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22.13 - MITOLOGIA CÉLTICA:
De modo geral, o termo celta aplica-se aos povos que viveram
na Grã-Bretanha e na Europa Ocidental entre 2000 a.C. e
400 d.C.. Eram civilizações da Idade do Ferro, habitantes
sobretudo de pequenas aldeias lideradas por chefes guerreiros.
Os celtas da Europa continental não deixaram registo escrito,
mas conhecemos seus deuses através dos
conquistadores romanos, que
estabeleceram elos entre muitas dessas divindades e
seus próprios deuses. Por exemplo, o deus do trovão
Taranis era o equivalente do Júpiter romano, e várias
outras divindades locais eram equiparadas a Marte,
Mercúrio e Apolo. Os povos do País de Gales e da Irlanda
também deixaram uma mitologia muito rica e muitas de
suas lendas foram escritas durante a Idade Média. A
Mitologia Celta pode ser dividida em três subgrupos
principais de crenças relacionadas.
É importante manter em mente que a cultura celta (e suas religiões) não são
tão contiguas ou homogêneas quanto foram a cultura romana ou grega por
exemplo. Nossos conhecimentos atuais determinam que cada tribo ao longo
da vasta área de influência céltica tinha suas próprias divindades. Dos mais
de trezentos deuses celtas, poucos efetivamente eram adorados em comum.
Principais Deuses Celtas
Dagda:
O deus supremo do panteão celta parece ser Dagda (mas em certas regiões e
épocas sua consorte Danu parece ocupar essa posição). O Dagda é uma
figura paternal, protetor da tribo e o deus "básico" do qual outros deuses
masculinos seriam apenas variantes. Deuses célticos são entidades não
muito específicas e talvez devam ser vistos mais como preferências de cada
clã do que como um panteão formal. De certa forma todos são semelhantes
ao deus grego Apolo que era um deus ligado a várias áreas.
Contos irlandeses descrevem Dagda como uma figura de força imensa,
armado de uma clava e associado a um caldeirão (o Caldeirão de Sangue,
que continha diversas propriedades mágicas).
Danu:
Consorte de Dagda, o mais poderoso dos deuses celtas, Danu é a deusa da
terra, da vida e da morte. É descrita como tendo três "faces" ou aspectos:
Morrígan (Gralha da Guerra), Blodeuwedd (Dama das Flores, simbolizando a
vida) e Brighid (A Mãe, simbolo da fertilidade). Danu é uma entidade tão
relevante que o "grupo" de deuses tidos como mais poderosos são
comumente designados como "Tuatha Dé Danann" - o povo de Danu. Seu
nome aparece em muitos lugares conhecidos. Como o famoso rio Danúbio.
Belenus:
Seu nome significa "brilhante", sendo o Deus do Sol e do Fogo dos irlandeses.
Belenos dá seu nome ao festival de Beltane, ou
Beltain, festa de purificação e fertilidade
comemorada em 1º de maio no hemisfério
norte. Belenos era ainda ligado à ciência, cura,
fontes térmicas, fogo, sucesso, prosperidade,
colheita e à vegetação. Era um dos principais
deuses da mitologia celta, mas era uma
divindade mais regional, adorada
principalmente no norte da Itália e na costa
mediterrânea da Gália. Foi um deus associado
a agricultura.
Lugh:
Lugh era o deus sol, assim como Belenus, por isso eram chamados de "Os
Brilhantes"
Lugh era Deus da reencarnação, magia, comércio, relâmpago, artes, água,
cura e profecias. O festival de lughnasadh é especialmente dedicado a Lugh.
Belenus era deus da Ciência, cura, fontes térmicas, fogo, sucesso,
prosperidade e colheita. O festival de Beltame e especialmente dedicado a
Belenus.
Outros Deuses
Os celtas adoravam um grande
número de deuses dos quais
sabemos pouco mais que os nomes.
Entre eles deusas da natureza como
Tailtiu e Macha, e Epona, deusa dos
cavalos. Figuras masculinas incluiam
deuses associados a uma enorme
variedade de coisas, como Goibiniu,
o fabricante de cerveja. Havia
também Tan Hill, a divindade do
Fogo.
Cernunnos (também chamado de Slough Feg, ou na forma latinizada
Cornífero) é comprovadamente um dos mitos mais antigos mas do qual
pouquíssimo se sabe. O escritor romano Lucano fez várias menções a deuses
celtas como Taranis, Teutates e Esus que, curiosamente, não parecem ter
sido amplamente adorados ou relevantes.
Vários deuses eram formas variantes de outros. A deusa galo-romana Epona
parece ser uma variante da deusa Rhiannon, adorada em Gales, ou ainda
Macha, adorada na região do Ulster. Povos politeístas raramente se importam
em manter seus panteões da forma organizada em que os pesquisadores
gostariam de encontrar.
Lista de Diversos Deuses e Deusas:
Angus Mac Oc ,
Angus Mac Oc, cujo nome significa O Filho Mais Jovem, era filho de Dagda e
Boann e fazia parte dos Tuatha de Dannan. Também é conhecido por Aengus
ou Oengus e era, para os Celtas da Irlanda antiga, um deus da juventude,
do amor e da beleza. Possuía uma harpa dourada que produzia uma
música de irresistível doçura e dizia-se que os seus beijos se transformavam
em pássaros que transportavam as mensagens de amor.
Uma das lendas conta que Angus se apaixonou por uma jovem que apenas
viu em sonhos. Decidido a encontrá-la acaba por descobrir que é filha de
Ethal Anbuais, um Sidh que morava em Connaught. Angus acaba por
encontrar a sua amada perto de um lago como sendo a mais alta de um
grupo de 150 jovens. Ethal conta a Angus que a sua filha é vítima de um
encanto que faz com que ela se transformasse em cisne a cada dois anos
(durante um ano permanecia mulher e durante o ano seguinte permanecia
cisne). Assim, para poder desposá-la, Angus precisava transformar-se em
cisne, durante a noite do próximo Samhain. Assim foi, nessa data, Angus
deslocou-se ao lago onde se encontrava a sua amada. Ao mesmo tempo que
sua futura esposa se transformava em Cisne, juntamente com as restantes
jovens, também Angus se transfigurou num belo cisne. Os dois, juntos,
voaram então, ao redor do lago por três vezes, cantando uma melodia que
fez o mundo adormecer por três dias e três noites.
Badb
Na mitologia irlandesa, Badb (/baðβ/ "corvo" em irlandês antigo; irlandês
moderno Badhbh /bəiv/ significando "abutre") era uma deusa da guerra que
assumia a forma de um corvo, e era assim por vezes denominada Badb Catha
(corvo de batalha). Frequentemente causava confusão entre os soldados ao
fazer a batalha pender para seu lado favorito. A ilha Boa recebeu seu nome
por causa desta deusa.
Campos de batalha eram chamados de a terra de Badb, e com frequência era
dito que Badb aparecia neles sob a forma de um corvo ou de um lobo. Badb é
associada à beansidhe, e diz-se que foi crucial na batalha contra os
fomorianos.
Banda
Na mitologia irlandesa, Banba ou Banbha, é filha de Ernmas dos Tuatha Dé
Danann, uma das deusas padroeiras da Irlanda, esposa de Mac Cuill.
Originalmente, ela pode ter sido uma deusa da guerra bem como da
fertilidade.
História
Ao lado de suas irmãs, Fódla e Ériu, constituía um importante triunvirato de
deusas. Quando os Milesianos chegaram vindos da Espanha, cada uma das
três pediu que seu nome fosse dado ao país. Ériu (Éire) ganhou o debate,
mas Banba ainda é usado às vezes como um nome poético, da mesma forma
que Albion é usado para a Grã-Bretanha.
De acordo com Seathrún Céitinn, ela reverenciava Macha, que também
é às vezes citada como filha de Ernmas. Logo, as duas deusas podem
ser equivalentes. Céitinn também refere-se à tradição de que Banba foi a
primeira pessoa a pôr o pé na Irlanda antes do Dilúvio, numa variação da
lenda de Cessair.
Blodeuwed
Na antiga mitologia celta, representa a superação dos obstáculos, o amor
sublime e a feitiçaria.
Quando uma mulher foi atravessar o rio certa vez, engravidou-se e
amaldiçoou seu filho com seus poderes de bruxa. Este só teria nome se ela
quisesse, porém mais tarde, ela foi forçada a dar-lhe o nome ou ele a
mataria. Então ela o amaldiçoou novamente dizendo que nunca ele teria uma
mulher. Ele criou uma estátua de flores, e deu nome a ela de Blodeuwed, e
com todo o amor no coração do rapaz, a estátua se formou uma deusa, a
deusa do amor céltico.
Cailleach
É a Anciã ancestral da Escócia, também conhecida como a Carline ou Mag-
Moullach, representado o aspecto de velha da Deusa no ciclo anual. Está
ligada às trevas e ao frio do Inverno e assumiu a direção no ciclo das
estações em Samhaim, a véspera de primeiro de Novembro. Ela portava um
bastão negro do Inverno e castigava a terra com frias forças contrativas que
ressecavam a vegetação. Com a aproximação do fim do Inverno, ela passava
o bastão do poder para Brigid, em cujas mãos ele se tornava branco que
estimulava a germinação das sementes plantadas na terra negra. As forças
expansivas da natureza começavam então a se manifestar.
Por vezes, essas duas deusas eram retratadas em batalha pelo controle da
natureza: dizia-se até que Cailleach aprisionava Brigid sob as montanhas no
Inverno. Mas o melhor modo de vê-las é como duas facetas de uma deusa
tríplice das estações: a Velha Cailleach do Inverno, a Donzela Brigid da
Primavera e a Deusa-Mãe do viço do Verão e da frutificação do Outono. O
nome do último membro dessa trindade não foi preservado na lenda
folclórica com o mesmo cuidado. Talvez porque ela representava uma faceta
demasiado pagã da Deusa, vinculada demais com a fecundidade e com as
forças sexuais da vida. Em um certo sentido, a figura Cailleach-Brigid, pode
ser considerada como tendo um paralelo com o mito Deméter-Perséfone dos
gregos antigos.
A imagem de Cailleach foi distorcida e hoje ela está representada no vôo da
bruxa que aparece na noite de Halloween. Foi caracterizada como uma fada
do mal que traz consigo o Inverno e a morte. Apesar de ser perpetuada deste
modo terrível, sabemos que neste aspecto de Deusa Anciã, ela está
inteiramente realizada em sabedoria e beleza.
Catubodua
Catubodua ("corvo-de-batalha") é uma deusa gaulesa conhecida por uma
única inscrição em Haute Savoie, França oriental. Ela parece ser idêntica à
deusa irlandesa Badb. Nicole Jufer e Thierry Luginbühl vincularam
provisoriamente Catubodua com outras deusas aparentemente marciais
atestadas em outras partes, tais como Boudina, Bodua e Boudiga, cujos
nomes compartilham raízes significando ou luta ou vitória. Ela poderia
portanto ser comparada à deusa romana Vitória, à grega Niké, e
possivelmente à deusa nórdica Sigyn.
[editar] Uma lenda romana relacionada?
Uma história das guerras romanas contra os gauleses no século IV a.C.,
registrada por Lívio, Aulus Gellius e Dionísio de Halicarnasso, pode preservar
uma referência à deusa. Um soldado romano, Marco Valério, aceitou um
desafio para bater-se em combate individual com um campeão gaulês.
Quando aluta começou, um corvo pousou sobre o elmo de Valério e começou
a atacar o gaulês, que aterrorizado por esta intervenção divina, foi facilmente
derrotado. Valério adotou o cognome "Corvus" (corvo), e como Marco Valério
Corvo tornou-se um famoso general e político da República Romana.
Cerridwen
Cerridwen ou Ceridween (lê-se Querríduen) é a Deusa dos antigos
Celtas/Galeses. É chamada de Deusa Tríplice por mostrar-se em três
diferentes formas: donzela, mãe e anciã (os ciclos da vida).
Também pode ser conhecida como Grande Mãe ou Senhora. É comumente
associada à Lua e suas fases, pois acreditava-se que a lua era a
representação do Sagrado Feminino, a energia que move a Terra,
influenciando a agricultura, as colheitas e até a menstruação, gestação e
fertilidade feminina, o poder de criação da vida.
O Caldeirão é onde a deusa prepara suas poções, sendo este o principal
objeto dos cultos pagãos antigos para representá-la, considerado o útero
divino da Grande Mãe, de onde ‘nasciam’ os encantamentos, mais um
símbolo de fertilidade. Os famosos bardos celtas deviam sair em uma
perigosa busca pelo Caldeirão de Cerridwen como iniciação. Alguns
acreditam ser esta uma das lendas que poderiam ter originado a busca pelo
Graal.
É uma deusa sempre associada à morte e renascimento, fertilidade,
regeneração, inspiração, magia, astrologia, ervas, poesia, encantamentos e
conhecimento. Seu consorte na cultura pagã é geralmente o deus Cernunnos
(lê-se Quernunos) e juntos representam a dualidade da natureza.
Cessair
Cessair era, na mitologia celta, uma rainha-feiticeira que invadira a ilha, que
se tornaria a Irlanda, após o grande dilúvio com seu séquito numeroso. Trata-
se de uma reencarnação de Circe de Homero.
Cernnunos
É o nome de um dos deuses celtas mais antigos e também conhecido como
Deus Cornífero, por ser muitas vezes representado como um homem com
chifres adornando a cabeça. É o Deus da fertilidade, da abundância, e
Patrono da Caça para os povos antigos. Ás vezes era representado
alimentando animais; também podia mudar de forma e aparecer como cobra,
lobo ou veado.
Na vertente Britânia Continental da Tradicão Céltica , Cernunnos também
assumia um importante papel como Consorte da Deusa Tríplice.O Deus tem
sido reverenciado há eras. Ele não é a deidade rígida, o Todo-Poderoso do
cristianismo ou do judaísmo, tampouco um simples consorte da Deusa. Deus
ou Deusa, eles são iguais, unidos.
Vemos o deus no Sol, brilhando sobre nossas cabeças durante o dia,
nascendo e pondo-se no ciclo infinito que governa nossas vidas. Sem o Sol,
não poderíamos existir; portanto, ele tem sido cultuado como a fonte de toda
a vida, o calor que rompe as sementes adormecidas, trazendo-as para a vida,
e instiga o verdejar da terra após a fria neve do inverno.
O Deus é também gentil com os animais silvestres. Na forma do Deus
Cornudo, ele é por vezes representados por chifres em sua cabeça ,que
simbolizam sua conexão com tais bestas. Em tempos mais antigos,
acreditava-se que a caça era uma das atividades regidas pelo Deus,
enquanto a domesticação dos animais era vista como voltada à Deusa.
Os domínios do deus incluíam as florestas intocadas pelas mãos humanas, os
desertos escaldantes e as altas montanhas. As estrelas, por serem na
verdade sóis distantes, são por vezes associadas a seu domínio.
Creidhne
Na mitologia irlandesa, Creidhne (ou Credne) era filho de Brigid e Tuireann, e
artífice dos Tuatha Dé Danann, trabalhando com bronze, latão e ouro. Ele e
seus irmãos Goibniu e Luchtaine tornaram-se conhecidos como os Trí Dée
Dána, "os três deuses de arte", que forjaram as armas que os Tuatha Dé
usaram na batalha contra os Fomorianos.
É dito que Creidhne, juntamente com Dian Cecht, fabricou a mão de prata do
rei Nuada.
Creidhne é freqüentemente confundido com a guerreira irlandesa Creidne.
Donn
Nota: Para outros significados de Donn, ver Donn (desambiguação).
De acordo com a mitologia irlandesa, Donn ou o Escuro, é o Senhor dos
Mortos e pai de Diarmuid Ua Duibhne, que entregou a Aengus Og para ser
criado. Donn é considerado o pai dos irlandeses; uma posição similar a de Dis
Pater e os gauleses, conforme observado por Júlio César.
Originalmente, Donn era o chefe dos Filhos de Mil, povo mitológico que
invadiu a Irlanda, expulsando os Tuatha Dé Danann. Donn ofendeu Ériu, uma
das deusas epônimas da Irlanda, e morreu afogado ao largo da costa
sudoeste da ilha. Um local próximo deste ponto, numa pequena ilha rochosa
denominada Tech nDuinn (a Casa de Donn), tornou-se a moradia de Donn
como deus dos mortos. Esta casa era o lugar de reunião dos mortos antes de
iniciarem sua jornada para o Outro Mundo.
No irlandês moderno, a palavra para a cor marrom é "donn".
Epona
Epona.Na mitologia céltica e posteriormente na romana, Epona era a deusa
dos cavalos, burros e mulas. Ela era particularmente a deusa da fertilidade,
como demonstrado pelos seus atributos de uma patera, cornucópia, e a
presença de potros em algumas esculturas. A adoração de Epona era muito
difundida entre o século I e o século III.
Ernmas
Ernmas é uma deusa-mãe na mitologia irlandesa, mencionada no Lebor
Gabála Érenn e Cath Maige Tuired como uma das Tuatha Dé Danann. Suas
filhas incluem a trindade de deusas epônimas irlandesas Ériu, Banba e Fódla,
a trindade de deusas guerreiras Badb, Macha e Morrígan (também
denominada Anann), e também uma trindade de filhos, Glonn, Gnim e
Coscar.
Seus outros filhos são Fiacha e Ollom. Ernmas foi morta durante a primeira
batalha de Mag Tuired.
Espíritos Agourentos
Os espíritos agourentos, mito do folclore irlandês desde o século VIII, nada
mais são do que espíritos em forma de mulheres esqueléticas e de cabelos
brancos ou loiros, que choram, lamentam e berram à noite pelas pessoas a
quem amaram em vida.
Descrição física
Seus traços mais característicos são seus olhos, que se tornaram cor de fogo
após séculos de choro e lamento pelas pessoas que tanto amaram em suas
vidas terrenas. Descritos comumente como mulheres altas, esqueléticas, de
cabelos brancos escorridos, usam geralmente um vestido verde coberto por
um manto cinzento, com capuz. Ás vezes, porém, podem aparecer na forma
de uma mulher pequena e velha, ou de uma jovem belíssima, de cabelos
dourados e de roupa vermelha.
Versões
Acredita-se que cada espírito agourento é consagrado a uma única família
irlandesa e a seus descendentes e serve a ela ao longo dos séculos, mas só
aparece quando um membro da família está prestes a morrer. O espírito mais
famoso da antiguidade chamava-se Aibhill e assombrou a família real dos
O'Brien. Conforme a lenda, o rei Brian Boru, já velho, partiu para a batalha de
Clontarf, em 1014, ciente de que não ia sobreviver, pois Aibhill surgira para
ele na noite anterior lavando roupas dos soldados até a água ficar vermelha
de sangue.
Anos depois acreditava-se que os espíritos agourentos surgiam para anunciar
a morte de alguém chorando ou emitindo lamentos fúnebres sob a janela da
pessoa que iria morrer. Num relato famoso do século XVII, uma visitante de
uma fazenda irlandesa relatou seu medo ao ouvir uma voz no meio da noite:
"Abri a cortina e, na esquadria da janela, vi sob a luz da lua uma mulher
encostada à janela, de cabelo vermelho, pálida e de aparência tétrica. Falava
alto e num tom que eu nunca tinha ouvido e então, com um suspiro que mais
parecia o som do vento do que uma respiração, ela desapareceu." Soube-se
depois, que havia morrido uma pessoa na casa durante a noite.
Um espírito agourento também pode se manter à distância, uma figura
solitária que assinala a morte de alguém quando percorre a passos lentos os
morros em redor da casa de uma família (a palavra inglesa bansbee - como é
chamado o espírito agourento em inglês - vem do irlandês bean si, que
significa "mulher nor morros") ou quando fica sentada no alto de um muro de
pedra. Nem sempre ela fica visível, mas seus gritos cortantes não deixam
dúvida alguma de sua presença. Nas raras ocasiões em que vários espíritos
agourentos aparecem juntos, significa que uma pessoa muito importante, ou
reverenciada morrerá.
Fódla
Na mitologia irlandesa, Fódla (também denominada Fótla, e posteriormente
Fódhla ou Fóla), filha de Ernmas dos Tuatha Dé Danann, foi uma das deusas
tutelares da Irlanda. Seu marido era Mac Cecht.
História:
Com suas irmãs, Banba e Ériu, ela era parte de um importante triunvirato de
deusas. Quando os Milesianos chegaram da Espanha, cada uma das três
irmãs pediu ao bardo Amergin que seu nome fosse dado ao país. Ériu (Éire, e
em sua forma dativa Éirinn, resultando no inglês Erin) parece ter vencido a
disputa, mas os poetas consideram que todas as três tiveram seu desejo
satisfeito, e assim Fodhla é por vezes usado como nome literário para a
Irlanda, da mesma forma que Banba. De certa forma, isto é semelhante ao
uso poético do nome Albion para a Grã-Bretanha.
No Tochomlad mac Miledh a hEspain i nErind: no Cath Tailten, Fótla é descrita
como esposa de Mac Cecht, reinando como rainha da Irlanda nos anos em
que o marido reinou como rei.[1] O texto prossegue e relata que quando os
Milesianos transitavam pela Irlanda, Fótla encontrou-os com suas rápidas
hostes de fadas em torno dela na Montanha Naini, também chamada de
montanha de Ebliu. Uma nota de rodapé identifica a Montanha Naini
Mountain de Ebliu como as montanhas Slieve Felim no Condado de Limerick.
O solo desta região é luvisol turfoso.[2]
De acordo com Seathrún Céitinn, ela venerava Morrígan, que também é às
vezes chamada de filha de Ernmas.
No De Situ Albanie (um documento posterior), na Crônica dos Pictos e no
Duan Albanach, Fotla (hoje Atholl, Ath-Fotla) era o nome de um dos primeiros
reinos pictos.
Goibniu
Na mitologia irlandesa Goibniu ou Goibhniu era um dos filhos de Brigid e
Tuireann e ferreiro dos Tuatha Dé Danann. Ele e seus irmãos Creidhne e
Luchtaine tornaram-se conhecidos como os Trí Dée Dána, "os três deuses de
arte", que forjaram as armas que os Tuatha Dé usaram para combater os
Fomorianos. Suas armas eram sempre letais e seu hidromel concedia
invulnerabilidade a quem o bebesse.
Na mitologia galesa, seu equivalente é Govannon.
Luchtaine
Na mitologia irlandesa, Luchtaine (ou Luchta) era filho de Brigid e Tuireann e
carpinteiro ou artesão dos Tuatha Dé Danann. Ele e seus irmãos Creidhne e
Goibniu tornaram-se conhecidos como os Trí Dée Dána, "os três deuses de
arte", que forjaram as armas com as quais os Tuatha Dé combateram os
Fomorianos.
Morrígan
Morrígan ("Terror" ou "Rainha Fantasma"),
também escrita Mórrígan ("Grande Rainha")
(aka Morrígu, Mórríghean, Mór-Ríogain) é
uma figura da mitologia irlandesa (céltica)
que aparenta ser uma divindade, embora
não seja referida como "deusa" nos textos
antigos.
Representado comumente como uma figura
terrível, nas glosas dos manuscritos
medievais irlandeses como uma equivalente
a Alecto - uma das Fúrias na mitologia grega
- de fato, um dos textos refere-se a Lamia
como "um monstro de formas femininas, i. e., uma Morrigan" - ou ainda como
o demônio hebreu Lilith.
Associada com a guerra e a morte no campo de batalha, algumas vezes é
anunciada com a visão de um corvo sobre carcaças, premonição de
destruição ou mesmo com vacas. Considerada uma divindade da guerra,
comparável às Valquírias da mitologia germânica, embora sua associação
com o gado bovino permita também uma ligação com a fertilidade e o
campo.
É com freqüência vista como uma divindade trinitária, embora as associações
desta tríade variem: a mais freqüente dá-se de Morrígan com Badb e com
Macha - embora algumas vezes incluem-se Nemain, Fea, Anann e outras.
Nechtan (mitologia irlandesa)
Na mitologia irlandesa, Nechtan era o pai e/ou marido de Boann. Pode
também ser Nuada sob outro nome, ou seu culto pode ter sido substituído
pelo de Nuada. Somente a ele e a seus três "portadores da taça" era
permitido visitar o Poço de Segais, no qual nove castanheiras sagradas
deitavam suas nozes portadoras de sabedoria. Quando Boann visitava o
poço, ele transbordava e a perseguia até a costa, formando o rio Boyne.
O nome Nechtan é talvez um cognato do deus romano-britânico Nodens, ou
do deus romano Netuno, e dos deuses persa e védico que compartilham o
nome Apam Napat. Pode também ser cognato da entidade sobrenatural
sueca Näcken, que habita próxima de poços e fontes.
Nechtan ou Nectan tornou-se um nome celta comum e grande número de
personagens históricas e lendárias o ostentam.
Ogmios
Ogmios era uma divindade gaulesa que Luciano descreve como um homem
calvo com um arco e uma clava liderando um bando de homens
aparentemente felizes ostentando correntes presas na língua e nas orelhas.
Alguns estudiosos encaram isto como uma metáfora para eloqüência,
possivelmente relacionadas à práticas dos bardos. Luciano recorda que os
gauleses o associavam à Hércules, mas sua aparição em duas tabuinhas
encontradas na Áustria sugere que também era associado à Hermes na
tradição céltica oriental.
Provavelmente, também está relacionado ao deus Ogma da mitologia
irlandesa, e é um dos mais próximos paralelos gauleses do irmão de Ogma,
Dagda.
Ériu
Na mitologia irlandesa, Ériu (AFI: [ˈeːrʲu]), filha de Ernmas dos Tuatha Dé
Danann, era a deusa epônima padroeira da Irlanda. Seu marido era Mac
Gréine ("Filho do Sol").[1] Foi mãe de Bres com o príncipe Elatha dos
Fomorianos.
O nome em inglês para Irlanda vem de Ériu e da palavra land ("terra" em
germânico, nórdico antigo ou anglo-saxão).
Papel místico:
Com suas irmãs Banba e Fódla, fez parte de um importante triunvirato de
deusas. Quando os Milesianos chegaram vindos da Espanha, cada uma das
irmãs pediu que seu nome fosse dado ao país. Embora a honraria tenha sido
concedido à ela e Ériu (Éire) tenha se tornado o nome ainda em uso, Banba e
Fódla ainda são às vezes usados como nomes poéticos para a Irlanda, tal
como Albion é usado para a Grã-Bretanha.
Ériu, Banba e Fódla são interpretadas como as deusas da soberania.[2]
De acordo com Seathrún Céitinn as três deusas reverenciadas por Éire,
Banba e Fódla eram Badhbh, Macha e Móirríoghan (respectivamente?).[3]
PARAÍSOS CELTAS:
Os paraísos celtas ou Outro Mundo da mitologia celta é o reino dos mortos, o
lar das divindades ou a fortaleza de outros espíritos e entidades tais como os
Sídhe. Os contos e o folclore o descrevem como existindo além do mar
ocidental, subterrâneo (como nas colinotas Sídhe) ou ao lado do mundo dos
vivos, mas invisível para a maioria dos humanos.
Annwn ou Annwfn (Annwvn em Galês Médio, por vezes erroneamente
grafado Annwyn, Annwyfn ou Annwfyn) era o Outro Mundo, a terra das almas
que partiram deste mundo na mitologia galesa. Governado por Arawn, ou
muito posteriormente, por Gwynn ap Nudd, era basicamente um mundo de
delícias e eterna juventude, onde não existem doenças e há sempre fartura
de comida. É dito que Annwn está localizado tão a oeste que nem mesmo
Manawydan ap Llyr o encontrou, e que lá somente se pode chegar morrendo.
Mas, também foi dito que Annwn pode admitir pessoas ainda vivas, desde
que elas encontrem a porta.
SIMBOLOGIA:
Nó Celta:
O Nó celta é o símbolo da mitologia celta significando o nó
infinito que enlaça todas as coisas, que estamos todos
interligados e que de alguma forma para a evolução de um
precisa-se da evolução de todos.
Ele também é usado como amuleto de proteção pendurado no pescoço, ou
sobre a porta de entrada das casas.
Em alguns rituais ele é ultilizado para invocar a Grande Deusa. Os celtas
acreditam que se o nó for colocado abaixo do que deseja ele absorvirá tal
coisa para sua vida. Ele estará eternamente na magia de luz e aos mestres
da sabedoria divina. O símbolo serve para quem quer estar na senda da luz e
da sabedoria.
Mãe tríplice:
É a deusa mãe dos celtas é representada como três mulheres, cada uma
segurando um objeto diferente, como um cão, um peixe e um cesto. Três era
considerado um número sagrado para os celtas, daí as figuras triplas ou
deuses de três cabeças.
A Lua (a Senhora do Destino) é a grande trindade feminina de Donzela, Mãe e
Anciã. Os rituais Druídicos são sempre realizados em conjunção com as fases
da Lua, e as Druidesas (sacerdotisas), alinham o trabalho mágico, com os
ciclos menstruais. A Senhora do Destino é consagrada ao dia 6 de janeiro.
Fases místicas da lua
As fases da Lua são:
A donzela/Nimué - o crescente lunar, virginal e delicado;
A mãe/Mari - a Lua Cheia, com seu ventre inchado de vida;
A anciã/Anu - a Lua em quarto Minguante, sábia e poderosa, que
desaparece na noite escura da morte (Morrigan, a Lua Nova.
Templos
Frequentemente se diz que os povos celtas não construíam templos,
adorando seus deuses apenas em
altares em bosques. A arqueologia
já provou que isto está incorreto,
e várias estruturas de templos já
foram encontradas em regiões
célticas. Depois das conquistas de
Roma sobre partes das regiões
celtas, um tipo distinto de templo
celto-romano se desenvolveu.
Ritos Celtas:
Os primeiros celtas não
construíam templos para a
adoração de seus deuses, mas
mantinham altares em bosques de
(Nemeton) dedicados a serem
locais de adoração. Algumas
árvores eram consideradas elas
próprias sagradas. A importância
das árvores na religião celta pode
ser mostrada pelo fato que o nome da tribo dos Eburônios contém uma
referência a yew tree, e nomes como Mac Cuillin (filho de acebo), e Mac Ibar
(filho de yew) aparecem nos mitos irlandeses. Apenas durante o período de
influência romana os celtas começaram a construir templos, um hábito que
foi passado as tribos germânicas que os suplantaram.
Escritores romanos insistiam que o sacrifício humano era praticado pelos
celtas em larga escala e há indícios dessa possibilidade vindos de achados na
Irlanda, no entanto a maior parte da informação sobre isso veio de rumores
de "segunda mão" que chegavam a Roma. São muito poucas as descobertas
arqueológicas que substanciam o processo de sacrifício e assim os
historiadores modernos consideram que os sacrifícios humanos eram um
acontecimento extremamente raro nas culturas Celtas.
Mas havia também, no entanto, um culto guerreiro centrado nas cabeças
cortadas de seus inimigos. Os celtas muniam seus mortos de armas e outros
pertences, o que indica que acreditavam na vida após a morte. Depois do
funeral, eles também cortavam a cabeça do morto e esmagavam seu crânio
para evitar que seu espírito permanecesse preso.
Nenhuma menção aos cultos celtas pode deixar de descrever os druidas.
Esses sacerdotes representam simplesmente a classe mais ou menos
hereditária de xamãs, característica de todas as sociedades indo-européias
antigas. Em outras palavras, eles são o equivalente a casta brâmane indiana
ou aos magi persas, e como estes um especialista nas práticas de magia,
sacrifício e augurio. Eles eram conhecidos por ser particularmente associados
a carvalhos e trufas; essas últimas talvez usadas na confecção de
medicamentos ou alucinógenos. Outra figura importante na manutenção das
lendas célticas era o bardo; aquele que, através de suas músicas, difundia os
feitos de bravura dos heróis do passado. Desse ponto de vista a cultura celta
não foi uma cultura histórica - do ponto de vista que não teve história escrita
(ainda que os celtas possuíssem formas rudimentares de escrita, baseadas
em traços verticais e horizontais). Suas histórias eram transmitidas
oralmente, e os bardos eram particularmente bons nisso já que, uma vez que
suas histórias eram musicadas, tornava-se fácil lembrar das palavras exatas
que a compunham. Além disso, eles podem ter sido considerados uma
espécie de profetas. Os historiadores Estrabo descreveu-os como "vates",
palavra que significa inspirado, estasiado. É bem possível que a sociedade
céltica tivesse, além da religião taumatúrgica e ritualística dos druídas, um
elemento de comunicação estásica com o Além.
Resquícios Modernos
Os modos e as crenças celtas tiveram um grande impacto na atualidade das
regiões em que se encontravam. Conhecimentos sobre a religião pré-cristã
ainda são comuns nas regiões que foram habitadas pelos celtas, apesar de
agora estarem diminuindo. Adicionalmente, muitos santos não-oficiais são
adorados na Escócia, como Saint Brid na Escócia (Brigid, na Irlanda), uma
adaptação cristã da deusa de mesmo nome. Vários ritos envolvendo
peregrinações a vales e poços considerados sagrados aos quais creditam
propriedades curativas têm origem celta.
RITUAL DA ÉGUA BRANCA:
Nas culturas grega e celta, a Deusa, para assegurar boas colheitas deve estar
unida ao povo em uma intermediação que cabia ao rei ou líder de uma
comunidade. O rei, como representante do povo, santificava esse momento
importante, o Casamento Sagrado, pelo intercurso sexual entre a divindade
da Terra, simbolizada pelo cavalo, e o mundo humano.
Na mitologia celta há inúmeras referências à relação sexual entre o rei e a
égua branca. o povo se reunia para ver a cerimônia e o ato confirmava o
poder do rei e a potência do rei era a potência do povo. O nome deste
evento, "Epomedeous" ou "Epona" é o nome gaulês para cavalo em
composição com a palavra "medhu", ou "mead", relativa à sopa que era
preparada com a égua, sacrificada depois do ritual.
Geraldus Cambrensis relata que no fim do século XII que os reis do Clã
Connail [Irlanda] continuavam a ser aclamados no estilo de seus ancestrais,
copulando publicamente com uma égua branca [THOMAS CAHILL, How the
Irish Saved Civilization, p 135]. A égua, ao que parece, simbolizava a terra-
mãe, a quem o grande rei desposava. Há resgistros de que a égua era morta
no ritual e com ela se fazia uma sopa (!). O rei entrava dentro do caldeirão e,
simbolicamente, "comia-bebia" (?) sua "noiva".
AS LENDAS:
As Fadas:
A fada é um ser mitológico, característico dos
mitos célticos, anglo-saxões, germânicos e
nórdicos.
O primeiro autor que mencionou as fadas foi
Pompônio Mela, um geógrafo que viveu
durante o século I d.c. As fadas também são
conhecidas como sendo as fêmeas dos elfos.
O termo incorporou-se a cultura ocidental a partir dos assim chamados
"contos de fadas". Nesse tipo de história, a fada é representada de forma
semelhante a versão clássica dos elfos de J.R.R. Tolkien, porém apresentando
"asas de libélula" as costas e utilizando-se de uma "varinha de condão" para
realizar encantamentos.
Dependendo da obra em que aparece, a fada pode ser retratada em estatura
de uma mulher normal ou diminuta. No primeiro caso, temos a fada de
Cinderela. Como exemplo da segunda representação podemos citar
"Sininho", do clássico infantil "Peter Pan", de J. M. Barrie.
Aine de Knockaine era, segundo a tradição da mitologia celta, uma deusa-
fada que ajudava os viajantes perdidos nos bosques irlandeses.
Para chamá-la existia o costume de bater três vezes no tronco de uma árvore
com flores brancas.
Os antigos consagravam a essa deusa o dia 15 de Junho.
Etimologia:
Segundo Schoereder (s/d., p. 66), o nome fada "vem do latim fatum, que
significa fado, destino. Dessa forma, acredita-se que elas intervêm de forma
mágica no destino das pessoas."
Duendes:
Duendes são personagens da
mitologia européia semelhantes a
Fadas e Goblins. Embora suas
características variem um pouco
pela Espanha e América Latina,
são análogos aos Brownies
escoceses, aos Nisse
dinamarqueses-noruegueses, ao
francês nain rouge, aos
irlandeses clurichaun,
Leprechauns e Far Darrig, aos
manx fenodyree e Mooinjer
Veggey, ao galês tylwyth teg e
ao sueco Tomte.
Usado por Federico García Lorca
o termo parece situá-los mais
próximos da categoria das fadas. Duendes podem ter também traços
similares a Goblins e Kobolds.
A palavra é usualmente considerada equivalente à palavra inglesa "Sprite",
ou à palavra japonesa Youkai, e é usada indiscriminadamente como um
termo guarda-chuva para abrigar todas as criaturas semelhantes como
Goblins, Pixies, Elfos, Gnomos, etc.
Alguns mitos dizem que Duendes tomam conta de um pote de ouro no final
do arco-íris. Entretanto, se for capturado, o duende pode comprar sua
liberdade com esse ouro. Outras lendas dizem que para enganar os homens,
ele fabrica uma substância parecida com ouro, que desaparece algum tempo
depois. Neste caso são chamados Leprechauns. Na mitologia irlandesa os
Leprechauns têm mais ou menos 30 cm e atendem a desejos. Na mitologia
portuguesa, o Fradinho da mão furada , e o Zanganito são seres encantados,
uma espécie de duendes
Barrete Vermelho:
O Barrete Vermelho (também chamado de powrie, dunter, barrete frígio ou
ainda pente vermelho) é descrito como um duende malévolo ou um elfo
caracterizá-do pelo seu chapéu vermelho-vivo, sua baixa estatura e seus
olhos escarlates, presentes nas mitologias celta e escocesa.
Mito:
Barretes vermelhos também podem ser chamados de chapéus sangrentos,
pelo fato de matarem suas vítimas e depois tingirem o barrete com seu
sangue. Um barrete vermelho é um duende pérfido do folclore inglês que
assombra as ruínas de castelos onde batalhas sangrentas aconteceram.
Eles não hesitam em matar visitantes que se aproximem demais dos castelos
que assombram, caso contrário, seu barrete perde a cor e o duende não
tarda a morrer. Mas felizmente há uma coisa que repele os barretes
vermelhos: ler a Bíblia ou outra escritura sagrada em voz alta. O barrete dará
um grito agudo e alto e desaparecerá, deixando um de seus horríveis dentes.
Seu mito corre nas regiões fronteiriças da Escócia.
Aparência
Possuem botas de ferro, longos cabelos grisalhos, olhos vermelhos faiscantes
e dentes pontiagudos e poderiam ser facilmente confundidos com alguém de
idade se não tivessem o chapéu vermelho característico. Carrega uma
bengala com uma ponta afiada de metal que usa para assassinar turistas
ousados.
Histórias
Existem histórias na Inglaterra sobre relatos de Robin, um Barrete Vermelho
que habitava o Castelo Hermitage e, segundo a lenda, assassinou e matou
várias pessoas que por lá vagaram.
Gnomos:
Os gnomos são espíritos de pequena estatura amplamente conhecidos e
descritos entre os seres elementais da terra. A origem das lendas dos
gnomos terá muito provavelmente sido no oriente e influenciado de forma
decisiva a cultura antiga da Escandinávia. Com a evolução dos contos, o
gnomo tornou-se na imaginação popular um anão, senão um ser muito
pequeno com poucos centímetros de altura. É comum serem representados
como seres mágicos não só protectores da natureza e dos seus segredos
como dos jardins, aparecendo como ornamento. Usam barretes vermelhos e
barbas brancas, trajando por vezes túnicas azuis ou de cores suaves. Na
mitologia nórdica, os gnomos confundem-se com a tradição dos anões, pelo
que não é invulgar associa-los a seres que habitam as cavernas ou grutas
escuras e não suportam a luz do sol. No conceito geral, têm a capacidade de
penetrar em todos os poros de terra e até de se introduzirem nas raízes das
montanhas, explorando os mais ricos minérios ocultos e trabalhando-os com
intenso e delicado labor. Como são difíceis de ver, simbolizam o ser invisível
que através do inconsciente ou da imaginação e visão onírica tornam visíveis
os objectos e materiais desejados pela cobiça humana. São os guardiões de
tesouros íntimos da humanidade. Por vezes um gnomo capturado pode ceder
desejos a um humano que o capture, mas a maioria das vezes o desejo
realizado pode acabar por se tornar uma maldição. Tal atitude deve-se ao
facto que um gnomo castiga com ardis o ser que odeia, e por isso na
imaginação popular da cultura europeia mediterrânea, o gnomo é feio,
disforme e malicioso.
Gnoms
As formas demoníacas: a forma mais conhecida pelos continentes ocidentais
é a forma humanoide deformada, com cores cinzas e negras. Dizem as
lendas que é um ótimo lutador e faz estragos que podem até matar. As
formas amigáveis: é a forma conhecida também por duende, ele é famoso
por se amigo de Papai Noel em sua fábrica de brinquedos. Amigável, usa
touquinhas, tem a forma humanóide pequena, do tamanho de um menino de
seis anos.
Características na crença Wicca
Na mitologia criacionista neopagã são os responsáveis pela solidificação de
toda matéria.
Todos os itens ligados à terra (terra, areia, argila, pedras, plantas...) são
relacionados aos gnomos.
No corpo humano, agem principalmente nos ossos e nos sais minerais.
AVALON
Avalon (provavelmente do celta abal: maçã) é
uma ilha lendária em algum lugar das Ilhas
Britânicas, relacionada com diversas lendas sobre o
Rei Artur, Geoffrey de Monmouth, um dos autores
das lendas de Artur, chama-a de Insulis Avallonis
(Galês: Ynys Avallach), que pode ser traduzida por
Ilha das Maçãs, num claro simbolismo paradisíaco.
A ilha é ainda associada às míticas Ilhas
Afortunadas, mas que situa-se em águas ocidentais.
Excalibur:
Excalibur e a Espada na Pedra
Nos romances arthurianos várias explicações são dadas para a posse da
Excalibur por Arthur. No poema de Robert de Boron, Arthur alcança o trono
puxando uma espada de uma pedra. Nesse relato, esse ato não poderia ser
feito se não pelo "verdadeiro rei", ou seja, o verdadeiro herdeiro de Uther
Pendragon.
Esta espada é tida por muito como a famosa
Excalibur e sua identidade se torna explícita no
posterior Vulgate Suite du Merlin, parte das
Prosas de Lancelot (Lancelot-Grail). Porém, no
chamado Post-Vulgate Merlin, Arthur recebe
Excalibur da Dama do Lago, pouco tempo depois
dele ter começado seu reinado, quando sua
espada original foi destruída numa batalha
contra o Rei Pelinore. No Mort Artu, Arthur
ordena Girflet a jogar a espada no lago
encantado.
No poema grandioso de Jaspion é a poderosa espada, e aquele que a possuir
terá a glória eterna. Porém, não deve ser usada para a morte e sim para a
reconstrução, fato que Arthur leva em consideração, já que Arthur é a
natureza e tudo mais na epopéia de Malory.
A história na verdade é muito mais complexa do que isso, diz a lenda que a
espada não apareceu na pedra sem nenhum motivo, ela surgiu na verdade
por um feitiço do próprio Merlin, para reencontrar o Rei Arthur para que ele
pudesse retornar ao trono. Para isso lançou-se um boato de que o próprio rei
havia colocado a espada naquela pedra.
Então, Arthur desmemoriado volta até Camelot, onde estava a pedra. Em
seguida o rei atual que estava lá sem ser de seu direito lançou um
campeonato para encontrar Arthur e matá-lo de uma vez por todas. Os dois
finalmente estavam frente à frente. O atual rei não conseguiu tirar a espada
do local, mas Arthur sim, e ao fazê-lo recobrou sua memória e assim assumiu
o trono.
Há também uma outra versão de que a Excalibur tenha sido forjada pelo
povo do antigo continente de Lemúria e que foi passada ao rei Arthur através
de uma senhora, e que após sua morte Merlin teria dado de presente a
Excalibur para o reino de Agarta e ali ter ficado como herança para seus reis.
Rei Artur:
Arthur (em inglês King Arthur)
é uma figura lendária
britânica que, de acordo com
histórias medievais e
romances, teria comandado a
defesa contra os invasores
saxões chegados à Grã-
Bretanha no início do século
VI. Os detalhes da história de
Artur são compostos principalmente pelo folclore e pela literatura, e sua
existência histórica é debatida e contestada por historiadores modernos. A
escassez de antecedentes históricos de Artur é retratada por diversas fontes.
O lendário Artur cresce como uma figura de interesse internacional em
grande parte pela popularidade do livro de Geoffrey de Monmouth, Historia
Regum Britanniae (História dos Reis Britânicos). Porém, alguns contos de
Gales e da Bretanha e poemas relativos a história do Rei Artur foram feitos
antes deste livro
esaparece na noite escura da morte (Morrigan, a Lua Nova.
Historicidade Discutida:
A origem do mito do rei Artur é um ponto muito debatido pelos estudiosos até
hoje. Alguns acreditam que o personagem Artur está baseado em alguma
figura histórica, provavelmente um chefe guerreiro britânico da Antiguidade
tardia e início da Idade Média, a partir do qual se criaram as lendas que
conhecemos hoje. Outros estudiosos crêem que Artur é pura invenção
mitológica, sem relação com nenhum personagem real.
A escola que crê num Artur histórico baseia-se em antigas obras como
História dos Bretões (Historia Brittonum) e Anais da Câmbria (Annales
Cambriae), as quais relatam de maneira fantasiosa eventos históricos ou
pseudo-históricos ocorridos nas Ilhas Britânicas. Estes textos apresentam
Artur como figura real, um líder romano-britânico que lutou contra a invasão
da Britânia pelos anglo-saxões, situando o período do Artur histórico entre o
final do século V e começo do século VI.
O livro Historia
Brittonum, escrito em
latim por volta do ano
830, é o mais antigo em
que aparece seu nome.
A obra relata doze
batalhas que Artur
disputou, referindo-se a
ele não como rei senão
como "dux bellorum"
(chefe guerreiro). Estas chegam a seu ponto máximo na Batalha do Monte
Badon onde o cronista diz que Artur matou sozinho 960 homens. Estudos
recentes, porém, questionam a utilidade do livro Historia Brittonum como
fonte histórica deste período.
A outra crônica antiga que parece apoiar a existência histórica de Artur são
os Annales Cambriae, escritos no
século X, que também ligam Artur à
Batalha do Monte Badon. O livro data
essa batalha entre 516-518 e
também menciona a Batalha de
Camlann, na qual morrem Artur e
Mordred e que teria ocorrido entre
537-539.
Estes detalhes aparentemente
apóiam a versão da Historia
Brittonum, confirmando que Artur
realmente lutou no Monte Badon.
No entanto, os manuscritos dos
Annales Cambriae tem uma história
complexa, e é possível que cronistas
tenham utilizado o Historia Brittonum como fonte sobre as seções sobre Artur
dos Annales no século X. Neste caso, o Historia Brittonum e os Annales
Cambriae não seriam duas fontes independentes da historicidade de Artur.
Histórias do Ciclo Arturiano:
Avalon era uma ilha lendária encantada onde "Excalibur", a espada do Rei
Artur tinha sido forjada e para onde o próprio rei tinha voltado vitorioso
depois da sua última batalha para ser curado de um ferimento mortal.
Em algumas versões, Avalon é regida por Morgana, uma feiticeira e
curandeira rodeada de nove donzelas sacerdotisas responsáveis pela cura de
Artur, deitado numa cama de ouro. Numa outra versão ela é descrita como
sua meia irmã.
Em uma outra versão, o Rei Arthur é ferido em combate, e então levado pela
Dama do Lago a uma Avalon mística do além, paralela ao mundo real, onde
Artur permanece retirado desse mundo, tornando-se para sempre imortal.
Em algumas versões da lenda, ele não resiste à viagem e morre, tendo sido
enterrado então em Avalon; em outra versão, ele estaria só dormindo,
esperando para voltar num futuro próximo, pois, a ilha seria um refúgio de
espíritos, a qual permitiria a ele permanecer vivo por meio das artes mágicas.
Ynys Wydryn:
Na ficção histórica As Crônicas de Artur de Bernard Cornwell, parte da trilogia
sobre a saga arturiana, o autor dá um outro nome a Avalon, Ynys Wyndryn,
porém ele mesmo também cita Ynys Mon em sua narrativa de ficção
histórica, mascarando a verdade da ficção que mistura pesquisa histórica e
lenda.
Ynys Wydryn (Ilha do Vidro), ou Avalon, era em termos lendários o local onde
vivia Merlin juntamente com Nimue ou Viviane, que era grã-sacerdotisa e tia
de Arthur (que nunca chega a ser rei), onde era possível utilizar a magia, ou
seja, o poder divino dos deuses antigos.
Avalon, Ynys Wydryn ou Ynys Mon era um lugar de conhecimento sobre os
deuses pagãos antigos onde os druidas passavam o conhecimento antigo de
geração em geração. Era o lugar onde se aprendia o conhecimento da
religião antiga o druidismo, sendo Merlin o senhor de Avalon ou Ynys Wydryn,
que construíra Tor, uma torre onde vivia e guardava todos os seus
memoráveis e quem sabe mágicos tesouros.
A Senhora do Lago é designada como autoridade máxima da ilha, e Artur era
filho do rei Uther Pendragon, que no passado, era seguidor da crença da
Deusa, como também a mãe de Artur, Igraine. Arthur faz um pacto de
reacender a crença da Senhora do Lago para que com o passar do tempo ela
não se apagasse.
No fim de tudo, Ynys Wydryn ganha um papel importante, pois quando Artur
foi ferido mortalmente em batalha pelo seu próprio filho Mordred, ele teria
sido supostamente levado de barco à ilha por sua meia irmã Morgana ao
Lago, para onde através dos poderes que a Deusa havia lhe dado ela poderia
retornar.
No caminho, ela foi recusada por ter desprezado a Deusa e o único jeito de
retornarem à Avalon foi Artur devolver a Excalibur ao Lago, onde habitava a
Deusa. Sua sepultura foi feita em Avalon, na terra de Merlin, Ynys Wydryn,
juntamente com o corpo de sua amada Guinevere.
História x Lendas
Quando, em 1191, os monges do mosteiro de Glastonbury encontraram a
suposta sepultura do Rei Artur no cimo de um pequeno monte que dantes se
encontrava circundado de água, disseram ser este o local da mítica e pagã
Avalon. Na sepultura foram encontrados dois corpos, um de um homem de
idade média anormalmente grande (supostamente Artur) e de uma mulher
(supostamente Guinevere). A inscrição no túmulo dizia: "Aqui jaz enterrado
na Ilha de Avalon o conhecido Rei Artur".
O mosteiro de Glastonbury tinha a tradição de ter sido fundado por José de
Arimatéia, que alegadamente tinha trazido o Santo Graal para as Ilhas
Britânicas e por isso era um lugar ligado à mística do Graal.
Em quase todas as versões o reino da magia e da religião antiga, Avalon ou
Ynys Wyndryn, é localizada na região de Glanstonbury, Somerset.
A não mitológica Avalon era um cidade ou uma ilha (em algumas opiniões)
em que os segredos da religião dos antigos deuses era passado de druida
para druida, já que os druidas não podiam escrever seu conhecimento.
Alguns chamam também esta cidade do conhecimento dos deuses pagãos
antigos de Ynys Mon.
Todavia, é importante ressaltar que a Ynys Wydryn real não é a mesma coisa
que Avalon que se situava bem ao norte do antigo reino de Powys no século
V.
CAVALEIROS DA TÁVOLA REDONDA:
Os Cavaleiros da Távola Redonda foram os
homens premiados com a mais alta ordem
da Cavalaria, na corte do Rei Artur, no Ciclo
Arturiano. A Távola Redonda, ao redor da
qual eles se reuniam, foi criada com este
formato para que não tivesse cabeceira,
representando a igualdade de todos os seus
membros. Em diferentes histórias, varia o
número de cavaleiros, indo de 12 a 150 ou
mais. A Winchester Round Table, que data de
1270, na lista constam 25 nomes de
cavaleiros.
Código de Cavalaria
Sir Thomas Malory descreve o Código dos
Cavaleiros como:
1 - Buscar a perfeição humana
2 - Retidão nas ações
3 - Respeito aos semelhantes
4 - Amor pelos familiares
5 - Piedade com os enfermos
6 - Doçura com as crianças e mulheres
7 - Ser justo e valente na guerra e leal na paz
Origens da Távola Redonda
O primeiro escritor a descrever a Távola Redonda foi o poeta do século XII,
Wace, cujo Roman de Brut tomou como base a Historia Regum Britanniae de
Geoffrey de Monmouth. Este recurso foi utilizado por muitos autores
subseqüentes. Todavia, mesmo os primeiros autores atribuem a Arthur um
séquito de guerreiros extraordinários.
Em Geoffrey, a corte de Arthur atrai os maiores heróis de toda a Europa. No
material arturiano galês, muito do qual está incluído no Mabinogion, são
atribuídas habilidades sobre-humanas aos homens de Artur. Alguns dos
personagens do material galês aparecem mesmo sob nomes alterados como
Cavaleiros da Távola Redonda nos romances continentais, os mais notáveis
dos quais são Cai (Sir Kay), Bedwyr (Sir Bedivere), Gwalchmai (Sir Gawain) e
Galahad aquele que consegui achar a Santo Graal.
Lancelot:
Há muitas histórias sobre Lancelot de Camelot, e eles variam de acordo com
a fonte. Segundo alguns, na idade de dezoito anos, Lancelot conheceu os
seus primos, Bors e Lional, e seu meio-irmão Ector e os quatro homens
partiram para Camelot. Por causa do apoio de Ban para King Arthur em sua
juventude, Lancelot foi acolhida a Camelot de Arthur e Lancelot foi
condecorado no Dia de S. João.
Em algumas versões da lenda, uma das primeiras tarefas de Lancelot como
cavaleiro, era trazer Guinevere para Camelot para o seu casamento com
Arthur. Durante sua viagem de volta a Camelot, Guinevere e Lancelot
apaixonaram-se. Em outros contos, Guinevere já estava Rainha quando
Lancelot quando chegou, e ele se tornou um dos Cavaleiros da Rainha.
Lancelot logo tornou-se reconhecido como o maior dos cavaleiros, depois de
completar várias missões. Entre outras aventuras, ele conquistou o guardião
do castelo chamado
Dolorous Gard, que
depois se tornou sua
própria casa
renomeado Joyous
Gard. Lancelot se
tornou um dos
cavaleiros da Távola
Redonda e
companheiro mais
próximo de Artur.
ROBIN HOOD
Robin Hood
(conhecido em Portugal
como Robim dos
Bosques) é um herói
mítico inglês, um fora-da-lei que roubava dos ricos para dar aos pobres, aos
tempos do Rei Ricardo Coração de Leão. Era hábil no arco e flecha e vivia na
floresta de Sherwood. Era ajudado por seus amigos "João Pequeno" e "Frei
Tuck", entre outros moradores de Sherwood. Teria vivido no século XIII,
gostava de vaguear pela floresta e prezava a liberdade. Ficou imortalizado
como "Príncipe dos ladrões". Tenha ou não existido tal como o conhecemos,
"Robin Hood" é, para muitos, um dos maiores heróis de Inglaterra.
No entanto o herói não é de fato um ladrão errante que vive em florestas. A
história começa quando Robin of Locksley, filho do Barão Locksley é um
cruzado e viaja com o Rei Ricardo para catequizar os hereges. Prisioneiro, ele
foge e retorna a Inglaterra. No entanto, ao chegar em casa percebe que
muitas coisas aconteceram. Aproveitando a ausência do Rei Ricardo, o
príncipe John, o segundo herdeiro direto, assume seu trono, aumenta os
impostos e mata o pai de Robin, destruindo também seu castelo. Não tendo
onde morar, Robin Hood encontra um grupo de homens que moram na
floresta e os lidera em uma batalha com o príncipe. Ele quer reaver sua
posição nobre e também ajudar aos que se tornaram pobres graças a
ganância de John.
Na História, Robin Hood, que ganha o apelido por usar um hood (tipo de
chapéu com pena) vence o príncipe John e casa-se com Maid Marian,
sobrinha de Ricardo. No fim da história, Ricardo Coração de Leão reaparece
após sua derrota em terras estrangeiras e nomeia Robin Hood cavaleiro,
tornando o nobre novamente.
Se existiu de fato, viveu algures no século XIII. Uma das primeiras referências
a tal personagem é o poema épico Piers Plowman, escrito por William
Langland em 1377. A compilação Gesta de Robin Hood, de 1400, sugere
que as histórias que compõem a lenda circulavam bastante anos antes.
Para quem vive hoje em Nottingham, cidade no centro de Inglaterra que
serve de cenário à maioria das baladas iniciais, Robin continua a existir. Além
das estátuas, há as ruas batizadas com o seu nome ou o festival anual que
lhe é dedicado. E há também o que resta da Floresta de Sherwood, onde é
possível encontrar a árvore em redor da qual o bando de Robin se reunia em
conselho. É claro que, caso tenha vivido em Yorkshire, a floresta não era a de
Sherwood mas a de Barnsdale. No convento de Kirklees, hoje em ruínas,
existe também aquela que se pensa ser a sua campa e onde se pode ler:
"Aqui jaz Robard Hude".
"Robin Hood" é, desde sempre, por motivos que as versões às vezes alteram,
um fora-da-lei. As referências históricas que sustêm as várias teorias da sua
existência prendem-se, aliás, na maior parte dos casos, com registos de
comparência em tribunais. Por Robin ter existido como "Robin Hood", por a
lenda ser já contada ou por simples coincidência, parece ter havido antes de
1300, na mesma região, pelo menos cinco homens acusados de actividade
criminal conhecidos pela alcunha de "Robinhood".
Existem muitos candidatos a ter em conta, e se quiser acreditar que Robin
existiu. De acordo com a investigação de Joseph Hunter, em 1852, Robin era
Robert Hood e tornou-se fugitivo por ter ajudado o Conde de Lancaster, que
se rebelara contra a cobrança abusiva de impostos do Príncipe João, que por
sua vez, usurpara o trono de seu irmão, o Rei Ricardo (apelidado de "Coração
de Leão", desaparecido numa cruzada).
UNICÓRNIO
Unicórnio, também
conhecido como licórnio, é
um animal mitológico que
tem a forma de um cavalo,
geralmente branco, com
um único chifre em espiral.
Sua imagem está
associada à pureza e à
força. Segundo as
narrativas são seres
dóceis; porém são as
mulheres virgens que têm
mais facilidade para tocá-
los.
Tema de notável recorrência nas artes medievais e renascentistas, o
unicórnio, assim como todos os outros animais fantásticos, não possui um
significado único.
Considerado um equino fabuloso benéfico, com um grande corno na cabeça,
o unicórnio entra nos bestiários em associação à virgindade, já que o mito
compreende que o único ser capaz de domar um unicórnio é uma donzela
pura. Leonardo da Vinci escreveu o seguinte sobre o unicórnio:
"O unicórnio, através da sua intemperança e incapacidade de se dominar, e
devido ao deleite que as donzelas lhe proporcionam, esquece a sua
ferocidade e selvajaria. Ele põe de parte a desconfiança, aproxima-se da
donzela sentada e adormece no seu regaço. Assim os caçadores conseguem
caça-lo."
A origem do tema do unicórnio é incerta e se perde nos tempos. Presente nos
pavilhões de imperadores chineses e na narrativa da vida de Confúcio, no
Ocidente faz parte do grande número de monstros e animais fantásticos
conhecidos e compilados na era de Alexandre e nas bibliotecas e obras
helenísticas.
É citado no livro grego Physiologus, do século V d.C, como uma
correspondência do milagre da Encarnação. Centro de calorosos debates, ao
longo do tempo, o milagre da Encarnação de Deus em Maria passou a ser
entendido como o dogma da virgindade da mãe de Cristo: nessa operação
teológica, o unicórnio tornou-se um dos atributos recorrentes da Virgem.
Representações profanas do unicórnio encontram-se em tapeçarias do Norte
da Europa e nos cassoni ( grandes caixas de madeira decoradas, parte do
enxoval das noivas) italianos dos séculos XV e XVI. O unicórnio também
aparece em emblemas e em cenas alegóricas, como o Triunfo da Castidade
ou da Virgindade.
A figura do unicórnio está presente também na heráldica, como no brasão
d'armas do Canadá, da Escócia e do Reino Unido.
Na astronomia, o unicórnio é o nome de uma constelação chamada
Monoceros.
O unicórnio tem sido uma presença frequente na literatura fantástica,
surgindo em obras de Lewis Carroll, C.S. Lewis e Peter Beagle. Anteriormente,
na sua novela A Princesa da Babilónia (A Princesa de Babilônia), Voltaire
incluí um unicórnio como montada do herói Amazan.
Modernamente, na obra de J. K. Rowling, a série Harry Potter, o sangue do
unicórnio era necessário para Voldemort manter-se vivo, porém o ato de
matar uma criatura tão pura para beber-lhe o sangue dava ao praticante de
tal ação apenas uma semi-vida - uma vida amaldiçoada. No livro diz-se que o
unicórnio bebê é dourado, adolescente prateado e adulto branco-puro.
Também é interessante observar, ainda na obra de Rowling, que a varinha do
personagem Draco Malfoy possui o núcleo de pêlo de unicórnio.
Noutro livro, "Memórias De Idhún", de Laura Gallego García, o unicórnio é
uma das personagens principais da história, sendo parte de uma profecia que
salva Idhún dos sheks. Em Memórias De Idhún, o unicórnio está no corpo de
Victoria.
Em 2008 um "unicórnio" nasceu na Itália. O animal, obviamente não é parte
de uma nova espécie. Mas sim uma corça (pequena espécie de cervídeo
europeu), que nasceu com somente um chifre. Pesquisadores atribuem o
corrido a um "defeito genético".
História e lendas
Acredita-se que o Elasmotherium deu origem ao mito moderno do Unicórnio,
como descrito por testemunhas na China e Pérsia.
Apesar de provavelmente ter sido extinto na pré-história, de acordo com a
enciclopédia sueca Nordisk familjebok, publicada de 1876 a 1957, e com o
cientista Willy Ley, o animal pode ter sobrevivido o suficiente para ser
lembrado em mitos do povo russo como um touro com um único chifre na
testa.
Ahmad ibn Fadlan, viajante muçulmano cujos escritos são considerados uma
fonte confiável, diz ter passado por locais onde homens caçavam o animal.
Fadlan, inclusive, afirma ter visto potes feitos com chifres do unicórnio.
Em 1663, perto de uma caverna na Alemanha, foi encontrado o esqueleto de
um animal que, especulava-se, seria um unicórnio. As ossadas encontradas
na Alemanha eram possivelmente de Mamute com outros animais, montados
por humanos de forma equivocada.
A caveira estava intacta e com um chifre único no meio, preso com firmeza.
Cerca de 100 anos depois, uma ossada semelhante foi encontrada perto da
mesma caverna. Os dois esqueletos foram analisados por Gottfried Leibniz,
sábio da época, que declarou que (a partir das evidências encontradas)
passara a acreditar na existência de unicórnios
DRAGÕES:
No ocidente, em geral, predomina a
idéia de dragão como um ser
maligno e caótico, mesmo que não
seja necessariamente esta a
situação de todos eles. Nos mitos
europeus a figura do dragão
aparece constantemente, mas na
maior parte das vezes é descrito
como mera besta irracional, em
detrimento do papel
divino/demoníaco que recebia no
oriente.
A visão negativa de dragões é bem
representada na lenda nórdica ou
germânica de Siegfried e Fafnir, em
que o anão Fafnir acaba se
transformando em um dragão
justamente por sua ganância e
cobiça durante sua batalha final contra o herói Siegfried. Nesta mesma lenda
também pode ser visto um traço comum em histórias fantásticas de dragões,
as propriedades mágicas de partes do seu corpo: na história, após matar
Fafnir, Siegfried assou e ingeriu um pouco do seu coração, e assim ganhou a
habilidade de se comunicar com animais.
Serpentes marinhas como Jormungand, da mitologia nórdica, era o pesadelo
do Vikings; por outro lado, a proa de seus navios eram entalhadas com um
dragão para espantá-lo.
Na mitologia grega, também é comum ver os dragões como adversários
mitológicos de grandes heróis, como Hércules ou Perseu. De acordo com uma
lenda da mitologia grega, o herói Cadmo mata um dragão que havia
devorado seus liderados. Em seguida, a deusa Atena apareceu no local e
aconselhou Cadmo a extrair e enterrar os dentes do dragão. Os dentes
"semeados" deram origem a gigantes, que ajudaram Cadmo a fundar a
cidade de Tebas.
Sláine, Cuchulainn e diversos outros heróis celtas enfrentaram dragões nos
relatos dos seus povos.
A lenda polonesa do dragão de Wawel conta como um terrível dragão foi
morto perto da actual cidade de Cracóvia.
Durante a idade média as histórias sobre batalhas contra dragões eram
numerosas. A existência dessas criaturas era tida como inquestionável, e seu
aspecto e hábitos eram descritos em detalhes nos bestiários da Igreja
Católica. Segundo os relatos tradicionais, São Jorge teria matado um dragão.
Muitos povos celtas, por exemplo, possuíam imagens dragões em seus
brasões familiares, e há também muitas imagens de dragões como
estandartes de guerra desses povos. Assim, ao contar histórias de vis
dragões sendo enfrentados e vencidos por nobres heróis cristãos, os
escritores cristãos também estavam fazendo uma apologia da sua religião
contra as antigas tradições locais. Pode-se fazer até mesmo um paralelo
entre as famosas armas de sopro draconianas e a pregação destas religiões:
um dragão que sopra nuvens venenosas, por exemplo, poderia também ser
usado como metáfora para blasfêmias "venenosas" proferidas por falsos
profetas pagãos.
Em Portugal, o dragão mais famoso é a "coca" ou "coca rabixa". A festa da
"coca" realiza-se no dia do Corpo de Deus.
No ano de 2006, o Discovery Channel exibiu um documentário dissertando
que os dragões realmente existiram. Seriam a evolução de certos répteis. O
fogo poderia ser expelido pela boca pois havia gás metano junto de demais
gases dentro do estômago, assim como nós mesmos temos. Semanas após a
exibição do documentário ele foi exibido novamente, desta vez anunciando
que tudo não passava de pura ficção.
Bibliografia
BORGES, Jorge Luis, e GUERRERO, Margarida. O Livro dos Seres Imaginários.
São Paulo: Globo,1996.
FRIEDMAN, John Block. The Monstrous Races in Medieval Art and Thought.
Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1981.
HALL, James. Dictionary of Subjects and Symbols in Art. New York: Harper &
Row Publishers, 1996.
REVILLA, Federico. Diccionario de Iconografía y Simbología. Madrid: Ediciones
Cátedra, 1995.