Moça da Roça – Goiano e Paranaense (Querumana)

Uma moça da roça, de perna bem grossa e feitiço no olhar;

Na flor da idade veio pra cidade para estudar;

Mora com a madrinha que é minha vizinha de apartamento;

To apaixonado por esse pecado que é um monumento.

Ela fala errado, pronomes errados e sem concordância;

É nóis fica é nóis vai é, nóis foi é nóis saí, mas não tem importância

Ela disse pra mim, responde benzim essa minha pergunta;

Se nessa esfregança eu pegar a pança nóis dois se ajunta?

Essa moça caipira uma hora me pira quando abre a boca;

Fala zóio e zuvido pra mim tem sentido é um dizer de cabocla;

Essa convivência já deu influência no meu português;

Vejam só como pode eu já falo pra mode, caipirei de vez.

Eu gosto da linguagem, toda caipiragem dessa caboclinha;

Mesmo falando errado eu não estou preocupado, ela é minha rainha;

Sobre a pergunta dela apertou a fivela, mas vou responder;

Se vier um filhinho já tem um cantinho pra juntos viver.