada em

    disciplinas da matriz curricular determinada no Projeto Político Pedagógico do curso superior

    de Licenciatura em Ciências Naturais: Habilitação em Química, conforme indicado na tabela

    3.

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    31

    Tabela 3: Prática como Componente Curricular – Licenciatura em Ciências Naturais –

    Habilitação em Química.

    Prática como Componente Curricular - Habilitação em Química

    Componente Curricular Semestre Carga Horária

    Fundamentos de Química Geral 1º 3,3

    Fundamentos da Física: Mecânica 1º 6,7

    Metodologia do Trabalho Científico 1º 3,3

    Projetos Integradores 1 1º 13,3

    Fundamentos da Citologia e Genética 2º 6,7

    Fundamentos da Física: Termodinâmica 2º 3,3

    Fundamentos da Química: Orgânica e Bioquímica 2º 6,7

    Projetos Integradores 2 2º 23,3

    Práticas Pedagógicas 1 2º 10,0

    Laboratório interdisciplinar Biologia e Física 3º 16,7

    Fundamentos de Anatomia e Fisiologia 3º 6,7

    Fundamentos da Físico-Química 3º 3,3

    Fundamentos da Física: ótica e ondas 3º 3,3

    Projetos Integradores 3 3º 23,3

    Laboratório interdisciplinar Biologia e Química 4º 16,7

    Fundamentos de Botânica 4º 3,3

    Fundamentos da Química: Inorgânica e Geociências 4º 6,7

    Ciências do Ambiente 4º 3,3

    Organização e Funcionamento da Educação 4º 10,0

    Projetos Integradores 4 4º 23,3

    Práticas Pedagógicas 2 4º 23,3

    Laboratório interdisciplinar Física e Química 5º 16,7

    Fundamentos de Zoologia 5º 3,3

    Fundamentos da Física: eletricidade e magnetismo 5º 6,7

    Educação e Direitos Humanos 5º 3,3

    Práticas Pedagógicas 3 5º 10,0

    Projetos Integradores 5 5º 10,0

    Química Inorgânica 6º 6,7

    Química Inorgânica Experimental 6º 3,3

    Química Ambiental 6º 6,7

    Currículos e Metodologias 6º 6,7

    Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) 6º 3,3

    Instrumentação para o Ensino de Ciências 1 6º 16,7

    Química Orgânica 7º 6,7

    Química Orgânica Experimental 7º 6,7

    Química Analítica 7º 6,7

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    32

    Química Analítica Experimental 7º 3,3

    Processos e Instrumentos de Avaliação 7º 16,7

    Instrumentação para o Ensino de Ciências 2 7º 16,7

    Físico-Química 8º 6,7

    Físico-Química Experimental 8º 3,3

    Química Tecnológica 8º 6,7

    Química Aplicada 8º 6,7

    Ciência e Educação – Materiais didáticos 7° 6,7

    Instrumentação para o Ensino de Ciências 3 8º 16,7

    Carga Horária Total 416,9 horas

    O discente deverá realizar, em todos os períodos do curso, a prática como

    componente curricular prevista em cada disciplina. Caso o discente não cumpra a carga

    horária da prática como componente curricular estabelecida em uma disciplina o mesmo

    deverá posteriormente cumprir as horas devidas para integralização total do curso. O

    docente responsável pela disciplina na qual conste a prática como componente curricular

    deverá definir as atividades que caracterizam essa prática e o método de avaliação no Plano

    de Ensino da disciplina. A carga horária total da prática como componente curricular

    definida para cada disciplina deverá ser obtida de acordo com os critérios do docente

    responsável.

    A integralização das atividades de PCC será feita por meio de Formulário da Prática

    como Componente Curricular, o qual será preenchido pelo discente e avaliado pelo docente

    responsável pela disciplina. Uma vez validado a PCC, as horas correspondentes serão

    lançadas no Formulário para Controle de Horas - Prática como Componente Curricular e o

    mesmo deve estar disponível para consulta, a qualquer tempo pelo discentes,

    preferencialmente em meio eletrônico na página do Câmpus, na área destinada ao curso.

    6.2 ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

    O Estágio Curricular Supervisionado é considerado o ato educativo supervisionado

    envolvendo diferentes atividades desenvolvidas no ambiente de trabalho, que visa à

    preparação para o trabalho produtivo do educando, relacionado ao curso que estiver

    frequentando regularmente. Assim, o estágio objetiva o aprendizado de competências

    próprias da atividade profissional e a contextualização curricular, objetivando o

    desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    33

    Para a realização do estágio, deve ser observado o Regulamento de Estágio do IFSP,

    Portaria n. 1.204, de 11 de maio de 2011, elaborado em conformidade com a Lei do Estágio,

    Lei n. 11.788/2008, dentre outras legislações, que sistematizam o processo de implantação,

    oferta e supervisão de estágios curriculares, bem como o Regulamento do Estágio Curricular

    Supervisionado do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais a ser elaborado e implantado

    no primeiro semestre de implantação do curso com aprovação do Colegiado do Curso.

    As atividades de estágio devem atender aos objetivos de cada nível de estágio

    estando articuladas com o correspondente tipo de experiência profissional para o

    desenvolvimento e aperfeiçoamento das respectivas competências voltadas à mobilização

    de conhecimentos, atitudes e valores indispensáveis ao bom desempenho do profissional

    docente.

    Ao Coordenador de Estágio, que no IFSP é atribuição do Coordenador de Extensão do

    Câmpus, compete o apoio na implantação e consolidação de ações ou convênios que

    promovam integração com as escolas de educação básica das redes públicas de ensino. É

    também de sua incumbência controlar e vistoriar os documentos e relatórios de estágio.

    O acompanhamento das vivências de situações concretas de ensino trazidas pelo

    licenciando ou encaminhadas pelo professor, bem como a orientação para a busca de

    soluções das situações-problema enfrentadas, requerem reflexão teórica das questões

    envolvidas, tornando-se, portanto, pertinentes às reuniões com o orientador.

    A orientação das atividades de estágio supervisionado deverá promover discussões

    inerentes ao processo de ensino e aprendizagem em todas as suas dimensões. Em particular,

    que o estudante analise criticamente as aulas observadas, bem como das possíveis

    intervenções realizadas, com o intuito de compreender as possibilidades de incorporar

    elementos de sua reflexão ao trabalho como professor comprometido com a tríade reflexão-

    ação-reflexão.

    Desta forma, buscamos atender ao princípio exposto no Parecer CNE 09/2001, que é

    enfático quanto à forma de acompanhamento do estágio: “(...) o estágio não pode ficar sob

    a responsabilidade de um único professor da escola de formação, mas envolve

    necessariamente uma atuação coletiva dos formadores”.

    A orientação dos estudantes-estagiários pelos professores durante o estágio

    supervisionado é considerada uma atividade de docência. Ela pode acontecer em dois

    momentos distintos:

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    34

    • coletivamente: a partir de propostas de discussões, seminários, abordagem

    teórica de temas constantes do currículo de Ciências e Química;

    • individualmente: a partir da leitura, acompanhamento e discussão dos

    registros de estágio do estudante com o orientador.

    Para a conclusão do estágio supervisionado, o estudante deverá elaborar um

    relatório final que sintetize seu amadurecimento profissional ao longo da experiência e a

    contribuição dos estágios para a sua função de professor.

    6.2.1 Organização do Estágio Curricular Supervisionado

    A distribuição da carga horária para a realização do Estágio Curricular Supervisionado

    nos cursos de Licenciaturas do IFSP - Campus São João da Boa Vista atende tanto à Lei

    Federal 11.788, de 25 de setembro de 2008, como também à Lei 9.394/96 de Diretrizes e

    Bases da Educação Nacional (LDB), além da Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015, e

    o previsto no Projeto Político Pedagógico do Curso (PPC). Assim, o Estágio Curricular

    Supervisionado deve ocorrer a partir do 5º semestre do curso conforme previsto no Of.

    Circular nº 10/2016 - Consultas Resolução CP nº 2/2015, totalizando 400 horas de

    atividades, sendo 200 horas de estágio no Ensino Fundamental II (6º ano ao 9º ano) e 200

    horas de estágio no Ensino médio respectivamente, nas disciplinas de Ciências, para o

    ensino fundamental II e Química para o ensino médio.

    Sugere-se que o aluno realize o estágio em, no mínimo, 3 (três) instituições de ensino

    diferentes. Não será permitida a realização integral das horas de estágio em instituições

    privadas em ambos os níveis de ensino (Ensino Fundamental II e Ensino Médio). O estagiário

    não poderá ultrapassar 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais de estágio. Em

    casos de estágio no próprio IFSP - Campus São João da Boa Vista, será permitida a realização

    de até 50% das horas totais referentes ao Ensino Médio.

    Ainda, de acordo com os PPC dos cursos de Licenciaturas, o estágio supervisionado

    deverá ter sua carga horária distribuída entre atividades de observação, participação e

    regência.

    Tendo em vista a diversidade de atividades relacionadas ao ensino e buscando propiciar

    as mais variadas experiências ao(a) estagiário(a), possibilitando uma percepção geral e

    reflexão sobre o ambiente escolar, o estágio obrigatório supervisionado no curso de

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    35

    Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química do IFSP - Campus São João da Boa

    Vista prevê três etapas:

    a) Estágio de Observação

    Possibilita aos(às) alunos(as) uma maior percepção do ambiente escolar e das relações

    interpessoais na escola, além de permitir uma reflexão crítica de todos os aspectos políticos

    e pedagógicos da escola, como:

    • Diagnóstico do ambiente escolar, tal como localização, infraestrutura,

    organização, conservação, público-alvo, contextualização da comunidade escolar,

    acessibilidade para pessoas com necessidades específicas;

    • Leitura do projeto político pedagógico da escola e outros regulamentos

    escolares;

    • Levantamento dos aspectos humanos, como formação do corpo docente e

    administrativo, perfil do corpo discente, relações entre docentes e alunos, serviços

    disponíveis aos(às) alunos(as);

    • Leitura: do plano de ensino e de aulas vinculados à disciplina do estágio; das

    avaliações aplicadas pelos professores vinculados à disciplina do estágio; da proposta

    pedagógica da rede de ensino ao qual a instituição onde encontra-se estagiando,

    pertence; das diretrizes curriculares estabelecidas para a disciplina de sua respectiva

    licenciatura; dos PCNs vinculados ao nível e modalidade de ensino das disciplinas

    contempladas no estágio obrigatório; dos projetos existentes na escola; dos livros,

    apostilas ou outros materiais didáticos relativos às disciplinas da licenciatura.

    • Observar o funcionamento dos conselhos e reuniões, tais como as ATPCs;

    b) Estágio de Participação

    Nessa modalidade de estágio o(a) aluno(a) pode interagir e colaborar com o(a)

    professor(a) no ambiente escolar, sem assumir inteira responsabilidade pelas aulas,

    desenvolvendo atividades como:

    • Planejamento de aulas (elaboração de planos de ensino e de aula);

    • Resolução de listas de exercícios e plantão de dúvidas com os alunos;

    • Monitoria em aula prática;

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    36

    • Participação em feiras de ciências, seminários, debates, atividades artístico-

    culturais vinculados ao currículo da escola na qual está fazendo o estágio, sábados da

    família, etc.;

    • Elaboração de projetos na escola;

    • Elaboração de material didático;

    • Pesquisa/entrevista com a comunidade escolar;

    • Análise dos aspectos pedagógicos da escola, tais como os livros utilizados,

    apostilas e outros materiais didáticos utilizados na modalidade contemplada pelo

    estágio;

    • Frequentar as reuniões com o(a) Professor(a) Orientador(a) e com o(a)

    Professor(a) Supervisor(a) para discussões sobre o andamento do estágio, escrita do

    plano de estágio, elaboração dos relatórios parciais e finais.

    c) Estágio de Regência

    Permite ao(a) aluno(a) ter a condução autônoma do processo de ensino aprendizagem,

    por meio de:

    • Regências de aulas (obrigatoriamente, no mínimo, 20 horas);

    • Realização de aulas práticas;

    • Aulas de reforço ou recuperação;

    • Aplicação de projetos.

    Considerando o descrito acima e considerando a importância de orientações

    especificas aos envolvidos no processo de estágio supervisionado, será elaborado um

    manual do estágio supervisionado pelo NDE e aprovado pelo colegiado.

    6.2.2 Acompanhamento, Orientação e Avaliação

    O acompanhamento do estágio supervisionado é realizado em primeira instância

    pelo professor orientador e pelo professor supervisor de estágio, sendo o primeiro professor

    do IFSP e integrante do quadro docente do curso de Licenciatura em Ciências Naturais:

    habilitação em Química designado em portaria e o segundo docente da instituição

    conveniada onde o discente desenvolverá suas atividades de estágio.

  • Curso de Licenciatura em Ciências Naturais: habilitação em Química, Câmpus São João da Boa Vista IFSP- 2019

    37

    Cabe ao professor orientador articular junto aos discentes sobre sua orientação,

    horários de orientação individual, onde serão planejadas, discutidas e analisadas as

    atividades pertinentes ao estágio.

    O Estágio Supervisionado será desenvolvido a partir de um Plano de Estágio

    elaborado pelo estudante, juntamente com o professor orientador e com o professor

    supervisor, considerando-se o itinerário do curso, a área de atuação do futuro docente e

    deverá abranger diferentes níveis e modalidades de ensino da Educação Básica. Deve-se,

    ainda, contemplar a organização e gestão das Instituições de Ensino de Educação Básica.

    Noutra instância, o acompanhamento se dá pelo coordenador de estágio no apoio ao

    estabelecimento de acordos de cooperação, na interveniência em termos de compromisso,

    na conferência e validação das horas de estágio devidamente comprovadas, avaliadas pelos

    professores orientadores com pareceres favoráveis. Portanto, este coordenador trabalhará

    em conjunto com a coordenação de extensão do Câmpus e coordenação de curso, nos

    assuntos relativos ao curso de Licenciatura em Ciências da Natureza com Habilitação em

    Química.

    A avaliação das atividades de estágio supervisionado será realizada pelas análises dos

    relatórios apresentados