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M M u u n n i i c c í í p p i i o o s s e e m m D D a a d d o o s s

MMuunniiccííppiiooss eemm DDaaddooss - Rio de Janeiro

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MMuunniiccííppiiooss eemm DDaaddooss

Municípios em Dados

SUBSECRETÁRIA DE PLANEJAMENTO

Cláudia Uchôa Cavalcanti

Superintendente de Planejamento Institucional

Haidine da Silva Barros Duarte

Coordenador da Dimensão Territorial do Planejamento

Paulo Cesar Figueredo

Equipe da Dimensão Territorial do Planejamento:

Elizabeth da Costa Menezes

Fernando costa Rodriguez

Frederico Lavourinha Félix

Glenda Neves Pinto

José Ricardo da Silva Viegas

Luiz Henrique Faria da Costa

Autoria: Vitor Acselrad

Atualização: Luiz Henrique Faria da Costa

Capa e Arte Final: Frederico Lavourinha Félix

Municípios em Dados

Vitor Acselrad

No âmbito da SUBPL, a equipe dedicada ao estudo da Dimensão

Territorial do Planejamento (DTP) assumiu a tarefa de, com vistas às próximas

avaliações e revisões do planejamento do Estado, selecionar, apresentar e

analisar os dados mais relevantes do banco de informações elaborado através

da consultoria da Fundação Universitária José Bonifácio ( FUJB). Os dados

referentes à dinâmica demográfica recente dos municípios, à economia e às

finanças municipais, bem como a indicadores sociais básicos, são exibidos

adiante através de tabelas, mapas e gráficos. A intenção é tornar público o início

do trabalho da equipe.

Os dados demográficos devem ser os de maior interesse para os autores

e gestores dos planos estaduais do Governo, uma vez que, em última instância,

é a serviço da população que devem estar todas as políticas públicas, e é no

território onde essas políticas devem ser implementadas. Conhecer a população

fluminense é pressuposto de toda política pública comprometida com os direitos

dos cidadãos. Os dados econômicos também revelarão como o planejamento

deve estar atento à dinâmica espacial da população.

A menção ao território e aos municípios não é fortuita. A população não

apenas apresenta um padrão de dispersão e concentração espacial, mas também

se localiza em territórios pelos quais respondem os poderes públicos em geral,

entre os quais o poder municipal. Diante disso, e na certeza de que a

coordenação de esforços é decisiva para o sucesso da intervenção pública, desde

já dedicamos atenção à situação das finanças públicas municipais. As principais

necessidades e potencialidades de cada município fluminense devem ser

consideradas na perspectiva da referida coordenação de esforços e do constante

aperfeiçoamento das políticas do Governo estadual para as diversas regiões em

que se divide o Estado.

Atualmente, o Estado do Rio de Janeiro é subdividido em 92 municípios

e oito regiões de Governo, sendo estas últimas a Região Metropolitana do Rio

de Janeiro (RMRJ), a Região Noroeste, a Região Norte, a Região das Baixadas

Litorâneas, a Região Serrana, a Região Centro-Sul, a Região do Médio Paraíba e

a Região da Costa Verde.

Desde 1975, o Governo fluminense inclui a dimensão regional no seus

instrumentos de planejamento. De um modo geral, os diferentes planos de

Governo afirmaram um compromisso com a promoção do desenvolvimento

espacial integrado.

Foram observados avanços no aspecto metodológico da elaboração do

planejamento regional fluminense. O 3º Plano Estadual de Governo – desde a

fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara – criticou a divisão regional

vigente, de corte puramente teórico, sem a participação dos municípios. O 4º

Plano de Governo, adotado em 1988 e responsável pela atual regionalização do

Estado, elencou instrumentos para reverter os desequilíbrios espaciais, como a

municipalização de serviços básicos, a articulação intersetorial e

intergovernamental e a interiorização dos programas estaduais.

Na prática, a tradição de privilegiar políticas setoriais relegou os planos

de um desenvolvimento regional equilibrado ao campo do discurso.

Paralelamente, as regiões não adquiriram uma clara expressão política,

mantendo uma identidade relativamente abstrata.

Em que pese a inexistência de níveis de governo propriamente regionais,

a figura jurídica das regiões favorece o seu desenvolvimento de modo

equitativo. A questão territorial, encarada com o devido rigor conceitual,

tornou-se premente em áreas cruciais da administração, a exemplo da segurança

pública, cujos desafios prometem extrapolar cada vez mais a Região

Metropolitana do Estado.

Após duas décadas de transformações territoriais e formação de novos

municípios, parece oportuno refletir sobre a dinâmica regional fluminense.

Nisso consiste o interesse deste trabalho.

DEMOGRAFIA

As mais recentes informações referentes à dinâmica demográfica do Estado

do Rio de Janeiro se baseiam em dados Censo de 2010, realizado pelo IBGE em

todo o território nacional.

Vemos na Tabela A, para cada região e cada município, a participação de

suas respectivas populações na população total fluminense em 2010, bem como o

crescimento de cada uma delas, em ordem de importância, entre 2000 e2010. Todas

as tabelas neste trabalho estão seccionadas por região.

TABELA A

Fonte: IBGE. * Mesquita se tornou município pela lei estadual nº 3.253 de 25 de

setembro de 1999, logo não há dados para 2000.

DEMOGRAFIA

TABELA A

Fonte: IBGE.

DEMOGRAFIA

TABELA A

Fonte: IBGE.

DEMOGRAFIA

TABELA A

FONTE: IBGE.

DEMOGRAFIA

Na Tabela A, destaca-se a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ),

com mais de 70% de concentração da população fluminense, que apresentou, no

período, expansão menor que a estadual. A primeira constatação é, portanto, que

há uma leve tendência à redução da desigualdade de distribuição da população

no Estado.

Uma segunda constatação consiste na forte expansão demográfica de oito

cidades das Baixadas Litorâneas (com destaque para Rio das Ostras e Casimiro

de Abreu), três da Região Norte (Macaé, Carapebus e Quissamã), dois da Costa

Verde (Mangaratiba e Angra dos Reis) e uma do Médio Paraíba (Porto Real).

Regionalmente, destacam-se as Baixadas Litorâneas, cujo crescimento foi de 44,7%

em 2000-2010, chegando a 190,4% no caso de Rio das Ostras.

Em contrapartida, houve decréscimos na população de seis municípios, a

saber: Itaocara, Laje de Muriaé, Natividade e Miracema, na Região Noroeste,

Cardoso Moreira, na Norte, e Santa Maria Madalena e Cantagalo, na Serrana. O

decréscimo apresentado em Nova Iguaçu deve-se, provavelmente, ao fato de que a

população de Mesquita tenha sido contada como pertencente àquele município em

2000.

O Gráfico 1 ilustra os dados agregados por região.

GRÁFICO 1: Crescimento e Participação da população regional na população estadual

FONTE: IBGE.

DEMOGRAFIA

No Gráfico 1, o eixo da esquerda indica o crescimento demográfico

estimado, e o eixo da direita, a proporção da população fluminense residente em

cada região em 2010.

A Tabela B relaciona os dados da distribuição proporcional do eleitorado

fluminense pelos municípios e regiões conforme dados do TSE atualizados em

março de 2011. Basicamente, eles acompanham a distribuição espacial do conjunto

da população do Estado.

TABELA B

Participação de Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado do

Rio de Janeiro - março de 2011

Estado do Rio de Janeiro 100,0%

Região Metropolitana 73,3%

Belford Roxo 2,6%

Duque de Caxias 5,1%

Guapimirim 0,3%

Itaboraí 1,3%

Itaguaí 0,7%

Japeri 0,6%

Magé 1,4%

Maricá 0,7%

Mesquita 1,1%

Nilópolis 1,1%

Niterói 3,2%

Nova Friburgo 1,2%

Paracambi 0,3%

Queimados 0,8%

Rio de Janeiro 40,3%

São Gonçalo 5,6%

São João de Meriti 3,0%

Seropédica 0,4%

Tanguá 0,2%

Fonte: TSE-RJ.

Participação de Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado do

Rio de Janeiro - março de 2011

Região Noroeste Fluminense 2,1%

Aperibé 0,1%

Bom Jesus do Itabapoana 0,2%

Cambuci 0,1%

Italva 0,1%

Itaocara 0,2%

Itaperuna 0,6%

Laje do Muriaé 0,1%

Miracema 0,2%

Natividade 0,1%

Porciúncula 0,1%

Santo Antônio de Pádua 0,3%

São José de Ubá 0,1%

Varre-Sai 0,1%

Fonte: TSE-RJ

Participação de Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado do

Rio de Janeiro - março de 2011

Região Norte Fluminense 5,3%

Campos dos Goytacazes 2,9%

Carapebus 0,1%

Cardoso Moreira 0,1%

Conceição de Macabu 0,1%

Macaé 1,2%

Quissamã 0,1%

São Fidélis 0,3%

São Francisco de Itabapoana 0,3%

São João da Barra 0,2%

Fonte: TSE-RJ.

DEMOGRAFIA

TABELA B

Participação de Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado do

Rio de Janeiro - março de 2011

Região Serrana 5,5%

Bom jardim 0,2%

Cantagalo 0,1%

Carmo 0,1%

Cordeiro 0,1%

Duas Barras 0,1%

Macuco 0,0%

Nova Friburgo 1,2%

Petrópolis 2,1%

Santa Maria Madalena 0,1%

São José do V. R. Preto 0,1%

São Sebastião do Alto 0,1%

Sumidouro 0,1%

Teresópolis 1,0%

Trajano de Morais 0,1%

Fonte: TSE-RJ.

Participação de Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado do

Rio de Janeiro - março de 2011

Região da Costa Verde 1,4%

Angra dos Reis 1,0%

Mangaratiba 0,2%

Paraty 0,2%

Fonte: TSE-RJ.

Participação de Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado

do Rio de Janeiro - março de 2011

Região Centro-Sul Fluminense 1,9%

Areal 0,1%

Comendador Levy Gasparian 0,1%

Engenheiro Paulo de Frontin 0,1%

Mendes 0,1%

Miguel pereira 0,2%

Paraíba do Sul 0,3%

Paty do Alferes 0,2%

Sapucaia 0,1%

Três Rios 0,5%

Vassouras 0,2%

Fonte: TSE-RJ.

Participação de Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado

do Rio de Janeiro - março de 2011

Região das Baixadas Litorâneas 5,6%

Araruama 0,7%

Armação dos Búzios 0,2%

Arraial do Cabo 0,2%

Cabo Frio 1,1%

Cachoeiras de Macacu 0,4%

Casimiro de Abreu 0,2%

Iguaba Grande 0,2%

Rio Bonito 0,4%

Rio das Ostras 0,5%

São Pedro da Aldeia 0,5%

Saquarema 0,5%

Silva Jardim 0,1%

Fonte: TSE-RJ.

DEMOGRAFIA

TABELA B

Participação de Eleitorado das Regiões e Municípios no Total de Eleitores do Estado

do Rio de Janeiro - março de 2011

Região do Médio Paraíba 5,6%

Barra do Piraí 0,6%

Barra Mansa 1,1%

Itatiaia 0,2%

Pinheiral 0,1%

Piraí 0,2%

Porto Real 0,1%

Quatis 0,1%

Resende 0,7%

Rio claro 0,1%

Rio das Flores 0,1%

Valença 0,5%

Volta Redonda 1,8%

Fonte: TSE‐RJ.

Naturalmente, a distribuição dos eleitores por regiões e municípios segue

de perto aquela referente à população em geral. Enquanto a RMRJ concentra mais

de 70% dos eleitores fluminenses, há três regiões cujos eleitores representam,

somados, apenas 5,4% do total estadual.

Há ainda cinco regiões – na página acima – que abrigam, cada uma, mais de

5% do eleitorado do Rio de Janeiro. À luz da evolução demográfica recente das

Baixadas Litorâneas e de sua base de crescimento (muito maior que a da segunda

região cuja taxa de expansão foi expressiva – a Costa Verde), pode-se esperar

algum aumento em seu peso político nos próximos anos. Nada, porém, que torne

este peso comparável ao da RMRJ, onde apenas São Gonçalo equivale a toda a

Região das Baixadas Litorâneas – ou às regiões Noroeste, Centro-Sul e da Costa

Verde juntas. O Mapa 1 ilustra isso, com destaque para a capital, com 40,3% do

eleitorado estadual, São Gonçalo (5,6%), Duque de Caxias (5,1%), Nova Iguaçu

(4,7%) e Niterói (3,2%). Somente em Niterói há aproximadamente o mesmo

número de eleitores que nas regiões Noroeste e da Costa Verde em conjunto.

DEMOGRAFIA

Fonte: TSE‐RJ.

MAPA 1: Municípios Fluminenses

ECONOMIA

A economia fluminense apresentou um comportamento cuja associação com

o quadro demográfico é bastante nítida em determinados aspectos. Abaixo, a

Tabela C indica a evolução do emprego formal nas regiões do Estado segundo os

setores discriminados nas colunas.

Três regiões se destacam pela maior expansão no total de empregos que

criaram. São elas as regiões Norte, das Baixadas Litorâneas e da Costa Verde. A

única em que a indústria de transformação ganhou expressão significativamente

maior foi a da Costa Verde, cuja indústria naval foi reativada nos últimos anos. A

indústria do petróleo é um dos fatores por trás do substantivo aumento do

emprego formal nas regiões Metropolitana e Norte. Nesta última, assim como nas

Baixadas Litorâneas, nota-se ainda um surto de crescimento dos empregos na

construção civil. Localiza-se em ambas as regiões e na Costa Verde o maior surto

de expansão do emprego no setor de serviços – geralmente atrelado ao emprego

na indústria. No caso das Baixadas Litorâneas, cuja indústria não prosperou muito

no período, os novos empregos estão parcialmente ligados à evolução recente das

finanças públicas locais, como veremos mais adiante.

TABELA C

Variação do Emprego Formal nas Regiões de Governo do Rio de Janeiro entre 2000 e 2009

Regiões Agro-

pecuária

Ind. Extrativa Mineral

Ind. Transfor-

mação

Construção Civil

Comércio Serviços Adm.

Pública Total

Metropolitana 3,3% 9,1% 6,9% 5,2% 14,8% 16,2% 12,4% 14,7%

Noroeste Fluminense 13,7% 3,4% 11,8% -16,5% 35,9% 25,2% 6,7% 22,5%

Norte Fluminense -2,4% 68,9% 27,6% 69,1% 47,8% 47,9% 12,2% 40,3%

Serrana 7,8% -21,2% 39,0% -31,6% 23,8% 17,8% -2,0% 19,9%

Baixadas Litorâneas 1,5% -24,4% 47,2% 80,4% 59,4% 67,0% 13,7% 55,6%

Médio Paraíba 12,8% -16,2% 27,1% -7,8% 25,0% 24,5% 7,3% 22,3%

Centro-Sul Fluminense 9,7% -13,3% 34,1% -8,1% 15,8% 19,7% -30,6% 16,5%

Costa Verde 13,3% -40,0% 130,4% 18,4% 36,3% 58,5% 27,3% 46,8%

Estado do Rio de Janeiro 6,5% 4,3% 15,8% 7,0% 20,7% 20,0% 9,1% 19,0%

Fonte: RAIS/MTE.

ECONOMIA

Fonte: IBGE.

MAPA 2: Municípios Fluminenses

ECONOMIA

Fonte: IBGE.

MAPA 3: Municípios Fluminenses

ECONOMIA

Nos Mapas 2 e 3, respectivamente, vemos o crescimento da população e do

PIB de cada município. (Os dados são do IBGE, e os do PIB foram convertidos em

valores reais e em taxas anuais para essa ilustração.) Convém chamar a atenção

sobretudo para as manchas em azul escuro, onde se observaram as maiores taxas

de crescimento, e áreas em branco, que incluem municípios com crescimento

acumulado negativo – situação tanto mais intrigante quando se percebe que se

trata de um considerável espaço de tempo.

A mais evidente associação positiva entre as duas variações localiza-se em

três “zonas”: o extremo oeste do Médio Paraíba (Resende e Porto Real), toda a

Costa Verde e as áreas contíguas das regiões Norte e das Baixadas Litorâneas.

Dos cinco municípios que associaram mais fortemente o boom econômico e

o demográfico, três estão nas Baixadas Litorâneas – Casimiro de Abreu, Búzios e

Cabo Frio. No extremo oposto da mesma região, Rio das Ostras e Saquarema

também crescem rapidamente. Na região Norte, Campos dos Goytacazes,

Quissamã e São João da Barra seguem a mesma tendência.

Antes mesmo de recorrermos a análises quantitativas mais precisas, o plano

geográfico sugere outras relações espaciais, desta vez entre diferentes municípios.

Nas imediações de Resende, os municípios de Barra Mansa e Piraí apresentam um

quadro de estagnação econômica e relativa estabilidade demográfica. Já Itatiaia,

Quatis e Rio das Flores chegam a apresentar números negativos para o PIB e taxas

de crescimento populacional considerável. Essa dinâmica requer um escrutínio

mais detido na escala regional, pois corrobora a hipótese de existência de alguma

relação com os municípios vizinhos.

O caso do Médio Paraíba – estagnação do PIB e expansão da população – se

reproduz em Rio Bonito e Cachoeiras de Macacu, nos arredores do novo eixo

litorâneo de crescimento ao Norte, situado entre Cabo Frio e Quissamã. Por sua

vez, os casos de Barra Mansa e Piraí repetem-se no arco em branco acima do

referido eixo litorâneo ao Norte – arco formado por Silva Jardim, Friburgo, Trajano

de Morais e Santa Maria Madalena. São padrões que exigem atenção do gestor

público.

Ran

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Ran

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Ran

k

FINANÇAS MUNICIPAIS

Para além da atenção do Governo, os novos desequilíbrios intra-regionais,

decorrentes da emergência de novos polos de crescimento no interior do Estado,

requerem estudos e previsões que permitam a antecipação e questões para as

quais a falta de soluções pode significar a reprodução de mazelas vividas até hoje,

sobretudo pela população da Região Metropolitana. Tais soluções, naturalmente,

devem incluir a participação dos poderes locais, cujos instrumentos dependem do

estado de suas finanças públicas.

A Tabela D apresenta dados do quadro de servidores e de receitas e

despesas municipais, bem como a posição de cada município no ranking montado

pelo consultor da FUJB.

TABELA D

Finanças Públicas e Quadros de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2009

Municípios e Regiões Habitantes

por servidor Ran

k RCL per Capita R

ank Peso dos

Royalties na RCL

Ran

k Custeio per

capita

Ran

k Investimento per capita R

ank

Região Metropolitana - - 1.401,11 8 2,56% 8 - - - -

Belford Roxo 47,08 81 661,36 90 3,04% 81 597,75 88 16,51 91

Duque de Caxias 53,15 83 1.367,26 67 5,01% 77 1.263,57 66 61,79 73

Guapimirim 20,04 39 1.660,78 51 31,41% 69 1.583,00 46 122,46 38

Itaboraí 41,28 78 1.011,34 82 3,79% 12 938,23 79 98,34 51

Itaguaí 14,31 19 2.116,51 29 3,13% 75 2.055,17 26 388,15 12

Japeri 36,10 71 933,33 84 13,71% 76 678,04 85 106,44 45

Magé 55,72 85 1.015,97 81 13,64% 9 851,88 81 161,67 26

Maricá 34,87 67 1.055,99 80 17,30% 18 932,36 80 55,45 76

Mesquita 101,15 91 777,13 87 5,70% 68 575,54 89 98,48 50

Nilópolis 39,37 75 779,01 86 5,93% 66 707,03 83 152,91 31

Niterói 33,79 66 1.777,53 45 4,66% 70 1.743,55 40 96,98 54

Nova Iguaçu 63,15 87 735,12 88 1,91% 86 632,07 87 212,01 20

Paracambi 35,39 69 1.459,57 63 7,84% 59 1.538,16 48 21,81 86

Queimados 60,39 86 709,76 89 7,32% 60 687,37 84 66,88 72

Rio de Janeiro 13,63 15 1.686,63 49 1,15% 90 642,46 86 130,60 36

São Gonçalo 63,37 88 513,55 91 1,32% 88 487,45 91 34,71 82

São João de Meriti 74,77 90 440,27 92 4,19% 73 526,29 90 36,11 81

Seropédica 36,56 72 1.113,70 77 7,13% 62 1.050,25 77 57,77 74

Tanguá 36,05 70 1.255,40 72 12,50% 41 1.142,21 70 146,38 33

FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE.

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FINANÇAS MUNICIPAIS

TABELA D

Finanças Públicas e Quadros de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2009

Municípios e Regiões Habitantes

por servidor Ran

k RCL per Capita R

ank Peso dos

Royalties na RCL

Ran

k Custeio per

capita

Ran

k Investimento per capita R

ank

Região Serrana - - 1.601,87 7 5,44% 6 - - - -

Bom Jardim 36,57 73 1.493,08 62 10,71% 51 1.426,59 58 84,63 60

Cantagalo 17,62 31 2.168,86 27 11,38% 48 2.100,00 25 204,16 21

Carmo 16,18 26 2.055,97 34 12,45% 42 1.856,19 36 87,08 57

Cordeiro 27,53 60 1.439,17 64 14,81% 26 1.481,56 51 38,82 79

Duas Barras 14,78 22 2.310,67 23 15,07% 24 2.267,02 20 244,37 19

Macuco 11,07 7 3.708,39 9 17,98% 14 2.901,54 11 703,60 4

Nova Friburgo 39,78 76 1.137,62 76 4,09% 74 1.076,28 73 147,65 32

Petrópolis 66,69 89 1.565,39 56 1,37% 87 1.378,84 60 19,37 88

Santa Maria Madalena 9,72 3 2.798,08 18 13,99% 30 2.494,62 15 138,69 35

São José do Vale do Rio Preto 20,64 41 1.636,99 52 13,27% 35 1.459,84 54 67,78 71

São Sebastião do Alto 11,30 9 2.557,64 20 15,96% 21 2.436,22 17 97,11 53

Sumidouro 18,84 34 2.076,64 32 13,43% 34 1.692,68 41 94,84 55

Teresópolis 36,63 74 1.328,56 68 2,92% 78 1.305,20 65 7,86 92

Trajano de Moraes 10,99 6 2.099,16 31 17,30% 17 2.405,59 19 94,83 56

Finanças Públicas e Quadros de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2009

Municípios e Regiões Habitantes

por servidor Ran

k RCL per Capita R

ank Peso dos

Royalties na RCL

Ran

k Custeio per

capita

Ran

k Investimento per capita R

ank

Região das Baixadas Litorâneas - - 2.196,73 3 33,07% 2 - - -

Araruama 23,52 54 1.066,68 79 4,66% 71 1.080,01 72 29,88 83

Armação dos Búzios 13,72 16 3.879,74 6 38,95% 6 3.671,06 8 163,77 24

Arraial do Cabo 16,91 29 1.689,03 48 10,66% 52 1.911,60 32 19,14 89

Cabo Frio 18,60 33 1.999,82 38 34,59% 7 1.875,56 34 99,41 49

Cachoeiras de Macacu 32,82 64 1.958,56 39 23,47% 13 1.647,32 43 157,15 28

Casimiro de Abreu 12,76 12 3.779,54 8 41,82% 5 3.789,72 7 198,95 22

Iguaba Grande 14,05 17 1.776,51 46 10,96% 49 1.589,71 45 84,21 61

Rio Bonito 20,96 43 1.397,70 66 7,27% 61 1.452,92 56 79,74 63

Rio das Ostras 18,09 32 3.676,08 11 60,16% 1 3.499,94 9 507,65 9

São Pedro da Aldeia 16,42 27 869,55 85 8,08% 57 997,51 78 38,46 80

Saquarema 23,45 53 1.274,70 70 6,11% 65 1.187,54 68 154,68 30

Silva Jardim 15,61 23 3.185,86 14 32,31% 10 2.463,50 16 315,74 15

FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE.

FINANÇAS MUNICIPAIS

TABELA D

Finanças Públicas e Quadros de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2009

Municípios e Regiões Habitantes

por servidor Ran

k RCL per Capita R

ank Peso dos

Royalties na RCL

Ran

k Custeio per

capita

Ran

k Investimento per capita R

ank

Região Noroeste Fluminense - 1.803,32 5 10,47% 4 - - - -

Aperibé 10,77 4 2.156,72 28 13,83% 31 2.224,20 21 514,88 8

Bom Jesus do Itabapoana 27,69 61 1.262,03 71 11,48% 45 1.220,46 67 48,21 77

Cambuci 777,37 92 1.860,23 40 14,63% 27 1.670,39 42 183,86 23

Italva 25,66 56 1.844,07 42 14,90% 25 1.795,18 39 68,16 70

Itaocara 21,49 45 1.570,98 55 12,70% 39 1.351,67 61 101,39 46

Itaperuna 52,34 82 1.592,15 54 4,58% 72 1.455,25 55 108,04 44

Laje do Muriaé 14,44 20 2.712,04 19 17,20% 19 2.178,63 23 156,15 29

Miracema 23,18 52 1.515,46 60 11,55% 44 1.435,67 57 85,30 58

Natividade 17,19 30 2.112,08 30 12,78% 38 1.930,93 31 69,95 67

Porciúncula 20,49 40 1.838,71 43 12,87% 37 1.802,41 38 112,22 43

Santo Antônio de Pádua 26,86 58 1.429,94 65 8,32% 56 1.158,65 69 139,16 34

São José de Ubá 13,05 13 2.873,81 17 17,49% 16 401,70 92 401,70 11

Varre-Sai 11,09 8 2.291,60 24 15,99% 20 2.198,67 22 123,21 37

Finanças Públicas e Quadros de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2009

Municípios e Regiões Habitantes

por servidor Ran

k RCL per Capita R

ank Peso dos

Royalties na RCL

Ran

k Custeio per

capita

Ran

k Investimento per capita R

ank

Região Norte Fluminense - - 3.899,24 1 33,19% 1 - - - -

Campos dos Goytacazes 31,43 63 3.028,73 15 31,92% 11 2.415,02 18 356,19 13

Carapebus 7,86 2 4.374,76 5 41,93% 4 4.646,67 4 82,52 62

Cardoso Moreira 14,72 21 1.856,58 41 14,21% 29 1.895,44 33 101,11 47

Conceição de Macabu 23,70 55 1.609,93 53 13,08% 36 1.461,83 53 118,17 41

Macaé 26,94 59 5.253,79 3 33,81% 9 4.411,91 5 902,92 2

Quissamã 10,90 5 8.324,50 1 56,22% 2 8.180,31 1 598,76 7

São Fidélis 21,51 46 1.219,68 75 11,86% 43 1.067,34 74 27,61 84

São Francisco de Itabapoana 39,89 77 1.495,70 61 9,81% 53 1.312,18 64 69,58 68

São João da Barra 13,59 14 7.008,08 2 34,11% 8 5.466,29 2 3.673,06 1

FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE.

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k R

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k Ran

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Ran

k R

ank

FINANÇAS MUNICIPAIS

TABELA D

Finanças Públicas e Quadros de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2009

Municípios e Regiões Habitantes

por servidor Ran

k RCL per Capita R

ank Peso dos

Royalties na RCL

Ran

k Custeio per

capita

Ran

k Investimento per capita R

ank

Região Médio Paraíba - - 3.899,24 1 33,19% 1 - - - -

Barra do Piraí 46,03 80 1.227,10 74 5,91% 67 848,73 82 57,35 75

Barra Mansa 42,08 79 1.278,75 69 6,32% 64 1.348,71 62 287,08 17

Itatiaia 18,93 35 2.001,43 37 9,18% 54 1.504,40 50 20,49 87

Pinheiral 21,79 48 1.563,12 59 12,65% 40 1.422,95 59 97,25 52

Piraí 12,44 11 3.642,50 12 15,23% 23 3.425,18 10 626,91 6

Porto Real 16,42 28 5.141,38 4 8,01% 58 4.907,10 38 501,80 10

Quatis 15,77 25 2.236,24 26 13,46% 33 1.940,21 29 70,33 66

Resende 29,02 62 1.663,10 50 2,87% 79 1.346,90 63 77,07 65

Rio Claro 19,79 37 2.448,76 21 1,95% 85 2.034,80 27 120,43 39

Rio das Flores 11,81 10 3.678,54 10 11,42% 47 2.503,32 14 804,67 3

Valença 19,55 36 1.071,51 78 6,64% 63 1.129,11 71 18,98 90

Volta Redonda 55,06 84 2.036,15 35 2,24% 82 1.867,01 35 298,72 16

Finanças Públicas e Quadros de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2009

Muniípios e Regiões habitantes

por servidor Ran

k RCL per Capita R

ank Peso dos

Royalties na RCL

Custeio

per capita

Ran

k Investimento per capita R

ank

Região Centro-Sul - - 1.671,67 6 5,20% 7 - - - -

Areal 20,87 42 2.251,04 25 0,00% 91 1.975,30 28 78,61 64

Comendador Levy Gasparian 14,10 18 2.432,58 22 2,70% 80 2.105,54 24 68,59 69

Engenheiro Paulo de Frontin 21,56 47 2.006,36 36 14,59% 28 1.825,36 37 162,09 25

Mendes 15,77 24 1.564,86 57 2,08% 83 1.607,37 44 119,95 40

Miguel Pereira 21,12 44 1.782,84 44 10,79% 50 1.535,81 49 22,95 85

Paraíba do Sul 33,45 65 1.241,90 73 0,00% 92 1.050,79 76 99,98 48

Paty do Alferes 19,80 38 1.564,71 58 11,48% 46 1.472,76 52 42,95 78

Sapucaia 21,80 49 2.058,88 33 1,99% 84 1.934,49 30 160,90 27

Três Rios 34,90 68 988,91 83 1,21% 89 1.067,05 75 115,89 42

Vassouras 22,29 51 1.712,81 47 8,69% 55 1.553,32 47 85,07 16

FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE.

Ran

k

Ran

k

Ran

k

Ran

k

Ran

k

FINANÇAS MUNICIPAIS

TABELA D

Finanças Públicas e Quadros de Servidores dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro em 2009

Municípios e Regiões Habitantes

por servidor Ran

k RCL per Capita R

ank Peso dos

Royalties na RCL

Ran

k Custeio per

capita

Ran

k Investimento per capita R

ank

Região Costa Verde - - 3.446,77 2 21,89% 3 - - - -

Angra dos Reis 26,45 57 2.885,36 16 15,71% 22 2.616,80 12 269,59 18

Mangaratiba 7,20 1 3.873,95 7 17,98% 15 3.901,14 6 336,11 14

Paraty 22,08 50 3.324,38 13 50,45% 3 2.616,41 13 676,94 5

FONTE: FINBRA/STN, TCE/RJ, RAIS e IBGE.

A RMRJ tem os municípios com menores valores de Receita Corrente

Líquida (RCL) per capita. No extremo oposto estão a Costa Verde e a Região Norte –

cujos municípios se destacam pela notável desigualdade de recursos públicos –

com os três “mais ricos” governos municipais de todo o Estado (Quissamã, São

João da Barra e Macaé) e dois outros nas posições 69 e 74 do ranking. As Baixadas

Litorâneas sobressaem igualmente pela desigualdade intermunicipal, uma vez que

possui três municípios entre os dez “mais ricos” do Estado e três entre os 20 de

menor RCL per capita.

O ranking de municípios criado com o indicador “Habitantes por servidor

municipal” (que o consultor da FUJB elaborou com as melhores posições – 1, 2, 3...

– para municípios com menores valores, i.e., com menor número de habitantes por

servidor) põe em evidência sobretudo a região Norte, com dois (Carapebus e

Quissamã) dos cinco municípios que mais empregam servidores por habitante.

Dona da maior RCL per capita entre as regiões fluminenses, a Região Norte foi

também a que mais viu crescer essa receita em 2000-2010, como mostram as tabelas

nas próximas páginas.

A situação remete automaticamente o analista à questão dos royalties do

petróleo, que na Região Norte representam 33,2% da RCL do conjunto dos seus

municípios. A Costa Verde, com a segunda maior RCL per capita em 2009 e a

segunda maior taxa de expansão da RCL regional em 2000-2009, arrecada

royalties equivalentes a apenas 21,89% dessa receita. Já as Baixadas Litorâneas

FINANÇAS MUNICIPAIS representam um caso semelhante ao da Região Norte, pois tiveram a terceira

maior expansão de RCL no período 2000-2009, e hoje contam com os royalties para

formarem pouco mais de 33% da RCL do conjunto dos seus municípios.

A Tabela E reapresenta os dados da RCL per capita dos municípios, desta

vez ao lado do aumento relativo acumulado da RCL total municipal no período de

2000-2008. Ao nível regional, estão hierarquizados os municípios pela coluna da

direita, onde a expansão recente da RCL indica a tendência geral das receitas

públicas de cada município.

Nas Baixadas Litorâneas, destacam-se Rio das Ostras e Cabo Frio, com

variações de RCL de, respectivamente, 219% e 216%. Na Região Norte, as maiores

taxas de aumento da RCL foram de Campos, com 488%, e São João da Barra, com

316%, tendo dois outros municípios elevado também suas RCL em mais de 200%.

Aumentos igualmente expressivos da RCL foram registrados em Porto Real

(353%) e Mangaratiba (247%), nas regiões do Médio Paraíba e da Costa Verde,

respectivamente. Em Porto Real, a diferença patente entre o aumento da RCL do

município e o aumento da RCL regional concorre para evidenciar o

aprofundamento da desigualdade no interior da região.

Observa-se no Gráfico 2, após a Tabela E, a relação entre a RCL per capita e

a participação dos royalties na RCL total de cada um dos municípios do Estado do

Rio de Janeiro. Os pontos mais dispersos em direção ao canto superior direito do

Gráfico 2 são exatamente os municípios das regiões Norte, Costa Verde e das

Baixadas Litorâneas, e se encontram reproduzidos no Gráfico 3. Isso revela que (a)

a maioria dos municípios das demais regiões não tem níveis tão elevados de RCL

per capita quanto essas regiões em destaque e (b) que a RCL per capita dessas três

regiões é superior à média do restante do Estado em virtude dos royalties.

FINANÇAS MUNICIPAIS

TABELA E

* Mesquita se tornou município pela lei estadual n.º 3.252 de 25 de

setembro de 1999, logo não há dados para 2000.

FONTE: FINBRA/STN/MF e TCE/RJ.

FINANÇAS MUNICIPAIS

TABELA E

FONTE: FINBRA/STN/MF e TCE/RJ.

FINANÇAS MUNICIPAIS

TABELA E

FONTE: FINBRA/STN/MF e TCE/RJ.

FINANÇAS MUNICIPAIS

TABELA E

FONTE: FINBRA/STN/MF e TCE/RJ.

** O município de Rio Bonito não apresentou dados consistentes para o ano de 2000.

GRÁFICO 2: Municípios do Estado do Rio de Janeiro

GRÁFICO 3: Municípios do Norte e das Baixadas Litorâneas

FINBRA/STN/MF; RAIS/MTE; Fundação CEPERJ e IBGE.

INDICADORES SOCIAIS

Finalmente, era necessário abordar os indicadores sociais já nesta primeira

iniciativa de divulgar os resultados do trabalho de organização dos novos dados

do Estado fluminense. Foram privilegiados os dados produzidos pela Federação

das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) em razão da abrangência

com que tratam os aspectos relativos ao desenvolvimento social. O Índice Firjan de

Desenvolvimento Municipal (IFDM), cujos componentes de saúde e educação

apresentamos a seguir, interessa ao cidadão e ao gestor público por ser não apenas

abrangente – o que favorece uma análise global da situação da população local. Os

dados atualmente disponíveis para o IFDM datam de 2007.

Elaborado em âmbito nacional, o índice permite também a comparação dos

municípios fluminenses com todos os demais municípios brasileiros. Estudos

cotejando dados do Rio de Janeiro com os de outros Estados brasileiros já estão em

curso na SUBPL, e pretendem igualmente dar conta de uma gama significativa de

aspectos da realidade atual desses diferentes entes da federação. No entanto, esta

primeira exposição de dados manteve o foco nos municípios do Estado do Rio. E

nem poderia ser outro o objeto central das reflexões e ações do gestor estadual.

A Tabela F apresenta indicadores sociais básicos dos municípios e suas

respectivas posições em termos comparativos – nas colunas “Rank”.

No indicador de saúde da Firjan, o Médio Paraíba tem cinco dos dez

melhores posicionados no Estado, levando a região à melhor posição no ranking

regional. Por sua vez, a Região Norte, com o segundo melhor desempenho no

indicador, parece ter um maior desvio em relação à média regional: tem quatro

municípios entre os dez melhores em saúde, mas Cachoeiras de Macacu ocupa a

posições 54 no ranking estadual. A desigualdade intra-regional é também a marca

da RMRJ, cujos municípios estão em posições do ranking que variam de 13 a 92.

Chama atenção também o caso da Costa Verde, onde Angra dos Reis apresenta

dados de saúde muito superiores aos de Parati e Mangaratiba.

Ran

k

Ran

k

Ran

k

INDICADORES SOCIAIS

Mas é nas Baixadas Litorâneas que os dados de saúde surpreendem, em

particular à luz da evolução da arrecadação de recursos públicos pelas

administrações municipais. Pior colocada no indicador de saúde da Firjan, a

região é também a segunda pior colocada no indicador de educação da mesma

instituição, posição confirmada pelas notas municipais no Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), elaborado pelo Ministério da

Educação. No IDEB, o pior desempenho estadual foi o da Região Norte – terceira

pior colocada no índice de educação da Firjan.

TABELA F

Fonte: FIRJAN e INEP.

Ran

k

Ran

k

INDICADORES SOCIAIS

TABELA F

Fonte: FIRJAN e INEP.

Ran

k

Ran

k

INDICADORES SOCIAIS

TABELA F

Fonte: FIRJAN e INEP.

Ran

k

Ran

k

Ran

k

Ran

k

INDICADORES SOCIAIS

TABELA F

Fonte: FIRJAN e INEP.

Considerações Finais

Finanças municipais e indicadores sociais são dois objetos essenciais ao

esforço de mapeamento da nova realidade fluminense, que a SUBPL se dedica

atualmente a retratar. Cada uma dessas dimensões evidencia, respectivamente, as

mais concretas possibilidades e necessidades de cada município do Estado.

O aspecto mais notável dos dados observados consiste na heterogeneidade

interna de certas regiões. Como vimos, o crescimento econômico recente foi

bastante diferenciado no interior de seis das oito regiões do Estado – sendo

exceções a Costa Verde, com dinamismo forte e bem distribuído, e a Região

Serrana, cujo baixo crescimento foi bastante difuso. A relação desses dados com a

dinâmica populacional requer um estudo cuidadoso. Merece atenção, entretanto, o

quadro estacionário ou negativo do crescimento demográfico em diversos

municípios das regiões Noroeste e Serrana. Nesta última, os municípios de menor

expansão demográfica são vizinhos ao novo eixo litorâneo – de Maricá a Quissamã

– de forte crescimento populacional, em cujo núcleo estão municípios de alto

dinamismo econômico e receitas públicas alavancadas pelos royalties gerados

através da indústria do petróleo.

Observa-se igualmente forte heterogeneidade intra-regional na área social. A

Região Serrana possui indicadores de saúde situados entre os melhores (São José

do V. do Rio Preto e Bom Jardim) e os piores do Estado (Carmo e São Sebastião do

Alto), havendo forte a discrepância também entre os demais municípios serranos.

Da mesma forma, o Noroeste possui municípios entre os melhores (Italva e

Porciúncula) e piores colocados (Itaperuna e Itaocara) no indicador de saúde. Em

contrapartida, quatro dos 13 municípios dessa mesma região estão entre os dez de

melhor desempenho no IDEB. Na Região Serrana, apenas dois de seus 14

municípios estão entre os dez melhores colocados no ranking estadual do IDEB.

Na Região Norte, formada por nove municípios, quatro deles estão entre os

dez do Estado que possuem os melhores indicadores de saúde. Já no IDEB, a

região é mais homogênea, não tendo nenhum município entre os 20 mais bem

posicionados no Estado. De fato, lá se encontram os dois piores registros do IDEB,

tendo Campos dos Goytacazes e São João da Barra os dois piores desempenhos no

indicador. O contraste entre a magnitude da RCL per capita da região – a maior do

Estado – e os resultados da educação aferidos pelo IDEB sugere a importância da

busca de alternativas de gestão a serem adotadas em favor da qualidade do ensino.

O mesmo pode ser deduzido da análise dos dados das Baixadas Litorâneas, cuja

RCL per capita – a terceira maior do Estado – convive, como vimos, com sensíveis

necessidades na área social. Dos 13 municípios da região, nenhum está entre os 20

melhores em saúde, e apenas um está entre os 20 melhores no IDEB. Para fazer

frente às necessidades das regiões Norte e das Baixadas Litorâneas, os dados de

arrecadação municipal sugerem a existência de capacidades locais significativas.

Ao contrário, a RMRJ apresenta carências correlatas na área social e no

plano das receitas públicas. Apenas dois (Niterói e Paracambi) dos 18 municípios

da região situa-se entre os 20 melhores do Estado no indicador de saúde, e três

deles (Japeri, Belfort Roxo e Queimados) apresentam os piores desempenho em

saúde de todo o território fluminense. No IDEB, o nível das carências da RMRJ

não é diferente. Dos 18 municípios, nada menos do que 10 estão entre os 20 piores

colocados no ranking estadual. Apenas um (Rio de Janeiro, na 13ª posição) situa-se

entre os 20 melhores. Na mais populosa região do Estado, a capacidade local de

enfrentar suas carências sociais não é tão evidente, uma vez que a RCL per capital

da RMRJ é claramente a menor de todas as oito regiões fluminenses.

O objetivo exclusivo desse estudo foi descrever a dinâmica e o quadro atual

dos indicadores municipais apresentados, chamando-se atenção para certas

peculiaridades das diferentes regiões. A explicação para as semelhanças e

diferenças entre as unidades territoriais abordadas é tarefa para estudos mais

detalhados.