mitologia grega, zeus

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  • 8/7/2019 mitologia grega, zeus

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    Zeus deus dos troves, senhor do Olimpo, era filho de Cronos e Ria. Cronos tinha ohbito de devorar seus prprios filhos para que no tomassem seu lugar no trono. Atque Zeus nasceu e sua me Ria j cansada de tanto sangue e sofrimento deu a Cronos

    uma pedra embrulhada no lugar de Zeus, salvando sua vida. Ria decidiu que Zeus seriao ultimo filho e encerraria o reinado de sangue e sofrimento e tomaria o trono do pai.

    Zeus

    Assim que Cronos descobriu que tinha engolido uma pedra ao invs do filho saiu a

    procura de Zeus, mas no o encontrou. Zeus foi criado no bosque de Creta e foialimentado com mel e leite de cabra. E assim quando cresceu foi a caminho do pai para

    combat-lo, eles viraram grandes inimigos, Zeus obrigou seu pai a engolir uma bebidamgica, que restituiu todos os filhos que no passado tinha devorado. Foi ento que Zeus

    conheceu seus quatro irmos: Demter, Poseidon, Hstia e Hades, faltou apenas a Heraque como Zeus foi poupada e no estava ali. Zeus ainda liberou ciclopes que deu a ele o

    Raio. Ento aps dez anos, que foi o tempo que durou a guerra, Zeus subiu ao Olimpo

    junto com seus irmos Poseidon e Hades que o ajudaram a destruir Cronos, e ento

    comandaram o Cu, a Terra e os demais deuses.

    Zeus tinha o poder dos fenmenos atmosfricos e fazia relmpagos e troves e com sua

    mo direita lanava a chuva, podia usar sua fora como destruidora, mas tambm

    mandava chuvas para as plantaes.

    Zeus casou-se trs vezes, sua primeira esposa foi Mtis a deusa da prudncia e com ela

    teve sua filha Atena. Sua segunda esposa foi Tmis a deusa da justia. E sua terceira

    esposa foi sua irm Hera e com ela teve vrios herdeiros, mas o nico que foi filholegtimo de Hera e Zeus foi Ares, que era o Deus da guerra. Heras era muito ciumenta e

    agressiva j que Zeus desonrava sua vida com Heras, tinha muitas amantes, e que

    tambm acabou tendo muitos filhos fora de seu casamento. Zeus usava seu poder de

    seduo e at usava as mais belas metamorfoses para conquistar as mulheres. As mais

    conhecidas so: o Cisne de Leda e o Touro da Europa.

    Zeus o deus que d ao homem o caminho da razo e tambm ensina que o verdadeiro

    conhecimento obtido apenas a partir da dor.

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    Mitologia Grega: Z e u s

    A maior e mais poderosa das doze divindades gregas do Olimpo, o

    Jpiterdos romanos, e a nica cuja origem indo-europia pode serdemonstrada claramente. De acordo com Hesodo, era o filho mais

    novo dos Tits Cronos e de Ria, os romanos Saturno e Cibele, que

    detinham o controle do mundo, e portanto, tambm irmo de

    Hstia, Demter, Hera, Hades e Poseidon. Cronos derrotou seu

    prprio pai, Urano, e tomou para si o poder, tornando-se senhor

    dos antigos deuses. Mas ouviu de Gaia e de seu prprio pai, que

    ele estava destinado tambm ser derrotado e condenado por um

    de seus prprios filhos. Na tentativa de salvar-se do destino, o tit

    engolia todos os seus filhos medida em que nasciam, deixando

    Ria desolada. Porm, estando Ria grvida novamente, e

    temendo pelo futuro do filho, implorou ao seus pais, Gaia e Urano

    (a Terra e o Cu), para que divisassem um meio de ter seu filho em

    segurana e cri-lo escondido do pai, at que um dia ele o fizesse

    pagar pelos filhos que havia engolido. Os dois deuses orientaram-

    na a se dirigir Lyktos, em Creta, onde ela deu luz a seu filho mais jovem e deu -lhe o nome de Zeus. L

    ela escondeu o beb em uma caverna de difcil acesso, encravada nas montanhas da Egia, em meio a

    densas florestas, para ser criado por ninfas. Ela ento envolveu uma pedra com roupas de beb e a

    entregou a Cronos, que a engoliu sem descobrir o logro. Quando o filho cresceu, conseguiu libertar os

    ciclopes, seus tios, que se juntaram a ele com as ocenidas Mtis, deusa da prudncia, e Estige e seus

    filhos e Prometeu, filho de Jpeto, este um dos filhos de Gaiae Urano. Cronos foi derrotado depois de

    uma guerra de dez anos que ficaria conhecida como titanomaquia. Destronado pela fora de seu filho e

    ludibriado por um estratagema de Mtis, foi obrigado a vomitar todos os outros irmos engolidos. O

    primeiro a ser lanado para fora foi a pedra com que Ria enganara o marido, a ltima a ser engolida.

    Depois vieram Demter, Hera, Hades, Hstiae Poseidon. Cronos foi expulso do Olimpo e banido com

    seus tits aliados para o Trtaro, lugar de tormento eterno. E assim como o pai simbolizava o tempo, ao

    derrot-lo, seu filho tornou os deuses imortais. Ele tomou posse do trono do pai e partilhou com seus

    dois irmos o imprio do universo. Posidon,o Netuno dos romanos, herdou o reino dos mares e Hades,

    o Pluto, tornou-se o deus das profundezas, dos subterrneos e das riquezas. Ele ficou com o cu, a

    terra e o domnio e cuidado das deusas irms, Hstia, Demter, Hera. Ento colocou no solo sagrado de

    Pytho, o local do orculo de Delfos, para servir de monumento e maravilha para os homens mortais.

    Ainda libertou os irmos de seu pai do exlio, ou seja, os filhos de Urano que haviam sido aprisionados

    por este, e eles retriburam dando-lhe alm de graas, o trovo, o relmpago e o raio, que a Terra havia

    deixado escondidos at ento. Como rei dos deuses, governava o mundo e as outras divindades. Era

    mais poderoso que todos os outros deuses juntos. Exigia que todos obedecessem a suas leis e punia

    imediatamente todos aqueles que as violavam. Podia provocar tempestades e disparar seus trovespara punir os homens. Era tambm acompanhado por uma guia que carregava seus troves.

    AS MUSASeram tambm filhas de Zeus e deusas da msica, das artes e da memria. Eram nove e cada

    uma delas representava um aspecto da literatura, da arte ou da cincia. Calope era a musa da eloqnciae da poesia pica, Clio, da histria, Euterpe, da poesia lrica, Melpmene, da tragdia, Terpscore, dadana em grupo e do canto coral, rato, da elegia, a quem se atribua a inveno da flauta e de outrosinstrumentos de sopro, Polmnia, da poesia sagrada, Urnia, da astronomia, cincias exatas e geometria,e Tlia, da comdia ou idlio.

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    HARESou Graas, eram filhas de Zeus e deusas da felicidade, do amor e da celebrao. Presidiam osbanquetes, as danas e a todos os eventos sociais. Elas eram trs: Efrosine, Aglaia e Tlia.

    A mitologia grega bastante rica em termos de contos e explicaes da origem do mundo, a

    tudo atribuindo os poderes dos deuses gregos, que segundo a crena geral, moravam no

    Monte Olimpo.

    Dizem as lendas gregas que, no princpio, havia somente o grande Caos, do qual surgiram osVelhos Deuses, ou Tits, dirigidos pelo deus Cronos (Tempo). Zeus era um filho de Cronos e

    chefiou a rebelio da nova gerao dos deuses - chamados Deuses Olmpicos - que

    dominaram a Grcia em toda a sua poca clssica. Os principais deuses olmpicos so:

    Zeus

    o deus principal, governante do Monte Olimpo. Rei dos deuses e dos homens, era o sexto

    filho de Cronos. Como seus irmos, deveria ser comido pelo pai, mas a me deu uma

    beberagem a Cronos e este vomitou novamente o filho; este e seus irmos, tambm vomitados

    na mesma hora, uniram-se contra o pai, roubaram os raios e venceram a batalha. Os raios,

    fabricados pelo deus Hefaistos, eram o smbolo de Zeus.

    Zeus para os gregos e Jpiterpara os romanos.

    Palas Atena ou Atenia

    Deusa virgem, padroeira das artes domsticas, da sabedoria e da guerra. Palas nasceu j

    adulta, na ocasio em que Zeus teve uma forte dor de cabea e mandou que Hefaistos, o deus

    ferreiro, lhe desse uma machadada na fronte; da saiu Palas Atena. Sob a proteo dessa

    deusa floresceu Atenas, em sua poca urea. Dizia-se que ganhou a devoo dos atenienses

    quando presenteou a humanidade com a oliveira, rvore principal da Grcia.

    Palas para os gregos e Minerva para os romanos.

    Apolo

    Deus do sol e patrono da verdade, da msica, da medicina e pai da profecia. Filho de Zeus,

    fundou o orculo de Delfos, que dava conselhos aos gregos atravs da Pitonisa, sacerdotiza de

    Apolo que entrava em transe devido aos vapores vindos das profundezas da terra.

    Apolo para os gregos

    rtemis

    A Diana dos romanos, era a deusa-virgem da lua, irm gmea de Apolo, poderosa caadora e

    protetora das cidades, dos animais e das mulheres. Na Ilada de Homero, desempenhou

    importante papel na Guerra de Tria, ao lado dos troianos.

    rtemis para os gregos e Diana para os romanos.

    Afrodite

    Deusa do amor e da beleza, era esposa de Hefaistos e amante de Ares, a quem deu vrios

    filhos (entre eles Fobos = Medo, e Demos = Terror). Afrodite era tambm me de Eros.

    Afrodite para os gregos e Vnus para os romanos.

    Hera

    Esposa de Zeus, protetora do casamento, das mulheres casadas, das crianas e dos lares. Era

    tambm irm de Zeus, uma das filhas vomitada por Cronos.

    Hera para os gregos e Juno para os romanos.

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    Dmeter

    Era a deusa das colheitas, dispensadora dos cereais e dos frutos. Quando Hades, deus do

    inferno, levou sua filha Persfone como sua esposa, negou seus poderes terra, e esta parou

    de produzir alimentos; a soluo de Zeus foi que Persfone passaria um tero do ano no

    inferno, com seu marido, e o restante do tempo com sua me, no Olimpo. Dessa forma,

    Dmeter abrandou sua ira e tornou a florescer nas colheitas.

    Dmeterpara os gregos e Ceres para os romanos.

    Hermes

    Filho de Zeus e mensageiro dos mortais, era tambm protetor dos rebanhos e do gado, dos

    ladres, era guardio dos viajantes e protetor dos oradores e escritores.

    Hermes para os gregos e Mercrio para os romanos.

    Poseidon

    o deus do mar e dos terremotos, foi quem deu os cavalos para os homens. Apesar disso, era

    considerado um deus traioeiro, pois os gregos no confiavam nos caprichos do mar.

    Poseidon para os gregos e Netuno para os romanos.Dionsio

    Era o deus do vinho e da fertilidade. Filho de Zeus e uma mortal, foi alvo do cime de Hera,

    que matou sua me e transtornou o seu juzo. Assim, Dionsio vagueava pela terra, rodeado de

    stiros e mnades. Era o smbolo da vida dissoluta.

    Dionsio para os gregos e Baco para os romanos.

    Ares

    O deus guerreiro por excelncia. Seu smbolo era o abutre. Seus pais, Zeus e Hera,

    detestavam-no, mas era protegido por Hades, pois povoava o inferno com as numerosas

    guerras que provocava. Sua vida estava longe de ser exemplar - foi surpreendido em adultrio

    com Afrodite, esposa de Hefaistos, que os prendeu em fina rede; foi ferido por trs vezes por

    Hracles (Hrcules). Era muito respeitado pelos gregos por sua fora e temperamento

    agressivo.

    Ares para os gregos e Marte para os romanos.

    Hefaistos ou Hefesto

    Deus ferreiro, do fogo e dos artfices. Filho de Zeus e Hera, foi lanado do Olimpo por sua me,

    desgostosa por ter um filho coxo. Refugiou-se nas profundezas da terra, aprendendo com

    perfeio o ofcio de ferreiro. De suas forjas saram muitas maravilhas, inclusive a primeira

    mulher mortal, Pandora, que recebeu vida dos deuses. Construiu no Olimpo um magnfico

    palcio de bronze para si prprio, e era estimado em Atenas. Para compens-lo de sua feira,

    seu pai deu-lhe por esposa Afrodite, a deusa da beleza. Era arteso dos raios de Zeus.

    Hefaistos para os gregos e Vulcano para os romanos.

    Alm desses deuses, que junto a muitos outros pululavam no Olimpo, havia heris (filhos de

    deusas ou deuses com mortais), semideuses, faunos, stiros e uma infinidade de entidades

    mitolgicas que explicavam por lendas todos os fenmenos da natureza. Entre os heris mais

    populares, podemos citar:

    Io - amada por Zeus, que a transformou em novilha para escond-la da ciumenta Hera.

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    Deucalio e Pirra - nicos sobreviventes do dilvio que Zeus mandou ao mundo pervertido.

    Hracles - ou Hrcules, autor dos famosos Doze Trabalhos; era filho de Zeus e da moratal

    Alcmena.

    dipo - que matou a esfinge e casou-se com sua prpria me.

    Perseu - que matou a Medusa, uma das Grgonas, e libertou a princesa Andrmeda da

    serpente marinha.

    Cadmo - que matou um drago e no local fundou a cidade de Tebas.

    Europa - irm de Cadmo, foi amada por Zeus que lhe apareceu sob a forma de um touro e, em

    suas costas, atravessou o mar.

    Jaso - chefe dos Argonautas, equipe de heris - Hracles, Orfeu, Castor e Plux, e outros -

    que navegou no navio "Argos" em busca do Velocino de Ouro.

    Teseu- que penetrou o labirinto de Creta e matou o Minotauro, acabando por unificar a tica.

    Atalanta - mulher aventurosa que se casou com o ardiloso Hipomenes.

    Belerofonte - que matou o monstro Quimera e domou o cavalo alado, Pgaso.

    Os heris de Tria -Aquiles, Heitor, jax, Agamnon, Ulisses - autor da idia do cavalo de

    Tria - e outros.

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    Os romanos ultrapassaram todos os outros povos na sabedoria singular de compreender que

    tudo est subordinado ao governo e direo dos deuses. Sua religio, porm, no se baseou na

    graa divina e sim na confiana mtua entre Deuses e Homens; e seu objetivo era garantir a

    cooperao e a benevolncia dos deuses para com os homens e manter a paz entre eles e a

    comunidade. Entende-se por religio romana o conjunto de crenas, prticas e instituies

    religiosas dos romanos no perodo situado entre o sculo VIII a.C. e o comeo do sculo IV da

    era crist. Caracterizou-se pela estrita observncia de ritos e cultos aos deuses, de cujo favor

    dependiam a sade e a prosperidade, colheitas fartas e sucesso na guerra. A piedade,

    portanto, no era compreendida em termos de experincia religiosa individual e sim da fiel

    realizao dos deveres rituais aos deuses, concebidos como poderes abstratos e no como

    Divindades Antropomrficas. Um trao caracterstico dos romanos foi seu sentido prtico e a

    falta de preocupaes filosficas acerca da natureza ou da divindade. Seus preceitos religiosos

    no incorporaram elementos morais, mas consistiram apenas de diretrizes para a execuo

    correta dos rituais. Tambm no desenvolveram uma mitologia imaginativa prpria sobre a

    origem do universo e dos deuses; seu carter legalista e conservador contentou-se em cumprir

    com toda exatido os ritos tradicionalmente prescritos, organizados como atividades sociais e

    cvicas. O ceticismo religioso chegou a ser uma atitude predominante na sociedade romana emface das guerras e calamidades, que os deuses, apesar de todas as cerimnias e oferendas, no

    conseguiam afastar. O historiador Tacitus comentou amargamente que a tarefa dos deuses era

    castigar e no salvar o povo romano. A ndole prtica dos romanos manifestou-se tambm na

    poltica de conquistas, ao incorporar ao prprio panteo os deuses dos povos vencidos. Sem

    teologia elaborada, a religio romana no entrava em contradio com essas deidades, nem os

    romanos tentaram impor aos conquistados uma doutrina prpria. Durante a repblica, no

    entanto, foi proibido o ensino da Filosofia Grega, porque os filsofos eram considerados

    inimigos da ordem estabelecida. Os valores dominantes da cultura romana no foram o

    pensamento ou a religio, mas a retrica e o direito. Com as crises econmicas e sociais que

    atingiram o mundo romano, a antiga religio no respondeu mais s inquietaes espirituais

    de muitos e, a partir do sculo III a.C., comearam a se difundir religies orientais de rico

    contedo mitolgico e forte envolvimento pessoal, mediante ritos de iniciao, doutrinas

    secretas e sacrifcios cruentos. Nesse ambiente verificou-se mais tarde a chegada dos

    primeiros cristos, entre eles os apstolos Pedro e Paulo, com uma mensagem tica de amor e

    salvao. O cristianismo conquistou o povo, mas seu irrenuncivel monotesmo chocou-se com

    as cerimnias religiosas pblicas, nas quais se baseava a coeso do estado, e em especial com

    o culto ao imperador. Depois de sofrer numerosas perseguies, o cristianismo foi reconhecido

    pelo imperador Constantinus I no ano 313 d.C. So escassas as fontes que permitem

    reconstruir a vida da primitiva Roma, pequena cidade-estado que se formou por volta do

    sculo VIII a.C. A descrio mais antiga do historiador romano Marcus Terencius Varro, do

    sculo I a.C., mas seu testemunho j mostra a grande influncia daCultura Grega, que motivoua reinterpretao da tradio religiosa. No perodo de formao original, a religio dos

    romanos j apresentava caractersticas utilitrias, em que as preocupaes se centravam na

    satisfao das necessidades materiais, como boas colheitas e a prosperidade da famlia e do

    estado em tempo de paz e de guerra. Entre os deuses mais importantes dessa poca esto

    Jpiter, deus do cu, o maior deles; Marte, deus da guerra; Quirino, protetor da paz,

    identificado depois com Romulus; e Juno, cuja funo principal era dirigir a vida das mulheres.

    Outras deidades menores eram figuras vagas de funes limitadas e claramente definidas.

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    Como os deuses maiores, tinham poderes sobrenaturais e, pelo culto adequado, podiam ser

    induzidos a empreg-los em benefcio dos adoradores. A curiosidade dos romanos, porm, no

    passava desse ponto: os deuses no tinham mitos, no formavam casais e no tinham filhos.

    Os romanos no tinham tambm uma casta sacerdotal; seus ritos eram executados com

    meticulosa exatido por chefes de famlia ou magistrados civis. Essas atividades clericais,

    porm, eram reguladas por colgios sacerdotais. Na segunda metade do sculo VI a.C., os

    Etruscos conquistaram a cidade de Roma e introduziram nas prticas religiosas o culto s

    esttuas dos deuses, os templos, a adivinhao mediante o escrutnio das entranhas de

    animais sacrificados e do fogo e maior solenidade nos ritos funerrios. O primitivo calendrio

    religioso lunar, de dez meses, foi substitudo pelo calendrio solar de 12 meses. Nesse perodo

    ocorreu a incorporao de deuses que no eram apenas etruscos. Jpiter ganhou como

    consortes Juno e Minerva, uma unio que resultou da influncia grega, j que as duas deusas

    foram identificadas como Hera e Atena, mulher e filha de Zeus. Vnus e Diana surgiram de

    fontes italianas. Entre os deuses incorporados ao panteo romano por influncia etrusca esto

    Vulcano, deus do fogo, e Saturno, divindade de funes originais obscuras. O Perodo

    Republicano, do sculo V ao sculo I a.C., caracterizou-se pela ampliao da influncia da

    cultura grega, cujos mitos revitalizaram os deuses romanos ou introduziram novas divindades,como Apolo, que no tinha um equivalente romano geralmente reconhecido, e Esculpio.

    Outro costume importado da Grcia foi convidar os deuses para o banquete sagrado, o

    Lectisternium, no qual eram representados por suas esttuas e associados em casais, como

    Jpiter e Juno, Marte e Vnus etc. As figuras juntas nos banquetes formaram o grupo grego

    popular e tpico de 12 deuses. Foram introduzidos ainda cultos orgisticos do Oriente Mdio,

    como o da deusa Cibele, a Grande Me, e o de Dioniso, que em Roma foi identificado como

    Baco. O imperador Augustus quis reavivar os cultos tradicionais - ele mesmo foi divinizado

    aps a morte - e reconstruir os templos antigos. A crescente demanda por uma religio mais

    pessoal, porm, que nem as religies tradicionais gregas nem as romanas eram capazes de

    satisfazer, foi atendida por vrios cultos do Oriente Mdio, que prometiam a seus seguidores o

    favor pessoal da divindade e mesmo a imortalidade se certas condies fossem atendidas,

    entre elas a iniciao secreta em ritos misteriosos. O primeiro deles foi o de sis que, embora

    de origem egpcia, sofreu modificaes em sua passagem pela Grcia. Depois veio o culto de

    Atis, consorte da Grande Me, e por ltimo o de Mitra, de origem Persa, que se tornou o

    predileto dos soldados romanos. No ltimo perodo do Imprio Romano, desenvolveu-se de

    forma particular o culto ao Sol, e o imperador Aurelianus proclamou como suprema divindade

    de Roma o Sol Invicto. Mas essas tentativas de reavivar uma religio que sempre servira aos

    interesses do estado fracassaram, ante a expanso do Cristianismo que, em 391, foi declarado

    religio oficial do estado pelo imperador Theodosius I, que suprimiu o culto tradicional.

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    O legado de Cristo e a histriaHamilton Moraes dos Santos

    Publicado na edio 20 da Coluna

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    De que forma a Histria encarou Jesus Cristo comoprotagonista histrico e o seu santo legado para ahumanidade? O presente artigo no tem apretenso de recontar a Histria de Cristo, pois paratal intuito, temos ao nosso dispor os QuatroEvangelhos Cannicos.

    O perodo histrico no qual Jesus Cristo estinserido a Idade Antiga (4.000 a.C. at 476 d.C.).

    Em 63 a.C. Pompeu tomou Jerusalm. A Palestinatornou-se provncia de Roma. A Repblica Romanaera na prtica um gigantesco imprio. Nessa poca, os domnios territoriais romanocresceram consideravelmente, tais conquistas se davam atravs da atuao do poderosexrcito. Em 27 a.C. Octvio Augusto transforma a Repblica em Imprio Romano. Osgovernos romanos passaram a ser absolutos e teocrticos. O culto figura do imperadopassou a ser imposto em todo o gigantesco imprio. Tal obrigao tornou-se um problema naPalestina, pois os judeus cultuavam fielmente um nico Deus, chamado Jeov. Toda a vidpalestina girava em torno da religiosidade. A Palestina era uma Teocracia. A economia romanase baseava na explorao do trabalho escravo, na intensa atividade comercial e nos impostosrecolhidos em suas provncias. A Palestina tinha grande importncia estratgica e comercial naregio a qual estava inserida. Porm pouco cooperava com Roma. Era uma provncia rebelde

    problemtica para a administrao romana. Os efetivos militares romanos na regio eram fortese de carter violentssimo.

    A elite sacerdotal judaica (Saduceus e Fariseus) estava aliada oportunamente aos interesseimperialistas romanos. Tal aliana tinha por objetivo a manuteno do poder poltico-religioso edos bens materiais que gozava o clero judaico. No lhes interessava as condies em quepovo judeu vivia, mas somente a manuteno de seus privilgios. E para Roma interessavsomente a dominao da Palestina. Os palestinos pagavam seus impostos para ao cleroudaico. Este, os dividia com os representantes de Roma. Em Jerusalm ficava o TemplSagrado, no qual os sacros muros, segundo a tradio judaica, teriam sido erigidos sobre oescombros do templo original construdo pelo rei Salomo para abrigar as tbuas dos DezMandamentos.

    A vida dos judeus se organizava no campo e no meio urbano. O templo era um lugar dcomrcio, de vida social e de poltica. Nos tempos de Jesus, Jerusalm possua cerca de cemil habitantes.

    A vida de Cristo envolta em mistrios e imprecises. Jesus no deixou documentos escritodo prprio punho. Sua passagem pelo planeta tambm deixou poucos vestgios arqueolgicoe documentais. Porm a Histria de Cristo uma das histrias mais conhecidas no mundoprincipalmente no mundo ocidental. Inicialmente no existem fontes documentais oficiais,

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    respeito da vida de Cristo como o conhecemos. Por causa disso, alguns historiadoreortodoxos afirmavam que Jesus Cristo no um personagem histrico, no havia existidrealmente para a Histria. O problema est na ausncia de fontes histricas.

    Porm, a partir de 1929, dois jovens historiadores franceses, Marc Bloch e Lucien Febvreprotagonizaram o advento da Escola dos Analles, na Frana. Foi uma revoluo na

    historiografia. Segundo a revoluo dos Analles, outras fontes de estudo passaram a seconsideradas fontes histricas. Fontes histricas passaram a no se resumir somente adocumentos governamentais, mas tambm a depoimentos orais, escritos, vestgioarqueolgicos, passaram a ser considerados fontes de grande importncia para a tentativa dinterpretao e reconstruo do passado histrico. Da mesma forma a interdisciplinaridadpassou a ser defendida pelo movimento dos Analles, como um instrumento de grandimportncia para a construo do conhecimento histrico. Geografia, Arqueologia,Antropologia, Sociologia, Economia, Histria, entre outras, poderiam juntas alcanar resultadoscientficos de grande fecundidade para suas respectivas reas.

    Dessa forma, a Bblia ganhou grande importncia como fonte histrica para se conhecer upouco mais do povo judeu, de Jesus Cristo e dos primrdios do Cristianismo. Ainda maiquando analisada sob os olhares em conjunto da Arqueologia, Antropologia, Sociologia,Economia, Histria, Geografia, etc. Os Evangelhos Cannicos (Mateus, Marcos, Lucas e Joo),entre outras fontes, so a principal fonte histrica a respeito da vida e obra de Jesus. Tratam-se de quatro livros bblicos sagrados para os seguidores de Cristo, escritos a partir denarrativas de pessoas que conheceram Jesus ou que ouviram falar dEle

    O Cristianismo uma religio de historiador. Outros sistemas religiosos fundaram suascrenas e seus ritos sobre uma mitologia praticamente exterior ao tempo humano; como LivroSagrados, os cristos tm livros de Histria, e suas liturgias comemoram, com os episdios davida terrestre de um Deus, os faustos da Igreja e dos santos. Histrico, o Cristianismo o doutra maneira, talvez mais profunda: colocado entre a Queda e o Juzo, o destino dahumanidade afigura-se a seus olhos, uma longa aventura, da qual cada vida individual,cadaperegrinao particular, apresenta, por sua vez, o reflexo; nessa durao, portant

    dentro da Histria, que se desenrola, o eixo central de toda meditao crist, o grande dramado Pecado e da Redeno(1)

    Lucas considerado o primeiro historiador do cristianismo, autor do evangelho que leva senome e do livro Atos dos Apstolos. Porm Lucas, assim como os autores dos QuatrEvangelhos Cannicos, reuniu tudo o que foi escrito a respeito de Jesus. Entrevistou pessoaque testemunharam ou ouviram falar de Jesus. Misturando-se a tudo isso, Lucas teve suasprprias experincias de vida com Cristo e dentro desse processo ordenou o material dacordo com a sua interpretao. Devido a diferenas pessoais e diversidade metodolgicados autores, surgiram diferenciaes entre os quatro referidos Evangelhos. Foram utilizadaem tais processos, fontes orais. Os testemunhos recolhidos para a composio dos evangelhosestavam imbudos da f crist, ensinada por Jesus Cristo. As semelhanas entre os Quatr

    Evangelhos Cannicos so surpreendentes, pois so narrativas a respeito do legado de Cristconstrudas em lugares e comunidades diferentes. Dessa forma, os quatro livros bblicospossuem diferenas e semelhanas. Cada evangelista ofereceu a sua verso sobreexistncia do Jesus histrico e do Jesus Filho de Deus. Para eles e para ns cristos, as duavises a respeito de Cristo centram-se na pessoa de Jesus. Na viso da Histria, na maioriadas vezes, interessa somente o Jesus histrico.

    Visto que muitos j tentaram compor uma narrao dos fatos que se cumpriram entre ns conforme no-los transmitiram os que, desde o princpio, foram testemunhas oculares e

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    ministros da Palavra a mim tambm pareceu conveniente, aps acurada investigao de tuddesde o princpio, escrever-te de modo ordenado, ilustre Tefilo, para que verifiques a solidezdos ensinamentos que recebestes. (Lucas1: 1-4).

    Alm dos autores dos Quatro Evangelhos Cannicos, destaco quatro historiadores daAntiguidade que abordaram direta ou indiretamente os primeiros anos do subversivo legado d

    Cristo. Foram eles: os historiadores romanos Suetnio, Tcito e Plnio, o moo e o historiadorudeu Flvio Josefo.

    O bigrafo imperial Suetnio afirmou que no ano 50 d.C., o imperador Cludio expulsou dRoma os judeus e tambm os cristos (pois eram todos iguais aos olhos dos romanos). Ocristos teriam se rebelado por incitamento de um certo Chrestus, em quem Suetnio procurouver a figura de Cristo, cujos seguidores, semeavam a discrdia na sinagoga. O ato de Cludidecorreu por causa das atividades subversivas instigadas por um certo Chrestus. Assim comexistiam comunidades judaicas (existia cerca de uma dzia de sinagogas em Roma, a maioriadelas localizada margem esquerda do Tibre), existia uma comunidade crist na capitaimperial, porm a origem da mesma um mistrio.

    Tcito por sua vez, evidenciou a detestvel supertio dos chamados cristos, nomeproveniente de Cristo, condenado a morte pelo procurador romano Pncio Pilatos duranteprincipado de Tibrio. Os seguidores do legado de Cristo, passaram a ser chamadopejorativamente de cristos a partir do ano 45 d.C. ... E foi em Antioquia que os discpulos,pela primeira vez, receberam o nome de cristos. (Atos 11: 26.

    Plnio, ento legado da Bitnia, solicitou a Roma instrues sobre que atitudes tomar para comos numerosos adeptos dessa m supertio levada ao extremo, que se dirigiam a Cristocomo se ele fosse um deus.

    O Talmude Babilnico fala de Jesus como um mago, um agitador que zombou das palavrados sbios, teve cinco discpulos e foi enforcado na Pscoa

    O caso mais complexo do historiador judeu Flvio Josefo. Foi integrante do exrcito romano,sob as ordens de Trajano. Dedicava-se tambm Histria e possua um vasto conhecimentdo contexto social, poltico e principalmente religioso dos judeus. Durante muito tempo, FlviJosefo foi uma das poucas fontes historiogrficas que abordou diretamente o povo judedurante os dois ltimos sculos de sua existncia nacional e o contexto scio-poltico em quenasceu o cristianismo. Em sua obra Antiguidades Judaicas (90 d.C.), o historiador judemencionou Cristo de maneira sbria: ao analisar o processo e o apedrejamento de Thiagoirmo de Jesus, o assim chamado Cristo e ao abordar superficialmente o carter messinicoas pregaes de Jesus Cristo.

    Nesta poca viveu Jesus, um homem excepcional, pois realizava coisas prodigiosas. Mestrede pessoas que se mostravam totalmente dispostas a dar boa acolhida s doutrina

    qualificadas, conquistou para si muita gente entre os judeus e at mesmo entre os helenosQuando, denunciado pelos nossos chefes religiosos, Pilatos o condenou cruz, aqueles que aele se haviam afeioado desde o princpio no deixaram de ama-lo, porque lhes aparecera aoterceiro dia novamente vivo, como os divinos profetas o haviam declarado, acrescentandainda mil outras maravilhas a seu respeito. Mesmo em nossos dias, no se extinguiu alinhagem dos que por causa dele se chamam cristos. (2)(Antiguidades XVIII, 63-64).

    Porm os registros de Flvio Josefo sobre Jesus Cristo foram muito contestados. Estudiosointerpretaram a citao acima como uma suposta fraude fabricada por copistas cristos.

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    Afirmaram que os copistas cristos resolveram alterar o texto de Flvio Josefo visandonfase na figura de Cristo. Entretanto, recentemente o erudito israelense Shlomo Pineschamou ateno para antigas citaes do texto de Flvio Josefo, ligeiramente diferentes dtexto habitualmente recebido e que parecem atestar que Josefo realmente falou do cartemessinico de Jesus. Flvio Josefo chega a afirmar que talvez ele (Jesus) fosse o Messiasrespeito do qual os profetas disseram prodgios.

    Dentro do contexto arqueolgico, em 1947 aconteceu a descoberta acidental dos Manuscritodo Mar Morto s margens do Mar Morto, nas colinas de Qumran, em Israel. A partir de tadescoberta, Flvio Josefo deixou de ser a nica fonte histrica oficial de estudos a respeito dosltimos sculos dos judeus enquanto nao, antes da dispora provocada pelos romanos (7d.C.). O grande interesse mundial pelos Manuscritos do Mar Morto, reside na possvel conexentre Jesus Cristo e os essnios.

    importante enfatizar a semelhana ou alguma possvel relao entre alguns ensinamentos dCristo e o modo de vida dos essnios. Existem autores que afirmam a possibilidade de JesuCristo ter vivido entre os essnios durante um misterioso perodo de sua vida que vai dos dozanos de idade aos trinta. A partir dos trinta anos de idade, Cristo comeou sua misso nPalestina atravs de pregaes para o povo, de prodigiosos milagres e de firmeposicionamentos espirituais e materiais. Alguns estudiosos afirmam que Joo Batista teriatambm pertencido seita dos essnios. Os essnios possuam uma firme postura crtica parcom os judeus da poca e pode-se dizer que prepararam inconscientemente o caminho paraCristianismo. Boa parte dos Manuscritos do Mar Morto no escapou destruio do tempo.governo israelense proibiu o acesso a um quarto dos mil rolos preservados (o prazo dado para liberao dos pergaminhos j expirou h muito tempo, que seria em 1970. As autoridadeisraelenses prorrogaram-no para 1997, mas em carter aleatrio). O contedo dessa partinterditada dos Manuscritos do Mar Morto segredo de Estado. Por algum motivo, no convmao governo israelense liberar o restante dos rolos. Assim sendo, a descoberta arqueolgica dosManuscritos do Mar Morto, de Qumran tornou-se to importante para os judeus como tambmpara os cristos. considerado a maior descoberta arqueolgica do sculo XX

    As primeiras pessoas que resolveram seguir as palavras de Cristo, em sua maioria, forampobres, escravos, indivduos excludos que viviam muito mal s margens do Mar Mediterrneo.Esses, primeiros seguidores de Cristo, foram extremamente perseguidos, torturados e mortos.Para as elites do Mundo Antigo, onde o poder poltico estava intimamente ligado a manipulaoreligiosa, era impossvel aceitar uma mensagem de libertao e de redeno tanto paracampo material e como para o campo espiritual. O legado de Cristo abalou as estruturas dMundo Antigo baseado na manipulao religiosa e no escravismo. Na medida em que oscristos foram perseguidos, o Cristianismo cresceu assustadoramente. Esses primeirocristos marcaram a Histria do perodo final da Idade Antiga. Nenhuma religio deixotamanho legado para a humanidade. Jesus Cristo transcendeu a religio judaica e transformouo mundo para sempre.

    No existem registros governamentais do nascimento de Cristo, de seu julgamento, de sumorte. Cristo no assinou seu nome em nada. No houve registros, de sua existncia nas ataoficiais do Estado Romano. No entanto, existem relevantes fontes histricas que relataramregistraram os fatos importantes protagonizados por Cristo e o contexto social, polticoreligioso aos quais Jesus estava inserido. Atravs dos depoimentos de testemunhas quandaram com Jesus, de vestgios arqueolgicos, do relato de alguns historiadores da poctornou-se possvel para a Histria encarar Jesus Cristo e a sua herana para a humanidadecomo um dos captulos mais fascinantes da Histria da humanidade. Eu diria um perodo nicoda Histria humana, em que seria impossvel para uma mente humana criar ou inventar

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    legado de Jesus Cristo. Um legado que transcende a psique humana e torna-se inexplicvel,para os psiclogos entender como um ser humano comum seria capaz de protagonizar seusfeitos e mensagem. Algo nunca visto na Histria da humanidade, terminando por revolucionar atrajetria do gnero humano.

    Se a importncia histrica for medida pelo impacto no maior nmero de pessoas, pode-se

    afirmar com certeza que nenhum evento isolado, nos tempos antigos, e talvez em todaHistria humana, foi to importante como o nascimento do homem que passou para a Histriacom o nome de Jesus... Desde ento toda a Histria da humanidade comprova a suaimportncia, simplesmente porque aqueles que mais tarde se intitularam cristos, seguidorede Jesus, mudariam a Histria de todo o globo.(3)

    A origem do dinheiro ainda incerta, pois desde o tempo antes de Cristo j existia, a

    indcios de que rei Dario da Prsia mandou cunhar metal para o comrcio e por isso a

    moeda que conhecemos hoje teve uma grande evoluo.

    No comeo ainda no tinha a moeda e ento se fazia o escambo que era quando voc

    trocava alguma coisa sua por uma outra coisa que estivesse interessado, isso no tinhanenhuma equivalncia de valor.

    Por exemplo, se algum pegasse mais peixe do que fosse precisar poderia trocar com

    algum que s vezes tenha plantado milho alm daquilo que fosse usar, esse tipo de

    comercio foi dominante no inicio da populao e ainda hoje se v povos que praticam

    isso principalmente nos pases que tem uma economia mais primitiva.

    Escambo e moeda-mercadoria

    A moeda, como hoje a conhecemos, o resultado de uma longa evoluo. No incio no havia moeda.Praticava-se o ESCAMBO, simples troca de mercadoria por mercadoria.

    Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procuradas e, aceitas por todos, assumirama funo de moeda, circulando como elemento trocado por outros produtos e servindo para avaliar-lhes ovalor. Eram as MOEDAS-MERCADORIAS.

    O gado e o sal deixaram marca de sua funo como instrumento de troca em nosso vocabulrio. At hoje,empregamos palavras como pecnia (dinheiro) e peclio (dinheiro acumulado), derivadas da palavra latinapecus (gado). A palavra capital (patrimnio) vem do latim capita (cabea). A palavra salrio(remunerao, normalmente em dinheiro, devida pelo empregador em face do servio do empregado) temcomo origem a utilizao do sal, em Roma, para o pagamento de servios prestados.

    Com o passar do tempo, as mercadorias tornaram-se inconvenientes s transaes comerciais, em virtudeda oscilao de seu valor, assim como pelo fato de no serem fracionveis e por serem facilmente

    perecveis, no permitindo o acmulo de riquezas.

    Quando o homem descobriu o metal, logo passou a utiliz-lo para fabricar seus utenslios e armas,anteriormente feitos de pedra.

    Por apresentar vantagens como a possibilidade de entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade detransporte e beleza, o metal imps-se como principal padro de valor. Era trocado sob as formas maisdiversas. A princpio, em seu estado natural, depois sob a forma de barras e, ainda, sob a forma deobjetos, como anis, braceletes, etc.

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    Os utenslios de metal passaram a ser mercadorias muito apreciadas. Sua produo exigia, alm dodomnio das tcnicas de fundio, o conhecimento dos locais onde o metal poderia ser encontrado. Essaproduo, naturalmente, no estava ao pleno alcance de todos. A valorizao, cada vez maior, dosutenslios, levou sua utilizao como moeda e ao aparecimento de rplicas de objetos metlicos, empequenas dimenses, a circularem como dinheiro, como as moedas faca e chave, encontradas no Oriente,e do talento, moeda de cobre ou bronze, com o formato de pele de animal, encontradas na Grcia e emChipre.

    Moedas antigas

    Surgem, ento, no sculo VII a.C., as primeiras moedas com caractersticas das atuais: so pequenaspeas de metal com peso e valor definidos e com a impresso do cunho oficial, isto , a marca de quemas emitiu e garante o seu valor.

    So cunhadas na Grcia moedas de prata e, na Ldia, so utilizados pequenos lingotes ovais de uma ligade ouro e prata chamada eletro.

    As moedas refletem a mentalidade de um povo e de sua poca. Nelas podem ser observados aspectospolticos, econmicos, tecnolgicos e culturais. Pelas impresses encontradas nas moedas, conhecemos,hoje, a efgie de personalidades de h muitos sculos. Provavelmente, a primeira figura histrica a ter sua

    efgie registrada numa moeda foi Alexandre, o Grande, da Macednia, por volta do ano 330 a.C.

    A princpio, as peas eram fabricadas por processos manuais muito rudimentares e tinham seus bordosirregulares. No eram, como hoje, peas absolutamente iguais umas s outras.

    Ouro, prata e cobre

    Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. O emprego desses metaisse imps, no s pela sua raridade, beleza, imunidade corroso e valor econmico, mas tambm porantigos costumes religiosos. Nos primrdios da civilizao, os sacerdotes da Babilnia, estudiosos deAstronomia, ensinavam ao povo a existncia de estreita ligao entre o ouro e o Sol, assim como entre aprata e a Lua, fazendo surgir a crena no poder mgico desses metais e no dos objetos com elesconfeccionados.

    A cunhagem de moedas em ouro e prata manteve-se durante muitos sculos. As peas eram garantidaspor seu valor intrnseco, isto , pelo valor comercial do metal utilizado na sua confeco. Assim, umamoeda contendo vinte gramas de ouro era trocada por mercadorias nesse mesmo valor.

    Durante muitos sculos, os pases cunharam em ouro suas moedas de maior valor e reservaram a prata eo cobre para os valores menores. Esses sistemas mantiveram-se at o final do sculo XIX, quando ocupronquel e, posteriormente, outras ligas metlicas passaram a ser muito empregados. A moeda passoua circular pelo seu valor extrnseco, isto , pelo valor gravado em sua face, independentemente do metalnela contido.

    Com o advento do papel-moeda, a cunhagem de moedas metlicas ficou restrita a valores inferiores,necessrios para troco. Com essa nova funo, a durabilidade passou a ser a qualidade mais necessria

    moeda. Surgem, em grande diversidade, as ligas modernas, produzidas para suportar a alta rotatividadedo numerrio de troco.

    Padro-ouro

    O padro-ouro surgiu desde o tempo do domnio do mercado mundial pelos genoveses, por volta de 1140.O padro-ouro foi estabelecido como tipo bsico de moeda e a forma para adquirir -se mercadorias (Ouro:sua histria, seus encantos, seu valores. Rio de Janeiro: Salamandra, 1997).

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    O ouro na forma de moeda chegou Europa no sculo XI, por intermdio da invaso dos muulmanos naEspanha. No sculo XIII, Florena, Gnova e Veneza passaram a cunhar moedas de ouro. No sculo XIV,a Inglaterra e a Frana tambm cunharam o ouro e o uso desse metal na forma de moeda generalizou-seno mundo ocidental.

    O Brasil ingressou no sistema padro-ouro com a sua adeso ao FMI em 14 jul. 1948. A participaobrasileira correspondeu a quotas no total de US$ 150 milhes. Em pagamento de parte dessa participao,

    o Brasil remeteu 33 toneladas de ouro ao FMI. Na vigncia do regime da paridade do cruzeiro com o ouro(cruzeiro-ouro), o cruzeiro correspondia a 0,0480363 gramas de ouro fino, observa Francisco AdalbertoNbrega, subprocurador-geral da Repblica, autor de Da moeda ao ativo financeiro: uma leitura jurdicado ouro (Braslia: Braslia Jurdica, 2004).

    O Fundo Monetrio Internacional (FMI) uma entidade no governamental, criada em 1945, com osobjetivos de: promover cooperao monetria internacional; facilitar a expanso e o crescimentobalanceado do comrcio internacional; promover estabilidade cambial; ajudar na obteno de recursosmultilaterais; prover seus membros de recursos durante perodos de dificuldades; diminuir o desequilbriona balana de pagamento dos pases-membros.

    Em 1971, os EUA desvincularam o dlar do ouro e dlar passou a ter a confiana como nico lastro.

    Moeda de papel

    Na Idade Mdia, surgiu o costume de guardarem-se os valores com um ourives, negociante de objetos deouro e prata. O ourives, como garantia, entregava um recibo e, com o tempo, os recibos passaram a serutilizados para efetuar pagamentos. A circulao de mo em mo dos recibos deu origem moeda depapel.

    No Brasil, os primeiros bilhetes de banco, precursores das cdulas atuais, foram lanados pelo Banco doBrasil, em 1810. Tinham seu valor preenchido mo, tal como fazemos hoje com os cheques.

    Com o tempo, da mesma forma ocorrida com as moedas, os governos passaram a conduzir a emisso decdulas. Eles controlam as falsificaes e garantem o poder de pagamento. Atualmente quase todos ospases possuem seus bancos centrais, encarregados das emisses de cdulas e moedas.

    A moeda de papel evoluiu em relao tcnica utilizada na sua impresso. Hoje a confeco de cdulasutiliza papel especialmente preparado e diversos processos de impresso capazes de dar ao produto finalgrande margem de segurana e condies de durabilidade.

    Sistema monetrio

    O conjunto de cdulas e moedas utilizadas por um pas forma o seu SISTEMA MONETRIO. Esse sistema,regulado por meio de legislao prpria, organizado a partir de um valor utilizado como base, a unidademonetria.

    Atualmente, quase todos os pases utilizam o sistema monetrio de base centesimal, no qual a moedadivisionria da unidade representa um centsimo de seu valor.

    Normalmente os valores mais altos so expressos em cdulas e os valores menores em moedas.Atualmente a tendncia mundial no sentido de se suprirem as despesas dirias com moedas. As ligasmetlicas modernas proporcionam s moedas durabilidade muito superior das cdulas e tornam-se maisapropriadas intensa rotatividade do dinheiro de troco.

    Os pases, por intermdio de seus bancos centrais, controlam e garantem as emisses de dinheiro. Oconjunto de moedas e cdulas em circulao, chamado MEIO CIRCULANTE, constantemente renovadopelo processo de saneamento, consistente na substituio das cdulas gastas e rasgadas.

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    O dinheiro no Brasil

    1) Colnia: 1500 - 1815

    O primeiro dinheiro do Brasil foi a moeda-mercadoria. Durante muito tempo, o comrcio foi feito por meioda troca de mercadorias, mesmo aps a introduo da moeda de metal. As primeiras moedas metlicas(de ouro, prata e cobre) chegaram com o incio da colonizao portuguesa.

    A unidade monetria de Portugal, o REAL, foi usada no Brasil durante todo o perodo colonial. Assim, tudose contava em ris (plural popular de real) com moedas fabricadas em Portugal e no Brasil. O REAL (R)vigorou at 07 out. 1833.

    O perodo colonial brasileiro pode ser dividido em duas fases: 1) de 1500 at o sculo XVII, quandopredominavam as atividades extrativas do pau-brasil e a plantao de cana-de-acar; 2) at o sculoXIX, quando durou o ciclo do ouro e o Brasil chegou a ser o maior produtor do metal, respondendo por59% da produo mundial.

    O padro legal para a emisso de moedas no Brasil foi regulado por lei de 04 ago. 1688, modificada porlei de 04 abr. 1722. A moeda de ouro (uma oitava de ouro) valia 1.600 ris e a moeda de prata (umaoitava de prata), 100 ris. O Brasil produziu moedas em ouro, no valor de 20.000 ris e 10.000 ris, at

    1922, observa Francisco Adalberto Nbrega, subprocurador-geral da Repblica, autor de Da moeda aoativo financeiro: uma leitura jurdica do ouro (Braslia: Braslia Jurdica, 2004).

    Nas duas ltimas dcadas do sculo XVII, a situao de falta de moeda no Brasil agravou-se ecomprometia o funcionamento da economia. Provocou drstica reduo nas rendas da Coroa. Inmerasrepresentaes, pedindo soluo para o problema, foram encaminhadas ao rei pelos governadores geraise das capitanias, representantes das cmaras e membros da igreja e da nobreza. Em 1694, finalmente, d.Pedro II (1667-1706) resolveu criar uma casa da moeda na Bahia, para a cunhagem de moeda provincialpara o Brasil.

    O Brasil comeou a produzir os ris em 1695: eram moedas cunhadas em ouro (dobres) e em prata(patacas).

    Todas as moedas de ouro e prata em circulao na Colnia deveriam ser obrigatoriamente enviadas Casa da Moeda para serem transformadas em moedas provinciais. Essa medida acarretou problemas sdemais capitanias, em funo das dificuldades e riscos do transporte. Assim, para atender s necessidadesda populao, a Casa da Moeda foi transferida em 1699 para o Rio de Janeiro e no ano seguinte paraPernambuco, onde funcionou at 1702. Em 1703, por ordem de d. Pedro II, foi instalada novamente noRio de Janeiro, no mais com a finalidade de cunhar moedas provinciais, mas para transformar o ouro emmoedas para o Reino.

    Foram cunhadas moedas de ouro, nos valores de 4.000, 2.000 e 1.000 ris, e de prata, nos valores de640, 320, 160, 80, 40 e 20 ris. O conjunto de moedas de prata conhecido como srie das patacas, emfuno da denominao "pataca", atribuda ao valor de 320 ris.

    Na primeira metade do sculo XVIII, a elevada produo de ouro possibilitou o funcionamento simultneo

    de trs casas da moeda e a cunhagem de grande quantidade de peas, cujos valores e belezatestemunham a opulncia caracterizadora do perodo do reinado de d. Joo V (1706-1750).

    Inicialmente foram cunhadas, nas casas da moeda do Rio de Janeiro (1703) e da Bahia (1714), moedasidnticas s do Reino: moeda, meia moeda e quartinho, com valores faciais de 4.000, 2.000 e 1.000 ris.Embora com as mesmas denominaes das moedas provinciais, essas peas possuam maior peso e seuvalor de circulao era 20% superior ao valor facial.

    O estabelecimento de uma casa da moeda em Minas Gerais foi determinado em 1720, quando daproibio da circulao do ouro em p dentro da capitania. Alm de moedas iguais s cunhadas no Reino,

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    no Rio de Janeiro e na Bahia, a nova casa da moeda deveria fabricar peas com valores nominais de20.000 e 10.000 ris. Elas circularam com os valores efetivos de 24.000 e 12.000 ris. Instalada em VilaRica, a casa da moeda de Minas funcionou no perodo de 1724 a 1734.

    At o ano de 1810, a nossa moeda era, de fato, o ouro, e a prata fazia ento o ofcio de troca, afirmouRoberto C. Simonsen, autor de Histria Econmica do Brasil.

    2) Reino Unido: 1815 1822

    A elevao do Brasil categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, em 1815, representou umreconhecimento condio de sede do governo e centro de decises polticas, dada a presena da Corteno Rio de Janeiro.

    Nesse perodo, os gastos extraordinrios com a administrao, a insuficincia da ar recadao de impostos,as guerras externas e as revolues internas, os gastos da Corte e outros fatores causaram dficit noTesouro. Passou-se a emitir dinheiro sem lastro metlico, desvalorizando-o e provocando inflao.