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MODELAÇÃO MATEMÁTICA: FUNÇÕES APLICADAS AO ENSINO MÉDIO Adriano Staiger Bressan 1 Atualmente, nos mais diversos níveis de ensino, pode-se constatar o crescimento do número de pesquisas que tratam das questões de ensino e aprendizagem da Matemática, muitos dos quais visam superar os desafios que se apresentam na Educação Básica. Dentre distintas tendências optou-se pela Modelagem Matemática como alternativa pedagógica para o ensino de Matemática. Tendo como tema central "Modelação Matemática: Funções Aplicadas ao Ensino Médio”, o presente artigo propõe metodologia alternativa que possibilite a aproximação entre teoria e prática, alicerçada na modelação matemática, na contextualização do ensino e no desenvolvimento de conceitos matemáticos significativos para os alunos do Ensino Médio. Palavras-chave: Educação Matemática. Modelagem Matemática. Ensino de Matemática. Nowadays, in the most different levels of education. We can certify the raise of researches that deal with subjects of Math’s teaching and learning, in the most of them the aim is to overcome the challenges of Basic Education. Among other trends it was decided to Modeling Mathematical as a pedagogic alternative for the teaching of Math.  Mathematical Modeling: Functions applied to the High School is the subject of this article which suggests a alternative methodology which allows the approach between theory and practice, based on mathematical modeling , in the context of education and the development of meaningful mathematical concepts to students  who study in High School.. Keywords: Mathematics Education. Mathematical Modeling. Teaching Math. 1  Professor da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. 1

MODELAÇÃO MATEMÁTICA: FUNÇÕES APLICADAS AO ENSINO … · MODELAÇÃO MATEMÁTICA: FUNÇÕES APLICADAS AO ENSINO MÉDIO Adriano Staiger Bressan1 Atualmente, nos mais diversos

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MODELAÇÃO MATEMÁTICA:

FUNÇÕES APLICADAS AO ENSINO MÉDIO

Adriano Staiger Bressan1

Atualmente, nos mais diversos níveis de ensino, pode­se constatar o crescimento do número de pesquisas que tratam das questões de ensino e aprendizagem da Matemática, muitos dos quais visam superar os desafios que se apresentam na Educação Básica. Dentre distintas tendências optou­se pela Modelagem Matemática como alternativa pedagógica para o ensino de Matemática. Tendo   como   tema   central   "Modelação   Matemática:   Funções   Aplicadas   ao   Ensino   Médio”,   o presente artigo propõe metodologia alternativa que possibilite a aproximação entre teoria e prática, alicerçada na modelação matemática,  na contextualização do ensino e no desenvolvimento de conceitos matemáticos significativos para os alunos do Ensino Médio.

Palavras­chave: Educação Matemática. Modelagem Matemática. Ensino de Matemática.

Nowadays, in the most different levels of education. We can certify the raise of researches that deal with subjects of  Math’s teaching and  learning,   in  the most of  them the aim is to overcome the challenges of Basic Education. Among other trends it was decided to Modeling Mathematical as a pedagogic alternative for the teaching of Math.   Mathematical Modeling: Functions applied to the High School is the subject of this article which suggests a alternative methodology which allows the approach   between   theory   and   practice,   based   on   mathematical   modeling   ,   in   the   context   of education and the development of meaningful mathematical concepts to students   who study  in High School..

Keywords: Mathematics Education. Mathematical Modeling. Teaching Math.

1 Professor da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná.

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I INTRODUÇÃO

No início do terceiro milênio, o homem, com o auxílio das ciências,  tem 

conseguido produzir medicamentos cada vez mais eficazes, retirando das plantas 

seus princípios ativos e utilizando­os em muitas produções científicas, desde a 

fabricação de vacinas até a produção de armas biológicas através da manipulação 

de   vírus   e   bactérias.   O   homem,   durante   todo   seu   processo   de   evolução   e, 

principalmente  a  partir   da   invenção  da  escrita,  há  aproximadamente  cinco  mil 

anos, vem criando ferramentas para tornar sua vida mais fácil. Em pleno século 

XXI nos deparamos com sofisticadas máquinas de automação,  com processos 

cirúrgicos   impensados   em   décadas   passadas,   nos   impressionamos   com   as 

descobertas a cerca do cosmos e nos surpreendemos com o avanço da genética 

e seus processos de clonagem.

A   pesar   de   todo   esse   avanço,   muitos   alunos   das   escolas   públicas   do 

Estado do Paraná têm dificuldades de conceber significativamente o conceito de 

função e compreender a origem das fórmulas apresentadas nos livros didáticos e 

paradidáticos. Dentro deste contexto, busca­se utilizar a modelação como método 

de ensino com o intuito de facilitar o processo de aprendizagem das funções no 

Ensino Médio.

A Matemática contribui  de  forma significativa na  formação do educando, 

visando seu pleno desenvolvimento como pessoa, seu preparo para o exercício da 

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cidadania e sua qualificação para o trabalho.   A Matemática pode ser concebida 

como instrumento de análise, interpretação de dados e resolução de problemas, a 

qual os auxiliará  na tomada de decisão em suas respectivas áreas de atuação 

profissional.

D'AMBROSIO refere­se à Educação afirmando que

A educação ainda se mantém naquele estilo  velho; ainda se mantém com   aquele   paradigma   que   se   estabeleceu   no   tempo   de   Newton, segundo o qual para aprender é necessário que se seja ensinado e que ensino tem como conseqüência aprendizagem. E esse paradigma, que coloca ensino ocasionando aprendizagem, é obviamente alguma coisa que  está   superada.   Sabemos  que  a  aprendizagem se   dá   de   muitas formas e não em conseqüência direta do ensino, e que, igualmente, o ensino   se   faz   de   muitas   formas   e   não   daquele   estilo   tradicional "professor e aluno", "um expositor e aquele que está  assistindo", mas atinge dimensões até impossíveis de se imaginar. (1997, p.09) 

Nesse sentido, cabe ao professor o papel de dialogar, de fazer­se presente 

nas descobertas do educando, participando efetivamente de suas dificuldades e 

realizações e não apenas ser o mero transmissor dos conteúdos historicamente 

acumulados. O professor deve ter em mente que aprender não é simplesmente 

memorizar, estocar informações, mas reestruturar o sistema pelo qual o educando 

compreende o mundo que o cerca, podendo transformá­lo.

Contudo, as atividades cotidianas dos professores, de um modo geral, têm 

se mostrado, no mínimo, limitadas. As aulas são engendradas para atender alunos 

anônimos, sem se respeitar à idiossincrasia de cada um. O professor é levado a 

crer que houve aprendizagem pela simples anotação da aula por parte dos alunos.

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Nesse contexto, pode­se afirmar que cada aluno, com sua maneira própria 

de ver, sentir e reagir, vivencia a aula de forma diferente, de onde pode­se concluir 

que o professor deve engendrar suas aulas a partir das concepções dos alunos, 

através   do   diálogo   e   da   avaliação   contínua   aproximar,   paulatinamente,   os 

conhecimentos dos alunos dos conhecimentos científicos.

Para tanto, deve­se encontrar um ponto de entrada no sistema cognitivo do 

aluno,  desestabilizando­o  e   reorganizando­o  com  ferramentas  adequadas  para 

torná­lo   equilibrado,   estabelecendo   assim   um   método   dialético   embasado   no 

conceito de zona de desenvolvimento proximal que, segundo VIGOTSKY,

é  a distância  entre o nível  de desenvolvimento real,  que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento   potencial,   determinado   através   da   solução   de problemas   sob   a   orientação   de   um   adulto   ou   em   colaboração   com companheiros mais capazes (1989, p. 97).

Espera­se que, através do trabalho em grupo, da resolução de situações 

problemas, das pesquisas teóricas ou de campo, com o auxílio do professor, do 

diálogo   diuturno,   da   modelação   matemática   e   situações   contextualizadas,   se 

encontre vasto campo que propiciará a aprendizagem significativa dos conteúdos 

matemáticos.

Na visão de BASSANEZI,

Modelagem   Matemática   é   um   processo   dinâmico   utilizado   para   a obtenção   e   validação   dos   modelos   matemáticos.   É   uma   forma   de 

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abstração e generalização com a finalidade de previsão de tendências. A modelagem consiste, essencialmente, na arte de transformar situações da   realidade   em   problemas   matemáticos   cujas   soluções   devem   ser interpretadas na linguagem usual (2002, p.24).

Nessa perspectiva, a modelagem é uma ferramenta importante que fornece 

aproximações da realidade e pode ser aplicada em sala de aula “com a intenção  

de estimular alunos e professores de matemática a desenvolverem suas próprias  

habilidades como modeladores” (BASSANEZI, 2002, P.25).

No Curso em pauta, os educandos, na maioria das vezes, não conseguem 

relacionar o conteúdo matemático estudado no colégio, durante a vida acadêmica, 

com os problemas do dia­a­dia e podem passar a acreditar que as regras de três, 

simples e composta, a porcentagem e as conversões de unidades são os únicos 

assuntos  importantes  para a vida.  Talvez  isso se deva à   forma como se vem 

trabalhando o ensino da Matemática,  com situações problemas pré­concebidas 

recheadas   de   fórmulas   e   expressões   algébricas   prontas,   em   que   os   alunos 

decoram a  solução e   resolvem somente  as  situações  similares  e   fictícias  nas 

provas,  sentindo  dificuldades em aplicar  os  conteúdos matemáticos  no  âmbito 

acadêmico   ou   profissional,   aumentando   a   probabilidade   de   torná­los 

desestimulados, desinteressados e até mesmo com aversão à Matemática.

Para reverter esse quadro, deve­se trabalhar os conteúdos matemáticos de 

forma contextualizada, integrando o educando e seu cotidiano e, para tanto, se 

emprega a modelação matemática como metodologia  alternativa e delineadora 

das atividades. 

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A atuação do autor, como docente na educação básica, em nível médio, 

tornou possível a constatação, através de experiências e de diálogos com outros 

professores,  de que o ensino de Matemática,  neste curso,  necessitava de um 

redirecionamento metodológico que pudesse contribuir para levar o educando a 

desenvolver   a   capacidade  de   interpretar   e   analisar   as   situações   com  que   se 

depara ao longo de sua vida acadêmica e na futura vida profissional.

Baseado nas afirmações anteriores, acredita­se que chegou o momento de 

inovar, de instigar os alunos a serem perquiridores, a resolverem problemas reais, 

ou   seja,   que   partem   da   observação   da   realidade,   que   requerem   suporte 

matemático, nos quais as fórmulas são engendradas a partir da coleta de dados, 

da observação, da generalização, da abstração, e a solução tenha um significado 

real   para   o   acadêmico,   fazendo­o   perceber   quão   valiosa   é   a   ferramenta 

matemática.

II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente artigo resulta de um projeto engendrado para atender os cursos 

de   nível  médio,   os  quais   fazem   parte   da  Educação  Básica.  O  Ensino  Médio 

apresenta um programa a ser cumprido, portanto,  faz­se necessária uma nova 

estratégia   de   ensino­aprendizagem:   a   Modelação   Matemática.   Para   melhor 

compreender   o   tema   abordado   serão   apresentadas   perspectivas   de   Modelo 

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Matemático, Modelagem Matemática e Modelação Matemática, as quais servem 

de supedâneo de todo o trabalho.

O homem, por meio da educação, a qual visa seu pleno desenvolvimento, 

para  dominar  a  natureza e  os  meios  de  produção dentro  de  uma perspectiva 

sustentável,  deve conhecer e entender a realidade circundante, para tanto cria 

modelos que parecem buscar a formalização do universo, através de meios de 

expressões controláveis, simplificadas e inteligíveis do mundo, as quais permitem 

apresentar características essenciais de um domínio ou campo de estudo.

CAPRA, sobre ciência e modelo, afirma que

O que torna a ciência tão bem­sucedida é a descoberta de que podemos utilizar   aproximações.   Se   nos   satisfizermos   com   uma   ‘compreensão’ aproximada da natureza,  podemos descrever  grupos selecionados de fenômenos, negligenciando outros que se mostrem menos relevantes. Assim,  podemos explicar  muitos  fenômenos em  termos de poucos e, conseqüentemente,   compreender   diferentes   aspectos   da   natureza   de forma aproximada sem precisar entender tudo ao mesmo tempo. Esse é o   método   científico:   todas   as   teorias   e   modelos   científicos   são aproximações da verdadeira natureza das coisas; o erro envolvido na aproximação   é,   não   raro,   suficientemente   pequeno   para   tornar significativa essa aproximação. (1983, p. 215)

Portanto, um modelo é uma criação cultural e histórica, um "mentefato", o 

qual  representa um quadro da realidade com algumas de suas características, 

com   o   propósito   de   torná­las   descritíveis   qualitativa   e   quantitativamente   e, 

algumas vezes,  observáveis.  A  existência  de  modelos  se  dá  à  medida  que o 

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homem se  depara  com suas  próprias   limitações  na   tentativa  de  descrever  os 

objetos de seu estudo com perfeição.

Pode­se   dizer   que   um   modelo   é   uma   imagem   do   objeto   real,   e   essa 

imagem pode ser elaborada por meio de formalismos matemático, fenomenológico 

ou conceitual, e por ser simplificada permite testar hipóteses, inferir conclusões, 

buscar   generalizações   e   particularizações   através   da   indução   e   dedução.   É 

necessário frisar que por meio do modelo busca­se entendimento mais completo 

da realidade.

De  acordo   com GIBAS  &   JAMBECK  (2001,  p.  27)   “um modelo   é   uma 

maneira abstrata de descrever um sistema complicado”. Na tentativa de conhecer 

melhor   os   fenômenos   naturais,   de   saber   o   que   permanece   constante   numa 

transformação não linear ­ de conhecer a si mesmo ­ o homem procura sempre 

uma  maneira   de   simplificar   as   coisas,   uma   forma  de   facilitar   a   vida  e  nessa 

procura   elabora   modelos   que   o   permitem   analisar,   de   forma   simplificada,   a 

situação em questão e buscar soluções adequadas para os problemas em estudo. 

Para  BASSANEZI   (2002,  p.  20)   “Modelo  matemático  é   um conjunto  de 

símbolos  e   relações  matemáticas  que   representam de  alguma  forma o  objeto 

estudado”.

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E para GRANGER2,  citado por BIEMBENGUT (2000, p.11),  ”o modelo é 

uma imagem que se  forma na mente, no momento em que o espírito racional 

busca  compreender  e  expressar  de   forma  intuitiva  uma sensação,  procurando 

relacionar com algo já conhecido, efetuando deduções”.

Sob   esse   ponto   de   vista,   BIEMBENGUT   (1999,   p.   20)   define   Modelo 

Matemático como “um conjunto de símbolos e relações matemáticas que traduz, 

de alguma forma, um fenômeno em questão ou um problema de situação real”.

De modo geral, pode­se inferir, embasado nos conceitos abordados, que 

Modelo Matemático é a criação de um quadro virtual que representa a realidade, 

e,   ao   processo   de   obtenção   de   um   modelo,   dá­se   o   nome   de   modelagem 

matemática. 

De acordo com BIEMBENGUT (1999, p. 20) "matemática e realidade são 

dois conjuntos disjuntos e a modelagem é um meio de fazê­las interagir”. Pode­se 

entender que essa interação é o elemento de ligação entre o mundo observável e 

a teoria que o representa. Na tentativa de explicar os fenômenos em estudo o 

modelo   reduz   a   magnitude   e   a   complexidade   dos   fatos   reais,   organiza­os, 

permitindo   a   visão   da   realidade   através   de   sistemas   interligados,   construindo 

teorias e leis que fornecem a lógica necessária para a sua explicação.

2 GRANGER, Gilles­Gaston. A razão.2. ed. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1969.

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Neste projeto, os modelos matemáticos serão utilizados numa perspectiva 

metodológica,   a   qual   possibilitará   o   aluno   de   ter   melhor   compreensão   da 

Matemática e de sua importância como ciência. Por meio de modelos matemáticos 

espera­se ser possível trabalhar a disciplina de Matemática de forma significativa 

para o aluno, e  fazê­lo perceber que, a Matemática, além de contribuir  com o 

desenvolvimento do raciocínio lógico, ela é aplicada na solução dos mais diversos 

problemas cotidianos e acima de tudo, está ao alcance de todos.

A   Modelagem   Matemática,   presente   no   engendramento   das   teorias 

científicas,   é   o   processo   de   escolher   características   que   descrevam 

adequadamente um problema, colocando­o numa linguagem matemática. É  um 

processo   interativo   em   que   o   estágio   de   validação   freqüentemente   leva   a 

diferenças entre predições baseadas no modelo e na realidade. É o processo que 

envolve a obtenção de um modelo que facilitará a analise da questão abordada, 

resolvendo­a   ou   tornando­a   mais   simples,   de   modo   a   se   poder   estudá­la, 

buscando a compreensão dos diversos fatores que a compõem.

D’AMBRÓSIO (1986, p. 65) define Modelagem como ”o processo mediante 

o qual se definem estratégias de ação”, e nesse caminhar é importante ressaltar 

que o indivíduo é parte integrante e ao mesmo tempo, observador da realidade. 

Ele   recebe  informações da situação apresentada e busca,  através da  reflexão 

contínua, a representação dessa situação para se chegar ao modelo e fazer uma 

análise global da realidade na qual tem sua ação, definindo estratégias de ação 

para criar o próprio modelo.

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A Modelagem matemática é um processo dinâmico de busca de modelos 

adequados, e para BIEMBENGUT

é  o processo que envolve a obtenção de um modelo.  Este sob certa ótica, pode ser considerado um processo artístico,  visto que, para se elaborar um modelo, além de conhecimento apurado de matemática, o modelador deve ter uma dose significativa de intuição e criatividade para interpretar o contexto, saber discernir que conteúdo matemático melhor se   adapta   e   também   ter   senso   lúdico   para   jogar   com   as   variáveis envolvidas. (1999, p. 20)

Destarte, BIEMBENGUT propõe que a modelagem é  um artifício que faz 

interagir dois conjuntos disjuntos: matemática e realidade.

Os autores supracitados se referem à  Modelagem Matemática como um 

processo que traduz, de forma aproximada, o fenômeno observado no mundo real 

para a linguagem matemática. Mas para que isso ocorra, alguns procedimentos 

devem ser realizados. BIEMBENGUT agrupa e identifica esses procedimentos em 

três etapas, subdivididas em seis subetapas. 

1ª etapa: Interação

a) reconhecimento da situação­problema;

b) familiarização com o assunto.

É  a  etapa em que se  define o assunto  a ser  estudado,  delineando­o e 

pesquisando­o em livros, revistas, internete, entre outros, bem como através de 

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dados   obtidos   junto   a   especialistas   da   área.   O   objetivo   é   tornar   a   situação 

problema cada vez mais clara e definida.

2ª etapa: Matematização

a) formulação do problema – hipótese;

b) resolução do problema em termos do modelo.

É   uma   fase   complexa   e   com   muitos   desafios,   em   que   a   intuição,   a 

criatividade e a experiência de vida são elementos indispensáveis no processo de 

tradução da situação problema para a linguagem matemática.

Para   formular   e   validar   as   hipóteses   BIEMBENGUT   (1999)   considera 

necessário:

a)   classificar   as   informações   (relevantes   e   não   relevantes) 

identificando fatos envolvidos;

b)   decidir   quais   os   fatores   a   serem   perseguidos   ­   levantando 

hipóteses;

c) identificar constantes envolvidas;

d) generalizar e selecionar variáveis relevantes;

e) selecionar símbolos apropriados para as variáveis;

f) descrever essas relações em termos matemáticos.

A   segunda   etapa   culmina   com   a   obtenção   de   um   modelo   que   leve   a 

solução ou permita a dedução de uma solução, mesmo que de forma aproximada. 

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3ª etapa: Modelo Matemático

a) interpretação da solução;

b) validação.

Para  finalizar  é  necessário  verificar  até  que ponto o modelo encontrado 

satisfaz a situação problematizada. Caso o modelo não atenda às necessidades 

que   o   geraram,   o   processo   deve   ser   retomado   a   partir   da   segunda   etapa, 

reorganizando­a.

O  diagrama  a  seguir,   proposto  por  BIEMBENGUT  (1999),   representa  o 

processo.

Figura 1 – Dinâmica da modelagem matemática. (1999, p. 23)

Esse esquema é um guia de possíveis caminhos para a construção de um 

modelo   matemático,   contudo   não   é   suficiente   para   efetivar   a   construção   do 

modelo,   pois   a   modelagem   é   uma   arte   que   envolve,   além   de   habilidades, 

experiência e sensibilidade lógica matemática.

13

O esquema supracitado do processo de Modelagem Matemática proposto 

por  BIEMBENGUT,  deve   ser   alterado  para  que   seja   aplicado  em  cursos  que 

apresentem um  programa   a   ser   cumprido,   como   é   o   caso  do   Ensino   Médio, 

levando­se em consideração a ementa da disciplina, a disponibilidade dos alunos 

para desenvolverem atividades extraclasse, entre outros não excludentes, e ao 

novo método que satisfaz as prerrogativas acima dá­se o nome de Modelação 

Matemática, que é objeto deste estudo.

Modelação   Matemática   é   o   método   que,   alicerçado   na   Modelagem, 

desenvolve   os   conteúdos   matemáticos   por   meio   da   análise   e   da   criação   de 

modelos  em cursos  regulares,  como o Ensino  Médio.  Com a possibilidade de 

relacionar outras áreas do conhecimento humano com a Matemática, bem como a 

Matemática com ela própria, pode despertar o interesse do aluno à medida que se 

apresenta como ferramental de aplicabilidade prática do cotidiano.

O   processo   contribui   de   forma   decisiva   na   apreensão   dos   conceitos 

matemáticos,   no   desenvolvimento   de   habilidades   para   resolver   problemas   e 

estimula a criatividade do aluno,  sendo  tão  importante à  obtenção do modelo, 

como   o   caminhar   pelas   etapas   de   onde   vão   emergindo   os   conteúdos 

matemáticos.

Novamente, de acordo com BIEMBENGUT (2000), esta técnica de ensino, 

Modelação Matemática, abrange cinco momentos, os quais serão apresentados 

na   seqüência:   diagnóstico;   escolha   do   tema   ou   modelo   matemático; 

14

desenvolvimento do conteúdo programático; orientação de modelagem; avaliação 

do processo.

a) Diagnóstico: 

É o levantamento do perfil da turma, com os dados socioeconômicos dos 

alunos,   suas   metas   e   objetivos,   o   tempo   de   estudo   disponível   para   o 

desenvolvimento  de  atividades  extraclasse,  o   turno,  em  fim,  as  características 

determinantes do planejamento e dinâmica das aulas.

b) Escolha de um tema ou modelo matemático:

O professor pode sugerir  temas abrangentes que desperte  interesse dos 

alunos e sobre o qual, de certa maneira, seja fácil obter dados e informações. Os 

alunos   também   podem   participar   da   escolha   do   tema   para   se   tornarem 

participantes   do   processo   e   co­responsáveis   pelo   processo   de   ensino­

aprendizagem.

c) Desenvolvimento do conteúdo programático:

Esta fase é semelhante à do processo de modelagem, não esquecendo que 

agora existe um conteúdo programático e que cabe ao professor fazê­lo fluir a 

partir do tema. Para tanto, o professor deve seguir as mesmas etapas e subetapas 

15

do processo de modelagem, acrescentando o conteúdo matemático necessário ao 

desenvolvimento do modelo procurado.

BIEMBENGUT (2000) apresenta a Figura 2 mostrando o desenvolvimento 

do conteúdo programático que ilustra o processo.

Figura 2 – Desenvolvimento do conteúdo programático. (2000, p.22)

d) Orientação de modelagem:

Tendo como objetivo primeiro fazer modelos matemáticos, o professor deve 

criar condições que levem os alunos a essa autonomia, incentivando a pesquisa, 

promovendo   a   habilidade   em   formular   e   resolver   problemas,   despertando   a 

criatividade.   Para   orientar   e   acompanhar   os   alunos   no   desenvolvimento   do 

trabalho, o professor deve fazer um planejamento que leve em consideração o 

número  de  horas­aula  da  disciplina  e  as  etapas  propostas  por  BIEMBENGUT 

(2000), que estão representadas na Figura 3.

16

Figura – 3: Dinâmica da modelagem matemática no ensino. (2000,p.26)

Para   tanto,   o   professor   deve   prover   um   ambiente   com   liberdade   e 

descontração, estimulando a participação no grupo no qual o aluno está inserido, 

sem se esquecer de incentivar criatividade individual. Desta forma, poderá obter 

resultados satisfatórios em relação ao aprendizado de Matemática.

e) Avaliação do processo:

É fundamental que o professor adote uma teoria de avaliação que leve em 

conta a mensuração do aprendizado do aluno. Essa avaliação pode ser objetiva, 

através de provas, exercícios e trabalhos, ou subjetiva, embasada na observação 

do professor. A avaliação deve ser entendida, também, como um instrumento de 

17

análise   do   trabalho   do   professor,   permitindo   o   seu   redirecionamento,   se 

necessário.

O   professor   não   deve   usar   um   único   instrumento   de   avaliação,   por 

exemplo, a aplicação de provas. No processo de avaliação pode ser solicitado um 

trabalho   de   modelagem   matemática   em   grupo   e,   durante   a   execução   desse 

trabalho em sala, o professor deve ficar atento à qualidade dos questionamentos 

por parte dos alunos, suas discussões e decisões sobre a natureza do problema 

levantado, deve observar e orientar os alunos na obtenção dos dados necessários 

sobre o problema a ser modelado, instigar a elaboração de modelos matemáticos 

e oportunizar  aos alunos a  interpretação das soluções  fornecidas pelo modelo 

encontrado.

III SITUAÇÃO PROBLEMA

1. O CUSTO UNITÁRIO BÁSICO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O CUB, custo unitário básico, é o principal indicador do setor da construção, 

ele é calculado mensalmente pelos Sindicatos da Indústria da Construção Civil de 

todo o país e estima o custo final do metro quadrado de construção. 

18

Esse índice determina o custo global da obra para fins de cumprimento do estabelecido na lei de incorporação de edificações habitacionais em condomínio, assegurando aos compradores em potencial um parâmetro comparativo à  realidade dos custos. Atualmente, a variação percentual mensal do CUB tem servido como mecanismo de reajuste de preços em contratos de compra de apartamentos em construção e até mesmo como índice setorial.3

A Tabela 1 apresenta o CUB aferido nos meses de janeiro de cada ano.

Tabela 1: CUB estimado no mês de janeiro de cada ano

Ano CUB2002 R$ 579,002003 R$ 648,002004 R$ 737,002005 R$ 803,002006 R$ 851,002007 R$ 888,00

Fonte: Adaptado do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do 

Paraná4

Analisando a Tabela 1 e utilizando uma régua construa o gráfico que a 

representa. Escreva a equação de uma função que se ajusta aos resultados.

Solução:

Inicialmente constrói­se o Gráfico 1, em seguida traça­se uma reta de tal 

modo que ela se aproxima ao maior número de pontos possíveis, como ilustra o 

Gráfico 2. 

3  Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná,  disponível em < http://www.sinduscon­pr.com.br>, acesso em 22 de janeiro de 2008. 4 Ibidem.

19

Gráfico 1:  CUB estimado no mês de janeiro de cada ano

CUB 

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

0 1 2 3 4 5 6 7Tempo em anos

Custo

 esti

mad

o em

 reai

s

Gráfico 2: Reta que se ajusta aos pontos dados

20

Atente­se para o fato de a reta escolhida passar pelos pontos (2; 648) e (6; 

888), o que nos permite escrever a equação da reta que passa por dois pontos, 

mas antes vamos fazer a demonstração da fórmula da equação da reta que passa 

por dois pontos conhecidos, neste caso, A(Xa, Ya) e B(Xb, Yb). 

Gráfico 3: Reta que passa por dois pontos

O ponto C (X, Y) é um ponto qualquer à reta AB .

Por   semelhança   de   triângulos   temos:   Δ ABE ~   ΔBCD ,   de   onde 

escrevemos: 

CDBD

=AEBE

Y−YbX−Xb

=Ya−YbXa−Xb , multiplicando os dois lados da igualdade por (X ­ Xb), 

temos:

21

Y−Yb =Ya−YbXa−Xb X−Xb c.q.d.

Para encontrarmos a equação da reta que passa pelos pontos B (2; 649) e 

A (6; 888) devemos substituir os pontos dados na equação da reta, assim temos:

B 2; 648

A 6; 888

¿ }¿

¿⇒Y−Yb=Ya−YbXa−Xb X−Xb ¿

Y−648=888−6486−2 X−2

Y−648=2404 X−2

Y−648=60 X−2 , pela propriedade distributiva, temos:

Y−648=60X−120 ,   acrescentando   648   em   ambos   os 

lados, temos:

Y=60X528 ,   para   que   a   fórmula   expresse   o   CUB 

representado por Y em função do ano, representado por X, devemos substituir X 

por (X ­ 2001), assim, temos:

Y=60 X−2001528

22

Validação

Para   validar   o   modelo   encontrado   pode­se   construir   a   Tabela   2, 

comparativa na qual consta o CUB fornecido pelo sindicato e o CUB estimado pela 

fórmula  Y=60 X−2001 528 .

Tabela 2: Tabela comparativa

Ano CUB Substituindo   X   na   função 

Y=60 X−2001528  temos:

CUB   estimado 

quando 

substituímos   X 

na   função 

encontrada.2002 R$ 579,00 x = 2002  ⇒   Y=60 2002−2001 528 R$ 588,002003 R$ 648,00 x = 2003  ⇒   Y=60 2003−2001 528 R$ 648,002004 R$ 737,00 x = 2004  ⇒   Y=60 2004−2001 528   R$ 708,002005 R$ 803,00 x = 2005  ⇒   Y=60 2005−2001 528 R$ 768,002006 R$ 851,00 x = 2006  ⇒   Y=60 2006−2001 528 R$ 828,002007 R$ 888,00 x = 2007  ⇒   Y=60 2007−2001 528 R$ 888,00

Observe que para os anos 2003 e 2008 tem­se: R$ 648,00 e R$ 888,00, 

respectivamente. Os valores são os mesmos na coluna do CUB dado e do CUB 

estimado, pois a reta escolhida passa por esses pontos.

23

CUB x CUB estimado

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Tempo em anos

R$

CUBCUB estimado

Em todos os casos, os valores estimados não diferem mais que cinco por 

cento do valor dado, como pode ser observado no gráfico comparativo, Gráfico 4, 

que ilustra a Tabela 2.

Gráfico 4: Gráfico comparativo entre o CUB fornecido e o CUB estimado 

pela função.

24

É   importante ressaltar, que mesmo se os dados iniciais  indicassem uma 

curva seria possível seccioná­la em duas ou mais retas restringindo o domínio 

adequadamente. Assim, ter­se­ia uma reta para cada  intervalo e uma equação 

para cada reta.

2. AJUSTE DE CURVAS USANDO TABELAS 

É comum encontrar nos jornais tristes reportagens sobre o número cada 

vez maior de acidentes de trânsito causados pelo consumo de bebidas alcoólicas. 

Em muitos casos ocorrem mutilações e danos irreversíveis, em outros, é fatal. O 

consumo de bebidas alcoólicas afeta o nosso organismo, como se pode observar 

na Tabela 3.

25

Tabela 3: Efeitos do álcool no corpo humano5. 

EFEITOS DO ÁLCOOLDose (g/l) Equivalente Efeitos0,2 a 0,3 1 copo de cerveja, 1 cálice 

pequeno de vinho.  

As funções mentais começam a ficar 

comprometidas.   A   percepção   da 

distância   e   da   velocidade   são 

prejudicadas.0,31 a 0,5 2   copos   de   cerveja,   1 

cálice grande de vinho.

O grau de vigilância  diminui,  assim 

como   o   campo   visual.   O   controle 

cerebral   relaxa,   dando   a   sensação 

de calma e satisfação.0,51 a 0,8 3 a 4 copos de cerveja. Reflexos retardados, dificuldades de 

adaptação da visão a diferenças de 

luminosidade;   superestimação   das 

possibilidades   e   minimização   de 

riscos; tendência a agressividade.0,81 a 1,5 Grandes   quantidades   de 

bebida alcoólicas.

Dificuldades   de   controlar 

automóveis;   incapacidade   de 

concentração   e   falhas   de 

coordenação neuromuscular.1,5 a 2 Grandes   quantidades   de 

bebida alcoólicas.

Embriaguez,   torpor   alcoólico,   dupla 

visão.> 2,1  Grandes   quantidades   de 

bebida alcoólicas.

Embriaguez   profunda;   coma 

alcoólico.Fonte: Adaptado de http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/etanol2.htm

5Adaptado de: http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/etanol2.htm, acesso em: 29 de janeiro de 2008.

26

Um grupo de especialistas, em laboratório, analisando a concentração de 

álcool   no   sangue   após   a   ingestão   da   bebida   “CORROSIVA”,   vulgarmente 

conhecida como derrete fígado, constatou que quanto maior é a ingestão, maior é 

a concentração de álcool. Os dados do estudo encontram­se na Tabela 4.

Tabela 4: Concentração de álcool no sangue em função da quantidade de 

bebida ingerida.

Consumo   da 

bebida   em 

mililitros (ml)

Concentração   observada   de   álcool 

(etanol) no sangue em gramas por litro 

(g/l)100 0,3170 0,4240 0,5380 0,7600 0,9

Fonte: Fictícia.

Analisando a Tabela 4 escreva a função linear que melhor se ajusta aos 

dados.

Solução:

Para   resolvermos   a   questão   utilizaremos   a   regressão   linear,   método 

estatístico utilizado para se estimar a condicional (valor esperado) de uma variável 

27

y, nesse caso a concentração de álcool (etanol) no sangue (g/l), dados os valores 

de x, consumo da bebida em mililitros.

Tabela 5: Correlação linear

x y x.y x2 y2

100 0,3 30 10000 0,09170 0,4 68 28900 0,16240 0,5 120 57600 0,25380 0,7 266 144400 0,49600 0,9 540 360000 0,81

∑ x=1490 ∑ y=2,8 ∑ x y=1024 ∑ = 6009002x ∑ y2=1,8

Média dos valores de x  ⇒    x=∑ xn

 

           x=14905

x=298

Média dos valores de y  ⇒    y=∑ yn

 

           y=2,85

y=0,56

28

Soma dos quadrados dos desvios de x  ⇒   Sxx=∑x2−∑x

2

n

Sxx=600900−1490

2

5

Sxx=600900−444020

Sxx=156880

Soma dos quadrados dos desvios de y  ⇒   Syy=∑ y2−∑ y

2

n

Syy=1,8−2,8

2

5

Syy=1,8−1,568

Syy=0,232

Soma dos quadrados dos desvios de xy  ⇒   Sxy=∑ xy−∑ x.∑ y

n

Sxy=1024−1490.2,8

5

Sxy=1024−834,4

Sxy=189,6

Cálculo do coeficiente angular a  ⇒   a=SxySxx

a=189,6156880

a=0,0012

Cálculo do coeficiente linear b  ⇒ b=y−a x

b=0,56−0,0012 . 298

29

b=0,2

Sendo  y=axb  a função linear, temos: 

y=0,0012x0,2

Cálculo do R­quadrado  ⇒   R2=Sxy

Sxx Syy

R2=189,6

156880 . 0,232

R2=189,6

36396,16

R2=189,6190,77

R2=0,9938

Importante: R­quadrado é um valor compreendido entre ­1 e 1. Quanto mais 

próximo de 1 ou de ­1 melhor é o ajuste. Em termos práticos considera­se um bom 

ajuste se ­1  ¿  R2  ¿  ­0,8 ou 0,8  ¿  R2  ¿  1.

                                         Figura 4: Indicador do ajuste de curvas.

30

Validação

Para  validar   a   fórmula  encontrada   construiremos  a  Tabela  6  na  qual   x 

representa o consumo da bebida em mililitros, y representa a concentração de 

etanol  observada na corrente sangüínea através dos exames  laboratoriais e y’ 

representa a concentração estimada de etanol pela fórmula encontrada.

Tabela 6: Tabela comparativa

x y Substituindo   x   na   função 

y=0,0012 x0,2  temos:

y'   estimado   quando 

substituímos   x   na 

função encontrada.100 0,3 x = 100  ⇒   y=0,0012 1000,2 y’ = 0,32170 0,4 x = 170  ⇒   y=0,0012 1700,2 y' = 0,404240 0,5 x = 240  ⇒   y=0,0012 2400,2   y' = 0,488380 0,7 x = 380  ⇒   y=0,0012 3800,2 y' = 0,656600 0,9 x = 600  ⇒   y=0,0012 6000,2 y' = 0,92

31

Gráfico comparativo: Concentração de etanol observada y versus concentração de etanol estamada y'

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

0 100 200 300 400 500 600 700

Consumo da bebida em ml

Conc

entra

çã o de

 eta

nol e

m g

/l na

   

corr

ente

 sang

üí nea

yy'

Gráfico 5: Gráfico comparativo ilustrativo

VISÃO CONCLUSIVA

Visando   contribuir   com   a   superação   dos   desafios   que   se   apresentam 

atualmente na Educação Básica, nos mais diversos níveis de ensino, o presente 

artigo  abordou  a  Modelagem Matemática  como  alternativa  pedagógica  para  o 

ensino   da   disciplina   de   Matemática   e   trouxe   a   lume   o   tema   "Modelação 

Matemática: Funções Aplicadas ao Ensino Médio”.

32

  Com supedâneo na modelação matemática, metodologia alternativa que 

possibilita a aproximação entre teoria e prática, na contextualização do ensino e 

no desenvolvimento de conceitos matemáticos significativos para os alunos do 

Ensino Médio, espera­se que aulas mais prazerosas possam ser engendradas, as 

quais devem objetivar sempre, a apropriação do saber Matemático pelos alunos 

das Escolas Públicas do Estado do Paraná.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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matemática: uma nova estratégia. São Paulo: Contexto, 2002, 389p.

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33

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