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Sem Opção Veículo: Folha de S. Paulo - Caderno: Poder - Seção: Não Especificado - Assunto: Política - Página: A8 - Publicação: 24/05/20 URL Original: Ministro da Defesa apoia nota de Heleno, mas rejeita golpismo Defesa apoia nota de Heleno e vê risco institucional, mas nega golpismo Ministro Azevedo crê que 'consequência imprevisível' é crise devido a choque entre Poderes 23.mai.2020 às 18h03 EDIÇÃO IMPRESSA Igor Gielow SÃO PAULO O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, concorda com a nota emitida na sexta (22) pelo general Augusto Heleno, na qual o chefe do Gabinete de Segurança Institucional previa “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional” por ato do Supremo Tribunal Federal. Heleno criticou o envio para avaliação da PGR (Procuradoria-Geral da República), pelo ministro Celso de Mello, de um pedido para apreensão dos celulares do Jair Bolsonaro e de seu filho Carlos, no âmbito do inquérito que apura suposta interferência política do presidente na Polícia Federal. Segundo ele, contudo, tais consequências não seriam um golpe ou uma intervenção militar, mas sim uma crise institucional. Para Azevedo, ela existe como risco porque considera que a harmonia entre Poderes é "uma via de mão dupla". No entender do ministro, que falou primeiro sobre o caso na noite de sexta à CNN Brasil, o celular do presidente é uma questão de "segurança institucional". Ele afirmou estar "bastante preocupado com o clima de tensão entre os Poderes". No último mês, o ministro editou duas notas reafirmando o compromisso das Forças com a Constituição após Bolsonaro participar de atos golpistas. Também exortou a coexistência entre Poderes, num recado ao Supremo e ao Congresso. A frase de Heleno, contudo, foi lida universalmente pelo mundo político como uma ameaça aos Poderes, o que querendo ou não Azevedo se arrisca a fazer ao apoiar o texto. Segundo o ministro, ele soube da nota antes de sua publicação e concordou com seus termos. A manifestação de Azevedo busca ponderação, mas indica também o desconforto crescente da ala militar do governo, e de vários setores da ativa, com as atitudes do Supremo ante o governo Bolsonaro Como a Folha mostrou, uma série de decisões contrárias ao presidente, no Legislativo mas principalmente no Judiciário, estão sendo vistas como excessivas pelos fardados. Até aqui, a mais grave na visão deles fora a liminar barrando a posse de Alexandre Ramagem na PF. Celso de Mello, como condutor inquérito decorrente das acusações do ex-ministro Sergio Moro sobre a ingerência na corporação, já vinha sendo criticado pela celeridade no trâmite do caso. O pedido à PGR sobre os celulares era meramente protocolar, obrigatório aliás, mas por ter sido feito por parlamentares de esquerda e expedido rapidamente ganhou ares de conspiração contra o Planalto. Isso gerou a reação de Heleno, referendada por Azevedo, ele também um general de quatro estrelas da reserva. A crispação só piorou na sexta, com a divulgação por ordem de Mello do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, que corrobora a versão de interferência de Bolsonaro na PF, na qual o ministro Abraham Weintraub (Educação) pede a prisão de ministros do Supremo. Enquanto vários oficiais da ativa e da reserva ouvidos pela Folha tenham concordado com o que chamam de impropriedade da ideia de confiscar o celular do chefe de Estado, o tom de Heleno foi amplamente criticado. Um general de quatro estrelas, topo de carreira, que já ocupou diversos postos altos no Exército e hoje está na reserva queixou- se de que as Forças Armadas estavam perdendo todo o capital político angariado desde a redemocratização. Já um brigadeiro, igualmente com quatro estrelas no ombro, afirmou que não há possibilidade de a Força Aérea embarcar em qualquer aventura autoritária, ressaltando a falta de ordem unida entre os três braços do poder armado. Azevedo tenta demonstrar harmonia como pivô entre o serviço ativo e a ala militar do governo, ora envolvida na sobrevivência política do chefe. Bolsonaro, por sua vez, voltou a ser questionado acerca da nota de Heleno neste sábado (23). "Somos um mesmo time: eu,

Ministro da Defesa apoia nota de Heleno, mas …Desde a época dos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016, passando pela greve dos caminhoneiros em 2018 e

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Page 1: Ministro da Defesa apoia nota de Heleno, mas …Desde a época dos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016, passando pela greve dos caminhoneiros em 2018 e

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Veículo: Folha de S. Paulo - Caderno: Poder - Seção: Não Especificado - Assunto:Política - Página: A8 - Publicação: 24/05/20URL Original:

Ministro da Defesa apoia nota de Heleno, mas rejeitagolpismoDefesa apoia nota de Heleno e vê risco institucional, mas nega golpismoMinistro Azevedo crê que 'consequência imprevisível' é crise devido achoque entre Poderes

23.mai.2020 às 18h03 EDIÇÃO IMPRESSAIgor GielowSÃO PAULOO ministro da Defesa, Fernando Azevedo, concorda com a nota emitida na sexta (22) pelo general Augusto Heleno, na qual ochefe do Gabinete de Segurança Institucional previa “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional” por ato doSupremo Tribunal Federal.

Heleno criticou o envio para avaliação da PGR (Procuradoria-Geral da República), pelo ministro Celso de Mello, de um pedidopara apreensão dos celulares do Jair Bolsonaro e de seu filho Carlos, no âmbito do inquérito que apura suposta interferênciapolítica do presidente na Polícia Federal.Segundo ele, contudo, tais consequências não seriam um golpe ou uma intervenção militar, mas sim uma crise institucional.Para Azevedo, ela existe como risco porque considera que a harmonia entre Poderes é "uma via de mão dupla".No entender do ministro, que falou primeiro sobre o caso na noite de sexta à CNN Brasil, o celular do presidente é uma questãode "segurança institucional". Ele afirmou estar "bastante preocupado com o clima de tensão entre os Poderes".No último mês, o ministro editou duas notas reafirmando o compromisso das Forças com a Constituição após Bolsonaroparticipar de atos golpistas. Também exortou a coexistência entre Poderes, num recado ao Supremo e ao Congresso.A frase de Heleno, contudo, foi lida universalmente pelo mundo político como uma ameaça aos Poderes, o que querendo ou nãoAzevedo se arrisca a fazer ao apoiar o texto. Segundo o ministro, ele soube da nota antes de sua publicação e concordou comseus termos.A manifestação de Azevedo busca ponderação, mas indica também o desconforto crescente da ala militar do governo, e devários setores da ativa, com as atitudes do Supremo ante o governo BolsonaroComo a Folha mostrou, uma série de decisões contrárias ao presidente, no Legislativo mas principalmente no Judiciário, estãosendo vistas como excessivas pelos fardados. Até aqui, a mais grave na visão deles fora a liminar barrando a posse deAlexandre Ramagem na PF.Celso de Mello, como condutor inquérito decorrente das acusações do ex-ministro Sergio Moro sobre a ingerência na corporação,já vinha sendo criticado pela celeridade no trâmite do caso.O pedido à PGR sobre os celulares era meramente protocolar, obrigatório aliás, mas por ter sido feito por parlamentares deesquerda e expedido rapidamente ganhou ares de conspiração contra o Planalto.Isso gerou a reação de Heleno, referendada por Azevedo, ele também um general de quatro estrelas da reserva.A crispação só piorou na sexta, com a divulgação por ordem de Mello do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, quecorrobora a versão de interferência de Bolsonaro na PF, na qual o ministro Abraham Weintraub (Educação) pede a prisão deministros do Supremo.Enquanto vários oficiais da ativa e da reserva ouvidos pela Folha tenham concordado com o que chamam de impropriedade daideia de confiscar o celular do chefe de Estado, o tom de Heleno foi amplamente criticado.

Um general de quatro estrelas, topo de carreira, que já ocupou diversos postos altos no Exército e hoje está na reserva queixou-se de que as Forças Armadas estavam perdendo todo o capital político angariado desde a redemocratização.Já um brigadeiro, igualmente com quatro estrelas no ombro, afirmou que não há possibilidade de a Força Aérea embarcar emqualquer aventura autoritária, ressaltando a falta de ordem unida entre os três braços do poder armado.Azevedo tenta demonstrar harmonia como pivô entre o serviço ativo e a ala militar do governo, ora envolvida na sobrevivênciapolítica do chefe.Bolsonaro, por sua vez, voltou a ser questionado acerca da nota de Heleno neste sábado (23). "Somos um mesmo time: eu,

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[Augusto] Heleno, Fernando [Azevedo]. Somos um mesmo time", respondeu.Nesta sexta, o presidente falou que, mesmo se houver uma determinação para entregar seu aparelho celular, não pretendecumpri-la. "Jamais eu entregaria um telefone meu. Só se fosse um rato para entregar o telefone", afirmou, acrescentando queuma decisão judicial nesse sentido seria "uma afronta".Colaborou Bernardo Caram, de Brasília

Pressão militar gestou artigo vago da Constituição usado em atos pró-golpeTrecho do artigo 142, que liga as Forças Armadas à garantia da lei e ordem, vira bordão de intervencionistas23.mai.2020 às 23h15 EDIÇÃO IMPRESSA

Felipe BächtoldSÃO PAULOO vago artigo da Constituição que trata do papel das Forças Armadas, hoje mencionado como argumento para intervençãomilitar por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, foi gestado sob forte pressão de oficiais militares sobre o Congresso noperíodo imediatamente após o fim da ditadura.O artigo 142 da Carta diz que as Forças Armadas, além da defesa nacional, se destinam à "garantia dos poderes constitucionaise, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem".Esse formato amplia as atribuições para além de seu papel fundamental, o de defesa do território, e vai em direção oposta a deoutros países que fixam preceitos mais restritos.Em uma interpretação muito criticada por advogados e professores de direito, apoiadores das Forças Armadas mencionam otrecho da lei como uma espécie de dispositivo legal para a intervenção.

Desde a época dos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016, passando pela greve dos caminhoneirosem 2018 e agora nos atos pró-Bolsonaro, a aplicação do artigo 142 virou quase um bordão de extremistas intervencionistas.O item da Constituição também foi mencionado por Bolsonaro na reunião ministerial em abril, cujas imagens foram divulgadasna sexta-feira (22) por ordem do Supremo Tribunal Federal."Todo mundo quer cumprir o artigo 142. E, havendo necessidade, qualquer dos Poderes pode, né? Pedir às Forças Armadas queintervenham para reestabelecer a ordem no Brasil", disse ele, ao rebater críticas a sua presença em atos com apoiadores daintervenção.

O acirramento do ambiente militar voltou a ganhar destaque, também na sexta, após declaração do general da reserva AugustoHeleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, “alertando” de que eventual apreensão do celular de Bolsonaro eminvestigação poderia gerar “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional”.Na gênese da formulação desse item, na Assembleia Constituinte de 1987 e 1988, o meio político vivia sob clima de transiçãodemocrática, fortemente influenciada por militares que haviam governado o país até 1985, quando José Sarney assumiu aPresidência.Estabelecer formalmente na lei a possibilidade de influência das Forças Armadas sobre assuntos internos, como "a garantia dospoderes", era seguir o que já havia se tornado praticamente uma tradição no país.A Constituição formulada nos anos 1960, durante a ditadura, já adotava essa linha, assim como as cartas de 1946 e 1891.Já desde o anteprojeto em uma subcomissão da Constituinte, em 1987, a expressão "lei e ordem" constava no texto deproposta. Nos debates, também se podia constatar o peso dado à opinião militar: 4 das 7 audiências públicas no órgão tiveramexposição da classe.A comissão que tratava do assunto, aliás, era comandada por um antigo peso-pesado do antigo regime, o senador JarbasPassarinho (então no PDS do Pará), ex-ministro signatário do AI-5 (Ato Institucional nº 5), em 1968, e coronel da reserva.O porta-voz das demandas militares era o general Lêonidas Pires Gonçalves, ministro do Exército de Sarney e que havia tidopapel destacado até na ocasião em que o presidente eleito Tancredo Neves adoeceu na véspera da posse e não pôde assumir ocargo.Em agosto de 1987, a Folha noticiou que Pires Gonçalves havia reclamado em reunião a portas fechadas com o ministério que ogoverno não estava conseguindo ver suas posições refletidas nos trabalhos da Constituinte e que uma minoria de ativistas sesobrepunha aos moderados.

No lado dos opositores, uma das principais vozes na Constituinte era a do então deputado José Genoino, que posteriormenteseria presidente do PT e condenado no escândalo do mensalão."É em nome da 'ordem' que em muitos momentos acontecem intervenções militares, golpes militares, golpe de Estado. Porque,muitas vezes, o juízo subjetivo dos militares é que eles podem rasgar o texto constitucional para defender a 'ordem'", dizia opetista a colegas.

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Ele articulou mobilização para substituir a expressão "lei e ordem" por "ordem constitucional", tese que provisoriamenteprevaleceu.Quem apoiava o uso da expressão "lei e ordem" dizia que ela serviria, por exemplo, para que houvesse presença militar emcrises nos estados e na segurança de eleições.A deputada federal baiana Lídice da Matta (PSB), que participou da Constituinte pelo PC do B, diz que havia uma disputasignificativa "para diminuir a influência militarista na Constituição", em meio à tensão política do período."As assessorias parlamentares de cada ministério militar tinham uma atuação grande. Ficavam lá em todas as votações,presentes. O acompanhamento também era uma forma de pressão."Na comissão, diz ela, deputados e senadores eram "escolhidos a dedo", e líderes de esquerda tinham forte atuação.Entre idas e vindas, foi adotado um paliativo no texto: a atuação militar na manutenção da ordem precisaria partir do chamadode um dos três Poderes, mecanismo que não existia até então.Líder do PMDB no Senado, Fernando Henrique Cardoso celebrou a iniciativa como uma inovação que romperia com a trajetóriadas Forças Armadas como instituição de "papel moderador" no país.Relator de uma das principais comissões, o deputado Bernardo Cabral (então no PMDB do Amazonas), rejeitava a crítica sobre"tutela militar" sobre o processo político, mas deu em sessão uma explicação controversa para a fórmula a ser adotada."Dou um exemplo: o Poder Legislativo está reunido dentro da lei, o Poder Executivo resolve contrariá-lo. Basta queconvoquemos as Forças Armadas e, pelo texto constitucional, vai ter que defender quem está a favor da lei e da ordem."?

A votação final dessa parte da Constituição foi marcada para o fim de agosto de 1988.Na véspera, o ministro do Exército veio a público declarar que as Forças Armadas precisavam atuar em eventuais agressõesestrangeiras e, salientou, no "jugo das paixões internas". "[Deve-se] Dizer não às cantilenas personalísticas, não às pregaçõesdivisionistas e não aos visionários imediatistas."No mesmo dia, Sarney deu declarações de aceno ao meio militar, chamando as forças de defensores da ordem, justamente aexpressão questionada.?Genoino dizia que o trecho dava "pretexto jurídico" para um golpe e criticava o lobby militar. Por fim, apresentou emenda parasuprimir o trecho sobre "ordem". A deputada tucana Dirce Quadros, filha do ex-presidente Jânio Quadros, fez um apelo nasessão contra o que chamava de "oferecer uma grande abertura ao golpe militar".No plenário, apenas partidos mais à esquerda, como PT, PC do B e PDT, votaram pela emenda de Genoino, e o trecho sobre asForças Armadas permaneceu como negociado com militares. A Constituição foi promulgada em 5 de outubro de 1988.?Jarbas Passarinho, que morreu em 2016, declararia anos depois que o debate sobre as atribuições militares havia sido imenso."Especialmente o grupo da esquerda não aceita que o papel das Forças Armadas esteja ainda, também, relacionado com adefesa da ordem interna."Sarney, em 2018, afirmou que a discussão era muito sensível porque a "estabilidade no setor militar" no período pós-ditaduradependia dela. "Não vamos ser ingênuos, eles ainda estavam muito presentes."

Para o hoje vereador no Rio César Maia (DEM), deputado constituinte pelo PDT e ex-prefeito, a principal questão envolvendo asForças Armadas nos debates era a criação do Ministério da Defesa, unindo as três corporações militares. Essa proposta saiu dopapel apenas em 1999.Já a questão da atribuição das Forças Armadas, afirma ele, não chegou a ser tratada como polêmica, e os textos "tramitaramsuavemente por ampla maioria".O artigo 142 acabaria embasando lei complementar na década de 1990 que regulamenta operações de garantia da lei e daordem, adotadas, por exemplo, quando o Exército é chamado a atuar nos estados em meio a motins de policiais ou crises nasegurança.Antes da eleição de Bolsonaro, despertaram controvérsias declarações do atual vice-presidente, Hamilton Mourão, que é generalda reserva, sobre o papel constitucional dos militares."Como é que a gente [militares] garante os poderes constitucionais? Mantendo a estabilidade? E, se um Poder não conseguemais cumprir a sua finalidade, o que nós fazemos? Então, é uma discussão que nós temos tido ao longo dos tempos, porque estáescrito na Constituição", disse Mourão em 2018, ainda como candidato.Nas últimas semanas, após atos pedindo intervenção militar, o Ministério da Defesa divulgou notas reafirmando seuscompromissos com a Constituição, ?mas sem condenar as manifestações antidemocráticas.Para o professor de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro Carlos Fico, que pesquisa a ditadura e as Forças Armadas,a formulação expressa na Constituição era "totalmente não negociável" para os militares na época."Em outros países, só em situações muito excepcionais, dramáticas, como catástrofes, há o eventual recurso a militares paraauxiliar forças de segurança, por iniciativas humanitárias. Aqui no Brasil, virou uma coisa corriqueira, banal", diz."O problema é que o artigo do jeito que está, em sua conjuntura histórica em que se insere, passou a ser interpretado dessamaneira autoritária. É muito negativo que não se tenha superado essa fragilidade toda", completa.

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