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Escola secundária de Valongo Mobilidade reduzida Paraplegia 19-05-2011 Disciplina: Área de Projecto Docente: Susana Oliveira Trabalho realizado por: Duarte Duarte nº12 Fernando Ribeiro nº14 Flávia Vieira nº15 João Nogueira nº18

Mobilidade reduzida - Paraplegia

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Trabalho desenvolvido em area de projecto. 12º ano

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Page 1: Mobilidade reduzida - Paraplegia

Escola secundária de Valongo

Mobilidade reduzida Paraplegia

19-05-2011

Disciplina: Área de Projecto Docente: Susana Oliveira

Trabalho realizado por:

Duarte Duarte nº12

Fernando Ribeiro nº14

Flávia Vieira nº15

João Nogueira nº18

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Indice

Agradecimentos ........................................................................................................................ 3

Introdução ................................................................................................................................ 4

Causas de Limitações Motoras .................................................................................................. 5

Acidente em Chernobil.............................................................................................................. 6

Dano medular ........................................................................................................................... 7

Coluna vertebral ....................................................................................................... 7

Medula ..................................................................................................................... 8

Consequências da lesão medular ............................................................................................ 10

Limitações no dia-a-dia ........................................................................................................... 12

Compensar os membros perdidos ........................................................................................... 14

ELegs ...................................................................................................................... 14

Desportos adaptados .............................................................................................................. 15

Boccia ..................................................................................................................... 16

Atletismo ................................................................................................................ 17

Voleibol Sentado .................................................................................................... 18

Basquetebol ........................................................................................................... 18

Rugby ..................................................................................................................... 19

Conclusão ............................................................................................................................... 20

Bibliografia ............................................................................................................................. 21

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Agradecimentos

Para que este trabalho fosse conseguido com sucesso, recorremos a ajuda de

pessoas externas ao nosso grupo e como tal queremos mostrar, desde já, que estamos

gratos pela ajuda prestada.

Agradecemos á professora de Área de projecto, Susana Oliveira, que sempre se

mostrou disponível em nos ajudar na construção de frases e textos, com ideias para o

desenvolvimento do projecto e com material.

Agradecemos também ao senhor Cândido, que se mostrou disponível para ser

entrevistado, cedendo-nos assim informações bastante úteis na realização do trabalho

e ao Bruno Pinho, jogador de Bóccia, que, apesar de não ter conseguido vir a escola

fazer a demonstração da modalidade, mostrou-se sempre disponível para responder a

quaisquer duvidas que fossem surgindo.

E por fim, agradecemos ao professor de educação física, Paulo Mesquita, que

nos cedeu alguns contactos de instituições de desportos adaptados.

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Introdução

No âmbito da disciplina de área de projecto, propusemo-nos a elaborar um

trabalho escrito para complementar o projecto “ Mobilidade Reduzida”.

Os paraplégicos enfrentam vários problemas, não só a nível físico, mas também

a nível social. Sendo assim, de forma a podermos contribuir para uma melhor

qualidade de vida, tentaremos ao longo do trabalho analisar as dificuldades que os

paraplégicos enfrentam no dia-a-dia no concelho de Valongo.

Para alcançarmos o nosso objectivo, começamos por efectuar um trabalho de

pesquisa de modo a que possamos compreender o que é a paraplegia, quais as suas

causas, e as soluções actualmente existentes. Optamos também por pesquisar

informações sobre o acidente em Chernobyl, uma vez que este foi provocado por uma

exposição excessiva de radiações tendo como consequência vários problemas

motores.

Como existem estruturas fundamentais no nosso corpo, para a locomoção,

considerámos necessário explicar a função que cada estrutura desempenha e as

consequências de uma lesão nas mesmas.

Um paraplégico, apesar de estar sentado numa cadeira de rodas e com

limitações, não deixa de ser uma pessoa como as outras, e como tal, possui os mesmos

direitos. A prática desportiva é um direito de todos, independentemente da sua

condição física, assim pessoas com deficiência motora podem beneficiar dessa mesma

prática.

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Causas de Limitações Motoras

As limitações motoras podem ser causadas devido a vários factores, tais como,

lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas que podem ter origem congénita

mas também podem ser causadas devido a traumas na coluna, espinal medula e

doenças que afectam o sistema nervoso central.

As lesões ortopédicas são normalmente causadas durante a prática de

desportos. As limitações motoras podem também ser causadas por malformações

congénitas, que resultam de anomalia morfológica estrutural num órgão ou em

conjuntos deles, presente no nascimento devido a uma causa genética.

Outra causa de limitações motoras pode ser a paralisia que é causada pelo mau

funcionamento do sistema nervoso central, pois este, deixa de transmitir impulsos

nervosos para a activação muscular.

As causas mais conhecidas de limitação motora são as amputações e a ausência

de membros que são em grande parte causados por acidentes de trabalho e acidentes

rodoviários, as amputações mais comuns são as dos dedos, das pernas (fig.1) e dos

braços.

Fig.1 – Amputação da perna

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Acidente em Chernobil

O acidente nuclear de Chernobil surgiu no dia 26 de Abril de 1986, na Usina

Nuclear de Chernobil na Ucrânia. É considerado o pior acidente nuclear da história da

energia nuclear, este produziu uma nuvem de radioactividade que afectou a União

Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido. Grandes áreas foram

contaminadas principalmente na Ucrânia e em Bielorrússia, o que levou no

reassentamento e na evacuação de aproximadamente 200 mil pessoas. A Bielorrússia

foi a mais atingida, pois foi lá que perto de 60% de radioactividade desabou.

É excessivamente difícil comunicar a quantidade exacta de pessoas que

faleceram devido ao acidente, a ONU divulgou um relatório em 2005 que atribuiu 56

mortes e uma estimativa de cerca de 4000 pessoas que possivelmente morreriam no

futuro por doenças relacionadas aos eventos de Chernobil. Nem todas as pessoas que

foram contaminadas morreram com este acidente, no entanto, muitos ficaram com

deficiências motoras e muitas mulheres estavam grávidas, fazendo com que os seus

filhos tivessem sérios problemas, de entre eles, a paraplegia (Fig2).

Muitas crianças enfrentam problemas e deficiências a níveis motores devido a

este acidente e, muito provavelmente, nunca conseguirão recuperar, tendo de estar

em instalações especiais para poderem viver confortáveis e enfrentarem os problemas

que lhes ocorrem com a melhor ajuda possível.

Assim, a paraplegia pode não só ser

causada por acidentes de

trabalho/desportivos e mal formações

genéticas normais, mas também por mal

formações genéticas anormais, como é este

caso do acidente nuclear, em que fetos com

4-6 meses bem formados nasceram com

graves problemas. Fig.2 – Paraplegia devido ao acidente

Page 7: Mobilidade reduzida - Paraplegia

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Dano medular

A medula é um órgão do sistema nervoso central (SNC) cuja função é

estabelecer a ligação entre o cérebro e as diferentes partes do corpo. Essa ligação

respeita as sensações que nos vem da periferia e que são conduzidas ao cérebro para

delas tomarmos consciência, a movimentos que são programados pelo cérebro e

executados pelos músculos e a diversas funções vegetativas como a respiração e a

função cardíaca. Quando ocorre uma lesão na medula passa a existir um obstáculo a

passagem de informação em ambos os sentidos, tanto do cérebro para os órgãos

receptores como dos órgãos receptores para o cérebro. Para se poder compreender

melhor a consequência de uma lesão na medula é necessário ter algumas noções

sobre a sua anatomia e funções.

Coluna vertebral

A coluna vertebral (fig.3) constitui o eixo ósseo

do corpo. É uma estrutura bastante elástica e flexível

constituída por 24 vértices, estes apresentam nomes

diferentes pois depende do local onde estão situados.

Assim, de cima para baixo, denominam-se cervicais (C1

ate C7), dorsais (D1 ate D12), lombares (L1 ate L5),

sagradas (S1 ate S5) e, por fim, o cóccix constituído

pela junção de 4 vértebras.

A coluna vertebral tem como função aguentar o

corpo, permitir a mobilidade do tronco e proteger a

medula.

Fig.3- Coluna vertebral

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Medula

A medula espinal (Fig.4) é um feixe de fibras, estendendo-se do cérebro até á

primeira/segunda vértebra lombar (L1,L2). Apresenta aproximadamente 44 cm de

comprimento, a partir dai, as fibras nervosas continuam até ao sacro.

A medula estabelece ligação com todas

as partes do corpo recebendo informações de

vários pontos enviando-as de seguida para o

cérebro e recebendo ordens do cérebro

transmitindo-as de seguida para as diferentes

partes do corpo.

As informações estão relacionadas com

os movimentos e com as funções automáticas

do corpo como a regulação da temperatura, o

pestanejar, a respiração e a digestão. A medula é o percurso que as mensagens fazem

para chegar ao cérebro e às diferentes partes do corpo.

Da medula, entre cada duas vértebras, saem fibras nervosas anteriores,

contendo informação destinada aos músculos e entram fibras nervosas posteriores

que trazem informação sensitiva de todas as partes do corpo.

Apesar da medula ser uma estrutura

contínua, ausente de divisões, existe uma

unidade anatómica e funcional importante

denominado por metâmero (fig.5). Este

constitui a porção da medula de onde saem as

raízes anteriores e entram as raízes posteriores

que por sua vez dão lugar aos nervos

raquidianos.

Fig.5- metâmero

Fig.4 - Espinal medula

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Os neurónios (Fig.6) são células nervosas, sendo constituídas por um corpo, que

emite vários prolongamentos e por um eixo do axónio. O comprimento do axónio

depende do tamanho da fibra nervosa, assim no caso dos neurónios motores, os

axónios são compridos, visto que estas células controlam os músculos do pescoço,

tronco e membros.

Cada axónio está revestido por uma substância isolante designada por mielina,

esta faz com que a informação chegue mais rapidamente ao cérebro ou aos

respectivos músculos.

Como a medula é constituída

por neurónios que levam informações

diferentes e ocupam áreas específicas

ao longo da medula, a gravidade e a

extensão de uma lesão vai depender

da localização desta.

Fig. 6 – Neurónios e impulso nervoso

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Consequências da lesão medular

A maior parte das vezes a lesão da medula e originada devido a acidentes de

viação e desportivos, quedas, tiros e outras causas como inflamações, tumores,

hemorragia e infecções.

A lesão medular (Fig.7) é resultante de mais do que um único acontecimento. O

primeiro impacto vai danificar os neurónios do local da lesão, mas nas horas e nos dias

seguintes, segue-se uma centena de acontecimentos a nível da lesão primária que vão

complicar e alongar o processo. Assim, quando ocorre uma lesão devido a um

traumatismo administra-se corticoesteróides nas primeiras semanas, estas irão

atenuar o agravamento secundário da mesma. Quando a medula possui sinais de

pressão por fragmento ósseo, disco intervertebral ou coágulo sanguíneo incluem-se

outros tratamentos como uma intervenção cirúrgica.

Fig. 7 - Espinal medula e sua função

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Se ocorrer uma lesão na medula, esta é considerada grave quando o paciente

mostra falta de sensibilidade e falta de controlo voluntario dos músculos. Uma lesão

deste tipo ira também causar perturbações da função involuntária no local da lesão,

como por exemplo no controlo da bexiga e do intestino e a respiração.

Existem vários níveis de lesão medular, estes tem diferentes designações

consoante a localização e o número de nervo afectado. Assim, uma lesão que se

localize no pescoço e que tenha fracturado o 7º nervo é denominada por lesão C7

(lesão cervical no 7º nervo). Se a lesão ocorrer na coluna cervical o paciente terá uma

tetraplegia, ou seja, a lesão atingiu os quatro membros.

Caso uma lesão que se localize na coluna dorsal e que fracture o 8º nervo é

denominada por lesão D8 (lesão dorsal no 8º nervo), esta lesão ira resultar numa

paraplegia, atingindo os membros inferiores.

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Limitações no dia-a-dia

Como sabemos, as pessoas com deficiências motoras enfrentam dificuldades

no dia-a-dia, dessa forma que é preciso continuar a fazer esforços para ultrapassar

isso. Das diferentes limitações existentes iremos enumerar algumas, com especial foco

no concelho de Valongo.

Provavelmente, a maior limitação que uma pessoa irá possuir, se vier a sofrer

de paraplegia, será na sua própria casa, isto acontece pelo facto de a maioria das casas

não possuir o mínimo de condições de acessibilidade para pessoas com este tipo de

problemas, tanto a nível exterior como a nível interior. Outro dos locais mais

problemáticos será o local de trabalho, que na sua maioria sofre das mesmas

necessidades que qualquer outro edifício, seja ele público ou privado, neste caso o

local de trabalho de uma empresa onde não existam pessoas com problemas motores,

será desde sempre inadequado para todas aquelas que possuem, fazendo com que

seja mais complicado para alguém com deficiência arranjar um trabalho com as

condições necessárias.

Estes são os problemas mais globais que limitam estas pessoas, no caso mais

concreto do concelho de Valongo também não será difícil encontrar sítios

problemáticos. Podemos observar, por exemplo, que para aceder à biblioteca no

edifício Vallis Longus (Fig.8), não existe qualquer rampa ou elevador. Algumas

passadeiras apresentam ainda passeios

demasiado altos e sem rampas que é

também um dos problemas mais

frequentes. A Igreja Matriz de Valongo

também não tem qualquer facilidade de

acesso, tanto como determinados

autocarros, muitos prédios e ainda caixas

de supermercados. Fig.8 – Vallis Longus

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Contudo a câmara de Valongo, nos últimos anos, tem evoluindo no que toca a

acessibilidades para deficientes motores, pois preocupou-se em baixar alguns passeios,

criar rampas e elevadores de acesso a locais públicos mais importantes, como a

câmara municipal, os correios e bancos. No entanto, estas pessoas ainda sentem

muitas barreiras arquitectónicas no concelho de Valongo, pois ainda existem locais que

poderiam ser de mais simples acesso, como a segurança social, que apesar de

apresentar um elevador, o mesmo não é adequado uma vez que a sua entrada é muito

estreita, e deste modo para um utilizador de cadeira de rodas conseguir entrar nele

tem que retirar partes da cadeira para conseguir utiliza-lo. Todos os esforços são

necessários e apesar deles, nem sempre são resolvidas as dificuldades, o que nos deve

levar a ter uma atitude de solidariedade para com estas pessoas, querendo e

contribuindo para o seu bem-estar como para o de todas as outras pessoas.

Certamente não seria fácil entrar num edifício ao qual as escadas fossem inexistentes,

pois teríamos de os escalar. Essa sensação de dificuldade é sentida por todos aqueles

que não são fisicamente capazes de subir escadas.

Podemos levantar também alguns pontos na nossa escola onde devemos reter

alguns aspectos importantes, como a escola vai entrar em obrar pretendemos alertar a

comunidade para que não repitam os mesmos erros. Assim, na escola (Fig.9) existe

uma rampa que é bastante extensa e inclinada o que dificulta a sua utilização por uma

pessoa com deficiência motora, ainda que assim não fosse, seria impossível a essa

mesma pessoa frequentar esta escola visto que toda ela é constituída por dois andares

que apenas são acessíveis por escadas e as próprias entradas dos pavilhões têm um

degrau. A papelaria é outro local problemático que possui um barão que torna

impossível a passagem de uma cadeira de rodas,

tanto como o bufete que é extremamente alto.

Outro bom exemplo são ainda as casas de banho

que estão, neste momento, a servir para

arrumações.

Fig.9 – Escola Secundaria de Valongo

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Compensar os membros perdidos

Em alguns casos as pessoas portadoras de deficiência motora ficam sem

alguns dos seus membros como a perna, o braço e a mão, o que os impossibilita de

efectuar determinadas tarefas. Contudo nos dias de hoje esses membros já podem ser

compensados por próteses artificiais que os irão substituir de uma forma bastante

eficaz devido aos avanços da Biónica (um dos ramos da Biotecnologia).

A Biónica é uma ciência que estuda os processos biológicos, mecânicos e

electrónicos, com o objectivo de desenvolver projectos que consigam ser compatíveis

e que actuem com um comportamento semelhante ao nosso sistema biológico. Ela vai

buscar os conhecimentos adquiridos na Biologia e tenta aplicá-los na Física, assim,

existem vários tipos de próteses para determinados problemas, em casos de

paraplegia as próteses inventadas designam-se por ELegs, que iremos tratar de

seguida.

ELegs

A empresa Berkeley Bionics, apresentou um exo esqueleto robótico que tem

como função proporcionar a locomoção em postura erecta a paraplégicos. Este

dispositivo pesa 45 quilos, é alimentado por baterias (até 6 horas de carga) e emprega

um sistema de sensores que funciona como interface homem-máquina, interpretando

a intenção dos gestos humanos de forma a operacionalizar a locomoção. Sem

necessidade de roupa especial, utilizando a roupa do dia-a-dia, em cerca de um a dois

minutos é possível ao indivíduo paraplégico em cadeira de rodas se utilizar o eLegs,

podendo andar em vários terrenos e atingir uma velocidade até 3.7 km/h.

Como podemos verificar com este tipo de próteses um indivíduo amputado

já consegue enfrentar a sua vida de um modo normal. Contudo estes estudos são

ainda muito recentes e tem ainda muito para evoluir e talvez num futuro próximo seja

possível um indivíduo que utilize próteses biónicas efectuar uma vida completamente

normal e com um número bem mais reduzido de instrumentos para assim o fazer.

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Desportos adaptados

Uma pessoa com deficiência motora, apesar de estar constantemente sentado

numa cadeira de rodas e com limitações, é uma pessoa, e como tal, possui direitos

como todos os outros indivíduos. A partir do momento em que o acesso à prática

desportiva se torna um direito de todos os cidadãos, independentemente da sua

condição física, permitiu que as pessoas com deficiência motora beneficiassem dessa

mesma prática.

A prática de desporto adaptado é bastante benéfica para as pessoas portadoras

deste tipo de problema, pois as actividades desportivas vão permitir, às pessoas com

deficiência motora, demonstrar a si próprio e á sociedade que não são inválidas e que

conseguem ser activas como qualquer outros seres humanos, contribuem para a

reintegração da pessoa com deficiência na sociedade, uma forma muito positiva de

integração é a competição entre indivíduos com e sem deficiência, em modalidades

como o tiro com arco, bowling, ténis de mesa e natação e também proporcionam á

pessoa melhorar o seu físico e ver o mundo de uma outra forma.

Actualmente existem mais de 20 desportos paraolimpicos, o Boccia, atletismo,

basquetebol, voleibol, ciclismo, natação, ténis de campo e de mesa, canoagem,

esgrima, rugby são alguns dos exemplos, farei um breve esclarecimento de alguns

deles.

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Boccia

O Boccia (Fig.10) tem como objectivo marcar o maior número de pontos

através do lançamento de séries de 6 bolas (azuis e vermelhas) em direcção a uma

bola alvo (bola branca). Esta modalidade destina-se a indivíduos portadores de

deficiência motora grave correspondente a grandes incapacitados divididos nas

seguintes categorias:

BC1 – São tetraplégicos com pouca amplitude de movimento funcional e pouca

força em todas as extremidades e tronco. Dependem de um acompanhante

para ajustar ou estabilizar a cadeira ou para lhe dar a bola.

BC2 – São tetraplégicos com pouca força funcional em todas as extremidades e

tronco, mas com capacidade para propulsionar a cadeira de rodas.

BC3 – São indivíduos com muitas dificuldades na preensão da bola e sem força

funcional para fazer um lançamento para dentro de campo. Utilizam calhas

para fazer o lançamento. Nesta classe estão incluídas outro tipo de deficiências

com as mesmas características

funcionais.

BC4 – Estão incluídos os indivíduos

portadores de deficiência motora

com limite funcional superior,

idêntico à BC2.

Em 2000, Portugal conquistou 2

medalhas, uma de ouro e outra de prata.

Fig.10 – Boccia

Page 17: Mobilidade reduzida - Paraplegia

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Atletismo

O atletismo (Fig.11) em cadeira de rodas está cotado como um dos mais

dispendiosos. As cadeiras para competição atingem os cinco mil euros, sendo que as

pensões para deficientes rondam muitas vezes os 200 ou 300 euros.

Nesta modalidade existem 4 categorias de deficiência, estas variam com o grau

de incapacidade. Para se definir a classe a que um atleta se integra,

internacionalmente, o termo técnico utilizado é composto por uma letra seguida de 2

algarismos, utiliza-se a letra “T” que significa Track (pista), “5”que significa atletismo

em cadeira de rodas e por fim um número que varia entre 1 e 4 representando o grau

de incapacidade. Assim, a classe T51 define o atletismo para tetraplégicos, a classe T52

define o atletismo para tetraplégicos com

triceps activos e movimento de pulso, a

classe T53 define o atletismo para

paraplégicos com músculos peitorais

activos e a classe T54 define o atletismo

para todas as outras vertentes de

deficiência em que o número de músculos

activos seja superiores aos músculos

peitorais.

Fig.11 – Atletismo em cadeira de rodas

Page 18: Mobilidade reduzida - Paraplegia

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Voleibol Sentado

O voleibol (Fig.12) sentado, surgiu em 1956, é um dos desportos mais

praticados em competições não só para deficientes, mas também por competidores

de voleibol não deficientes, mas com lesões no tornozelo e/ou joelho. O objectivo

principal é conquistar pontos fazendo com que a bola encoste na sua quadra ou

saia da área de jogo após ter sido tocada pelo adversário.

Neste desporto, as equipas tem que possuir no máximo 12 jogadores e

possuir um campo e rede adequados para os mesmos. O campo tem de medir 10

metros de comprimento por 6 de largura (10 x 6 metros). A altura e o

comprimento da rede podem variar devido ao sexo dos jogadores. A altura devera

ser de 1.15m para os homens e

1.05m para as mulheres já o

comprimento devera ser de

6,50 a 7 metros, assim os

jogadores conseguem jogar

apenas com o auxílio do tronco

e membros superiores.

Basquetebol

O Basquetebol (Fig.13) para deficientes motores e muito semelhante ao

basquetebol para não deficientes, neste desporto mantêm-se o campo, a bola e as

tabelas. A única coisa que difere entre os dois e o meio de locomoção. É um jogo

que dá a possibilidade de prática desportiva

num ritmo grandioso e ao máximo nível de

competição entre as equipas e uma das

modalidades com mais adeptos, com milhares

de praticantes em todo o mundo.

Fig.12 – Voleibol sentado

Fig.13 - Basquetebol

Page 19: Mobilidade reduzida - Paraplegia

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Rugby

O rugby (Fig.14) em cadeira de rodas começou no Canadá em 1977, é uma

combinação de passos, ajustamentos e habilidades solicitadas no basquetebol e rugby.

Os jogos de rugby são executados num campo de basquetebol e a bola utilizada

é semelhante à usada no voleibol. Apenas homens e mulheres com uma inaptidão

física podem praticar rugby em cadeira de rodas, física. Cada equipa é organizada por

quatro jogadores, cujo objectivo de cada equipa é marcar um golo tocando ou

passando com as duas rodas a linha de golo da equipa adversária enquanto leva a bola.

A equipa com o resultado mais elevado no fim do tempo é a vencedora.

Fig.14 - Rugby

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Conclusão

Foi abordado pelo nosso grupo as causas da mobilidade reduzida que, segundo

as informações que recolhemos, são causados por negligência própria e a factores

externos, como problemas de nascença.

No conselho de Valongo verificar-se que as pessoas com mobilidade

condicionada continuam a ter dificuldades em efectuar algumas tarefas simples como

subir a passeios e entrar em edifícios. Deve-se portanto tomar consciência para estes

problemas pois todos temos direito, independentemente da condição física, de ir a

locais onde qualquer outra pessoa possa ir. Através da entrevista ao senhor Cândido

adquirimos algumas ideias para o melhoramento de algumas zonas de mais difícil

acesso.

Existem pessoas que se preocupam com esta causa e, como tal, tentam arranjar

algo que consiga fazer com que paraplégicos enfrentem os problemas do dia-a-dia. Ao

longo dos anos e com varias experiências conseguiram inventar próteses com o

objectivo de substituírem os membros perdidos. Com o avanço da tecnologia, as

próteses, estão cada vez mais evoluídas o que faz com que as pessoas consigam

ultrapassar dificuldades que seriam impossíveis de se ultrapassar sem estas.

Antigamente as próteses eram arcaicas, e não permitiam efectuar determinados

movimentos que agora, com a biotecnologia, podem ser efectuadas com normalidade,

como por exemplo, subir escalas e andar, um dos únicos problemas destas próteses é

o facto de terem um preço elevado.

Nem todas as pessoas têm possibilidades financeiras para adquirir próteses,

ficando assim limitadas com a cadeira de rodas, o que faz com que se sintam

frustradas por não conseguirem fazer o que outras pessoas conseguem. Uma forma de

lhes provar o contrário será informar-lhes que existem desportos ao qual podem

praticar. Estes desportos são muito benéficos, pois mostram aos outros e a si próprios

que são capazes e que são tão bons ou melhores a executar algum dinheiro e actuam

como terapia para eles.

Page 21: Mobilidade reduzida - Paraplegia

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