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FICHA DE APOIO Tema: A arte e os artistas paleolíticos do Vale do Côa
Documento 1
CONTEXTUALIZAÇÃO ESPACIAL
O rio Côa nasce na Serra da Malcata, e correndo de Sul para Norte, desagua no rio Douro, depois de percorrer 130 km. Vila Nova de Foz Côa é uma localidade da Beira Alta, no interior de Portugal, já bem próxima de Trás-os-Montes, junto da confluência do rio Côa com o Douro.
É pois ao longo das margens do curso superior deste rio, e em alguns dos seus afluentes, que se localizam as gravuras rupestres do Vale do Côa. Não sendo exclusivamente paleolíticas, as mais importantes e mais numerosas gravuras existentes nas rochas que bordejam o rio Côa são deste período.
Fig. 1 – Distribuição dos núcleos de arte rupestre do Vale do Côa.
O QUE É O PALEOLÍTICO? (OU IDADE DA PEDRA LASCADA)
O Paleolítico é o mais antigo período da História do Homem, que teve início há cerca de 2,5 milhões anos, e terminou por volta de 10 000 anos. Este período tão longo
MISTÉRIO DA ARTE RUPESTRE
Originalmente, em especial por parte dos investigadores ingleses, interpretou-se como uma arte mágica relacionando-a com o animalismo, a magia e o totetismo dos povos primitivos actuais. Não se tratava de representações pintadas para serem contempladas, como os nossos quadros, com o objectivo de admirar uma obra bela, de fazer um retrato familiar, mas eram pinturas que reproduziam os animais que seriam abatidos pelos caçadores; sobre elas se realizavam cerimónias e conjuros mágicos, de modo a que, quando os seus companheiros saíssem à caça, a eficácia das suas armas e das suas flechas fosse maior. A arte pré-histórica não era uma arte puramente estética, mas tinha uma finalidade essencialmente prática, uma finalidade mágica.
L. Pericot e R. Martin, In La Prehistória, Barcelona.
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de tempo encontra-se dividido em Paleolítico Inferior, Médio e Superior. O Paleolítico Inferior (entre 2,5 milhões a 100 000) é o período mais antigo da história humana.
No Paleolítico Superior os seres humanos eram já fisicamente idênticos a nós, o Homem atingiu a ultima fase da sua evolução física e intelectual, passando a possuir uma inteligência superior aos outros animais. Era o Homo Sapiens Sapiens.
O MODO DE VIDA NÓMADA Não sabendo produzir os seus alimentos deslocavam-se sempre de um lado
para o outro à procura dos alimentos. Tendo por isso um modo de vida nómada. A ECONOMIA RECOLECTORA O Homem recolhia alimentos da natureza para a sua sobrevivência, alimentação, vestuário, etc. Como não sabia ainda produzir, recolhia frutos, raízes, tubérculos, caçava e pescava. Aproveitava também os elementos da natureza, como as pedras ou ossos para fabricar os seus próprios instrumentos e armas.
Fig. 2 – Pontas de seta paleolíticas
Fig. 3 – Reconstituição de uma cena de um acampamento
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O Modo de Vida e a Arte
A arte do Vale do Côa
As espécies animais mais comuns na arte paleolítica do Côa são os auroques, os cavalos, as cabras e os veados. É uma arte ao ar livre, como era raro até agora para o Paleolítico, visto que a maioria da arte conhecida se situava em contexto de gruta. As superfícies gravadas com temas paleolíticos encontram-se em regra em paredes verticais/vertentes viradas ao rio Côa ou aos seus afluentes.
Do ponto de vista estético e estilístico a arte paleolítica do Côa apresenta uma característica particular, rara: a associação de duas ou três cabeças ao corpo de um mesmo animal, na tentativa de transmitir a ideia de movimento. Técnicas fundamentais (gravura): . Abrasão: Desgaste da superfície rochosa por atrito, muitas vezes uma forma de acentuar a incisão filiforme; . Incisão filiforme: são as mais fáceis de realizar. Gesto repetido com um instrumento pontiagudo. . Picotagem: pode ser por percussão directa (com um instrumento picotando directamente na superfície gravada) ou indirecta (picotando com a ajuda de um percutor, que bate no instrumento que vai gravar na parede). . Raspagem: é uma variante da abrasão em que o trabalho de desgaste é executado em toda a extensão. Por vezes verifica-se a aplicação conjugada das diferentes técnicas num mesmo motivo.
Fig. 4 – Reconstituição da gravação de um dos painéis da Penascosa
Questões mais frequentes:
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a) A que período da Pré-história se pode atribuir a arte; b) A que período da Pré-história, da Proto-história e da História se pode atribuir a arte do Vale do Côa; c) Que tipo de arte existe no Paleolítico Superior: rupestre, ao ar livre; em gruta; Que tipo de arte está representada no Vale do Côa: rupestre, móvel, etc; d) Que Homens fizeram essa arte; e) Que tipo de vida levavam; f) O que comiam, que tipo de alimentação (por causa dos animais); g) Que significados são atribuídos à arte rupestre; h) Quais as representações mais comuns (animais, Homens, etc.)
Parque Arqueológico do Vale do Côa
Imagens retiradas de: MAGALHÃES, Ana Margarida; ALÇADA, Isabel (1998) – Vale do Côa: Um lugar mágico. [S.l.]: IPA/PAVC.