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Universidade Federal da Grande Dourados Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais Curso de Gestão Ambiental Mobilidade Urbana, Potencialidade Cicloviária em Dourados-MS Acadêmica: Karine Sales Arendt Orientador: Dr. Mario Vito Comar Dourados-MS 2014

Mobilidade Urbana, Potencialidade Cicloviária em Dourados-MS · A partir da revolução industrial, com o surgimento das grandes indústrias e sua concentração, a população que

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  • Universidade Federal da Grande Dourados

    Faculdade de Cincias Biolgicas e Ambientais

    Curso de Gesto Ambiental

    Mobilidade Urbana, Potencialidade Cicloviria em Dourados-MS

    Acadmica: Karine Sales Arendt

    Orientador: Dr. Mario Vito Comar

    Dourados-MS

    2014

  • i

    Karine Sales Arendt

    Mobilidade Urbana, Potencialidade Cicloviria em Dourados-MS

    Projeto de pesquisa referente ao Trabalho

    de Concluso do Curso apresentado ao

    curso de Gesto Ambiental a Faculdade de

    Cincias Biolgicas e Ambientais, da

    Universidade Federal da Grande Dourados,

    sob a orientao do Professor Mario Vito

    Comar, como parte dos requisitos para

    obteno do titulo de bacharel em Gesto

    Ambiental.

    Dourados-MS

    2014

  • ii

    Karine Sales Arendt

    MOBILIDADE URBANA, POTENCIALIDADE CICLOVIRIA EM

    DOURADOS-MS

    Trabalho de Concluso de Curso aprovado para obteno do ttulo de Bacharel em

    Gesto Ambiental na Universidade Federal da Grande Dourados pela comisso formada

    por:

    _________________________________________________________

    Prof. Dr. Andr Geraldo Berezuk FCH/UFGD

    _________________________________________________________

    Prof. Dr. Joelson Gonalves Pereira FCBA/UFGD

    _________________________________________________________

    Orientador: Prof. Dr. Mario Vito Comar

    Dourados, MS 5 de Dezembro de 2014

  • iii

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus, que tem grande importncia pra mim, estando

    sempre presente, permitindo vrios momentos bacanas ai na vida, como a concluso

    desse trabalho, vivenciar uma graduao, conhecer um pessoal firmeza, entre outras mil

    coisas.

    Aos meus pais dona Lenice e seu Jorge, pelo amor e todo o suporte que me

    oferecem. Estendo este agradecimento a senhorita Quequel que at que cumpre bem seu

    papel de irm, que faz eu me sentir a pessoa mais comdia do mundo. E a minha famlia

    em geral que certamente contribuiu para que eu chegasse at aqui.

    Quero agradecer aos amigos que eu tanto suporto, obrigada por estarem

    presente, fazer eu rir, e me cercar de coisas boas, sei que posso contar com vocs, seis

    so fera.

    Gostaria de agradecer aos colegas e amigos de curso, que tornou a graduao

    especial, com bons momentos, me diverti e aprendi bastante, boto f em vocs, de

    verdade. Agradeo em especial a Ana, Andressinha, Dany boneca, linalva, Gracinha,

    e o senhor Marcos que ajudaram na aplicao dos questionrios, e poxa, pela parceria de

    sempre.

    todos os professores que tive a oportunidade de conhecer durante a

    graduao, aprendi e cresci com os ensinamentos passados em sala de aula, e pelo

    exemplo de pessoas que so.

    Agradeo meu orientador, Vito Comar, pelo aprendizado, pacincia e por toda a

    contribuio que foi me dada, para conseguir enfim finalizar esse trabalho.

    Aos demais colaboradores, que ajudaram principalmente no fornecimento de

    dados, como a Prefeitura Municipal de Dourados, Secretrio de Planejamento Luis

    Roberto de Arajo, ao engenheiro Jamil, Franz Mendes, e aqueles que responderam os

    questionrios.

    E por todos aqueles que de forma direta ou indireta contriburam para a

    concluso deste trabalho.

  • iv

    SUMRIO

    Lista de figuras ............................................................................................................................ v

    Lista de tabelas ............................................................................................................................ vi

    Lista de grfico ........................................................................................................................... vii

    Resumo ...................................................................................................................................... viii

    Abstract ....................................................................................................................................... ix

    1 Introduo ......................................................................................................................... 1

    2 Objetivo Geral .................................................................................................................. 5

    2.1 Objetivo Especficos .................................................................................................. 5

    2.2 Hiptese Central ......................................................................................................... 5

    3 Justificativa ....................................................................................................................... 6

    4 Referencial Terico .......................................................................................................... 8

    5 Questes Correlatas no Mundo ....................................................................................... 12

    5.1 Questes Correlatas no Brasil ................................................................................... 23

    6 Obras Correlatas Planos Ciclovirios .......................................................................... 27

    6.1 Avaliao dos Estudos de Caso ................................................................................ 32

    7 Materiais e Mtodos ........................................................................................................ 35

    8 Resultados ....................................................................................................................... 37

    8.1 Questionrio ............................................................................................................. 37

    8.2 Inventrio do sistema ciclovirio existente ............................................................... 41

    9 Proposta do Sistema Ciclovirio .................................................................................... 59

    10 Concluses e Recomendaes ....................................................................................... 67

    11 Referncias ..................................................................................................................... 71

    12 Apndices ....................................................................................................................... 75

  • v

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Mapa Conceitual.......................................................................................................................... 3

    Figura 2 Bicicletrio em Amsterd.......................................................................................................... 14

    Figura 3 Estacionamento em Amsterd................................................................................................... 14

    Figura 4 The Bicycle Snake ( ponte/ciclovia de Copenhague)................................................................ 15

    Figura 5 Trens de Copenhague, com vages especiais para levar bicicleta............................................ 16

    Figura 6 Vlib Bus, Frota de nibus que da assistncia as estaes Vlib dos subrbios e pequenas

    cidades nas redondezas de Paris................................................................................................................. 17

    Figura 7 Estao de aluguel de bicicleta de Paris - Vlib....................................................................... 17

    Figura 8 P'tit Vlib', sistema de aluguel de bicicletas para crianas........................................................ 18

    Figura 9 Hacks para transportar bicicleta................................................................................................ 19

    Figura 10 Esquema das Bike Box utilizada em Portland.............................. ......................................... 19

    Figura 11 Sistema Bike Box em Portland.............................................................................................. 20

    Figura 12 Eco-Cycle subterrneo, em Tquio........................................................................................ 21

    Figura 13 Ciclo Ruta de Bogot............................................................................................................ 22

    Figura 14 Ciclofaixa aos domingos em Bogot..................................................................................... 22

    Figura 15 Ciclovia no Rio de Janeiro.................................................................................................... 24

    Figura 16 Sistema de aluguel de bicicleta, no Rio de Janeiro................................................................ 24

    Figura 17 Via compartilhada em Curitiba............................................................................................. 25

    Figura 18 Ciclovia compartilhada em Curitiba...................................................................................... 26

    Figura 19 Ciclovia Rio Pinheiros, em So Paulo.................................................................................. 27

    Figura 20 Ciclofaixa, em So Paulo...................................................................................................... 27

    Figura 21 Mapa do Plano Diretor Ciclovirio da cidade de Fortaleza..................................................... 29

    Figura 22 Mapa do Plano Diretor Ciclovirio Integrado da cidade de Porto Alegre............................... 30

    Figura 23 Localizao da Cidade de Dourados....................................................................................... 34

    Figura 24 Distribuio ds reas de aplicao dos questionrios aos usurios de bicicleta.................... 36

    Figura 25 Atual rede cicloviria na cidade de Dourados......................................................................... 41

    Figura 26 Sistema virio bsico de Dourados.......................................................................................... 59

    Figura 27 Proposta de rede cicloviria..................................................................................................... 61

  • vi

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Ciclofaixa existente na Rua Cuiab.......................................................................................... 42

    Tabela 2 Ciclofaixa existente na Rua Alberto Leopoldo de La Cruz...................................................... 43

    Tabela 3 Ciclofaixa existente na Rua Avenida Indai............................................................................. 44

    Tabela 4 Ciclofaixa existente na Rua General Osrio............................................................................. 45

    Tabela 5 Ciclofaixa existente na Rua Eullia Pires................................................................................. 46

    Tabela 6 Ciclofaixa existente na Rua Vereador Jos Vitrio Pederiva................................................... 47

    Tabela 7 Ciclofaixa existente na Rua Joo Vicente Ferreira................................................................... 48

    Tabela 8 Ciclofaixa existente na Rua Ediberto Celestino de Oliveira..................................................... 49

    Tabela 9 Ciclofaixa existente na Rua Presidente Vargas......................................................................... 50

    Tabela 10 Ciclovia existente na Rua Marcelino Pires............................................................................. 51

    Tabela 11 Ciclovia existente na Rua General Osrio.............................................................................. 52

    Tabela 12 Ciclovia existente na Rua Coronel Ponciano.......................................................................... 53

    Tabela 13 Ciclovia existente na Rua Palmeiras....................................................................................... 54

    Tabela 14 Ciclovia existente na Avenida Guaicurus............................................................................... 55

    Tabela 15 Ciclofaixa existente na Avenida Marcelino Pires................................................................... 56

    Tabela 16 Estrutura de estacionamentos encontrados na cidade............................................................. 57

    Tabela 17 Novas Vias: que foram acrescentadas..................................................................................... 62

    Tabela 18 Extenses das Vias j Existentes: que faz um aumento na sua extenso................................ 63

    Tabela 19 Estimativa de Custo do sistema ciclovirio proposto............................................................. 66

  • vii

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1 Quanto a frequncia do uso de bicicleta.................................................................................. 37

    Grfico 2 Distribuio ds reas de aplicao dos questionrios aos usurios de bicicleta. Como as

    respostas so de escolha mltipla, a porcentagem de resposta maior do que 100%................................ 38

    Grfico 3 Fatores que estimulariam o uso de bicicleta. Como as respostas so de escolha mltipla, a

    porcentagem de resposta maior do que 100%.......................................................................................... 39

    Grfico 4 A importncia de se ter uma rede cicloviria.......................................................................... 39

    Grfico 5 Promoo do uso de bicicletas pelas autoridades locais.......................................................... 40

  • viii

    RESUMO

    O deslocamento na cidade necessrio, porm a preferncia que se da para os

    veculos motorizados, e o crescimento acelerado da frota desses, resulta em alguns

    problemas como saturao nos servios de transporte de massa, congestionamento,

    trfego sobrecarregado e lento, aumento da poluio atmosfrica, e problemas na sade

    pblica. Para reverter esse cenrio uma opo a utilizao da bicicleta como meio de

    transporte, promovendo uma mobilidade urbana sustentvel. Dourados apesar de no ter

    grandes problemas, preciso repensar sua mobilidade, pela importncia, seu relevo

    praticamente todo plano, entre outros fatores. Pensando nisso foi proposto um esboo de

    uma rede cicloviria. Alm da proposta foi aplicado questionrio com a populao,

    levantando alguns dados importantes como a demanda por esse modal, tambm foi

    realizado um inventrio da atual rede cicloviria o que permitiu identificar e analisar sua

    situao. Algumas estratgias foram recomendas, onde o Plano Diretor de Mobilidade

    Urbana obteve destaque como um dos instrumentos para um bom planejamento da

    mobilidade urbana de Dourados. O trabalho reafirmou a importncia de promover a

    bicicleta, assim como ter uma infraestrutura adequada.

    Palavras-chave: Mobilidade Urbana; Bicicleta; Planejamento.

  • ix

    ABSTRACT

    The displacement in the city is necessary, but the preference that is given for the

    motor vehicles, and the accelerated growth of the fleet of these results in some problems

    such as saturation in mass transport services, traffic jam, overloaded and slow traffic,

    increased air pollution and problems in public health. To reverse this scenario, an option

    is the use of bicycles as a way of transportation, promoting a sustainable urban mobility.

    Dourados, despite not having big problems, it is necessary to rethink its mobility, by the

    importance, its relief practically every plan, among other factors. Thinking, it was

    proposed a sketch of a cycle chain. Besides the proposal it was applied a questionnaire

    with the population, raising some important data as the demand for this modal, it was

    also an inventory of the current cycle chain which allowed to identify and analyze its

    situation. Some strategies were recommended, where the Director Plan of Urban

    Mobility was highlighted as one of the tools for a good planning of urban mobility from

    Dourados. The work reaffirmed the importance of promoting the bicycle, as well as

    having an adequate infrastructure.

    Keywords: Urban Mobility; Bicycle; Planning.

  • 1

    1. INTRODUO

    A humanidade comeou a se organizar h cerca de 5.500 anos, quando a

    agricultura evoluiu e inovaes tecnolgicas permitiram a produo e estocagem dos

    alimentos. Com isso foram surgindo novas necessidades, novos desafios e uma nova

    forma de se organizar, tornando a sociedade mais complexa, o que resultou no

    desenvolvimento das cidades.

    A partir da revoluo industrial, com o surgimento das grandes indstrias e sua

    concentrao, a populao que estava dispersa na rea rural, passou a migrar para a

    cidade, buscando estar mais prxima ao local de trabalho e demais servios e atrativos

    urbanos. Com a transformao da mercadoria em dinheiro, essa relao de venda de

    mercadoria e do processo de industrializao que movimentou a produo de

    mercadorias, levou realizao de atividades de distribuio e venda. Por isso de

    acordo com Carlos (2011):

    Nesta fase de suma importncia uma rede de transporte, postos de

    armazenamento e de distribuio das mercadorias (no somete o consumidor

    individual, mas tambm a outras unidades industriais, uma vez que o produto

    de uma indstria pode ser matria prima de outra); o que envolve uma srie

    de trabalhos (improdutivos, claro) que tm por objetivo chegarem a seu

    destino o mais rpido possvel, pois sem consumo no h produo

    (CARLOS, 2011, p.110).

    Alm do transporte de mercadorias, o processo de industrializao aumentou

    mais ainda a necessidade de locomoo da populao, onde os trabalhadores menos

    favorecidos, que moravam afastados do centro, tinham que percorrer um grande trajeto

    at seu local de trabalho, prejudicando seu rendimento, pela falta de um meio de

    transporte adequado.

    Segundo Villaa (2001), as necessidades e condies de deslocamento, como

    tambm a tecnologia de transportes, variam conforme as classes sociais. Quem

    obrigado a morar longe do emprego e das compras, forado a condies mais penosas

    de deslocamento. Quando o Estado privilegia o transporte individual pela construo

    de vias expressas, est privilegiando as condies de deslocamento dos proprietrios de

    automveis. Camadas populares so mais prisioneiras do espao por sua reduzida

    capacidade de mobilidade.

  • 2

    Na Carta de Atenas de 1933, as atividades desempenhadas na cidade so

    divididas em quatro funes: habitar, trabalhar, recrear-se, e circular, tendo a circulao

    como uma funo vital, que deve ser tratada com ateno, planejada de acordo com a

    necessidade de cada local, de forma que traga mais qualidade de vida para a populao e

    que seja cumprido o direito liberdade de ir e vir, garantido pelo Inciso XV do Art. 5

    da Constituio Federal de 1988.

    Devido expanso urbana, entre outros fatores, o crescimento acelerado da frota

    de veculos resultou em alguns problemas como saturao nos servios de transporte de

    massa, congestionamento, trfego sobrecarregado e lento, aumento da poluio

    atmosfrica, e problemas na sade pblica (PROGRAMA CIDADES

    SUSTENTAVEIS, 2013).

    Com base nisso, as alternativas mais viveis pra tentar diminuir os transtornos

    gerados pelos veculos motorizados seriam a melhoria no transporte pblico,

    desencorajando o uso do veculo particular, e implantar um sistema ciclovirio

    incentivando a circulao de meios no motorizados, como a bicicleta.

    A bicicleta tem origem por volta do ano de 1790 (BRASIL, 2007). No entanto,

    foi em 1865 que ela tomou a forma das bicicletas atuais. No Brasil, a presena da

    bicicleta data aproximadamente dos fins do sculo XIX, quando vieram os primeiros

    migrantes europeus para o sul do pas. Tambm dessa poca o nascimento do que viria

    a ser a primeira fbrica de bicicletas brasileira. Desde sua chegada, a bicicleta foi muito

    popular entre os trabalhadores, especialmente os empregados de indstrias, de pequenos

    comrcios e de servios das grandes reas urbanas.

    De acordo com BRASIL:

    A incluso da bicicleta nos deslocamentos urbanos deve ser abordada como

    elemento para a implementao do conceito de Mobilidade Urbana para

    cidades sustentveis como forma de incluso social, de reduo e eliminao

    de agentes poluentes e melhoria da sade da populao. A integrao da

    bicicleta nos atuais sistemas de circulao possvel, mas ela deve ser

    considerada como elemento integrante de um novo desenho urbano, que

    contemple a implantao de infraestruturas, bem como novas reflexes sobre

    o uso e a ocupao do solo urbano (BRASIL, 2007, pag. 13).

    A bicicleta um meio de transporte no poluente acessvel, que traz um hbito

    saudvel, divertido, e que cumpre como o objetivo da locomoo proporcionando aos

  • 3

    moradores acesso escola, ao trabalho, recreao e integrao a outras formas de

    transporte.

    Um termo que vem sendo abordado as Cidades Sustentveis, que tem como

    objetivo promover a melhoria da qualidade de vida da populao, desenvolvimento

    econmico e preservao do meio ambiente. So cidades que tem um bom

    planejamento, e bem administradas.

    Para se alcanar uma cidade sustentvel, alguns instrumentos podem ser utilizados,

    como o caso da Agenda 21, que um documento consolidado como diretriz para a

    mudana de rumos no desenvolvimento global para o sculo 21. Pode ser definida

    como um instrumento de planejamento para a construo de sociedades sustentveis, em

    diferentes bases geogrficas, que concilia mtodos de proteo ambiental, justia social

    e eficincia econmica. Nela as autoridades locais podem melhorar seus prprios

    efeitos diretos sobre o meio ambiente por meio da adoo de medidas relativamente

    simples e eficazes, como, por exemplo, incentivo ao uso de transportes coletivos e

    bicicletas.

    Figura 1 Mapa Conceitual.

    Fonte: Organizao ARENDT. K.S 2014

  • 4

    O mapa conceitual relevante por sintetizar e expor o que se pretende elaborar,

    de uma forma simples, permitindo uma melhor visualizao. Ele est dividido em seis

    partes, sendo a primeira (nmero 1) sua introduo com conceitos que se pretendem

    abordar, a importncia do trabalho e quais fatores o justificam.

    O ponto 2 desenvolve o embasamento terico, instrumentos e polticas pblicas

    que oferecem subsdios discusso. O ponto 3 apresenta a metodologia, tudo que se

    deseja fazer e de que forma. O ponto 4 ilustra a situao atual, no tema a ser abordado:

    apresentando estudos de caso, ou obras correlatas, do que est acontecendo no

    mundo, no Brasil, e em Dourados. O por fim o ponto 5 que prope uma viso de futuro

    para a mobilidade urbana, onde queremos chegar quanto o sistema ciclovirio de

    Dourados.

  • 5

    2. OBJETIVO GERAL

    Esse trabalho tem como objetivo propor um sistema ciclovirio na cidade de

    Dourados.

    2.1 Objetivos Especficos

    Levantar questes que auxiliem e justifiquem a proposio e a potencialidade de

    um sistema ciclovirio na cidade de Dourados;

    Diagnosticar o uso e a demanda de ciclovias dentro do permetro urbano de

    Dourados;

    Levantar os fatores que influenciam e afetam o uso da bicicleta como meio de

    transporte;

    Propor recomendaes para a cidade de Dourados;

    Identificar as principais caractersticas e potencialidades das vias de Dourados;

    Proposta de rotas alternativas para o Plano Ciclovirio;

    Relacionar a proposio do sistema ciclovirio com o Plano Diretor de

    Mobilidade Urbana, como subsdio sua elaborao.

    2.2 Hiptese Central

    A cidade de Dourados apresenta condies favorveis ao estabelecimento de um

    Plano Ciclovirio, dentro do Plano de Mobilidade Urbana, para melhoria do transito, da

    sade dos cidados e da sua economia.

  • 6

    3. JUSTIFICATIVA

    Dourados o segundo municpio mais populoso do estado de Mato Grosso do

    Sul, dispondo de uma populao quantificada em 196.035 habitantes, dos quais 92,33%

    so moradores da rea urbana (IBGE, 2010). uma cidade que est em crescimento, A

    cidade de Dourados concentra, alm da agroindstria, os servios de ensino superior e

    prestao de servios mdico-hospitalares, atuando, desse modo, como importante polo

    concentrador, sobretudo, para a poro meridional de Mato Grosso do Sul, por meio de

    suas atividades econmicas relacionadas agricultura, indstria, comrcio e servios

    (SILVA, 2012). Vem se desenvolvendo tambm em obras de infraestrutura

    principalmente no setor imobilirio, resultante da expanso em 2011 (Lei Municipal n.

    3.480) do permetro urbano. Juntamente com essa nova realidade, geram-se problemas

    como o aumento da frota de automveis, uso intensivo desse meio de transporte,

    impactos no ambiente e a falta de planejamento adequado.

    O caos encontrado hoje no trnsito, como o fato de passar horas dentro de um

    carro, o congestionamento e o aumento do ndice de acidentes no transito, juntamente

    com a poluio atmosfrica e os impactos negativos sade da populao, justifica o

    presente trabalho, expondo os benefcios da utilizao de bicicleta como meio de

    transporte e a potencialidade que a cidade de Dourados apresenta para essa modalidade.

    A utilizao de bicicleta proporciona uma srie de benefcios para a cidade e

    populao. Na questo econmica, sua aquisio e manuteno fcil e barata, sendo

    acessvel a praticamente todas as pessoas. Proporciona reduo nos gastos da famlia

    com manuteno do carro, diminuindo o nmero de veculos, a degradao da rede

    rodoviria menor, o que reduz a utilizao de recursos para manuteno da mesma.

    Tem-se economia de espao, tanto para se deslocar como para estacionar.

    Pires salienta que:

    A diferena entre os custos para a construo de infraestrutura para veculos

    ou bicicletas pode variar a depender da qualidade do pavimento utilizado, no entanto, por ser um veculo leve e limpo, necessria menos manuteno ao

    longo do tempo, apesar de precisarem de reparos mais simples com

    frequncia, pois ciclistas so mais vulnerveis a qualquer rachadura ou

    pequeno buraco. Alm disso, a rea necessria para ciclovias menor que a

    de rodovias, alm da capacidade de ser maior (PIRES, 2008, pag. 23).

  • 7

    Dourados se encontra em um relevo plano em grande parte da rea urbana,

    servindo de incentivo para o uso de bicicleta, j que o esforo muscular menor,

    exigindo menos dos ciclistas.

    Outro fator a destacar a quase ausncia de impactos quanto poluio sonora e

    poluio do ar, proporcionando melhorias no meio ambiente. A prtica do ciclismo

    contribui para restaurar e manter o bem-estar fsico e mental da populao, ao contrrio

    dos usurios do automvel, aumenta, ento, a qualidade de vida dos cidados.

    Num relatrio que examina todas as formas de exerccio fsico susceptveis de

    serem praticadas por todos, de modo regular, na vida quotidiana (corrida a p, jogging,

    natao e ciclismo), a Associao dos Mdicos Britnicos (BMA) censura as

    autoridades por no promoverem a utilizao da bicicleta. A BMA declara que, em

    virtude da sua inao, o Governo pe em perigo a sade pblica do pas (COMISSO

    EUROPEIA, 2000).

    Segundo esse relatrio a bicicleta to benfica como a natao, mais fcil de

    praticar quotidianamente: no exige que se reserve uma faixa horria especial e o

    equipamento pblico necessrio (as ruas) existe j em todo o territrio urbano e carece

    apenas de algumas adaptaes. Dois trajetos de 15 minutos de bicicleta por dia so

    suficientes para ter um corao em boa sade (COMISSO EUROPEIA, 2000).

    A populao que utiliza esse meio de transporte para realizar deslocamentos,

    seja ele de pequenas ou grandes distncias, est vulnervel a acidentes, j que transita

    entre automveis quando eles esto parados ou engarrafados, com velocidades

    comparativamente mais altas. Por isso, discutir sobre mobilidade urbana,

    especificamente ciclovias, possibilita, quando implantadas, garantir a segurana dos

    ciclistas, responsabilidade que cabe no s ao poder pblico, mais tambm populao

    em geral.

  • 8

    4. REFERENCIAL TERICO

    Mobilidade Urbana

    Mobilidade Urbana corresponde necessidade de deslocamento, considerando o

    espao urbano, e a complexidade das atividades envolvidas ali, e no se limita somente

    s pessoas, incluindo assim os bens. Um dos instrumentos do Plano Diretor Urbano

    (PREFEITURA MUNICIPAL DE DOURADOS, 2003) o Plano Diretor de

    Mobilidade Urbana, que ainda no foi desenvolvido para a cidade de Dourados. Os

    resultados do Trabalho de Concluso de Curso podero vir a subsidiar a elaborao

    deste instrumento, integrando a bicicleta s demais modalidade de transporte urbano.

    Complementando, Pires afirma:

    Dentre as atividades urbanas de moradia, trabalho, estudo, lazer e compras, a

    mobilidade se inclui como uma atividade meio que torna possvel o

    desempenho das demais. O deslocamento de pessoas e mercadorias

    influncia os aspectos sociais e econmicos do desenvolvimento urbano. Por

    outro lado, a maior ou menor necessidade de deslocamentos definida pela

    localizao das atividades na rea urbana (PIRES, 2008, pag. 17).

    Kneib (2012) define que a mobilidade est muito ligada articulao e unio de

    polticas de transporte, circulao, acessibilidade, trnsito, desenvolvimento urbano, uso

    e ocupao do solo, dentre outras. Essa multiplicidade de politicas, que afetam e so

    afetadas pela mobilidade das pessoas, confere a este tema uma noo da sua

    complexidade.

    Mobilidade Urbana Sustentvel

    A mobilidade urbana hoje sofre com o aumento expressivo da motorizao

    individual (automveis e motocicletas), bem como da frota de veculos dedicados ao

    transporte de cargas. Esse padro de mobilidade, centrado no transporte motorizado

    individual, mostra-se insustentvel, e par isso surge o conceito de Mobilidade Urbana

    Sustentvel.

    De acordo com Brasil:

    A Mobilidade Urbana Sustentvel pode ser definida como o resultado de um

    conjunto de polticas de transporte e circulao que visa proporcionar o

    acesso amplo e democrtico ao espao urbano, atravs da priorizao dos

    modos no-motorizados e coletivos de transporte, de forma efetiva, que no

    gere segregaes espaciais, socialmente inclusiva e ecologicamente

  • 9

    sustentvel. Ou seja: baseado nas pessoas e no nos veculos (BRASIL,

    2013).

    Bicicleta como Meio de Transporte

    A bicicleta, ao assumir o papel de transporte alternativo, agrega vrios atributos

    contribuindo com a democratizao do uso da via pblica, favorece a reduo de

    congestionamentos, de impactos ambientais, nos gastos com a sade e do consumo

    energtico, favorece a coletividade, proporcionando uma nova qualidade de vida.

    Segundo MACHADO (1986), para distncias de viagens entre 400 metros e 1,5

    quilmetros (km), a bicicleta o meio de transporte mais rpido, o que demonstra uma

    vantagem em cima do automvel. Comparando com o nibus e o trem, para distncias

    at 6 km, a bicicleta o meio de transporte mais eficiente em reas urbanas, sendo sua

    eficincia como transporte complementar satisfatria, principalmente quando integrada

    a outros modais, com a vantagem na reduo do tempo total de viagem, eliminando o

    tempo de caminhada at o ponto de parada de transporte, tempo de espera a conduo e

    tempo de caminhada a partir do desembarque at o destino final.

    Infraestrutura

    Ciclovias

    Ciclovias so vias exclusivas para bicicleta, onde h uma separao fsica de

    outras vias que lhe so adjacentes, podendo ser unidirecional (nico sentido) ou

    bidirecional (duplo sentido).

    Segundo Brasil (2007), para que uma ciclovia seja considerada Ciclovia

    Totalmente Segregada, ela dever ter as seguintes caractersticas:

    1) ter terrapleno ou estar afastada da margem da via principal (incluso o

    acostamento se houver), em pelo menos 0,80 m;

    2) ter projeto de drenagem independente do projeto da via principal;

    3) ter diretriz paralela ou no coincidente com a da via marginal mais

    prxima;

    4) ter sido construda sobre terreno nu (virgem) ou sobre terreno sem destinao circulao de pedestres ou de veculos;

  • 10

    5) possuir grade independente de outras estruturas virias lindeiras estando,

    em alguns casos, situada em nvel mais elevado do que o(s) da(s) pista(s)

    da(s) via(s) adjacente(s).

    a forma mais segura, pois os ciclistas ficam longe do trfego de automveis,

    porm uma soluo que requer mais espao e um maior planejamento, principalmente

    nas intersees e cruzamentos, que so reas mais vulnerveis para os ciclistas, onde

    aumenta a probabilidade de acidentes. Outro ponto quanto liberdade de movimento

    dos ciclistas, que em uma ciclovia fica restrita.

    Ciclofaixas

    uma faixa que delimita o uso de bicicletas, geralmente no mesmo sentido dos

    automveis e podendo ser compartilhada com pedestres, skatistas e outros usurios.

    Normalmente essa delimitao feita com uma pintura diferenciada na rua, ou com

    algum separador fsico como cones, tartarugas e blocos de concreto.

    Segundo Brasil (2007), para que uma infraestrutura para a circulao exclusiva

    de bicicletas seja considerada Ciclofaixa, deve ter as seguintes caractersticas:

    1) estar no mesmo nvel da circulao do trfego motorizado;

    2) no possuir separador fsico do trfego lindeiro;

    3) estar includa no mesmo projeto de drenagem de toda a via.

    Para no precisar aumentar o espao das vias, importante que haja uma

    reduo dos nmeros de carros, e de sua velocidade, no recomendando o uso de

    ciclofaixa onde essa reduo no seja possvel.

    Vias compartilhadas

    O ciclista compartilha da via que j utilizada para o trfico de automveis, ou

    pedestre. No h nenhuma delimitao entre as faixas. uma opo para bairros ou

    locais onde o carro no deve ter prioridade, sua velocidade muito reduzida (pela

    sinalizao e outros meios), onde existe uma maior permanncia de pessoas.

    Sobre qual tipo escolher Pires (2008), aponta que o primeiro critrio na escolha

    da tipologia cicloviria a ser adotada, de que algumas consideraes e particularidades

    precisam ser levantadas na hora de se decidir:

  • 11

    - Onde h muita demanda por estacionamentos, ciclofaixas no so

    recomendadas, pois podero ser usadas como estacionamento.

    - Se uma via tem grande importncia na rota cicloviria, a ciclovia mais

    recomendada.

    - Onde h grande nmero de largas intersees, as ciclovias perdem seu

    valor. O conforto de um trfego desimpedido vai ser afetado negativamente

    pela necessidade constante de ateno nesses cruzamentos.

    Estacionamento de Bicicleta

    Existem duas formas mais comuns de estacionamento para bicicleta, o

    Paraciclos e o Bicicletrio. O paraciclos so caracterizados como estacionamento de

    curta ou mdia durao, nmero de at 25 vagas, de uso pblico, sem qualquer controle

    de acesso externos e sem zeladoria (BRASIL, 2007).

    So suportes simples, normalmente metalizados que permitem o encaixe da

    bicicleta, possibilitando o seu aprisionamento com corrente. Seu uso bem comum, por

    no precisar de grandes espaos e ser de fcil acesso. Em virtude dessa condio, devem

    se situar o mais prximo possvel do local de destino dos ciclistas; da mesma forma, os

    paraciclos no devem comprometer a circulao a p e, quando situados em caladas e

    praas, no devem apresentar obstculos aos pedestres e s pessoas com deficincia ou

    restrio de mobilidade.

    J os bicicletrios so caracterizados como estacionamentos de longa durao,

    grande nmero de vagas, controle de acesso, podendo ser pblicos ou privados. Os

    bicicletrios devem ser, preferencialmente, cobertos, vigiados e dotados de alguns

    equipamentos, como, por exemplo: bombas de ar comprimido; borracheiro; e,

    eventualmente, banheiros e telefones pblicos. Alm desses, devero dispor de

    equipamentos tambm encontrados nos paraciclos, ou seja, aqueles que permitam

    manter os veculos em posio vertical (suportes) ou pendurados (ganchos) (BRASIL,

    2007).

    A implementao dos bicicletrios, diferentemente dos paraciclos, tem um custo

    que vivel somente se tiver uma intensa utilizao por um grande nmero de ciclistas.

    Por isso admite-se que sejam pagos, mesmo sendo em espaos pblicos, at para manter

    a estrutura conservada e investir em segurana. As reas dos bicicletrios devem estar o

    mais prximo possvel dos locais de destino dos ciclistas -junto aos terminais de

    transportes urbanos, rodovirias, praas de esporte, estdios, ginsios, liceus, indstrias

  • 12

    -, e em praas pblicas, especialmente em municpios caracterizados como de porte

    mdio (BRASIL, 2007).

    Plano Diretor de Mobilidade Urbana/Ciclovirio

    O Plano Diretor por si s, um documento bsico para orientar a poltica de

    desenvolvimento e ordenamento do Municpio. Ento, o Plano Diretor de Mobilidade

    Urbana, e o Plano Diretor Ciclovirio, formam um documento que indicadiretrizes e

    aes necessrias para melhorar a mobilidade urbana, que deve estar integrado ao Plano

    Diretor do Municpio.

    Segundo a Lei da Mobilidade Urbana 12.587/2012, Art. 24. I a XI, 1, em

    Municpios acima de 20.000 (vinte mil) habitantes, e em todos os demais, h

    obrigatoriedade, na forma da lei, que na elaborao do Plano \Diretor, dever ser

    includo o Plano de Mobilidade Urbana, integrado e compatvel com os respectivos

    planos diretores, ou neles inserido.

    Por mais que a obrigao seja apenas para aqueles municpios acima de vinte

    mil habitantes, a elaborao desse Plano muito vlida para os demais municpios, para

    se alcanar uma mobilidade urbana mais justa e eficiente.

    Legislao

    O arcabouo legal que sustenta o presente trabalho est embasado na Lei N

    9.503, de 23 de setembro de 1997, que

    institui o Cdigo de Trnsito Brasileiro; enquanto a Lei n 12.587, de 3 de janeiro de

    2012, institui as diretrizes da Poltica Nacional de Mobilidade Urbana.

    5 QUESTES CORRELATAS NO MUNDO

    Apresentam-se a seguir exemplos internacionais de solues para a integrao

    da bicicleta no sistema de transporte urbano. Muitas destas propostas podero vir a ser

    adaptadas situao e condies socioeconmicas locais e incorporadas no Plano

    Ciclovirio de Dourados, aps criteriosa anlise.

    - Amsterd, Holanda

    No incio da dcada de 70 a Holanda passou por uma das mais marcantes

    manifestaes, na qual era exigida maior segurana no transito, ciclovias exclusivas e

    http://www.ta.org.br/site2/Banco/4leis/CTB.dochttp://www.ta.org.br/site2/Banco/4leis/CTB.doc

  • 13

    proteo para o pedestre. Isto principalmente devido ao alto ndice de acidentes de

    transito constatado (disponvel em http://www.mobilize.org.br/noticias/6756/acidentes-

    de-transito-incentivaram-o-uso-de-bicicletas-na-holanda.html).

    A partir desta indagao, o governo holands priorizou a mobilidade urbana,

    principalmente quanto ao uso da bicicleta, investindo numa infraestrutura adequada e

    politicas de incentivo governamentais consistentes. Somando a isto o fato do pas no

    ter grandes relevos, ter topografia praticamente plana, as distncias a ser percorridas

    normalmente no passando de 6 a 7 quilmetros. De fato, hoje, grande parte da

    populao utiliza a bicicleta como meio de transporte.

    Em Amsterd, capital da Holanda, no diferente, a bicicleta est fortemente

    includa na cultura dessa populao. Considerada cidade smbolo da bicicleta, Amsterd

    possui 400 km de ciclovias (disponvel em http://www.iamsterdam.com/en-

    GB/experience/what-to-do/activities-and-excursions/cycling/amsterdam-cycling-

    history), onde praticamente metade da populao realiza seus deslocamentos com uma

    bicicleta. possvel encontrar sistema de aluguis de bicicleta em vrios pontos

    espalhado pela cidade, grandes estacionamentos, sinais de transito, e leis de transito

    prprias.

    Alm do uso da bicicleta entre os moradores, seu uso bem incentivado para

    turistas, com vrias agencias que oferecem esse tipo de servio, com guias

    especializados. Usar a bicicleta para conhecer a cidade oferece um passeio mais rpido,

    mais barato que o transporte pblico, e permite ter um contato direto com a cidade, sua

    histria, e o dia a dia dos habitantes locais. Vrias rotas foram delimitadas justamente

    para passeios como esses.

    O uso de bicicleta to intenso em Amsterd que existem problemas de onde

    estacionar suas bicicletas, uma vez que chegam ao destino, numa cidade com

    praticamente mais gua do que superfcies pavimentadas. H 880 mil bicicletas em

    Amsterd, quatro vezes mais do que o nmero de carros e 80 mil unidades a mais que o

    total de habitantes. Nos ltimos 20 anos, as viagens de bicicleta cresceram 40%, de

    modo que agora, cerca de 32% de todas as viagens dentro da cidade so feitas de

    bicicleta, comparadas aos 22% das viagens de carro (disponvel em

    http://www.mobilize.org.br/noticias/6756/acidentes-de-transito-incentivaram-o-uso-de-bicicletas-na-holanda.htmlhttp://www.mobilize.org.br/noticias/6756/acidentes-de-transito-incentivaram-o-uso-de-bicicletas-na-holanda.html

  • 14

    http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-

    vagas-para-bicicletas.html).

    Figura 2 Bicicletrio em Amsterd.

    Fonte: http://www.macbike.nl/stalling/

    Figura 3 Estacionamento em Amsterd.

    Fonte: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-

    vagas-para-bicicletas.html

    - Copenhague, Dinamarca

    Copenhague pretende ser a cidade mais amigvel da bicicleta do mundo, esta

    meta foi aprovada por unanimidade pela Cmera Municipal, denominada Copenhagen

    Bicycle Stra-tegy 2011-2025. Eles tentam na medida do possvel garantir que em todos

    os projetos de estrada seja incorporado a bicicleta, alm disso as diretrizes so para

    http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-vagas-para-bicicletas.htmlhttp://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-vagas-para-bicicletas.htmlhttp://www.macbike.nl/stalling/http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-vagas-para-bicicletas.htmlhttp://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-vagas-para-bicicletas.html

  • 15

    otimizar o planejamento de novos projetos com foco em projetos virios da cidade

    (COPENHAGEN, 2013. p.3).

    So 350 quilmetros de ciclovias exclusivas para mais da metade da populao

    da cidade circular livremente. Aproximadamente 37% da populao utiliza bicicletas,

    inclusive polticos, pessoas importantes. Sua politica de incentivo muito forte, e o

    investimento na construo e manuteno de vias de ciclismo muito grande, tanto que

    eles tem um plano de que at 2015 metade da populao d preferncia a esse meio de

    transporte (COPENHAGEN, 2013, p.3).

    Copenhague tambm vem investindo na disseminao de estudos nessa rea,

    onde facilmente se encontra publicaes realizadas, como exemplo Bicycle Parking

    Manual com o contedo voltado para os princpios bsicos sobre os estacionamentos de

    bicicleta (COPENHAGEN, 2008), e o Copenhagen City of Cyclists, que o documento

    mais recente sobre o desenvolvimento de bicicleta, entre os dados levantados esto, o

    sentimento dos ciclistas quanto a segurana, o trajeto feito, uma comparao preliminar

    entre Amsterdam, entre outros. Essa prioridade poltica dada ao ciclismo s fortalece o

    desenvolvimento da cidade em buscar o titulo de cidade mais amigvel da bicicleta

    (COPENHAGEN, 2012).

    Figura 4 The Bicycle Snake ( ponte/ciclovia de Copenhague).

    Fonte: http://dw.dk/cykelslangen/

    http://www.cycling-embassy.dk/2010/08/16/bicycle-parking-manual/http://www.cycling-embassy.dk/2010/08/16/bicycle-parking-manual/

  • 16

    Figura 5 Trens de Copenhague, com vages especiais para levar bicicleta.

    Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/03/infraestrutura-bicicletas-cidades-pensam-

    ciclistas.html

    - Paris, Frana

    O uso de bicicleta como meio de transporte intenso, com ou sem ciclovias,

    uma das coisas que chama ateno em Paris seu sistema de aluguel de bicicletas, na

    qual teve a iniciativa privada como ator. O Vlib, lanado em 2007, que quer dizer vlo

    libre ou vlo libert, que em portugus bicicleta grtis ou liberdade das bicicletas

    (traduo livre) disponibilizou 10.000 bicicletas em 750 estaes automatizadas no ano

    de lanamento (Midgley, 2009).

    O programa passou por expanso e, atualmente, conta com cerca de 23.900

    bicicletas espalhadas em 1.800 estaes a cada 300 metros pela cidade, prximo a

    estaes de trens e metrs, escolas e lugares de grande concentrao (disponvel em

    http://en.velib.paris.fr/). O programa funciona 24 horas do dia, em todos os dias da

    semana e durante o ano todo. Funciona com um sistema de tarifas progressivas, sendo a

    primeira meia hora gratuita. A ideia que o nmero de usurios aumente, possibilitando

    utilizar as bicicletas para curtos trajetos a custo zero (ADAMI, 2011, pag. 5).

    Paris, aproveita seu sistema de aluguel de bicicletas, para realizar outras aes

    que incentivam o uso da bicicleta, uma das recentes aes do prefeito de Paris, foi

    abranger o sistema Vlib para os pequenos cidados, lanando o P'tit Vlib'. Atravs

    deste novo servio, a cidade de Paris est empenhada em um novo passo para incentivar

    a mobilidade urbana, permitindo que as crianas aprendam a bicicleta com segurana.

  • 17

    O servio P'tit Vlib' oferece s famlias alugar quatro modelos de bicicletas

    para crianas de 2 a 8 anos em vrios espaos verdes e de pedestres. Tendo em mente

    que bons hbitos comeam cedo, a cidade de Paris deseja que os pequenos parisienses

    tenham conhecimento para o uso de um meio de transporte amiga do ambiente

    (disponvel em http://blog.velib.paris.fr/ptit-velib/).

    Figura 6 Vlib Bus, Frota de nibus que da assistncia as estaes Vlib dos subrbios e pequenas

    cidades nas redondezas de Paris.

    Fonte: http://blog.velib.paris.fr/blog/2009/05/20/zauriez-pas-vu-passer-un-bus-velib/

    Figura 7 Estao de aluguel de bicicleta de Paris - Vlib.

    Fonte: http://www.streetsblog.org/2009/02/12/reports-of-velibs-demise-greatly-exaggerated/

    http://blog.velib.paris.fr/ptit-velib/http://blog.velib.paris.fr/blog/2009/05/20/zauriez-pas-vu-passer-un-bus-velib/

  • 18

    Figura 8 P'tit Vlib', sistema de aluguel de bicicletas para crianas.

    Fonte: http://blog.velib.paris.fr/ptit-velib/

    - Portland, Estados Unidos

    Portland uma cidade que tem investido no uso da bicicleta, e uma das

    iniciativas foi a implantao das bike box, ele buscam tambm agregar a bicicleta com

    outros modais, como nos nibus que possuem hacks para transportar as bicicletas.

    A funo das bike box evitar colises entre bicicleta e carro, especialmente

    aqueles entre os condutores virando direita e ciclistas indo em linha reta. Esse espao

    diferenciado com uma caixa pintada de verde na estrada com o smbolo da bicicleta de

    branco.

    Quando o sinal de trnsito est amarelo ou vermelho, os motoristas devem parar

    atrs da linha de paragem branco atrs da caixa verde, j os ciclistas entram nessa rea

    delimitada com a cor verde. tudo sobre a visibilidade e notoriedade. Em um sinal

    vermelho, os ciclistas so mais visveis aos motoristas por estar na frente deles. Em uma

    luz verde, a faixa verde da bicicleta, atravs do cruzamento lembra os motoristas e

    ciclistas para assistir um para o outro (PORTLAND).

    http://blog.velib.paris.fr/ptit-velib/

  • 19

    Figura 9 Hacks para transportar bicicleta.

    Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/album/1109_bikesnomundo_album.htm#fotoNav=59

    Figura 10 Esquema das Bike Box utilizada em Portland.

    Fonte: https://www.portlandoregon.gov/transportation/article/185112

    http://noticias.uol.com.br/saude/album/1109_bikesnomundo_album.htm#fotoNav=59https://www.portlandoregon.gov/transportation/article/185112

  • 20

    Figura 11 Sistema Bike Box em Portland.

    Fonte: http://land8.com/profiles/blogs/think-inside-the-box

    - Tquio, Japo

    Em Tquio a bicicleta utilizada por todas as idades, e seu diferencial se

    encontra nos estacionamentos, que alm de ter uma capacidade grande tudo bem

    organizado, por ter um alto ndice demogrfico existe uma dificuldade quanto a falta de

    espao, para contornar isso a soluo foi utilizar a tecnologia e criar estacionamentos

    subterrneos chamados de Eco Cycles. Com capacidade de armazenar 204 bicicletas,

    ela possui um sistema automatizado que ao colocar o carto, sua bicicleta identificada

    e levada at o proprietrio (disponvel em http://www.tecmundo.com.br/bicicleta/40940-

    toquio-incentiva-uso-de-bicicleta-com-estacionamento-subterraneo-e-compacto.htm).

    http://land8.com/profiles/blogs/think-inside-the-boxhttp://www.tecmundo.com.br/bicicleta/40940-toquio-incentiva-uso-de-bicicleta-com-estacionamento-subterraneo-e-compacto.htmhttp://www.tecmundo.com.br/bicicleta/40940-toquio-incentiva-uso-de-bicicleta-com-estacionamento-subterraneo-e-compacto.htm

  • 21

    Figura 12 Eco-Cycle subterrneo, em Tquio.

    Fonte: http://hypescience.com/15-incriveis-infraestruturas-voltadas-especialmente-para-bicicletas/

    -Bogot, Colmbia

    Bogot possui uma elogiada poltica de sustentabilidade, que se baseia

    principalmente na trade: iniciativas inovadoras de mobilidade urbana, cultura e lazer.

    Seu sistema de transporte coletivo o Transmilenio, os nibus circulam em corredores

    exclusivos e se integram s ciclovias aumentando sua eficcia. A CicloRuta de Bogot,

    implantada em 1996, foi um investimento pensado como soluo ao problema da

    mobilidade e no como lazer, o que demonstra uma busca para o avano na mobilidade

    sustentvel (MONTEIRO FILHO, 2013).

    A CicloRuta possui uma rede de 376 quilmetros de ciclovias. Tambm h as

    ciclofaixas exclusivas para o domingo, e alguns eventos importantes, como a jornada do

    dia sem carro, e a ciclovia noturna que ocorre em dezembro. Existe um grande nmero

    de grupos que promovem a bicicleta, cerca de 450.000 viagens so realizadas na cidade

    de Bogot (disponvel em http://www.movilidadbogota.gov.co/?sec=8).

    Bogot vem investindo em informao e promoo, que tem contribudo para o

    aumento das viagens feita por bicicleta, uma das conquistas mais importantes que a

    cidade possui o Manual do Ciclousurio, um guia til para aqueles que j utilizam a

    bicicleta como meio e transporte, e para aqueles que pretendem migrar pra esse etilo de

    vida, este manual oferece informaes relevantes e busca incentivar a populao a

    http://hypescience.com/15-incriveis-infraestruturas-voltadas-especialmente-para-bicicletas/

  • 22

    participar da construo de uma cidade sustentvel e humana. Uma nova publicao

    feita o Manual del Ciclita, um manual que aborda o benefcios da bicicletas, como se

    portar na rua, quais rotas existentes, sinalizao, alguns conselhos para que o usurio

    tenha cada vez mais segurana, e conforto (BOGOT, 2014).

    Figura 13 Ciclo Ruta de Bogot.

    Fonte: http://revistabicicleta.com.br/bicicleta_noticia.php?metropoles_e_bicicletas&id=26941

    Figura 14 Ciclofaixa aos domingos em Bogot.

    Fonte: http://www.espiritooutdoor.com/ciclovias-em-bogota-uma-experiencia-que-deu-certo/

    http://revistabicicleta.com.br/bicicleta_noticia.php?metropoles_e_bicicletas&id=26941http://www.espiritooutdoor.com/ciclovias-em-bogota-uma-experiencia-que-deu-certo/

  • 23

    5.1 Questes Correlatas no Brasil

    A seguir apresentam-se exemplos nacionais do quem vem sendo feito para a

    integrao da bicicleta no sistema de transporte urbano. Sendo no Brasil, suas

    caractersticas se encaixam mais a realidade de Dourados, podendo assim ajudar na

    compreenso do sistema ciclovirio, e solues para melhora-la.

    - Rio de Janeiro

    Segundo um estudo realizado pelo Mobilize Brasil 2011 (disponvel em

    http://www.mobilize.org.br/midias/pesquisas/estudo-mobilize-20111.pdf), o Rio de

    Janeiro possui 240 km de ciclovias, o que garantiu ser a capital brasileira com a maior

    rede cicloviria, e com o Programa Rio, Capital da Bicicleta a meta chegar a 2016

    com uma malha cicloviria com 450 Km de extenso.

    Uma das iniciativas da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, o

    programa Bike Rio, que pretende promover o uso de bicicletas pela cidade,

    principalmente como uma soluo de meio de transporte de pequeno percurso para

    facilitar o deslocamento das pessoas nos centros urbanos. Esse incentivo se baseia na

    disponibilidade de aluguel de bicicletas, que esto disponveis em estaes distribudas

    em pontos estratgicos da cidade (disponvel em

    http://www.mobilicidade.com.br/bikerio.asp).

    A Gerncia de Programa Ciclovirio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente

    do Rio de Janeiro em conjunto com outros rgos, como forma de promover a

    conservao e ampliao do sistema ciclovirio municipal, criou o Caderno de

    Encargos, com o objetivo de definir padres para a elaborao e execuo de projetos

    ciclovirios, estabelecendo dimenses, sinalizaes horizontais, verticais e tambm com

    indicao de materiais apropriados para que tenhamos uma adequada insero do

    sistema ciclovirio na malha urbana, possibilitando que agentes pblicos e tambm

    privados possam projetar e executar as obras com boa qualidade, proporcionando

    segurana ao ciclista (PREFEITURA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO, 2014).

    http://www.mobilize.org.br/midias/pesquisas/estudo-mobilize-20111.pdfhttp://www.mobilicidade.com.br/bikerio.asphttp://www.mobilicidade.com.br/bikerio.asp

  • 24

    Figura 15 Ciclovia no Rio de Janeiro.

    Fonte: http://novo.viapedal.com/blog/leis-e-regras/regras-de-conduta-na-ciclovia/

    Figura 16 Sistema de aluguel de bicicleta, no Rio de Janeiro.

    Fonte: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/ciclistas-terao-que-se-cadastrar-pela-internet-para-

    alugar-bicicletas-no-rio-20111031.html

    - Curitiba

    Curitiba est em segundo lugar no pas em relao a cidade com maior extenso

    de redes ciclovirias que de 127 quilmetros, e aos domingos das 8h s 16h possvel

    utilizar as ciclofaixas de lazer, que ajuda a estimular o uso de bicicleta na populao,

    mesmo que na forma de lazer.

    http://novo.viapedal.com/blog/leis-e-regras/regras-de-conduta-na-ciclovia/

  • 25

    A Prefeitura de Curitiba, est investindo na implantao do novo Plano Diretor

    Ciclovirio, o plano prev a implantao de 300 quilmetros de vias ciclveis na cidade,

    aumentando sua malha cicloviria atual, tambm h proposta de instalao de

    bicicletrios junto aos terminais de nibus, para fazer essa integrao entre os dois

    modais, e uma srie de outras medidas que, juntas, efetivam a bicicleta como um modal

    de transporte em Curitiba (disponvel em http://ciclovivo.com.br/noticia/curitiba-tera-

    mais-300-km-de-malha-cicloviaria).

    Em Curitiba j possvel ter acesso a um mapa de anlise das ciclovias, em que

    constam os diversos problemas ilustrados por fotos e que tambm podem ser visto no

    Google Street View ou no site bicicletadacuritiba.org, esse mapa tem o intuito de ajudar

    na melhoria das vias, e funciona com os ciclistas tirando fotos das reas crticas e

    postando no site bicicletadacuritiba.org, informando sobre as condies encontradas,

    formando assim um mapa colaborativo.

    Figura 17 Via compartilhada em Curitiba.

    Fonte: http://curitiba.bicicletada.org/2008/10/17/manutencao-de-ciclovias/

    http://ciclovivo.com.br/noticia/curitiba-tera-mais-300-km-de-malha-cicloviariahttp://ciclovivo.com.br/noticia/curitiba-tera-mais-300-km-de-malha-cicloviariahttp://curitiba.bicicletada.org/2008/10/17/manutencao-de-ciclovias/

  • 26

    Figura 18 Ciclovia compartilhada em Curitiba.

    Fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br/fotos/album-ciclovias-ligam-curitiba-de-ponta-a-ponta/14413

    -So Paulo

    So Paulo a cidade com maior densidade demogrfica do Brasil, por isso a

    quantidade de carros nas ruas tambm muito grande, assim como o nmero de pessoas

    utilizando o transporte pblico, o que resulta em um transito catico. Para melhor a

    questo da mobilidade urbana, algumas iniciativas j vem sendo introduzidas, que o

    caso da incluso da bicicleta como meio de transporte.

    De acordo com uma pesquisa feita pela Companhia de Engenharia de Trfego

    (CET), So Paulo encontra-se com uma malha cicloviria de 63 km. Porm esto com

    um programa denominado SP 400 km, ciclovias padro CET, cuja seu objetivo

    constituir o tratamento prioritrio para bicicletas em 400 km de vias municipais,

    buscando custo reduzido na realizao das intervenes, visando reduzir o nmero de

    acidentes em vias de circulao de bicicletas no Municpio (CET, 2014).

    Uma das reclamaes dos usurios de bicicleta, o de no ter um lugar

    adequado que seja possvel tomar um banho, e estacionar sua bicicleta com segurana,

    com isso alguns servios vem sendo fornecidos por empresas privadas, oferecendo

    servio com estacionamento para bikes, banho para os ciclistas, e em alguns casos

    seguro e reparo nas bicicletas. Facilitando a ida ao trabalho, onde possvel se

    recompor antes de comear sua jornada de trabalho. Tambm existe o sistema de

    aluguel de bicicleta, que funciona no mesmo esquema do Rio de Janeiro, inclusive com

    o mesmo patrocinador.

    http://www.curitiba.pr.gov.br/fotos/album-ciclovias-ligam-curitiba-de-ponta-a-ponta/14413

  • 27

    Figura 19 Ciclovia Rio Pinheiros, em So Paulo.

    Fonte: http://noticias.r7.com/transito/noticias/cptm-inaugura-nova-ciclovia-de-sao-paulo-20100227.html

    Figura 20 Ciclofaixa, em So Paulo.

    Fonte: http://vadebike.org/2014/09/sao-paulo-novas-ciclovias-setembro/

    6 Obras Correlatas Planos Ciclovirios

    Plano diretor ciclovirio de Fortaleza

    Em 1999 a Prefeitura Municipal de Fortaleza, atravs da Secretaria Municipal

    de Desenvolvimento Territorial (SMDT), apresentou ao publico o Relatrio Final

    Pesquisas de Contagem Volumtrica e Entrevistas de Bicicletas. Essa pesquisa foi

    realizada com o intuito de conhecer os motivos da realizao da viagem a distancia

    media percorrida, o tempo mdio de deslocamento e as razoes para o uso da bicicleta

    (GEIPOT, 2001).

    http://noticias.r7.com/transito/noticias/cptm-inaugura-nova-ciclovia-de-sao-paulo-20100227.htmlhttp://vadebike.org/2014/09/sao-paulo-novas-ciclovias-setembro/

  • 28

    Fortaleza avanou na questo de mobilidade urbana e propus o Plano Diretor

    Ciclovirio, que tem como objetivo incentivar uma mobilidade mais sustentvel na

    cidade. Est sendo proposta uma rede de ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas integradas,

    de acordo com o sistema virio existente (sees); favorecer a intermodalidade entre o

    transporte pblico, ciclovias e os pedestres; aumento dos nveis de segurana;

    melhoria/implantao de sinalizao horizontal e vertical; desenvolvimento do projeto

    executivo de 15 quilmetros selecionados pela equipe tcnica.

    Uma das etapas do Plano o diagnstico, iniciando no marco regulatrio legal,

    posterior a isso realizado um diagnstico da caracterizao dos aspectos fsicos,

    socioeconmicos, da estrutura urbana, do sistema de transporte coletivo e do sistema

    ciclovirio existentes. Complementando com a pesquisa de campo, com o objetivo de

    conhecer o volume de ciclistas que circula em Fortaleza diariamente, identifica-se o seu

    padro de viagens e realiza-se um diagnstico sobre o sistema de transporte ciclovirio

    na capital.

    O diagnstico do Plano tambm conta com um estudo da rede; como diretrizes

    foram adotados alguns princpios, entre eles: dividir o espao virio de uma maneira

    mais democrtica e justa, desenhar e planejar o sistema virio de maneira que seja mais

    seguro e atrativo ao uso da bicicleta, e tornar a bicicleta elemento de relevncia em

    todos os projetos virios.

    Como auxilio na hora da analise, utilizaram-se os softwares TRANSCAD

    (modelagem do transporte) e o ArcGIS (Geographic Information System). O

    TRANSCAD, para apresentar as linhas de desejo (relaes Origem/Destino) dos pontos

    pesquisados, e o ArcGIS para apresentao grfica da analise territorial (cobertura das

    ciclovias, por exemplo), e criao de um branco de dados da rede cicloviria (rede

    existente, ou em projeto, rede proposta, tipologia, quilometragem, entre outros).

    Fortaleza atualmente conta com uma rede cicloviria de 76,4 km, mas j tem

    126,4 km projetados, e uma proposta de 101,2 km a mais, totalizado assim uma rede de

    304 km (Figura 22). A estrutura dessas redes conta com Rede Estruturante para longas

    distncias, e Rede Complementar para deslocamentos internos nos bairros e conexo

    com a Estruturante. Sendo os critrios para a implantao da rede estruturante:

    eliminao da faixa de estacionamento (melhora do trfego na rede principal da cidade),

  • 29

    reduo de largura da faixa de rolamento, em vias estruturantes da cidade, larguras

    mnimas de 3,2m, e mximas de 3,5m, implantao no canteiro central existente, e

    eliminao de uma faixa de rolamento (PREFEITURA DE FORTALEZA, 2014).

    Figura 21 Mapa do Plano Diretor Ciclovirio da cidade de

    Fortaleza.

    Fonte:

    http://www.fortaleza.ce.gov.br/sites/default/files/apresentacao_diagnostico_preliminar_pdci_fortaleza.pdf

    Acesso em 1/10/2014.

    Plano Diretor Ciclovirio Integrado de Porto Alegre

    Desde de 1994 o governo municipal de Porto Alegre vem implementando aes

    de incentivo ao uso de bicicletas, inicialmente implantou duas ciclovias nas praias de

    Ipanema e do Lami, e ainda uma ciclofaixa na Av. rico Verssimo. Esse conjunto de

    medidas veio como decorrncia da criao da Lei no 6.781, de 4/1/91, que instituiu o

    Sistema Municipal de Bicicletas e, tambm, da Lei no 6.987, de 27/12/91, que instituiu

    o Programa Municipal de Ciclovias (GEIPOT, 2001).

    http://www.fortaleza.ce.gov.br/sites/default/files/apresentacao_diagnostico_preliminar_pdci_fortaleza.pdf

  • 30

    Figura 22 Mapa do Plano Diretor Ciclovirio Integrado da cidade de Porto Alegre.

    Fonte: http://www.mobilize.org.br/mapas/17/mapa-do-plano-cicloviario-de-porto-alegre-rs.html. Acesso

    em 1/10/2014.

    Uma das mais recentes iniciativas de Porto Alegre, foi a elaborao do Plano

    Diretor Ciclovirio. O plano foi elaborado a partir de um diagnstico detalhado dos

    vrios aspectos envolvidos, tais como: indicadores scio-econmicos do municpio de

    Porto Alegre; demanda atual do modo bicicleta baseada nas anlises dos dados de

    planos e estudos existentes - complementado por dados levantados em pesquisas de

    campo; a anlise das condies fsicas e da topografia da cidade; anlise do sistema

    virio e dos sistemas de transporte existentes e; a segurana dos ciclistas.

    Complementando esses aspectos, o diagnstico possui anlises dos aspectos

    institucionais e de gesto relacionados ao transporte ciclovirio no municpio.

    Os estudos de demanda foram divididos em dois componentes, a de demanda

    atual e demanda potencial. A demanda atual foi determinada pela projeo das variveis

    socioeconmicas e pelas pesquisas de contagens realizadas no mbito do Plano; a

    demanda potencial foi determinada pelo crescimento vegetativo e da incorporao de

    uma demanda reprimida. A Pesquisa de Preferncia Declarada permitiu o clculo da

    http://www.mobilize.org.br/mapas/17/mapa-do-plano-cicloviario-de-porto-alegre-rs.html

  • 31

    demanda reprimida, na medida em que a populao declarou a possibilidade de alterar o

    meio de transporte usual a partir de melhorias na infraestrutura dos modos de transporte

    e custos de deslocamento (PREFEITURA DE PORTO ALEGRE, 2007).

    Como diretrizes para o plano foram adotados alguns princpios como: dividir o

    espao pblico de uma maneira mais democrtica e justa, desenhar e planejar o sistema

    virio de maneira que o uso da bicicleta seja mais seguro e mais atrativo, tornar a

    bicicleta elemento de relevncia em todos os projetos virios, implantar redes de

    ciclovias e suas infra-estruturas auxiliares bicicletrios, sinalizao, entre outros

    (PREFEITURA DE PORTO ALEGRE, 2007).

    Plano Diretor de Mobilidade Ciclovirio de Madri

    O Plano Diretor de Mobilidade Ciclovirio de Madri, foi elaborado buscando a

    opinio dos usurios e dos tcnicos municipais, realizando vrias sees de

    apresentao e intercambio de opinies com ambos os setores, finalizado no ano de

    2008. Segundo estes setores esse apenas o ponto de partida para uma poltica

    municipal para o uso da bicicleta. O plano tem como objetivo estabelecer uma poltica

    municipal, dar bicicleta um papel significativo no cotidiano, tornar o uso da bicicleta

    algo normal, contribuir com a qualidade ambiental, favorecer hbitos saudveis para a

    populao, reduzir a insegurana e propiciar a recuperao dos espaos pblicos.

    O documento dividido em diagnstico da mobilidade ciclista em Madri,

    critrios para o traado e o desenho das vias ciclovirias, rede bsica das vias

    ciclovirias de Madri, anlise das principais vias da rede bsica, programas do Plano

    Diretor, finalizando com os custos e cronograma. Na parte do diagnstico realizado

    um inventrio das vias ciclsticas e suas intercesses, nesse inventrio so incorporados

    dados de forma simplificada sobre a condio da pavimentao, iluminao,

    infraestrutura em geral, o uso atual, oportunidade de melhora e conexo. Nesse mesmo

    modelo tambm realizado o levantamento dos bicicletrios existentes na cidade.

    Alm do inventrio, o plano conta com um diagnstico mais completo, que

    aborda os dados encontrados no inventrio, porm abrangendo de forma geral as vias e

    com informaes mais detalhadas. Alm da legislao que afeta o uso da bicicleta, so

    explorados as oportunidades, vantagens e benefcios do uso da bicicleta como meio de

    transporte.

  • 32

    Outro ponto importante sobre No Plano Diretor de Mobilidade Ciclista de Madri

    foram utilizados critrios para a definio das vias ciclovirias como: tipo do usurio,

    funcionalidade, extenso, conectividade, tempo de espera, aproveitamento da

    infraestrutura existente e aproveitamento dos projetos de oportunidades detectados. Para

    definir a rede cicloviria foi utilizada a metodologia Origem/Destino que busca

    identificar os pontos de origem e de destino, possibilitando visualizar quais vias so

    mais utilizadas, formando as linhas de desejo.

    Aps esse processo, so identificados os ncleos urbanos, os destinos

    recreativos relacionados com a natureza, os centros de educao superior, os ncleos

    com atividades industriais e comerciais, e a combinao com os transportes pblicos.

    Fazer esse traado permite atribuir pesos a qual via ter demanda para desenvolver uma

    rede cicloviria, tomando cuidado para que essa rede tenha continuidade e permita uma

    velocidade evitando desvios desnecessrios.

    Quando se analisa as vias destinadas para receber uma ciclovia, tem que

    considerar vrios fatores entre os quais: a capacidade da via, a velocidade do

    escoamento de transito da via, estacionamento, pedestres, as vias ciclsticas em centros

    histricos, parques e reas verdes. Outros critrios so exposto no plano, como critrios

    para a obteno de espaos para bicicleta, para tratamento de intersees e critrios para

    a sinalizao das vias.

    6.1 Avaliao dos Estudos de Caso

    Analisando estes estudos de caso, percebe-se que bicicleta vem sendo

    incorporada nas politicas urbanas, principalmente nas cidades da Europa, porm no

    Brasil j possvel identificar iniciativas como essas, onde por meio desses planos e

    documentos possibilita estabelecer uma estratgia de enfrentamento aos problemas

    diagnosticados e prognosticados, definindo um conjunto de aes que devero ser

    implementadas para os prximos anos.

    Esses documentos, so de grande valia para o bom planejamento da mobilidade

    urbana, sendo possvel entender com mais clareza o desenho urbano, quais so suas

    necessidades, suas demandas, diagnstico atual, e assim identificar a rea de atuao e

    propor novos rumos. Como o caso do Plano Diretor Ciclovirio, onde encontra-se

  • 33

    informaes importantes para o bom desenvolvimento da mobilidade cicloviria da

    cidade.

    Quando se observa os Planos nacionais fica claro que essa abordagem algo

    novo no pas, por deparar com algumas deficincias, a comear na dificuldade em

    encontrar esses documentos, o que deveria ser algo divulgado para toda populao ter

    conhecimento de tal, acaba ficando escondido dentre as j poucas informaes sobre a

    questo cicloviria das cidades. Outro fator dados muitas vezes simplistas, que para

    conhecimento da populao est timo, mas talvez para os tcnicos, pra quem vai

    gerenciar esteja carecendo algo.

    Dos plano vistos, pouco se fala dos documentos existentes na cidade que pode

    se correlacionar, e somar com o Plano Ciclovirio, a questo da infraestrutura como

    bicicletrios, iluminao, sinalizao entre outras componentes pouco discutido,

    muitas vezes nem citado. Existe pouca informao em relao a propostas, uma viso de

    futuro e como fazer pra se chegar at l, qual ser a iniciativa quanto a divulgao do

    plano e como vai se dar a sensibilizao da populao. Nesse caso o plano de Porto

    Alegre foi muito feliz ao incluir em seu plano o Programa de Gesto, que possibilita

    uma melhor visualizao de como ser gerenciada as redes ciclovirias.

    Cabe lembrar que os planos nacionais foram comparados com o de Madri, na

    qual j vem desenvolvendo esse tipo de trabalho a um bom tempo, e a cultura da

    bicicleta l, j vem desde cedo, e no a distino social de quem utiliza, diferente do

    Brasil que a grande parcela dos que utilizam esse meio, usam pelo fato de no ter outro

    meio de transporte, e no tem condies de custear um veiculo motorizado, ou

    passagens no transporte coletivo. Ento por mais que esteja faltando algumas questes

    nos planos nacionais, isso no diminui a importncia e a iniciativa de se desenvolver

    esses planos e por em prtica uma mobilidade urbana sustentvel.

    Observando o Plano de Madri foi possvel identificar que eles j esto

    avanados na questo da mobilidade urbana especialmente na utilizao da bicicleta. O

    documento em si bem completo, e de fcil acesso, a infraestrutura das vias ciclsticas

    eles a veem de forma ampla, incluindo sinalizao, iluminao e a interao com outros

    modais. possvel tirar bastante coisa positiva das experincias que eles j tem l,

    porm tomando cuidado, pois no possumos a mesma realidade de l.

  • 34

    7 MATERIAIS E MTODOS

    O estudo foi realizado na cidade de Dourados, localizada no estado de Mato

    Grosso do Sul, com rea de 205 km2 dentro do seu permetro urbano, com uma

    populao estimada de 2014 210.218 (IBGE, 2014).

    Figura 23 Localizao da Cidade de Dourados.

    Fonte: Marcos Veroneze, 2014.

    O trabalho conta com uma reviso bibliogrfica, em busca de informaes sobre

    o tema, que inclui conceitos envolvidos na mobilidade urbana, legislao e obras

    correlatas, exemplificando em abrangncia mundial e nacional o que vem sendo

    realizado quanto ao uso da bicicleta.

    Verificou-se o sistema ciclovirio existente, por meio de um inventrio,

    identificando a qualidade da infraestrutura e a segurana das ciclovias e ciclofaixas j

    existentes na cidade. Pela sistematizao e anlise desses dados, assim como pelo

    desenho urbano da cidade, foi possvel propor um sistema ciclovirio para Dourados,

    Estado do Mato Grosso do Sul

    Dourados

    Imagem de Satlite

  • 35

    que poder servir de subsdio para a elaborao do seu Plano Diretor de Mobilidade

    Urbana.

    Foram aplicados questionrios de carter demonstrativo para verificar a

    demanda do uso de bicicletas como meio de transporte, assim como outros fatores que

    esto direta ou indiretamente relacionados ao uso desse meio. Foi assim possvel

    identificar o perfil do usurio, indicadores de uso e a abrangncia espacial do uso de

    bicicletas (ver Apndice A).

    Finalizando com a proposta cicloviria, realizada a partir dos dados coletados, e

    verificaes in loco, que detalhada mais a frente.

  • 36

    8 RESULTADOS

    8.1 Questionrios

    O questionrio teve o propsito de identificar os usurios de bicicleta, sua

    demanda e o potencial desse meio de transporte, alm de questes como segurana,

    preferncia do meio de transporte, sistema de aluguel de bicicletas, entre outras. Foram

    aplicados 100 questionrios para usurios de bicicleta na cidade de Dourados, o que

    abrangeu 4 pontos da cidade (Figura 25), o ponto 1 cobrindo o centro da cidade,

    englobando uma concentrao de comrcio, uma escola, e um parque de lazer que

    ponto de encontro de grupos de ciclistas; no ponto 2 encontram-se dois grandes

    mercados e o Shopping Avenida Center; enquanto os pontos 3 e 4 so representativos

    de reas mais residenciais.

    Figura 24 Distribuio ds reas de aplicao dos questionrios aos usurios de bicicleta.

    Fonte: Marcos Veroneze, 2014.

  • 37

    O questionrio composto por dados bsicos, idade, sexo, e profisso, e 11

    perguntas de mltipla escolha relacionadas forma de uso da bicicleta, assim como

    verificar preferncias, opinies e motivaes. A pesquisa foi realizada no ms de

    outubro de 2014, sempre no turno da tarde.

    Dentre os que responderam o questionrio 38 so do sexo masculino e 40 do

    sexo feminino, entre 14 e 68 anos de idade, e tem a grande parte respondida por

    estudantes.

    Quanto frequncia do uso da bicicleta, 42% a utiliza quase todos os dias, entre

    5 a 7 dias por semana (Grfico 1) o que indica uma demanda muito alta do uso da

    bicicleta no dia a dia.

    Grfico 1 Quanto a frequncia do uso de bicicleta.

    Seu uso se da principalmente para locomoo para escola, trabalho,

    universidade, para lazer e para deslocamentos comuns, tendo um maior ndice, com

    51% o uso para ir ao trabalho/ escola/ universidade (Grfico 2), no que ressalta o fato da

    bicicleta estar sendo utilizada como meio de transporte, mais do que para lazer ou

    esporte, sendo importante um investimento quanto a isso.

  • 38

    Grfico 2 Distribuio ds reas de aplicao dos questionrios aos usurios de bicicleta. Como as

    respostas so de escolha mltipla, a porcentagem de resposta maior do que 100%.

    O trajeto realizado pelos entrevistados raramente feito integrado a outros

    modais, como nibus, talvez pelo fato da cidade no ser to extensa, no precisando

    fazer muito esforo para se chegar ao seu destino final. Outros fatores que podem

    influenciar so o fato do transporte pblico ser insatisfatrio, preferindo por andar um

    pouco a mais de bicicleta, do que esperar para pegar nibus; e por fim, o fato de no ter

    um local adequado para deixar a bicicleta, um bicicletrio seguro que permita o usurio

    fazer seu trajeto tranquilo sabendo que sua bicicleta estar l quando voltar.

    Dentre as opes do porque que se utiliza esse meio de transporte, a maioria diz

    que um dos fatores o fato de ser saudvel com 48%, seguindo por ser o nico

    transporte mecanizado individual com 34%, e com 31% por no ser poluente. O fato de

    ter bastantes respostas indicando o uso por ser saudvel e no poluente se justifica

    tambm pelo fato dos entrevistados ter a liberdade de marcar todas as respostas que se

    aplicam. As mesmas pessoas que marcaram ser o nico meio de transporte, tambm

    podem ter marcado que acham saudvel, mas no que esse seja sua principal opo.

    Quando a pergunta sobre quais fatores estimulariam o uso mais frequente: 3

    opes se destacaram, se houvesse mais segurana, com 55%; se houvessem ciclovias

    ficando separados das vias de carro, 54% (Grfico 3); enquanto 32% acreditam que

    preciso uma maior disciplina e cuidado dos motoristas para com os ciclistas. O grande

    nmero de respostas afirmando que se houvessem ciclovias, isto serviria de estimulo

    para andar mais de bicicleta, justifica a proposio do presente trabalho, que propor

    uma rede cicloviria na cidade.

  • 39

    Grfico 3 Fatores que estimulariam o uso de bicicleta. Como as respostas so de escolha mltipla, a

    porcentagem de resposta maior do que 100%.

    Quanto ocorrncia de acidentes, somente 19% sofreu acidentes, em relao a

    danos ocorridos 17% j teve sua bicicleta roubada, porm 64% nunca tiveram

    problemas com a bicicleta.

    A importncia de se ter uma rede de ciclovias foi quase unanime (Grfico 4),

    segundo os entrevistados, preciso investir em uma mobilidade mais sustentvel.

    Enfatizando mais uma vez que implantar uma rede cicloviria de forma que abranja

    toda a cidade, que funcione, que tenha monitoramento e manuteno constante, uma

    das solues para se alcanar uma mobilidade sustentvel.

    Grfico 4 A importncia de se ter uma rede cicloviria. A porcentagem de resposta menor do

    que 100%, pois no foi includo os que no responderam.

    Entre as 100 pessoas que responderam o questionrio 96% (Grfico 5), afirmam

    que as autoridades locais devem trabalhar para que o uso da bicicleta como meio de

  • 40

    transporte seja promovido, incentivando toda a populao a dar preferencia a esse tipo

    de transporte, desafogando assim as vias dos carros, e melhorando a qualidade do ar.

    Grfico 5 Promoo do uso de bicicletas pelas autoridades locais.

    Outras duas perguntas pedem a opinio perante um possvel sistema pblico de

    aluguel de bicicleta, e se isso incentivaria a usar mais a bicicleta. Estando as opinies

    com 68% gostariam que tivesse, e 31% que no. Estes ltimos entrevistados no

    acreditam que esse sistema possa funcionar na cidade, baseado em alguns dos

    depoimentos. de. Mas, no caso desse sistema estar implantado, 53% afirma que usariam

    mais a bicicleta, com 29% que acredita que talvez servisse de estimulo.

    Observando os questionrios de forma global, e no por perguntas, possvel

    identificar pelo menos 3 perfis de usurio: 1) o que usa bicicleta todos os dias por ser

    seu nico meio de ir ao trabalho/faculdade/escola; 2) o que usa vrias vezes na semana

    para deslocamentos comuns, como ir ao mercado, visitar algum e viagens rpidas- que

    geralmente so realizados por bicicleta, pois ela ser mais gil no transito e permitir uma

    independncia tanto na hora de estacionar, na escolha da rota, quanto ao horrio onde o

    usurio decide que horas quer sair/chegar -; 3) e o usurio que a utiliza como esporte e

    lazer, visando o exerccio fsico e bem estar.

    8.2 Inventrio do Sistema Ciclovirio Existente

  • 41

    Figura 25 Atual rede cicloviria na cidade de Dourados.

    Fonte: Dados Prefeitura, Figura Google Maps, Organizao ARENDT K.S. 2014.

  • 42

    Inventrio das vias ciclovirias de Dourados

    Para sistematizar a avaliao das condies das vias ciclovirias existentes, apresenta-se

    este inventrio que consta de:

    Incio e trmino do traado;

    Extenso do traado;

    Qualidade do trecho;

    Condio da pavimentao;

    Sinalizao;

    Segurana;

    Possveis observaes:

    Ciclofaixas

    Tabela 1 Ciclofaixa existente na Rua Cuiab.

    Rua: Cafelndia | Ponto 1 |

    Inicio Rua: Cuiab

    Trmino Rua: Manuel Rasselen

    Extenso 2.400,00 m

    Qualidade Razovel

    Pavimentao Razovel, alguns trechos com buracos.

    Sinalizao Ausente, somente com a placa de

    indicao da ciclofaixa.

    Segurana Ruim, tem um fluxo bom de carros, e

    somente as taxas no oferece a devida

    segurana.

    Observaes uma ciclofaixa que possui uma boa

    localizao, s que falta melhorias, como

    repor as taxas e pintura na pavimentao.

  • 43

    Tabela 2 Ciclofaixa existente na Rua Alberto Leopoldo de La Cruz.

    Rua: Alberto Leopoldo de La Cruz | Ponto 2 |

    Inicio Rua: Palmeiras

    Trmino Rua: Armando A. Zanata

    Extenso 350,00 m

    Qualidade Razovel

    Pavimentao Boa

    Sinalizao Ausente, somente com a placa de

    indicao da ciclofaixa.

    Segurana Ruim, pois nem taxas mais se encontra

    Observaes uma ciclofaixa com extenso pequena, e

    com uma localizao ruim, com pouca

    importncia e uso.

  • 44

    Tabela 3 Ciclofaixa existente na Rua Avenida Indai.

    Rua: Avenida Indai | Ponto 3|

    Inicio Rua: Joaquim L. Azambuja

    Trmino Rua: Jos Roberto Teixeira

    Extenso 769,00 m

    Qualidade Razovel

    Pavimentao Razovel, alguns trechos com buracos.

    Sinalizao Ausente, somente com a placa de indicao da

    ciclofaixa.

    Segurana Ruim, por ser uma rua com um fluxo de carros

    relativamente alto, a separao somente com

    taxas, no oferece a devida segurana.

    Observaes uma ciclofaixa com um bom uso de ciclistas,

    e que seria interessante uma reestruturao

    dela, transformando a em ciclovia. Caso no

    seja possvel essa reestruturao, uma pintura

    especfica e melhoria na sinalizao ajudaria.

  • 45

    Tabela 4 Ciclofaixa existente na Rua General Osrio.

    Rua: General Osorio | Ponto 4 |

    Inicio Rua: Ciro Melo

    Trmino Rua: Monte Castelo

    Extenso 1.345,73 m

    Qualidade Razovel

    Pavimentao Boa

    Sinalizao Ausente, somente com a placa de

    indicao da ciclofaixa.

    Segurana Ausente

    Observaes A via est faltando vrias taxas, que o

    nico separador que se encontra, nenhuma

    pintura na pavimentao feita, o que

    seria necessrio.

  • 46

    Tabela 5 Ciclofaixa existente na Rua Eullia Pires.

    R: Eullia Pires | Ponto 5 |

    Inicio Rua: Oliveira Marques

    Trmino Rua: Tefilo Rodrigues

    Extenso 2.748,50 m

    Qualidade Boa

    Pavimentao Boa

    Sinalizao Razovel, existe as placas de indicao de

    ciclofaixa, e possui pintura na

    pavimentao.

    Segurana Razovel

    Observaes A pintura da pavimentao junto com as

    taxas somente uma faixa, o que no

    oferece tanto destaque, mesmo sendo na

    cor vermelha, e ao lado de uma branca.

  • 47

    Tabela 6 Ciclofaixa existente na Rua Vereador Jos Vitrio Pederiva

    R: Vereador Jos Vitrio Pederiva | Ponto 6 |

    Inicio Rua: Antonio Alves Rocha

    Trmino Rua: Jos Roberto Teixeira

    Extenso 480,00 m

    Qualidade Boa

    Pavimentao Boa

    Sinalizao Ausente, somente com a placa de indicao

    da ciclofaixa.

    Segurana Ausente

    Observaes No existe uma pintura especifica, que difere

    a via de ciclofaixa, algumas taxas que faria o

    papel de delimitar a ciclofaixa no existe

    mais. bem utilizada, e poderia ser

    transformada em ciclovia.

  • 48

    Tabela 7 Ciclofaixa existente na Rua Joo Vicente Ferreira.

    Rua: Joo Vicente Ferreira | Ponto 7 |

    Inicio Rua: Jaime Moreira

    Trmino Rua: Aquidauana

    Extenso 3.218,24 m

    Qualidade Ruim

    Pavimentao Boa

    Sinalizao Ausente, somente com a placa de indicao

    da ciclofaixa.

    Segurana Boa, por estar em uma via de mo nica, com

    pouco movimento.

    Observaes No existe uma pintura especifica, que difere a via

    de ciclofaixa, algumas taxas que faria o papel de

    delimitar a ciclofaixa no existe mais. uma

    ciclofaixa pouco utilizada, porm tranquila de ser

    usada.

  • 49

    Tabela 8 Ciclofaixa existente na Rua Ediberto Celestino de Oliveira.

    Rua: Ediberto Celestino de Oliveira | Ponto 8 |

    Inicio Rua: Onofre Pereira de Matos

    Trmino Rua: Prof. Antonia Candido de Melo

    Extenso 1.221,56 m

    Qualidade Ruim

    Pavimentao Boa

    Sinalizao Ausente, somente com a placa de

    indicao da ciclofaixa.

    Segurana Ruim

    Observaes No existe uma pintura especifica, que

    difere a via de ciclofaixa, algumas taxas

    que faria o papel de delimitar a

    ciclofaixa no existe mais. Nota-se que

    alguns ciclistas no utilizam a ciclofaixa

    ao passar por esse trecho.

  • 50

    Tabela 9 Ciclofaixa existente na Rua Presidente Vargas.

    Rua: Presidente Vargas | Ponto 9 |

    Inicio Anel Virio

    Trmino Rua: Sucia

    Extenso 856,71 m

    Qualidade Razovel

    Pavimentao Boa

    Sinalizao Ausente

    Segurana Ruim, por ser um local que passa

    automveis de grande porte, e veculos

    com uma velocidade alta.

    Observaes Essa ciclofaixa tem a funcionalidade mais

    de interligar porm no tem uma via

    fazendo tal ligao. Porm tem potencial

    de utilizao , se melhorada.

  • 51

    Ciclovias

    Tabela 10 Ciclovia existente na Rua Marcelino Pires.

    Av: Marcelino Pires | Ponto 10 |

    Inicio Rua: Dom Joo VI

    Trmino BR: 163

    Extenso 4.704,36 m

    Qualidade Razovel

    Pavimentao Ruim, trechos com calada irregular.

    Sinalizao Ausente, somente com a placa de indicao

    da ciclovia.

    Segurana Boa, existe um bom separador das vias de

    carro, e