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Modernismo brasileiro Segunda fase 1930 a 1945

Modernismo brasileiro apresentação final

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Modernismo brasileiro

Segunda fase1930 a 1945

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DI CAVALCANTI

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CÂNDIDO PORTINARI

“MESTIÇO”- 1934

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A época

A época O processo de transformação dos meios de

comunicação acelerou-se a partir do início do século XX, graças à união de alguns recursos tecnológicos, como o telégrafo, o telefone, as máquinas rotativas, que possibilitaram o aumento das tiragens dos jornais, e principalmente o rádio, que chegou ao Brasil em 1923. Com isso, as informações sobre música, teatro, cinema, política, problemas econômicos e sociais do mundo inteiro tornaram-se acessíveis a locais cada vez mais distantes do centro que as divulgava. Tinha início a chamada Era da Informação .

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O cenário do século XX, porém, não era de tranqüilidade, nem para o Brasil, nem para o resto do mundo. Esse século produziu guerras catastróficas e imensos massacres populacionais: o número de mortos entre civis e militares, de 1914 a 1945, período que compreende as duas grandes guerras, ultrapassa os 100 milhões!

A partir da década de 1920, o mundo passou a viver outro período histórico conturbado devido a uma série de transformações políticas e econômicas. Para o Brasil, são importantes os seguintes fatos:

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. A quebra da bolsa de Nova York, em 1929, ao desencadear uma depressão econômica mundial, fez cair vertiginosamente o preço do café, nosso principal produto de exportação.

. Na esteira da perda de poder econômico dos barões do café, ocorre a Revolução de 1930 que levou Getúlio Vargas à presidência da República, pondo fim à política do “café-com-leite”. A chamada Era Vargas só terminaria em 1945.

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Em meio à onda de greves operárias, formou-se uma frente paulista em oposição à política de Vargas, que evoluiu, em 1932, para a Revolução Constitucionalista, que reivindica a autonomia dos estados, então sob intervenção federal. Os paulistas foram derrotados.

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Cartazes da Revolução Constitucionalista

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Modelos de aviões utilizados na Revolução Constitucionalista

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Para se manter no poder e evitar futuras rebeliões, em 1935 , Getúlio decreta a Lei de Segurança Nacional, que franqueava ao governo a repressão de quaisquer atividades consideradas subversivas, como a fracassada tentativa de levante organizada pelos comunistas, no mesmo ano.

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Em 1937, Vargas, autorizado pelo Congresso, instaura o “estado de guerra”. Fecha, por noventa dias o Congresso, que o apoiara; outorga nova Constituição, de teor claramente fascista; nomeia novos interventores para todos os estados; extingue os partidos políticos e determina a supressão dos direitos individuais. Estava implantada a ditadura do Estado Novo, com o apoio de classe média e da burguesia.

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Em 1939, tem início a Segunda Guerra Mundial. Getúlio Vargas cria o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), órgão de censura aos meios de comunicação.

Em 1942, apesar da simpatia que Vargas nutria pelo fascismo, o Brasil, devido a pressões internacionais, alia-se aos Estados Unidos e declara guerra aos países do Eixo: Itália, Alemanha e Japão.

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Em 1945, Getúlio Vargas é deposto pelas Forças Armadas. Extingue-se a ditadura do Estado Novo. file:///E:/Getúlio%20Vargas%20-%20Wikipédia_arquivos/180px-Fo_g0039.jpg

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É um dos idealizadores e organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, autor do material gráfico da exposição.

DI CAVALCANTI

Contexto cultural da época

- A mulata, para mim, é um símbolo do Brasil. Ela não é preta nem branca. Nem rica nem pobre. Gosta de música, gosta do futebol, como nosso povo. (...)"

"Moço continuarei até a morte porque, além dos bens que obtenho com minha imaginação, nada mais ambiciono."

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Poemas de Carlos Drummond de Andrade e Vinicius de Moraes a Di Cavalcanti

... Que bom que existas, pintorEnamorado das ruas

Que bom vivas, que bom sejasQue bom lutes e construas

Poeta o mais cariocaPintor o mais brasileiro

Entidade mais diletaDo meu Rio de Janeiro

- Perdão meu irmão poetaNosso Rio de Janeiro

(Vinícius de Morais,setembro de 1963)

Uma Flor para Di CavalcantiEsta é uma flor para Di,uma flor em forma di-ferente: de flor-mulher,desabrochada onde querque exista amor e verão.Verão como a cor cinti-la nas curvas, e sorrinesse púrpuro arrebolque Di tirou do seu Riocoado de mel e sol.Uma flor-pintura, zi-nindo o canto de amorque acompanhou toda a vi-da do pincel, o gozo-dor de criar e de sentir, di-vina e tão sensual ração que coube, na Terra, a Di.

Carlos Drummond de Andrade

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O desejo de pesquisar nossa realidade social, cultural e religiosa revelou-se forte nas artes plásticas e na literatura. A arte mergulhou profundamente no tenso panorama ideológico da época, procurando analisar as contradições vividas pelo país e representá-las por meio da linguagem estética.

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Dois dos mais importantes pintores dessa tendência foram Cândido Portinari, que adotou como tema central da sua pintura o povo e seu cotidiano, e Di Cavalcanti que pintou as mulheres dos bordéis, as festas nas ruas do subúrbio carioca, os pescadores.

Na arquitetura, destacam-se Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, os quais, posteriormente, fariam os projetos da capital federal, Brasília.

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“Auto-retrato” - 1943“Moças no vilarejo” década de 1940

DI CAVALCANTI- Obras

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“Mulatas e pássaros” década de 30

“Colonos” - 1945

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CÂNDIDO PORTINARI - Obras

“Futebol”- 1935 “Circo” -1933

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“Retirantes” – 1936

“Marias” - 1936

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Na música, o inovador maestro e compositor Heitor Villa-Lobos compõe, em 1930, as Bachianas brasileiras, unindo à estrutura da música de Bach as melodias, os ritmos e a sonoridade da música brasileira.

Com a difusão do rádio, a música popular também ganha repercussão. O samba dos morros do Rio de Janeiro passa a ser divulgado nacionalmente e consagra-se, com compositores como Noel Rosa, Pixinguinha, Ary Barroso, Lamartine Babo.

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No teatro, Flávio de Carvalho encena a peça “O bailado do Deus morto”, em 1939, que teve sua apresentação interrompida pela polícia, sob a alegação de ser ofensiva ao pudor.

Quanto ao cinema, a produção viu-se derrotada pela concorrência estrangeira. O primeiro filme brasileiro, Os estranguladores, data de 1929. Em 1931, Mário Peixoto lança Limite, um marco na história de nosso cinema.

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Poetas da época

Na segunda fase do Modernismo, com o surgimento de uma nova geração de autores, a poesia entra numa fase de grande amadurecimento. Os poetas abandonam o tom irreverente e polêmico dos primeiros tempos e, com a liberdade estética conquistada, desenvolvem plenamente suas próprias tendências, sem a preocupação de chocar os tradicionalistas. É o período em que se afirma uma das mais fecundas gerações de poetas brasileiros: Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Dante Milano, Mário Quintana.

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Cecília Meireles

Cecília Meireles é a primeira grande escritora da literatura brasileira e a principal voz feminina de nossa poesia moderna.

Os temas mais constantes na poesia de Cecília Meireles são a precariedade da existência humana, a fugacidade dos bens materiais e do tempo, a falta de sentido da vida, a solidão a que o indivíduo está condenado, a distância, a perda, a falta.

MOTIVOEu canto porque o instante existeE a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:Sou poeta.

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“Liberdade,essa palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.”

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Vinícius de Moraes

Mais conhecido pelas suas composições musicais, Vinícius de Moraes iniciou sua obra poética em 1930. Nas obras iniciais, aproximou-se de temas como a religiosidade e a angústia associada à oscilação entre matéria e espírito. Aos poucos, porém, seu interesse voltou-se para aspectos do cotidiano e para o relacionamento amoroso.

“Se você quer ser minha namorada “Olha que coisa mais lindaAh, que linda namorada Mais cheia de graça Você poderia ser...” É ela menina

Que vem e que passa...”

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Carlos Drummond de Andrade

A poesia de Carlos Drummond de Andrade revela um lento processo de investigação da realidade humana, e suas linhas básicas já estão presentes nos primeiros livros: visão crítica da sociedade, certo desencanto com relação à vida, recusando-se a uma participação lírica ou sentimental e revelando um pessimismo em que o homem se encontra frente a frente com o vazio e o nada.

O estilo despojado de sua obra, a visão crítica da realidade e a constante preocupação com a linguagem dão a Carlos Drummond de Andrade um lugar de destaque na história da literatura brasileira.

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No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedraTinha uma pedra no meio do caminhoTinha uma pedraNo meio do caminho tinha uma pedra...

José

E agora, José?

A festa acabou

A luz apagou,

O povo sumiu

A noite esfriou,

E agora, José?...

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Murilo Mendes

Murilo Mendes utilizou como material para seus poemas lembranças da infância, temas religiosos, visões oníricas e cultivou a sátira e a paródia – tudo em um estilo absolutamente original. Foi o poeta brasileiro que melhor soube expressar a tendência surrealista.

– Canção do exílioMinha terra tem macieiras da CalifórniaOnde cantam gaturamos de Veneza.Os poetas da minha terraSão pretos que vivem em torres de ametista......

Murilo Mendes -1931

Por C. Portinari

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Jorge de Lima

Jorge de Lima aprendeu com o mestre Manuel Bandeira a lição de que a poesia está nas coisas mais simples: o sal da água e a luz do céu. Mas relê a lição modernista pela lente do catolicismo e atribui a Deus a existência de tudo. O mais conhecido de seus poemas é “Essa Negra Fulô”, que tematiza a relação entre os escravos e seus senhores, estabelecendo uma crítica à maneira como os negros eram física e emocionalmente torturados.

– “Qualquer que seja a chuva desses campos devemos esperar pelos estios

– E ao chegar os serões e os fiéis enganos amar os sonhos que restarem frios.” (Invenção de Orfeu)

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Essa negra fulô

Ora, se deu que chegou(isso já faz muito tempo)No bangüê dum meu avôUma negra bonitinhaChamada negra Fulô.

Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!

...

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O Romance de 1930

O Brasil testemunhou, na década de 1930, uma explosão do romance. Preocupados com o país em que viviam, escritores usaram a narrativa como instrumento de denúncia de uma realidade que, principalmente na região Nordeste, condena milhares de brasileiros à miséria. Caracterizavam-se por adotarem uma visão crítica das relações sociais e, todos se integram, num sentido amplo, ao regionalismo, seja na base das áreas rurais e campesinas, seja na fixação de cenários urbanos, de subúrbios ou pequenas cidades. Em todas as vertentes, o que ressalta é o homem hostilizado pelo ambiente, pela terra, pela cidade, o homem devorado pelos problemas que o meio lhe impõe.

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O romance desenvolveu diversas linhas temáticas. O drama das secas, a crise dos engenhos, o cangaço, a luta pela terra, o coronelismo, são temas abordados na ficção de Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado e Rachel de Queiroz; os problemas do homem urbano estão na obra de Érico Veríssimo; a investigação psicológica das personagens e seus conflitos íntimos encontram-se na ficção de Dionélio Machado.

De modo geral, o trabalho com a linguagem busca trazer para a narrativa a “cor local”, ou seja, as informações sobre espaços, comportamentos e costumes, que permitem ao leitor reconhecer os aspectos típicos, característicos de uma região específica.

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GRACILIANO RAMOS

O cuidado com as palavras é um dos traços mais importantes da prosa de Graciliano Ramos. A economia absoluta no uso de adjetivos e advérbios, a escolha cuidadosa dos substantivos que melhor contam uma realidade, todos os aspectos da construção de seus romances colaboram para a criação do “realismo bruto” que define o olhar neo-realista desse autor. É, sem dúvida, o romancista que soube exprimir, com maior agudeza, a dura realidade do homem nordestino.

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Capa da última edição da obra Vidas Secas (50 anos da morte do escritor/2003) e busto de Graciliano Ramos por Cândido Portinari.

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RACHEL DE QUEIROZ

Os dois primeiros romances de Rachel de Queiroz, “O QUINZE e JOÃO MIGUEL”, têm como espaço o Ceará e revelam com intensidade a problemática social da região do Nordeste do país: a miséria, a seca, a desigualdade, a indiferença dos poderosos diante de tão grave situação. Permaneceu três meses presa em 1937, perseguida pela ditadura do Estado Novo. Escreveu crônicas em diversos jornais brasileiros até o fim de sua vida. Foi a primeira escritora a conquistar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, em 1977.

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Rachel de Queiroz, a primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras

Inserida no Modernismo, a prosa regionalista de Rachel de Queiroz retrata numa linguagem enxuta e viva, o Nordeste, mais especificamente, o Ceará.

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JOSÉ LINS DO REGO

Muitas das obras de José Lins do Rego apresentam forte conteúdo memorialista, revelando reminiscências da infância e adolescência passadas no engenho do avô. Na Paraíba.Os romances em que tratou da vida nos engenhos, da decadência das velhas estruturas econômicas do Nordeste e dos desmandos dos autoritários senhores de engenho costumam ser reunidos no que ele próprio chamou de “ciclo da cana-de-açúcar” e são os seguintes: Menino de Engenho, Doidinho, Bangüê, Usina, Fogo Morto (sua obra-prima). Também se interessou pelo cangaço, questão tipicamente nordestina, que foi explorada em “Pedra Bonita e Cangaceiros”.

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Fotos de José Lins do Rego e José Américo de Almeida, autor de A Bagaceira.

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JORGE AMADO

Um dos escritores brasileiros mais conhecidos e lidos de todos os tempos, Jorge Amado conseguiu com seus romances, traçar um vasto painel do povo brasileiro, usando a Bahia como representação da diversidade étnica e social brasileira. Seus romances ultrapassaram a marca dos dez milhões de títulos vendidos só no Brasil e foram traduzidos para 49 línguas estrangeiras. Apesar de sua popularidade, a maior parte da crítica credita seu talento e valor literário às primeiras produções, como:Jubiabá, Terras do Sem-Fim, Mar Morto e Capitães da Areia.

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Jorge Amado - 1934

por Cândido Portinari

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ÉRICO VERÍSSIMO

É antes de mais nada um grande contador de histórias. Autor de estilo simples e despojado, conquistou desde logo a posição de um dos escritores mais populares de nossa literatura. Grande criador de tipos humanos o escritor funde análise psicológica e sociológica. Vale-se de linguagem simples e de recursos como: discurso indireto livre, ritmo de cortes cinematográficos, temas prosaicos e universais. Em “O TEMPO E O VENTO” (O Continente, O Retrato e O Arquipélago), o autor reconstrói a história do Rio Grande do Sul, por meio da trajetória das famílias Terra e Cambará, ambientada na cidade de Santa Fé.

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Érico Veríssimo relendo seus manuscritos.

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Comentários finais

“Talvez se possa dizer que os romancistas da geração de trinta, de certo modo, inauguraram o romance brasileiro, porque tentaram resolver a grande contradição que caracteriza a nossa cultura, a saber, a oposição entre as estruturas civilizadas do litoral e as camadas humanas que povoam o interior – entendendo-se por litoral e interior menos as regiões geograficamente correspondentes do que os tipos de existência, os padrões de cultura comumente subentendidos em tais designações. [...]”

(Antônio Cândido)

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Trabalho organizado pelas professoras de Português – matutino/2007 do Centro de Ensino Médio 01 de São Sebastião.