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modernarte A Revista do Museu de Arte Moderna de São Paulo 31º Panorama da Arte Brasileira

Modernarte - revista sobre a mostra de arte moderna no mam

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No Museu de Arte Moderna todo ano é realizado o Panorama da Arte, confira as obras e inspirações de artistas brasileiros e estrangeiros.

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modernarteA Revista do Museu de Arte Moderna de São Paulo

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31º Panorama da Arte Brasileira

editorial

A Modernarte vem apresen-tar ao público fragmentos de mais uma edição do Panorama da Arte Brasileira. Logo, nossa intenção não é a de revelar cada detalhe do que está em exibição no Museu de Arte Mod-erna em São Paulo, mas sim destacar particularidades do material artístico tão rico e di-versificado que pode ser con-ferido lá. Selecionamos algumas das obras mais impressionantes, das mais distintas inspirações e estaremos satisfeitas se após ler esta revista, você enfim se sentir ao menos um pouquinho satisfeito (a) em deixar que a magia das cores e das formas transforme o seu dia. Abraços,As criadoras da Modernarte.

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A cultura brasileira pela visão de estrangeiros é tema da mostra no MAM.

Por Luiza Mendonça

Em comemoração aos 40 anos do Museu de Arte Moderna de SãoPaulo, o MAM traz a 31° edição do Panorama de Arte Brasileira,intitulada Mamõyguara opá mamõ pupé – que em tupi guarani significa:tem estrangeiro em todo lugar. Sob curadoria de Adriano Ped-rosa, o acervo conta com otrabalho de trinta artistas estrangei-ros que praticam os mais diversostipos de arte baseando-se na cultura brasileira. É uma oportunidadepara captar a visão da arte e da cul-tura brasileira fora do nosso paíse de aproximar diferentes culturas, relacionando-as. As obras usam de recursos da Arte Moderna, como coresvivas, figuras deformadas, cubos, e não representam literalmente umassunto ou objeto. Os artistas par-tem do princípio de novas visões, deidéias inéditas sobre a natureza, os materiais e as funções da arte, e

em muitos casos caminham em di-reção à abstração. A exposição traz também traços da Arte Pop e Conceitualpor meio da utilização de objetos banais do cotidiano e da valorizaçãoda idéia, do conceito por trás de uma obra artística sendo superior àsua aparência. Nesse caso, o que importa é a invenção da obra, oconceito que é elaborado antes de sua materialização; e tem porobjetivo popularizar a arte, fazer com que ela sirva como veículo decomunicação.

arte e cultura brasileira

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outra mentalidade, a marca desua arte não é a novidade moderna, mesmo o uso de técnicas einstrumentos novos visa a produção de outros significados. Diante daimportância da imagem no mundo de hoje, tornou-se necessário para acontemporaneidade criticar a ima-gem. O artista tem a sua disposiçãocomo instrumento de trabalho, um conjunto de imagens. A arte passou a ocupar o espaço da invenção e da crítica de si mesmo. Alguns dos artistas que fazem parte da mostra, ainda sãoadeptos do Concretismo. É o caso de Simon Evans, um inglês que vive naAlemanha e que diz se identificar com a Arte Concreta pelo fato de elaser “uma tentativa de criar uma lin-guagem comum e simples”. A exposição fica em cartaz até o dia 20 de dezembro de2009. O MAM localiza-se no Parque do Ibirapuera, em São Paulo e abrede terça a domingo. Mais infor-mações no site: www.mam.org.br. *

O uso de objetos do dia-a-dia faz com que se questione oconceito de arte e de anti-arte, do sistema de validação dos objetosconsiderados artísticos. Seriam as “não obras de arte”, mas siminstalações e intervenções onde um objeto qualquer, perdendo suautilidade tradicional, alcança a con-dição de objeto de arte. Osobjetos ganham valor pelo olhar do artista e são expostos como obrasde arte; são escolhidos pelas suas funções estéticas, formas, cores.Forma-se assim uma linha tênue en-tre arte e vida cotidiana, entre oque é lixo e o que é arte. A presença de aspectos da arte contemporânea nas obras nãoserve para designar tudo o que é produzido no momento, mas sim aq-uilo que nos propõe um pensamento sobre a própria arte ou uma análisecrítica da prática visual. Ao se apro-priar de imagens, a arte atribuinovos significados que não só fazem parte da historia da arte, mas quetambém habitam o cotidiano. O con-temporâneo não busca mais o novo, ele propõe o questionamento da lin-guagem e sua leitura. O artista contemporâneo tem

pareceres do Panorama

Por Cátia Cananéa Não há como contestar o que diz o letreiro em neon que inspirou o nome deste 31º Panorama da Arte Moderna: realmente, estrangeiros estão em todo lugar. Criado pelo coletivo de artistas parisienses Claire Fontaine, as luz-es que estão instaladas na parede oposta do hall de entrada do Mam, comunicam não só o que está es-crito, mas também dão a dica de que cada item da mostra parte de um canto diferente do planeta com o propósito de compor um conjunto maior da arte mundial motivada pelo Brasil. *

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Corredor de acesso ao Mam

resumos arquitetônicos

Por Cátia Cananéa

A Eslovena Marjetica Potrc expõe desenhos acompanhados de peque-nas anotações de como são, es-tética e estruturalmente, diversas contruções brasileiras.Marjetica expilca de forma breve o que foi adotado por Oscar Niemayer e Lúcio Costa na concepção da ar-quitetura de Brasília e segue uma linha progressiva entre os desenhos e os pensamentos que decorrem deles. Ela também apresenta a Pal-afita como “uma casa sem paredes” e chega a conclusões como a de que “ a natureza está na cultura” e também o contrário, “a cultura está na natureza”.Parecem resumos do que um ar-quiteto enxerga diante das casas e prédios brasileiros, mas que não poderiam ter sido feitos por alguém que não os conhecesse. *

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o Sombrero Coletivo

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Por Paula Arnoso

A obra “Sombrero Coletivo” foi feita em 2004 pelo artista mexicano, Pedro Reyes com ajuda de Lygia Pape. No panorama foram utilizados mais de 20 chapéus de fibras costurados em diferentes tamanhos, para compor á obra que possui cerca de 2 metros quadrados. Pedro Reyes trabalha dentro de um sistema complexo de associações que desafia nossos desígnios sobre as formas em que o conhecimento é categorizado e autenticado. Através de meios simples e cenários casuais, ele consegue misturar as esferas d a ilusão e da função, as fantasias individuais e aspirações coletivas, espiritualidade e física.Habilitado como um arquiteto, Reyes constrói seus projetos numa base estrutural e constitui princípios. No entanto, essa aparência vai além dos aspectos formais da arquitetura, em

sua prática, a utilização do espaço é repleto de simbólico, assim como mecanismos físicos para melhorar a comunicação e a criatividade humana. Ele explora as maneiras pelas quais um espaço é capaz de permitir momentos individuais de libertação ou ativar a interação entre um grupo de pessoas.

Para essa finalidade, ele desenvolveu um arsenal de termos e formas de libertar a criatividade das limitações comuns . Seu trabalho funciona como uma rede que conecta o indivíduo, estados coletivo, históricos, formal e

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ideal. Reyes é um idealista, vive e trabalha pensando em maneiras de melhorar o mundo. Em sua obra “Sombrero Coletivo”, ele não deixa de perder tais características. Exprime o uso grupal de um objeto que possui um caráter de natureza individual. Formando, assim, sua ideológica visão de arte. Reyes fala em entrevista

a revista americana Bomb: ”Este é o potencial mais surpreendente da arte, para criar mundos. Não se trata tanto de mudar o mundo como ele é sobre a criação de um novo mundo. Pode ser um mundo que dure algumas semanas, ou mesmo apenas alguns segundos. Mas que definitivamente crie algo novo.” *

a obra de Franz Ackermann

Por Lu Ri Lee

A arte do alemão Franz Ackermann é influenciada pelas viagens que faz pelo mundo. No Mam, ele, que é um dos mais importantes de sua geração no panorama mundial da arte contemporânea, expõe um interessante cubo coberto por imagens dos seus `mapas mentais` em 4 cantos e um mapa geográfico da região retratada (América do Sul com destaque para o Brasil) no quinto canto. Neste trabalho a atenção do observador é atraída pelas cores e formas dos desenhos que contrastam com a brancura do cubo em si. As cores - o vermelho e o azul escuro, o cinza e o laranja fluorescente - saltam das linhas que riscam toda a superfície da obra. Outra imagem que impressiona é o retrato do artista, disposto logo na entrada do Mam. Dos olhos de Franz saem prédios por todas direções e evidenciam o que ele mais vê em São Paulo: altos edifícios. Em entrevista concedida a Revista Museu ele afirma que “no fundo todos os lugares só estão a dez quilômetros uns dos outros”.

Franz se permite exteriorizar o conteúdo artístico gerado pela sua mente de maneira muito original e inspiradora. Os trabalhos produzidos por ele retiram da realidade figuras da vida e elevam a comunicação visual ao nível da alma humana. *

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+ pareceres do Panorama

Por Cátia Cananéa

O Espanhol Juan Péres Aguirre-goikoa, produziu imagens que rem-etem á características pertencentes da cultura popular brasileira, como a paixão pelo futebol. No entanto, Juan utiliza suas aquarelas sobre papel para fazer críticas sociais. Ao invés de segurarem faixas de times, os torcedores impunham cartazes pedindo por reforma agrária, um dos grandes problemas do país. A imaginação do artista cria um cenário de participação pública que seria perfeito, não fosse um sonho.*

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Por Luiza Mendonça

`Soporte para lección de matemáticas` criado pelo colom-biano Gabriel Sierra é mais um ex-emplo de apropriação que a arte faz de objetos (neste caso, frutas) para

tornar o bucólico poético. Gabriel, que já fez parte de out-ras exposições no Brasil, inclusive a 28º Bienal de São Paulo em 2008, experimenta formas geométricas, arquitetura de design para compor suas obras. *

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Por Paula Arnoso

E para encerrar a edição da Mod-ernarte, apresentamos a obra Pág. 179, de Sandra Gamarra. O curioso nome da pintura vem da inspiração que esta peruana tira das páginas de livros que a influenciam a criar suas obras. *

Expediente

Esta revista foi idealizada e criada por Cátia Cananéa, Luiza Men-donça, Lu Ri Lee e Paula Arnoso.Todas as imagens fazem referência ao 31º Panorama da Arte Brasilei-ra, e, foram tiradas durante o mês de novembro no Museu de Arte Moderna de São Paulo pelas inte-grantes do grupo.Diagramação Cátia Cananéa e Paula Arnoso.

Estética e História da ArteProfessora Mirtes

Universidade Mackenzie

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