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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS UFG REGIONAL CATALÃO ESPECIALIZAÇÃO EM TRATAMENTO DE MINÉRIOS JULIANA ALIQUES DE OLIVEIRA SILVA MODELAGEM DO MOINHO DE BOLAS DE ROCHA FOSFÁTICA DA EMPRESA ANGLO AMERICAN FOSFATOS BRASIL UTILIZANDO A FERRAMENTA MOLY-COP TOOLS CATALÃO Maio, 2014

MODELAGEM DO MOINHO DE BOLAS DE ROCHA … · geral e no mundo do trabalho, ... é o valor real alimentado na usina 47 para 925 ... simulações de um moinho industrial alterando alguns

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – UFG

REGIONAL CATALÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM TRATAMENTO DE MINÉRIOS

JULIANA ALIQUES DE OLIVEIRA SILVA

MODELAGEM DO MOINHO DE BOLAS DE ROCHA FOSFÁTICA DA

EMPRESA ANGLO AMERICAN FOSFATOS BRASIL UTILIZANDO A

FERRAMENTA MOLY-COP TOOLS

CATALÃO

Maio, 2014

JULIANA ALIQUES DE OLIVEIRA SILVA

MODELAGEM DO MOINHO DE BOLAS DE ROCHA FOSFÁTICA DA

EMPRESA ANGLO AMERICAN FOSFATOS BRASIL UTILIZANDO A

FERRAMENTA MOLY-COP TOOLS

Orientador: Dr. André Carlos Silva

CATALÃO

Maio, 2014

Monografia apresentada ao

curso de pós-graduação em

Tratamento de Minérios da

Universidade Federal de Goiás

– UFG, como requisito parcial

para obtenção do título de

Especialista em Tratamento de

Minérios.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

BSCAC/UFG

JULIANA ALIQUES DE OLIVEIRA SILVA

MODELAGEM DO MOINHO DE BOLAS DE ROCHA FOSFÁTICA DA

EMPRESA ANGLO AMERICAN FOSFATOS BRASIL UTILIZANDO A

FERRAMENTA MOLY-COP TOOLS

Monografia apresentada ao curso de pós-graduação em Tratamento de Minérios da

Universidade Federal de Goiás – UFG, como requisito parcial para obtenção do título de

Especialista em Tratamento de Minérios.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Mauricio

Universidade

___________________________________________

Eleneci

Universidade federal d Goiás - UFG

___________________________________________

Dr. André Carlos Silva (ORIENTADOR)

Universidade Federal de Goiás – UFG

Aprovado em 23/05/2014

DEDICATÓRIA

Primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por estar sempre ao meu lado, me dando forças

para nunca desistir, e assim conseguir finalizar mais esta etapa da minha vida, o que seria de

mim sem a fé que eu tenho nele.

Aos meus pais: Gildete Aliques e Hernane Silvério, por sempre estarem do meu lado, me

respeitarem, pela formação, apoio, amor, amizade e incentivo que sempre me deram,

proporcionando caminhos para que tudo isto se realizasse.

A minha irmã: Gabriela Aliques, minha grande amiga das horas mais difíceis, por estar

sempre ao meu lado, e pelo tempo dedicado a me ajudar.

Aos meus familiares, que sempre depositaram confiança no meu trabalho e sempre me

apoiaram.

Ao Thiago de Paulo de Faleiros, meu companheiro de todas as horas, pelo apoio, pela força,

pela paciência, pelo tempo dedicado a me ajudar mesmo não podendo, pelo incentivo a

prosseguir quando achei que não poderia mais, por sempre estar ao meu lado me ajudando

para que tudo isto se realizasse.

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador professor Dr. André Carlos Silva, pela paciência, pelo apoio, pelo tempo

dedicado, pela partilha de conhecimento e pela competência na orientação deste trabalho.

Aos professores do curso de Especialização em Tratamento de Minérios em especial os

professores Elenice Maria Schons Silva e Maurício Guimarães Bergerman pelas presenças

na banca avaliadora deste trabalho.

A todos meus colegas de turma, pelo companheirismo, pelos auxílios prestados e amizade.

A empresa Anglo American Fosfatos Brasil nas pessoas dos engenheiros: Ângelo Pereira da

Silva Júnior, Lorene Rezende da Fonseca e Ricardo Antônio de Rezende, pela disposição das

informações necessários para a execução das simulações, propiciando o enriquecimento dos

meus estudos, pesquisas e uma melhor aprendizagem.

Ao Thiago de Paulo Faleiros, meu namorado, pelo respeito, tempo dedicado, paciência e

ajuda que foram imensuráveis para conclusão deste trabalho.

E a todos que colaboraram de alguma forma para a execução deste trabalho.

"A mineração é indispensável para a manutenção do nível de vida e avanço das sociedades

modernas em que vivemos é à base de uma indústria dinâmica capaz de transformar minério

em riqueza, contribuindo dessa forma para o progresso material, técnico-econômico e cultural

da população de um país. O grande desafio a ser enfrentado na busca de cumprir essa função é

o de se formar profissionais que sejam capazes de lidar com a rapidez da produção dos

conhecimentos científicos e tecnológicos e de sua transferência e aplicação na sociedade em

geral e no mundo do trabalho, em particular."

Adão Benvindo da Luz

RESUMO

A moagem é a última etapa da cominuição em uma usina de tratamento de minérios, e é

responsável por produzir partículas com tamanhos adequados através dos mecanismos de

fragmentação, compressão, impacto e cisalhamento, para a etapa de concentração. A moagem

é uma das etapas que mais requer atenção no beneficiamento mineral é nela onde ocorre o

maior consumo energético e requer os maiores investimentos. A moagem é considerada muito

importante para o desenvolvimento do restante do processo de concentração mineral, pois

quando o produto da moagem não atende as especificações gera produtos muito finos o que

significa uma perda significativa no processo e também alterações nas etapas subsequentes.

Este trabalho visa otimizar a moagem da usina 47 da empresa Anglo American Fosfatos

Brasil de Catalão - GO, através de simulações utilizando o programa Moly-Cop Tools e assim

melhorar sua eficiência energética e resultados. A partir dos dados de reais da moagem na

usina fornecidos pela empresa os mesmos foram lançados na planilha BALLPARAM_OPEN,

que se referem aos parâmetros estimados da moagem em escala de dados reais, gerando assim

os dados das funções de quebra e seleção, necessários para se efetuar as simulações. Em

seguinda, na planilha Ballsim_open que se refere à simulação de um circuito aberto de

moagem, onde foram executadas seis simulação inicialmente com os valores fixos variando

somente os valores referentes à alimentação. Em seguida mais seis simulações foram

executadas alterando somente a velocidade crítica mais seis alterando a % de enchimento e

finalizando com seis simulações alterando o tamanho de bolas. Os melhores resultados

observados, através destes grupos simulações indicam uma queda considerável de 0,86% no

valor do Wi operacional, quando se refere à alteração do valor da alimentação de 900 t/h que

é o valor real alimentado na usina 47 para 925 t/h, encontrando assim um melhor valor de Wi

operacional.

Palavras-chave: Moagem. Moly-Cop Tools. Simulação. Moinhos.

ABSTRACT

The grinding is the last stage of comminution in a mineral processing plant, responsible for

reducing particles in size by mechanisms of fragmentation, impact, compression, and shear.

Moreover, it is one of the stage that require greater focus due the more energy-consuming and

major investments requirements. The grinding is considered very important for the mineral

concentration process development because, when the product does not meet the

specifications, grinding generates very fine products that means a significant loss and changes

in further sequential steps. This work aims to optimize the 47 grinding mill of Anglo

American Phosphates Catalão-GO Company through simulations using the Moly-Cop Tools

optimization tools, and thereby improving energy consumption and grinding results. From

real data supplied by company, we were set up the simulation environment on Moly-Cop

Tools worksheets, and then obtained the general parameters of breakage and selection

functions. Initially, simulations were performed ranging factors such as feed size distribution,

critical velocity, filling rate, and ball size. The simulations results indicate a considerable

decrease of 0.86% in Wio value, changing the feeding charge of 900 t/h to 925 t/h.

Keywords: Grinding. Moly-Cop Tools. Simulation. Mills.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Moinho cilíndrico .................................................................................................... 19

Figura 2 - Moinho de bolas....................................................................................................... 19

Figura 3 - Moinho de barras ..................................................................................................... 23

Figura 4 - Volume de barras e partículas no moinho de barras ................................................ 25

Figura 5 - Moinho VERTIMIL da Metso .................................................................................. 28

Figura 6 - Representação esquemática de um moinho semiautógeno ...................................... 32

Figura 7 - Zonas de fraturamento em moinhos revolventes ..................................................... 39

Figura 8 - Moagem em regime de cascata ................................................................................ 39

Figura 9 - Moagem em regime de catarata ............................................................................... 40

Figura 10 - Tipos de revestimento ............................................................................................ 41

Figura 11 - Revestimento de aço .............................................................................................. 42

Figura 12 - Revestimento de borracha ...................................................................................... 43

Figura 13 - Revestimento combinado ....................................................................................... 44

Figura 14 - Circuito aberto ....................................................................................................... 50

Figura 15 - Ciruito fechado direto ............................................................................................ 51

Figura 16 - Circuito fechado reverso ........................................................................................ 51

Figura 17 - Circuito fechado misto ........................................................................................... 51

Figura 18 - Circuito AG/SAG em estágio único ...................................................................... 52

Figura 19 - Circuito AG/SAG - Bolas ...................................................................................... 52

Figura 20 - Distribuição das partículas nas várias faixas granulometricas após cada evento de

quebra ....................................................................................................................................... 56

Figura 21 - Planilha "Data File" .............................................................................................. 60

Figura 22 - Planilha "Control_Panel" ...................................................................................... 60

Figura 23 - Planilha Data_File_BallParam_Open ................................................................... 61

Figura 24 - Planilha Data_File_Control_Panel ....................................................................... 62

Figura 25 - Planilha Data_File_BallSim_Open........................................................................ 63

Figura 26 - Planilha Flowsheet ................................................................................................. 63

Figura 27 - Planilha Reports ..................................................................................................... 64

Figura 28 - Definição dos parametros do modelo ................................................................... 65

Figura 29 - Modelo das simulações do moinho de bolas da usina 47 ...................................... 67

Figura 30 - Gráfico da granulometria das alimentações variadas no moinho da usina 47 ....... 68

Figura 31 - Gráfico das saidas simuladas variando a alimentação ........................................... 69

Figura 32 - Gráfico da granulometria variando a velocidade critica no moinho da usina 47 .. 70

Figura 33 - Gráfico das saidas simuladas variando a velocidade critica .................................. 72

Figura 34 - Gráfico da granulometria variando a porcentagem de enchimento no moinho da

usina 47.... ....................................................................................................................... ..........74

Figura 35 - Gráfico das saidas simuladas variando a porcentagem de enchimento ................. 75

Figura 36 - Gráfico da granulometria variando o tamanho de bolas ........................................ 77

Figura 37 - Gráfico das saidas simuladas variando o tamanho de bolas .................................. 78

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Moinho de bolas - Tipos e características ............................................................... 22

Tabela 2 - Moinho de barras - Tipos e características .............................................................. 26

Tabela 3 - Sumária da evolução de moagem com os circuitos AG/SAG ................................. 30

Tabela 4 - Peso (Kg/m) de barras em diversos diâmetros ........................................................ 37

Tabela 5 - Arranjos de descarga ............................................................................................... 46

Tabela 6 - Principais circuitos de moagem ............................................................................... 53

Tabela 7 - Valores de alpha ...................................................................................................... 65

Tabela 8 - Valores de beta ........................................................................................................ 66

Tabela 9 - Valores fixos dos parametres reais de moagem no moinho da usina 47 ................. 66

Tabela 10 - Valores que variam nas simulações do moinho da usina 47 ................................. 66

Tabela 11 - Granulometria das variaçoes da alimentação no moinho da usina 47 ................... 67

Tabela 12 - Saidas simuladas varando a alimentação no moinho da usina 47 ......................... 68

Tabela 13 - Granulometria das variações de velocidade critica no moinho da usina 47 .......... 70

Tabela 14 - Saidas simuladas variando a velocidade critica do moinho da usina 47 ............... 71

Tabela 15 - Granulometria das variações de porcentagem de enchimento no moinho da usina

47 .............................................................................................................................................. 73

Tabela 16 - Saidas simuladas variando a porcentagem de enchimento no moinho da usina 47

.................................................................................................................................................. 74

Tabela 17 - Grabulometria das variações de tamanhos de bolas no moinho da usina 47 ........ 76

Tabela 18 - Saidas simuladas variando o tamanho de bolas no moinho da usina 47 ............... 77

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13

2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 14

2.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 14

2.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 14

3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 15

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 16

4.1 Cominuição ...................................................................................................................... 16

4.2 Moagem ........................................................................................................................... 17

4.3 Principais tipos de moinhos tubulares de carga cedente ................................................. 18

4.3.1 Moinho de bolas ....................................................................................................... 19

4.3.2 Moinho de barras ...................................................................................................... 23

4.3.3 Moinho vertical ........................................................................................................ 26

4.3.4 Moinhos autógenos (AG) e semiautógenos (SAG) .................................................. 29

4.4 Alimentadores de moinhos .............................................................................................. 33

4.5 Corpos moedores ............................................................................................................. 34

4.6 Regimes de operação do moinho ..................................................................................... 38

4.7 Revestimentos .................................................................................................................. 40

4.8 Tipos de descarga ............................................................................................................ 45

4.9 Carga circulante ............................................................................................................... 47

4.10 Circuitos de moagem ..................................................................................................... 48

4.11 Modelagem de moinhos ................................................................................................ 54

5. METOLOGIA ..................................................................................................................... 56

6. RESULTADOS E DISCUÇÕES ....................................................................................... 65

6.1 Simulações variando a alimentação ................................................................................ 67

6.2 Simulações variando a velocidade critica ........................................................................ 70

6.3 Simulações variando a porcentagem de enchimento ....................................................... 73

6.4 Simulações variando o tamanho de bolas ....................................................................... 76

7. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 79

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 81

9. ANEXOS ............................................................................................................................. 82

13

1. INTRODUÇÃO

A moagem é uma das operações mais importantes no processo de beneficiamento

mineral, pois é a partir dela que se define a granulometria que alimentará as etapas seguintes.

Outro ponto a ser observado é que a área da fragmentação que requer maiores investimentos,

sendo o gasto com energia um dos fatores mais importante para se estudar em uma instalação

industrial. Além disso, outros critérios devem ser considerados quando se fala de moagem,

para que não ocorra a submoagem do minério, resultando em um produto grosso com

liberação parcial do mineral útil, ou a sobremoagem que é a redução do tamanho das

partículas desnecessariamente.

Para que a moagem tenha bons resultados se faz necessário uma melhor otimização do

moinho. A proposta deste trabalho é através da ferramenta Moly-Cop Tools, executar

simulações de um moinho industrial alterando alguns parâmetros em busca da moagem que

mais se aproxime dos resultados desejados. A simulação tem como propósito imitar um

processo ou operação do mundo real através de expressões matemáticas que constroem um

modelo computacional que corresponda á situação que se deseja simular. É á imitação de um

processo por um programa que a partir dos dados reage como se fosse o processo real.

O aplicativo utilizado para a execução da simulação é o aplicativo da Moly-Cop

ToolsTM versão 3.0, que é uma ferramenta que utiliza o Excel e através de parâmetros pré

selecionados simula os balanços de massa associados e os parâmetros de rotina para circuitos

de moagem através da definição do função quebra e função seleção utilizando modelo

matemático, gerando assim saídas com resultados mais próximo possíveis da operação em

escala industrial, proporcionando um conhecimento dos valores o que vão ser alterados e o

que provavelmente vai se ganhar ou perder, antes de se aplicar na operação em escala

industrial.

14

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

O objetivo deste trabalho é simular moinhos industriais visando a otimização de parâmetros

do processo de moagem de bolas através do programa Moly-Cop ToolsTM versão 3.0.

2.2 Objetivos específicos

Compreender a utilização da ferramenta computacional para simulação de moinhos,

Moly-Cop ToolsTM versão 3.0;

Entender o processo de moagem em geral;

Otimizar o Wi operacional da usina 47;

Otimizar a granulometria da usina 47;

Otimizar a velocidade critica da usina 47;

Otimizar o tamanho das bolas da usina 47;

Otimizar os parâmetros do processo de moagem da usina 47 da empresa Anglo

American Fosfatos Brasil;

15

3. JUSTIFICATIVA

No beneficiamento mineral a etapa de cominuição é a que antecede os processos de

concentração mineral, sendo responsável pela liberação do mineral de interesse e adequação

granulométrica das partículas para as etapas subsequentes. A moagem é a área da

fragmentação que requer maiores investimentos, e é onde ocorrem os maiores gasto de

energia, com isso os custos operacionais da moagem acondicionam em cerca de 80% do total

do processo. É considerada uma operação importante para o bom desempenho de uma

instalação industrial, buscando melhores resultados onde não ocorra a submoagem do minério

resultando em um produto grosso com liberação parcial do mineral útil ou a sobremoagem

que é a redução do tamanho das partículas desnecessariamente.

Assim a moagem deve ser muito bem estudada na etapa de dimensionamento e

escolha de equipamento e muito bem controlada na etapa de operação industrial, pois o bom

desempenho de uma instalação industrial depende em muito da operação de moagem. Uma

moagem otimizada, onde se conhece os melhores valores de parâmetros antes de se passar a

operação passar para a escala industrial, faz com que o desempenho seja mais eficaz e os

resultados sejam melhores.

A otimização através da ferramenta Moly-Cop Tools, utilizando modelos matemáticos

que simulam a moagem, tem o lançamento das entradas de uma forma clara e prática de se

tornando fácil conhecer os valores dos parâmetros e os resultados que eles vão oferecer antes

de se trabalhar em uma escala industrial, pois antes disto já se conhece com o que se vai

trabalhar e quais respostas no processo se vão ter, tais como economia de energia, recursos

financeiros e qual a porcentagem de finos vão ser gerados. Desta forma, é de suma

importância analisar aos parâmetros da moagem, sua eficiência e influência no processo, e

consequentemente, verificar a possibilidade de se minimizar custos na moagem através das

simulações pela ferramenta Moly-Cop Tools.

16

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 COMINUIÇÃO

A cominuição ou fragmentação é a operação usada na maioria dos processos minerais

para redução de tamanho das partículas e liberação física dos minerais úteis dos indesejados.

Em alguns casos a redução de tamanho ocorre para fins de especificações granulométricas;

esta etapa é de extrema importância no processamento mineral, pois é a etapa de maior

consumo energético e tem a sua eficiência operacional baixa gerando grande custo para o

tratamento de minérios.

Segundo os autores Hedda, Salvador e Adão (2010). A importância da operação de

fragmentação pode ser percebida em toda a sua magnitude, se for destacado o fato de que a

maior parte da energia gasta no processamento de minérios é absorvida pela fragmentação.

Isso nos leva a supor que grande parte dos custos operacionais de uma usina de tratamento de

minérios se deve à fragmentação. (LUZ et all. 2010, p.143.) (4)

Para Chaves & Peres (2006, p. 425) (3), todo circuito de processamento é composto

por uma sequência de operações unitárias, que têm a função de atender às características

específicas de cada minério. As operações de cominuição têm por finalidade colocar as

partículas minerais no tamanho adequado as diversas operações a que vão ser submetidas.

A cominuição tem finalidades distintas que podem ser resumidas em três

principais:

Obtenção de uma parte ou de todo o minério dentro das especificações

granulométricas para uso posterior;

Obtenção de grau de liberação necessário para se efetuar uma operação de

concentração;

Aumentar a superfície específica dos minerais de um minério expondo-os mais

facilmente ao ataque dos reagentes químicos.

Os mecanismos atribuídos á cominuição são:

Compressão: ocorre quando as forças de compressão são aplicadas de maneira lenta e

progressiva, gerando um número reduzido de fragmentos homogêneos de tamanho

intermediário;

17

Impacto: ocorre quando as forças de fragmentação são aplicadas de forma rápida e em

intensidade muito superior á resistência das partículas. Em questão de utilização da

energia é mais eficiente;

Cisalhamento: ocorre em uma concentração alta de esforços na área periférica que

leva ao aparecimento de pequenas fraturas e gera uma produção alta de superfinos;

Logo, a cominuição é a operação, ou o conjunto de operações, que consiste na redução

das dimensões físicas de um dado conjunto de blocos, ou partículas, através do rompimento

que ocorre por meio de ação mecânica externa de forma controlada. Os processos de

cominuição são basicamente divididos em duas classes distintas: britagem (cominuição

inicial) e moagem (cominuição final); isto ocorre para que haja uma minimização de custos e

não fragmentação de partículas além do necessário.

A britagem é o primeiro estágio da fragmentação é uma fase grosseira é composta por

um conjunto de operações que visam à fragmentação dos blocos de minério proveniente da

mina, já a moagem etapa final da fragmentação, é uma operação unitária de redução de

tamanho, em que o tamanho médio das rochas é reduzido pela aplicação de forças de impacto,

compressão e abrasão.

4.2 MOAGEM

Moagem é o último estágio da fragmentação é a operação de fragmentação fina

obtendo-se nela um produto adequado á concentração ou a qualquer outro processo industrial.

Nela se utiliza os equipamentos denominados moinhos e na sua maioria o processo é efetuado

a úmido.

O termo moagem se aplica quando a redução de tamanho visa à obtenção de produtos

com granulométrica inferior a ¾″. A moagem se desenvolve considerando - se as relações de

redução. Os mecanismos envolvidos basicamente são: impacto, compressão e cisalhamento.

De acordo LUZ et all. (2010) (4). A moagem é o último estágio do processo de

fragmentação e é neste estágio que as partículas são reduzidas, pela combinação de impacto,

compressão, abrasão e atrito, a um tamanho adequado á liberação do mineral, geralmente, a

ser concentrado nos processos subsequentes.

Para Chaves & Peres (2006) (3), os objetivos da moagem como operação unitária de

tratamento de minérios são os seguintes:

18

Liberação das espécies minerais com vistas às operações de concentração

subsequentes;

Adequação de produtos às especificações granulométricas industriais: talco, cargas

etc.;

Transporte em minerodutos: por exemplo, o transporte do concentrado de fosfato da

Vale Fertilizante S.A, pellet feed da Samarco Mineração S.A;

Adequação à utilização subsequente: moagem de pellet feed para pelotização;

Aumento da área de superfície para facilitar as reações químicas em processos

hidrometalúrgicos;

A moagem é a área da fragmentação que requer maiores investimentos e é onde ocorre

os maiores gastos de energia, e é considerada uma operação importante para o bom

desempenho de uma instalação industrial. Assim a moagem deve ser muito bem estudada na

etapa de dimensionamento e escolha de equipamento e muito bem controlada na etapa de

operação da industrial, pois o bom desempenho de uma instalação industrial depende em

muito da operação de moagem.

4.3 PRINCIPAIS TIPOS DE MOINHOS TUBULARES DE CARGA CEDENTE

Segundo Adão, Salvador e Hedda (2010), os moinhos de bolas são constituídos de

uma carcaça cilíndrica de ferro, revestida internamente com placas de aço e borracha, que gira

sobre mancais e contém no interior uma carga solta de bolas de ferro ou aço. (LUZ et all.

2010, p.181.) (4)

Os moinhos tubulares são equipamentos projetados para reduzir o tamanho de

partículas através da aplicação de pressão (compressão), criação de impacto entre minério e

corpo moedor, ou através de atrito da superfície de partículas do minério com a superfície dos

corpos moedores (abrasão ou cisalhamento).

Devido à simplicidade, robustez e confiabilidade os moinhos cilíndricos ainda são os mais

utilizados em operações de tratamento de minérios. Como exemplo, temos a Figura 1.

Os principais tipos de moinhos de carga cedente são:

Moinho de bolas;

Moinho de barras;

Moinhos autógenos (AG) e semiautógenos (SGA);

19

Moinhos verticais;

Figura 1 - Moinho cilíndrico.

Fonte: Luz et all, 2010. (4)

4.3.1 MOINHO DE BOLAS

O moinho de bolas é composto de um corpo cilíndrico que gira em torno de seu eixo,

sua carcaça é composta de uma chapa calandrada e soldada, fechada nas duas extremidades

por peças de aço fundido chamadas tampas, cabeças e espelhos, os moinhos são sempre

revestidos internamente por um material resistente ao desgaste, metálico ou de borracha.

Fazem parte das tampas dois pescoços, ou munhões, que sustentam todo o moinho,

enfatizando que o peso sustentado pelos pescoços é enorme (carcaça, revestimento, tampas,

corpos moedores, minério e água). Como se pode observar na Figura 2.

Figura 2 - Moinho de bolas.

Fonte: METSO MINERALS, 2006. (5)

O material usado na fabricação é ferro fundido ou aço fundido usinado e soldados ou

aparafusados nas tampas. Os moinhos de bolas tem sua fabricação pré-definidas, pois devido

a sua complexidade de instalação é permitido somente alterar seu comprimento, pois seus

20

moldes de fundição são de alto custo, os moinhos trabalham com consumo de energia

constante e com cargas dinâmicas muito elevadas exigindo assim bases bem pesadas para sua

fixação. (CHAVES & PERES, 2006) (3).

Os principais elementos estruturais dos moinhos de carga cadente são:

Carcaça: feita de chapa calandrada e soldada;

Cabeças, espelhos ou tampas: são as duas peças feitas em aço fundido e que fecham as

extremidades da carcaça;

Munhões ou Pescoços: fazem parte das tampas e sustentam todo o peso do moinho;

Mancais: peça no interior da qual giram os pescoços que estão apoiados nos berços.

Acionamento: em geral por sistema coroa-pinhão;

Transmissão: conforme a potência existe diversos modos de transmitir o movimento

ao moinho;

Revestimento interno: existem muitos tipos e são aparafusados à carcaça;

Alimentadores: também existem diversos tipos;

O moinho de bolas é uma ferramenta eficaz para moagem fina e é utilizado para

moagem de vários tipos de minérios e outros materiais e são constituídos por uma carcaça

cilíndrica de ferro fundido, inteiriço e usinado, com revestimento interno de placas de aço ou

borracha, possuem uma carga interna solta, geralmente de barras ou bolas que são os corpos

moedores. A fragmentação ocorre através da movimentação da carga, isto é, dos corpos

moedores juntamente com o minério, que tendem a girar em contato uns com os outros,

pressionando as partículas minerais e assim cominuindo o minério.

Principais características dos moinhos de bolas

L/D: é função do grau de finura desejada para o produto moído, e pode variar entre 1 e

5;

Em plantas de processamento os moinhos usados são do tipo overflow que operam a

úmido e tem L/D entre 1 e 2,5;

RR: na faixa de 15:1 a 25:1;

Trabalha em velocidades de rotação maiores que as usadas nos moinhos de barras;

Máquina para circuito fechado;

21

Segundo o manual de moinho de bolas da Metso Minerals (2006) (5), um moinho de

bolas processa minérios e outros materiais até chegar a um produto típico final com dimensão

de 35 # ou inferior, e possuem as dimensões normais de alimentação de:

80% de material passante 1/4" (6 mm ou mais fino) para minérios duros;

80% de material passante 1" (25 mm ou mais fino) para minérios mais moles;

A proporção entre o comprimento e o diâmetro dos moinhos cilíndricos pode variar de

1 para 1 até 3 para 1.Quando a proporção C/D é de 2 para 1 ou maior, designamos o moinho

de Moinho Tubular.

A alimentação dos moinhos de bolas ocorre mediante aos três arranjos de alimentação

que são selecionados dependendo do circuito de moagem que vai ser trabalhado, o tamanho e

a velocidade da alimentação; estes alimentadores são:

Alimentador de tambor;

Alimentador de tubo;

Alimentador de bico-de-papagaio;

Os moinhos dispõem de janelas de visitas que permitem o acesso ao seu interior

auxiliando na manutenção, substituição dos revestimentos e complementação de cargas

moedoras. Os revestimentos dos moinhos são placas de desgaste metálicas ou de borracha, os

revestimentos metálicos são de aços ou ferros fundidos resistentes à abrasão, já os

revestimentos de borracha tem sua resistência ao desgaste maior que os de materiais

metálicos, são mais leves e de fácil manutenção.

As características principais dos moinhos de bolas são suas dimensões e sua potência

de instalação e tem como variáveis operacionais a quantidade de corpos moedores carregados

no moinho, velocidade de rotação e a porcentagem de sólidos da polpa alimentada. Podemos

observar os tipos e as principais características dos moinhos de bolas na Tabela 1.

22

Tabela 1 - Moinho de Bolas - Tipos e Características58

Fonte: Metso Minerals, 2006 (5)

Portanto, o moinho de bola é um equipamento que possui uma rotação horizontal

propulsionado por uma engrenagem externa. Os materiais são transferidos uniformemente

para a câmara de moagem através de uma haste tubular. Há um protetor da escada e um

protetor ondulado e diferentes especificações de bolas de aço na câmara. A força centrífuga

causada pela rotação do tambor eleva as bolas de aço até certa altura e então o impacto da

Arranjos de descarga

Overflow Diafragma Compartimentado

Processo de moagem Somente via úmida Via seca ou úmida Via seca ou úmida

Circuito Usualmente

fechado Fechado Fechado ou aberto

Produto típico

Intermediário (via

Fino úmida) Fino

200 mesh 65 – 100 mesh 150 – 325 mesh

Fino (via seca)

325 mesh

Tamanho máximo da 10 - 14 mesh < ½″ < ½″

Alimentação

Relação L/D 1 – 1,5:1 1 – 1,5:1

Circuito aberto:

3,5 – 5,0:1

Circuito fechado: 2,5

– 3,5:1

Velocidade típica –

65 – 70% 68 – 78%

Via úmida:

(%) da velocidade 65 – 75%

crítica Via seca:

70 – 78%

Volume de carga 35 – 40%

35 – 40% 30 – 40% (preferível 35%)

23

queda mói os materiais. Os materiais moídos são descarregados através da plataforma de

descarga e assim o processo de moagem é finalizado.

Assim os moinhos de bola devido a sua simplicidade, robustez, confiabilidade, sua

capacidade para suportar o impacto das cargas mais pesadas e a adequação do tamanho das

partículas minerais para concentração faz dele um dos equipamentos ainda mais utilizados em

operações de cominuição, mesmo requerendo os maiores investimentos e gastos de energia do

processo de tratamento de minérios.

4.3.2 MOINHO DE BARRAS

Segundo (LUZ, 2010, p. 185) (4), os moinhos de barras, são moinhos cilíndricos, que

utilizam barras como meio moedor, e podem ser consideradas máquinas de britagem fina ou

de moagem grossa. Esses são capazes de suportar uma alimentação tão grossa quanto 50 mm

e fornecer um produto tão fino quanto 500 μm; são muitas vezes escolhidos para britagem

finas quando o material é argiloso.

Assim como os moinhos de bolas os de barras, são compostos de um corpo cilíndrico

que gira em torno de seu eixo, sua carcaça é composta de uma chapa calandrada e soldada,

fechada nas duas extremidades por peças de aço fundido chamadas tampas, cabeças e

espelhos, os moinhos são sempre revestidos internamente por um material resistente ao

desgaste, metálico ou de borracha. Fazem parte das tampas dois pescoços, ou munhões, que

sustentam todo o moinho. Conforme Figura 3.

Figura 3 - Moinho de barras.

Fonte: METSO MINERALS, 2006. (5)

24

Os moinhos de barras giram a rotações mais baixas que os de bolas, as barras rolas e

são arremetidas levemente contra a carga elas devem rolas mais, implicando então uma

velocidade de rotação mais baixa, as dimensões dos moinhos de barras são limitadas suas

barras mais longas são de 20 ft e não se fabrica moinhos de diâmetros maiores que 12,5 ft.

Os moinhos de barras utilizam barras cilíndricas como corpos moedores. São moinhos

tubulares, fabricados até o tamanho máximo de 4,5 m de diâmetro por 6,0 m de comprimento.

São usados principalmente em circuito aberto preparando o produto para alimentar o moinho

de bolas, utilizados na moagem primária recebendo o minério que vem com a granulometria

variando entre 3/4 a 3/8 de polegada (19 a 9,53 mm). São usados na moagem de minério de

ferro, em circuitos abertos na obtenção de produtos grosseiros, não são empregados em

moagem a seco.

Algumas características dos moinhos de barras.

L /D: entre 1,3 e 1,7. Sempre > 1,25;

RR: entre 12:1 a 20:1 para modelos com descarga por overflow e periférica;

RR: entre 4:1 a 8:1 para modelos com descarga periférica central;

Limite prático para comprimento das barras: 20 ft;

Trabalha com velocidades de rotação menores que as de um moinho de bolas de

mesmo tamanho;

Máquina para circuito aberto;

Uma das principais características dos moinhos de barras é o seu comprimento da

seção cilíndrica de 1,25 a 2,5 vezes de diâmetro, assim as barras com centímetros menores

que o comprimento da carcaça são impedidas de atravessarem dentro do mesmo sem se elevar

muito a razão.

Para Beraldo (1987) (1), os moinhos de barras utilizam barras cilíndricas como corpos

moedores, cuja relação cumprimento/diâmetro é maior que 1,25 x 2 e são fabricados até o

tamanho máximo de 4,5 m de diâmetro por 6,0 m de comprimento, não havendo aumentos

previsíveis nos tamanhos desse tipo de moinho além do que hoje constitui o limite técnico.

São usados principalmente em circuitos abertos para alimentar moinhos de bolas e também

em circuito aberto na obtenção de produtos grosseiros.

25

As partículas dentro dos moinhos de barras caminham no centro da área morta do

espaço ocupado pelas barras, às barras são mais pesadas em relação às partículas e tendem a

afundar deixando pouco espaço livre para o fluxo do minério as partículas que estão juntas á

entrada, separam as barras abrindo o feixe e as que estão junto á descarga são menores com os

feixes de barras mais fechados formando assim um volume entre as barras e o espaço entre

elas com um formato afunilado, como mostra a figura 4.

Figura 4 – Volume de barras e partículas no moinho de barras

Fonte: Chaves e Peres, 2006. (3)

As partículas minerais ficam livres para se mover no espaço inter - barras enquanto

este é maior que o seu tamanho e quando elas se tronam iguais, ficam retidas e fraturadas,

voltando a se mover até serem retidas e cominuídas.

Segundo (CHAVES & PERES, 2006, p. 595) (3), os mecanismos de quebram variam

conforme o tamanho da partícula:

Se uma partícula grossa está cercada de partículas finas, ela perderá o tamanho

principalmente por abrasão;

Se várias partículas grossas estiverem próximas umas das outras, elas serão

cominuídas pela compressão aplicada pelas barras;

Se muitas partículas finas estiverem juntas, se a presença de partículas grossas, o

mecanismo principal será o impacto;

Este mecanismo de cominuíção acarreta três consequências de importância

fundamental:

Os tamanhos máximos do produto são bem definidos e homogêneos;

Existem limitações para a relação de redução obtida neste equipamento;

O escalpe e desnecessário, como maneira de reduzir a geração de finos no produto;

26

Pode se verificar na Tabela 2 os principais tipos e as principais características dos

moinhos de barras.

Tabela 2 - Moinho de Barras – Tipos e Características

Principais características dos moinhos de barras

Arranjos de descarga Overflow Periférica de topo Periférica central

(moagem grosseira

Processo de moagem Somente via úmida Via seca e úmida Via seca e úmida

Taxa de redução 15:1 a 20:1 12:1 a 15:1 4:1 a 8:1

máxima

Produto típico 10 a 35 mesh 4 a 12 mesh 3 a 6 mesh

Capacidade Normal Normal Dupla

Velocidade típica – 60 a 65% 65 a 70% 65 a 70%

(%) da veloc. crítica

Fonte: Metso Minerals, 2006. (5)

Portanto, os moinhos de barras são equipamentos de importante aplicação na

industrialização de produtos de baixa granulometria e com uma porcentagem mínima de pó. O

peso considerável das barras torna este moinho apto a moer material mais grosso, pois a

queda das barras produz um impacto significativo, predominando então esta forma de

fragmentação podendo ser usados tanto via úmido como via seca preparando o material para o

moinho de bolas. São equipamentos robustos e de grande desempenho, com excelente

facilidade de operação e manutenção.

4.3.3 MOINHO VERTICAL

Para Stief an apud, Beraldo, (1987) (1), o moinho vertical foi desenvolvido no Japão,

na década de 1950, pela Kubota Tower Mill Corporation com a finalidade de efetuar moagens

finas e ultrafinas e foi o primeiro moinho vertical aplicado na indústria mineral. Apesar de

ainda serem pouco utilizados pela mineração brasileira, os moinhos verticais têm um espaço

muito grande na América como uma boa solução para moagem fina, ultrafina e secundária.

Esse tipo de equipamento começou a ser adotado por mostrar-se mais econômico que os

moinhos horizontais de bolas, uma vez que, somente nos Estados Unidos, calcula-se que os

equipamentos de cominuição consumam um total de 32 bilhões de kWh de energia elétrica.

27

Os moinhos verticais têm um funcionamento diferenciado dos moinhos horizontais

que são mais comuns no tratamento de minérios e geram muitos ruídos e calor indesejável

desperdiçando energia, pois possuem uma tecnologia avançada, integrada com moagem,

secagem, classificação e transporte tornando os moinhos verticais uma alternativa eficiente

em economia de energia para aplicações de moagem fina por via úmida.

Os moinhos verticais são compostos de um cilindro com uma espiral interno que

promove a movimentação dos corpos moedores e da polpa. Este movimento é proporcionado

através de um motor instalado na parte superior do cilindro e conectado à espiral através de

um redutor. Na década de 1930 os princípios de funcionamento dos moinhos verticais já eram

conhecidos. Este tipo de equipamento era utilizado para condicionamento da superfície das

partículas, através de atrição, antes da etapa de flotação.

Os moinhos verticais apresentam vantagens operacionais que vão desde o maior rendimento

de energia e nível de ruído geralmente inferior a 85 dB, até o menor tempo de parada, custo de

instalação e maior segurança operacional, servindo como uma ótima alternativa às máquinas

tradicionais, do tipo bola. Através um rolo, as rodas de moagem se movem dentro de um

tambor de aço para esmagar a rochas ou pedras. Estes rolos se movem em um padrão

relativamente aleatório e por isto tendem a produzir materiais de diversos tamanhos, não

oferecendo a mesma consistência e eficiência de processamento de um rolo vertical.

Como referência de moinho vertical para o estudo consideraremos o modelo

VertimillTM, fabricado pela Metso Minerals, que tem como princípio a agitação e foi projetado

para aplicações de moagem fina. Porem, após testes posteriores e instalações bem sucedidas

foi notada sua versatilidade passando então a ser uma ótima opção para as moagens fina e

ultra-fina, primárias e secundárias, concentrados de ré-moagem e moagem de calcário.

A Metso Minerals em seu manual (2006, p. 13) (7), apresenta as vantagens

operacionais do moinho VERTIMILL:

Maior rendimento de energia;

Menor geração de finos;

Menor nível de ruído – geralmente inferior a 85 dB;

Menores custos operacionais;

Menos peças móveis;

Menos tempo de parada;

28

Menores custos de instalação;

Exige menos espaço de piso;

Fundação simples;

Maior segurança operacional;

Os moinhos verticais moem materiais que são alimentados com granulometrias abaixo

de ¼ de polegada e geram produtos na faixa de 200 # a 2 µm podendo chegar a

granulometrias mais finas em aplicações contínuas em circuito aberto ou fechado. Na Figura

5, podemos observar a estrutura do moinho VERTIMILL.

Figura 5 – Moinho VERTIMIL da Metso Minerals.

Fonte: METSO MINERALS, 2006. (7)

O funcionamento do moinho vertical ocorre através de uma hélice de rosca dupla que

está suspensa e agita os corpos moedores (bolas de aço ou seixos cerâmicos ou naturais). Quanto

menor o tamanho dos corpos moedores, mais eficiente é a moagem. No entanto, para rochas mais

duras e maiores são necessários corpos moedores proporcionais. Essa é uma das razões da variação

da eficiência do Vertimill comparado aos moinhos padrões. A alimentação é introduzida, juntamente

com a água por uma abertura na parte superior do moinho. A bomba centrífuga externa de

reciclagem cria uma aceleração ascendente que é pré- determinada, que provoca a classificação das

29

partículas na parte superior do moinho. As partículas menores sobem e as maiores são arrastadas

para os corpos moedores e são moídas. E essa pré-classificação e a remoção do material de

determinada granulometria na alimentação reduz a remoagem e aumentam a eficiência da operação.

A moagem ocorre por atrito/abrasão. A pressão relativamente alta existente entre os corpos

moedores e as partículas que vão ser moídas contribui para melhorar a eficiência de moagem,

podendo haver menor pressão entre os corpos moedores e menor geração de calor e ruído,

consumindo menos energia. Os corpos moedores preenchem a parte inferior do moinho exceto um

pequeno espaço que fica abaixo das roscas, o material é levado para cima pelas roscas e é

precipitado no espaço que existe entre as extremidades das roscas e o diâmetro interior do moinho.

A polpa que transborda para fora do moinho é depositada no tanque separador, que divide a polpa

em fluxo de processo e reciclagem.

O VERTIMILL® constitui ótima opção para moagem fina e ultrafina, gerando produto

na faixa de 74 a 2 µm ou ainda menor. Pode ser utilizado em aplicações contínuas ou

intermitentes, em circuito aberto ou fechado, em moagem primária e secundária, concentrados

de remoagem, moagem de calcário, etc. Possui capacidades de até 100 t/h e potências

variando de 20 a 1500 hp (Metso Mineral, p. 13, 2006) (7).

Como todos os equipamentos de moagem, o moinho vertical exige manutenção

frequente devido à abrasividade das pedras em seu interior. Essas máquinas contêm um maior

número de peças e são mais complexas do que um moinho cilíndrico, o que aumenta ainda

mais os requisitos de manutenção. Além disso, tendem a custar mais do que outros

equipamentos de moagem. (Metso Mineral, p.15, 2006) (7).

4.3.4 MOINHOS AUTÓGENOS (AG) E SEMIAUTÓGENOS (SAG)

O uso da moagem autógena teve inicio no século XX, na década de cinquenta estava

se iniciando, na de sessenta passou a ser considera nas indústrias na de setenta passou a ser

cogitada pelos construtores para as novas instalações industriais e na década de oitenta uma

grande maioria das instalações industriais já usava a moagem autógena com a intenção de

diminuir custos operacionais. (LUZ et all. 2010) (4). Na Tabela 3 podemos observar a

evolução de moagem com os circuitos AG/SAG.

30

Tabela 3 - Sumária da evolução de moagem com os circuitos AG/SAG.

ANO MOINHO DIÂMETRO

(PÉ)

MOTOR

(HP)

ANO

MOINHO MOINHO

DIÂMETRO

(PÉ)

MOTOR

(HP)

1959 AG 18 600 1965 AG 32 6.000

1959 AG 22 1.250 1973 AG 36 12.000

1962 AG 24 1.750 1996 SAG 38 26.800

1962 AG 28 3.500 1996 SAG 40 26.800

Fonte: Tratamento de minérios, 2010. (4)

Diversas pesquisas surgiram e ainda surgem, com o intuito de otimizar a operação de

fragmentação. A moagem autógena é um dos métodos vistos como capaz de apontar algumas

vantagens operacionais e econômicas a fragmentação. O termo autógeno pode ser

compreendido como “o que faz por si próprio”. Assim, tratar-se da fragmentação de um

material ou de um minério, por pedaços deste mesmo material (LUZ et all, 2010) (4). A

fragmentação denominada autógena é assim intitulada por se tratar de uma fragmentação que

ocorre pelo atrito dos pedaços dos minerais com o mesmo material.

A moagem sem autógena (SAG) tem a flexibilidade de tratar vários tipos de minérios

ao contrário da moagem autógena, além de ser o processo de cominuição adequado aos

minérios que encerram baixo índice de competência para esse processo de moagem. Moinhos

autógenos são aqueles que utilizam fragmentos do próprio minério a ser cominuído como

corpo moedor, (RODRIGUES, p. 45, 2003) (19).

Segundo o manual da Metso Minerals (2006) (6), moagem autógena (AG) é a

cominuição de material num moinho rotativo utilizando o próprio material de alimentação

como meio de moagem. A moagem semiautógena (SAG) é a cominuição de material num

moinho rotativo utilizando o material de alimentação mais um meio adicional suplementar de

moagem. O meio adicional mais comum são bolas de aço.

Para Sampaio et all (2010) (4), existe uma preferência às moagens autógena e

semiautógena em relação à convencional que ocorre devido às seguintes vantagens:

Menor custo operacional e de capital;

Menor consumo de energia por unidade de minério bruto tratado;

Maior capacidade de produção e menor consumo específico de meio moedor em g/t de

minério moído;

31

Maior flexibilidade operacional, principalmente para moagem dos minérios com

elevado conteúdo de umidade;

Existência de um fluxograma mais simplificado, resultante da eliminação das etapas

de britagem secundária e terciária, além da redução no manuseio de material nessas

etapas;

A moagem autógena (AG) é uma fragmentação do minério que vem da mina sem

nenhuma ou pouca moagem; o moinho é alimentado diretamente com este minério sem

acréscimo de corpos moedores, ou seja, é a cominuição em um moinho rotativo que utiliza o

próprio material de alimentação como meio de moagem. Já os moinhos semiautógenos (SAG)

utilizam métodos auxiliares como bolas de aço para a facilitação da fragmentação da fração

que se mantém mais tempo no moinho denominado “fração de tamanho crítico”, esta fração

quando surge no processo de moagem tende a aumentar o consumo de energia, daí a inclusão

de bolas no processo como corpo moedor para contornar este problema. A moagem (SAG) é,

portanto, a cominuição de material em um moinho rotativo utilizando o material de

alimentação com o apoio de corpos moedores como meio suplementar para efetivação da

moagem.

Segundo Rodrigues (2003, p. 47) (9). Os moinhos semiautógenos têm aplicações

semelhantes às dos moinhos autógenos, sendo atualmente preferidos devido a sua menor

sensibilidade ante as variações das características do minério. Tanto os moinhos autógenos

quanto os semiautógenos são especialmente indicados no caso de materiais que apresentem

dificuldades na britagem ou no peneiramento.

O moinho autógeno mais utilizado nos dias atuais é o SAG, com relação D/L de 3/1 e

descarga de grade terminal e tem vantagens evitar a segregação e facilitar a remoção da polpa

de moagem. O moinho SAG se caracteriza pelo seu grande diâmetro e comprimento curto ele

gira, caindo seu conteúdo violentamente o que causa uma ação de ruptura. A alimentação é

feita com bolas de aço, minério e água que são transportados para a calha de alimentação do

moinho e é esmagada até o tamanho suficientemente pequeno para passar através das

aberturas das grelhas de descarga.

Os moinhos autógenos podem ser usados em moagens em um único estágio. No

entanto, o método mais comum é como moinho primário, preparando o material para

alimentação dos moinhos de bolas. Nos moinhos autógenos o minério pode ser alimentado

32

com o minério diretamente da mina sem necessidades do uso da britagem primária. Caso o

material não possua blocos com a competência necessária e ocorra a concentração das

partículas intermediárias na moagem autógena se tem a opção de utilizar nos moinhos uma

pequena carga de bolas transformando um moinho autógeno em semiautógeno. Na figura 6

podemos observar a representação esquemática de um moinho semiautógeno.

Figura 6 – Representação esquemática de um moinho semiautógeno.

Fonte: Bergeman, 2009. (2)

33

Um ponto importante a ser observado nas pesquisas realizadas sobre as moagens

autógenas e semiautógenas, são as vantagens em relação à moagem convencional. Vantagens

estas que são:

Flexibilidade;

Simplicidade de operação;

Não contaminação pelo meio moedor;

Distribuição de tamanhos do produto;

Custo investimento e operação;

Portanto, as moagens autógenas (AG) e semiautógenas (SAG) têm como mecanismos

dominantes a abrasão e atrito, mas as frações grossas devem se quebrar por impacto, dentro de

uma taxa, para o bom desempenho da fragmentação, lembrando que existem materiais que

não se adaptam à moagem autógena devido á sua facilidade de quebra das frações grossas

levando as á carga do moinho, o que em pouco tempo causa a perca dos corpos moedores, os

materiais mais granulados são mais aptos a este tipo de moagem. Assim as moagens

autógenas e semiautógenas apresentam bons resultados com um menor gasto de energia

Luz et all. (2006) (4), afirmam que a moagem autógena é um dos métodos encarados

como capazes de trazer algumas vantagens operacionais e econômicas à fragmentação

4.4 ALIMENTADORES DE MOINHOS

O equipamento utilizado para a alimentação dos moinhos conhecido como alimentador

e selecionado a partir do tipo de circuito de moagem que é escolhido (aberto ou fechado, a

seco ou a úmido). Além disso, a granulometria das partículas e a taxa de alimentação, também

são importantes na definição do tipo de alimentação a ser utilizada, Tamanho e a velocidade

da alimentação também são importantes. Os moinhos que operam a seco geralmente utilizam

alimentadores vibratórios e os a úmido utilizam três tipos de alimentadores: spout feeder,

scoop feeder (bico de papagaio) e drum feeder (tambor).

O mais simples dos alimentadores é o spoot feeder, que é composto de uma calha

cilíndrica ou elíptica, e independente do moinho que alimenta a polpa de alimentação,a carga

é lançada no interior do cilindro este tipo de alimentador se aplica quando a classificação é

feita por ciclones a uma altura suficiente para alimentar por gravidade. O scoop feeder é mais

utilizado em moinhos de pequenas dimensões, em circuitos fechados com classificador em

espiral, pois dispensa bomba de elevação.

34

Para Chaves & Peres (2006, pg 576 e 577) (3), a alimentação dos moinhos é feita

mediante três soluções básicas, descritas a seguir, sendo usual combiná-las conforme a

conveniência da operação:

Alimentador de tambor (“drum feeder”): que funciona tanto a úmido como a seco, em

circuito aberto ou fechado, e é um tambor curto com placas internas em espiral, que

empurram o minério para dentro do moinho. O minério é alimentado ao tambor por

gravidade;

Alimentador de tubo (“spout feeder”): que é um tubo que descarrega diretamente, por

gravidade, dentro do moinho. Só funciona a úmido, é a instalação típica para manusear

underflow de ciclones e pode ser associado a alimentadores de tambor ou de bico-de-

papagaio;

Alimentador de bico-de-papagaio (“scoop feeder”): que é um dispositivo

especialmente projetado para circuitos fechados com classificadores em espiral.

Embora possua o scoop de um bico, raramente este é empregado, pois aplica esforços

cíclicos ao pescoço, que já é por si uma peça muito solicitada mecanicamente. A regra

é usar dois ou três scoops, de modo a distribuir a carga. São fabricados em aço-liga

fundido ou em chapa preta, com revestimentos resistentes à abrasão;

4.5. CORPOS MOEDORES

Os corpos moedores são estruturas fundamentais para processo de moagem. Devido a

isto, uma das variáveis operacionais existentes neste processo é a quantidade de corpos

moedores carregados nos moinhos. Os corpos moedores têm grande influência na variação do

resultado desejado no processo, esperando assim, que estas estruturas resistam a fatores

externos como, por exemplo, seu meio de aplicação e a fatores internos como forças de

solicitação geradas pelo impacto ou atrito ao qual são submetidas.

Os corpos moedores podem ser de barras, bolas, pebbles, cylpebs (seixos cilíndricos)

ou os próprios fragmentos das rochas e são compostos de diversos materiais, tais como: ligas

metálicas (aço, ferro fundido, carbeto de tungstênio etc.), cerâmica (alumina, zirconita,

zircônia, vidros etc.) e polímeros (poliestireno, polimetacrilato de metila (PMMA), poliamida,

policarbonato, poliuretano). Os corpos moedores mais frequentemente empregados no setor

mineral são os de barras, bolas ou fragmentos do próprio minério.

35

Nos moinhos cilíndricos os corpos moedores são elevados pelo movimento da carcaça

até certo ponto de onde caem, seguindo uma trajetória parabólica, sobre as outras bolas que

estão na parte inferior do cilindro e sobre o minério que ocupa os interstícios das bolas. Estas

acompanham o movimento da carcaça e impelidas pela força centrífuga percorrem uma

trajetória circular. Enquanto a força centrífuga for maior que a força da gravidade, as bolas

permanecem nesta trajetória. No momento que o componente da força da gravidade que se

opõem a força centrífuga, for maior que esta, as bolas abandonam a trajetória circular e

passam a seguir uma trajetória parabólica. (LUZ et all, 2010) (4). Ou seja, as bolas devem

rolar e cascatear.

Um dos materiais utilizado como corpo moedor é o aço. A granalha de aço (steel shot)

é um dos meios moedores mais baratos, com o beneficio de alta densidade e da

disponibilidade de uma ampla gama de tamanhos. A liga de cromo 52100 é uma liga de

cromo endurecido, altamente polido e monodisperso e com dureza Rockwell C de 63 a 65. Seu

preço é razoável para uma bola de qualidade semelhante às esferas de rolamentos. Os aços

inoxidáveis são disponibilizados em 24 vários tipos, e podem ser muito caros, mas são

utilizados quando outro tipo não pode ser usado (SILVA, 2013) (11).

Os corpos moedores usados na moagem a úmido são as bolas compostas de aço cromo

com 40mm cada, os tamanhos de cada uma é um dos principais fatores que afetam a

eficiência e a capacidade do moinho e os tamanhos adequados de cada bola em uma operação

é levado em conta para que as maiores partículas de alimentação sejam quebradas. Estas

bolas são repostas todos os dias devido a seu desgaste rápido e a não reposição afeta na

granulometria desejada. Na troca da carga moedora as bolas são classificadas, sendo que as de

maiores tamanhos que ainda atendam o processo retornam ao moinho junto com as bolas

novas, e as bolas pequenas quebradas, deformadas e desgastadas, retornam ás siderurgias para

reciclagem.

Quando as bolas se tornarem tão gastas e pequenas de modo tal que não executam com

eficácia seu trabalho de moagem, bolas novas devem ser repostas no primeiro compartimento.

Existem alguns fatores relevantes que causam os desgastes das bolas como abrasividade do

material a ser moído, fricção entre os corpos moedores corrosão, oxidação e fadiga devido a

impactos repetitivos.

Chaves & Peres (2006. p. 568) (3), descrevem as seguintes maneiras pelas quais bolas

de um moinho se desgastam:

36

Riscamento: partículas duras riscam a superfície das bolas, levantando metal

paralelamente à direção do seu movimento, criando uma saliência lateral, que será

erodida preferencialmente;

Indentação ou mordida: grãos duros, prensados entre duas bolas, endentam a

superfície de uma delas, empurrando o metal para os lados, gerando uma cratera,

inicialmente sem remoção do material, mas criando uma saliência lateral como no

riscamento já descrito, que também será erodida preferencialmente;

Sulcamento: partículas duras e pesadas rasgam a superfície, arrancando metal;

desgaste metal contra metal devido ao contato entre as superfícies de duas bolas, sem

minério entre elas;

Pitting corrosion: caracteriza-se por furos profundos devidos à corrosão do metal, pela

formação de pares galvânicos dentro da bola ou entre a bola e a polpa;

Lascamento (spalling): decorre do trancamento da bola a partir de defeitos de fundição

(rechupes) ou de moldagem. A bola vai sendo lascada sucessivamente, em camadas,

como uma cebola.

De acordo com Chaves & Peres (2006, p. 568) (3), a análise das bolas é muito

importante para sua devida reposição. Existem dois tipos de análise que podem ser

realizadas. São elas:

Análise Sequencial: comparação de consumos históricos do moinho antes e depois da

troca de carga;

Análise Simultânea: comparação de consumos do moinho de prova com um moinho

padrão operando em paralelo;

A escolha do tamanho das bolas representa um problema, pois existem dois fatores

principais que se opõem:

À medida que o tamanho das bolas aumenta, a pressão entre as superfícies em contato

aumenta, tornando possível a quebra de partículas maiores;

À medida que o tamanho das bolas diminui a superfície disponível de atrito entre as

bolas, para moagem de pequenas partículas, aumenta, resultando em um aumento na

capacidade de moagem.

As barras são compostas de aço e tem um limite prático para o comprimento de 20 ft,

se este valor for ultrapassado a deformação e quebra são muito intensas prejudicando a

37

operação, se as barras possuíssem diâmetros maiores a resistência mecânica ficaria

corrompida. Beraldo (1987, p. 6) (1), afirma que o tamanho máximo existente é 4,5 X 6m.

Para Chaves e Peres (2006, pg. 593) (3), nunca é demais enfatizar o peso das barras,

individualmente e em conjunto. Para dar bem a ideia destes pesos, relacionamos abaixo os

pesos (kg/m) de barras de diversos diâmetros. Na Tabela 4 temos os pesos de barras nos seus

diversos diâmetros.

Tabela 4 - Pesos (kg/m) de barras em diversos diâmetros.

Diâmetro Peso/metro linear

Polegadas mm kg/m

2 50,8 15,9

2 1/4 57,2 20,1

2 1/2 63,5 24,8

2 3/4 69,9 30,1

3 76,2 35,8

3 1/4 82,6 42

3 1/2 88,9 48,7

4 101,6 63,6

4 1/2 114,3 80,5

5 127 99,4

5 1/2 139,7 120,2

6 152,4 143,1

6 1/2 165,1 167,9

7 177,8 194,7

Fonte: Chaves & Peres (2006). (3)

As barras são 4" a 6" mais curtas que o comprimento interno do moinho, e são

submetidas a intensos esforços mecânicos, abrasão e tensões de flexão e compressão. Devido

a isto se utiliza aço de alto carbono e as barras são laminadas e usinadas, não podendo ocorrer

trincas superficiais, as pontas das barras são preparadas para evitar que os cantos risquem as

outras barras induzindo assim a zonas de baixa resistência à fadiga.

As barras são carregadas nos moinhos assumindo uma distribuição de diâmetros bem

característicos. Assim, as barras vão sendo consumidas até chegarem ao diâmetro em que se

38

quebram e se juntam à carga para serem retiradas e para que ocorra a reposição com novas

barras no diâmetro superior a 2". O volume interno de barras dentro dos moinhos são de 35 a

40%.

4.6 REGIMES DE OPERAÇÃO DO MOINHO

Dentro dos moinhos de carga ocorrem alguns fenômenos, fenômenos estes conhecidos

como regimes de operação dos moinhos e são denominados: moagem em catarata e cascata.

Para Luz et all. (2004) (4) a velocidade, o fator de enchimento (isto é, o volume

ocupado pelas bolas em relação ao volume do moinho) e outros fatores determinam o regime

de operação do moinho. Tem-se então, dois regimes: catarata e cascata.

As operações nos moinhos onde a fragmentação ocorre através da movimentação da

carga. Em moinhos de bolas podem ocorrer dois regimes distintos de movimentação que

podem ser classificadas como catarata e cascata. Na moagem em catarata onde a velocidade é

maior esta velocidade carrega as bolas até uma posição bem elevada e elas caem sobre aos

outras e sobre a polpa causando fragmentação por impacto. Este tipo de moagem é usada para

a obtenção de granulometrias mais grossas. Na moagem em cascata a velocidade é baixa e o

alto fator de enchimento faz com que as bolas alcancem certa altura e rolem sobre as outras

não havendo quase impacto e a moagem se dá por abrasão e atrito esta forma de moagem é

mais adequada na produção de produtos finais com granulometrias mais finas.

Beraldo (1987) (1) apresenta um esquema, que demonstra a prevalência dos diversos

mecanismos de quebra que ocorre nos moinhos tubulares. Na figura 7, podemos observar as

zonas onde ocorrem os fraturamentos nos moinhos, estas zonas são classificadas como:

Zona A: os corpos moedores se movem uns sobre os outros em camadas Concêntricas;

Zona B: os corpos moedores rolam para baixo gerando moagem por choque;

Zona C: os corpos moedores caem sobre o revestimento e as partículas produzindo

moagem por atrito;

39

Figura 7 – Zonas de fraturamento em moinhos revolventes.

Fonte: Beraldo (1987) apud Silva (203, p.22). (1)

Quando o moinho apresenta velocidades baixas a zona de catarata é anulada, portanto

o moinho opera em regime de cascata. A velocidade e o volume de carga, dentre outros

fatores, contribuem na determinação do tipo de regime de operação do moinho, os quais são

basicamente:

Regime em cascata: as bolas ganham energia suficiente para serem levantadas no

interior da carcaça até uma posição bem elevada, transformando a energia potencial em

energia de impacto realizada sobre as partículas sólidas, corpos moedores e carcaça. Este

regime é considerado adequado para a fragmentação de material grosseiro e evita a produção

excessiva de finos (sobre-moagem). Conforme pode se analisar na Figura 8.

Figura 8 – Moagem em regime de cascata.

Fonte: Luz et all, (2010). (4)

No regime em Catarata, as bolas ganham energia suficiente para serem levantadas no

interior da carcaça até uma posição bem elevada, transformando a energia potencial em

40

energia de impacto realizada sobre as partículas sólidas, corpos moedores e carcaça. Este

regime é considerado adequado para a fragmentação de material grosseiro e evita a produção

excessiva de finos (sobre-moagem). Conforme figura 9.

Figura 9 – Moagem em regime de catarata.

Fonte: Luz et all, 2010. (4)

4.7 REVESTIMENTOS

A fim de proteger o cilindro contra o desgaste, são utilizados diversos tipos de

revestimentos nos moinhos. O revestimento é capaz de reduzir o deslizamento da carga

moedora dentro da carcaça. São produzidas diferentes formas de revestimentos aplicáveis,

cada uma delas, ao tipo e tamanho de moinho, material a processar (dureza, tamanho),

velocidade de operação, entre outras variáveis (LUZ et all, 2010) (4).

São produzidas diferentes formas de revestimentos aplicáveis, a cada tipo de moinho

(bolas ou barras), tamanho, material a processar (dureza, tamanho), velocidade de operação. O

objetivo da utilização de revestimentos nos moinhos é duplo: proteger a carcaça contra

desgaste e reduzir o escorregamento entre a carga de corpos moedores e a parede do moinho.

Os materiais utilizados na fabricação dos revestimentos são resistentes ao desgaste, com

forma adequada para facilitar sua substituição quando necessário. Na Figura 10 podemos

observar os tipos de revestimentos que hoje são encontrados.

41

Figura 10 – Tipos de revestimentos

Fonte: LUZ et all, 2010. (4)

A escolha do revestimento que será utilizado depende das condições de operações dos

moinhos. Quando o revestimento é mais liso predomina a moagem por atrito, sendo mais

aplicado em moagem fina; já na moagem mais grossa é recomendável revestimento com

maior rugosidade. O tipo de revestimento também é um fator que altera o regime sendo que os

mais rugosos favorecem um regime de catarata já os mais lisos favorecem o regime de

cascata. Para a escolha do tipo mais adequado de revestimento e o material de fabricação, é

importante considerar os seguintes fatores:

1. Tipo de moinho (ex.: de bolas ou de barras etc.);

2. Tamanho do moinho;

3. Velocidade do moinho;

4. Tipo de descarga ;

5. Material a processar – minério;

6. Dureza do minério;

7. Granulometria da alimentação;

8. Granulometria do produto;

9. Diâmetro dos corpos moedores;

10. Operação a úmido ou a seco;

11. Densidade dos corpos moedores;

12. Presença de pedaços de corpos moedores;

13. Prática de recarga de corpos moedores;

Para Luz et all (2010) (4) os revestimentos tem como finalidade proteger o cilindro

contra desgaste e reduzir o deslizamento da carga moedora dentro da carcaça, os

42

revestimentos são feitos de várias ligas metálicas, de borracha e raramente de cerâmica ou de

quartzito para usos muito especiais.

Os revestimentos metálicos em geral são de aço-liga ou ferro fundido resistente à

abrasão. O modelo de revestimento de aço mais comum para os moinhos de bolas é o

ondulado: o de dupla onda é usualmente utilizado para aplicações secundárias e o de onda

simples é para moinhos primários de bolas e barras. Alguns pontos devem ser observados nos

revestimentos de aço: a sua utilização tanto nas aplicações a seco ou a via úmida e a

representação da grande maioria dos materiais de revestimentos que são utilizados no mundo.

Conforme a Figura 11os tipos de revestimentos de aço se dividem em ondulado e de onda

simples.

As ligas de aço se subdividem em três famílias principais, que são:

Ferro branco em alto cromo (moinhos AG, moinhos de bolas e moinhos de barra);

Martensítica cromo-molibdênio (grelha de descarga dos moinhos de bolas);

Perlítica cromo-molibdênio (moinhos SAG e aplicações de alto impacto).

Figura 11 – Revestimento de aço

a) Revestimento ondulado b) Revestimento de onda simples

Fonte: METSO MINERALS, 2006. (5)

Na utilização de placas metálicas, é necessário interpor entre elas e a carcaça do

moinho um lençol de borracha ou de zinco fundido, de modo a permitir a perfeita aderência e

a evitar o atrito entre as peças metálicas, intervir à entrada de partículas sólidas entre o

revestimento e a carcaça, e assim promover danos à carcaça (LUZ et all, 2004).

Outro tipo de revestimento muito usado em moinhos de bolas é o de borracha. E seu

uso teve início na década de 60 e, desde então, tem-se desenvolvido amplamente no mundo

todo, porém, nos moinhos de barras só são usados se os mesmos forem de pequeno diâmetro.

Desde o seu início, os revestimentos de borracha são do tipo placa e barra de levantamento, e

uma das suas vantagens é no caso da moagem fina e para materiais muito abrasivos.

43

Os revestimentos de borracha possuem uma vida útil maior que os revestimentos

metálicos, além de serem mais fáceis e rápidos de instalar e apresentarem uma redução

significativa nos níveis de ruído, porém possuem um preço muito alto. Há relatos de aumento

no consumo de corpos moedores em relação ao uso de revestimentos de Ni-hard. Além disso,

o uso da borracha tem aplicação limitada para processos que envolvam o uso de reagentes e

aqueles em que a temperatura de operação seja elevada, excedendo 80ºC, não podendo, ainda,

ser utilizado para moagem a seco. Possuem, também, maior espessura que os revestimentos

metálicos, reduzindo a capacidade do moinho por apresentarem menor volume interno, o que

para moinhos pequenos se torna um fator importante (RODRIGUES, 2010 p. 23) (9).

Não deve ser usada borracha em revestimentos de moinhos a seco devido à alta

temperatura. Borrachas normais podem suportar bem até 50° C, temperatura esta facilmente

ultrapassada em moinho a seco. Não deve ainda ser usada borracha se a polpa contiver óleo

mineral que corrói a borracha. Note-se que a borracha não sofre corrosão por elemento

químico, contrariamente ao que ocorre com revestimentos metálicos. (BERALDO, 1987, p.

35) (1).

Figura 12 – Revestimento de borracha

Fonte: METSO MINERALS, 2006. (5)

Os revestimentos podem também ser combinados com aço e borracha. Este tipo de

revestimento surgiu na década de 80 utilizando a resiliência da borracha e a resistência ao

desgaste do aço. Assim se utiliza uma liga mais dura e mais resistente ao desgaste, formada

de ferro/aço, ao invés de se utilizar um revestimento de aço maciço, pois a borracha absorverá

as forças de impacto.

Uma das vantagens do uso deste tipo de revestimento é o tempo de instalação e

reposição de revestimentos, o peso deste revestimento diminui 1/3 a ½ em comparação com o

de aço e as placas por serem de borracha maciça não ficam encravadas entre si, como ocorre

com os revestimentos de aço maciço.

Uma das principais características observada neste tipo de revestimento para os

moinhos de bolas refere-se ao fato de que a ação de elevação aplicada à cada carga se matém

44

constante por toda a vida útil do revestimento. No caso de revestimentos maciços, constata-se

que gastam mais acentuadamente na área de elevação, a qual, ao ficar mais suave, vai

perdendo sua ação de levantamento proporcionalmente ao desgaste. Como exemplo, temos a

Figura 13.

Figura 13 – Revestimento combinado

Fonte: METSO MINERALS, 2006. (5)

Os revestimentos magnéticos consistem em um sistema de ímãs que são permanentes

inseridos num molde de borracha. Estes ímãs manterão o revestimento no seu lugar sem

necessidade de parafusos, assegurando que o revestimento atraia o material sustentável à

imantação existente no interior dos moinhos. Ás partículas que são atraídas para a superfície

do revestimento formão uma fina camada continua de perfil ondulado. Este tipo de

revestimento é usado em moinhos verticais.

A espessura deste tipo de revestimento juntamente com a camada de desgaste é muito

menos que a de um revestimento convencional, gerando um diâmetro efetivo maior no

moinho, em geral este revestimento é usado para moagem fina proporcionando um

desempenho eficiente nestas aplicações. Devido ao complicado processo de fabricação este

revestimento se torna mais caro que os outros tipos, mas se instalado corretamente

proporciona anos de operação isento de problemas. Uma limitação existente nos revestimento

magnético se dá no fato de que os ímãs não são muito resistentes a impactos, pois são muito

quebradiços.

Os revestimentos são produzidos em diferentes formas, aplicáveis ao tipo e tamanho

do moinho, material a processar (dureza, tamanho), velocidade de operação etc. Hoje, a

maioria das empresas produtoras de revestimento de moinhos recorre a programas de

computador (programa de trajetória de bolas), para simular o comportamento da carga nas

diversas aplicações, visando selecionar a configuração do revestimento, bem como estudar as

suas diferentes alternativas, consumo de meio moedor e desempenho da moagem.

45

4.8 TIPOS DE DESCARGA

Os moinhos são, muitas vezes, classificados de acordo com a natureza do dispositivo

de descarga da polpa durante a moagem. Existem duas formas de descarga da polpa de

moinhos de bolas: á descarga por overflow, recomendada para moagem via úmida para

alimentações mais finas, e por transbordo/diafragma, recomendada para moagem via seca e

úmida para alimentações grosseiras ou quando se quer reduzir a geração de finos. Em geral

quanto mais próximo se está da periferia da carcaça e da boca de alimentação, mais

rapidamente o material é descarregado e ocorre menos sobremoagem.

Nos moinhos de barras, os tipos de descarga mais comuns são: transbordo descarga

periférica central e descarga periférica terminal. Já nos moinhos de bolas, os tipos de

descarga mais usados são: descarga por grade e descarga por transbordo. Lembrando que não

se usa moinhos de bolas com descarga periférica devido ao diafragma ser menor e nem

moinhos de barras com diafragma, pois esta peça não resiste aos impactos provocados pelas

barras, o diafragma é recomendado para alimentações mais grossas ou quando se deseja

minimizar a geração de finos. A descarga por diafragma é recomendada para alimentações

grosseiras ou quando se deseja minimizar a geração de finos, correspondendo à descarga

periférica do moinho de barras. O diafragma é um disco crivado, sendo que os crivos podem

cobrir toda a área da superfície da peça, possibilitando a graduação do tempo de residência

dentro do moinho, conforme as necessidades operacionais (CHAVES, et all, 2006) (3).

Os moinhos com descarga por diafragma apresentam algumas desvantagens

operacionais, tais como o maior consumo de corpos em relação ao moinho com descarga por

overflow, e a possibilidade de entupimento dos crivos, apesar do seu projeto ter os furos do

crivo abertos na direção do fluxo (CHAVES, et all, 2006) (3).

A descarga por overflow apresenta-se mais fácil de operar e é utilizada para a maior

parte das aplicações dos moinhos de bolas, especialmente para moagem fina e remoagem,

sendo seu consumo de energia de 15 a 20% menor que o moinho com descarga por diafragma

de mesmo tamanho (CHAVES, et all, 2006) (3).

Na Tabela 5, são apresentados os arranjos de descarga existentes nos moinhos

cilíndricos.

46

Tabela 5 - Arranjos de descarga

Tipo Característica

Ove

rflo

w

Usado em via úmida, em moinhos de barras ou bolas. Ocorre

pelo transbordamento através do furo do munhão da tampa da

descarga. O nível da descarga da polpa situa-se normalmente de

2” a 4” abaixo do nível da abertura da alimentação, o que

permite um leve gradiente no escoamento da polpa.

Per

iféri

ca d

e to

po

Usado em via seca ou úmida, em moinhos de barras O moinho é

alimentado por uma das extremidades e descarrega o produto

moído pela outra através de várias aberturas periféricas.

Utilizado principalmente quando se deseja produtos

moderadamente grossos.

Per

iféri

ca c

entr

al

Usado em via seca ou úmida, em moinhos de barras O moinho é

alimentado pelas duas extremidades através dos munhões e a

descarga do produto ocorre através de janelas no centro da

carcaça. O tempo de residência pequeno e o gradiente inclinado

produzem uma moagem grossa com um mínimo de finos, mas,

a razão de redução é limitada

Dia

fragm

a

(lim

itad

o p

or

gra

de)

Usado em via seca ou úmida, em moinhos de bolas. Possui uma

grelha entre o corpo cilíndrico da carcaça e o cone de descarga

permitindo a polpa passar livremente pelas aberturas da grelha,

mas não as bolas. Existe um dispositivo de elevação da polpa no

compartimento posterior à grelha que facilita o fluxo de polpa

provocando maior velocidade do fluxo na descarga. Apresentam

nível de polpa mais baixo do que os de transbordo, reduzindo o

tempo de residência das partículas e evitando a sobremoagem.

Com

part

imen

tad

a

Usado em via seca ou úmida. Barras e Bolas

Fonte: Metso Minerals, 2006. (5)

47

Nos moinhos com descarga por overflow, são utilizados alguns dispositivos, como os

diafragmas, cabeças divisoras ou espirais reversas instaladas num trommel na descarga do

moinho, para evitar que as bolas sejam descarregadas junto com o produto (CHAVES, et all,

2006) (3).

4.9 CARGA CIRCULANTE

Denomina-se por carga circulante, o material do circuito fechado que retorna ao

equipamento de cominuição. Sua principal função é a de acertar a distribuição granulométrica

do produto do moinho. Com o aumento da carga circulante se tem também o aumento da

quantidade de material passante no moinho, diminuindo o tempo de residência das partículas

dentro dele, diminuindo a geração de finos, pois a presença de um maior número de partículas

faz com que o efeito da carga sobre as partículas seja amortecido.

A carga circulante é uma das variáveis operacionais mais importantes no processo de

moagem e se define em termos de porcentagem da alimentação nova, que é composta pelo

produto do moinho com tamanho de partícula maior que o desejado, retornando ao mesmo

para ter uma nova chance de sofrer fragmentação para atingir a granulometria desejada.

Dentro de limites especificados, quanto maior a carga circulante maior será a

capacidade do moinho, pois a carga circulante ótima de um circuito depende da capacidade do

classificador e do custo de transportar a carga para o moinho. A carga circulante fica

normalmente entre 100 e 350%, entretanto pode chegar a um valor tão alto quanto 600%

(LUZ et all, 2010) (4).

A alimentação total do moinho aumenta com o aumento da carga circulante, levando à

diminuição do tempo de residência das partículas dentro do moinho. ( LUZ, et aLl, 2010) (4).

Deste modo, mais partículas finas retornam à alimentação e a diferença entre o tamanho

médio das partículas da alimentação e do produto diminui. Segundo Chaves, et all. (2006) (3),

o aumento da quantidade de partículas faz que o efeito da carga seja amortecido, gerando

menos finos.

Entende-se, assim, a estratégia de controle mais empregada na operação de moagem,

que corresponde a:

Controle de granulometria do produto pelo ajuste da porcentagem de sólidos da

alimentação do hidrociclone, o que é conseguido pela adição de água na caixa da

48

bomba. A um aumento da adição de água corresponderá um produto mais fino com

aumento de carga circulante;

Manutenção da carga circulante em seu nível ótimo por meio da regulagem da taxa de

alimentação (Beraldo, 1987) (1).

Pode-se, assim, observar que ambas as ações de controle têm efeitos coerentes. A

utilização dessa estratégia de controle conduz a uma operação eficiente da moagem, desde

que não haja variação muito grande de minério ou de outras condições que poderiam alterar o

nível da carga circulante ótima.

Considerando os efeitos da carga circulante nas eficiências do moinho, pode-se

observar que o valor da carga circulante ótima depende das condições de operação (WI do

minério, relação de redução, finura do produto etc.), tornando a carga circulante um fator

muito importante no processo e que define o tipo de alimentação que vai seguir adiante no

processo. Tal importância é confirmada por Chaves e Peres (2006, p.606) (3) que definem os

objetivos primordiais da carga circulante.

Garantir o tamanho máximo do produto de moagem;

Diminuir a geração de finos dentro dos moinhos: a carga circulante da moagem age

como um amortecedor da moagem das partículas da alimentação nova, dissipando a

energia mecânica aplicada sobre elas e causando a geração de menos quantidade de

fino.

4.10 CIRCUITOS DE MOAGEM

A operação de moagem pode ser conduzida através de dois tipos de processo, via seca

ou via úmida, que é determinado pelas características do material, pela operação subsequente

ou por aspectos econômicos.

A moagem via seca é, normalmente, adotada para casos onde o minério não pode ser

molhado, devido à reação com a água, ou quando a próxima etapa do processo é a seco,

tornando-se economicamente inviável a secagem da polpa, ou quando a escassez de água

torna o processo a úmido inviável. Conforme apresentado por Rodrigues (2010) (9), a

moagem a seco causa menos desgaste nos revestimentos e nos corpos moedores, em

consequência à formação de uma camada de minério que recobre os mesmos, resultando,

também, na produção de mais partículas finas.

49

A moagem via úmida se caracteriza pela adição de água ao sólido, produzindo uma

polpa, que irá compor a carga. A quantidade de água a ser adicionada é determinada conforme

a densidade ou porcentagem de sólidos da polpa que se deseja utilizar no processo. Este tipo

de moagem apresenta uma ação lubrificante, devido ao transporte hidráulico, levando a

redução de potência, em torno de 23%, em relação à moagem a seco, como mostra Metso

(2006). Entretanto, o consumo de revestimento é de 5 a 7 vezes maios, em função do desgaste

à corrosão e falta de recobrimento dos mesmos.

A moagem via úmida é, geralmente, a mais utilizada em operações de processamento

mineral devido à economia global da operação. As vantagens deste tipo de processo,

conforme apresentadas por Luz, et all. (2010) (4), são:

Menor consumo energético por tonelada de material;

Maior capacidade por volume do moinho;

Possibilidade do uso de peneiramento a úmido ou classificação para controle mais

preciso do produto;

Eliminação de problemas relacionados à poeira;

Dissipa o calor gerado dentro do moinho;

Possibilita o uso de meios de transporte de material mais simples, tais como bombas,

tubulações e calhas.

Para a escolha do tipo de moinho deve se considerar o circuito que será usado. Os

circuitos são divididos em dois grandes grupos: abertos e fechados que serão determinados

pela especificação granulométrica desejada do produto e/ou pela operação de classificação do

material.

O circuito aberto se caracteriza por ter apenas uma passagem do material através do

moinho, de forma que o produto atinja as especificações desejadas, não necessitando de

classificação antes de passar para a próxima etapa do processo. Luz, et al. (2010) (4) destacam

que este tipo de circuito é raramente utilizado em processamento mineral, uma vez que não se

tem controle da distribuição granulométrica do produto e, ainda, necessita de uma taxa de

alimentação baixa o bastante para garantir que todas as partículas permaneçam tempo

suficiente dentro do moinho para serem fragmentadas até que alcancem o tamanho de produto

desejado. Deste modo, o tempo de residência das partículas dentro do moinho é

50

superdimensionado, levando à produção excessiva de finos e ao consumo desnecessário de

energia.

Na Figura 14, temos o exemplo um circuito aberto de moagem sem autógena.

Figura 14 – Circuito aberto

Fonte: Rodrigues, 2010. (9)

O circuito fechado de moagem é aquele em que o produto passa por um equipamento

de classificação e o material grosseiro (oversize) retorna ao moinho, quantas vezes forem

necessárias até que se atinja a granulometria especificada. Deste modo, a alimentação total do

moinho é composta por uma alimentação nova, que ainda não sofreu moagem, e por uma

quantidade de produto que ainda não alcançou o tamanho desejado e que ainda necessita

passar novamente pelo moinho, chamada de carga circulante.

A moagem em circuito fechado apresenta três tipos de configurações direto, reverso

ou misto, os quais devem ser utilizados quando o controle de tamanho do produto for

significativo para as operações subsequentes. A principal diferença encontrada entre o circuito

fechado e o circuito aberto é a utilização de um equipamento de separação, peneira vibratória,

classificador/ciclones antes ou depois da moagem ou variações das duas etapas dos

equipamentos anteriores, utilizando dois moinhos em série. O que fica retido gera uma carga

circulante para adequar a distribuição granulométrica do produto

Na operação em circuito fechado, tem-se como objetivo remover do moinho, o mais

rápido possível, aquelas partículas que já atingiram o tamanho desejado, reduzindo o tempo

de residência das mesmas a cada passagem pelo moinho. Deste modo, há redução na

sobremoagem, aumentando a energia disponível para a fragmentação efetiva das partículas

(CHAVES E PERES, 2006) (3).

51

Os moinhos de barras em geral operam em circuito aberto, principalmente quando

preparam material para moinhos de bolas já os moinhos de bolas praticamente operam em

regimes de circuito fechado com algum tipo de classificadores. Conforme Figuras 15,16 e 17

onde podemos observar modelos de circuito fechado direto, circuito fechado reverso e circuito

fechado misto

Figura 15 – Circuito fechado direto

Fonte: RODRIGUES, 2010. (9)

Figura 16 – Circuito fechado reverso

Fonte: RODRIGUES, 2010. (9)

Figura 17– Circuito fechado misto

Fonte: RODRIGUES, 2010. (9)

52

Outro tipo de circuito que é importante ressaltar são os circuitos abertos e fechados

AG/SAG conforme Figura 18 e 19, onde o princípio destes circuitos são os mesmos dos

circuitos fechados e abertos que ocorrem nos moinhos de bolas e barras.

Figura 18 – Circuito AG/ SAG em estágio único

Fonte: RODRIGUES, 2010. (9)

Figura 19 – Circuito AG/SAG – Bolas

Fonte: RODRIGUES, 2010. (9)

Na relação apresentada na Tabela 6 que se refere aos principais circuitos de moagem,

os circuitos D, F e G apresentam tanto moinhos autógenos como os sem autógenos exercendo

a função de moagem primária. A tendência atual é de uso crescente de moinhos

semiautógenos, por terem maior capacidade e serem menos sensíveis às características do

minério. Na indústria, geralmente, a moagem é realizada em circuito fechado, com um

classificador ou peneira, cuja fração grossa retorna ao moinho como carga circulante.

53

Tabela 6 - Principais circuitos de moagem.

PRINCIPAIS CIRCUITOS DE MOAGENS

CIRCUITOS DESCRIÇÃO APLICAÇÕES

A Moinho de barras em circuito aberto

Moagem grosseira. Minério de urânio.

Produção sinter-feed

Moagem a seco de coque

B Moinho de barras em circuito fechado

Pouco comum. Moagem relativamente

grossa com pequena produção de slimes.

Serrana, moagem de silvinita

C Moinho de bolas em estágio único Muito comum em minérios de cobre.

Alimentação deve ser britada fina

D

Moinho autógeno ou semi autógenos Usado na África do Sul e em moagem

em estágio único de taconito. Alimentação brita primária.

Alto consumo energético

E

Moinho de barras em circuito aberto Alto investimento, baixo consumo

e de bolas em circuito fechado energético. Recomendado para

material de difícil britagem fina

F

Moinho autógeno ou semiautógeno, Aplicações tendem a expandir-se por

seguido de moinho de bolas apresentar baixo investimento e

razoável consumo energético

G Idêntico ao anterior substituindo o Investimento mais elevado que no F

moinho de bolas por de seixos e custos mais baixos

H

Circuitos A-B-C. Moinho autógeno Utiliza britador para moer partículas

britador e moinho de bolas nas faixas granulométricas críticas do

moinho autógeno

I Moinho multicâmara. Circuito fechado

Moagem de cimento ou bauxita a seco

J Moinho de rolos (rol1er-mill)

Moagem a seco de materiais pouco

abrasivos. Usado em moagem de carvão

,fosfato e cru de cimento (quando o teor de

Sílica livre na matéria-prima é baixo)

Fonte: (Beraldo, 1987). (1)

54

Um aumento da carga circulante gera uma elevação na massa de sólidos no interior do

moinho e uma redução no tempo de residência das partículas e consequentemente uma

redução na geração de finos e da sobre moagem. No circuito fechado a partícula pode retornar

ao moinho diversas vezes até alcançar a especificação, a carga circulante e percentagem de

retorno sobre a alimentação nova do moinho.

4.11 MODELAGENS DE MOINHOS

A otimização de circuitos industriais de moagem tem sido realizada com sucesso,

utilizando modelos matemáticos que relacionam dados industriais com parâmetros de quebra

e energia específica de fragmentação determinados em laboratório.

Um modelo matemático é uma equação ou conjunto de equações que representa um

processo real. A definição para o termo simulação segundo o dicionário Encarta World

Dictionary, (1999) (12) é: “construção de um modelo matemático para reproduzir as

características de um fenômeno, sistema ou processo, usando frequentemente um computador,

a fim de pressupor uma informação ou resolver problemas”.

Existem três tipos de modelos que podem representar um processo de simulação:

Empírico: frequentemente um conjunto de equações algébricas desenvolvidas por

regressão, estatística multivariada ou rede neural. Existem os chamados “Black Box

Model”, os quais são tratados por um conjunto de dados de entradas e saídas

(Exemplo: a equação de Bond é um modelo semi - empírico);

Fenomenológico: frequentemente um conjunto de equações algébricas e diferenciais

utilizadas em alguns princípios de engenharia, física e química, mas requerem

calibração (Exemplo: modelo do balanço populacional);

Fundamental: frequentemente um conjunto de equações algébricas e diferenciais

baseadas em leis fundamentais da física e da química, requerendo um mínimo de

calibração (Exemplo: métodos de elemento discreto e dinâmica dos fluidos

computacional).

São diversas as ferramentas de modelagem matemático disponíveis atualmente no

mercado. Nesse estudo utilizaremos o software Moly Cop Tools_Version 3.0 (8).

O software Moly-Cop Tools, compreende um conjunto de planilhas do Microsoft Excel

2007, que foram projetadas para caracterizar e avaliar a eficiência operacional de qualquer

55

circuito de moagem de minério - mineral existente, seguindo metodologias padronizadas e

critérios de avaliação amplamente aceitos. Além dos simuladores e balanços de massa que se

associam aos parâmetros para a estimativa dos circuitos de moagem convencionais e sem

autógenos. O Moly-Cop Tools inclui planilhas adicionais para cálculos mais tradicionais como

a teoria de Bond, correlações do consumo energia do moinho, fórmulas de carga bola,

modelos de hidrociclone e outras funções gerais de serviços públicos.

Os parâmetros utilizados para a simulação de moinhos de bolas ocorrem em três

etapas. Cada etapa corresponde a uma planilha do software Moly-Cop Tools.

A primeira é BallParam Batch, que é usada na determinação dos parâmetros em

laboratório que ocorrem através de um trabalho conjunto com o moinho de bolas e os

simuladores de moagem BallSim, tais simuladores podem ser usados em qualquer sistema

específico de moagem real, através da estimativa dos vários parâmetros do modelo que

caracterizam a capacidade de retificação de um dado minério. Assim, as folhas de cálculos

mostram um algoritmo eficiente para procurar o conjunto de valores de parâmetros que

melhor se aproximam da resposta do modelo para as medições reais experimentais

disponíveis, com base em um modelo não linear típico.

O segunda é BallParam_Open, que é usado para se determinar os parâmetros da

usina. Esta planilha foi projetada para ser usada em conjunto com a bola do moinho e os

simuladores BallSim_Direct, BallSim_Reverse ou BallSim_Dual, para o "ajuste" dos

simuladores para qualquer sistema de moagem real e específico. Esse ajuste ocorre através da

estimativa dos vários parâmetros existentes em um modelo que caracteriza a moabilidade de

um dado minério.

Em outras palavras, as planilhas do software Moly-Cop Tools fornecem um algoritmo

eficiente para procurar um dado conjunto de valores de parâmetros que melhor se aproximam

da resposta do modelo com as medições experimentais reais disponíveis (obtidos a partir de

contínuo, piloto ou planta completa Escala Mills), com base em um modelo típico não linear.

O modelo se baseia na chamada Teoria Moderna de Fragmentação. Esta teoria

introduziu dois novos conjuntos de parâmetros: a função de seleção S e a função de quebra B.

A primeira função, conhecida como moabilidade, se relaciona a cinética de moagem de cada

partícula independente e a segunda função, conhecido como distribuição primária de

56

fragmentos, caracteriza a distribuição do tamanho dos fragmentos produzidos como um

resultado de eventos de ruptura.

A Figura 20 representa a distribuição das partículas nas várias faixas granulométricas

após cada evento de quebra. Considera que, em algum dado instante t, a distribuição

granulométrica do material de um moinho de batelada hipotético é quantificada pelas frações

fi (i = 1 até n) retida em n diferentes peneiras representadas no lado esquerdo da Figura 20.

Após um intervalo de tempo Δt, o resultado da distribuição granulométrica é representado

pelo lado direito da Figura 20.

Durante este intervalo de tempo, algumas partículas serão fragmentadas e seus

fragmentos serão redistribuídos para as peneiras inferiores. Para as partículas retidas na malha

‘i +1’ (a fração ‘i’), a função seleção Si denota a velocidade de quebra, que é a fração das

partículas de um conjunto de tamanhos (di+1,di) fraturadas por unidade de tempo.

O produto (Si*Δt), onde Si corresponde à função de seleção da peneira i, representa a

fração de material retido na malha ‘i+1’, no tempo t, que será fraturada pela ação dos corpos

moedores, durante o intervalo de tempo Δt. Consequentemente, a função quebra bij denota a

fração, em peso, de fragmentos que surgem da quebra das partículas retidas na malha ‘j+1’

que foram retidas na malha inferior ‘i+1’.

Figura 20 - Distribuição das partículas nas várias faixas granulométricas após cada evento de

quebra.

Fonte: Moly – Cop Tool_Versio 3.0. (8)

De acordo com a figura, é possível estabelecer, para cada fração de tamanho ‘i’, o

seguinte balanço populacional de partículas:

57

[ partículas na fração ‘i’ no tempo (t+ Δt) ] = [ partículas na fração ‘i’ no tempo t ] -

[ partículas na fração ‘i’ quebradas durante o intervalo de tempo Δt ] +

[ novas partículas adicionadas a fração ‘i’ como resultado da quebra de partículas

retidas nas frações grossas (j = 1,i-1) ]

Então, se H representa a massa total de minério no moinho, tem-se a seguinte equação:

f_i (t+ ∆t)H= f_i (t)H-S_i ∆tf_i (t)H+b_(i,1) S_1 f_1 (t)H+b_(i,2) S_2 f_2 (t)H+…+b_(i,i-1)

S_(i-1) f_(i-1) (t)H (1)

para i=1, 2, ..., n. Essa equação pode ser reescrita como

((f_i (t+ ∆t)- f_i (t)))/∆t= -S_i f_i (t)+ b_(i,1) S_1 f_1 (t)+ b_(i,2) S_2 f_2 (t)+…+ b_(i,i-1)

S_(i-1) f_(i-1) (t) (2)

para i=1, 2, ..., n. Lembrando que fi é a fração do total de minério H na peneira i.

O software utilizado nesse trabalho, Moly-Cop Tools, utiliza-se da Equação (2) como

referência para o modelo geral de moagem. Além disso, o software encapsula métodos

matemáticos para otimização dos parâmetros do modelo.

Os parâmetros do modelo de moagem estão relacionados as principais funções do

modelo, a função seleção e função quebra.

Os parâmetros para a função de seleção são representados pela seguinte equação:

S_i^E=(α_0 〖(d_i^*)〗^(α_1 ))/(1+((d_i^*)/d_crit )^(α_2 ) ) (3)

com d_i^*=〖(d_i×d_(i+1))〗^0.5 = tamanho médio das partícula da i-ésima fração.

Os parâmetros para a função de quebra são representados pela seguinte equação:

B_ij= β_0 (d_i/d_(j+1) )^(β_1 )+(1-β_0 ) (d_i/d_(j+1) )^(β_2 ) (4)

Essas duas funções, Seleção e Quebra, são implementadas nas planilhas do Moly-Cop

Tools, sendo necessário apenas definir os parâmetros de cada uma. Uma forma de encontrar

os melhores parâmetros é comparar os resultados das simulações com os resultados reais. O

software Moly-Cop Tools contém planilhas que ajustam os parâmetros baseado nessas

comparações.

58

A aplicação do Moly-Cop Tools possibilita simulações, apenas com ensaios em

laboratório e com pequenas amostras de minérios, determinar a taxa de quebra específica de

um minério e assim dimensionar ou otimizar uma instalação já existente. Além disso, a

utilização do Moly-Cop Tools abstém o usuário dos detalhes dos complicados métodos

matemáticos de otimização. Por esse motivo, neste trabalho apenas algumas definições serão

abordadas para auxiliar no entendimento e interpretação dos resultados.

A simulação matemática vem a ser uma resposta aos circuitos de moagem e

classificação, como foi demonstrado aqui, ela requer a combinação adequada da unidade de

moagem e modelos de classificação. Como resultado da carga circulante, ambos os modelos

não podem ser resolvidos de forma independente. Tal condição de interdependência implica

que o sistema tem que ser resolvido com o auxílio de algoritmos numéricos de convergência,

a partir de um valor inicial para se descobrir a proporção de carga em circulação. Assim para,

que acorra a simulação é necessário se fazer o uso das ferramentas disponíveis nas diversas

planilhas apresentadas a fim de se alcançar um resultado final desejado, que é uma simulação

completa que apresente todos os parâmetros esperados.

59

5. METODOLOGIA

Os dados necessários para a execução das simulações foram fornecidos pela empresa

Anglo American Fosfatos Brasil, que trabalha com o circuito fechado, porem neste trabalho

será abordado a moagem em circuito aberto, devido a ausência dos dados do hidrocilone,

pode se visualizar o circuito utilizado pela empresa no (Anexo 1). Os dados fornecidos pela

empresa foram: parâmetros de laboratório da empresa (Anexo 2), parâmetros reais do moinho

da usina 47 (Anexo 3), análise granulométrica da alimentação do moinho industrial (Anexo

4), análise granulométrica do produto do moinho industrial (Anexo 5), análise granulométrica

da alimentação do moinho laboratorial (Anexo 6) e análise granulométrica do produto do

moinho laboratorial (Anexo 7).

Primeiramente foram lançados os dados do laboratório no programa Moly-Cop Tolls

no documento “BallParam_Batch”, planilha “Data File” (Figura 21) referente aos dados

laboratoriais. Como entradas, são informados os parâmetros gerados no moinho de laboratório

da empresa (veja Anexo 2), as análises granulométricas da alimentação e produto gerados no

laboratório (veja os anexos 6 e 7). Com o preenchimento desses dados é gerado um gráfico,

planilha “Control_Panel” (Figura 22), onde é apresentada a distribuição das partículas (µm)

pela porcentagem passante (análise granulométrica).

Com esses dados definidos, o programa Moly-Cop Tools, através das equações

definidas na Seção 4.11 (equações (3) e (4) ), onde é determinado os parâmetros alpha,

correspondente a Função de Seleção, e os parâmetros beta, correspondente à Função de

Quebra. Veja na Figura 22 os campos alpha0, alpha1, alpha2 e dcrit (parâmetros da Função de

Seleção) e os campos beta0, beta1 e beta2 (parâmetros da Função de Quebra).

60

Figura 21 - Planilha “Data File”

Fonte – Moly-Cop Tools

Figura 22 - Planilha “Control_Panel”

Fonte – Moly-Cop Tools

Moly-Cop Tools TM (Version 3.0)

Remarks Test N° 1

Mill Dimensions and Operating Conditions Net

Eff. Diam. Eff. Length Speed Charge Balls Power

ft ft % Critical Filling, % Filling, % kW Balls Overfilling Slurry

0,10 0,12 40,0 3461,3 139,1 0,740 0,074 0,655 0,011

rpm 97,35

Ore Weight, 1,2 kg Balls Weight, 0,2 kg App. Grinding Time, 3 min

Ore Density, 3,20 ton/m3 Balls Density, 8,65 ton/m3 Charge

% Solids (by weight) 70,0 % Voids Fraction, 0,40 °/1 Density, Total Energy, 30,83 kWh/ton

Slurry Density, 1,928 ton/m3 Balls Volume (app.), 0,0 liters ton/m3 Balls Energy, 3,08 kWh/ton

Slurry Weight, 1,7 kg Mill Volume, 0,0 liters 2,090

Slurry Volume, 0,9 liters

Overfilling, 0,9 liters

% wi wi (error) 2

i Mesh Opening Mid-Size % Ret % Pass % Ret % Pass % Ret % Pass Exp Adj. Error

1 0,53 12700 100,00 100,00 100,00

2 0,37 9500 10984 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00 100,00 100,00 (0,00) 1 0,00

3 3 6700 7978 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00 100,00 100,00 (0,00) 1 0,00

4 4 4750 5641 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00 100,00 100,00 (0,00) 1 0,00

5 6 3350 3989 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00 100,00 100,00 (0,00) 1 0,00

6 8 2360 2812 2,33 97,67 0,00 100,00 2,33 97,67 100,00 97,67 2,39 1 5,69

7 10 1700 2003 1,07 96,60 0,00 100,00 1,07 96,60 100,00 96,60 3,52 1 12,39

8 14 1180 1416 6,72 89,88 0,00 100,00 6,72 89,88 100,00 89,88 11,26 1 126,78

9 20 850 1001 9,83 80,05 0,00 100,00 9,83 80,05 100,00 80,05 24,92 1 621,10

10 28 600 714 12,77 67,28 0,00 100,00 12,77 67,28 100,00 67,28 48,63 1 2365,13

11 35 425 505 14,10 53,18 0,00 100,00 14,10 53,18 100,00 53,18 88,04 1 7751,15

12 48 300 357 23,71 29,47 0,00 100,00 23,71 29,47 100,00 29,47 239,33 1 57277,95

13 60 250 274 19,47 10,00 0,00 100,00 19,47 10,00 100,00 10,00 900,00 1 810000,00

14 65 212 230 6,49 3,51 2,92 97,08 6,49 3,51 97,08 3,51 2665,81 1 7106553,44

15 100 150 178 -1,49 5,00 36,59 60,49 -1,49 5,00 60,49 5,00 1109,80 1 1231656,04

16 150 106 126 1,00 4,00 21,90 38,59 1,00 4,00 38,59 4,00 864,75 1 747792,56

17 200 75 89 1,00 3,00 15,92 22,67 1,00 3,00 22,67 3,00 655,67 1 429898,78

18 270 53 63 1,00 2,00 10,45 12,22 1,00 2,00 12,22 2,00 511,00 1 261121,00

19 325 45 49 1,00 1,00 7,52 4,70 1,00 1,00 4,70 1,00 370,00 1 136900,00

20 400 38 41 0,50 0,50 1,97 2,73 0,50 0,50 2,73 0,50 446,00 1 198916,00

21 -400 0 19 0,50 0,00 2,73 0,00 0,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0 0,00

sum 19,00 10990998,01

100,0

Power Decomposition, kW

BALLPARAM_BATCH : Estimation of Grinding Parameters from Laboratory Data

% Passing

Objective Function

Laboratório

Feed Size Distributions

Mill Feed Mill Disch. (exp) Mill Disch. (adj)

Interstitial

Slurry Filling,%

61

Na segunda etapa foram lançados no programa Moly-Cop Tools os dados reais do

moinho da usina 47, no documento “BallParam_Open”, planilha “Data File” (Figura 23),

que se refere aos dados reais de moagem. Como entradas, são informados os parâmetros

gerados no moinho da usina 47 da empresa (veja Anexo 3), as análises granulométricas da

alimentação e produto gerados no moinho da usina 47 (veja os anexos 4 e 5). O processo em

seguida é o mesmo com os dados de laboratório da empresa, onde são gerados o gráfico de

análise granulométrica na planilha “Control_Panel” (Figura 24) e os parâmetros das funções

de Quebra e Seleção, alpha e beta.

Figura 23 - Planilha Data_File_BallParam_Open

Fonte – Moly-Cop Tools

Moly-Cop Tools TM (Version 3.0)

Remarks Test N° 1

Mill Dimensions and Operating Conditions 1077 Balls

Eff. Diam. Eff. Length Speed Charge Balls Lift 234 Overfilling

ft ft % Critical Filling,% Filling,% Angle, (°) 166 Slurry

15,00 16,50 70,8 50,00 32,00 34,94 1477 Net Power

rpm 13,99 10,0 % Losses

1641 Gross kW

% Solids (by weight) 68,0 Charge Apparent Mill Flowrate, tph (dry) 900,0

Ore Density, ton/m3 3,80 Volume, Ball Density

Slurry Density, ton/m3 2,00 m3 Charge Interstitial Excess ton/m3 Total Energy, kWh/ton 1,64

Balls Density, ton/m3 8,65 41,36 137,40 21,22 29,85 4,556 Balls Energy, kWh/ton 1,20

Make-up Ball Size, mm 40,00

% wi wi (error) 2

i Mesh Opening Mid-Size % Ret % Pass % Ret % Pass % Ret % Pass Exp Adj. Error

1 1,05 25400 100,00 100,00 100,00

2 0,74 19050 21997 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00 100,00 100,00 (0,00) 1 0,00

3 0,53 12700 15554 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00 100,00 100,00 (0,00) 1 0,00

4 0,37 9500 10984 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00 100,00 100,00 0,00 1 0,00

5 3 6700 7978 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00 100,00 100,00 0,00 1 0,00

6 4 4750 5641 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00 100,00 100,00 0,00 1 0,00

7 6 3350 3989 0,00 100,00 0,00 100,00 0,00 100,00 100,00 100,00 0,00 1 0,00

8 8 2360 2812 0,00 100,00 0,00 100,00 0,01 99,99 100,00 99,99 0,01 1 0,00

9 10 1700 2003 0,00 100,00 0,00 100,00 0,06 99,93 100,00 99,93 0,07 1 0,00

10 14 1180 1416 3,65 96,35 0,00 100,00 0,52 99,41 100,00 99,41 0,59 1 0,35

11 20 850 1001 7,17 89,18 4,51 95,49 2,49 96,92 95,49 96,92 (1,47) 1 2,17

12 28 600 714 7,51 81,67 5,03 90,46 5,85 91,07 90,46 91,07 (0,67) 1 0,45

13 35 425 505 13,64 68,03 10,97 79,49 11,01 80,06 79,49 80,06 (0,71) 1 0,51

14 48 300 357 20,36 47,67 16,21 63,28 18,34 61,72 63,28 61,72 2,53 1 6,39

15 65 212 252 17,61 30,06 19,26 44,02 20,95 40,77 44,02 40,77 7,98 1 63,72

16 100 150 178 10,06 20,00 18,44 25,58 15,74 25,03 25,58 25,03 2,20 1 4,84

17 150 106 126 5,00 15,00 10,09 15,49 8,79 16,24 15,49 16,24 (4,62) 1 21,34

18 200 75 89 5,00 10,00 5,49 10,00 6,21 10,03 10,00 10,03 (0,30) 1 0,09

19 270 53 63 5,00 5,00 5,00 5,00 5,35 4,68 5,00 4,68 6,86 1 47,02

20 400 38 45 1,00 4,00 2,00 3,00 1,42 3,26 3,00 3,26 (8,03) 1 64,50

21 -400 19 4,00 0,00 3,00 0,00 3,26 0,00 0,00 0,00 0,00 0 0,00

sum 19,00 211,38

BALLPARAM_OPEN : Estimation of Grinding Parameters from Plant Scale Data

% Passing

Objective Function

Moinho 47

Feed Size Distributions

Mill Feed Mill Disch. (exp) Mill Disch. (adj)

Mill Charge Weight, tons

Slurry

Interstitial

Slurry Filling,%

100,00

62

Figura 24 - Planilha Data_File_Control_Panel

Fonte – Moly-Cop Tools

Na terceira etapa foram feitas as simulações, uma com os dados reais de moagem da

usina 47. Para a execução das simulações no programa Moly-Cop Tools referentes à moagem

da usina 47, foi utilizado o documento “BallSim_Open”, onda na planilha “Data file” (Figura

25) primeiramente se inserindo os valores de alpha0, alpha1, alpha2, dcrit, Alpha 02 e alpha

12 e os valores de beta0, beta1, beta2 e beta 01, onde foram efetuadas quatro tipos de

simulações a partir dos dados do moinho da usina 47.

As simulações foram feitas variando os valores de alimentação, velocidade crítica,

porcentagem de enchimento e tamanho de bolas. Foram variados respectivamente os

seguintes valores: na alimentação {800t, 850t, 900t, 925t, 950t e 1000t}; na velocidade crítica

{40%, 50%, 60%, 70%, 80% e 90%}; na porcentagem de enchimento {30%, 35%, 40%, 45%,

50% e 55%} e o tamanho das bolas {20mm, 40mm, 50mm,60mm, 70mm e 80mm}.

Para cada alteração dos valores foram obtidos resultados de desempenho na moagem

fixando os dados reais da moagem da usina 47. Para cada variação de valor atribuído são

gerados novos valores de P80, kWh/ton, Wio e Gross kW. Esses valores são apresentados na

planilha “Flowsheet” (Figura 26). Outros dados gerados são a análise granulométrica do

produto final, descrito na planilha “Reports” (Figura 27). Na planilha “Report” estão

descritos as porcentagens de passantes para cada valor de alimentação inserido.

63

Figura 25 - Planilha Data_File_Ballsim_Open

Fonte – Moly-Cop Tools

Figura - 26 Planilha Flowsheet

Fonte – Moly-Cop Tools

Moly-Cop Tools TM (Version 3.0)

Circuit Type OPEN (see Flowsheet ) Simulation N° 0

Remarks

Mill Dimensions and Operating Conditions 1077 Balls

Eff. Diam. Eff. Length Speed Charge Balls App. Dens. Interstitial Lift 150 Overfilling

ft ft % Critical Filling,% Filling,% ton/m3 Slurry, % Angle, (°) 107 Slurry

15,0 16,5 70,8 50,0 32,0 4,11 100,0 34,9 1333 Net kW

rpm 13,99 10,0 % Losses

1481 Gross kW

Ore Density, ton/m3 3,80

Balls Density, ton/m3 8,65 P80 422,4

% Solids Mill Discharge 30,0 Wio 23,42

Feedrate, ton/hr (dry) 900,0 % Fines MD 3,19

Feed Moisture, % 70,0

i Mesh Opening Mid-Size ton/hr % Retained % Passing

1 1,05 25400 100,00

2 0,742 19050 21997 0,00 0,00 100,00

3 0,525 12700 15554 0,00 0,00 100,00

4 0,371 9500 10984 0,00 0,00 100,00

5 3 6700 7978 0,00 0,00 100,00

6 4 4750 5641 0,00 0,00 100,00

7 6 3350 3989 0,00 0,00 100,00

8 8 2360 2812 0,00 0,00 100,00

9 10 1700 2003 0,00 0,00 100,00

10 14 1180 1416 32,85 3,65 96,35

11 20 850 1001 64,53 7,17 89,18

12 28 600 714 67,59 7,51 81,67

13 35 425 505 122,76 13,64 68,03

14 48 300 357 183,24 20,36 47,67

15 65 212 252 158,49 17,61 30,06

16 100 150 178 90,54 10,06 20,00

17 150 106 126 45,00 5,00 15,00

18 200 75 89 45,00 5,00 10,00

19 270 53 63 45,00 5,00 5,00

20 400 38 45 9,00 1,00 4,00

21 -400 0 19 36,00 4,00 0,00

Make-up Ball Size, mm 40,0 1,57 inches

Selection Function Parameters : Expanded Form :

alpha0 alpha1 alpha2 dcrit alpha02 alpha12

0,005726 0,073 2,08 6745 0,001494687 1,067652738

0,010405 <<< 0.01 5000 >>> 5620 0 1 Suggested Default Values

0,650 <<< 0.65 0.78 >>> 0,780

Breakage Function Parameters : Expanded Form :

beta0 beta1 beta2 beta01

-0,35160796 0,575101006 5,186009892 -3,317

0 Suggested Default Value

Defaults ^

BALLSIM : Conventional Open Circuit Grinding Simulator

Feed Size Distribution

Moinho 47

Main Simulated Outputs

Moly-Cop Tools TM (Version 3.0)

Simulation N° 0

Remarks

ton/hr 900,0

F80 577

Water, m3/hr 0,0 P80 422,4

% Solids 30,00

Gross kW 1481,2

kWh/ton 1,65 % Balls 32,00

Wio 23,42 % Critical 70,76

% Solids 30,00

Moinho 47

64

Figura - 27 Planilha Reports

Fonte – Moly-CopTools

A última etapa foi a analise dos resultados obtidos nas quatro simulações, que foram

feitas a partir dos lançamentos dos dados da planilha “Reports”, em uma planilha do Excel e

em seguida a construção do gráfico para analise de qual simulação obteve o melhor resultado

granulométrico, outros dados lançados em uma planilha de Excel foram os valores de P80,

Wio, % de fines MD e potência, que estão na planilha “Data file”, para cada simulação

efetuada gerando também gráficos possibilitando á analise do melhor resultado encontrado.

Simulation N° 0

Remarks:

Eff. Diameter, ft 15,0 Mill Power, kW (Gross) 1481

Eff. Length, ft 16,5 Mill Power, kW (Net) 1333

Speed, % Critical 70,8

App. Density, ton/m3 4,11

Charge Level, % 50,0 Sp. Energy, kWh/ton (Gross) 1,65

Balls Filling, % 32,0 Op. Work Index, kWh/ton (Gross) 23,42

Lift Angle, (°) 34,9 Arbiter's Flow Number 11,15

Mill Mill

Feed Discharge

Ore, ton/hr 900,0 900,0

Water, m3/hr 2100,0 2100,0

Slurry, ton/hr 3000,0 3000,0

Slurry, m3/hr 2336,8 2336,8

Slurry Dens., ton/m3 1,284 1,284

% Solids (by volume) 10,1 10,1

% Solids (by weight) 30,00 30,00

i Mesh Opening

1 1,05 25400 21997 100,00 100,00

2 0,742 19050 15554 100,00 100,00

3 0,525 12700 10984 100,00 100,00

4 0,371 9500 7978 100,00 100,00

5 3 6700 5641 100,00 100,00

6 4 4750 3989 100,00 100,00

7 6 3350 2812 100,00 100,00

8 8 2360 2003 100,00 100,00

9 10 1700 1416 100,00 99,95

10 14 1180 1001 96,35 99,54

11 20 850 714 89,18 97,40

12 28 600 505 81,67 91,57

13 35 425 357 68,03 80,37

14 48 300 252 47,67 61,82

15 65 212 178 30,06 40,55

16 100 150 126 20,00 24,68

17 150 106 89 15,00 15,97

18 200 75 63 10,00 9,87

19 270 53 45 5,00 4,58

20 400 38 19 4,00 3,19

D80, microns 577 422

alpha01 alpha02 alpha11 alpha12 alpha2 Dcrit

0,00573 0,0014947 0,073 1,068 2,0781821 6745

Beta00 Beta01 Beta1 Beta2

-0,352 -3,317 0,58 5,19

Moly-Cop ToolsTM, Version 3.0

Size Distributions

Breakage Function Parameters

Selection Function Parameters

BALLSIMConventional Open Circuit Grinding Simulator

Moinho 47

% Passing

65

6. RESULTADOS E DISCUÇÕES

O principal objetivo deste trabalho foi a determinação dos parâmetros do modelo de

moinhos de bola; tal modelo baseado na Teoria moderna da cominuição. Esta teoria introduz

dois conjuntos de parâmetros: a função de seleção e a função de quebra. Na seção 4.11 tais

funções já foram discutidas.

Os parâmetros das funções de quebra e seleção foram determinados através da

ferramenta Moly-Cop Tools. Os dados utilizados como entrada no programa foram aqueles

fornecidos pela empresa Anglo American Fofatos Brasil relacionados aos dados reais de

moagem na usina 47(Anexos 2, 3, 4, 5, 6 e 7), estes dados alimentaram a planilha "Data file"

do arquivo BallParam_Open, onde foram gerados os valores das funções de quebra e seleção.

Este processo está ilustrado na Figura 28.

Figura 28 - Definição dos parâmetros do modelo.

Fonte - Autoria própria

Para a função de seleção são definidos os valores de alpha0, alpha1, alpha2, dcrit,

alpha02 e alpha 12, e os valores encontrados a partir dos dados da empresa estão apresentados

na Tabela 7.

Tabela 7 - Valores de alpha

alpha0 0,005726

alpha1 0,073

alpha2 2,1

Dcrit 6745

alpha02 0,0014947

alpha12 1,068

Fonte - Autoria própria

Para a função de quebra os valores definidos são os de beta0, beta1, beta2 e beta 01, os

valores encontrados a partir dos dados da empresa foram:

Tabela 8 - Valores de beta

66

beta0 -0,35161

beta1 0,575

beta2 5,2

beta01 -3,317

Fonte - Autoria própria

Para a execução das simulações na planilha Ballsim_Open, os dados fornecidos pela

empresa referentes ao moinho 47 que permaneceram fixos são os apresentados na Tabela 9.

Tabela 9 - Valores fixos dos parâmetros reais da moagem no moinho 47

DADOS VALORES

Diâmetro efetivo [ft] 15

Comprimento efetivo [ft] 16,5

Nível real do enchimento das bolas (%) 32

Enchimento da lama interticial (%) 100

Ângulo de elevação 34,94

% de sólidos da descarga do moinho 30

% de umidade na alimentação 70

Densidades do minério (ton/m³) 3,8

Densidade das bolas (ton/m³) 8,65

Fonte - Autoria própria

Os valores dos parâmetros que vão variar nas simulações do moinho 47 são os

apresentados na Tabela 10. A definição dos valores a variar nas simulações, foram

determinados baseando-se no tipo de processo utilizado na empresa

Tabela 10 - Valores que variam nas simulações do moinho 47

Parâmetros Sim1 Sim2 Sim3 Sim4 Sim5 Sim6

Vazão do moinho TPH (seco) 800 t/h 850 t/h 900 t/h 925 t/h 950 t/h 1000 t/h

Velocidade critica (%) 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Nível total da carga de enchimento(%) 30% 35% 40% 45% 50% 55%

Tamanho da bola (mm) 20 mm 40 mm 50 mm 60 mm 70 mm 80 mm

Fonte - Produção própria

Usando os parâmetros encontrados (alpha e beta) foram realizadas as simulações.

Como entradas foram utilizados os dados fixos (Tabela 8), variando os dados da tabela 9.

Como saídas foram obtidos os valores de P80, Wio, % de finos e potência. A ilustração das

simulações estão descritas na Figura 29. Nas próximas seções serão apresentados os

resultados e discussões de cada simulação.

67

Figura 29 - Modelo das simulações do moinho de bolas

Fonte - Autoria própria

6.1 SIMULAÇÕES VARIANDO A ALIMENTAÇÃO

As primeiras simulações executadas foram variando as toneladas da alimentação do

moinho em 800 t/h, 900 t/h, 925 t/h, 950 t/h e 1000 t/h, onde o restante dos parâmetros pré-

determinados se mantiveram fixos, conforme tabela 9. Observando que a alimentação

utilizada pela empresa no moinho 47 é o valor de 900 t/h.

Os primeiros resultados obtidos foram os que se referem à granulometria da moagem

com cada valor, variado a alimentação conforme a Tabela 11, onde podemos verificar o valor

do P80 encontrado e Figura 3.

Tabela 11 - Granulometria dos valores da alimentação variadas na usina 47.

Mesh Abertura Alimentação 800 t/h 850 t/h 900 t/h 925 t/h 950 t/h 1000

t/h

8,00 2360,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

10,00 1700,00 100,00 99,96 99,95 99,95 99,94 99,94 99,93

14,00 1180,00 96,35 99,63 99,59 99,54 99,51 99,49 99,44

20,00 850,00 89,18 97,83 97,61 97,40 97,29 97,19 96,99

28,00 600,00 81,67 92,54 92,04 91,57 91,35 91,13 90,72

35,00 425,00 68,03 81,84 81,07 80,37 80,04 79,73 79,15

48,00 300,00 47,67 63,65 62,68 61,82 61,42 61,05 60,35

65,00 212,00 30,06 42,16 41,30 40,55 40,21 39,89 39,30

100,00 150,00 20,00 25,62 25,12 24,68 24,49 24,31 23,98

150,00 106,00 15,00 16,34 16,14 15,97 15,90 15,83 15,71

200,00 75,00 10,00 10,01 9,93 9,87 9,85 9,82 9,78

270,00 53,00 5,00 4,63 4,60 4,58 4,57 4,56 4,55

400,00 38,00 4,00 3,17 3,18 3,19 3,19 3,20 3,21

Fonte - Autoria própria

Figura 30 - Gráfico da granulometria das alimentações variadas na usina 47

68

Fonte - Autoria própria

O segundo conjunto de dados obtidos foram os dados finais das simulações P80, Wio,

% de finos e potência, apresentados na tabela 12 e figura 31.

Tabela 12 - Saídas simuladas variando a alimentação da usina 47

Dados 800,00 850,00 900,00 925,00 950,00 1000,00

P80 411,82 417,42 422,41 424,70 428,705 436,641

Wio 24,21 23,82 23,42 23,22 23,381 23,785

% Fines MD 3,17 3,18 3,19 3,19 3,199 3,213

Potencia 1481,23 1481,23 1481,23 1481,23 1481,234 1481,234

Fonte - Autoria própria

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

% p

ass

an

te (

µm

)

% passante da alimentação do moinho

Alimentação

800t

850t

900t

925t

950t

1000t

69

Figura 31 - Gráficos das saídas simuladas variando a alimentação.

Fonte - Autoria própria

Durante a análise dos resultados é importante ressaltar para um melhor entendimento,

que os valores que são utilizados pela empresa estão marcados com um x em vermelho.

Analisando o gráfico da figura 31 (a), pode-se observar que os valores de P80 aumentaram o

que é esperado, pois houve um aumento nos valores da alimentação. Em relação a figura 31

(c) pode-se observar que a geração da % de finos também teve um aumento o que também era

esperado, desde de que houvesse um aumento na alimentação, observando a figura 31 (d),

relacionada a potência, nota-se que não houve variação significativa mantendo os valores

constantes.

Referente à analise da figura 31 (b) do Wio, obteve-se um resultado notável que

merece uma melhor discussão como é observado no gráfico. As simulações foram iniciadas

com o valor de 800 t/h, lembrando que alimentação utilizada pela empresa é de 900 t/h, e na

medida em que se aumentou a alimentação o Wio tende a cair ate o valor alimentado de 925

t/h, onde se alcançou o menor valor de Wio de 23,22. A partir deste ponto, o Wio começa a

subir tornando os valores seguintes inviáveis. Nota-se que a possível alimentação do moinho

da usina 47 com 925 t/h, obteremos uma melhora de 0,86% no Wio. Possivelmente este vem

a ser o melhor valor de Wio encontrado, considerando os parâmetros utilizados neste conjunto

70

de simulação, o que geraria uma economia de energia e financeira, pois se estará moendo

mais minério com um menor consumo de energia no processo.

6.2 SIMULAÇÕES VARIANDO A VELOCIDADE CRÍTICA.

O segundo grupo de simulações que foram executadas tiveram a velocidade crítica

como parâmetro de variação. Os valores variaram de 40%, 60%, 70%, 70,76%, 80% e 90%

permanecendo, o restante dos parâmetros pré-determinados fixos conforme Tabela 8.

Lembrando que a velocidade critica usada pela empresa é de 70%.

Os primeiros resultados obtidos neste segundo grupo de simulações foram os

referentes à granulometria alcançada com a variação da velocidade crítica da moagem,

conforme tabela 13 e figura 32.

Tabela 13 - Granulometria das variações da velocidade critica no moinho da usina 47

Mesh Abertura Alimentação 40% 50% 60% 70% 80% 90%

6,00 3350,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

8,00 2360,00 100,00 99,98 99,99 99,99 100,00 100,00 100,00

10,00 1700,00 100,00 99,86 99,89 99,92 99,94 99,96 99,97

14,00 1180,00 96,35 99,01 99,21 99,39 99,53 99,64 99,73

20,00 850,00 89,18 95,14 96,01 96,75 97,36 97,86 98,26

28,00 600,00 81,67 87,49 88,92 90,25 91,48 92,59 93,58

35,00 425,00 68,03 74,91 76,71 78,50 80,24 81,91 83,50

48,00 300,00 47,67 55,44 57,49 59,58 61,66 63,73 65,76

65,00 212,00 30,06 35,38 36,98 38,66 40,42 42,22 44,07

100,00 150,00 20,00 22,00 22,77 23,64 24,61 25,65 26,76

150,00 106,00 15,00 15,09 15,31 15,59 15,94 16,36 16,82

200,00 75,00 10,00 9,64 9,67 9,75 9,86 10,01 10,19

270,00 53,00 5,00 4,56 4,54 4,54 4,58 4,63 4,71

400,00 38,00 4,00 3,38 3,29 3,23 3,19 3,16 3,15

Fonte - Autoria própria

71

Figura 32 - Gráfico da granulometria das velocidades críticas variadas no moinho da usina 47

Fonte - Autoria própria

O valor das saídas finais obtidos nas simulações, variando a velocidade crítica, foram

os conjuntos de dados P80, Wio, % de finos e potência apresentados na tabela 14 e figura 33.

Tabela 14 - Saídas simuladas variando a velocidade critica do moinho da usina 47

Dados 40,00 50,00 60,00 70,00 70,76 80,00 90,00

P80 491,8 468,8 445,4 423,3 423,32 423,32 399,29

Wio 26,85 25,51 24,24 23,34 23,34 23,34 24,87

% Fines MD 3,38 3,29 3,23 3,19 3,19 3,19 3,15

Potencia 837 1047 1256 1465 1481,23 1674,66 1883,99

Fonte - Autoria própria

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

0 500 1000 1500

% p

ass

an

te (

µm

)

% pasante da alimentação do moinho

Alimentação

40%

50%

60%

70%

80%

90%

72

Figura 33 - Gráficos das saídas simuladas variando a velocidade crítica

Fonte - Autoria própria

No grupo de simulações variando a velocidade crítica, observou-se primeiramente os

valores de P80 na Figura 33 (a) que, com o aumento da velocidade crítica, tem-se a

diminuição do P80. Porém, nota-se que a velocidade crítica de 70% utilizada pela empresa

pode ser considerada a ideia neste grupo de simulações, pois o aumento deste valor não

acarreta uma diminuição significativa no P80. Uma observação a ser feita é que, mediante a

esta simulação, caso a empresa necessite otimizar algum parâmetro na moagem, a velocidade

crítica não é um parâmetro indicado para alteração. Na figura 33 (b), que se refere ao Wio, a

excelência do valor da velocidade crítica de 70% se mantém, pois nele se encontra o melhor

valor de Wio neste grupo de simulações (23,34). O aumento da velocidade acarreta em um

maior valor de Wio. Quando se refere a % finos observa-se na Figura 33 (c), o valor de 70%

da velocidade crítica permanece o ideial no grupo de simulações. O aumento da velocidade

gera assim mais finos. Quanto á potência Figura 33 (d), o resultado é o esperado, pois quando

se aumenta a velocidade, consequentemente ocorrera um aumento na potência.

73

6.3 SIMULAÇÕES VARIANDO A PORCENTAGEM DE ENCHIMENTO

O terceiro grupo de simulações que foram executadas tiveram como parâmetro de

variação a porcentagem de enchimento do moinho (carga moedora + material alimentado + os

espaços existentes), os valores variaram de 30%, 35%, 40%, 45%, 50% e 55% permanecendo

o restante dos parâmetros pré-determinados fixos, conforme tabela 8 . Lembrando que o valor

utilizado pela empresa é de 50%.

Os primeiros resultados obtidos no terceiro grupo de simulações foram os que se

referem à granulometria alcançada com a variação da porcentagem de enchimento do moinho,

conforme Tabela 15 e Figura 34.

Tabela 15 - Granulometria das variações da porcentagem de enchimento no moinho da usina 47

Mesh Abertura Alimentação 30% 35% 40% 45% 50% 55%

8,00 2360,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

10,00 1700,00 100,00 99,99 99,98 99,97 99,96 99,95 99,93

14,00 1180,00 96,35 99,82 99,77 99,71 99,63 99,54 99,43

20,00 850,00 89,18 98,72 98,46 98,16 97,81 97,40 96,92

28,00 600,00 81,67 94,74 94,06 93,31 92,48 91,57 90,59

35,00 425,00 68,03 85,46 84,28 83,03 81,72 80,37 78,97

48,00 300,00 47,67 68,36 66,77 65,14 63,49 61,82 60,14

65,00 212,00 30,06 46,48 44,98 43,48 42,01 40,55 39,14

100,00 150,00 20,00 28,27 27,31 26,40 25,52 24,68 23,90

150,00 106,00 15,00 17,48 17,05 16,66 16,30 15,97 15,68

200,00 75,00 10,00 10,45 10,28 10,13 9,99 9,87 9,78

270,00 53,00 5,00 4,82 4,74 4,68 4,62 4,58 4,55

400,00 38,00 4,00 3,15 3,15 3,15 3,17 3,19 3,22

Fonte - Autoria própria

74

Figura 34 - Gráfico da granulometria das porcentagens de enchimento variada no moinho da

usina 47

Fonte - Autoria própria

Os valores dos resultados finais obtidos nas simulações com variação da porcentagem

de enchimento estão apresentados nos conjunto de dados P80, Wio, % de finos e potência

apresentados na tabela 16 e figura 35.

Tabela 16 - Saídas simuladas variando a porcentagem de enchimento do moinho da usina 47

Dados 30 35 40 45 50 55

P80 383,42 393,16 402,92 412,67 422,41 439,04

Wio 22,21 22,73 23,13 23,38 23,42 24,67

% Fines MD 3,15 3,15 3,15 3,17 3,19 3,22

Potencia 1886,87 1801,27 1705,12 1598,44 1481,23 1353,49

Fonte - Autoria própria

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

% p

ass

an

te (

µm

)

% passante da alimentação do moinho

% passante

30%

35%

40%

45%

50%

75

Figura 35 - Gráficos das saídas simuladas variando a porcentagem de enchimento

Fonte - Autoria própria

Os terceiros grupos de simulações foram variando a % de enchimento do moinho.

Conforme a Figura 35 (a), referente ao P80 deste grupo de simulações, pode-se observar que

com o aumento da % de enchimento ocorre também o aumento nos valores do P80, um

resultado esperado quando se tem um aumento na porcentagem do volume do moinho.

Quando observamos o Wio Figura 35 (b), nota-se que a variação da % de enchimento provoca

um aumento no Wio, resultado que também pode ser esperado mediante ao aumento do

volume do moinho. Nesta simulação é importante resaltar que o valor de Wio com 45% de

enchimento temos um valor de 23,38 que é 0,176% menor que o valor atualmente usado pela

empresa. Por outro lado, com 55% de enchimento temos o Wio de 24,67, que é uma piora de

5,33%.

Quando se analisa a % de finos Figura 35 (c), nota-se que ocorreu um pequeno valor

de geração de finos de 3,15 que permaneceu constante em três simulações, mas que não é

viável quando comparado com outros parâmetros, como o alto valor de potência consumida

Figura 35 (d). Neste grupo de simulações é importante resaltar que, com 45% de enchimento,

obteve-se os valores do P80 412,67, Wio de 23,38 , % de finos de 3,17, que são valores

76

menores que os usados atualmente pela empresa e a mesma pode vir a usá-los desde que o

aumento de 7,95% na potência seja aceitável.

6.4 SIMULAÇÕES VARIANDO O TAMANHO DE BOLAS

O quarto e último grupo de simulações executadas foram as referentes ao tamanho de

bolas, os valores variaram de 20 mm, 40 mm, 50 mm, 60 mm, 70 mm e 80 mm,

permanecendo o restante dos parâmetros pré-determinados fixos conforme tabela 9.

Os primeiros resultados obtidos no quarto grupo de simulações foram os referentes à

granulometria alcançada com a variação do tamanho de bolas do moinho, conforme tabela 17

e figura 36.

Tabela 17 - Granulometria das variações do tamanho de bolas no moinho da usina 47

Mesh Abertura Alimentação 20mm 40mm 50mm 60mm 70mm 80mm

8,00 2360,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

10,00 1700,00 100,00 99,94 99,95 99,95 99,95 99,95 99,95

14,00 1180,00 96,35 99,51 99,54 99,54 99,55 99,55 99,56

20,00 850,00 89,18 97,28 97,40 97,42 97,44 97,46 97,47

28,00 600,00 81,67 91,44 91,57 91,60 91,62 91,63 91,64

35,00 425,00 68,03 80,30 80,37 80,38 80,39 80,40 80,41

48,00 300,00 47,67 61,81 61,82 61,83 61,83 61,83 61,83

65,00 212,00 30,06 40,61 40,55 40,54 40,53 40,52 40,52

100,00 150,00 20,00 24,77 24,68 24,66 24,65 24,64 24,63

150,00 106,00 15,00 16,04 15,97 15,96 15,95 15,94 15,93

200,00 75,00 10,00 9,91 9,87 9,86 9,86 9,85 9,85

270,00 53,00 5,00 4,61 4,58 4,57 4,57 4,57 4,57

400,00 38,00 4,00 3,21 3,19 3,18 3,18 3,18 3,18

Fonte - Autoria própria

77

Figura 36 - Gráfico da granulometria do tamanho de bolas variadas no moinho da usina 47

Fonte - Produção própria

Os valores dos resultados finais obtidos nas simulações com variação do tamanho de

bolas estão apresentados nos conjunto de dados P80, Wio, % de finos e potência apresentados

na tabela 18 e figura 37.

Tabela 18 - Saídas simuladas variando o tamanho de bolas do moinho da usina 47

Dados 20 40 50 60 70 80

P80 422,90 422,41 422,31 422,24 422,19 422,15

Wio 23,51 23,42 23,40 23,39 23,38 23,37

% Fines MD 3,21 3,19 3,18 3,18 3,18 3,18

Potencia 1481,23 1481,23 1481,23 1481,23 1481,23 1481,23

Fonte - Produção própria

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

% p

ass

an

te (

µm

)

% passante da alimentação do moinho

Alimentação

20mm

40mm

50mm

60mm

70mm

80mm

78

Figura 37 - Gráficos das saídas simuladas variando o tamanho de bolas

Fonte - Produção própria

Quando observamos o grupo de simulações referentes aos tamanhos de bolas Figura

35 (a) P80, (b) Wio, (c) % de finos e (d) potência, nota-se que o aumento dos tamanhos de

bolas não alterou significativamente as saídas analisadas. Uma observação a ser feita quanto a

este grupo de simulações é o que se refere ao receio existente na troca dos tamanhos de bolas

nas empresas. Com as simulações aplicadas neste trabalho, temos indícios de que o tamanho

de bolas não interferirá no processo, não acarretando otimizações significativas.

79

7. CONCLUSÕES

Neste trabalho, abordou-se a moagem como etapa do beneficiamento de minérios,

alguns tipos de moinhos, suas características, seus regimes de trabalho e funções. E devido ao

alto gasto de consumo energético nesta etapa do beneficiamento se faz necessário um estudo

aplicado aos moinhos de bolas. Utilizando o programa Moly-Cop Tools foram efetuadas

diversas simulações para encontrar os melhores parâmetros que descrevem o modelo

matemático da usina 47 da empresa Anglo American Fosfatos Brasil.

Pode se concluir, através das simulações executados através do programa Moly-Cop

Tools , que os resultados encontrados através dos conjuntos de simulações executadas são

coerentes e viáveis no auxilio da otimização do processo de moagem, trazendo economia

energética e financeira. O programa Moly-Cop Tools é uma ferramenta eficaz, útil e de fácil

descrição dos parâmetros de moagem para moinhos de bolas, sendo essa ferramenta útil no

cotidiano da empresa para que assim se alcance melhores resultados.

Os objetivos propostos neste trabalho foram cumpridos, uma vez que a ferramenta

Moly-Cop Tools foi estudada e praticada com os dados reais da empresa. Além disso, este

trabalho foi muito importante para o desenvolvimento do aluno, o que trouxe um grande

número de informações e novos conhecimentos.

Quanto ao processo de análise de dados, via simulação matemática, percebe-se sua

importância para possibilitar benefícios – incluindo maior lucro. Isso motiva as pesquisas

nesse campo e oportunidades de aperfeiçoamento das ferramentas utilizadas no processo de

beneficiamento mineral.

Os resultados que foram obtidos com a otimização dos parâmetros da usina 47,

resultados estes que geraram uma economia de 0,86% no Wio quando o moinho é alimentado

com 925 t/h. Ressaltando que caso para a empresa seja viável o aumento de 7,95% no valor da

potência nas simulações alternando os valores da porcentagem de enchimento com o valor

45% obtivemos valores menores que os utilizados atualmente, no Wio obtivemos 0,176% de

economia, e nos valores do P80 e % de finos também foram encontrados valores menores que

os usados atualmente. Outro ponto importante a ressaltar através deste estudo é o que refere a

granulometria, pois através das simulações não obtivemos resultados que solucionasse este

problema recorrente no cotidiano da empresa, os valores de P80 encontrados não apontam

uma melhora significante.

80

Os resultados obtidos através das simulações efetuadas são comprovados por métricas

como Wio. Essas métricas indicam se os resultados alcançados são viáveis e suas

possibilidades em questões de economia para a empresa. Um ponto a se considerar é o de que

os dados obtidos pelo simulador poderiam vir a ser verificados em escala industrial e assim

obter uma reafirmação e comprovação dos resultados aqui apresentados. Além disso, para a

execução de uma otimização mais completa do processo de moagem através do programa de

simulações Moly-Cop Tools, no moinho de fosfato da empresa, se faz necessário mais tempo

de pesquisas e estudos. Ficando aí um caminho a ser estudado, aperfeiçoado e desenvolvido

em estudos futuros.

81

8. REFERÊNCIAS

[1] BERALDO, J.L.B. Moagem de minérios em moinhos tubulares. São Paulo: Edgard

Blucher, 1987. p.143.

[2] BERGERMANN, M. Modelagem e Simulação do Circuito de Moagem do Sossego.

2009. 207p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mineral) – Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo – São Paulo.

[3] CHAVES, A.P.; PERES, A. E.C. Teoria e prática do tratamento de minérios. São

Paulo: Signus Editora, 2006. v. 3.

[4] LUZ, A.B. ; SAMPAIO, J.A. ; ALMEIDA, S.L.M. Tratamento de Minérios - Quarta

Edição. 5. ed. Rio de Janeiro: Centro de Tecnologia Mineral - CETEM, 2010. 965 p.

[5] Moagem - Conceitos gerais.6ª. ed. São Paulo: Metso Minerals, 2006, 44 p.

[6] Moinhos Autógenos / semiautógenos.6º.ed. São Paulo: Metso minerals, 2006, 4 p.

[7] Moinho Vertical (VERTIMILL™) Moagem de Finos e Ultrafinos em Via Úmida. 6º. ed.

São Paulo: Metso Minerals, 2006, 7 p.

[8] Moly-Cop Tools_Version 3.0.

[9] RODRIGUES, A.R. Estudo de caso: Moagem semi autógena e de bolas. 2010.80p.

Monografia apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Minas -

Universidade Federal de Ouro Preto - Ouro Preto.

[10] SILVA, A.C. Simulação de moagem implementada a partir do modelo de Austin. Ouro

Preto: UFOP, 2003,198 p.

[11] SILVA,T.M. Desgate do revestimento do moinho de bolas da empresa Vale

Fertilizantes S.A unidade Catalão - GO. Ano 2013, pag 58. Trabalho de Conclusão de

Curso apresentado ao curso de Engenharia de Minas - Universidade Federal de Goiás - UFG,

Catalão - GO. (TCC)

[12] World English Dictionary, editor. St. Martin's Press, 1999,2078 p.

82

9. ANEXOS

Anexo 1 – Fluxograma da usina 47.

Mina

Britagem

Empilhadeira

Pilhas Homogeneização Moinho de Barras

Pilha A

Pilha B

Retomador

Usina de Concentração

Mineroduto

Terminal Ferroviário

Magnético

By-Pass

Eventual Operação

Misto Magnético

Alimentação MoinhoCaixa alimentação Magnéticos

Bomba 03

Bomba 05Barragem de Rejeitos

Bomba 02

Moinhos de Bolas

Classif icação

Bateria A

Bomba 25

Bomba 20

Bomba 13

Bateria C

Condicionadorde Barita

Bateria 11

Espessador de Lamas

Bomba 22

Bateria 22

Célula Flotação

Barita

Bomba Barita

Bateria D

Condicionador 2

Condicionador 3

Bomba Concentrado de Bário

Bomba 33 Bateria 33

FlotaçãoRougher C

Barragemde Rejeitos

FlotaçãoScavenger

FlotaçãoCleaner

FlotaçãoRecleaner Grosso

Bomba 103

Separador Magnético Alto Campo 1,2,3

Espessadorde Lamas

Bomba 104

Bateria 104

Concentrado FinalBomba 106

Bateria 106

Bomba 31

FlotaçãoRougher B

Moinho E

FlotaçãoRecleaner Fino

Bomba 102

Bomba 105

Bateria 102

Barragem de Rejeitos

Barragem de Rejeitos

Trommel

Caixa BombaConcentrado BaritaÁrea 76

Condicionador 1

83

Anexo 2 - Parâmetros de laboratório da empresa

Parametros de laboratório

Diâmetro efetivo [ft] 0,09906

Comprimento efetivo [ft] 0,120396

Velocidade critica (%) 40,0%

Potencia da rede (kW) 0,74

Peso do minério (Kg) 1,2

Densidades do minério (ton/m³) 3,2

% de sólidos (em peso) - (%) 70

Peso das bolas (kg) 0,19

Densidades das bolas (ton/m³) 8,65

Fração do espaço vazio (°/1) 0,4

Tempo de moagem (min) 2 a 3

84

Anexo 3 - Parâmetros reais da usina moinho 47

Parametros reais da usina 47

Diâmetro efetivo [ft] 15

Comprimento efetivo [ft] 16,5

Velocidade critica (%) 70,76%

Nível total da carga de enchimento (%) 50%

Nível real do enchimento das bolas (%) 32

Enchimento da lama interticial (%) 100

% de Perdas 10

Total grosso (kW) 1641,2

% de sólidos (em peso) 68

Densidades do minério (ton/m³) 3,8

Densidade das bolas (ton/m³) 8,65

Tamanho da bola (mm) 40

Vazão do moinho TPH (seco) 900

85

Anexo 4 - Analise granulométrica da alimentação do moinho industrial

Peneira Abertura Massa retida

% retida % retida

% passante Massa Massa

(mesh) (mm) (g) simples acumulada acumulada máxima

(g) extrapol.

(g)

10 1,70 4,79 - - 100,00 - -

14 1,18 14,63 3,65 3,65 96,35 466,98 0,00

20 0,85 28,77 7,17 10,82 89,18 329,16 0,00

28 0,60 30,15 7,52 18,33 81,67 235,11 0,00

35 0,43 54,73 13,64 31,97 68,03 166,20 0,00

48 0,30 81,69 20,36 52,33 47,67 117,56 0,00

65 0,21 70,65 17,61 69,94 30,06 83,02 0,00

0,00 69,94 30,06 34,38 0,00

0,00 69,94 30,06 0,00 0,00

FUNDOS 120,61 30,06 100,00 0,00 - -

TOTAL 401,23 100,00 - - - 0,00

86

Anexo 5 - Análise granulométrica do produto do moinho industrial

Peneira Abertura Massa retida

% retida % retida

% passante Massa Massa

(mesh) (mm) (g) simples acumulada acumulada máxima

(g) extrapol.

(g)

14 1,18 10,78 - - 100,00 - -

20 0,85 20,59 4,51 4,51 95,49 329,16 0,00

28 0,60 23,00 5,03 9,54 90,46 235,11 0,00

35 0,43 50,14 10,97 20,51 79,49 166,20 0,00

48 0,30 74,09 16,21 36,72 63,28 117,56 0,00

65 0,21 87,99 19,25 55,98 44,02 83,02 4,97

80 0,18 56,66 12,40 68,38 31,62 63,56 0,00

100 0,15 27,61 6,04 74,42 25,58 53,51 0,00

150 0,11 46,10 10,09 84,51 15,49 41,51 4,59

FUNDOS 70,79 15,49 100,00 0,00 - -

TOTAL 456,97 100,00 - - - 44,71

87

Anexo 6 - Analise granulométrica da alimentação do moinho laboratorial

Peneira Abertura Massa retida % retida % retida

% passante Massa Massa

(mesh) (mm) (g) simples acumulada acumulada máxima

(g) extrapol.

(g)

6 3,36 17,37 - - 100,00 - -

8 2,38 19,64 2,33 2,33 97,67 930,72 0,00

10 1,68 9,89 1,17 3,50 96,50 658,31 0,00

14 1,19 55,84 6,62 10,12 89,88 465,36 0,00

20 0,84 82,91 9,83 19,95 80,05 329,32 0,00

28 0,60 107,79 12,78 32,72 67,28 232,84 0,00

35 0,42 118,96 14,10 46,82 53,18 164,58 0,00

48 0,30 200,01 23,71 70,53 29,47 116,26 83,75

65 0,21 219,01 25,96 96,49 3,51 82,21 136,81

FUNDO 29,61 3,51 100,00 0,00 - -

TOTAL 843,66 100,00 - - - 1231,25

88

Anexo 7 - Analise granulométrica do produto do moinho laboratorial

Peneira Abertura Massa retida % retida % retida % passante Massa Massa

(mesh) (mm) (g) simples acumulada acumulada máxima

(g) extrapol.

(g)

60 0,2500 0,00 - - 100,00 - -

65 0,2100 11,14 2,92 2,92 97,08 74,59 0,00

100 0,1490 139,69 36,62 39,54 60,46 58,21 81,48

150 0,1050 83,44 21,87 61,41 38,59 41,19 42,25

200 0,0740 60,73 15,92 77,33 22,67 29,02 31,70

270 0,0530 39,87 10,45 87,78 12,22 20,59 19,28

325 0,0440 28,69 7,52 95,30 4,70 15,73 12,96

400 0,0370 7,51 1,97 97,27 2,73 13,13 0,00

0,00 97,27 2,73 6,00 0,00

FUNDOS 10,43 2,73 100,00 0,00 - -

TOTAL 381,48 100,00 - - - 651,84