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MINISTÉRIO DAS CIDADES

Ministro das Cidades: Alexandre Baldy de

Sant'anna Braga

Secretário Executivo: Silvani Alves Pereira

Secretário Nacional de Saneamento

Ambiental: Adailton Ferreira Trindade

Diretor do Departamento de Planejamento e

Regulação: Ernani Ciríaco de Miranda

Coordenadora da UGP/SNSA: Wilma

Miranda Tomé Machado

Equipe Técnica do INTERÁGUAS: André

Braga Galvão Silveira, José Dias Corrêa Vaz

de Lima, Paulo Rogério dos Santos e Silva

Consultor INTERÁGUAS: Airton Sampaio

Gomes

BANCO MUNDIAL

Gerente de Projeto: Marcos Thadeu Abicalil

INSTITUTO INTERAMERICANO DE

COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA –

IICA

Representante do IICA: Jorge Hernán

Chiriboga

Equipe Técnica IICA: Cristina Costa, Kilmara

Ramos, Gertjan Beekman

CONSÓRICO WMI - NG INFRA - SAGE

Equipe Técnica: Alexandra De Nicola,

Alexandre Savio Pereira Ramos, Álvaro José

Menezes da Costa, Ana Lúcia Floriano Rosa

Vieira, Andrey Barbosa Dantas Souza,

Augusto Nelson Carvalho Viana, Bertrand

Dardenne, Cássio Caçula de Lima, Clênio

Alberto Argôlo Lopes, Diogo da Fonseca Reis,

Eduardo Augusto Ribeiro Bulhões Filho,

Eudes de Oliveira Bomfim, Fátima Carteado,

Franz Bessa da Silva, Geraldo Prado de

Almeida, Hamilton Pollis, Heber Pimentel

Gomes, Hudson Tiago dos Santos Pedrosa,

Hugo Fagner dos Santos Pedrosa, Ítala

Gomes dos Santos Jesus, Jair Jackson Dias

Santiles, Jairo Tardelli Filho, Jardel Almeida de

Oliveira, Jean Morillas, João Gustavo Ferreira

Junior, João Roberto Rocha Moraes, José

Fabiano Barbosa, Julian Thornton, Ksnard

Ramos Dantas, Leandro Moreira, Lineu

Andrade de Almeida, Luís Carlos Rosas, Luís

Guilherme de Carvalho Bechuate, Luiz

Fernando Rainkober, Mariana Freire dos

Santos, Maurício Alves Fourniol, Maurício

André Garcia, Michel Vermersch, Milene

Cássia França Aguiar de Salvo, Nilson

Massami Taira, Paula Alessandra Bonin Costa

Violante, Paulo Cezar de Carvalho, Pedro

Frigério Paulo, Pedro Gilberto Rodrigues da

Mota, Pedro Paulo da Silva Filho, Pertony

Ribeiro Guimarães, Rodolfo Alexandre Cascão

Inácio, Rodrigo Andrade de Matos, Rodrigo

Martin Teresi, Sílvio Henrique Campolongo,

Thatiane Medeiros Soares de Almeida,

Vinicius Kabakian, Wantuir Matos de Carvalho,

Wellington Luiz de Carvalho Santos

COMPANHIA PERNAMBUCANA DE

SANEAMENTO - COMPESA

Comissão de Acompanhamento: Danilton

Henrique Sampaio Carneiro, Guilherme Duarte

Freire, José Leonardo Lemos da Silva, Lucy

Ferreira Calazans, Luís Henrique Pereira da

Silva, Maria Lúcia Martins de Lima, Saulo de

Carvalho Sá, Solon da Cunha Medeiros Neto

Unidade de Caruaru

Comitê Gestor: Danilton Henrique Sampaio,

Djailton Arruda da Silva, Itaguaci Gomes, José

Leonardo Lemos da Silva, Linaldo Mendes dos

Santos Júnior, Lívia Clemente de Andrade,

Luiz Evânio Rocha da Silva, Mario Heitor

Gade Filho

Grupos de Trabalho: Abmael Vasconcelos,

Adalto Pereira da Silva, André Luiz de

Almeida, Andrea Azevedo Abrante Oliveira,

Andrea Lemos Porto, Andreia Laurinda, Ayna

Miranda, Cláudia Virgínia Felipe da Silva,

Danilton Henrique Sampaio Carneiro, Delson

José Inácio da Silva, Djailton Arruda da Silva,

Érica Vanusa Siqueira dos Santos, Everton

José de Paula Santos, Fabiola Arruda

Gonçalves, Géssika Cambrainha, Gilvan de

Melo Galvão Filho, Guilherme José Gomes de

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Santana, Ionara Laís da Silva, Jânio Nelson

Martins Batista Júnior, Jefferson da Silva

Santos, João Fernandes da Silva, João Pedro

de Miranda Batista, José Felicidade Filho,

José Leonardo Lemos da Silva, José Roberto

Gouveia dos Santos, José Tiago Barboza da

Silva, Joviniano Batista de Oliveira, Linaldo

Mendes dos Santos Junior, Lívia Clemente de

Andrade, Luiz Evânio Rocha da Silva,

Luzineide Maria da Silva, Marcelo Ricardo

Almeida Soares, Marco Polo Ferreira Soares,

Maria Roberta Almeida Silva, Mario José

Mota, Mário Teixeira Lucas Júnior, Nyadja

Rodrigues Menezes, Nilton Godê de

Vasconcelos, Paulo Rogério Vasconcelos

Soares, Rafael Cordeiro, Renato César da

Silva Florêncio, Rogério Bezerra Rodrigues,

Sofia Monteiro da Silva

Unidade de Salgueiro

Comitê Gestor: Alexsandro Chaves da Silva,

Ayla Sarah de Freitas Bezerra, Carlos Antônio

de Araújo Santos, Elvis Alves de Araújo,

Fabiano Alencar de Miranda, Maria de

Lourdes Pereira da Silva, Mário Solon Pereira

Junior, Rivaldo Neto Valente, Saulo de

Carvalho Sá, Saulo Emmanuel Constantino C.

Leão, Tarciana Luzia da Silva

Grupos de Trabalho: Alexsandro Chaves da

Silva, Ayla Sarah de Freitas Bezerra, Carlos

Antônio de Araújo Santos, Elvis Alves de

Araújo, Fabiano Alencar de Miranda, Januário

Nunes de Carvalho, Maria de Lourdes Pereira

da Silva, Mário Solon Pereira Junior, Rivaldo

Neto Valente, Saulo de Carvalho Sá, Saulo

Emmanuel Constantino Carneiro Leão,

Tarciana Luzia da Silva

Coordenação editorial: Alexandra De Nicola

(MTb 23.341-SP), Rodolfo Alexandre Cascão

Inácio

Redação: Alexandra De Nicola, Andrey

Barbosa Dantas Souza, Clênio Alberto Argôlo

Lopes, Jardel Almeida de Oliveira, José

Fabiano Barbosa, Maurício Alves Fourniol,

Pedro Paulo da Silva Filho, Rodolfo Alexandre

Cascão Inácio

Revisão: Alexandra De Nicola, Maurício Alves

Fourniol, Rodolfo Cascão Inácio

Diagramação: Ítala Gomes dos Santos Jesus,

Wellington Luiz de Carvalho Santos

Agosto/2018

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Sumário

1 A SISTEMATIZAÇÃO DO PROJETO – METODOLOGIA E ESTUDOS DE CASO ................ 1

1.1 O REGISTRO DO PROJETO COM+ÁGUA.2 .......................................................... 1

2 O PROJETO COM+ÁGUA.2 – DESCRIÇÃO METODOLÓGICA GERAL .......................... 2

2.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL: ......................................................... 2

2.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS: ................................................................. 3

2.3 ÁREA TEMÁTICA 3 - PERDAS APARENTES: ........................................................... 3

2.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DA ENERGIA: .......................................................... 3

2.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO: .................................................... 3

2.6 CONHECER PARA MUDAR E MELHORAR OS PROCESSOS ............................................... 6

2.6.1 Capacitação em Processo ................................................................ 6

2.7 VISITAS DE INTERCÂMBIO TÉCNICO A PRESTADORES NACIONAIS ...................................... 7

3 A ÁREA PRIORITÁRIA DE CARUARU .............................................................. 8

3.1 CARUARU – ÁREA PRIORITÁRIA 1 .................................................................... 8

3.1.1 O Município ................................................................................ 8

3.1.2 Dados de Caruaru - PE ................................................................... 8

3.2 CARACTERÍSTICAS DA AP 1 - SISTEMA INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SIAA CARUARU .. 9

3.2.1 Dados do SIAA Caruaru ................................................................... 9

3.3 CARACTERÍSTICAS DO DISTRITO DE MEDIÇÃO E CONTROLE – DMC BOA VISTA I .................... 10

3.3.1 Dados do DMC Boa Vista I (Setor 461) ............................................... 10

4 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO ....................................................................... 12

4.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ........................................................ 12

4.1.1 Diagnóstico ............................................................................... 13

4.1.2 A Implantação ........................................................................... 15

4.1.3 Resumo da Mobilização Social no COM+ÁGUA.2 ................................... 28

4.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ................................................................ 29

4.2.1 Generalidades ........................................................................... 29

4.2.2 Escolha e Implantação do DMC ....................................................... 30

4.2.3 Macromedição e Telemetria .......................................................... 32

4.2.4 Cadastro e Modelagem Hidráulica ................................................... 33

4.2.5 Controle Ativo de Vazamentos ....................................................... 36

4.2.6 Controle de Pressão e Gestão do DMC .............................................. 39

4.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES ......................................................... 40

4.3.1 Cadastro Comercial ..................................................................... 40

4.3.2 Micromedição ............................................................................ 43

4.3.3 Combate a Usos Não Autorizados .................................................... 46

4.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA ......................................................... 48

4.4.1 Metodologia das Medições (Evento de Diagnóstico E Monitoramento) ........ 50

4.4.2 Resumo do Diagnóstico Hidroenergético – Bomba da Inversão ................. 53

4.4.3 Resumo do Diagnóstico Hidroenergético – Bomba do Anel Oeste II ............ 60

4.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO ................................................... 70

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5 IMPACTO E INDICADORES ........................................................................ 71

5.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ........................................................ 71

5.1.1 Indicador de Mobilização Social – IMOB ............................................. 71

5.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ................................................................ 71

5.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES .......................................................... 72

5.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA ......................................................... 72

5.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO ................................................... 73

6 AUTOAVALIAÇÃO DE IMPACTO DO COM+ÁGUA.2 NA AP 1 ................................ 75

6.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ........................................................ 75

6.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ................................................................ 76

6.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES .......................................................... 77

6.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA ......................................................... 78

7 A ÁREA PRIORITÁRIA DE SALGUEIRO .......................................................... 79

7.1 SALGUEIRO – ÁREA PRIORITÁRIA 2 (AP-2) ........................................................ 79

7.1.1 O Município .............................................................................. 79

7.1.2 Dados de Salgueiro - PE ................................................................ 80

7.2 CARACTERÍSTICAS DA AP-2 - SISTEMA INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SIAA SALGUEIRO

80

7.2.1 Dados do SIAA Salgueiro ............................................................... 80

7.3 CARACTERÍSTICAS DO DISTRITO DE MEDIÇÃO E CONTROLE – DMC DISTRITO 2 ..................... 81

7.3.1 Dados do DMC Distrito 02 .............................................................. 81

8 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO ....................................................................... 82

8.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ........................................................ 82

8.1.1 Diagnóstico ............................................................................... 82

8.1.2 Organização .............................................................................. 82

8.1.3 Comunicação ............................................................................. 82

8.1.4 Educação .................................................................................. 83

8.1.5 Cultura .................................................................................... 83

8.1.6 A Implantação ........................................................................... 84

8.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ................................................................ 94

8.2.1 Generalidades ........................................................................... 94

8.2.2 Escolha e Implantação do DMC ....................................................... 95

8.2.3 Macromedição e Telemetria .......................................................... 97

8.2.4 Cadastro e Modelagem Hidráulica ................................................... 99

8.2.5 Controle Ativo de Vazamentos ...................................................... 101

8.2.6 Controle de Pressão e Gestão do DMC ............................................. 102

8.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES ......................................................... 103

8.3.1 Cadastro Comercial .................................................................... 103

8.3.2 Micromedição ........................................................................... 103

8.3.3 Combate a Usos Não Autorizados ................................................... 105

8.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA ........................................................ 105

8.4.1 Metodologia das Medições (Evento de Diagnóstico e Monitoramento) ....... 106

8.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO .................................................. 118

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9 IMPACTO E INDICADORES ...................................................................... 119

9.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ....................................................... 119

9.1.1 Indicador de Mobilização Social – IMOB ............................................ 119

9.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ............................................................... 119

9.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES ......................................................... 120

9.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA ........................................................ 120

9.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO .................................................. 120

10 AUTOAVALIAÇÃO DE IMPACTO DO COM+ÁGUA.2 NA AP 2 ........................... 121

10.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ....................................................... 121

10.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ............................................................... 122

10.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES ......................................................... 123

10.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ..................................................... 125

11 RECOMENDAÇÕES PARA SUSTENTABILIDADE DO COM+ÁGUA NAS ÁREAS

PRIORITÁRIAS DA COMPESA ......................................................................... 126

11.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ....................................................... 126

11.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ............................................................... 127

11.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES ......................................................... 128

11.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ..................................................... 129

11.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO .................................................. 131

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Lista de Figuras

SUBPROJETOS .............................................................................. 4 FIGURA 1.

FLUXO DE IMPLANTAÇÃO ................................................................. 5 FIGURA 2.

MAPA DE CARUARU ........................................................................ 9 FIGURA 3.

ÁREA ABRANGÊNCIA DMC BOA VISTA I ............................................... 10 FIGURA 4.

QUANTITATIVO DE FUNCIONÁRIOS – GNR AGRESTE CENTRAL CARUARU ....... 20 FIGURA 5.

BOLETIM INFORMATIVO COM+ÁGUA.2 ............................................... 23 FIGURA 6.

DELIMITAÇÃO DMC BOA VISTA I ....................................................... 30 FIGURA 7.

TELA DO SISTEMA DE TELEMETRIA .................................................... 33 FIGURA 8.

MODELO HIDRÁULICO DO DMC ........................................................ 35 FIGURA 9.

SUBSETORES PROPOSTOS NO QGIS - PREPARAÇÃO DO STEP TEST .............. 36 FIGURA 10.

TELAS DO COLETOR ELETRÔNICO DE DADOS ....................................... 42 FIGURA 11.

DEMANDA DE POTÊNCIA ATIVA – BOMBA DA INVERSÃO ........................... 58 FIGURA 12.

VAZÃO DE ÁGUA DE RECALQUE – BOMBA DA INVERSÃO ........................... 58 FIGURA 13.

VOLUME BOMBEADO DURANTE O PERÍODO DE MONITORAMENTO ............... 59 FIGURA 14.

GRÁFICO DE DESEQUILÍBRIO DE CORRENTE ENTRE FASES DO MOTOR .......... 59 FIGURA 15.

INSTALAÇÃO DO MEDIDOR DE VAZÃO PORTÁTIL NA ADUTORA DO ANEL OESTE IIFIGURA 16.

65

REGISTRO DE VAZÃO DE ÁGUA DE RECALQUE – BOMBA DO ANEL OESTE II .... 65 FIGURA 17.

VOLUME BOMBEADO DURANTE O PERÍODO DE BOMBEAMENTO .................. 66 FIGURA 18.

LINHA NEUTRA DE VARIAÇÃO DE ENERGIA .......................................... 67 FIGURA 19.

MAPA DE SALGUEIRO .................................................................... 79 FIGURA 20.

DISTRITOS DE ABASTECIMENTO SALGUEIRO ......................................... 81 FIGURA 21.

DELIMITAÇÃO DO DMC .................................................................. 95 FIGURA 22.

PLANTA/MAPA DMC DISTRITO 02 ..................................................... 96 FIGURA 23.

TELA DO EPANET COM EXEMPLO DE MODELAGEM HIDRÁULICA ................. 100 FIGURA 24.

ZONAS DE PRESSÃO SUGERIDAS NO DMC DISTRITO 2 ............................. 102 FIGURA 25.

DEMANDA DE POTÊNCIA ATIVA ....................................................... 112 FIGURA 26.

DADOS DE DEMANDA ................................................................... 114 FIGURA 27.

DADOS DE CONSUMO ESPECÍFICO .................................................... 114 FIGURA 28.

DADOS DE VAZÃO ....................................................................... 114 FIGURA 29.

DADOS DE CUSTO ESPECÍFICO DE ENERGIA ........................................ 115 FIGURA 30.

DADOS DE CONSUMO DE ENERGIA ................................................... 115 FIGURA 31.

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Lista de Fotos

FOTO 1. REUNIÃO DOS CONSULTORES COM INTEGRANTES DO COMITÊ GESTOR DE

CARUARU ............................................................................................. 16

FOTO 2. REUNIÃO SETORIAL FOI O MOMENTO DE DISCUTIR PROPOSTAS PARA O COMBATE

AS PERDAS DE ÁGUA E USO EFICIENTE DE ENERGIA .......................................... 19

FOTO 3. APRESENTAÇÃO TEATRAL EM ESCOLA .................................................. 27

FOTO 4. O CURSO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL ENVOLVEU FUNCIONÁRIOS DE CARUARU E

SALGUEIRO E FOMENTOU O TEATRO DE MAMULENGOS ...................................... 27

FOTO 5. LUDICIDADE COM A CULTURA DO MAMULENGOS PARA ABORDAR CUIDADOS COM A

ÁGUA 28

FOTO 6. INSTALAÇÃO MEDIDOR REL BOA VISTA .................................................. 32

FOTO 7. MACROMEDIDOR BOA VISTA 2 ............................................................ 32

FOTO 8. SONDAGEM DE REGISTRO ................................................................. 34

FOTO 9. VAZAMENTO DETECTADO DURANTE CAPACITAÇÃO ................................... 36

FOTO 10. EQUIPAMENTOS PARA PESQUISA DE VAZAMENTO DA COMPESA - CARUARU ...... 37

FOTO 11. PESQUISA COM HASTE DE ESCUTA ....................................................... 37

FOTO 12. DESVIO DO RAP BOA VISTA ............................................................... 39

FOTO 13. DESVIO DO RAP BOA VISTA ............................................................... 40

FOTO 14. DEMONSTRAÇÃO DO USO DO CONJUNTO DATALOGGER E DO HIDRÕMETRO

VOLUMÉTRICO CLASSE C .......................................................................... 43

FOTO 15. TREINAMENTO SOBRE LEVANTAMENTO DE PERFIS DE CONSUMO EM CAMPO ..... 44

FOTO 16. TREINAMENTO SOBRE ENSAIOS DE BANCADA PARA DETERMINAÇÃO DA CURVA DE

ENVELHECIMENTO .................................................................................. 45

FOTO 17. INVESTIGAÇÃO EM CAMPO DE IRREGULARIDADES NAS LIGAÇÕES DE ÁGUA ...... 48

FOTO 18. TOTALIZADOR DE VOLUME E INDICADOR DE VAZÃO INSTANTÂNEA ................ 50

FOTO 19. MEDIDOR DE VAZÃO DO SISTEMA DA INVERSÃO, DO TIPO ELETROMAGNÉTICO

INTRUSIVO ........................................................................................... 50

FOTO 20. PONTOS PARA INSTALAÇÃO DE MANOMETROS E/OU TRANSMISSOR DE PRESSÃO 51

FOTO 21. PONTOS DE TOMADA DE PRESSÃO ....................................................... 51

FOTO 22. INSTALAÇÃO DOS TRANSMISSORES DE PRESSÃO NA BOMBA DO SISTEMA DA

INVERSÃO ............................................................................................ 52

FOTO 23. CONJUNTO MOTOBOMBA DO SISTEMA DA INVERSÃO ................................. 57

FOTO 24. CONJUNTO MOTOBOMBA DO ANEL OESTE II ........................................... 62

FOTO 25. MEDIÇÃO INSTANTÂNEA DE VIBRAÇÃO NA BOMBA DO ANEL OESTE II ............. 62

FOTO 26. CONJUNTO MOTOBOMBA.................................................................. 62

FOTO 27. TOMADA DE PRESSÃO NO BARRILETE DE RECALQUE DA BOMBA DO SISTEMA ANEL

OESTE II .............................................................................................. 63

FOTO 28. BARRILETES DE SUCÇÃO E RECALQUE DA BOMBA DO ANEL OSTE II ................ 63

FOTO 29. REGISTRADOR ELE REGISTRADOR ELETRÔNICO UNIVERSAL ......................... 63

FOTO 30. TOMADAS DE PRESSÃO NA BOMBA DO SISTEMA ANEL OESTE II ..................... 63

FOTO 31. INSTALAÇÃO DO MEDIDOR DE VAZÃO PORTÁTIL NA ADUTORA DO ANEL OESTE II64

FOTO 32. MEDIDOR DE GRANDEZAS ELÉTRICAS NO CENTRO DE CONTROLE DE MOTORES DO

MOTOR DO ANEL OESTE II ......................................................................... 64

FOTO 33. PARTICIPANTES DO CURSO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL ................................ 86

FOTO 34. REUNIÃO DOS CONSULTORES COM O GT MOB ......................................... 87

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FOTO 35. INTEGRANTES DO COMITÊ GESTOR, CONSULTOR E PARTICIPANTES DA REUNIÃO

SETORIAL ............................................................................................. 88

FOTO 36. ATIVIDADE ABORDANDO CUIDADOS COM A ÁGUA EM ESCOLA MUNICIPAL ........ 92

FOTO 37. CAPACITAÇÃO DE ESTANQUEIDADE ..................................................... 97

FOTO 38. INSTALAÇÃO DO CAVALETE À JUSANTE DO MACROMEDIDOR NO DMC DISTRITO 02

98

FOTO 39. MACROMEDIDOR DO DMC.................................................................. 98

FOTO 40. TELA DO SISTEMA DE TELEMETRIA ...................................................... 99

FOTO 41. CURSO DE MODELAGEM HIDRÁULICA ................................................... 100

FOTO 42. CAPACITAÇÃO DE PESQUISA DE VAZAMENTOS ........................................ 101

FOTO 43. CAIXA DE INSPEÇÃO DE HIDRÔMETRO .................................................. 101

FOTO 44. TREINAMENTO SOBRE ENSAIOS DE BANCADA PARA DETERMINAÇÃO DA CURVA DE

ENVELHECIMENTO ................................................................................. 104

FOTO 45. TREINAMENTO SOBRE LEVANTAMENTO DE PERFIS DE CONSUMO .................. 104

FOTO 46. INVESTIGAÇÃO EM CAMPO DE IRREGULARIDADES NAS LIGAÇÕES DE ÁGUA ..... 105

FOTO 47. TRANSDUTORES DE CORRENTE E ANALISADORES DE GRANDEZAS ELÉTRICAS ... 107

FOTO 48. MEDIDOR DE VAZÃO ELETROMAGNÉTICO DE CARRETEL ............................ 107

FOTO 49. IMAGENS DA CAMERA DE TERMOGRÁFICA ............................................. 108

FOTO 50. MEDIDOR DE ROTAÇÃO DIGITAL SEM CONTATO (RPM) .............................. 108

FOTO 51. ESCALA DE RODÍZIO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .................................. 109

FOTO 52. CONJUNTOS MOTOBOMBA EEAT DISTRITO 02 ........................................ 110

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Lista de Tabelas

TABELA 1. DADOS - DMC BOA VISTA I .............................................................. 31

TABELA 2. DADOS COLETADOS NO CAMPO........................................................ 41

TABELA 3. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA DE INVERSÃO......................................... 53

TABELA 4. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO ........................ 55

TABELA 5. CONSUMO ESPECÍFICO PARA O SISTEMA DA INVERSÃO ............................ 59

TABELA 6. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA DO ANEL OESTE II – ETA PETRÓPOLIS ............ 60

TABELA 7. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO ........................ 61

TABELA 8. CURVA DA BOMBA - ANEL OESTE II ................................................... 66

TABELA 9. CONSUMO ESPECÍFICO PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DO ANEL OESTE II

67

TABELA 10. SISTEMA DA INVERSÃO .................................................................. 68

TABELA 11. ANEL OESTE II ............................................................................ 69

TABELA 12. DADOS DMC DISTRITO 02 ............................................................... 96

TABELA 13. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA......................................................... 110

TABELA 14. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDRO ENERGÉTICO ...................... 111

TABELA 15. MATRIZ DO BALANÇO HÍDRICO ....................................................... 116

TABELA 16. RESUMO DE AÇÕES DE EE – EEAT DISTRITO 02 ..................................... 117

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1 A SISTEMATIZAÇÃO DO

PROJETO – METODOLOGIA E

ESTUDOS DE CASO

1.1 O REGISTRO DO PROJETO COM+ÁGUA.2

metodologia do Projeto COM+ÁGUA.2, para a gestão integrada e participativa

visando o combate e o controle das perdas de água e o uso eficiente de energia

elétrica em sistemas de abastecimento de água selecionados na Chamada Pública

nº 104/2014, está descrita em seis livretos que compõem o Compêndio Metodológico

COM+ÁGUA.2:

O Projeto COM+ÁGUA.2;

Caderno Temático 1 - Mobilização Social;

Caderno Temático 2 - Perdas Reais;

Caderno Temático 3 - Perdas Aparentes;

Caderno Temático 4 - Gestão da Energia;

Caderno Temático 5 - Planejamento e Gestão.

O primeiro caderno é uma apresentação geral do COM+ÁGUA.2, suas Áreas Temáticas –

AT e a integração entre elas, as capacitações gerais e em processo e aspectos

metodológicos. Os seguintes são dedicados a cada uma das AT, detalhando-as para melhor

compreensão e replicação da metodologia.

A aplicação prática do projeto nas duas áreas prioritárias selecionadas na chamada pública,

ocorrida por meio de assistência técnica de consultores do Consórcio WMI/NG

INFRA/SAGE às equipes da Companhia Pernambucana de Saneamento - COMPESA e

Empresa Baiana de Água e Saneamento S.A. - EMBASA, são apresentadas em dois

livretos de estudos de caso:

Estudos de Caso –COMPESA;

Estudos de Caso – EMBASA.

Juntas, as oito publicações compõem uma caixa de onde se podem sacar oportunidades de

conhecer uma metodologia diferenciada, em que a Gestão Integrada & Participativa e a

Mobilização Social se apresentam como fatores de mudança cultural a provocar as

empresas de saneamento a encontrarem um caminho fértil para o controle e diminuição das

perdas em seus sistemas de produção e abastecimento de água.

Boa leitura e uso!

A

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2 O PROJETO COM+ÁGUA.2 –

DESCRIÇÃO METODOLÓGICA GERAL

om a média do índice de perdas por ligação no país de 343 litros/ligação/dia,

representando 38% de perdas na distribuição (SNIS, 2016) e a avaliação de

especialistas do setor energético de um potencial de economia no saneamento que

excede os 25% do consumo atual, o projeto COM+ÁGUA.2 foca sua metodologia para

alcançar os seguintes objetivos:

Modernizar os processos voltados à redução de perdas reais e aparentes de água,

uso eficiente de energia elétrica, cobrança justa e adequada de tarifas,

desenvolvimento gerencial, aumento da capacidade de investimento;

Institucionalizar rotinas de gerenciamento de perdas de água e energia elétrica

decorrentes dos processos operativos dos sistemas de abastecimento de água;

Aumentar a capacidade de desenvolvimento de projetos e do gerenciamento

energético;

Desenvolver a capacidade de mobilização e comunicação interna e externa para

dar sustentabilidade, governabilidade e perenidade aos programas implantados;

Estimular o intercâmbio e a replicação de experiências bem-sucedidas;

Contribuir para a universalização dos serviços de saneamento ambiental, com

benefícios adicionais para o meio ambiente e a saúde.

A primeira e a segunda versão do COM+ÁGUA apropriaram-se da moderna experiência

nacional e internacional para a melhoria do desempenho operacional dos sistemas de

abastecimento. O arcabouço metodológico voltado para o combate às perdas de água está

baseado no desenvolvido por pesquisadores da International Water Association - IWA e visa

internalizar e amplificar estas experiências no Brasil.

O destaque da metodologia COM+ÁGUA.2 é o planejamento e a execução de ações de

forma integrada e participativa, tendo a mobilização social como o diferencial para a

mudança cultural tanto interna, das equipes das empresas, quanto externa, das populações

atendidas pelo abastecimento de água. Essas ações são desenvolvidas por subprojetos,

que na segunda versão do COM+ÁGUA foram estruturados por Áreas Temáticas.

2.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL:

Desenvolvimento de Instâncias e da Gestão Participativa, Comunicação Interna e

Externa, Educação e Cultura.

C

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2.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS:

Macromedição e Automação, Sistema Cadastral e Modelagem Hidráulica, Gestão

do Distrito de Medição e Controle - DMC, Controle de Pressão e Controle Ativo de

Vazamentos, Gestão de Ativos.

2.3 ÁREA TEMÁTICA 3 - PERDAS APARENTES:

Desenvolvimento do Cadastro Comercial, Desenvolvimento da Micromedição,

Combate aos Usos Não Autorizados.

2.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DA ENERGIA:

Medidas Administrativas e de Redução de Gastos com Energia Elétrica, Projetos de

Eficiência Energética com a Redução de Consumos e Demandas de Energia

Elétrica, Manutenção Preventiva e Preditiva Eletromecânica, Alternativas e

Oportunidades de Microgeração em Sistemas de Abastecimento de Água.

2.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO:

Abordagem sobre a Revisão de Critérios de Projeto e Construção, Gestão e o

Controle de Qualidade na Aquisição de Materiais, Equipamentos e Serviços, Gestão

de Ativos de Infraestrutura, Mudança no Conceito de Operação e Gestão de

Sistemas Distribuidores nos DMC, Contratos de Desempenho Aplicados a Atividade

de Redução e Controle de Perdas de Água e Eficiência Energética, Balanço Hídrico

Top Down, Modelagem Bottom Up, Indicadores.

A estrutura das Áreas Temáticas é um artifício didático para facilitar a compreensão e o

envolvimento do maior número de pessoas no planejamento e execução das ações, pois

caso contrário, se forem entendidos de forma segmentada, ferem o cerne do

COM+ÁGUA.2, ou seja, a gestão integrada e participativa. É preciso olhar a metodologia

vendo o todo e as partes, nesse fluxo contínuo das particularidades que compõem o todo.

Esta visão não é uma tarefa simples, pois há uma diversidade de ações que vão da

engenharia complexa como a modelagem hidráulica e compilação de dados para compor o

Balanço Hídrico, passando pela gestão de contas de energia elétrica, processos comerciais

e de mobilização social.

O conteúdo de cada Área Temática, descrito acima, tem uma série de ações a serem

desenvolvidas por seus pares nos prestadores e que devem ser detalhadas quando da

elaboração dos planos de ação na forma de subprojetos. E estes, de forma integrada

comporão o Plano de Gestão Integrada – PGI.

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A implantação do COM+ÁGUA.2 inicia com a pactuação da direção quanto a metodologia e

suas necessidades, entre elas a constituição do Comitê Gestor - CG e dos Grupos de

Trabalho – GT. São essas instâncias que vão elaborar os planos de ação para cada Área

Temática, tendo como roteiro os subprojetos e dessa forma integrá-los no PGI. Entre as

ações iniciais está o diagnóstico técnico-social que apontará o caminho para estabelecer o

Distrito de Medição e Controle – DMC e suas necessidades para o combate e redução das

perdas de água, servindo de base para o CG e os GT no planejamento dos planos de ação

e das versões do PGI. O DMC pode ser definido como a área da rede de distribuição obtida

pelo fechamento permanente ou temporário de válvulas limítrofes, na qual a quantidade de

água que entra e sai é medida. Em paralelo, as equipes das empresas de saneamento

básico passam por intenso processo de capacitação, participando de cursos e encontros

temáticos como também sendo acompanhados por consultores especialistas em suas

rotinas, em capacitação em processo e oficinas. O organograma abaixo sistematiza as

etapas do COM+ÁGUA.2.

SUBPROJETOS FIGURA 1.

Fonte: COM+ÁGUA

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FLUXO DE IMPLANTAÇÃO FIGURA 2.

Fonte: COM+ÁGUA

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O DMC passa a ser então um laboratório de campo no qual as equipes técnicas,

comerciais, sociais e operacionais executam atividades técnicas, a partir de um

planejamento integrado previamente estabelecido no Comitê Gestor e onde são aplicados

os conhecimentos teóricos das capacitações. Esse experimento híbrido que envolve a

comunidade e a empresa visa a colher um conjunto de dados e interpretações para a

produção de um balanço hídrico que irá balizar ações efetivas de diminuição das perdas

reais e aparentes nos DMC. Esse procedimento é introjetado como uma nova cultura de

gestão intersetorial e então exportado para outros setores do sistema, numa progressão que

visa a uma diminuição sustentável do índice de perdas.

2.6 CONHECER PARA MUDAR E MELHORAR OS

PROCESSOS

O projeto COM+ÁGUA.2 tem por objetivo o fortalecimento técnico e institucional dos

prestadores de serviço a partir de atividades de capacitação e assistência técnica para a

implantação de ações de redução e controle de perdas de água e uso eficiente de energia

elétrica. A transferência de conhecimento e a implantação da metodologia de gestão

eficiente de água e energia nos sistemas de abastecimento selecionados se deram por meio

de três categorias de capacitação: em processo, encontros temáticos e cursos. As

atividades contaram com um público não só das equipes das duas Áreas Prioritárias, como

também de outras unidades e setores afins, uma vez que a metodologia está implantada em

algumas unidades e em processo de ampliação para toda a companhia.

2.6.1 CAPACITAÇÃO EM PROCESSO

Durante o período de assistência técnica do Ministério das Cidades, por meio dos

consultores do Consórcio WMI/NG INFRA/SAGE, para a implantação do COM+ÁGUA.2 nas

Áreas Prioritárias, foram realizadas dezenas de visitas. Estas consistiram no

acompanhamento às equipes de cada Área Temática em suas rotinas de campo e

procedimentos cotidianos visando à implantação da metodologia do projeto e dos

conhecimentos aprimorados ou apresentados durante os encontros temáticos e cursos.

Foram realizados 20 encontros temáticos, sendo 10 na COMPESA e 10 na EMBASA, com

oito horas de carga horária, com participação total de 682 pessoas. Os eventos eram

realizados por palestrantes de renome nacional e internacional, ora nas unidades do interior,

ora nas capitais dos Estados, com participação ampliada para equipes de outras unidades e

setores afins. Os encontros tinham seus conteúdos relacionados às Áreas Temáticas.

Os cursos foram capacitações com aprofundamento teórico e prático, com 24 horas de

duração, e a exemplo dos Encontros Temáticos, também revezavam o local de realização

entre as capitais e as cidades do interior das unidades. Realizados por especialistas de

renome nacional e internacional, contaram com a participação de 545 pessoas, tanto das

Áreas Prioritárias quanto de outras unidades e setores afins e os conteúdos estavam

relacionados aos subprojetos das Áreas Temáticas.

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2.7 VISITAS DE INTERCÂMBIO TÉCNICO A

PRESTADORES NACIONAIS

O COM+ÁGUA.2 teve ainda intercâmbio técnico, com visitas de profissionais da COMPESA

e EMBASA à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP, em

São Paulo/SP; à Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento – SANASA, em

Campinas/SP e à a BRK AMBIENTAL, Unidade Limeira/SP. O objetivo foi conhecer, por

meio de exposições e visitas técnicas, as experiências exitosas em controle de perdas de

água e eficiência energética desses prestadores de serviço. Os temas priorizados nas

visitas foram:

Processos de aquisição de materiais, equipamentos e serviços;

Critérios de projeto e obras em sistemas de água;

Gestão do parque de hidrômetros;

Gestão de pressões;

Controle ativo de vazamentos;

Regularização de usos não autorizados;

Balanço Hídrico.

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3 A ÁREA PRIORITÁRIA DE

CARUARU

3.1 CARUARU – ÁREA PRIORITÁRIA 1

3.1.1 O MUNICÍPIO

ocalizada no Vale do Ipojuca, a cidade de Caruaru é o município mais populoso do

interior de Pernambuco e destaca-se como o mais importante polo econômico,

médico-hospitalar, acadêmico, cultural e turístico do Agreste,

3.1.2 DADOS DE CARUARU - PE

Área territorial (IBGE, 2016): 920,610 km².

População (IBGE, Censo 2010): 314.912 pessoas.

População estimada (IBGE, 2017): 356.128 pessoas.

Domicílios particulares permanentes (IBGE, 2010): 96.310.

Número de economias ativas abastecidas residenciais (IBGE, 2008): 91.972.

Densidade demográfica (IBGE, 2010): 342,07 hab./km².

Esgotamento sanitário adequado (IBGE, 2010): 81,3 %.

Internações por diarreia (IBGE, 2016): 0,3 internações por mil habitantes.

Clima: tropical do tipo semiárido, com pouca pluviosidade ao longo do ano, sendo

junho e julho os meses mais chuvosos e outubro o mês mais seco.

Temperatura: entre 21.7 °C a 24°C.

Altitude: 554 m.

L

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Índice pluviométrico: 551 mm.

3.2 CARACTERÍSTICAS DA AP 1 - SISTEMA

INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SIAA

CARUARU

O abastecimento de água da cidade de Caruaru é realizado através do manancial do Prata,

localizado a 36,6 km de distância da cidade, por meio dos Sistemas Prata, Pirangi e

Jucazinho. A água bruta captada é bombeada para uma estação de tratamento por três

conjuntos motobombas em paralelo, com potência de 900 CV, através das adutoras do

Prata (500 mm de AÇO) e de Camevô (600 mm de FoFo), com extensão de 36 km cada

uma.

A Estação de Tratamento de Água - ETA tem uma concepção de filtração tipo ascendente,

com capacidade de tratamento de 830 L/s, atualmente operando com uma vazão total de

450 L/s. E a distribuição de água tratada ocorre, na maioria da cidade, por meio de

gravidade, com redes variando de 100 mm a 600 mm. Apenas uma parte dos bairros é

abastecida por meio de sistemas de bombeamento.

3.2.1 DADOS DO SIAA CARUARU

Captação: Barragem do Prata.

Estação de Tratamento de Água: ETA Petrópolis (compacta) e ETA Salgado

(convencional).

Reservação: 16 unidades com capacidade total de 13.655m3.

Municípios atendidos: Caruaru.

Zonas de Abastecimento: 23.

MAPA DE CARUARU FIGURA 3.

Alagoas

Bahia

Paraíba

Pernambuco

Ceará

Piauí Caruaru

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Caruaru#/media/File:Brazil_Pernambuco_location_map_Municip_Caruaru.svg

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Ligações existentes: 105.081 (ligações ativas com referência de abril/2018).

Ligações ativas hidrometradas: 92.560 (referência abril/2018).

Economias ativas: 113.904.

Habitantes atendidos: 420.324.

Equipe própria março/2017: 153.

Equipe terceirizada março/2017: 198. Estagiários março/2017: 7.

Jovem Aprendiz: 1.

3.3 CARACTERÍSTICAS DO DISTRITO DE MEDIÇÃO E

CONTROLE – DMC BOA VISTA I

O DMC Boa Vista I está localizado no Bairro Boa Vista, um conjunto habitacional implantado

pela Cohab, com quadras e arruamentos bem definidos, predominância de ocupações

regulares e que foi entregue com rede de distribuição de água.

Atualmente bem estruturado e

caracterizado predominantemente

por ocupações de classe média, Boa

Vista conta, no seu entorno (Boa

Vista I e II), com diversas entidades e

equipamentos sociais, tais como a

Associação dos Moradores do Boa

Vista I e II, Centro de Saúde, UPA,

Escola de Referência em Ensino

Médio Professor Lisboa, Colégio

Mestre Divino, Centro Educacional

Vital, Paróquia Nossa Senhora de

Fátima, Pastoral Social, Igreja Batista

Memorial, Casa Allan Kardec,

Sociedade Esportiva Boa Vista, além

de quadras de esporte para usufruto

da população. Destaca-se ainda um

espaço para feira, realizada

semanalmente.

A região, especialmente na Av. Caruaru (que divide os dois bairros), possui um comércio

bastante diversificado, contando com supermercados, padarias, farmácias, lojas, oficinas

mecânicas e diversos outros estabelecimentos.

3.3.1 DADOS DO DMC BOA VISTA I (SETOR 461)

Reservação: 355m3.

Zona de Abastecimento: Setor 461.

Ligações existentes: 2.825.

Ligações ativas hidrometradas: 2.545.

Economias ativas: 3.180.

ÁREA ABRANGÊNCIA DMC BOA FIGURA 4.VISTA I

Fonte: Google Maps

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Habitantes atendidos: 7.184 habitantes.

Extensão de rede de água: 10.953,61 m.

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4 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO

4.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL

o Brasil, as perdas de água e de energia têm sido um dos principais problemas que

afetam a eficiência dos serviços de abastecimento de água. Trata-se de um dos

pontos frágeis dos sistemas de saneamento e das empresas que operam esses

serviços, mostrando a fragilidade da gestão de grande parte do setor, evidenciando um

desafio às três esferas governamentais.

Conforme INÁCIO & PORTELLA (s/d)1:

“historicamente, os Programas de Controle e Redução de Perdas de Água têm sido focados nas ações técnico-operacionais (macromedição, instalação de novos hidrômetros, modernização de trechos das redes de distribuição, etc.) e/ou em campanhas educativas de uso racional da água para os usuários. Esses programas demonstraram uma eficácia limitada, uma vez que os resultados imediatos decorrentes da sua implantação, muitas vezes, não permanecem sustentáveis a médio e longo prazo”.

Num processo de mobilização social parte-se do entendimento de que um programa

eficiente e sustentável de controle e redução das perdas de água deve contribuir para um

processo de mudança cultural, que deve ser internalizado por todos os funcionários do

prestador de serviço e, da mesma forma, disseminado na sociedade. Um programa que

envolva a concertação de objetivos comuns e ações articuladas envolvendo todos os

setores da estrutura organizacional e todas as classes de usuários do sistema de

abastecimento.

Nessa perspectiva, o componente da mobilização social assume um papel de grande

importância no combate às perdas de água na medida em que contribui para o

fortalecimento de uma cultura onde a água é percebida como patrimônio do planeta,

condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. E sendo o direito à água

um dos direitos fundamentais do ser humano, sua manipulação deve ser feita com

racionalidade, precaução e parcimônia2.

No âmbito do Projeto COM+ÁGUA.2, a mobilização social pode ser descrita como um

processo dinâmico e permanente de envolvimento, comprometimento e mudança de valores

e comportamentos, através da implantação de uma gestão integrada e participativa que

aciona e contém quatro dimensões, que possuem interfaces e interdependências:

Organização, Comunicação, Educação e Cultura.

1 Inácio, Rodolfo Alexandre Cascão & Portella, Rosalva Alves. A Mobilização Social nos Programas de

Controle e Redução de Perdas de Água. 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2 Declaração Universal dos Direitos da Água – 1992

N

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4.1.1 DIAGNÓSTICO

O primeiro passo para o planejamento da gestão integrada e participativa de combate às

perdas de água e uso eficiente de energia elétrica nos sistemas de abastecimento de água

é fazer o diagnóstico técnico-operacional dos quatro eixos estruturantes da mobilização

social: organização, educação, comunicação e cultura. A esse levantamento de dados

juntam-se impressões gerais que estabelecem a radiografia do estado da arte da

mobilização social e da existência ou não de uma cultura institucional de uso eficiente de

água e energia, culminando na elaboração de um diagnóstico situacional para um primeiro

panorama das potencialidades existentes e de alguns dos desafios a serem enfrentados

pela AT 1, ao longo do percurso do projeto.

Na Área Prioritária do SIAA Caruaru, o cenário de implantação do COM+ÁGUA.2, em

agosto/2016, apontava para o que segue.

4.1.1.1 ORGANIZAÇÃO

O Núcleo de Articulação Socioambiental - NAS, sediado em Caruaru, está vinculado à

Assessoria de Articulação Socioambiental – AAS/Diretoria de Articulação e Meio Ambiente -

DAM, ambas em Recife, sendo composto por uma assistente social e duas estagiárias. O

NAS faz o trabalho de relação com a comunidade, atende as demandas das Gerências de

Negócios Regional - GNR Agreste Central (incluindo Caruaru e Riacho das Almas), GNR de

Ipojuca (Belo Jardim), Alto Capibaribe (Santa Cruz do Capibaribe) e Una (Agrestina).

Para o atendimento à população existem duas lojas em Caruaru, uma no centro, com

funcionários terceirizados, e outra, Expresso Cidadão, no Caruaru Shopping, que conta com

funcionários próprios e terceirizados. O NAS eventualmente é acionado pelos atendentes

dessas lojas para que possa apoiá-los nos casos de dificuldades/atrasos no

equacionamento de demandas da população. Realiza ainda laudos sociais para o

cadastramento de moradores na tarifa social e quando as redes de abastecimento ou

esgoto estouram e provocam algum tipo de dano às residências, visando reparos e

eventuais indenizações. O NAS tem um ferramental de registro histórico dos atendimentos

de cada usuário incluindo informações como tipos de demandas, atendimentos, repasses de

informações, entre outras.

Há uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CIPA, composta por 14

funcionários, entre efetivos e suplentes, para um mandato de dois anos. Reúne-se

mensalmente e é organizada em comissões. Entre os trabalhos realizados, destacam-se a

inspeção periódica dos locais de trabalho, que geram relatórios encaminhados às

coordenações e à direção, pesquisas de clima organizacional, semanas de palestras e

atividades, entre outras atividades junto aos funcionários.

Em Caruaru não existe um núcleo/setor responsável especificamente pelo combate às

perdas de água, nem um trabalho mais articulado e contínuo entre as coordenações, onde

se planeje, execute e avalie as ações de combate às perdas.

4.1.1.2 COMUNICAÇÃO

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Caruaru não conta, no organograma, com uma área de comunicação e/ou assessoria de

imprensa; apenas um profissional de jornalismo terceirizado, residente na cidade, faz

assessoria de imprensa junto aos jornais locais e os grandes canais de televisão que têm

repetidoras locais. Na sede, em Recife, há uma Assessoria de Comunicação que realiza

toda comunicação externa, capta matérias da imprensa, coleta informações junto às

unidades do prestador e produz releases para a imprensa. Mantém o blog externo, site da

COMPESA, perfis no Twitter e Facebook, sendo também responsável pela produção de

materiais informativos e educativos voltados para o público externo.

Em 2016 criou-se a Elo, uma equipe que trabalha com a comunicação interna. A partir da

reestruturação da intranet foram publicados o Elonews (notícias na intranet ou por e-mail),

Elozap (Whatsapp) e EloMulher (notícias e matérias voltadas ao público feminino). Produz

também um boletim eletrônico, folhetos e materiais educativos internos ou de divulgação em

pequena escala. Existem também murais em todos os andares da unidade, bem como nas

Estações de Tratamento de Água - ETA, onde são afixadas informações de ações

específicas.

4.1.1.3 EDUCAÇÃO

As ações de educação ambiental são desenvolvidas pelo NAS predominantemente em

Caruaru, sendo voltadas para o público externo, envolvendo visitas e palestras em escolas

e junto a outros segmentos. Para esse trabalho, que mescla ações sociais e ambientais, há

um kit de apoio com jogos e outros materiais didáticos. Também promove visitas guiadas às

unidades da COMPESA com lideranças comunitárias, alunos de escolas e de

universidades, entre outros públicos.

Dentre as ações desenvolvidas, destaca-se o Projeto Por Dentro da COMPESA (atualmente

denominado Universo COMPESA), que permite aos usuários conhecer os serviços

prestados e seus aspectos operacionais, bem como entender o percurso interno de uma

eventual demanda junto a empresa, tais como: falta de água na residência, problemas no

hidrômetro, entre outras.

O NAS tem outros programas e projetos socioambientais com interfaces com a mobilização

social, envolvendo ações junto às escolas, famílias, comunidades, empresas e outros

segmentos, como o De Bem com a Rede e o Encontro com Parceiros. Costuma também

realizar palestras e gincanas por solicitação das escolas ou articuladas com algum projeto

em curso, bem como realiza e participa de eventos e campanhas junto a parceiros locais

(prefeituras, órgãos estaduais, TV, ONG, etc.), apresentando as ações desenvolvidas pela

COMPESA.

Para os processos de capacitações e treinamentos internos, a unidade de Caruaru dispõe

de auditório com Datashow e a possibilidade de parcerias com instituições locais. O núcleo

promove também treinamentos/acompanhamentos pontuais junto às equipes sociais que

são contratadas quando da realização de obras de saneamento, orientando-as acerca dos

procedimentos adotados pela COMPESA junto à população, formas de comunicação, entre

outras ações de apoio e suporte.

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4.1.1.4 CULTURA

As atividades culturais acontecem especialmente quando dos eventos de integração e

informais, promovidos pelos próprios funcionários. Não existe um núcleo artístico que possa

apoiar as ações de sensibilização, mobilização e educação ambiental voltadas tanto para o

público interno quanto para o externo. Em alguns casos, buscam parceiros locais ou

contratam por apresentações. No entanto, existem talentos internos (palhaço, cordelistas,

atores, mamulengos, forrozeiros, músicos, cantores) com potencial para os trabalhos de

mobilização social.

4.1.2 A IMPLANTAÇÃO

O desenvolvimento da AT 1, que compreende ações nos quatro eixos estruturantes da

mobilização social, se dá pela implantação dos três subprojetos que integram a mobilização

social: Desenvolvimento de Instâncias e da Gestão Participativa; Comunicação Interna e

Externa e Educação e Cultura, seguindo as ondas da mobilização, partindo do núcleo

central que é o Comitê Gestor - CG, ampliando para os Grupos de Trabalhos - GT das AT,

reuniões setoriais, Agentes de Combate às Perdas - ACP, lideranças e comunidade em

geral.

Na implantação do COM+ÁGUA.2, as diretrizes metodológicas da AT 1 serviram de

referência no percurso do projeto, norteando tanto o planejamento das ações quanto a

elaboração e implementação dos planos de ação, por parte do Grupo de Trabalho da

Mobilização Social - GT MOB, num processo de diálogo permanente com a consultoria.

4.1.2.1 SUBPROJETO DESENVOLVIMENTO DE INSTÂNCIAS E DA GESTÃO

PARTICIPATIVA

Comitê Gestor - CG

Parte importante das atividades preparatórias de implantação do COM+ÁGUA.2 envolveu a

constituição do Comitê Gestor, instância fundamental para o adequado desenvolvimento do

projeto, especialmente em função de não haver, em Caruaru, conforme diagnóstico

situacional, ações intersetoriais estruturadas para o combate às perdas. Como instância

estratégica, o Comitê Gestor, em diálogo permanente com a consultoria das diversas Áreas

Temáticas - AT, era o responsável pelo monitoramento e a avaliação periódica das ações

do projeto, promovendo os devidos ajustes no processo, cabendo à assistência técnica em

mobilização social o acompanhamento, apoio e suporte ao mesmo.

Em Caruaru, o Comitê Gestor não foi institucionalizado através de portaria, decreto ou outro

instrumento formal, apesar das recomendações da consultoria e de encaminhamentos

nesse sentido. No entanto, tinha sua composição respaldada pela Gerência Regional,

também integrante do mesmo.

A capacitação do Comitê Gestor e dos Grupos de Trabalho era realizada através das visitas

regulares da assistência técnica, oficinas, encontros temáticos e cursos, abrangendo

conteúdos de engenharia e de mobilização social, planejamento e gerenciamento de

projetos. A AT 1, através da consultoria e do GT MOB, promoveu, ao longo do percurso do

projeto, oito reuniões com o CG que visavam ao nivelamento e compartilhamento de

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informações, como também a discussão de problemas e desafios enfrentados, bem como a

definição de encaminhamentos necessários para o adequado andamento do projeto.

Nessas visitas técnicas evidenciou-se a pouca regularidade das reuniões do Comitê Gestor,

o que comprometia o planejamento e o monitoramento das ações. Dificuldade decorrente

tanto da inexistência de uma cultura interna de trabalhos mais articulados e intersetoriais,

como também em função das inúmeras e frequentes demandas diante do quadro de

escassez hídrica, de rodízios e problemas no abastecimento enfrentados em Caruaru.

Aliado a isso, as dificuldades enfrentadas na disponibilização de recursos e equipamentos

também comprometeram a implementação das ações necessárias.

Diante desse cenário, a partir do Encontro Temático de Sensibilização de Dirigentes e

Gestores, realizado em abril/2017, na sede da COMPESA, em Recife, avaliou-se a

importância de visitas técnicas integradas periódicas com a presença dos consultores das

demais AT no sentido de possibilitar, através de reuniões e oficinas com os GT e Comitê

Gestor, um diálogo mais integrado frente aos desafios enfrentados e a pactuação de ações,

encaminhamentos e prazos.

Apesar dos problemas enfrentados e da crise hídrica vivenciada em Caruaru, que

sobrecarregou de forma significativa as equipes da COMPESA comprometendo o

andamento do COM+ÁGUA.2, foram destacados nas avaliações do CG os seguintes

aspectos:

Significativa evolução interna, relacionada ao combate às perdas, visualizando-se

uma mudança de paradigma, especialmente relacionada à Área Temática 2 -

Perdas Reais, devendo-se ampliar essa disseminação interna dos preceitos do

FOTO 1. REUNIÃO DOS CONSULTORES COM INTEGRANTES DO COMITÊ GESTOR DE CARUARU

Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2

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COM+ÁGUA.2 para as equipes de campo, que atuam na ponta, e ao nível de

operação;

A excelência e importância das capacitações, que possibilitaram maior qualificação

dos funcionários;

Atuação do Grupo de Trabalho da Mobilização Social - GT MOB, conseguindo

agregar um grupo de funcionários voluntários que, apesar de não serem da área

social, tiveram boa interação, criatividade, desenvolvendo ações diferenciadas,

interna e externamente, destacando-se apresentações de teatro e mamulengo. E

que, havendo um incentivo institucional, existe potencial para a desenvolvimento de

diversas ações de comunicação e mobilização social;

Maior engajamento e implicação dos funcionários, abrindo/ampliando os canais de

comunicação, o que acabou por triplicar o número de solicitações de combate à

vazamentos e desperdícios;

Os resultados alcançados, mesmo com a não efetivação do DMC, possibilitando

expressiva economia de recursos;

Constatação de que, diante do estágio em que se encontram, frente aos resultados

alcançados no DMC Boa Vista, podem avançar/concluir as ações, existindo um

desejo de continuidade, de avançarem na mudança de paradigma, com a

perspectiva de avanços importantes nas demais áreas da cidade.

Grupo de Trabalho de Mobilização Social – GT MOB

A estrutura da COMPESA, em especial do NAS, em Caruaru, foram de fundamental

importância para o desenvolvimento das ações da AT 1/GT MOB, servindo de suporte para

a organização dos materiais disponibilizados pelo projeto, bem como para as reuniões de

planejamento e monitoramento das ações. O GT MOB, além da assistente social e

estagiárias, integrantes da equipe do NAS, era composto também por funcionários de

diversas áreas da COMPESA Caruaru, sendo que essa composição foi sendo enriquecida

ao longo da execução do trabalho.

Essa composição diversa, com integrantes de várias áreas da operadora trouxe, além das

habilidades e talentos, importantes olhares e contribuições para o trabalho do GT MOB,

favorecendo um melhor entendimento da cultura organizacional e dos processos internos

relacionados ao combate às perdas de água, enriquecendo as discussões, o diálogo com o

Comitê Gestor, bem como o planejamento e o desenvolvimento das ações.

A partir do diagnóstico situacional, ponto de partida para implantação do COM+ÁGUA.2, os

primeiros esforços da consultoria da AT 1 junto ao GT MOB se deram no sentido da

capacitação de seus integrantes para o trabalho de mobilização social, envolvendo os

objetivos centrais, os eixos de trabalho e a importância do diálogo permanente com as

demais AT.

Destaca-se, nas atividades preparatórias do projeto, o papel importante do GT MOB na

constituição do Comitê Gestor e dos Grupos de Trabalho e, especialmente, no apoio às

consultorias no processo de elaboração dos Planos de Ação/Plano de Gestão Integrada -

PGI, dando suporte no agendamento, comunicação e organização das reuniões periódicas

com o CG quando das visitas técnicas.

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No percurso do trabalho, uma das fragilidades identificadas dizia respeito ao processo de

compartilhamento de informações pelas demais AT com o GT MOB acerca do andamento

do projeto, dos resultados alcançados e desafios enfrentados ao longo do percurso, o que

subsidiaria a produção periódica de boletins informativos (em meio digital e/ou impresso) a

serem encaminhados aos funcionários, no sentido de atender a um dos objetivos centrais

do trabalho de mobilização social.

A ênfase na importância desse compartilhamento de informações foi sempre um tema

importante das reuniões do CG, tendo sido criado, no percurso do projeto, formulário que

possibilitava um melhor registro das ações desenvolvidas, bem como alternativas de

comunicação interna, utilizando-se um e-mail específico e grupo via ferramenta WhatsApp,

no sentido de uma maior/melhor difusão das informações.

Plano de Gestão Integrada - PGI

A elaboração dos PGI, conforme metodologia de implantação do COM+ÁGUA.2, se

configurava como uma etapa preparatória de grande importância para o desenvolvimento

das ações do projeto. Durante o processo de elaboração do PGI versão 1 – PGI 1 foram

feitos diversos contatos e reuniões dos consultores com os GT/CG, no sentido de

esclarecimentos e orientações, culminando no encaminhamento do mesmo, pela Gerente

Regional, em outubro/16, à equipe do Consórcio.

Tendo como referência o PGI encaminhado e as análises realizadas pelo Consórcio, o

encontro temático, ocorrido em abril/17, que contou com a presença do Ministério das

Cidades e da COMPESA, possibilitou uma avaliação crítica do panorama do projeto nas

unidades de Caruaru e Salgueiro e de suas perspectivas, viabilizando a discussão e

definição de encaminhamentos visando ajustes e avanços no projeto.

A partir do Encontro Temático foram realizadas visitas técnicas integradas que contaram

com a presença dos consultores das AT atuantes no projeto, possibilitando o adequado

monitoramento das ações, o acompanhamento do processo da disponibilização de recursos

e equipamentos e a definição de ajustes necessários ao prosseguimento das ações.

Reuniões Setoriais

Como etapa importante no processo de implantação do COM+ÁGUA.2, as reuniões

setoriais, tinham como finalidade promover o envolvimento e a participação dos funcionários

no projeto através da apresentação de seus objetivos e eixos centrais, bem como

possibilitar o levantamento, discussão e construção coletiva de propostas de ações, a serem

integradas ao PGI. E também solicitar a adesão de voluntários como Agentes de Combate

ao Desperdício - ACD, atuando como multiplicadores do COM+ÁGUA 2.

Inicialmente programadas para dezembro/16, foram realizadas, em Caruaru, em março/17,

em função do processo de revisão/finalização do PGI, que demandou a necessidade de

remanejamento de datas e atividades então programadas. Foram precedidas de encontros

da consultora da AT 1 junto ao GT MOB e ao Comitê Gestor para o planejamento e

organização das setoriais, envolvendo:

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Levantamento da quantidade de funcionários por áreas e diálogo com as

respectivas coordenações visando o agendamento da participação;

Estruturação da programação, com a discussão e definição dos conteúdos a serem

abordados, responsáveis e dispositivos a serem utilizados;

Encaminhamento dos convites aos participantes.

Visando a divulgação/apresentação das reuniões setoriais foi produzido um boletim

informativo, com convite encaminhado via WhatsApp, bem como banner explicativo

contendo os objetivos e a programação. Também cabe destacar, como parte da

programação, a apresentação de um teatro de mamulengos, produzido e encenado pelos

integrantes do GT MOB.

Foram realizadas ao longo da semana, em Caruaru, 10 reuniões setoriais, de três horas de

duração. Posteriormente, foi realizada uma nova reunião, agora junto aos leituristas.

A Gerência de Negócios Regional possuía, em 2017, um total de 339 funcionários, sendo

198 terceirizados, 153 de quadro próprio, sete estagiários e um Jovem Aprendiz.

Participaram das reuniões setoriais, 84 funcionários do quadro próprio e 111 terceirizados

(somando aqui com os estagiários e Jovem Aprendiz), equivalendo a 53% de participação

do total.

FOTO 2. REUNIÃO SETORIAL FOI O MOMENTO DE DISCUTIR PROPOSTAS PARA O COMBATE AS PERDAS DE ÁGUA E USO EFICIENTE DE ENERGIA

Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2

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As reuniões setoriais favoreceram uma maior sensibilização dos participantes acerca da

realidade hídrica de Pernambuco e Caruaru, dos desafios que envolvem o abastecimento

de água e da importância de uma atuação mais planejada para o combate às perdas. E

como resultado das discussões, foram levantados diversos problemas e propostas,

sugerindo revisões/aprimoramentos em uma série de práticas cotidianas e rotinas

operacionais. Essas propostas foram sistematizadas e encaminhadas ao Comitê Gestor,

para as devidas análises, visando à devolução aos ACD e incorporações ao PGI.

Agentes de Combate ao Desperdício - ACD

Na ocasião das reuniões setoriais foram constituídos 57 ACD, funcionários que, a partir das

apresentações e discussões ocorridas, se voluntariaram a participar do projeto como

agentes multiplicadores e executores das ações do COM+ÁGUA.2. O objetivo central era

envolver os ACD no trabalho de mobilização social, apoiando as ações a serem

desenvolvidas pelo GT MOB, previstas no Plano de Ação da AT 1 tanto junto ao público

interno, quanto as destinadas à população do DMC. No entanto, algumas dificuldades se

fizeram presentes, comprometendo a participação dos ACD, destacando-se a redução das

atividades no DMC, por parte da área de engenharia, em função de dificuldades/entraves na

liberação de recursos e de equipe, gerando insegurança no GT MOB em empreender ações

mais assertivas de mobilização na região.

Nesse sentido, apesar das ações previstas no Plano de Mobilização Social, que envolviam,

entre outras, a formação/capacitação dos ACD e participação dos mesmos nas atividades

de mobilização junto à população do DMC, a ausência de um trabalho mais sistemático de

sensibilização e comunicação junto aos ACD, acabou por comprometer um maior

envolvimento dos mesmos.

Em junho/17, foi promovida, pelo GT MOB, uma primeira reunião com os ACD, mas que

contou com uma participação pouco expressiva dos envolvidos, sendo avaliado que, além

das dificuldades de ausentar-se de seus respectivos locais de trabalho, em função das

QUANTITATIVO DE FUNCIONÁRIOS – GNR AGRESTE CENTRAL CARUARU FIGURA 5.

Fonte: COMPESA

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inúmeras demandas locais (agravadas pelas chuvas intensas que estavam impactando a

região nesse período), existia um sentimento de desinformação, decorrente das fragilidades

no processo de compartilhamento das informações, gerando dúvidas por parte dos

funcionários com relação ao andamento do projeto.

Apesar disso, foram resgatados, nessa reunião, os objetivos centrais do COM+ÁGUA.2,

promovendo também o nivelamento de informações acerca do andamento das ações e do

trabalho de mobilização social, avaliando-se que existe um potencial que ainda pode ser

utilizado pela operadora em prol do controle e redução das perdas de água e do uso

eficiente de energia elétrica.

Nos processos de revisão/ajustes do Plano de Mobilização Social foi destacada a

importância do trabalho junto aos ACD, com planejamento de novas reuniões e incremento

do envolvimento dos mesmos nas ações de mobilização, ações essas que acabaram não se

efetivando em função das dificuldades/entraves no projeto. Mas cabe destacar, conforme

avaliações, que grande parte dos ACD teve papel importante no processo de

compartilhamento das informações a partir das alternativas de comunicação criadas pelo

GT MOB, implicando-se com os objetivos centrais do COM+ÁGUA 2.

4.1.2.2 SUBPROJETO COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA

Nas diversas reuniões realizadas, tanto junto ao GT MOB e Comitê Gestor, enfatizava-se a

importância da construção, ao longo do percurso do projeto, de estratégias e dispositivos

diversos de sensibilização e comunicação interna, no sentido de favorecer uma melhor

compreensão das ações em curso, dos desafios enfrentados, resultados alcançados, entre

outros, no sentido de manter os funcionários informados, sensibilizados e mobilizados para

o alcance dos objetivos centrais do COM+ÁGUA.2.

No entanto, as dificuldades enfrentadas nessa difusão de informações foi um dos principais

fatores que comprometeram um melhor desenvolvimento das ações de comunicação interna

em Caruaru. Entre elas, a falta de conhecimento das ações que estavam sendo

desenvolvidas pelas demais AT, fundamentais para a produção de boletins periódicos

internos sobre o andamento do projeto.

Também merece destaque a sobrecarga de trabalho da assistente social, figura de

referência do GT MOB, que, além das atribuições inerentes ao cargo, também atuava como

suporte ao Comitê Gestor e demais Grupos de Trabalho, estabelecendo contatos

permanentes com os consultores no intuito de garantir a realização das atividades de cursos

e capacitações e participação dos empregados. E as dificuldades de deslocamento,

demandas e cobranças internas (em diferentes setores/coordenações), dificultando uma

maior dedicação dos demais integrantes do GT MOB.

Nessa perspectiva, houve um grande esforço do GT MOB no sentido de encontrar

alternativas que pudessem fazer frente às dificuldades enfrentadas, buscando formas mais

simples e viáveis de incrementar a comunicação e potencializar a divulgação de

informações e o envolvimento dos funcionários. Nessa perspectiva, no âmbito da

comunicação interna, destacam-se as seguintes ações:

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A criação de e-mail: [email protected] visando o compartilhamento de

informações acerca do percurso do COM+ÁGUA.2, possibilitando a difusão

periódica das ações desenvolvidas/previstas, visitas técnicas, reuniões, cursos,

capacitações, entre outras informações. Esse e-mail possibilitou ainda, a partir da

opção da ferramenta de armazenamento do Google Drive, o armazenamento e o

compartilhamento de arquivos por parte de todos os integrantes dos Grupos de

Trabalho, como materiais de estudo, apresentações em PowerPoint e vídeos;

Criação de um grupo geral pelo aplicativo Whatsapp, no sentido da difusão rápida

de informações acerca de ações do projeto, de demandas e encaminhamentos

internos, bem como o compartilhamento de fotos, vídeos e outros registros das

atividades que estavam sendo realizadas;

Elaboração do 1º Boletim Informativo (março/17) quando das reuniões setoriais,

apresentando o COM+ÁGUA.2 e informações sobre os objetivos e período das

atividades;

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Veiculação, pela EloCompesa, de matéria sobre o Curso de Capacitação em

Mobilização Social: Colaboradores participam de Curso de Mobilização Social pelo

projeto COM+ÁGUA.2;

Fonte: COMPESA

BOLETIM INFORMATIVO COM+ÁGUA.2 FIGURA 6.

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Veiculação, pela EloCompesa, destacando as atividades desenvolvidas pelo GT

MOB (teatro e mamulengos) nas escolas de Caruaru: Atividades socioeducativas da

Semana da Água COMPESA no interior;

29 mar 2017

DAM, Notícias

Atividades socioeducativas da Semana da Água Compesa no interior

Os Núcleos de Articulação Socioambiental (NAS) distribuídos nas gerências do Interior de Pernambuco, nas regiões do Sertão, Agreste e Matas, desenvolveram diversas ações dentro da programação da Semana da Água Compesa.

Em Petrolina, o NAS Sertão levou ações de educação socioambiental a mais de 400 crianças de diversas escolas do município, através de contação de histórias, apresentação da maquete virtual, dinâmicas e jogos educativos abordando o tema da campanha Água: Preservar e Defender!, promovida pela Compesa este mês, alusiva ao Dia da Água, comemorado no último 22 de março.

Em Caruaru, o NAS Agreste Central promoveu peças teatrais e apresentações de mamulengos encenadas por colaboradores da própria gerência, em escolas do ensino fundamental, alcançando 370 crianças. A temática abrangeu o consumo consciente da água e a preservação dos recursos hídricos, absolutamente essenciais numa região que sofre com a escassez hídrica como é o caso do Agreste pernambucano. Houve ainda mobilização entre os colaboradores e uma visita a ETA Petrópolis com alunos da rede pública estadual de ensino.

No Agreste Setentrional, o Núcleo de Articulação e Meio Ambiente (NAM), em Garanhuns,

24 fev 2017

Colaboradores participam de Curso de Mobilização Social pelo projeto

Com Mais Água 2

Entre os dias 20 e 22 de fevereiro colaboradores das gerências de Caruaru e Salgueiro participaram do Curso ‘Mobilização Social’ promovido pelo projeto Com Mais Água 2, do Ministério das Cidades, programa do Governo Federal. Também participara os empregados que fazem parte dos comitês gestores do projeto que estão sendo desenvolvidos nestas cidades. Durante o evento foram trabalhados assuntos que envolvem a mobilização social, através de oficinas práticas de teatro, mamulengo, abordagens, etc.

A Compesa participou de uma concorrência pública com outras empresas de saneamento do país e foi selecionada junto com a Embasa (Bahia). “As duas companhias recebem apoio técnico para realizar um projeto numa área piloto, o DMC – Distrito de Medição e Controle, onde vazões, pressões e distribuição na rede de água são controladas com o intuito de diminuir perdas de água”, contou a assistente social do Núcleo de Articulação Socioambiental – Agreste Central, Lívia Clemente.

O projeto é dividido em eixos: Mobilização Social, Perdas Reais, Perdas Aparentes, Eficiência Energética e Planejamento e Gestão. “É de suma importância que, num cenário de escassez hídrica, duas cidades que estão respectivamente no Agreste e Sertão do Estado, monitorem sua distribuição de água para redução de perdas. Desta forma poderá controlar melhor a quantidade de água disponibilizada por bairro e poupar seus mananciais. Tudo isso refletirá numa redução de custos financeiros também”, complementa Lívia.

O objetivo do projeto é reduzir perdas de água e eficiência energética, através de uma série de ações de engenharia e mobilização social.

Fonte: http://www.elocompesa.com.br/colaboradores-participam-de-curso-de-mobilizacao-social-pelo-projeto-com-mais-agua-2/

Fonte: COMPESA

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realizou atividades socioeducativas em escolas, sempre focando na educação socioambiental das crianças, que são multiplicadoras desse conhecimento em seus meios de convívio. Houve ainda uma visita à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) com alunos e professores do curso de engenharia alimentar da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Campus Garanhuns.

Na Zona da Mata, a equipe do NAS Matas, levou palestras, jogos e dinâmicas a escolas das cidades de Vitória de Santo Antão, Carpina, Timbaúba e Paudalho. Em Carpina, houve ainda uma oficina de produção de sabão, abordando a importância de descartar corretamente o óleo de cozinha e de reaproveitar esse material, evitando o seu descarte na rede coletora e nos corpos hídricos. O Núcleo também realizou uma visita a Estação de Tratamento de Água (ETA) Vitória com alunos da rede pública de ensino do município de Vitória de Santo Antão.

Segundo o diretor de Articulação e Meio Ambiente, Aldo Santos, até o final do mês, ainda estão programadas diversas ações em todo o estado. “Nosso objetivo é sensibilizar o maior número possível de pessoas sobre a importância do papel de todos, sociedade e governo, para evitar desperdícios hídricos e preservar os mananciais, garantindo um consumo mais consciente e sustentável desse recurso essencial, porém finito”, destacou o diretor.

As equipes dos Núcleos estão divulgando ainda, durante todo o mês de março, o concurso cultural Água: juntos vamos preservar, promovido pela Compesa em parceria com a Secretaria de Educação de Pernambuco, para estudantes da rede pública de ensino. Para mais informações, acesse: http://www.educacao.pe.gov.br/portal/?pag=1&cat=36&art=3360.

http://www.elocompesa.com.br/atividades-socioeducativas-da-semana-da-agua-compesa-no-interior/

Veiculação, via intranet, de matéria sobre Encontro Temático realizado na sede da

COMPESA: Colaboradores da COMPESA recebem mais um treinamento do

Ministério das Cidades.

19 jul 2017

DTE

Colaboradores da Compesa recebem mais um treinamento do Ministério das Cidades

O novo Encontro Temático do Programa “Com + Água II”, do Ministério das cidades, foi realizado nesta quarta-feira (19), no Centro Administrativo da Compesa. O tema foi “Opções de software de gestão operacional de sistemas distribuidores e gestão de ativos de infraestrutura e softwares para cadastro e modelagem hidráulica de sistemas de abastecimento de água”.

O treinamento contou com a participação de colaboradores da Gerência de Cadastro Técnico e das Gerências Regionais do Interior. “A capacitação mostra a possibilidade de integração entre os softwares relacionados aos sistemas de abastecimento de água que a Compesa utiliza, como por exemplo, o ArcGis, o Alpha, entre outros”, destacou a gerente de Planejamento Operacional, Maria Lúcia Martins.

O encontro é fruto de um convênio firmado, em agosto de 2016, entre o Ministério das Cidades e o Governo de Pernambuco, através da Compesa.

http://intranet.compesa.com.br/colaboradores-da-compesa-recebem-mais-um-treinamento-do-ministerio-das-cidades/

Fonte: COMPESA

Fonte: COMPESA

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Com relação à comunicação externa foram realizadas as seguintes atividades:

Visitas de campo ao DMC (na região dos Bairros Boa Vista I e II), envolvendo os

consultores da AT1 e integrantes do GT MOB, no sentido de realizar os contatos e

ampliar o conhecimento sobre a extensão e perfil da região e os espaços e

entidades de referência, tendo em vista as atividades comunitárias previstas para

ocorrerem durante a efetivação do DMC;

Contatos e entrevistas com lideranças da região do DMC, realizadas pelos

integrantes do GT MOB, quando do processo de elaboração do diagnóstico social

da área, que envolveu, além do levantamento das lideranças locais, o mapeamento

dos equipamentos socioculturais existentes, no sentido de subsidiar futuros

contatos e ações a serem ali desenvolvidas;

Reunião na Associação dos Moradores dos Bairros Boa Vista I e II, reunião essa

comprometida em função da pouca participação do público convidado, tendo sido

apresentados apenas alguns informes e explicações mais gerais acerca do projeto;

Reunião na Escola Estadual Prof. Lisboa, situada na região do DMC, que contou

com a presença de 15 funcionários da escola, entre diretores e professores. Na

ocasião foram apresentados, pelos integrantes do GT MOB, os objetivos centrais do

CM+ÁGUA.2, os eixos centrais do trabalho e destacada a importância do

envolvimento da população no sentido do alcance dos objetivos do projeto.

Destaca-se a receptividade e a disposição dos diretores e professores em apoiar

esse trabalho de sensibilização junto aos alunos e pais, quando das ações no DMC.

O trabalho de comunicação externa, no entanto, não teve a devida continuidade em função

da não efetivação do DMC, etapa que deveria ampliar as ações de comunicação e o maior

envolvimento dos ACD no projeto.

4.1.2.3 SUBPROJETO EDUCAÇÃO E CULTURA

Com relação às ações no âmbito do Subprojeto de Educação e Cultura, destaca-se a

participação dos integrantes do GT MOB na criação e apresentação de esquete teatral e

teatro de mamulengos. Essas atividades, criadas e encenadas pelos integrantes do GT

MOB, foram fomentadas a partir do Curso de Mobilização Social, aproveitando-se os

talentos existentes em Caruaru, tendo sido realizadas nos seguintes locais:

Teatro de mamulengos apresentado nas 11 reuniões setoriais realizadas junto aos

funcionários da COMPESA, no período de 13 a 17/03 e no dia 21/06/17;

Duas apresentações de teatro com mamulengos na Escola Batista de Caruaru;

Apresentação de esquete teatral na Escola Espaço Educacional Construtivo. Essas

ações foram objeto de divulgação, pela EloCompesa, em 29/03/17.

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Também merece destaque a Oficina de Grafitagem, que fazia parte do Projeto

ComViver COMPESA, realizada junto a crianças e jovens residentes no entorno da

COMPESA Salgado, culminando na grafitagem do muro com temáticas

Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 4. O CURSO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL ENVOLVEU FUNCIONÁRIOS DE CARUARU E SALGUEIRO E FOMENTOU O TEATRO DE MAMULENGOS

FOTO 3. APRESENTAÇÃO TEATRAL EM ESCOLA

Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2

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relacionadas ao combate ao desperdício de água.

4.1.3 RESUMO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL NO COM+ÁGUA.2

Comitê Gestor: composto por nove integrantes, não institucionalizado.

Grupos de Trabalho: constituídos para AT 1, AT 2, AT 3 e AT 4, envolvendo ao todo 41

pessoas.

Plano de Gestão Integrada: o PGI 1 foi elaborado e encaminhado, tendo sido objeto de

revisões e ajustes ao longo do percurso, em função dos desafios e limitações enfrentadas.

Reuniões Setoriais: realizadas 11 reuniões, com 195 funcionários próprios e terceirizados,

com sugestões propositivas de ações para 91 problemas levantados.

Agentes de Combate às Perdas: 57 ACD (30%), entre funcionários próprios e

terceirizados.

Núcleo artístico: criação de um grupo que se envolveu em apresentações de mamulengos

e teatro, criando e apresentando esquetes e peças do COM+ÁGUA.2 para público interno e

externo.

Comunicação: criados e-mail do projeto, grupo no Whatsapp, boletim informativo e usado o

Google Drive para armazenamento de dados. Utilizados a Intranet e o boletim EloCompesa.

Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 5. LUDICIDADE COM A CULTURA DO MAMULENGOS PARA ABORDAR CUIDADOS COM A ÁGUA

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Principais ações internas:

Teatro de mamulengos apresentado nas reuniões setoriais;

Criação de e-mail possibilitando a difusão periódica das ações

desenvolvidas/previstas, visitas técnicas, reuniões, cursos e capacitações,

armazenamento e o compartilhamento de arquivos por parte de todos os

integrantes dos Grupos de Trabalho no Google Drive;

Criação de um grupo geral pelo aplicativo Whatsapp, no sentido da difusão rápida

de informações, demandas e encaminhamentos internos, bem como o

compartilhamento de fotos, vídeos e outros registros das atividades;

Elaboração de Boletim Informativo quando das reuniões setoriais.

Principais ações externas:

Reunião junto à Associação dos Moradores dos Bairros Boa Vista I e II;

Reunião na Escola Estadual Prof. Lisboa, situada na região do DMC;

Apresentações de esquete teatral e de teatro de mamulengos na Escola Batista de

Caruaru e na Escola Espaço Educacional Construtivo.

4.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS

4.2.1 GENERALIDADES

A captação de água do município de Caruaru é realizada a partir dos Sistemas Prata,

Pirangi e Jucazinho. A barragem do Prata tem capacidade de 43 milhões de m³ e

Jucazinho, 327 milhões de m³. Em Pirangi, a captação se dá por meio de um canal de

aproximação, com capacidade de até 500 L/s. A água bruta é bombeada para a Estação de

Tratamento de Água – ETA por três conjuntos motobombas em série, com potência de 900

CV, através da adutora do Prata/Camevô, diâmetro de 500 mm de aço e 600 mm de ferro

fundido.

O sistema conta com duas ETA, sendo uma do tipo compacta – ETA Petrópolis, com

capacidade de 830 L/s, e outra do tipo convencional – ETA Salgado, com capacidade de

500 L/s. A distribuição de água tratada ocorre mediante bombeamento e por gravidade. O

sistema de abastecimento é operado em regime de rodízio devido à pequena

disponibilidade hídrica dos mananciais.

No início do projeto, o rodízio era de cinco dias com fornecimento de água e 15 dias sem.

Atualmente, o prestador opera o sistema disponibilizando água por cinco dias e

interrompendo o abastecimento durante 10 dias.

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4.2.2 ESCOLHA E IMPLANTAÇÃO DO DMC

Durante a estruturação dos trabalhos para implantação do DMC na área prioritária, foi

elaborado o plano de ação da AT 2. Foram realizadas quatro capacitações para desenvolver

e discutir o plano que depois foi incorporado ao Plano de Gestão Integrada – PGI. O

primeiro aspecto que veio à tona foi a definição do setor/zona para implantação do DMC, o

qual seria objeto de aplicação da metodologia proposta pelo projeto COM+ÁGUA.2.

Visando adequar o prazo inicialmente previsto para execução do projeto, as variáveis

rodízio, disponibilidade de recursos financeiros e pessoal do prestador, além de questões

técnicas como por exemplo extensão de rede, quantidade de ligações e infraestrutura

adequada, foram cruciais para definir a implantação de apenas um DMC na área prioritária

do prestador.

Dentre os setores sugeridos, o bairro da Boa Vista foi o escolhido. Essa localidade

encontra-se inserida na sede urbana de Caruaru e corresponde ao conjunto habitacional

implantado pela Companhia de Habitação - COHAB, com quadras e arruamentos bem

definidos, predominância de ocupações regulares e que possui infraestrutura satisfatória.

A avaliação da topologia (arruamento, topografia e rede de distribuição) do bairro permitiu

inferir que seria possível implantar o DMC na parte Norte ou Sul do bairro Boa Vista. Após

avaliar os critérios de quantidade de ligações e extensão de rede, estimou-se que o esforço

necessário para implantação do DMC seria menor na parte Sul do bairro, localizada ao Sul

da Avenida Caruaru, conforme figura abaixo.

DELIMITAÇÃO DMC BOA VISTA I FIGURA 7.

Fonte: Google Earth

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O bairro da Boa Vista foi entregue pela COHAB com rede de distribuição de água. Para

operar o sistema, a COMPESA construiu dois reservatórios, apoiado e elevado, confira as

especificações do DMC a seguir:

Tão logo se iniciaram as primeiras capacitações em campo para conhecimento e definição

de ações a serem realizadas no DMC, evidenciou-se uma série de questões na operação do

sistema que deveriam ser tradadas ao longo do projeto:

Abastecimento por rodízio do DMC e de toda cidade, sendo cinco dias com

fornecimento de água e 15 dias de suspensão;

Rede de recalque do Reservatório Apoiado - RAP para Reservatório Elevado - REL

com derivações ou injetamentos direto na rede de distribuição, ou seja, o DMC e

outras zonas recebiam água bombeada direto da rede e não a partir do REL;

Cadastro técnico carente de atualização.

À medida que as ações de verificação de confinamento se desenvolviam, constatou-se que

as informações cadastrais eram falhas e de pouca confiabilidade, sendo necessário realizar

grande quantidade de sondagens e intervenções na rede de distribuição, tais como:

interligações, capeamentos, instalações e/ou retirada de registros para viabilizar isolamento

do DMC. Dessa forma, realizaram-se cerca de 40 intervenções, sendo 25 sondagens de

registros.

DMC BOA VISTA I MÊS DE

REFERÊNCIA VOLUME

CONSUMIDO LIGAÇÕ

ES ATIVAS

LIGAÇÕES ATIVAS (com

hidrômetro)

LIGAÇÕES ATIVAS

(sem hidrômetro)

LIGAÇÕES EXISTENTES

Nº ECONOMIA

S (sem

hidrômetro)

TOTAL DE ECONOMIAS

nov/17 25.052 2.710 2.557 465 3.022 3.548 3.548

dez/17 22.493 2.713 2.558 465 3.023 3.547 3.547

jan/18 22.786 2.713 2.558 465 3.023 3.546 3.546

fev/18 18.822 2.712 2.558 465 3.025 3.549 3.549

mar/18 18.613 2.713 2.558 465 3.027 3.551 3.551

abr/18 18.613 2.716 2.557 459 3.027 3.548 3.548

TABELA 1. DADOS - DMC BOA VISTA I

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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4.2.3 MACROMEDIÇÃO E TELEMETRIA

No transcorrer do projeto, as ações de confinamento ou isolamento do DMC para verificar

estanqueidade ocorreu concomitante à implantação da macromedição.

O DMC Boa Vista I tem o abastecimento de água a partir da tubulação de descarga do REL.

A tubulação foi projetada em PVC DEFoFo e DN 250 mm.

O prestador aproveitou a disponibilidade em almoxarifado de um macromedidor tipo

eletromagnético carretel, no mesmo diâmetro da rede (250 mm), para utilizar na entrada do

DMC.

O macromedidor foi instalado em janeiro de 2017. Esse equipamento possui medidor

secundário, alimentado com corrente de 04 a 20 mA, acoplado ao medidor primário, que

registra e totaliza o volume disponibilizado ao DMC. Além do macromedidor do DMC Boa

Vista I, foi necessário instalar um medidor na derivação que abastece o Boa Vista II, pois o

volume disponibilizado seria mensurado por diferença.

Na gerência de Caruaru não se constatou rotina de aferições do parque de

macromedidores, tampouco um planejamento de manutenções preventivas e corretivas

deste ativo tão relevante para monitoramento, controle e redução de perdas.

No REL da Boa Vista havia também o medidor de nível que enviava comando para

acionar/desligar a bomba existente no RAP. Essa automação evitava extravasamentos no

REL. Tão logo foi implantado o macromedidor, instalou-se o sistema de telemetria. O Data

logger utilizado conta com um sistema de transmissão de dados via GSM ou coleta local via

cabo infravermelho conectado ao notebook. Esse equipamento apresenta Grau de Proteção

IP 68, canal de vazão com saída pulsada e um canal de pressão.

FOTO 6. INSTALAÇÃO MEDIDOR REL BOA VISTA

FOTO 7. MACROMEDIDOR BOA VISTA 2

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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Os dados foram coletados a cada 15 minutos e enviados, via GSM, uma vez por dia para

um servidor, o operador do sistema tem a possibilidade de acompanhar dados via internet

ou a partir de Smartphone, com grande flexibilidade.

4.2.4 CADASTRO E MODELAGEM HIDRÁULICA

A base cartográfica atualmente utilizada pelo prestador advém de um projeto do Governo

Estadual desenvolvido em 2014, denominado Programa Pernambuco Tridimensional - PE

3D. Os resultados partiram de um aerolevantamento que gerou ortofotocartas. O modelo

Digital de Terreno - MDT e o Modelo Digital de Superfície - MDS foram provenientes de um

aerolevantamento com restituição planialtimétrica na escala 1:1.000, que cobriu a região

metropolitana de Recife. Vale destacar que para os demais municípios de Pernambuco, a

escala de levantamento é de 1:5.000, com algumas variações, como em Caruaru, que

possui mapeamento na escala de 1:1.000.

Com o desenvolvimento de capacitações voltadas ao cadastro técnico, observou-se que o

prestador havia priorizado o cadastro das ligações ativas, concomitante à atualização do

cadastro técnico da rede e acessórios. As projeções iniciais, sem a devida apresentação de

TELA DO SISTEMA DE TELEMETRIA FIGURA 8.

Fonte: Sistema de Telemetria

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critérios técnicos de avaliação, indicaram que esse cadastro estava com 60% de

atualização. Cabe elucidar que uma alternativa para evoluir no quesito atualização de

cadastro é disseminar dentro do prestador a utilização da ferramenta GISCOMP, que

corresponde ao Sistema de Informações Geográficas Corporativo, compatível com a

plataforma ARCGIS. Essa ferramenta serve de apoio a diversos setores do prestador e

mostra, por meio de cartografia, toda a base de informações georreferenciadas,

disponibilizando gráficos e relatórios para tomada de decisões.

Visando promover e disseminar o uso do GISCOMP, foi realizada, em Caruaru, uma

capacitação para a equipe do Cadastro da sede. Um dos produtos foi a elaboração do

procedimento de atualização do cadastro técnico de redes para a ferramenta de atualização

no GISCOMP.

Diante do exposto, ficaram evidentes as principais demandas relativas ao cadastro técnico

do prestador:

Elaborar um manual técnico de procedimento padrão para coleta de informações e

as atualizações do cadastro técnico de redes em campo, com o retorno das

informações devidamente georreferenciadas;

Adquirir equipamentos de cadastro em campo, principalmente GPS GNSS L1/L2 ou

similar;

Criar um procedimento de coleta de dados georreferenciados em campo para

atualização do cadastro de redes;

Realizar a capacitação das equipes de campo através dos procedimentos criados e

nos equipamentos adquiridos;

Implantar uma política de manutenção preventiva e corretiva para a atualização do

cadastro de redes em campo;

Incluir nas normas da companhia os detalhamentos técnicos que devem ser

obedecidos para aprovação de novos projetos de implantação de redes de água,

pelo prestador ou terceiros, tais como: sistema de projeção (SIRGAS 2000),

precisão horizontal e vertical, layout dos arquivos digitais de acordo com o

FOTO 8. SONDAGEM DE REGISTRO

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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GISCOMP.

A deficiência ou desatualização do cadastro técnico do DMC pôde ser percebida à medida

que se realizaram sondagens para verificações de interligações, localização de registros,

etc. Praticamente toda inspeção realizada retornava com algo diferente do que estava

lançado em planta cadastral. Atualmente, o cadastro técnico está em fase de correção e

atualização na base Cad, consequência das sondagens, injetamentos, instalação de

macromedidor e confinamentos realizados.

No âmbito do COM+ÁGUA.2 também foi realizado o curso de Modelagem Hidráulica de

período estendido com utilização do Epanet e calibração de modelos aplicados ao DMC, no

qual foram apresentados conceitos, softwares disponíveis, além da construção de casos

práticos a partir de dados do DMC

Boa Vista I.

Mesmo diante de um cenário de

incertezas cadastrais, procurou-se capacitar os técnicos e engenheiros do prestador em

modelagem hidráulica. Dessa

maneira, foi desenvolvido um

procedimento operacional padrão

para construção de um modelo

hidráulico no Epanet, a partir dos

dados do cadastro de rede, em

formato DWG, e dos dados de

telemetria disponíveis, ou seja,

vazão de entrada, pressão de

entrada, pressão no ponto médio e

no ponto crítico, usando os

softwares QGIS, EPACAD.

Os consultores e os engenheiros do

prestador construíram, ao longo do projeto, diversas modelagens, inclusive simulando o

regime de rodízio que ocorre no DMC. Sempre que possível, novas simulações eram

realizadas mediante as atualizações no cadastro da rede.

Outra aplicação interessante da modelagem hidráulica foi a elaboração, no Epanet, de um

seccionamento fictício da rede com objetivo de avaliar em quais subsetores havia maior

relevância de perdas reais. Na prática, esta simulação é conhecida como Step Test, e deve

ser simulada em campo, utilizando as medições de vazão e estudos piezométricos para

certificar ou calibrar a modelagem

MODELO HIDRÁULICO DO DMC FIGURA 9.

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Imagem ilegível. Aumentar a

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fazer comentários sobre ela no

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Infelizmente, o rodízio no abastecimento associado à grande carência de colaboradores

operacionais inviabilizou, durante o projeto, a calibração das modelagens realizadas.

4.2.5 CONTROLE ATIVO DE VAZAMENTOS

SUBSETORES PROPOSTOS NO QGIS - PREPARAÇÃO DO STEP TEST FIGURA 10.

FOTO 9. VAZAMENTO DETECTADO DURANTE CAPACITAÇÃO

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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No tocante à pesquisa de vazamentos foram realizadas capacitações para dar maior

embasamento teórico e prático aos colaboradores da COMPESA.

Nessas capacitações, abordou-se

a metodologia preconizada pela

Associação Brasileira de Ensaios

não Destrutivos (ABENDI),

conforme PR-051.

Na Gerência de Caruaru não há

rotina contínua de pesquisa de

vazamentos definida por critérios

técnicos, tais como varrer trechos

de rede com maior incidência de

vazamentos, setores com fator de

pesquisa elevado, etc.; tampouco

foram constatados registros ou mapas temáticos com histórico de vazamentos por zona de

abastecimento, DMC ou bairros.

Na Unidade Caruaru, o Prestador dispõe de geofones eletrônicos e mecânicos, haste de

escuta e válvula geradora de golpe, no entanto, não há quantidade suficiente para implantar

rotina de pesquisa em larga escala, mas é satisfatória para iniciar pesquisa de vazamentos.

Loggers e Correlacionadores

de Ruído não estão

disponíveis.

Um dos grandes desafios

observados durante a capacitação de pesquisa de vazamentos no DMC Boa Vista I estava

relacionado ao tamanho e posição

das caixas de inspeção de

hidrômetros, que se localizam nos

passeios ou calçadas dos imóveis.

Este posicionamento prejudicou

sobremaneira a pesquisa de

vazamentos, uma vez que para

realizar a verificação da existência

de vazamento no ramal predial se

fazia necessário fechar o registro

geral do cavalete, para auscultar

ruídos propagados por vazamento

Durante o acompanhamento de algumas ações

realizadas no DMC Boa Vista I foi possível observar

que ramais prediais não estavam conectados à rede de

distribuição, mas em ramais prediais adjacentes, tal

FOTO 10. EQUIPAMENTOS PARA PESQUISA DE VAZAMENTO DA COMPESA - CARUARU

FOTO 11. PESQUISA

COM HASTE DE ESCUTA

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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ação provém principalmente da ausência de fiscalização do prestador de serviço na

implantação de novas ligações de água e falhas do cadastro técnico da rede.

Além disso, é possível que a prática de fazer ligações novas, a partir de ramais adjacentes,

seja comum em toda área prioritária. Esse cenário acarretará em empecilhos na detecção e

localização de vazamentos não visíveis e até na identificação de fraudes durante a pesquisa

acústica.

Na gerência de Caruaru todos os serviços relacionados aos reparos de vazamentos são

executados por empresas terceirizadas. Dessa forma, também não há um

acompanhamento por meio de indicadores relativos aos vazamentos, tais como tempo

médio de atendimento, quantidade de vazamentos no mesmo ramal, reincidência de

vazamentos de rede por setor ou zona, etc., ou seja, inexiste um histórico de falhas que dê

subsídios à tomada de decisão para substituição de redes e

ramais.

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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4.2.6 CONTROLE DE PRESSÃO E GESTÃO DO DMC

As pressões médias na rede de distribuição do DMC são relativamente baixas, cerca de 15

mca. O controle de pressão ocorre no REL de Boa Vista, conforme alterações da cota

piezométrica, ou seja, a variação do Nível de Água - NA mínimo ao máximo no REL, que é

de apenas 4,3 metros, o que promove o gradiente de pressão disponibilizada na rede.

O rodízio de fornecimento de água, as falhas nos equipamentos de telemetria, no

macromedidor e incertezas no cadastro técnico impactam sobremaneira na gestão do DMC.

Esse cenário inviabilizou a elaboração de uma modelagem de vazamentos Bottom Up a

partir de dados confiáveis de vazão e pressão, como também não foi possível implementar

a rotina de acompanhamento da vazão mínima noturna e fator de pesquisa.

A ausência de uma modelagem de vazamentos Bottom Up confiável impede a calibração do

Balanço Hídrico Top Down e, consequentemente, a segregação das perdas real versus

aparente.

Diante desse contexto, vale destacar que, quanto ao conhecimento e operacionalização do

DMC, ainda existem lacunas a preencher. Por outro lado, algumas situações evidenciadas

foram ajustas e corrigidas no transcorrer do

projeto, com destaque:

A partir de medições de pressão e vazão

em campo, com auxílio da pitometria,

concluiu-se que havia carga hidráulica

suficiente na subadutora para atender o REL

da Boa Vista sem a necessidade de recalcar a

água a partir do RAP. Foi feito um desvio ou

By-Pass do RAP para viabilizar a operação

neste novo cenário;

Interligações com bairros adjacentes ao DMC,

desconhecidas dos técnicos da COMPESA e

sem registro na planta cadastral. Nesta

situação, destacam-se as derivações

encontradas na tubulação do REL da Boa

Vista para o bairro Maria Auxiliadora, cujo

abastecimento de água deveria ocorrer em

períodos distintos ao do Boa Vista I durante

rodízio;

Interligação na Rua Joaquim do Norte (PVC

DEFoFo 1500 mm) com Av. Caruaru (PBA 160

mm) também sem registro no cadastro técnico e de desconhecimento dos

operadores do sistema. Esta derivação abastecia o Boa Vista II;

No início do projeto, antes de realizar as ações de perdas reais citadas, a vazão

média que chegava ao REL da Boa Vista era de 70,0 L/s, atualmente, o sistema

opera, nos dias de rodízio com vazão de 55,0 L/s

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 12. DESVIO DO RAP BOA VISTA

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4.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES

4.3.1 CADASTRO COMERCIAL

As primeiras visitas técnicas que ocorreram na COMPESA com foco neste tema se

concentraram no diagnóstico da infraestrutura disponível para gerenciamento e execução

dos serviços de atualização do cadastro comercial.

Nessa temática específica, o prestador já tinha estabelecida uma diretriz de centralização

das decisões sobre a execução dos serviços na Unidade Sede, em Recife. Deste modo,

antes mesmo de qualquer interação mais profunda com a Área Prioritária, o Consórcio

buscou contato com a Gerência Técnica de Cadastro - GTC.

Partiu-se então para o contato com os responsáveis para investigar a rotina operacional, as

ferramentas de Tecnologia da Informação - TI e de Sistema de Informação Geográfica - SIG

utilizadas, equipamentos de coleta de dados, informações levantadas nas visitas,

quantidade de equipes trabalhando no serviço, elementos de logística, entre outros

aspectos.

Observou-se que o prestador já reservava grande atenção a esta temática e possuía uma

metodologia bem delineada, baseada em critérios técnicos e logísticos, envolvendo pessoal

próprio e terceirizado. O fluxo das informações era administrado por meio de sistema

informatizado, utilizando coletores eletrônicos portáteis em campo.

FOTO 13. DESVIO DO RAP BOA VISTA

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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As ferramentas de TI e SIG eram desenvolvidas pelo setor de informática do prestador,

ficando a cargo da terceirizada providenciar recursos humanos e elementos de logísticos e

de transporte. A equipe de escritório era composta também por terceirizados, com

supervisão de técnicos próprios do prestador, que realizava o controle de qualidade de

informações críticas de mudança de categoria.

Um aspecto nevrálgico em todo processo dizia respeito ao formulário de levantamento de

dados. O layout de coleta que o prestador trabalhava era satisfatório e já abrangia

investigação e auditoria de informações importantes em campo. Ainda assim, o Consórcio

sugeriu inclusão de alguns aspectos e pequenas alterações na rotina do programa. Dentre

as adequações sugeridas, destacou-se a necessidade de obrigatoriedade do registro

fotográfico do hidrômetro e fachada do imóvel, além da utilização de alertas de criticidade

em campos específicos do formulário.

TABELA 2. DADOS COLETADOS NO CAMPO

Foto: Elaboração COM+ÁGUA.2

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Fonte: COMPESA

TELAS DO COLETOR ELETRÔNICO DE DADOS FIGURA 11.

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Também foi analisado o sistema GISCOMP, ferramenta de SIG corporativo, no qual é

possível integrar o cadastro técnico de redes de água com o cadastro comercial de clientes.

A ferramenta era disponibilizada pela intranet, o que facilitava o acesso e a manutenção dos

dados nele inseridos. Estima-se que atualmente cerca de 60% dos imóveis atendidos pela

COMPESA estão georreferenciados.

Os técnicos do prestador apontaram que o sistema necessita de algumas pequenas

adequações no tocante à dificuldade de acesso em localidades mais afastadas do Estado,

em especial maior velocidade no tráfego de dados, além de ser necessário o

desenvolvimento de funcionalidades que facilitem atualizações, monitoramento e

elaboração de mapas temáticos, alimentando uma expectativa interna de que o GISCOMP

se torne um portal com diversas aplicações do GIS inseridas.

No âmbito das capacitações foram ministrados treinamentos diversos de combate às perdas

aparentes, sempre reservando atenção especial à temática da atualização dos dados

comerciais.

Ainda no contexto histórico do COM+ÁGUA.2, tornou-se necessário planejar a logística de

equipes para execução dos serviços no DMC. Cogitou-se, inicialmente, mobilização de

equipes residentes na Área Prioritária, sendo necessária a realização de treinamento e

estruturação de ambiente interno para administração da rotina. Porém, verificou-se como

melhor opção levar as equipes que atuavam na região metropolitana do Recife,

considerando que já possuíam contrato e treinamento adequado para execução dos

serviços.

Nesse período, iniciou-se um processo licitatório no prestador para renovação do contrato

de terceirização dos serviços de atualização do cadastro comercial. Esse procedimento

demandou uma série de etapas burocráticas e levou um tempo significativo para ser

finalizado. Durante todo o processo da nova contratação observou-se que a demanda por

serviços se acumulou e, no momento em as equipes ficaram disponíveis, precisaram

atender uma série de prioridades definidas pelo prestador. Infelizmente, até a finalização do

projeto, o prestador não havia iniciado a pesquisa de atualização cadastral em campo.

4.3.2 MICROMEDIÇÃO

A campanha de visitas técnicas com foco no desenvolvimento da micromedição buscou

dotar os técnicos dos prestadores de conhecimento sobre rotinas técnicas de levantamento

de dados para diagnóstico da submedição do parque, com utilização de metodologia

orientada pela Norma Técnica NBR ABNT 15.538/2014.

Estas capacitações tiveram por objetivo reconhecer o comportamento de consumo dos

clientes e o padrão de envelhecimento dos hidrômetros. Com esses treinamentos buscou-se

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 14. DEMONSTRAÇÃO DO USO DO CONJUNTO DATALOGGER E DO HIDRÕMETRO VOLUMÉTRICO CLASSE C

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que o prestador absorvesse o conhecimento sobre uma primeira fase do processo de

otimização da micromedição e se tornasse capaz de executar as rotinas técnicas e

operacionais inerentes a este serviço. Foram apresentados os conceitos teóricos que

envolveram a gestão da micromedição. Utilizaram-se para a discussão aspectos inerentes

ao funcionamento dos hidrômetros e a relação entre o instrumento e a dinâmica de

consumo do cliente. Os envolvidos puderam conhecer melhor algumas especificações dos

medidores e o modo de funcionamento do instrumento para, a partir disso, poderem

entender os objetivos do levantamento dos perfis de consumo.

Neste período foi promovido o primeiro contato com os data loggers e os hidrômetros que

seriam utilizados nos levantamentos em campo. Buscou-se realizar uma demonstração

minuciosa da utilização dos equipamentos, indicando a importância de cada componente no

processo e apresentando a sequência de passos a serem seguidos para a correta

utilização.

Os levantamentos foram programados para monitoramento durante sete dias corridos, de

maneira a acompanhar a rotina semanal do cliente e garantir a adequada amostragem do

perfil de consumo. Como procedimento intermediário, a equipe deveria retornar a campo

para averiguar as instalações e o andamento da coleta de dados. Esta etapa foi

extremamente importante, considerando que seria uma oportunidade de verificar se o

levantamento estava ocorrendo dentro do planejado.

A capacitação envolveu participantes que pertenciam à área de hidrometria do prestador,

que centraliza as ações de compra, ensaios e distribuição dos hidrômetros para as áreas

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 15. TREINAMENTO SOBRE LEVANTAMENTO DE PERFIS DE CONSUMO EM CAMPO

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operacionais. Participaram também colaboradores da área comercial da COMPESA. Os

colaboradores responsáveis pelo setor de medição de água, lotados nos escritórios

comerciais também participaram dessa capacitação. Os técnicos das áreas comerciais de

Caruaru e Salgueiro eram tanto do nível gerencial, como operacional, permitindo assim a

discussão e análise do tema da capacitação em aspectos diversos, mostrando a

importância do embasamento teórico, por meio do estudo da Norma ABNT 15.538/2014 e

do Regulamento Técnico Metrológico, da Portaria do Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO 246/2000.

No treinamento procurou-se demonstrar a aplicação prática da norma através da realização

dos ensaios de desempenho de medidores no Laboratório de Hidrometria, a formatação dos

resultados dos ensaios através da elaboração conjunta dos relatórios e gráficos que

demonstram o ciclo de vida de um medidor de água, finalizando com a análise dos

resultados e discussão do impacto destes resultados no desempenho da medição de água,

que tem influência direta no faturamento da companhia e viabilidade econômico-financeira

do negócio.

Foram tratados temas inerentes ao processo, tais como a abordagem sobre a Norma ABNT

NBR 15.538/2014, a importância da curva característica de envelhecimento do parque de

medidores, levantamento do perfil de consumo e determinação dos pesos no cálculo do

Erro Médio Ponderado – EMP e do Índice de Desempenho Metrológico – IDM, sugestão de

critérios de seleção de amostras para ensaios e interpretação dos resultados, programação

de rotinas operacionais, além de realizar uma avaliação da infraestrutura e trazer sugestão

FOTO 16. TREINAMENTO SOBRE ENSAIOS DE BANCADA PARA DETERMINAÇÃO DA CURVA DE ENVELHECIMENTO

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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de melhorias nas bancadas de ensaios e apresentar as melhores práticas de laboratório,

minimizando as incertezas de medição na determinação de erros.

Foi utilizada a bancada de ensaios em hidrômetros do Laboratório de Hidrometria, da

COMPESA, na Unidade da Cabanga, no Recife, que atendeu às necessidades por

contemplar os requisitos mínimos exigidos pelo INMETRO, por meio da Norma de

Procedimentos NIE DIMEL 016-r03.

Houve um longo período sem avanços no processo de aquisição dos materiais e

equipamentos necessários para iniciar os trabalhos por parte da COMPESA. Desde quando

foi submetida a lista de materiais necessários para execução dos serviços, a empresa

manifestou que teria dificuldades financeiras para aquisição de todos os equipamentos,

instrumentos e ferramentas. No espírito de parceria, o Consórcio se comprometeu em

apoiar o prestador cedendo alguns equipamentos, evitando a necessidade de aquisição e

promovendo uma otimização do recurso financeiro disponível. Dentre os equipamentos

emprestados, estavam os conjuntos data logger para levantamento de perfil de consumo.

Ocorre que os equipamentos do Consórcio possuem um arranjo de componentes e

possuem conexão com somente um modelo de hidrômetro de fabricante específico. Diante

do cenário, em comum acordo, decidiu-se que a COMPESA adquiriria o modelo de

hidrômetro indicado pelo Consórcio e o trabalho seria executado nessa parceria, o que

também não foi adiante.

Já na reta final do projeto, em reunião ocorrida entre o Consórcio, o Ministério das Cidades

e a COMPESA, o Consórcio se comprometeu em adquirir uma quantidade mínima de

hidrômetros, no modelo especificado e emprestar todo o arranjo necessário para os

levantamentos. Dessa forma, diante do longo período decorrido do último treinamento

realizado, foi necessário realizar as capacitações novamente.

Uma vez que este procedimento já havia sido objeto de detalhada capacitação em visita

anterior, buscou-se direcionar a energia nos procedimentos principais referentes à operação

do data logger, instalação em campo e descarga e armazenamento dos dados levantados.

A seleção de clientes precisou ter critérios menos restritivos, considerando o rígido regime

de rodízio no abastecimento. Como resultado final, alguns perfis foram levantados em

campo, mas com poucos períodos de abastecimento, o que inviabilizou uma análise mais

pormenorizada dos resultados.

4.3.3 COMBATE A USOS NÃO AUTORIZADOS

Os serviços de combate aos usos não autorizados foram foco de grande atenção no âmbito

das capacitações do COM+ÁGUA.2. Observando a relevância do tema na gestão das

perdas de água, especificamente das perdas aparentes, foi desenvolvida uma abordagem

multidisciplinar, combinando a engenharia e a mobilização social, sempre buscando

segmentar os diversos casos, segundo o tipo de intervenção irregular praticada, as

condições socioeconômicas da comunidade e a finalidade do uso consumo não autorizado.

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Buscou-se realizar um planejamento das ações que abrangesse uma diversidade de casos

como a modelagem do Balanço Hídrico sugere, de modo que as práticas servissem tanto

para atender metodologicamente o dimensionamento dos volumes de água perdidos por

usos não autorizados como também para o combate efetivo do problema e melhoria de

indicadores.

Existiu uma dinâmica de capacitações que buscou apresentar a classificação definida pelo

Balanço Hídrico para cada caso de irregularidade de consumo. O objetivo era que essa

segregação se tornasse uma importante referência no tratamento dos casos, sendo

implantada uma padronização de conceitos nos serviços de campo.

Também se buscou demonstrar os diversos tipos de abordagens e penalidades que devem

ser aplicadas para cada tipo de situação, considerando que a finalidade do uso da água, os

volumes estimados consumidos irregularmente, o contorno social que se localiza cada caso

e a renda estimada do cliente fraudulento.

Buscou-se abordar nas capacitações a forma como o Balanço Hídrico segmenta os usos

não autorizados e como a modelagem auxilia o operador no planejamento das premissas e

melhora dimensionando os volumes de água perdidos. Dentro dessa classificação, destaca-

se a segregação em blocos de natureza de irregularidade.

Um primeiro grupo se refere às ligações clandestinas, que representam os casos de

consumidores não reconhecidos pelo prestador, ou seja, não constantes no banco de dados

de clientes. Outra classificação abrange todos os casos de fraudes nas instalações de

fornecimento de água e considera prioritariamente consumos não contabilizados em

ligações ativas. Em um último bloco, a modelagem contabiliza casos de falhas de cadastro,

os quais se enquadram ligações com fornecimento interrompido por regras de cobrança e

religado à revelia, além de situações de localidades com abastecimento regular provido pelo

prestador, porém com clientes não cadastrados e com consumo não contabilizado.

Outro tema de grande relevância nas capacitações se referiu às estratégias para

identificação de casos suspeitos e direcionamento dos esforços na pesquisa de usos não

autorizados. O adequado planejamento das ações representa grande economia de recursos

e eleva o sucesso do trabalho. Uma das principais estratégias trabalhadas nos treinamentos

focou na avaliação do banco de dados comerciais dos clientes e no estabelecimento de

critérios técnicos de seleção de casos suspeitos de irregularidades. A riqueza dessa base

de informações serve como um importante pilar de tomada de decisão, favorecendo a

operação logística de ataque a áreas com concentração de suspeitas, tanto do ponto de

vista da engenharia como também da mobilização da comunidade.

Especificamente sobre a dinâmica da mobilização e sensibilização social, buscou-se avaliar

a disponibilidade de instrumentos necessários na área de abrangência do DMC. Algumas

interações com líderes comunitários foram realizadas e algumas campanhas de divulgação

do projeto planejadas. As práticas de mobilização foram bem recebidas pelos técnicos do

prestador e algumas experiências foram ensaiadas em campo.

A capacitação de abordagem da mobilização tevê por foco regiões e ocupações com baixo

padrão de renda, as quais apresentavam concentração significativa de ligação inativa e

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onde residia uma importante parcela de usos não autorizados. Para essas áreas, planejou-

se disseminar as intenções do COM+ÁGUA.2 por meio de audiências públicas, visitas em

domicílios e propaganda audiovisual. O tratamento dos casos de usos não autorizados

necessitaria de um trabalho relevante de sensibilização.

Também foram ministrados treinamentos para pesquisa e combate aos usos não

autorizados com foco em residências de maior renda e atividades comerciais/industriais.

Nesses casos, realizou-se capacitações com foco na abordagem policial e na aplicação de

penalidades, aproveitando-se de experiências de sucesso em diversos estados do Brasil,

mais especificamente na SABESP.

Apesar da carga significativa de capacitações, as ações práticas no campo não tiveram

avanços. Em reflexo do cenário geral do COM+ÁGUA.2 no prestador, observaram-se

grandes dificuldades financeiras para mobilizar os serviços de combate aos usos não

autorizados.

4.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA

Em Caruaru, a AT 4 contou com a formação de um Grupo de Trabalho para a elaboração do

plano de ação específico e sua implementação, tendo a coordenação do Comitê Gestor.

Dentre as ações para aumentar a eficiência energética destacaram-se:

FOTO 17. INVESTIGAÇÃO EM CAMPO DE IRREGULARIDADES NAS LIGAÇÕES DE ÁGUA

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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Sensibilização dos colaboradores do prestador em relação ao tema energia no

seguimento de saneamento;

Identificação de oportunidades para ações de eficiência energética e de

microgeração de energia através fontes renováveis;

Elaboração de metodologia para realização do diagnóstico hidroenergético;

Especificação de equipamentos e ações a serem implementadas;

Acompanhamento e análise dos resultados após implementação da metodologia,

através de indicadores de desempenho;

Realização de treinamentos em geral, através de cursos e capacitações em

processo, com a realização de visitas a campo.

Para atender a metodologia COM+ÁGUA.2 de gestão da energia, orienta-se que seja

identificada, de preferência no DMC, a unidade operacional que possa servir como piloto

para a realização de estudos e ações de eficiência energética. Na avaliação da estrutura da

COMPESA identificou-se a Coordenação de Eficiência Energética – CEN, localizada na

sede, em Recife. Atualmente a CEN não atua na identificação de oportunidades de

eficiência energética nas unidades operacionais, apenas a avaliação das faturas de energia

elétrica recebidas mensalmente e gestão dos contratos de demanda, e também monitora a

cobrança de multas por baixo fator de potência. Quando se identifica uma unidade

operacional com baixo fator de potência, é deslocada uma equipe de manutenção da CEN

para realização de manutenções e correção nas instalações. Em 2018 foi integrado à sua

estrutura um engenheiro para identificar oportunidades de realização de eficiência

energética nas unidades operacionais da COMPESA.

Em Caruaru não há equipe dedicada à identificação de oportunidades e desenvolvimento de

ações de eficiência energética, mas no quadro da equipe de manutenção existem alguns

colaboradores que atuam em ações de eficiência em conjunto com a CEN. A unidade conta

com um coordenador técnico e o apoio de um eletrotécnico para desenvolvimento de

atividades de correção de fator de potência quando necessário, e algumas ações de

eficiência energética. A unidade operacional mais representativa em relação ao consumo de

energia elétrica é a ETA Petrópolis. Seu valor anual faturado é de R$ 1,2 milhões, que

representa 6,4%, do valor gasto com energia na gerência de Caruaru.

A captação do Rio do Prata é constituída de quatro conjuntos motores bombas de 900cv

recentemente adquiridos, alimentados em média tensão (2.300V). Esses conjuntos

recalcam a água bruta para a ETA Petrópolis, que fica distante 36 km da captação. Antes da

ativação da captação do Rio do Prata, a principal unidade de captação e de maior consumo

de energia elétrica era o sistema do Jucazinho, que teve as operações paralisadas em

meados de 2016 devido à escassez hídrica, que secou o reservatório. Entretanto, essa

unidade voltou a operar em junho/2018, com 6,5% de sua capacidade.

Em Caruaru foram então desenvolvidos dois diagnósticos hidroenergéticos com o propósito

de sensibilizar e capacitar o corpo técnico gerencial:

EAB Inversão – ETA Petrópolis;

EEAT Anel Oeste II – ETA Petrópolis.

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4.4.1 METODOLOGIA DAS MEDIÇÕES (EVENTO DE DIAGNÓSTICO E

MONITORAMENTO)

A realização dos eventos de monitoramento contou com equipe multidisciplinar, com

especialistas em elétrica e hidráulica/mecânica e foram utilizados os seguintes

equipamentos:

Analisadores/registradores de energia elétrica;

Registradores de pressão;

Termômetros digitais;

Tacômetros digitais sem contato;

Câmera termográfica;

Câmera fotográfica;

Alicate volt-amperímetro;

Medidor de vibração;

Trenas;

GPS.

Os registros dos eventos de monitoramento se apresentam a seguir:

FOTO 18. TOTALIZADOR DE VOLUME E INDICADOR DE VAZÃO INSTANTÂNEA

FOTO 19. MEDIDOR DE VAZÃO DO SISTEMA DA INVERSÃO, DO TIPO ELETROMAGNÉTICO INTRUSIVO

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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FOTO 20. PONTOS PARA INSTALAÇÃO DE MANOMETROS E/OU TRANSMISSOR DE PRESSÃO

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 21. PONTOS DE TOMADA DE PRESSÃO

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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FOTO 22. INSTALAÇÃO DOS TRANSMISSORES DE PRESSÃO NA BOMBA DO SISTEMA DA INVERSÃO

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Usar figura que ilustre a

descrição acima.

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4.4.2 RESUMO DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO – BOMBA DA INVERSÃO

O Diagnóstico Hidroenergético - DHE foi realizado na ETA Petrópolis em duas estações

elevatórias, sendo uma de água bruta – sistema da inversão - e uma de água tratada,

constante do sistema associado ao DMC Anel Oeste II. A estação elevatória de água bruta

é composta por um conjunto motobomba de 250cv, conforme detalhado a seguir, e opera

em regime contínuo, abastecendo também a ETA Salgado em função da crise hídrica que

assola a região do sertão de Pernambuco já há alguns anos.

O DHE do sistema de inversão foi realizado entre setembro e dezembro/2017 com

atividades de levantamento de campo, eventos de monitoramento, coleta e análise de

informações, além de elaboração de relatório conclusivo.

4.4.2.1 DESCRITIVO DAS ATIVIDADES

Foram realizadas vistorias nas principais unidades operacionais da gerência de Caruaru

com o propósito de identificar-se um sistema que possuísse as características típicas de

outros sistemas de bombeamento. A escassez hídrica persistente impediu que se

conseguissem as condições operacionais ideais para a obtenção de máximo resultado

durante o evento de monitoramento, entretanto, foi possível demonstrar a metodologia a ser

adotada.

Entre julho e agosto/2017 selecionou-se o sistema da estação elevatória que abastece a

ETA Salgado (onde se localiza a gerência administrativa da COMPESA, em Caruaru),

composto por um conjunto motobomba de 250cv e bomba bipartida axialmente, que recalca

água bruta da ETA Petrópolis para a ETA Salgado. O sistema opera de forma contínua,

24h/dia, sete dias por semana, enquanto não houver outro sistema de abastecimento de

TABELA 3. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA DE INVERSÃO

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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água bruta para a ETA Salgado.

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4.4.2.2 CARACTERÍSTICAS DA BOMBA DA INVERSÃO – ETA PETRÓPOLIS

Os motores analisados possuem mais de 14 anos de fabricação, apesar de não haver

registros e históricos de manutenção, possuem indícios de restauração e rebobinamento,

que propicia na redução da eficiência e rendimento. No diagnóstico foi avaliado apenas um

conjunto motor bomba do sistema da Inversão, pois o segundo conjunto ainda não estava

disponível e em condições de operação.

A seguir os dados resumidos do diagnóstico da unidade selecionada na ETA Petrópolis.

Adicionalmente ao diagnóstico hidroenergético foram avaliadas as iniciativas de

desenvolvimento de programas e projetos de eficiência energética e a estruturação da CEN.

Para a estruturação da coordenação identificaram-se algumas ações e implementações

necessárias como:

Criação de novos Indicadores de Desempenho Energético - IDE, como o kWh/m³

bombeado. Atualmente a CEN e as AP consideram como indicadores de eficiência

energética o índice de ultrapassagem de demanda e cobrança de multas por parte

da Companhia Energética de Pernambuco - CELPE por baixo fator de potência;

A importância da criação de IDE tendo como base a norma ISO 50.001, que

estabelece uma estrutura para que as empresas possam gerenciar e melhorar o

consumo de energia elétrica;

Melhoramento de metodologias de gerenciamento e implantação de ações de

monitoramento do consumo energético online;

Desenvolvimento de metodologias de análise das faturas de energia, que possibilite

a realização de ações administrativas e técnicas nas unidades da COMPESA;

Gerenciamento efetivo dos contratos de fornecimento de energia elétrica,

envolvendo as unidades operacionais sendo que o valor anual pago é da ordem de

R$ 180 milhões/MM, que corresponde a terceira maior despesa operacional da

COMPESA, logo após as despesas com pessoal próprio e com pessoal

terceirizado;

Realização de treinamentos e capacitações em processo, teóricos e práticos, para

melhor disseminação do conceito e da importância do desenvolvimento de ações de

eficiência energética;

Implantação do programa de cadastro de ativos e elaboração de planos de

manutenções preventiva e preditiva nas AP. A implementação dos planos irá

facilitar o gerenciamento das atividades desenvolvidas em cada ativo (bombas,

Bombas Q

(m³/h) H (m) Pel (kW)

CE (kWh/m³)

CEN (kWh/m³/100)

Rendimento

Sistema Inversão

660 69,3 211,8 0,321 0,463 59%

TABELA 4. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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motores, válvulas, transformadores e etc.), além de gerar histórico dos

equipamentos, permitindo um melhor acompanhamento da vida útil de cada um.

No modelo atual de gerenciamento e análise das faturas de energia elétrica aplicado na

COMPESA, as AP não recebem as faturas de energia, ficando restrito apena a CEN. Desta

forma os gestores operacionais das áreas ficam impossibilitados de realizar uma análise

mais criteriosa. As AP recebem uma planilha em meio digital, chegando quase trinta dias

após o faturamento, com as informações resumidas, cabendo ao gestor local apenas

analisar:

Verificação se o consumo de energia se está na média histórica;

Comparação da demanda lida, em relação à contratada, verificando se houve

redução ou ultrapassagem;

Verificação e correção do fator de potência lido nas instalações, sendo que este

deve ser maior que 0,92 obrigatoriamente.

Nas análises de campo foram identificadas algumas oportunidades de microgeração de

energia distribuída com o aproveitamento de potencial hidráulico, sendo este na chegada da

água bruta na ETA Petrópolis e nas estações elevatórias de água bruta do sistema de

captação do Rio do Prata. Outra oportunidade identificada foi a geração de energia

renovável com o uso de painéis solares, sendo estes instalados nos telhados dos prédios e

reservatórios da ETA Petrópolis.

No caso da ETA Petrópolis a oportunidade avaliada consistiu na instalação de uma

turbinada hidráulica, como projeto piloto, com potência estimada de 20 kW, aproveitando a

entrada de água bruta na estação. O custo de plantação foi avaliado em cerca de R$130 mil

e o período de retorno (payback) simples de 5,5 anos.

Ainda na ETA Petrópolis foi também avaliada a viabilidade de implantação de uma micro

usina solar fotovoltaica cuja os painéis seriam instalados nos telhados das edificações bem

como nos reservatórios apoiados. Em caráter também de projeto piloto o sistema consistia

da implantação de 30 kWp, que ocupariam uma área de cerca de 200 m² correspondendo a

um investimento de R$180 mil, e um período de retorno (payback) simples

aproximadamente de 6 anos.

As oportunidades identificadas nas estações elevatórias do Sistema do Prata estavam em

mudança em função da recente operação do sistema do Pirangy e seu potencial foi apenas

qualificado, ou seja, existe um potencial de implantação de turbinas hidráulicas neste

aproveitamento, ainda a ser quantificado.

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Definiu-se ainda a necessidade de realização de evento de monitoramento dos parâmetros

elétricos, mecânicos e hidráulicos, de modo a obter-se informações precisas sobre a linha

de base do sistema, bem como dados para a análise e avaliação de eventuais

oportunidades de aumento da eficiência hidroenergética. As medições foram realizadas por

sete dias consecutivos, com registro de dados a cada três minutos.

4.4.2.3 RESULTADOS OBTIDOS

Os principais parâmetros foram registrados de forma sincronizada a cada três minutos,

durante período de sete dias. Os registros dos principais parâmetros medidos se

apresentam a seguir:

FOTO 23. CONJUNTO MOTOBOMBA DO SISTEMA DA INVERSÃO

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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DEMANDA DE POTÊNCIA ATIVA – BOMBA DA INVERSÃO FIGURA 12.

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

VAZÃO DE ÁGUA DE RECALQUE – BOMBA DA INVERSÃO FIGURA 13.

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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GRÁFICO DE DESEQUILÍBRIO DE CORRENTE ENTRE FASES DO MOTOR FIGURA 15.

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

VOLUME BOMBEADO DURANTE O PERÍODO DE MONITORAMENTO FIGURA 14.

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

TABELA 5. CONSUMO ESPECÍFICO PARA O SISTEMA DA INVERSÃO

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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4.4.3 RESUMO DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO – BOMBA DO ANEL OESTE II

O sistema do Anel Oeste II, na ETA Petrópolis, é uma estação elevatória de água tratada

composta por um conjunto motobomba de 60cv, operando em regime de rodízio,

abastecendo o DMC, em função da crise hídrica. O DHE foi elaborado entre setembro e

dezembro/2017, com atividades de levantamento de campo, eventos de monitoramento,

coleta e análise de informações, além de elaboração de relatório conclusivo.

4.4.3.1 DESCRITIVO DAS ATIVIDADES

Foram realizadas vistorias para identificação do sistema que possuísse as características

típicas de outros sistemas de bombeamento, mas, como já relatado, a escassez hídrica foi

uma característica predominante que impediu se obtivessem as condições operacionais

ideais. Nesse contexto, entre julho e agosto/2017, o sistema selecionado foi a estação

elevatória que abastece o DMC Anel Oeste II, composto por um conjunto motobomba de 60

CV. Esse sistema opera em forma de rodízio, 24h/dia durante nove dias por mês, devido à

situação de persistência da escassez hídrica na região.

4.4.3.2 CARACTERÍSTICAS DA BOMBA ANEL OESTE II – ETA PETRÓPOLIS

Assim como o outro motor, este também tem mais de 14 anos de fabricação e não possui

registros e históricos de manutenção, apenas indícios de restauração e rebobinamento, que

propiciam na redução da eficiência e rendimento. O DHE avaliou apenas um conjunto motor

bomba do sistema do Anel Oeste II.

A seguir os dados resumidos do diagnóstico na unidade selecionada na ETA Petrópolis.

TABELA 6. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA DO ANEL OESTE I I – ETA PETRÓPOLIS

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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Em paralelo ao diagnóstico hidroenergético foram avaliadas algumas iniciativas de

desenvolvimento de eficiência energética e quanto à estrutura da CEN identificadas as

seguintes ações em desenvolvimento:

Criação de indicadores de desempenho energético, como o kWh/m³ bombeado.

Atualmente a CEN considera apenas o índice de ultrapassagem de demanda e

baixo fator de potência como indicador de eficiência energética;

Foi identificada a importância de criar indicadores de desempenho energético, tendo

como base a norma ISO 50.001, que estabelece estruturas para gerenciar e

melhorar o consumo de energia elétrica;

Melhorar as metodologias de análise das faturas de energia elétrica, possibilitando

a realização de ações administrativas e técnicas nas unidades operacionais;

Gerenciamento dos contratos de fornecimento de energia elétrica, sendo que a

COMPESA paga quase R$180 MM/ano, referente a faturas de energia elétrica;

Realizar treinamentos teóricos e práticos, para melhor desenvolvimento das ações

de eficiência energética;

Realização de cadastro de ativos e elaboração de planos de manutenções,

facilitando o gerenciamento das atividades desenvolvidas em cada ativo (bombas,

motores, válvulas, transformadores e etc.).

A gerência regional recebe uma planilha com atraso de quase trinta dias após o

faturamento, com as informações resumidas das contas, fazendo apenas a análise de:

Verificação do consumo de energia;

Comparação da demanda lida, em relação à contratada;

Verificação e correção do fator de potência quando estiver fora do valor aceitável.

Definiu-se ainda a necessidade de realização de evento de monitoramento dos parâmetros

elétricos, mecânicos e hidráulicos, de modo a obter-se informações precisas sobre a linha

de base do sistema, bem como dados para a análise e a avaliação de eventuais

oportunidades de aumento da eficiência hidroenergética. As medições foram realizadas por

sete dias consecutivos, com registro de dados a cada três minutos.

TABELA 7. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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4.4.3.3 RESULTADOS OBTIDOS

Os registros dos eventos de monitoramento se apresentam a seguir:

Estação Elevatória do Anel Oeste II – vibração

FOTO 24. CONJUNTO MOTOBOMBA DO ANEL OESTE II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 25. MEDIÇÃO INSTANTÂNEA DE VIBRAÇÃO NA BOMBA DO ANEL OESTE II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 26. CONJUNTO MOTOBOMBA

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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Pressostato para monitoramento da pressão na adutora de recalque

FOTO 28. BARRILETES DE SUCÇÃO E

RECALQUE DA BOMBA DO ANEL OSTE II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 27. TOMADA DE PRESSÃO NO BARRILETE DE RECALQUE DA BOMBA DO SISTEMA ANEL OESTE II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 30. TOMADAS DE PRESSÃO NA

BOMBA DO SISTEMA ANEL OESTE II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2 Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 29. REGISTRADOR ELE

REGISTRADOR ELETRÔNICO UNIVERSAL

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Os principais parâmetros foram registrados de forma sincronizada, a cada três minutos,

durante período de sete dias. Os registros dos principais parâmetros medidos se

apresentam a seguir:

FOTO 31. INSTALAÇÃO DO MEDIDOR DE VAZÃO PORTÁTIL NA ADUTORA DO ANEL OESTE II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 32. MEDIDOR DE GRANDEZAS ELÉTRICAS NO CENTRO DE CONTROLE DE MOTORES DO MOTOR DO ANEL OESTE II

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2 Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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INSTALAÇÃO DO MEDIDOR DE VAZÃO PORTÁTIL NA ADUTORA DO ANEL FIGURA 16.OESTE II

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

REGISTRO DE VAZÃO DE ÁGUA DE RECALQUE – BOMBA DO ANEL FIGURA 17.OESTE II

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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Valores Medidos

Bombas P2 [m]

Sucção

P3 [m]

Recalque

n

[rpm]

Q

[m³/h]

Q

[m³/s]

Pel

[kW]

Anel Oeste II 5,9 34 1777 250,8 0,07 44,5

Valores Calculados

Bombas H [m] Ph [kW] Pe [kW] ηM [%] ηB [%] ηC [%]

Anel Oeste II 33,7 23,2 37,8 85 61,4 52,2

TABELA 8. CURVA DA BOMBA - ANEL OESTE II

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

VOLUME BOMBEADO DURANTE O PERÍODO DE BOMBEAMENTO FIGURA 18.

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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4.4.3.4 DIAGNÓSTICO

Em função dos dados coletados e das análises realizadas pela equipe da AT 4, foram

avaliadas as seguintes situações:

Em função da ausência de registro documental, recolheram-se dados em campo

que indicaram que os conjuntos motobomba não são de alto rendimento e já foram

rebobinados;

A falta de manutenção preventiva e preditiva, constatada durante os levantamentos

de campo evidenciou a ausência de alguns procedimentos rotineiros como a

lubrificação de mancais e limpeza dos conjuntos, que são realizadas apenas

esporadicamente, sem uma definição e controle de periodicidade;

O conjunto motor-bomba está instalado na cota de elevação 590m, enquanto o

reservatório está na cota de elevação 587m;

Nas condições encontradas no sistema de inversão, o conjunto motor-bomba estará

sempre abaixo do nível da coluna de água, o que é denominado como NPSH3

positivo, mantendo o regime de operação sempre em condição afogada.

3 Net Positive Suction Head – em português - carga líquida positiva de sucção.

LINHA NEUTRA DE VARI AÇÃO DE ENERGIA FIGURA 19.

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

TABELA 9. CONSUMO ESPECÍFICO PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DO ANEL OESTE II

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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4.4.3.5 RECOMENDAÇÕES

Redimensionamento do conjunto motobomba para atender a demanda de água

necessária do setor Anel Oeste II;

Substituição do motor existente no Anel Oeste II por outro de alto rendimento e com

potência adequada para atender a real necessidade de bombeamento;

Substituir motor do sistema da Inversão, pois há indícios de rebobinamento,

aquecimento acentuado na carcaça e também foi identificado desequilíbrio de

corrente consumida entre as fases próximo de 30%;

Implantação de Sistema de Gestão Energética - SGE, através de multimedidores de

grandezas elétricas e hidráulicas, nas bombas do sistema de inversão e nas

elevatórias do sistema de captação do Rio do Prata, cujas unidades possuem

grandes potências instaladas e consequentemente elevado consumo de energia

elétrica;

Implantação do sistema de controle de ativos, gerenciamento e plano de

manutenção, permitindo o cadastro de ativos, criação de registros e históricos de

intervenções corretivas, preventivas e preditivas;

Instalação de um segundo conjunto motobomba no sistema da Inversão, permitindo

a realização de alternância e também possuir um equipamento reserva;

Aquisição de instrumentações portáteis e realização de treinamentos da equipe de

medições, para verificação e aferição dos parâmetros elétricos, mecânicos e

hidráulicos;

A COMPESA pode ainda aprimorar a operação através da implementação,

acompanhamento e melhoria contínua de indicadores de desempenho, como

exemplo o consumo específico. Para tal pode ser necessário investimento em

sistemas de medição, e aquisição de dados para monitoramento individualizado das

elevatórias ou até de cada motor;

Além das ações propostas, a COMPESA deve investir em um sistema de

gerenciamento e controle da manutenção, além da criação dos planos de

manutenção e estruturação da equipe para realização das manutenções

preventivas e preditivas nos equipamentos eletromecânicos.

Os investimentos e benefícios associados às medidas de eficiência energética

TABELA 10. SISTEMA DA INVERSÃO

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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mencionadas, se relacionam a seguir:

Essas oportunidades, com investimento estimado da ordem de R$ 300 mil, podem resultar

na economia de R$ 280mil/ano, além de melhoria da gestão energética e operacional das

elevatórias.

Essas oportunidades, com investimento estimado da ordem de R$ 38 mil, podem resultar na

economia de R$ 14.4 mil/ano, além de melhoria da gestão energética e operacional das

elevatórias.

4.4.3.6 CONCLUSÕES

Foram identificadas oportunidades de redução do consumo de energia, apesar do cenário

peculiar de escassez hídrica no qual os equipamentos operam, apenas no momento em que

existe água para bombear, o fazendo com a maior capacidade possível e não priorizando a

questão da eficiência operacional. Apesar de não ter ocorrido ações físicas de eficiência

energética na COMPESA, tais como troca e instalações de equipamentos, houve grandes

avanços no entendimento das AP sobre o conceito e tema de eficiência energética.

Na fase final do projeto, os gestores entenderam a importância do assunto eficiência

energética e os benefícios que podem ser colhidos. Então designou um engenheiro

exclusivamente para elaborar, medir e melhorar os Indicadores de Desempenho Energético

– IDE para cada uma das AP, além de estudos de micro geração de energia distribuída.

A CEN continuará responsável pelo controle e análise das contas de energia elétrica emitida

pela CELPE e pela correção do fator de potência, quando necessário, além de apoiar as

demais áreas da COMPESA em assuntos correlatos, tais como:

Implementação de indicadores corporativos de eficiência energética, como exemplo

kWh/m3 bombeado, que deve ser acompanhado e apresentado mensalmente em

reuniões de resultados da COMPESA;

Possibilidade de realização de um projeto piloto de eficiência energética no sistema

da Inversão, com a possibilidade de instalação de inversores de frequência para

controle de pressão e vazão, possibilitando a modulação da rotação do motor e

consequentemente economia de energia elétrica.

TABELA 11. ANEL OESTE II

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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4.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO

O Balanço Hídrico e a metodologia Bottom Up representam importantes ferramentas de

gestão para modelar as componentes das perdas de água. A aplicação dos modelos

considera primordialmente os volumes de entrada no sistema distribuidor e a totalização de

volumes consumidos para dar a dimensão total do volume de perdas e envolve informações

secundárias para distribuí-las nas componentes de perdas reais e aparentes.

Partindo da decisão inicial de definição de uma área de experimentos práticos de redução

de perdas, foram reservados os esforços na delimitação e operacionalização de um DMC.

Esta área piloto deveria sofrer intervenções multidisciplinares desde o monitoramento da

macromedição e pressão média da rede, até as ações efetivas de combate e redução de

perdas. O monitoramento dos resultados de desempenho do DMC representaria a aplicação

da metodologia e dos conceitos clássicos defendidos pela IWA e revelariam de maneira

amostral as condições do sistema da Área Prioritária como um todo.

Tendo em vista a escassez de água e o rigoroso regime de rodízio praticado no sistema de

abastecimento, não foi possível estabelecer condições satisfatórias de operação do DMC,

principalmente no tocante à continuidade do abastecimento, que inviabilizou o adequado

monitoramento dos volumes de entrada e pressões de rede. A carga de capacitações para

elaboração dos modelos de dimensionamento das perdas foi intensa e mesmo na carência

de dados imprescindíveis, se buscou realizar exercícios e simulações do cenário de

operação do sistema e estimar, ainda que imprecisamente, o volume de perdas.

Essas tentativas foram válidas, considerando que a equipe técnica ficou submetida às

dinâmicas práticas da modelagem, aproximando-se de uma atividade que deve fazer parte

da rotina operacional do prestador. Os resultados dessas simulações não oferecem

precisão e confiabilidade satisfatória, de modo que não são apresentados nessa publicação.

Apesar da indisponibilidade dos valores de indicadores, deve-se reforçar a importância do

conhecimento oferecido nos cursos, visitas e treinamentos. Fica por conta do prestador

após a finalização do COM+ÁGUA.2 aplicar esta metodologia para monitorar o desempenho

de seu sistema.

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5 IMPACTO E INDICADORES

5.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL

5.1.1 INDICADOR DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL – IMOB

Indicador de Mobilização Social – IMOB é composto pelos Índices de Mudança

Cultural – Imud e de Gestão da Mobilização – Iges. O primeiro indica as alterações

nos valores e atitudes interna (peso 0,7) e externa (peso 0,3); o segundo avalia o

grau de institucionalidade dos quatro eixos estruturantes. Dessa forma, Imud e Iges

compõem o IMOB com pesos 0,7 e 0,3, respectivamente.

Em Caruaru foram realizadas, ao longo do projeto, apenas duas verificações do IMOB. Uma

no início da implantação (linha de base) e outra, ao final. O resultado alcançado pela

operadora, cujo IMOB iniciou com 22,9% e, ao término da assistência técnica, fechou em

51,0%, foram decorrentes especialmente dos avanços alcançados na cultura interna,

envolvendo a constituição dos Agentes de Combate ao Desperdício, a formulação de

propostas pelos mesmos, as ações de comunicação e a identificação e atuação dos talentos

em atividades internas e externas.

5.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS

O projeto COM+ÁGUA.2 é, na sua essência, um programa literalmente voltado à

capacitação, mediante assistência técnica, para fortalecimento institucional e técnico dos

prestadores, em todos os aspectos inerentes as perdas de água e eficiência energética, em

cujo cerne, a princípio, não se objetivava ações e resultados expressivos na redução de

perdas. Entretanto, no que concerne ao prestador e ao Consórcio, sempre se cultivou e

semeou expectativas de redução ou melhoria nos indicadores de perdas, por dois motivos:

primeiro evidenciar na prática que a metodologia preconizada pela IWA é plenamente

aplicável e, segundo, motivar os colaboradores do prestador, de todos os níveis

hierárquicos, a internalizar e disseminar as boas práticas criando cenário de perpetuação e

continuidade da metodologia empregada.

À medida que as capacitações, cursos, encontros temáticos e oficinas foram evoluindo, o

Consórcio e o prestador se depararam com inúmeros obstáculos que impuseram severas

restrições para que se vislumbrasse, ao final do projeto, melhoria nos indicadores de

perdas, com especial destaque a macromedição, que impossibilitou a medição do volume

ofertado ao DMC. Sem mensurar o volume distribuído não há como apropriar o volume de

perdas reais, quer seja pela modelagem Bottom Up, quer seja no próprio Balanço Hídrico.

Contudo, foi possível verificar evolução de alguns aspectos, notadamente relativo à

mudança de cultura, disseminação e internalização da relevância, dos seguintes aspectos:

Estabelecimento de rotina de atualização do cadastro, inclusive com colaboradores

adotando a prática de levar a planta cadastral para campo;

O

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Evolução na aplicação de técnicas de medição de vazão (Pitometria) como

ferramenta de diagnóstico de sistema de abastecimento de água;

Internalização da relevância e importância do balanço hídrico e indicadores de

desempenho como fator determinante na segregação das perdas;

Difusão da relevância da macromedição e telemetria como ferramentas de gestão;

Formação de um corpo técnico capaz de replicar a metodologia;

Internalização dos colaboradores e gestores de que DMC é algo a ser perseguido;

Disseminação da cultura da integração com planejamento e a execução de ações

de forma integrada e participativa.

Por fim, a internalização de que o rodízio no abastecimento não pode ser usado como

argumento para não implantar um programa contínuo de redução e controle de perdas de

água, sendo inclusive a redução das perdas um fator indutor ao fim do rodízio.

5.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES

Tal como exposto para as perdas reais, não se pôde observar uma evolução concreta de

melhoria de indicadores. Esta ocorrência está amplamente embasada pela não execução

das ações efetivas de redução de perdas, por conta da carência de recursos financeiros, a

severa escassez hídrica vivenciada, diretrizes de governança da companhia, entre outros

aspectos.

O COM+ÁGUA.2 surge como uma oportunidade de aprendizado de técnicas mais modernas

e de construção de uma vitrine de experiências que possa servir como plataforma para

implantação de um programa mais amplo, englobando limites mais extensos. Esse

momento não foi aproveitado em sua plenitude e a mensuração do sucesso do projeto deve

envolver uma visão sobre mudança de paradigmas enraizados na mentalidade da operação

do saneamento.

5.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA

Os indicadores mais relevantes para a avaliação das ações de gestão da energia no projeto

COM+ÁGUA.2 são:

Índice de Desempenho Energético - IDE, também designado por Coeficiente de

Consumo Específico, é calculado em função da energia consumida por volume de

água bombeado, ou seja, kWh/m³ em determinadas condições de operação do

sistema avaliado. Esse indicador pode ser determinado a diversos níveis, como por

exemplo para unidade operacional como uma ETA, ou para um único conjunto

motobomba. Quanto mais específico for o indicador, maior a precisão da análise,

porém, evidentemente que maior será o custo de realizar-se essa análise, em

função da maior quantidade de medidores e do tempo necessário para o

processamento dessas informações;

Custo da energia, expresso em R$/kWh, calculado em função dos componentes de

custo da fatura de energia da unidade consumidora. Em conformidade com a

resolução 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, as tarifas

podem ser monômias (nas quais haverá apenas um valor associado ao consumo,

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ou seja, R$/kWh consumido) ou binômias, quando o custo total é calculado em

função das componentes de consumo (kWh) e demanda máxima (kW) medida ou

contratada, a que for maior. As unidades operacionais enquadradas em contratos

de tarifação horo-sazonal possuem adicionalmente tarifas diferenciadas para o

horário de ponta4 e para o horário fora-de-ponta;

A combinação desses dois indicadores serve para calcular um terceiro indicador de

grande relevância, que é o de custo médio da energia em R$/m³ de água

bombeada. Exemplificando, um sistema com IDE de 0,7 kWh/m³, operando com

uma tarifa de R$ 0,60/kWh, terá um custo médio da energia de 0,7*0,6 = R$/m³

0,42, que significa, por exemplo, que cada m³ de água perdida, carrega um custo de

R$ 0,42;

Algumas operadoras utilizam indicadores de alerta, como por exemplo a ocorrência

ou não de baixo fator de potência, que conforme a resolução 414/2010 da ANEEL

possui valor mínimo de 0,92, expresso nas faturas em termos de “energia reativa

excedente”, ou seja, a existência de cobrança em função disso constitui-se de uma

penalização facilmente evitável;

Outro indicador também comumente utilizado é o da existência ou não de

ultrapassagem de demanda. Conforme a ANEEL, o registro de demanda superior

em 5% à demanda máxima contratada gera a incidência de cobrança adicional

equivalente a duas vezes o valor da tarifa normal, isto significa que a unidade

operacional com demanda contratada de 100 kW, que em um determinado mês

teve registrada uma demanda máxima de 110 kW, independente do motivo, terá

uma cobrança total equivalente ao custo de 130 kW, sendo 110 kW à tarifa normal

de demanda + 2 x 10 kW.

Devido às condições de desenvolvimento do projeto, as oportunidades identificadas tiveram

pouca possibilidade de implementação para que se pudesse observar uma evolução dos

indicadores, entretanto, nos sistemas objeto dos DHE foram estabelecidos seus respectivos

indicadores de desempenho energético (linha de base), para que os mesmos possam ser

acompanhados à medida que as ações de gestão energética recomendadas forem

implementadas. Os indicadores encontrados foram:

CARUARU - ETA Petrópolis:

EAB Inversão – kWh/m³ 0,321

EEAT Anel Oeste II – kWh/m³ 0,151

5.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO

A carência de condições para aplicação das metodologias do Balanço Hídrico e modelagem

Bottom Up leva inevitavelmente para um cenário de resultados pouco significativos. Não foi

possível calcular os indicadores que monitoram o desempenho do sistema, tanto no tocante

às perdas reais quanto às perdas aparentes.

4 Período de 3h/dia, durante os dias úteis, entre 17h e 21h.

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Espera-se que o prestador realize os investimentos no projeto e possa estabelecer um

contexto de acompanhamento das perdas, verificando a efetividade das ações e a melhoria

da rotina de operação do sistema.

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6 AUTOAVALIAÇÃO DE IMPACTO

DO COM+ÁGUA.2 NA AP 1

o término do período de assistência técnica do Ministério das Cidades, por meio dos

consultores do Consórcio, foi aplicado um questionário para a autoavaliação do

impacto do COM+ÁGUA.2 em Caruaru.

6.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL

A

GESTÃO DE MOBILIZAÇÃ

O SOCIAL

O quanto mudou no seu dia-a-dia?

Procedimentos novos foram incorporados?

Há evidências de resultados?

nada pouca coisa

muita coisa

tudo não sim em vias de

em parte

nenhuma poucas muitas

Efetividade do Comitê Gestor

X X X

Atuação dos ACD

X X X

Envolvimento dos funcionários

X X X

Ações de comunicação interna

X X X

Ações de comunicação externa

X X X

Atividades culturais internas

X X X

Atividades culturais externas

X X X

Atividades de educação internas

X X X

Atividades de educação externas

X X X

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6.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS

GESTÃO DE PERDAS REAIS

O quanto mudou no seu dia-a-dia?

Procedimentos novos foram incorporados?

Há evidências de resultados?

nada pouc

a coisa

muita coisa

tudo não sim em vias de

em parte

nenhuma poucas muitas

Técnicas de medição de vazão, pressão e nível

X X X

Diretrizes para macromedição do sistema

X X X

Revisão de base cartográfica

X X X

Procedimentos de atualização de modelagem

X X X

Modelagem do DMC/sistema

X X X

Capacitação em gestão da modelagem

X X X

Setorização e verificação de estanqueidade

X X X

Detecção e reparo de vazamentos não visíveis

X X X

Melhoria da rapidez no reparo de vazamentos

X X X

Controle de pressão

X X X

Gestão de redes e ramais

X X X

Institucionalização do Balanço Hídrico

X X X

Cálculo de indicadores de desempenho

X X X

Utilização de indicadores de desempenho

X X X

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6.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES

GESTÃO DE PERDAS

APARENTES

O quanto mudou no seu dia-a-dia?

Procedimentos novos foram incorporados?

Há evidências de resultados?

nada pouca coisa

muita coisa

tudo não sim em vias de

em parte

nenhuma poucas muitas

Micromedição / gestão do parque de medidores

X X X

Cadastro comercial / gestão do cadastro

X X X

Combate a fraudes / clandestinas / inativas

X X X

Pesquisa do grau de submedição

X X X

Institucionalização do Balanço Hídrico

X X X

Cálculo de indicadores de desempenho

X X X

Utilização de indicadores de desempenho

X X X

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6.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA

GESTÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

O quanto mudou no seu dia-a-dia?

Procedimentos novos foram incorporados?

Há evidências de resultados?

nada pouca

coisa

muita

coisa

tudo não sim em vias de

em parte

nenhuma poucas muitas

Capacitação em medições elétricas e hidráulicas

X X X

Gerenciamento do uso eficiente de energia

X X X

Mudanças de categoria tarifária

X X X

Oportunidades de projeto de eficiência energética

X X X

Cálculo de indicadores de desempenho

X X X

Utilização de indicadores de desempenho

X X X

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7 A ÁREA PRIORITÁRIA DE

SALGUEIRO

7.1 SALGUEIRO – ÁREA PRIORITÁRIA 2 (AP-2)

7.1.1 O MUNICÍPIO

algueiro, fundado em 23 de dezembro de 1835, está localizado na Mesorregião do

Sertão de Pernambuco, na região de desenvolvimento do Sertão Central, a 518 km

da capital do Estado, Recife. Faz limites com Penaforte/CE (Norte), Belém de São

Francisco (Sul), Verdejante, Mirandiba e Carnaubeira da Penha (Leste) e Cabrobó, Terra

Nova, Serrita e Cedro (Oeste). A sua divisão geopolítica e administrativa é composta por

cinco distritos: Salgueiro (sede), Conceição das Crioulas, Umãs, Vasques e Pau Ferro.

A região onde o município se localiza foi habitada originalmente pelos índios Cariris, sendo

posteriormente ocupada por habitantes oriundos da região Sul do Ceará, atraídos pela

abundância e pela fertilidade dos solos. Salgueiro tem como atividades econômicas

predominantes a agricultura e o comércio varejista. Os principais produtos agrícolas são:

cebola, tomate, algodão herbáceo, milho, banana, feijão, arroz e manga. E as atividades

econômicas predominantes são a agricultura e o comércio varejista.

Conhecida por se situar na parte mais central do Nordeste, Salgueiro pode ser considerada

equidistante de praticamente todas as capitais nordestinas, sendo a principal cidade da

S

MAPA DE SALGUEIRO FIGURA 20.

Fonte:

ttps://pt.wikipedia.org/wiki/Salgueiro_(Pernambuco)#/media/File:Brazil_Pernambuco_location_map_Munic

ip_Salgueiro.svg

Alagoas

Bahia

Paraíba

Pernambuco

Ceará

Piauí Salgueiro

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região do sertão central pernambucano, detendo, a nível regional, um comércio

diversificado.

7.1.2 DADOS DE SALGUEIRO - PE

Mesorregião: Sertão Pernambucano.

Área Territorial (IBGE, 2017): 1.686,814 km².

População (IBGE, Censo 2010): 56.629 pessoas.

População Estimada (IBGE, 2017): 60.453 pessoas.

Densidade Demográfica (IBGE, 2010): 33,57 hab./km².

Domicílios Particulares Permanentes (IBGE 2010): 15.033.

Esgotamento sanitário adequado 2010 (IBGE): 62,8 %.

Internações por diarreia 2016 (IBGE, 2016): 3,9 internações por mil habitantes.

Clima: Semiárido.

Temperatura: média anual de 25ºC.

Altitude: 420 m.

Índice pluviométrico: 450 a 600 milímetros por ano.

7.2 CARACTERÍSTICAS DA AP-2 - SISTEMA

INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SIAA

SALGUEIRO

O abastecimento de Salgueiro ocorre através do manancial do Rio São Francisco,

localizado a 60 km de distância. A água bruta é bombeada para a Estação de Tratamento -

ETA através de três elevatórias em série. A ETA possui filtração ascendente com

capacidade de tratamento de 160 L/s, operando atualmente com 150 L/s.

A distribuição de água tratada realiza-se através de oito estações de bombeamento que

alimentam reservatórios elevados que abastecem por gravidade a cidade. A rede de

distribuição tem cerca de 180 km, estando subdividida em cinco distritos de abastecimento.

7.2.1 DADOS DO SIAA SALGUEIRO

Captação: Rio São Francisco.

Estação de Tratamento de Água: ETA Salgueiro.

Reservação: 3.500 m³.

Municípios atendidos: Salgueiro e Verdejante.

Ligações existentes: 18.153.

Ligações ativas hidrometradas: 15.997.

Economias ativas: 16.429.

Habitantes atendidos: cerca de 50.000.

Extensão de rede de água: 180 km (2012).

Perdas Reais: 21,57 % (2012).

Perdas Aparentes: 78,43 % (2012).

Perdas totais: 24,0 % (2012).

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7.3 CARACTERÍSTICAS DO DISTRITO DE MEDIÇÃO E

CONTROLE – DMC DISTRITO 2

Formado inicialmente por mutuários da antiga Companhia Habitacional de Pernambuco -

COHAB, o Distrito 2, em Salgueiro, conta com uma população estimada de 12.500

moradores. Este distrito, e o seu entorno, possui diversas entidades e equipamentos

sociais: Associação dos Moradores da Cohab - AMOC, Centro de Referência de Assistência

Social - CRAS, Centro de Artes e Esportes Unificados - CEU, Praça CEU, Unidade de

Saúde da Família - USF, Escola Professora Maurina Rodrigues Dos Santos (pública) e

Escola Francisca Aurora dos Anjos (particular), entre outras.

7.3.1 DADOS DO DMC DISTRITO 02

Estação de Tratamento de Água: ETA Salgueiro.

Reservação: 250 m³.

Ligações existentes: 3.122.

Ligações ativas hidrometradas: 2.246.

Economias ativas: 2.371.

Habitantes atendidos: 12.500.

Extensão de rede de água: 29 km.

DISTRITOS DE ABASTECIMENTO SALGUEIRO FIGURA 21.

Fonte: COMPESA

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8 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO

8.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL

8.1.1 DIAGNÓSTICO

primeiro passo para o planejamento da gestão integrada e participativa de combate

às perdas de água e uso eficiente de energia elétrica nos Sistemas de

Abastecimento de Água é fazer o Diagnóstico Técnico-operacional bem como dos

quatro eixos estruturantes da Mobilização Social: organização, educação, comunicação e

cultura. A esse levantamento de dados, juntam-se impressões gerais que estabelecem a

radiografia do estado da arte da Mobilização Social e da existência ou não de uma cultura

institucional de uso eficiente de água e energia.

Na Área Prioritária do SIAA Salgueiro, o cenário de implantação do COM+ÁGUA.2, em

agosto/2016, apontava para o que segue.

8.1.2 ORGANIZAÇÃO

A unidade de Salgueiro não conta com um Núcleo de Articulação Socioambiental – NAS.

Este está sediado em Petrolina (distante 235 km), estando vinculado à Assessoria de

Articulação Socioambiental – AAS/Diretoria de Articulação e Meio Ambiente - DAM, ambas

em Recife. O NAS, composto por uma assistente social e um estagiário, faz o trabalho de

relação com a comunidade, atendendo predominantemente à Gerência de Negócios

Regional São Francisco (foco central de atuação), bem como às GNR Araripe e GNR Sertão

Central (onde fica Salgueiro).

Esse núcleo possui um banco de dados das associações/lideranças de Salgueiro (cadastro

social da comunidade), delimitado por bairros. Além disso, conta com um ferramental que

permite o registro do histórico dos atendimentos de cada usuário (demandas, atendimentos,

repasses de informações, entre outras), o que permite uma qualificação dos contatos junto

aos mesmos. Entre as atribuições desse núcleo está a inclusão de usuários que se

encontram em situações de maior vulnerabilidade e na tarifa social.

Há uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CIPA, composta por

oito funcionários, entre efetivos e suplentes, para um mandato de dois anos, que costumava

reunir-se com maior regularidade. Com relação à existência de um núcleo/setor responsável

pelo combate às perdas de água, houve um primeiro esforço articulado de controle de

perdas, iniciado em 2012, com as obras de setorização, construção de reservatórios e

estações elevatórias, não havendo, entretanto, um núcleo/setor responsável, nem um

trabalho mais estruturado, articulado e contínuo, envolvendo as coordenações, onde se

planeje, execute e avalie ações de combate às perdas de água.

8.1.3 COMUNICAÇÃO

Não consta, no organograma da unidade, uma área de comunicação e/ou assessoria de

imprensa, existindo, em Petrolina, uma jornalista terceirizada que costuma prestar,

O

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eventualmente, assistência a Salgueiro. E uma profissional da área de relações públicas

que atua exclusivamente em Petrolina, que poderia, em caso de negociações entre os

gerentes, colaborar com algumas ações. Nessa perspectiva, o diálogo com a população tem

sido restrito em Salgueiro. As ações de comunicação, de modo geral, só costumam

acontecer quando estão previstas no Plano de Metas.

Na sede, em Recife, há uma Assessoria de Comunicação que realiza toda comunicação

externa, capta matérias da imprensa, coleta informações junto às unidades do prestador e

produz releases para a imprensa. Mantém o blog externo, site da COMPESA, perfis no

Twitter e Facebook, sendo também responsável pela produção de materiais informativos e

educativos voltados para o público externo.

A exemplo da unidade de Caruaru, Salgueiro também conta com a veiculação de notícias

na Intranet e das publicações Elonews, Elozap e EloMulher. Os murais existentes na

unidade geralmente são utilizados pelos representantes do Sindicato dos Urbanitários e

pelos integrantes da CIPA.

Carros de som são utilizados muito eventualmente, em caso de necessidade de reunião em

algum bairro ou localidade. Para informações mais gerais e abrangentes, as rádios locais

são as ferramentas mais utilizadas.

8.1.4 EDUCAÇÃO

As ações de educação ambiental são desenvolvidas pela equipe do NAS, sediado em

Petrolina, na GNR Sertão São Francisco. Essa equipe atua predominantemente em

Petrolina, saindo esporadicamente para o atendimento a outras localidades. O trabalho

desenvolvido envolve ações mais voltadas para o público externo, junto a usuários e

população em geral, escolas públicas e privadas, instituições de ensino técnico e superior e

parceiros da COMPESA (ex.: Sistema S, entre outros).

Destacam-se ações de educação, apoio e esclarecimentos à população para o

entendimento do ciclo da água (desde a captação) e para o uso adequado das instalações

de água e esgoto. Também merece destaque o Projeto Por Dentro da COMPESA

(renomeado depois como Universo COMPESA), que visa contribuir para que os usuários

conheçam os serviços prestados pela empresa e seus aspectos operacionais, bem como

entendam o percurso interno de uma eventual demanda junto a empresa. E o COMPESA na

Escola, voltado para diretores, professores e alunos, envolvendo jogos educativos e

atividades lúdicas, que tratam da questão do abastecimento de água e do uso adequado

das instalações de esgotamento sanitário. As ações junto ao público interno da COMPESA

são muito esporádicas.

8.1.5 CULTURA

Existia uma significativa integração dos funcionários com a realização de eventos sociais ao

longo do ano, como festas de São João, confraternização de fim de ano e outras atividades

em datas comemorativas; eventos esses que se tornaram cada vez mais escassos. Em

Salgueiro, não existe um núcleo artístico que pudesse apoiar as ações de sensibilização,

mobilização e educação ambiental voltadas tanto para o público interno quanto para o

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público externo; existindo, no entanto, talentos locais que podem se envolver nesses

trabalhos de mobilização.

8.1.6 A IMPLANTAÇÃO

A metodologia do COM+ÁGUA.2 tem os quatro eixos da Mobilização Social divididos em

três subprojetos para os quais estão previstas ações a serem desenvolvidas seguindo as

ondas da mobilização, que partem do núcleo central que é o Comitê Gestor - CG, ampliando

para os Grupos de Trabalhos - GT das AT, reuniões setoriais, Agentes de Combate ao

Desperdício - ACD, lideranças e comunidade em geral. Em Salgueiro, elas se

desenvolveram como descrito a seguir.

8.1.6.1 SUBPROJETO DESENVOLVIMENTO DE INSTÂNCIAS E DA GESTÃO

PARTICIPATIVA

Comitê Gestor – CG

Parte importante das atividades preparatórias de implantação do COM+ÁGUA.2 envolveu a

constituição do Comitê Gestor, instância fundamental para o adequado desenvolvimento do

projeto, especialmente em função de não haver, em Salgueiro, conforme Diagnóstico

Situacional, ações intersetoriais mais estruturadas de combate às perdas. Na unidade, o

Comitê Gestor não foi institucionalizado através de portaria, decreto ou outro instrumento

formal, apesar das recomendações da consultoria e de encaminhamentos nesse sentido,

tendo sido formatado um Regimento Interno para o funcionamento do mesmo.

A capacitação do Comitê Gestor e dos Grupos de Trabalho era realizada através das visitas

regulares da assistência técnica, oficinas, encontros temáticos e cursos, abrangendo

conteúdos de engenharia e de mobilização social, planejamento e gerenciamento de

projetos, sendo que a AT 1, em Salgueiro, através da consultoria e do GT MOB, promoveu

ao longo do percurso do projeto, nove reuniões com o CG que visavam o nivelamento e o

compartilhamento de informações, como também a discussão de problemas e desafios

enfrentados e definição de encaminhamentos necessários visando o andamento do projeto.

Nessas visitas técnicas evidenciou-se também a pouca regularidade das reuniões do

Comitê Gestor, o que comprometia o planejamento e o monitoramento das ações.

Dificuldade decorrente tanto da inexistência de uma cultura interna de trabalhos mais

articulados e intersetoriais, como também em função da equipe reduzida e das inúmeras e

frequentes demandas relacionadas aos problemas de abastecimento enfrentados em

Salgueiro.

Essa fragilidade foi contornada a partir da intensificação de visitas técnicas integradas

periódicas, com a presença dos consultores das demais AT no sentido de possibilitar,

através de reuniões e oficinas com os GT e Comitê Gestor, um diálogo mais integrado

frente aos desafios enfrentados e a pactuação de ações, encaminhamentos e prazos.

Nas avaliações feitas, especialmente na etapa final do projeto, os integrantes que

compunham o Comitê Gestor se ressentiram de um melhor funcionamento do mesmo,

avaliando que a sua institucionalização poderia ter contribuído para um trabalho mais

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efetivo, gerando maior organização dos trabalhos e favorecendo um melhor

desenvolvimento das ações do projeto.

Apesar dos problemas enfrentados em Salgueiro, foram destacados os seguintes aspectos

nas avaliações feitas junto CG:

Maior internalização da cultura de combate às perdas e de eficiência energética,

apontando novas perspectivas com a incorporação de novos conceitos no âmbito

da atuação estratégica da COMPESA, procedimentos novos de campo e

repercussões diversas nas práticas em Salgueiro, como um dos grandes resultados

alcançados;

A excelência e importância das capacitações, que possibilitaram maior qualificação

dos funcionários (desde os encanadores até os analistas, engenheiros,

coordenações, etc.), possibilitando maior riqueza e qualidade nas discussões

internas, bem como o repasse, para outras coordenações, dos conhecimentos

adquiridos. O COM+ÁGUA.2 foi um divisor de águas na qualificação técnica;

A utilização dos conceitos e conhecimentos adquiridos nas capacitações,

possibilitando a superação de desafios internos envolvendo o abastecimento de

algumas áreas do município, gerou economias significativas;

O trabalho desenvolvido pela Área Temática 2 - Perdas Reais possibilitou o

aprimoramento/redirecionamento das ações, com base nos conceitos do projeto;

A necessidade e importância do trabalho social, das ações de comunicação e

mobilização social, de um diálogo mais contínuo com a população;

E a aplicação da metodologia do COM+ÁGUA.2, adaptada à realidade local, em

novos distritos de medição e controle, reforçando o conhecimento existente e sendo

foco para futuros trabalhos de combate às perdas.

Ressalta-se, no entanto, da mesma forma que em Caruaru, um descompasso entre a

demanda de alguns recursos e equipamentos necessários ao desenvolvimento das ações

do projeto e os processos, prazos e normativas que norteavam a solicitação, aquisição e

disponibilização dos recursos, impactando no desenvolvimento das ações previstas no

projeto.

Grupo de Trabalho de Mobilização Social – GT MOB

Em Salgueiro, um dos principais dificultadores para o planejamento e desenvolvimento das

ações de mobilização social foi o fato da operadora não contar com uma equipe NAS,

responsável pela relação com a comunidade local, em diálogo mais contínuo com a

população. As ações, restritas e esporádicas, eram desenvolvidas pela assistente social

lotada em Petrolina, que concentrava suas ações na GNR Sertão São Francisco. Além das

demandas locais, enfrentava restrições diversas para um trabalho mais regular e periódico

em Salgueiro. Apesar dessas limitações, houve um esforço inicial de participação da

assistente social nas etapas preparatórias do projeto, participando das reuniões e

compondo o Comitê Gestor e o GT MOB.

A participação, dentro do possível, do então Gerente Regional no GT MOB foi um fator

também positivo, respaldando o trabalho a ser desenvolvido pela AT 1. Destaca-se nas

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atividades preparatórias do projeto, o papel importante do GT MOB na constituição do

Comitê Gestor e dos Grupos de Trabalho e, especialmente, no apoio às consultorias no

processo de elaboração dos planos de ação/PGI, dando suporte no agendamento,

comunicação e organização das reuniões periódicas com o CG quando das visitas técnicas.

A partir do diagnóstico situacional e das primeiras ações de capacitação de seus

integrantes, os esforços da AT 1/GT MOB concentraram-se na elaboração do Plano de

Mobilização Social, alinhado com os planos da demais Áreas Temáticas, posteriormente

objeto de análise crítica por parte da consultoria, contendo reflexões e considerações no

sentido de fortalecer um maior alinhamento das ações propostas com os objetivos centrais

do COM+ÁGUA.2 e, mais especificamente, com os eixos e objetivos da AT 1.

No entanto, a saída da assistente social em função de problemas de ordem pessoal, bem

como do então Gerente Regional, que também integrava o GT MOB, aliada às demandas

constantes das respectivas áreas de atuação dos demais integrantes do GT, fizeram com

que o mesmo ficasse restrito à participação de uma funcionária, que teve que se desdobrar,

em função de suas atividades na operadora e do apoio à AT 3, onde também tinha um

papel de destaque, o que comprometeu significativamente o trabalho da AT 1. Houve

tentativas de integração de novos membros no GT MOB, mas cuja participação acabou por

não se efetivar.

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 33. PARTICIPANTES DO CURSO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL

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Plano de Gestão Integrada – PGI

A unidade de Salgueiro elaborou o PGI 1 a partir de diversos contatos e reuniões com os

consultores do Consórcio com os Grupos de Trabalho e o Comitê Gestor, culminando no

plano que foi analisado, em conjunto com o de Caruaru, no Encontro Temático de

Sensibilização de Dirigentes e Gestores, em Recife. Participaram os consultores, equipes

da operadora e representantes da diretoria da COMPESA e do Ministério das Cidades.

Plano de Mobilização Social

O Plano MOB, inicialmente proposto pelo GT MOB, em diálogo com a consultoria, foi

encaminhado pelo Comitê Gestor, junto com os planos das demais ATs, para o Consórcio,

em 10/10/16.

Esse primeiro Plano MOB foi objeto de análises e revisões periódicas, no sentido de um

maior alinhamento com as ações em curso, promovidas pelas demais ATs, repactuando-se,

nas visitas integradas dos consultores, novas ações e prazos.

Reuniões Setoriais

As reuniões setoriais, etapa importante na divulgação do projeto e mobilização dos

funcionários, inicialmente programadas para dezembro/16, foram realizadas em março/17.

Foram precedidas de reuniões da AT 1 junto ao GT MOB e ao Comitê Gestor e de

atividades preparatórias de planejamento e organização, a exemplo do que ocorreu na outra

Área Prioritária.

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 34. REUNIÃO DOS CONSULTORES COM O GT MOB

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Nas reuniões setoriais, com participação de funcionários próprios e terceirizados, foram

realizadas palestras, promovidas pelas coordenações, e momentos de discussão em torno

da temática da redução das perdas. Também foram levantados diversos problemas e

propostas, analisadas e categorizadas por temas, sugerindo revisões/aprimoramentos em

uma série de práticas cotidianas e rotinas operacionais. Essas propostas foram

posteriormente sistematizadas e encaminhadas ao Comitê Gestor para as devidas análises,

visando a devolução aos Agentes de Combate às Perdas ACP e incorporações ao PGI.

Na sequência do trabalho foi produzido, pelo GT MOB, um Boletim Informativo sobre as

setoriais, destacando os objetivos centrais do projeto, o resultado das dinâmicas utilizadas,

bem como o processo de levantamento e discussão de propostas e constituição dos ACP.

8.1.6.2 AGENTES DE COMBATE ÀS PERDAS - ACP

Participaram das reuniões setoriais 54 funcionários, tendo sido constituídos 35 Agentes de

Combate às Perdas, funcionários que, a partir das apresentações e discussões ocorridas,

se voluntariaram a participar do projeto, dispostos a somar forças no trabalho a ser

desenvolvido junto ao GT MOB, demais GT e Comitê Gestor. As dificuldades presentes em

Salgueiro, no entanto, em função especialmente do quadro reduzido de pessoal,

comprometeram um maior envolvimento e participação dos ACP. Não foi viabilizada a

devolutiva das análises das propostas levantadas nas reuniões setoriais.

Também não houve um trabalho mais sistemático de sensibilização e comunicação junto

aos mesmos, no sentido de mantê-los informados, atuantes e comprometidos com os

objetivos do COM+ÁGUA.2, apesar das ações previstas no Plano de Mobilização Social que

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 35. INTEGRANTES DO COMITÊ GESTOR, CONSULTOR E PARTICIPANTES DA REUNIÃO SETORIAL

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envolviam, entre outras, a formação/capacitação dos ACD e participação dos mesmos nas

atividades de mobilização junto à população do DMC.

8.1.6.3 SUBPROJETO COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA

Aliado aos problemas no funcionamento do GT MOB, restrito a uma única pessoa a partir do

início de 2017, as dificuldades enfrentadas no compartilhamento de informações foi também

um dos fatores que comprometeram um melhor desenvolvimento das ações de

comunicação interna em Salgueiro. Segundo avaliações do CG e GT MOB, faltou uma

maior comunicação, mais interação entre as AT para que fosse possível a continuidade do

trabalho de motivação/sensibilização interna e externa.

Mesmo com as dificuldades, no âmbito da comunicação interna, destacam-se as seguintes

ações realizadas:

Criação, a partir das setoriais, de um grupo geral pelo aplicativo Whatsapp,

envolvendo todos os funcionários, incluindo também a gerência e as coordenações,

no sentido da difusão rápida de informações acerca de ações do projeto, de

demandas e encaminhamentos internos, bem como o compartilhamento de fotos,

vídeos e outros registros acerca das atividades que estavam sendo realizadas;

Elaboração de Boletim Informativo, encaminhado à Elo após as reuniões setoriais,

apresentando informações sobre o COM+ÁGUA.2, sobre as discussões ocorridas e

a constituição dos ACP.

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Atividades do Projeto Com+Água são realizadas em Salgueiro

Ações do Projeto Com+Água2 foram desenvolvidas na GNR Sertão Central em Salgueiro,

projeto este desenvolvido em parceria com o Banco Mundial, através do Consórcio WMI, NG

INFRA e SAGE através do INTERÁGUAS Programa de Desenvolvimento do Setor Água do

Ministério das Cidades, que tem por objetivo o gerenciamento integrado do controle e redução

das perdas de água e do uso eficiente de energia elétrica em sistemas de abastecimento de

água, propondo uma gestão integrada e participativa com mobilização social interna e externa.

As atividades foram realizadas nos dias 15, 16 e 17 de março, por meio da Diretoria Regional do

Interior (DRI), através da Gerência de Unidade de Negócios da Região, GNR Sertão Central,

contou com a organização dos membros do Comitê Gestor que é responsável pelo projeto junto

a Gerência. Foram realizadas palestras e momentos de discussão e sugestões com a temática

da redução das perdas entre os colaboradores de Salgueiro, funcionários e terceirizados.

“As contribuições das oficinas foram analisadas e categorizadas por temas. Procedeu-se a um

levantamento dos principais pontos sociais interessados na questão de organização e soluções,

a concepção de um plano de ação com a participação de todos” Josemar da Silva Leite, chefe

da loja de atendimento – Salgueiro. Para o Coordenador regional Elvis Araújo “as oficinas foram

muito produtivas pela interação que proporcionou entre os vários setores que compõem a GNR

Sertão Central”

A Compesa foi uma das selecionadas do projeto que, por meio de uma Chamada Pública,

selecionou e fez parceria com dez prestadores de serviços de saneamento de diversas regiões

interessados em implementar um novo modelo de gestão, com foco no gerenciamento integrado

e participativo do controle e redução das perdas de água e do uso de energia elétrica.

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Momentos de discussão em grupo

O objetivo principal foi proporcionar aos colaboradores da empresa um maior conhecimento

sobre o combate às perdas e a disponibilidade de voluntariado por meio do Grupo de Agentes

de Combate às Perdas que foi composta por 36 integrantes e que darão continuidade ao

trabalho junto com o Comitê Gestor do projeto.

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Veiculação, pela EloCompesa, de matéria sobre o Curso de Capacitação em

Mobilização Social: Colaboradores participam de Curso de Mobilização Social pelo

projeto Com Mais Água 2;

Veiculação, via intranet, de matéria sobre o Encontro Temático realizado na sede da

COMPESA: Colaboradores da COMPESA recebem mais um treinamento do

Ministério das Cidades.

Com relação à comunicação externa, não houve um trabalho mais expressivo de contatos,

comunicações e reuniões com a população. Os contatos com a população se restringiram

às ações iniciais de diagnóstico social junto à região do DMC, que visavam o levantamento

de lideranças e o cadastramento dos equipamentos sociais existentes, bem como quando

das visitas de campo, realizadas pelos consultores, com o apoio de integrantes do GT MOB

e de outras As, envolvendo a implementação das ações necessárias ao projeto.

No entanto, merece destaque a atividade promovida pelo GT MOB junto às crianças de uma

escola municipal de Salgueiro, abrangendo o tema de cuidado com a água.

Nas avaliações realizadas em Salgueiro, lamentou-se a ausência desse trabalho mais

sistemático junto à população, especialmente com às associações de moradores e

entidades comunitárias.

FOTO 36. ATIVIDADE ABORDANDO CUIDADOS COM A ÁGUA EM ESCOLA MUNICIPAL

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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8.1.6.4 SUBPROJETO EDUCAÇÃO E CULTURA

Com relação às ações no âmbito do Subprojeto Educação e Cultura também não houveram

ações que, aproveitando-se dos talentos existentes, favorecesse um trabalho diferenciado

de sensibilização interna e externa.

8.1.6.5 RESUMO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL NO COM+ÁGUA.2

Comitê Gestor: composto por 11 integrantes, não institucionalizado, mas com regimento

interno.

Grupos de Trabalho: constituídos para AT 1, AT 2, AT 3 e AT 4, envolvendo ao todo 11

integrantes, que, em sua maioria, integravam mais de um GT.

Plano de Gestão Integrada: O PGI1 foi elaborado e encaminhado, tendo sido objeto de

revisões e ajustes ao longo do percurso, em função dos desafios e limitações enfrentadas.

Reuniões Setoriais: realizadas três reuniões, com 54 participantes; 34 sugestões

propositivas de ações.

Agentes de Combate às Perdas: se voluntariaram 35 ACP (65%), entre funcionários

próprios e terceirizados.

Núcleo artístico: não foi constituído.

Comunicação: utilizadas mídias existentes – intranet, EloCompesa – e sociais – Whatsapp;

criado um boletim informativo.

Principais ações internas:

Criação de um grupo geral pelo aplicativo Whatsapp, envolvendo todos os

funcionários, incluindo também a gerência e as coordenações, no sentido da

difusão rápida de informações acerca de ações do projeto, de demandas e

encaminhamentos internos, bem como o compartilhamento de fotos, vídeos e

outros registros acerca das atividades que estavam sendo realizadas;

Elaboração de Boletim Informativo após as reuniões setoriais, apresentando

informações sobre projeto, as discussões ocorridas e a constituição dos ACP.

Principais ações externas:

Contatos com a população quando das ações iniciais de diagnóstico social junto à

região do DMC;

Visitas de campo realizadas pelos consultores com o apoio de integrantes do GT

MOB e de outras AT, envolvendo a implementação das ações necessárias ao

projeto;

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8.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS

8.2.1 GENERALIDADES

A cidade de Salgueiro tem abastecimento de água realizado através do manancial do Rio

São Francisco, distante 60 km da cidade. A água bruta é bombeada para Estação de

Tratamento de Água - ETA através de três elevatórias em série, a primeira possui quatro

conjuntos motobomba em paralelo com potência de 100CV, as demais têm três conjuntos

motobomba em série com potência de 500 CV cada, através do Sistema Integrado

Salgueiro, com tubulações em aço e ferro fundido com extensão de 220 km, pois esse

sistema atende outras cidades, tais como Terra Nova, Serrita e Verdejante.

A ETA possui filtração ascendente, com capacidade de tratamento de 160 L/s, atualmente

operando com 150 L/s. A distribuição de água tratada ocorre através de oito estações de

bombeamento que alimentam reservatórios elevados, que abastecem por gravidade a parte

baixa da cidade. A rede de distribuição tem cerca de 180 km, está subdividida em cinco

distritos de abastecimento. Tais distritos não se encontram isolados ou confinados,

consequência de obras de extensão de rede de distribuição e de setorizações que não

chegaram a ser concluídas.

Com a paralisação das obras, as redes antigas permaneceram em carga,

concomitantemente com as redes novas implantadas. Os ramais prediais permaneceram

conectados às tubulações antigas. Tal cenário acarretou complicações adicionais na

operação e manutenção do sistema e acabou por contribuir para o incremento das perdas.

O abastecimento de água em Salgueiro se dá através de rodízio, o qual é desencadeado,

em grande parte, pelo furto ou desvios irregulares de água que ocorrem em adutoras,

válvulas ventosas, descargas etc., desde a captação até chegar a zona urbana. O uso

indevido é praticado por moradores lindeiros às adutoras, a água é utilizada para os mais

diversos usos. A percepção clara é de que houve aumento de casos de desvios de água

atribuído à escassez hídrica que assola a região Nordeste do país nos últimos sete anos.

Para combater os desvios de água, a COMPESA mantém o programa operação Água

Legal, que teve início em 2012, com o objetivo de fiscalizar os desvios e furtos de água no

Sertão de Pernambuco. Todo mês, durante uma semana, ocorrem as vistorias ao longo das

principais adutoras e redes de distribuição.

De modo geral, o abastecimento em Salgueiro ocorre por grupos de distritos, os quais ficam

dois dias com água e quatro sem. O rodízio é realizado a partir da ETA, da seguinte

maneira:

Distritos 01 e 02;

Distritos 03 parcialmente e 05;

Distritos 03 parcialmente e 04.

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8.2.2 ESCOLHA E IMPLANTAÇÃO DO DMC

A fase de planejamento

do projeto COM+ÁGUA.2

no prestador trouxe à

tona debates e

discussões junto ao

Grupo de Trabalho

acerca da escolha de

qual seria a melhor área,

setor ou distrito para

implantação do Distrito

de Medição e Controle –

DMC que seria objeto de

aplicação da metodologia

do COM+ÁGUA.2.

As principais premissas

que nortearam a escolha

do DMC foram:

Setor com delimitações bem definidas e estanque, que possibilitasse uma menor

quantidade e porte de intervenções, sem a necessidade de obras para implantação

de reservatórios, rede de água e registros;

Macromedidor instalado;

Quantidade de ligações entre 2.000 a 5.000;

Cadastro técnico com nível satisfatório de confiabilidade.

Além das questões técnicas, levou-se em consideração também variáveis de custos e

investimentos na escolha da área. Foi escolhida a parte Sul do Distrito 02 (parcial) como

alvo para implantação do DMC, uma vez que ele atendia as premissas elencadas, além de

apresentar delimitação física bem definida, a rodovia federal BR-116 o separa do restante

da rede de distribuição de Salgueiro.

O Distrito 02 é subdivido em duas zonas ou setores, cada um com abastecimento por sub

adutoras que vem da Estação Elevatória de Água Tratada - EEAT existente na ETA:

Setor ou zona norte, ao Norte da BR-116, de menor abrangência, abastecido pela

rede de ferro fundido de 100 mm que vem da EEAT COHAB velha, esta linha

abastece em marcha o presídio;

Parte sul, ao Sul da BR-116, de maior abrangência ou área, é abastecida pela linha

DEFoFo de 200 mm que vem da EETA COHAB nova.

DELIMITAÇÃO DO DMC FIGURA 22.

Fonte: Google Maps

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O isolamento ou confinamento do DMC se daria, então, através do fechamento de um único

registro de 100 mm.

Ainda na fase de implantação do DMC, realizou-se capacitação para demostrar métodos e

técnicas de verificação da estanqueidade em DMC. A capacitação realizada mesclou

atividades teóricas, nas instalações do prestador, e práticas, em campo, numa ação

conjunta do consultor do Consórcio com os técnicos e engenheiros da COMPESA.

Na ocasião dos ensaios ou testes em campo para verificação da estanqueidade do DMC,

constatou-se o que se previu inicialmente, de haver apenas uma interligação do DMC com

DMC DISTRITO 02 MÊS DE

REFERÊNCIA VOLUME

CONSUMIDO LIGAÇÕES

ATIVAS LIGAÇÕES

ATIVAS C/HID

LIGAÇÕES ATIVAS S/HID

LIGAÇÕES EXISTENTES

Nº ECONOMIAS

S/HID

TOTAL DE ECONOMIAS

nov/17 23.734 2.399 2.298 101 3.120 2.533 2.533

dez/17 24.380 2.398 2.298 100 3.121 2.531 2.531

jan/18 23.672 2.384 2.285 99 3.118 2.512 2.512

fev/18 20.902 2.377 2.278 99 3.105 2.455 2.455

mar/18 20.369 2.369 2.269 103 3.119 2.496 2.496

abr/18 20.347 2.355 2.255 100 3.120 2.480 2.480

TABELA 12. DADOS DMC DISTRITO 02

PLANTA/MAPA DMC DISTRITO 02 FIGURA 23.

Fonte: COM+ÁGUA.2

Fonte: COMPESA

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outra parte da rede. Especificamente, tratava-se de uma ligação com o setor norte, que

compunha o então Distrito 02, através de uma rede de 100 mm, cujo confinamento ocorria

através do fechamento de um registro de manobra, também de 100 mm.

Ocorre que, com o abastecimento de toda cidade sendo efetuado em regime de rodízio,

acaba por existir a figura do manobrista, ou seja, tal colaborador é responsável por abertura

e fechamento de registros de manobra que direcionam água conforme calendário ou

programação de abastecimento. Entretanto, neste tipo de situação, pode ocorrer que o

manobrista acabe por decidir, por conta própria, sobre o direcionamento ou cumprimento do

regime de rodízio sem o conhecimento e consentimento dos gestores.

Aproveitando a capacitação em campo, foi realizado o fechamento do registro de

confinamento para verificar se o mesmo estava estanque. Constatou-se que o registro de

manobra na posição fechado não permitia a passagem de água.

8.2.3 MACROMEDIÇÃO E TELEMETRIA

O DMC Distrito 02 é abastecido a partir de um Reservatório Apoiado - RAP, com

capacidade de armazenar 250 m3 de água. A entrada do DMC Distrito 02, ou seja, onde

está instalado macromedidor DN 250 mm, eletromagnético carretel, fica a jusante do RAP.

Nessa tubulação também foi implantada uma Válvula Redutora de Pressão - VRP, também

DN 250 mm, ambos instalados durante a obra de setorização. A VRP não estava regulada e

tampouco havia o acompanhamento e registro do volume ofertado. Além disso, não se

dispunha de datalogger com telemetria para registro e acompanhamento do volume

distribuído e pressão.

FOTO 37. CAPACITAÇÃO DE ESTANQUEIDADE

Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2

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Durante as capacitações observou-se que a rede de 250 mm, a jusante do reservatório,

onde estava instalado o macromedidor, não operava à plena seção, ou seja, com tubulação

totalmente preenchida nas primeiras horas de abastecimento, tal fato iria ocasionar erros na

totalização do volume ofertado ao DMC. A solução encontrada foi a implantação de um

cavalete, a jusante do medidor, de modo a propiciar que o macromedidor existente

FOTO 39. MACROMEDIDOR DO DMC

FOTO 38. INSTALAÇÃO DO CAVALETE À JUSANTE DO MACROMEDIDOR NO DMC DISTRITO 02

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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operasse com a tubulação sempre em plena seção.

A solução adotada para o macromedidor do DMC Distrito 02 está sendo replicada em outros

DMC de Salgueiro, que também são acometidos por rodízio e têm o mesmo problema

observado do Distrito 02. A implantação da telemetria no macromedidor, com foco no ponto

baixo, médio e crítico de pressão, inicialmente contou com apoio da Gerência de

Hidrometração - GHI e da Gerência de Automação -

GPA.

Os datalogger utilizados para fazer a telemetria,

foram instalados em abrigos de hidrômetros para

aproveitar um padrão já disponível pela COMPESA.

Entretanto, após a instalação dos equipamentos de

telemetria algumas dificuldades vieram à tona, de

forma recorrente, e não conseguiram ser sanadas

ao longo do desenvolvimento do projeto, tais como:

Ausência de equipamentos em quantidade e

qualidade necessários para atender a demanda não

só do DMC Distrito 02, mas da gerência de

Salgueiro;

Limitação de técnicos na unidade para

realizar as devidas instalações e manutenções

preventivas e corretivas;

Falhas recorrentes na bateria;

Ações de telemetria concentradas na sede

da companhia, em Recife.

8.2.4 CADASTRO E MODELAGEM HIDRÁULICA

Durante o transcorrer do projeto foram realizadas algumas atividades conjuntas dos

consultores com os técnicos e engenheiros do prestador, visando capacitá-los em cadastro

técnico e modelagem hidráulica. No que tange ao cadastro técnico foram planejadas:

sondagens em campo para verificação de redes, registros, VRP, interligações e etc. para

verificar ou avaliar o cadastro técnico disponível e porventura fazer os ajustes ou

atualizações necessárias, entretanto a Gerência de Salgueiro, por limitações corporativas,

não conseguiu aportar as equipes operacionais e equipamentos para realizar tais ações.

Com a evolução do projeto no prestador, percebe-se claramente que houve uma

disseminação e uma efetiva preocupação do corpo técnico local em atualizar o cadastro em

Salgueiro, utilizando como ferramenta o GISCOMP, software de GIS corporativo da

companhia. Mensalmente, os coordenadores das unidades locais de toda a gerência de

Salgueiro encaminhavam à coordenação de engenharia as novas extensões de rede para

serem lançadas no GISCOMP.

FOTO 40. TELA DO SISTEMA DE TELEMETRIA

Fonte: COMPESA

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Embora haja incertezas relacionadas ao cadastro técnico, o Consórcio desenvolveu uma

série de ações voltadas à modelagem hidráulica, com utilização de softwares livres tais

como QGIS e Epacad. Foram realizadas capacitações de modelagem hidráulica aplicada ao

DMC com o objetivo de ampliar a qualificação dos técnicos e engenheiros de Salgueiro e

disseminar a cultura da modelagem hidráulica.

Durante a capacitação foi elaborado um modelo hidráulico experimental no Epanet, a partir

do cadastro de rede disponível, em formato DWG, com auxílio de softwares como QGIS e

Epacad. Os dados de vazão e pressão utilizados para fazer o modelo hidráulico

experimental foram provenientes de um breve período de funcionamento, tanto do

macromedidor como dos equipamentos de telemetria. Dentre as simulações realizadas,

verificou-se a implantação de VRP, seccionamento de redes para implantação de

subdistritos, dentre outras situações hipotéticas, a simulação reportou condições hidráulicas

satisfatórias para implantação de três subsetores no DMC.

FOTO 41. CURSO DE MODELAGEM HIDRÁULICA

Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2

TELA DO EPANET COM EXEMPLO DE MODELAGEM HIDRÁULICA FIGURA 24.

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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Outro destaque, no quesito modelagem hidráulica foi a elaboração de um guia de

modelagem hidráulica. Infelizmente os constantes problemas com os datalogger de

telemetria, associado ao regime de rodízio, inviabilizaram a calibração do modelo hidráulico

elaborado. Mesmo diante de muitos cenários adversos, observou-se êxito no objetivo de

disseminar a cultura da utilização da modelagem hidráulica, situações recentes nas

localidades de Riachinho e na adutora de Santo Antônio foram objetos de análises e

estudos com base em modelagens hidráulicas.

8.2.5 CONTROLE ATIVO DE VAZAMENTOS

Ainda no âmbito do COM+ÁGUA.2 foram ministrados cursos e capacitações sobre pesquisa

de vazamentos não visíveis. Foi dado enfoque na metodologia de pesquisa, conforme

manual de procedimentos PR- 051, da Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e

Inspeção - ABENDI, com adaptações às realidades locais do prestador.

O prestador dispõe, em Salgueiro, de geofone eletrônico e mecânico, haste de escuta,

válvula geradora de golpe ou ondas (VGO), mas não dispõe de correlacionador de ruídos,

haste de perfuração, locador de massa metálica, dentre outros equipamentos auxiliares

para realização da pesquisa de vazamentos.

Durante as capacitações em campo, tal como observado

em Caruaru, chamou atenção o fato de que a posição do

hidrômetro no passeio, padrão adotado pelo prestador,

gera dificuldades ao geofonista ou pesquisador, uma vez

que uma das técnicas de pesquisa, conforme manual

citado, reza: “ao ouvir um ruído suspeito no cavalete,

assegurar-se de que não está havendo passagem d'água

através do hidrômetro, fechando firmemente o registro

(certificar-se que o mesmo está vedando), pois um

pequeno vazamento

existente na tubulação

interna do imóvel também

pode provocar um ruído de

vazamento”.

O pequeno espaço disponível

no abrigo do hidrômetro

impõe restrições ao

fechamento da chave geral e,

muitas vezes, encontra-se

coberto por terra. Durante

uma das capacitações de

pesquisa de vazamentos foi

possível ir a campo no segundo dia de abastecimento de água

para o DMC Distrito 02. Observou-se que, na parte baixa do

FOTO 42. CAPACITAÇÃO DE PESQUISA DE VAZAMENTOS

FOTO 43. CAIXA DE INSPEÇÃO DE HIDRÔMETRO

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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DMC, havia vários casos de vazamentos visíveis em ramal.

Após as capacitações, com a internalização e disseminação da relevância de realizar

pesquisa de vazamentos, o prestador iniciou um programa de pesquisa acústica em

períodos noturnos, priorizando os trechos de rede de cimento amianto que apresentam

maior incidência de vazamentos.

Em sistemas operados mediante rodízio, a pesquisa acústica, via de regra, não pôde ser

realizada no primeiro dia de abastecimento. O prestador deve acompanhar, via

monitoramento dos pontos críticos (baixo, médio e alto), a pressão disponível para iniciar a

pesquisa de vazamentos. Obviamente, o reparo de vazamentos em setores com rodízio

deve ser realizado, nos dias em que o setor esteja sendo abastecido.

8.2.6 CONTROLE DE PRESSÃO E GESTÃO DO DMC

A gestão e controle de pressão no DMC foi realizada a partir da instalação de duas válvulas

redutoras de pressão, sendo uma de 200 mm e outra de 250 mm de diâmetro. Foi sugerida

também, pelo Consórcio, a instalação de uma VRP DN 100 mm, que possibilitaria implantar

três subsetores ou zonas de pressão no DMC Distrito 02, os quais permitiria a realização de

campanhas de medições e verificações, com intuito de identificar em qual subsetor se

concentravam as maiores perdas. Entretanto, a VRP não foi instalada.

ZONAS DE PRESSÃO SUGERIDAS NO DMC DISTRITO 2 FIGURA 25.

Fonte: COMPESA

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A ausência de uma política de controle ativo de vazamentos, aliada ao enfoque apenas no

reparo dos vazamentos, sem registro ou histórico da causa e caracterização das falhas,

incorre ao prestador ausência de foco na renovação de redes e ramais. No decorrer do

projeto não se evidenciou evoluções no prestador no tocante à gestão de ativos.

Os constantes problemas de funcionamento do macromedidor e telemetria, aliados a

operação do sistema mediante rodízio, inviabilizaram uma apuração contínua do volume

disponibilizado ao DMC, bem como da pressão no ponto médio, parâmetros preponderantes

para elaboração da modelagem de vazamentos Bottom Up, ferramenta utilizada para

mensurar as perdas reais, a qual também pode ser utilizada para calibração do Balanço

Hídrico Top Down, conforme preconiza a IWA.

A mudança de paradigma que se buscava era gerir o DMC a partir do acompanhamento da

vazão mínima noturna, sendo este o instrumento para reduzir tempo de conhecimento dos

vazamentos e, por consequência, imprimir uma melhor gestão e controle e pressão ao

sistema. Contudo, a avaliação geral do GT de perdas do prestador e da gerência do

prestador é positiva, sobretudo na disseminação e implantação de uma cultura de combate

às perdas utilizando o DMC como instrumento.

8.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES

8.3.1 CADASTRO COMERCIAL

A evolução do tema e os treinamentos em Salgueiro se assemelham muito ao que foi

relatado em Caruaru. As duas áreas prioritárias estão inseridas numa condição de

disponibilidade hídrica semelhantes, não fazem parte da Região Metropolitana de Recife,

encontram-se em uma dificuldade de recursos humanos e materiais e possuem elevados

índices de perdas. No caso específico dos serviços de atualização de dados comerciais, as

semelhanças nas ocorrências são ainda mais expressivas, considerando a centralização de

decisões na sede, em Recife.

De forma idêntica à ocorrida em Caruaru, foi explorada toda a abordagem e discussões

sobre definição de layout cadastral, customização das ferramentas de TI, orientações sobre

ambiente SIG para espacialização de clientes, sugestões de logística dos serviços, critérios

de avaliação e controle de qualidade das informações atualizadas, entre outros aspectos.

8.3.2 MICROMEDIÇÃO

Também de forma idêntica à Caruaru, na área prioritária de Salgueiro seguiu-se uma linha

metodológica de capacitações, envolvendo os esforços para adequação da micromedição.

Dentro desse contexto cabe destaque para o caso específico da capacitação sobre ensaios

de bancada para determinação da curva de envelhecimento, que foi ministrado na sede,

para ambas as equipes.

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Em Salgueiro também ocorreram visitas técnicas, cursos e treinamentos com foco no

levantamento de perfis de consumo e na curva de envelhecimento, além de orientações

sobre critérios e condições para elaboração do plano de ação de manutenção preventiva e

corretiva do parque de hidrômetros. As imagens a seguir são referentes às capacitações

realizadas em Salgueiro.

FOTO 45. TREINAMENTO SOBRE LEVANTAMENTO DE PERFIS DE CONSUMO

FOTO 44. TREINAMENTO SOBRE ENSAIOS DE BANCADA PARA DETERMINAÇÃO DA CURVA DE ENVELHECIMENTO

Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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8.3.3 COMBATE A USOS NÃO AUTORIZADOS

Por fim, o tema de usos não autorizados também teve uma dinâmica muito parecida com

aquela ocorrida em Caruaru. As capacitações realizadas se basearam em programação

praticamente idêntica e não foram verificados avanços e resultados significativos para

serviços de combate a irregularidades.

De todo modo, vale salientar os treinamentos ministrados com foco na abordagem da

mobilização social para tratar situações expressivas de usos irregulares em comunidades

carentes, como também para os casos de clientes irregulares que estejam em patamares de

renda mais elevados ou utilizem a água para fins comerciais ou industriais.

8.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA

Em Salgueiro também se formou um GT para junto com o CG implantar as ações do

COM+ÁGUA.2 e desenvolver as ações previstas no projeto:

Sensibilização dos colaboradores do prestador em relação ao tema energia no

seguimento de saneamento;

Identificação de oportunidades para ações de eficiência energética e de

microgeração de energia através fontes renováveis;

Elaboração de metodologia para realização do diagnóstico hidroenergético;

Especificação de equipamentos e ações a serem implementadas;

Acompanhamento e análise dos resultados após implementação da metodologia,

através de indicadores de desempenho;

FOTO 46. INVESTIGAÇÃO EM CAMPO DE IRREGULARIDADES NAS LIGAÇÕES DE ÁGUA

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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Realização de treinamentos em geral, através de cursos e capacitações em

processo, com a realização de visitas à campo.

Conforme o plano de ação, identificou-se uma unidade operacional piloto e realização de

estudos e ações de eficiência energética. Em Salgueiro, a unidade também está

subordinada à Coordenação de Eficiência Energética – CEN, que faz a avaliação das

faturas de energia elétrica recebidas mensalmente, gestão dos contratos de demanda e

monitora a cobrança de multas por baixo fator de potência. A coordenação realiza ainda as

manutenções e correções nas instalações. A exemplo de Caruaru, Salgueiro também não

tem equipe dedicada para identificação de oportunidades e desenvolvimento de ações de

eficiência energética, mas no quadro da equipe de manutenção existem alguns

colaboradores que atuam em ações de eficiência em conjunto com a CEN. Na unidade, as

atividades de correção de fator de potência são realizadas quando necessário, assim como

algumas ações de eficiência energética, apesar do escasso corpo técnico, cuja prioridade

de atuação é na manutenção corretiva.

A unidade operacional mais representativa em relação ao consumo de energia elétrica, em

Salgueiro, é o sistema de captação do Cabrobó, precedido pela ETA Salgueiro. O

diagnóstico hidroenergético, com o propósito de sensibilizar o corpo técnico gerencial, bem

como capacitar o mesmo ocorreu em:

Salgueiro:

EEAT – Distrito 02 – BB 01 – ETA Salgueiro

EEAT – Distrito 02 – BB 02 – ETA Salgueiro

8.4.1 Metodologia das Medições (Evento de Diagnóstico e Monitoramento)

A realização dos eventos de monitoramento contou com equipe multidisciplinar, com

especialistas em elétrica e hidráulica/mecânica e foram utilizados os seguintes

equipamentos:

Analisadores/registradores de energia elétrica;

Registradores de pressão;

Termômetros digitais;

Tacômetros digitais sem contato;

Câmara termográfica;

Câmara fotográfica;

Alicate volt-amperímetro;

Medidor de vibração;

Trenas;

GPS.

Os registros dos eventos de monitoramento se apresentam a seguir:

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FOTO 47. TRANSDUTORES DE CORRENTE E ANALISADORES DE GRANDEZAS ELÉTRICAS

FOTO 48. MEDIDOR DE VAZÃO ELETROMAGNÉTICO DE CARRETEL

Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2

Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2

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FOTO 50. MEDIDOR DE ROTAÇÃO DIGITAL SEM CONTATO (RPM)

Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2

FOTO 49. IMAGENS DA CAMERA DE TERMOGRÁFICA

Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2

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8.4.1.1 RESUMO DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO –DISTRITO 02

O Diagnóstico Hidroenergético - DHE foi realizado em uma elevatória constante do sistema

associado ao DMC Distrito 02. A Estação Elevatória de Água Tratada - EEAT Distrito II fica

então localizada na ETA Salgueiro e é composta por dois conjuntos motobomba de 50 CV

cada um e opera em regime de rodízio em função da crise hídrica que assola a região. O

diagnóstico foi elaborado entre setembro e dezembro/2017, com atividades de levantamento

de campo, eventos de monitoramento, coleta e análise de informações, além de elaboração

de relatório conclusivo.

8.4.1.2 DESCRITIVO DAS ATIVIDADES

Seguindo a metodologia COM+ÁGUA.2, foram realizadas vistorias com o propósito de

identificar um sistema com características típicas de outros sistemas de bombeamento, no

entanto, a escassez hídrica persistente impediu que se obtivessem as condições

operacionais ideais para a obtenção de máximo resultado durante o evento de

monitoramento.

Entre julho e agosto/2017 foi feita a seleção do sistema da estação elevatória que abastece

o Distrito 02. Composto por dois conjuntos motobombas, de 50 CV e 135 m³/h cada, opera

em distintos arranjos operacionais, de acordo com a escala do rodízio de água para

FOTO 51. ESCALA DE RODÍZIO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Fonte: COMPESA

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suprimento às populações atendidas.

Definiu-se então a necessidade de realização de evento de monitoramento dos parâmetros

elétricos, mecânicos e hidráulicos, de modo a obterem-se informações precisas sobre a

linha de base do sistema, bem como dados para a análise e avaliação de eventuais

oportunidades de aumento da eficiência hidroenergética. Mas persistente escassez hídrica

levou a postergar, por algumas ocasiões, a realização do evento de monitoramento dos

parâmetros anteriormente citados, até que em outubro/2017 foi possível obter-se condições

operacionais mínimas que possibilitassem esse evento. Mesmo assim, do período

objetivado (medição por sete dias consecutivos, com registro de dados a cada três minutos),

apesar de plenamente realizado, apenas foi possível obter-se os dados por três dias.

8.4.1.3 CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS DO DISTRITO 02 – ETA SALGUEIRO

Os motores analisados possuem mais

de 10 anos de fabricação, apesar de

não haver registro de rebobinamento

e histórico de manutenção, não

possuem indícios de restauração e

rebobinamento, que possa ocasionar

redução da eficiência e rendimento.

TABELA 13. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

FOTO 52. CONJUNTOS MOTOBOMBA EEAT DISTRITO 02

Foto: Acervo COM+ÁGUA.2

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No diagnóstico foram avaliados os dois conjuntos motor bomba da EEAT Distrito 02 que se

encontravam disponíveis e em condições de operação.

A seguir os dados resumidos do diagnostico realizado nas unidades selecionadas na ETA

Salgueiro.

Adicionalmente ao diagnóstico hidroenergético, também foram avaliadas iniciativas de

desenvolvimento de programas e projetos de eficiência energética, além da estruturação da

CEN. Na estruturação da coordenação identificou algumas ações e implementações

necessárias, sendo:

Criação de indicadores de desempenho energético tendo como base a Norma ISO

50.001, que estabelece uma estrutura para que as empresas possam gerenciar e

melhorar o consumo de energia elétrica;

Avaliação dos contratos de fornecimento de energia elétrica, em relação à

viabilidade de compra de energia no Mercado Livre, visto que o valor pago é da

ordem de R$ 180 milhão/ano, estando este entre os três maiores valores

operacionais pagos pela COMPESA;

Criação de novos Indicadores de Desempenho Energético - IDE, como o kWh/m³

bombeado. Atualmente a CEN e as AP consideram como indicadores de eficiência

energética o índice de ultrapassagem de demanda e cobrança de multas por parte

da Companhia Energética de Pernambuco - CELPE por baixo fator de potência;

Melhoramento de metodologias de gerenciamento e implantação de ações de

monitoramento do consumo energético online;

Desenvolvimento de metodologias de análise das faturas de energia, que possibilite

a realização de ações administrativas e técnicas nas unidades da COMPESA;

Gerenciamento efetivo dos contratos de fornecimento de energia elétrica, sendo

que o valor pago é da ordem de R$ 180 milhões/ano, estando este entre os três

maiores valores pagos pela COMPESA;

Realização de treinamentos e capacitações em processo, teóricos e práticos, para

melhor disseminação do conceito e da importância do desenvolvimento de ações de

eficiência energética;

Implantação do programa de cadastro de ativos e elaboração de planos de

manutenções preventiva e preditiva nas AP. A implementação dos planos de

TABELA 14. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDRO ENERGÉTICO

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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manutenção irá facilitar o gerenciamento das atividades desenvolvidas em cada

ativo (bombas, motores, válvulas, transformadores e etc.), além de gerar histórico

dos equipamentos permitindo melhor acompanhamento da vida útil de cada um.

No modelo atual de gerenciamento e análise das faturas de energia elétrica aplicado na

COMPESA, as AP não recebem as faturas de energia, ficando restrito apenas a CEN. Desta

forma os gestores operacionais de cada AP, tem mais dificuldade na realização de uma

análise mais criteriosa.

As AP recebem uma planilha em meio digital chegando quase trinta dias após o

faturamento, com as informações resumidas, cabendo ao gestor local a análise de:

Verificação do consumo de energia se está na média do histórico;

Comparação da demanda lida, em relação à contratada, verificando se houve

redução ou ultrapassagem;

Verificação e correção do fator de potência lido nas instalações, sendo que este

deve ser maior que é de 0,92 obrigatoriamente.

As oportunidades identificadas de microgeração de energia distribuída, apenas nos telhados

dos prédios e reservatórios da ETA Salgueiro.

Definiu-se ainda a necessidade de realização de evento de monitoramento dos parâmetros

elétricos, mecânicos e hidráulicos, de modo a obterem-se informações precisas sobre a

linha de base do sistema, bem como dados para a análise e avaliação de eventuais

oportunidades de aumento da Eficiência Hidroenergética. As medições foram realizadas por

sete dias consecutivos, com registro de dados a cada três minutos.

8.4.1.4 RESULTADOS OBTIDOS

Os principais parâmetros foram registrados de forma sincronizada, a cada três minutos,

durante período de sete dias. Os registros dos principais parâmetros medidos se

DEMANDA DE POTÊNCIA ATIVA FIGURA 26.

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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apresentam a seguir:

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DADOS DE VAZÃO FIGURA 29.

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

DADOS DE CONSUMO ESPECÍFICO FIGURA 28.

DADOS DE DEMANDA FIGURA 27.

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DADOS DE CONSUMO DE ENERGIA FIGURA 31.

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

DADOS DE CUSTO ESPECÍFICO DE ENERGIA FIGURA 30.

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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8.4.1.5 DIAGNÓSTICO

TABELA 15. MATRIZ DO BALANÇO HÍDRICO

Período de: 01/01/2017 até 01/07/2017

Volume Faturado Medido % do VE: Volume Faturado

282.873 m³/ano 167.755 34,1%

65 L/hab/dia Volume Faturado Não Medido % do VE: 282.873

115.118 23,4% m³/ano

491.867 m³/ano 282.873 m³/ano Volume Não Faturado Medido % do VE:Volume de Água

Não Faturada

0,00% Erro % 0 m³/ano 0 0,0%

2,00% Erro % 65 L/hab/dia #DIV/0! Erro %Volume Não Faturado Não

Medido% do VE:

112 L/hab/dia 9 L/s 0,00 L/hab/dia 0 0,0%

16 L/s Submedição % do VolEntregue 208.994

20.734 11,00% Erro %

Erro % 4,71%

41.398 m³/ano 20,02%

10,56% Erro %Clandestinos / Falhas de

cadastro% do VE % do VE

9 L/hab/dia 17.263 3,5% 42,49%

Erro %

7,89%

19,81% Fraudes % do VE

3.402 0,7%

Erro %

208.994 m³/ano 2,89%

Vaz em ramais % da PR

4,71% Erro % 150.836 90,00%

42,49 % do VE 167.595 m³/ano Vaz em redes % da PR

6,42% Erro % 16.760 10,00%

34,07% % do VE: Vaz em reservatórios % da PR

0 0,00%

MATRIZ DO BALANÇO HÍDRICO

12.000

VOLUME DE ENTRADA

DMC / DISTRITO IISISTEMA:

PERDAS REAIS

% de PA em relação ao total:

Consumo per capita médio (com água entregue)

(L/hab/dia)74,0

CONSUMO AUTORIZADO

Consumo Autorizado Faturado

População abastecida:

Consumo Autorizado Não Faturado

VOLUME DE PERDAS DE

ÁGUAPERDAS APARENTES

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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Em função dos dados coletados e das análises realizadas pela equipe da AT 4, foram

avaliadas as seguintes situações:

Os conjuntos motobombas são de alto rendimento e aparentemente não foram

rebobinados, segundo dados recolhidos em campo, em função da ausência de

registro documental;

A falta de manutenção preventiva e preditiva, constatada durante os levantamentos

de campo, ficou evidente em função da ausência de alguns procedimentos

rotineiros como a lubrificação de mancais e limpeza dos conjuntos, apesar do

estado de funcionamento estar razoável em função de intervenção não programada

realizada durante o ciclo de operação anterior ao da realização do evento;

As correntes dos motores se apresentavam dentro das suas características

nominais (In = 70,3 A);

Os painéis de partida/acionamento dos conjuntos são de partida direta, não

evitando picos de demanda durante a partida, nem os solavancos no acoplamento

da bomba;

Apesar de escassez hídrica, foi constatada variação da vazão durante alguns

períodos noturnos, nos quais o controle de vazão é realizado através de

estrangulamento de válvulas.

8.4.1.6 RECOMENDAÇÕES

Em função dos dados coletados e das análises realizadas pela equipe da AT 4, foram

avaliadas as seguintes situações:

A análise dos dados então identificou as seguintes oportunidades de redução dos gastos

através do aumento da eficiência energética:

Instalação de inversores de frequência;

Implantação de SGE – sistema de gestão de energia;

Desenvolvimento de Plano de manutenção preventiva e preditiva.

8.4.1.7 CONCLUSÕES

Pelo exposto, foram identificadas oportunidades de redução do consumo de energia, apesar

do cenário peculiar de escassez hídrica, no qual os equipamentos operam apenas no

momento em que existe água para bombear, o fazendo com a maior capacidade possível, e

não priorizando a questão da eficiência operacional. Essas oportunidades, com investimento

estimado da ordem de R$ 300 mil, podem resultar na economia de R$ 220 mil/ano, além de

melhoria da gestão energética e operacional das elevatórias.

Analisando-se apenas as ações referentes exclusivamente à EEAT do Distrito 02, o quadro

TABELA 16. RESUMO DE AÇÕES DE EE – EEAT DISTRITO 02

Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2

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resumo das ações com sua respectiva análise econômica se apresenta a seguir:

8.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO

O DMC em Salgueiro deveria sofrer intervenções multidisciplinares, desde o monitoramento

da macromedição e pressão média da rede, até as ações efetivas de combate e redução de

perdas. O monitoramento dos resultados de desempenho do DMC representaria a aplicação

da metodologia e dos conceitos clássicos defendidos pela IWA e revelariam, de maneira

amostral, as condições do sistema da área prioritária como um todo. Tendo em vista os

problemas apontados no sistema, não foi possível estabelecer condições satisfatórias de

operação do DMC, que inviabilizou o adequado monitoramento dos volumes de entrada e

pressões de rede.

A carga de capacitações para elaboração dos modelos de dimensionamento das perdas foi

intensa e, mesmo na carência de dados imprescindíveis, buscou-se realizar exercícios e

simulações do cenário de operação do sistema e estimar, ainda que imprecisamente, o

volume de perdas. Essas tentativas foram válidas, considerando que a equipe técnica ficou

submetida às dinâmicas práticas da modelagem, aproximando-se de uma atividade que

deve fazer parte da rotina operacional do prestador. Os resultados dessas simulações não

oferecem precisão e confiabilidade satisfatória, de modo que não são apresentados nessa

publicação.

Apesar da indisponibilidade dos valores de indicadores, deve-se reforçar a importância do

conhecimento oferecido nos cursos, visitas e treinamentos. Fica por conta do prestador

após a finalização do COM+ÁGUA.2 aplicar esta metodologia para monitorar o desempenho

de seu sistema.

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9 IMPACTO E INDICADORES

9.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL

9.1.1 INDICADOR DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL – IMOB

Indicador de Mobilização Social – IMOB é composto pelos Índices de Mudança

Cultural – Imud e de Gestão da Mobilização – Iges. O primeiro indica as alterações

nos valores e atitudes interna (peso 0,7) e externa (peso 0,3); o segundo avalia o

grau de institucionalidade dos quatro eixos estruturantes. Dessa forma, Imud e Iges

compõem o IMOB com pesos 0,7 e 0,3, respectivamente.

Em Salgueiro foram realizadas, ao longo do projeto, apenas duas verificações do IMOB,

uma no início da implantação (linha de base) e outra, ao final. O resultado alcançado pela

operadora, cujo IMOB iniciou com 14,2% e, ao término da assistência técnica, fechou em

38,6%, foram decorrentes especialmente dos avanços alcançados na cultura interna,

envolvendo uma atuação mais integrada dos componentes do Comitê Gestor, a constituição

dos Agentes de Combate às Perdas, abrangendo representantes de várias áreas, a

formulação de propostas pelos mesmos e os resultados alcançados pelas ações

alternativas de comunicação interna, que favoreceram um maior engajamento e implicação

dos funcionários com os objetivos centrais do COM+ÁGUA.2.

9.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS

Adicionalmente ao que foi relatado para área prioritária de Caruaru, em Salgueiro houve

maior engajamento ao projeto COM+ÁGUA.2. Todavia, este maior engajamento não se

reverteu em resultados, digamos assim, numéricos, mas certamente foi possível verificar

forte internalização de conceitos e mudança de cultura, com destaque para:

Ter macromedição disponível e funcional que permita apropriar volume de perdas;

Telemetria como ferramenta de monitoramento, acompanhamento e gestão;

Cadastro como algo vivo que precisa ser constantemente atualizado e revisado,

fazendo inclusive uso mais intensivo da ferramenta GISCOMP;

A modelagem hidráulica como ferramenta de avaliação, proposição de melhorias e

suporte técnico operacional, inclusive com aplicações práticas;

Balanço Hídrico e indicadores como ferramentas de gestão;

Controle ativo de vazamentos através de pesquisas de vazamentos não visíveis,

com pesquisas de vazamentos noturna direcionada a trechos de rede de cimento

amianto com maior recorrência de falhas;

Gestão de pressão como fator preponderante na redução de perdas;

DMC como algo a ser perseguido;

Corpo técnico capacitado e apto a replicar a metodologia.

O

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9.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES

Tal como exposto para as perdas reais, não se pôde observar uma evolução concreta de

melhoria de indicadores. Esta ocorrência está amplamente embasada pela não execução

das ações efetivas de redução de perdas, por conta da carência de recursos financeiros,

diretrizes de governança da companhia, entre outros aspectos.

O COM+ÁGUA.2 surge como uma oportunidade de aprendizado de técnicas mais modernas

e de construção de uma vitrine de experiências que possa servir como plataforma para

implantação de um programa mais amplo, englobando limites mais extensos. Esse

momento não foi aproveitado em sua plenitude e a mensuração do sucesso do projeto deve

envolver uma visão sobre mudança de paradigmas enraizados na mentalidade da operação

do saneamento.

9.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA

Os indicadores mais relevantes são os mesmos cinco apresentados na avaliação de

Caruaru e devido às condições de desenvolvimento do projeto, principalmente por motivo de

força maior, as oportunidades identificadas tiveram pouca possibilidade de implementação

para que se pudesse observar uma evolução dos indicadores, entretanto, nos sistemas

objeto dos eventos de diagnóstico hidroenergético foram estabelecidos seus respectivos

indicadores de desempenho energético (linha de base), para que os mesmos possam ser

acompanhados à medida que as ações de eficiência energética recomendadas forem

implementadas. Os indicadores encontrados foram:

Salgueiro – ETA Salgueiro

EEAT Distrito II – BB 01 - kWh/m³ 0,289;

EEAT Distrito II – BB 02 - kWh/m³ 0,297.

9.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO

A carência de condições para aplicação das metodologias do Balanço Hídrico e modelagem

Bottom Up leva inevitavelmente para um cenário de resultados pouco significativos. Não foi

possível calcular os indicadores que monitoram o desempenho do sistema, tanto no tocante

às perdas reais quanto às perdas aparentes. Espera-se que o prestador realize os

investimentos no projeto e possa estabelecer um contexto de acompanhamento das perdas,

verificando a efetividade das ações e a melhoria da rotina de operação do sistema.

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10 AUTOAVALIAÇÃO DE IMPACTO

DO COM+ÁGUA.2 NA AP 2

o término do período de assistência técnica do Ministério das Cidades, por meio dos

consultores do Consórcio, foi aplicado um questionário para a autoavaliação do

impacto do COM+ÁGUA.2 em Salgueiro.

10.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL

A

GESTÃO DE MOBILIZAÇÃO

SOCIAL

O quanto mudou no seu dia-a-dia?

Procedimentos novos foram incorporados?

Há evidências de resultados?

nada pouc

a coisa

muita coisa

tudo não sim em vias de

em parte

nenhuma poucas muitas

Efetividade do Comitê Gestor

X X X

Atuação dos ACD

X X X

Envolvimento dos funcionários

X X X

Ações de comunicação interna

X X X

Ações de comunicação externa

X X X

Atividades culturais internas

X X X

Atividades culturais externas

X X X

Atividades de educação internas

X X X

Atividades de educação externas

X X X

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10.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS

GESTÃO DE PERDAS REAIS

O quanto mudou no seu dia-a-dia?

Procedimentos novos foram incorporados?

Há evidências de resultados?

nada pouca

coisa

muita

coisa

tudo não sim em vias de

em part

e

nenhuma poucas muitas

Técnicas de medição de vazão, pressão e nível

X X X

Diretrizes para macromedição do sistema

X X X

Revisão de base cartográfica

X X X

Procedimentos de atualização de modelagem

X X X

Modelagem do DMC/sistema

X X X

Capacitação em gestão da modelagem

X X X

Setorização e verificação de estanqueidade

X X X

Detecção e reparo de vazamentos não visíveis

X X X

Melhoria da rapidez no reparo de vazamentos

X X X

Controle de pressão

X X X

Gestão de redes e ramais

X X X

Institucionalização do Balanço Hídrico

X X X

Cálculo de indicadores de desempenho

X X X

Utilização de indicadores de desempenho

X X X

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10.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES

(*) Não houve capacitação nessa temática

GESTÃO DE PERDAS

APARENTES

O quanto mudou no seu dia-a-dia?

Procedimentos novos foram incorporados?

Há evidências de resultados?

nada pouc

a coisa

muita coisa

tudo não sim em vias de

em parte

nenhuma poucas muitas

Micromedição / gestão do parque de medidores

x x x

Cadastro comercial / gestão do cadastro

x x x

Combate a fraudes / clandestinas / inativas (*)

Pesquisa do grau de submedição

x x x

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Institucionalização do Balanço Hídrico

x x x

Cálculo de indicadores de desempenho

x x x

Utilização de indicadores de desempenho

x x x

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10.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

GESTÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

O quanto mudou no seu dia-a-dia?

Procedimentos novos foram incorporados?

Há evidências de resultados?

nada pouca

coisa

muita coisa

tudo não sim em vias de

em parte

nenhuma poucas muitas

Capacitação em medições

elétricas e hidráulicas

X X X

Gerenciamento do uso

eficiente de energia

X X X

Mudanças de categoria

tarifária (*)

Oportunidades de projeto de eficiência energética

X X X

Cálculo de indicadores

de desempenho

X X X

Utilização de indicadores de desempenho

X X X

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11 RECOMENDAÇÕES PARA

SUSTENTABILIDADE DO COM+ÁGUA

NAS ÁREAS PRIORITÁRIAS DA

COMPESA

11.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL

oram diversos os desafios enfrentados pela AT1, envolvendo consultores e

integrantes dos GT MOB, no percurso do projeto junto às áreas prioritárias. A

fragilidade dos Comitês Gestores e os problemas na difusão e compartilhamento de

informações acerca das ações desenvolvidas pelas demais AT, trouxeram dificuldades

iniciais, tanto em Caruaru quanto em Salgueiro, para o processo de envolvimento e

mobilização dos funcionários.

Em Salgueiro, o quadro reduzido de funcionários, envolvidos em diferentes Grupos de

Trabalho, no âmbito do Com+Água.2, foi também fator limitador das ações do GT MOB.

No entanto, apesar dos problemas existentes nessas duas unidades, a atuação dos GT

MOB, com o envolvimento e comprometimento de funcionários de diversas áreas (em

Caruaru), a busca de alternativas de comunicação, bem como a intensificação do diálogo

entre as áreas, possibilitou a superação de algumas das dificuldades enfrentadas,

favorecendo um maior engajamento e implicação dos funcionários em torno dos objetivos

centrais do COM+ÁGUA.2.

Em relatos e avaliações realizadas, tanto em Caruaru quanto em Salgueiro, foram

destacados avanços importantes no sentido de uma mudança cultural e de incorporação de

novos procedimentos, expressando um desejo de continuidade e aprimoramento das ações

de combate às perdas de água.

Evidenciou-se também a importância de uma maior aproximação e de um diálogo mais

sistemático com a população, bem como a necessidade de um maior apoio institucional no

sentido de potencializar as ações de comunicação e mobilização social.

Nessa perspectiva, no sentido de favorecer a sustentabilidade do COM+ÁGUA, deverão

merecer especial atenção:

A importância da capacitação inicial do Comitê Gestor, reforçando suas atribuições

na gestão do projeto, a necessidade de regularidade das reuniões e a importância

da difusão permanente de informações;

Valorização do trabalho social e das ações de comunicação e mobilização social,

destacando-se a importância dos profissionais das áreas de assistência social,

comunicação, design gráfico, apoio administrativo, artistas e mobilizadores;

F

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A importância do apoio institucional às ações de comunicação e mobilização social,

com a disponibilização de estrutura, recursos materiais e financeiros, bem como

liberação de funcionários (próprios e terceirizados) para o envolvimento nessas

atividades;

Atenção especial para a disponibilização, em tempo hábil, dos recursos materiais e

financeiros necessários ao desenvolvimento do projeto, nas várias Áreas

Temáticas, no sentido do não comprometimento dos objetivos e prazos.

11.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS

De maneira geral, a sustentabilidade do projeto no prestador deve ocorrer em consonância

com o planejamento estratégico da companhia, segundo uma diretriz macro gerencial que

englobe a corporação na sua integralidade, ou seja, é algo que deve ocorrer de cima para

baixo.

A referência ou contribuição que o COM+ÁGUA.2 pode deixar como diretriz para que o

projeto tenha continuidade no prestador é atacar a questão em diversas frentes, a começar

por implantar uma política de macromedição em consonância com os aspectos técnicos e

de custos do prestador, levando em consideração sempre a facilidade de reposição e

calibração. A ausência da macromedição inviabiliza o conhecimento do volume de perdas.

Deve-se incorporar na rotina da operação e manutenção o instrumento de atualização do

cadastro técnico e georreferenciá-lo, passando a vê-lo como ferramenta de extremo valor no

dia-a-dia da companhia. Também se deve utilizar um cadastro técnico atualizado e

georreferenciado para subsidiar modelos hidráulicos com maior grau de confiança,

utilizando a modelagem hidráulica como ferramenta essencial de apoio para promover uma

operação cada vez mais dinâmica do sistema de abastecimento.

Apesar do rodízio no abastecimento deve-se implantar uma rotina de controle ativo de

vazamentos, com histórico de falhas, mapas temáticos da localização de vazamentos,

acompanhamento da reincidência, fazer análise da causa dos vazamentos, promover a

capacitação constante dos geofonistas e encanadores. Importante que se implante o

controle e gestão de pressão mediante avaliações pautadas na modelagem hidráulica,

calibradas com levantamentos e medições de campo, buscando maior assertividade.

Deve-se adquirir equipamentos de telemetria para disseminar o monitoramento e

acompanhamento remoto, de forma a desenvolver ou implantar uma dinâmica de gestão

nos DMC baseada no acompanhamento do volume distribuído, na vazão mínima noturna e

pressão nos pontos críticos, possibilitando o controle ativo de vazamentos.

A centralização e forte dependência em relação à sede do prestador, em Recife, também se

mostra uma oportunidade de melhoria a ser destacada para evolução do projeto. Foram

muitas as ocasiões em que esta dependência ocasionou um entrave, praticamente

intransponível, chegando até a estagnar algumas ações voltadas as perdas reais, vide

casos da macromedição e telemetria, em que o suporte ficou totalmente a cargo de equipes

técnicas vinculadas à sede.

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Por fim, ficou nítida a necessidade de ampliar o quadro funcional, com um programa

institucional de capacitações permanentes que viabilize a mudança do paradigma de olhar

apenas para operação e manutenção do sistema, mas dar o salto no sentido de implantar,

manter e gerenciar um programa de redução e controle de perdas de forma continuada.

As sugestões ou recomendações sugeridas ao prestador para as Áreas Prioritárias de

Caruaru e Salgueiro, com especial destaque às soluções gerenciais que a COMPESA

deverá adotar para minimizar a forte dependência em relação à sede, uma vez que

Salgueiro fica bem mais distante de Recife do que Caruaru, tais como:

Descentralização nos processos de compra;

Maior autonomia na contratação de serviços e equipamentos;

Prover estrutura para manutenção e correção de ativos;

Aumentar quadro de colaboradores, possibilitando não só manter e operar o

sistema, mas também implantar e gerenciar o DMC.

A COMPESA poderia instituir programa de capacitação, tendo os técnicos e gestores de

Salgueiro como facilitadores e replicadores da metodologia do projeto COM+ÁGUA.2.

11.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES

Deverão ser priorizados os serviços de atualização do cadastro comercial,

preferencialmente abrangendo todas as Áreas Prioritárias, com auditoria dos imóveis,

atualização da base cartográfica, levantamento de dados sobre o sistema de micromedição

e investigação de irregularidade em ligações. Os resultados decorrentes desses serviços

garantirão às ações subsequentes uma base de informações precisa, com decisões

baseadas em uma realidade confirmada em campo, bem como promoverão o alcance dos

resultados esperados.

O sistema de micromedição também deverá ser melhor trabalhado, envolvendo o

levantamento de dados orientado pela NBR ABNT 15.538/2014 e desenvolvendo um plano

de manutenção preventiva e corretiva.

Os usos não autorizados necessitam de uma investigação mais aprofundada e precisam ser

melhor dimensionados nas Áreas Prioritárias. Os treinamentos ministrados no projeto

devem orientar os serviços em campo focando na preocupação de sempre envolver a frente

de mobilização social nas ações externas, principalmente quando se tratarem de

comunidades mais carentes. Deverão ser buscadas interações com entidades jurídicas e de

segurança pública para que as ações estejam respaldadas e possuam maior efetividade.

As irregularidades praticadas por clientes com renda mais elevada e consumidores

comerciais ou industriais deverão ser penalizadas mais severamente, com aplicação de

multas e perda de benefícios, para que se transmita uma mensagem de efetividade no

combate às fraudes e desestimulando a recorrência dessas práticas.

Para ambas as Áreas Prioritárias deverão ser priorizadas os serviços de atualização do

cadastro comercial, preferencialmente abrangendo toda a área prioritária, com auditoria dos

imóveis, atualização da base cartográfica, levantamento de dados sobre o sistema de

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micromedição e investigação de irregularidade em ligações. Os resultados decorrentes

desses serviços garantirão às ações subsequentes uma base de informações precisa, com

decisões baseadas em uma realidade confirmada em campo, bem como promoverão o

alcance dos resultados esperados.

11.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

De maneira geral, a sustentabilidade do projeto no prestador deve ocorrer em consonância

com o planejamento estratégico da companhia, segundo uma diretriz macro gerencial que

englobe a corporação na sua integralidade, ou seja, é algo que deve ocorrer de cima para

baixo.

Uma contribuição que o projeto COM+ÁGUA.2 trouxe para o prestador foi a forma de

enfrentar os desafios cada vez maiores e fazê-lo de maneira integrada. Na área de energia,

é fácil verificar-se que o principal ponto de desperdício são as fugas de água, ou as

chamadas perdas reais. Cada m³ de água perdida carrega uma quantidade significativa de

kWh que impacta significativamente no custo de quase R$ 200 milhões/ano que a

COMPESA desembolsa com as faturas de energia elétrica.

Na fase final do projeto, os gestores entenderam a importância do assunto eficiência

energética e os benefícios que podem ser colhidos. Então designou um engenheiro

exclusivamente para elaborar, medir e melhorar os Indicadores de Desempenho Energético

– IDE para cada uma das AP, além de estudos de micro geração de energia distribuída. A

CEN continuará responsável pelo controle e análise das contas de energia elétrica emitidas

pela CELPE, pela correção do fator de potência quando necessário, além de apoiar as

demais áreas da COMPESA em assuntos correlatos.

A CEN continuará responsável pelo controle e análise das contas de energia elétrica emitida

pela CELPE e pela correção do fator de potência, quando necessário, além de apoiar as

demais áreas da COMPESA em assuntos correlatos, tais como:

Implementação de indicadores corporativos de eficiência energética, como exemplo

kWh/m3 bombeado, que deve ser acompanhado e apresentado mensalmente em

reuniões de resultados da COMPESA;

Possibilidade de realização de um projeto piloto de eficiência energética no sistema

da Inversão, com a possibilidade de instalação de inversores de frequência para

controle de pressão e vazão, possibilitando a modulação da rotação do motor e

consequentemente economia de energia elétrica.

Outras ações de grande relevância como evitar-se o uso de motores de baixo rendimento e

rebobinados, além de ampliar-se o uso de inversores de frequência, trazem resultados

muito significativos, além de retorno geralmente em curto prazo, inferior a dois anos.

Entende-se então que as premissas básicas, embora não limitadas, incluem as seguintes

ações:

Elaboração de um cadastro de equipamentos com características completas, bem

como registro de intervenções de manutenção;

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Adoção de critério de compras de motores com classificação IR3, que consomem

menos energia;

Manutenção e ampliação dos GT da AT 4 e com participação ativa nos CG,

inclusive como fórum de disseminação de boas práticas;

Adquirir e equipar as gerências regionais com instrumentos portáteis de medição de

parâmetros elétricos e hidráulicos que permitam a avaliação sistemática dos

conjuntos motobomba, evitando desperdício de energia e problemas prematuros

pela falta de acompanhamento;

Implantação de SGE em conformidade com a ISO 50.001, como forma de

possibilitar o monitoramento em tempo real, pelo menos dos principais

consumidores de energia, visto que a COMPESA não possui esse tipo de recurso,

que comprovadamente possibilita a obtenção de reduções de custo em torno de 3%

a 5% dos gastos com energia;

Implantação efetiva de projetos piloto de ações de gestão e eficiência energética,

com ampla divulgação de resultados, devidamente documentados e em acordo com

o Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance - PIMVP;

Elaboração de IDE por gerência e por unidades operacionais relevantes, como

forma de priorizar as ações de eficiência energética. Esses indicadores (kWh/m³ e

R$/kWh) devem ser divulgados de forma destacada;

Elaboração e adoção de um Plano de Manutenção Preventiva e Preditiva na

regional de Caruaru, como forma de aumentar a segurança, a eficiência operacional

e reduzir o consumo de energia;

Adequação das equipes técnicas das gerências regionais ao desempenho dessas

atividades de gestão energética e manutenção preventiva e preditiva;

Adoção de plano de capacitação e atualização permanente do corpo técnico e

gerencial.

Especificamente para Salgueiro, em relação à EEAT Anel Oeste II, sugere-se:

Instalação de inversores de frequência a um custo de R$ 40 mil e que resultará em

economia de 16.750 kWh/ano, ou equivalente a R$ 6.500/ano;

Implantação de sistema de monitoramento do uso de energia em tempo real que

proporcionará melhoria da gestão energética e operacional das elevatórias,

equivalente a R$ 19.800/ano;

Outra iniciativa relevante, porém, já no âmbito de toda a ETA, seria a implantação

do sistema de gerenciamento e controle da manutenção, onde com a estimativa

financeira, com redução de horas extras e melhoria na confiabilidade do parque de

equipamentos, pode proporcionar uma redução de até R$ 220 mil/ano.

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11.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO

O prestador deverá estabelecer um monitoramento constante do sistema através de

indicadores de desempenho sugeridos e orientados pela IWA. A rede deverá ser setorizada

e isolada em DMC para favorecer o dimensionamento das perdas reais através da

modelagem Bottom Up. Também necessitará ser elaborada uma sistemática de cálculo do

Balanço Hídrico, sempre calibrado com os resultados de perdas reais obtidos.

Os indicadores devem ser corretamente interpretados para que se possa compreender a

condição de operação do sistema, direcionando os esforços e aplicando a ação mais

adequada. Deverá ser aproveitado todo o conhecimento trazido pelo COM+ÁGUA.2 sobre

modalidades inovadoras de contratação de serviços e controle de qualidade na aquisição de

materiais. Dentro dessa abordagem, destaca-se também a necessidade de uma maior

atenção quanto à gestão de ativos da infraestrutura, principalmente no tocante à renovação

de redes e ramais.

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