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Mitos sobre LIBRAS Apresento os 6 mitos sobre LIBRAS e as línguas de sinais, segundo Quadros e Karnopp (2004, p. 31-37). Quero abrir seus olhos e conhecer as verdades sobre isso. 1- MITO: "A língua de sinais seria uma mistura de pantomima e gesticulação concreta, incapaz de expressar conceitos abstratos." VERDADE: Não é só entender sinais como gestos, os sinais são palavras, apenas não são sonoras. A produção de língua de sinais acontece igual a produção da língua falada. Os sinais das línguas de sinais podem expressar idéias abstratas, emoções, pensamentos e opiniões. . 2- MITO: "Haveria uma única e universal língua de sinais usada por todas as pessoas surdas." VERDADE: É mentira, pois as várias línguas de sinais são diferentes umas das outras, por exemplo, nos EUA é ASl; na Inglaterra é BSL; no Portugal é LGP; e aqui no Brasil é LIBRAS. É igual as línguas faladas, por exemplo, inglês - japonês - francês. Se pensa que dá todas as pessoas surdas comunicar em uma língua universal, por que os ouvintes não pensam que podem ter uma língua universal se falam com boca e voz? . 3- MITO: "Haveria uma falha na organização gramatical da língua de sinais que seria derivada das línguas de sinais, sendo um pidgin sem estrutura própria, subordinado e inferior às línguas orais." VERDADE: Primeiro lugar, as línguas de sinais são LÍNGUAS. Segundo lugar, as línguas de sinais independem das línguas faladas. Um exemplo bem claro: A língua de sinais portuguesa é de origem inglesa e a língua de sinais brasileira é de origem francesa, é mesmo a língua falada de português nos países Portugal e Brasil. Como nas línguas faladas, existem alguns empréstimos lingüísticos. As línguas de sinais apresentam o mesmo estatuo lingüístico identificado nas línguas faladas. . 4- MITO: "A língua de sinais seria um sistema de comunicação superficial, com conteúdo restrito, sendo estética, expressiva e lingüisticamente inferior ao sistema de comunicação oral." VERDADE: As línguas de sinais podem ser utilizadas para várias funções identificadas na produção das línguas humanas. Pode usar a língua de sinais para produzir um poema, uma estória, um conto, uma informação, um argumento. Pode opinar, criticar, aconselhar e outras possibilidades. A língua de sinais não é inferior a nenhuma outra língua e é reconhecida como qualquer outra língua. . 5- MITO: "As línguas de sinais derivariam da comunicação gestual espontânea dos ouvintes."

Mitos sobre libras

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Mitos sobre LIBRAS

Apresento os 6 mitos sobre LIBRAS e as

línguas de sinais, segundo Quadros e Karnopp (2004, p. 31-37). Quero abrir seus olhos e

conhecer as verdades sobre isso.

1- MITO: "A língua de sinais seria uma mistura de pantomima e gesticulação concreta,

incapaz de expressar conceitos abstratos."

VERDADE: Não é só entender sinais como gestos, os sinais são palavras, apenas não são

sonoras. A produção de língua de sinais acontece igual a produção da língua falada. Os sinais

das línguas de sinais podem expressar idéias abstratas, emoções, pensamentos e opiniões.

.

2- MITO: "Haveria uma única e universal língua de sinais usada por todas as pessoas

surdas."

VERDADE: É mentira, pois as várias línguas de sinais são diferentes umas das outras, por

exemplo, nos EUA é ASl; na Inglaterra é BSL; no Portugal é LGP; e aqui no Brasil é LIBRAS. É

igual as línguas faladas, por exemplo, inglês - japonês - francês. Se pensa que dá todas as

pessoas surdas comunicar em uma língua universal, por que os ouvintes não pensam que

podem ter uma língua universal se falam com boca e voz?

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3- MITO: "Haveria uma falha na organização gramatical da língua de sinais que seria

derivada das línguas de sinais, sendo um pidgin sem estrutura própria, subordinado e inferior

às línguas orais."

VERDADE: Primeiro lugar, as línguas de sinais são LÍNGUAS. Segundo lugar, as línguas de

sinais independem das línguas faladas. Um exemplo bem claro: A língua de sinais portuguesa

é de origem inglesa e a língua de sinais brasileira é de origem francesa, é mesmo a língua

falada de português nos países Portugal e Brasil. Como nas línguas faladas, existem alguns

empréstimos lingüísticos. As línguas de sinais apresentam o mesmo estatuo lingüístico

identificado nas línguas faladas.

.

4- MITO: "A língua de sinais seria um sistema de comunicação superficial, com conteúdo

restrito, sendo estética, expressiva e lingüisticamente inferior ao sistema de comunicação oral."

VERDADE: As línguas de sinais podem ser utilizadas para várias funções identificadas na

produção das línguas humanas. Pode usar a língua de sinais para produzir um poema, uma

estória, um conto, uma informação, um argumento. Pode opinar, criticar, aconselhar e outras

possibilidades. A língua de sinais não é inferior a nenhuma outra língua e é reconhecida como

qualquer outra língua.

.

5- MITO: "As línguas de sinais derivariam da comunicação gestual espontânea dos ouvintes."

VERDADE: As pessoas pensam que é fácil aprender as línguas de sinais por causa de gestos.

Não é verdade, as línguas de sinais são difíceis de aprender como outras línguas. É preciso

dedicação muito para aprender uma língua de sinais, mas com esse mito, as pessoas pensam

que sabem a língua de sinais por causa de usar alguns gestos e sinais que aprenderam na

aula de língua de sinais. A comunicação de língua de sinais tem a parte de assuntos mais

abstratos. Vai precisar da língua de sinais para comunicar as idéias abstratas.

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6- MITO: "As línguas de sinais, por serem organizaadas espacialmente, estariam

representadas n hemisfério direito do cérebro, uma vez que esse hemisfério é responsável pelo

processamento de informação espacial, enquanto que o esquerdo, pela linguagem."

VERDADE: As pesquisas com surdos apresentando lesões em um dos hemisférios

apresentam que as línguas de sinais são processadas lingüisticamente no hemisfério esquerdo

da mesma forma que as línguas faladas. Existe uma diferença que o hemisfério esquerdo é

responsável pelas informações lingüísticas e o hemisfério direito é responsável pela

informações espaciais e visuais. Conclui que a língua de sinais é um sistema, que faz parte da

linguagem humana, processado no hemísferio esquerdo e no hemisfério direito.

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Germano Dutra Jr.