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ANO: 46 - N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 R$ 2,00 IMPRESSO PRELAZIA DE SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA Página 3 Na vida da Igreja: Assembleia de Pastoral da CNBB Regional Oeste 2. Página 2 Página 4 Recado de nosso Bispo: A Palavra de Deus alimento da nossa vida espiritual. Pensando o Brasil: O futuro da humanidade está nas mãos dos povos. Cidadania: Manifesto do Movimento Nacional dos Direitos Humanos. Páginas 6/7 Página 5 Página 8 Página 10 Página 9 Página 11 Ordenação diaconal e presbiteral. Catequese da Iniciação Cristã de Adultos. Cuidados com a saúde. Na Bíblia e na vida: Eles responderam: «Tu nos salvaste a vida» (Gn. 47,25). Memória viva: O testemunho de Ir. Odete Aparecida dos Anjos. Saúde e educação: A realidade exige mudanças. Este espaço é seu: Coordenadora nacional da Pastoral da Criança visita a Prelazia. Página 12 Dia Nacional da Juventude (DNJ). Acampamanto jovem. MISSÃO É SERVIR «QUEM QUISER SER O PRIMEIRO SEJA O SERVO DE TODOS» Mc 10,44

MISSÃO - prelazia série de contos desligados um do outro, mas é a narração de um caminho que o antigo povo de Deus fez para conhecer e se encontrar com o seu Deus que é o Deus

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Page 1: MISSÃO - prelazia série de contos desligados um do outro, mas é a narração de um caminho que o antigo povo de Deus fez para conhecer e se encontrar com o seu Deus que é o Deus

ANO: 46 - N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 R$ 2,00

IMPRESSO

PRELAZIA DE SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA

Página 3

Na vida da Igreja: Assembleia de Pastoral daCNBB Regional Oeste 2.

Página 2

Página 4

Recado de nosso Bispo: A Palavra de Deusalimento da nossa vida espiritual.

Pensando o Brasil: O futuro da humanidade está nas mãos dos povos.

Cidadania: Manifesto do Movimento Nacionaldos Direitos Humanos.Páginas 6/7

Página 5

Página 8

Página 10

Página 9

Página 11

Ordenação diaconal e presbiteral. Catequese daIniciação Cristã de Adultos. Cuidados com a saúde.

Na Bíblia e na vida: Eles responderam:«Tu nos salvaste a vida» (Gn. 47,25).

Memória viva: O testemunho de Ir. Odete Aparecida dos Anjos.

Saúde e educação: A realidadeexige mudanças.

Este espaço é seu: Coordenadora nacional daPastoral da Criança visita a Prelazia.Página 12

Dia Nacional da Juventude (DNJ).Acampamanto jovem.

MISSÃOÉ SERVIR

«QUEM QUISER SER O PRIMEIRO

SEJA O SERVO DE TODOS»

Mc 10,44

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A PALAVRA DE DEUSALIMENTO DA NOSSA VIDA ESPIRITUAL

recado de nosso bispo

Queridos irmãos e irmãs,

neste mês de setembro, mês da Bíblia, somos convidados a aprofundar nosso conhecimento da Palavra de Deus, para que ela seja o alimento da nossa vida espiritual e ilumine nossas ações e a nossa vida toda. Para que a Palavra de Deus possa ser luz para a nossa vida, é necessário que a leiamos com fé, que a entendamos como história da salvação e que a interpretemos em comunhão com a Igreja toda. A Bíblia não é uma série de contos desligados um do outro, mas é a narração de um caminho que o antigo povo de Deus fez para conhecer e se encontrar com o seu Deus que é o Deus de Jesus, Deus vida, comunidade trinitária unida pelo amor e da qual nós somos chamados a participar. A Palavra de Deus, para que seja corretamente entendida, tem que ser interpretada em comunidade e segundo a compreensão que a Igreja teve ao longo dos séculos. Sendo a Palavra de Deus uma fonte inexaurível de sentido, cada época descobre coisas novas na meditação da mesma, mas nunca o novo pode entrar em conflito com a reta interpretação da Bíblia que herdamos dos antigos padres da Igreja.

No próximo mês de outubro, em Roma, acontecerá a segunda sessão do Sínodo sobre a família. Muitos esperam que deste grande encontro saiam palavras de esperança e de misericórdia para fortalecer as famílias cristãs e animar as famílias feridas pelos acontecimentos de vida. Diante da grande crise que a família está passando no mundo todo, peçamos a Deus que o Sínodo seja um momento de graça que abra caminhos para uma renovação da família para que possa continuar a ser a base para uma vida plenamente humana e escola de fé cristã.

Porto Alegre do Norte, 10 de setembro de 2015

Dom Adriano

ALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 2

CAMPANHA MISSIONÁRIA 2015

Publicação da Prelazia de São Félix do Araguaia

[email protected] DE GESTÃO: Cláudia Alves Araujo, Maria José Souza Moraes, Arcides Favaretto, Carlo Pellegrino

IMPRESSÃO: LSV Produções Gráficas, Ltda ASSINATURA: Região: R$ 15,00 - Brasil: R$ 30,00 - Exterior: Euro ou $ 30,00

O mês de outubro é, para a Igreja, o período no qual são intensificadas as iniciativas de animação e cooperação em prol das Missões em todo o mundo. O objetivo é sensibilizar, despertar vocações missionárias, bem como realizar a Coleta no Dia Mundial das Missões, penúltimo domingo de outubro (este ano dias 17 e 18).

Missão é servir. Este é o tema da Campanha Missionária de 2015. Com isso destacamos a essência da mensagem de Jesus. Ele veio “para servir” (cf. Mc 10,45). Diante da tentação do poder Jesus dá uma grande lição: “Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de todos” (Mc 10,44). Essa sabedoria é o lema da Campanha e nos lembra que, diante da tentação do poder e do prestígio, a Missão do cristão é serviço, entrega e doação. E com a Campanha Missionária somos convidados a alargar os horizontes do nosso serviço até os confins do mundo.

ALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 3

PAPA INSTITUI DIA MUNDIAL DEORAÇÃO PELO CUIDADO DA CRIAÇÃO

na vida da igreja

Pe. Jair Fante

Secretário Executivo da CNBB – RO2

A data é comemorada desde 1970 pela Igre ja Ortodoxa com o objetivo de agradecer o dom da criação. Em carta, o papa Francisco expressou desejo de, tam-bém, instituir o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, em 1º de setembro, assim como celebrado pelos ortodoxos.

Na encíclica “Laudato Si”, o papa tem ressaltado as preocupações com o futuro da criação.

O Dia de Oração pelo Cuidado da Criação na Igreja Católica será celebrado, todos os anos, pelas comuni-dades, paróquias e dioceses; sendo opor tun idade de agradecer a obra da criação e refletir sobre os ataques cometidos contra o mundo. Para Franc isco, a data favorecerá o testemunho e comunhão com os ortodoxos e o patriarca ecumênico

Bartolomeu I.

“Como cristãos, queremos oferecer a nossa contribuição para a superação da crise ecológica que a humanidade es tá v i vendo . Por i sso devemos, antes de tudo, buscar no nosso rico patrimô-nio espiritual as motivações que alimentam a paixão pelo cuidado da criação, lembran-do sempre que para aqueles que crêem em Jesus Cristo, Verbo de Deus que se fez homem por nós...”, disse o papa na carta que instituiu a data.

Agradecer pela criação

Na mensagem, Francisco pede que o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação seja inserido nas atividades das Comissões J u s t i ç a e P a z d a s Conferências Episcopais, bem como dos Organismos nacionais e internacionais comprometidos no âmbito

ecológico. O papa assinala a r e s p o n s a b i l i d a d e d o Pont i f í c io Conse lho da Justiça e da Paz em imple-mentar iniciativas de promo-ção e de animação para que esta celebração, possibilite momento de oração, reflexão e conversão.

“ A n u a l m e n t e , o D i a Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação oferece-rá a cada fiel e às comunida-des a preciosa oportunidade para renovar a adesão pessoal à própria vocação de guardião da criação, elevan-do a Deus o agradecimento pela obra maravilhosa que Ele confiou ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda para a proteção da criação e a sua misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos”, explicou o papa.

www.cnbb.org.br

Foto: CNBB Oeste2

Aconteceu, nos dias 21, 22 e 23 de Agosto em Cuiabá, na sede da CNBB regional, a 29ª Assembleia de Pastoral do Regional Oeste 2. Participaram mais de 90 pessoas entre bispos, padres, religiosas e lideranças das oito Dioceses e uma Prelazia que compõem o Regional Oeste 2 da CNBB, caracterizando-se assim, como a maior assembleia de pastoral realizada até então no RO2. A primeira parte da assembleia foi dedicada à avaliação da caminhada evangeliza-dora das Dioceses no Estado do Mato Grosso. A segunda parte concentrou-se no estudo das Novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, estudo este, orientado por Dom Giovane Pereira de Melo, bispo de Tocantinópolis – TO. Por fim, o Secretário Executivo da CNBB Regional, Pe. Jair Fante, apresen-tou proposta para as novas Diretrizes do Regional considerando os próximos quatro anos, de 2016 a 2019, seguindo assim orientação das Diretrizes Nacionais.

A proposta já aprovada no Conselho Regional de Pastoral de Maio de 2015 e agora efetivada pela Assembleia Regional de Pastoral segue a seguinte orientação, tendo a Missão como elemento transversal de todas as urgências:

2016 – Igreja em estado permanente de missão: retomar o espírito das Santas Missões Populares com o objetivo de visitação para ver a realidade na qual vive o Povo de Deus: considerar o sacramento da reconciliação devido à bula do Papa Francisco: Misericordiae Vultus (Ano da Misericórdia). Como metodologia, sugere-se jornadas de reconciliação entre pastorais e movimentos das paróquias ou dioceses. Preparar celebração da reconciliação para grupos. Destacar a importância da vida sacramental da Igreja.

2017 - Igreja: lugar da animação bíblica da vida e da pasto-ral: destacar as celebrações da liturgia da Palavra nas comunida-des e da leitura orante da Palavra de Deus. É importante ajudar e ensinar o Povo de Deus a ler a Bíblia e a rezar segundo a tradição da Igreja e os costumes locais. Destacar os subsídios e a celebração nas casas. Retomar a Verbum Domini (sobre a palavra de Deus) do

papa Bento XVI. Organizar gincanas bíblicas nos vários seguimentos pastorais da Igreja. Atentar para o Sínodo da Família e o congresso nacional da pastoral familiar que terá lugar no Regional Oeste 2.

2018 – Igreja Comunidade de Comunidades: despertar e retomar o espírito de pertença à comunidade eclesial; reestudar e compreender o que é a Igreja, sua estrutura, seus documentos e espiritualidade. Colocar em evidência retiros, momentos de espiritualidade, oração do terço nas famíl ias e resgate da piedade popular do povo. Redescobrir a presença e ministério dos leigos e leigas na Igreja. Atentar para o documen-

50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II com grande desta-que para os seus documentos e influências na vida da Igreja. Celebrou-se também o Ano da Vida Consagrada proposto pela Igreja com enfoque para os 200 anos da vida de São João Bosco e de Emilie de Villeneuve, recentemente declarada santa pelo Papa Francisco.

Agradecemos a Deus por mais este momento de avalia-ção, estudo e celebração de ação de graças por tantos benefícios concedidos ao Povo de Deus presente nesta Igreja da Amazônia.

to 100 (comunidade de comuni-dades, uma nova paróquia) e estudo 107 da CNBB (sobre o ministério dos leigos e leigas na Igreja).

2019 – Igreja a serviço da vida plena para todos: reforçar o compromisso com a socieda-de, tais como, justiça, paz, solidariedade... Propor valores e p r i n c í p i o s i n s p i r a d o s n o Evangelho e na tradição da Igreja. Concluir com celebra-ções de ação de graças. Retomar os ensinamentos da Doutrina Social da Igreja.

A 29ª Assembleia de Pastoral do Regional Oeste 2 foi também, marcadamente, uma assemble-ia celebrativa. No dia 22, sábado a noite, houve a celebração dos

ASSEMBLEIA DE PASTORALDO REGIONAL OESTE 2

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A PALAVRA DE DEUSALIMENTO DA NOSSA VIDA ESPIRITUAL

recado de nosso bispo

Queridos irmãos e irmãs,

neste mês de setembro, mês da Bíblia, somos convidados a aprofundar nosso conhecimento da Palavra de Deus, para que ela seja o alimento da nossa vida espiritual e ilumine nossas ações e a nossa vida toda. Para que a Palavra de Deus possa ser luz para a nossa vida, é necessário que a leiamos com fé, que a entendamos como história da salvação e que a interpretemos em comunhão com a Igreja toda. A Bíblia não é uma série de contos desligados um do outro, mas é a narração de um caminho que o antigo povo de Deus fez para conhecer e se encontrar com o seu Deus que é o Deus de Jesus, Deus vida, comunidade trinitária unida pelo amor e da qual nós somos chamados a participar. A Palavra de Deus, para que seja corretamente entendida, tem que ser interpretada em comunidade e segundo a compreensão que a Igreja teve ao longo dos séculos. Sendo a Palavra de Deus uma fonte inexaurível de sentido, cada época descobre coisas novas na meditação da mesma, mas nunca o novo pode entrar em conflito com a reta interpretação da Bíblia que herdamos dos antigos padres da Igreja.

No próximo mês de outubro, em Roma, acontecerá a segunda sessão do Sínodo sobre a família. Muitos esperam que deste grande encontro saiam palavras de esperança e de misericórdia para fortalecer as famílias cristãs e animar as famílias feridas pelos acontecimentos de vida. Diante da grande crise que a família está passando no mundo todo, peçamos a Deus que o Sínodo seja um momento de graça que abra caminhos para uma renovação da família para que possa continuar a ser a base para uma vida plenamente humana e escola de fé cristã.

Porto Alegre do Norte, 10 de setembro de 2015

Dom Adriano

ALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 2

CAMPANHA MISSIONÁRIA 2015

Publicação da Prelazia de São Félix do Araguaia

[email protected] DE GESTÃO: Cláudia Alves Araujo, Maria José Souza Moraes, Arcides Favaretto, Carlo Pellegrino

IMPRESSÃO: LSV Produções Gráficas, Ltda ASSINATURA: Região: R$ 15,00 - Brasil: R$ 30,00 - Exterior: Euro ou $ 30,00

O mês de outubro é, para a Igreja, o período no qual são intensificadas as iniciativas de animação e cooperação em prol das Missões em todo o mundo. O objetivo é sensibilizar, despertar vocações missionárias, bem como realizar a Coleta no Dia Mundial das Missões, penúltimo domingo de outubro (este ano dias 17 e 18).

Missão é servir. Este é o tema da Campanha Missionária de 2015. Com isso destacamos a essência da mensagem de Jesus. Ele veio “para servir” (cf. Mc 10,45). Diante da tentação do poder Jesus dá uma grande lição: “Quem quiser ser o primeiro, seja o servo de todos” (Mc 10,44). Essa sabedoria é o lema da Campanha e nos lembra que, diante da tentação do poder e do prestígio, a Missão do cristão é serviço, entrega e doação. E com a Campanha Missionária somos convidados a alargar os horizontes do nosso serviço até os confins do mundo.

ALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 3

PAPA INSTITUI DIA MUNDIAL DEORAÇÃO PELO CUIDADO DA CRIAÇÃO

na vida da igreja

Pe. Jair Fante

Secretário Executivo da CNBB – RO2

A data é comemorada desde 1970 pela Igre ja Ortodoxa com o objetivo de agradecer o dom da criação. Em carta, o papa Francisco expressou desejo de, tam-bém, instituir o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, em 1º de setembro, assim como celebrado pelos ortodoxos.

Na encíclica “Laudato Si”, o papa tem ressaltado as preocupações com o futuro da criação.

O Dia de Oração pelo Cuidado da Criação na Igreja Católica será celebrado, todos os anos, pelas comuni-dades, paróquias e dioceses; sendo opor tun idade de agradecer a obra da criação e refletir sobre os ataques cometidos contra o mundo. Para Franc isco, a data favorecerá o testemunho e comunhão com os ortodoxos e o patriarca ecumênico

Bartolomeu I.

“Como cristãos, queremos oferecer a nossa contribuição para a superação da crise ecológica que a humanidade es tá v i vendo . Por i sso devemos, antes de tudo, buscar no nosso rico patrimô-nio espiritual as motivações que alimentam a paixão pelo cuidado da criação, lembran-do sempre que para aqueles que crêem em Jesus Cristo, Verbo de Deus que se fez homem por nós...”, disse o papa na carta que instituiu a data.

Agradecer pela criação

Na mensagem, Francisco pede que o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação seja inserido nas atividades das Comissões J u s t i ç a e P a z d a s Conferências Episcopais, bem como dos Organismos nacionais e internacionais comprometidos no âmbito

ecológico. O papa assinala a r e s p o n s a b i l i d a d e d o Pont i f í c io Conse lho da Justiça e da Paz em imple-mentar iniciativas de promo-ção e de animação para que esta celebração, possibilite momento de oração, reflexão e conversão.

“ A n u a l m e n t e , o D i a Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação oferece-rá a cada fiel e às comunida-des a preciosa oportunidade para renovar a adesão pessoal à própria vocação de guardião da criação, elevan-do a Deus o agradecimento pela obra maravilhosa que Ele confiou ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda para a proteção da criação e a sua misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos”, explicou o papa.

www.cnbb.org.br

Foto: CNBB Oeste2

Aconteceu, nos dias 21, 22 e 23 de Agosto em Cuiabá, na sede da CNBB regional, a 29ª Assembleia de Pastoral do Regional Oeste 2. Participaram mais de 90 pessoas entre bispos, padres, religiosas e lideranças das oito Dioceses e uma Prelazia que compõem o Regional Oeste 2 da CNBB, caracterizando-se assim, como a maior assembleia de pastoral realizada até então no RO2. A primeira parte da assembleia foi dedicada à avaliação da caminhada evangeliza-dora das Dioceses no Estado do Mato Grosso. A segunda parte concentrou-se no estudo das Novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, estudo este, orientado por Dom Giovane Pereira de Melo, bispo de Tocantinópolis – TO. Por fim, o Secretário Executivo da CNBB Regional, Pe. Jair Fante, apresen-tou proposta para as novas Diretrizes do Regional considerando os próximos quatro anos, de 2016 a 2019, seguindo assim orientação das Diretrizes Nacionais.

A proposta já aprovada no Conselho Regional de Pastoral de Maio de 2015 e agora efetivada pela Assembleia Regional de Pastoral segue a seguinte orientação, tendo a Missão como elemento transversal de todas as urgências:

2016 – Igreja em estado permanente de missão: retomar o espírito das Santas Missões Populares com o objetivo de visitação para ver a realidade na qual vive o Povo de Deus: considerar o sacramento da reconciliação devido à bula do Papa Francisco: Misericordiae Vultus (Ano da Misericórdia). Como metodologia, sugere-se jornadas de reconciliação entre pastorais e movimentos das paróquias ou dioceses. Preparar celebração da reconciliação para grupos. Destacar a importância da vida sacramental da Igreja.

2017 - Igreja: lugar da animação bíblica da vida e da pasto-ral: destacar as celebrações da liturgia da Palavra nas comunida-des e da leitura orante da Palavra de Deus. É importante ajudar e ensinar o Povo de Deus a ler a Bíblia e a rezar segundo a tradição da Igreja e os costumes locais. Destacar os subsídios e a celebração nas casas. Retomar a Verbum Domini (sobre a palavra de Deus) do

papa Bento XVI. Organizar gincanas bíblicas nos vários seguimentos pastorais da Igreja. Atentar para o Sínodo da Família e o congresso nacional da pastoral familiar que terá lugar no Regional Oeste 2.

2018 – Igreja Comunidade de Comunidades: despertar e retomar o espírito de pertença à comunidade eclesial; reestudar e compreender o que é a Igreja, sua estrutura, seus documentos e espiritualidade. Colocar em evidência retiros, momentos de espiritualidade, oração do terço nas famíl ias e resgate da piedade popular do povo. Redescobrir a presença e ministério dos leigos e leigas na Igreja. Atentar para o documen-

50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II com grande desta-que para os seus documentos e influências na vida da Igreja. Celebrou-se também o Ano da Vida Consagrada proposto pela Igreja com enfoque para os 200 anos da vida de São João Bosco e de Emilie de Villeneuve, recentemente declarada santa pelo Papa Francisco.

Agradecemos a Deus por mais este momento de avalia-ção, estudo e celebração de ação de graças por tantos benefícios concedidos ao Povo de Deus presente nesta Igreja da Amazônia.

to 100 (comunidade de comuni-dades, uma nova paróquia) e estudo 107 da CNBB (sobre o ministério dos leigos e leigas na Igreja).

2019 – Igreja a serviço da vida plena para todos: reforçar o compromisso com a socieda-de, tais como, justiça, paz, solidariedade... Propor valores e p r i n c í p i o s i n s p i r a d o s n o Evangelho e na tradição da Igreja. Concluir com celebra-ções de ação de graças. Retomar os ensinamentos da Doutrina Social da Igreja.

A 29ª Assembleia de Pastoral do Regional Oeste 2 foi também, marcadamente, uma assemble-ia celebrativa. No dia 22, sábado a noite, houve a celebração dos

ASSEMBLEIA DE PASTORALDO REGIONAL OESTE 2

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O FUTURO DA HUMANIDADEESTÁ NAS MÃOS DOS POVOS

pensando o brasilALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 4

“Os que querem enriquecer caem em muitas tentações e laços, em desejos insensatos e nocivos, que mergulham as pessoas na ruína e perdição. Na verdade, a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1Tm 6,9-10).

A população brasileira acompanha, apreensiva, a grave crise que atinge o país, procurando conhecer suas origens, resistir às suas consequências e, sobretudo, vislumbrar as soluções. A realidade é dura e traz de volta situações que, por algum tempo, haviam diminuído significativamente como o desemprego, a inflação e a pobreza.

Pagamos um alto preço pela falta de vontade política de fazer as reformas urgentes e necessárias, capazes de colocar o Brasil na rota do desenvolvimento com justiça social quais sejam as reformas política, tributária, agrária, urbana, previdenciária e do judiciário. O gasto com a dívida pública, o ajuste fiscal e outras medidas para retomada do crescimento colocam a saúde pública na UTI, comprometem a qualidade da educação, inviabilizam a segurança pública e inibem importantes conquistas sociais.

A corrupção, metástase que atinge de morte não só os poderes constituídos, mas também o mundo empresarial e o tecido social, desafia a política a seguir o caminho da ética e do bem comum. Combatê-la de forma intransigente supõe assegu-rar uma justa investigação de todas as denúncias que vêm à tona com a consequente punição de corruptos e corruptores. A corrupção, gerada pela falta de ética e incentivada pela impuni-dade, não pode ser tolerada.

É urgente resgatar a credibilidade da atividade política em que seja fortalecida a cultura inclusiva e democrática, pois um “método que não dá liberdade às pessoas para assumir respon-savelmente sua tarefa de construção da sociedade é uma chantagem”, e “nenhum político pode cumprir o seu papel, seu trabalho, se se encontra chantageado por atitudes de corrupção”

(Papa Francisco aos represen-tantes da sociedade civil, no Paraguai, 11 de julho de 2015). A chantagem “é sempre corrupção”. Lamentavelmente, o cenário político brasileiro não está isento desta condenável prática.

É i n a c e i t á v e l q u e o s interesses públicos e coletivos se submetam aos interesses individuais, corporativos e par t idá r ios . As d ispu tas políticas exacerbadas podem comprometer a ordem demo-crática e a estabilidade das instituições. Garantir o estado de direi to democrát ico é imperativo ético e político dos brasileiros, mormente dos que não viveram nem testemunha-ram as arbitrariedades dos tempos de exceção. O bem do Brasi l exige uma radical mudança da prática política.

A Conferência Nacional dos B ispos do Bras i l -CNBB, através do Conselho Episcopal Pastoral-Consep, reunido em Brasília, nos dias 25 e 26 de agosto, reafirma o diálogo e a luta contra a corrupção como me ios pa ra p reserva r e promover a democrac ia . Nesse diálogo, devem tomar parte os poderes constituídos e a sociedade civil organizada. Com o Papa Franc isco , lembramos que “o futuro da humanidade não está unica-mente nas mãos dos grandes d i r igen tes , das g randes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de se organizarem e também nas suas mãos que regem, com humildade e convicção, este processo de mudança” (Discurso aos participantes do I I Encontro Mundia l dos M o v i m e n t o s P o p u l a r e s , Bolívia, 9 de julho de 2015).

O Espírito Santo nos ajude a dar a razão de nossa espe-rança e nos anime no compro-misso de agir juntos pelo bem comum do povo brasileiro.

NOTA DA PRESIDÊNCA DACONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASL

IGREJA CATÓLICA INAUGURACENTRO DE FORMAÇÃO

No dia primeiro de agosto úl t imo, numa noi te de céu povoado de estrelas e lua cheia, foi inaugurado o novo Centro de Evangelização da Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no s e t o r E , e m Q u e r ê n c i-a(MT).Quase duas centenas de fiéis, vindos das mais diversas partes da cidade, participaram dos atos religiosos e puderam conhecer de perto todas as dependências do novo espaço que a comunidade agora dispõe para o trabalho de evangelização

MUNDANÇA PARA O NOVO ESPAÇO. Desde 1988, a antiga capelinha dedicada à Nossa Senhora Aparecida, no setor F, servia como referência para a comunidade. Até 2011 era usada também para os trabalhos da pastoral da criança e encontros de agentes de saúde do municí-pio. Pensada como uma espécie de centro comunitário, a igrejinha surgiu junto com esta parte da cidade, que vinha se expandindo e incorporando novos setores. Ao longo de 17 anos, cumpriu uma bela missão.

Porém, Querência cresceu e novas ruas e avenidas foram abertas. Lanchonetes, bares, lojas comerciais e o intenso movimento do trânsito no entorno levaram a comunidade a buscar um novo espaço, um ambiente mais favorável à oração e também mais amplo para abrigar as atividades pastorais.

A NOVA ESTRUTURA. Após conseguir junto à Prefeitura Municipal o espaço da quadra 30, do setor E, foram iniciados os trabalhos.Com algum recurso próprio e mais rifas, doações e uma ajuda dos franciscanos da Europa , foi possível chegar ao ponto em que está hoje. É uma ampla estrutura: uma sala para mais ou menos 100 pessoas (a ser usada para as celebrações e outras atividades da forma-ção),três salas de catequese, banheiros sociais, cozinha, sala de carne e um espaço com cobertura e piso, mas não murado.

I N A U G U R A Ç Ã O C O M MISSA E PROCISSÃO. A missa, presidida pelo pároco frei Arcides Luiz Favaretto, OFM, começou em frente à igrejinha velha, que em breve será demolida. Foi uma espécie de despedida simbólica da pequena capela de madeira. Após a acolhida e os ritos iniciais, os fiéis seguiram em procissão ao som de cânticos religiosos, mesclados com as leituras da missa.

Ao chegar à nova construção, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi acolhida com animados cânticos e fogos de artifício. Os fiéis que não coube-ram na sala de celebração, se acomodaram no lado de fora, acompanhando as orações pelas janelas e portas.

AGRADECIMENTOS. Ao f inal da celebração, El iseu Schuster, incansável coordena-dor do conselho daquela comuni-dade, agradeceu a todos quantos ajudaram e colaboraram nesta obra. “Houve muitas doações, trabalhos voluntários, colabora-ção e solidariedade, mostrando que esta é, em primeiro lugar, uma obra de Deus para homena-gear sua Mãe”, finalizou ele. E fez questão de destacar o trabalho diário de frei Dario Taffarel , que gastou tempo e muito suor para acompanhar de perto todos os trabalhos. Uma sonora salva de palmas foi a resposta agradecida de todos os presentes.

Antes da conclusão das cerimônias, frei Arcides fez a oração da bênção e a aspersão com água benta de todas as dependências do novo Centro de Evangelização, que os fiéis também, logo em seguida, puderam ver de perto.

E viram, entre admirados e agradecidos, uma obra simples, espaço de acolhida e oração, p a r a r e a l i z a r a o b r a d a EVANGELIZAÇÃO que é a MISSÃO da Igreja que somos todos nós. Amém

Frei Arcides Luiz Favaretto, OFM

Foto: www.movieco.org.br

MANIFESTO DO MOVIMENTONACIONAL DE DIREITOS HUMANOS

cidadaniaALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 5

“O Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH – realiza seu XVIII Encontro/Assembléia Nacional num momento decisivo da história de nosso País. Quando completamos 33 anos de fundação do Movimento e avaliamos o papel protagonis-ta da militância de direitos humanos nas lutas pela democracia, pela igualdade e pela justiça no Brasil, sabemos também de nossas responsabilidades, ao lado do povo brasileiro, de evitar qualquer retrocesso nas conquistas democráticas, populares e sociais que conquistamos desde o final da ditadura militar.

A luta pelos direitos humanos no Brasil é tão antiga quanto as opressões praticadas contra nosso povo, desde o genocídio dos povos indígenas e a escravização dos povos negros sequestra-dos de seus lares pelos colonizadores europeus. As greves de trabalhadores por melhores condições de vida e trabalho e a resistência popular contra a ditadura civil-militar de 1964 são parte desta grande trajetória de construção de um Brasil que seja de fato a casa de seu povo, e não o monopólio da “casa-grande” e das oligarquias.

O MNDH reafirma seu compromisso com todas as lutas pelos direitos humanos no Brasil e rejeita qualquer proposição que coloque em risco a soberania popular e os processos de participação duramente implantados em nosso País. Ao mesmo tempo, em vista da grave crise de l e g i t i m i d a d e d e n o s s a s instituições políticas, apoia-mos a plataforma pela reforma política que impeça o financia-mento privado de campanhas, e fortaleça os conselhos de direitos e de participação popular para a garantia dos direitos humanos.

Nossa Agenda para o próximo período passa pelas seguintes Lutas:

- Contra a proposição de redução da maioridade penal ou de ampliação do tempo de internação de adolescentes em conflito com a lei; pela i m p l a n t a ç ã o e f e t i v a d o Estatuto da Criança e do Adolescente, combatendo-se também as propostas de permissão de trabalho aos 14 anos; o trabalho infantil e a exploração sexual infanto-juvenil;

- Contra o genocídio da juventude negra, pobre e da periferia, bem como das ações higienistas contra a população em situação de rua; pela criminalização da discrimina-ção, do ódio e da intolerância motivadas por orientação sexual e identidade de gênero; pelo apoio à luta das mães cujos filhos foram assassina-dos, e à Comissão Nacional da Verdade Mães de Maio;

- Campanha permanente pela erradicação da tortura em todos os espaços públicos e privados, e que todos os estados implementem os Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura;

- Pela Efetivação da Lei Maria da Penha e ações concretas contra a violência de gênero; combate ao feminicí-

dio; e pela garantia da autono-mia das mulheres;

- Combate ao tráfico de pessoas; luta contra a xenofo-bia e a discriminação aos migrantes;

- Garantia dos direitos aos povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e comunidades tradicionais com reconhecimento de suas terras; pelo desenvolvimento sustentável; e ações contra a PEC 215;

- Por uma política de saúde mental que respeite os direitos humanos, inclusive com o fechamento de todos os hospi ta is psiquiátr icos e fiscalização das unidades terapêuticas; pelo respeito aos direitos das pessoas com deficiência – com acessibilida-de em todos os locais; pelo respeito aos idosos e demais segmentos vulneráveis da nossa sociedade, com a adoção de políticas públicas em seu favor;

- Pelo direito à comunica-ção, com a democratização dos meios de comunicação e efetivação de marco regulató-rio que enfrente o poder econômico que monopoliza a mídia;

- Pelos direitos: à saúde com o fortalecimento do SUS; à educação; à assistência; à habitação; à cultura e à arte; ao esporte e ao lazer, sem qualquer tipo de cobrança pelas ações e serviços destas políticas públicas; pelo direito ao meio ambiente saudável e sustentável sem a utilização de agrotóxicos; pelo apoio aos programas sociais do governo federal;

- Pelo fortalecimento do Sistema Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos;

- Pela autonomia e inde-pendência das Defensorias Públicas e sua efetiva implan-tação em todo o País;

- Por uma pol í t ica de S e g u r a n ç a P ú b l i c a q u e

respeite os direitos humanos com o fim dos autos de resis-tência; pela desmilitarização das polícias; pela descriminali-zação da pobreza e dos movimentos sociais;

- Pela justiça tributária com a taxação das grandes fortu-nas;

- Pela continuidade das Caravanas de educação em d i re i tos humanos, como grande ação de protagonismo das lutas populares e fortaleci-m e n t o d o s m o v i m e n t o s sociais;

- Pela ampla divulgação e implantação efetiva de todas a s R e c o m e n d a ç õ e s d a C o m i s s ã o N a c i o n a l d a Verdade;

- Pe la a r t i cu lação do Sistema Nacional de Direitos Humanos e efetivação do Programa Nacional de Direitos Humanos III.

O MNDH apoia as propos-tas de unidade das forças democráticas e populares, movimentos sociais e partidos de esquerda para enfrentar a onda conservadora e derrotar as forças neoliberais, que pretendem, afrontosamente, desrespeitar a vontade popular expressa nas urnas em 2014 e dar um golpe no governo popular da Presidente Dilma Rousseff.

Estaremos juntas/os nas ruas e em todos os espaços de disputa na defesa desta agenda, com a consciência de que temos uma história de lutas a honrar e que o êxito de nosso projeto histórico depen-derá desta ampla unidade popular.

O MNDH conclama toda a militância de direitos humanos do Brasil a somar-se nesta caminhada, inspirados pela voz de Dom Thomás Balduíno: “Direitos Humanos não se pedem de joelhos; exigem-se de pé”.

Belo Horizonte, 16 de Agosto de 2015.”

Foto

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O FUTURO DA HUMANIDADEESTÁ NAS MÃOS DOS POVOS

pensando o brasilALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 4

“Os que querem enriquecer caem em muitas tentações e laços, em desejos insensatos e nocivos, que mergulham as pessoas na ruína e perdição. Na verdade, a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1Tm 6,9-10).

A população brasileira acompanha, apreensiva, a grave crise que atinge o país, procurando conhecer suas origens, resistir às suas consequências e, sobretudo, vislumbrar as soluções. A realidade é dura e traz de volta situações que, por algum tempo, haviam diminuído significativamente como o desemprego, a inflação e a pobreza.

Pagamos um alto preço pela falta de vontade política de fazer as reformas urgentes e necessárias, capazes de colocar o Brasil na rota do desenvolvimento com justiça social quais sejam as reformas política, tributária, agrária, urbana, previdenciária e do judiciário. O gasto com a dívida pública, o ajuste fiscal e outras medidas para retomada do crescimento colocam a saúde pública na UTI, comprometem a qualidade da educação, inviabilizam a segurança pública e inibem importantes conquistas sociais.

A corrupção, metástase que atinge de morte não só os poderes constituídos, mas também o mundo empresarial e o tecido social, desafia a política a seguir o caminho da ética e do bem comum. Combatê-la de forma intransigente supõe assegu-rar uma justa investigação de todas as denúncias que vêm à tona com a consequente punição de corruptos e corruptores. A corrupção, gerada pela falta de ética e incentivada pela impuni-dade, não pode ser tolerada.

É urgente resgatar a credibilidade da atividade política em que seja fortalecida a cultura inclusiva e democrática, pois um “método que não dá liberdade às pessoas para assumir respon-savelmente sua tarefa de construção da sociedade é uma chantagem”, e “nenhum político pode cumprir o seu papel, seu trabalho, se se encontra chantageado por atitudes de corrupção”

(Papa Francisco aos represen-tantes da sociedade civil, no Paraguai, 11 de julho de 2015). A chantagem “é sempre corrupção”. Lamentavelmente, o cenário político brasileiro não está isento desta condenável prática.

É i n a c e i t á v e l q u e o s interesses públicos e coletivos se submetam aos interesses individuais, corporativos e par t idá r ios . As d ispu tas políticas exacerbadas podem comprometer a ordem demo-crática e a estabilidade das instituições. Garantir o estado de direi to democrát ico é imperativo ético e político dos brasileiros, mormente dos que não viveram nem testemunha-ram as arbitrariedades dos tempos de exceção. O bem do Brasi l exige uma radical mudança da prática política.

A Conferência Nacional dos B ispos do Bras i l -CNBB, através do Conselho Episcopal Pastoral-Consep, reunido em Brasília, nos dias 25 e 26 de agosto, reafirma o diálogo e a luta contra a corrupção como me ios pa ra p reserva r e promover a democrac ia . Nesse diálogo, devem tomar parte os poderes constituídos e a sociedade civil organizada. Com o Papa Franc isco , lembramos que “o futuro da humanidade não está unica-mente nas mãos dos grandes d i r igen tes , das g randes potências e das elites. Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de se organizarem e também nas suas mãos que regem, com humildade e convicção, este processo de mudança” (Discurso aos participantes do I I Encontro Mundia l dos M o v i m e n t o s P o p u l a r e s , Bolívia, 9 de julho de 2015).

O Espírito Santo nos ajude a dar a razão de nossa espe-rança e nos anime no compro-misso de agir juntos pelo bem comum do povo brasileiro.

NOTA DA PRESIDÊNCA DACONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASL

IGREJA CATÓLICA INAUGURACENTRO DE FORMAÇÃO

No dia primeiro de agosto úl t imo, numa noi te de céu povoado de estrelas e lua cheia, foi inaugurado o novo Centro de Evangelização da Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no s e t o r E , e m Q u e r ê n c i-a(MT).Quase duas centenas de fiéis, vindos das mais diversas partes da cidade, participaram dos atos religiosos e puderam conhecer de perto todas as dependências do novo espaço que a comunidade agora dispõe para o trabalho de evangelização

MUNDANÇA PARA O NOVO ESPAÇO. Desde 1988, a antiga capelinha dedicada à Nossa Senhora Aparecida, no setor F, servia como referência para a comunidade. Até 2011 era usada também para os trabalhos da pastoral da criança e encontros de agentes de saúde do municí-pio. Pensada como uma espécie de centro comunitário, a igrejinha surgiu junto com esta parte da cidade, que vinha se expandindo e incorporando novos setores. Ao longo de 17 anos, cumpriu uma bela missão.

Porém, Querência cresceu e novas ruas e avenidas foram abertas. Lanchonetes, bares, lojas comerciais e o intenso movimento do trânsito no entorno levaram a comunidade a buscar um novo espaço, um ambiente mais favorável à oração e também mais amplo para abrigar as atividades pastorais.

A NOVA ESTRUTURA. Após conseguir junto à Prefeitura Municipal o espaço da quadra 30, do setor E, foram iniciados os trabalhos.Com algum recurso próprio e mais rifas, doações e uma ajuda dos franciscanos da Europa , foi possível chegar ao ponto em que está hoje. É uma ampla estrutura: uma sala para mais ou menos 100 pessoas (a ser usada para as celebrações e outras atividades da forma-ção),três salas de catequese, banheiros sociais, cozinha, sala de carne e um espaço com cobertura e piso, mas não murado.

I N A U G U R A Ç Ã O C O M MISSA E PROCISSÃO. A missa, presidida pelo pároco frei Arcides Luiz Favaretto, OFM, começou em frente à igrejinha velha, que em breve será demolida. Foi uma espécie de despedida simbólica da pequena capela de madeira. Após a acolhida e os ritos iniciais, os fiéis seguiram em procissão ao som de cânticos religiosos, mesclados com as leituras da missa.

Ao chegar à nova construção, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi acolhida com animados cânticos e fogos de artifício. Os fiéis que não coube-ram na sala de celebração, se acomodaram no lado de fora, acompanhando as orações pelas janelas e portas.

AGRADECIMENTOS. Ao f inal da celebração, El iseu Schuster, incansável coordena-dor do conselho daquela comuni-dade, agradeceu a todos quantos ajudaram e colaboraram nesta obra. “Houve muitas doações, trabalhos voluntários, colabora-ção e solidariedade, mostrando que esta é, em primeiro lugar, uma obra de Deus para homena-gear sua Mãe”, finalizou ele. E fez questão de destacar o trabalho diário de frei Dario Taffarel , que gastou tempo e muito suor para acompanhar de perto todos os trabalhos. Uma sonora salva de palmas foi a resposta agradecida de todos os presentes.

Antes da conclusão das cerimônias, frei Arcides fez a oração da bênção e a aspersão com água benta de todas as dependências do novo Centro de Evangelização, que os fiéis também, logo em seguida, puderam ver de perto.

E viram, entre admirados e agradecidos, uma obra simples, espaço de acolhida e oração, p a r a r e a l i z a r a o b r a d a EVANGELIZAÇÃO que é a MISSÃO da Igreja que somos todos nós. Amém

Frei Arcides Luiz Favaretto, OFM

Foto: www.movieco.org.br

MANIFESTO DO MOVIMENTONACIONAL DE DIREITOS HUMANOS

cidadaniaALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 5

“O Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH – realiza seu XVIII Encontro/Assembléia Nacional num momento decisivo da história de nosso País. Quando completamos 33 anos de fundação do Movimento e avaliamos o papel protagonis-ta da militância de direitos humanos nas lutas pela democracia, pela igualdade e pela justiça no Brasil, sabemos também de nossas responsabilidades, ao lado do povo brasileiro, de evitar qualquer retrocesso nas conquistas democráticas, populares e sociais que conquistamos desde o final da ditadura militar.

A luta pelos direitos humanos no Brasil é tão antiga quanto as opressões praticadas contra nosso povo, desde o genocídio dos povos indígenas e a escravização dos povos negros sequestra-dos de seus lares pelos colonizadores europeus. As greves de trabalhadores por melhores condições de vida e trabalho e a resistência popular contra a ditadura civil-militar de 1964 são parte desta grande trajetória de construção de um Brasil que seja de fato a casa de seu povo, e não o monopólio da “casa-grande” e das oligarquias.

O MNDH reafirma seu compromisso com todas as lutas pelos direitos humanos no Brasil e rejeita qualquer proposição que coloque em risco a soberania popular e os processos de participação duramente implantados em nosso País. Ao mesmo tempo, em vista da grave crise de l e g i t i m i d a d e d e n o s s a s instituições políticas, apoia-mos a plataforma pela reforma política que impeça o financia-mento privado de campanhas, e fortaleça os conselhos de direitos e de participação popular para a garantia dos direitos humanos.

Nossa Agenda para o próximo período passa pelas seguintes Lutas:

- Contra a proposição de redução da maioridade penal ou de ampliação do tempo de internação de adolescentes em conflito com a lei; pela i m p l a n t a ç ã o e f e t i v a d o Estatuto da Criança e do Adolescente, combatendo-se também as propostas de permissão de trabalho aos 14 anos; o trabalho infantil e a exploração sexual infanto-juvenil;

- Contra o genocídio da juventude negra, pobre e da periferia, bem como das ações higienistas contra a população em situação de rua; pela criminalização da discrimina-ção, do ódio e da intolerância motivadas por orientação sexual e identidade de gênero; pelo apoio à luta das mães cujos filhos foram assassina-dos, e à Comissão Nacional da Verdade Mães de Maio;

- Campanha permanente pela erradicação da tortura em todos os espaços públicos e privados, e que todos os estados implementem os Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura;

- Pela Efetivação da Lei Maria da Penha e ações concretas contra a violência de gênero; combate ao feminicí-

dio; e pela garantia da autono-mia das mulheres;

- Combate ao tráfico de pessoas; luta contra a xenofo-bia e a discriminação aos migrantes;

- Garantia dos direitos aos povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e comunidades tradicionais com reconhecimento de suas terras; pelo desenvolvimento sustentável; e ações contra a PEC 215;

- Por uma política de saúde mental que respeite os direitos humanos, inclusive com o fechamento de todos os hospi ta is psiquiátr icos e fiscalização das unidades terapêuticas; pelo respeito aos direitos das pessoas com deficiência – com acessibilida-de em todos os locais; pelo respeito aos idosos e demais segmentos vulneráveis da nossa sociedade, com a adoção de políticas públicas em seu favor;

- Pelo direito à comunica-ção, com a democratização dos meios de comunicação e efetivação de marco regulató-rio que enfrente o poder econômico que monopoliza a mídia;

- Pelos direitos: à saúde com o fortalecimento do SUS; à educação; à assistência; à habitação; à cultura e à arte; ao esporte e ao lazer, sem qualquer tipo de cobrança pelas ações e serviços destas políticas públicas; pelo direito ao meio ambiente saudável e sustentável sem a utilização de agrotóxicos; pelo apoio aos programas sociais do governo federal;

- Pelo fortalecimento do Sistema Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos;

- Pela autonomia e inde-pendência das Defensorias Públicas e sua efetiva implan-tação em todo o País;

- Por uma pol í t ica de S e g u r a n ç a P ú b l i c a q u e

respeite os direitos humanos com o fim dos autos de resis-tência; pela desmilitarização das polícias; pela descriminali-zação da pobreza e dos movimentos sociais;

- Pela justiça tributária com a taxação das grandes fortu-nas;

- Pela continuidade das Caravanas de educação em d i re i tos humanos, como grande ação de protagonismo das lutas populares e fortaleci-m e n t o d o s m o v i m e n t o s sociais;

- Pela ampla divulgação e implantação efetiva de todas a s R e c o m e n d a ç õ e s d a C o m i s s ã o N a c i o n a l d a Verdade;

- Pe la a r t i cu lação do Sistema Nacional de Direitos Humanos e efetivação do Programa Nacional de Direitos Humanos III.

O MNDH apoia as propos-tas de unidade das forças democráticas e populares, movimentos sociais e partidos de esquerda para enfrentar a onda conservadora e derrotar as forças neoliberais, que pretendem, afrontosamente, desrespeitar a vontade popular expressa nas urnas em 2014 e dar um golpe no governo popular da Presidente Dilma Rousseff.

Estaremos juntas/os nas ruas e em todos os espaços de disputa na defesa desta agenda, com a consciência de que temos uma história de lutas a honrar e que o êxito de nosso projeto histórico depen-derá desta ampla unidade popular.

O MNDH conclama toda a militância de direitos humanos do Brasil a somar-se nesta caminhada, inspirados pela voz de Dom Thomás Balduíno: “Direitos Humanos não se pedem de joelhos; exigem-se de pé”.

Belo Horizonte, 16 de Agosto de 2015.”

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canto do galoALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 6

Domingo, 2 de agosto último, no salão de festas da Paróquia São João Batista em Ribeirão Cascalheira, foi ordenado padre André Pereira.

A ordenação foi um momento de intensa e comovente participa-ção: as comunidades da Paróquia São João Batista estavam todas representadas, bem como um bom grupo de pessoas de Santa Cruz e São José do Xingu, além de pessoas vindas de todos os regionais da Prelazia e amigos de outras dioceses.

NA IGREJA: COM ALEGRIA, JEITO HUMILDE E PAIXÃO

No dia 11 de julho a equipe da Pastoral da Criança do Regional Nossa Senhora da Libertação, a partir do tema auto estima, aprofunda a missão de trabalhar para que nossas crianças e gestantes tenham vida em abundância.

O texto de Mt. 5, 13-16, iluminou bonitas reflexões sobre a importância de, como batiza-das/os e seguidores de Jesus Cristo, sermos o sal e a luz do mundo.

O rico e alegre momento

Foto: Ir. Ivanete

VIDA EM ABUNDÂNCIA PARA CRIANÇAS E GESTANTES

ajudou a celebrar o dom da vida dos aniversariantes do primeiro semestre de 2015. Que a nossa

vida vivida com amor e doação seja alimentada pela luz interior que nasce da Fonte da Vida.

Era carnaval de 2006. Eu, como participante de grupo de jovens, estava num acampa-mento de carnava l numa chácara, no interior de minha cidade. Estava completando 17 anos nesse fim de semana e era meu último ano do ensino médio no colégio. Época de mudanças e decisões.

Um pouco antes da missa, fui conversar com o padre e acabei falando para ele que tinha um desejo de conhecer o seminário. Não sei dizer se já tinha esse desejo antes, ou se foi por impulso da emoção do retiro que falei isso. Só sei que o padre me mandou aparecer na secretaria da igreja para conversarmos sobre isso com mais calma. Eu, com medo, não fui.

À medida que o ano ia passando no colégio, meus colegas começavam a ver cursos para o vestibular e a pensar em seu futuro, mas eu ainda não sabia o que queria. Tinha colocado meu futuro nas mãos de Deus. De fato, eu já tinha uma longa caminhada dentro da igreja e já era coorde-nador do grupo de jovens.

Por volta de julho desse mesmo ano estávamos organi-zando um retiro para o grupo e, em um dia que teríamos forma-ção e preparação, o padre me chamou e perguntou quando é que eu teria coragem de ir para o seminário. Eu tentei desconver-sar, mas, à tarde desse mesmo

dia, a palestrante que coordena-va a formação me disse: “reze muito para Nossa Senhora, pois você tem uma vocação muito especial”.

A part i r desse dia, me entreguei completamente à vontade de Deus e, no outro ano, iniciava minha caminhada no seminário. Cursei a faculdade de filosofia e de teologia. Vivi no seminário momentos muito felizes, mas também por várias vezes quis desistir. Entretanto, sempre confiei que estava fazendo a vontade de Deus e deixei-o conduzir essa caminha-da.

Graças a isso, no ano de 2010 tive a graça de participar do 1º Congresso Missionário para Seminaristas, em Brasília. Lá, eu descobri que Deus não me queria apenas para o seminário, mas para sair ao encontro dos i rmãos e i rmãs que mais precisavam. Depois desse

Congresso estive em missão no Pará, Tocantins e Rondônia e até fiz uma pós-graduação em missiologia.

Ao concluir o último ano de seminário, ainda tinha um desejo: conhecer a Prelazia de São Félix do Araguaia. E Deus preparou tudo de uma forma maravilhosa. Tive a oportunida-de de passar seis meses ainda como seminarista na Prelazia e depois, farei aí o meu período do diaconato.

No dia 18 de outubro, terei a graça de ser ordenado diáco-no em Curitiba, pela imposição das mãos de D. Adriano, bispo de São Félix. Confio todo o meu ministério a Deus e a Nossa Senhora, que me acompanha desde o primeiro passo. Eu vi nesse tempo de seminário, muitas pessoas melhores e com mais dons do que eu, mas foi a mim que Deus escolheu. Não por mérito meu, mas por graça e misericórdia do Pai. Sou muito feliz por isso e peço que a cada dia Deus continue me guiando para onde Ele queira.

Encerro esse testemunho com uma frase da Beata Chiara Luce. Uma frase que tem me acompanhado ao longo de todas as experiências missionárias que tive a honra de vivenciar. Não sei por que foi a mim que Deus escolheu e ainda não sei o que ele quer de mim, mas “Se tu queres, Jesus, eu quero. Por você, Jesus e com você, Jesus”.

Tiago Felipe Polonha

ORDENAÇÃO DIACONAL DE TIAGO

Foto: Tiago

O Regional de Ribeirão Cascalheira e toda a Prelazia de são Félix, estiveram em festa, no domingo, dia 02 de agosto, pela manhã, no Barracão da Comuni-dade são João Batista, com a ordenação presbiteral de André Pereira, pela imposição das mãos de dom Adriano.

Celebramos juntos: agentes de pastoral de toda a Prelazia de são Félix, presbíteros daqui e da diocese de Rondonópolis, dentre os quais, estavam padre Lother, missionário alemão que atua em Rondonópolis há muitos anos. Também veio celebrar esse momento o padre Afonso, com sua irmã e um jovem da pastoral da juventude, que virão contribuir com essa Igreja de são Félix a partir de outubro.

Aqui celebramos como Povo de Deus, com as diversas comunidades de nosso Regional são João Batista, das comunida-des da diocese de Rondonópolis e de Santa Cruz do Xingu onde

André exerceu o diaconato.

Estavam também seus familiares, irmãs, sobrinhos, sobrinhas e amizades construí-das em toda história de vida desse mineiro.

Foi marcante toda a dedica-ção das pessoas da comunidade são João Batista, que serviram com altruísmo nos mais diversos serviços: cozinha, decoração, churrasco. Foi belíssimo o empenho e dedicação da equipe de canto na liturgia.

Enfim, sonhamos e celebra-mos que é possível partilhar a vida, a oração e o serviço como irmãos e irmãs, em um momento tão forte para uma comunidade como em uma ordenação presbiteral.

Que Deus abençoe a André como sinal d’Ele, nessa Igreja que quer ser missionária e servidora. Que Deus abençoe a todos e todas nós.

Luís Cláudio da Silva

No Regional Bom Jesus, sob a coordenação de irmã Fátima Petri, realizou-se no dia 07 de junho uma capacitação de Alimentação Saudável e hortas caseiras, com o objetivo de capacitar líderes da Pastoral da Criança para aprenderem mais e compartilharem informações sobre alimentação saudável e plantio de hortas caseiras com as famílias das crianças acompa-nhadas.

A partir da metodologia da Pastoral da Criança, esta capacitação foi desenvolvida em três momentos principais: conversas e estudo sobre alimentação saudável; prática na cozinha para preparo e aprovei-tamento de alimentos e conversa e prática do plantio e cultivo de hortas caseiras.

Em todos os momentos que se f izeram necessários, a capacitadora Dilva, de Ribeirão Cascalheira, juntamente com o

grupo aprofundou a reflexão a respeito de que “A alimentação saudável com qualidade e quantidade suficientes faz parte do direito à vida de todo cidadão” e de como é possível a partir de praticas simples, cultivarmos, prepararmos e comermos alimentos mais saudáveis.

A participação alegre e comprometida dos líderes que em suas comunidades garantem também esta formação junto às

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E HORTAS CASEIRAS

Foto: Ir. Ivanete

crianças e suas famílias, é de suma importância para promove-rem uma boa compreensão sobre alimentação saudável e a prática de hortas caseiras. Os mesmos, na conclusão, reassu-miram o compromisso de nas rodas de conversas, realizadas nos dias da celebração da vida, segunda atividade mensal da Pastoral da Criança, semearem esta boa semente e com carinho cuidá-la para que dê bons frutos.

ALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 7

Vinte e sete pessoas partici-param do curso de Bio-Saúde organizado pela Paróquia de Nossa Senhora de Fátima em parceria com a Associação Brasileira de Saúde Popular (ABRASP) nos dias de 24 à 26 de agosto último. Assessorou o encontro o padre Renato Roque Barth, de Cuiabá.

O encontro foi a primeira etapa de um curso que pretende ajudar a aproveitar os recursos naturais que Deus colocou à disposição da humanidade para ter uma vida mais saudável.

Vírus e bactérias nos agridem a cada dia, mais ainda nesta

CURSO DE BIO-SAÚDE EM ALTO BOA VISTA

Foto: ...Foto: Carlo

terra molhada de agrotóxicos. O sistema imunológico aos poucos se enfraquece e não tem mais condições para defender o nosso organismo que adoece. Torna-se

importante um trabalho de prevenção para ajudar o nosso corpo a reagir aproveitando dos recursos que a natureza oferece com tanta generosidade.

Foto: Carlo

INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS

Conversas e testemunhos interessantes e animadores caracterizaram o encontro dos catequistas que acompanham a Iniciação Cristã de adultos nos regionais da Prelazia.

O Encontro aconteceu em Porto Alegre do Norte, no dia 22 de agosto último. Metade dos regionais estavam representa-dos com catequistas animados e muita vontade de partilhar, escutar e sonhar juntos.

No período matutino, depois da oração, o pe. Alexandre de Assis Peixoto ajudou aprofun-dar a fé com uma intensa meditação sobre o Credo.

Na parte da tarde os cate-quistas partilharam as próprias experiências de catequese da Iniciação Cristã de Adultos com as alegrias e dificuldades.

E, assim, dialogando e sonhando juntos foram unindo ideias e foi se estruturado um percurso inspirado no Rito da Iniciação Cristã dos Adultos (RICA) em quatro etapas:

1) O encontro com Jesus e a comunidade. Ninguém nasce cristão, mas todos nós podemos tornar-nos discípulos de Jesus e testemunhas do Evangelho do Reino. Isso acontece com uma decisão pessoal e com a vivência na Igreja/comunidade. Ser cristão é uma decisão pessoal e comunitár ia ao mesmo tempo. Pessoal porque somos nós que, livremente, dec i d imos segu i r Jesus . Comunitária porque é a Igre-ja/comunidade que nos acolhe e nos conduz ao encontro com Jesus. Este tempo da decisão é chamado de pré-catecumenato

ou primeira evangelização.

2) O começo da vivência cristã. A segunda etapa da caminhada é a mais intensa e se chama Catecumenato. Começa quando a pessoa expressa a vontade de fazer parte da comunidade pedindo para celebrar os sacramentos da In ic iação Cr is tã . Termina quando a Comunidade, depois de um tempo avaliação na vivência cristã e de preparação na catequese, achar que o catecúmeno está preparado. Neste per íodo, que pode demorar bastante, o catecúme-no é ajudado a: viver como bom cristão, seguir Jesus como discípulo, meditando o Evange-lho, famil iar izar-se com a doutrina da Igreja Católica.

3 ) A c e l e b r a ç ã o d o s Sacramento da Iniciação Cristã. Num tempo de quaren-ta dias (Quaresma), o catecú-meno se prepara para: celebrar o Batismo (se já o celebrou irá renovar pub l i camente as promessas do Batismo), acolher o dom do Espírito Santo na Crisma e Jesus na Eucaristia. Este é um tempo de iluminação e purificação para aprender a escolher o bem e seguir Jesus como Mestre.

4) A vivência cristã. Tempo para ‘mergulhar’ no mistério cristão, viver o dia-a-dia como bom cristão tendo o Domingo como dia do Senhor e da comunidade e o sacramento da Confissão como força para largar do mal e viver na fidelida-de ao Evangelho.

Pe. Carlo Pellegrino

Foto: Carlo16 de agosto: Bênção do poço artesiano em Alto Boa Vista

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Foto: Regional Querência22-23 de agosto: Acampamento Jovem - Querência

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canto do galoALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 6

Domingo, 2 de agosto último, no salão de festas da Paróquia São João Batista em Ribeirão Cascalheira, foi ordenado padre André Pereira.

A ordenação foi um momento de intensa e comovente participa-ção: as comunidades da Paróquia São João Batista estavam todas representadas, bem como um bom grupo de pessoas de Santa Cruz e São José do Xingu, além de pessoas vindas de todos os regionais da Prelazia e amigos de outras dioceses.

NA IGREJA: COM ALEGRIA, JEITO HUMILDE E PAIXÃO

No dia 11 de julho a equipe da Pastoral da Criança do Regional Nossa Senhora da Libertação, a partir do tema auto estima, aprofunda a missão de trabalhar para que nossas crianças e gestantes tenham vida em abundância.

O texto de Mt. 5, 13-16, iluminou bonitas reflexões sobre a importância de, como batiza-das/os e seguidores de Jesus Cristo, sermos o sal e a luz do mundo.

O rico e alegre momento

Foto: Ir. Ivanete

VIDA EM ABUNDÂNCIA PARA CRIANÇAS E GESTANTES

ajudou a celebrar o dom da vida dos aniversariantes do primeiro semestre de 2015. Que a nossa

vida vivida com amor e doação seja alimentada pela luz interior que nasce da Fonte da Vida.

Era carnaval de 2006. Eu, como participante de grupo de jovens, estava num acampa-mento de carnava l numa chácara, no interior de minha cidade. Estava completando 17 anos nesse fim de semana e era meu último ano do ensino médio no colégio. Época de mudanças e decisões.

Um pouco antes da missa, fui conversar com o padre e acabei falando para ele que tinha um desejo de conhecer o seminário. Não sei dizer se já tinha esse desejo antes, ou se foi por impulso da emoção do retiro que falei isso. Só sei que o padre me mandou aparecer na secretaria da igreja para conversarmos sobre isso com mais calma. Eu, com medo, não fui.

À medida que o ano ia passando no colégio, meus colegas começavam a ver cursos para o vestibular e a pensar em seu futuro, mas eu ainda não sabia o que queria. Tinha colocado meu futuro nas mãos de Deus. De fato, eu já tinha uma longa caminhada dentro da igreja e já era coorde-nador do grupo de jovens.

Por volta de julho desse mesmo ano estávamos organi-zando um retiro para o grupo e, em um dia que teríamos forma-ção e preparação, o padre me chamou e perguntou quando é que eu teria coragem de ir para o seminário. Eu tentei desconver-sar, mas, à tarde desse mesmo

dia, a palestrante que coordena-va a formação me disse: “reze muito para Nossa Senhora, pois você tem uma vocação muito especial”.

A part i r desse dia, me entreguei completamente à vontade de Deus e, no outro ano, iniciava minha caminhada no seminário. Cursei a faculdade de filosofia e de teologia. Vivi no seminário momentos muito felizes, mas também por várias vezes quis desistir. Entretanto, sempre confiei que estava fazendo a vontade de Deus e deixei-o conduzir essa caminha-da.

Graças a isso, no ano de 2010 tive a graça de participar do 1º Congresso Missionário para Seminaristas, em Brasília. Lá, eu descobri que Deus não me queria apenas para o seminário, mas para sair ao encontro dos i rmãos e i rmãs que mais precisavam. Depois desse

Congresso estive em missão no Pará, Tocantins e Rondônia e até fiz uma pós-graduação em missiologia.

Ao concluir o último ano de seminário, ainda tinha um desejo: conhecer a Prelazia de São Félix do Araguaia. E Deus preparou tudo de uma forma maravilhosa. Tive a oportunida-de de passar seis meses ainda como seminarista na Prelazia e depois, farei aí o meu período do diaconato.

No dia 18 de outubro, terei a graça de ser ordenado diáco-no em Curitiba, pela imposição das mãos de D. Adriano, bispo de São Félix. Confio todo o meu ministério a Deus e a Nossa Senhora, que me acompanha desde o primeiro passo. Eu vi nesse tempo de seminário, muitas pessoas melhores e com mais dons do que eu, mas foi a mim que Deus escolheu. Não por mérito meu, mas por graça e misericórdia do Pai. Sou muito feliz por isso e peço que a cada dia Deus continue me guiando para onde Ele queira.

Encerro esse testemunho com uma frase da Beata Chiara Luce. Uma frase que tem me acompanhado ao longo de todas as experiências missionárias que tive a honra de vivenciar. Não sei por que foi a mim que Deus escolheu e ainda não sei o que ele quer de mim, mas “Se tu queres, Jesus, eu quero. Por você, Jesus e com você, Jesus”.

Tiago Felipe Polonha

ORDENAÇÃO DIACONAL DE TIAGO

Foto: Tiago

O Regional de Ribeirão Cascalheira e toda a Prelazia de são Félix, estiveram em festa, no domingo, dia 02 de agosto, pela manhã, no Barracão da Comuni-dade são João Batista, com a ordenação presbiteral de André Pereira, pela imposição das mãos de dom Adriano.

Celebramos juntos: agentes de pastoral de toda a Prelazia de são Félix, presbíteros daqui e da diocese de Rondonópolis, dentre os quais, estavam padre Lother, missionário alemão que atua em Rondonópolis há muitos anos. Também veio celebrar esse momento o padre Afonso, com sua irmã e um jovem da pastoral da juventude, que virão contribuir com essa Igreja de são Félix a partir de outubro.

Aqui celebramos como Povo de Deus, com as diversas comunidades de nosso Regional são João Batista, das comunida-des da diocese de Rondonópolis e de Santa Cruz do Xingu onde

André exerceu o diaconato.

Estavam também seus familiares, irmãs, sobrinhos, sobrinhas e amizades construí-das em toda história de vida desse mineiro.

Foi marcante toda a dedica-ção das pessoas da comunidade são João Batista, que serviram com altruísmo nos mais diversos serviços: cozinha, decoração, churrasco. Foi belíssimo o empenho e dedicação da equipe de canto na liturgia.

Enfim, sonhamos e celebra-mos que é possível partilhar a vida, a oração e o serviço como irmãos e irmãs, em um momento tão forte para uma comunidade como em uma ordenação presbiteral.

Que Deus abençoe a André como sinal d’Ele, nessa Igreja que quer ser missionária e servidora. Que Deus abençoe a todos e todas nós.

Luís Cláudio da Silva

No Regional Bom Jesus, sob a coordenação de irmã Fátima Petri, realizou-se no dia 07 de junho uma capacitação de Alimentação Saudável e hortas caseiras, com o objetivo de capacitar líderes da Pastoral da Criança para aprenderem mais e compartilharem informações sobre alimentação saudável e plantio de hortas caseiras com as famílias das crianças acompa-nhadas.

A partir da metodologia da Pastoral da Criança, esta capacitação foi desenvolvida em três momentos principais: conversas e estudo sobre alimentação saudável; prática na cozinha para preparo e aprovei-tamento de alimentos e conversa e prática do plantio e cultivo de hortas caseiras.

Em todos os momentos que se f izeram necessários, a capacitadora Dilva, de Ribeirão Cascalheira, juntamente com o

grupo aprofundou a reflexão a respeito de que “A alimentação saudável com qualidade e quantidade suficientes faz parte do direito à vida de todo cidadão” e de como é possível a partir de praticas simples, cultivarmos, prepararmos e comermos alimentos mais saudáveis.

A participação alegre e comprometida dos líderes que em suas comunidades garantem também esta formação junto às

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E HORTAS CASEIRAS

Foto: Ir. Ivanete

crianças e suas famílias, é de suma importância para promove-rem uma boa compreensão sobre alimentação saudável e a prática de hortas caseiras. Os mesmos, na conclusão, reassu-miram o compromisso de nas rodas de conversas, realizadas nos dias da celebração da vida, segunda atividade mensal da Pastoral da Criança, semearem esta boa semente e com carinho cuidá-la para que dê bons frutos.

ALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 7

Vinte e sete pessoas partici-param do curso de Bio-Saúde organizado pela Paróquia de Nossa Senhora de Fátima em parceria com a Associação Brasileira de Saúde Popular (ABRASP) nos dias de 24 à 26 de agosto último. Assessorou o encontro o padre Renato Roque Barth, de Cuiabá.

O encontro foi a primeira etapa de um curso que pretende ajudar a aproveitar os recursos naturais que Deus colocou à disposição da humanidade para ter uma vida mais saudável.

Vírus e bactérias nos agridem a cada dia, mais ainda nesta

CURSO DE BIO-SAÚDE EM ALTO BOA VISTA

Foto: ...Foto: Carlo

terra molhada de agrotóxicos. O sistema imunológico aos poucos se enfraquece e não tem mais condições para defender o nosso organismo que adoece. Torna-se

importante um trabalho de prevenção para ajudar o nosso corpo a reagir aproveitando dos recursos que a natureza oferece com tanta generosidade.

Foto: Carlo

INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS

Conversas e testemunhos interessantes e animadores caracterizaram o encontro dos catequistas que acompanham a Iniciação Cristã de adultos nos regionais da Prelazia.

O Encontro aconteceu em Porto Alegre do Norte, no dia 22 de agosto último. Metade dos regionais estavam representa-dos com catequistas animados e muita vontade de partilhar, escutar e sonhar juntos.

No período matutino, depois da oração, o pe. Alexandre de Assis Peixoto ajudou aprofun-dar a fé com uma intensa meditação sobre o Credo.

Na parte da tarde os cate-quistas partilharam as próprias experiências de catequese da Iniciação Cristã de Adultos com as alegrias e dificuldades.

E, assim, dialogando e sonhando juntos foram unindo ideias e foi se estruturado um percurso inspirado no Rito da Iniciação Cristã dos Adultos (RICA) em quatro etapas:

1) O encontro com Jesus e a comunidade. Ninguém nasce cristão, mas todos nós podemos tornar-nos discípulos de Jesus e testemunhas do Evangelho do Reino. Isso acontece com uma decisão pessoal e com a vivência na Igreja/comunidade. Ser cristão é uma decisão pessoal e comunitár ia ao mesmo tempo. Pessoal porque somos nós que, livremente, dec i d imos segu i r Jesus . Comunitária porque é a Igre-ja/comunidade que nos acolhe e nos conduz ao encontro com Jesus. Este tempo da decisão é chamado de pré-catecumenato

ou primeira evangelização.

2) O começo da vivência cristã. A segunda etapa da caminhada é a mais intensa e se chama Catecumenato. Começa quando a pessoa expressa a vontade de fazer parte da comunidade pedindo para celebrar os sacramentos da In ic iação Cr is tã . Termina quando a Comunidade, depois de um tempo avaliação na vivência cristã e de preparação na catequese, achar que o catecúmeno está preparado. Neste per íodo, que pode demorar bastante, o catecúme-no é ajudado a: viver como bom cristão, seguir Jesus como discípulo, meditando o Evange-lho, famil iar izar-se com a doutrina da Igreja Católica.

3 ) A c e l e b r a ç ã o d o s Sacramento da Iniciação Cristã. Num tempo de quaren-ta dias (Quaresma), o catecú-meno se prepara para: celebrar o Batismo (se já o celebrou irá renovar pub l i camente as promessas do Batismo), acolher o dom do Espírito Santo na Crisma e Jesus na Eucaristia. Este é um tempo de iluminação e purificação para aprender a escolher o bem e seguir Jesus como Mestre.

4) A vivência cristã. Tempo para ‘mergulhar’ no mistério cristão, viver o dia-a-dia como bom cristão tendo o Domingo como dia do Senhor e da comunidade e o sacramento da Confissão como força para largar do mal e viver na fidelida-de ao Evangelho.

Pe. Carlo Pellegrino

Foto: Carlo16 de agosto: Bênção do poço artesiano em Alto Boa Vista

FOTO

Foto: Regional Querência22-23 de agosto: Acampamento Jovem - Querência

Page 8: MISSÃO - prelazia série de contos desligados um do outro, mas é a narração de um caminho que o antigo povo de Deus fez para conhecer e se encontrar com o seu Deus que é o Deus

REFLEXÃO NA COMUNIDADE- Rezemos o Salmo 92 e sintamos a alegria de confiar no Senhor.- Percebemos quem corrompe as consciências do povo atualmente?- Como assumimos nossa responsabilidade ética de denunciar políticos e meios de comunicação que enganam o povo?

Mercedes de Budallés Diez

ELES RESPONDERAM: “TU NOS SALVASTE A VIDA” (Gn 47,25)

na bíblia e na vidaALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 8

Estamos no mês de Setembro quando celebramos o mês da Bíblia na memória de São Jerônimo que foi um grande estudioso da Bíblia. E já chega o mês de Outubro como mês das Missões, dedicado a refletir e nos comprometer mais, como cristãos, no nosso ser missionário. Creio que é um bom momento para refletir, durante estes dois meses, e nos perguntar o que vivemos da Bíblia no nosso dia-a-dia e o que levamos às nossas famílias, ao nosso trabalho e à nossa Igreja da Palavra de Deus que lemos e escutamos.

Muitas vezes, na nossa Prelazia temos ouvido que o “texto” bíblico tem que ser entendido no seu “contexto”. A história e a geografia de ontem nos ajudam compreender a história e a geografia atual. O meu convite, hoje, é para que vocês reflitam na comunidade qual seria o contexto do fato narrado no livro do Gênesis, capítulo 47, versículos 13 a 26 e qual é a lição que podemos e devemos aprender hoje. Vamos ler e considerar o texto proposto versículo por versículo.

Gênesis 47,13-26 nos conta que não havia mais pão num

lugar conhecido como Egito e Canaã (v 13), região chama-da agora Egito, Palestina e Israel, terras que até hoje sofrem as consequências do clima, da guerra e da explora-ção de outros países. A autor idade desse lugar, antigamente, era conhecida como Faraó. E a história bíblica conta que teve um administrador do palácio e do povo, chamado José, que recebeu todo poder a fim de administrar aquela terra. Como garantia de tal domínio e reconhecimento da sua competência, José recebeu um sinal, o anel do próprio Faraó (Gn 41,39-45).

José vendeu mantimentos ao povo, diz o relato bíblico, para remediar a fome do povo, e entregou o dinheiro ao palácio (47,14). Mas, passa-do um ano voltou a faltar alimento e José “ajudou” ao m e s m o p o v o t r o c a n d o rebanhos, cavalos, ovelhas, bois e jumento por alimento (v. 15-17). No ano seguinte, o povo, reconhecendo sua pobreza e penúria, voltou humilhado a oferecer ao senhor seu corpo e sua terra em troca de sementes, claro, na esperança de plantar e colher algo para comer (v.18-19). Assim sendo, o Faraó ficou com toda a terra, todo o país passou às suas mãos (v 20). E o povo teve que viver na escravidão (v 21).

Viver na escravidão? Será isso o que Deus, nosso Criador, queria para seus f i l hos? Se rá que Deus abandonou seu povo, aquele povo que Ele criou e escolheu (Gn 12,1-9) e que algum dia teve a experiência de gritar e de ser visto e ouvido no seu sofrimento por esse Deus que, repetidamente, desceu na nossa história para nos libertar? (Ex 3,7-8).

O povo escutou ainda de José: “Eu vos comprei para o Faraó com vosso terreno. Eis aqu i as sementes para semear... Mas, das colheitas devereis de dar um quinto ao Faraó...” (v 23-24). Existiria algo mais que entregar ao s e n h o r e d o m i n a d o r ? Dinheiro, animais, terra e corpos. O que ficou para o povo?

“Eles responderam: “Tu nos salvaste a vida” (Gn 47,25). Sim, ficava algo mais, algo que também foi entre-gue, exigido só sutilmente. O povo entregou sua consciên-cia, agora corrompida pelo poder opressor!

O que estaria acontecen-do no meio do povo quando este texto foi escrito? Qual foi o “contexto” do “texto” lido? Os estudiosos da Bíblia nos ajudam e explicam que esta estória foi redigida no tempo do rei Salomão. Aquele rei sábio que mandou escrever sua própria história (1Rs 11,41) aos seus escribas, os que estavam a serviço do rei, que logicamente, só poderi-am contar vantagens do seu Senhor. A história relatada no livro dos Reis narra nos capítulos 3 ao 11 a grandeza do reino de Salomão, constru-ído às custas do sacrifício e empobrecimento do povo. A lei tura desses capítulos descreve uma realidade, de tanto domínio e poder que nem dá para imag inar ! “Salomão possuía quatro mil estábulos (ou quarenta mil segundo 2Cr 9,25!) para os cavalos de seus carros e doze mil cavaleiros” (1Rs 5,6). “O rei de Israel recrutou em toda a terra de Israel mão de obra para a corveia; conseguiu reunir trinta mil escravos” (1Rs 5,27). Não são os números que vão confirmar a realidade, mas são importan-

tes para provar como os escribas viam o poder do rei: gue r ras e t r i bu tos que Salomão impunha aos seus súbditos, as construções do Templo e do seu palácio etc. com tanta grandiosidade por parte do rei quanto sacrifício e opressão sobreposta para o povo.

Na crença do povo, na sua consciência, o nosso texto de Gênesis justificava o agir de Salomão, já que José, filho de Jacó, tão sábio quanto Salomão tinha imposto o mesmo peso nas costas do povo! Deus deveria querer assim.

Passaram-se muitos anos. Hoje, ainda existe escravi-dão, pessoas sem direitos, gente sem terra, sem casa, sem saúde, sem escola para seus filhos, sem trabalho digno e salário justo. O que dizer desta situação? Será que o Deus da nossa fé quer isso para os seus filhos e filhas?

Se existem guerras é pela ganância de poucos que querem usufruir dos bens de outros. Se existem pobres é porque o acúmulo dos ricos nega salários justos e condi-ções de vida digna para todos. Se existe desigualda-de social é porque os grandes conseguiram corromper a consciência dos pequenos afirmando ainda que aqui, na terra, devemos ter paciência, que lá cima, no céu, teremos o premio!

Que Jesus nos de seu olhar e entendimento! Jesus que teve a coragem de denunciar a falsidade dos condutores cegos do tempo omitindo as coisas mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade... (Mt 23, 23-24)

ALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 9

na nova Igreja no primeiro dia do festejo, olhando para o céu com uma lua magnífica... sendo que ainda não temos o teto. No domingo, tivemos a primeira missa celebrada pelo recém ordenado pe. André Pereira acompanhado pelos seus familiares; enfim, no último dia, com muita fé e emoção nova-mente, foi erguida a nova cruz da Igreja, cruz gloriosa que já anuncia a ressurreição do nosso Bom Jesus, e dentro dela foram colocados, num cano lacrado, os pedidos da comunidade.

Este ano – com grande participação popular – aconteceu o XIX festejo da comunidade de Bom Jesus entre os dias 28 de julho e 6 de agosto.

Conforme decidido pelo Conselho da Comunidade, este ano estes dias tão importantes, foram antecipados com um pré-festejo com celebrações nos bairros: setor Aeroporto, setor Bela Vista e Centro. O intuito era uma aproximação maior da realidade do povo ao trabalho dos 5 grupinhos de rua que atuam durante o ano acompa-nhando as novenas da Prelazia. Em seguida, durante o festejo, tivemos celebrações todos os dias na nova Igreja na parte nova da cidade e numas casas das comunidades do interior (Sagra-da Família, no Córrego da Onça; Santo Antônio, na Gameleira; São Sebas t ião , na Nova Conquista; Nossa Senhora Aparecida, no Jacobim).

Com fé e emoção a comuni-dade celebrou a primeira missa

FESTEJO DE BOM JESUS DO ARAGUAIA

Bom Jesus do Araguaia, de forma oficial, tem agora uma nova comunidade e uma nova Igreja, gerada pela comunidade-mãe que continuará no mesmo lugar.

O povo foi convidado, na nova Igreja, para no dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Regional, inaugurar o novo teto e, quem sabe, as portas e janelas.

Nós vos pedimos ó Bom Jesus a vossa bênção, vossa bênção e proteção!!!

pe. Damiano

No dia 7 de agosto último aconteceu, em Santa Terezinha, na casa do morro, a última etapa do encontro de formação para novas lideranças, com o tema: a mística de Jesus. Teve inicio com a oração e em seguida a recordação do último encontro, possibilitando ao grupo relem-brar o que foi estudado na etapa anterior.

Neste último encontro foi proposto um dia de retiro no qual os integrantes puderam ter um encontro consigo mesmo e com Deus. O lugar foi propício para um bom dia de retiro, com uma bela vista para o rio Araguaia com uma linda vegetação de cajueiros e jatobás.

Na parte da manhã foi proposto para meditação o evangelho de João 17 e, na parte

FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS EM SANTA TEREZINHA

da tarde, houve uma explanação sobre o que é mística. Em seguida os integrantes se retiram para ter um momento pessoal com a seguinte pergunta: como Jesus se relaciona com Deus a partir dos evangelhos de Mc 6,7-15, Mt 26,36-44 e Jo 17? No fim da tarde retornaram e comenta-ram a experiência adquirida durante o momento de deserto.

Na parte noite houve uma memória dos quatro encontros e uma fala sobre a escola de animadores que se deve iniciar na prelazia. O dia foi encerrado com uma bela celebração eucarística, possibilitando ao grupo um momento de partilha e de uma grande espiritualidade com o Cristo ressuscitado.

José Gomes

Irmã Odete, filha de Etelvino Estevão e de Nilta Cândida de Oliveira. Nasceu 30 de maio de 1950 em Itatinga (SP). Entrou para a Vida Religiosa das Irmãs Franciscanas de Siessen em Agudos (SP) no dia 22 de julho de 1965. Fez sua Primeira Profissão em 15 de janeiro de 1973. Cursou o Curso Técnico em Enfermagem e pode prolongar em sua vida a misericórdia do Pai. Pessoa silenciosa que irradiava paz e tranquilidade a todos. Soube por em primeiro lugar o Reino de Deus, vivendo o carisma da Congregação: “ser simples, pobre e menor, com o olhar confiante em Deus”.

Fiel em sua Consagração Religiosa experimentou a alegria da vida fraterna, no serviço das irmãs enfermas e na alegria dos encontros comunitários, nas celebrações litúrgicas e também na participação da vida na Igreja. Prestou serviço em várias comunida-des e em hospitais (Agudos, Getulina, Paranaíba). Teve a oportuni-dade de servir na Casa de Apoio Sol Nascente de Lagoinha (SP), onde vivenciou o carisma de São Francisco de modo mais integral, vendo no rosto sofrido dos portadores do HIV, na sua fase terminal, o rosto de Cristo Crucificado.

Em comunidades inseridas tais como União de Minas, Coroatá (MA). No período de 2007 a 2009, doou sua vida na missão de Coutinho União, assentamento de Querência (MT) na Prelazia de São Félix do Araguaia. Ultimamente se encontrava na Fazenda da Esperança - Pedrinhas na Comunidade Santa Clara, onde realizou sua vocação no serviço aos recuperandos, no atendimento aos peregrinos e ainda visitava os idosos e enfermos da vizinhança, levando-lhes o conforto espiritual.

No dia 24 de julho, foi assassinada violentamente, dentro do próprio Convento Santa Clara. Aí entregou a sua vida nas mãos do Pai a quem ela serviu em grande humildade e amor. É uma mártir da Esperança!

Que sua vida doada tragicamente seja sementeira de muitas vocações. Seja também uma suplica a Deus Onipotente para que a palavra de vida seja semeada em todos os corações dando frutos de bondade, de paz, e de florescimento vocacional para todo povo de Deus. Como pessoas de fé a exemplo de São Francisco reza-mos:

“Senhor fazei de nós instrumentos de vossa paz”! Onde há ódio, levemos o amor, onde a ofensa levemos o perdão... Pois é morren-do que se vive para vida eterna...”

Ir. Rosa Maria Severino

Provincial das Irmãs Franciscanas de Siessen

IR. ODETE APARECIDA DOS ANJOS

Foto: Irmãs Franciscanas de Siessen

Foto: José Gomes

Foto: Redação

Page 9: MISSÃO - prelazia série de contos desligados um do outro, mas é a narração de um caminho que o antigo povo de Deus fez para conhecer e se encontrar com o seu Deus que é o Deus

REFLEXÃO NA COMUNIDADE- Rezemos o Salmo 92 e sintamos a alegria de confiar no Senhor.- Percebemos quem corrompe as consciências do povo atualmente?- Como assumimos nossa responsabilidade ética de denunciar políticos e meios de comunicação que enganam o povo?

Mercedes de Budallés Diez

ELES RESPONDERAM: “TU NOS SALVASTE A VIDA” (Gn 47,25)

na bíblia e na vidaALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 8

Estamos no mês de Setembro quando celebramos o mês da Bíblia na memória de São Jerônimo que foi um grande estudioso da Bíblia. E já chega o mês de Outubro como mês das Missões, dedicado a refletir e nos comprometer mais, como cristãos, no nosso ser missionário. Creio que é um bom momento para refletir, durante estes dois meses, e nos perguntar o que vivemos da Bíblia no nosso dia-a-dia e o que levamos às nossas famílias, ao nosso trabalho e à nossa Igreja da Palavra de Deus que lemos e escutamos.

Muitas vezes, na nossa Prelazia temos ouvido que o “texto” bíblico tem que ser entendido no seu “contexto”. A história e a geografia de ontem nos ajudam compreender a história e a geografia atual. O meu convite, hoje, é para que vocês reflitam na comunidade qual seria o contexto do fato narrado no livro do Gênesis, capítulo 47, versículos 13 a 26 e qual é a lição que podemos e devemos aprender hoje. Vamos ler e considerar o texto proposto versículo por versículo.

Gênesis 47,13-26 nos conta que não havia mais pão num

lugar conhecido como Egito e Canaã (v 13), região chama-da agora Egito, Palestina e Israel, terras que até hoje sofrem as consequências do clima, da guerra e da explora-ção de outros países. A autor idade desse lugar, antigamente, era conhecida como Faraó. E a história bíblica conta que teve um administrador do palácio e do povo, chamado José, que recebeu todo poder a fim de administrar aquela terra. Como garantia de tal domínio e reconhecimento da sua competência, José recebeu um sinal, o anel do próprio Faraó (Gn 41,39-45).

José vendeu mantimentos ao povo, diz o relato bíblico, para remediar a fome do povo, e entregou o dinheiro ao palácio (47,14). Mas, passa-do um ano voltou a faltar alimento e José “ajudou” ao m e s m o p o v o t r o c a n d o rebanhos, cavalos, ovelhas, bois e jumento por alimento (v. 15-17). No ano seguinte, o povo, reconhecendo sua pobreza e penúria, voltou humilhado a oferecer ao senhor seu corpo e sua terra em troca de sementes, claro, na esperança de plantar e colher algo para comer (v.18-19). Assim sendo, o Faraó ficou com toda a terra, todo o país passou às suas mãos (v 20). E o povo teve que viver na escravidão (v 21).

Viver na escravidão? Será isso o que Deus, nosso Criador, queria para seus f i l hos? Se rá que Deus abandonou seu povo, aquele povo que Ele criou e escolheu (Gn 12,1-9) e que algum dia teve a experiência de gritar e de ser visto e ouvido no seu sofrimento por esse Deus que, repetidamente, desceu na nossa história para nos libertar? (Ex 3,7-8).

O povo escutou ainda de José: “Eu vos comprei para o Faraó com vosso terreno. Eis aqu i as sementes para semear... Mas, das colheitas devereis de dar um quinto ao Faraó...” (v 23-24). Existiria algo mais que entregar ao s e n h o r e d o m i n a d o r ? Dinheiro, animais, terra e corpos. O que ficou para o povo?

“Eles responderam: “Tu nos salvaste a vida” (Gn 47,25). Sim, ficava algo mais, algo que também foi entre-gue, exigido só sutilmente. O povo entregou sua consciên-cia, agora corrompida pelo poder opressor!

O que estaria acontecen-do no meio do povo quando este texto foi escrito? Qual foi o “contexto” do “texto” lido? Os estudiosos da Bíblia nos ajudam e explicam que esta estória foi redigida no tempo do rei Salomão. Aquele rei sábio que mandou escrever sua própria história (1Rs 11,41) aos seus escribas, os que estavam a serviço do rei, que logicamente, só poderi-am contar vantagens do seu Senhor. A história relatada no livro dos Reis narra nos capítulos 3 ao 11 a grandeza do reino de Salomão, constru-ído às custas do sacrifício e empobrecimento do povo. A lei tura desses capítulos descreve uma realidade, de tanto domínio e poder que nem dá para imag inar ! “Salomão possuía quatro mil estábulos (ou quarenta mil segundo 2Cr 9,25!) para os cavalos de seus carros e doze mil cavaleiros” (1Rs 5,6). “O rei de Israel recrutou em toda a terra de Israel mão de obra para a corveia; conseguiu reunir trinta mil escravos” (1Rs 5,27). Não são os números que vão confirmar a realidade, mas são importan-

tes para provar como os escribas viam o poder do rei: gue r ras e t r i bu tos que Salomão impunha aos seus súbditos, as construções do Templo e do seu palácio etc. com tanta grandiosidade por parte do rei quanto sacrifício e opressão sobreposta para o povo.

Na crença do povo, na sua consciência, o nosso texto de Gênesis justificava o agir de Salomão, já que José, filho de Jacó, tão sábio quanto Salomão tinha imposto o mesmo peso nas costas do povo! Deus deveria querer assim.

Passaram-se muitos anos. Hoje, ainda existe escravi-dão, pessoas sem direitos, gente sem terra, sem casa, sem saúde, sem escola para seus filhos, sem trabalho digno e salário justo. O que dizer desta situação? Será que o Deus da nossa fé quer isso para os seus filhos e filhas?

Se existem guerras é pela ganância de poucos que querem usufruir dos bens de outros. Se existem pobres é porque o acúmulo dos ricos nega salários justos e condi-ções de vida digna para todos. Se existe desigualda-de social é porque os grandes conseguiram corromper a consciência dos pequenos afirmando ainda que aqui, na terra, devemos ter paciência, que lá cima, no céu, teremos o premio!

Que Jesus nos de seu olhar e entendimento! Jesus que teve a coragem de denunciar a falsidade dos condutores cegos do tempo omitindo as coisas mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade... (Mt 23, 23-24)

ALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 9

na nova Igreja no primeiro dia do festejo, olhando para o céu com uma lua magnífica... sendo que ainda não temos o teto. No domingo, tivemos a primeira missa celebrada pelo recém ordenado pe. André Pereira acompanhado pelos seus familiares; enfim, no último dia, com muita fé e emoção nova-mente, foi erguida a nova cruz da Igreja, cruz gloriosa que já anuncia a ressurreição do nosso Bom Jesus, e dentro dela foram colocados, num cano lacrado, os pedidos da comunidade.

Este ano – com grande participação popular – aconteceu o XIX festejo da comunidade de Bom Jesus entre os dias 28 de julho e 6 de agosto.

Conforme decidido pelo Conselho da Comunidade, este ano estes dias tão importantes, foram antecipados com um pré-festejo com celebrações nos bairros: setor Aeroporto, setor Bela Vista e Centro. O intuito era uma aproximação maior da realidade do povo ao trabalho dos 5 grupinhos de rua que atuam durante o ano acompa-nhando as novenas da Prelazia. Em seguida, durante o festejo, tivemos celebrações todos os dias na nova Igreja na parte nova da cidade e numas casas das comunidades do interior (Sagra-da Família, no Córrego da Onça; Santo Antônio, na Gameleira; São Sebas t ião , na Nova Conquista; Nossa Senhora Aparecida, no Jacobim).

Com fé e emoção a comuni-dade celebrou a primeira missa

FESTEJO DE BOM JESUS DO ARAGUAIA

Bom Jesus do Araguaia, de forma oficial, tem agora uma nova comunidade e uma nova Igreja, gerada pela comunidade-mãe que continuará no mesmo lugar.

O povo foi convidado, na nova Igreja, para no dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Regional, inaugurar o novo teto e, quem sabe, as portas e janelas.

Nós vos pedimos ó Bom Jesus a vossa bênção, vossa bênção e proteção!!!

pe. Damiano

No dia 7 de agosto último aconteceu, em Santa Terezinha, na casa do morro, a última etapa do encontro de formação para novas lideranças, com o tema: a mística de Jesus. Teve inicio com a oração e em seguida a recordação do último encontro, possibilitando ao grupo relem-brar o que foi estudado na etapa anterior.

Neste último encontro foi proposto um dia de retiro no qual os integrantes puderam ter um encontro consigo mesmo e com Deus. O lugar foi propício para um bom dia de retiro, com uma bela vista para o rio Araguaia com uma linda vegetação de cajueiros e jatobás.

Na parte da manhã foi proposto para meditação o evangelho de João 17 e, na parte

FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS EM SANTA TEREZINHA

da tarde, houve uma explanação sobre o que é mística. Em seguida os integrantes se retiram para ter um momento pessoal com a seguinte pergunta: como Jesus se relaciona com Deus a partir dos evangelhos de Mc 6,7-15, Mt 26,36-44 e Jo 17? No fim da tarde retornaram e comenta-ram a experiência adquirida durante o momento de deserto.

Na parte noite houve uma memória dos quatro encontros e uma fala sobre a escola de animadores que se deve iniciar na prelazia. O dia foi encerrado com uma bela celebração eucarística, possibilitando ao grupo um momento de partilha e de uma grande espiritualidade com o Cristo ressuscitado.

José Gomes

Irmã Odete, filha de Etelvino Estevão e de Nilta Cândida de Oliveira. Nasceu 30 de maio de 1950 em Itatinga (SP). Entrou para a Vida Religiosa das Irmãs Franciscanas de Siessen em Agudos (SP) no dia 22 de julho de 1965. Fez sua Primeira Profissão em 15 de janeiro de 1973. Cursou o Curso Técnico em Enfermagem e pode prolongar em sua vida a misericórdia do Pai. Pessoa silenciosa que irradiava paz e tranquilidade a todos. Soube por em primeiro lugar o Reino de Deus, vivendo o carisma da Congregação: “ser simples, pobre e menor, com o olhar confiante em Deus”.

Fiel em sua Consagração Religiosa experimentou a alegria da vida fraterna, no serviço das irmãs enfermas e na alegria dos encontros comunitários, nas celebrações litúrgicas e também na participação da vida na Igreja. Prestou serviço em várias comunida-des e em hospitais (Agudos, Getulina, Paranaíba). Teve a oportuni-dade de servir na Casa de Apoio Sol Nascente de Lagoinha (SP), onde vivenciou o carisma de São Francisco de modo mais integral, vendo no rosto sofrido dos portadores do HIV, na sua fase terminal, o rosto de Cristo Crucificado.

Em comunidades inseridas tais como União de Minas, Coroatá (MA). No período de 2007 a 2009, doou sua vida na missão de Coutinho União, assentamento de Querência (MT) na Prelazia de São Félix do Araguaia. Ultimamente se encontrava na Fazenda da Esperança - Pedrinhas na Comunidade Santa Clara, onde realizou sua vocação no serviço aos recuperandos, no atendimento aos peregrinos e ainda visitava os idosos e enfermos da vizinhança, levando-lhes o conforto espiritual.

No dia 24 de julho, foi assassinada violentamente, dentro do próprio Convento Santa Clara. Aí entregou a sua vida nas mãos do Pai a quem ela serviu em grande humildade e amor. É uma mártir da Esperança!

Que sua vida doada tragicamente seja sementeira de muitas vocações. Seja também uma suplica a Deus Onipotente para que a palavra de vida seja semeada em todos os corações dando frutos de bondade, de paz, e de florescimento vocacional para todo povo de Deus. Como pessoas de fé a exemplo de São Francisco reza-mos:

“Senhor fazei de nós instrumentos de vossa paz”! Onde há ódio, levemos o amor, onde a ofensa levemos o perdão... Pois é morren-do que se vive para vida eterna...”

Ir. Rosa Maria Severino

Provincial das Irmãs Franciscanas de Siessen

IR. ODETE APARECIDA DOS ANJOS

Foto: Irmãs Franciscanas de Siessen

Foto: José Gomes

Foto: Redação

Page 10: MISSÃO - prelazia série de contos desligados um do outro, mas é a narração de um caminho que o antigo povo de Deus fez para conhecer e se encontrar com o seu Deus que é o Deus

“A REALIDADE EXIGE MUDANÇAS”

saúde e educaçãoALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 10

Ir. Maria José de Sousa CruzEquipe Indigenista em Luciara-MT

Nos dias 19 a 23 de julho de 2015, o Conselho Indigenista Missionário do Regional Mato Grosso, realizou a sua 41ª Assembleia anual e eletiva, em São Lourenço de Fátima, Diocese de Rondonópolis – Guiratinga. O tema convocatório da assembleia foi “A realidade exige mudanças” o qual reuniu cerca de 50 participantes entre missionários e convidados para celebrar, refletir, avaliar, conviver e planejar a caminhada enquanto missionários e missionárias em Mato Grosso.

Dom Juventino Kestering, bispo de Rondonópolis e referenci-al do CIMI junto ao regional Oeste II da CNBB, esteve presente e na abertura dos trabalhos, dirigiu a todos palavras de esperanças e alegrias, ao refletir sobre o renascer de uma Esperança sustentada na “Alegria do Evangelho”. A Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, sobre O Cuidado da Casa Comum, também foi destacada pelo bispo, na sua reflexão. A Esperança apoiada na “Alegria do Evangelho” remeteu para a experiência de vida cristã - de missionários e missionárias do CIMI – para o encontro com Cristo, com o outro, com as pessoas, as quais são atitudes de evangelização encarnadas na história, nas situações concretas da vida humana, nos seus contextos culturais, sociais, políticos, econômicos e religiosos. É nesse sentido que a vivência do evangelho sustenta o testemunho, o compromisso, o anúncio, a denúncia e anima a presença dos missionários junto aos povos originários enquanto manifestação da misericórdia, do amor gratuito de Deus, aqui e agora (Is. 40,28) gerando em cada um a alegria fraterna do encontro e da convivência cotidiana (I Jo. 1,1- 4) a partir do que é vivido e ouvido.

O Cuidado sobre a Casa Comum é uma exortação para todos no sentido da necessidade urgente de proteger o planeta e seus ecossistemas terrestres e aquáticos. Pois, é da relação humana responsável e respeitosa que depende a vida de todos os seres

vivos do planeta. A nossa irmã, a mãe terra, vítima de maus tratos, da violenta exploração e devastação, “geme e sofre as dores de parto” (Rm 8,22) por causa do comportamento h u m a n o d e s e n f r e a d o e ganancioso. O cuidar da casa comum implica em mudanças de pensamento e de atitudes; como o sentir-se parte do universo enquanto criatura do mesmo Criador. Nisso, Dom Juventino, bem lembrou as palavras do Papa Francisco: “insistir no desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentá-vel e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado” (13).

A análise polít ica teve e s p a ç o n a a s s e m b l e i a . Gilberto Vieira, secretário adjunto do CIMI, descreveu a conjuntura atual da política indigenista como desafiadora e de grave desrespeito com os direitos constitucionais dos povos indígenas, no que se refere aos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. Para Vieira, apesar da existência de alguns avanços na perspectiva dos direitos sociais e de alguns segmentos, os direitos ataca-dos vão além dos direitos dos povos indígenas. A questão da terra é matéria que tramita nas três instâncias sob a vigência dos Projetos de Emendas Constitucionais como as PECs 215 e 227, assim como o Projeto de Lei 1610.

A eleição da nova coorde-nação do CIMI Regional de Mato Grosso foi vivenciada com expectativas, compromis-so e comunhão, por parte dos participantes da assembleia, os quais elegeram Natalia

Bianchi F i lardo, Rodol fo Henrique de Oliveira Ferraz e Maria de Lourdes Araujo Duarte para coordenar o Regional Mato Grosso. Diante de uma conjuntura desfavorá-vel aos direitos constitucionais dos povos indígenas, ficou claro para os missionários e missionárias do regional, que os próximos períodos exigiram mais empenho e ousadia contra os projetos legislativos

que visam acabar com os direitos territoriais dos povos indígenas. Assim, na alegria do Evangelho que fortalece a esperança e anima a caminha-da, a assembleia foi concluída na certeza de que o Deus da Vida é fiel no seu amor e proteção.

MISSA SERTANEJA E FESTA DO COLONO E MOTORISTA

MOVIMENTAM QUERÊNCIAUm evento religioso, mas

com forte enraizamento nas tradições culturais do Centro-Oeste (missa sertaneja) e outro de caráter sócio-histórico, a comemoração do dia do colono e do motorista, acabaram mov imentando o f im de s e m a n a d a c i d a d e d e Querência-MT.

A Missa Sertaneja. Em sua quinta edição, a missa sertane-ja deste ano aconteceu numa sexta-feira (24 de julho),devido aos casamentos já agendados para os sábados. O temor de que a data afastaria o público não se confirmou e os fiéis acorreram em grande número, lotando completamente a igreja Imaculada Conceição, no horário das 19h30min.

Sob a influência e bem do gosto do povo goiano, a missa s e r t a n e j a c o m e ç o u e m Querênc ia em 2011. De imediato teve grande aceitação das comunidades e a cada ano aumenta a adesão e aparecem Inovações na decoração , nos cânt icos e ins t rumentos musicais.

Os cânticos usam melodias sertanejas (Luar do sertão, Menino da porteira...) em letras religiosas. Não pode faltar a

viola, a sanfona, o berrante e o v i o l ã o . N o s s a S e n h o r a Aparecida trazida em procissão emociona a assembleia e mu i tas l ág r imas b ro tam espontaneamente.

Dia do Colono e Motorista. Devido à forte presença dos c o l o n i z a d o r e s s u l i s t a s , Querência tem a tradição de comemorar todos os anos, no último domingo de julho, o dia d o c o l o n o e m o t o r i s t a . Promovido pela Associação de Desenvolvimento de Querência (Adesque), este evento tem basicamente três partes. Às 9h começa o desfile de máquinas agrícolas, caminhões e carros em geral. O roteiro é a Avenida Cuiabá, e em frente à Igreja Imaculada Conceição acontece a bênção com muita água benta para operadores, motoristas e seus familiares com seus carros e máquinas.

O ponto final do desfile é no pavilhão da Adesque onde às 10h acontece o tradicional culto ecumênico. Ao meio dia é servido um tradicional churras-co no mais puro estilo gaúcho. E à tarde tem jogo de truco, sorteios e muita dança.

Frei Arcides Luiz Favaretto,OFM

IRMÃ VERA LÚCIA ALTOÉ,COORDENADORA NACIONAL DA PASTORAL DA CRIANÇA, VISITA A PRELAZIA

este espaço é seuALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 11

Dia 17/08. Irmã Vera Altoé esteve em Porto Alegre do Norte, onde depois de uma noite de descanso, às 8h dá uma entrevista à rádio Tapirapé, destacando a importância da participação da comunidade local na missão da Pastoral da Criança. Juntamente com irmã Ivanete, visita dona Ana, moradora mais antiga da cidade e também uma criança recém-nascida. Após uma conversa com Pe. Nicola, almoça com algumas líderes e a equipe de pastoral, no Centro Comunitário Pe. Josimo. Antes de sair para Alto Boa Vista, irmã Vera Lúcia, acompanhada das irmãs Ivanete e Udinailza (Iza), cumpri-menta Dom Adriano que estava chegando de viagem. Irmã Vera Lúcia, manifesta a ele sua alegria em saber e ver que as ações da Pastoral da Criança são assumidas por todos os agentes de pastoral da Prelazia como missão de todos. Às 19h, momento de encontrar-se com as líderes e agentes do Regional Alto Boa Vista. Encontro alegre, que a partir da acolhida da Coordenadora de Ramo Iracema Lopes Santos, dando atenção especial a visitante de longe, irmã Vera Lúcia, fez-se um forte momento de oração, preparada pelo seminarista Daniel, a coorde-nadora de área irmã Dulcinéia dos Santos Rodrigues e Padre Aldo Busso que, com a encenação da parábola dos vasos, teve uma imagem enriquecedora. Irmã Vera Lúcia, reflete com o grupo sobre o cuidado com a criança e a gestante a partir da ultima gravação da Dra. Zilda, onde ela agradece a Deus por ter lhe confiado à missão de fundar a Pastoral da Criança em 1983. Aproveita também para dizer às líderes que permaneçam animadas na missão de trabalhar para que todas as crianças tenham vida e a tenham em abundância.Dia 18, bem cedinho, além das irmãs Ivanete e Iza, pe. Aldo e irmãs Dulcinéa, Fatima e a senhora Sônia, acompanham irmã Vera à visita na aldeia Marâiwatsédé. Onde é carinhosamente acolhida.A vida presente em tão pouco espaço e possibilidades, lhe chama muito atenção. Seus olhos se voltam para o número de crianças desnutridas, diante disso faz uma conversa com a enfermeira e

técnicas de saúde para reforçar as ações contra a desnutrição que já vêm sendo realizadas mensalmente pela equipe de pastoral de Alto Boa Vista. Neste mesmo dia se dirige à São Felix do Araguaia, onde primeiramente cumprimenta Dom Pedro, e se emociona em revê-lo depois de muitos anos. Ás 19h:30min, no salão comuni-tário, irmã Vera Lúcia se encontra com as líderes de São Felix do Araguaia, onde nova-mente é recebida com alegria. O evangelho da multiplicação dos pães ajuda irmã Vera a aprofun-dar com as lideres, a importân-cia da partilha e da solidariedade na realização da missão da pastoral da Criança.Dia 19, com os primeiros raios do sol, pelo querido rio Araguaia juntamente com a senhora Graça Parente, Marilia, e as irmãs Dulcinéia, Iza e Ivanete chega a Aldeia Fontoura. A docilidade dos líderes, das crianças, enfim, de todas as pessoas da comunidade, é motivo de grande alegria e aprendizado. Se sente bem em estar juntos deles, e logo percebe que as cr ianças ocupam o centro das suas vidas. «A missão da Pastoral da Criança, aqui tem espaço para crescer e se multiplicar», diz ela, ao deixar as lideranças da comunidade.No final desta tarde, a celebra-ção da vida na casa dos líderes Suely e Ney, na Vila alta é animada por todos. Enquanto as mães conversam, as crianças b r i ncam, p in tam, ouvem historias e também são pesa-das. Cantando pedem a Deus que abençoe a todos, que lhes sustente na missão de ser mãe, ser pai, ser liderança na comuni-dade e que de modo especial abençoe as mães gestantes e as crianças e que elas cresçam em sabedoria e graça. Irmã Vera Lúcia, dirige a todos palavras de esperança e vida, manifesta sua alegria em ver e sentir que a Pastoral da Criança, também nesta comunidade, se coloca a serviço da vida desde a concep-ção até aos seis, sete... oitenta anos de vida, destacando a presença das pessoas idosas juntamente com as crianças pequenas.Dia 20, último dia em São Félix.

Depois da missa na casa da equipe, irmã Vera dá uma entrevista à rádio local, na qual além da falar sobre o fluxo das atividades da pastoral da criança, aproveita para resaltar a importância de todos os segui-mentos da soc iedade se colocarem a serviço da vida e da esperança, só assim, juntos, construiremos um mundo melhor.

Irmã Vera Lúcia Altoé, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, visitou Querência (MT) no último dia 16 de agosto. Líderes e apoios de boa parte das paróquias da Prelazia de São Félix do Araguaia vieram prestigiar o evento, somando em torno de oitenta pessoas, com destaque para a presença de jovens.A MISSÃO DA PASTORAL DA CRIANÇA. O encontro transcorreu num ambiente alegre e festivo e contou também com a presença da coordena-dora estadual da Pastoral da Criança, a senhora Lúcia Schuster, que veio acompanhada do seu esposo, Luiz Schuster. Irmã Ivanete Rimoldi, coordenadora da Pastoral da Criança da Prelazia de São Félix do Araguaia, coordenou o evento, que foi realizada na sede desta pastoral, no setor Nova Querência.Em meio a várias brincadeiras, sorteios e dinâmicas , foi aprofundado o tema da missão da Pastoral da Criança. Desde a sua origem, com a saudosa Drª Zilda Arns (+2010), esta pastoral tem uma missão clara: salvar vidas. Acompanha, portanto, mães gestantes e crianças com até seis anos, através de visitas e encontros. As crianças são pesadas e avaliadas no seu crescimento. As mães recebem orientações no campo da saúde, higiene e alimentação.A PASTORAL DA CRIANÇA EM QUERÊNCIA. Iniciada em 1998, a Pastoral da Criança em Querência é fruto da dedicação de líderes leigos e das irmãs Escolares, vindas de Ribeirão Cascalheira. A sede, para reuniões e pesagem, funcionou nos fundos da capela Nossa Senhora Aparecida, no setor F. Só em 2010 foi construída uma sede nova, mais espaçosa e equipada, no setor Nova Querência, junto à comunidade São José. Entre a cidade e os assentamen-tos, o Ramo de Querência atende em torno de 200 crianças. Os xaropes e multimistura são preparados pelas

líderes e apoios, com doações de empresas e particulares.O ENCONTRO EM QUERÊNCIA. A visita da Irmã Vera Lúcia foi aguardada e preparada com carinho e muita dedicação pelo Ramo da Pastoral da Criança de Querência. Uma varanda nova, uma calçada e uma “rampa” de acesso à sede deixaram o espaço acolhedor e amplo. O entorno também mereceu retoques e tudo estava muito bonito quando no dia 16, domingo de manhã, chegaram as líderes dos assentamentos de Querência, mais o ônibus de Porto Alegre do Norte (com grupos de São Félix do Araguaia, Confresa e Canabrava do Norte) e as delegações de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e Ribe i rão cascalheira. Por fim , vindos de Canarana, chegaram Lúcia e Luiz Schuster e Irmã Vera Lúcia. A equipe local, sob a coordenação da senhora Margarete de Ávila Gontijo, esteve o tempo todo atenta para garantir o bom êxito do encontro. Não faltou a água gelada para amenizar o intenso calor. E houve abundância de lanches e um almoço à base de galinhada gaúcha e goiana, para atender todos os gostos.ÀS 11h30 foi celebrada a Eucaristia, presidida pelo pároco Frei Arcides Luiz Favaretto, OFM. Ele destacou que a Assunção de Nossa Senhora , comemorada neste dia, revela a nossa vocação de um dia estarmos todos na glória do Pai. e acrescentou que na visita de Maria a Isabel está a alegria e o cuidado pela vida. São duas gestantes portadoras de esperança e agradecidas ao Deus da vida.Quando encerrou o encontro, às 15h30, i rmã Vera deixou sua imagem sorridente em muitas fotos e levou lembranças e agrados do povo da Prelazia e sobretudo o carinho do povo do sertão.

Frei Arcide Luiz Favaretto, OFM

Às 13h:30min irmã Vera Lúcia Altoé, embarca para Curitiba, levando consigo a alegria de ter tido espaço para partilhar, durante toda a visita à Prelazia de São Felix do Araguaia, a vida com os que se colocam a serviço da Vida e do Evangelho sendo testemunhas do Reino.

Ir. Ivanete Rimoldi

VISITA A QUERÊNCIA

Aldeia Marâiwatsédé São Félix do Araguaia Alto Boa Vista

Aldeia Fontoura Casa de Suely e Ney

16/08/2015. Encontrão de líderes em Querência Foto: Pastoral da Criança.

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“A REALIDADE EXIGE MUDANÇAS”

saúde e educaçãoALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 10

Ir. Maria José de Sousa CruzEquipe Indigenista em Luciara-MT

Nos dias 19 a 23 de julho de 2015, o Conselho Indigenista Missionário do Regional Mato Grosso, realizou a sua 41ª Assembleia anual e eletiva, em São Lourenço de Fátima, Diocese de Rondonópolis – Guiratinga. O tema convocatório da assembleia foi “A realidade exige mudanças” o qual reuniu cerca de 50 participantes entre missionários e convidados para celebrar, refletir, avaliar, conviver e planejar a caminhada enquanto missionários e missionárias em Mato Grosso.

Dom Juventino Kestering, bispo de Rondonópolis e referenci-al do CIMI junto ao regional Oeste II da CNBB, esteve presente e na abertura dos trabalhos, dirigiu a todos palavras de esperanças e alegrias, ao refletir sobre o renascer de uma Esperança sustentada na “Alegria do Evangelho”. A Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, sobre O Cuidado da Casa Comum, também foi destacada pelo bispo, na sua reflexão. A Esperança apoiada na “Alegria do Evangelho” remeteu para a experiência de vida cristã - de missionários e missionárias do CIMI – para o encontro com Cristo, com o outro, com as pessoas, as quais são atitudes de evangelização encarnadas na história, nas situações concretas da vida humana, nos seus contextos culturais, sociais, políticos, econômicos e religiosos. É nesse sentido que a vivência do evangelho sustenta o testemunho, o compromisso, o anúncio, a denúncia e anima a presença dos missionários junto aos povos originários enquanto manifestação da misericórdia, do amor gratuito de Deus, aqui e agora (Is. 40,28) gerando em cada um a alegria fraterna do encontro e da convivência cotidiana (I Jo. 1,1- 4) a partir do que é vivido e ouvido.

O Cuidado sobre a Casa Comum é uma exortação para todos no sentido da necessidade urgente de proteger o planeta e seus ecossistemas terrestres e aquáticos. Pois, é da relação humana responsável e respeitosa que depende a vida de todos os seres

vivos do planeta. A nossa irmã, a mãe terra, vítima de maus tratos, da violenta exploração e devastação, “geme e sofre as dores de parto” (Rm 8,22) por causa do comportamento h u m a n o d e s e n f r e a d o e ganancioso. O cuidar da casa comum implica em mudanças de pensamento e de atitudes; como o sentir-se parte do universo enquanto criatura do mesmo Criador. Nisso, Dom Juventino, bem lembrou as palavras do Papa Francisco: “insistir no desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentá-vel e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado” (13).

A análise polít ica teve e s p a ç o n a a s s e m b l e i a . Gilberto Vieira, secretário adjunto do CIMI, descreveu a conjuntura atual da política indigenista como desafiadora e de grave desrespeito com os direitos constitucionais dos povos indígenas, no que se refere aos poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. Para Vieira, apesar da existência de alguns avanços na perspectiva dos direitos sociais e de alguns segmentos, os direitos ataca-dos vão além dos direitos dos povos indígenas. A questão da terra é matéria que tramita nas três instâncias sob a vigência dos Projetos de Emendas Constitucionais como as PECs 215 e 227, assim como o Projeto de Lei 1610.

A eleição da nova coorde-nação do CIMI Regional de Mato Grosso foi vivenciada com expectativas, compromis-so e comunhão, por parte dos participantes da assembleia, os quais elegeram Natalia

Bianchi F i lardo, Rodol fo Henrique de Oliveira Ferraz e Maria de Lourdes Araujo Duarte para coordenar o Regional Mato Grosso. Diante de uma conjuntura desfavorá-vel aos direitos constitucionais dos povos indígenas, ficou claro para os missionários e missionárias do regional, que os próximos períodos exigiram mais empenho e ousadia contra os projetos legislativos

que visam acabar com os direitos territoriais dos povos indígenas. Assim, na alegria do Evangelho que fortalece a esperança e anima a caminha-da, a assembleia foi concluída na certeza de que o Deus da Vida é fiel no seu amor e proteção.

MISSA SERTANEJA E FESTA DO COLONO E MOTORISTA

MOVIMENTAM QUERÊNCIAUm evento religioso, mas

com forte enraizamento nas tradições culturais do Centro-Oeste (missa sertaneja) e outro de caráter sócio-histórico, a comemoração do dia do colono e do motorista, acabaram mov imentando o f im de s e m a n a d a c i d a d e d e Querência-MT.

A Missa Sertaneja. Em sua quinta edição, a missa sertane-ja deste ano aconteceu numa sexta-feira (24 de julho),devido aos casamentos já agendados para os sábados. O temor de que a data afastaria o público não se confirmou e os fiéis acorreram em grande número, lotando completamente a igreja Imaculada Conceição, no horário das 19h30min.

Sob a influência e bem do gosto do povo goiano, a missa s e r t a n e j a c o m e ç o u e m Querênc ia em 2011. De imediato teve grande aceitação das comunidades e a cada ano aumenta a adesão e aparecem Inovações na decoração , nos cânt icos e ins t rumentos musicais.

Os cânticos usam melodias sertanejas (Luar do sertão, Menino da porteira...) em letras religiosas. Não pode faltar a

viola, a sanfona, o berrante e o v i o l ã o . N o s s a S e n h o r a Aparecida trazida em procissão emociona a assembleia e mu i tas l ág r imas b ro tam espontaneamente.

Dia do Colono e Motorista. Devido à forte presença dos c o l o n i z a d o r e s s u l i s t a s , Querência tem a tradição de comemorar todos os anos, no último domingo de julho, o dia d o c o l o n o e m o t o r i s t a . Promovido pela Associação de Desenvolvimento de Querência (Adesque), este evento tem basicamente três partes. Às 9h começa o desfile de máquinas agrícolas, caminhões e carros em geral. O roteiro é a Avenida Cuiabá, e em frente à Igreja Imaculada Conceição acontece a bênção com muita água benta para operadores, motoristas e seus familiares com seus carros e máquinas.

O ponto final do desfile é no pavilhão da Adesque onde às 10h acontece o tradicional culto ecumênico. Ao meio dia é servido um tradicional churras-co no mais puro estilo gaúcho. E à tarde tem jogo de truco, sorteios e muita dança.

Frei Arcides Luiz Favaretto,OFM

IRMÃ VERA LÚCIA ALTOÉ,COORDENADORA NACIONAL DA PASTORAL DA CRIANÇA, VISITA A PRELAZIA

este espaço é seuALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 11

Dia 17/08. Irmã Vera Altoé esteve em Porto Alegre do Norte, onde depois de uma noite de descanso, às 8h dá uma entrevista à rádio Tapirapé, destacando a importância da participação da comunidade local na missão da Pastoral da Criança. Juntamente com irmã Ivanete, visita dona Ana, moradora mais antiga da cidade e também uma criança recém-nascida. Após uma conversa com Pe. Nicola, almoça com algumas líderes e a equipe de pastoral, no Centro Comunitário Pe. Josimo. Antes de sair para Alto Boa Vista, irmã Vera Lúcia, acompanhada das irmãs Ivanete e Udinailza (Iza), cumpri-menta Dom Adriano que estava chegando de viagem. Irmã Vera Lúcia, manifesta a ele sua alegria em saber e ver que as ações da Pastoral da Criança são assumidas por todos os agentes de pastoral da Prelazia como missão de todos. Às 19h, momento de encontrar-se com as líderes e agentes do Regional Alto Boa Vista. Encontro alegre, que a partir da acolhida da Coordenadora de Ramo Iracema Lopes Santos, dando atenção especial a visitante de longe, irmã Vera Lúcia, fez-se um forte momento de oração, preparada pelo seminarista Daniel, a coorde-nadora de área irmã Dulcinéia dos Santos Rodrigues e Padre Aldo Busso que, com a encenação da parábola dos vasos, teve uma imagem enriquecedora. Irmã Vera Lúcia, reflete com o grupo sobre o cuidado com a criança e a gestante a partir da ultima gravação da Dra. Zilda, onde ela agradece a Deus por ter lhe confiado à missão de fundar a Pastoral da Criança em 1983. Aproveita também para dizer às líderes que permaneçam animadas na missão de trabalhar para que todas as crianças tenham vida e a tenham em abundância.Dia 18, bem cedinho, além das irmãs Ivanete e Iza, pe. Aldo e irmãs Dulcinéa, Fatima e a senhora Sônia, acompanham irmã Vera à visita na aldeia Marâiwatsédé. Onde é carinhosamente acolhida.A vida presente em tão pouco espaço e possibilidades, lhe chama muito atenção. Seus olhos se voltam para o número de crianças desnutridas, diante disso faz uma conversa com a enfermeira e

técnicas de saúde para reforçar as ações contra a desnutrição que já vêm sendo realizadas mensalmente pela equipe de pastoral de Alto Boa Vista. Neste mesmo dia se dirige à São Felix do Araguaia, onde primeiramente cumprimenta Dom Pedro, e se emociona em revê-lo depois de muitos anos. Ás 19h:30min, no salão comuni-tário, irmã Vera Lúcia se encontra com as líderes de São Felix do Araguaia, onde nova-mente é recebida com alegria. O evangelho da multiplicação dos pães ajuda irmã Vera a aprofun-dar com as lideres, a importân-cia da partilha e da solidariedade na realização da missão da pastoral da Criança.Dia 19, com os primeiros raios do sol, pelo querido rio Araguaia juntamente com a senhora Graça Parente, Marilia, e as irmãs Dulcinéia, Iza e Ivanete chega a Aldeia Fontoura. A docilidade dos líderes, das crianças, enfim, de todas as pessoas da comunidade, é motivo de grande alegria e aprendizado. Se sente bem em estar juntos deles, e logo percebe que as cr ianças ocupam o centro das suas vidas. «A missão da Pastoral da Criança, aqui tem espaço para crescer e se multiplicar», diz ela, ao deixar as lideranças da comunidade.No final desta tarde, a celebra-ção da vida na casa dos líderes Suely e Ney, na Vila alta é animada por todos. Enquanto as mães conversam, as crianças b r i ncam, p in tam, ouvem historias e também são pesa-das. Cantando pedem a Deus que abençoe a todos, que lhes sustente na missão de ser mãe, ser pai, ser liderança na comuni-dade e que de modo especial abençoe as mães gestantes e as crianças e que elas cresçam em sabedoria e graça. Irmã Vera Lúcia, dirige a todos palavras de esperança e vida, manifesta sua alegria em ver e sentir que a Pastoral da Criança, também nesta comunidade, se coloca a serviço da vida desde a concep-ção até aos seis, sete... oitenta anos de vida, destacando a presença das pessoas idosas juntamente com as crianças pequenas.Dia 20, último dia em São Félix.

Depois da missa na casa da equipe, irmã Vera dá uma entrevista à rádio local, na qual além da falar sobre o fluxo das atividades da pastoral da criança, aproveita para resaltar a importância de todos os segui-mentos da soc iedade se colocarem a serviço da vida e da esperança, só assim, juntos, construiremos um mundo melhor.

Irmã Vera Lúcia Altoé, coordenadora nacional da Pastoral da Criança, visitou Querência (MT) no último dia 16 de agosto. Líderes e apoios de boa parte das paróquias da Prelazia de São Félix do Araguaia vieram prestigiar o evento, somando em torno de oitenta pessoas, com destaque para a presença de jovens.A MISSÃO DA PASTORAL DA CRIANÇA. O encontro transcorreu num ambiente alegre e festivo e contou também com a presença da coordena-dora estadual da Pastoral da Criança, a senhora Lúcia Schuster, que veio acompanhada do seu esposo, Luiz Schuster. Irmã Ivanete Rimoldi, coordenadora da Pastoral da Criança da Prelazia de São Félix do Araguaia, coordenou o evento, que foi realizada na sede desta pastoral, no setor Nova Querência.Em meio a várias brincadeiras, sorteios e dinâmicas , foi aprofundado o tema da missão da Pastoral da Criança. Desde a sua origem, com a saudosa Drª Zilda Arns (+2010), esta pastoral tem uma missão clara: salvar vidas. Acompanha, portanto, mães gestantes e crianças com até seis anos, através de visitas e encontros. As crianças são pesadas e avaliadas no seu crescimento. As mães recebem orientações no campo da saúde, higiene e alimentação.A PASTORAL DA CRIANÇA EM QUERÊNCIA. Iniciada em 1998, a Pastoral da Criança em Querência é fruto da dedicação de líderes leigos e das irmãs Escolares, vindas de Ribeirão Cascalheira. A sede, para reuniões e pesagem, funcionou nos fundos da capela Nossa Senhora Aparecida, no setor F. Só em 2010 foi construída uma sede nova, mais espaçosa e equipada, no setor Nova Querência, junto à comunidade São José. Entre a cidade e os assentamen-tos, o Ramo de Querência atende em torno de 200 crianças. Os xaropes e multimistura são preparados pelas

líderes e apoios, com doações de empresas e particulares.O ENCONTRO EM QUERÊNCIA. A visita da Irmã Vera Lúcia foi aguardada e preparada com carinho e muita dedicação pelo Ramo da Pastoral da Criança de Querência. Uma varanda nova, uma calçada e uma “rampa” de acesso à sede deixaram o espaço acolhedor e amplo. O entorno também mereceu retoques e tudo estava muito bonito quando no dia 16, domingo de manhã, chegaram as líderes dos assentamentos de Querência, mais o ônibus de Porto Alegre do Norte (com grupos de São Félix do Araguaia, Confresa e Canabrava do Norte) e as delegações de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e Ribe i rão cascalheira. Por fim , vindos de Canarana, chegaram Lúcia e Luiz Schuster e Irmã Vera Lúcia. A equipe local, sob a coordenação da senhora Margarete de Ávila Gontijo, esteve o tempo todo atenta para garantir o bom êxito do encontro. Não faltou a água gelada para amenizar o intenso calor. E houve abundância de lanches e um almoço à base de galinhada gaúcha e goiana, para atender todos os gostos.ÀS 11h30 foi celebrada a Eucaristia, presidida pelo pároco Frei Arcides Luiz Favaretto, OFM. Ele destacou que a Assunção de Nossa Senhora , comemorada neste dia, revela a nossa vocação de um dia estarmos todos na glória do Pai. e acrescentou que na visita de Maria a Isabel está a alegria e o cuidado pela vida. São duas gestantes portadoras de esperança e agradecidas ao Deus da vida.Quando encerrou o encontro, às 15h30, i rmã Vera deixou sua imagem sorridente em muitas fotos e levou lembranças e agrados do povo da Prelazia e sobretudo o carinho do povo do sertão.

Frei Arcide Luiz Favaretto, OFM

Às 13h:30min irmã Vera Lúcia Altoé, embarca para Curitiba, levando consigo a alegria de ter tido espaço para partilhar, durante toda a visita à Prelazia de São Felix do Araguaia, a vida com os que se colocam a serviço da Vida e do Evangelho sendo testemunhas do Reino.

Ir. Ivanete Rimoldi

VISITA A QUERÊNCIA

Aldeia Marâiwatsédé São Félix do Araguaia Alto Boa Vista

Aldeia Fontoura Casa de Suely e Ney

16/08/2015. Encontrão de líderes em Querência Foto: Pastoral da Criança.

Page 12: MISSÃO - prelazia série de contos desligados um do outro, mas é a narração de um caminho que o antigo povo de Deus fez para conhecer e se encontrar com o seu Deus que é o Deus

ALVORADA N° 313 SETEMBRO/OUTUBRO DE 2015 12

Foto: Daniel15 e 16 de agosto: Encontro vocacional

Em 2015 a Juventude Brasileira recebe um convite muito especial, em comemoração aos 30 anos de história do DNJ, somos convidados, a partir da Campanha da Fraternidade a refletir e celebrar o tema: JUVENTUDE CONSTRUINDO UMA NOVA SOCIEDADE sob a iluminação bíblica “Estou no meio de voz como aquele que serve...”(Lc 22,27)

Através do Concilio Vaticano II a Igreja convoca todos os cristãos a colocarem a criatividade e força a serviço do Reino, sendo sobre tudo presença transformadora, e os jovens sabem bem como colocar a criatividade em ação, sendo “Alegria e Esperança” de nossa sociedade, anunciando nele e para ela a “Luz dos Povos.”

Em nossa prelazia o Setor Juventude orientado pela CNBB e considerando as realidades que nos circundam, prepara com muito carinho o DNJ 2015 que acontecerá nos dias 17 e 18 em São José do Xingu. Queremos fazer desse momento em nossa igreja um verdadeiro pentecostes, por isso o mergulho no tema conta tam-bém, e de forma especial, com as experiências e vivências que cada grupo de jovens possui em suas comunidades, lugar de encontro com o Cristo vivo presente no irmão. Nesse sentido a nossa missão e história não começa, muito menos para por aqui. Sonhamos e lutamos por uma sociedade mais fraterna e cheia de Deus.

Nos vemos em São José do Xingu, onde juntos celebraremos nosso anseio de eternizar nossas juventudes na caminhada com Jesus por mundo melhor, repleto de justiça e alegria.

Seminarista Marco Antonio Dorneu Gallo

Nos dias 22 e 23 de agosto último, cerca de 28 jovens part ic iparam do pr imeiro acampamento jovem, realizado na chácara do senhor Darci Tosatti, distante 10 quilômetros da cidade de Querência-MT. Acompanhados por adultos e assessores do setor juventude, os jovens cumpriram uma programação que foi do entro-samento com d inâmica e brincadeiras, a orações, leituras bíblicas e também lazer.

O SÁBADO. Os participan-tes chegaram de ônibus ao local do encontro no sábado pela manhã. E logo foram divididos em três famílias: Assis, São Pedro e Santa Luiza. Ainda antes do almoço aconteceu a acolhida e foi dado um tempo para cada um escrever sua biografia e em seguida arruma as barracas.

No almoço foi degustada uma galinhada saborosa e abundante, preparada pelas mãos competentes de Marinês Gresele e Vanderleia Hon. Em seguida foi a vez da palestra do neo-sacerdote André Pereira de Ribeirão Cascalheira. Ele discorreu sobre a fé que o jovem tem. Seguiu-se um bate papo com o palestrante para tirar duvidas e aprofundar alguns pontos. E não poderia faltar, mais para o fim da tarde ,um gostoso banho no rio Betis, que forma um lago a 10 metros do barracão do encontro. O intenso calor reinante convidava para um bom mergulho, refrescante e

reconfortador.

A essa altura os jovens já estavam preparados para dar o salto da fé, uma dinâmica conduzida pela jovem Juliana Aparecida Dias, que junto com o seminarista Tiago Polonha, a irmã Maurícia Prado e Josieli Kehl, coordenou e assessorou todo o encontro. E para concluir a tarde foi rezado o terço missionário.

Na janta foi serviço um delicioso cachorro-quente. Logo após Márcia Pezzini promoveu uma partilha sobre a família, o que mexeu com muitos jovens. À hora de dormir alguns mataram a saudade do celular pois não fora usado durante o dia.

D O M I N G O C O M DESERTO . E o dom ingo começou cedo. O oficio divino das comunidades serviu como oração da manhã, logo após o café. Na sequência o seminaris-ta Tiago orientou um tempo do deserto, para oração pessoal, leituras bíblicas e muito silêncio. Ao mesmo tempo, Pe. André atendia confissões, oportunida-de aproveitada por boa parte dos jovens presentes.

GRUPO JUVENES FIDEI PROMOVE ACAMPAMENTO DE JOVENS

Houve um espaço de uma hora para partilhar a experiência do deserto, enquanto seguiam as confissões. Às 11h30 iniciou a missa, presidida por frei Arcides Luiz Favaretto, que teve a animação do grupo de Bianca Mignoli Queiroz. O almoço foi u m s a b o r o s o c h u r r a s c o , preparado pelo anfitrião Tosatti e auxiliado por Dirceu Gresele.

A tarde estava reservada para o lazer, mas antes de entrar na água, cada um desmontou sua barraca, arrumou seus pertences pessoais e depois pode se divertir à vontade, nadando e pulando do trampo-l im. A lguns se reve laram ve rdade i ros ac roba tas e mergulhadores exímios.

Quando, às 17h, o ônibus devolveu a turma em frente à igreja Imaculada Conceição, todos estavam levemente queimados pelo sol, um pouco cansados, mas muito satisfeitos e dispostos a continuar a caminhada no grupo, que agora tem como meta a preparação para o Dia Nacional da Juventu-de(DNJ).

Frei Arcides Luiz Favaretto, OFM

Foto: Regional Querência

BEM VINDO, ERINALDO!Chamo-me Erinaldo Cezar

da Silva, natural de Euclides da Cunha-BA. Desde cr iança participava das celebrações dominicais/semanais, e isso despertava-me o desejo de ser padre. Em seguida, recebi o convite do Pároco, Pe. Jayme de Oliveira para ajudar no Canto-Li turgia, equipe de coroinhas, e, demais serviços

paroquiais. Tais experiências serviram-me como amadureci-mento-crescimento na vocação ao sacerdócio. Sou, também, formado em Filosofia / Teologia. Estava residindo em São Paulo, capital, junto aos meus familia-res. Hoje, disponho-me a exercer minhas atividades pastorais na Igreja de São Félix do Araguaia, que traz, em sua

essên-cia, um jeito simples, humilde e alegre de

anunciar o Evangelho. Enfim, agradeço desde já a acolhida. O Senhor nos acompanhe.

Eis-me aqui!