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Dionisio Luiz Pisa Gazziero
Engenheiro Agrônomo
Mistura de agrotóxicos em tanque
Mistura em Tanque:
• redução de custos da aplicação;
• redução do volume de água;
• racionalização no uso de equipamentos
• redução o número de aplicações - menor compactação -
• prevenção e manejo da resistência de pragas;
• redução no tempo de exposição do trabalhador
• DESVANTAGENS
Perguntas frequentes
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-Mistura em tanque é proibida?
-Posso incluir mistura de produtos no receituário?
-Mistura de tanque é regulamentada no Brasil?Existem cerca de 108 formulações de misturas prontas registradas,
envolvendo 68 diferentes combinações de i.a´s, (o que demonstra
a necessidade da sua utilização), mas não permitem atender o
diagnostico de cada área;
-E nos outros países?
Mistura de glifosato com:
-Adjuvante?-Redutor de pH?-Inseticida?-Fertilizantes?-Com fungicida?-Com outros herbicidas?
Pode ocorrer fitointoxicação, antagonismo, decantação,.......etc.....etc... ?-A recomendação de mistura para formulação RR, R Original e WG é a mesma?-Quanto de agua devo colocar no tanque antes de colocar os produtos?-Qual a ordem de colocação dos produtos tanque?
-Devo fazer a pré-mistura, teste da jarra?.............
Prezado Senhor, boa tarde!
Sou Eng. - Agr. e presto consultoria ...........
..., tive problema sério de incompatibilidade do Glifosato e
2,4-D em aproximadamente 150 ha,
Na mistura (glifosato + 2,4-D, verificou-se a ausência de
controle de plantas daninhas de fácil controle (milho e
capim timbete).
Ouvi relatos de outros agricultores locais, que também
estão insatisfeitos com a dessecação com glifosato e 2,4-D.
Utilizei Roundup WG + 2,4-D (1,5kg + 1,75 l por ha e vazão
de 80 l/ha).
Pergunto:
-O que aconteceu de errado?
-Há relatos de incompatibilidade entre esses dois produtos?
-Diferentes formulações de glifosato na mistura com 2,4-D,
tem eficiência diferenciada?
-O volume de calda pode influenciar na mistura?
Algumas considerações sobre glifosato WG e 2,4-D. Serve para os
demais, mas em especial para WG.
-Use no mínimo a proporção de 2/1;
-2,4-D pode causar antagonismo ao glifosato,
-Não use produtos acidificantes.
-Encha o tanque até a metade e ai coloque o WG.
Encha mais o tanque até quase completar e só então coloque o
2,4-D.
-É bom utilizar no máximo 1% de 2,4-D. Ou seja se usar 1,5 l de
2,4-D trabalhe com 150 litros de agua.
Algumas considerações sobre glifosato WG e 2,4-D. Serve para os
demais, mas em especial para WG.
-Não deixe restos de calda entre uma aplicação e outra. Mantenha
agitação constante.
- Inseticida-formulação SC pode piorar a compatibilidade na calda.
(explo: Engeo Pleno, Nomolt 150 sc ou) piretroides na formulação
SC : reações químicas como formação de floculações,
precipitados ou suspensões e o entupimento de peneiras e filtros,
1-Aonde estão essas informações?
2-Quem detêm esse conhecimento?
3-Porque não estão
publicadas?
Industria
Governo
Eng. Agr.
Agricultor
Aplicador
Os elos da cadeia do agrotóxico
Um pouco da história
1-Até meados de 1980: indicações geradas pela indústria e academia
traziam as recomendações sobre as misturas de produtos.
2-A partir de abril de 1985, todas as recomendações sobre
mistura em tanque foram retiradas das instruções de uso por orientação
do ofício DIPROF/SDSV 198/85, encaminhado pelo Ministério da
Agricultura à ANDEF (Lima, 1997). Ficou então o entendimento de que
a mistura em tanque havia sido proibida.
3-Dessa data em diante, inúmeras ações, moções, reuniões, debates em
congressos e seminários científicos foram realizados na tentativa de
discutir e normatizar o assunto.
4-Em 1995 publicou-se a Portaria no 67: empresas poderiam incluír nos
registros a recomendação das misturas em tanque.
4- Entretanto, novos questionamentos vieram à tona:
- Deveria a mistura ser permitida apenas com produto comercial ou
também com ingrediente ativo?
- e ideologias....que consequências poderiam advir das
misturas em tanque?
Mistura de 2 produtos forma um terceiro.
Vomita ou não vomita?
5-Em 2002 essa portaria acabou sendo revogada pela Instrução
Normativa 46 (Brasil, 2002a).
6- E..., continuou o questionamento e as solicitações para a
regulamentação, levantado nessas infindáveis discussões: se, de fato, a
prática da mistura de tanque era ou não era proibida.
Parecer Jurídico de Junho/2011AENDA
• “entendemos que o agricultor pode praticar a mistura
em tanque, sob sua responsabilidade, já que não
existe lei que proíbe essa prática.
• A recomendação pelos fabricantes, no entanto,
aguarda a definição de um procedimento pelos
órgãos registrantes.”
Mas..........., qualquer agrotóxico só pode ser receitado por um profissional
legalmente habilitado, e os produtos só poderão ser prescritos com
observância das recomendações de uso aprovadas em rótulo e bula,
conforme estabelece o Decreto 4.074/02 (Brasil, 2002b).
Assim, mesmo que a mistura em tanque não seja proibida, não pode ser
prescrita em uma receita agronômica.
Com o passar do tempo, as informações de fontes seguras sobre
misturas em tanque foram escasseando, até se chegar ao panorama atual,
com a falta total delas, embora as misturas estejam no cotidiano e façam
parte da realidade de campo.
Existem informações que chegam ao produtor, as quais têm origem
incerta e carecem de confiabilidade. (Ramos & Araújo 2006)
Situação Atual
Foi realizado este estudo, baseado em questionário enviado e aplicado aos
profissionais que lidam cotidianamente com tratamentos fitossanitários
em diferentes regiões produtoras do Brasil.
Indique sua profissão:
De modo geral, como é feita a aplicação de produtos
nas propriedades?
10 - Quantos produtos (inseticida, fungicida,
herbicida, adubo foliar, etc.) costumam ser
misturados na mesma operação? Observação:
Para esta resposta não leve em consideração o
adjuvante recomendado para determinados
tipos de produtos:
De que maneira costuma ser feita a
mistura de produtos?
Na pós-emergência da soja RR, você usa:
Indique a frequência com que observa a ocorrência das opções
abaixo, quando da utilização da mistura em tanque
•É dependente da dureza da água, dos produtos utilizados, qualidade do equipamento
e do modo de preparo da calda no tanque.
•Alguns são obrigatórios pré mistura.
•Falta pesquisa sobre o assunto.
•Dúvidas a respeito do PH: se gera perda ou aumento de eficiência.
•Redução de eficiência.
•Sinergismo ou antagonismo.
•Raríssimas as vezes que tivemos problemas de mistura, pois pesquiso a
possibilidade de alguma reação não desejada.
•Não temos problemas de tanque quando a orientação é correta.
18. Outros. Quais?
Quando utiliza uma mistura de produtos com a mesma finalidade (ex. dois
ou mais herbicidas, dois ou mais fungicidas, etc) é comum utilizar.
20. Você tem conhecimento de problemas
decorrentes da mistura em tanque?
21. Qual?
•.Entupimento.
•Precipitação, floculação, aumento de fitotoxidade.
•Alto risco em contaminação no meio ambiente.
•Dúvidas sobre a interação.
•Incompatibilidade física de algumas misturas.
•Forte injúria na cultura.
•Formação de pasta branca.
•Formação de espumas.
•Incompatibilidade entre moléculas.
•Risco de um produto alterar o resultado de outro.
•Colocar os produtos na sequência errada.
•Formação de borra, decantação, entupimento de bico, espuma em excesso.
•Problemas de diluição, fitotoxidade,
•...................mas se não fizer misturas não conseguimos fazer as
aplicações.
21. Qual? Continuação...
•Aplicação separada inviabiliza o cultivo.
•Toxidez da lavoura e meio ambiente.
•Incompatibilidade física e química.
•Se houver problemas não tenho como reclamar com os fabricantes.
•Não homogenia.
•Proibido por lei.
•Problemas de absorção pela planta.
•Falta do efeito desejado.
•A falta de um antídoto no caso de intoxicação.
•Não tem informação sobre a eficácia dos produtos em mistura.
•Erro na sequência.
Em relação às informações técnicas sobre mistura em tanque.
Conclusões sobre misturas:
A grande maioria das aplicações são feitas em mistura.
Falta informação. Os usuários de agrotóxicos gostariam de
receber informações.
A não regulamentação aumenta os riscos para o homem e
ao ambiente, ao não permitir que a informação e o conhecimento
circulem livremente.
A regulamentação das misturas pode ajudar na disseminação do
conhecimento e nosso uso correto dos agrotóxicos.
É preciso tirar essa discussão dos bastidores e leva-la para
os órgão competentes.
Uma nova tentativa....
Uma Uma nova tentativa....
Mistura de produtos com diferentes mecanismos de
ação é uma alternativa para a prevenção e o manejo
de plantas daninhas resistentes.
G.T. Mistura em Tanque
Embrapa
Esalq
Aenda
Andef
Sindiveg
I.N. Conjunta M.T.
Fonte: Farmers Guardian
Fonte: Farmers Guardian
Fonte: Farmers Guardia
Fonte: Farmers Guardian
The Applicant Guide: Tank-Mixes – October 2010
• Este guia de aplicação define os requisitos necessários para
aprovação de misturas em tanque;
• Enfatiza não ser recomendável misturas em tanque de 2 ou
mais produtos com ação anticolinesterase;
• Os testes requeridos incluem dados sobre incompatibilidade
entre produtos, segurança para as culturas e eficácia
agronômica. ;
Combination and Tank Mixes Field Dissipation – October
2008
• O diretriz determina as características de dissipação de
pesticidas no solo quando aplicados como mistura em
tanque ou em combinação com outros pesticidas;
• Descreve os procedimentos para realização dos testes
de campo, usando a mistura em tanque e os produtos
isolados, bem como a coleta de amostras para análise e
dados sobre a duração do estudo.
Mistura em Tanque no Mundo
Departament of Agriculture and Food – Note 371 – June
2009
• É um procedimento de rotina, reduz o custo das
aplicações, aumenta a atividade de certos produtos e
amplia a ação do tratamento;
• Alerta para possível ocorrência de antagonismos e
sinergismos;
• A recomendação pode ser feita independente de constar
nos rótulos;
Pest Management Regulatory Agency – October 2009
• A instrução coloca a posição da Agência sobre o uso de
misturas em tanque cuja recomendação não consta nos
rótulos dos produtos registrados;
• Podem ser recomendadas misturas de mesma classe de
produto (herbicida + herbicida) ou de classes diferentes
(herbicida + fungicida);
Mistura em Tanque no Mundo
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA
INSTRUÇÃO NORMATIVA CONJUNTA Nº X, DE XX DE XXXXXXXX DE 2014
Súmula: Estabelece os procedimentos e critérios para a aprovação da
inclusão da recomendação de uso de misturas em tanque
nos registros e nas bulas dos agrotóxicos.
O SECRETÁRIO DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,
PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - MAPA no uso das atribuições que lhe conferem os arts. 10
e 42, do Anexo I, do Decreto nº 7.127, de 4 de março de 2.010, o DIRETOR-PRESIDENTE DA
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA no uso da atribuição que lhe
confere o art. 11, inc. IV, do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de
1.999, e em vista dos arts. 54, §§ 1º e 3º, e 55, inc. II, do Regimento Interno aprovado na forma
de Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, republicada no Diário Oficial da União em 21 de
agosto de 2006, e o PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS
RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA, no uso da atribuição que lhe confere o art.
2º, inc. IX, do Anexo I do Decreto nº 6.099, de 26 de abril de 2007, que aprova a Estrutura
Regimental do IBAMA, publicada no Diário Oficial da União de 27 de abril de 2007, e em vista
do disposto na Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, e no Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de
2002, e:
Considerando a definição de mistura em tanque estabelecida no art. 1º, inc. XXV, e os
procedimentos para a avaliação das alterações de natureza técnica nos registros de
agrotóxicos ou afins informados no art. 22, § 2º, inc. I, ambos do Decreto nº 4.074, de 2002;
Considerando que a prática de mistura de agrotóxicos ou afins em tanque constitui prática
agronômica internacionalmente consagrada, tecnicamente justificável e regulamentada nos
principais países como Estados Unidos de America, Canada, Australia entre outros;
Considerando que a mistura de agrotóxicos ou afins em tanque é técnica amplamente utilizada
pelos agricultores brasileiros, e reconhecida tecnicamente como fundamental para a solução
de problemas fitossanitários de diversas culturas de importância econômica;
Considerando a diversidade de espécies de pragas e a que as recomendações técnicas de
agrotóxicos somente são realizadas após o diagnóstico do problema fitossanitário;
Considerando que a regulamentação da mistura de agrotóxicos ou afins em tanque previne o
uso incorreto desses insumos e permite a adequada prescrição em receita agronômica pelas
devidas orientações e informações do registrante;
Eu, o Promotor , o 2,4-D........
e a mobilização
Pergunto:
Vamos continuar passivos frente a
posição dos órgão de registro ?