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Século XX no Brasil - Modernismo O começo do século XX no Brasil foi marcado por fatos que mudaram sua história. Dentre eles destacam-se o início da produção industrial e a vinda de grande número de imigrantes de diversos países. Como consequência o país assistiu a um expressivo crescimento econômico e as grandes transformações sociais, resultantes do convívio com diferentes culturas.

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Século XX no Brasil - Modernismo

O começo do século XX no Brasil foi marcado por fatos que mudaram sua história. Dentre eles destacam-se o início da produção industrial e a vinda de grande número de imigrantes de diversos países. Como consequência o país assistiu a um expressivo crescimento econômico e as grandes transformações sociais, resultantes do convívio com diferentes culturas.

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Uma nova arte brasileira Nesse contexto de grandes mudanças sociais começou a se desenvolver uma nova arte brasileira, a princípio na literatura. Escritores como Oswald de Andrade, Menotti dell Picchia, Mário de Andrade, os artistas brasileiros deveriam ter como ponto de partida as raízes nacionais. Assim, ele passou a expor nos jornais suas ideias renovadoras e a participar de grupos de artistas unidos em torno de uma nova proposta para a arte brasileira.

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Essa nova busca por novos caminhos ganhou força com a Semana de Arte Moderna, realizada em fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. No evento foram apresentados concertos e conferências, além de exposições de artistas plásticos.

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Lasar Segall

Antes do Movimento Modernista de 1922, foi Lasar Segall (1891-1957) que proporcionou ao Brasil o primeiro contato com a arte europeia mais inovadora. Segall nasceu na Lituânia e estudou pintura na Alemanha, para onde se mudou em 1906. em 1912 esteve nos Países Baixos e em 1913 veio ao Brasil, onde expôs sua pintura já com nítidas características expressionistas. Essa exposição foi um dos acontecimentos precursores da arte moderna no Brasil.

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Lasar Segall retornou ao Brasil em 1924 em 1924 e fixou residência em São Paulo. A partir daí sua pintura assumiu aspectos mais próximos da realidade brasileira.

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Segall expõe no Brasil

Observe nesta obra o desenho anguloso e as cores fortes com que o artista representa as duas mulheres. São características próprias do pintor nessa fase de uma produção artística.

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Duas amigas (1913), de Lasar Segall. Dimensões: 85 cm X 79 cm. Museu Lagar Segall.

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O Brasil de Segall

Observe nesta obra as cores e a luminosidade com que o artista representa um menino segurando uma lagartixa. Ao que parece, um país ensolarado como o nosso teve reflexos em sua pintura. Veja também como o artista destaca apenas as folhas para representar as arvores que fazem fundo à cena. É como se as folhas, com seu verde intenso, fossem o elemento mais importante das arvores.

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Menino com lagartixas (1917), de Lasar segall. Museu Lasar

Segall.

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Anita Malfatti

A exposição de Lasar Segall em 1913 não causou polêmica. Afinal, tratava-se do trabalho de um “estrangeiro”, que teria, portanto, o “direito” de apresentar uma arte estranha ao gosto brasileiro. Mas com a exposição da pintora brasileira Anita Malfatti (1889-1964) a reação foi diferente.

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Malfatti, que nasceu em São Paulo e aí realizou seus primeiros estudos de pintura, teve grande importância nos fatos que antecederam o Movimento Modernista de 1922. Em 1912 foi para Alemanha, onde frequentou a Academia de Belas-Artes de Berlim. Em 1914, de volta ao Brasil, realizou sua primeira exposição individual, mas sua exposição mais famosa foi a de 1917, que provocou publicações de uma artigo com severas críticas por parte de monteiro Lobato. Nessa mostra figuram, por exemplo, A mulher de cabelos verdes e O homem amarelo, que se tornaram marcos da pintura brasileira.

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Com as críticas desfavoráveis a Anita Malfatti, muitos artistas uniram-se a ela em busca de uma arte brasileira livre das regras impostas pelo academicismo. Eis a grande importância histórica de Malfatti, ao ser criticada, chamou a atenção dos artistas inovadores e revelou que sua arte apontava novos caminhos, principalmente no uso da cor.

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Di Cavalcanti

Depois das exposições de Segall e Malfatti, começou a desenvolver-se a ideia de uma mostra coletiva com o que havia de mais atualizado no país. Entre os artistas interessados nisso estava o pintor Di Cavalcanti, um dos incentivadores da Semana de Arte Moderna de 1922.

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Di Cavalcanti (1897-1976), chamado Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo, viveu na Europa e conheceu os artistas mais notáveis da época. Na década de 1940 sua arte, já amadurecida, conquistou espaço definitivo na pintura brasileira. Em sua obra destaca-se a presença da mulher negra, como podemos ver em Nascimento de Vênus.

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O trabalho de Di Cavalcanti foi influenciado por diversos pintores, como Picasso, Gauguin, Matisse e Braque, mas ele transformou essa influência em uma produção muito pessoal, associada aos temas nacionais. É assim, por exemplo, em Pescadores.

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Cartaz da Semana de Arte Moderna, 1922.

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Di Cavalcanti e a mulher negra

Essa obra é uma referência à famosa pintura de Botticelli que representa o nascimento de Vênus, a deusa da beleza, em uma concha sobre o mar.

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Nascimento de Vênus (1940), de Di Cavalcanti.

Nascimento de Vênus, de Botticelli.

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O Brasil de Cavalcanti

Observe como essa cena é típica do Brasil: o casal de pescadores que vende seu produto próximo ao mar, as pessoas ao fundo com tabuleiros sobre a cabeça. São personagens que nos lembram pessoas que vemos na cidades litorâneas do país. As cores e as formas que Di Cavalcanti dá a elas, porém, não são realistas; são escolhas dele.

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Pescadores (1951), de Di Cavalcanti.

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A geometria em Vicente do Rego Monteiro

Observe nas duas obras um aspecto característico da pintura de Vicente do Rego Monteiro: tanto em um como em outra, a representação dos corpos está próxima de formas geométricas. Isso dá ao observador a ideia de volume e não de uma superfície plana, como é o caso da pintura.

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O menino e a ovelha (1925), de Vicente do Rego monteiro.

Atirador de arco (1969), de Vicente do Rego Monteiro.

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O polêmico trabalho de MalfattiHoje essas obras de Anita Malfatti não assustam nem causam estranhamento. Em 1917, porém, a mulher de rosto anguloso e cabelos verdes e este homem pintado de amarelo causaram espanto. Na época, em geral, pensava-se que a arte – em particular a pintura – deveria imita a realidade. Um pintor não poderia alguém com cabelos verdes ou pele exageradamente amarela, pois ninguém é assim na realidade. Essa foi justamente uma das novidades trazidas pela arte moderna: a ideia de que o artista deve ter total liberdade de imaginação e não se deixar limitar pela realidade.

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O homem amarelo (1915), de Anita Malfatti. Dimensões: 61 cm X 51 cm.

A mulher de cabelos verdes (1915), de Anita Malfatti. Dimensões: 61 cm X 51 cm. Colação particular.

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Vicente do Rego Monteiro

Vicente do Rego Monteiro (1889-1970) nasceu em Recife e , aos 12 anos, foi estudar pintura na Europa. Aos 14 anos, já participava do Salão Independente, em Paris. Voltou ao Brasil em 1917 e participou da Semana de 1922. Depois sua vida alternou-se entre a França e o Brasil. Na França recebe críticas favoráveis e teve obras adquiridas por importantes Menino e ovelha e Atirador de arco.

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Tarsila do Amaral

Com Tarsila do Amaral (1886-1973), nascida em Capivari, estado de São Paulo, a pintura brasileira começa a procurar uma expressão moderna, porém mais ligada às nossas raízes culturais. Ela não participou da Semana de Arte Moderna de 1922, mas colaborou decisivamente para a arte moderna brasileira.

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Sua carreira artística começou em 1916. Em 1920 foi para Europa, onde estudou com mestres franceses até 1922. No mesmo ano veio ao Brasil, mas em 1923 voltou à Europa, onde passou pela influência impressionista e, depois cubista. Nessa fase ligou-se a importantes artistas do modernismo europeu, como Picasso e Brancusi.

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No ano seguinte, novamente no Brasil, iniciou-se a fase a que se deu nome de pau-brasil, caracterizada, segundo o crítico Sérgio Milliet (1898-1966), pelas “cores ditas caipiras, roas e azuis, as flores do baú, a estilização geométrica das frutas e plantas tropicais, dos caboclos e negros, da melancolia das cidadezinhas, tudo isso enquadrado na solidez da construção cubista”. É o que pode ser observado em O mamoeiro.

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A fase pau-brasil de Tarsila

Observe na imagem o emprego, em áreas bem delimitadas, das cores azuis, rosa, verde e amarelo. Note a estilização na representação de pessoas, casas plantas e frutas: tudo está reduzido e seus traços essenciais, lembrando figuras geométricas, como círculos, retângulos e triângulos. Veja também a simplicidade e a tranquilidade da cidadezinha representada na cena.

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O mamoeiro (1925), de Tarsila do Amaral

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As obras que Tarsila produziu na década de 1930 expressam a preocupação com os problemas sociais e com os trabalhadores. Um exemplo significado desse tema é o quadro Operários.

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Vitor Brecheret: a escultura brasileira se moderniza

Foi graças principalmente a Vitor Brecheret (1894-1955) que, na década de 1920, a escultura brasileira ganhou um aspecto mais moderno. As obras de Brecheret afastaram-se da imitação da realidade e ganharam expressão e formas geométricas, de linhas simples.

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Brecheret produziu muito e criou obras gigantescas, como Monumento a Caxias e seu mais conhecido trabalho, Monumento às bandeiras, cuja maquete apresentou em 1920. Mas ele também assinou peças delicadas, como Bailarinas e Tocadora de guitarra.

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A grandiosidade do granito

Essa escultura de granito composta por 37 figuras é uma referência às bandeiras, expedições armadas que, do século XVI ao século XVIII, partiram principalmente de São Paulo em direção ao Sertão para capturar indígenas e procurar minas de ouro e pedras preciosas. Note a impressão de força e solidez que o conjunto desperta no observador.

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Monumento às bandeiras (1936- 1953), de Vitor Brecheret.

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Bailarina (década de 1920), de Vitor Brecheret.Tocadora de guitarra (1923), de Vitor Brecheret.

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O trabalho segundo Tarsila

Observe o modo como a pintora expressa o mundo do trabalho: um grande número de rostos colocados lado a lado, todos sérios; nenhum sorriso, pois a preocupação não deixa lugar para a alegria. São pessoas que nos olham fixamente como a nos lembrar que é duro o trabalho nas fábricas, presentes na obra sob a forma de um prédio austero e chaminés cinzentas.

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Operários (1933), de Tarsila do Amaral.

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A arte brasileira após a Semana de Arte Moderna

Depois da Semana de 1922 ganharam destaque novos artistas plásticos que valorizam a cultura brasileira. Dentre eles destacam-se os pintores Portinari, Cícero Dias, Rebolo e Volpi e o escultor Bruno Giorgi.

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Cândido Portinari

No início da 1920 Cândido Portinari (1903-1962) foi aluno da Escola Nacional de Belas-Artes. Em 1933, depois de uma viagem de estudos ao exterior, foi viver em Brodósqui, onde nasceu, no interior de São Paulo. Iniciou, então, sua experiência com a pintura mural, que seria importante em sua obra. Nos famosos murais que pintou em 1938 para o então Ministério da Educação e Saúde, já aparecem os aspectos que o tornaram internacionalmente conhecido.

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O corpo humano sugerindo volume e os pés enormes, que transmitem a sensação de que as figuras se relacionam intimamente com a terra, sempre representa em tons muito vermelhos.Portinari retratou retirantes nordestinos, cangaceiros e temas históricos. Dentre estes destacam-se os grandes painéis de Tiradentes, hoje no Memorial da América Latina, em São Paulo, o painel a Guerra e Paz, pintado em 1957 para a sede da ONU. A infância em Brodósqui também esteve presente em sua obra.

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Imagem da infância

Observe na imagem as cores alegres das pipas e das roupas das crianças em contraste com o vermelho-escuro da terra. Note também a impressão dos movimentos nas mãos e nos braços dos meninos e nas roupas, como agitadas pelo mesmo vento que impulsiona as pipas.

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Meninos com pipas (1947), de Cândido Portinari.

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O trabalho duro

Observe na imagem as figuras humanas: os pés e as mãos são bastante grandes; o corpo sugere volume. Esses detalhes revelam o trabalho duro nas plantações de café, que exige força e ignora a fraqueza real das pessoas.

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Café (1934), Cândido Portinari.

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Cícero Dias

O pernambucano Cícero Dias (1908-2003) estudou pintura na Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, mas logo abandonou o academicismo em busca de um caminho pessoal. Em 1928 realizou uma exposição em que já mostrava seu estilo: usando com frequência azul e o vermelho deu um tratamento pessoal às cenas da vida nordestina.

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Uma das obras mais famosas de Cícero Dias chama-se Eu vi o mundo... Ele começava no Recife: um grande painel com quinze metros de comprimento por dois metros e meio de altura, pintando na década de 1920. O pintor foi viver na Europa em 1937 e lá permaneceu até o ano de sua morte.

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Bruno Giorgi

Bruno Giorgi (1905-1993) nasceu em Mococa, interior de São Paulo, mas ainda criança foi com a família em Roma. Só voltou ao Brasil no fim da década de 1930, quando aderiu ao Movimento Modernista. Na década de 1950 passou a valorizar em suas esculturas a sugestão de movimentos e vazios, e a harmonizar linhas curvas e formas angulares. No fim dessa mesma década começou a usar o bronze e a criar figuras delgadas. É dessa época, por exemplo, a obra Os guerreiros, criada para a praça dos Três Poderes, em Brasília.

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Na década de 1960 Bruno Giorgi introduziu duas inovações em sua obra: a forma geométrica no lugar das figuras humanas e o mármore branco em lugar do bronze. É o que podemos observar, por exemplo, na obra Meteoro.

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Um olhar romântico

Observe, nessa obra que, entre as cores claras, o vermelho de algumas casas e de alguns detalhes chama a atenção do observador. A cidade parece tranquila e as pessoas conversam calmamente na rua.

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Os volumes e os vazios

Note como estas figuras de bronze são alongadas e delgadas. Observe os espaços vazios entre as duas esculturas, posicionadas lado a lado: eles também compõem uma forma. Esse era um dos princípios da escultura moderna: os volumes e os vazios dão forma à criação do artista.

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Os guerreiros (Candangos) (1995), de Bruno Giorgi.

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A impressão da leveza

Observe que nessa obra de linhas curvas e retas existem volumes e espaços vazios. Graças a essa composição temos a impressão de um objeto muito leve flutuando no espelho-d’água. Na verdade, porém, estamos diante de uma obra feita em mármore; portanto, bastante pesada.

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Meteoro (1967), de Bruno Giorgi.

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Francisco Rebolo Gonzalez e o Grupo Santa Helena

Em 1971 foi demolido no centro de São Paulo um conjunto de prédios do qual fazia parte o Edifício Santa Helena, que abrigava escritórios.

Quarenta anos antes, um dos escritórios era ocupado pelo pintor de paredes paulistano Rebolo (1902-1980), que aí recebia os pedidos de serviço. Interessados por arte, ele era visitado por outros trabalhadores com o mesmo interesse, como Flúvio Pennachi (1905-1992), Aldo Bonadei (1906-1974), Clóvis Graciano (1907-1988) e Alfredo volpi.

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Esses artistas integraram o Grupo Santa Helena e tinham em comum a origem humilde e o gosto pela pintura.

Rebolo ganhava a vida decorando paredes de casas paulistanas e foi jogador profissional de futebol por quase vinte anos. Quando se instalou no Santa Helena, na década de 1930, passou a interessar-se mais pela pintura como forma de expressão artística. Seus temas preferidos eram retratos, naturezas-mortas e, sobretudo, paisagens de bairros de São Paulo, que constituem um importante documento visual da cidade: podemos ver seu aspecto tranquilo da época, por exemplo, em Rua do Carmo e Real Parque.

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Rua do Carmo (1936) de Rebolo. Dimensões: 40 cmX 49 cm.

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Retratos da tranquilidade

Observe nessa obra como era uma das áreas centrais de São Paulo em 1936. Note os prédios com poucos andares, o bosque, as montanhas no horizonte da cidade, o pequeno número de pessoas nas ruas. Olhando esse quadro podemos associar a simplicidade do espaço urbano à escolha do artista pelas cores pálidas e pelos tons muito próximos uns dos outros.

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Alfredo Volpi (1896-1988)

Nasceu na Itália e veio para o Brasil com pouco mais de 1 ano de idade. Residiu em São Paulo e teve várias profissões: carpinteiro, encanador e pintor de paredes. Ainda muito jovem descobriu a pintura artística e passou a dedicar-se a ela cada vez mais. Na década de 1930 conheceu Rebolo e o grupo Santa Helena.

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Os primeiros quadros de Volpi – paisagens, interiores e figuras humanas – refletiam ainda uma vontade de retratar a realidade. A partir de 1950 ele deu início a suas obras mais significativas: fachadas de casarios, mastros, bandeiras e fitas. Mas Volpi não pintava esses temas imitando a realidade: trabalhava valorizando apenas as linhas e as cores. São aspectos presentes em Fachada com bandeiras e Bandeiras e mastros.

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A linha e a cor em Volpi

Observe na obra ao lado que o importante é a sequência de portas e janelas e um barrado de pequenas bandeiras. Com elementos muito simples da realidade, o artista cria uma imagem colorida que nosso olhar percorre de modo agradável. Note que na obra abaixo estão presentes apenas pequenas bandeiras e parte dos mastros.

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Fachada com bandeirinhas 9década de 1950), Alfredo volpi. Dimensões: 73cm X 1,16 m.

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Na verdade, o que importa para o artista é trabalhar com cores. Veja como ele cria com elas uma combinação interessante e como as linhas do desenho dão à pintura uma impressão de textura – a ilusão de que, se passarmos a mão sobre sua superfície, sentiremos saliências e reentrâncias.

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Moderna arquitetura brasileira

Se, em vários campos das artes, a Semana de arte Moderna iniciou um processo de superação do passado, o mesmo não foi possível na arquitetura. O trabalho de um pintor, escritor ou escultor pode ser independente, mas a arte de um arquiteto não depende apenas dele; depende antes de tudo do cliente.

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uma obra conhecida da arquitetura brasileira é a casa que o ucraniano Gregori Warchavik (1896-1972) contruiu em 1928, na Vila Mariana, bairro paulistano. Ele divulgou entre os paulistanos e estilo futurista, que utilizava formas geométricas. O interior das casas começou a ser decorado com obras modernas, e os móveis, vitrais e tapeçarias passaram a expressar esse estilo.

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O prédio Martinelli

Assim como os Estados Unidos, na primeira metade do século XX o Brasil começou a construir arranha-céus. O primeiro deles no Brasil e na América Latina foi o prédio Matinelli, concebido pelo italiano Giuseppe Martinelli e construído em São Paulo entre 1022 e 1029. com 130 metros de altura e trinta andares, ele representou uma inovação técnica e arquitetônica e foi precursor dos altos edifícios que hoje dominam a paisagem urbana de são Paulo.

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