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Modlidades de abordagens compreensivas na concepção de Minayo.

PPGE - DMMDC

Joselita F.Boaventura

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MINAYO, M. C. de Souza. Modalidades de abordagens compreensivas.In: MINAYO, M. C. de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11ª edição. São Paulo: Hucitec, 2008. p. 143 a 169.

[...] existem práticas científicas diferenciadas, desigualmente desenvolvidas e todas tendo, como substarto movimentos que envolvem sociedades e visões sociais de mundo diversas (MINAYO, p. 169).

Diferentes concepções de realidade guiam diferentes métodos de abordagens científicas.

(Sílvio Sanches Gamboa, 2007)

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A Escola de Frankfurt

Surge na Alemanha, no início do século XX (1924), influenciada pelo pensamento de Nietzsche, Heidegger e Freud.

Se propõe a analisar a prática cientifica como atividade vinculada aos interesses subjetivos. O conhecimento e o interesse são atividades interligadas.

Não há objetividade destituída de subjetividade, e a subjeividade se objetiva nas relações sociais. Sujeito e objeto se complementam na unidade do conhecido.

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As abordagens compreensivas apresentadas pela autora:

Fenomenologia sociológica Etnometodologia; Interacionismo simbólico; As histórias de vida (narrativa de vida, história

horal, e etnobiografia); Estudo de caso; Hermeneutica-diáletica.

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Fenomenologia sociológica

Aspectos

Expressa crítica radical ao objetivismo da ciência, propõem a subjetividade como fundante do sentido;

dá relevância à subjetividade como construtiva do social e inerente ao âmbito da autocompreensão objetiva;

constitui a descrição fenomenológica como tarefa principal da sociologia.

É considerada nas Ciências Sociais como Sociologia da vida cotidiana.

Teve influência do pensamento de Weber, Hussel e Dilthey.

Alfred Schutz, nas Ciências Sociais, é o representante mais significativo do pensamento fenomenológico. Apoiado nos princípios filosóficos de Hussel, ele cria teoria e método para abordagem da realidade social.

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Categorias criadas por Schutz, para os conhecimentos construídos a partir da realidade social: o vivido e o experimentado no cotidiano – o mundo

social apresenta-se aos indivíduos na forma de um sistema objetivado de designações compartilhadas de formas expressivas;

a epsitemologia que investiga esse mundo – o propósito do cientista social é revelar os significados subjetivos implícitos que conformam o universo dos atores sociais, em sua lógica mais profunda.

E, o método cientifíco para proceder a essa investigação – o investigador deve criar um saber diferente a partir do conhecimento de “primeira ordem” captando os modelos de tipificação do ator social, explicitando os significados da realidade social;

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Os modelos construídos pelos cientista distingue-se do senso comum devido:

a)consistência lógica – possibilidade de descrever o vivido buscando trazê-lo para a ordem das significações; b)possibilidade de interpretação; ec)adequação à realidade social.

Ainda de acordo com Schutz, são princípios que conformam o modelo científico para a compreensão do mundo social:

a intersubjetividade – os seres humanos estão sempre em

relação uns com os outros; e a compreensão – para atingir o mundo vivido, a ciência tem

de apreender as coisas sociais como significativas; a racionalidade e a iternacionalidade – o mundo social é

contituído sempre por ações e interações que obedecem a usos, costumes e regras ou que conhecem meios, fins e resultados.

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Conceitos que remetem ao ator social:

situação – lugar que alguém ocupa na sociedade, o papel que desempenha e suas posições ético-politico-religiosas e intelectuais;

experiência biográfica – uma pessoa está sempre biograficamente situada no mundo e na vida, e é nesse contexto que pensa, sente e age;

Estoque de conhecimento – expressão que diz respeito à sedimentação das experiências e situações vivenciadas, a partir das quais o ator social interpreta o mundo e pauta sua ação.

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A categoria central da análise fenomenológica é a intersubjetividade, pois ela constitui-se numa característica que fundamenta a existência humana no mundo.

Críticas da autora a fenomenologia:

a)não há preocupação com os fenômenos estruturais;

b)é ausente a discussão sobre as questões de poder, dominação, da força e da estratificação social;

c)ela focaliza a produção interacional e simbólica;

d)é como se cada fato ou grupo constituísse um mundo social independente.

Crítica de outros autores;

Teoria fraca desenvolvida a partir de contextos pessimistas como o do nazismo e do stalinismo, nos quais prevaleciam às razões do Estado sobre a vontade e a liberdade dos grupos sociais.

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Positivismo FenomenologiaConstruir explicações totalizantes e invariáveis;Separa fatos e valores sociais;Visa construir conhecimentos objetivos e neutros;À coerção da sociedade sobre o indivíduo;

Primazia da ciência;

Afirma que a vida humana é essencialmente diferente e só pode ser compreendida por meio do mergulho na linguagem significativa da interação social;Linguagens, práticas, coisas e acontecimentos são inseparáveis. Acredita que só há conhecimento subjetivo;Liberdade do ator social (pois ele cria significados e constrói sua realidade);Absolutiza a ética na relação ciência X sociedade;Defende a submissão da ciência aos princípios da ética e da moral da sociedade em que é

desenvolvida.

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Etnometodologia

Consiste em um conjunto de estratégias de pesquisa cujo ponto comum é a descrição minuciosa dos objetos que investiga.

Também é conhecida como “pesquisa situada”.

Suas fontes de inspiração são as abordagens antropológicas.

As estratégias de investigação etnometodológica dão atenção especial às técnicas de observação participante, e à compreensão dos símbolos e categorias empírica que um determinado grupo usa para se referir a seu mundo, e aos processos que está vivendo.

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O berço da etnometodologia foi a Universidade de Chicago, seu principal formulador foi Robert Park, nas décadas de 20 e 30 do século XX, preconizava a convivência direta dos investigadores no campo, para a compreensão de sua realidade. Se valendo do conteúdo da sociologia relativo a história de vida.

As idéias de Park foram posteriormente desenvolvidas por Harold Garfinker.

Garfinkel propõem uma teoria para compreender a prática artesanal da vida cotidiana, tendo em conta que essa prática já vem interpretada em primeira instância pelos próprios atores sociais, como preconiza Schutz (1972).

Harrison e Madge foram dois expoentes da aplicação da etnometodologia na Inglaterra. Desde 1937, eles já tentavam criar procedimentos para tornar viável um tipo de abordagem que levasse a compreender o dia-dia do homem comum na sociedade complexa

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“As abordagens quantitativas sacrificam o significado no altar do rigor matemático” (Harisson, 1947,p.10).

falta de rigor metodológico; não se permite comparação, nem se presta à construção de

cenários quanto ao futuro; considerar que os significados subjetivos criam a realidade

do mundo; Reduz a estrutura social a procedimentos interpretativos; Por desconhecer os fatores que determinam ou condiciona

a visão das pessoas sobre sua situação social;

Separa pensamento e ação.

Críticas

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O Interacionismo Simbólico

A concepção interacionista de Blumer fundamenta-se no princípio de que o comportamento humano é autodirigido e observável em dois sentidos: simbólico e o relacional, uma vez que qualquer ser humano, realizando as tarefas mais elementares, planeja e dirige suas ações em relação aos outros, confere-lhes sentido e cria e produz significados sobre os objetos que utiliza para realizar seus planos.

Para os interacionistas, a vida social constitui uma espécie de consenso que propicia um processo de inter-relações e de interpretações de significados compartilhados por um grupo ou comunidade que pode ao mesmo tempo, manipular, redefinir e modificar seus sentidos.

Hebert Blumer foi o princiapal autor.

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Os princípios interacionistas enfatizam que:

símbolos e interação devem ser os principais elementos a se apreender na investigação;

símbolos significados e definições são construídos pelos atores sociais;

é preciso apreender e compreender a narrativa reflexiva dos sujeitos pesquisados.

Em contraponto com o positivismo, os interacionistas simbólicos consideram que o investigador deveria substituir a sua perspectiva pela do grupo que está estudando.

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As histórias de vida (narrativa de vida, história horal, e etnobiografia);

estratégia(s) para pesquisar o sentido da experiência humana comum, através do conto de suas histórias, em lugares específicos;

há diferentes formas de se fazer isso: ora buscando compreender as a permanência dos fatos e

suas determinações ora, escutando o que as pessoas têm a dizer sobre eles, a partir

das informações sobre sua biografia, sua experiência, de seu conhecimento e de sua visão do futuro;

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“É preciso considerar em cada caso o papel do indivíduo nos acontecimentos históricos. Pois este papel não está definido de uma vez por todas. É a estrutura dos grupos que o determina em cada circunstância. O grupo confere seu poder e sua eficácia aos indivíduos que, por sua vez, o constituíram. Mas o indivíduo tem uma particularidade irredutível que é a maneira de viver a universalidade, portanto nada pode ser descoberto se, de início, não chegarmos tão longe quanto nos for possível na singularidade histórica do objeto” (SARTRE, 1978, pp. 168-9).

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Burdier, referindo-se aos “sistemas de disposição individuais, fala dos variantes estruturais de habitus de grupo e de classe. Organiza-os na diferença que os separam: o estilo pessoal, a marca particular que traz todos os produtos de um mesmo habitus, é uma variação em relação ao estilo de uma época ou de uma classe” (BOURDIER ET AL. ,1973, p.189).

Denzin(1973) trata da definição e dos pressupostos para sua realização; das suas várias modalidades, de sua relação com a historiografia clássica, das estratégicas analíticas e da relevância dessas técnicas assemelhadas para as Ciências Sociais

Trompson (1980) é um autor que dá significativas contribuições às técnicas de história de vida e história oral como abordagens etno-históricas, no centro das quais se coloca a questão das mudanças sociais e de seus atores. Ele utiliza o termo método para falar das abordagens das histórias de vida.

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Bertaux (1980) faz longa revisão sobre o assunto mostrando que o uso da estratégia da história de vida se caracteriza pela unidade na diversidade.

Várias teorias a utilizam: marxismo, o estruturalismo, a fenomenologia, o empirismo, o interacionismo simbólico, a hermenêutica, dentre outras.

Vários meios sociais são investigados: artesãos, industriais, trabalhadores, elites, jovens delinqüentes, sobreviventes de guerra, usuários de drogas, dentre outros.

Vários recortes teóricos são escolhidos papéis sociais, histórias psicológicas, trajetórias e modos de vida, dentre outros.

Vários temas são tratados: vida material, consumo, usos e costumes, modos de vida e fenômenos simbólicos.

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Do pontode vista metodológico algumas dúvidas epistemológicas se apresentam, de acordo com Minayo. Os investigadores se questionam quanto á:

o que acontece com a experiência quando vai se tornando memória?

o que acontece com as experiências quando vão se tornando história?

o que ocorre com a memória coletiva quando a vivência de fatos muito fortes se distância no tempo?

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Questões do ponto de vista prático:

como proceder no campo? Trabalho com entrevista aberta e não diretiva e a

observação participante. O importante é criar um vínculo, proporcionando um ambiente reflexivo que combine atitude diretiva, escuta atenta, mas não passiva, exploração das lógicas contraditórias por meio de perguntas que possam enriquecer as narrativas;

a quem e quantas pessoas entrevistar? pode ser única, destacando singularidades nelas,

contextualizando-as e retirando delas conclusões teóricas importantes; ou várias, dependendo dos objetivos da investigação e dos critérios de saturação; ela pode ainda ser completa que recobre todo um conjunto de experiência vivida por uma pessoa, um grupo ou uma instituição, ou enfatizar uma etapa ou setor da história de vida da pessoa ou de uma organização;

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como proceder àcontinuidade das narrativas? triangulando visões de vários informantes e buscando percorrer

caminhos imperceptíveis para assegurar a qualidade das informações;

o que fazer com o caráter incompleto das narrativas? articular as informações colocando-as num contexto histórico,

relacional buscando a lógica interna do grupo em questão. Lembrando-se que a pessoa não conta sua vida, reflete sobre ela enquanto narra, buscando um fio condutor que lhe dê sentido, a partir do presente e projetando o futuro. O pesquisador encontrará a versão situada dos participantes nos episódios narrativos.

em que momento o investigador procederá a análise? esta é feita durante toda a realização do trabalho de campo – o

investigador só deve parar quando conseguir “construir uma representação de seu objeto socioantropológico” – , e como uma etapa específica subseqüente a ele, passará depois por construto de segunda ordem, composto pelo olhar compreensivo e interpretativo, em que seu objeto de estudo será situado, analisado, contextualizado e teorizado.

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Investigação participante e investigação-ação

a idéia de um sujeito popular; a idéia de um projeto político encampado por uma frente

popular; privilegia o espaço local como lócus político;

o papel do investigador como ator político e transformador

Tem origem na década de 60, sendo Paulo Freire um de seus inspiradores. Busca combinar investigação, participação e política.

Princípios:

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PressupostoA inclusão social só se alcança se os setores econômico e socialmente excluídos passarem a incorporar a consciência de seus interesses, práticas de organização e real significação social e política, e de que a investigação social pode ser um potente veiculador dessas mudanças.

A investigação-ação e a pesquisa participativa nasceram orientadas para a solução de problemas concretos como tentativa de promover o incremento de participação dos camponeses e grupos sociais mais relegados da sociedade nos processos sociais e sua integração no debate político.

A pesquisa-ação consiste num tipo de pesquisa concebida e realizada junto com intervenções sociais orientadas para a resolução de um problema coletivo, no qual se envolvem os investigadores e os participantes. A pesquisa participante por sua vez, inclui pessoas leigas representativas de situações a serem transformadas, de forma orgânica a produção de conhecimentos sobre tais situações, sem necessariamente está vinculada a uma ação direta. O pesquisador deve trabalhar de tal forma que a própria seleção do problema de investigação brote da discussão entre especialistas e a população.

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Ambas as pesquisas estão vinculadas a um tipo de visão emancipatória, e suas propostas e método foram aplicados em vários países da América Latina.

grupos com saberes diferenciados se coloquem em inter-relação;

seja formulado um quadro teórico referente ao problema para o qual se busca solução;

em todas as fases de desdobramento do projeto as pessoas interessadas no projeto particpem;

todas as discussões sobre os dados sejam socializados e; se construam plano de ação, em conjunto, permitindo

enfrentar e resolver, com metas no curso, médio e longo prazo os problemas diagnosticados.

Do ponto de vista metodológico supõem que:

Crítica – até que ponto pode se considerar sua cientificidade?

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Estudo de Caso

Objetivos: compreender os esquemas de referência e as estruturas de

relevância relacionadas a um evento ou fenômeno por parte de um grupo específico;

permitir um exame detalhado de processos organizacionais ou relacionais;

esclarecer os fatores que interferem em determinados processos; apresentar modelos de análise replicáveis em situação semelhantes

e até possibilitar comparações, quando no projeto, no decurso do trabalho de campo e nas análises o investigador trabalha com tipificações.

Os estudo de caso utilizam estratégias de investigação qualitativa para mapear, descrever e analisar o contexto, as relações e as percepções a respeito da situação, fenômeno ou episódio em questão. Ele é útil para gerar conhecimento sobre características significativas de eventos vivenciados, tais como intervenções e processos de mudanças. Assemelha-se à focalização sobre um experimento que se busca compreender por meio de entrevistas, observações, uso de banco de dados.

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Aplicações; compreender o impacto de determinadas políticas numa

realidade concreta; descrever um contexto no qual será aplicada determinada

intervenção; avaliar processos e resultados de propostas pedagógicas ou

administrativas; explorar situações em que intervenções determinadas não

troxeram resultados previstos.

Principais itens de um desenho de um estudo de caso questão de estudo ou definição do foco de pesquisa; determinação da unidade de análise e sua descrição

preliminar; justificativa do estudo; formulação e esclarecimento das proposições ; esclarecimento da lógica entre as várias proposições; esclarecimento de critários para a interpretação dos dados.

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Atributos do pesquisador:

habilidade de fazer perguntas; ouvir e observar; ser flexível e ao mesmo tempo firme nos parâmetros

propositivos de sua investigação.

Críticas metodológicas:

falta de rigor; existência de muitos vieses do investigador; pouca probabilidade de generalização dos resultados; considera-se mais adequados a estudos exploratórios; é considerado o irmão mais fraco entre as abordagens das

Ciências Sociais.

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Hermenêutica-dialética

Pressupostos: o ser humano como ser histórico e finito complementa-se por

meio da comunicação; sua linguagem também é limitada,ocupando um ponto no

tempo e no espaço; é preciso compreender o contexto e a cultura.

Fundamentos: a experiência cultural traz os resultados dos consensos que se

convertem em estruturas, vivências, significados compartilhados e símbolos;

nem tudo na vida social é transparente e inteligível e nem a linguagem é uma estrutura completa da vida social, por isso deve-se apoiar nas análises de contexto e da práxis (Habermas, 1987).

Hermenêutica – é a busca de compreensão de sentido que se dá na comunicação entre seres humanos, tendo na linguagem seu núcleo central, segundo Gadamer(1999). Ela trabalha com a comunicação da vida cotidiana e do senso comum.

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Parâmetros metodológicos:

Busca esclarecer o contexto dos diferentes atores e das propostas que produzem;

acredita que existe um teor de racionalidade e de responsabilidade nas diferentes linguagens que servem como veículo de comunicação;

coloca os fatos, os relatos e as observações no contexto dos atores;

assume seu papel de julgar e tomar posição sobre o que ouve, observa e compartilha;

produz um relato dos fatos em que os diferentes atores se sintam contemplados.

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Dialética – é a ciência e a arte do diálogo, da pergunta e da controvérsia. Ela busca nos fatos, na linguagem, nos símbolos e na cultura, os núcleos obscuros contaditórios para realizar uma crítica informada sobre eles. Habermas, enfatiza que a linguagem é um instrumento de dominação, necessitando ser desmistificada e tornar-se objeto de reflexão: tanto a que é comunicada pelos informantes como a que é utilizada pelos investigadores.

Críticas

do ponto de vista metodológico, a abordagem dialética precisa criar instrumentos de crítica e de apreensão das contradições na linguagem;

compreender que a análise dos significados se dá a partir do chão das práticas sociais;

valorizar os processos e as dinâmicas de criação de consensos e contradições;

ressaltar o condicionamento histórico das falas, relações e ações.

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Porém, enquanto a hermenêutica enfatiza o significado do qual é consensual, da mediação, do acordo e da unidade de sentido; a dialética se orienta para a diferença, o contraste, dissenso e a ruptura de sentido.

Interação hermenêutica-dialética segundo Habermas:

ambas tarazem no seu núcleo a idéia fecunda dos condicionamentos históricos da linguagem, das relações e das práticas;

ambas partem do pressuposto de que não há observador imparcial;

ambas questionam o tecnicismo em favor do processo intersubjetivo de compreensão e de crítica;

ambas ultrapassam as tarefas de serem simples ferramentas para o pensamento e;

ambas são referidas à práxis estruturada pela tradição, pela linguagem, pelo poder e pelo trabalho.