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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO PARFOR GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA ELANE CRISTINA DOS SANTOS DE OLIVEIRA MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ALTERNATIVA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DA GEOMETRIA CRUZ DAS ALMAS 2013

MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ALTERNATIVA PEDAGÓGICA … · ELANE CRISTINA DOS SANTOS DE OLIVEIRA MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ALTERNATIVA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DA GEOMETRIA. Trabalho

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO –

PARFOR

GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA

ELANE CRISTINA DOS SANTOS DE OLIVEIRA

MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ALTERNATIVA

PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DA GEOMETRIA

CRUZ DAS ALMAS

2013

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ELANE CRISTINA DOS SANTOS DE OLIVEIRA

MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ALTERNATIVA

PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DA GEOMETRIA.

Trabalho de conclusão do curso de Licenciatura em

Matemática apresentado ao Plano Nacional de

Formação de Professores do Ensino Básico, PARFOR,

na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia,

UFRB, sob a orientação da professora Daniela da Silva

Rocha.

CRUZ DAS ALMAS

2013.

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ELANE CRISTINA DOS SANTOS DE OLIVEIRA

MODELAGEM MATEMÁTICA: UMA ALTERNATIVA

PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DA GEOMETRIA.

Banca Examinadora

_____________________________________________

Daniela da Silva Rocha

_____________________________________________

Nilson Antonio Ferreira Roseira

_____________________________________________

Jaylson Teixeira

Trabalho de conclusão de curso Aprovado em ____/____/_____.

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AGRADECIMENTOS

Minha gratidão,

Ao Deus onipotente, por ter me proporcionado a oportunidade de realizar esta

monografia, por estar ao meu lado em todos os momentos. A ele a honra e glória!

Ao meu esposo, filha, mãe, irmãos e sogra pela compreensão e incentivo de

me fazer prosseguir nesta caminhada.

A todos os professores da Licenciatura em Matemática, pelo apoio e incentivo

constantes durante toda nossa formação, em especial, à professora Daniela Rocha

pelo acompanhamento com excelente orientação.

Aos nossos colegas, pela força e incentivo durante toda a caminhada que

percorremos juntos.

Enfim, agradeço a todos que estão ao meu lado acreditando no meu sucesso.

Deus vos abençoe!

―Bendiz, ó minha alma, ao Senhor e tudo que há em mim bendiga o seu santo

nome‖. (Sal. 103.1)

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Resumo

A presente pesquisa buscou investigar como a Modelagem Matemática pode contribuir para o aprimoramento do ensino da geometria, buscando valorizar os conhecimentos prévios dos alunos, trabalhando a partir de exploração dos objetos do mundo físico, através da utilização de modelos concretos de formas geométricas (embalagens) que aumentem as possibilidades de acesso ao saber geométrico. A investigação foi desenvolvida a partir de uma abordagem qualitativa, com alunos do oitavo ano do Ensino Fundamental II, em uma instituição publica na cidade do Recôncavo Baiano. A pesquisa foi desenvolvida em três etapas. Os resultados obtidos foram satisfatórios logo se percebe que a modelagem pode ser uma alternativa para o ensino da geometria.

Palavras-chave: modelagem; geometria; aprendizagem.

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SUMÁRIO

Introdução................................................................................... 07

1. A geometria no espaço em que vivemos............................. 09

1.1 A importância da geometria....................................................................... 09

1.2 O ensino de geometria e suas dificuldades na sala de aula............... 10

1.3 Experiências que deu certo....................................................................... 13

2. O uso da modelagem Matemática......................................... 15

2.1 Por que incorporar Modelagem Matemática no currículo?..................... 15

2.2 Modelagens matemática X modelos matemáticos................................. 16

3. Modelagem uma opção para o ensino da geometria.......... 19

3.1- Vivência de atividade com modelagem X geometria............................ 20

3.2- Desenvolvimento da pesquisa................................................................. 21

3.2.1- Caracterizações do espaço.............................................................. 21

3.2.2- Descrições da pesquisa............................................................. 22

3.2.3- Análise e discussão dos resultados................................................ 24

Considerações finais............................................................................. 31

Referências................................................................................. 32

Anexos

Anexo1- Pré-questionário

Anexo 2- Tabela observando embalagem

Anexo 3- Pós-questionário

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Introdução

O presente trabalho propõe-se a discutir a Modelagem Matemática como uma

alternativa pedagógica para o ensino da geometria espacial, o qual se destina a

professores do Ensino Fundamental, bem como alunos do curso de Licenciatura em

Matemática e a todos que tem interesse pelo tema em apreço.

O objetivo é demonstrar como a Modelagem Matemática pode contribuir para

o aprimoramento do ensino da geometria, buscando valorizar os conhecimentos

prévios dos alunos, trabalhando com a exploração dos objetos do mundo físico

através da utilização de modelos concretos (embalagens), a fim de que aumentem

as possibilidades de acesso ao saber geométrico.

Ao realizar o estágio de observação em uma turma do sétimo ano percebi que

alguns alunos sentiam dificuldade em reconhecer as figuras geométricas em outro

objeto ou em outra posição, visto que tendem seguir fielmente os modelos que são

expostos nos livros ou desenhados no quadro, as figuras mostradas estão no plano

e não podem ser manuseadas. Visto isso, a escolha por esta temática não é

aleatória, mas trabalhar a geometria espacial na perspectiva da Modelagem

Matemática oportuniza ao aluno vivenciar a Matemática não só como algo

prazeroso, mas como uma ciência concreta, viva que pode contribuir para situações

diversas do cotidiano. Segundo Scheffer (1995), estudar geometria com o auxilio da

modelagem é partir de uma situação-problema, que vai ser explicada

matematicamente, definida como estratégia de ação, onde o aluno tem a

oportunidade de pensar, criar, estabelecer relações e buscar soluções.

A referida pesquisa está estruturada em três capítulos. Os capítulos são

intitulados assim: A geometria no espaço em que vivemos; O uso da Modelagem

Matemática1 e Modelagem uma opção para o ensino da geometria.

No primeiro capitulo, é dicorremos sobre a geometria no espaço em que

vivemos. Para onde quer que se direcione o olhar, as ideias geométricas estão

presentes no mundo tridimensional, seja na natureza, nas artes, na arquitetura ou

em outras áreas do conhecimento, pois estamos inseridos no mundo das formas.

Porém, o ensino da geometria encontra-se distante da vivência do aluno e isto tem

1 No decorrer do artigo utilizamos o termo Modelagem quando me referir à Modelagem Matemática, a

fim de evitar repetição.

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causado acentuadas dificuldades para o aluno resolver problemas envolvendo

conceitos geométricos afirma Pirola (2000).

Uma vez ensinada e trabalhada conforme regem os Parâmetros Curriculares

Nacionais (1997). A geometria permitirá ao aluno estabelecer conexões entre a

matemática e outras áreas do conhecimento. Neste mesmo capítulo cito uma

atividade de investigação realizada com alunos do 2º ano do Ensino médio, onde foi

constatado que os alunos apresentavam dificuldades de conceituação e visualização

geométrica, mas no final da atividade o resultado foi satisfatório afirmam as autoras.

Já no segundo capítulo é realizada uma abordagem sobre diversas

transformações que a sociedade vem sofrendo e que o ensino da Matemática está

inserido neste contexto. Portanto a postura linear do professor apresentar o

conteúdo torna da Matemática uma ciência fria, conforme afirma Leal, (1999).

Algumas tendências em Educação Matemática2 têm surgido com o objetivo de

desligar-se dos moldes tradicionais de ensino e dentre elas encontra-se a

modelagem, que tem a finalidade de conectar a realidade com a Matemática.

Segundo Bassanezi (1994, p. 55-83), existem cinco motivos fundamentais

para incluir Modelagem no currículo: motivação; facilitação da aprendizagem;

preparação para utilizar a matemática em diferentes áreas; desenvolvimento de

habilidades gerais de exploração; e compreensão do papel sociocultural da

Matemática. Logo, a Modelagem pode ajudar o educando a perceber o contexto

sociocultural que está inserido tornando-se um cidadão crítico.

Já no terceiro capitulo é apresentada a Modelagem como alternativa

pedagógica para o ensino da geometria, relatando uma atividade de Modelagem que

realizei com uma turma do ensino Fundamental, com exploração dos objetos do

mundo físico através da utilização de modelos concretos de formas geométricas

(embalagens), em três etapas onde no final do processo foi constatado que a

Modelagem pode aumentar as possibilidades de acesso ao saber geométrico.

Nosso objetivo é, portanto, mostrar que o processo de ensino-aprendizagem

centrado na Modelagem possui vantagens significativas entre elas encontra-se a

oportunidade de relacionar a Matemática às vivências da sociedade.

2A Educação Matemática é um campo do conhecimento que se dedica a estudar questões relativas

ao ensino/aprendizagem de matemática. Disponível: www.mat.ufmg.br/pet/Jussara.php. Acesso:04 de

maio de 2013.

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1. A geometria no espaço em que vivemos

Etimologicamente a palavra geometria (geo+metria) significa terra medida- a

medida da terra- pois, em situações de delineamento da terra tanto pelos egípcios

como pelos mesopotâmios, o homem inicia a construção do conhecimento nesta

área. Por volta do século V a.C, os gregos buscaram estudar esses conceitos,

transformando-os em objetos mais abstratos, em ferramenta de construção do

conhecimento lógico-formal (BOYER, 1996).

Segundo Ferreira (1999, p.983) geometria é:

[...] ciência que investiga as formas e as dimensões dos seres matemáticos ou ainda um ramo da matemática que estuda as formas, plana e espacial, com as suas propriedades, ou ainda, ramo da matemática que estuda a extensão e as propriedades das figuras (geometria Plana) e dos sólidos (geometria no espaço).

A partir dessa definição, é fundamental reconhecer o que está presente no

mundo físico e visualizar aquilo que é apresentado tridimensionalmente, para

avançar na construção de conceitos dentro da geometria e no entendimento dessas

informações visuais.

1.1 A importância da geometria

Para onde quer que se direcione o olhar, as ideias geométricas estão

presentes no mundo tridimensional. Seja na natureza, nas artes, na arquitetura ou

em outras áreas do conhecimento, estamos inseridos no mundo das formas.

Segundo Eves (2004) para Pitágoras tudo está organizado segundo os números e

as formas matemáticas. Desde a infância o ser humano está em contato com este

mundo. Através da visão, da audição, do tato, dos movimentos, ele vai explorar e

interpretar o ambiente que o rodeia antes mesmo de dominar as palavras.

A geometria é um campo fértil para explorar situações-problema e é um tema

pelo qual os alunos costumam se interessar naturalmente, se esse for trabalhado a

partir de exploração dos objetos do mundo físico, de obras de arte, pinturas,

desenhos, esculturas e artesanato. A geometria permitirá ao aluno estabelecer

conexões entre a Matemática e outras áreas do conhecimento (BRASIL, 1997).

Segundo Fainguelernt (1995), a Geometria desempenha um papel

fundamental no ensino porque ativa as estruturas mentais na passagem de dados

concretos e experimentais para os processos de abstração e generalização; é tema

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integrador entre as diversas partes da Matemática, sendo a intuição, o formalismo, a

abstração e a dedução constituinte de sua essência.

A geometria constitui parte importante do currículo de Matemática no Ensino

Fundamental e faz parte das mais variadas áreas da atividade humana, muitas

vezes colocada de lado por alguns educadores, esquecida nos últimos capítulos dos

livros, geralmente ensinada de forma superficial, limitada à geometria plana,

bloqueando a exploração do mundo que o cerca.

Conforme a análise de currículos e programas escolares realizada pela

pesquisadora Pavanello(1989) os conteúdos de Matemática predominante nas

séries iniciais são relativos a aritmética, enquanto das séries finais do Ensino

Fundamental são de álgebra estendendo pelas séries do Ensino Médio. No entanto

a geometria é colocada de lado ou trabalhada de forma tradicional o que dificulta

uma interpretação mais completa do mundo, uma comunicação mais abrangente de

ideias e uma visão mais equilibrada da Matemática segundo Lorenzato (1995).

Conforme os PCNs de Matemática para o 3º e 4º ciclos do ensino fundamental:

...procedimentos de observação, representações e construções de figuras, bem como o manuseio de instrumentos de medidas que permitam aos alunos fazer conjecturas sobre algumas propriedades dessas figuras. Desse modo, o estudo do espaço e das formas privilegiará a observação e a compreensão de relações e a utilização das noções geométricas para resolver problemas, em detrimento da simples memorização de fatos e de um vocabulário específico. Trabalhar com as construções geométricas possibilitaria aos alunos visualizar, elaborar conjecturas, entender e fazer demonstrações. (Brasil, 1998, p.68)

Como podemos constatar os PCN’s de Matemática, dirigidos aos estudantes de 5a a

8a séries, enfatizam a importância das construções geométricas.

1.2 O ensino de geometria e suas dificuldades na sala de aula.

Quando pensamos em geometria, nos referimos ao espaço que nos cerca,

algo vivo que se apresenta a todo instante. Um simples olhar voltado para o

ambiente onde estamos, seja ele no espaço interno ou externo traz-nos inúmeras

informações sobre formas do espaço, planas e não planas. Atualmente, formas

geométricas inovadoras são cada vez mais usadas na arquitetura ou em esculturas

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decorativas. Exemplos bem conhecidos são vistos na arquitetura de Oscar

Niemeyer3, em Brasília.

Ilustração 1- Palácio do Planalto. Ilustração 2- Congresso Nacional.

Porém o ensino da geometria se resume em fórmulas e definições que

termina contrariando a essência do conhecimento geométrico. Segundo Pavanello

(1989) na metade do século XX o ensino de conteúdos geométricos era de lógico-

dedutivo4, apenas no terceiro ano ginasial (7ª série), que se começava com

conceitos primitivos (ponto; reta e plano). A partir de 1950, no Brasil, a Educação

Matemática passa por algumas transformações devido o MMM5, que exigia que a

geometria fosse trabalhada. Como os professores não estavam preparados aos

poucos deixaram de trabalhar os conteúdos geométricos, dando mais ênfase à

álgebra ou a aritmética e teoria de conjuntos.

Logo, percebemos que estes fatos históricos contribuíram para uma

defasagem no ensino da geometria e que devido sua formação os professores

terminam colocando em segundo plano a geometria. Entretanto, apesar de sua

reconhecida importância, pesquisadores brasileiros como Pavanello (1989) e Pirola

(2000), apontam que a Geometria é pouco estudada nas escolas.

3Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho (1907-2012) foi um arquiteto brasileiro,

considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Para saber mais ler: http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/a-Hst%C3%B3tia-De-Oscar-Niemeyer/755245.html. MLA. "A Hstótia De Oscar Niemeyer" 4Raciocínio lógico que faz uso da dedução para obter uma conclusão a respeito de determinada(s)

premissa. Para saber mais ler: Pavanello, R. M. O abandono do ensino da geometria: uma visão histórica. Dissertação (Mestrado em Educação)- Faculdade de Educação, UNICAMP, Campinas, 1989. 5 Movimento da Matemática Moderna em 1950 onde a Educação Matemática passaria por intensas

reformulações e modernização no currículo, movimento liderado por um grupo de professores e matemáticos. Disponível em: www.apm.pt/files/_Co_Wielewski_4867d3f1d955d.pdf. Acesso em: 22/04/13.

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Pavanello (1989) em sua dissertação de mestrado faz uma análise histórica

do ensino da Matemática no Brasil e no mundo, afirma que a geometria vem

paulatinamente desaparecendo do currículo das escolas brasileiras.

Pirola (2000) ressalta que os alunos têm acentuadas dificuldades em resolver

problemas envolvendo conceitos geométricos. Devido à resistência no ensino da

Geometria, no Ensino Superior, onde é também pouco abordada, e que as

dificuldades dos professores no seu ensino deve-se, em grande parte, ao pouco

acesso ao estudo de tais conceitos na sua formação ou pelo fato de não gostarem

de Geometria.

No entanto se verifica que muitos alunos sentem dificuldades em perceber a

geometria em sua volta. Segundo Fainguelernt (1995), a geometria desempenha um

papel fundamental no ensino porque ativa as estruturas mentais na passagem de

dados concretos e experimentais para os processos de abstração e generalização,

criando assim o maior número de situações de aprendizagem aumentando as

possibilidades de acesso ao saber geométrico integrando diversas partes da

matemática, e tornando-se um campo fértil para o exercício de aprender a fazer e

aprender a pensar.

Os PCNs de Matemática para o 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental

enfatizam que as atividades geométricas devem centrar-se em construções

geométricas a fim de que o aluno visualize, elabore conjecturas, entenda e faça

demonstrações. Trabalhando geometria como rege os PCNs, possivelmente o aluno

não terá tanta dificuldade de perceber a geometria em sua volta.

Durante os meses que fiquei com a turma da sétimo ano, percebi que os

alunos sentiam dificuldade em reconhecer as figuras geométricas em outro objeto ou

em outra posição, visto que tendem seguir fielmente os modelos que são expostos

nos livros ou desenhados no quadro onde as figuras mostradas estão no plano e

não podem ser manuseadas.

Segundo Fainguelernt (1999), o ensino da geometria não pode se resumir a

aplicação de fórmulas e teoremas, a observação e o manuseio de materiais

concretos podem levar o aluno a superar as dificuldades e perceber o quanto a

geometria está presente em nossa volta. No entanto a geometria não pode ser

colocada como uma opção no currículo ou passada de forma mecânica, porém deve

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ser valorizada como ciência que faz parte das mais variadas áreas da atividade

humana.

1.3 Experiência que deu certo.

A geometria permitirá ao aluno estabelecer conexões entre a Matemática e

outras áreas do conhecimento. (BRASIL, 1997, p. 39). Na oportunidade cito um

trabalho de pesquisa realizado pelas professoras, Maria Rogenski e Sandra Pedroso

com o seguinte tema: O ensino da geometria na educação básica: realidade e

Possibilidades6.

A investigação, realizada com alunos do 2º ano do Ensino Médio, aborda a

Matemática a partir de diferentes situações da realidade do aluno, oportunidade em

que foi utilizado o cinema como ponto de partida, relacionando-o à arte, à biologia, à

arquitetura e a outros aspectos do mundo físico. Assim, pretendeu-se demonstrar

aos alunos que a geometria está presente em diversas situações do cotidiano. Para

isso, foram abordados conceitos relacionados à proporção, número de ouro e

sequências. Por fim, através da investigação verificou-se que os alunos

apresentavam dificuldades de conceituação e visualização geométrica.

A geometria está em nossa volta, logo faz- se necessário sua integração às

outras disciplinas. Assim reforça os PCNs (idem, p.37) ao dizer que ―A geometria é

rica em elementos que favorecem a percepção espacial e a visualização; constitui,

portanto, conhecimentos relevantes, inclusive para outras disciplinas escolares‖.

No entanto, percebe-se que muitos foram os objetivos almejados com

realização desse trabalho pelas professoras, dentre eles destaco: o de aproximar os

temas apresentados nos filmes da realidade em que vive o aluno; explorar

matemáticos no filme, fazer a conexão da matemática com arte, etc.

Contudo, buscou-se, com a realização das atividades propostas, minimizar as

dificuldades apresentadas e reconstruir conceitos, tornando-os participantes de um

ambiente de aprendizagem significativa. Segundo as autoras, ao final da pesquisa

os resultados foram satisfatórios, pois os alunos passaram a se apropriar de

conhecimentos, com os quais poderão criar relações sociais constituídas de

6PEDROSO, S. M. D.; ROGENSKI, M. L. C. O ensino da geometria na educação básica: realidade e

Possibilidades. In Portal dia a dia educação.

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sensibilidade, criatividade e criticidade, características essenciais para

transformação da realidade em que estão inseridos.

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2. O uso da Modelagem Matemática

A História da Matemática mostra que seu desenvolvimento tem início com a

necessidade do homem, e que ela está presente na vida das pessoas, porém na

escola encontramos o seguinte cenário: alunos com baixo rendimento e professores

desmotivados em sua prática pedagógica. Percebe-se que entre muitos motivos que

contribuem para esse cenário frio e inacabado encontra-se a desvinculação da

Matemática trabalhada na escola com a realidade. Segundo Leal (1999) esta

maneira de ensinar torna essa bela ciência fria, acabada em si mesma de difícil

compreensão e sem espaço para o desenvolvimento da criatividade humana.

Observa-se,também que a Matemática é trabalhada de forma isolada e o

discente ouve, repete e resolve os exercícios a partir de exemplos dados pelo

professor. Tal prática se resume apenas em acúmulo de informações que nada

contribui para a construção de conhecimento, na qual no final de um processo

espera-se que os alunos sejam capazes de interagir com situações diversas do

cotidiano com a Matemática trabalhada em sala de aula, porém isto termina

causando um conflito cognitivo, uma vez que durante o processo não aconteceu

essa interação e só é exigida no final.

Conforme os PCNs, mais importante que transmitir informações/conteúdos

para serem reproduzido quando solicitados, é desenvolver nos alunos habilidades

que gerem novos conhecimentos a partir de outros previamente adquiridos. Por esta

razão, se faz necessário repensar as práticas pedagógicas que é um desafio na

perspectiva de resignificar o processo ensino-aprendizagem através de modelos

matemáticos a fim de aproximar a matemática trabalhada em sala de aula com o

cotidiano do aluno. Nos documentos curriculares da Educação Básica, tais como as

Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino e as Orientações Curriculares

Estaduais, a Modelagem é apresentada como estratégia de ensino e como

metodologia interdisciplinar que pode ser compreendida como abordagem de

situações do cotidiano ou de outras ciências por meio da Matemática.

2.1 Por que incorporar Modelagem Matemática no currículo?

A postura linear do professor em expor o conteúdo e em seguida realizar

exercício de fixação e avaliação já não atende as necessidades desta sociedade

moderna. Bittencourt (2001) (apud NÉRI, 2004) ressalta que o contexto no qual

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estamos inseridos e realizamos nossa educação não pode ser mais pautado pelos

antigos moldes de ensino extremamente estáticos. Faz-se necessário o diálogo e a

articulação da escola com a vida social para ampliar o espaço de reflexão,

conduzindo a novas competências e habilidades.

Diante de algumas tendências em Educação Matemática, que tem com

objetivo o desligamento dos moldes tradicionais de ensino, encontra-se a

Modelagem que tem como finalidade conectar a realidade com a Matemática

promovendo o estudo a partir do mundo vivido.

A Modelagem surge durante o Renascimento7 servindo como base para as

primeiras ideias no campo da Física. Atualmente, considerada como ramo da

Matemática que auxilia áreas do conhecimento como a Economia, Biologia,

Engenharia, dentre outros (Biembengut; Hein, 2005). No Brasil, conforme Burak

(2005), a Modelagem começa a ser estudada no início da década de 80 e passa a

ser propagado em cursos de especialização por um grupo de professores,

especialmente pelos professores Ubiratan D’Ambrósio e Rodney Carlos Bassanezi.

Uma das propostas da modelagem Matemática é partir de uma situação-

problema que vai ser explicada matematicamente, segundo Scheffer, 1995

conceitua-se como uma estratégia de ação, onde o aluno tem a oportunidade de

pensar, criar, estabelecer relações e buscar soluções. Incorporar a Modelagem na

escola deve significar um movimento no currículo.

2.2 Modelagem Matemática X Modelos Matemáticos

A palavra modelo vem do latim modulus, que significa “pequena medida”

Cunha (1989) (apud Junior 2004), e possui diversos usos, porém a que nos

interessa, neste momento, é aquela em que a palavra modelo é empregada como

―representação de alguma coisa‖.

Para Biembengut e Hein (2000) (apud Junior 2004), ―a idéia de modelagem

suscita a imagem de um escultor trabalhando com argila produzindo um objeto‖. Na

visão dos autores, esse objeto que representa sua ideia é um modelo, e o processo

de obtenção desse modelo é a modelagem. Logo entende-seque para chegar a um

7 O termo Renascimento, ou Renascença, faz referência a um movimento intelectual e artístico

surgido na Itália, entre os séculos XIV e XVI, e daí difundido por toda a Europa. Para saber mais ler: SEVCENKO, N. O Renascimento. 28. Ed. São Paulo: atual, 2004.

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modelo matemático, temos que passar por um processo denominado de Modelagem

Matemática.

Segundo Bassanezi (2004), a Modelagem procura transformar problemas da

realidade em problemas matemáticos, ou seja, é uma alternativa de ensino

aprendizagem que estuda uma situação-problema não matemática que busca um

modelo matemático para a solução do problema. Quando se procura refletir sobre uma porção da realidade, na tentativa de explicar, de entender, ou de agir sobre ela – o processo usual é selecionar, no sistema, argumentos ou parâmetros considerados essenciais e formalizá-los através de um sistema artificial: o modelo. (BASSANEZI, 2004, p.19).

Não existe Modelagem sem modelo, o qual é um vinculo que permite a

passagem da situação real para o problema matemático, ou seja, é o caminho para

a solução de um problema criando momentos de levantamento de hipóteses e

reflexão sobre tal fenômeno. Por exemplo: sobre o uso de determinada embalagem

que o fabricante utiliza é por uma questão estética ou econômica? Diante desta

situação, a Modelagem busca um caminho que é o modelo, que tenta descrever

matematicamente este fenômeno até chegar à solução do problema. Logo, através

do cálculo de área ou volume, percebe-se que a escolha da embalagem na maioria

das vezes é por uma questão econômica, ou seja, ganha mais espaço na prateleira.

De acordo com Bassanezi (2004) um Modelo Matemático é um conjunto de

símbolos e relações matemáticas que representam, de alguma forma, o objeto

estudado.

Na mesma visão, Biembengut (2004) (apud Junior 2004) define um Modelo

como sendo: ―um conjunto de símbolos os quais interagem entre si representados

por meio de desenhos ou imagens, projetos, esquema, gráfico, lei Matemática

dentre outras formas‖. Sendo assim, para elaboração de um Modelo Matemático,

segundo o autor é necessário três etapas: Interação, Matematização e Modelo

Matemático.

Na etapa de Interação ocorre o primeiro contato com o problema a ser

modelado e o estudante se envolve com o tema. Na segunda, que é a

Matematização, acontece a formulação do problema e sua resolução em termos de

Modelo Matemático. Na ultima etapa, o Modelo Matemático, acontece à

interpretação da solução encontrada e a verificação da sua veracidade. Caso a

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verificação não dê certo, volta à segunda etapa, a Matematização, e o processo

inicia.

Portanto, as ideais que foram elencadas por esses autores nos remetem a

ideia de que uma atividade de Modelagem é semelhante a um ciclo dinâmico, em

que se tem um Modelo Matemático, no qual se faz uma análise. Caso o resultado

não corresponda ao problema em estudo, retorna aos procedimentos, até que se

chegue a um Modelo que forneça uma resposta condizente para o problema.

A modelagem pode ser entendida sob um ponto de vista de oportunizar o aluno a questionar situações por meio da matemática sem conceitos prévios e com diversas possibilidades de caminhos diferentes. Os conceitos e as ideias matemáticas exploradas dependem do encaminhamento que só se percebe na medida em que os alunos desenvolvem a atividade (MONTEIRO E POMPEU, 2001, p. 72).

Uma atividade de Modelagem dá condição ao aluno perceber a ligação da sua

realidade com a Matemática, como afirma Borromeo Ferri (2010) (apud Junior 2004)

que a Modelagem ―liga o mundo real e a Matemática nos dois sentidos: da

realidade para a Matemática e — isto é importante — no sentido contrário, da

Matemática para a realidade (p. 19, grifo da autora).

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3. Modelagem uma opção para o ensino da geometria

Conforme Candu (apud Oliveira, 2009), convivemos com um grande número

de repetência e desigualdades de oportunidades educacionais, em que o acesso à

escola de qualidade é para uma minoria, que dispõe de um bom poder aquisitivo,

logo este fato tem transformado a educação em um produto de compra, daí sugeri

uma reinvenção da escola. Candau (2008) afirma que:

A escola está chamada a ser, nos próximos anos, mais do que um locus de apropriação do conhecimento socialmente relevante, o científico, um espaço de diálogo entre diferentes saberes – científico, social, escolar, etc. – e linguagens. De análise crítica, estímulo ao exercício da capacidade reflexiva e de uma visão plural e histórica do conhecimento, da ciência, da tecnologia e das diferentes linguagens (p. 14).

Alguns trabalhos na área de Educação Matemática têm apontado à

necessidade de mudanças nas aulas de Matemática em um ambiente de um saber

diversificado - científico, social, escolar, etc. – e linguagens. Segundo Oliveira

(2007), ensinar Matemática a partir de situações do cotidiano favorece uma

participação efetiva dos alunos nas aulas.

A Modelagem é sugerida como uma forma de organizar as aulas de

Matemática onde os alunos são convidados a problematizar e/ou investigar através

da Matemática situações com referência na realidade que tenha potencialidade de

gerar reflexão sobre a presença da matemática na sociedade (Oliveira, 2007)

Segundo Biembengut (apud kfouri, 2008), a Modelagem Matemática é a arte

de expressar situações-problemas do cotidiano por meio de linguagem Matemática.

Para Barbosa (2004) Modelagem é um ambiente de aprendizagem no qual os

alunos são convidados a problematizar e investigar, por meio da Matemática,

situações com referência na realidade.

Como afirma Biembengut (2000 p. 18), ―a Modelagem Matemática no ensino

pode ser um caminho para despertar no aluno o interesse por tópicos Matemáticos

que ele ainda desconhece ao mesmo tempo em que aprende a arte de modelar

matematicamente‖. Quando é dada a oportunidade ao aluno em estudar situações-

reais, problemas por meio de pesquisa desenvolvem seu interesse e seu senso

crítico. Conforme afirmam Monteiro e Pompeu (2001 p. 79), ―a Modelagem constituí

caminhos viabilizadores de um processo mais significativo e motivador de ensino e

aprendizagem Matemática‖.

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Sendo assim, percebe-se que as propostas de Modelagem estão embasadas

em uma abordagem ligada ao cotidiano do aluno, que pode contribuir para

aprimoramento do ensino da geometria, buscando valorizar os seus conhecimentos

prévios, trabalhando a partir de exploração dos objetos do mundo físico. Ensinar

geometria com o auxilio da Modelagem permitirá ao aluno estabelecer conexões

entre a Matemática e outras áreas do conhecimento. (PCN, 1997, p.39).

Logo, ao investigar este tema percebe-se: a aplicabilidade da Matemática em

situações do cotidiano e a percepção da geometria, por parte do educando, como

auxílio no reconhecimento, construção e representação do espaço em que vivemos,

através da construção e utilização de Modelos concretos de formas geométricas e

que aumentem possibilidades de acesso ao saber geométrico.

3.1 Vivência de atividade com modelagem X geometria

Segundo Scheffer (1995), ―estudar geometria com o auxilio da modelagem é

partir de uma situação-problema, que vai ser explicada matematicamente, definida

como estratégia de ação, onde o aluno tem a oportunidade de pensar, criar,

estabelecer relações e buscar soluções‖.

Na oportunidade cito o trabalho de pesquisa que realizei com a finalidade de

investigar como a Modelagem pode contribuir para o aprimoramento do ensino da

geometria espacial, buscando valorizar os conhecimentos prévios dos alunos,

trabalhando a partir de exploração dos objetos do mundo físico (embalagens),

através da utilização de modelos concretos de formas geométricas. Segundo

Biembengut (apud Fonseca, 2001) as formas geométricas estão presentes nas

embalagens. Analisando as embalagens de acordo com Fonseca(2002):

Pretende-se chamar a atenção dos alunos para os aspectos – sejam funcionais, estéticos ou econômicos, que estabelecem critérios para definição das formas, conferindo sentido às classificações. Busca-se proporcionar aos mesmos a possibilidade de compreender os conceitos geométricos através da visualização, manipulação e observação das diferentes formas geométricas que são encontradas nas embalagens. (FONSECA, 2001, p.42).

Com isso, as embalagens tornam-se um modelo significativo e atrativo no

processo de ensino-aprendizagem dos conteúdos de Geometria Plana e Espacial. A

observação e o manuseio de materiais concretos podem levar os alunos a

visualizarem formas diversas e a estabelecerem relações de semelhança e

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proporção. Ao realizarem a desmontagem e a montagem de caixas ampliam sua

noção de plano e de espaço. BRASIL (1998, p. 65) diz que os alunos devem estar

aptos a: ―estabelecer relações entre figuras espaciais e suas representações planas,

envolvendo a observação das figuras sob diferentes pontos de vista‖.

Para Bassanesi (2002), (apud Kfouri, 2008) a modelagem matemática

consiste na arte de transformar problemas da realidade em problemas matemáticos

e resolvê-los, interpretando suas soluções na linguagem do mundo real. Na sala de

aula o professor relaciona a Matemática às vivências da sociedade estabelecendo

uma ponte entre o cotidiano do aluno.

3.2 Desenvolvimento da pesquisa

3.2.1- Caracterizações do espaço

A instituição escolhida para a realização da pesquisa pertence à rede pública

municipal do Recôncavo Baiano. A escola conta com a colaboração de uma diretora

geral e vice, uma coordenadora, apoio pedagógico, secretária, assistentes técnicos-

administrativos e técnicos para sala informatizada, merendeiras e serventes e um

porteiro. O corpo docente é formado por 35 professores efetivos e contratados,

todos com formação superior completo, pós-graduação, participando de cursos de

formação continuada (Gestar II8- Matemática e Português).

Funcionando nos turnos matutino, vespertino e noturno, com o fundamental II,

EJA9 II e III, tendo em média 30 alunos por turmas e um total de 600 alunos

matriculados. A principal função da referida instituição é construir um ambiente

educativo onde todos os segmentos da comunidade escolar sintam-se responsáveis

pelo processo educativo e estimulando ainda a participação da comunidade nas

ações da escola.

8Programa Gestão da Aprendizagem Escolar.

9Educação para Jovens e Adultos.

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3.2.2- Descrições da pesquisa

A turma escolhida para o desenvolvimento da pesquisa foi um 8º ano do

Ensino Fundamental II, composto por um universo de 33 estudantes cujas idades

variavam entre 14 e 17 anos.

A priori apresentei o projeto de pesquisa à direção e ao professor regente que

em seguida me conduziram a sala de aula, onde os alunos foram bem receptivos.

A metodologia adotada para essa pesquisa foi de abordagem qualitativa. Para

Lüdke (1986, p. 18), o estudo qualitativo é ―[...] o que se desenvolve numa situação

natural e rica em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a

realidade de forma complexa contextualizada. A finalidade da investigação foi

averiguar e analisar se o aluno percebe as formas geométricas em seu cotidiano.

Talvez, a quantitativa não fosse eficaz, pois segundo Bicudo (2004, p. 103) possui a

ideia de racionalidade entendida como quantificação. De acordo com Bicudo (2004,

p.104), a realização de uma pesquisa qualitativa possibilita ―[...] a ideia do sujeito,

possível de expor sensações e opiniões. O significado atribuído a essa concepção

de pesquisa também engloba noções a respeito de percepções de diferenças e

semelhanças de aspectos comparáveis de experiências‖.

Para verificar as concepções prévias que os alunos fazem da geometria plana

e espacial com o cotidiano foi utilizado dois questionário durante o desenvolvimento

da pesquisa: o pré- questionário teve por objetivo diagnosticar os conhecimentos

prévios desses alunos sobre o assunto em questão e o pós- questionário para

verificar a contribuição da modelagem no ensino da geometria.

As atividades investigativas foram realizadas em dois encontros, sendo no

primeiro encontro uma aula (cinquenta minutos) e no segundo três aulas (cento e

cinquenta minutos) que aconteceu em três etapas:

1ª etapa - aplicação de um pré-questionário com duas questões subjetivas e cinco

objetivas. O questionário foi distribuído para todos os alunos responderem, porém

para coleta e análise de dados referentes à pesquisa o questionário de cinco alunos

foram escolhido de forma aleatória, pois é uma amostra suficiente para

levantamento de dados com o objetivo de verificar os conhecimentos prévios dos

alunos quanto aos conteúdos de geometria plana e espacial (anexo -1); após a

aplicação do questionário, foi solicitado que os alunos trouxessem embalagens de

vários tipos com diferentes formas e tamanhos. Também pedi que observasse em

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mercados ou supermercados qual o tipo de embalagem mais utilizada nas

prateleiras para a atividade do próximo encontro;

2ª etapa - esta etapa foi dividida em quatro momentos:

a) a princípio fiz o seguinte questionamento: podemos perceber a geometria em toda

parte? Alguns disseram que sim e outros responderam depende do lugar onde

estamos. Após o questionamento foi apresentado um documentário, ―Mão na forma‖

que retrata a presença da geometria em diversas áreas da vida, inclusive na

natureza para que a turma refletisse. Em seguida, discussão do vídeo apresentado

alguns alunos confirmaram o quanto a geometria está presente em nossa vida e por

desconhecer algumas informações não percebem;

b) no segundo momento a exposição das embalagens solicitadas para manuseio e

observação das mesmas onde os alunos perceberam entes geométricos variados,

como: pontos, retas, vértices, faces entre outros. Ainda em uma roda de conversa foi

retomado o questionamento da primeira etapa: Qual a embalagem mais utilizada nas

prateleiras dos supermercados ou mercados? Alguns responderam em formato de

dado (cubo), cilindro ou paralelepípedo. Apresentei uma embalagem em formato de

um prisma triangular (frasco de perfume / sólido com canudos) e levantei o seguinte

questionamento: Por que o fabricante prefere trabalhar com maior número de

embalagens no formato de cubo, cilindro ou paralelepípedo do neste formato (prisma

triangular). Logo de início alguns se calaram, outros disseram que não sabiam e

ainda outros responderam que as outras embalagens eram comuns. Instiguei: será

que é por uma questão estética ou econômica (economia de material ou espaço na

prateleira).

Segundo Polya (1994) (apud Aldenir):

A melhor coisa que pode um professor fazer para seu aluno é proporcionar-lhe discretamente uma ideia luminosa, partindo das indagações e sugestões para que o mesmo possa compreender estabelecer um plano e resolver situações problemas. (POLYA, 1994, p. 56).

c) terceiro momento a turma foi dividida em cinco equipes (sendo três equipes com

sete componentes e duas com seis). As equipes tiveram a oportunidade de escolher

uma embalagem para observar e preencher uma tabela onde registraram a forma da

embalagem, o material utilizado para confecção, calcularam o volume, perímetro e

área, para tanto as equipes fizeram a planificação das embalagens. É relevante a

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planificação, pois através da mesma, o aluno estabelece formas diversas, e

estabelece relação de semelhança e proporção e amplia a noção de plano e espaço.

Através da planificação chega-se a elaboração do Modelo Matemático.

Na realização desta atividade de forma discreta o meu olhar estava centrado

nos cinco alunos escolhidos na primeira etapa para coleta e análise de dados da

pesquisa sem que os demais alunos se sentissem rejeitados (anexo- 2);

3ª etapa - foi aplicado um novo questionário contendo seis questões objetivas com

três alternativas, com a finalidade de observar as possíveis alterações após

aplicação da atividade com embalagem. O questionário foi distribuído para todos os

alunos responderem, porém para coleta e análise de dados após a atividade com

Modelagem, analisei o questionário dos cinco alunos da primeira etapa. (anexo- 4).

3.2.3- Análise e discussão dos resultados

Biembengut (2004) (apud Junior 2004) define um Modelo como sendo: ―um

conjunto de símbolos os quais interagem entre si representados por meio de

desenhos ou imagens, projetos, esquema, gráfico, lei matemática dentre outras

formas‖. Sendo assim, para elaboração de um modelo matemático, segundo a

autora é necessário três etapas: Interação, Matematização e Modelo Matemático.

a)Primeira etapa

Nesta etapa ocorre à Interação que é o primeiro contato com o problema a ser

modelado e o estudante se envolve com o tema. Apresento uma análise que a

princípio partirá de uma perspectiva qualitativa que segundo Bogdan e Biklen (1994),

fundamenta-se nas seguintes características: o contato direto do pesquisador com o

ambiente e a situação que está sendo investigada; os dados coletados são

predominantemente descritivos; o processo é mais relevante do que o produto; o

significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção

especial nesta primeira etapa, não me preocupo com a busca de evidências que

comprovem hipóteses definidas antes do início dos estudos. Para tanto utilizarei

uma tabela para demonstrar os resultados coletados das questões 1 e 2 do pré-

questionário.

Questão 1: O que você entende por geometria plana e espacial?

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Aluno Respostas Análise

Aluno 1 Mostra como fazer figuras geométricas em matemática.

O aluno sabe que tem haver

com formas geométricas,

mas não diferencia a

geometria plana da espacial.

Aluno 2 É uma figura que contém face,

vértice e aresta.

O aluno reconhece os

elementos do poliedro,

porém não distingue a

geometria plana da espacial.

Aluno 3 No nosso cotidiano entendemos que

figuras planas são figuras que

possuem várias formas diferentes.

Ele percebe que a

geometria está presente no

nosso cotidiano, porém

conceitua apenas a

geometria plana.

Aluno 4 A figura plana serve para muito tipo

espacial.

O aluno não apresenta

conhecimento prévio em

relação a presente questão.

Aluno 5 A figura plana tem forma de coisa

que é plana.

O aluno não distingue a

geometria plana da espacial.

Questão 2: Quais os diferentes tipos de formas geométricas você pode observar na

natureza e em embalagem que você manipula no seu cotidiano?

Aluno Respostas Análise

Aluno 1 São triângulo, quadrado, perímetro e cubo.

O aluno confunde perímetro

que é a soma das medidas

com formas geométricas. E

não relaciona objetos que

estão à sua volta com as

formas geométricas.

Aluno 2 As árvores, pasta de dente, sabão

em pó e outros.

O aluno não cita as formas,

mas relaciona com objetos

do cotidiano.

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Aluno 3 Triangulo quadrado, retângulo,

losango e trapézio.

O aluno não faz uso da

geometria espacial.

Aluno 4 São triangulo quadrado e retângulo. O aluno resume a geometria

apenas às três formas que é

trabalhada na Educação

Infantil e não faz a relação

com o uso de objeto do

cotidiano e nem a presença

geometria na natureza.

Aluno 5 Cubo, planalto, quadrado, retângulo,

triângulo.

O aluno cita algumas formas

geométricas e apesar de

não demonstrar certa

clareza na escrita, mas dá

para notar que ele percebe

a geometria na natureza.

De posse destes dados percebo que alguns alunos sentem dificuldade em

reconhecer as formas geométricas em embalagens ou na própria natureza visto que

tendem seguir fielmente os modelos que são expostos nos livros ou desenhados no

quadro onde as figuras mostradas estão plano e não podem ser manuseadas. Daí a

importância da geometria espacial na perspectiva da modelagem matemática para

que o aluno perceba a matemática não só como algo prazeroso de se trabalhar, mas

como uma ciência concreta, viva que pode contribuir para situações diversas do

cotidiano.

Segundo Scheffer (1995), ―estudar geometria com o auxilio da modelagem é

partir de uma situação-problema, que vai ser explicada matematicamente, definida

como estratégia de ação, onde o aluno tem a oportunidade de pensar, criar,

estabelecer relações e buscar soluções‖. E durante a aplicação desta pesquisa pude

perceber o quanto é importante utilizar a modelagem matemática como ferramenta

para o ensino da geometria, pois os alunos tiveram a oportunidade de verbalizar

seus pensamentos, partindo assim de uma situação- problema que logo em seguida

foi explicada matematicamente quando os alunos fizeram a planificação das

embalagens para os cálculos.

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Segundo Fonseca (2002), o manuseio, a observação, a montagem e

desmontagem das embalagens amplia a noção de plano e espaço, relação de

semelhança e proporção.

Como afirma Biembengut (2000) (apud Silva (et al), 2009) ―a modelagem

matemática no ensino pode ser um caminho para despertar no aluno o interesse por

tópicos matemáticos que ele ainda desconhece ao mesmo tempo em que aprende a

arte de modelar matematicamente‖. Quando é dada a oportunidade ao aluno em

estudar situações-reais, por meio de pesquisa desenvolvem seu interesse e seu

senso crítico.

Ainda no pré-questionário foram apresentadas cinco questões objetivas com

quatro alternativas. Na questão de número 3ª o objetivo foi calcular o perímetro de

uma dada figura geométrica, na 4ª fazer o cálculo da área de um campo de futebol,

na 5ª calcular a área e o volume de uma piscina, na 6ª nomear o poliedro regular de

12 vértices e 30 arestas utilizando a forma de Euller e na 7ª questão identificar o

número de faces, vértices e arestas do Hexaedro.

Vejamos o resultado em forma de gráfico:

Ao verificar estes dados observamos que os alunos não fazem conexão com

o conhecimento prévio da geometria plana e espacial. Trabalhar com a Matemática

pura, baseada apenas em cálculos sem fazer referência a situações da vida real

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pode correr os riscos de alguns conteúdos que estão presente no nosso cotidiano

caírem no esquecimento, não tiveram cem por cento de acerto não foi porque nunca

viram o conteúdo, mas porque em um determinado momento aquele conteúdo foi

passado de forma mecânica sem trazer nem um significado para sua vida daí a

razão deste resultado.

Segundo os PCNs, mais importante do que transmitir informações/conteúdos

para serem reproduzidos quando solicitados, é desenvolver nos alunos habilidades e

estratégias que lhes permitam, de forma autônoma, gerar novos conhecimentos a

partir de outros já previamente adquiridos. Para que sejam capazes de resolver

situações que lhes são proposta sem esperar pelo professor ou a resposta do livro

texto, para tanto se faz necessário trabalhar com uma matemática contextualizada.

b) segunda etapa

Na segunda acontece a Matematização que é a formulação do problema e

sua resolução em termos de modelo matemático. Nesta etapa foi trabalhado com a

modelagem matemática como uma alternativa para o ensino da geometria e percebi

como a mesma auxilia o educando no ensino da geometria possibilitando o acesso

ao saber geométrico e a capacidade analisar de situações e tomar decisões. Pois ao

trabalhar com embalagens utilizamos a modelagem como estratégia de ensino como

uma metodologia interdisciplinar onde aproximou os alunos a situações-problemas

reais oriundas de assuntos das mais diversas áreas da sociedade.

Ao iniciar a aplicação da pesquisa foram levantados alguns questionamentos:

Qual a embalagem mais utilizada nas prateleiras dos supermercados ou mercados?

Como percebemos a geometria em nosso cotidiano? Quais as vantagens e

desvantagens de diferentes fabricantes utilizarem o mesmo produto em embalagens

diferentes? Será que é por questões estéticas ou econômicas? E o formato da

embalagem?

Conforme as opiniões apresentadas alguns alunos perceberam que o mais

considerado pelos fabricantes é a questão econômica e não estética. Falaram

também que, dependendo do formato da embalagem ela ocupará um espaço maior

ou menor na prateleira daí a escolha por embalagem com o formato de

paralelepípedo e cilíndrico. Diante destas situações, a modelagem busca um

caminho que é o modelo, que tenta descrever matematicamente este fenômeno até

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chegar à solução do problema, logo através do cálculo de área ou volume, percebe-

se que a escolha da embalagem na maioria das vezes é por uma questão

econômica, ou seja, ganha mais espaço na prateleira.

Dando continuidade às discussões foram abordadas questões como a

importância da coleta seletiva e da reciclagem, onde afirmaram que são ações que

contribuem de forma eficaz para preservação do meio ambiente.

c) terceira etapa

Na ultima etapa, o Modelo Matemático, acontece à interpretação da solução

encontrada e a verificação da sua veracidade. Nesta etapa, foi aplicado o pós-

questionário com a finalidade de verificar a contribuição da modelagem matemática

no ensino da geometria, analisando assim a aprendizagem da turma além da

conscientização sobre questões relacionadas com o meio ambiente e as vantagens

e desvantagens de diferentes fabricantes utilizarem o mesmo produto em

embalagens diferentes.

Vejamos os resultados:

1ª) Qual a contribuição do trabalho com embalagem para o ensino da geometria?

Aluno 1,2, 3 e 4 → Afirmaram que trabalhar com

embalagem contribui

significativamente para o ensino de

Geometria;

Aluno 5 → Afirmou que trabalhar com

embalagem pouco contribui para o

ensino de Geometria;

2ª) O que você prioriza no momento da compra:

Aluno 1,2 → A embalagem

Aluno 3, 4,5 → Qualidade do produto

3ª) Você acha que o fabricante prioriza o tipo de embalagem por questões:

Aluno 1,2,3,4 e 5 → Econômica

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4ª) O lixo que sai da sua casa é:

Aluno 1,2,3 e 5 → Separado

Aluno 4 → Não é separado

5ª) Com relação ao meio ambiente a reciclagem hoje:

Aluno 1 → Passa despercebida

Aluno 2, 3, 4 e 5 → Contribui com o meio ambiente

6ª Depois de participar deste projeto como você percebe a geometria em sua volta?

Aluno 1,2, 3, 4 e 5 → Percebe em todos os lugares

O professor e os alunos foram receptivos e demonstraram interesse, pois se

tratava de uma aula diferente, todos responderam os questionários e participaram

ativamente das atividades propostas, sendo que o trabalho de cinco alunos foi

analisado para levantamento de dados.

Trabalhar com modelagem matemática é sair da zona de acomodação, com a

utilização de exercícios rotineiros após a explicação de um determinado conteúdo e

trabalhar com uma abordagem interdisciplinar, possibilitando a reflexão da presença

da matemática no cotidiano.

D’Ambrósio (1986) (apud Fidelis) enfatiza que a Modelagem é caracterizada

pela ―realidade-reflexão sobre a realidade‖ em que o indivíduo cria um Modelo

Matemático que o auxilia a entender e aplicar sua experiência e conhecimento, para

agir sobre essa realidade. Nesse sentido, exigem-se muito mais do que uma simples

aplicação dos conteúdos matemáticos.

Diante da coleta e análise de dados da presente pesquisa notamos o quanto

é gratificante sair da zona de acomodação e buscar na Modelagem alternativa para

um ensino da geometria, pois associando os conteúdos matemáticos a vivências dos

alunos, os professores estarão preparando-os, também para desafios futuros,

possibilitando assim, o desenvolvimento de sua criticidade, uma vez que o

conhecimento precisa estar conectado a uma visão critica da realidade.

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Considerações finais

Este trabalho não se a propõe esgotar as possibilidades de aprofundamento

do assunto, porém em levantar questões sobre a problemática da geometria como

vem sendo trabalhada nas escolas.

No processo ensino-aprendizagem a geometria encontra-se distante da

vivência do aluno e isto tem causado acentuadas dificuldades quando o aluno se

depara com situações envolvendo conceitos geométricos. Ao contrário da ideia que

tinha no início, essa pesquisa me fez enxergar a necessidade de uma mudança no

currículo, pois a postura linear do educador apresentar o conteúdo em seguida

realizar exercício de fixação e avaliação já não atende a necessidade do aluno.

Percebe-se que essa preocupação é crescente entre os profissionais na área

de Educação Matemática, no entanto algumas tendências são propostas com a

finalidade de conectar a realidade com a matemática promovendo um estudo a partir

do mundo vivido, entre essas tendências encontra-se a modelagem.

Nas análises realizadas, o decorrer do processo notou-se que os alunos

apresentavam conhecimentos defasados, ou seja, apresentando dificuldade em

reconhecer às figuras geométricas em outro objeto ou em outra posição, não

percebendo o quanto a geometria está em sua volta.

Na aplicação da atividade investigativa, mudanças significativas aconteceram,

pois houve um envolvimento com o tema em estudo, identificação e formulação do

problema com possíveis soluções e a correlação da matemática com diversas áreas

do conhecimento.

Os resultados obtidos, ao serem desenvolvidas as atividades foram bastante

satisfatórios, logo se percebe que a modelagem pode ser uma alternativa para o

ensino da geometria espacial, pois possibilidades de acesso ao saber geométrico

foram alargadas e a capacidade de analisar situações e tomar decisões.

Espero, com este trabalho, estar contribuindo para a reflexão em torno da

Educação Matemática. Ao contrário de desejar congelar as ideias aqui postas, quero

colocá-las em movimento. Sugerindo agendamento de futuros estudos sobre a

inserção da modelagem nas séries iniciais já que as propostas de modelagem estão

embasadas em uma abordagem ligada ao cotidiano do aluno, que pode contribuir

para aprimoramento do ensino da matemática.

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ANEXOS

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ANEXO - 1

1. O que você entende por figura plana e espacial?

..............................................................................................................................................

...............................................................................................................................

2. Quais os diferentes tipos de formas geométricas você pode observar na natureza

e em embalagem que você manipula no seu cotidiano?

..............................................................................................................................................

...............................................................................................................................

3. O perímetro da figura abaixo é:

(a) 33cm (b) 36 cm (c) 33cm² (d) 36cm²

4. A área do campo de futebol abaixo é:

(a) 170m² (b) 700m² (c) 7000m² (d) 100m²

5. Uma piscina tem 50 m de comprimento, 25 m de largura, 2 m de profundidade.

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(i) Qual a área de sua superfície?

(ii) Qual o volume de água que ela contém, quando totalmente cheia?

6- (PUC - SP) Qual é o poliedro regular que tem 12 vértices e 30 arestas?

a)Hexaedro

b)Octaedro

c)Dodecaedro

d)Icosaedro

7-Quantas faces, arestas e vértices possuem o poliedro chamado de Hexaedro?

(a) Face-12, vértice-8, aresta- 6

(b) Face-6, vértice-12, aresta- 8

(c) Face-6, vértice-8, aresta- 12

(d) Face-12, vértice-6, aresta- 8

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ANEXO - 2

OBSERVANDO EMBALAGEM

FORMA DA

EMBALAGEM

Cilindro Paralelepípedo Prisma

triangular

outras

MATERIAL DE

QUE É FEITA A

EMBALAGEM

Papelão Alumínio Vidro Plástico

VOLUME

PLANIFICAÇÃO:

Perímetro

Área da face

menor;

Área da face

maior.

Equipe:

...........................................................................................................................................

...........................................................................................................................................

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ANEXO - 3

QUESTIONÁRIO

1ª) Qual a contribuição do trabalho com embalagem para o ensino da geometria?

( ) contribuiu significativamente

( ) razoavelmente

( ) pouco contribuiu

2ª) O que você prioriza no momento da compra:

( ) a embalagem

( ) o preço

( ) qualidade do produto

3ª) Você acha que o fabricante prioriza o tipo de embalagem por questões:

( ) estéticas

( ) econômica

( ) não possui esta preocupação

4ª) O lixo que sai da sua casa é:

( ) é separado

( ) não é separado

( ) não é algo interessante

5ª) Com relação ao meio ambiente a reciclagem hoje:

( ) passa despercebida

( ) não é importante

( ) contribui com o meio ambiente

6ª Depois de participar deste projeto como você percebe a geometria em sua volta?

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( ) quase não percebo

( ) percebo

( ) percebo em todos os lugares