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MODERNO PANORAMA PROF. HENRIQUE HOFFMANN - CERS

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MODERNO PANORAMA

DO INQUÉRITO POLICIAL

PROF. HENRIQUE HOFFMANN

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Visão Constitucional da Segurança Pública

Órgãos e funções policiais

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de

todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das

pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à

proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

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Polícia Administrativa Polícia Judiciária

Função

prevenção de infrações

penais (preservação da

ordem pública) por meio

do policiamento

ostensivo

(patrulhamento fardado

nas vias públicas)

repressão de infrações penais por meio da

apuração (investigação) criminal (colheita da

evidências de materialidade e autoria de

delitos)

e

polícia judiciária (provocação do Poder

Judiciário pela Polícia Judiciária nas

representações por medidas cautelares, e

auxílio da Polícia Judiciária ao Poder

Judiciário no cumprimento de mandados na

persecução criminal)

Instituições

PM, PRF,

PFF, Guarda Municipal,

Polícia Legislativa

PF e PC

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Exclusividade da Investigação Criminal

CPP, art. 4º, parágrafo único: a competência definida neste artigo não excluirá

a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma

função.

Lei 12.830/13, art. 2º. § 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade

policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial

ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das

circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.

Investigação criminal

Instituição Ilícito apurado Base Legal

Polícia Judiciária penal Lei 12.830/13

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Investigações não criminais

Instituição Ilícito apurado Base Legal

MP Civil Lei 7.347/85

CPI Ético-parlamentar Lei 1.579/52

COAF Financeiro Lei 9.613/98

CADE Econômico Lei 12.529/11

IBAMA Ambiental Lei 9.605/98

Receita Fiscal Decreto 70.235/72

Particular Não criminal Lei 13.432/17

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Apuração particular

Lei 13.432/17 autoriza detetive particular a realizar apenas apuração não criminal

(art. 2º).

Pode no máximo colaborar com a investigação policial, desde que haja: a)

autorização do contratante; b) aceite do delegado.

Nunca pode participar de diligências policiais (art. 10, IV).

Sequer oitiva de testemunha pode ser feita, ainda que haja seu consentimento

(STF, AP 912).

Inteligência

Inteligência não se confunde com investigação criminal (art. 1º, §2º da Lei

9.883/99 e art. 2º da Lei 12.830/13).

“Enquanto a Investigação Policial está orientada pelo modelo de persecução penal

previsto e regulamentado na norma processual própria, tendo como objetivo a

produção de provas, a Inteligência Policial visa a produção de conhecimento e

apenas eventualmente, subsidia na produção de provas." (Doutrina Nacional de

Inteligência de Segurança Pública)

Page 11: MODERNO PANORAMA PROF. HENRIQUE HOFFMANN - CERS

Usurpação de Função pela Polícia Administrativa (PM, PRF e GM)

- Termo Circunstanciado de Ocorrência

- Investigação de crime doloso contra a vida praticado por PM contra civil

(ampliação inconstitucional e inconvencional de crimes militares no art. 9º

do CPM não afetou essa competência)

- Execução de medidas cautelares em PIC

Problema: P2 realizando investigação criminal em vez de inteligência

(confusão feita também por agências de inteligência formadas por toda

espécie de policial)

Page 12: MODERNO PANORAMA PROF. HENRIQUE HOFFMANN - CERS

Usurpação de Função pelo Órgão Acusador (MP)

O STF, ignorando a vontade expressa do constituinte, entendeu (RE 593.727)

que o MP pode realizar investigação criminal.

Fixou limites, todavia, que estão sendo desrespeitados:

a) subsidiariedade (intencional omissão da Polícia na apuração)

b) excepcionalidade (crimes envolvendo lesão ao patrimônio público ou

praticados por policiais);

c) condução da investigação sob sua direção e até sua conclusão (MP não

pode transferir apuração malsucedida para a Polícia Judiciária mediante

requisição de instauração de IP)

Problema: policiais civis no GAECO.

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Doutrina tradicional Doutrina moderna

Natureza jurídica procedimento

administrativo processo administrativo

Finalidades preparatório

(unidirecional) preservador e preparatório

Características

principais

inquisitivo apuratório

dispensável indispensável (em regra)

Valor probatório informativo informativo e probatório

Moderna visão do inquérito policial

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Natureza Jurídica (Processo Administrativo)

O inquérito policial é marcado pela existência de:

a) imputados (em sentido amplo): ainda não há acusados nem partes.

b) controvérsias geradoras de restrição de direitos fundamentais: não

existem sanções, nem litígio com acusação formal, mas há sim

controvérsias a serem dirimidas por decisões do delegado de polícia que

podem resultar na mitigação de direitos fundamentais do suspeito

Não se trata de mero procedimento, mas processo administrativo sui

generis. Contexto da chamada processualização do procedimento.

Dessa sequência de atos estatais, regidas pela cláusula do devido processo

legal, emergem uma série de garantias (princípios).

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Finalidades (Preparatório e Preservador)

O inquérito policial possui dupla função:

a) preparatória: embasar a ação penal. É subsidiária, nem sempre ocorre.

b) preservadora: preservar direitos fundamentais dos envolvidos, servindo

como filtro contra acusações infundadas. É a principal, ocorre sempre.

Não é unidirecional. A missão precípua do IP é apurar a verdade de maneira

imparcial.

O IP pode amparar tanto a acusação quanto a defesa. Eventual arquivamento

do inquérito não significa necessariamente fracasso.

Page 16: MODERNO PANORAMA PROF. HENRIQUE HOFFMANN - CERS

Exposição de motivos do Código de Processo Penal:

É uma garantia contra apressados e errôneos juízos, formados quando ainda

persiste a trepidação moral causado pelo crime ou antes que seja possível

uma visão de conjunto dos fatos, nas suas circunstâncias objetivas e subjetivas

(...) mas o nosso sistema tradicional, como o inquérito preparatório, assegura

uma justiça menos aleatória, mais prudente e serena.

STF (RE 593727):

Dupla função ou objetivo: um propósito preservador, tendente a evitar, diminuir

ou atenuar o risco de acusações infundadas, (...) e outro, preparatório,

ordenado a acautelar eventuais meios de prova.

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Indispensável

Exceção: Ministério Público ofertar a denúncia desacompanhado do inquérito

policial (CPP, art 39, §5º e art. 46, §1º).

CPP, art. 39,§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se

com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a

ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.

Regra: acusação ser amparada em investigação criminal (IP na maioria das

vezes).

Excepcionalmente a vítima coleta todos os vestígios documentais. Não pode o

particular realizar investigação criminal defensiva, precisa da chancela estatal

(STF, AP 912).

E apenas uma categoria excepcional de delitos pode ser provada sem prova

pericial.

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Crimes de ação penal pública incondicionada são a regra no sistema

processual penal. E quanto a eles vige a obrigatoriedade de instauração do IP

(art. 5º do CPP), que deve acompanhar a peça acusatória (art. 12 do CPP).

Na prática o próprio MP prefere requisitar instauração de IP mesmo quando

dispõe de documentos.

Isso confirma a imprescindibilidade de uma etapa preliminar da persecução

penal.

CPI e outros procedimentos (IBAMA, CADE, COAF) não são criminais, apesar

de poderem produzir prova emprestada

Detetive particular não pode fazer apuração criminal (Lei 13.432/17).

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Apuratório (Sigilo e Atuação da Defesa)

- Elemento surpresa

Estado necessita recuperar a posição de desvantagem em relação ao

criminoso, e garantir um mínimo de eficácia das diligências

- Contraditório e ampla defesa mitigados (compatibilização do sigilo e

democraticidade)

Contraditório: informação/conhecimento e participação/resistência

Ampla defesa: autodefesa e defesa técnica (positiva ou negativa)

Doutrina e Cortes Superiores afirmam de forma acrítica que não há

contraditório e ampla defesa no inquérito

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Todavia, o próprio STF (súmula vinculante 14) e a Lei (art. 7º, §11 do Estatuto

da OAB) garantem o direito à ciência dos atos já praticados no inquérito policial

(sigilo interno parcial - contraditório facultativo mitigado).

- Nomenclatura: inquisitivo é associado à Santa Inquisição, e mais adequado

para diferenciar sistemas processuais em sentido estrito (inquisitivo vs

acusatório) e não sistema investigativo

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- Sigilo e Atuação da Defesa

CPP, Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à

elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Lei 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação), Art. 23. São consideradas

imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis

de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:

VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou

fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de

infrações.

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sigilo externo público em geral

sigilo interno investigado

(não afeta delegado, juiz e promotor)

Sigilo interno é parcial. Há contraditório, porém facultativo e mitigado.

Limites de atuação da defesa foram fixados pelo STF e EOAB.

Súmula Vinculante 14 do STF:

É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos

elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório

realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao

exercício do direito de defesa.

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EOAB, Art. 7º São direitos do advogado:

XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação,

mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer

natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,

podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital;

Art. 7º. § 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá

delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a

diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando

houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade

das diligências.

Page 24: MODERNO PANORAMA PROF. HENRIQUE HOFFMANN - CERS

§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração

para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV.

§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento

incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de

peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização

criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o

acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem

prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz

competente.

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XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob

pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e,

subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele

decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso

da respectiva apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)

a) apresentar razões e quesitos;

b) (VETADO) (requisição de diligências - persiste o requerimento do art. 14 do

CPP.)

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Valor Probatório (Informativo e Probatório)

Elementos de convicção

a) prova (elemento probatório): contraditório e ampla defesa obrigatórios (real

ou diferida).

b) elemento de informação (elemento informativo): contraditório e ampla defesa

facultativos.

CPP, Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova

produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão

exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,

ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

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Prova cautelar e irrepetível: produzida no IP, e com ciclo de formação

concluído no processo (verniz de prova dado com o contraditório diferido).

Provas e elementos de informação na prática:

a) elementos informativos: oitivas (necessariamente repetidas em juízo)

b) elementos probatórios: todo o restante - perícias em coisas e pessoas,

conversas degravadas de interceptação telefônica, documentos e valores

obtidos em busca e apreensão ou colaboração premiada (não repetidos em

juízo).

Vícios no inquérito policial

a) mera irregularidade: elementos informativos

b) nulidade: provas

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Presidência da devida investigação criminal

Principio do Delegado Natural

Avocação e redistribuição do IP

Lei 12.830/13. Art. 2º. § 4o O inquérito policial ou outro procedimento

previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por

superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de

interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos

previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da

investigação.

O dispositivo não disciplinou o limite temporal até o qual a avocação ou a

redistribuição pode ser feita. Deve ser feito antes do relatório final, caso

contrário a investigação se encerrou e não há mais espaço para

interferências.

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Limitação à alteração compulsória na presidência do IP demonstra que

existe um delegado natural para conduzir a investigação policial.

Doutrina: Nucci, Távora, Hoffmann

Hierarquia entre delegados é meramente administrativa, e não funcional.

Inamovibilidade

§ 5o A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato

fundamentado.

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Independência funcional

Fundamento e importância

Autoridades que concentram em suas mãos relevante parcela do poder

estatal (capaz de relativizar direitos fundamentais) e por isso precisam de

margem para tomada de decisões fundamentadas.

Com base no inquérito se relativizam as circunstâncias de alguém e com

isso o todo (Ortega y Gasset).

Lei 12.830/13, Art. 2º, § 3o “§ 3º O delegado de polícia conduzirá a

investigação criminal de acordo com seu livre convencimento técnico-

jurídico, com isenção e imparcialidade.” (VETADO).

O veto não decorreu de discordância do Chefe do Executivo quanto ao livre

convencimento e imparcialidade, mas para impedir eventual prejuízo às

requisições do MP e do Judiciário.

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Doutrina

O livre convencimento técnico-jurídico do delegado de polícia deriva do fato

de o inquérito policial ser um procedimento discricionário (CPP, art. 14). A

isenção e imparcialidade, por sua vez, são consectários lógicos dos

princípios da impessoalidade e moralidade, previstos expressamente no art.

37, caput da Constituição Federal (LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação

criminal especial comentada. Salvador: Juspodivm, 2014, p. 180).

A Lei n.º 12.830/13 (...) [garante] ao investigado e a vítima o exercício

técnico-jurídico do mister de Delegado de Polícia de forma isenta e

desprovido de controle ideológico ou de pressões políticas eventualmente

exercidos pela defesa, pelo Ministério Público ou Juízes.

MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de direitos humanos. 4.ed. São

Paulo: GEN/Método, 2017, p. 468).

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Jurisprudência

O indiciamento, que não se reduz à condição de ato estatal meramente

discricionário, supõe, para legitimar-se em face do ordenamento positivo, a

formulação, pela autoridade policial (e por esta apenas), de um juízo de

valor fundado na existência de elementos indiciários idôneos que deem

suporte à suspeita de autoria ou de participação do agente na prática

delituosa (Min. Celso de Mello - HC 133.835 MC)

O indiciamento, a denúncia e a sentença representam, respectivamente,

atos de competência privativa do Delegado de Polícia, do Ministério Público

e do Poder Judiciário, sendo vedada a interferência recíproca nas

atribuições alheias, sob pena de subversão do modelo acusatório, baseado

na separação entre as funções de investigar, acusar e julgar

(Min. Luiz Barroso - Inq. 4.621)

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Decorrências

- Decisão sobre decretação da prisão em flagrante (conversão da captura)

- Decisão de indiciamento

- Decisão sobre decretação de apreensão de bens (conversão da

arrecadação)

- Possibilidade de aplicação do princípio da insignificância

- Faculdade de aplicação de excludentes de ilicitude e excludentes de

culpabilidade

- Discricionariedade de diligências e limite ao controle externo do MP

- Controle de convencionalidade (ex: investigação de crimes praticados por

PMs)

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