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Paulo Gonçalves [email protected] MICROECONOMIA Modelo de Procura e Oferta

Modelo de Procura e Oferta Paulo Gonçalves · Relevância do Modelo de Procura e Oferta para compreender a forma como alterações nos custos da tecnologia se reflectem no preço

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Page 1: Modelo de Procura e Oferta Paulo Gonçalves · Relevância do Modelo de Procura e Oferta para compreender a forma como alterações nos custos da tecnologia se reflectem no preço

Paulo Gonçalves

[email protected]

MICROECONOMIA

Modelo de Procura e Oferta

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Modelo de Procura e Oferta – importância de perceber os

factores que determinam os preços

Análise de preços na operação de concentração Sonaecom/PT:

Operação implica, de certa forma, a reversão à estrutura de mercado duopolista existente até

à entrada da Optimus no mercado (1998);

Como Advogado, como argumentaria no sentido de defender que os preços não voltariam a

subir para os níveis verificados antes da entrada da Optimus no mercado?

Relevância do Modelo de Procura e Oferta para compreender a forma como alterações nos

custos da tecnologia se reflectem no preço de mercado.

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Modelo de Procura e Oferta – conceitos de Preços de

Reserva, Preços de Mercado e Ganhos de Troca

XP

XC

Q*

P*

Preço de Reserva do Vendedor

Preço de Reserva do Comprador

Excedente Total

Excedente do Comprador

Excedente do Vendedor

Preço de Reserva do Vendedor (€ 6900)

Preço de Reserva do Comprador (€ 9000)

Preço de Mercado

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Exercício 10 – Estática Comparada

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Aumento da população na sequência de um fluxo migratório

P

P1

P2

QQ1 Q2

D

S2

S1

Diminuição do preço da energia utilizada pelo produtor

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Exercício 10 – Estática Comparada

P

P1

P2

QQ1Q2

D2

D1

S

Diminuição do rendimento disponível dos consumidores

P

P1

P2

QQ1Q2

D

S1

S2

Mau ano agrícola devido a condições climatéricas

Page 6: Modelo de Procura e Oferta Paulo Gonçalves · Relevância do Modelo de Procura e Oferta para compreender a forma como alterações nos custos da tecnologia se reflectem no preço

Exercício 10 – Estática Comparada

P

P1

P2

QQ1 Q2

D

S2

S1

Melhorias nos processos produtivos devido a progresso tecnológico

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Aumento do preço de um bem substituto

Page 7: Modelo de Procura e Oferta Paulo Gonçalves · Relevância do Modelo de Procura e Oferta para compreender a forma como alterações nos custos da tecnologia se reflectem no preço

Exercício 10 – Estática Comparada

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Diminuição do preço de um bem complementar

P

P1

P2

QQ1Q2

D2

D1

S

Criação de expectativas de crise económica

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Exercício 11 – Mercado de Computadores

P

P1

P2

QQ1 Q2

D

S2

S1

Descida do preço dos microchips

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Aumento da cobertura do acesso à internet em locais públicos

Page 9: Modelo de Procura e Oferta Paulo Gonçalves · Relevância do Modelo de Procura e Oferta para compreender a forma como alterações nos custos da tecnologia se reflectem no preço

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Aumento da disponibilidade de software livre de custos na internet

P

P1

P2

QQ1 Q2

D

S2

S1

Redução das contribuições das empresas para a Segurança Social

Exercício 11 – Mercado de Computadores

Page 10: Modelo de Procura e Oferta Paulo Gonçalves · Relevância do Modelo de Procura e Oferta para compreender a forma como alterações nos custos da tecnologia se reflectem no preço

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Aumento das verbas para programas de formação

Exercício 11 – Mercado de Computadores

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1 D2

Redução generalizada das campanhas de marketing

S1

S2

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Exercício 12 – Efeitos de uma Extensão de Garantia

Q2

D2

P

P2

P1

QQ1

D1

S1

S2

Q2

D2

P

P2

P1

QQ1

D1

S1S2

D2

P

P2

P1

QQ

D1

S1

S2

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Exercício 12 – Quantificação dos Efeitos de uma Extensão

de Garantia

Q2

D2

P

P2

P1

QQ1

D1

S1S2

Probabilidade de avaria

ocorrer no 2º ano x custo do

arranjo = 0,2 x 100 = 20

Probabilidade de

avaria ocorrer no 2º

ano x custo do arranjo

= 0,2 x 50 = 10

O preço de equilíbrio aumentará num valor compreendido entre 10 e 20.

Bem-Estar dos Consumidores aumenta [↑ Q e ↑ (vC-P)].

Bem-Estar dos Produtores aumenta [↑ Q e ↑ (P-vP)].

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Exercício 13 – Mercado de Máquinas de Café

Q2

D2

P

P2

P1

QQ1

D1 S

Redução da quantidade de café por bica, sem alterar a qualidade da mesma

Q2

D2

P

P2

P1

QQ1

D1

S1

S2

Diminuição dos custos marginais de produção das máquinas de café

O aumento do preço de reserva do consumidor é igual ao valor monetário da poupança de café

permitido pelo novo modelo de máquina, face ao modelo antigo, durante a sua vida útil (i.e., preço do

café x poupança de café por bica x número de bicas produzidas por uma máquina de café ao longo da

sua vida útil). O bem-estar dos consumidores e dos produtores aumenta.

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Exercício 15 – Mercado de Electricidade

P

P1

P2

QQ1Q2

D

S1

S2

Instabilidade política em país produtor de gás natural

Incentivo à compra de paineis solaresP

P1

P2

QQ1Q2

D2

D1

S

P

P1

P2

QQ1 Q2

D

S2

S1

Aumento do preço da água para consumo humano e agrícola

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Exercício 15 – Mercado de Electricidade

1550135011501000900

25

22

P*=20

15

10

12

600

P

S

D

Para obter a curva de oferta, ordene as várias Centrais em termos do respectivo custo marginal

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Exercício 15 – Mercado de Electricidade

28

1550140012001000900

25

P*=22

15

10

12

600

P

S

D

O aumento do preço do carvão faz aumentar o custo marginal da Central a carvão e, consequentemente,

altera a ordenação das Centrais em função do respectivos custos marginais.

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Exercício 15 – Mercado de Electricidade

PHP

PHV

QHPQHV

P

Q

S

DHPDHV

A flutuação da procura de energia eléctrica entre horas de ponta (horas de procura elevada) e horas de

vazio (horas de procura reduzida) traduz-se em preços de equilíbrio mais elevados nas horas de ponta do

que nas horas de vazio;

O turbinamento reversível de água da barragem de contra-embalse para a barragem principal justifica-se,

em termos económicos, se a diferença de preços for significativa (in casu, se o preço das horas de

ponta for superior ao preço das horas de vazio).

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O Preço de Reserva da Maria, ao negociar a venda do carro com o António, corresponde

ao valor da “melhor alternativa sacrificada” ou custo de oportunidade associado a esta

opção.

Exercício 16 – Quantificação dos Preços de Reserva

A “melhor alternativa sacrificada” pela Maria, ao vender o carro ao António, corresponde

à proposta do stand que propôs a aquisição do carro por 6.900 euros.

Assim, o preço mínimo que a Maria exige para vender o seu carro ao António corresponde

a, pelo menos, 6.900 euros.

Já no caso do António, este tem várias alternativas à aquisição do carro da Maria, que não

são directamente comparáveis, sem antes exigirem a avaliação de trade-offs entre os

vários critérios de escolha relevantes para o António.

Para resolver este problema de escolha do António, e os respectivos trade-offs que resultam

de se estar na presença de um problema de escolha com múltiplos critérios, iremos

recorrer à metodologia que foi apresentada no exercício 9 do Caderno de Exercícios.

Aconselharia à Maria a revelar informações sobre o seu preço de reserva? Qual o preço

que o António ofereceria se conhecesse o preço de reserva da Maria (e sabendo que esta

terá de vender o carro em 5 dias)? Gestão de informação / percepções e trade-off criação

de valor / distribuição de valor.

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Em alternativa a adquirir o carro à Maria, o António pode adquirir um dos automóveis que

encontrou em 3 stands distintos.

Exercício 16 – Quantificação dos Preços de Reserva

Critérios Automóvel

do 1º Stand

Automóvel

do 2º Stand

Automóvel

do 3º Stand

Idade do Automóvel 6 7 6

Quilometragem do Automóvel 40.000 kms 70.000 kms 70.000 kms

Preço do Automóvel € 11.500 € 6.750 € 6.500

O automóvel do 2º Stand é estritamente dominado pelo automóvel do 3º stand; o problema do

António poderá ser simplificado eliminando a alternativa estritamente dominada.

Critérios Automóvel

do 1º Stand

Automóvel

do 3º Stand

Quilometragem do Automóvel 40.000 kms 70.000 kms

Preço do Automóvel € 11.500 € 6.500

Atendendo a que os dois automóveis “restantes” apresentam a mesma idade, o problema de

escolha do António poderá ser simplificado, em resultado da eliminação do critério da idade.

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Nesta fase do problema, terá de se proceder a trade-offs entre os dois objectivos restantes, os

quais apenas poderão ser feitos pelo António por envolverem uma avaliação subjectiva. Nestes

termos, não se consegue determinar qual a “melhor alternativa sacrificada” pelo António, quanto

este decide adquirir o automóvel da Maria e, consequentemente, também não se consegue

determinar o seu preço de reserva.

Exercício 16 – Quantificação dos Preços de Reserva

Critérios Automóvel

do 1º Stand

Hipotético automóvel

alternativo ao do 3º Stand

Quilometragem

do Automóvel

40.000 kms 40.000 kms

Preço do

Automóvel

€ 11.500 € 12.000

Conclui-se que o António prefere o automóvel proposto pelo 1º Stand. Ou seja, a “melhor

alternativa sacrificada” pelo António, se este adquirir o carro da Maria, é o automóvel proposto

pelo 1º Stand.

Para podermos concluir o exercício, iremos fazer algumas hipóteses adicionais. Suponha que, na

perspectiva do António, ele estaria indiferente entre adquirir o automóvel proposto pelo 3º Stand,

ou adquirir um automóvel alternativo, com menos 30.000 kms e com um preço de 12.000 euros.

Nestes termos, o problema do António passaria a ser o seguinte:

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Tendo-se determinado a “melhor alternativa sacrificada”, importa agora determinar o preço

máximo que o António está disposto a pagar pelo automóvel da Maria (isto é, o seu preço de

reserva). Ora, o problema do António passa por comparar as características (em termos de preço,

idade e quilometragem) do carro da Maria, com as características do automóvel que corresponde à

“melhor alternativa sacrificada”.

Exercício 16 – Quantificação dos Preços de Reserva

Critérios Automóvel

da Maria

Automóvel

do 1º Stand

Idade do Automóvel 6 6

Quilometragem do Automóvel 60.000 kms 40.000 kms

Preço do Automóvel Preço? € 11.500

O critério “idade do automóvel” pode ser eliminado do problema, uma vez que a carro da Maria e o

carro correspondente à “melhor alternativa sacrificada” apresentam a mesma idade.

Critérios Automóvel

da Maria

Automóvel

do 1º Stand

Quilometragem do Automóvel 60.000 kms 40.000 kms

Preço do Automóvel Preço? € 11.500

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Para determinar o preço de reserva que o António atribui ao automóvel da Maria, este teria de

determinar o preço que o deixaria indiferente entre a aquisição do automóvel da Maria e a

aquisição do automóvel correspondente à “melhor alternativa sacrificada”.

Exercício 16 – Quantificação dos Preços de Reserva

Tal preço apresentará um valor subjectivo, que apenas o António poderia determinar.

Naturalmente, teria de ser um preço inferior a 11.500 euros, uma vez que a “melhor alternativa

sacrificada” tem menor quilometragem do que o automóvel da Maria.

Assuma-se, por exemplo, que o António estaria indiferente entre adquirir o Automóvel da Maria e o

automóvel correspondente à “melhor alternativa sacrificada”, se o carro da Maria apresentasse um

preço de 8.000 euros. Nesse caso, o preço de reserva do António seria igual a 8.000 euros, sendo

este o preço máximo que ele estaria disposto a pagar pelo automóvel da Maria.

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Sendo os preços de reserva da Maria e do António iguais a 6.900 euros e 8.000 euros,

respectivamente, então os ganhos de troca que resultariam da compra, pelo António, do carro da

Maria, seriam iguais a 1.100 euros, ou seja, a diferença entre o preço de reserva do comprador

e o preço de reserva do vendedor.

Exercício 16 – Quantificação dos Preços de Reserva

Excedente Total

Excedente do Comprador

Excedente do Vendedor

Preço de Reserva do Vendedor (€ 6900)

Preço de Reserva do Comprador (€ 8000)

Preço de Mercado

A forma como estes ganhos de troca seriam divididos entre o António e a Maria, dependeria do

preço de mercado que fosse fixado para o carro, não sendo possível, no presente cenário,

determinar este preço (dependeria da maior ou menor capacidade negocial e poder de persuasão

de cada uma das partes, bem como da informação e percepções que cada um dos agentes teria

sobre o preço de reserva do outro agente). Apenas se poderá concluir que seria um preço entre

6.900 euros e 8.000 euros, isto é, entre o preço de reserva do vendedor e o preço de reserva do

comprador.

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As trocas entre agentes económicos são a principal fonte de criação de valor, numa

economia de mercado. De facto, sendo as trocas entre agentes económicos realizadas de forma

voluntária, as mesmas apenas ocorrem na exacta medida em que são mutuamente vantajosas

para todas as partes envolvidas na transacção, e, consequentemente, são criadoras de valor.

Criação e Distribuição de Valor

Exemplificando, suponha que a Maria tem um automóvel para vender, ao qual atribui uma

valorização ou preço de reserva igual a 10.000€. Já o António pretende adquirir um automóvel

com as características do automóvel da Maria, sendo o seu preço de reserva igual a 12.000€.

Neste cenário, a venda do automóvel da Maria ao António resultaria na criação de um valor igual

a 2.000€, correspondendo à diferença entre as valorizações ou preços de reserva que cada

um daqueles agentes económicos atribui ao bem em causa.

A forma como o valor criado seria distribuído entre os dois agentes económicos envolvidos na

transacção dependeria do preço de venda do automóvel, devendo este preço ser inferior ao preço

de reserva do comprador e superior ao preço de reserva do vendedor.

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Ou seja, uma determinada transacção apenas ocorrerá se o bem em causa for mais valorizado

pelo comprador do que pelo vendedor.

Criação e Distribuição de Valor

A diferença entre o preço de reserva do comprador e o preço de reserva do vendedor será o

Excedente Total, correspondendo ao valor criado com a transacção.

A forma como o valor criado é distribuído pelas partes envolvidas na transacção é determinado

pelo preço a que o bem será transaccionado.

O Excedente do Comprador corresponde à parcela do valor criado que é apropriada por este

agente económico, sendo medida pela diferença entre o respectivo preço de reserva e o preço de

mercado.

O Excedente do Vendedor corresponde à parcela do valor criado que é apropriada por este

agente económico, sendo medida pela diferença entre o preço de mercado e o respectivo preço de

reserva.

Ilustrando, de forma genérica, a criação e distribuição de valor que resulta de uma transacção entre

agentes económicos:

Excedente Total

Excedente do Comprador

Excedente do Vendedor

Preço de Reserva do Vendedor

Preço de Reserva do Comprador

Preço de Mercado

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Criação e Distribuição de Valor

XP

XC

Q*

P*

Preço de Reserva do Vendedor

Preço de Reserva do Comprador

Estes conceitos de Excedente do Consumidor e de Excedente do Produtor podem ser

identificados a partir do Modelo de Procura e Oferta.

Em determinadas circunstâncias, a transacção poderá não se realizar, ainda que o preço de

reserva do comprador seja superior ao preço de reserva do vendedor, estando-se, nestes casos,

na presença de uma falha de mercado;

Informação assimétrica e selecção adversa;

Monopólios e Poder de Mercado;

Gestão estratégica da informação / percepções e trade-off criação de valor / distribuição de

valor.

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Diferenças ao nível das dotações de recursos, tecnologias e preferências dos agentes

económicos (vd. Modelo Ricardiano de Troca);

Fontes de Criação de Valor

Diferenças ao nível das valorizações relativas ou preços de reserva dos agentes económicos (vd.

Modelo de Procura e Oferta);

Diferentes expectativas dos agentes económicos relativamente a determinados eventos;

Diferentes comportamentos ou preferências dos agentes económicos perante o risco (vd.

Modelo de Escolha em contexto de Incerteza e Aversão ao Risco);

Diferentes taxas de desconto inter-temporal ou preferências dos agentes económicos perante o

tempo (vd. capitalização e actualização de fluxos monetários);

A Criação de Valor é potenciada pelas diferenças entre os agentes económicos envolvidos.

Ou seja, numa determinada negociação, aquilo que frequentemente leva os agentes

envolvidos a chegar a um acordo são precisamente as diferenças entre estes agentes (ao nível

dos recursos, tecnologias, preços de reserva, etc).

Aproveitamento das Economias de Escala e Economias de Gama (vd. Teoria do Produtor);

Redução dos Custos de Transacção e Comportamentos Oportunisticos ex-post.

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Exercício 17 – Mercado de Produtos Agrícolas

Produtos necessários e com poucos substitutos tendem a ter uma procura rígida (o consumidor não

pode diminuir “significativamente” o consumo destes produtos, em resposta a um aumento de preços – ex.

procura de combustíveis, tabaco, produtos agrícolas, medicamentos, viagens de transporte público, etc.)

Nestes casos, uma contracção da oferta traduz-se no aumento da receita dos produtores.

Perda de Receita

Ganho de Receita

P

P1

P2

QQ1Q2

S1S2

D

Perda de Receita

Ganho de Receita

P

P1

P2

QQ1Q2

S1

S2

D

A necessidade de compensar os agricultores, em anos de más condições meteorológicas, depende da

elasticidade da procura de produtos agrícolas. Depende igualmente de estarmos num cenário de trocas

comerciais entre diferentes regiões, sendo estas afectadas por condições meteorológicas distintas.

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Exercício 18 – Elasticidade da Procura

Neste caso, deve-se distinguir entre a procura de tabaco (em geral) e a procura dirigida à marca de

tabaco em causa / empresa XPTO.

Procura de Tabaco da marca XPTO

P

Q

Procura de Tabaco

A procura de tabaco tenda a ser uma procura rígida – alterações no preço do tabaco não tem um

impacto significativo sobre a quantidade procurada de tabaco, na medida em que estamos na presença

de um produto que se torna necessário (após criar habituação) e que tem poucos/nenhuns

substitutos.

A procura de tabaco da marca XPTO é menos inclinada do que a procura de tabaco (na medida em que

os tabacos das outras marcas são produtos substitutos do tabaco da marca XPTO.

Ou seja, se o preço de tabaco da marca XPTO aumentar, sem que aumente o preço das outras marcas

de tabaco, há uma diminuição “significativa” do consumo do tabaco da marca XPTO, em resultado do

desvio de consumidores que passam a consumir tabaco de outras marcas.

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Exercício 19 – Elasticidade da Procura e Receita dos Produtores

A procura de transportes públicos tende a ser uma procura rígida (procura muito inclinada), por se

tratar de um bem necessário e com poucos substitutos relevantes. A procura de teatro tende a ser

elástica (procura pouco inclinada), por se tratar de um bem não necessário e com muitos substitutos

(ex. cinema, televisão, jogos de futebol, leitura, etc).

Perda de Receita

Ganho de Receita

P

P2

P1

QQ1 Q2

Procura de Teatro

Perda de

Receita

Ganho de Receita

P

P1

P2

QQ1Q2

Procura de Transportes

Públicos

No caso de mercados com procura rígida, a receita do produtor aumenta em resultado do aumento do

preço. No caso de mercados com procura elástica, a receita do produtor aumenta em resultado da

diminuição de preço.

Nestes termos, sugere-se o aumento do preço dos transportes públicos (bem com procura rígida ou

muito inclinada), e a diminuição do preço do teatro (bem com procura elástica ou pouco inclinada).

Page 31: Modelo de Procura e Oferta Paulo Gonçalves · Relevância do Modelo de Procura e Oferta para compreender a forma como alterações nos custos da tecnologia se reflectem no preço

A elasticidade da procura relaciona a variação percentual na quantidade consumida com a variação

percentual do preço, ao longo da curva de procura (i.e., ∆%Q/∆%P).

Uma elasticidade da procura (de teatro) igual a 1,5 é interpretada da seguinte forma:

∆%Q/∆%P=1,5↔∆%Q=1,5∆%P.

Ou seja, face a um aumento do preço do teatro em 10%, a quantidade procurada diminui 15% (i.e.,

1,5 vezes o aumento percentual de preços).

Mercado de Transp. Públicos Preço Quantidade Receita

Situação Inicial € 1 10.000 € 10.000

Situação Final € 1,1 9.500 € 10.450

Mercado de Teatro Preço Quantidade Receita

Situação Inicial € 20 200 € 4.000

Situação Final € 22 170 € 3.740

Uma elasticidade da procura (de transportes públicos) igual a 0,5 é interpretada da seguinte forma:

∆%Q/∆%P=0,5↔∆%Q=0,5∆%P.

Ou seja, face a um aumento do preço dos transportes públicos em 10%, a quantidade procurada

diminui 5% (i.e., 0,5 vezes o aumento percentual de preços).

Exercício 19 – Elasticidade da Procura e Receita dos Produtores

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Exercício 20 – Elasticidade directa vs Elasticidade Cruzada

A redução de portagens na A8 resulta em 3 efeitos: (i) efeito de desvio de tráfego da A1 para a A8; (ii)

efeito de desvio de tráfego de outras vias para a A8; (iii) efeito de geração de novas viagens.

O exercício apresenta o conceito de elasticidade cruzada entre as auto-estradas A1 e A8, que

permite quantificar o primeiro daqueles efeitos.

Ou seja, face a uma diminuição do preço da A8 em cerca de 10%, assistir-se-ia a uma redução do

tráfego da A1 em cerca de 7%, o qual seria desviado para a auto-estrada cujo preço diminuiu;

Ora, 7% do actual tráfego da A1 corresponde a 140 mil veículos/km (i.e., 7% de 2 milhões de

veículos/km que actualmente circulam na A1). Estes 140 mil veículos/km adicionais que se

transfeririam da A1 para a A8 corresponderiam a 10% do actual tráfego da A8.

Para além do tráfego que se transfere da A1 para a A8, em resultado da diminuição das portagens da

A8, deverá ainda somar-se o efeito de desvio de tráfego de outras vias (que não a A1) para a A8 e o

efeito de geração de novas viagens;

Somando os três efeitos, conclui-se que uma diminuição das portagens da A8 em 10% resultaria

num crescimento de tráfego nesta auto-estrada superior a 10%, pelo que a elasticidade da

procura dirigida à A8 seria superior a 1 (ou seja, estaríamos perante uma procura elástica);

Estando-se perante uma procura elástica, conclui-se que a diminuição da portagem da A8

resultaria no aumento da receita total da concessionária desta auto-estrada. Nestes termos,

propor-se-ia a diminuição da portagem da auto-estrada A8.

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Exercício 21 – Mercado de Viagens Aéreas entre Lisboa e o

Rio de Janeiro

Igualando a procura à oferta, obtêm-se a

quantidade de equilíbrio:

100 – Q = 20 + Q ↔ 2 Q = 80 ↔ Q* = 40

P

60

Q40

D

S

Por substituição daquela quantidade na curva

de procura ou na curva de oferta, determina-

se o preço de equilíbrio:

P* = 100 – Q* = 100 – 40 = 60

P* = 20 + Q* = 20 + 40 = 60

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Exercício 21 – Mercado de Viagens Aéreas entre Lisboa e o

Rio de Janeiro

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

S

Programa de Passageiro Frequente sem impacto nos custos marginais da

Companhia Aérea

S2

S1

P

P1

P2

QQ1 Q2

D1

D2

Programa de Passageiro Frequente com impacto nos custos marginais da

Companhia Aérea

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Exercício 23 – Efeitos de um Imposto

Para determinar o equilíbrio de mercado antes da criação do imposto, iguale a procura à oferta (determinando,

assim, a quantidade de equilíbrio; para determinar o preço, substitua esta quantidade na procura ou na oferta):

120 – Q = 20 + Q ↔ 120 – 20 = Q + Q ↔ 2Q = 100 ↔ Q* = 50

(imposto sobre o consumidor)

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D2

D1

S

Pp=P2

Mercado de Combustíveis

(imposto sobre o produtor)

PP=P2-T

S1

P

P1

QQ2 Q1

S2

D

Pc=P2

Mercado de Combustíveis

No equilíbrio de mercado depois da criação do imposto (com incidência legal sobre o consumidor), note que o

preço pago pelo consumidor (PC = 120 – Q) é igual ao preço de mercado acrescido do valor do imposto, ou seja:

PC = P + T ↔ 120 – Q = (20 + Q) + 10 ↔ 120 – 20 – 10 = Q + Q ↔ 2Q = 90 ↔ Q* = 45

P* = 20 + Q* = 20 + 45 = 65

Se a incidência legal do imposto fosse sobre o produtor, então o preço efectivamente recebido pelo produtor (PP

= 20 + Q) seria igual ao preço de mercado menos o valor do imposto, ou seja:

PP = P – T ↔ 20 + Q = (120 – Q) – 10 ↔ Q* = 45 e P* = 120 – Q* = 75

P

P1

QQ1

D1

S

Mercado de Combustíveis

P* = 120 – Q* = 120 – 50 = 70 ou P* = 20 + Q* = 20 + 50 = 70

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Exercício 23 – Efeitos de um Imposto

f

ed

cb

a

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D1

S

Pp=P2

Mercado de Combustíveis A variação nos excedentes resulta de

dois efeitos: (i) efeito preço; (ii) efeito

quantidade.

Antes do

Imposto

Depois do

Imposto

Variação

Excedente do Consumidor a + b + c a - b – c

Excedente do Produtor d + e + f f - d – e

Receita do Estado --- b + d + b + d

Excedente Total - c - e

O efeito preço resulta numa

redistribuição de excedente (neste

caso, dos consumidores e dos

produtores para o Estado).

O efeito quantidade resulta numa

perda de excedente total (i.e., a carga

excedente do imposto);

As unidades entre Q2 e Q1 são

mais valorizadas pelo

consumidor do que custam ao

produtor, pelo que a transacção

destas unidades resultaria em

criação de valor adicional.

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Exercício 23 – Análise custo-benefício na avaliação de um

investimento público

f

ed

cb

a

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D1

S

Pp=P2

Mercado de Combustíveis

XTscut

Consumo de serviçosde auto-estrada

P

Q

50

Procura dirigida à auto-estrada

50

Em termos de análise custo-benefício, conclui-se que:

Custos associados à construção da auto-estrada – áreas (b + d + c + e), ou seja, a receita do imposto que

vai financiar a construção da auto-estrada e a respectiva carga excedente;

Benefícios associados à SCUT – área identificada por XTSCUT;

A construção da auto-estrada justifica-se se e só se os benefícios superarem os custos, i.e., se a área

XTSCUT for superior ás áreas (b + d + c + e).

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Exercício 23 – Análise custo-benefício na avaliação de um

investimento público

f

ed

cb

a

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D

S

Pp=P2

Mercado de Combustíveis

Consumo de serviçosde auto-estrada SCUT

P

Q

50

Procura dirigida à auto-estrada

50

Consumo de serviçosde auto-estrada com

portagens

P*

Q*

g

h i

A alteração da forma de financiamento da auto-estrada, de um regime de financiamento através de impostos para

um regime de financiamento através de portagens, resulta em:

diminuição do número de viagens em auto-estrada, gerando uma ineficiência ou perda de excedente social

medida pela área (i);

eliminação da carga excedente do imposto sobre o mercado de combustíveis, medido pelas áreas (c+ e);

deverá optar-se por alterar o regime de financiamento da auto-estrada se e só se as áreas (c + e) forem

superiores à área (i).

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Exercício 24 – Impacto de um imposto e inclinação das

curvas de procura e oferta

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D

S

Pp=P2

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D

S

Pp=P2

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Exercício 24 – Efeitos do Imposto no Curto e no Longo Prazo

D1

D2

P

P1

QQ2 Q1

S

PC

PP

D1

D2

P

P1

QQ2 Q1

SPC

PP

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Exercício 24 – Impacto de um subsídio e inclinação das

curvas de procura e oferta

Pc=P2

P

P1

QQ2Q1

D

S

Pp=P2+S

Pc=P2

P

P1

QQ2Q1

D

S

Pp=P2+S

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Exercício 26 – Impostos e inclinação da procura

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D

S

Pp=P2

Imposto sobre o leite

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Exercício 26 – Impostos e inclinação da procura

Pc=P2+T

P

P1

QQ2 Q1

D

S

Pp=P2

Imposto sobre os leites enriquecidos

O imposto sobre os leites enriquecidos causa uma distorção maior do que o imposto sobre o leite, gerando

uma maior carga excedente e uma menor receita, o que é explicado por:

a procura de leite enriquecido é menos inclinada do que a procura de leite; e

a taxa de imposto terá de ser maior, para compensar a menor base de incidência do imposto sobre

os leites enriquecidos.

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Exercício 27 – Análise custo-benefício na avaliação de um

investimento público

f

ed

cb

a

P

140

Q25 30

D1

S

Mercado em que é lançado o imposto

150

120

g

94

Procura do bem de fornecimento público

Quantidade fornecida do bem

P

Q

100

1006

h

Em termos de análise custo-benefício, conclui-se que:

Custos associados às seis unidades do bem de fornecimento público – áreas (b + d + c + e), ou seja, a

receita do imposto que vai financiar a construção da auto-estrada e a respectiva carga excedente;

Benefícios associados às seis unidades do bem de fornecimento público – áreas (g + h);

Apoiaria este projecto se e só se os benefícios superarem os custos, i.e., se as áreas (g + h) forem

superiores ás áreas (b + d + c + e).

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Exercício 29 – Preços máximos e subsídios à produção

(subsídio à produção)

PP=P2+S S2

P

P1

QQ1 Q2

S1

D

Pc=P2

Mercado de Electricidade

Carga

Excedente

QD

(fixação de preço máximo)P

P1

QQ1QS

S

D

PMax

Mercado de Electricidade

Carga

Excedente

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Exercício 30 – Preços máximos e subsídios à produção

60

P

85

Q30

D

PMax=70

Impacto da fixação de rendas no curto prazo

Efeito de

redistribuição do

senhorio para o

inquilino

40

S

60

P

80

Q20

D

PMax=70

Impacto da fixação de rendas no longo prazo

Carga

Excedente

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Exercício 30 – Preços máximos e subsídios à produção

40

S

60

P

80

Q20

D

PMax=70

Impacto da fixação de rendas no longo prazo

Carga

Excedente S2

S1

40 60

P

80

Q20

D

PMax=70

Impacto do subsidio aos senhorios

Carga

Excedente

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Exercício 31 – Viagens de metro em Lisboa

P

P1

P2

QQ1 Q2

D

S2

S1

Redução do preço da energia eléctrica

Aumento do conforto das carruagensP

P2

P1

QQ2Q1

D1

D2

S

Reajustamento nas carreiras da CarrisP

P2

P1

QQ2Q1

D1

D2

S

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Exercício 31 – Subsídio vs Preço Máximo

QD

P

P1

QQ1QS

S

D

PMax

Preço Máximo

Carga

ExcedentePP=P2+S

S2

P

P1

QQ1 Q2

S1

D

Pc=P2

Subsídio à Produção

Carga

Excedente

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Exercício 31 – Carga Excedente e Inclinação da Procura

P

P1

QQ2Q1

D

S1

S2

PC

PP

P

QQ2Q1

S2

D

S1PC

PP

P1

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Exercício 32 – Preços não lineares (tarifas 2 partes)

220

15

P

1

Q210 216

D

S

0,4

Número de minutos

de chamadas a

efectuar (caso adira

à Pessimus)

Adere à Pessimus se o excedente do consumidor for superior à parte fixa da tarifa, i.e., se a área vermelha

do gráfico for superior a 12,5 (parte fixa da tarifa cobrada pela Pessimus.

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Exercício 33 – Preços não lineares (tarifas 2 partes)

100

P

7,5

Q200 Q*

D

S5

a

b

c

d

O Excedente do Consumidr aumenta num montante equivalente às áreas (b + c + d) = 500 + 500 + d = =

1000 + d, valor que é claramente superior ao acréscimo da tarifa fixa, que passará de 5 euros para 15 euros, ou

seja, aumentará 10 euros ou 1000 cêntimos.

A receita da empresa passará de 500 + 7,5 x 200 = 2000 cêntimos para 1500 + 0 x 100 + 5 x 100 + 5 x (Q* -

200) = 2000 + 5 x (Q* - 200), aumentando, assim, num montante correspondente a 5 x (Q* - 200).

Com o novo tarifário, quer o excedente do consumidor quer a receita da empresa aumentaram.

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Exercício 37 – Quotas e Tarifas sobre as Importações

dc

e

600

P

300

Q300 500

D

S

PInt.=200

Produção

DomésticaConsumo

Doméstico

a

b

Sem comércio

internacional

Com comércio

internacional

Variação

Excedente do Consumidor a a + b + c + d + b + c + d

Exc. do Produtor doméstico b + e e - b

Excedente Total + c + d

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Exercício 37 – Tarifas sobre as Importações

Comércio livre Com tarifa Variação

Excedente do Consumidor a + b + c + d + e + f a + e - b - c - d - f

Exc. do Produtor doméstico g b + g + b

Receita do Estado --- f + f

Excedente Total - c - d

df

e

c

g

b

400 550 600

P

Q300

D

S

PInt.+T=250

Produção

Doméstica

Consumo

Doméstico

PInt.=200

a

Page 55: Modelo de Procura e Oferta Paulo Gonçalves · Relevância do Modelo de Procura e Oferta para compreender a forma como alterações nos custos da tecnologia se reflectem no preço

Exercício 37 – Quotas sobre as Importações

f

e

400 550 600

e

cb d

a

P

Q300

D

S

PInt.+T=250

Produção

Doméstica

Consumo

Doméstico

PInt.=200

Comércio livre Com quota Variação

Excedente do Consumidor a + b + c + d + e + f a + e - b - c - d - f

Exc. do Produtor doméstico e b + e + b

Receita dos importadores /

Estado--- f + f

Excedente Total - c - d

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Exercício 38 – Tarifas sobre as Exportações

Comércio livre Com tarifa Variação

Excedente do Consumidor a a + b +c + b + c

Exc. do Produtor doméstico b + c + j + d + e + f+ g+ h + i f + g + h + i - b - c - j – d - e

Receita do Estado --- d + d

Excedente Total - j - e

250 325 350

P

Q200

D

S

PInt.- T=750

PInt.=800

ej

ihf

250 325 350

g

cbd

a

P

Q200

D

S

PInt.- T=750

PInt.=800