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SERGIO RENAN SILVA ALVES MODELO BIOECONÔMICO E SEU USO NA TOMADA DE DECISÃO PARA ADOÇÃO DA TECNOLOGIA DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL PARA SUÍNOS Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Curso de Zootecnia, para obtenção do título de “Magister Scientiae". VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL NOVEMBRO - 1996

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SERGIO RENAN SILVA ALVES

MODELO BIOECONÔMICO E SEU USO NA TOMADA DE DECISÃO PARA

ADOÇÃO DA TECNOLOGIA DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL PARA SUÍNOS

Tese apresentada à UniversidadeFederal de Viçosa, como parte dasexigências do Curso de Zootecnia,para obtenção do título de “MagisterScientiae".

VIÇOSA

MINAS GERAIS - BRASIL

NOVEMBRO - 1996

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SERGIO RENAN SILVA ALVES

MODELO BIOECONÔMICO E SEU USO NA TOMADA DE DECISÃO PARA

ADOÇÃO DA TECNOLOGIA DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL PARA SUÍNOS

Tese apresentada à UniversidadeFederal de Viçosa, como parte dasexigências do Curso de Zootecnia,para obtenção do título de “MagisterScientiae".

APROVADA: 20 de setembro de 1996.

______________________________ ______________________________ Prof. Antonio Bento Mancio Prof. Juarez Lopes Donzele (Conselheiro) (Conselheiro)

______________________________ ______________________________ Prof. Manoel Vieira Proa Marília F. M. Gomes

______________________________Prof. Aloízio Soares Ferreira

(Orientador)

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Ao meu pai Rubem Rios Alves (in memoriam).

Aos meus filhos Marcel e Marina e à minha esposa Rosângela.

À minha mãe Thalita, às minhas irmãs Sandra e Norma e aos

sobrinhos Rodrigo e Maria Inêz.

À Vó Benta.

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AGRADECIMENTOS

À Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, por meio

do Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves - CNPSA, por possibilitar a

realização do curso.

À Universidade Federal de Viçosa - UFV, por intermédio do

Departamento de Zootecnia e Conselho de Pós-Graduação, pela oportunidade

e acolhida durante o curso.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -

CAPES, pela concessão da bolsa de estudos.

Ao orientador, professor e amigo Aloízio Soares Ferreira e família, pela

orientação, confiança e amizade.

Ao colega Antônio Lourenço Guidoni, pelo exemplo de como fazer

ciência e pela incansável ajuda.

Aos colegas e amigos de percurso Marcelo Diniz e família, Professor

Luís Albino e família, Antônio Coelho e família, William Narváez, Rodolfo Sirol,

colegas da ZOO-605, pelo companheirismo e apoio nas horas de dificuldade.

Aos colegas do CNPSA Renato Irgang, Ademir Girotto, Jonas Santos e

Giovani Bertani, pelo aconselhamento e pelas sugestões na construção do

trabalho; a Irene Câmara e Eva Ribeiro, pelo importante apoio na busca de

material bibliográfico; ao Paulo Pinto, pelas estadas e pelos momentos

agradáveis; aos funcionários de campo, pelo auxílio na coleta de dados.

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Aos colegas do Laboratório de Reprodução Animal do Departamento de

Veterinária da UFV, Professores Eduardo Paulino, José Domingos e Marco

Túlio, pelo apoio e pelas sugestões.

À colega Isabel Scheid, pelo incentivo inicial em levar adiante a idéia do

tema de dissertação.

À turma do lazer e descontração no Viçosa Clube e na Violeira e a todas

as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram desde o início para que

este trabalho pudesse ser concretizado.

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BIOGRAFIA

SERGIO RENAN SILVA ALVES, filho de Rubem Rios Alves e Thalita

Silva Alves, nasceu em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 13 de setembro

de 1958.

Em março de 1978, ingressou no curso de Medicina Veterinária na

Universidade Federal de Pelotas - UFPEL, concluindo-o em dezembro de

1981.

No período de dezembro de 1982 a setembro de 1985, desempenhou

atividades na área técnica do Instituto Veterinário Rhodia-Mérieux S.A.

Atuou na iniciativa privada, como Médico-Veterinário credenciado pelo

Ministério da Agricultura, executando diagnósticos de Anemia Infecciosa

Eqüina (AIE), no período de 1982 a 1986.

Desempenhou atividades de ensino-pesquisa-extensão, na Fundação

de Apoio Universitário (FAU) da UFPEL, no período de março de 1987 a

dezembro de 1988.

Foi contratado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-

EMBRAPA, após concurso público, em novembro de 1989, como pesquisador,

na área de Difusão e Transferência de Tecnologia do Centro Nacional de

Pesquisa de Suínos e Aves/CNPSA, localizado em Concórdia-SC.

Em março de 1994, iniciou o curso de pós-graduação em Zootecnia,

em nível de mestrado, concentrando estudos na área de Produção de Suínos,

na Universidade Federal de Viçosa, submetendo-se à defesa de tese em 20 de

setembro de 1996.

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vi

CONTEÚDO

Página

EXTRATO .............................................................................................. viii

ABSTRACT ............................................................................................

1. INTRODUÇÃO ................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................. 4

2.1. Situação da suinocultura mundial e nacional .............................. 4

2.2. O complexo agroindustrial de suínos no Brasil ........................... 6

2.3. Tipificação de carcaças de suínos no Brasil ............................... 7

2.4. Inseminação Artificial de Suínos (IA) .......................................... 9

2.4.1. Organização e desenvolvimento da IA .................................. 10

2.4.2. O uso da IA no mundo .......................................................... 11

2.4.3. A inseminação artificial de suínos no Brasil .......................... 13

2.4.4. Vantagens e limitações no uso da IA .................................... 15

2.5. Escala econômica de uso da IA em sistema interno ................... 19

2.6. Uso de modelos de simulação .................................................... 23

2.7. Custo de produção de suínos ..................................................... 25

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................... 26

3.1. Definição dos componentes do sistema de produção (SISPRO) 26

3.2. Determinação dos custos e da receita para os sistemas de

produção ..................................................................................... 29

3.2.1. Determinação dos custos ...................................................... 29

3.2.2. Determinação da receita ....................................................... 39

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vii

Página

3.3. Determinação da igualdade da RLop entre os dois sistemas ..... 41

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 42

5. RESUMO E CONCLUSÕES .............................................................. 59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 61

APÊNDICE ............................................................................................. 69

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EXTRATO

ALVES, Sergio Renan Silva, M.S., Universidade Federal de Viçosa, novembrode 1996. Modelo bioeconômico e seu uso na tomada de decisão paraadoção da tecnologia de inseminação artificial para suínos . ProfessorOrientador: Aloízio Soares Ferreira. Professores Conselheiros: Juarez LopesDonzele e Antonio Bento Mancio.

Foi desenvolvido um modelo bioeconômico em linguagem do pacote

estatístico SAS (Statistical Analysis System, versão 6.10), com objetivo de

simular sistemas de produção (SISPROs) de suínos, comparando-se sistemas

de criação (SIS) de Monta Natural (MN) e Inseminação Artificial (IA) em

sistema interno, determinando-se qual o tamanho de plantel (N) de

reprodutores (porcas + cachaços), como tomada de decisão para transição do

SIS de MN para IA . O N foi determinado no ponto de igualdade da Renda

Líquida Operacional (RLop) dos dois SIS, dada em US$/reprodutor/ano.

Utilizou-se um modelo fatorial 3 x 3 x 6, correspondendo a número de

partos/porca/ano (NPPANO), número de leitões/nascidos vivos/parto

(NASCIDOV) e porcentagem de carne magra na carcaça (PCMAGRA),

resultando em 54 combinações de níveis para cada SIS. Para igualar as RLop,

variou-se artificialmente N de 18 a 3.000 reprodutores, com espaçamento

regular de 1,0 unidade, calculando simultaneamente as respectivas RLop dos

dois SIS e determinando-se o valor de N por processo numérico. Foram

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utilizados dois critérios de comparação, um COM REPOSIÇÃO de machos por

fêmas, de modo que para cada macho diminuído pela IA aumentou-se uma

fêmea, para igualar N nos dois SIS; e outro SEM REPOSIÇÃO, em que se

fixou o número de porcas nos dois SIS, variando o número de cachaços,

ficando os dois SIS com número de reprodutores desiguais (N1 e N2).

Observou-se que, COM REPOSIÇÃO, N variou de 409 a 213 reprodutores,

com uma amplitude de 196. A reposição de cachaços por porcas foi positiva

sobre RLop da IA, em virtude da maior receita proporcionada. A diminuição em

N foi expressa pela melhoria dos níveis dos coeficientes técnicos em SISPRO.

A remuneração por tipificação demonstrou receita crescente à medida que se

aumentou PCMAGRA no SISPRO, tendo sido maior na IA do que em MN, para

o mesmo nível de SISPRO. Pelo critério SEM REPOSIÇÃO, N1 variou de 470

a 233 reprodutores e N2, de 450 a 223, com amplitude de 237 e 227 para N1

e N2, respectivamente. A não-reposição trouxe reflexos em todos os

parâmetros, piorando-os em relação ao COM REPOSIÇÃO. Em todos os

SISPROs, SEM REPOSIÇÃO necessitou de plantel maior para igualar a RLop,

em comparação ao COM REPOSIÇÃO. O modelo proposto apresenta

inovações por variar tamanho de plantel e por igualar as RLop na

determinação do N. Permite ainda particularizar uma determinada unidade de

produção, mudando-se apenas os parâmetros técnicos e econômicos

inicialmente propostos, adequando-os a uma determinada unidade produtiva e

auxiliando na tomada de decisão.

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ABSTRACT

ALVES, Sergio Renan Silva, M.S., Federal University of Viçosa, november1996. Bioeconomic model in a taken decision of adopting artificialinsemination technology for swine . Advisor: Aloízio Soares Ferreira.Committee members: Juarez Lopes Donzele and Antonio Bento Mancio.

A biological and economical model was developed using SAS

(Statistical Analysis System, Version 6.10) in order to simulate swine production

systems (SPS) using either natural mating (NM) and artificial insemination (AI)

“on farm” to help the decision of shifting from NM to AI, based on the herd size

(HS). The HS was determined when the operational net income (ONI) of both

SPS were the same, expressed as US$/breeder/year. It was used a 3x3x6

factorial model (number of parities/sow/year - NPSY x number of piglets born

alive/parity - NPP x carcass lean meat percentage - CLMP) resulting 54

combinations for each SPS. In order to equalize ONI, HS was artificially studied

from 18 to 3000 breeders, with regular spaces of one unit, simultaneously

calculating ONI for the two SPS and determining the value of HS by numeric

process. Two comparison criteria were used: (a) WITH REPLACEMENT o

boars by sows, to equalize HS (N) due to the adoption of AI, and (b) WITHOUT

REPLACEMENT where the number of sows was fixed in the two SPS, but

varying the number of boars and breeders (N1 and N2). It was observed that

WITH REPLACEMENT, HS varied from 409 to 213 breeders. The reposition o

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boars by sows had a positive effect on ONI of AI. The decrease in HS was

expressed by the improvement in technical coefficients in SPS. The payment

based on carcass grading increased income as CLMP increased, being higher

for AI for the same level of SPS. WITHOUT REPLACEMENT affected all

parameters negatively compared to WITH REPLACEMENT. In all SPS

WITHOUT REPLACEMENT required a larger HS to equalize ONI in

comparison to WITH REPLACEMENT. The proposed model showed

innovations such as including variations in HS and equalizing ONI to determine

HS. It also helps to take decisions since it allows the particularization of a

production unit, varying only the technical and economical parameters initially

proposed.

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1. INTRODUÇÃO

A suinocultura brasileira experimentou, a partir da década de 70, grande

desenvolvimento, seguido de transformações e alterações estruturais de toda

a matriz da cadeia produtiva. Durante esse período houve passagem da

chamada “era da agricultura tradicional” ( dentro da fazenda) para a “era do

agribusiness ou complexo agroindustrial” ( fora da fazenda), marcada por

profundas mudanças das relações tecnológicas, produtivas, comerciais e

financeiras na suinocultura.

Essas mudanças foram e serão irreversíveis, principalmente com

relação à modernização da agricultura, que cada vez mais demandará e

absorverá tecnologias modernas. Portanto, não mudará a interdependência

entre insumos, produção agropecuária, processamento/distribuição e ecologia,

ou seja, o “dentro da fazenda” está sendo e continuará influenciado

diretamente pelo “ fora da fazenda”. Caminha-se do enfoque unilateral para a

visão sistêmica, pois a produção está deixando de ser analisada unicamente

dentro da porteira da granja, e sim ao longo de toda a cadeia de produção. A

diferenciação do produto final em nível de consumidor está desencadeando

mudanças para trás, modificando toda a cadeia de produção/processamento.

Em função disso, a produção está lentamente se adequando a essa

nova realidade, principalmente no tocante à produtividade e qualidade do

produto entregue às agroindústrias transformadoras.

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Com relação à produção de suínos, essa situação não se aplica

uniformemente em todo o Brasil, mas é característica das regiões onde a

suinocultura é mais desenvolvida, principalmente nas regiões Sul e Sudeste.

A produtividade na suinocultura pode ser representada pela eficiência

reprodutiva, que é função direta do número de terminados/porca/ano, que por

sua vez é influenciado pelo número de nascidos/vivos/parto e pelo número de

partos/porca/ano. Essas variáveis, às vezes, podem não refletir a eficiência

econômica do produtor, mesmo em situação de produção alta.

Outro fator a ser considerado é a qualidade do produto, caracterizada

principalmente pelo tipo de carcaça entregue à indústria e expressa pela

menor deposição de gordura e pelo maior rendimento de carne na carcaça,

que passaram a ser valorizados pela agroindústria muito recentemente, porém

os produtores ainda não estão suficientemente conscientizados da sua

importância. A deposição de gordura e, ou, o rendimento de carne na carcaça

podem representar o limite no qual o produtor começa a ser eficiente

economicamente, pois geralmente as agroindústrias processadoras de

carcaças remuneram o produtor por meio de uma bonificação ou penalização,

dependendo do rendimento de carne na carcaça.

Para o produtor adaptar-se a esse sistema serão necessários

investimentos, principalmente financeiros, e o setor suinícola está

descapitalizado, em razão de crises cíclicas que atingiram a atividade por

diversos períodos. Os investimentos financeiros poderão aumentar os custos

de produção, pois exigirão mudanças qualitativas, principalmente na genética

dos animais, na alimentação, na sanidade e na forma de administração da

propriedade. Em síntese, tais investimentos demandarão mudanças no

sistema de produção utilizado pelos produtores. Essas mudanças,

caracterizadas por inovações tecnológicas, são função, também, da renda, do

risco a ela associado e do nível de instrução dos produtores.

Como alternativa de inovação tecnológica para os suinocultores que

estão inseridos nesse novo cenário, apresenta-se o uso da Inseminação

Artificial de Suínos (IA), em sistema interno, que consiste na coleta, diluição,

conservação e utilização na própria granja, em lugar da monta natural.

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A IA é uma técnica de domínio tecnológico simples, que necessita

relativamente de poucos investimentos para a sua implantação e que

possibilita um rápido progresso genético do rebanho, atendendo as

necessidades de mercado e reduzindo os custos de produção.

Embora haja carência de estatísticas oficiais, observa-se um

crescimento significativo no uso da IA no Brasil, em granjas de médio e grande

porte. O uso dessa tecnologia nessas unidades pode ser determinado em

função da necessidade de diluir os custos fixos oriundos da construção de

uma estrutura mínima necessária para implantação da IA.

Por ocasião da tomada de decisão sobre adotar ou não a técnica de IA,

em sistema interno, em substituição ao sistema de cobertura por meio da

monta natural (MN), o produtor necessita de informações seguras sobre custos

de implantação, rentabilidade, viabilidade técnica e, principalmente, sobre o

tamanho mínimo (escala) do plantel de reprodutores que viabilize

economicamente a adoção dessa tecnologia, informações essas que não

estão disponíveis para os criadores de suínos.

Com o objetivo de gerar essas informações, desenvolveu-se um

modelo bioeconômico para responder qual é o tamanho de plantel de

reprodutores suínos que uma empresa rural, já estabelecida, deve ter ao optar

por fazer a transição do sistema de cobertura de monta natural para o sistema

de inseminação artificial em sistema interno. Para isso avaliaram-se as

relações existentes entre a eficiência econômica, expressa em Renda Líquida

Operacional/reprodutor/ano, e o tamanho da atividade, em número de

reprodutores, comparando-se MN e IA.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Situação da suinocultura mundial e nacional

Para ROPPA (1996), de 1970 a 1994, a suinocultura mundial cresceu

numa taxa de 1,9% ao ano em relação à quantidade total de animais, com os

abates crescendo 2,5% ao ano e a produção de carne suína, 3% ao ano. Em

1994 o plantel total de suínos no mundo era de 873 milhões de cabeças, ou

seja, 60% a mais que em 1970, e a produção mundial de carne atingiu a

marca de 76,29 milhões de toneladas (118% a mais que em 1970). A

produção mundial e o rebanho suíno estão concentrados principalmente na

Ásia e região do Pacífico (49,5 e 55,9%, respectivamente), seguidas pela

Europa e ex-URSS (33 e 25,7%, respectivamente), pela América do Norte e

América Central (13,5 e 5,6%, respectivamente) e pela América do Sul e África

(4 e 8%, respectivamente).

No Brasil, a suinocultura tem representado uma atividade importante no

contexto socioeconômico, não só pelo contingente de fatores envolvidos na

sua exploração, como também pela capacidade dos suínos de produzir grande

quantidade de proteína de ótima qualidade em pouco espaço físico e em

pouco tempo e pelo grande número de pequenos produtores rurais envolvidos

nessa atividade.

A suinocultura brasileira caracteriza-se basicamente por ser uma

atividade familiar, desenvolvida em pequenas propriedades rurais. Cerca de

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81,7% dos suínos são criados em unidades de até 100 hectares (ha), com um

padrão tecnológico baixo, que deixa muito a desejar com relação ao aspecto

de produtividade. Essa atividade encontra-se presente em 46,5% das 5,8

milhões de propriedades rurais existentes no país (ANUÁRIO ESTATÍSTICO

NO BRASIL, 1984).

Paralelamente a esta suinocultura de estrutura familiar, tem-se

observado o florescimento de crescente número de empresas agropecuárias

dedicadas a uma suinocultura mais desenvolvida em relação aos padrões

tradicionais. Portanto, o Brasil convive com duas suinoculturas extremamente

diferenciadas no que diz respeito a tecnologias aplicadas e ao desempenho

zootécnico: uma tradicional, caracterizada pela manutenção de plantéis com

baixo desempenho zootécnico, e outra tecnificada, que utiliza avançadas

técnicas de criação, tornando assim a atividade uma excelente opção de

investimentos. Segundo ARAÚJO (1994), a magnitude do “ agribusiness”

suinícola brasileiro é bem maior do que o faturamento anual, estimado em US$

5,5 bilhões.

ROPPA (1988) enfatizou que o Brasil possui todos os requisitos para

ser um dos maiores produtores mundiais de carne suína, pelas seguintes

razões:

- possui excelentes condições de solo para produção de soja e milho, dois

importantes ingredientes da nutrição de suínos;

- das 5,8 milhões de propriedades rurais, 2,7 milhões estão envolvidas com a

criação de suínos; e

- possui excelentes condições climáticas que permitem a criação de suínos em

quase todas as partes do país, com desempenho e resultados similares aos

melhores sistemas de criação do mundo.

Na suinocultura, a modernização tecnológica deverá entrar em fase

mais intensiva de evolução no final da década de 90. O sistema de criação

extensivo, com animais de baixo rendimento de carne, tende rapidamente a

perder espaço para a suinocultura industrial. Como conseqüência disso, a

suinocultura brasileira está comportando-se de maneira bastante similar aos

tradicionais centros de produção da América do Norte e Europa, com a

necessidade tanto de modernização como de profissionalização de toda a

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cadeia de produção. Por conseguinte, deverá haver diminuição progressiva do

número de granjas, com aumento significativo no tamanho dos plantéis e com

aporte grande de novas tecnologias. Tudo isso tem como objetivo final, e

principal, a produção de carne suína de altíssima qualidade, que irá preencher

plenamente os requisitos dos mercados mais exigentes, tanto em nível

nacional como internacional (SESTI, 1995).

Provavelmente por essas razões, e também em razão do suporte

governamental de crédito e incentivos, bem como dos investimentos anteriores

em pesquisa, nos últimos quinze anos, a suinocultura brasileira tenha

experimentado expressivo crescimento.

2.2. O complexo agroindustrial de suínos no Brasil

A instalação dos frigoríficos na região Sul, iniciada no final da década de

30, proporcionou uma peculiaridade na suinocultura nacional em relação a

outros países de igual suinocultura. Longe dos centros consumidores, com

dificuldade de transporte e comunicação, tornou-se muito difícil a distribuição

da carne suína “in natura” ou verde. A saída encontrada para o problema foi a

industrialização. Isto explica porque o brasileiro consome 70% da carne suína

na forma de produtos industrializados (GOMES et al., 1992; ARAUJO, 1994).

Até a década de 60, a suinocultura brasileira era basicamente

constituída de raças nativas (Caruncho, Piau, etc.), sem padrões definidos e

de baixa qualidade zootécnica. Posteriormente, o País começou a receber os

primeiros exemplares importados, de raças melhoradas (ARAUJO et al., 1990).

Já nos anos 70, com apoio do crédito rural em abundância, a juros subsidiados

e de longo prazo, a suinocultura foi impulsionada, especialmente na região Sul

(BOHRER, 1993).

O moderno complexo agroindustrial de suínos está localizado

predominantemente nas regiões Sul e Sudeste do País. A região Sul detinha

40% do rebanho nacional (aproximadamente 13,5 milhões de cabeças) e era

responsável por 88% do abate inspecionado (6,309 milhões da cabeças),

contrastando com a suinocultura tradicional das outras regiões, principalmente

pela desarticulação entre os setores agrícolas e industriais (GOMES et al.,

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1992). No entanto, existe uma tendência de crescimento em direção de novas

fronteiras de produção, especialmente para o Centro-Oeste (NUEVO..., 1996)

e Sudeste (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE SUÍNOS -

ABCS, 1994b).

2.3. Tipificação de carcaças de suínos no Brasil

A tipificação de carcaças implica necessariamente direcionamento do

setor de produção para a busca constante de qualidade do produto entregue

na indústria. Pode-se esperar, como reflexo desse procedimento, maior

valorização do material genético utilizado pelos produtores de terminados, por

intermédio de um estímulo econômico. Ocorreria, também, maior demanda de

material genético melhorado, principalmente de machos terminais, cujas

características poderão ser incorporadas mais rapidamente no plantel, pela

inseminação artificial.

Os objetivos da tipificação de carcaças são: bonificar o produtor de

suínos que fornece carcaças com maior rendimento e melhor qualidade de

carne para a indústria frigorífica; selecionar as carcaças, destinando-as ao

melhor aproveitamento industrial; e padronizar os produtos para atender as

exigências dos consumidores (IRGANG, 1996).

FÁVERO (1990) citou que persistiu por um longo tempo, de maneira

geral, a classificação subjetiva dos suínos vivos, com base principalmente na

pelagem, sem um tratamento diferenciado que valorizasse a qualidade da

carcaça. Esse mesmo autor enfatizou que, no Brasil, desde os idos de 1965,

registrou-se pela primeira vez a preocupação com a qualidade dos animais a

serem produzidos e com a conceituação do porco tipo carne, passando a

tipificação de carcaças a ser tema constante de todos os encontros técnicos

voltados para a suinocultura.

A instituição oficial da tipificação de carcaças de suínos no Brasil, pelo

Ministério da Agricultura, ocorreu em 1981. Antes disso, em 1965, foi

desenvolvido o Método Brasileiro de Classificação de Carcaças (MBCC), que,

em função da complexidade das medidas e do tempo necessário para sua

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obtenção, não foi utilizado pela indústria para tipificar carcaças (IRGANG,

1996).

FELICIO (1991), em uma revisão sobre tipificação de carcaça, relatou

que, em virtude das altas correlações das medidas de toucinho e lombo com a

porcentagem de carne magra, tipificar pode ser uma tarefa simples por causa

dos dispositivos eletrônicos disponíveis no mercado. Segundo BRANSCHEID

(1988), o difícil seria compatibilizar o interesse por índices elevados em

rendimento de carne magra com a manutenção da qualidade da carne em

níveis aceitáveis.

O rendimento médio das carcaças em algumas agroindústrias está em

torno de 54 e 55% de carne magra. Nos países com suinocultura altamente

desenvolvida, como a Holanda, esse rendimento alcança um valor um pouco

superior, em torno de 55 a 58%. Entretanto, a média brasileira não deve ser

considerada desprezível, pois situa-se entre 50 e 51% (OKUDA, 1996).

IRGANG (1996) relatou que ainda eram raras as estimat ivas de

rendimento de carne em carcaças de suínos no Brasil. Em 1980, avaliando

rendimento de carne em relação à carcaça fria, usando-se suínos com peso de

80,5; 102,8; 122,9 e 143,2 kg, foram detectados rendimento de 48,8; 46,3;

44,6 e 44,3 %, respectivamente. Em estimativas mais recentes com suínos

abatidos com peso entre 90 e 100 kg, o rendimento médio de carne em

relação à carcaça quente situou-se entre 49 e 50% em 1990 e em 52% em

1995.

GUIDONI et al. (1996) analisaram o peso, rendimento de carne e valor

da carcaça de 971 suínos, com o objetivo de obter uma equação para predizer

o valor econômico de uma carcaça tipificada. A equação obtida:

VcatualVcai(atualizado) = ( - 46,52+1,143360∗Pesoi + 0,787087∗pcmi ) 1,08909

apresentou R2 = 99,79%, indicando que esse modelo pode predizer o preço de

carcaças suínas com elevada confiança, desde que o preço do suíno tipificado

não seja alterado.

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No Brasil, atualmente, existem no mínimo seis agroindústrias

processadoras de produtos suínos que estão utilizando o sistema de tipificação

de carcaças para pagamento de seus fornecedores, totalizando 5-6 milhões de

suínos abatidos/ano. Essas agroindústrias estão localizadas

predominantemente na região Sul do País, e é crescente a tendência de que

outras empresas, em médio prazo, implantem essa sistemática de pagamento

aos seus fornecedores.

2.4. Inseminação Artificial de Suínos (IA )

Para obter bons resultados em relação a parâmetros reprodutivos, uma

série de fatores devem ser observados, dentre esses: seleção racial, programa

de cruzamentos, fertilidade do cachaço, manejo da cobertura/inseminação,

nutrição e alimentação, sanidade do rebanho, idade média das porcas,

ambiente físico, seleção, descarte e medidas gerais de manejo (MYER, 1995).

A inseminação artificial é uma operação que tem por finalidade

introduzir o sêmen, puro ou diluído, nas vias genitais da fêmea, em condições

tais que permitam aos espermatozóides encontrar os óvulos e fecundá-los

(MIES FILHO, 1982). Similar definição foi feita por FERREIRA e FERREIRA

(1976), enfatizando o fato de a deposição do sêmen ser mecânica.

As técnicas específicas para um programa de reprodução, tal como a

Inseminação Artificial de Suínos (IA), podem ser adotadas como uma maneira

de otimizar/maximizar os recursos existentes na propriedade.

Em geral, a adoção de alguma tecnologia de produção envolve duas

fases básicas: um período introdutório e um período de ajustamento. No caso

da IA, o primeiro, comum nas propriedades, tem sido crítico para o sucesso da

implementação (FLOWERS, 1994).

Com relação à IA, é importante ressaltar que ela se constitui numa

ferramenta de manejo com pontos fortes e fracos e que, como outras

ferramentas, é preciso saber usá-la corretamente para maximizar todo o seu

potencial ( MORROW et al., 1994).

De acordo com informações contidas em MANUAL... (1996),

Inseminação Artificial é sinônimo de controle de qualidade, detalhismo e

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padronização de metodologias praticadas de forma correta, embora isso não

seja possível ou prático em algumas áreas, em função de vários tipos de

diferenças individuais.

É importante a relação entre produtividade e lucratividade no aspecto

reprodutivo do rebanho. A produtividade refere-se às informações biológicas,

tais como: taxa de concepção, taxa de parto, leitões por leitegada e

terminados/porca/ano. A lucratividade refere-se à diferença entre custos de

produção e valor obtido pelo produto e geralmente está associada com alta

produtividade (STEVERMER et al., 1989). MYER (1995) citou que o principal

fator de produtividade na suinocultura era o número de leitões

terminados/porca/ano e que o número de leitões nascidos vivos afeta

diretamente esse parâmetro. Esse mesmo autor citou que os estágios críticos

onde ocorriam perdas eram na ovulação, na fertilização, no desenvolvimento

embrionário e no parto.

2.4.1. Organização e desenvolvimento da I

Os tipos básicos de serviços realizados em programas de inseminação

artificial são, segundo REED (1982):

a) Serviço de inseminador: muito comum no leste europeu. São inseminações

realizadas por inseminadores das centrais, onde muitos deles realizam

simultaneamente inseminações em bovinos e suínos. O produtor compra o

sêmen da central e solicita o serviço do inseminador.

b) “Semen deliver service” (S.D.S): iniciou-se na Inglaterra na década de 60.

Neste serviço o sêmen é enviado diretamente ao produtor, que realiza a

inseminação ou solicita o serviço do inseminador. As vias mais comuns de

despacho são o ônibus, correio, trem e avião.

c) Sistema de inseminação na própria granja “ on farm”: neste sistema o

produtor coleta, processa, dilui, conserva e insemina na própria granja.

SCHEID et al. (1993) e MEINCKE (1993) descreveram a organização

dos programas de inseminação artificial de suínos no Brasil da seguinte

forma:

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PROGRAMAS ABERTOS: quando uma central de IA produz e distribui sêmen

para um grande número de produtores.

PROGRAMAS INTERNOS: a coleta, a diluição, a conservação e a utilização

do sêmen são realizadas na granja.

Uma outra proposta de organização da IA foi feita por COTO e CHUNG

(1994), para produtores costarriquenhos, possuidores de 1 a 30 matrizes, em

que esses devem se organizar e montar um pequeno laboratório, que deve

estar localizado em uma das granjas, possibilitando dessa maneira a

maximização do uso de um macho.

TORO et al. (1994), em Cuba, propuseram a criação de Centros de

Processamento de Sêmen de Suínos ( CPSSs), como uma fórmula cubana

para a extensão do uso da IA para locais onde os rebanhos são pequenos.

2.4.2. O uso da IA no mundo

Os países pioneiros no uso da IA foram os que tinham grande

concentração de suínos, tais como: Rússia, Japão, Noruega, Holanda, Canadá

e Dinamarca. Dentre estes, alguns foram motivados por questões sanitárias,

após surtos de doenças como a febre aftosa (BRASIL, 1976a; MIES FILHO,

1982; REED, 1982).

Diversos autores, tais como REED (1982), UHLEN (1986), GLOSSOP

(1992a), CRABO e DIAL (1992); GLOSSOP (1995) e PIG YEARBOOK 95

(1995), publicaram estatísticas sobre o uso da IA em diversos países. Os

resultados muitas vezes foram contraditórios, pois o uso da IA tem variado de

acordo com o nível de estruturação da indústria de suínos de cada país. Existe

também a limitação de que o controle seja realizado nas centrais que

comercializam sêmen, pois possuem registros de vendas. A grande dificuldade

em se estimar o nível de uso da IA é o fato de que ela, em sistema interno,

está crescendo em todos os países, e é difícil conhecer de forma precisa a

intensidade de seu uso.

Em alguns países a taxa de crescimento anual no uso da IA situa-se em

torno de 25 a 30% ao ano, existindo rápida expansão tanto no número de

doses de sêmen compradas como no número de granjas que realizam coleta

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de sêmen de cachaços para uso nas fêmeas da própria granja

(LINEAMIENTOS..., 1994).

GLOSSOP et al. (1988) relataram que o uso da IA em Programas

Internos estava crescendo na Europa, exceto na Escandinávia. No ano de

1987 o número de inseminações artificiais chegou a 300.000 na Espanha. No

Reino Unido cerca de 4% do total de IA foram com coletas realizadas dentro

das próprias granjas. GLOSSOP (1992b), após revisão sobre o uso da IA no

Reino Unido, constatou que a inseminação foi introduzida naquela região em

meados dos anos 50, basicamente como uma maneira de introduzir material

genético novo e seguro nos rebanhos-núcleos. Constatou ainda a ocorrência

de baixa fertilidade no período pós-introdutório da tecnologia, que foi superado

com o decorrer do tempo, verificando-se que, lentamente, a partir dos anos 80,

o uso da IA migrou para os rebanhos comerciais, em que alta fertilidade é

fundamental, de modo que, em setembro de 1990, as vendas de centrais

comerciais representaram 11% do rebanho inseminado.

A tendência de rápido crescimento no uso da IA, no período de 1970 a

1990, pode ser ilustrada mais claramente pela experiência na Noruega, em

que somente 9% das coberturas nos rebanhos foram por IA, em 1970, embora

o S.D.S tenha sido implantado em 1956. Em 1975, o percentual de uso da IA,

nesse país, expandiu para cerca de 38% do rebanho, passando para 50% no

início da década de 80 e atingindo 70% em 1990 (BETTER..., 1995).

Na Espanha o uso de IA teve início em 1970 com apenas 3.000

inseminações, progredindo até 150.000 anualmente (HOW AI..., 1984). Mais

recentemente, no ano de 1993, foram inseminadas aproximadamente

1.400.000 porcas, de um total de 1.865.000 coberturas, e a IA, como método

de reprodução, representou 75,06% do total de cobrições (RILLO et al., 1994).

No ano de 1992, na Alemanha Ocidental, houve aumento de 15% no

número de inseminações, e de 65% na Alemanha Oriental. Esses números

geram um total de 2.200.000 inseminações realizadas na Alemanha como um

todo. Do total de leitegadas nascidas na Alemanha, 38% foram provenientes

de IA, porém esses números podem ser maiores, pois faltam estatísticas das

inseminações realizadas em sistema interno (SCWEINEBESAMUNG..., 1993).

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Ao caracterizar o desenvolvimento da IA na Carolina do Norte (USA),

FLOWERS (1995b) estimou que, do rebanho total de 500.000 matrizes, 28%

(140.000) destas eram cobertas por um regime que envolve no mínimo uma

IA, e, desse total, 5% (7.000) são cobertas exclusivamente com IA. Ele

concluiu citando que o ímpeto para usar IA dá-se com o objetivo de melhorar o

rendimento de carne na carcaça.

Projeções feitas por especialistas da indústria de suínos estimam que no

ano 2000 a IA será mais comum que a MN nos EUA. Juntamente com esse

crescimento deverá haver progresso no controle sanitário do sêmen e dos

cachaços das centrais, na identificação de genótipos superiores, na avaliação

acurada da fertilidade do sêmen, em um melhor entendimento da variação da

ovulação e no desenvolvimento de programas de treinamento para o pessoal

envolvido com o uso da técnica (FLOWERS, 1996).

2.4.3. A inseminação artificial de suínos no Brasil

FAZANO (1978) relata que as primeiras tentativas de uso da IA em

suínos no Brasil foram realizadas por Junqueira e Braun, em 1947, utilizando

sêmen fresco, obtendo 40% de não-retorno. Em 1955/56 o Ministério da

Agricultura realizou 74 inseminações, com 14,8% de partos e 6,6 leitões

nascidos, porém a introdução da inseminação artificial na espécie suína fez

parte do II Plano Nacional de Desenvolvimento, como um subprojeto

desenvolvido pela DIFRIA do Ministério da Agricultura (BRASIL, 1976b) e

introduzido em nível comercial no Brasil em 1975. Resultados de fertilidade

satisfatórios, junto com vantagens econômicas e sanitárias, foram

responsáveis pelo rápido aumento no uso da IA pelos produtores brasileiros

(SCHEID, 1991; GOMES et al., 1992).

Os trabalhos mais intensos de IA de suínos no Brasil iniciaram-se a

partir de um convênio entre Ministério da Agricultura, Associações Estaduais

de Criadores, ABCS, Secretarias Estaduais de Agricultura e Prefeituras

Municipais, com a instalação das duas primeiras centrais de IA, uma em

Concórdia - SC e outra em Estrela - RS, no ano de 1976 (BRASIL..., 1976b;

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ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DE CRIADORES DE SUÍNOS - ACCS, 1993;

ABCS, 1993b; ABCS, 1994a; GOMES et al., 1992).

A tecnologia de IA inicialmente adotada no Brasil foi a de uso com

sêmen fresco ou resfriado, armazenado até três dias em diluente de Kiev, e

com resultados igualmente equivalentes aos da monta natural (SCHEID, 1991;

ACCS, 1993).

O desenvolvimento da IA no Brasil está relacionado com a distribuição

geográfica da produção de suínos, tendo ele ocorrido nos estados do Sul,

onde havia alta concentração de produtores de suínos com elevado nível

técnico e altas taxas de produtividade. Nos outros estados, embora exista um

rebanho numericamente significativo, verifica-se baixa produtividade (ROPPA,

1988; MEINCKE et al., 1976).

No Brasil existe muita dificuldade em obter estatísticas confiáveis sobre

o nível de utilização da IA. O Ministério da Agricultura, por meio da Divisão de

Fiscalização da Inseminação Artificial (DFIMA), possui limitações operacionais

e de pessoal para quantificar o movimento de sêmen, apesar de as centrais

enviarem relatórios trimestrais para esse órgão.

Segundo SCHEID (1991) e GOMES et al. (1992), no Brasil foram

realizadas 1.176 primeiras inseminações em 1976 e cerca de 90.000 primeiras

inseminações no ano de 1989, por quatro centrais e por grandes criações

industriais que possuem infra-estrutura própria, totalizando cerca de 2% do

total de coberturas no País. GLOSSOP (1992a) e GLOSSOP (1995) citaram

que cerca de 2% e 5%, respectivamente, do total de coberturas no Brasil

foram realizadas por meio de IA. Outros autores, referindo-se ao Brasil,

quantificaram que cerca de 10% das fertilizações no rebanho nacional de

suínos são realizadas por IA, perfazendo um total de 400.000 doses de sêmen

(NUEVO..., 1996; HOW AI..., 1996).

O uso de machos híbridos tem sido inexpressivo nas centrais de IA, e

essa situação deverá mudar à medida que os produtores forem se

especializando dentro da atividade. Os produtores de leitões, por exemplo,

deverão passar, aos poucos, a utilizar o sêmen de machos híbridos pelas

vantagens que eles proporcionam com relação ao desempenho e à qualidade

de carcaça (% de carne magra). Essa tendência deverá se consolidar a partir

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do momento em que a tipificação de carcaças também se consolidar

(MEINCKE, 1993).

LISBOA (1996) relatou que a IA em sistema interno no Brasil cresceu

70% em granjas altamente tecnificadas, no período de 1990 a 1995.

Acrescentou ainda que a informática deverá ter papel decisivo nesse aumento,

pois ela permitirá que os produtores analisem com maior precisão os dados

produtivos, e isso levará técnicos e produtores a repensar onde e como

melhorar os resultados reprodutivos.

2.4.4. Vantagens e limitações no uso da I

FLOWERS (199-) cita que o sucesso de um programa de IA reside na

capacidade de se entender a racionalidade da técnica, para poder fazer os

ajustes necessários e proporcionar situações em que esses sejam

provavelmente benéficos.

POLGE (1956), num trabalho pioneiro, descreveu a técnica da IA e fez

relações com a possibilidade de rápido progresso genético no rebanho, por

causa do uso de machos testados. Também afirmou que seria possível utilizá-

la em sistema interno, com grandes vantagens sanitárias, pela diminuição do

número de cachaços necessários para reposição.

No Brasil, BRASIL (1976a) e FERREIRA e FERREIRA (1976)

descreveram, como vantagens da IA, a difusão de linhagens superiores, a

melhor programação para os nascimentos, a simplicidade de equipamentos, o

cruzamento de animais de diferentes portes, o combate à esterilidade ou

subfertilidade e o controle de doenças que interferem na eficiência reprodutiva.

CAVALCANTI (1985) e HAFEZ (1993) citaram que as principais

vantagens do uso da IA são a diminuição do risco de estresse, por dispensar o

deslocamento da fêmea para a baia do varrão, a redução do risco de doenças,

pela diminuição do número de varrões, e a possibilidade de uso de sêmen de

varrões de alto potencial genético e que a IA constitui-se numa ferramenta de

pesquisa necessária para investigação de muitos aspectos da fisiologia

reprodutiva de machos e fêmeas.

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Para FLOWERS (1994), com o uso da IA existe a oportunidade de se

avaliar a qualidade de cada inseminação individualmente, o que não é possível

com o uso da MN.

Diversos outros autores, como FAO (1963), REED (1982), BOS (1984),

GLOSSOP (1991), CRABO e DIAL (1992), BACCHIOCCHI (1993), DIEHL et

al. (1993), MORROW et al. (1994); TUBBS (1995) e GLOSSOP (1995),

relataram que as vantagens no uso da IA estão basicamente suportadas pelas

seguintes características: progresso genético, manutenção do status sanitário

e diminuição do número de cachaços, com reflexos econômicos positivos na

exploração.

Comparando os custos entre MN, MN+IA e IA, com uso em sistema

aberto na Suíça, MANI (1991) encontrou que em 89/90 a IA produziu, em nível

nacional, 0,2 a 0,5 leitão a menos que a MN, e a taxa de parto ficou em torno

de 75%. Apesar desses menores resultados de fertilidade, os resultados

econômicos mostraram que os custos por cobertura foram de 73, 55 e 43

francos suíços para MN, MN+IA e IA, respectivamente.

A verdadeira economia de mão-de-obra da IA versus MN é questionada

por muitos; entretanto, estudos controlados indicam que existe no mínimo um

potencial de diminuição na quantidade de trabalho necessário por cobertura

quando se utiliza a IA e que isso ocorre quando mais do que quatro porcas são

fertilizadas em um dia, pois a demanda de mão-de-obra é significativamente

reduzida. Quanto maior o número de porcas cobertas por dia, maior a

vantagem do uso da IA. Estudos conduzidos por FLOWERS et al. (1990),

FLOWERS (1992a), FLOWERS e ALHUSEN (1992), FLOWERS e

ESBENSHADE (1993), FLOWERS (1995a), MORROW et al. (1994) e citações

de CRABO (1991) e TUBBS (1995) demonstram essas vantagens.

Cálculos realizados por companhias de material genético suíno indicam

que o intervalo de tempo para que as características genéticas desejáveis

sejam incorporadas, dos rebanhos núcleos para os comerciais, pode ser

reduzido em 2,4 anos com o uso da IA, embora seja difícil fazer uma avaliação

econômica objetiva dessa vantagem (FLOWERS, 1995a).

SEE (1996), analisando a transferência genética, relata que o intervalo

de progresso genético pode ser reduzido em meio ano, por nível da pirâmide

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de produção, quando se usa a IA. Se a IA for usada em todos os níveis da

pirâmide de produção e as leitoas forem obtidas de uma fonte com constante

melhoramento genético, o intervalo pode ser reduzido em até três anos e

meio.

Estimativas do valor de mercado, mostrando que o uso de machos

geneticamente superiores na IA proporciona vantagens em sua descendência,

foram feitas por WEBB (1994), o qual concluiu que, utilizando-se cachaços

com um desvio-padrão acima da média, para características de rendimento de

carne na carcaça, pode se obter retorno superior a £5 por suíno abatido.

FLOWERS (1995a) encontrou que existe um adicional de US$ 3 por carcaça

abatida e tipificada, com o uso de machos melhorados. AI... (199-) calcula que

haja um valor adicional de US$ 3,60 por leitegada em razão do uso de sêmen

de machos com potencial de melhora na carcaça. GUEBLEZ e SALAÜN

(1991) simularam o impacto que o uso massivo de IA, em sistema interno e

aberto, provocaria no mercado de machos terminais franceses. Concluíram

que o uso de tais machos na IA pode retornar aproximadamente 6 francos por

suíno abatido, se a sua progênie aumentar 0,5% no rendimento de carcaça.

SALAÜN (1992) comparou custos de IA e MN e concluiu que, embora

faltassem dados concretos sobre índices de consumo de ração e de conteúdo

muscular na carcaça, um ponto percentual de aumento de carne na carcaça

representaria 225 francos de lucro/porca/ano. Esse mesmo autor enfatiza que

é provável que a IA possa fornecer vantagem no plano genético, por causa da

utilização de sêmen de melhores reprodutores.

SEE (1995), revisando o retorno econômico de algumas características

genéticas, cita que, para cada 1 polegada (2,54 mm) de redução na espessura

de toucinho, existe um prêmio por carcaça abatida de US$ 1,50.

PRUSA e FEDLER (1996) apresentaram dados de preços pagos por

carcaças tipificadas nos EUA, e uma carcaça com aproximadamente 100 kg e

60% de carne magra recebe um prêmio de US$18,00; já uma extremamente

pobre em carne magra (36%) tem um desconto de US$ 27,00. Portanto, para

uma carcaça de mesmo peso pode existir uma amplitude de valor econômico

de até US$ 45,00.

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SPRONK et al. (1996) demonstraram redução nos custos fixos das

instalações das porcas e por suíno terminado/ano e no controle da variação do

número de fêmeas que concebem, ao se utilizar a IA. Esses autores enfatizam

a alocação de cachaços nos espaços que antes eram ocupados por fêmeas,

caracterizando que uma granja com 500 criadeiras necessita de 22 a 25

cachaços para MN e que, com o uso de IA, somente cinco cachaços são

necessários, podendo os outros espaços serem ocupados por fêmeas.

Segundo MIES FILHO (1982), um fator limitante, não da inseminação

artificial propriamente dita, mas da sua expansão, reside no preconceito ou na

mentalidade que prevalece entre certos criadores, que se recusam a evoluir,

mantendo-se inarredáveis dos sistemas tradicionais.

Para GOMES et al. (1992), alguns condicionantes que limitam a

utilização da IA de forma mais intensiva no País são: falta de conhecimento da

técnica, dificuldade de transporte e de comunicação entre centrais de

inseminação e produtores, falta de pessoal capacitado, descapitalização do

produtor para arcar com custos de implantação da técnica, dificuldade de

conservação do sêmen, interesse dos vendedores de macho e simplicidade da

monta natural.

GLOSSOP (1991; 1992a) complementou que, ao usar-se IA em altos

níveis (75-100%), pode haver redução significativa do número de cachaços

dentro da granja, o que pode afetar negativamente a fertilidade do rebanho por

meio do aumento do intervalo desmame-cio fértil, devendo-se manter

cachaços vasectomizados dentro do plantel.

PIG AI... (1984), REED e MARCHESI (1984) e MANI (1991)

encontraram diferença de 0,2 a 0,5 leitão a menos por leitegada em favor da

MN. Por outro lado, Hagen (1986), citado por CRABO (1991), GLOSSOP et al.

(1988) e GLOSSOP (1992a), MOYA et al. (1992) e MORROW et al. (1994)

não relataram diferenças significativas no número de leitões nascidos vivos

entre MN e IA, enquanto BIEDERMANN e RUPP (1995) relataram diferença

significativa (P<0,005) em favor da IA, com 10,7 e 9,6 leitões nascidos vivos

por leitegada para IA em sistema interno e MN, respectivamente.

Com relação à taxa de parto, encontram-se, também, na literatura

resultados conflitantes. Para alguns autores, como BRASIL... (1976a) e

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GLOSSOP (1991; 1992a), esse tem sido um ponto fraco da inseminação

artificial em suínos, pois a taxa de parto encontrada por eles foi em torno de 5

a 20% menor para IA verificada em relação à MN. Para outros, tais como PIG

AI... (1984), GLOSSOP et al. (1988), GLOSSOP (1992a), MOYA et al. (1992) e

MORROW et al. (1994), a taxa de parto na IA foi igual ou superior à verificada

com MN.

Para CRABO e DIAL (1992), as falhas nos programas de IA ocorrem

quando produtores utilizam a técnica de forma descontínua, para resolver

problemas temporários de falta de machos, e muitas vezes porque os próprios

produtores não têm confiança suficiente de que os resultados reprodutivos

possam ser iguais aos da MN.

Diversos outros autores, como GADD (1989), FLOWERS (1992b),

HAFEZ (1993), GLOSSOP (1993), MORROW et al. (1994), HUGHES e

HEMSWORTH (1994) e LISBOA (1996), destacaram que a técnica requer

pessoal treinado e exige dispositivos apropriados para detecção do cio e da

inseminação, particularmente em condições variadas. Outro fator importante é

a maior exigência no gerenciamento de que a IA necessita para detectar

problemas potenciais e intervir, de forma rápida e precisa, de forma a evitar

prejuízos econômicos.

2.5. Escala econômica de uso da IA em sistema interno

Ao tomar a decisão de adotar ou não uma tecnologia o produtor leva em

consideração, fundamentalmente, o fator econômico que essa representa no

contexto produtivo, seja pela maximização dos lucros ou pela redução dos

custos de produção. No caso da suinocultura, em função das crises cíclicas,

isso torna-se mais relevante.

JARQUÍN MEJÍA (1995), ao analisar a eficiência técnica e econômica

de determinada tecnologia, enfatizou que a eficiência técnica depende do nível

tecnológico em determinado tempo e espaço e que a eficiência econômica

depende dos preços relativos e da produtividade que se obtêm com essa

tecnologia, não em relação à maior produção/animal, mas sim em relação aos

menores custos unitários.

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No caso da IA, em sistema interno, a maioria dos autores reforça as

vantagens econômicas que esta possibilita ao usuário. Essa é uma questão

até bastante compreensível, mas não explicada de forma clara e

metodológica, principalmente em relação ao ponto ótimo para uso da

tecnologia da IA no sistema interno, ou seja, a partir de que número de

matrizes e com que nível tecnológico torna-se viável o uso dessa tecnologia

em substituição ao método da MN. Na maioria dos trabalhos publicados foram

levados em consideração apenas os custos por reprodutor, mas não a renda

líquida obtida.

SILVEIRA et al. (1979), ao analisarem o desenvolvimento inicial da IA

no Brasil, sugeriram que, em função do treinamento dos técnicos das

empresas, a IA em sistema interno começou a desenvolver-se em efetivos

suínos acima de 500 porcas.

Em um artigo contido em HOW AI... (1984), ao se analisar o

desenvolvimento da IA na Espanha, foi constatado que a IA no sistema interno

estava se expandindo em rebanhos com mais de 200-300 matrizes.

BOS (1984), ao analisar as vantagens do uso da IA e descrever os

diferentes sistemas de uso da tecnologia, concluiu que o sistema interno deve

ser utilizado em granjas com mais de 500 matrizes.

GADD (1989), ao estimar dados de custos de MN versus IA no sistema

interno, utilizou como modelo um rebanho com 240 porcas.

WENNING (1989), ao realizar análise de custos da MN, IA em sistema

aberto e IA em sistema interno, verificou que a IA em sistema interno, em

função dos custos iniciais mais altos que a MN, só se justificava em um

rebanho com mais de 200 fêmeas.

WENNING (1989) e MANI (1991) calcularam a função custo tendo

como objeto de estudo o custo do cachaço ou o custo de cobertura por porca,

porém o custo dos cachaços foi diluído no número de porcas cobertas e, ou,

inseminadas. Nessas condições a IA apresentou sempre vantagem econômica

em relação à MN, porém essa vantagem foi expressa basicamente pela

redução do número de machos na propriedade com a adoção da IA.

SCHEID (1991) apresentou uma revi são sobre a situação de

desenvolvimento da inseminação comercial no Brasil e referenciou que

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provavelmente a IA em sistema interno, no Brasil, estivesse sendo realizada

em propriedades de tamanho médio, de 200 a 800 porcas.

Ao estudarem o impacto que três políticas de utilização de cachaços

terminais, MN, IA em sistema aberto e IA em sistema interno, provocariam no

sistema francês de produção de reprodutores, GUEBLEZ e SALAÜN (1991)

utilizaram modelagem matemática, tendo como padrão um tamanho de

rebanho de 112 porcas. Esses mesmos autores citaram Anonyme (1989), que,

em seu trabalho, mostrou que o crescimento do tamanho médio das criações é

um elemento suplementar em proveito do desenvolvimento da IA.

Ao apresentar as formas clássicas de organização da I A no Brasil,

MEINCKE (1993) citou que os programas com uso interno de coleta de sêmen

e IA estão se expandindo em granjas com rebanho acima de 300 matrizes.

A progressiva diluição de custos fixos, com conseqüente vantagem

econômica a partir de um número mínimo de 200 fêmas para o uso de IA em

sistema interno, foi relatada por BACCHIOCCHI (1993). Igualmente,

Bussmann (1994), citado por BIEDERMANN e RUPP (1995), pressupôs, por

causa dos custos mais altos, que o uso da IA em sistema interno necessitaria

de um rebanho mínimo de 200 matrizes.

Para demonstrar as vantagens econômicas da IA sobre a monta natural,

GALL (1993) utilizou rebanhos de 200, 500, 1.000 e 3.000 matrizes para

realizar cálculos nos sistemas de MN/MN, MN/IA e IA/IA, usando cachaços

com preços de US$ 500,00, US$ 1.000,00 e US$ 2.000,00. Esse autor

trabalhou com custos totais por cachaço nos diferentes tamanhos de rebanhos

e encontrou clara vantagem do sistema IA/IA sobre os outros dois. Em relação

ao número de cachaços por porca, o autor observou que, quanto maior era o

preço do cachaço, maior era a vantagem da IA sobre os outros dois sistemas.

GLOSSOP (1995) afirmou que a IA em sistema interno está crescendo

nos países onde o transporte de sêmen das centrais para os produtores é

impraticável e que o tamanho mínimo da unidade para torná-la econômica

seria provavelmente em torno de 400 fêmeas.

MOHR (1995) realizou avaliação financeira do uso da IA trabalhando

com dois cenários, um com o número de porcas do rebanho fixado em 1.200,

somente diminuindo o número de cachaços, e outro com a substituição dos

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cachaços por porcas produtivas, com o sistema de IA/IA resultando em

aumento de 51 porcas e o sistema de MN/IA, em aumento de 31 porcas.

Assim, ele obteve aumento de 2,51% e 4,04% no número de leitões

desmamados por semana, com MN/IA e IA/IA, respectivamente, num total de

575 e 945 suínos desmamados a mais por ano, para MN/IA e IA/IA,

respectivamente.

SEE (1996) apresentou o custo por porca coberta por diferentes

sistemas de cobertura, MN, IA no sistema interno em granjas com 200 e 1.000

matrizes e IA em sistema aberto. Ele concluiu que, ao se usar IA em sistema

interno, ocorre uma economia de custos relacionada com o tamanho da granja

e que, em seu estudo, a granja com 1.000 matrizes apresentou o menor custo,

seguida pela granja de 200 matrizes e pelo uso da MN, com US$ 13,82, US$

15,45 e US$ 23,61, respectivamente.

SALAÜN (1992), GALL (1993), TORO et al. (1994), MOHR (1995),

SPRONK et al. (1996) e SEE (1996) trabalharam com custo de reprodução por

porca em várias opções de cobertura (MN, IA, MN/IA). Todos fixaram tamanho

de rebanho, ou no máximo variaram entre 56 e 3.000 matrizes em apenas

quatro estratos, mas não variaram nível tecnológico e não calcularam receita.

SALAÜN (1992) atualizou e comparou os custos de três técnicas de

reprodução ( MN, IA em sistema interno e em sistema aberto) sob a hipótese

de que os desempenhos eram idênticos entre elas. A IA em sistema interno

tornou-se economicamente viável a partir do momento em que o tamanho da

criação foi superior a 120 fêmeas, e inviável para criações abaixo de 70 porcas.

É importante notar que, embora todas as pesquisas agropecuárias

estejam voltadas para obtenção de maiores níveis de produção, estes não

implicam, necessariamente, maiores níveis de receita. Nesse sentido, Teixeira

(1970), citado por JARQUÍN MEJÍA (1995), afirmou que, no Brasil, na maioria

das vezes, os pesquisadores não levam em consideração que os resultados

de seus experimentos devem ser submetidos à análise econômica.

Estudar a escala de eficiência técnica e de eficiência econômica para o

uso da IA, pelo exposto, torna-se necessário, pois esses são dois parâmetros

que estão intimamente relacionados, fornecendo elementos que subsidiam a

tomada de decisão do produtor com relação ao uso da tecnologia de IA.

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2.6. Uso de modelos de simulação

A pesquisa zootécnica continua ainda dominada por estudos

disciplinares, sob condições rigorosamente controladas, possivelmente pela

maior complexidade dos sistemas de produção animal. Por outro lado, a

demanda crescente por mecanismos formais que permitam sintetizar as

informações de forma integral, associada ao alto custo da experimentação

física e às facilidades operacionais oferecidas pela microinformática, tem

estimulado cada vez mais pesquisadores da área animal a adotarem a técnica

de simulação como instrumento de trabalho (ASSIS e BROCKINGTON, 1995).

Salienta-se que a integração da modelagem com a experimentação

física cria oportunidades para trabalhos multidisciplinares e possibilita o uso

mais racional de recursos da pesquisa, tornando com isso instrumentos

essenciais para avaliar “a priori” os impactos potenciais dos resultados das

pesquisas, economizando tempo e recursos.

Deve-se lançar mão de técnicas de simulação, em vez de out ras

técnicas de modelagem de sistemas, quando não há uma formulação

matemática completa para o problema; não há o método analítico para a

resolução do modelo matemático; a obtenção de resultados com o modelo é

mais fácil de ser obtida por simulação do que por método analítico; não é

possível ou muito custosa a experimentação no sistema real; e quando é

desejável estudar longos períodos de tempo ou são necessárias alternativas

que os modelos físicos dificilmente fornecem (STRACK, 1984).

SHANNON (1985) de iniu simulação como o processo de desenhar um

modelo de um sistema real e conduzir experimentos com esse modelo, com o

propósito tanto de entender o comportamento do sistema ou de avaliar várias

estratégias para a operação desse sistema.

Para STRACK (1984), certas características evidenciam alguma

similaridade conceitual entre simulação e experimentação. A conseqüência

importante disto é que os problemas surgidos no projeto de medições

experimentais são idênticos ou muito similares àqueles a serem resolvidos na

simulação.

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A utilização de simulação baseia-se consideravelmente no uso de

modelos que podem ser considerados como uma simplificação do sistema

real, ou uma forma mais conveniente de tratá-lo. Tendo em vista a

necessidade de aprimorar os conhecimentos sobre os sistemas

agropecuários e os processos biológicos, vários cientistas têm adotado os

modelos como forma simplificada da realidade (ASSIS e BROCKINGTON,

1995).

A construção de um modelo de simulação envolve diversas etapas ou

fases, e as principais são: a definição do problema, a análise dos

requerimentos dos dados e das fontes disponíveis, a formulação de

modelos dos subsistemas, a estimação dos parâmetros e das variáveis de

simulação, o teste e, ou, correção da simulação e a validação do modelo

antes da efetiva implementação dos resultados.

Os modelos classificam-se em dois tipos básicos: modelos

determinísticos e estocásticos (ou probabilísticos). Segundo McKinion

(1980), citado por ASSIS e BROCKINGTON (1995), nos modelos

determinísticos os resultados são função direta de suas variáveis externas,

ou “ inputs”, apresentando relações constantes e necessárias para os

parâmetros e as relações dos sistemas estudados. Sempre que forem

fixados os valores das variáveis independentes, valores bem definidos são

obtidos para as dependentes, enquanto os modelos estocásticos são

aqueles cujos resultados podem variar de acordo com os valores

selecionados, aleatoriamente, para as variáveis internas, cujos resultados

devem ser encarados em termos de valores esperados ou mais prováveis.

Juntamente com as funções biológicas, os modelos podem

incorporar componentes econômicos, constituindo-se em modelos

bioeconômicos, que podem ser importantes para o cientista entender o

fenômeno estudado e para o produtor, em suas tomadas de decisão.

Ainda não está estabelecido, culturalmente, o uso da abordagem

sistêmica na pesquisa agropecuária brasileira. Existe a necessidade de se

aumentar a competitividade da agropecuária e cresce a demanda por

sistemas produtivos mais eficientes e economicamente viáveis. Isso torna

importante a visão holística na maneira de fazer pesquisa, principalmente

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em condições de recursos escassos. A simulação, por diminuir a margem

de erros, pode ser uma ferramenta de experimentação capaz de fornecer

resultados mais compreensíveis ou mais facilmente descritíveis que o

sistema real.

2.7. Custo de produção de suínos

Os estudos sobre custos de produção são de fundamental

importância, uma vez que refletem a eficiência com que a atividade é

desenvolvida na propriedade.

PROTAS (1980) desenvolveu uma metodologia para o cálculo do

custo de produção de suínos para abate, e que foi revisada posteriormente

por GIROTTO e PROTAS (1989), cujas variáveis componentes dos custos

eram as seguintes: para custos fixos, a depreciação das instalações, a

depreciação de equipamentos e cercas, os juros sobre o capital médio em

instalações e equipamentos, os juros sobre capital em reprodutores e os

juros sobre os animais em estoque; para os custos variáveis foram

consideradas as seguintes variáveis: a alimentação dos animais, a mão-de-

obra, os gastos com produtos veterinários, o transporte, as despesas de

energia e combustíveis, as despesas com manutenção e conservação, as

despesas financeiras, o Funrural e eventuais.

Com relação à diminuição do custo médio por reprodutor, à medida que

aumenta a escala de produção, sabe-se que os grandes produtores possuem

vantagens na compra e venda de insumos e produtos, mas em compensação

os menores ganham em produtividade por meio de uma melhor atenção ao

cuidado com os animais. Assim, os custos de produção podem variar mais

entre os rebanhos pequenos do que entre os grandes. Segundo TALAMINI

(1992), com rebanhos de 15 e 45 matrizes ocorreram os menores custos

médios de produção na suinocultura, porém o autor não fez referência ao valor

percentual de redução. Além disso, a facilidade de acesso a informações de

mercado e a novas tecnologias que os grandes e os médios produtores

possuem deve ser levada em consideração no percentual de redução, pois

essas podem se constituir em vantagens diferenciais para redução dos custos

de produção (BEST, 1996).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Definição dos componentes do sistema de produção (SISPRO)

Os sistemas de produção de suínos ( SISPROs) e as variações dos

sistemas de criação (SIS) de monta natural (MN) e inseminação artificial (IA)

em sistema interno foram desenvolvidos por meio de um modelo

bioeconômico, optando-se pelo programa computacional em linguagem do

pacote estatístico SAS (Statistical Analysis System, versão 6.10) e adotando-

se siglas convenientes, conforme descrições feitas a seguir:

Sistemas de Criação (SIS) - foram estabelecidos dois sistemas de

criação: SIS=1 e SIS=2, para MN e IA em sistema interno, respectivamente.

Número de partos/porca/ano (NPPANO) - foram adotados, para cada

SIS, três níveis de NPPANO: 2,20, 2,30 e 2,40.

Número de leitões nascidos vivos (NASCIDOV) - foram adotados, para

o SIS=1, três níveis de NASCIDOV: 9,5, 10,5 e 11,5, e para o SIS=2 foram

adotados, também, três níveis: 9,0, 10,0 e 11,0.

Porcentagem de carne magra na carcaça (PCMAGRA) - para SIS=1

variou-se PCMAGRA, de 48 a 58%, com intervalos regulares de duas

unidades percentuais. Para cada nível de PCMAGRA no SIS=1, variou-se

PCMAGRA no SIS=2 de dois níveis acima do SIS=1, resultando dessa forma

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em seis combinações de níveis de PCMAGRA para SIS=1 e SIS=2, do

seguinte modo: 48-50, 50-52, 52-54, 54-56, 56-58 e 58-60.

De acordo com os níveis de PCMAGRA, foram estabelecidos os preços,

em reais (R$), por reprodutor, de 300-600, 400-800, 500-1.000, 600-1.200,

700-1.400 e 800-1.600 para os machos do SIS=1 e SIS=2, respectivamente.

A partir dos níveis de NPPANO, dos níveis de NASCIDOV e dos níveis

de PCMAGRA, foi estabelecido, para cada um dos SIS, um modelo fatorial 3 x

3 x 6, que resultou em 54 combinações de sistemas de produção.

Os 54 SISPROs gerados em cada sistema de criação (SIS) receberam

a denominação de SISPRO 111, 112, 113, 114, 115, 116, 121, 122, 123,124,

125, 126, 131, 132, 133,134, 135, 136, 211, 212, 213, 214, 215, 216, 221, 222,

223, 224, 225, 226, 231, 232, 233, 234, 235, 236, 311, 312, 313, 314, 315,

316, 321, 322, 323, 324, 325, 326, 331, 332, 333, 334, 335, 336.

A tabela geral com todos os SISPROs, contendo todos os fatores e

seus respectivos níveis, pode ser visualizada no Quadro 1.

Para cada um desses SISPROs variaram-se artificialmente

propriedades com 19 diferentes tamanhos de plantéis, variando de 18 a 3.000

reprodutores (machos + fêmeas), com os acréscimos dando-se da seguinte

forma: 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 150, 200, 300, 400, 500, 1.000,

1.500, 2.000, 2.500 e 3.000 reprodutores. Em cada uma dessas propriedades

foram utilizados dois critérios para comparar os sistemas de criação MN e IA:

Critério 1 - tomou-se por base o número de porcas+cachaços no plantel,

numa relação de 1 cachaço para 18 porcas no SIS=1 e de 1 cachaço para 96

porcas no SIS=2, substituindo-se o número de cachaços reduzidos por porcas,

de modo que os dois sistemas de criação tivessem iguais números de

reprodutores. Este critério foi denominado “COM REPOSIÇÃO”.

Critério 2 - fixou-se o mesmo número de porcas nos dois sistemas,

variando-se apenas o número de cachaços, de modo que SIS=1 e SIS=2

ficaram com número de reprodutores desiguais. Este critério foi denominado

“SEM REPOSIÇÃO”.

Os níveis estabelecidos para definir os diferentes sistemas de

produção, bem como os coeficientes técnicos usados para estimar custos e

receitas, foram obtidos de resultados de análises ordinárias ou tradicionais,

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Quadro 1 - Tabela geral dos SISPROs com os fatores e seus respectivosníveis

NASCIDOV PCMAGRASISPRO NPPANO MN IA MN IA

111 2,20 (9,5) (9,0) (48) (50)112 2,20 (9,5) (9,0) (50) (52)113 2,20 (9,5) (9,0) (52) (54)114 2,20 (9,5) (9,0) (54) (56)115 2,20 (9,5) (9,0) (56) (58)116 2,20 (9,5) (9,0) (58) (60)121 2,20 (10,5) (10,0) (48) (50)122 2,20 (10,5) (10,0) (50) (52)123 2,20 (10,5) (10,0) (52) (54)124 2,20 (10,5) (10,0) (54) (56)125 2,20 (10,5) (10,0) (56) (58)126 2,20 (10,5) (10,0) (58) (60)131 2,20 (11,5) (11,0) (48) (50)132 2,20 (11,5) (11,0) (50) (52)133 2,20 (11,5) (11,0) (52) (54)134 2,20 (11,5) (11,0) (54) (56)135 2,20 (11,5) (11,0) (56) (58)136 2,20 (11,5) (11,0) (58) (60)211 2,30 (9,5) (9,0) (48) (50)212 2,30 (9,5) (9,0) (50) (52)213 2,30 (9,5) (9,0) (52) (54)214 2,30 (9,5) (9,0) (54) (56)215 2,30 (9,5) (9,0) (56) (58)216 2,30 (9,5) (9,0) (58) (60)221 2,30 (10,5) (10,0) (48) (50)222 2,30 (10,5) (10,0) (50) (52)223 2,30 (10,5) (10,0) (52) (54)224 2,30 (10,5) (10,0) (54) (56)225 2,30 (10,5) (10,0) (56) (58)226 2,30 (10,5) (10,0) (58) (60)231 2,30 (11,5) (11,0) (48) (50)232 2,30 (11,5) (11,0) (50) (52)233 2,30 (11,5) (11,0) (52) (54)234 2,30 (11,5) (11,0) (54) (56)235 2,30 (11,5) (11,0) (56) (58)236 2,30 (11,5) (11,0) (58) (60)311 2,40 (9,5) (9,0) (48) (50)312 2,40 (9,5) (9,0) (50) (52)313 2,40 (9,5) (9,0) (52) (54)314 2,40 (9,5) (9,0) (54) (56)315 2,40 (9,5) (9,0) (56) (58)316 2,40 (9,5) (9,0) (58) (60)321 2,40 (10,5) (10,0) (48) (50)322 2,40 (10,5) (10,0) (50) (52)323324325326331332333334335336

2,402,402,402,402,402,402,402,402,402,40

(10,5)(10,5)(10,5)(10,5)(11,5)(11,5)(11,5)(11,5)(11,5)(11,5)

(10,0)(10,0)(10,0)(10,0)(11,0)(11,0)(11,0)(11,0)(11,0)(11,0)

(52)(54)(56)(58)(48)(50)(52)(54)(56)(58)

(54)(56)(58)(60)(50)(52)(54)(56)(58)(60)

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realizadas com variáveis caracterizadoras do sistema de produção de suínos

do CNPSA/EMBRAPA, com dados obtidos por meio do referencial teórico e

com preços de mercado.

Na análise dos coeficientes técnicos reprodutivos do sistema de

produção de suínos do CNPSA/EMBRAPA, foram analisados 1.141 partos,

cujas coberturas ocorreram no período entre 11/92 e 12/95, mediante sistema

de inseminação artificial em sistema interno, em um plantel de 220 matrizes. O

ajuste de cada fator corrigido foi realizado pelo procedimento da soma de

quadrados tipo III do SAS, sendo as médias, na análise estatística, estimadas

por mínimos quadrados ajustados para todos os fatores envolvidos no modelo.

Entretanto, no Modelo Bioeconômico de simulação, trabalhou-se com as

médias aritméticas, sem qualquer ajuste.

Os custos de produção foram estimados com base na metodologia

desenvolvida por PROTAS (1980), modificada por GIROTTO e PROTAS

(1989), exceto com relação à infra-estrutura para adoção da IA em sistema

interno. Os preços utilizados foram coletados na região de Concórdia - SC, em

junho de 1996.

3.2. Determinação dos custos e da receita para os sistemas de produção

3.2.1. Determinação dos custos

No cálculo do custo do sistema de produção por granja foram

determinados os custos com mão-de-obra, aquisição de reprodutores,

alimentação e, ainda, os custos com construção, montagem e manutenção do

laboratório de IA.

Para se estimar o custo da mão-de-obra foi considerado que um

funcionário da granja, percebendo 1,5 salário mínimo por mês, mais encargos,

seria capaz de conduzir um rebanho de 50 reprodutores e sua descendência.

O número de funcionários é, portanto, proporcional ao número de reprodutores

no plantel e é dado pela seguinte expressão:

PFUNPA=SALARIOF∗NFUNPC∗(NPORCA+NCACHACO)

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em que

PFUNPA = custo anual com funcionários na granja;

SALARIOF = custo com salários + encargos sociais por ano com cada

funcionário, totalizando R$ 2676,79/ano;

NFUNPC = relação de funcionário por reprodutores, 1:50;

NPORCA = número de porcas na propriedade;

NCACHACO = número de cachaços na propriedade.

O valor do salário mínimo utilizado foi de R$112,00, referente ao salário

mínimo do mês de junho/96.

Para se estimar o custo de aquisição de reprodutores machos, levaram-

se em consideração os preços de cachaços praticados em junho de 96 por

empresas comerciais de melhoramento genético e, ou, por agroindústrias que

possuíam programas de melhoramento genético próprio, na região oeste de

Santa Catarina. As fórmulas desenvolvidas para o cálculo dos custos são

apresentadas a seguir.

Para SIS=1 (MN):

PCACHAPA = [(PCACHACO - 0,7∗300∗1,05∗0,911)÷(2)]÷[(NPORCA÷18)+

(0,03∗PCACHACO)∗(NPORCA÷18)]

Para SIS=2 (IA):

PCACHAPA = [(PCACHACO - 0,7∗250∗1,05∗0,911)÷(1)]÷[(NPORCA÷96)+

(0,03∗PCACHACO)∗(NPORCA÷96)],

em que

PCACHAPA = custo de aquisição do cachaço por porca, por ano;

PCACHACO = preço de aquisição do cachaço;

0,7 = rendimento de carcaça (70% do peso vivo);

300 e 250 = peso de descarte dos cachaços na MN e IA, respectivamente;

1,05 = valor médio do kg da carcaça tipificada, no mês de junho/96, em reais;

0,911 = valor médio pago por uma carcaça de reprodutor macho;

(2) e (1) = anos de uso do cachaço na MN e IA, respectivamente;

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18 e 96 = número de fêmeas atendidas por cachaço na MN e IA,

respectivamente;

0,03 = depreciação anual do valor do cachaço.

Para se estimar o custo de reprodutores fêmeas, foram adotados os

mesmos critérios usados para machos e a seguinte fórmula:

PREPORCA = [(0,3∗1,6∗90∗PSUINO∗NPORCA) - (0,7∗220∗0,3∗1,05

∗0,9589∗NPORCA)]÷(DESCARTE÷NPPANO)

em que

PREPORCA = custo da porca na propriedade por um ano de uso;

0,3 = taxa de reposição de fêmas, 30% ao ano;

1,6 = índice pago por kg da porca em relação ao preço do kg de suíno ao

abate;

90 = peso de aquisição do reprodutora;

PSUINO = R$ 0,72, valor médio do kg/vivo do suíno no mês de junho/96;

0,7 = rendimento de carcaça (70% do peso vivo);

220 = peso de descarte da fêmea;

1,05 = valor médio do kg da carcaça tipificada, no mês de junho/96, em reais;

0,9589 = valor médio pago por uma carcaça de reprodutor fêmea;

DESCARTE = número de partos que a fêmea permanece no plantel: 7;

NPPANO = número de partos por porca, por ano.

Na estimativa dos custos de alimentação dos animais foram

considerados os preços médios das rações, em junho/96, obtidos nas

agroindústrias da região oeste de Santa Catarina, os tipos de rações

(gestação, lactação, pré-inicial, inicial, crescimento e terminação), os

consumos de ração em cada fase e as taxas de mortalidade do rebanho.

Inicialmente, estimou-se o custo anual de alimentação das porcas,

representado pelas seguintes variáveis.

PRAGESTA = preço da ração na fase de gestação, R$ 0,224/kg;

PRALACTA = preço da ração na fase de lactação, R$ 0,242/kg;

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CR190 = consumo de ração nos primeiro s 90 dias de gestação, 2,0

kg/dia;

CR91109 = consumo de ração dos 91 aos 109 dias de gestação, 3,4

kg/dia;

CR110119 = consumo de ração dos 110 aos 119 dias de lactação, 2,0

kg/dia;

CR120142 = consumo de ração dos 120 aos 142 dias de lactação, 2,0

kg/dia + 0,5 kg por leitão em amamentação;

CRIMPRO = consumo de ração nos dias improdutivos, 2,0 kg/dia de

ração gestação.

Com base nessas informações determinou-se o custo total anual de

alimentação das porcas, nos diferentes SISPROs, pelas seguintes equações:

CR190 = 90∗2∗PRAGESTA∗NPORCA

CR91109 = 19∗3,4∗PRAGESTA∗NPORCA

CR110119 = 10∗2∗PRALACTA∗NPORCA

CR120142 = 23∗(2+0,5∗NASCIDOV)∗PRALACTA∗NPORCA

CRIMPRO = 2∗(365÷NPPANO-142)∗PRAGESTA∗NPORCA

CRACAO = (CR190+CR91109+CR110119+CR120142+CRIMPRO)∗

NPPANO

em que

NASCIDOV = número de leitões nascidos vivos por parto na granja;

CRACAO = custo total anual com a alimentação da porca.

O custo anual de manutenção dos machos por porca, por ano,

considerando-se um consumo de 2 kg de ração de gestação por dia, e o seu

custo de alimentação foram calculados pelas seguintes fórmulas:

Para SIS=1

PCRCACHA = 2∗365∗PRAGESTA∗(NPORCA÷18)

CCACHO = PCACHAPA+PCRCACHA

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em que

PCRCACHA = custo de alimentação anual do cachaço por porca, por ano;

CCACHO = custo total de aquisição e alimentação do cachaço por porca, por

ano.

Para SIS=2

PCRCACHA = 2∗365∗PRAGESTA∗(NPORCA÷96)

PCRCAMA = 2∗365∗PRAGESTA∗(NPORCA÷100)

CCACHO = PCACHAPA+PCRCACHA+PCRCAMA

em que

PCRCAMA = custo de alimentação anual, por porca, dos machos utilizados

somente para manejo de detecção e estimulação de cio, em

uma relação de 1 macho para 100 porcas.

Para calcular o custo de alimentação dos leitões do nascimento até a

venda, considerou-se o seguinte:

PRLPI = preço da ração pré-inicial, R$ 0,350/kg;

PRLI = preço da ração inicial, R$ 0,267/kg;

PRACI = preço da ração crescimento, R$ 0,200/kg;

PRAT = preço da ração terminação, R$ 0,180/kg;

CRLPI = consumo de ração pré-inicial (do nascimento aos 42 dias),

5,8 kg;

CRLI = consumo de ração na fase inicial (dos 43 aos 63 dias), 22 kg;

CRAC = consumo de ração na fase de crescimento (dos 64 aos 100

dias), 93,6 kg;

CRAT = consumo de ração na fase de terminação (dos 101 aos 130

dias), 90 kg;

Taxa de mortalidade na fase de maternidade = 10%;

Taxa de mortalidade na fase de creche = 1,5%;

Taxa de mortalidade na fase de crescimento = 0,5%;

Taxa de mortalidade na fase de terminação = 0,5%.

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Com base nesses dados, calculou-se o custo de alimentação dos

animais terminados por porca, por ano, utilizando as seguintes equações:

CRPPIPA = CRLPI∗PRLPI∗NASCIDOV∗0,90∗NPPANO∗NPORCA

CRPIPA = CRLI∗PRLI∗NASCIDOV∗0,90∗0,985∗NPPANO∗NPORCA

CRACPA = CRAC∗PRAC∗NASCIDOV∗0,90∗0,985∗0,995∗NPPANO∗

NPORCA

CRTPA = CRAT∗PRAT∗NASCIDOV∗0,90∗0,985∗0,995∗0,995∗

NPPANO∗NPORCA

CENICT = CRPPIPA+CRPIPA+CRACPA+CRTPA

em que

CRPPIPA = custo de alimentação dos animais terminados na fase pré-inicial;

CRPIPA = custo de alimentação dos animais terminados na fase inicial;

CRACPA = custo de alimentação dos animais terminados na fase de

crescimento;

CRTPA = custo de alimentação dos animais terminados na fase de

terminação;

CENICT = custo total com alimentação dos animais terminados.

Considerou-se que somente o SIS=2 possuía custos fixos e que foram

compostos pelos custos de construção da área física e dos equipamentos

utilizados na montagem do laboratório. Estabeleceu-se a dimensão mínima da

construção de 21,715 m2, com custo estimado de R$ 401,44/m2, uma duração

média de 15 anos (depreciação) e 3% do valor total da construção/ano para

manutenção do mesmo, de modo que o custo anual inerente à construção é

dado por:

CCPP = (8717,27-8717,27÷15)÷15+0,03∗8717,27 = R$ 803,93/ano.

O desenho estrutural do laboratório foi o do CNPSA, e o custo por m 2

foi estabelecido em função do Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil,

em junho/96.

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Os equipamentos (Quadro 2) orçados para uso no laboratório foram

compilados de SCHEID et al. (1993), BACCHIOCCHI (1993); MORROW et al.

(1994); TUBBS (1995), MANUAL... (1996) e GLOSSOP (1996), sendo seus

custos tomados no mês de junho/96, em reais, prevendo-se uma duração

média de 10 anos (depreciação) e 3% do valor de aquisição para manutenção

dos mesmos. A relação representou o mínimo necessário e indispensável para

que a rotina de uso da tecnologia não fosse comprometida em sua capacidade

de execução.

Quadro 2 - Equipamentos para uso no laboratório

Item ( Sigla )Custo deaquisição (R$)

Custo depreciado anual (10 anos+ 3% do valor de aquisição paramanutenção) (R$)

Microscópio (MICRO) 4730,00 614,90Banho-maria (BMARIA) 896,00 116,48Balança eletrônica (BALANCA) 2925,00 380,25Destilador de água (DESTILA) 589,00 76,57Câmara de Neubauer (CONTADOR) 322,00 41,86Estufa (ESTUFA) 978,00 127,14Geladeira (GELADA) 500,00 65,00Vidraria (VIDROS) 500,00 65,00Pipetas (PIPETAS) 250,00 32,50Manequim (MANEQUIM) 300,00 39,00Total ( R$) (CLABORA, CLABPA) 11990,00 1558,70

A partir dessas informações, determinou-se o custo total de aquisição

dos equipamentos para o laboratório pela seguinte equação:

CLABORA = MICRO+BMARIA+BALANCA+DESTILA+CONTADOR+

ESTUFA+GELADA+VIDROS+PIPETAS+MANEQUIM

em que

CLABORA = custo total anual de aquisição dos equipamentos.

Após, calculou-se o custo total de manutenção anual dos equipamentos

pela seguinte expressão:

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CLABPA = [(CLABORA-0,1∗CLABORA)÷10+0,03∗CLABORA]

em que

CLABPA = custo total anual de manutenção dos equipamentos.

Os custos variáveis e de manutenção do SIS=2 foram representados

pelo custo da mão-de-obra do laboratorista e pelo consumo de diluentes, luz e

água.

Para se estimar o custo da mão-de-obra, foi considerado que um

laboratorista, percebendo 2,5 salários mínimos por mês, mais encargos, seria

capaz de conduzir um laboratório que atendesse um plantel de até 3.000

reprodutores. O valor dos salários pagos aos funcionários da granja foram

baseados nos valores pagos pela agroindústria, na região oeste de Santa

Catarina, a seus funcionários. Esse custo pode ser expresso da seguinte

forma:

SALARIO = 1,20∗13∗2,5∗112+0,3333∗2,5∗112

SALARIO = R$ 4461,3324/ano

As variáveis acima podem ser descritas como:

1,20 = acréscimo de 20% de encargos sobre o salário bruto do funcionário;

2,5 = número de salários mínimos por mês que o laboratorista recebe;

0,3333 = adiantamento de 1/3 (33,33%) do salário para férias do laboratorista.

Com relação ao diluente, utilizou-se como padrão o Beltsville Thawing

Solution (BTS) com um custo, por dose de inseminação, de R$ 0,312658:

DILUENTE = 0,312658∗INSEPANO

em que

INSEPANO = número de inseminações por porca, por ano, já levando em

consideração a taxa de repetição de inseminações de 13% e

três inseminações por cio:

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INSEPANO = 3∗0,13∗NPPANO.

Considerou-se ainda o consumo de luz e água, com um valor anual

estimado de R$ 120,00/ano, caracterizado como LUZAGUA.

Assim, o custo total anual de manutenção da atividade suinícola da

granja é expresso por:

CUSTOMAN = NPORCA∗DILUENTE+LUZAGUA+SALARIO.

O custo total anual do sistema de produção de suínos de cada granja,

em cada SIS, foi representado pelo custo total anual por porca, custo anual de

construção do laboratório, custo anual de aquisição dos equipamentos, custo

de manutenção do laboratório, custo total de aquisição e manutenção dos

machos, custo total despendido com funcionários na granja e custo total de

alimentação dos animais terminados. Esse custo é obtido pela seguinte

expressão:

CUSTOT = PREPORCA+CCPP+CLABPA+CUSTOMAN+CRACAO+

CCACHO+PFUNPA+CENICT.

Para SIS=1, o custo anual de construção do laboratório, o custo anual

de aquisição dos equipamentos e o custo de manutenção do laboratório

assumiram valores nulos.

Adicionou-se a esse custo total 1% do valor obtido, para gastos com

medicamentos, e, em seguida, determinou-se o custo médio por reprodutor,

dividindo-se o custo total pelo número de porcas+cachaços, dado por:

CUSTOTI = CUSTOT÷(NPORCA+NCACHACO)

Em razão da não-disponibilidade de informações referentes à

diminuição do custo médio de produção dos reprodutores, à medida que se

aumenta a escala de produção, utilizou-se uma redução de 10% no custo

médio de produção por reprodutor, para propriedades de 18 até 3.000

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reprodutores, quando se mantém o mesmo nível tecnológico. Esse percentual

de diminuição assumido foi sinalizado por técnicos de indústrias brasileiras do

complexo agroindustrial de suínos, que possuem indicações de que a redução

do custo médio por reprodutor, dado o aumento da escala, existe e não ocorre

de forma linear, mas com um comportamento assintótico, podendo atingir um

valor próximo de 10%.

Para fazer a correção, foi utilizada a função de Spillman (HOFFMANN e

VIEIRA, 1987), com a seguinte relação:

ƒ(n) = α + βρ n , com

α > 0, β < 0 e IρI < 1

em que

α - redução máxima no custo médio de produção por reprodutor, quando o

plantel de reprodutores aumenta indefinidamente;

β - parâmetro de saturação que mede a distância entre as duas assíntotas

horizontais;

ρ - mede a velocidade com que decresc e o custo médio por reprodutor, à

medida que aumenta o tamanho do plantel de reprodutores ( porcas+

cachaços);

n - tamanho do plantel de reprodutores.

Para estimar os parâmetros dessa equação foi usado processo iterativo

de Gauss-Newton, pelo método dos mínimos quadrados, utilizando-se para

isso o procedimento NLIN do SAS, obtendo-se a seguinte equação:

Fator de correção= 0,91546899999+0,0886538963∗(0,9980506107n)

A partir da função de Spillman, por meio do fator de correção, foi

ajustado o custo de produção anual por reprodutor em função do tamanho do

plantel de reprodutores. Esse custo pode ser assim calculado:

CUSTOUA = (Fator de correção)∗(CUSTOTI).

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em que

CUSTOUA = custo anual por reprodutor ajustado.

3.2.2. Determinação da receita

A receita total obtida na atividade suinícola da propriedade foi

representada pela venda de animais terminados pelo sistema de tipificação de

carcaças, utilizando a equação de GUIDONI et al. (1996), que relaciona

preço/kg da carcaça tipificada (R$1,05) com peso total da carcaça (70 kg) e

porcentagem de carne magra na carcaça (PCMAGRA), que variou de acordo

com os sistemas de produção simulados.

Para calcular a receita total anual da atividade suinícola, foi usada a

seguinte equação:

RECEITA = PVENDASU∗NASCIDOV∗0,90∗0,985∗0,995∗0,995∗NPPANO∗

NPORCA

em que

PVENDASU = equação de GUIDONI et al. (1996).

A receita anual por reprodutor, por sua vez, foi obtida a partir da divisão

entre a receita total anual e o número de porcas+cachaços, podendo ser assim

expressa:

RECEITAU = RECEITA÷(NPORCA+NCACHACO).

Para cada propriedade calculou-se a renda líquida operacional (RLop)

anual por reprodutor, ajustada pelo tamanho da propriedade, pela equação:

RLopU = RECEITAU-CUSTOUA.

Por sua vez, RLop é dada pela seguinte equação:

RLop = RBT - Cop

em que

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RLop = renda líquida operacional;

RBT = renda bruta total;

Cop = custo operacional, que constitui-se da soma dos custos variáveis totais

e da depreciação dos fatores fixos de produção. Neste custo exclui-se o

custo de oportunidade do capital investido.

Para melhor expressar essa RLop, dividiu-se RLop por R$1.000, que

corresponde ao valor do dólar comercial (US$) do dia 30/06/96.

A opção de trabalhar com o conceito de RLop deveu-se ao fato de essa

ser uma medida de resultado econômico, que pode ser usada quando o

produtor quiser comparar o resultado da produção obtida por um ou mais

fatores e também por auxiliar na tomada de decisão sobre como utilizar,

eficazmente, esses fatores de produção. De acordo com VALE e GOMES

(1996), RLop deve ser definida como a diferença entre a renda bruta total e os

custos operacionais. Um aspecto importante desse conceito é o envolvimento

tanto de receitas como de custos, que estão compondo a formação da RLop.

Trabalhar somente com uma dessas funções pode parecer prático em função

da facilidade de coleta de dados e da realização dos cálculos, mas, por outro

lado, trabalhar com RLop, apesar da complexidade, pode dar mais segurança

para a tomada de decisão.

A igualdade entre a RLop da MN e da IA, obtida ao se variar, em cada

SISPRO, propriedades com plantéis de 18 a 3.000 reprodutores, deve ser

estabelecida como ponto de tomada de decisão para a transição do uso do

SIS de MN para o de IA.

No processo de tomada de decisão dever-se-á levar em consideração

as seguintes conclusões:

Se RLop1 > RLop2: será antieconômico fazer a transição do sistema de

criação de MN para IA;

Se RLop1 = RLop2: haverá equivalência entre os dois sistemas de

criação de MN e IA;

Se RLop1 < RLop2: será econômico o uso do sistema de criação de IA.

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3.3. Determinação da igualdade da RLop entre os dois sistemas

Para igualar a RLop nos dois sistemas de criação, variou-se

artificialmente o tamanho do plantel (N) de 18 a 3.000 reprodutores, com

espaçamento regular de 1,0 unidade. Paralelamente, foram calculadas as

respectivas RLop para os dois sistemas de criação. Em seguida, determinou-

se o valor de N por processo numérico, igualando-se as RLop.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados a seguir apresentados procuram demonstrar a

aplicabilidade de uma metodologia, baseada no desenvolvimento de um

modelo bioeconômico, para auxiliar na tomada de decisão da transição da

utilização do sistema de MN para o sistema de IA em sistema interno. As

respostas geradas pelo modelo baseiam-se no tamanho do plantel de

reprodutores que iguala as rendas líquidas operacionais (RLop) dos dois

sistemas, pelos critérios COM REPOSIÇÃO e SEM REPOSIÇÃO.

As variáveis componentes dos quadros a seguir apresentados (Quadros

3 a 14) serão definidas, para uma melhor compreensão dos resultados:

RLop1, CUSTO1 e RECEITA1 significam a renda líquida operacional, o

custo anual por reprodutor e a receita anual por reprodutor na MN;

RLop2, CUSTO2 e RECEITA2 significam a renda líquida operacional, o

custo anual por reprodutor e a receita anual por reprodutor na IA;

NPMN e NCMN significam o número de porcas e número de cachaços

na MN;

NPIA e NCIA significam o número de porcas e número de cachaços na

IA;

N corresponde ao tamanho do plantel de reprodutores, pelo critério

COM REPOSIÇÃO, e N1 e N2 correspondem aos plantéis da MN e IA,

respectivamente, para o critério SEM REPOSIÇÃO.

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Para melhor apresentação dos resultados, as informações do critério

COM REPOSIÇÃO foram desmembradas em três (Quadros 3, 4 e 5).

Quadro 3 - Tamanho de rebanho (N) em função das rendas líquidasoperacionais (RLop), das receitas, dos custos, do número decachaços (NC) e do número de porcas (NP), na MN e na IA, comnúmero de partos/porca/ano no SISPRO fixado em 2,20

COM REPOSIÇÃOSISPRO N RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NCMN NCIA NPMN NPIA

111 409 1194.47 1010.35 184.130 1208.26 1024.13 184.130 21.526 4.216 387.474 404.784112 399 1220.85 1013.83 207.020 1234.36 1027.37 207.000 21.000 4.113 378.000 394.887113 391 1247.22 1017.25 229.980 1260.47 1030.50 229.960 20.579 4.031 370.421 386.969114 383 1273.6 1020.58 253.010 1286.57 1033.53 253.040 20.158 3.948 362.842 379.052115 375 1299.97 1024.02 275.940 1312.67 1036.73 275.940 19.737 3.866 355.263 371.134116 367 1326.34 1027.39 298.950 1338.77 1039.81 298.960 19.316 3.784 347.684 363.216121 317 1320.21 1101.32 218.880 1342.51 1123.63 218.890 16.684 3.268 300.316 313.732122 309 1349.36 1104.83 244.530 1371.52 1127.01 244.510 16.263 3.186 292.737 305.814123 303 1378.51 1108.24 270.270 1400.52 1130.23 270.290 15.947 3.124 287.053 299.876124 297 1407.66 1111.66 296.000 1429.52 1133.48 296.030 15.632 3.062 281.368 293.938125 290 1436.81 1115.10 321.710 1458.52 1136.77 321.750 15.263 2.990 274.737 287.010126 284 1465.96 1118.54 347.420 1487.52 1140.09 347.430 14.947 2.928 269.053 281.072131 260 1445.94 1190.92 255.020 1476.76 1221.70 255.070 13.684 2.680 246.316 257.320132 253 1477.87 1194.47 283.400 1508.67 1225.26 283.410 13.316 2.608 239.684 250.392133 248 1509.79 1197.89 311.900 1540.57 1228.61 311.960 13.053 2.557 234.947 245.443134 242 1541.72 1201.46 340.260 1572.47 1232.26 340.210 12.737 2.495 229.263 239.505135 236 1573.65 1204.91 368.740 1604.37 1235.69 368.690 12.421 2.433 223.579 233.567136 232 1605.57 1208.22 397.350 1636.28 1238.87 397.400 12.211 2.392 219.789 229.608

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

Quadro 4 - Tamanho de rebanho (N) em função das rendas líquidasoperacionais (RLop), das receitas, dos custos, do número decachaços (NC) e do número de porcas (NP), na MN e na IA, comnúmero de partos/porca/ano no SISPRO fixado em 2,30

COM REPOSIÇÃOSISPRO N RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NCMN NCIA NPMN NPIA

211 387 1248.77 1047.88 200.890 1263.18 1062.32 200.870 20.368 3.990 366.632 383.010212 380 1276.34 1051.24 225.100 1290.47 1065.37 225.100 20.000 3.918 360.000 376.082213 373 1303.91 1054.61 249.300 1317.76 1068.46 249.300 19.632 3.845 353.368 369.155214 365 1331.49 1058,00 273.490 1345.05 1071.57 273.480 19.211 3.763 345.789 361.237215 359 1359.06 1061.35 297.710 1372.34 1074.63 297.710 18.868 3.696 339.632 354.804216 352 1386.63 1064.71 321.920 1399.62 1077.71 321.910 18.526 3.629 333.474 348.371221 302 1380.22 1142.78 237.430 1403.54 1166.10 237.430 15.868 3.108 285.632 298.392222 295 1410.69 1146.29 264.400 1433.86 1169.49 264.370 15.526 3.041 279.474 291.959223 289 1441.17 1149.62 291.540 1464.18 1172.60 291.580 15.211 2.979 273.789 286.021224 283 1471.64 1153.09 318.550 1494.50 1175.95 318.550 14.895 2.918 268.105 280.082225 278 1502.12 1156.45 345.670 1524.82 1179.12 345.700 14.632 2.866 263.368 275.134226 272 1532.59 1159.81 372.780 1555.14 1182.31 372.830 14.316 2.804 257.684 269.196231 247 1511.67 1236.38 275.290 1543.89 1268.60 275.290 13.000 2.546 234.000 244.454232 242 1545.04 1239.84 305.210 1577.24 1272.02 305.220 12.737 2.495 229.263 239.505233 236 1578.42 1243.30 335.120 1610.59 1275.47 335.120 12.421 2.433 223.579 233.567234 231 1611.80 1246.78 365.020 1643.95 1278.96 364.980 12.158 2.381 218.842 228.619235 227 1645.18 1250.12 395.050 1677.30 1282.20 395.100 11.947 2.340 215.053 224.660236 222 1678.55 1253.62 424.930 1710.65 1285.77 424.880 11.684 2.289 210.316 219.711

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

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Quadro 5 - Tamanho de rebanho (N) em função das rendas líquidasoperacionais (RLop), das receitas, dos custos, do número decachaços (NC) e do número de porcas (NP), na MN e na IA, comnúmero de partos/porca/ano no SISPRO fixado em 2,40

COM REPOSIÇÃOSISPRO N RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NCMN NCIA NPMN NPIA

311 369 1303.06 1085.32 217.750 1318.10 1100.35 217.750 19.421 3.804 349.579 365.196312 362 1331.83 1088.73 243.110 1346.58 1103.49 243.090 19.053 3.732 342.947 358.268313 356 1360.61 1092.05 268.560 1375.05 1106.50 268.550 18.737 3.670 337.263 352.330314 349 1389.38 1095.38 294.000 1403.53 1109.53 293.990 18.368 3.598 330.632 345.402315 343 1418.15 1098.72 319.420 1432,00 1112.59 319.410 18.053 3.536 324.947 339.464316 338 1446.92 1102.03 344.895 1460.48 1115.59 344.895 17.763 3.479 319.737 334.021321 287 1440.23 1184.29 255.940 1464.56 1208.65 255.910 15.105 2.959 271.895 284.041322 282 1472.03 1187.66 284.370 1496.20 1211.82 284.380 14.842 2.907 267.158 279.093323 277 1503.83 1191.03 312.800 1527.84 1215.01 312.830 14.579 2.856 262.421 274.144324 271 1535.63 1194.42 341.210 1559.48 1218.22 341.250 14.263 2.794 256.737 268.206325 266 1567.43 1197.81 369.620 1591.11 1221.47 369.650 14.000 2.742 252.000 263.258326 261 1599.23 1201.22 398.010 1622.75 1224.74 398.010 13.737 2.691 247.263 258.309331 235 1577.39 1281.85 295.540 1611.02 1315.54 295.480 12.368 2.423 222.632 232.577332 231 1612.22 1285.20 327.020 1645.82 1318.77 327.050 12.158 2.381 218.842 228.619333 226 1647.05 1288.71 358.330 1680.62 1322.33 358.290 11.895 2.330 214.105 223.670334 222 1681.88 1292.08 389.800 1715.42 1325.62 389.800 11.684 2.289 210.316 219.711335 217 1716.71 1295.46 421.250 1750.23 1328.95 421.280 11.421 2.237 205.579 214.763336 213 1751.53 1298.84 452.700 1785.03 1332.30 452.730 11.211 2.196 201.789 210.804

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

Pelos dados contidos nos Quadros 3, 4 e 5, pode-se visualizar que, pelo

critério COM REPOSIÇÃO, N variou de 409 a 213 reprodutores, para SISPRO

caracterizado pelo mais baixo nível tecnológico (111) até o mais alto (336),

quando o NPPANO foi fixado em 2,20, 2,30 e 2,40, variando NASCIDOV e

PCMAGRA. Observou-se, também, que em todos os quadros houve tendência

de redução regular em N, à medida que melhorou o nível tecnológico do

SISPRO. Verificou-se, também, que ocorreram descontinuidades na redução

de N, entre os SISPROs 116-121,126-131, 216-221, 226-231, 316-321 e 326-

331, com 50 e 24, 50 e 25, 51 e 26 reprodutores, respectivamente. Essas

descontinuidades foram também observadas nas outras variáveis dos quadros.

As descontinuidades observadas nos diversos parâmetros analisados

ocorreram fundamentalmente em função de PCMAGRA e de NPPANO e pela

forma de obtenção da receita, baseada na tipificação de carcaça. Observou-se

que, sempre que PCMAGRA e NPPANO mudavam de um nível mais alto para

um mais baixo, ocorreram as descontinuidades nos diversos parâmetros,

principalmente pela diminuição da receita.

A reposição de cachaços por porcas (assumindo-se que essas tenham o

mesmo desempenho que a média do rebanho) trouxe reflexos positivos sobre a

RLop2, pela maior receita proporcionada com maior NPIA do que NPMN.

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Observou-se, também, que, pelo critério COM REPOSIÇÃO, para o

mesmo nível de SISPRO, o NPIA foi 4,4% maior do que o NPMN.

Em função do sistema, cada porca reposta em COM REPOSIÇÃO tem

potencialmente a possibilidade de terminar, considerando todas as variáveis

incluídas dentro do modelo, para NPPANO de 2,20, 2,30 e 2,40 e NASCIDOV

de 9,0, 10,0 e 11,0; deve-se considerar também a mortalidade específica em

cada fase, que fica em torno de 17,3, 19,3, 21,2, 18,1, 20,1, 22,2, 18,9, 21,0 e

23,1 leitões a mais por fêmea/ano, respectivamente. Esses cálculos, dados por

fêmea, concordam com os sugeridos por CRABO e DIAL (1992), segundo os

quais, em um rebanho de 1.000 matrizes, ao mudar-se de MN para IA, ocorre

a reposição de 40 porcas, no lugar anteriormente ocupado por cachaços, e

que cada uma possui o potencial de produzir 22,3 leitões/ano. Outra linha de

raciocínio proposta por esses mesmos autores é considerar como custo de

cachaço essa potencialidade de produção de leitões, no caso de não ocorrer

reposição.

A diminuição em N foi expressa pela melhoria de coeficientes técnicos

em SISPRO, portanto, pode-se assumir que, quanto maior for a produtividade,

menor será o N necessário para que a RLop2 se iguale a RLop1.

O sistema de remuneração por PCMAGRA demonstrou R ECEITA

crescente à medida que se aumentou a PCMAGRA no SISPRO, tendo sido

sempre maior no SIS=2 do que em SIS=1, para o mesmo nível de SISPRO;

isso provavelmente tenha sido porque em SIS=2, pelo uso de cachaços mais

caros, estimaram-se duas unidades percentuais a mais de rendimento de

carne na carcaça em sua progênie, e pelo maior NPIA e menor NCIA, para um

mesmo tamanho de rebanho. É importante salientar que o custo de

manutenção dos cachaços foi diluído no número de porcas no plantel,

portanto, quanto maior o número de cachaços, menor a receita obtida pela

diminuição do número de porcas.

Para demonstrar os resultados com relação à evolução das RLop1 e

RLop2 à medida que varia o tamanho do plantel de reprodutores (de 20 até

3.000) e pela facilidade de ilustrar graficamente, foram utilizados, dos 54

SISPROs COM REPOSIÇÃO, apenas três (SISPRO 111, 223 e 336), que

caracterizaram baixo, médio e alto nível tecnológico, respectivamente,

apresentados no Quadro 6 e na Figura 1, no Quadro 7 e na Figura 2 e no

Quadro 8 e na Figura 3.

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Quadro 6 - Evolução das RLop à medida que evolui o tamanho do rebanho,com igualdade das RLop em 409 animais, com SISPROcaracterizado como de baixo nível tecnológico (111), pelo critérioCOM REPOSIÇÃO

SISPRO 111 - COM REPOSIÇÃON RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NCMN NCIA NPMN NPIA20 1194,47 1058,26 136,21 1208,26 1400,68 -192,42 1.053 0,206 18,95 19,7930 1194,47 1056,52 137,95 1208,26 1283,61 -75,35 1.579 0,309 28,42 29,6940 1194,47 1054,81 139,66 1208,26 1224,24 -15,98 2.105 0,412 37,9 39,5950 1194,47 1053,14 141,34 1208,26 1187,98 20,28 2.632 0,515 47,37 49,4960 1194,47 1051,49 142,98 1208,26 1163,28 44,98 3.158 0,619 56,84 59,3870 1194,47 1049,88 144,59 1208,26 1145,21 63,05 3.684 0,722 66,32 69,2880 1194,47 1048,30 146,17 1208,26 1131,28 76,98 4.211 0,825 75,79 79,1890 1194,47 1046,75 147,72 1208,26 1120,14 88,13 4.737 0,928 85,26 89,07

100 1194,47 1045,23 149,24 1208,26 1110,94 97,32 5.263 1.031 94,74 98,97150 1194,47 1038,06 156,41 1208,26 1080,77 127,50 7.895 1.546 142,11 148,45200 1194,47 1031,56 162,92 1208,26 1062,79 145,47 10.526 2.062 189,47 197,94300 1194,47 1020,31 174,16 1208,26 1040,12 168,14 15.789 3.093 284,21 296,91400 1194,47 1011,05 183,42 1208,26 1025,19 183,07 21.053 4.124 378,95 395,88409 1194,47 1010,35 184,13 1208,26 1024,13 184,13 21.526 4.216 387,47 404,78500 1194,47 1003,44 191,03 1208,26 1014,20 194,06 26.316 5.155 473,68 494,851000 1194,47 981,42 213,05 1208,26 985,55 222,71 52.632 10.309 947,37 989,691500 1194,47 973,12 221,35 1208,26 975,10 233,16 78.947 15.464 1421,05 1484,542000 1194,47 969,99 224,48 1208,26 970,91 237,35 105.263 20.619 1894,74 1979,382500 1194,47 968,81 225,66 1208,26 969,10 239,16 131.579 25.773 2368,42 2474,233000 1194,47 968,37 226,10 1208,26 968,23 240,03 157.895 30.928 2842,11 2969,07

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

COM REPOSIÇÃO - SISPRO 111

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

250

20 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Número de Reprodutores

Rlo

p

RLOP1 RLOP2

N = 409

Figura 1 - Evolução das RLop de MN e IA à medida que aumenta N, comigualdade em 409 reprodutores.

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47

Quadro 7 - Evolução das RLop à medida que evolui o tamanho do rebanho,com igualdade das RLop em 289 animais, com SISPROcaracterizado como de médio nível tecnológico (223), pelo critérioCOM REPOSIÇÃO

SISPRO 223 - COM REPOSIÇÃO N RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NCMN NCIA NPMN NPIA20 1441,17 1191,09 250,07 1464,18 1535,92 -71,74 1.053 0,206 18,95 19,7930 1441,17 1189,13 252,04 1464,18 1418,62 45,56 1.579 0,309 28,42 29,6940 1441,17 1187,21 253,96 1464,18 1359,04 105,14 2.105 0,412 37,90 39,5950 1441,17 1185,32 255,84 1464,18 1322,56 141,62 2.632 0,515 47,37 49,4960 1441,17 1183,47 257,69 1464,18 1297,65 166,53 3.158 0,619 56,84 59,3870 1441,17 1181,66 259,51 1464,18 1279,37 184,81 3.684 0,722 66,32 69,2880 1441,17 1179,88 261,29 1464,18 1265,24 198,93 4.211 0,825 75,79 79,1890 1441,17 1178,14 263,03 1464,18 1253,90 210,28 4.737 0,928 85,26 89,07

100 1441,17 1176,43 264,74 1464,18 1244,51 219,67 5.263 1.031 94,74 98,97150 1441,17 1168,36 272,81 1464,18 1213,42 250,76 7.895 1.546 142,11 148,45200 1441,17 1161,04 280,13 1464,18 1194,61 269,57 10.526 2.062 189,47 197,94289 1441,17 1149,62 291,58 1464,18 1172,60 291,58 15.211 2.979 273,79 286,02300 1441,17 1148,38 292,79 1464,18 1170,5 293,68 15.789 3.093 284,21 296,91400 1441,17 1137,96 303,21 1464,18 1154,39 309,79 21.053 4.124 378,95 395,88500 1441,17 1129,39 311,78 1464,18 1142,43 321,75 26.316 5.155 473,68 494,85

1000 1441,17 1104,61 336,56 1464,18 1110,96 353,21 52.632 10.309 947,37 989,691500 1441,17 1095,27 345,90 1464,18 1099,45 364,72 78.947 15.464 1421,05 1484,542000 1441,17 1091,74 349,42 1464,18 1094,87 369,31 105.263 20.619 1894,74 1979,382500 1441,17 1090,42 350,75 1464,18 1092,9 371,27 131.579 25.773 2368,42 2474,233000 1441,17 1089,92 351,25 1464,18 1091,98 372,28 157.895 30.928 2842,11 2969,07

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

COM REPOSIÇÃO - SISPRO 223

-100

-50

0

50

100

150

200

250

300

350

400

20 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Número de Reprodutores

Rlo

p

RLOP1 RLOP2

N = 289

Figura 2 - Evolução das RLop de MN e IA à medida que aumenta N, comigualdade em 289 reprodutores.

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48

Quadro 8 - Evolução das RLop à medida que evolui o tamanho do rebanho,com igualdade das RLop em 213 animais, com SISPROcaracterizado como de alto nível tecnológico (336), pelo critérioCOM REPOSIÇÃO

SISPRO 336 - COM REPOSIÇÃO N RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NCMN NCIA NPMN NPIA20 1751,53 1334,55 416,98 1785,03 1681,45 103,57 1.053 0,206 18,95 19,7930 1751,53 1332,36 419,18 1785,03 1563,92 221,11 1.579 0,309 28,42 29,6940 1751,53 1330,2 421,33 1785,03 1504,1 280,93 2.105 0,412 37,9 39,5950 1751,53 1328,09 423,45 1785,03 1467,39 317,64 2.632 0,515 47,37 49,4960 1751,53 1326,02 425,52 1785,03 1442,26 342,77 3.158 0,619 56,84 59,3870 1751,53 1323,98 427,55 1785,03 1423,75 361,27 3.684 0,722 66,32 69,2880 1751,53 1321,99 429,54 1785,03 1409,41 375,62 4.211 0,825 75,79 79,1890 1751,53 1320,04 431,5 1785,03 1397,85 387,18 4.737 0,928 85,26 89,07

100 1751,53 1318,12 433,41 1785,03 1388,25 396,77 5.263 1.031 94,74 98,97150 1751,53 1309,08 442,46 1785,03 1356,18 428,85 7.895 1.546 142,11 148,45200 1751,53 1300,88 450,66 1785,03 1336,48 448,55 10.526 2.062 189,47 197,94213 1751,53 1298,84 452,73 1785,03 1332,3 452,73 11.211 2.196 201,79 210,80300 1751,53 1286,69 464,84 1785,03 1310,82 474,21 15.789 3.093 284,21 296,91400 1751,53 1275,02 476,52 1785,03 1293,44 491,59 21.053 4.124 378,95 395,88500 1751,53 1265,42 486,12 1785,03 1280,43 504,6 26.316 5.155 473,68 494,85

1000 1751,53 1237,65 513,88 1785,03 1245,93 539,09 52.632 10.309 947,37 989,691500 1751,53 1227,18 524,35 1785,03 1233,28 551,75 78.947 15.464 1421,05 1484,542000 1751,53 1223,24 528,3 1785,03 1228,26 556,76 105.263 20.619 1894,74 1979,382500 1751,53 1221,75 529,78 1785,03 1226,14 558,89 131.579 25.773 2368,42 2474,233000 1751,53 1221,19 530,34 1785,03 1225,16 559,87 157.895 30.928 2842,11 2969,07

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

COM REPOSIÇÃO - SISPRO 336

0

100

200

300

400

500

600

20 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

Número de Reprodutores

Rlo

p

RLOP1 RLOP2

N = 213

Figura 3 - Evolução das RLop de MN e IA à medida que aumenta N, comigualdade em 213 reprodutores.

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49

Observou-se, nos Quadros 6, 7 e 8 e nas Figuras 1, 2 e 3, que, à

medida que melhorou o nível tecnológico do SISPRO (111, 223 e 336), pelo

critério COM REPOSIÇÃO, menor é o número reprodutores exigidos para se

igualar as Rlop entre os dois SIS, MN e IA, respectivamente. O N estimado

para cada SISPRO foi de 409, 289 e 213, indicando que em propriedades com

RLop/reprodutor/ano abaixo de US$ 184,13 para SISPRO 111, de US$ 291,58

para SISPRO 223 e de US$ 452,73 para SISPRO 336, respectivamente, a MN

deve ser preferida à IA, por essa apresentar maior rentabilidade.

De igual forma ao critério anterior, o quadro geral de SEM REPOSIÇÃO

foi dividido em três (Quadros 9, 10 e 11), para melhor apresentação dos

resultados, em que se fixou NPPANO em 2,20, 2,30 e 2,40, variando

NASCIDOV e PCMAGRA.

Nos Quadros 9, 10 e 11 o tamanho de rebanho variou, entre um

máximo e mínimo, de 470 a 233 reprodutores para N1 e de 450 a 223 para N2,

para SISPRO de baixo nível tecnológico (111) até o mais alto (336),

respectivamente. Ocorreram, também, descontinuidades na redução de N1 e

N2, entre SISPRO 116-121 e 126-131, com 62 e 59, 29 e 27, entre SISPRO

216-221 e 226-231, com 61 e 59, 29 e 27 e entre SISPRO 316-321 e 326-331,

com 60 e 58, 29 e 28 reprodutores para N1 e N2, respectivamente. As

descontinuidades ocorreram, também, em todas as outras variáveis

apresentadas nesses quadros.

A não-reposição de cachaços por porcas no critério SEM REPOSIÇÃO

(assumindo-se que essas tenham o mesmo desempenho que a média do

rebanho) trouxe reflexos negativos sobre todos os parâmetros envolvidos no

modelo, piorando-os em relação à COM REPOSIÇÃO.

Em todos os SISPROs, SEM REPOSIÇÃO necessitou de um plantel

maior para igualar as RLop, em comparação ao COM REPOSIÇÃO.

O sistema de remuneração por PCMAGRA de monstrou RECEITA

crescente à medida que aumentou a PCMAGRA no SISPRO, tendo sido 4-5%

maior no SIS=2 do que em SIS=1, para o mesmo nível de SISPRO,

possivelmente porque em SIS=2, pelo uso de cachaços mais caros, tenha se

estimado que sua progênie produziu duas unidades percentuais a mais de

rendimento de carne na carcaça, além de que o NCMN foi maior do que o

NCIA, sendo iguais o NPMN e NPIA.

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50

Quadro 9 - Tamanhos de rebanhos (N1 e N2) em função das rendas líquidasoperacionais (RLop), das receitas, dos custos, do número decachaços (NC) e do número de porcas (NP), na MN e na IA, comnúmero de partos/porca/ano no SISPRO fixado em 2,20

SEM REPOSIÇÃOSISPRO N1 N2 RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NCMN NCIA NPMN NPIA

111 470 450 1194,47 1005,63 188.845 1208,26 1019,42 188.845 24.711 4.634 445 445112 458 439 1220,85 1009,13 211.720 1234,36 1022,64 211.720 24.105 4.526 434 434113 448 428 1247,22 1012,62 234.610 1260,47 1025,84 234.620 23.579 4.412 424 424114 437 418 1273,60 1016,12 257.480 1286,57 1029,09 257.480 23.000 4.309 414 414115 427 409 1299,97 1019,61 280.365 1312,67 1032,31 280.365 22.474 4.211 405 404116 418 400 1326,34 1023,07 303.275 1338,77 1035,50 303.275 21.974 4.119 396 395121 356 341 1320,21 1097,31 222.890 1342,51 1119,63 222.880 18.737 3.515 337 337122 347 332 1349,36 1100,86 248.500 1371,52 1123,01 248.500 18.263 3.423 329 329123 339 324 1378,51 1104,43 274.080 1400,52 1126,43 274.080 17.842 3.340 321 321124 330 316 1407,66 1108,01 299.650 1429,52 1129,90 299.620 17.368 3.258 313 313125 323 309 1436,81 1111,50 325.310 1458,52 1133,23 325.290 17.000 3.186 306 306126 316 302 1465,96 1115,01 350.950 1487,52 1136,59 350.930 16.632 3.113 299 299131 287 275 1445,94 1187,50 258.450 1476,76 1218,32 258.450 15.105 2.835 272 272132 280 268 1477,87 1191,12 286.750 1508,67 1221,94 286.720 14.737 2.763 265 265133 273 262 1509,79 1194,64 315.160 1540,57 1225,39 315.180 14.368 2.701 259 259134 267 256 1541,72 1198,16 343.560 1572,47 1228,87 343.600 14.053 2.639 253 253135 261 250 1573,65 1201,70 371.940 1604,37 1232,40 371.970 13.737 2.577 247 247136 254 244 1605,57 1205,26 400.320 1636,28 1235,97 400.300 13.368 2.515 241 241

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

Quadro 10 - Tamanhos de rebanhos (N1 e N2) em função das rendas líquidasoperacionais (RLop), das receitas, dos custos, do número decachaços (NC) e do número de porcas (NP), na MN e na IA, comnúmero de partos/porca/ano no SISPRO fixado em 2,30

SEM REPOSIÇÃOSISPRO N1 N2 RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NCMN NCIA NPMN NPIA

211 444 425 1248.77 1043.08 205.690 1263.18 1057.50 205.680 23.368 4.381 421 421212 435 416 1276.34 1046.53 229.810 1290.47 1060.65 229.820 22.895 4.289 412 412213 425 407 1303.91 1050.00 253.910 1317.76 1063.84 253.920 22.368 4.196 403 403214 416 398 1331.49 1053.49 278.000 1345.05 1067.06 277.990 21.895 4.103 394 394215 407 390 1359.06 1056.90 302.160 1372.34 1070.18 302.160 21.421 4.021 386 386216 399 382 1386.63 1060.33 326.300 1399.62 1073.32 326.300 21.000 3.938 378 378221 338 323 1380.22 1138.78 241.430 1403.54 1162.11 241.430 17.789 3.330 320 320222 330 316 1410.69 1142.28 268.410 1433.86 1165.43 268.430 17.368 3.258 313 313223 323 309 1441.17 1145.80 295.370 1464.18 1168.78 295.400 17.000 3.186 306 306224 316 302 1471.64 1149.33 322.320 1494.50 1172.17 322.330 16.632 3.113 299 299225 308 295 1502.12 1152.87 349.240 1524.82 1175.60 349.220 16.211 3.041 292 292226 302 289 1532.59 1156.31 376.280 1555.14 1178.86 376.270 15.895 2.979 286 286231 273 262 1511.67 1232.88 278.790 1543.89 1265.06 278.830 14.368 2.701 259 259232 267 256 1545.04 1236.50 308.550 1577.24 1268.70 308.550 14.026 2.634 252 253233 261 250 1578.42 1239.99 338.430 1610.59 1272.13 338.470 13.737 2.577 247 247234 254 244 1611.80 1243.57 368.220 1643.95 1275.73 368.220 13.368 2.515 241 241235 249 238 1645.18 1247.02 398.150 1677.30 1279.11 398.190 13.105 2.454 236 236236 244 233 1678.55 1250.48 428.070 1710.65 1282.53 428.120 12.842 2.402 231 231

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

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51

Quadro 11 - Tamanhos de rebanhos (N1 e N2) em função das rendas líquidasoperacionais (RLop), das receitas, dos custos, do número decachaços (NC) e do número de porcas (NP), na MN e na IA, comnúmero de partos/porca/ano no SISPRO fixado em 2,40

SEM REPOSIÇÃOSISPRO N1 N2 RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NCMN NCIA NPMN NPIA

311 422 404 1303.06 1080.54 222.520 1318.10 1095.58 222.530 22.211 4.165 400 400312 414 396 1331.83 1083.96 247.870 1346.58 1098.70 247.880 21.789 4.082 392 392313 405 388 1360.61 1087.40 273.210 1375.05 1101.84 273.210 21.316 4.000 384 384314 397 380 1389.38 1090.85 298.520 1403.53 1105.02 298.510 20.895 3.918 376 376315 390 373 1418.15 1094.23 323.920 1432.00 1108.08 323.920 20.526 3.845 369 369316 382 366 1446.92 1097.61 349.310 1460.48 1111.17 349.310 20.105 3.773 362 362321 322 308 1440.23 1180.21 260.020 1464.56 1204.52 260.040 16.947 3.175 305 305322 315 301 1472.03 1183.77 288.260 1496.20 1207.94 288.260 16.579 3.103 298 298323 308 295 1503.83 1187.22 316.610 1527.84 1211.20 316.640 16.211 3.041 292 292324 301 288 1535.63 1190.80 344.820 1559.48 1214.69 344.780 15.842 2.969 285 285325 296 283 1567.43 1194.15 373.270 1591.11 1217.81 373.300 15.579 2.918 280 280326 289 277 1599.23 1197.64 401.580 1622.75 1221.17 401.590 15.211 2.856 274 274331 260 249 1577.39 1278.43 298.960 1611.02 1312.11 298.910 13.684 2.567 246 246332 254 244 612.22 1281.89 330.330 1645.82 1315.48 330.340 13.368 2.515 241 241333 249 238 1647.05 1285.36 361.680 1680.62 1318.89 361.740 13.105 2.454 236 236334 243 232 1681.88 1289.00 392.880 1715.42 1322.60 392.820 12.789 2.392 230 230335 239 228 1716.71 1292.34 424.360 1750.23 1325.81 424.420 12.579 2.351 226 226336 233 223 1751.53 1295.84 455.690 1785.03 1329.32 455.700 12.263 2.299 221 221

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

Igual ao critério COM REPOSIÇÃO, o custo de manutenção d os

cachaços foi diluído pelo número de porcas no rebanho, de modo que, quanto

maior foi número de cachaços, menor foi a receita obtida pela diminuição do

número de porcas no rebanho.

A seguir apresenta-se, no Quadro 12 e na Figura 4, no Quadro 13 e na

Figura 5 e no Quadro 14 e na Figura 6, a variação do plantel de reprodutores

até o ponto de determinação da igualdade das RLop dos dois SIS, com N1 e

N2 possuindo números diferentes de reprodutores, mas com o mesmo número

de porcas. Nas Figuras 4, 5 e 6 está representada graficamente a evolução de

N1 e N2, até o ponto de cruzamento das duas RLop.

Da mesma forma que no critério anterior, nas Figuras 4, 5 e 6, em SEM

REPOSIÇÃO, o rebanho foi de 470 e 450, 323 e 309, 233 e 223 reprodutores

para N1 e N2, respectivamente, indicando que, em plantéis com

RLop/reprodutor/ano menor que US$ 188,8 em SISPRO (111) de baixo nível

tecnológico, menor que US$ 295,4 em SISPRO (223) de médio nível

tecnológico e menor que US$ 455,7 em SISPRO (336) caracterizado como de

alto nível tecnológico, a MN deve ser preferida à IA, por apresentar maior

rentabilidade.

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52

Quadro 12 - Evolução das RLop à medida que evolui o tamanho do rebanho,com igualdade das RLop em 470 e 450 reprodutores para N1 eN2, respectivamente, com SISPRO caracterizado como de baixonível tecnológico (111), pelo critério SEM REPOSIÇÃO

SISPRO 111 - SEM REPOSIÇÃO N1 N2 RECEITA1

*CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NP1 NP2 NCMN NCIA

21.1 20.2 1194.47 1058.07 136.4 1208.26 1397.08 -188.8 20 20 1.111 0,20831.7 30.3 1194.47 1056.23 138.2 1208.26 1281.18 -72.9 30 30 1.667 0,31342.2 40.4 1194.47 1054.44 140.0 1208.26 1222.39 -14.1 40 40 2.222 0,41752.8 50.5 1194.47 1052.68 141.8 1208.26 1186.47 21.8 50 50 2.778 0,52163.3 60.6 1194.47 1050.95 143.5 1208.26 1161.99 46.3 60 60 3.333 0,62573.9 70.7 1194.47 1049.26 145.2 1208.26 1144.07 64.2 70 70 3.889 0,72984.4 80.8 1194.47 1047.61 146.9 1208.26 1130.26 78.0 80 80 4.444 0,83395.0 90.9 1194.47 1045.99 148.5 1208.26 1119.20 89.1 90 90 5.000 0,938

105.6 101.0 1194.47 1044.40 150.1 1208.26 1110.07 98.2 100 100 5.556 1.042158.3 151.6 1194.47 1036.93 157.5 1208.26 1080.08 128.2 150 150 8.333 1.563211.1 202.1 1194.47 1030.20 164.3 1208.26 1062.18 146.1 200 200 11.111 2.083316.7 303.1 1194.47 1018.64 175.8 1208.26 1039.57 168.7 300 300 16.667 3.125422.2 404.2 1194.47 1009.23 185.2 1208.26 1024.67 183.6 400 400 22.222 4.167470.0 450.0 1194.47 1005.63 188.8 1208.26 1019.42 188.8 445 445 24.711 4.634527.8 505.2 1194.47 1001.58 192.9 1208.26 1013.70 194.6 500 500 27.778 5.208

1055.6 1010.4 1194.47 980.05 214.4 1208.26 985.21 223.1 1000 1000 55.556 10.4171583.3 1515.6 1194.47 972.37 222.1 1208.26 974.91 233.4 1500 1500 83.333 15.6252111.1 2020.8 1194.47 969.62 224.9 1208.26 970.80 237.5 2000 2000 111.11 20.8332638.9 2526.0 1194.47 968.65 225.8 1208.26 969.04 239.2 2500 2500 138.88 26.0423166.7 3031.3 1194.47 968.30 226.2 1208.26 968.20 240.1 3000 3000 166.66 31.250

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

SEM REPOSIÇÃO - SISPRO 111

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

250

20,2

121

,11

101,

0410

5,56

202,

0821

1,11

303,

1331

6,67

404,

1742

2,22

505,

2152

7,78

606,

2563

3,33

707,

2973

8,89

808,

3384

4,44

909,

3895

0

1010

,42

1055

,56

Número de Reprodutores

Rlo

p

RLOP1 RLOP2

N2 = 450

N1 = 470

Figura 4 - Evolução das RLop de MN e IA à medida que aumentam N1 e N2,com igualdade em 470 e 450 reprodutores, respectivamente.

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53

Quadro 13 - Evolução das RLop à medida que evolui o tamanh o do rebanho,com igualdade das RLop em 323 e 309 reprodutores para N1 eN2, respectivamente, com SISPRO caracterizado como de médionível tecnológico (223), pelo critério SEM REPOSIÇÃO

SISPRO 223 - SEM REPOSIÇÃON1 N2 RECEITA1* CUSTO1* RLOP1

*RECEITA2* CUSTO2* RLOP2

*NP1 NP2 NCMN NCIA

21.1 20.2 1441.17 1190.87 250.3 1464.18 1532.31 -68.1 20 20 1.111 0,20831.7 30.3 1441.17 1188.81 252.4 1464.18 1416.18 48.0 30 30 1.667 0,31342.2 40.4 1441.17 1186.79 254.4 1464.18 1357.17 107.0 40 40 2.222 0,41752.8 50.5 1441.17 1184.81 256.4 1464.18 1321.03 143.1 50 50 2.778 0,52163.3 60.6 1441.17 1182.87 258.3 1464.18 1296.35 167.8 60 60 3.333 0,62573.9 70.7 1441.17 1180.96 260.2 1464.18 1278.22 186.0 70 70 3.889 0,72984.4 80.8 1441.17 1179.10 262.1 1464.18 1264.21 200.0 80 80 4.444 0,83395.0 90.9 1441.17 1177.28 263.9 1464.18 1252.94 211.2 90 90 5.000 0,938

105.6 101.0 1441.17 1175.49 265.7 1464.18 1243.62 220.6 100 100 5.556 1.042158.3 151.6 1441.17 1167.09 274.1 1464.18 1212.70 251.5 150 150 8.333 1.563211.1 202.1 1441.17 1159.51 281.7 1464.18 1193.97 270.2 200 200 11.111 2.083316.7 303.1 1441.17 1146.50 294.7 1464.18 1169.91 294.3 300 300 16.667 3.125323.0 309.0 1441.17 1145.80 295.4 1464.18 1168.78 295.4 306 306 17.000 3.186422.2 404.2 1441.17 1135.91 305.3 1464.18 1153.82 310.4 400 400 22.222 4.167527.8 505.2 1441.17 1127.29 313.9 1464.18 1141.89 322.3 500 500 27.778 5.208

1055.6 1010.4 1441.17 1103.07 338.1 1464.18 1110.59 353.6 1000 1000 55.556 10.4171583.3 1515.6 1441.17 1094.42 346.8 1464.18 1099.24 364.9 1500 1500 83.333 15.6252111.1 2020.8 1441.17 1091.33 349.8 1464.18 1094.75 369.4 2000 2000 111.111 20.8332638.9 2526.0 1441.17 1090.23 350.9 1464.18 1092.84 371.3 2500 2500 138.889 26.0423166.7 3031.3 1441.17 1089.83 351.3 1464.18 1091.94 372.2 3000 3000 166.667 31.250

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

SEM REPOSIÇÃO - SISPRO 223

-100

-50

0

50

100

150

200

250

300

350

400

20,2

121

,11

101,

0410

5,56

202,

0821

1,11

303,

1331

6,67

404,

1742

2,22

505,

2152

7,78

606,

2563

3,33

707,

2973

8,89

808,

3384

4,44

909,

3895

0

1010

,42

1055

,56

Número de Reprodutores

Rlo

p

RLOP1 RLOP2

N2= 309

N1 = 323

Figura 5 - Evolução das RLop de MN e IA à medida que aumentam N1 e N2,com igualdade em 323 e 309 reprodutores, respectivamente

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Quadro 14 - Evolução das RLop à medida que evolui o tamanho do rebanho,com igualdade das RLop em 233 e 223 reprodutores para N1 eN2, respectivamente, com SISPRO caracterizado como de altonível tecnológico (336), pelo critério SEM REPOSIÇÃO

SISPRO 336 - SEM REPOSIÇÃO N1 N2 RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2

*NP1 NP2 NCMN NCIA

21.1 20.2 1751.53 1334.31 417.2 1785.03 1677.84 107.2 20 20 1.111 0,20831.7 30.3 1751.53 1331.99 419.5 1785.03 1561.47 223.6 30 30 1.667 0,31342.2 40.4 1751.53 1329.73 421.8 1785.03 1502.23 282.8 40 40 2.222 0,41752.8 50.5 1751.53 1327.51 424.0 1785.03 1465.86 319.2 50 50 2.778 0,52163.3 60.6 1751.53 1325.33 426.2 1785.03 1440.94 344.1 60 60 3.333 0,62573.9 70.7 1751.53 1323.20 428.3 1785.03 1422.59 362.4 70 70 3.889 0,72984.4 80.8 1751.53 1321.12 430.4 1785.03 1408.36 376.7 80 80 4.444 0,83395.0 90.9 1751.53 1319.07 432.5 1785.03 1396.88 388.2 90 90 5.000 0,938

105.6 101.0 1751.53 1317.07 434.5 1785.03 1387.34 397.7 100 100 5.556 1.042158.3 151.6 1751.53 1307.65 443.9 1785.03 1355.43 429.6 150 150 8.333 1.563211.1 202.1 1751.53 1299.16 452.4 1785.03 1335.80 449.2 200 200 11.111 2.083233.0 223.0 1751.53 1295.84 455.7 1785.03 1329.32 455.7 221 221 12.263 2.299316.7 303.1 1751.53 1284.58 467.0 1785.03 1310.18 474.9 300 300 16.667 3.125422.2 404.2 1751.53 1272.72 478.8 1785.03 1292.82 492.2 400 400 22.222 4.167527.8 505.2 1751.53 1263.06 488.5 1785.03 1279.83 505.2 500 500 27.778 5.208

1055.6 1010.4 1751.53 1235.92 515.6 1785.03 1245.53 539.5 1000 1000 55.556 10.4171583.3 1515.6 1751.53 1226.23 525.3 1785.03 1233.05 552.0 1500 1500 83.333 15.6252111.1 2020.8 1751.53 1222.77 528.8 1785.03 1228.14 556.9 2000 2000 111.111 20.8332638.9 2526.0 1751.53 1221.54 530.0 1785.03 1226.07 559.0 2500 2500 138.889 26.0423166.7 3031.3 1751.53 1221.10 530.4 1785.03 1225.11 559.9 3000 3000 166.667 31.250

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

SEM REPOSIÇÃO - SISPRO 336

0

100

200

300

400

500

600

20,2

121

,11

101,

0410

5,56

202,

0821

1,11

303,

1331

6,67

404,

1742

2,22

505,

2152

7,78

606,

2563

3,33

707,

2973

8,89

808,

3384

4,44

909,

3895

0

1010

,42

1055

,56

Número de Reprodutores

Rlo

p

RLOP1 RLOP2

N2 = 223

N1 = 233

Figura 6 - Evolução das RLop de MN e IA à medida que aumentam N1 e N2,com igualdade em 233 e 223 reprodutores, respectivamente.

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No modelo, independente do critério, a receita foi determinada pela

venda de animais terminados, obtidos nos diferentes SISPROs, mediante o

sistema de remuneração por tipificação de carcaças. Embora esse sistema

ainda não seja amplamente usado no País, estima-se que, com cerca de 5 a 6

milhões de suínos abatidos por ano, esse método seja utilizado.

A equação de predição do preço do suíno proposta por GUIDONI et al.

(1996), utilizada no modelo, foi ajustada com base em dados de animais

tipificados em uma única empresa. Apesar da falta de informações sobre esse

método de remuneração no Brasil, os índices e preços praticados nas diversas

agroindústrias possivelmente não diferem muito entre si. Em função das novas

relações de mercado entre produção-processamento-consumo e das

exigências cada vez maiores por produtos de qualidade, tipificar carcaças de

suínos e remunerá-las de acordo com a tipificação tende a ser prática comum

nas agroindústrias nacionais (FÁVERO, 1990; GOMES et al., 1992; ABCS,

1993b; ABCS, 1994a; ABCS, 1994b; IRGANG, 1996).

Os níveis de NASCIDOV para IA, no modelo, apresentaram 0,5 leitão a

menos em relação à MN, entretanto deve-se destacar que alguns resultados

publicados variam algumas vezes em favor da IA e, em outras, da monta

natural.

De maneira geral, os resultados de taxa de parto e do número de leitões

nascidos são dependentes de uma série de fatores, principalmente da

detecção de cio, do processamento do sêmen e do manejo da inseminação

propriamente dito, sendo, portanto, bastante variáveis de granja para granja,

além de que, em grande parte dos estudos que envolvem taxa de parto e, ou,

número de leitões nascidos vivos, observam-se algumas desconsiderações

com relação a freqüência de cobertura, estação do ano, efeito de técnico,

entre outros, comprometendo de forma global os resultados.

No modelo proposto foi usada uma taxa de repetição de inseminação

em torno de 13%, ou seja, 87% de fertilidade, porém deve ser ressaltado que

esse índice não se refere à taxa de parto. Geralmente a taxa de parto é inferior

a taxa de fertilidade, porque em seu cálculo deve-se considerar também o

retorno ao cio após 21 dias, o aborto e a mortalidade de porcas. Porém, optou-

se por usar a taxa de fertilidade, porque o importante é que, potencialmente, a

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IA deve ser considerada com igualdade em relação à MN, em termos de

fertilidade. Assim, o parâmetro considerado no modelo deve servir para ambos

os sistemas e deve-se, também, assumir que, na tomada de decisão, o

produtor deverá ter clareza de que a meta é obter, no mínimo, o mesmo índice

de taxa de parto até então obtido com MN.

WENNING (1989), SALAÜN (1992), MOHR (1995) e FLOWERS

(1995a), ao estudarem os fatores econômicos que envolvem os dois sistemas

de criação (MN e IA), não trabalharam com informações sobre receita da

descendência ao se usar a IA, pois, segundo os autores, seria difícil estimar

esse parâmetro. Entretanto, pelos resultados obtidos com esse modelo

bioeconômico, ficou demonstrada a viabilidade de se implantar a tecnologia da

IA, valendo-se de um modelo de simulação para estimar a RLop que contenha

a função receita e não apenas custo.

A função de Spillman (HOFFMANN e VIEIRA, 1987), após o ajuste

apresentou percentual de redução do custo médio por reprodutor de 9,3%,

com a distribuição se dando da seguinte forma: 1,2%, 2,6%, 3,7%, 4,7% e

5,5% para 100, 200, 300, 400 e 500 reprodutores, respectivamente; e os 3,8%

restantes foram distribuídos de 500 até 3.000 reprodutores. Essa redução

possibilitou uma reprodução do que ocorre com o fenômeno, cujo

comportamento da função custo médio é decrescente até um certo limite e,

após, assume comportamento do tipo assintótico, mas com um valor que ainda

não é conhecido ou divulgado.

Variando, em cada SISPRO, propriedades com plantéis de 18 até 3.000

reprodutores, a partir do ponto de igualdade de RLop da MN e da IA, a RLop

da IA foi sempre maior do que a da MN, caracterizando que a igualdade das

RLop pode ser considerada como o ponto da tomada de decisão para a

transição do uso do SIS de MN para o de IA.

Um fato de extrema relevância constatado foi a falta de trabalhos

específicos sobre economia de escala para uso da IA em sistema interno. A

maioria das publicações que abordaram o assunto limitaram-se a

comparações entre parâmetros reprodutivos da MN e, ou, IA em sistema

aberto, ou simplesmente abordaram as diferenças de custo entre esses

sistemas de criação, o que dificultou a etapa de validação do modelo

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bioeconômico proposto. No Quadro 15 estão compilados dados de autores

que fizeram alguma referência ao tamanho de plantel mínimo, expresso em

número de matrizes, em que a IA em sistema interno tem sido utilizada ou

recomendada.

Quadro 15 - Tamanho mínimo de plantel de matrizes em que a IA em sistemainterno tem sido utilizada ou recomendada

AUTOR (S) TAMANHO DO PLANTELSILVEIRA et al. (1979) 500 MATRIZESPIG INTERNATIONAL (1984) 200-300 MATRIZESBOS (1984) 500 MATRIZESGADD (1989) 240 MATRIZESWENNING (1989) 200 MATRIZESSCHEID (1991) 200-800 MATRIZESSALAÜN (1992) 120 MATRIZESMEINCKE (1993) 300 MATRIZESBACCHIOCCHI (1993) 200 MATRIZESBIEDERMANN e RUPP (1995) 200 MATRIZESGLOSSOP (1995) 400 MATRIZESSEE (1996) 200 e 1000 MATRIZES

Pelos resultados apresentados nos diversos quadros, pode-se inferir

que o modelo gerou resultados compatíveis com os citados na literatura,

referentes à IA em sistema interno. Os tamanhos de plantéis de reprodutores

que igualaram as RLop, nos diferentes SISPROs, oscilaram entre 409 e 450 e

213 e 223, como máximo e mínimo, para os critérios COM REPOSIÇÃO e

SEM REPOSIÇÃO, respectivamente. Portanto, na etapa de validação, o

modelo pode ser considerado validado pelos resultados gerados, em

comparação com os da literatura. Também as respostas do modelo refletiram,

de maneira geral, situações práticas e de ocorrência comum na suinocultura

tecnificada, pois muitos parâmetros foram variados simultaneamente e

geraram grande número de interações dos fatores com seus respectivos

níveis.

Os resultados preditos foram específicos para as informações de

entradas ( inputs) que foram fornecidas no modelo determinístico. Como esse

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modelo é sensível a mudanças nos parâmetros de entrada, a ele se imputa um

comportamento probabilístico ou estocástico, e isso possibilita a

particularização de situações diversas. Em função disso, foi possível a

generalização de interpretações dos resultados a partir dos parâmetros

fornecidos inicialmente no modelo.

Assim, o modelo proposto apresenta inovações no sentido de variar

tamanho de rebanho, igualar as RLop dos dois sistemas e determinar o N em

que ocorre a igualdade econômica entre sistemas de produção. Permite,

ainda, que se particularize uma determinada unidade de produção, mudando

apenas os parâmetros técnicos e econômicos inicialmente propostos, ou seja,

a alteração na matriz de custos, de coeficientes técnicos e de receita permite

transformar esse modelo, adequando-o a qualquer unidade produtiva.

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5. RESUMO E CONCLUSÕES

Desenvolveu-se um modelo bioeconômico pelo programa

computacional em linguagem do pacote estatístico SAS ( Statistical Analysis

System, versão 6.10), com o objetivo de simular diferentes sistemas de

produção (SISPROs) de suínos, comparando-se os sistemas de criação (SIS)

de Monta Natural (MN) e Inseminação Artificial (IA) em sistema interno,

buscando-se determinar qual o tamanho de plantel (N), de reprodutores

suínos, que uma empresa rural já estabelecida na atividade deve ter ao optar

por fazer a transição do SIS de MN para o SIS de IA.

No modelo utilizou-se um modelo fatorial, com três níveis de número de

partos/porca/ano - NPPANO x três níveis de número de leitões

nascidos/vivos/parto - NASCIDOV x seis níveis de porcentagem de carne

magra na carcaça - PCMAGRA, totalizando 54 combinações diferentes de

SISPRO. Os níveis estabelecidos, bem como os coeficientes técnicos usados

no modelo, para estimar custos e receitas, foram obtidos de resultados de

análise ordinária ou tradicional, realizada sobre variáveis caracterizadoras do

sistema de produção de suínos, do Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e

Aves (CNPSA) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA),

em Concórdia, Santa Catarina, de referencial teórico e preços de mercado.

Para os coeficientes técnicos reprodutivos, foram analisados 1.141 partos,

cujas coberturas ocorreram no período entre 11/92 e 12/95, mediante sistema

de cobertura de IA em sistema interno, em um plantel de 220 matrizes.

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Para se obter N, foram igualadas as rendas líquidas operacionais

(RLop1 e RLop2, para MN e IA, respectivamente), dadas em

US$/reprodutor/ano, nos dois SIS. Em cada SISPRO variaram-se plantéis de

18 a 3.000 reprodutores ( porcas+cachaços), por processo numérico com

espaçamento regular de 1,0 unidade, utilizando-se dois critérios para

comparação, COM REPOSIÇÃO e SEM REPOSIÇÃO, com um N e dois Ns.

Nos sistemas COM REPOSIÇÃO, N variou de 409 a 213 reprodutores, para

SISPRO de mais baixo nível tecnológico até o mais alto, respectivamente.

Houve reflexos positivos sobre a RLop2, pela maior receita proporcionada com

o aumento no número de porcas. A diminuição em N foi expressa pela

melhoria de coeficientes técnicos em SISPRO, de modo que, quanto melhor foi

a produtividade, menor foi o N necessário para que a RLop2 se igualasse à

RLop1. Nos sistemas SEM REPOSIÇÃO, N1 variou de 470 a 233 reprodutores

e N2 de 450 a 223, para SISPRO de mais baixo nível tecnológico até o mais

alto, respectivamente. A não-reposição de cachaços por porcas trouxe reflexos

sobre todos os parâmetros envolvidos no modelo, piorando-os em relação ao

COM REPOSIÇÃO. Em todos os SISPROs, SEM REPOSIÇÃO necessitou de

um plantel maior para igualar as RLop, em comparação ao COM REPOSIÇÃO.

O sistema de remuneração por PCMAGRA demonstrou RECEITA crescente à

medida que aumentou a PCMAGRA no SISPRO, sendo sempre maior no

SIS=2 do que em SIS=1, para o mesmo nível de SISPRO, nos dois critérios de

comparação.

As respostas geradas pelo modelo bioecônomico refletiram situações

práticas e de ocorrência comum na suinocultura tecnificada. Embora as

respostas preditas tenham sido específicas para as informações de entradas

(inputs) fornecidas no modelo, a possibilidade de mudanças nos parâmetros

de entrada permite que, ao modelo, se impute um comportamento

probabilístico (ou estocástico), possibilitando a particularização de uma

determinada situação.

O modelo proposto apresenta inovações no sentido da variar tamanho

de rebanho, igualar as RLop dos dois sistemas e determinar o N em que

ocorre a igualdade, que é uma expressão importante para tomada de decisão.

Conclui-se, portanto, que o modelo se aplica ao auxílio do sistema produtivo

sobre a tomada de decisão, com relação à adoção ou não da tecnologia de IA,

em sistemas internos.

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APÊNDICE

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APÊNDICE

Quadro 1A - Tamanho de rebanho (N) em função das rendas líquidasoperacionais (RLop), das receitas, dos custos, do número decachaços (NC) e do número de porcas (NP), na MN e na IA, porSISPRO, pelo critério COM REPOSIÇÃO

COM REPOSIÇÃOSISPRO N RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NCMN NCIA NPMN NPIA

111 409 1194.47 1010.35 184.130 1208.26 1024.13 184.130 21.526 4.216 387.474 404.784112 399 1220.85 1013.83 207.020 1234.36 1027.37 207.000 21.000 4.113 378.000 394.887113 391 1247.22 1017.25 229.980 1260.47 1030.50 229.960 20.579 4.031 370.421 386.969114 383 1273.6 1020.58 253.010 1286.57 1033.53 253.040 20.158 3.948 362.842 379.052115 375 1299.97 1024.02 275.940 1312.67 1036.73 275.940 19.737 3.866 355.263 371.134116 367 1326.34 1027.39 298.950 1338.77 1039.81 298.960 19.316 3.784 347.684 363.216121 317 1320.21 1101.32 218.880 1342.51 1123.63 218.890 16.684 3.268 300.316 313.732122 309 1349.36 1104.83 244.530 1371.52 1127.01 244.510 16.263 3.186 292.737 305.814123 303 1378.51 1108.24 270.270 1400.52 1130.23 270.290 15.947 3.124 287.053 299.876124 297 1407.66 1111.66 296.000 1429.52 1133.48 296.030 15.632 3.062 281.368 293.938125 290 1436.81 1115.10 321.710 1458.52 1136.77 321.750 15.263 2.990 274.737 287.010126 284 1465.96 1118.54 347.420 1487.52 1140.09 347.430 14.947 2.928 269.053 281.072131 260 1445.94 1190.92 255.020 1476.76 1221.70 255.070 13.684 2.680 246.316 257.320132 253 1477.87 1194.47 283.400 1508.67 1225.26 283.410 13.316 2.608 239.684 250.392133 248 1509.79 1197.89 311.900 1540.57 1228.61 311.960 13.053 2.557 234.947 245.443134 242 1541.72 1201.46 340.260 1572.47 1232.26 340.210 12.737 2.495 229.263 239.505135 236 1573.65 1204.91 368.740 1604.37 1235.69 368.690 12.421 2.433 223.579 233.567136 232 1605.57 1208.22 397.350 1636.28 1238.87 397.400 12.211 2.392 219.789 229.608211 387 1248.77 1047.88 200.890 1263.18 1062.32 200.870 20.368 3.990 366.632 383.010212 380 1276.34 1051.24 225.100 1290.47 1065.37 225.100 20.000 3.918 360.000 376.082213 373 1303.91 1054.61 249.300 1317.76 1068.46 249.300 19.632 3.845 353.368 369.155214 365 1331.49 1058,00 273.490 1345.05 1071.57 273.480 19.211 3.763 345.789 361.237215 359 1359.06 1061.35 297.710 1372.34 1074.63 297.710 18.868 3.696 339.632 354.804216 352 1386.63 1064.71 321.920 1399.62 1077.71 321.910 18.526 3.629 333.474 348.371221 302 1380.22 1142.78 237.430 1403.54 1166.10 237.430 15.868 3.108 285.632 298.392222 295 1410.69 1146.29 264.400 1433.86 1169.49 264.370 15.526 3.041 279.474 291.959223 289 1441.17 1149.62 291.540 1464.18 1172.60 291.580 15.211 2.979 273.789 286.021224 283 1471.64 1153.09 318.550 1494.50 1175.95 318.550 14.895 2.918 268.105 280.082225 278 1502.12 1156.45 345.670 1524.82 1179.12 345.700 14.632 2.866 263.368 275.134226 272 1532.59 1159.81 372.780 1555.14 1182.31 372.830 14.316 2.804 257.684 269.196231 247 1511.67 1236.38 275.290 1543.89 1268.60 275.290 13.000 2.546 234.000 244.454232 242 1545.04 1239.84 305.210 1577.24 1272.02 305.220 12.737 2.495 229.263 239.505233 236 1578.42 1243.30 335.120 1610.59 1275.47 335.120 12.421 2.433 223.579 233.567234 231 1611.80 1246.78 365.020 1643.95 1278.96 364.980 12.158 2.381 218.842 228.619235 227 1645.18 1250.12 395.050 1677.30 1282.20 395.100 11.947 2.340 215.053 224.660236 222 1678.55 1253.62 424.930 1710.65 1285.77 424.880 11.684 2.289 210.316 219.711311 369 1303.06 1085.32 217.750 1318.10 1100.35 217.750 19.421 3.804 349.579 365.196312 362 1331.83 1088.73 243.110 1346.58 1103.49 243.090 19.053 3.732 342.947 358.268313 356 1360.61 1092.05 268.560 1375.05 1106.50 268.550 18.737 3.670 337.263 352.330314 349 1389.38 1095.38 294.000 1403.53 1109.53 293.990 18.368 3.598 330.632 345.402315 343 1418.15 1098.72 319.420 1432,00 1112.59 319.410 18.053 3.536 324.947 339.464316 338 1446.92 1102.03 344.895 1460.48 1115.59 344.895 17.763 3.479 319.737 334.021321 287 1440.23 1184.29 255.940 1464.56 1208.65 255.910 15.105 2.959 271.895 284.041322 282 1472.03 1187.66 284.370 1496.20 1211.82 284.380 14.842 2.907 267.158 279.093323 277 1503.83 1191.03 312.800 1527.84 1215.01 312.830 14.579 2.856 262.421 274.144324 271 1535.63 1194.42 341.210 1559.48 1218.22 341.250 14.263 2.794 256.737 268.206325 266 1567.43 1197.81 369.620 1591.11 1221.47 369.650 14.000 2.742 252.000 263.258326 261 1599.23 1201.22 398.010 1622.75 1224.74 398.010 13.737 2.691 247.263 258.309331 235 1577.39 1281.85 295.540 1611.02 1315.54 295.480 12.368 2.423 222.632 232.577332 231 1612.22 1285.20 327.020 1645.82 1318.77 327.050 12.158 2.381 218.842 228.619333 226 1647.05 1288.71 358.330 1680.62 1322.33 358.290 11.895 2.330 214.105 223.670334 222 1681.88 1292.08 389.800 1715.42 1325.62 389.800 11.684 2.289 210.316 219.711335 217 1716.71 1295.46 421.250 1750.23 1328.95 421.280 11.421 2.237 205.579 214.763336 213 1751.53 1298.84 452.700 1785.03 1332.30 452.730 11.211 2.196 201.789 210.804

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.

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Quadro 2A - Tamanho de rebanhos (N1 e N2) em função das rendas líquidasoperacionais (RLop), das receitas, dos custos, do número decachaços (NC) e do número de porcas (NP), na MN e na IA, porSISPRO, pelo critério SEM REPOSIÇÃO

SEM REPOSIÇÃOSISPRO N1 N2 RECEITA1* CUSTO1* RLOP1* RECEITA2* CUSTO2* RLOP2* NCMN NCIA NPMN NPIA

111 470 450 1194,47 1005,63 188.845 1208,26 1019,42 188.845 24.711 4.634 445 445112 458 439 1220,85 1009,13 211.720 1234,36 1022,64 211.720 24.105 4.526 434 434113 448 428 1247,22 1012,62 234.610 1260,47 1025,84 234.620 23.579 4.412 424 424114 437 418 1273,60 1016,12 257.480 1286,57 1029,09 257.480 23.000 4.309 414 414115 427 409 1299,97 1019,61 280.365 1312,67 1032,31 280.365 22.474 4.211 405 404116 418 400 1326,34 1023,07 303.275 1338,77 1035,50 303.275 21.974 4.119 396 395121 356 341 1320,21 1097,31 222.890 1342,51 1119,63 222.880 18.737 3.515 337 337122 347 332 1349,36 1100,86 248.500 1371,52 1123,01 248.500 18.263 3.423 329 329123 339 324 1378,51 1104,43 274.080 1400,52 1126,43 274.080 17.842 3.340 321 321124 330 316 1407,66 1108,01 299.650 1429,52 1129,90 299.620 17.368 3.258 313 313125 323 309 1436,81 1111,50 325.310 1458,52 1133,23 325.290 17.000 3.186 306 306126 316 302 1465,96 1115,01 350.950 1487,52 1136,59 350.930 16.632 3.113 299 299131 287 275 1445,94 1187,50 258.450 1476,76 1218,32 258.450 15.105 2.835 272 272132 280 268 1477,87 1191,12 286.750 1508,67 1221,94 286.720 14.737 2.763 265 265133 273 262 1509,79 1194,64 315.160 1540,57 1225,39 315.180 14.368 2.701 259 259134 267 256 1541,72 1198,16 343.560 1572,47 1228,87 343.600 14.053 2.639 253 253135 261 250 1573,65 1201,70 371.940 1604,37 1232,40 371.970 13.737 2.577 247 247136 254 244 1605,57 1205,26 400.320 1636,28 1235,97 400.300 13.368 2.515 241 241211 444 425 1248.77 1043.08 205.690 1263.18 1057.50 205.680 23.368 4.381 421 421212 435 416 1276.34 1046.53 229.810 1290.47 1060.65 229.820 22.895 4.289 412 412213 425 407 1303.91 1050.00 253.910 1317.76 1063.84 253.920 22.368 4.196 403 403214 416 398 1331.49 1053.49 278.000 1345.05 1067.06 277.990 21.895 4.103 394 394215 407 390 1359.06 1056.90 302.160 1372.34 1070.18 302.160 21.421 4.021 386 386216 399 382 1386.63 1060.33 326.300 1399.62 1073.32 326.300 21.000 3.938 378 378221 338 323 1380.22 1138.78 241.430 1403.54 1162.11 241.430 17.789 3.330 320 320222 330 316 1410.69 1142.28 268.410 1433.86 1165.43 268.430 17.368 3.258 313 313223 323 309 1441.17 1145.80 295.370 1464.18 1168.78 295.400 17.000 3.186 306 306224 316 302 1471.64 1149.33 322.320 1494.50 1172.17 322.330 16.632 3.113 299 299225 308 295 1502.12 1152.87 349.240 1524.82 1175.60 349.220 16.211 3.041 292 292226 302 289 1532.59 1156.31 376.280 1555.14 1178.86 376.270 15.895 2.979 286 286231 273 262 1511.67 1232.88 278.790 1543.89 1265.06 278.830 14.368 2.701 259 259232 267 256 1545.04 1236.50 308.550 1577.24 1268.70 308.550 14.026 2.634 252 253233 261 250 1578.42 1239.99 338.430 1610.59 1272.13 338.470 13.737 2.577 247 247234 254 244 1611.80 1243.57 368.220 1643.95 1275.73 368.220 13.368 2.515 241 241235 249 238 1645.18 1247.02 398.150 1677.30 1279.11 398.190 13.105 2.454 236 236236 244 233 1678.55 1250.48 428.070 1710.65 1282.53 428.120 12.842 2.402 231 231311 422 404 1303.06 1080.54 222.520 1318.10 1095.58 222.530 22.211 4.165 400 400312 414 396 1331.83 1083.96 247.870 1346.58 1098.70 247.880 21.789 4.082 392 392313 405 388 1360.61 1087.40 273.210 1375.05 1101.84 273.210 21.316 4.000 384 384314 397 380 1389.38 1090.85 298.520 1403.53 1105.02 298.510 20.895 3.918 376 376315 390 373 1418.15 1094.23 323.920 1432.00 1108.08 323.920 20.526 3.845 369 369316 382 366 1446.92 1097.61 349.310 1460.48 1111.17 349.310 20.105 3.773 362 362321 322 308 1440.23 1180.21 260.020 1464.56 1204.52 260.040 16.947 3.175 305 305322 315 301 1472.03 1183.77 288.260 1496.20 1207.94 288.260 16.579 3.103 298 298323 308 295 1503.83 1187.22 316.610 1527.84 1211.20 316.640 16.211 3.041 292 292324 301 288 1535.63 1190.80 344.820 1559.48 1214.69 344.780 15.842 2.969 285 285325 296 283 1567.43 1194.15 373.270 1591.11 1217.81 373.300 15.579 2.918 280 280326 289 277 1599.23 1197.64 401.580 1622.75 1221.17 401.590 15.211 2.856 274 274331 260 249 1577.39 1278.43 298.960 1611.02 1312.11 298.910 13.684 2.567 246 246332 254 244 612.22 1281.89 330.330 1645.82 1315.48 330.340 13.368 2.515 241 241333 249 238 1647.05 1285.36 361.680 1680.62 1318.89 361.740 13.105 2.454 236 236334 243 232 1681.88 1289.00 392.880 1715.42 1322.60 392.820 12.789 2.392 230 230335 239 228 1716.71 1292.34 424.360 1750.23 1325.81 424.420 12.579 2.351 226 226336 233 223 1751.53 1295.84 455.690 1785.03 1329.32 455.700 12.263 2.299 221 221

* Valores expressos em US$ comercial praticado em 30/06/96.