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MOBILIDADE URBANA DO
TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO EM
FLORIANÓPOLIS: PANORAMA E
ANÁLISE CRÍTICA.
Felipe Eugenio Kich Gontijo (UDESC )
Rodolfo Guidi (UDESC )
O trabalho tem por objetivo realizar um diagnóstico com respectiva
análise crítica do cenário do transporte público coletivo rodoviário da
cidade de Florianópolis, Santa Catarina. Constitui-se um estudo da
situação-problema da mobilidade urrbana na capital catarinense,
cujas tabelas, gráficos e figuras de estudos locais aprimorados
apresentam fortes deficiências e um vasto campo de melhorias a se
implementar. Nesse estudo procura dar visibilidade aos padrões de
comportamento da população da capital catarinense quanto ao
deslocamento, suas finalidades, os modais de transporte envolvidos e
as principais problemáticas decorridas, balizando-as através da
exposição das políticas nacionais de mobilidade urbana que devem ser
cumpridas e das definições dos termos abordados neste estudo
conforme entendimento do Governo Federal. Por fim são discutidas as
ações corretivas de curto prazo que podem gerar resultados positivos,
amenizando em muito o transito caótico e congestionado da cidade.
Palavras-chaves: Mobilidade urbana, Transporte público coletivo,
Políticas públicas.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1. Introdução
Assim como em outras cidades do Breasil, Florianópolis enfrenta hoje uma grave situação em
termos de mobilidade urbana, e com perspectivas de se agravar ainda mais, dado o
crescimento populacional, ocupação desorganizada, crescimento da frota de automóveis e
pelo baixo índice da utilização do transporte coletivo. Esse último elemento é tido como
fundamental para entender o problema e apontar a solução, seja em Florianópolis ou em
outras cidades brasileiras.
Existe uma discussão em torno desse assunto, em que se polariza a definição das causas.
Existem opiniões em que se apontam um hábito cultural de não se utilizar o transporte
coletivo, que remete a uma classificação social. Outros apontam a venda massissa de
automóveis nos últimos anos, facilitada pelo governo federal como estratégia de garantir uma
suposta estabilidade econômica, como a causa do êxodo de usuários do transporte coletivo.
Também existe outra opinião, que converge para idéia de que o transporte coletivo como é
oferecido hoje não se apresenta como solução para melhorar a mobilidade urbana. Para
corroborar com essa afirmação, é proposto um estudo do cenário da mobilidade urbana em
que a cidade de Florianópolis se encontra, sendo que os elementos que serão expostos fazem
parte de uma crítica que tem como objetivo entender qual é o problema e e em qual sentido
deve-se desenvolver uma ou várias soluções.
2. Metodologia
A pesquisa que deu origem a esse artigo consiste em uma pesquisa bibliográfica em conjunto
com uma observação participante, tendo como resultado uma análise crítica. É caracterizada
como pesquisa a e descritiva. Segundo Malhotra
(2010), a pesquisa exploratória
, e, segundo o mesmo autor, a
pesquisa descritiva é um
. Essas definições se encaixam com o que foi realizado, que foi explorar e
descrever o panorama e os problemas à respeito da modalidade urbana e dificuldades a cidade
enfrenta.
Também é definida como um estudo de caso, pois trata do estudo, descrição e análise da
realidade específica da cidade de Florianópolis, e que portanto, não se pode extender para
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outras cidades sem um estudo prévio, mesmo que apresentem características semelhantes.
Segundo Gil (2002) o estudo de caso “ f
poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimen f
.” A principal
vantagem de se realizar estudos de caso com coleta de dados a partir da observação
participante, é a oportunidade de se perceber a realidade do ponto de vista de alguém que se
encontra dentro do objeto estudado, fato este que permite obter um retrato acurado do
fenômeno analisado.(YIN, 2005). Essa observação participante é caracterizada pelo fato de
um dos pesquisadores ser usuário rotineiro do transporte público coletivo e colaborador do
“F T Q B ” é
governo e empresas.
Boa parte dos dados primários da situação-problema da mobilidade urbana em Florianópolis
foram obtidos com participação no Grupo de Discussão de Mobilidade Urbana da ACIF,
Associação Comercial e Industrial de Florianópolis, com acesso a materiais de pesquisa. As
referências encontradas nesse estudo foram ponto de partida para um aprofundamento na
pesquisa online em websites do Ministério da Saúde, do DETRAN/SC e da Secretaria
Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana.
A pesquisa, cujo tema possui relevância e aplicabilidade em milhares de cidades brasileiras,
mas limitou-se em estudar a situação da mobilidade urbana da cidade de Florianópolis e esse é
o seu escopo.
3. Conceito de mobilidade urbana
Segundo o Ministério das Cidades e o seu Estatuto, todas as cidades brasileiras com mais de
500 mil habitantes devem elaborar um plano de transportes e trânsito, batizado pela SEMOB -
Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana - de Plano Diretor de Mobilidade,
ou na expressão simplificada PLAMOB.
Não é só uma mudança de nome, mas uma reformulação de conteúdo: a mobilidade urbana é
um atributo das cidades, relativo ao deslocamento de pessoas e bens no espaço urbano,
utilizando para isso veículos, vias e toda a infraestrutura urbana. Este é um conceito bem mais
abrangente do que a forma antiga de tratar os elementos que atuam na circulação de forma
fragmentada ou estanque e de administrar a circulação de veículos e não de pessoas.
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Segundo o é (2012) -
é f
f
f
.
4. Utilização do transporte público
Em Florianópolis, 63% das pessoas nunca ou raramente utilizam. Fora da capital, os índices
são ainda mais graves. Nas 10 maiores cidades de Santa Catarina, o percentual de indivíduos
que utilizam o transporte público está na casa de 28%. As maiores proporções estão em
Chapecó, Blumenau e Lages - em torno de 40%. A pesquisa realizada pelo Instituto MAPA
em 2011, em Florianópolis, mostra as seguintes estatísticas:
Tabela 1 – Estatística sobre mobilidade Urbana em Florianópolis em 2011
Meios de transportes
mais utilizados
Atividade que move o
maior n° de pessoas
Meios de transporte
utilizados para
trabalhar
Movimentação dos
estudantes da capital
Carro: 41% Trabalho 58% 40% carro 52% o carro
Ônibus: 34% Lazer: 11% 31% transporte público 21% transporte público
À Pé: 11% Saúde: 9% 14% deslocam-se a pé 14% deslocam-se a pé
Moto: 6% Estudo: 8% 9% motocicleta 9% motocicleta
Bicicleta: 4% 6% bicicleta 2% bicicleta
Fonte: MAPA (2012)
Nessa tabela percebe-se uma preponderância na utilização de carros como modal principal, o
que é uma tendência em outras cidades. Esses percentuais tendem a crescer ainda mais se for
considerada a política de facilitação à financiamento para a aquisição de automóveis, sob o
pretexto de ser uma ação para enfrentar crises econômicas e desemprego. Outro dado que
chama a atenção é a utilização de carros por estudantes, sendo que esse é um setor da
sociedade que tradicionalmente utiliza o transporte coletivo.
Uma das justificativas recorrentes, além da falta de oferta de transporte, é o preço da tarifa,
considerado alto, o que faz com que, dependendo do trajeto, o cidadão prefira o transporte em
carro por apresentar menor custo. A tarifa de Florianópolis está entre as mais entre as capitais
brasileiras: R$2,70. Desse valor, a prefeitura municipal em 2012 subsidiava a passagem em
15 centavos por passageiro.
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5. Perspectivas da mobilidade urbana em Florianópolis
e Florianópolis deve dobrar de tamanho por volta do ano de 2030, atingindo a
marca de . Tal crescimento expressivo pode ser
visualizado na imagem a seguir:
Figura 1 – Estimativa do crescimento da população de Florianópolis
Fonte: IPUF (2008).
Ainda que a capital lidere o crescimento populacional nas próximas décadas, deve-se levar em
consideração toda a região metropolitana de Florianópolis. Os municípios da região
contribuem fortemente para a circulação de veículos e passageiros do transporte público
coletivo da capital. Na figura a serguir é mostrada a projeção do crescimento populacional da
região metropolitana de Florianópolis, que no ano de 2030 se aproximará da casa de 1,4
milhões habitantes:
Figura 2 - Estimativa do crescimento populacional da região metropolitana de Florianópolis
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F B f 2010.
O alto grau de concentração de serviços essenciais no eixo centro-universidade, somados
ainda à população residente, geram alta movimentação de pessoas e veículos na localidade.
Atualmente, de acordo com a tabela a seguir, os bairros do eixo supracitado concentram 30%
da população da cidade.
Tabela 2 - Concentração Populacional do Eixo Centro-Universidade em Florianópolis
Ordem Centro-Universidade População
1 Agronômica 15.588
2 Centro 44.315
3 Córrego Grande 10.563
4 Itacorubi 15.665
5 Pantanal 5.496
6 Santa Mônica 1.658
7 Saco dos Limões 1.467
8 Trindade 18.812
Total do Eixo 126.767
Total da Cidade 421.240
Fonte: IBGE (2010).
O grau de concentração nesse eixo é bastante alto, não permitindo que as pessoas circulem
com agilidade, facilidade nem segurança. Os congestionamentos são freqüentes e cada vez
aumentam mais.
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Uma vez contextualizada a questão populacional da região e micro-localidades, é possível
abordar os problemas de mobilidade urbana na cidade de Florianópolis em quatro categorias,
a saber:
Congestionamentos;
Dispersão Urbana;
Segurança no Trânsito;
Acessibilidade.
5.1Congestionamentos
Na capital catarinense, cerca de 59.000 pessoas dispendem mais de meia hora por dia em
deslocamentos para o trabalho - basicamente, 33% da população do município. Os
congestionamentos, além de comprometerm parte do tempo das pessoas, está relacionado ao
consumo de derivados de petróleo e poluição de ar.
Em comparação com a média do estado, conforme mostra a tabela a seguir, a cidade apresenta
uma fatia de quase o dobro de pessoas com deslocamento superior a 30 minutos.
Tabela 3 – Tempo de deslocamento para o trabalho em Santa Catarina e Florianópolis
Fonte: IBGE (2010)
Segundos dados do Detran/SC (2012) acerca da frota de veículos e do uso do transporte
público na grande Florianópolis, é possível afirmar que a capacidade do atual das vias de
acesso à ilha está ultrapassada em 04 vezes:
Capacidade das Pontes Ponte Colombo Sales e Pedro Ivo Campos: 40 mil veículos por
dia;
Utilização em 2012: 176 mil veículos por dia.
Durante 6 anos, entre 2005 e 2010, a frota de veículos em Florianópolis aumentou em 20%. O
número de passageiros transportados aumentou bem menos: 2,79%. Ou seja, quase 7 vezes
menor que o crescimento da frota de automóveis.
Menos de meia hora (%) Mais de meia hora (%)
Santa Catarina 81,12 18,88
Florianópolis 67,08 32,92
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A seguir, pode-se verificar um horizonte mais amplo de crescimento da frota de veículos e
conferir a inclinação da curva ascendente de novos carros nas vias da capital.
Gráfico 1 - Evolução da Frota de Automóveis na Grande Florianópolis entre 1997 e 2011
Fonte: Silva (2011).
Outra prova contundente de que a população está preferindo adquirir veículos próprios em vez
de utilizar o transporte público é a crescente relação carro/motocicleta, carro/ônibus e
motocicleta/ônibus. A tabela abaixo aponta um aumento na utilização de carros e
principalmente de motocicletas:
Tabela 4 – Evolução da relação entre veículos na cidade de Florianópolis
Relação entre veículos 2005 2010 2011 2012
Carro/Moto 6,21 5,25 5,08 5,06
Carro/Ônibus 108,6 112,5 113,53 112,11
Moto/Ônibus 17,49 21,45 22,33 22,16
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Fonte: Detran – SC (2012)
Um índice negativo para a causa da mobilidade urbana sustentável na capital catarinense é o
do número de habitantes para cada táxi. Florianópolis possui proporções exorbitantemente
superiores a outras capitais. Conforme a tabela a seguir, a realidade de Florianópolis é pior,
chegando a uma proporção sete vezes superior ao Rio de Janeiro, e quatro vezes e meia a
Recife, por exemplo.
Tabela 5 - Número de habitantes para cada táxi
Fonte: Secretaria Municipal de Transporte (2012)
Um estudo encomendado pelo IPUF em 2006 mostrou que 42 vias da capital operam acima da
sua capacidade em horários de pico. Nove delas apresentam congestionamento o ano todo -
entre 30 de março a novembro e ainda durante o período de verão (temporada de turismo)
férias - provocando espera nas filas que, em inúmeras vezes, ultrapassam os trinta minutos por
trajeto.
Na temporada os congestionamentos chegam a tempos de espera bem superiores, sendo essa
uma das principais insatisfações dos turistas e dos cidadãos. O turismo de Florianópolis é
focado nas praias, sendo que as rotas para a maioria dessas passa pelo eixo centro-
universidade – Lagoa da Conceição, Canasvieiras, Jurerê, por exemplo.
Considerando a vocação de cidade turística e a economia gerada por essa atividade, a questão
do congestionamento passa a ser ainda mais crítica.
A tabela à seguir apresenta os sentidos e a localização dos principais pontos de filas e intenso
tráfego na Capital.
Figura 3 - Sentido dos principais pontos de congestionamento
Capitais Brasileiras Florianópolis Brasília Curitiba Recife Rio de Janeiro
N° de Habitantes por táxi 1.114 764 700 251 150
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Fonte: Floripa Te Quero Bem, 2012.
Segundo análise dos investimentos na expansão viária feitos nos últimos 11 anos na grande
Florianópolis, 39% do montante aplicado foram destinados para uma via que não transita
nenhum tipo de veículo, muito menos pedestres. Dos R$544 milhões investidos ao longo
desse tempo, R$214 milhões foram para a recuperação da Ponte Hercílio Luz. A tabela a
seguir indica os investimentos em expansão viária em Florianópolis nos últimos 12 anos :
Figura 4 - Projetos executados no aglomerado urbano de Florianópolis entre 2000 e 2011
Fonte: Floripa Te Quero Bem (2012).
5.2 Dispersão Urbana
O grande grau de dispersão urbana que Florianópolis possui gera a necessidade de
deslocamentos por parte da população, conforme demonstra a figura a seguir, que relaciona o
crescimento anual da população com o índice de dispersão urbana de algumas cidades
brasileiras.
Figura 5 - Dispersão Urbana
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Fonte: Revista Exame (2012).
A maior parte das pessoas está morando em bairros periféricos ou fora da cidade, mas utiliza
os serviços essenciais no eixo centro-universidade - que também tem população residente.
O motivo que justifica o congestionamento na cidade em função da dispersão urbana são os
grandes polos de tráfego existentes no eixo centro-universidade (30% da população local):
03 Shoppings Centers;
03 Universidades/Instituto de grande porte;
13 Hospitais e maternidades;
Instituições financeiras;
Faculdades, escolas públicas, particulares e creches;
Serviços públicos em geral;
Comércio local de produtos e serviços de vários portes;
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Clínicas médicas de várias especialidades;
Hotéis;
Terminal urbano;
Zona residencial predial ampla.
Esse tipo de urbanização dispersa tem vantagens para os moradores, mas pode aumentar o
custo social do investimento público, já que para diluir os serviços e a infraestrutura em áreas
pouco densas é preciso gastar mais. Nesses locais, é preciso investir em obras viárias. O
impacto ambiental também aumenta com o crescimento da demanda por transporte
automotivo, geralmente optado pela modalidade individual em vez da coletiva.
Na figura seguinte, é possível acompanhar a significante diferença entre os custos dos
transportes coletivo e individual (veículo próprio).
Figura 5 - Custos individuais e sociais da mobilidade em 2009
Fonte: Floripa Te Quero Bem, 2012.
5.3 Segurança no trânsito
O trânsito brasileiro mata 2,5 vezes mais do que nos Estados Unidos e 3,7 vezes mais do que
na União Europeia. Para agravar ainda mais a situação, Santa Catarina tem a maior taxa média
de morte por 100 mil habitantes do país, conforme a tabela abaixo:
Tabela 6 - Taxa média de morte no trânsito por 100 mil habitantes
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Brasil EUA Santa Catarina
Taxa média por 100 mil habitantes 30,1 12,5 33,1
Fonte: Portal do Transito (2012)
Vale lembrar que, segundo o Portal do Transito (2012), f é
triplo da frota. Essa problemática está centrada, principalmente, em dois grandes aspectos:
Hábito de dirigir alcoolizado;
Poucas ciclovias nas rodovias e avenidas.
5.3.1 Hábito de dirigir alcolizado
Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que o brasileiro não abandonou o hábito de dirigir
alcoolizado:
T -
Médias Geral Homens Mulheres
Capitais e DF 4,6% 9,8% 1,4%
Florianópolis 9,6% 16,5% 3,3%
F é (2012).
5.3.2 Poucas ciclovias nas rodovias e avenidas
Faltam nas rodovias espaços para os pedestres e ciclistas, tanto para pessoas com deficiência
bem como para as pessoas sem deficiência.
A rodovia mais perigosa de Santa Catarina para quem anda de bicicleta é a SC-401, em
Florianópolis. Nos seus 20 quilômetros de extensão não há espaço exclusivo para os ciclistas
circularem.
Com 15 atropelamentos em 2012, até o mês de junho, a mais perigosa rodovia do Estado para
pedestres é a SC-405, em Florianópolis. Nos seus 2,5 quilômetros, 18 pessoas ficaram feridas
e uma morreu neste ano. (PORTAL DO TRÂNSITO, 2012).
Em Florianópolis, conforme o Censo de 2010 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, no ano de 2012, 25.785 pessoas não conseguem ou tem dificuldade de se
locomover. Ou seja, 6,12% da população.
Mesmo as pessoas que não possuem nenhum tipo de deficiência não tem um acesso 100%
seguro nas calçadas de Florianópolis. Tais agravantes se devem a duas causas principais:
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1. Baixo investimento em infraestrutura de apoio;
2. Crescimento da população idosa.
Segundo o IBGE (2012), a população idosa em Florianópolis em 2012 é de 48 mil habitantes.
Essa população carece de uma infraestrutura básica para se movimentar e conviver na cidade.
Mas as ruas de Florianópolis não são próprias para essa população, pois:
36% não tem calçadas;
20% não tem meio fio;
92% não tem rampas para cadeirantes;
11% não são asfaltadas.
Os pobres números supra mencionados chamam ainda mais atenção quando se trata do
crescimento da população idosa, que o IBGE (2012) projeta para 160 mil em 2030.
6. Conclusão
A cidade de Florianópolis está vivenciando problemas de mobilidade que, na sua maioria, só
as cidades grandes vivenciam - fato este que demonstrou claramente que mobilidade urbana
não foi prioridade nos últimos anos nessa região.
O que se vê claramente na mídia são ações públicas de incentivo ao consumo de automóveis –
cuja economia encontra-se sob o interesse de montadoras internacionais que empregam
milhares de trabalhadores no Brasil. Esse quadro acaba por sobrecarregar as vias públicas
com carros guiados, na maioria dos casos por apenas um condutor, o que gera mais filas e
congestionamentos, sendo esses consequentes inibidores do crescimento sustentável da
sociedade brasileira.
Os erros do passado recente só mostram que está se perdendo inúmeras oportunidades, pois
segue-se com a cultura e a visão social de que o transporte público é alternativa para aqueles
que não possuem alternativas e condições financeiras de se locomover de uma maneira mais
digna.
Então nesse momento é preciso repensar a forma de como se deslocar dentro da cidade de
Florianópolis. Ações debatidas em pautas públicas tratam de horizontes de implementação na
casa de décadas, tais como o metrô de superfície, os órgãos metropolitanos de transporte,
túneis de ligação ilha-continente, entre outros.
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O que fica no esquecimento, tanto da parte do poder público como da mídia e dos cidadãos
(inconformados ou não) são que as ações corretivas de curto prazo e baixo investimento
financeiro no transporte coletivo podem amenizar em muito o transito congestionado e
caótico, e por isso se fazem urgentes.
REFERÊNCIAS
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YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. Trad. Daniel Grassi 03ª edição. Porto Alegre: Editora
Bookman, 2005.