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Modelo de Arquitetura em Camadas para Interconexão de Sistemas em VANT Emerson Alberto Marconato e Kalinka R. L. J. Castelo Branco ICMC USP Instituto de Ciências Matemática e de Computação Universidade de São Paulo Avenida Trabalhador São-carlense, 400 - Centro CEP: 13566-590 - São Carlos - SP - Brasil {emerson, kalinka} @icmc.usp.br Resumo Modelos de arquitetura têm sido utilizado para permitir o desenvolvimento mais adequado e estruturado de sistemas, desde os mais simples até os mais complexos. A utilização de modelos em sistemas embarcados, principalmente quando se trata de sistemas embarcados críticos, como é o caso de veículos aéreos não tripulados, visam a permitir conformidades de padrões, redução no tempo de produção, redução e facilidade no processo de manutenção e desenvolvimento. Sistemas embarcados críticos possuem requisitos específicos, tais como alta confiabilidade e resposta em tempo real, segurança e desempenho. A definição de um modelo arquitetural que permita que esses quesitos sejam levados em consideração, e que propicie o atendimento aos padrões além de permitir o desenvolvimento correto e acelerado é inovador e deve permitir que a comunidade científica e a industria venham a ter benefícios com a sua concepção. Nesse sentido, este trabalho visa o desenvolvimento de um modelo arquitetural para a interconexão de sistemas de veículos aéreos não tripulados (VANTs). 1. INTRODUÇÃO Os avanços tecnológicos e científicos vêm proporcionando diversas mudanças nos mais variados setores da indústria, comércio e serviços. Sistemas embarcados são sistemas computacionais que, de modo geral, fazem parte de um sistema maior. Esses sistemas proveem, em sua maioria, monitoramento e controle em tempo real para todo o sistema. A apresentação de requisitos especiais e o fornecimento de um conjunto pré-definido de tarefas dedicadas a uma aplicação de tempo real são características dos sistemas embarcados (LAZIC´; VELAŠEVIC´, 2004). Esses sistemas são considerados críticos quando eventos de falha possibilitam perdas de vidas humanas ou de ativos de alto valor (DUNN, 2003)(ARMOUSH; BECKSCHULZE; KOWALEWSKI, 2009) (KUMAR; RAMAIAH; KHANAA, 2011)(YI; CAI; YUE, 2008). Tanto em hardware quanto em software os sistemas embarcados têm se tornado cada vez mais complexos. Sistemas multicore e multiprocessadores estão se tornando comuns, o que tem aumentado ainda mais a complexidade do software (KOULOHERIS, 2003). Por outro lado, eles estão se tornando mais e mais comuns de modo que podem ser vistos tanto em ambientes domésticos como em ambientes profissionais, nos quais têm sido utilizados para Anais do II Workshop de Comunicação em Sistemas Embarcados Críticos - WoCCES 2014 41

Modelo de Arquitetura em Camadas para Interconexão de ...sbrc2014.ufsc.br/anais/files/wocces/ST2-1.pdf · ... como é o caso de veículos ... 2007) baseia-se em uma arquitetura de

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Modelo de Arquitetura em Camadas para

Interconexão de Sistemas em VANT

Emerson Alberto Marconato e Kalinka R. L. J. Castelo Branco

ICMC – USP – Instituto de Ciências Matemática e de Computação – Universidade de São

Paulo

Avenida Trabalhador São-carlense, 400 - Centro CEP: 13566-590 - São Carlos - SP - Brasil

{emerson, kalinka} @icmc.usp.br

Resumo

Modelos de arquitetura têm sido utilizado para permitir o desenvolvimento mais

adequado e estruturado de sistemas, desde os mais simples até os mais complexos. A

utilização de modelos em sistemas embarcados, principalmente quando se trata de sistemas

embarcados críticos, como é o caso de veículos aéreos não tripulados, visam a permitir

conformidades de padrões, redução no tempo de produção, redução e facilidade no

processo de manutenção e desenvolvimento. Sistemas embarcados críticos possuem

requisitos específicos, tais como alta confiabilidade e resposta em tempo real, segurança e

desempenho. A definição de um modelo arquitetural que permita que esses quesitos sejam

levados em consideração, e que propicie o atendimento aos padrões além de permitir o

desenvolvimento correto e acelerado é inovador e deve permitir que a comunidade

científica e a industria venham a ter benefícios com a sua concepção. Nesse sentido, este

trabalho visa o desenvolvimento de um modelo arquitetural para a interconexão de sistemas

de veículos aéreos não tripulados (VANTs).

1. INTRODUÇÃO

Os avanços tecnológicos e científicos vêm proporcionando diversas mudanças nos mais

variados setores da indústria, comércio e serviços. Sistemas embarcados são sistemas

computacionais que, de modo geral, fazem parte de um sistema maior. Esses sistemas

proveem, em sua maioria, monitoramento e controle em tempo real para todo o sistema. A

apresentação de requisitos especiais e o fornecimento de um conjunto pré-definido de

tarefas dedicadas a uma aplicação de tempo real são características dos sistemas

embarcados (LAZIC´; VELAŠEVIC´, 2004). Esses sistemas são considerados críticos

quando eventos de falha possibilitam perdas de vidas humanas ou de ativos de alto valor

(DUNN, 2003)(ARMOUSH; BECKSCHULZE; KOWALEWSKI, 2009) (KUMAR;

RAMAIAH; KHANAA, 2011)(YI; CAI; YUE, 2008).

Tanto em hardware quanto em software os sistemas embarcados têm se tornado cada vez

mais complexos. Sistemas multicore e multiprocessadores estão se tornando comuns, o que

tem aumentado ainda mais a complexidade do software (KOULOHERIS, 2003). Por outro

lado, eles estão se tornando mais e mais comuns de modo que podem ser vistos tanto em

ambientes domésticos como em ambientes profissionais, nos quais têm sido utilizados para

Anais do II Workshop de Comunicação em Sistemas Embarcados Críticos - WoCCES 2014

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o controle ou gerenciamento de informação. Graças aos avanços da tecnologia esses

sistemas contam hoje com maior capacidade de processamento, memória e adaptação a

diferentes necessidades, podendo inclusive se comunicar com qualquer outro dispositivo,

embarcado ou não.

Um VANT constitui uma aplicação típica de um sistema embarcado crítico. O termo

VANT foi adotado pela FAA (Federal Aviation Administration) e pela comunidade

acadêmica internacional para designar sistemas que incluem não apenas os aviões, mas

todos os elementos associados, tais como o payload, a estação de controle terrestre e os

links de comunicação (GAO, 2008). VANTs têm sido amplamente utilizados na agricultura

de precisão, segurança nacional (missões militares) e monitoramento ambiental. Diversos

trabalhos já foram publicados nessa área, demonstrando a viabilidade do uso desses

veículos como ferramentas importantes para realização da agricultura de precisão e no

monitoramento ambiental (TRINDADE JR, et al., 2010), (BRANCO, et al., 2011),

(TRINDADE, et al., 2012) por exemplo.

Existem diferentes tipos de VANTs que apresentam, inclusive, diferentes capacidades.

Algumas aeronaves podem voar de forma autônoma, seguindo uma trajetória de voo pré-

programada (baseada em um grid ou uma sequência de waypoints) (TRINDADE JR, et al.,

2010), enquanto outras voam recebendo comandos a partir de estações terrestres operadas

por pilotos.

O tamanho da aeronave pode variar desde o micro até o grande, e a estação de controle

terrestre pode ser implementada em smartphones, tablets, notebooks ou redes de estações

de trabalho (estações de controle distribuídas).

Desse modo, a aeronave pode variar não apenas em tamanho, mas também na forma, no

tipo de propulsão e no desempenho. A interface homem-máquina pode variar desde um

joystick até uma interface de usuário tangível (por exemplo, uma mesa tangível com

realidade aumentada). O desempenho dos links de comunicação e o tipo de carga também

são muito importantes para cumprir a missão destinada ao sistema, dentre as quais pode-se

citar, dentre outras, a utilização em agricultura de precisão, vigilância de fronteiras e o

transporte de cargas (RODRIGUES, et al., 2011a),(BRANCO, 2012),(DOD, 2002), (DOD,

2005), (DOD, 2007) e (DOD, 2009).

Em um futuro um pouco mais distante espera-se que as únicas aeronaves tripuladas que

deverão permanecer atuantes são as que transportam passageiros, a exemplo do que ocorre

em outros sistemas de transporte, por exemplo, o metroviário no qual o condutor precisa

atuar somente em emergências.

Esse uso crescente dos VANTs deve fazer com que eles se tornem comuns, passando a

ser comercializados de forma mais ampla. Nesse cenário, arquiteturas que permitam a

organização e a definição mais específica dos componentes que compõem esses sistemas

embarcados (os VANTs), facilitarão o desenvolvimento de hardware e software que os

compõem, permitindo que esses veículos possam ser inseridos e incorporados mais

facilmente ao espaço aéreo e contribuindo para a sua disseminação.

Uma vez que os componentes de um VANT podem ser divididos em segmento aéreo e

segmento terrestre, e que cada um desses segmentos pode ser subdividido, a subdivisão

desses segmentos em camadas permite que o sistema seja dividido em subsistemas que

Anais do II Workshop de Comunicação em Sistemas Embarcados Críticos - WoCCES 2014

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possam ter implementações diferentes e ajuda a separar em diversos níveis de criticidade as

partes que compõem um sistema complexo.

Visando o desenvolvimento de um modelo que atenda essas características, propomos o

LARISSA (Layered Architecture Model for Interconnection of Systems in UAV ) que o

título em Inglês para Modelo de Arquitetura em Camadas para Interconexão de Sistemas

em VANT.

Dessa forma, esse artigo está organizado como segue: a seção 2 apresenta os requisitos

do modelo de arquitetura para VANTs, a seção 3 descreve os principais trabalhos

relacionados, a seção 4 detalha o modelo proposto e a seção 5 discute sobre os benefícios

do LARISSA.

2. REQUISITOS DO MODELO DE ARQUITETURA

Um modelo constitui uma representação de abstrações, a partir das quais podem-se

avaliar, de forma racional, as propriedades de instâncias deste modelo. Qualquer modelo

deve permitir descrever o conjunto de todas as instâncias possíveis do conceito previamente

modelado.

Um modelo de referência, por outro lado, não está diretamente amarrado a nenhum

padrão, tecnologia ou outro detalhe de implementação concreta. Ele procura oferecer uma

semântica comum que pode ser usada de forma não ambígua através e entre

implementações diferentes. Nesse sentido, um modelo de referência tem a intenção de

oferecer um alto nível de artefatos comuns.

Na literatura, os termos modelo arquitetural, arquiteturas, arquiteturas de referência e

modelos de referência, são tratados como sinônimos, apesar de terem significados distintos,

mesmo que em alguns casos essa diferença seja sutil.

Arquitetura, por si só, é uma estrutura que identifica, define e organiza componentes. O

relacionamento e os princípios de projeto dos componentes, funções e interface

estabelecidas entre subsistemas também podem ser definidos por uma arquitetura (GRANT,

2005).

Por outro lado, um modelo de referência para uma arquitetura é uma arquitetura na qual

as entidades, relacionamentos e unidades de informação envolvidos nas interações entre e

dentro dos subsistemas e componentes são definidos e modelados. Em resumo, é um

modelo que incorpora o objetivo básico ou a ideia do sistema e pode ser considerado como

uma referência para várias finalidades (JUN, et al., 2009) e (REGLI, et al., 2009). O termo

modelo de arquitetura utilizado neste trabalho reflete exatamente essa última afirmação:

incorporar o objetivo básico e as ideias do sistema.

O uso crescente dos VANTs deve fazer com que eles se tornem cada vez mais comuns.

Neste cenário, as técnicas propostas neste trabalho facilitarão o desenvolvimento de

aplicações automatizadas de VANTs, permitindo a massificação de missões, e ainda, que

esses veículos possam ser inseridos e incorporados mais facilmente ao espaço aéreo,

contribuindo para a sua disseminação.

Anais do II Workshop de Comunicação em Sistemas Embarcados Críticos - WoCCES 2014

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3. TRABALHOS RELACIONADOS

É imprescindível observar o estado da arte dos VANTs em relação aos modelos

arquiteturais, arquiteturas e suas variantes adotadas. Sendo assim, seguem os que se

destacaram durante a revisão bibliográfica devido tanto às semelhanças com o modelo

proposto quanto ao fato de abordarem tópicos relevantes para o trabalho.

A. Arquiteturas Tradicionais (Federadas)

O NIST (National Institute of Standards and Technologies) provê um modelo de

referência para VANTs (NIST, 2002). Este modelo de arquitetura é conhecido como

modelo convencional ou Federado, onde cada unidade de processamento tem seu projeto e

finalidade de uso específicos ou seja não compartilhados. Os trabalhos que seguem,

utilizam esta abordagem.

1. O Trabalho de Pastor, Lopez e Royo

O trabalho proposto em (PASTOR; LOPEZ; ROYO, 2007) baseia-se em uma arquitetura

de hardware e software desenhada para operar o controlador de missão e payload de

mini/micro VANTs. Segundo os autores a inovação da proposta está no uso de uma

arquitetura de hardware distribuída facilmente escalável pelo uso de LAN, arquitetura de

software baseada em subscrição de serviços, abstração da camada de comunicação e fluxo

de execução baseado no planejamento de missão. Segundo os autores, o alto nível de

modularidade oferecido por uma LAN provê flexibilidade para acoplar o tipo de

microprocessador mais adequado ao uso do módulo, atendendo seus requisitos funcionais.

2. MCAP

Em (OLSON; BURNS, 2005) é proposto um modelo de arquitetura. Trata-se da fase III

do projeto denominado MCAP (Manned / Unmanned Common Architecture Program),

utilizado pelo Exército norte-americano para uso em VANTs dos tipos FCS (Future

Combat Systems - Sistemas de Combate do Futuro) e C4ISR (Command, Control,

Communications, Computers, Intelligence, Surveillance and Reconnaissance - Comando,

Controle, Comunicações, Computadores, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento).

A arquitetura MCAP, fase III, é baseada em componentes eletrônicos e software de

prateleira - COTS e interfaces de padrões abertos. Os objetivos do desenvolvimento do

modelo foi o de definir e desenvolver uma arquitetura capaz de suportar uma série de

plataformas de VANTs do Exército norte-americano demonstrando o desempenho do

sistema resultante em ambiente de laboratório.

3. RFCSA

Em (DENG; MA; ZHU, 2012) os autores propõem um projeto denominado

Reconfigurable Flight Control System Architecture (RFCSA) ou arquitetura reconfigurável

para sistemas de controle de voo. O desenvolvimento do projeto foi realizado seguindo os

seguinte pré-requisitos: Interface entre módulos simples e unificada - O módulo funcional

deve ser fácil de ser adicionado, removido ou substituído para aplicações específicas;

Projeto fácil para aplicações de alto nível - Baixo nível de necessidade de implementar

detalhes permite que o usuário desenvolva aplicações de alto nível facilmente; Reutilização

de Hardware e Software - O hardware e software desenvolvidos para uma aplicação podem

ser portados para outra sem necessidade de grandes modificações; Baixo custo - O produto

Anais do II Workshop de Comunicação em Sistemas Embarcados Críticos - WoCCES 2014

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deve ser barato, expandindo o mercado de pequenos VANTs; Confiável - O hardware e

software devem ser de fáceis desenvolvimento e verificação.

A RFCSA consiste de uma série de módulos que atendem aos cinco requisitos citados

anteriormente. Todos os módulos são lógicos e físicos conectados via interface de módulos.

A interface de módulo é unificada.

4. LMA

O projeto apresentado por (NETO, et al., 2012) trata de uma arquitetura embarcada

modular, composta de três níveis: sistemas embarcados, link de comunicação e sistema de

navegação inercial.

O propósito do projeto é projetar e construir uma plataforma de VANT para

desenvolvimento e pesquisa de comportamento autônomo. A arquitetura proposta é

constituída por componentes eletrônicos embarcados modulares e protocolos de

comunicação baseados no modelo OSI. Esta arquitetura modular consiste de um circuito

principal com um microcontrolador/processador e uma série de módulos necessários para a

realização das tarefas, tais como: Unidade inercial e não inercial, unidade de auxílio à

navegação, acelerômetros, magnetômetro, barômetro, GPS, unidade de controle do motor e

outros.

B. Arquitetura IMA

Cabe destaque em detrimento aos outros modelos e arquiteturas, a IMA (Integrated

Modular Avionics), devido esta constituir uma arquitetura utilizada em novos projetos de

aeronaves convencionais e também em projetos de VANTs.

Prisaznuk (PRISAZNUK, 1992) propôs a IMA, um modelo integrado de aviônicos

proposta inicialmente para ser utilizada na aviação comercial e militar. Ela é definida em

torno do conceito de módulos de alto poder de processamento computacional com sistema

operacional que permite processamento independente do processamento do software

aplicativo. Os módulos de hardware compartilham recursos e são alocados em gabinetes, os

quais possuem interfaces bem definidas com a aeronave.

Uma vantagem da IMA em relação a federada é a economia de espaço, peso e consumo

de energia ou SWaP (Space, Weight, and Power), devido ao fato de uma única unidade

executar várias funções. Outra vantagem é a consolidação do hardware, pois tem-se vários

aplicativos sendo executados em menos processadores (WIND RIVER INC, 2008).

Recentemente, a arquitetura IMA vem sendo aplicada na concepção de VANT. Isso

pode ser observado a partir dos trabalhos encontrados na literatura aberta.

1. O Trabalho de Ilarslan,Bayrakceken and Arisoy

O projeto proposto por (ILARSLAN; BAYRAKCEKEN; ARISOY, 2011) baseia-se no

desenvolvimento de um sistema aviônico para um mini VTOL (Vertical Take-Off and

Landing - decolagem e pouso vertical) de propósitos acadêmicos para estudo da dinâmica

de voo, utilizando uma arquitetura derivada da IMA.

A construção de um mini VANT é possível, segundo os autores, devido ao surgimento

de novas tecnologias como os motores elétricos do tipo brushless (ausência de sistema de

escovas para alimentação elétrica do induzido) e as baterias de Li-Po (Lithium Polymer)

Anais do II Workshop de Comunicação em Sistemas Embarcados Críticos - WoCCES 2014

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que são mais leves se comparadas às baterias de chumbo-ácido ou níquel-metal, mais

comuns de serem encontradas. Os objetivos do projeto são rever os conceitos da arquitetura

de sistemas aviônicos e desenvolver algoritmos de controle de voo. Os autores entendem

que além do conceitos básicos da IMA, são ainda pré-requisitos desta arquitetura a

aplicação de padrões abertos e uso de módulos comuns hardware e software, desde o

barramento de dados até linguagem de software, o uso de equipamento de prateleira -

Commercial-of-the-shelf (COTS) em todos os níveis, o uso de Sistemas Operacionais de

Tempo Real - Real Time Operating Systems (RTOS) comercialmente disponíveis que

suportem proteção (DO-178C), segurança (MILS - Multiple Independent Levels of

Security/Safety ) e padrões de particionamento (ARINC-653) e o desenvolvimento de

softwares que atendam os padrões exigidos.

2. ANKA

Outro projeto que faz uso da arquitetura IMA é o da estação de controle terrestre

utilizado no Sistemas de VANTs da força área da Turquia, conhecido como programa

ANKA (KAYAYURT, et al., 2011). Este trata-se da estação de controle terrestre utilizada

em conjunto com um VANT da categoria MALE (Medium Altitude Long Endurance -

Altitude média e longa duração) que voa a 30.000 pés de altitude - cerca de 9.144m e um

raio de alcance de 200 Km. A estação de controle terrestre utiliza dois tipos de softwares,

os de tempo real, responsáveis pelo controle de voo, telemetria e interface homem-

máquina, que são desenvolvidos em linguagem ANSI C e são executados em dois

computadores PowerPC, trabalhando em sistema de redundância tipo Mestre/Escravo e os

de não tempo real, responsáveis pela gravação da telemetria e imagens, teste de pré-voo e

outra funcionalidades, que são desenvolvidos com metodologia orientada a objetos e

linguagem C# e .Net.

O desenvolvimento de ambos os tipo de software seguem alguns padrões:

- Uso da arquitetura geral e mensagem de interfaces para estações de controle terrestre,

especificados no documento OTAN STANAG 4586 (NATO/OTAN, 2007);

- Guia para desenvolvimento de softwares críticos para aviônicos, que define processos,

objetivos e atividades para cada nível de criticidade, padronizados pelo DO-178B emitido

pela RTCA (Radio Technical Commission for Aeronautics) (PANICKER, 2001);

- Desenvolvimento de software com particionamento de tempo e espaço, utilizando os

padrões IMA e ARINC-653.

Segundo os autores, o uso da IMA no projeto de software de tempo real empregado na

estação de controle terrestre auxiliou na modularização, proteção e divisão de tempo nos

componentes do software. A utilização deste modelo permitiu um desenvolvimento no qual

cada desenvolvedor era responsável por um módulo e um deles foi responsável pela

integração destes, o que facilitou o desenvolvimento e verificação do produto final.

3. Linux-based ARINC 653

O trabalho apresentado em (JIN, et al., 2012) os autores optaram pela IMA como

alternativa à arquitetura Federada devido ao crescente uso de recursos computacionais nos

aviônicos estarem gerando problemas de SWaP (Size, Weight, and Power - Tamanho, Peso

e Energia).

Anais do II Workshop de Comunicação em Sistemas Embarcados Críticos - WoCCES 2014

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Os autores entendem que o uso dos conceitos da IMA são aplicáveis na construção de

um pequeno VANT de baixo custo, permitindo fácil desenvolvimento e extensão, e que

permite também a utilização de hardware de prateleira - COTS e software livre que

implemente a ARINC 653, que era objetivo proposto no projeto.

Esta seção apresentou os conceitos e definições de arquiteturas, modelos, modelos de

referência. Vários foram os trabalhos apresentados que auxiliam na definição das razões

para a construção de um novo modelo arquitetural para interconexão de sistemas para

veículos aéreos não tripulados.

Ademais, os artigos relacionados a VANTs encontrados na literatura apresentam

VANTs implementados usando abordagens tradicionais (VALAVANIS, 2007), (DOD,

2002), (DOD, 2005), (DOD, 2007) e (DOD, 2009). Por outro lado, Existem roadmaps que

ilustram os avanços esperados para os VANTs, publicados periodicamente por

organizações militares, como a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF, 2009) e, nesses,

citam-se que para o futuro deve-se adotar uma arquitetura aberta, padronizada e escalável

que permitirá a adição rápida de funcionalidades modulares.

Mesmo existindo vários modelos e arquiteturas na literatura aberta, nenhum dos modelos

apresentados contempla todos os requisitos necessários para a confecção de um VANT que

não seja específico. Um resumo dos requisitos atendidos por cada um dos trabalhos é

apresentado na Tabela 1. Tabela 1

Comparativo entre os principais trabalhos encontrados na literatura aberta e o LARISSA.

Camada / Projeto

MC

AP

Tra

bal

ho

de P

asto

r,

Lo

pez

e R

oy

o

RF

CS

A

LM

A

Tra

bal

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Ila

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riso

y

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ux

-bas

ed

AR

INC

65

3

LA

RIS

SA

Física do segmento aéreo - parcial parcial parcial √ - - √

RTOS distribuída parcial √ parcial parcial parcial - parcial √

Abstração do sistema - - - √ - - - √

Monitoramento e controle parcial - parcial parcial parcial - √ √

Navegação e serviços parcial √ parcial √ √ parcial parcial √

Missão √ √ parcial √ √ - √ √

Física do segmento terrestre - - - parcial - √ - √

Estação de controle terrestre - parcial - parcial √ √ parcial √

Anais do II Workshop de Comunicação em Sistemas Embarcados Críticos - WoCCES 2014

47

A proposta aqui apresentada difere das demais revistas, pois trata a arquitetura em um

nível de abstração mais alto. Nenhuma delas estabelece ou especifica o nível de arquitetura

aqui vislumbrado, sendo as referências sobre modelos de arquitetura em camadas para

interconexão de sistemas em VANT quase inexistentes.

4. LARISSA: LAYERED ARCHITECTURE MODEL FOR INTERCONNECTION OF

SYSTEMS IN UAV

Neste modelo, os componentes de um VANT podem ser divididos em um segmento

aéreo e um segmento terrestre. O segmento aéreo é hierarquicamente composto pela (i)

camada física, (ii) camada RTOS (Real Time Operating System) distribuída, (iii) camada de

abstração do sistema, (iv) camada de monitoramento e controle, (v) camada de navegação e

serviços e (vi) camada de missão. O segmento terrestre é dividido em (i) uma camada física

e (ii) uma camada de estação de controle terrestre.

A separação em camadas permite que o sistema seja dividido em subsistemas que podem

ter implementações diferentes e auxilia a separação das partes que compõem um sistema

embarcado crítico complexo em diferentes níveis de criticidade. Dessa forma, as vantagens

proporcionadas pela arquitetura orientada a serviços podem ser aplicadas nas seções de

baixa criticidade, tornando o desenvolvimento dessas seções mais simples e flexível.

Dentre as vantagens proporcionadas, pode-se citar: configuração separada do ambiente,

melhoria da reusabilidade e manutenção, maior nível de abstração e de interoperabilidade,

interfaces mais interativas entre dispositivos, certificação dos componentes e sistemas de

informação, além da facilidade na utilização de serviços fornecidos por servidores externos

ao sistema.

Além das camadas e subcamadas, o modelo ora proposto irá definir os limites de cada

camada, delimitando até que ponto uma camada atua na arquitetura. Definir a função de

cada camada, ou seja, o que cada camada realiza, utilizando protocolos padronizados e

definir serviços tais como SOA e parâmetros para uso das especificações dos protocolos e

troca de informações entre as camadas.

Estas camadas podem ser representadas por meio de modelos, os quais tem o propósito

de servirem de guias para elaboração dos sistemas VANTs, especificando como será a

interligação entres os diversos componentes tais como sensores, circuitos de controle, GPS,

payload, sensores, comunicação com a estação de controle terrestre, dentre outros.

Na Tecnologia da Informação, uma arquitetura em camadas é utilizada para definir as

responsabilidades específicas de cada camada e a interligação entre elas. Baseadas em um

modelo de arquitetura, o fabricante de hardware ou o projetista de software podem

desenvolver seus produtos sabendo exatamente em que camada ele irá interagir no VANT,

quais são os parâmetros de entrada e saída ou qual o tipo de conexão deve ser utilizada.

A Figura 1 ilustra o modelo de arquitetura proposto de forma hierárquica.

Anais do II Workshop de Comunicação em Sistemas Embarcados Críticos - WoCCES 2014

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Figura 1: O modelo proposto: LARISSA.

Como são camadas hierarquicamente composta, cada camada é composta por subníveis,

os quais descrevemos resumidamente:

A. Camada Física

A camada Física do segmento Aéreo é a camada de hardware da aeronave que pode ser

decomposta nas subcamadas de Estrutura, Aviônicos, Energia e Sistemas Auxiliares. Sendo

que cada subnível pode ser subdivido em subníveis mais específicos. A subcamada de

Anais do II Workshop de Comunicação em Sistemas Embarcados Críticos - WoCCES 2014

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Estrutura representa as categorias de aeronaves utilizadas como VANT segundo suas

características aerodinâmicas. Os sistemas eletrônicos da aeronave, são descritos na

subcamada de Aviônicos, sendo esta composta por uma série de subcamadas. Os sistemas

de fornecimento de energia para o VANT, assim como os sistemas propulsão são tratados

pela subcamada de Energia. Por fim a camada Física conta com uma subcamada de

Sistemas Auxiliares. Esta subcamada divide-se em Mecanismos de Pouso e Mecanismos de

Decolagem.

B. Camada RTOS Distribuído

A camada de RTOS Distribuído, descreve um conjunto de APIs utilizados pelo sistema

operacional de tempo real embarcado na aeronave, sejam estes utilizado como entrada para

o RTOS ou uma saída deste. Na subcamada de Driver estão contidas as APIs de Drivers de

Hardware exceto os de Rede e por sua vez a Subcamada de Rede possui suas APIs.

C. Camada de Abstração do Sistema

É função da camada de abstração do sistema, definir um conjunto de hardware para uso

nas camadas superiores. A subcamada IPC (Inter-Process Communication) é responsável

pela abstração da comunicação entre os processos e a subcamada de E/S pela abstração de

funcionamento dos dispositivos de entrada e saída.

D. Camada de Monitoramento e Controle

A camada de Monitoramento e Controle, é responsável pelo monitoramento das ações da

aeronave bem como de seu controle. Ela está dividida nas subcamadas de Controle de Voo,

Subcamada de Tratamento de Emergência, subcamada de Tratamento de Redundância,

subcamada de Ciência de Aeronavegabilidade e subcamada de Gerenciamento de Energia.

A subcamada de Controle de Voo responde pelos Comando Básico que estão sendo

executado pela aeronave, a Decolagem Automática e também o Pouso Automático. Já a

subcamada de Tratamento de Emergência responde pelos eventos que não estão planejados,

como por exemplo um consumo de bateria além do estimado, inviabilizando o termino da

missão.

E. Camada de Navegação e Serviços

A camada Navegação e Serviços, é responsável pela navegação da aeronave, emitindo

sinais para que esta realize a trajetória necessária para cumprir a missão. É composta pelas

subcamadas de Coordenação de Tráfego Aéreo, de Controle de Trajetória de Voo, Ciência

Geopolítica e de Servidor. A subcamada de Coordenação de Tráfego Aéreo responde pelo

tráfego no espaço aéreo onde a aeronave está operando. A subcamada de Controle de

Trajetória de Voo orienta a navegação da aeronave seja para atingir os Waypoints ou a Grid

de coordenadas definidos pela missão. A subcamada de Ciência Geopolítica fica

responsável entre outras pelo limite virtual no qual a aeronave deve operar. A subcamada

de Servidor contém serviços não prioritários que auxiliam a navegação e o cumprimento da

missão.

F. Camada de Missão

A Missão, está subdividida em subcamada de SSI (Smart Sensor Interface), subcamada

de Controle Automático e Subcamada de Dados Sem Tratamento. A subcamada de SSI

(PIRES, et al., 2011) é responsável por acessar o MOSA (Mission Oriented Sensor Array)

Anais do II Workshop de Comunicação em Sistemas Embarcados Críticos - WoCCES 2014

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(PIRES, et al., 2011) e realizar toda a verificação, permitindo averiguar se aeronave reuni

todos os atributos para realizar a missão imposta. A subcamada de Controle Automático

responde por aceitar os dados da missão (Uploading), enviar os dados coletados

(Downloading) e iniciar, parar, retomar ou cumprir parte da missão

(Start/Stop/Resume/Step). A subcamada de Dados Sem Tratamento é responsável

simplesmente por enviar dados que não precisam de um tratamento adequado. Corresponde

a essa camada, o trabalho de simplesmente garantir que os dados cheguem ao destino pré-

definido.

Esta camada encerra a sequência de camadas do segmento Aéreo, a seguir são descritas

as camadas do segmento Terrestre.

G. Camada Física

A camada Física do segmento terrestre se assemelha em alguns aspectos a camada Física

do segmento aéreo. A divisão em subcamadas é assim apresentada: de Eletrônicos,

composta pelo subsistema de Hardware da Estação, basicamente computadores com

dispositivos que permitam opetar o VANT, como os Joysticks e subsistema de

Comunicações, idêntico a este subsistema no segmento Aéreo. A subcamada de Energia, é

responsável por fornecer energia para o segmento terrestre. A subcamada de Sistemas

Auxiliares, também guarda algumas semelhanças ao seu análogo no segmento terrestre,

porém conta ainda com o subsistema de Abrigo, que é um local onde monta-se a estrutura

da estação de controle terrestre e o subsistema de Suporte a Vida o qual responde pelo

suprimento de água e manutenção da temperatura do abrigo, possibilitando condições de

trabalho aos operadores do VANT.

H. Camada Estação de Controle Terrestre

A camada Estação de Controle Terrestre, possui as subcamadas de Controle e

Monitoramento, Troca de Mapas, Controle de Payload e Videoconferência.

A subcamada de Controle e Monitoramento recebe informações da aeronave em forma

de telemetria e também pode emitir comandos para guiar a aeronave. A subcamada de

Troca de Mapas responde pela capacidade de enviar novos mapas para aeronave quando da

alteração da missão inicial. O Controle de Payload envia sinais a aeronave com a finalidade

de controlar a movimentação e o funcionamento do sensores, câmeras e radares. A

Videoconferência responde pela capacidade de troca de som e imagem com outras estações

de controle ou outro local que conte o um sistema deste tipo.

5. CONCLUSÃO

VANTs são sistemas complexos que realizam missões complexas. VANTs grandes

constituem sistemas distribuídos com dezenas de processadores diferentes. Nestes sistemas,

existe a interconexão para troca de informação dentre as diferentes camadas que o compõe,

um modelo baseado em camadas delimita estritamente o que é função de cada camada e

quais parâmetros esta recebe da camada abaixo e quais parâmetros deve produzir para a

camada acima, facilitando assim o desenvolvimentos dos softwares, mesmo que por

terceiros. Este benefício poderá ser percebido quando do desenvolvimento e utilização do

SSI e MOSA, pois uma vez desenvolvidos, e os VANTs nos quais serão utilizados

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seguirem o modelo LARISSA não deverão ter problemas de interconexão e funcionamento,

qualquer que seja o fabricante do VANT.

LARISSA pode ainda tornar-se referência para a criação de um VANT, pois o modelo

terá toda a especificação dos sistemas que compõem este, o que possibilita um fabricante X,

por exemplo, projetar e construir a estrutura do VANT, acoplar neste um sistema de

controle de missão desenvolvido pelo fabricante Y, um sensor desenvolvido pelo fabricante

Z e assim por diante. Outro benefício previsto é que a longo prazo, o uso de um modelo de

arquitetura, pode baixar o custo do projeto, pois possibilita o reúso da tecnologia já

desenvolvida, ampliando ainda mais o uso dos VANTs, seja para fins militares ou civis.

A utilização de uma arquitetura permite a definição de padrões e de formas,

principalmente levando a conformidade desses padrões (nesse caso específico de órgãos

como a FAA). A divisão em camadas permite reutilizar e atender requisitos, podendo-se

inclusive determinar requisitos de certificação ou homologação destas aeronaves e,

portanto, a inclusão destes espaço aéreo não segregado.

O presente trabalho encontra-se em andamento e pretende-se validá-lo utilizando duas

técnicas:

Utilização de questionários, os quais serão enviados a pesquisadores e

fabricantes de VANTs e

Realizar a implementação de uma ou mais camadas de forma completa, ou seja

especificação, implementação e utilização em conjunto com os protocolos e

serviços. Caso de uso: aplicar o padrão da camada implementada, em dois ou

mais pilotos automáticos de baixo custo, como por exemplo Ardupilot, Slugs,

OpenPilot e Paparazzi.

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